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POKER

ESP O RTE E ESTI LO D E VI DA

A LENDA DO LONGO PRAZO

QUANDO LARGAR PAR DE ASES

SCOOP 2016 ร DO BRASIL Conheรงa os vinte brasileiros que venceram no festival







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SUMÁRIO 14. DR. FABIANO

SAÚDE É O QUE INTERESSA Em sua estreia na revista, Dr. Fabiano mostra a importância de cuidar da saúde para manter uma alto rendimento nas atividades cotidianas, incluindo o poker, claro.

22. ANDRÉ DEXX

ESPECIAIS 28. O domínio brasileiro no SCOOP 2016

O SCOOP 2016 terminou ao som de samba. Nos feltros do PokerStars, vários brasileiros mostraram ao mundo que o Brasil também é o país do poker

A LENDA DO LONGO PRAZO Nesta edição, André Dexx explica um dos temas mais complexos e controversos do poker.

38. ED MILLER

QUANDO LARGAR PAR DE ASES Ed Miller mostra em quais situações devemos nos desapegar dos temidos pares de Ases e partirmos para outra.

48. JOGOS MENTAIS

Quatro profissionais, uma situação, diferentes pontos de vista. Na volta dos “Jogos Mentais”, veja quais são as principais falhas que os jogadores cometem ao jogar torneios.

56. DEVANIR CAMPOS

PERGUNTE AO DIRETOR DC dá dicas de como organizar o seu torneio e explica alguns conceitos importantes para o bom andamento de um jogo de poker.

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Saúde é o que interessa Por Dr. Fabiano Gênova

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aí, pessoal? Como está o grind? Todas as mãos revisadas? Vídeos com as dicas dos pros e leituras de livros e colunas em dia? Ótimo. Esse é o caminho para obter cada vez melhores resultados nos feltros. Mas alguma vez você já se preocupou em “revisar” a saúde? Não adianta buscar um bom desempenho nas mesas se não prestarmos atenção no nosso organismo. Assim como um carro, precisamos verificar com frequência se o nosso corpo está em perfeito funcionamento para não corrermos

o risco de ter aquela desagradável dor de cabeça com uma eventual “pane”. Muitas doenças, mesmo presentes, ficam imperceptíveis por anos, em um período que chamamos de fase pré-clínica. Nessa fase não há sintomas, mas alguns exames simples já são o suficiente para diagnosticá-las. Dessa necessidade de se prever algo é que surgiu a expressão check-up, uma série de exames solicitados pelos médicos. Essa prática teve início em meados dos anos 60, no auge do programa espacial

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norte-americano. Naquele período, os astronautas, antes de serem lançados ao espaço, precisavam ser avaliados com rigor para que nada de errado pudesse acontecer em plena missão espacial. Uma bateria de exames clínicos e laboratoriais eram realizados a fim de antever qualquer problema de saúde que eles apresentassem, mesmo que ausente de alterações físicas. Imagine um sério problema clínico ocorrendo com esses caras lá em cima? Todos iriam lembrar daquela famosa frase: “É melhor prevenir do que remediar”, mas já em órbita, seria muito tarde. Ainda hoje, com todas as ferramentas de comunicação e ampla divulgação de informações disponíveis, muitas pessoas nunca passaram por uma consulta médica. É estranho, mas é isso mesmo. Muitos têm como argumento a não falta de tempo para uma consulta, outros argumentam que ainda não acreditam na necessidade de realização de exames e há aqueles que relatam não disporem de serviços de saúde para diagnósticos e tratamentos médicos.

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Muitos estudos ainda apontam que os homens são aqueles que menos procuram ajuda médica quando se trata de prevenção. Machismo? Pode ser que sim, mas são eles que mais sofrem de problemas cardíacos na vida adulta e os que mais acabam procurando os serviços de saúde na fase tardia de uma doença. Sabendo disso, você, homem ou mulher, que tal procurar um médico ainda hoje? Somente esse profissional poderá prescrever uma lista de diversos exames a serem realizados para o rastreio das mais diversas doenças. Ele avaliará o seu estilo de vida, presença de hábitos noci-


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vos à sua saúde, tipo de dieta realizada, antecedentes familiares e pessoais, além de analisar a possibilidade da existência de algumas doenças presentes em seu ambiente de vida e trabalho e direcioná-lo aos principais exames com base no sexo e faixa etária. Se adquirirmos esse hábito, de exames periódicos, é possível tornar o desconhecido em conhecido. Podemos investir um pouco na busca de diagnósticos ainda não descobertos e atuar de forma eficaz para que possamos prevenir e colher os frutos posteriormente. Muito parecido com o poker, não é mesmo? Jogar contra um vilão conhecido é muito mais fácil do que contra um que você nunca ouviu falar. Todas as suas ações durante o torneio refletirão no seu resultado e os resultados serão colhidos na reta final. Afinal, você não está querendo tomar uma bad beat na sua melhor fase do jogo e muito menos na melhor fase de sua vida. Pense nisso.

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Dr. Fabiano Gênova @DrFabianoGenova

Dr. Fabiano Gênova (CRM-SP 129.224) é médico formado pela Universidade de Marília. Clínico Geral, com área de atuação em Medicina Intensiva e Reumatologia, ele joga poker há três anos.


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Presidente da CBTH apresenta palestra durante o BGC, maior feira de jogos do Brasil O objetivo foi debater o escopo da legislação para proteger o status atual dos jogos de habilidade no país

A cidade de Brasília recebeu neste mês de maio a segunda edição da maior feira de jogos do Brasil, o BGC (Brazilian Gaming Congress) que tem como intuito principal debater e partilhar as melhores práticas legislativas e regulamentares com as autoridades responsáveis por definir a potencial legislação de jogos no país. Fotos: Divulgação BCG

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Durante o congresso, o Presidente da CBTH (Confederação Brasileira de Texas Hold’em), Igor Trafane Federal, realizou uma palestra em conjunto com Gustavo Linhares, Diretor de Excelência Esportiva e Promoção de Eventos do Ministério do Esporte. Em pauta, a definição do escopo da legislação para proteger o status atual dos jogos de habilidade no Brasil. Durante cerca de 30 minutos, os dois puderam apresentar e debater junto ao público presente temas: como jogos de habilidade e qual o seu estatuto jurídico atual, como os jogos de habilidade evoluíram durante os períodos de proibição do jogo no Brasil e como isso impacta na legislação. Por fim, a certificação da linguagem correta que deve ser usada para as definições de jogos versus jogos de azar nos projetos de lei considerados.

Me sinto lisonjeado em poder fazer parte de um evento tão grandioso como é o BGC e poder formar uma parceria com o Gustavo para debatermos assuntos relacionados ao poker e aos jogos de habilidade no Brasil. Isso mostra que estamos indo pelo caminho certo para conseguirmos a regulamentação dos nossos esportes e o nosso trabalho que começou lá atrás atrás, está surtindo resultados.

Foto: divulgação

CBTH.ORG.BR

Igor Trafane Federal

Trafane ainda foi responsável, no segundo dia de evento, por moderar a palestra sobre o plano de ação da construção de um plano eficaz para o futuro do processo da regularização do jogo no Brasil, que contou ainda com a presença do deputado Nelson Marquezelli, um dos principais apoiadores dos jogos de habilidade no país, e de José Antônio Vernucci, Diretor de Relações Institucionais do Codere. O dia seguinte foi marcado pela apresentação da Presidente da mesa do evento, Maria Luiza Kurban Job, que discursou por cerca de 15 minutos. O BGC foi um encontro realizado pela renomada Clarion Eventos, que também é responsável por produzir a ICE Totally Gaming, maior feira de jogos do mundo. O objetivo da marca, que se encontra em posição única, é oferecer através da vasta lista de colaboradores internacionais e peritos em regulamentação, informações da mais alta qualidade e relevância aos mercados mais recentes ou potenciais como o do Brasil.

Fotos: Divulgação BCG


A LENDA DO

Longo

prazo por André Dexx

No poker, você sempre vai ouvir falar em longo prazeo. O tempo todo. Mas a verdade é que ninguém sabe ao certo quando ele chegará ou mesmo se existe. Este tem sido um dos temas mais abordados pela comunidade nos últimos anos – e essa discussão está bem longe de terminar.

C

om um número cada vez maior de profissionais esmiuçando o jogo e aproveitando suas as vantagens matemáticas e psicológicas, o cenário está mais nivelado. Com a vantagem sobre a concorrência diminuindo, a lógica é que os altos e baixos se tornem mais intensos. E o tema do longo prazo volta à pauta. No gráfico abaixo, a linha A é uma simplificação do que seria o longo prazo. As demais linhas (B, C, D, E, F) representam os caminhos pelos quais a linha A poderia passar até alcançar o longo prazo.

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Analisando jogadores normais seria impossível chegar ao longo prazo, por diversas razões. Primeiro porque o jogo de qualquer um está em constante adaptação, de acordo com as informações que adquirem em escolas de poker, fóruns etc. Isso faz com que tanto o jogador quanto o field que ele vem enfrentando mude todos os dias. Assim, quando o jogador em questão possuir uma amostragem satisfatória de mãos, algumas das variáveis, como field e nível de jogo, já mudaram. Este ciclo supostamente impediria a chegada do utópico longo prazo.


Estatisticamente, nada impede que você receba A-A cem mil vezes seguidas e perca em todas elas.

O segundo ponto é que, mesmo sem considerar isso, a quantidade de variáveis é tão ampla que beira o impossível contabilizá-las até a conversão da amostra. Não por acaso, um bom jogador sempre terá edge no poker. Em um pensamento simplista, seria possível alcançar o longo prazo com uma amostragem que, provavelmente, faria o Hold’em Manager travar – pense na quantidade de permutações de mãos e bordos em uma mesa. Mas, para que isso aconteça, em vez de usarmos a base de dados de um humano, teríamos que usar a de um bot que estivesse jogando também contra outros bots, os quais não poderiam ser atualizados ou modificados. Dessa maneira, por mais absurdo que seja, controlaríamos todas as variáveis, e então seria possível alcançar o longo prazo. É justamente por não entenderem o conceito, que muitos jogadores caem em uma armadilha: depois de jogar alguns milhares de mãos e conseguir resultados expressivos, eles acreditam que seu resultado está próximo da linha A, de

acordo com suas habilidades, quando na verdade o que aconteceu foi uma good run. Passado o bom momento, começa um período de derrotas, e o jogador passa a se “autossabotar”. Ao considerar que possui uma expectativa positiva, ele acredita que vai voltar a ganhar sem fazer os ajustes necessários em seu jogo. Mas o que de fato acontece é que ele perdeu-se em seu próprio labirinto, entrando em um caminho que muitos não conseguem voltar, pelo menos até serem obrigados a descer de limite ou, fatalmente, quebrar. Estatisticamente, nada impede que você receba A-A cem mil vezes seguidas e perca em todas elas. Entretanto, mesmo existindo essa possibilidade, é improvável que esse fenômeno aconteça. Sabemos que, se levarmos em conta

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100.000 pares de ases, é mais fácil que eles sejam derrotados em 50.000 ocasiões do que em todas as 100.000. Se formos diminuindo esse número, as chances dos ases perderem são ainda menores, o que leva nossa expectativa cada vez mais próxima do longo prazo. E qual o ponto disso? Por mais que você passe por uma bad run, episódios como o citado acima são pontos situados bem fora da curva. Se você realmente for melhor do que a média do field e fizer um volume razoável, será mais fácil caminhar pelas linhas A, B, C e D do gráfico do que pela E ou F. O poker é um jogo em que, invariavelmente, haverá muito edge a ser conquistado. Com isso, sempre haverá jogadores profissionais espreitando às mesas. Espero que o conceito de longo prazo tenha ficado mais claro. Lembre-se: a melhor forma de ter um gráfico crescente, sem muitos swings, e ainda chegar mais próximo do resultado esperado é estudando e praticando mais do que seus adversários. Não importa o que aconteça, continue jogando!♠

André Dexx @dexx_rj andredexx.com

André “Dexx” é um dos mais respeitados jogadores de cash games online do país.

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Ficou na dúvida? Bad Run – Quando o jogador passa por uma fase ruim. Bot – É uma aplicação de software concebido para simular ações humanas repetidas vezes de maneira padrão; Edge – Vantagem; Good Run – Quando o jogador passar por uma fase boa. Exemplo: suas mãos, favoritas ou não, ganham com mais frequência do que o normal (estatisticamente falando); Hold’em Manager – Software de captação e análise de dados de poker, muito utilizado por jogadores profisionais; Swing – Oscilação, variância;


OS MELHORES BARALHOS DO MUNDO

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SPR

N I E L P N O O

R E K

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CHAM P INGCHAM P ING

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IO H I P S O F ION

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O domínio brasileiro no

SCOOP 2016

Por Diego Scorvo

Se alguém questionava o papel de protagonismo do Brasil no poker online, essa dúvida acabou. Na oitava edição do SCOOP, vinte brasileiros soltaram o grito de campeão nos feltros do PokerStars, a melhor marca do festival. Ao longo de 17 dias, o país também acumulou quase US$ 6 milhões e mais de 90 mesas finais. O Brasil teve um início arrasador no SCOOP 2016. Na primeira semana, o país conquistou ao menos um título em todos os dias. No Evento 4 High: $2.100 NL Hold’em, os grinders Rafael “GM_VALTER” Moraes (1°) e Kelvin “Kelvin_FP:AR” Kerber (2°) anotaram a primeira de três dobradinhas do

Brasil no festival, marca igualada apenas pelo Canadá, porém somente no Evento 36 Low: $27 FL Hold’em (6-Max), o duelo foi entre dois jogadores que nasceram no país. Também durante os primeiros sete dias, o paranaense Patrick “Nelepo10” Ulysseá levou a melhor no Evento 4: $215 NL Hold’em, uma edição especial do Sunday Million. Em grandes festivais do PokerStars, é comum os principais torneios regulares integrarem o cronograma. Além de vencer o Sunday Million, o Brasil cravou o Super Tuesday. Pela vitória, Felipe “felipe52” Theodoro embolsou

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$258.060, uma das nove premiações de sete dígitos do esquete tupiniquim no campeonato. Entre os vinte brasileiros campeões no SCOOP 2016, apenas um já havia sentido o gostinho da vitória no festival. Medalhista de ouro em 2012, José “neto gol” da Costa Neto voltou a vencer nesta temporada, se tornando o segundo grinder do país a ter mais de um relógio (Rodrigo “caprioli” Capiorli tem 3). Ao superar 1.790 oponentes no Evento 33 Low: $27 Stud Hi/Lo, ele levou para casa $6.792. Assim como “neto gol”, outros 11 brasileiros venceram torneios da versão Low. No Main Event da categoria, o maior campeonato do SCOOP 2016, o campeão Leandro “mmleandro” Macedo deixou para trás um batalhão de 24.590 oponentes. Na mesa final, ele teve a companhia dos compatriotas “nillolok” (2°), “Pablos701” (6°) e “Rose Gambit” (8°).

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O triunfo de “mmleandro” foi o segundo do Brasil em um Main Event do SCOOP. Em 2013, o carioca Nicolau “nicofellow” Villa-Lobos venceu na versão Medium. No total, o título lhe rendeu $472.209, na época, o maior prêmio do país na internet. A catarinense Cristiane “Crizh” Habitzreiter não ficou de fora da festa. No Evento 56 Low: $11 NL Hold’em (Progressive Super-Knockout), torneio que não fazia parte do calendário original do SCOOP, ela entrou para o seleto grupo de brasileiras campeãs do festival. Muito do sucesso do Brasil no SCOOP 2016 se deve a força das equipes de poker no país. No Evento 46 High: $700+R PL 5-Card Omaha Hi/Lo (6-Max), Thiago “KKremate” Crema conquistou o quarto título do 4Bet Team no ano. Ao superar 84 oponentes, o jogador levou para casa $44.348.


Nicolau ViIla-Lobos

Thiago Crema

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Calvin Anderson

Shawn Buchanan

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Melhor da história: O norte-americano Calvin “cal42688”Anderson não costuma passar em branco no SCOOP. Em 2016, o grinder radicado no México faturou o sétimo relógio de sua carreira, a melhor marca na história do festival. Logo em seguida aparecem Shawn “buck21” Buchanan, Luke “lb6121” Schwartz e Shaun “shaundeeb” Deeb, com cinco conquistas. Antigo recordista de títulos, Deeb não vence desde 2013, mas isso não o impediu de se tornar o Jogador do Ano do SCOOP 2016. Ao acumular 925 pontos, o grinder garantiu um prêmio de US$ 20 mil. Números históricos O SCOOP 2016 foi um sucesso completo. Com todos os 168 torneios batendo as suas premiações garantidas, o festival conseguiu distribuir

US$ 90.984.283, marca jamais alcançada em sua história. Nas três versões do Main Event, o field foi recorde. Campeão sem acordo, Talal “raidalot” Shakerchi deixou a variante High com $1.468.000, o maior prêmio do SCOOP. Mesmo dividindo as suas atenções entre o poker e a bolsa de valores, Shakerchi já possui três relógios do SCOOP. Engana-se quem pensa que essa pesada rotina de trabalho não tem as suas consequências. Em entrevista ao portal PokerListings, ele contou que não conseguiu comemorar o triunfo no Main Event.

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“Não deu para comemorar. Eu tinha que colocar o trabalho em dia. Assim que o torneio acabou eu passei a responder vários e-mails. Eu precisava me preparar para algumas reuniões, por isso meu foco mudou rapidamente”. Regular dos torneios high rollers, Shakerchi começou a jogar poker há oito anos. Para ele, encarar logo de cara os melhores do mundo fez muito bem ao seu jogo. “Eu não vim ao poker somente para jogar. Eu nunca seria feliz sabendo que eu sou mediano. Quando eu faço alguma coisa, eu gosto de fazê-la bem feito. Eu também tive a vantagem de competir sempre no mais alto nível. A curva de aprendizagem é mais acentuada quando você encara grandes jogadores. Eu sei que estou bem atrás

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dos melhores do mundo, principalmente nos mixed games, mas eu vou estudar bastante”. “Falsos” Nas estatísticas oficiais do SCOOP 2016, o Brasil ficou com 21 títulos, porém no Evento 34 High: $2.100 PL Omaha (6-Max), quem levou o relógio foi Tom “tjbentham” Bentham, profissional da Inglaterra radicado no país. Um estrangeiro não vencia usando a bandeira brasileira desde 2013, quando o croata Nebojsa “ninototoroko” Vlahovic cravou o Evento 38 Medium: $215 NL Omaha Hi/Lo.


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Conheça todos os brasileiros campeões do SCOOP: 2010 EVENTO

CAMPEÃO

PREMIAÇÃO

15 Low: $16,50 NLimit Hold’em (2x-Turbo)

“ricardo4473”

$32.196

33 Low: $22 NL Omaha H/L

Rodrigo “caprioli” Caprioli

$7905

EVENTO

CAMPEÃO

PREMIAÇÃO

20 Medium: $215 NL Hold’em

Zilkar “vonBaranow” Baranow

$176.272

EVENTO

CAMPEÃO

PREMIAÇÃO

1 High: $2.100 NL Hold’em (6-max)

Alexandre “Allingomes” Goes

$282.240

2011 2012 4 High: $2.100 Fixed-Limit Badugi

Rodrigo “caprioli” Caprioli

$39.900

14 Low: $7,50 NL Hold’em (Ante Up)

João Marcos “J_Marcos” Navarro

$9.423

20 Low: $27 NL Hold’em

Ariel “ArielBahia” Celestino

$55.048

30 Medium: $215 NL Hold’em (6 Max, SuperKnockout, Turbo)

José “neto gol” da Costa Neto

$58.497

33 Low: $27 NL Hold’em (1R1A)

Pedro “PaDiLhA SP” Padilha

$70.624

EVENTO

CAMPEÃO

PREMIAÇÃO

21 Medium: $215 NL Hold’em

“Luciano S.H” Hollanda

$110.765

26 High: $1.050 PL Courchevel Hi/Lo (Turbo,1R1A)

Rodrigo “caprioli” Caprioli

$65.250

29 Medium: $109 NL Hold’em

Luis Henrique “Passagero-LM” Miranda

$56.043

35 Medium: $215 NL Hold’em (2x-Turbo)

Fellipe “FellipeNunes” Nunes

$99.341

43 Medium: $1.050 NL Hold’em Main Event

Nicolau “nicofellow” Villa-Lobos

$472.209

EVENTO

CAMPEÃO

PREMIAÇÃO

9 Low: $11 NL Hold’em

Júlio “17neffetS_BR” Steffen

$19.965

20 Low: $27 PL Omaha (6-Max, Re-Entry)

Kevin “KevinhoOrtiz” Ortiz

$27.122

38 Low: $27 H.O.R.S.E.

“lordlucios”

$11.032

2013

2014

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2015 EVENTO

CAMPEÃO

PREMIAÇÃO

1 Low: $11 NL Hold’em

Kelvin “Kelvin_FP:AR” Kerber

$25.790

7 Medium: $82+R NL Hold’em

Alê “allecorrea” Braga

$67.870

8 Medium: $215 NL Draw

Mateus “pimenta7” Pimenta

$13.734

15 Medium: $109 NL Hold’em (Progressive Super-Knockout)

William “Tiu Patinh@s” de Oliveira

$57.627

25 Low: $27 PL Omaha (6-Max, Turbo, Zoom)

Thiago “tnapoleao” Napoleão

$15.000

EVENTO

CAMPEÃO

PREMIAÇÃO

1 Low: $11 NL Hold’em

Wellington “WellBr20” Montanholi

$23.997

4 High: $2.100 NL Hold’em

Rafael “GM_VALTER” Moraes

$301.625

4 Medium: $215 NL Hold’em

Patrick “Nelepo10” Ulysseá

$209.095

5 Low: $7,50 NL Hold’em (6-Max)

Eduardo “Bean1992”Junqueira

$12.511

7 Low: $7,50+ NL Hold’em

“facunha”

$25.730

9 Low: $7,70 NL Hold’em / PL Omaha (6-Max)

Renato “renatomaiag” Maia

$5.768

12 Low: $27 NL Hold’em (6-Max Shootout)

Guilherme “GhRibeiro” Henrique

$13.176

13 High: $700 NL Hold’em (Progressive Knockout)

Thiago “tgrigoletti” Grigoletti

$68.287 + $55.056 em bounties

16 Medium: $109 NL Hold’em (Super Knockout Progressivo)

Fábio “FLBonatto” Bonatto

$46.772 + $19.240 em bounties

17 Low: $27 PL Omaha (Heads-Up)

Diego “begood9999” Bazzo

$5.689

18 Low: $7,50 NL Hold’em

Eric “ericluccas88” Luccas

$13.627

20 Low: FL Omaha Hi/Lo (8-Max)

“theispoker”

$7.940

31 Medium: $215 NL Hold’em (4-Max)

Ramon “ZéDoBlefe11” Sorgatto

$50.042

33 Low: $27 Stud Hi/Lo

José “neto gol” da Costa

$6.792

35 High: $2.100 NL Hold’em

Felipe “felipe52” Theodoro

$258.060

2016

38 Medium: $215 NL Hold’em

Adrovan “AadrovanRj21” Rodrigues

$118.146

46 High: $700+R PL 5-Card Omaha Hi/Lo (6-Max)

Thiago “KKremate” Crema

$44.348

50 Low: $27 NL Hold’em (6-Max, Super KO Progressivo)

Ricardo “preTu.ras” Silva

$13.732

54 Low: $11 NL Hold’em Main Event

Leandro “mmleandro” Macedo

$196.058

56 Low: $11 NL Hold’em (Progressive Super-Knockout)

Cristiane “Crizh” Habitzreiter recebeu

$8.121 *em 2009 não houve vencedores brasileiros.

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QUANDO LARGAR

PAR DE ASES Por Ed Miller

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eus amigos e alunos muitas vezes vêm até mim para falar de mãos em que recebem par de Ases, mas seus oponentes colocam tanta pressão no pós-flop que eles ficam na dúvida se devem dar fold. Há uma maneira de analisar essa situação que deve ajudá-lo a tomar a decisão certa com mais frequência. Um amigo me perguntou sobre uma mão que ele jogou em um cash game $2-$5 durante a WSOP. Ele tinha $750 e o vilão tinha um pouco mais do que isso. Seu oponente subiu para $20 do início da mesa. Outro jogador pagou. Ele estava no small blind, com A♣A♠, e aumentou para $80. Apenas o jogador que deu o primeiro raise pagou. O pote

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era de $185 e eles tinham aproximadamente $670 pra trás. O flop veio 10♣5♦2♦. Ele apostou $100, e o seu oponente deu reraise para $300. Ele pagou. O turn foi um 9♥. Meu amigo deu mesa, e o vilão foi all-in de $370. Meu amigo queria saber se ele deveria pagar ou desistir. Dois princípios devem ser discutidos aqui. O primeiro é que a maioria dos jogadores que jogam nas mesas de $2-$5 não arriscam suas fichas. Então, quando alguém empurra all-in no turn, é bem provável que ele tenha uma boa mão. Esse princípio é o que mais justifica você dar fold.


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O segundo princípio é que o A-A é uma excelente mão — e dificil de ser derrotada. Esse principio é o que mais justifica o call. Resolva este conflito e analise as odds do pote e você terá a sua respota. O bordo em questão, geralmente, é excelente para Ases. Em primeiro lugar, as cartas do bordo não são conectadas, o que torna pouco provável que o adversario tenha acertado dois pares. Ele abre um raise, toma uma volta e anuncia o call. Com que mão ele pagaria? 10-5, 10-2, 5-2? Eu não apostaria nisso. Então, as principais mãos que ele poderia ter, e que estão batendo nossos ases, são 10-10, 5-5 e 2-2. Existem três combinações possíveis para cada trinca, ou seja, há nove mãos possíveis que estariam derrotando o par de Ases. Também é possível que esse jogador não pagasse nossa 3-bet com 5-5 ou 2-2. Mas, para esta análise, vamos levar em conta que ele pode ter pagado com qualquer par. É possível também que ele tenha K-K, Q-Q ou J-J. Há seis combinações para cada uma dessas mãos, o que totaliza mais 18 combos. Finalmente, há draw para flush e para sequência. Então, há chances de ele estar segurando um forte combo draw como K♦10♦,

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A♦4♦ , A♦K♦ etc. Mesmo que essas mãos tenham equidade significativa contra A-A, os Ases ainda serão lucrativos contra elas. Então existem nove combinações de mãos ruins e 18 combinações de boas mãos. Há outras poucas combinações de draw que são boas para a gente. Mesmo se levarmos em conta que ele nunca está blefando, dar call com nosso A-A é obviamente a melhor jogada. Mas você pode argumentar que a situação não é tão simples, pois o adversário está empurrando all-in. Não concordo muito. É possível que um adversário pode não querer dar raise no flop e ir all-in no turn com J-J. Mas também é possível que ele não vá fazer isso com 10-10, já que a maioria dos jogadores tendem a fazer um slowplay, com a maior trinca, em um bordo como esses. No geral, acho que esse oponente poderia tanto estar segurando K-K ou Q-Q quanto qualquer uma das trincas. Como há nove combos de trincas e 12 de Reis e Damas, esse é um indicativo para colocar seu dinheiro no pote. Eu simplesmente teria ido all-in no flop, mas como jogado, dou call no turn.


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Essa análise tende a ser correta quando o SPR (stack-to-pot ratio) é quatro ou menos. Nessa mão, o pote no flop é de $185. O stacks efetivos são de $670, então o SPR é de 3,6. Sem uma leitura muito apurada, com um SPR tão baixo, é difícil dar fold com Ases. O pote no flop tinha $185, e os stacks restantes eram de $670, por isso a relação era de 670 para 185, ou cerca de 3,6. Haverá geralmente algumas outras mãos que o seu adversário poderá estar segurando. Nesses casos, quase sempre seu adversário estará segurando a segunda melhor mãos. Em um flop 10-5-2, essa mão seria K-K ou Q-Q. Em um flop K-5-2, seria um A-K, às vezes K-Q. Em um flop Q-5-2, K-K, A-Q e, possivelmente, K-Q. Se o bordo está conectado, dois pares tornam-se mais plausíveis, assim como os draws. Então, em um flop 10-9-3, seu adversário pode estar segurando 10-9, mas ele também pode estar com Q-J, e ainda pode ter K-K ou Q-Q. É dificil largar A-A. Com um SPR abaixo de quatro, se você apostou no flop e alguém

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reaumentou, então você deve ir até o fim. Então quando é que devemos largar um par de Ases? Quando os stacks estão muito altos (SPR > 4) e o seu oponente não para de colocar fichas. Essa é uma boa hora. Imagine um jogo $2-$5, e você tem $950 no seu stack. Você abre no meio da mesa, para $20, com A♥A♦ . O botão paga e os blinds também. Agora o pote está em $80 e vocês têm $930 para trás. O SPR é de 11,6, bem maior do que quatro. O flop é 10♣9♦3♠. Small e o big dão mesa, você aposta $60 em um pote de $80. O botão paga e o big blind também. O turn é um 8♥. Novamente, o big pede mesa. Você aposta $150 em um pote de $200. O botão dá mini-raise de $300. O big larga. Embora esse mini-raise não seja um bom sinal, você tem odds para dar o call contra dois pares — e o seu oponente pode ter K-K, Q-Q, J-J, J-10. Então, você deve pagar. Há $700 no pote, e seu oponente tem $570 restantes. O river é um 2♥. Você dá mesa e vê seu adversário empurrar all-in. Eu largaria meu par de Ases contra típicos jogadores de cash $2-$5. Sua mão é claramente um overpair, então a maioria desses


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jogadores iriam dar mesa com K-K ou Q-Q. O all-in, provavelmente, significa que você está perdendo. Ele deve ter dois pares ou até mesmo uma sequência. Considerações finais Perder com par de Ases é uma coisa que a gente nunca esquece. É aquela mão que quando chegamos em casa, pensamos por horas e horas. “Será que eu deveria ter dado fold para aquele all-in?”, “será que eu deveria ter dado mesa naquele flop?”. Esse segundo pensamento é completamente errado. Raramente é errado colocar as suas fichas no pote quando você está segurando um par de Ases. As exceções são quando você está jogando contra mais de um jogador e quando seu SPR é muito alto. A verdade é que, depois do flop, se o oponente coloca pressão, um par de Ases pode se tornar apenas um outro par qualquer, um pega blefes. Pense com calma, analise e tome a melhor decisão.

Ed Miller @edmillerauthor notedpokerauthority.com

Ed Miller é uma das maiores autoridades mundiais em teoria do poker. Ele é instrutor do stoxpoker.com

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CORRIGINDO EM TORNEIOS DE POKER Com Bryan Piccioli, Scott Sitron, Peter Jetten e Jonathan Tamayo

A seção “Jogos Mentais” está de volta. Diferentes pontos de vistas, uma mesma situação. A complexidade do poker impressa em alguma páginas. Nesta edição, dicas cruciais para se tornar um vencedor em torneios de poker.

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Bryan Piccioli

Scott Sitron

Peter Jetten

Jonathan Tamayo

Venceu recentemente a WSOP Asia-Pacific e foi o 8º colocado no WPT Canadian Spring Championship. Tem mais de 5,5 milhões de dólares em prêmios na carreira.

Possui 20 ITMs na World Series of Poker e mais de US$ 2.000.000 acumulados jogando ao vivo e online

Canadense, Jetten joga profissionalmente há oito anos. Ganhou notoriedade ao participar dos programas de TV Poker After Dark e o Million Dollar Cash Game.

Com cerca de US$ 1,5 milhão de ganhos na carreira, Tamayo é um dos membros do time de profissionais de Phil Ivey, o Team Ivey Pro.

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Quais são os maiores erros que vocês veem os jogadores cometerem em torneios?

Bryan Piccioli: Uma falha que vários jogadores cometem é não ajustar o jogo de acordo com o tamanho dos stacks. Isso é ainda mais comum em torneios ao vivo, já que, ao contrário do online, não há a contagem exata das fichas de seus adversários. No poker ao vivo é muito importante você prestar atenção para onde as fichas estão indo na mesa. Se você tomar uma decisão baseada no stack do seus oponente, sem perceber que poucas mãos antes ele ganhou ou perdeu um grande pote, isso poderá lhe prejudicar muito. Outro erro bastante comum é não prestar atenção nos “tells de tempo”, ou seja, o tempo que o jogador demora para tomar uma decisão. Sempre acreditei que esse tipo de tell é de extrema importância. Qual era a força da mão do adversário quando ele demorou para agir naquela situação? O que ele tinha quando apostou rapidamente depois daquele turn? Online, esse tipo de tell é ainda mais importante. Se alguém está pedindo mesa muito rápido em cada street, geralmente, isso quer dizer que ele está com a atenção dividida entre muitas telas e, consequentemente, jogando no piloto automático. Então, deve-se explorar esse adversário, roubando pequenos potes sempre que possível.

Scott Sitron: Um erro grave é, fora de posição, jogar de forma passiva as mãos marginais. Ao fazer isso, você permite ao seus adversários conseguirem valor máximo ao completar suas mãos e ainda terá que tomar decisões difíceis em cada uma das streets, o que lhe torna um alvo fácil para ser blefado com frequência. Por exemplo, estou em um torneio com 30 big blinds e recebo K♦10♠. Eu abro raise, um jovem russo, com pouco mais de 20 anos, dá reraise pela terceira vez. Meu ego toma as rédeas e, em vez de aplicar uma 4-bet ou dar fold, eu pago. Erro o flop, o garoto faz uma continuation bet e dou fold com o meu K-high. O russo puxa mais um pote com seu 9-high. Outro erro gritante que vejo o jogador iniciante cometer é fazer grandes apostas com pares altos quando uma carta ruim aparece no turn ou no river. Exemplo: os blinds estão em 50-100, o Herói abre raise com K♣K♠, do meio da mesa, e é pago pelo button e pelo big blind. O flop vem 8♥6♥3♦. O Herói aposta 600, depois de o blig blind pedir mesa. O button dá fold, mas o BB paga. O turn traz um 7♥, completando uma possível sequência ou um flush. O BB pede mesa novamente. Em pânico, o Herói empurra um all-in totalmente desproporcional em relação ao tamanho do pote. O que

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Outro erro gritante que vejo o jogador iniciante cometer é fazer grandes apostas com pares altos quando uma carta ruim aparece no turn ou no river” Scott Sitron

acontece na sequência? O big blind desiste do seu par, a pior mão, fazendo com que o Herói não extraia o valor máximo; ou ele dá call com um flush ou sequência, deixando o Herói sem nenhuma chance de vencer a mão. Isso é um erro básico, mas que sempre vejo acontecer. Petter Jetten: A maior falha que vejo nos jogadores, especialmente entre aqueles que estão começando, é a falta de confiança. Isso pode fazer seu jogo ser explorável de diversas maneiras, principalmente, se você chegar à reta final de um torneio na disputa por grandes quantias de dinheiro. Se você começar a se sentir intimidado, confie no seu jogo e dependa menos dos seus instintos. Jonathan Tamayo: O primeiro grande erro é jogar de maneira muito conservadora, aguardar demais por uma boa situação. Os jogadores preferem esperar uma mão premium até ficarem com seis big blind, por exemplo, do que se envolverem em uma situação de flip (ou algo do tipo) com 21 big blinds.

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Em torneios ao vivo, outra grande falha é esperar três ou quatro horas para se registrar, principalmente em eventos com fields gigantes, como os de US$ 1.000 da WSOP, em que boa parte das fichas que conseguimos são dos jogadores ruins – jogadores estes que não duram muito tempo no evento. Outro ponto importante é que você começa com cerca de 30 big blinds a menos. Esses fatores fazem com que o seu ROI (retorno de investimento) caia bastante. Fora isso, entrar durante o late register lhe colocará em mesas mais difíceis, já que muitos profissionais entram no período de registro tardio. Por fim, eu vejo que muitos jogadores não se alimentam nem se hidratam de maneira adequada. Eles simplesmente não entendem o impacto negativo que a fome e a sede podem ter no cérebro depois de muitas horas de jogo.


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A Card Player Brasil acaba de criar o Card Club, um programa com vantagens únicas que levará as principais marcas de clubes de todo o País a você que nos acompanha em todas as nossas plataformas. Através do Card Club, qualquer clube do Brasil pode se tornar um parceiro da Card Player Brasil, tendo sua marca e seus torneios divulgados nas páginas da principal revista de poker da América Latina, edições impressa e digital; e, claro, nas nossas mídias sociais. Em breve, também em nosso site, uma seção exclusiva para os nossos parceiros. Você, dono de clube, que deseja formar uma parceria com a Card Player Brasil, basta enviar um e-mail para contato@cardplayerbrasil.com e ficar pode dentro dos detalhes de como fazer parte do nosso time.


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PERGUNTE AO DIRETOR O mais renomado diretor de torneios do Brasil tira todas as dĂşvidas dos leitores da Card Player Brasil. Para ter sua pergunta respondida, envie um e-mail para contato@cardplayerbrasil.com ou mande uma mensagem em nosso Facebook.

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Raphael Campos Olá, DC. Primeiro, parabéns pela coluna. Está ótima. Agora, queria que você me esclarecesse alguns pontos: 1. O que é a string bet e por que ela não é permitida? 2. Por que em torneios não é permitido ao dealer virar o flop, o turn e o river quando não há ação, mas em algumas casas de cash game essa proibição não acontece? 3. Há alguma regra específica para a abertura do flop, e por quê? Já joguei em lugares que se abre uma carta de cada vez e em outros são abertas as três.

São José dos Campos, SP

Olá, Raphael. Fico feliz que esteja gostando da seção. Vamos às respostas para as suas dúvidas: 1) String Bet é o ato de fazer uma aposta em mais de um movimento. Por exemplo: você pega oito fichas de 100 na sua mão, coloca no pote e, em seguida, volta a mão para o seu stack, pega mais uma ficha de 500 e coloca junto daquelas de 100. Esse tipo de aposta não é permitido, pois influencia enormemente na ação, podendo causar erros, se o jogador que está à sua esquerda agir assim que você retira a mão ao efetuar a primeira ação. Utilizar string bets para tentar pegar tells é visto como extrema falta de ética e como algo deselegante com os demais jogadores.

2) A prática a qual você se refere chama-se rabbit hunting. Além de atrasar bastante o jogo, ela desestimula ação — uma vez que, sabendo que você pode ver a próxima carta, independente do que acontecer, não há motivo para arriscar mais fichas. 3) O padrão internacional é que o flop deve ser aberto em um movimento rápido. Ao virar uma carta de cada vez, o dealer acaba influenciando na ação e isso deve ser evitado. Dealers que viram as cartas de forma lenta ou isoladamente estão errados e não seguem os padrões internacionais da profissão. O poker já é uma modalidade emocionante por si só e não é necessário que o dealer interfira para torná-lo ainda melhor. Grande abraço e bons jogos!

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PERGUNTE AO DIRETOR

Marcos Antônio

Pouso Alegre, MG

Quero começar a organizar alguns torneios na minha cidade e gostaria que você falasse um pouco sobre os aspectos necessários para que o evento seja bem-feito — desde estrutura de blinds, local etc.

Devanir “DC” Campos @DC_Brasil

Devanir Campos é um dos fundadores da ADTP (Associação de Diretores de Torneios de Poker do Brasil) e é um dos responsáveis pela direção do BSOP.

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Olá, Marcos. Em primeiro lugar, é sempre bom ouvir mais pessoas querendo fomentar o nosso esporte por todo o País. Fazer um torneio de poker não é uma ciência exata e também não requer um título de PhD, mas há uma série de fatores que temos que levar em conta. Você verá que não existe fórmula pronta, mas dicas de como chegar perto do que se pretende. Cada variável da equação — tempo, número de participantes, estrutura etc. — está intimamente ligada às demais, e a alteração em uma delas afetará todas as outras. Além disso, é claro, influenciará em um dos principais fatores, em minha opinião: o quão gostoso e divertido será a atividade para os participantes. Por exemplo, a duração do torneio. Inicialmente, tudo dependerá do tempo que você tem disponível para realizá-lo e por quanto tempo você acha que os jogadores

estarão dispostos a participar. Veja bem, se você tem um espaço que pode utilizar por 10 horas, mas os jogadores não ficariam por mais de cinco, não adianta planejar um torneio longo, certo? De forma análoga, se seus jogadores ficariam felizes com um formato deep stack de três dias, mas você só poderia acomodar um torneio por seis ou sete horas, você não entregará o que os jogadores querem. Um site (em inglês) que tem várias dicas para quem quer fazer um pequeno torneio para os amigos é o www.homepokertourney. com. Nele existe uma ferramenta para criar (create-a-blind) estruturas de torneios de acordo com o número de participantes e o tempo que você tem disponível. Obviamente, esse site é para torneios “caseiros”, para amigos, então, não espere uma estrutura de BSOP para os torneios. Boa sorte no seu torneio.



QUANDO ESTIVER PENSANDO EM COMEMORAR ANTES DO FIM, LEMBRE-SE: ELE RENASCEU ALGUMAS VEZES.

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