Card Player Brasil Digital 52

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POKER

ESPORTE E ESTILO DE VIDA

ÀS VÉSPERAS DO WSOP CIRCUIT BRAZIL, RELEMBRE A ENTREVISTA DO MELHOR JOGADOR DA 1ª EDIÇÃO DO EVENTO

Bad beats e variâncias Viva o amadorismo

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SUMÁRIO DANIEL MENDONÇA

14 CRÔNICAS DO POKER Em sua estreia na Card Player Brasil, Daniel Mendonça traz uma importante reflexão sobre a importância do jogador amador.

ED MILLER

ESPECIAIS 28. NASCIDO PARA JOGAR Às vésperas do WSOP Circuit Brazil, relembre a entrevista do melhor jogador da 1ª edição do evento.

58. CADERNO PARTYPOKER

20 SÓ OS FORTES SOBREVIVEM

Saiba como jogar em um dos sites que mais cresce no mundo.

Ed Miller revela que, como em qualquer outro jogo, no poker, existem estratégias simples que podem ser usadas para derrotar os mais fracos. FÁBIO MARITAN

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CRIATIVIDADE COMO VANTAGEM COMPETITIVA

“F1oba” fala da importância em sair do lugar comum para se jogar poker, ou seja, ser criativo.

E MAIS 44. Jogos Mentais Entre Bad Beats e Variâncias

54. CARD CLUB Clubes de Poker

MOACIR MARTINEZ

48 REALEZA DO POKER A matemática por trás do Santo Graal do poker, o Royal Straight Flush.

THE BOOK IS ON THE TABLE

e a arte 66 odapoker guerra Aprenda a jogar como um guerreiro.

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CRoNICAS DO POKER Um ponto de vista diferente de tudo aquilo que você já viu

Por Daniel Mendonça

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A comunidade do poker costuma dividir os jogadores em duas categorias: a dos profissionais e a dos amadores. Embora os últimos representem a imensa maioria dos praticantes, o protagonismo midiático é dos profissionais. Inúmeros artigos, livros, vídeos e, palestras dão dicas de “como se tornar um profissional”, e em alguns momentos, o amadorismo é visto apenas como uma etapa a ser superada, um obstáculo no caminho rumo ao Eldorado do poker. Ouvimos rotineiramente as expressões “serviço amador” ou “puro amadorismo” e logo as associamos a algo malfeito, demonstração de incompetência, falta de habilidade. Amador, porém, como a própria raiz da palavra indica, é aquele que tem muito amor por uma arte ou ofício; que se dedica a algo por gosto, e não por profissão. Nesse sentido, o amadorismo deve ser

louvado, pois dedicar-se a algo por amor, não por necessidade de ofício, é algo que todos devemos praticar no dia a dia. É absolutamente comum, em qualquer modalidade, o abismo numérico entre amadores e profissionais. Entre os praticantes de futebol, boliche, tênis, basquete, sinuca, vôlei ou qualquer outro esporte, a proporção de profissionais será sempre muito menor em comparação com os que o encaram como um hobby, uma forma de lazer. Porém, a particularidade do mundo do poker – e que o torna tão fascinante – é que profissionais e amadores muitas vezes transitam pelos mesmos espaços, disputam os mesmos torneios; e o melhor de tudo é que amadores têm totais condições de vencê-los. É algo como se tivéssemos alguma chance de vencer Roger Federer em um tie-break valendo título.

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É nos torneios semanais de clubes, porém, que o amadorismo se expressa em sua plenitude. Neles, o jogo flui sob uma lógica própria, uma atmosfera generosamente antiprofissional, em que quase tudo está valendo. Vale soltar falinha para o dealer, vale fazer slowplay excessivo, vale sujar as cartas com a gordura da porção de fritas, vale beber várias cervejas ainda antes do break – e no break, é claro, vale contar parada até para o diretor do torneio. Também vale mudar os tradicionais termos do poker com eventuais variações prosódicas. Assim, está liberado completar um “street” (ou “sequenciar”), “enquadrar o Ás”, “embaralhar” o parceiro, entrar de limp com uma “dupla de Ás”, acertar um “flesh” com um valoroso “sweet connector” e até mesmo “shovar all-in”. O profissional que se aventurar nesse universo se sentirá como o personagem de John Wayne em “No tempo das diligências”: sabe que, embora seja o mais preparado do grupo, terá de se desviar de muitas flechadas para sobreviver. Além disso, enfrentará adversários mais destemidos que o garotinho de “Mad Max 2”, mais obstinados que Jack Bauer, mais audaciosos que Maverick e que farão jogadas mais estranhas que as letras de Jorge Vercilo. Por ser o mais preparado, o profissional torna-se o alvo principal da peleja; ao puxar vários potes contra um poker pro, o amador se sente como Luis Ramírez Zapata, autor do único gol de El Salvador em uma Copa do Mundo, façanha muito comemorada mesmo com a derrota de seu time por 10 a 1. Daí porque para o jogador recreativo um troféu de freeroll semanal pode ter a mesma dimensão de um bracelete da WSOP. Para profissionais, os resul-

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tados no longo prazo é que importam; para amadores, ao contrário, a glória imediata suplanta as derrotas acumuladas. Apesar de não terem importância esportiva a ponto de virarem pauta da mídia especializada, torneios semanais de clube são narrativas que expressam a grandeza do poker como uma prática saudável, um espaço de sociabilidade e encontros onde se coloca a diversão como objetivo maior e se exerce a política da amizade. Porque amizades são como fichas de poker: quanto mais você tem, mais fácil ganhar novas.

Daniel Mendonça Daniel Mendonça é jornalista, escritor e praticante de poker


OS MELHORES BARALHOS DO MUNDO

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S E T R O F S O SÓ

M E V I V E R B O S M il ler P or E d

E

u fui adepto de incontáveis jogos durante a minha vida. Estudei xadrez e poker. Gastei bastante tempo analisando fantasy games. Também me aventurei por jogos de cartas a jogos eletrônicos de estratégia, por jogos de tabuleiros a jogos atléticos, como golfe e tênis. Entre todos eles, há algo em comum: uma estratégia dominante. Geralmente, ela é relativamente simples, mas suficiente para vencer estratégias comuns que muitos jogadores empregam. Você pode chamar de atalho. Outros vão dizer que é um hack. Mas é uma tática simples e difícil de derrotar. No início do basquete, colocar homens grandes embaixo da cesta era uma estratégia dominante. O saque e voleio, no tênis, outro exemplo. Às vezes, estratégias domi-

nantes se tornam tão fortes que as regras do jogo são mudadas para torná-las menos efetivas. No basquete, por exemplo, eles alargaram o garrafão para reduzir o impacto daquele cara grande embaixo da cesta. Em qualquer jogo bem planejado, estratégias dominantes não se tornam universalmente dominantes. Se o adversário identifica, ele pode bolar um plano e derrotá-lo. No poker, também é assim. Vamos conhecer algumas que funcionam muito bem contra jogadores pouco experientes. Estratégia #1: Dar raise contra donk bets em heads-up ou potes com três jogadores Uma donk bet é quando um jogador, que não é o agressor pré-flop, decide sair apostando em vez de pedir mesa.

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Geralmente, uma donk bet indica fraqueza. Você pode dar raise e esperar muitos folds. Mesmo quando ele não der fold imediatamente, ele provavelmente desistirá na street posterior. Obviamente, isso não funcionará sempre, mas só tem que funcionar o bastante para ser lucrativa. Estratégia #2: Aposte metade do pote no turn ou no river se seu oponente parar de apostar Vamos supor que a sua mão não é tão boa assim. Se o seu adversário apostou no flop, mas pediu mesa no turn, aposte. Se ele apostou no flop e no turn, mas pediu mesa no river, aposte. Apostar metade do pote lhe dá odds de 2:1 para o fold. Se o seu oponente desistir mais do que 33% das vezes, então a jogada é lucrativa. O jogador comum, que faz isso, definitivamente irá largar quando você apostar. Apostar é uma estratégia dominante sempre que você tiver uma mão que não tem a intenção de chegar ao showdown. Quando o adversário aposta e depois pede mesa, uma destas três coisas está acontecendo: ele desistiu da mão, ele ficou com medo da carta que apareceu ou ele

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está preparando uma armadilha para você e lhe induzindo a blefar. Contra jogadores comuns, a opção três é bastante incomum, particularmente quando eles apostam no turn e pedem mesa no river; e mesmo na opção dois, seu adversário pode desistir. Então, se ele pedir mesa, apostar quase sempre é ação efetiva. Estratégia #3: Represente o flush É difícil acertar um flush. Mãos do mesmo naipe aparecem 50% menos do que as de naipe diferentes. E mesmo quando elas vêm, o naipe só será o certo uma a cada quatro vezes. Ou seja, não fazemos flushes a todo o momento. Por outro lado, os oponentes estão bem propensos a acreditar que você acertou um flush em um bordo com três cartas do mesmo naipe. Quando há um flush draw no flop e ele aparece no turn ou no river, ou eles terão o flush ou terão medo que você tenha. Geralmente, eles não terão. Como eu disse antes, flushes são difíceis de acertar. Então, represente. Aposte sem vergonha quando o bordo mostrar uma possibilidade de flush.


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Novamente, se você apostar metade do pote, basta que seu adversário desista 33% das vezes e a jogada será lucrativa. Mas essa estratégia deve ser evitada, salvo em algumas situações, quando o bordo traz quatro cartas do mesmo naipe. Isso porque as chances de o seu adversário ter feito o flush com apenas uma carta são bem maiores. Conclusão Poker é um jogo complicado. A estratégia ideal para no-limit hold’em é incrivelmente complexa. Ninguém pode jogar de maneira perfeita, mas as pessoas tentam. Então elas vêm com as próprias estratégias — e elas são, geralmente, tão complexas quanto à ideal. Contra a estratégia perfeita, não há atalhos. Você não pode apenas dar raise nas donk bets, porque a estratégia ideal tem uma donk bet balanceada com mãos fortes e fracas. Você não pode apostar no flush, porque a estratégia ideal irá lhe pagar com uma frequência alta sabendo que você está blefando. Durante os anos, os jogadores que conheci que usam estratégias dominantes, em vez de procurar respostas mirabolantes em tudo, venceram e ainda vencem. Lembrese que você também pode desenvolver uma estratégia dominante. Trabalhe nisso.

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Ed Miller @edmillerauthor notedpokerauthority.com

Ed Miller é uma das maiores autoridadets mundiais em teoria do poker. Ele é instrutor do stoxpoker.com


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RAFAEL CAIAFFA

NASCIDO PARA JOGAR Mineiro vence dois eventos do WSOP Circuit e se torna primeiro brasileiro a conquistar dois aneis da World Series. Por Marcelo Souza

Se você joga poker com frequência, já deve ter escutado a frase: “Nasceu para o jogo”. Aos 36 anos, o belo-horizontino Rafael Caiaffa personifica essa sentença. O atleticano de fala mansa e olhar atento é um ponto fora da curva no meio. Ele não é o engenheiro ou o gerente de uma multinacional que largou tudo para se tornar jogador. Para ele, jogo e cotidiano sempre foram intrínsecos. Dos mais convencionais jogos de baralho ao poker, um pulo. De jovem sonhador a um dos principais nomes do poker brasileiro, uma década — afinal, lendas não se constroem de um dia para outro. Sim, Rafael Caiaffa é uma lenda do poker brasileiro. Campeão do BSOP, campeão mineiro, campeão brasileiro de Omaha e, agora, campeão do WSOP Circuit, ou melhor, bicampeão. Jogador do Best Poker, do Full Tilt e do Rox Poker. Seu legado, indelével. Seu talento, indiscutível. Suas palavras, verdadeiras – e é o que você vai conferir agora, nesta entrevista exclusiva da Card Player Brasil.

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Caiaffa conquistou dois troféus e dois anéis no WSOP Circuit Brasil.

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Na mesa de poker da sua casa, sĂł cabem alguns trofĂŠus das dezenas que possui.

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Marcelo Souza: É verdade que o jogo está no DNA da sua família? Rafael Caiaffa: Eu nasci numa família de jogadores. No berço, reza a lenda, que quando eu estava chorando, eles colocavam um baralho lá dentro para eu parar de chorar. Minha tia e minha mãe que contam isso. Meu avô era o cara que mais gostava de jogar no mundo. Ele tinha rinha de galo, quando era legalizado, e um time de futebol que ele fundou, o Pompeia Futebol Clube, que eu inclusive joguei com a camisa no BSOP que ganhei. Ele ia para todo lugar que tinha um jogo de sinuca. E baralho? Eram todos os jogos, poker, pontinho, buraco. A diversão da minha família toda, pai, mãe, tias, primos, era jogos em geral. Não tinha como eu escapar. Desde que me entendo por gente, ali com sete ou oito anos, a minha diversão era ficar assistindo o pessoal. Com 12, eu já era fera em todos os jogos, buraco, pontinho e até o poker fechado. As outras crianças da minha idade não tinham nem noção do que eram essas coisas. MS: Seu avô então foi sua principal influência? RC: Sim, ele era dentista, trabalhava demais, e os jogos eram o lazer dele. Todo mundo fala que ele era o mais honesto do meio. E naquela época, em um meio

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que tinha muito malandro, ele perdia muito dinheiro. E eu sempre ficava brincando que eu ia jogar para poder buscar o dinheiro do meu avô de volta. Para recuperar o patrimônio da família (risos). MS: E como é sua história com o poker? RC: Eu jogava vários jogos no Minas Tênis Clube valendo dinheiro. Na época, no início do ano 2000, eu sempre ia para lá jogar buraco ou caxeta. Eu estudava jornalismo, mas minha rotina diária era no clube. E eu estava sempre ganhando. Em 2005, meu tio Max Dutra, filho e homônimo meu avô, me falou que tinha achado uma maneira de ganhar dinheiro na internet jogando poker. Fui para Uberlândia e o início foi um desastre. Perdi meu dinheiro, estourei o cartão de crédito da minha mãe, quebrei. A verdade é que a gente não tinha noção alguma de como jogar Texas Hold´em. Nós vínhamos do poker fechado, mas a gente nasceu para jogo (risos). Começamos a pesquisar, estudar e assim foi. MS: Então você nunca trabalhou com nada mais além de poker? RC: Aos 25 anos, eu era exclusivamente um jogador de poker. Entre os 18 e 25, a minha fonte de renda era o jogo, mas não o poker. Quer dizer, eu jogava o poker fechado, assim como buraco, pontinho e caxeta. Mas o baralho sempre foi a minha fonte de renda.

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MS: No ano passado, você anunciou sua aposentadoria como jogador de poker. Qual o significado de aposentadoria para você? RC: Essa é uma pergunta interessante. Eu li a sua entrevista com o Fedor Holz [edição 110 da Card Player Brasil], e é exatamente o que ele falou. Ele passava várias horas jogando, milhares de horas por ano, uma rotina desgastante. Agora, ele joga cinco ou seis vezes menos. Ele não depende mais de ganhar dinheiro nas mesas. Não que eu tenha uma condição financeira tão estável quanto a dele, o cara ganhou quase 20 milhões de dólares nos dois últimos anos, mas eu trabalho em outros negócios. Não dependo mais do poker e, hoje, tenho o luxo de jogar quando eu quero. A verdade é que eu gosto de jogar — e eu não desaprendi a jogar. Hoje eu não estudo mais. Eu acho que é importante? Claro. Mas eu não jogo online. Como eu jogo ao vivo, acredito muito na minha intuição, no meu feeling e, claro, também tenho sorte. Ela faz parte do jogo. MS: É comum jogadores da nova geração desdenharem de caras da velha guarda, como você. Na verdade, não o desdém propriamente dito, mas


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dizer que são jogadores desatualizados e que não conseguem bater o jogo mais. Seus resultados falam por você, mas o que você pensa sobre isso? RC: Esses caras são do online, e o jogo online é totalmente diferente do jogo ao vivo. O pessoal acha que por a amostragem do ao vivo ser bem menor, a variância será muito maior. Bem, eu não concordo. O jogo ao vivo lhe dá muito mais ferramentas para vencer, principalmente porque na maior parte do tempo, você está jogando contra jogadores recreativos. Além disso, ao vivo, você joga uma mesa apenas, mais concentrado, olhando para o cara, pegando tells. Isso faz toda diferença. O João Simão, que é um grande amigo, não concordava comigo, mas ele mudou de opinião. MS: E como é essa sua relação com o João Simão? RC: O João está ligado diretamente à minha evolução técnica. Na verdade, são três pessoas que tenho que citar que participaram desse processo. Primeiro é o Max Dutra, meu tio. Ele me apresentou ao jogo e me ensinou todo tipo de coisa. Coisas dos bastidores, de como que cativar um adversário, de conversar com o cara no intervalo e tirar informação. O outro é o Mateus Pimenta, um cara que é meu parceiro na vida, no poker e nos negócios. Ele é fora de série. E voltando a pergunta, o João. O João é muito fora da curva. Para mim, ele é o melhor jogador do Brasil. O raciocínio dele está muito à frente dos demais. Ele é um cara que só de me ver jogar, apontou e

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consertou a maioria das minhas falhas. Ele sabe ensinar e ver o jogo com poucos. Não é por acaso que quem faz o curso dele muda da água para o vinho. Ele me ajudou demais. MS: Falando sobre o Mateus Pimenta, ele tem opiniões muito fortes sobre o poker online, eu diria até polêmicas. O que você pensa sobre isso? RC: Eu larguei o online definitivamente já há uns três ou quatro anos. Se eu jogar um torneio por ano é muito. O problema do online é que é um jogo muito mecânico. Os softwares de auxílio, por exemplo, eles deveriam ser banidos, em minha opinião. Eles acabaram com a criatividade do jogo. Não estou desmerecendo ninguém, muito pelo contrário, o jogo atingiu um nível que é tubarão contra tubarão. E onde só tem tubarão, quem vai abastecer o sistema? Outro ponto é a questão da legitimidade. Você pode estar jogando contra um robô


Rafael Caiaffa, com as filhas Bela (8) e Mila (5), e sua esposa Luciana.

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O jogo ao vivo lhe dĂĄ muito mais ferramentas para vencer, principalmente porque na maior parte do tempo, vocĂŞ estĂĄ jogando contra jogadores recreativos

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e não saber. Já solucionaram o limit hold´em, certo? A que ponto estão nos outros jogos? Não dá para saber. E é como o Mateus diz, “tem gente que consegue invadir a NASA, a CIA, eles não vão conseguir fraudar um site de poker?” Eu não jogo mais porque não me sinto bem — e também porque não consigo ganhar mais (risos). MS: Mas e se um site de poker quisesse lhe patrocinar? Você aceitaria? RC: Talvez. Eu seria muito mais exigente do que já fui. Já tive contrato com Best Poker, com o Rox Poker e com o Full Tilt Poker. Foram três experiências excelentes, mas hoje eu jamais aceitaria as mesmas condições que aceitei na época. Hoje, eu valorizo muito mais o meu jogo, o meu nome. Na época, eu queria crescer como jogador, estar na na mídia. Hoje não preciso mais disso. MS: Voltando ao vivo, se você se sentar com qualquer jogador de topo do Brasil ou do mundo, você acha que estará em desvantagem ou poderá enfrentá-lo de igual para igual? RC: Com certeza eu estarei em desvantagem. Se você pegar a mesa final do High Roller do WSOP Circuit, tenho certeza que o Padilha e o Luiz Duarte jogam melhor que eu. Só que eu sou nascido e criado em mesa de jogo. Eu tenho os meus recursos e acho que poucas pessoas fazem uso disso como eu faço nas mesas.

MS: Você foi o primeiro brasileiro a conseguir um grande resultado no Main Event da WSOP, um 55º lugar em 2008. Agora, você conseguiu dois anéis no WSOP Circuit. Qual a diferença do Caiaffa daquela época para o dos dias atuais? RC: Hoje, eu estou preparado para ganhar. Naquela época, eu senti uma pressão que hoje eu não sentiria. Não só a pressão financeira, mas psicológica, física. Eu cheguei ao meu limite. Cometi erros que eu não cometeria mais. E não digo apenas erros técnicos, mas de concentração, postura. Hoje, eu não sinto pressão alguma quando jogo. E acho que isso foi fundamental para chegar lá em São Paulo e vencer dois torneios. Quero dizer, eu poderia ter conseguido dois grandes resultados e não vencer nenhum, ficando em segundo e quinto, por exemplo, mas a vitória veio, porque hoje estou pronto para vencer. MS: Sempre que chega a retas finais de torneios, você não faz qualquer tipo de acordo, não importa a premiação, seu stack ou quem é o adversário. Por que isso? RC: O motivo é curioso e não é nada que a maioria pensa. Isso começou nas mesas de cash game. Quem me conhece, sabe que eu jogava cash game ao vivo por três ou quatro vezes na semana — e eu sempre fazia acordos com qualquer um, bater o river duas ou três vezes. Eu era

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um cara parceiro. Mas o que começou a acontecer? Passei a perder minha vantagem no jogo, porque os caras começavam a me pagar sabendo que ia acontecer um acordo. Por exemplo, no Omaha, eu dava um all-in blefando no river, o cara pagava com o par do meio e uma broca, e antes mesmo de ver as minhas cartas já soltava: “Vamos bater o river três vezes”. Um dia, isso aconteceu duas vezes contra o mesmo jogador. Desde então, eu prometi para mim que independentemente do valor, do tipo de jogo, torneio ou cash, eu não faria acordo nem com a minha mãe (risos). E acaba que isso se torna uma vantagem dentro dos torneios. Quando você faz acordos, isso tira a pressão do dinheiro dos seus adversários, e para quem quer cravar, o acordo é uma coisa ruim. MS: O que vale mais no poker para você, o dinheiro ou a vitória? RC: No WSOP Circuit foi 100% a conquista. 100% o anel. E acho que talvez isso tenha ajudado a conquistar os dois primeiros lugares. Eu não olhei quanto pagava, não sabia quanto pagava para o primeiro, segundo ou terceiro. Obviamente, quando eu era profissional, eu jogava mais preocupado com o dinheiro. Na minha condição hoje, claro que o dinheiro é importante, mas a conquista é incomparável. MS: Para você, é importante deixar um legado no poker? RC: Acho que é uma coisa natural. Tudo que eu conquistei foi naturalmente. Desde quando comecei a jogar, em 2005, sempre tive bons resultados e, naturalmente, meu nome começou a ficar forte.

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É gratificante. Até para as minhas filhas, meus netos, que, no futuro, poderão falar de mim com orgulho, que fiz alguma coisa dentro do poker e para o poker. MS: E qual a importância da sua família para você ter alcançado o que você alcançou? RC: Minha esposa Luciana e minhas filhas, Bela e Mila, são meu porto seguro, minhas fontes de energia. Quando comecei a namorar a Lu, o poker não era bem visto, mas ela ficou ao meu lado, me bancou contra tudo e contra todos. Nós tivemos vários momentos difíceis, mas ela sempre esteve ao meu lado. Quanto às meninas, desde que elas nasceram, eu já era profissional de poker. Então elas começaram a viver com isso desde cedo. E elas adoram. Elas assistem quando podem, elas torcem, vibram, mandam mensagens. Elas são fundamentais para mim. Sem elas, não sou nada. MS: Algum recado em especial? RC: Queria agradecer a toda a minha família. Eles torcem demais. Minha madrinha é fanática. Meus pais são sensacionais também, e hoje eles podem falar que possuem um filho que é campeão mundial.


Nos tempos de BestPoker, um pouco mais de cabelo e um pouco menos de experiĂŞncia.

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CRIATIVIDADE

COMO VANTAGEM COMPETITIVA

Por Fábio “F1oba” Maritan

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Fábio Maritan é jogador e instrutor do Samba Poker Team. Ele possui mais R$ 1,8 milhão em prêmios apenas no PokerStars.

Fábio “f1oba” @f1oba

e

xiste um grande equívoco, principalmente por parte de jogadores iniciantes, de tentar encontrar a “fórmula mágica”, o segredo metódico para se vencer no poker. Oras, num cenário em que todos aplicam um método para se vencer regularmente, não há mais vencedores nem perdedores, sendo que no fim tudo se resumiria a uma atividade extremamente custosa e maçante. O grande alívio é que, mesmo com o conhecimento acessível e muito difundido, principalmente com os avanços tecnológicos, a fonte está longe de secar. Ao longo da evolução das estratégias do jogo, muitos expressaram seus pensamentos acerca de como lograr êxito nas mesas. Adquirir esse conhecimento, seja em livros, vídeos ou qualquer outro meio,

é muito válido, porém cabem algumas ressalvas. Fato é que aquela estratégia é o resultado da adaptação que aquele jogador faz para o ambiente competitivo em que ele está inserido. Uma vantagem competitiva que é carimbada com um prazo de validade, que é alcançado à medida que aquele conhecimento vai se tornando mais universal ou “manjado” naquele meio. Sendo assim, o maior valor que se tem ao ser apresentado às novas estratégias é absorver o que há de bom e aplicável na realidade em que você está situado, fugindo de regras e verdades universais. Voltando para a vantagem competitiva, o que há de comum em diferentes estratégias vencedoras? Todas são resultado da criatividade, do pensar de um jogador ou pequeno grupo deles para se diferenciar naquele meio. Esta é a maior vantagem competitiva dos times de poker bem-sucedi-

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dos no mercado. Ter um pequeno grupo de jogadores com objetivos similares, discutindo inúmeras situações diárias com objetivo de estar à frente de um grupo muito maior de jogadores. Pronto. Não há fórmulas nem regras, há pensamento lógico e criatividade para fugir do senso comum. Ser criativo dentro do poker é sempre estar questionando as nuances mais sutis, na infinidade de possibilidades que jogar poker proporciona. O norte, o objetivo, é sempre acumular fichas de maneira não convencional, maximizando os ganhos. Questionamentos como: por que determinada aposta não pode ser maior ou menor aqui, contra esse tipo de jogador, dessa posição, com tal histórico? Que tipo de reação terei se minha aposta aqui for maior que o pote e não um convencional meio pote? Por que não abrir maior pré-flop nessa situação específica? O que representa eu pagar essa aposta, dessa posição, com esse stack efetivo, contra esse vilão em especial? Enfim, tratar o poker com um nível de profundidade exigido para se vencer com constância. O poker moderno exige um nível de comprometimento cada vez maior dos jogadores profissionais. Tenha certeza que o esforço de se manter à frente dos demais competidores, pensando nas estratégias para se vencer e regado a muita dedicação e disciplina traz, lá na frente, uma gratificante recompensa. Por fim, um bom coach é

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aquele que vai compartilhar sua experiência ao mesmo tempo que estimula a criatividade e o pensar em cada ação, daquele aluno, de forma contínua, aplicada àquela realidade corrente. Sendo assim, procure profissionais que estejam recentemente vivendo com êxito a realidade que almejam. No mais, sucesso nas mesas e até a próxima.

Ser criativo dentro do poker é sempre estar questionando as nuances mais sutis, na infinidade de possibilidades que jogar poker proporciona.


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entre BAD BEATS E VARIÂNCIAS

Com Jacob Bazeley, Bertrand Grospellier e Marvin Rettenmaier

Diferentes pontos de vistas, uma mesma situação. A complexidade do poker impressa em algumas páginas. Nesta edição, dois pesadelos que assolam quaisquer profissionais: as bad beats e as downswings (fases ou períodos de perdas).

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Jacob Bazeley

Bertrand Grospellier

Marvin Rettenmaier

Jogou na 2ª divisão de basquete universitário pela Universidade Christian Brothers de Memphis. No ano passado, ganhou o evento principal do Circuito Harrah’s da WSOP. Recentemente, terminou em terceiro lugar no evento do WPT ShootingStar. Tem mais de US$ 2,5 milhões em premiações de torneios.

É um dos jogadores mais bem-sucedidos dos últimos oito anos. Em 2008, ele venceu o EPT PokerStars Caribbean Adventure e faturou US$ 2 milhões. “ElkY” tem mais de US$ 10 milhões acumulados em premiações e é um dos membros mais antigos do time de profissionais do PokerStars.

Em 2012, venceu o WPT Five Star World Poker Classic. Tem mais de US$ 4,8 milhões de ganhos em torneios e é reconhecido como um dos jogadores mais temidos do circuito mundial.


Você está no poker há muitos anos, e alcançou grande sucesso. Você já passou por grandes períodos de perda? Como lidar com isso? Jacob Bazeley: O poker pode ser um jogo excruciante para muitas pessoas, mentalmente falando. Não sofro com as perdas como os outros, simplesmente porque não levo poker tão seriamente como levava o basquete. Quando meu time perdeu o campeonato da Divisão de Ohio em 2001, aquilo doeu mais do que qualquer perda que já sofri no poker. Mentalmente falando, sou uma pessoa muito forte quando estou em uma fase ruim. Não cresci em uma família rica, então posso lidar com a falta de dinheiro. Tenho fé no meu jogo e no conceito geral do poker. Sentar no sofá e ficar reclamando de como as coisas estão dando erradas para você, não lhe ajudará em nada. Coloque volume e você terá resultados. Ganhar dinheiro jogando poker é maravilhoso. Prefiro ser um jogador “quebrado” a trabalhar nove horas por dia em um emprego qualquer. Quando passamos por período de perdas, é essencial manter o equilíbrio. Não fique recluso. Poker não é tudo na vida.

Bertrand Grospellier: Lidar com a variância pode ser difícil. A primeira downswing sempre é mais difícil. O motivo é simples: você não está completamente ciente do que realmente é a variância do jogo e da maneira como ela é cíclica. É fácil achar que você está perdendo porque está jogando mal. A pior parte de passar por essas situações é que sempre ficamos um pouco para baixo. Jogadores que afirmam que os resultados não afetam a maneira como eles jogam são mentirosos ou loucos. Como profissionais, temos que procurar melhorar nosso jogo o tempo todo, mas se a confiança está lá embaixo, como é possível jogar o seu “A-game”? Há momentos que você irá acertar todos os bordos, que seus blefes passarão e a matemática ficará ao seu lado. Por outro lado, algumas vezes, mesmo fazendo a melhor jogada possível, você sofrerá duras perdas. Quando isso acontecer, o importante é manter uma vida equilibrada. Isso alivia a variância. Para mim, o que ajudou foi começar a meditar. Há 18 meses venho fazendo isso e posso dizer que tenho jogado o meu melhor poker.

Marvin Rettenmaier: Quando se trata de poker ao vivo, a variância pode ser bem cruel. Se eu ficasse um ou dois anos sem ganhar nada grande, isso poderia me afetar. Algo que me ajudou muito foi ler o livro The Mental Game of Poker, de Jared Tendler. Ele me ajudou a trabalhar vários aspectos do meu jogo, principalmente no que diz a respeito a entender melhor a variância. Hoje, eu realmente não me importo em perder, já não tenho mais pressão financeira. Desde que eu esteja jogando bem, tomando as decisões certas, fico tranquilo com quaisquer que sejam os resultados.

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Quando você toma uma bad beat em momento crucial do torneio, como você se recompõe e voltar jogar o A-game?

Jacob Bazeley: Levar uma bad beat em um momento chave é a pior sensação do mundo, principalmente em uma mesa final. Se eu ainda fico com fichas, lido de uma maneira diferente de quando sou eliminado. Com fichas, eu só penso em recuperar o foco imediatamente. São poucas as vezes que chegamos a mesas finais, então não podemos desperdiçar nem a menor das chances. Grandes viradas acontecem sempre no poker, então pense nas fichas que ainda lhe restam e em jogar o seu melhor com elas. Quando sou eliminado, pego meu prêmio, procuro o bar mais perto e peço uma cerveja. Você não pode fazer nada contra as bad beats, apenas tentar esquecer. Bertrand Grospellier: Lidar com bad beats pode ser complicado, especialmente em momentos cruciais. Elas fazem parecer que a vida é injusta e que estamos sendo punidos por jogar bem. Honestamente, eu fico muito mal quando sou eliminado de torneios, mesmo quando não sofro uma bad beat. Mas desde que eu ainda tenha fichas no meu stack, eu consigo me manter focado. Tenho experiência o bastante para saber que é isso que difere os jogadores medianos dos bons.

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É verdade que quando caio de um torneio, meu humor não fica dos melhores. Fico por umas boas horas me sentindo mal. Mas basta eu sair com os amigos ou com a minha namorada que já começo a me sentir melhor. Quero dizer, cada um é cada um. Você tem que descobrir o que funciona para você. O poker é como a vida, tem altos e baixos. O que a derrota faz é deixar a próxima vitória mais doce. Marvin Rettenmaier: Eu acho que é normal para a maioria dos jogadores evitarem decisões difíceis depois de uma bad beat. Às vezes, leva alguns minutos para que nossa mente se recupere. Nesse tempo, converso comigo mesmo e tento entender essa nova situação: “Vamos lidar com isso e dar o nosso melhor”. Na maioria das vezes, uma bad beat não afeta meu jogo. O que realmente me deixa mal é errar. Bad beats podem me fazer sentir mal por algumas horas e não querer outras pessoas por perto naquele momento, mas tudo que eu preciso é ficar comigo mesmo um pouco. No final, elas não me afetarão em nada.


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REALEZA

DO POKER Por Moacir Martinez

J

ogadores com experiência em jogar Texas Hold’em estão cansados de saber que a chance de receber A-A é 1 em 221; ou que um par contra duas cartas maiores vencerá cerca de 50% das vezes. Mas quais as probabilidades de acertar o maior jogo possível do poker, o Royal Straight Flush? Para se entender a dificuldade em acertar uma sequência do mesmo naipe de Dez a Ás, diversos cassinos pelo mundo,

em suas mesas de cash games, pagam prêmios gordos para quem faz um Royal utilizando as duas cartas da mão. Mas onde entra o Royal Flush nisso tudo, Dr. Moacir? Bem, 2.598.960 são todas as combinações possíveis que um bordo de cinco cartas pode trazer. Dentre todas elas, apenas quatro serão de Royal Flush. Ou seja, a chance de um Royal Flush aparecer no bordo é de 1 em 649.740.

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Porém, no Texas Hold’em, além das cartas comunitárias, podemos utilizar também as duas cartas da nossa mão. Então, teremos 7 cartas para combinar em grupos de cinco. Utilizando a fórmula de Combinação Simples, teremos 7!/[5!(5-2)!] = 21. Agora, basta dividir 649.740 por 21. O resultado será 30.940. Ou seja, no Texas Hold’em, a chance de você acertar um Royal Straight Flush é de 1 em 30.940, ou 0,0032%. Confira as chances de fazer outros tipos de jogo usando as duas cartas da mão em conjunto com as cinco do bordo:

MÃO

PROBABILIDADE

Straight Flush

0,028% (1 a cada 3.571 mãos)

Four (Quadra)

0,168% (1 a cada 595 mãos)

Full House

2,6% (1 a cada 38 mãos)

Flush

3,02% (1 a cada 33 mãos)

Sequência

4,6% (1 a cada 22 mãos)

Trinca

4,8% (1 a cada 21 mãos)

Dois pares

23,5% (1 a cada 4 mãos)

Par

43,8% (1 a cada 2 mãos)

Moacir Martinez é jogador e estudioso na influência da matemática no poker, tanto no online como no live, e autor do livro Matemática Fácil do Poker.

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Moacir Martinez mgbmartinez@uol.com.br


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CARD CLUB

A Card Player Brasil acaba de criar o Card Club, um programa com vantagens únicas que levará as principais marcas de clubes de todo o País a você que nos acompanha em todas as nossas plataformas. Através do Card Club, qualquer clube do Brasil pode se tornar um parceiro da Card Player Brasil, tendo sua marca e seus torneios divulgados nas páginas da principal revista de poker da América Latina, edições impressa e digital; e, claro, nas nossas mídias sociais. Em breve, também em nosso site, uma seção exclusiva para os nossos parceiros. Você, dono de clube, que deseja formar uma parceria com a Card Player Brasil, basta enviar um e-mail para contato@cardplayerbrasil.com e ficar pode dentro dos detalhes de como fazer parte do nosso time.


Seja nosso parceiro e tenha seu clube e seus torneios divulgados em nossa revista e nossas redes sรณcias. Envie um e-mail para contato@cardplayerbrasil.com e saiba como.

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O partypoker é um dos sites de poker pioneiros no mundo e vem investindo cada vez mais para trazer a melhor experiência para seus jogadores — seja ao vivo ou online.

COMO EU CRIO UMA CONTA? Para começar a sua experiência no partypoker basta acessar o site partypoker.com e clicar no botão “Baixar Gratuitamente”. 1

A partir daí, basta criar sua conta e usufruir de todos os benefícios que só o partypoker pode oferecer.

BÔNUS

O partypoker disponibiliza um bônus único para os jogadores que estão começando a jogar no site. Qualquer valor (até US$ 500) que o usuário colocar em seu primeiro depósito, ele receberá o dobro para poder jogar. Por exemplo, caso você faça um primeiro depósito de $10, o partypoker dá outros $10 para você utilizar nas mesas do site.

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SISTEMA DE RECOMPENSAS

O partypoker oferece um sistema de recompensas exclusivo para seus usuários, que é dividido em quatro categorias: Bronze, Prata, Ouro e Palladium. Para atingir uma categoria, você precisa acumular determinado número de pontos por mês. A cada $1 de rake, você ganha dois pontos. Por exemplo, ao jogar um torneio de $22 — em que $20 vão para a premiação e $2 correspondem à taxa administrativa do site (rake) —, você acumula quatro pontos. Os pontos podem ser trocados por entradas de torneios (tíquetes) ou por dinheiro. BRONZE – 0 ponto/mês Recompensas: tíquetes de até $22 PRATA – 50 pontos/mês Recompensas: tíquetes de até $109 OURO – 750 pontos/mês Recompensas: tíquetes de até $530 e até $100 em dinheiro. PALLADIUM – 2.000 pontos/mês Recompensas: tíquetes de até $1.000 e até $500 em dinheiro.

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MISSÕES

No partypoker, o jogador ainda tem a opção de realizar “Missões”. As missões dão ao usuário objetivos que o desafiam a experimentar novas coisas e aprimorar o próprio jogo. Mas não existem obrigação. É possível completá-las em um ritmo tranquilo. Mas aprimorar as suas habilidades no poker é apenas um dos benefícios aqui. O partypoker dá recompensas extras para cada missão concluída, que incluem tíquetes para torneios, dinheiro, bônus etc. Para escolher uma missão, basta entrar em “Missions”, depois clicar em “Overview” e encontrar uma Missão que você goste. As missões que você pode iniciar terão um ícone “jogar” (play) ao lado. Missões com um ícone de cadeado estão bloqueadas. Para liberá-las é preciso cumprir algum tipo de missão antes. Depois de começar uma missão, o jogador ainda tem a opção de pausar a mesma e começar uma outra.

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TORNEIOS

O partypoker conta com uma das melhores grades de torneio da internet, atendendo jogadores de todos os limites, dos mais baixos até aqueles que gostam apenas de high rollers. Múltiplas Fases Nos torneios de múltiplas fases, você pode jogar um evento de até US$ 250.000 garantidos. Esses torneios consistem em duas fases. As Fases 1 estão disponíveis ao longo da semana e se você durar 16 níveis, se classifica para a Fase Final, que acontece no domingo. Se for eliminado, basta tentar novamente — você pode jogar a Fase 1 quantas vezes quiser. Caso se classifique e não esteja satisfeito com seu stack, você pode se classificar novamente e levar seu melhor stack para o Fase Final. Com buy-ins entre US$ 5,50 e US$ 109 e torneios de segunda a domingo, eventos de múltiplas fases lhe dão a chance de pagar pouco para tentar ganhar muito dinheiro.

Nível

Fase 1

Fase 1

Fase Final (Domingo)

BUY-IN

Premiação Garantida

Peso Pena (Featherweight)

Segunda a sábado (a cada 2 horas, das 14h às 4h)

Domingo (a cada hora, das 10h às 17h)

Às 18h30

$5,50

$50.000

Peso Médio (Middleweight)

Segunda a sábado (a cada 2 horas, das 14h às 4h)

Domingo (a cada hora, das 10h às 17h)

Às 18h30

$22

$100.000

Peso Pesado (Heavyweight)

Segunda a sábado (a cada 2 horas, das 16h às 2h)

Domingo (a cada 2 horas, das 10h às 16h e também às 16h)

Às 18h30

$109

$250.000

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Torneios PESO PENA (Featherweight)

O partypoker trabalha com três frentes de buy-in em seus torneios regulares, classificadas em: Peso Pena (Featherweight), Peso Médio (Middleweight) e Peso Pesado (Heavyweight). Além dos torneios de múltiplas fases, existem também aqueles de fase única, mais conhecidos pelo público. No Peso Pena, você encontrará mais de 170 torneios com buy-ins de $5,50 a $11. O principal deles é o The Jab, um torneio diário de $5,5 com premiação garantida de $7.500, de segunda a sábado, e de $10.000 aos domingos. Você pode jogar os torneios Peso Pena diariamente entre 10h e meia-noite.

Torneios Peso Médio (Middleweight)

Entre os Pesos Médios são oferecidos mais de 230 torneios semanais, com entradas entre $22 e $55, sendo mais de US$ 850 garantidos pelo partypoker. O The Contender, com buy-in de apenas $22, garante $15.000, de segunda a sábado, e $25 mil aos domingos. Já o The Cournterpunch tem buy-in de $55 e premiação garantida de $7.500. Ele também acontece diariamente. Você pode jogar os torneios Peso Médio todos os dias de 6h às 4h.

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Torneios Peso Pesado (Heavyweight)

Com mais de US$ 1 milhão distribuídos durante a semana, os mais de 60 torneios Peso Pesado do partypoker têm buy-in entre $109 e $215. Carro-chefe da categoria, o Title Fight ocorre aos domingos, às 19h. Com buy-in de $215, o Title Fight tem premiação garantida progressiva. Começando em $300.000 garantidos, toda vez que o garantido for batido, o partypoker aumentará em US$ 25.000 a premiação garantida da próxima semana. O Title Fight ainda possui a melhor estrutura da internet, com stack inicial de 30.000 fichas e subida de blinds a cada 20 minutos. Por quase metade do preço do Title Fight, você pode jogar o Main Event. Com buy-in de $109, o Main Event é jogado também aos domingos, às 19h, e tem premiação garantida de US$ 150.000. Por fim, o Uppercut e o Weigh-In. Enquanto o Uppercut ocorre de segunda a sábado, com buy-in de $109 e garantido de US$ 50.000, o Weigh-In é um torneio diário. Com entrada também de $109, ele tem premiação garantida de US$ 25.000 todos os dias, exceto aos domingos, quando esse valor sobe para US$ 50.000. Os torneios Peso Pesado podem ser jogados diariamente entre 10h e 1h.

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High Rollers

Para quem gosta de jogos ainda mais caros, o partypoker oferece mais de 20 high rollers semanais, que distribuem mais de um milhão de dólares. Os valores das entradas variam entre $530 e $2.600. Confira a grade:

Data*

Buy-in

Garantido

Domingo (15h)

$530

$150.000

Domingo (13h)

$530

$100.000

Domingo (18h)

$530

$25.000

Domingo (15h)

$2.600

$100.000

Segunda-feira, quarta-feira, quinta-feira e sábado (15h)

$530

$50.000

Segunda-feira a Sábado (17h)

$530 (Turbo)

$20.000

Segunda-feira a Sábado (13h)

$530

$20.000

Terça-Feira (15h)

$530

$20.000

Terça-Feira (15h)

$530

$100.000

*Sujeito a alterações

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THE BOOK IS ON THE TABLE

A “Arte da Guerra”, o livro clássico do general chinês Sun Tzu, tem servido de inspiração para reis e guerreiros há vários séculos. Nos tempos modernos, homens de negócios e atletas têm usado esse conhecimento para conseguir vantagens diante dos competidores. Agora, o renomado autor David Apostolico revela a interessante aplicação de “A Arte da Guerra” aos torneios de poker. Ele extrai passagens e princípios chave que irão lhe mostrar como jogar como um general — atacando as fraquezas dos seus oponentes, encontrando as suas próprias forças e sabendo quando e como atacar. Para vencer torneios de poker é necessário mais do que o domínio da estratégia básica. É preciso equilibrar dois objetivos: acumular fichas e sobreviver. Apostolico mostra como aperfeiçoar essas habilidades e aplicar outros fundamentos da filosofia de Sun Tzu. Assim como na guerra, organização e disciplina são atributos importantes. Seja você um jogador recreativo ou um profissional buscando aperfeiçoar o seu jogo, “O Poker e A Arte da Guerra” é um passo essencial na jornada para a vitória.

VI – Pontos Fracos e Pontos Fortes

(p. 105)

Em geral, o exército que primeiro ocupar o campo de batalha para esperar o inimigo, estará descansado para o combate; aquele que chega mais tarde e se precipita para entrar na batalha, estará exausto. Em torneios de no-limit hold’em, o primeiro a agir coloca os oponentes na defensiva e, consequentemente, tem a vantagem. Isso é especialmente verdade nos níveis mais altos e se você estiver jogando short-handed. Quanto maior a aposta, maior a pressão sobre o seu oponente. Quando você entrar de all-in primeiro, tem duas chances de vencer: o seu oponente pode desistir ou você terminar com a melhor mão. Quando você pagar uma aposta all-in, tem apenas uma chance de vencer. Você precisa ter a melhor mão. A decisão de pagar um all-in é mais difícil do que a decisão de entrar de all-in. Assim, o guerreiro inteligente impõe a sua vontade ao inimigo, mas não permite que o inimigo imponha a dele. Se você tiver o controle do seu jogo e puder ditar os termos da partida, jogará com força máxima, enquanto os seus oponentes terão força mínima. Se você for o primeiro a falar e estiver disposto a dar um call, aposte. Quando você jogar com força em vez de fraqueza, impõe a sua vontade ao seu oponente e tem a vantagem. Por exemplo, digamos

que você esteja no big blind com 8♣9♥, e haja um pagador antes do flop. O flop vem 6♦9♦10♠. Você não sabe, mas o seu oponente tem K♣Q♦, dando a ele um straight draw na gaveta e duas overcards. Se você apostar primeiro, o seu oponente lhe colocará com mão melhor, e pode pagar ou não dependendo das circunstâncias, pois ele tem vários outs. Se o turn não o ajudar e você continuar apostando, fica mais difícil para ele pagar. Finalmente, se o river não o ajudar e você continuar apostando, ele não terá outra escolha a não ser dar fold (ou tentar um blefe). Ao apostar, você o mantém na defensiva, fazendo com que ele precise decidir, todas as vezes, se deve desistir ou pagar pela oportunidade de completar o draw. Agora suponha que, depois do flop, em vez de apostar, você conclua que com um par médio e um straight draw você tem uma mão razoável, mas talvez não a mais forte, e resolva pedir mesa. O seu oponente aposta imediatamente, e agora você fica na defensiva. Você é quem tem que decidir se vale a pena pagar ou se o seu oponente tem uma mão melhor. Mesmo que em ambas as hipóteses o valor seja o mesmo. Você está em uma posição muito superior na primeira hipótese, na qual apostou primeiro. Você tem muito mais chances de levar o pote caso o seu oponente não melhore. Na segunda hipótese, você enfrenta algumas decisões bem difíceis se não

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melhorar. Se uma carta assustadora, como um ás ou uma terceira carta de ouros surgir no turn, você provavelmente terá que desistir diante de uma aposta do seu oponente, ainda que a carta aberta não o tenha ajudado. Mantendo as vantagens, ele pode fazer com que o inimigo se aproxime por sua própria vontade; ou, ao causar danos, ele pode fazer com que seja impossível que o inimigo se aproxime. Se você quiser o seu oponente no pote, torne-o atrativo para ele. Se quiser que ele desista, torne-o assustador para ele. Dessa forma, se o inimigo estiver descansando, fustigue-o. Se o seu oponente estiver jogando de forma muito tight, seja agressivo e tire proveito para ganhar os potes. [...] se bem abastecido de provisões, faça-o ficar faminto. Se você estiver jogando com um grande stack contra um muito menor do seu oponente, não dê a ele oportunidade de dobrar. Ataque-o quando ele estiver vulnerável. Deixe que ele morra de fome ao ser engolido pelos blinds. [...] se acampado silenciosamente, obrigue-o a mover-se. Se você estiver em um pote com uma mão que queira jogar, mas não tiver certeza sobre as intenções do seu oponente, faça uma aposta ou raise grande o suficiente para determinar uma reação dele. Se ele desistir, você leva o pote ali mesmo. Se ele pagar, você saberá que ele tem uma mão razoável. Se ele der reraise, você deve decidir se vale a pena jogar com a sua mão em um pote que agora sabe que será caro. Apareça em posições que o inimigo deva apressar-se para defender; marche com velocidade para lugares onde não for esperado. Ataque o seu oponente não apenas quando ele estiver fraco, mas também vulnerável. Se ele lhe der a oportunidade de ser o agressor, tire proveito para colocá-lo na defensiva. Se você estiver mano a mano contra o big blind, e ele pedir mesa depois do flop, vá em frente e aposte mesmo que o flop não tenha lhe ajudado. Coloque-o na defensiva e o obrigue a tomar decisões difíceis.

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TÍTULO: O POKER E A ARTE DA GUERRA – AS ESTRATÉGIAS DE SUN TZU APLICADAS AO JOGO (Tournament Poker and The Art of War) AUTOR: David Apostolico NÚMERO DE PÁGINAS: 210 PREÇO: R$ 69,90 DISPONÍVEL EM: www.raiseeditora.com


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