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POKER

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O maior erro dos amadores LAGs vencem?


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SUMÁRIO ED MILLER

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AGRESSIVIDADE PARA VENCER

Ed Miller revela porque os jogadores loose-agreesives (LAGs) tendem a ganhar mais no poker.

FÁBIO MARITAN

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ESPECIAL 26. DECANO DO POKER Entrevista exclusiva com o mais novo brasileiro campeão mundial de poker, Thiago Nishijima.

BOLA NA TRAVE NÃO ALTERA O PLACAR

“F1oba” fala sobre o fator “quase”, que está presente diariamente na rotina dos milhões de profissionais de poker espalhados pelo mundo. JOGOS MENTAIS

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É TUDO UMA QUESTÃO DE STACK

Com Chris Moorman, Brian Hastings e Chris Wallace.

JONATHAN LITTLE

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E MAIS 52. CARD CLUB Clubes de poker.

O MAIOR ERRO QUE OS AMADORES PODEM COMETER

Após a última WSOP, Jonathan Little descobriu uma grande falha que a maioria dos amadores comete com frequência.

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ESTRATÉGIAS AVANÇADAS PARA TORNEIOS SIT ‘N G

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Por Ed Miller


Ed Miller é uma das maiores autoridades mundiais em teoria do poker. Ele é instrutor do stoxpoker.com

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AGs vencem. Nem todos eles, é claro. Mas se você assistir aos jogos no-limit hold’em de $5-$10 ou $10-$20, há uma boa chance de o melhor jogador da mesa adotar um estilo LAG. Loose-aggressive, ou LAG, é alguém caracterizado por jogar muitas mãos — algumas de forma errada — e apostarem bastante pós-flop. Na maioria das vezes, esse estilo vence — e vence mais rápido que qualquer outro. Mas veja bem. Esse não é um estilo perfeito. Na verdade, se você adaptar a sua estratégia, você poderá batê-lo facilmente. A razão pela qual o estilo LAG ganha é porque ele explora a forma “sólida” como a maioria dos jogadores aprendeu a jogar.

Ed Miller @edmillerauthor notedpokerauthority.com

Agredindo pós-flop A chave para um estilo LAG não é a parte loose, mas a parte agressiva. Não é agressividade cega, mas algo pensado, principalmente em bordos que jogadores normais cometem erros. Um jogador típico veria uma mão como A-10 em um bordo 8-8-5 apenas como um Ás-high, mas veria A-5 como dois pares. Quando o LAG faz uma aposta com A-10, ele sabe que o valor da mão converge com a do A-5, e ambas se tornam “bluff catchers” (pega blefes). É um erro jogar as duas mão de maneira diferente só porque elas não estão nos mesmos lugares na tabela de mãos. Muitos jogadores também colocam uma enorme distância entre um top pair e um par do meio. Em um flop J-10-4, Q-J tem o top

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pair, mas Q-10, não. Isso, é claro, em alguns cenários do jogo, principalmente contra um jogador loose-aggressive, as duas mãos possuem o mesmo valor. É nas mãos marginais que os LAGs constroem o seu lucro. Eles fazem uma 3-bet pré-flop, então apostam metade do pote no flop e novamente no turn. Como um déjà vu, eles assistem seus oponentes desistirem de qualquer coisa que não seja pela menos um top pair. Por exemplo, em um flop 8-8-5, os LAGs sabem que os seus adversários, muitas vezes, pagaram a aposta no flop com um Ás, um Rei e até uma Dama, mas que não continuarão na mão, no turn, diante de uma nova aposta (a não ser que acertem algo).

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Imagem de maníaco LAGs podem jogar soltos no pré-flop porque geralmente eles puxarão o pote no turn ou no river. Se os adversários estão dando fold, eles não precisam acertar boas mãos com frequência, basta apostar nos bordos certos. No entanto, um dos grandes bônus do loose-aggressive é que ele cria uma imagem de maníaco na mesa. Isso faz com que os jogadores tentem pegá-los blefando em situações que claramente eles estão apostando por valor.

Por exemplo, um LAG abre raise de $30, a três posições do button (BTN), em um jogo de $5-$10. O BTN e o big blind pagam. Há $95 no pote e eles têm $2.000 pra trás. O flop vem A♥7♣4♥. O big dá mesa, e o LAG aposta $90. O BTN dá fold, mas o big dá o call. O turn é um 8♦. O big sai atirando $150 em um pote de $275. O LAG reaumenta para $450. O big dá call. O river é um 4♦. O big pede mesa, e o LAG empurra all-in de $1.460 em um pote de $1.175.


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Típicos LAGs, que jogam $5-$10, não estariam blefando contra um amador nessa situação. O big blind, ao que tudo indica, tem um Ás. Ele dá check-call no flop, sai apostando no turn e paga o raise. Ao pagar o raise no turn, com uma mão como A-J, é típico do jogador recreativo também pagar o all-in de um LAG no river. “Esse cara não vai parar de apostar. Se eu pagar este raise no turn, tenho que estar preparado para pagar um possível all-in no river”, esse é o pensamento geral. Mas o bom LAG conhece bem essa dinâmica e mesmo que ele esteja blefando em alguns turns, quando ele vai all-in river, dificilmente ele terá algo pior que A-Q. Então, pagar com A-J é um jogada terrível. Derrotando o LAG Como eu disse no início do artigo, derrotar um LAG é simples, desde que você adeque a sua estratégia para fazer isso. O

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primeiro passo é jogar com um range de mãos menor pré-flop, ou seja, fique mais tight. Quando você joga mais mãos fortes contra os LAGs, você já começa em vantagem para puxar o pote. O segundo passo é olhar o que o tamanho das apostas do adversário estão tentando lhe dizer. Em cash games, quando estão blefando, LAGs tentam puxar o pote com apostas pequenas no flop e no turn. No entanto, quando eles querem usar sua imagem maníaca, eles tendem a apostar alto, como se quisessem lhe expulsar do flop. O terceiro passo é pensar o que sua mão pode representar para um LAG. Por exemplo, o flop vem K-7-6 e você dá check-call na aposta do oponente. O turn é um Nove, e você dá check-call mais uma vez. O LAG sabe que há chances de você ter um K, mas também um Dez ou um Oito. No entanto, seu range de call no turn deve incluir mãos que tenha Seis, Setes e Noves. Por quê? Veja bem, se uma Dama aparece no river e ele aposta, você deve considerar dar

call com quase qualquer mão que tenha pareado. A aposta do LAG no river significa duas coisas: ou ele pode derrotar um Rei forte ou ele está blefando. Sabendo que há chances de estar perdendo para um Rei, ele jamais apostaria com uma Dama ou outra mão de valor fraco ou médio, ele simplesmente daria mesa e torceria para você mostrar algo pior. Considerações finais Jogadores LAGs dependem de ganhar um percentual alto de mãos para terem lucro. Eles precisam fazer com que seus adversários deem folds ruins em alguns tipos de bordos. Então, se você quer vencer um LAG, siga a cartilha: jogue tight, não desista facilmente para apostas pequenas, evite entrar em guerras de raises e reraises. No final das contas, você ganhará fichas dando corda para que o próprio LAG se enforque.


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Por Fá bio “F1o ba” Ma ritan

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Fábio “f1oba” @f1oba

Fábio Maritan é jogador e instrutor do Samba Poker Team. Ele possui mais R$ 1,8 milhão em prêmios apenas no PokerStars.

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o poker profissional é rotineiro articular aquela bela jogada e ao chutar para o gol ver a bola explodir na trave. Sentir na pele o que é estar tão perto e tão longe de um resultado de forte impacto, capaz de verdadeiras revoluções na vida do jogador. Pois é, bola na trave não altera mesmo o placar e a trave pode trazer desde um mamão até uma pesada feijoada para o estômago digerir, dependendo do quão preparado aquele jogador está. Primeiro de tudo, é fato que só bate na trave quem chuta a gol. Enquanto


alguns estão decidindo partidas, outros nem mesmo são relacionados para tal. Nada mais próximo do gol do que a trave. Então, a primeira reflexão é entender que o acúmulo de traves é o indicador de bom caminho, faltando detalhes para a excelência. Detalhes que muitas vezes significam apenas persistir e se dedicar mais e mais. A parte mais complicada, com certeza, é ter sangue de barata para a persistência que o poker exige. Não é fácil

ver seu castelo de fichas tão arduamente construído desmoronar em segundos. Os momentos imediatos a qualquer eliminação são os mais doloridos, porém a resiliência do bom profissional logo o deixa apto para uma nova batalha. E assim todos os dias. Questionamentos acerca das decisões tomadas também são comuns. A complexidade do jogo em si, no que tange a infinidade de ações e variáveis utilizadas, faz com que cada eliminação traga uma nova página no livro de aprendizado. E é

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assim que deve ser. O que não adianta mesmo é o livro não poder ser consultado pois está sempre encharcado de lágrimas. Outro ponto importante para digerir os efeitos de bater na trave é fugir de parâmetros que não agregam, focando a evolução apenas em si. Como assim? No poker, coexistem os mais diferentes tipos de jogadores — e isso se assemelha em partes com o ambiente futebolístico. Tem aqueles que fazem gols com boa frequência ao longo do ano, os que de estreia fizeram o gol mais importante da história do time, os que brilham na base, mas não despontam no profissional, dentre outros. O interessante é entender que tudo isso é perfeitamente normal em um cenário competitivo. O jogador mais preocupado em se comparar com os demais em detrimento do foco na própria evolução, independente de quanto tempo leve, cai numa destrutiva e desnecessária guerra de egos. No mais, para se tornar o artilheiro do campeonato, o jogador tem de se cuidar e trabalhar em alto nível para não perder a titularidade. Deve também estar em sintonia com seus companheiros de equipe. No poker, apesar de se caracterizar como atividade individual, é evidente que o jogador precisa estar cercado e diariamente conectado com suas referências para não ficar para trás. Um profissional de referência pode ajudar muito neste sentido, estreitando os caminhos e compartilhando experiências. Sem mais traves por hoje, um forte abraço e sucesso nas mesas.

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No poker, coexistem os mais diferentes tipos de jogadores — e isso se assemelha em partes com o ambiente futebolístico.


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Scott Seiver é um dos representantes desses fenômenos da nova geração do poker. Poucos anos depois de graduar-se na universidade de Brown, ele já havia conquistado um bracelete da World Series of Poker (WSOP) e o World Poker Tour (WPT) Championship de US$ 25.000. Nos últimos três anos, Seiver foi de promessa à referência dentro no poker ao vivo, principalmente devido ao seu enorme sucesso nos torneios high roller. Em 2013 e 2014, ele embolsou 3,7 e 3,8 milhões de dólares, respectivamente. Neste ano, em apenas cinco meses, já engordou sua conta em US$ 2,6 milhões. Suas sete mesas finais em 2015 o credenciaram a entrar forte na brigar pelo título de Jogador do Ano da Card Player. Com US$ 15,8 milhões em prêmios no poker ao vivo, Scott Seiver é agora o 9º jogador que mais ganhou dinheiro na história dos torneios de poker, mas, do alto dos seus 29 anos, ele quer mais — e nesta entrevista exclusiva, ele revela tudo que você quer saber sobre seu sucesso, high rollers e muitos mais.


DecanO DO POKER Thiago Decano conquista bracelete na World Series of Poker 2015 Por: Marcelo Souza Fotos e foto de capa: Antonio Abrego/pokerphotoarchive.com

Nem todos sabem que seu sobrenome é Nishijima. A maioria o conhece simplesmente pelo apelido. Apelido inspirado no personagem de Sylvester Stallone no filme Shade — Nos Bastidores do Jogo. Stallone era “The Dean”, em bom português, “O Decano”, uma lenda do jogo. Treze anos depois do lançamento de Shade, um novo decano surge no poker. Thiago Nishijima já incorporou o apelido — ou apelido se incorporou a ele. Há muito tempo, Decano não é mais escrito entre aspas, e após o merecido título na World Series of Poker, Decano também poderá ser escrito em letras minúsculas. O poker brasileiro tem agora um decano, no sentido literal da palavra. Outros terão que brigar pelo título de “melhor jogador sem bracelete do Brasil”, porque Thiago Decano agora pode ostentar em seu pulso o troféu máximo do poker mundial, ou como ele mesmo chamou: “O Oscar do poker”.

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a menor lógica, mas como meu foco era tão grande em cima do bracelete, sabendo que o grego tinha um pós-flop menos apurado do que o do Sylvia, eu preferia ir para o heads-up contra o Koutoupas.

Marcelo Souza: Você se preparou de alguma maneira diferente neste ano? Houve algum diferencial? Thiago Decano: Acredito que o fator principal é a experiência que adquiri, já são quatro ou cinco anos fazendo toda a reta da WSOP. Foi também a primeira vez que fiquei em um apartamento, não em um cassino. E teve a Marina, minha noiva, que me acompanhou com uma energia positiva única. MS: O que mudou na mesa final desta WSOP em relação às outras? TD: Dessa vez, a pressão nas minhas costas era zero. Nas outras mesas finais, até por eu me cobrar muito, eu via aquilo como se fosse um oportunidade única, o que não é verdade. Se você é um grande jogador, você chegará outras dezenas de vezes em decisões. Apesar de saber que a expectativa da torcida era gigante, só me preocupei em fazer o meu melhor. Para você ter noção, em nenhum momento, olhei a premiação. Eu não tinha ideia de quanto iria pagar o 3º, 4º ou 5º. Meu foco era apenas o bracelete. O que prova o que estou dizendo é que quando estávamos 3-handed, o Sotirios Koutoupas, com menos fichas, foi all-in contra o Jesse Sylvia e eu torci para ele ganhar. Normalmente, isso não tem

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MS: A torcida brasileira, no poker, é algo surreal. Você acha que o barulho e as provocações podem influenciar os adversários? Em certo momentos, eles perdem a paciência e cometem erros bobos contra você? TD: Sem dúvidas. De alguma forma, acaba influenciando. Nessa mesa final, em particular, eu estava em uma crescente muito grande, acertando as leituras e o baralho ajudando, e isso reflete na torcida. Então deve passar tantas coisas na cabeça dos adversários que eles acabam se sentindo obrigados a fazer algo a respeito. Acho que foi o que aconteceu com o Jesse Sylvia, ao tentar um resteal pouco comum, de K♦8♠, na mão que o eliminei. A mesma coisa com o grego. Logo na primeira 3-bet que eu dei no heads-up, que supostamente ele teria que respeitar, ele acabou indo all-in com J♥9♥, mesmo tendo um bom stack para jogar pós-flop. Eu realmente estava light e acabei dando fold, mas você vê que essa coisa da torcida começa a trazer um certo desespero aos adversários.


Foto: Carlos Monti


MS: Na mão decisiva, você optou pelo limp, algo que você praticamente não tinha feito durante todo os heads-up, principalmente segurando uma mão forte. Você já esperava o all-in dele? TD: Bom, quando heads-up começou, eu tinha uma vantagem de quase 2-para-1. Nessa mão, eu já tinha 4-para-1 de frente. Foram quase duas horas de heads-up, senti que ele já estava cansado e, de certa forma, satisfeito por chegar até ali. Ele queria que aquilo terminasse logo. Quando vi aquele A♥9♦, eu já sabia que tinha acabado antes mesmo de ele ir all-in. Realmente, dei o limp sabendo que ele só não iria all-in com uma mão muito ruim. Então, ele olhou apenas um Ás e empurrou. Para minha sorte, a outra carta era um Cinco (risos). MS: Os brasileiros brilharam em Vegas neste ano. Muitos dos grandes resultados vieram de alunos seus. Fábio Freitas e Fernando Konishi, por exemplo, estiveram perto de braceletes. Tem fórmula mágica neste coaching? TD: Bom, quando veio a ideia de dar coaching, isso começou porque havia uma demanda muito grande. Mas para que a ideia saísse do papel, duas coisas eram necessárias: ser financeiramente vantajoso para mim e o produto teria que dar resultado. Eu até brinco que eu cobro até barato, porque se o aluno for

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um cara inteligente e dedicado, não tem como o cara não se tornar um jogador lucrativo. Eu me preocupo que o aluno pense o jogo, então, não, não existe fórmula mágica. Ao final do coaching, eles acabam entendendo como funciona realmente o poker.

MS: A capa da nossa edição de abril foi sobre o Game Theory Optimal (GTO), a busca por um poker inexplorável. No Brasil, fala-se pouco sobre o assunto, mas sabemos que grandes nomes do poker mundial estudam isso a fundo, caras como Ben Sulsky, Stephen Chidwick e Mike Watson. Você acha que é possível ter uma estratégia inexplorável? TD: O grande mérito do GTO é fazer com que você evolua. Vejo vários jogadores buscarem uma solução matemática para um jogo que é completamente subjetivo. Recentemente, a Maridu falou que alguns jogadores de topo estavam estudando uma maneira de resolver o pot-limit Omaha. Como sou um cara que não masterizou o Omaha, não posso falar com propriedade, mas vi que dentro do no-limit hold’em (NLH), há gente nessa linha. Eu não acredito. As variáveis no NHL são infinitas. Falam sobre robôs dominando humanos em breve. Bem, eu digo que é mais fácil fazer com que um ser humano faça o robô errar. O poker é tão rico que você pode fazer diversas jogadas e mudanças de padrão


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para enganar até mesmo uma máquina. Para mim, o melhor caminho é aprender com cada tipo de jogador. Hoje, o padrão é abrir raise de 2,2 vezes o big blind, mas já foi de três, amanhã pode ser de cinco ou seis. O João Simão, que é um cara que eu discuto muito do jogo, há pouco tempo me falou sobre um torneio caro, com muitos caras bons, que ele simplesmente entrava de limp em 90% das mãos, segurando A-A ou 10-J. Ele deixou os caras perdidos e cravou o torneio. Mesmo os ótimos jogadores, quando você os tira da zona de conforto, eles se perdem. Então, essa é chave. Pode até ser que em jogos limit, você consiga buscar a perfeição, mas no NLH, um jogo cíclico, não consigo ver isso.

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MS: Sendo o poker um jogo tão complexo e mutante, qual o segredo para se manter sempre no topo? O que você faz para estudar o jogo e se manter em constante evolução? TD: Fico muito feliz por estar no topo há tanto tempo. Olho pra trás e vejo que são poucos os que conseguem estar sempre jogando em alto nível. A minha grande fonte de estudo hoje são os vídeos que estão disponíveis com as cartas abertas. Ali, mais do que nunca, você consegue enxergar claramente como o jogador de ponta pensa, como o jogador fraco pensa, como o jogador mediano pensa. A WSOP disponibilizou quase todos os vídeos das mesas finais. O PokerStars faz isso com os grandes torneios regulares e


com as grandes séries, como o SCOOP e o WCOOP. Se o cara quer desenvolver, ele tem que assistir aquilo ali, porque os outros estão assistindo. Só para falar dos mais recentes, já vi as mesas finais do “Negriin”, do Shaun Deeb, do Jason Mercier e quase todas do Colman. Fora essa parte dos vídeos, hoje tem dois nomes que eu estou namorando para fazer um coaching: um é o Olivier Busquet, mentor do Dan Colman; o outro é a Vanessa Selbst. Infelizmente, nesta temporada, nós estávamos em um ritmo muito intenso de jogo, tanto eu quanto eles. São dois jogadores que admiro muito e que eu tenho certeza que podem acrescentar muito no meu jogo.

MS: Quando você foi capa da Card Player, em 2011, você deu declarações fortes sobre o porquê de ter recusado patrocínios. Seu pensamento sobre o assunto mudou? TD: Hoje, vivemos em um cenário diferente daquela época. Antes, o que importava era você jogar bem. E o primeiro que percebeu que isso não bastaria, que era preciso abraçar a marca e se tornar um embaixador, foi o André Akkari. Não por acaso, ele foi o único que ficou no PokerStars, sem mencionar o Caio Pessagno, que entrou depois para o Team Online. Graças às mídias digitais, o alcance que

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a nossa palavra e imagem têm, hoje, também é muito maior. Então, a responsabilidade de representar a marca aumenta. Antigamente, você colocava um patch do Full Tilt no peito, pra não ganhar quase nada, só pra falar que era profissional do site, e isso eu não queria. Hoje, ainda tenho essa postura. Se for pra colocar uma marca na camisa, seja de uma empresa dentro ou de fora do poker, tem que ser um projeto bom, que me dê uma contrapartida à altura do que eu sei que eu posso fazer pela empresa. Se isso acontecer comigo, será uma nova etapa da minha carreira.

MS: Depois do bracelete chegaram propostas de sites até você? TD: Não teve nada — e eu já esperava por isso. Acho que hoje não tem mais essa mentalidade: “Ah, o cara ganhou o bracelete. Vamos atrás dele”. O PokerStars já tem o Akkari e o Pessagno, que fazem um trabalho brilhante, a mesma coisa o 888, com o Bruno Foster, Bruno Kawauti e Nicolau VillaLobos. Mas existiram algumas sondagens de outras empresas, de outras áreas. Se der certo, vocês vão ficar sabendo. MS: A variância é uma das grandes vilãs entre a maioria dos jogadores de poker. Você já passou por algum período assustador de perdas? TD: Na minha carreira, graças a Deus, eu nunca tive momentos em que sofri grandes perdas. Teve um ou outro período que não ganhei tanto, e isso é normal. Como o poker é um jogo cíclico, você tem que se adaptar a todo momento — e às vezes você fica um pouco pra trás. Quando estourou a

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Black Friday, tive um grande baque com o fechamento do Ultimate Bet (UB). Eu tinha US$ 250.000 naquele site e perdi tudo. Mas um dos meus grandes méritos é lidar com as derrotas. Os problemas vão surgir, mas você só tem que se preocupar com aqueles que você ainda tem gerência. No caso do UB, não tinha mais nada para fazer. O dinheiro já estava perdido. Então, bola pra frente. Eu sabia que dava para buscar aquele dinheiro de novo, trabalhando.

MS: Principalmente depois de perder muitas fichas por uma jogada teoricamente ruim do adversário, muitos jogadores costumam dizer que é melhor jogar contra um cara bom, que entende o jogo, do que contra um maluco que não tem noção do que está fazendo. O que você acha desse pensamento? TD: Isso é uma grande bobagem. Quem pensa dessa forma não está preparado para ser profissional, não tem preparo técnico para se adaptar. Você sempre vai querer jogar contra o pior jogador, sem dúvidas. Se você jogar contra os melhores, você vai perder dinheiro. O legal em enfrentar caras bons é que você aprende muito, mas, financeiramente falando, não há vantagem.


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MS: A mesa final deste ano foi apenas mais uma das dezenas que você já esteve. Houve alguma com um maior grau de dificuldade? TD: Definitivamente foi a do High Roller do UKIPT de Nottingham, que joguei em abril. Estiveram nela Bryn Kenney, Max Silver, Felix Stephensen, o argentino Iván “Negriin” Lucá, que acabou saindo com o título, dentre outros. Todos os jogadores eram muito bons e praticamente não cometiam erros. MS: Falando do “Negriin”, ele conquistou, nesta WSOP, o primeiro bracelete para a Argentina. Só neste ano foram cerca de US$ 1,5 milhão em premiações e atuações impressionantes em mesas finais. O que você poderia falar sobre o jogo dele? TD: O jogo do “Negriin” já me chamou a atenção na primeira vez que joguei com ele no High Roller de um LAPT. Ele estava à minha esquerda e passeando em cima do pessoal. A linha de jogo dele é muito diferente dos jogadores normais. Ele é uma das provas que o NLH não é um jogo finito. É um cara que você olha e percebe que ele está revolucionando o Texas Hold’em. Ele é um fenômeno. Depois que saí da mesa do LAPT, falei com os meus amigos ali: “caras, esse ‘Negriin’ é fora da curva”. Ele, claramente, tem um futuro brilhante.

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MS: E como está sua rotina de jogo hoje? TD: Eu tenho priorizado os torneios ao vivo. Depois que alguns jogadores e eu criamos uma empresa, ficou viável jogar o BSOP, mesmo com os impostos. Na minha grade, estão todos os LAPTs; no mês que vem, vou para Miami jogar o Seminole Hard Rock, que o Dan Colman ganhou ano passado; e também vou para a WSOP Europa, em Berlim, no final do ano. Online, tenho focado apenas nos maiores torneios, os de domingo e o Super Tuesday de terça-feira. Quando as grandes séries começam, o SCOOP e o WCOOP, eu foco no PokerStars. MS: Falando em grandes séries, no WCOOP do ano passado, o Yuri “theNERDguy” Martins ganhou mais de US$ 700.000 no evento principal, a maior premiação da história do poker online brasileiro. Na época, muitas pessoas o criticaram por fazer um acordo quando ainda restavam seis jogadores, mesmo com o acordo garantindo cerca de US$ 500.000 a mais para ele. O que você pensa sobre acordos? TD: Eu acho que cada um sabe onde aperta o calo. Minha primeira grande premiação, em 2008, no EPT, eu fiz um acordo — ainda bem, porque na mão seguinte eu caí de

A-A para Q-Q (risos). Existem alguns pontos a serem observados quando vamos costurar um acordo. O primeiro é a diferença técnica entre os jogadores. Se você for muito melhor, ou você faz um acordo muito bom para você ou então vai para o jogo. Não importa o valor. O segundo ponto são as posições na mesa. O simples fato de cair um cara muito bom à sua esquerda já torna um acordo uma coisa atrativa. O último ponto é o seu objetivo. No caso da minha mesa final, eu jamais faria o acordo, porque eu queria o bracelete, a parte financeira estava em segundo plano. Se eu fizesse um acordo, eu tiraria o peso do salto de premiação dos outros caras, que é uma vantagem considerável. No caso do Yuri, no WCOOP, o título é importante, mas a parte financeira é muito mais. No lugar dele, eu também faria. Enfim, as críticas que ele recebeu, na minha opinião, foram completamente desnecessárias.

MS: Para finalizar, suas palavras sobre o título histórico. TD: Eu só tenho a agradecer a toda torcida brasileira, seja aqueles que estavam ali, presencialmente, ou à galera que me acompanhou pela internet. Ganhar o bracelete foi incrível. Para mim, foi como levar um Oscar, e eu vou ser eternamente grato por aquele momento.


Evento #38 da WSOP 2015 Buy-in: US$ 3.000 Modalidade: No-Limit Texas Hold’em Inscritos: 989 Prize Pool: US$ 2.699.970 Campeão: Thiago Decano (US$ 546.843) cardplayerbr

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é tudo UMA QUESTÃO

DE STACK Com Brian Hastings, Chris Moorman e Chris Wallace

Diferentes pontos de vistas, uma mesma situação. A complexidade do poker impressa em algumas páginas. Nesta edição, as nuances de um fator fundamental para a dinâmica de qualquer mão: os stacks.

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Chris Moorman

Chris Wallace

Brian Hastings

Um dos maiores nomes do poker moderno, Moorman venceu o WPT LA Classic 2014 e é também o jogador que mais acumula premiações no poker online, cerca de US$ 12 milhões. Ao vivo, ele já ganhou mais de US$ 4 milhões. Ele também é autor de um dos livros mais populares da atualidade: “Moorman’s Book of Poker”, ainda sem tradução no Brasil.

Dono de um bracelete da WSOP, ele é embaixador da Blue Shark Optics, marca de óculos para jogadores de poker, e representante da truBrain, suplemento que promete lhe dar acesso ao melhor da sua capacidade mental. Ele é dono do blog foxpoker.com e faz vídeos de treinamento para o site de Phil Ivey, o IveyLeague.com.

Envolvido recentemente em um escândalo de múltiplas contas no PokerStars, Hastings vive do poker desde os 16 anos. Ficou mundialmente conhecido depois de ganhar, em apenas um dia, US$ 4,18 milhões de “Isildur1” no Full Tilt Poker. A façanha aconteceu em 2009 e é um recorde do poker online.


Quando temos um stack grande, o que devemos observar em relação aos outros stacks da mesa antes de abrir um pote? Chris Moorman: Em uma mesa final, por exemplo, uma coisa importante a se considerar é onde os outros stacks grandes estão posicionados. Por exemplo, se há apenas um outro jogador com muitas fichas e ele está no small blind (SB), então você deve abrir raise com muito mais mãos do que se ele estivesse no ou em posição contra você. Os stacks menores, geralmente, ficarão relutantes em contestar seus raises. Se eles estiverem cientes do ICM (Independent Chip Model), eles serão obrigados a jogarem com um range mais tight de mãos. Também é preciso ficar atento a quem possui stacks de re-steal (entre 12 e 22 big blinds). Se você está no cutoff e os blinds e o button têm stacks de re-steal, então as mãos que você pode abrir raise lucrativamente, com algumas exceções, estão bem limitadas. No entanto, se você é UTG e esses três mesmos stacks estão logo à sua esquerda, você fica muito mais protegido, já que eles têm que se preocupar com o resto da mesa e com o seu range, que, na teoria, é mais forte das posições iniciais. Outro ponto importante: quem é o big blind (BB)? Se ele defende com frequência e não gosta de largar pós-flop, você deve abrir com um range mais tight. Mas isso não quer dizer que você não aumentará com suited connectors, por exemplo. Esse tipo de mão joga melhor pós-flop do que alguns Ases fracos, por exemplo.

Chris Wallace: Primeiro é preciso analisar os outros stacks e saber pensar à frente. Acelerar e frear nos momentos certos. Você não pode perder grandes potes com mãos fracas. Às vezes, você se encontra em uma situação difícil simplesmente porque abriu raise com uma mão que não deveria. Vamos a um exemplo. Você está “passeando” contra seus adversários e recebe 7♦5♦ no meio da mesa. Você abre raise, e o BB faz uma pequena 3-bet. Você dá call. O flop lhe dá o top pair. O BB faz uma nova aposta, e você paga. O turn é Valete, e ele vai all-in com seus últimos 8 big blinds. Bem, você está comprometido com o pote e dá call para ver ele apresentar um overpair ou A-J. Você acaba de comprometer 20 big blinds ou mais com 7-5. Pensar à frente também envolve saber quem irá empurrar all-in pré-flop diante dos seus aumentos. Se há muitos jogadores com stacks entre 12 e 22 big blinds, abrir raise com mãos marginais pode significar um certo desperdício de fichas e o crescimento dos outros jogadores. Veja bem, se o BB tem 14 big blinds, é alguém agressivo e entende o conceito de re-steal e de fold equity, então abrir raise com A-10 pode ser muito lucrativo, já que estaremos bem à frente do seu range de re-steal. Mas o se o BB é um jogador fraco que apenas dá call para ver flops, então as mãos especulativas, como suited connectors e Ases fracos, também poderão ser jogadas lucrativamente.

Brian Hastings: A coisa mais importante é estar atento aos stacks que podem lhe eliminar. A menos que os stacks maiores que o seu não estejam explorando o resto da mesa, você deve jogar mais tight. Não é aconselhável se envolver com eles. Nessa situação, arriscar uma parte considerável do seu stack ou todo ele, em uma só mão, não é ruim, a não ser que você tenha uma larga equidade. De outra a forma, as fichas que você ganha valem muito menos do que as que você perde ou pode perder. Outro ponto é ficar atento aos stacks menores que podem ir para o re-steal. Isso tira totalmente a nossa vantagem de termos um stack saudável. A exceção é no período da bolha, quando os shorts ficam realmente tights e só irão all-in com mãos fortes. Com shorts por falar, eu evitarei de abrir pares pequenos e suited connectors, já que esses tipos de mãos não bloqueiam possíveis combos de re-steal. É melhor abrir raise com K♦J♣ e A♠8♦, por exemplo, a abrir com 10♥9♥ ou 4-4. Contra stacks médios, o oposto é verdadeiro. Eu não posso defender um K♦J♣ ou um A♠8♦ contra uma 3-bet (aplicar um 4-bet é uma opção; dar call, não), mas com 10♥9♥ ou 4-4, posso pagar e seguir em frente em flops favoráveis.

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Você está em uma mesa final, mas com poucas fichas. Há um outro jogador menor do que você. Qual é o seu plano, além de esperar uma mão monstro? Chris Moorman: Bem, estarei prestando bastante atenção com que frequência as pessoas estão abrindo raise quando a ação roda em fold, então poderei explorar, indo all-in com mãos mais fracas, quem está aumentando com um range bem amplo de mãos. Nos dias de hoje, você tem equidade de fold com 10 big blinds, já que as pessoas ficam relutantes em dobrar jogadores que estão a suas esquerdas. No entanto, para o re-steal ser bom é preciso que acha o menor número de pessoas possível à sua esquerda. Isso diminuirá as chances de você bater frente com uma mão forte. O re-steal é extremamente lucrativo quando usando corretamente e acrescentará uma quantidade de fichas considerável ao seu stack. Mas lembrem-se: é importante escolher mãos que tenham equidade decente, para o caso de lhe pagarem. Bons exemplos de mãos para esse tipo de jogada são os Ases naipados, os suited connectors e as Broadways. Atualmente, com poucas fichas, está bem mais complicado roubar os blinds do que há alguns anos. Isso porque as pessoas estão defendendo os blinds com uma frequência bem grande. Então, com poucas fichas, pode ser complicado empurrar um oponente para fora da mão no pós-flop. Chris Wallace: O erro mais comum que vejo é jogar fora seu stack de uma maneira inapropriada. Você deve esperar por uma boa situação e agarrá-la. Você não deve perdê-la. “Espere uma boa oportunidade. Não entre em pânico”. Muitas pessoas interpretam mal essa frase e acabam perdendo boas oportunidades de roubar os blinds. Aprenda como jogar em push/fold. Você

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precisa acumular fichas para sobreviver, caso contrário, quando conseguir dobrar, ainda estará short. “Você precisa conseguir algumas fichas ou então sucumbirá pelos blinds em poucas órbitas”. Novamente, cuidado com a interpretação. Se você colocar suas fichas no meio da mesa na hora errada, além de ser eliminado, você poderá perder muito valor devido ao ICM. O que eu digo é: considere cada situação, cada mão e, aí sim, coloque suas fichas no melhor momento. Você deve analisar fatores como o tamanho do pote, o range dos adversários, como a dobrada irá lhe favorecer etc. A mesa final é o lugar em que você mais fará dinheiro no poker. Então, é extremamente importante não errar. Brian Hastings: Meu plano básico é esperar por uma mão grande. Mas se tenho que ir para o re-steal e achar uma boa oportunidade (A♠10♠ versus um raise do button que tem 18 big blinds), não ficarei com receio. Algumas vezes, também gosto de dar flat calls e entrar de limp. Tenho entrado de limp do UTG e do UTG+1 quando estou short. E, atualmente, levando em consideração o tamanho dos raises, muitas vezes, terei odds mais do que suficientes para defender o BB, mesmo short. Basicamente, irei jogar tight e tentar não me colocar em risco antes do outro short cair. Os saltos de premiação na mesa final são altos, portanto, colocar-se em perigo nas situações erradas, lhe custará muito dinheiro no longo prazo.


OS MELHORES BARALHOS DO MUNDO

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O MAIOR ERRO

QUE OS AMADORES

PODEM COMETER Por Jonathan Lit tle

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ste ar tigo é inspirad o no erro mais adversários dando fol comum que vi mu d para esse jogador, itos jogadores tor nando quase impo recreativos cometer ssível para que ele em du ran te a ex traia valor signifi WSOP 2015. A ma cativo com suas mã ioria destes jogadore os s for tes. Se você só ga sequer percebem nhar potes pequenos que estão cometen do com essas mãos, en este erro. É algo dif tão será difícil bater ícil de perceber, espe o jogo no longo pra zo cialmente para aq . ueles que jogam em limites médios ou Em vez de reaumen baixo, em que quas tar apenas com e mãos for tes, você de todos apresentam ve fazer isso com um esta falha. Uma ve z range de mãos ma que os amadores is amplo, baseado se tornarem conscie na nmaneira como você tes disso, eles se espera que seu op rão instantaneame onte nente reaja. Se você capa zes de melhorar acha que ele dará ca as suas estratégias ll , com mãos marginais permitindo-lhes jog — como 2-2, A-10 ar de uma forma be e m K9 —, você deve faz mais lucrativa. er 3-bets com seu range mais for te. Iss Grande parte dos am o não inclui apenas adores simplesA-A e A-K, mas tam mente não aplica pre bém as mãos que ssão suficiente antes podem estar domina do flop. Sua estra ndo o seu oponente: tégia é esperar pe las 9-9, A-J e K-Q, po mãos for tes e en r exemplo. Essa es tão fazer um rerais trae, tégia funciona me esperando que seus lhor contra jogadore adversários paguem s fra cegamente com qu cos que não desis alquer lixo. O result tirão por já terem acolocado fichas no po do é óbvio: te pré-flop.

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Se você espera que o seu adversário irá dar fold ou uma 4-bet (rereraise), você deve polarizar seu range de 3-bet. Ou seja, seus reaumentos devem incluir mãos muito fortes (QQ+ e A-K), e mãos que não são boas o suficiente para pagar o raise inicial do seu oponente, como A♦7♣, K♦10♠, K♥8♥ e 10♦7♦ . Ao adotar essa estratégia, seu range de call será de mãos que jogam decentemente pós-flop (A-J, K-Q e 8-7 suited). Essa estratégia funciona bem porque quando você dá um reraise com uma mão fraca, raramente você quer ver o flop. Com mãos com A-J e K-Q, normalmente você quer ver o flop, então você apenas paga. No entanto, se você espera que seu oponente só aumentará com as chamadas “premium hands”, o que acontece muito em torneios mais baratos, então você também só deve dar reraise com mãos muito fortes. Não há razão para blefar. Na maioria das vezes, você falhará. Por exemplo, o jogador que abriu raise do UTG é conhecido por ser extremamente tight, contra ele, se você fizer uma 3-bet com algo como A-Q ou 10-10 e ele continuar na mão, então você estará em maus lençóis depois do flop. Mas se ele der fold, então você blefou seu A-Q ou 10-10. Sua intenção com mãos boas,

não é fazer seu oponente desistir. Então, apenas dê call e jogue o pós-flop. Contra esse tipo de jogador, seu range de 3-bet deve ser A-A, K-K, Q-Q e A-K suited. Se você acha que aplicar reraises com mãos marginais e blefar é muito arriscado, então procure outro jogo. Para se ter sucesso no poker, você tem que roubar potes que não pertencem a você, principalmente nos limites baixos e médios. Caso se sente à mesa esperando que alguém derrame as fichas sobre seu colo, você será engolido pelos blinds na maioria das vezes. Tome as rédeas da situação e não deixe seu destino na mão do baralho. É assim que se joga poker.

Jonathan Little Jonathan Little joga profissionalmente há quase 10 anos. Ele tem dois títulos do WPT e já ganhou mais de US$ 6 milhões em torneios ao vivo.

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2ª Edição


THE BOOK IS ON THE TABLE

Grande parte dos melhores jogadores de poker começaram no Sit and Go (SNG). Antes de migrarem para os torneios, nomes como Fábio Eiji e Caio Pessagno dominaram a mecânica dos SNGs. Nos princípios dos SNGs estão as ferramentas para moldar um profissional, e neste livro, do especialista da modalidade Colin Moshman, você as encontra. Por que ganhar fichas é diferente de ganhar dinheiro? Por que os ranges de mãos mudam tão significativamente de acordo com as fases de um SNG? Qual a importância de um software de análise? Essas e outras perguntas são respondidas em Estratégias Avançadas Para Torneios Sit ‘N Go, o caminho mais rápido para se tornar lucrativo nessa modalidade e corrigir as mais variadas falhas do seu jogo.

CAPÍTULO 3 - Jogo Com Blinds Altos (p. 117) Introdução À medida que a mesa fica com menos jogadores e os blinds aumentam, você terá que jogar mais mãos e ser muito agressivo. Há também menos espaço para criatividade. Enquanto há formas alternativas para jogar várias mãos com blinds médios e baixos, o jogo com blinds altos geralmente tem poucas opções: comprometa todas as suas fichas se, fazendo isso, você aumentar sua equidade; ou dê fold. Isso porque a menos que você e os jogadores restantes tenham stacks altos, raises pequenos costumam precisar de tantas fichas que eles lhe deixam comprometido com o pote caso o oponente dê call ou raise. Quando deve dar fold? Quando deve empurrar? E quando tentar uma jogada diferente? Essas são as perguntas que responderemos neste capítulo, “Jogo com Blinds Altos”, e tudo começa com um princípio chave.

Estratégia com Blinds Altos O Teorema Fundamental do Jogo com Blinds Altos no Sit ‘n Go Sem mais delongas: Não se deixe ser engolido pelos blinds.

Vamos ser mais específicos. Se você tiver um stack de 3 a 5 bbs e deixar os blinds lhe alcançarem ao invés de fazer uma jogada mais cedo, então você quebrou a regra principal e deixou que os blinds lhe engolissem. O princípio fundamental por trás desse conceito é que o stack mínimo que você deve ter para dar steal nos blinds sem disputa é de 3 bbs. Mesmo esse é um número pequeno, uma vez que o big blind tem que pagar 2 bbs para completar seu raise com um pote de 4,5 bbs. Ele está, portanto, com chances melhores do que 2-para-1, e está correto em pagar com quaisquer cartas que tenham uma perspectiva positiva de cEV. É claro, você não pode presumir que seu oponente vai jogar de forma racional. Alguns irão dar fold em mãos com um raise all-in de 2 bbs (um erro, como será discutido abaixo), enquanto outros irão dar call em um empurrão de 6 bbs com um fraco Valete como carta alta. Uma suposição empírica então, é que você pode fazer com que todos deem fold com 3 bbs, mas não com menos. Esse limite mínimo de fold depende não só do(s) jogador(es) que está(ão) enfrentando o empurrão, mas dos níveis dos blinds. Por exemplo, se você sofrer uma derrota durante os blinds de t20t40, será difícil dar steal nos blinds com stack menor do que t200

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(5 bbs). No entanto, um big blind com stack baixo poderá dar fold em um raise de t800-t900 durante o jogo de t200-t400 na bolha. Então, sempre busque determinar o tamanho do stack que necessita para manter o poder de roubar blinds em sua mesa em particular, e o estágio do jogo. Se esse tamanho é diferente de 3 bbs, se ajuste. Continuando com a suposição de 3 bbs, é plausível que com um stack de mais de 5 bbs você possa deixar os blinds chegarem a você e ainda assim conseguir tentar um steal na próxima órbita. Com menos de 3 bbs, os blinds já lhe engoliram. E com 3 a 5 bbs, é necessário tomar uma atitude. Por exemplo, suponha que os blinds sejam t200-t400: Caso N° 1 – Você tem um stack de t2.000 ou mais: Se os blinds chegarem até você, sobrarão t1.400 (3,5 bbs), o suficiente para fazer uma tentativa de steal legítima na próxima órbita. Então, ao mesmo tempo em que deve aproveitar qualquer situação de equidade positiva se ela aparecer, pode deixar os blinds chegarem até você em vez de forçar uma jogada. Caso N° 2 – Você tem um stack de menos de t1.200: Nesse caso, você já foi engolido pelos blinds. Mesmo que nenhum jogador intermediário queira lhe desafiar pelo seu stack relativamente pequeno, o big blind está conseguindo odds melhores do que 2-para-1 no call. Por exemplo, se você tiver t1.000, ele precisa pagar t600 em um pote de t1.600, dando a ele chances de 8-para-3. São odds boas o suficiente para que ele tenha cEV positivo para dar call com 7♥ 2♣ mesmo que a sua mão seja A♦ K♦ Mesmo que seus oponentes não tenham conhecimentos sobre probabilidades de all-in pré-flop ou pot odds, o big blind (ou qualquer outro oponente) pode intuitivamente ver que ele tem a oportunidade de eliminar você, ganhando seu stack e os blinds, através de um investimento mínimo. Então, nesse ponto, sua vida no torneio em geral depende de uma ou mais apostas lhe beneficiarem antes que você ganhe novamente o status de desafiante. Sua equidade no torneio desaba quando você chega ao Caso N° 2, e isso deve ser evitado a todo custo. Isso nos leva ao Caso N°3.

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TÍTULO: SNG – ESTRATÉGIAS AVANÇADAS PARA TORNEIOS SIT ‘N GO – 2ª Edição (Sit’n Go Strategy – Expert Advice For Beating One-Table Poker Tournaments) AUTOR: Colin Moshman NÚMERO DE PÁGINAS: 252 PREÇO: R$ 79,90 DISPONÍVEL EM: www.raiseeditora.com


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