Card Player Brasil Digital - 36

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POKER

ESP O RTE E ESTI LO D E VI DA

O best seller Teoria do Poker Cruise Million distribui mais de R$ 1.000.000

Nem damas, nem reis UM BATE PAPO COM CAROL DUPRÉ










SUMÁRIO 12. FÁBIO EIJI

DOIS PASSOS PARA FRENTE (ÀS VEZES, UM PARA TRÁS) O Desafio do Eiji está de volta. Desta vez, a análise é de uma mão jogada pelo jogador “ratitoBR” no Sunday Million.

34. JONATHAN LITTLE

VELOZES E FURIOSOS – PARTE II A segunda e última parte do artigo de John Little sobre torneios turbos.

ESPECIAIS 22. CRUISE MILLION BRASIL POKER LIVE

Carol Dupré vence torneio no navio e fatura R$ 270 mil.

42. NEM DAMAS, NEM REIS UM BATE PAPO COM CAROL DUPRÉ

Entrevista exclusiva com uma das melhores jogadoras do Brasil.

52.IVAN SANTANA

BALANCEAR OU SER EXPLORÁVEL? “RoyalSalute” fala sobre os mitos e verdades sobre o balanceamento de ranges.

60. MOACIR MARTINEZ

DOBROU! E AÍ? O matemático Moacir Martinez mostra as probabilidades que o bordo tem de trazer a famosa dobra.

68. THE BOOK IS ON THE TABLE Teoria do Poker, de David Sklansky

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DOIS PASSOS PARA FRENTE ÀS VEZES, UM PARA TRÁS

Não deixe passar as oportunidades de extrair valor. Mas saiba quando parar. por Fábio Eiji

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ocê já deve ter ouvido falar por aí que a diferença entre o bom e o mau jogador é que o bom jogador ganhará mais quando tiver a pior mão e perderá menos quando tiver a segunda melhor. Essa frase faz total sentido. Isso porque o bom jogador sabe analisar os ranges, os bordos e confia em sua leitura, enquanto o jogador ruim se apaixona por sua mão e gasta dinheiro e energia caçando blefes. Em minha experiência com formação e treinamento de jogadores de poker, um dos assuntos que mais promovem discussões e resulta num grande salto de qualidade nas habilidades do aluno é o que trataremos no

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artigo de hoje: a aposta por valor que não espera um raise. Mais especificamente, estou falando de situações em que chegamos ao river com uma mão forte e que devemos apostar por valor, mas desistir quando o oponente fizer um raise. Quantas vezes não chegamos ao river com um bom valor de showdown, que não é nuts, como top pair e bom kicker ou uma sequência em um bordo com três cartas do mesmo naipe? Quando apresento uma situação como essa e pergunto como agir, a resposta do aluno menos preparado quase sempre é “check-call” ou “bet-call”. E, em quase todas essas situações, ambas as opções são ruins.


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Vejamos um exemplo para esclarecer melhor a ideia. A mão a seguir é a mesma que utilizei no Desafio do Eiji #4, postado em meu blog, no qual pergunto o que fazer no river. Ela foi jogada pelo meu amigo e jogador de cash games Rafael “ratitoBR” Eltz, em um Sunday Million Especial de WCOOP ($215) e ilustra bem o nosso tema.

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Falando resumidamente das streets anteriores e sem informações sobre o vilão, podemos estimar que, por segurarmos o A♠, há muito menos combinações de flush draw no range do nosso oponente. Um float também é improvável, pois o board acerta muito bem nosso range (que é bem forte, pois abrimos do UTG) e apostamos no flop e no turn. Chegando no river, temos que decidir o que fazer. Nossas opções são: check-raise, check-call, bet-call e bet-fold. Tratemos cada uma separadamente, por ordem da pior à melhor.

CHECK-RAISE Esta é a pior opção de todas. Quando o Herói opta pelo check no river, o faz para que o oponente possa apostar por valor com uma mão pior ou blefar seus draws que não se completaram. Logo, se o oponente aposta nesse river e fazemos um raise, ele simplesmente larga as mãos que não têm nada e, algumas raras vezes, paga com uma mão como K-Q, um pouco improvável por ser o último K do baralho e porque mostramos tanta força que é possível largá-lo tranquilamente. Ou seja, não há mãos piores que nosso A-K que pagariam um raise, apenas os fulls. Estaríamos colocando mais valor na mão do que ela realmente tem (overplay).

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BET-CALL Outra opção ruim e comum nas respostas do desafio. Quando escolhe apostar e ainda pagar um raise, nosso Herói espera que o vilão faça o raise river: 1) blefando com seus draws que não se completaram; 2) por valor, com um Rei pior (lembrando que há apenas um Rei restante no baralho). Há muito otimismo e pouca análise nessa escolha. Nosso Herói, aqui, esquece ou subestima a força que está mostrando quando abre raise de UTG e faz três apostas num bordo como esse. A reação mais comum dos oponentes nesse cenário é apenas pagar com K-X e, muitas vezes, largar outras mãos de valor, como 8-8 a Q-Q. O raise contra a terceira aposta do Herói mostra muita força e é raro encontrar blefes nessa linha, mesmo contra apostas pequenas como alguns sugeriram. CHECK-CALL Disparada a opção mais escolhida pelos leitores do blog; aliás, pela maior parte de meus alunos também. Alguns conceitos equivocados, como preocupação excessiva em controlar o pote, são os maiores causadores dessa confusão. O que o Herói espera é dar a chance ao vilão de blefar seus draws que não se completaram e apostar por valor um improvável Rei pior.

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Há dois problemas principais nesta linha. O primeiro e mais importante: há valor para se extrair nesse river e que o check acaba perdendo. Nosso oponente certamente optará por pedir mesa com todas as mãos que tenham algum valor de showdown, como 88, 9-9, 10-10, J-J e Q-Q, que é basicamente o que ele representa. O segundo é que há poucas combinações de flush draw no range do oponente, pois temos o A♠ e apenas um Rei no baralho (repeti algumas vezes, mas é sempre bom lembrar). Considerando tudo isso, o range com que o oponente aposta tem muito mais mãos de valor do que de blefe. Por incrível que pareça, tendemos mais ao check-fold do que ao check-call. BET-FOLD Finalmente! Sim, apostar e dar fold para um raise, essa é a melhor solução para a mão. Vejamos por quê. Em primeiro lugar, damos ao nosso oponente a chance de errar. Como dito anteriormente, ele com certeza irá pedir mesa com suas mãos que tenham algum valor de showdown. Nossa ideia, aqui, é fazer com que ele erre algumas vezes, pagando uma aposta em um river que reduz a quantidade de Reis que seguramos (que


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é exatamente o que estamos representando desde o pré-flop: A-K e K-Q). Segundo, o oponente ainda tem todos as trincas em seu range. Lembremos o que ele não tem (ou raramente tem): flush draw, K-X, float. Logo, sobram basicamente as trincas e os pares de 8-8 a Q-Q. Como visto anteriormente, o oponente, no máximo, paga com os pares. E quando decide pelo raise, sobram basicamente os fulls. O tamanho da aposta que sugiro deve ser grande para extrair mais valor dos “coolers” e erros que ele cometa e que ao mesmo tempo possa reduzir drasticamente os blefes do nosso oponente (quanto mais caro ficar, menos ele fará). Há diversas situações como essa em que o Herói comete o erro de perder valor ou pagar demais. Em ambas, ele perde dinheiro. O principal conceito que norteia esse assunto é a ideia do valor e blefe, lembrando que há dois tipos de aposta de valor: a que espera um raise (nuts ou situações mais particulares e subjetivas) e a que não espera um raise, como nesse caso e em muitos outros do nosso cotidiano. Com estudo e experiência, ficamos mais confiantes em nossas análises e decisões. Tenhamos paciência e calma para jogar as mãos da melhor maneira possível, extraindo o máximo de valor possível quando tivermos a chance.

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Fábio Eiji @fabioeiji www.fabioeiji.com.br

Fábio Eiji já ganhou mais de R$ 3 milhões de reais em prêmios jogando online. Ele possui títulos e mesas finais nas principais séries e torneios regulares do PokerStars.





Por Brian Saslavchik e Card Player Brasil

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Com mais de 130 toneladas, MSC Splendida é o 22º maior navio de cruzeiro do mundo. Seus 18 andares (14 acessíveis para passageiros) e 333 metros de comprimento o tornam um verdadeiro gigante flutuante. As instalações incluem quadras de tênis e basquetebol, quatro piscinas, um grande espaço com spa e salas de massagem, quatro restaurantes e um buffet, uma boate, cassino, boliche e até mesmo um simulador de Fórmula 1. Tudo isso para até 3.250 pessoas, que se hospedam por 1.600 cabines — e se acrescentarmos um grande torneio de poker a bordo, voilà, férias memoráveis. O Crusei Million surgiu da parceria entre a rede Aconcágua Poker (no Brasil, representada pelo Brasil Poker Live) e Hércules Luktus, organizador de dezenas de cruzeiros de poker em águas brasileiras. Do final de 2015 até poucos dias antes da partida, foram entregues centenas de pacotes para o torneio por satélites online — que incluíam um quarto com sacada para dois e entrada para o evento principal de R$ 2.500. Foram também entregues pacotes VIPs para o MSC Yacht Club, setor exclusivo com 71 suítes, serviço de quarto 24 horas, restaurante gourmet e outros serviços especiais. O Aft Lounge, maior salão do MSC Splendida foi reservada exclusivamente para que todos pudessem jogar o melhor poker . Ao longo de sete dias, o Cruise Million teve um evento principal de R$ 2.500, com 702 entradas e uma prize pool de R$1.424.000. Além disso, foram cinco eventos paralelos (6-max, Survivor, PLO, 8-max e um Hyper Turbo), sem contar nas diversas mesas de cash games, de NLH R$ 5/5 e R$ 5/10 e PLO R$ 5/10. A mesa final do evento principal foi jogada no dia 11 de março e com um resultado histórico, a vitória de uma brasileira. A jogadora do Betmotion Carol Dupré deu show, venceu o evento e embolsou R$ 270.000, uma das maiores premiações femininas da história do poker brasileiro.

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Dia 1A:

Entradas: 226 Classificados: 50 jogadores Chip Leader: Maurício Parrella – 276.500 fichas

Dia 1B:

Entradas: 260 jogadores Classificados: 61 Chip Leader: Marcello Azevedo – 203.900 fichas

Dia 1C:

Entradas: 226 jogadores Classificados: 53 Chip leader: Mauricio Salazar – 258.600 fichas

Dia 2:

Classificados: 164/712 jogadores Classificados para o Dia 3: 24 Chip leader: Adrovan Rodrigues – 1.300.000 fichas

Dia 3:

Classificados: 24/712 jogadores Classificados para a mesa final: 8 Chip Leader: Carol Dupré – 5.460.000 fichas

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Na semana em que se comemorou mais um Dia Internacional da Mulher, a paulista Carol Dupré entrou para a história do poker nacional. Ao derrotar 711 oponentes, ela conquistou o título da primeira edição do Cruise Million. Chip leader no início da mesa final, Carol teve uma atuação irretocável na decisão. Mesmo eliminando Everaldo Rodrigues na terceira posição, Marcelo Asensio chegou ao heads-up com uma desvantagem de incríveis 58 bbs. E com os blinds 60.000/120.000, do button, Carol abriu raise para 250.000. Com 2.500.000 fichas, Marcelo anunciou all-in. Tendo mais de 11 milhões em seu stack, Carol não pensou muito e deu call com 5♠5♦. O bordo 2♠3♣10♥ 9♠ 7♦ não ajudou Marcelo, que tinha A♣6♣. Um belo presente para Carol, para as mulheres e para a comunidade do poker.

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Carol DuprĂŠ

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Resultado Final: 1. Carol Dupré (São Paulo) R$ 270.000 2. Marcelo Asensio (São Paulo) R$ 165.000 3. Everaldo Rodrigues (São Paulo) R$ 118.000 4. Dante Goya (Ceará) R$ 89.500 5. Marcel Carli (São Paulo) R$ 71.000 6. Mauricio Salazar (Colômbia) R$ 55.000 7. Adrovan Rodrigues (Rio Grande do Sul) R$ 39.000 8. Ricardo Manfredi (São Paulo) R$ 27.000

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Ficha Técnica Cruise Million do Brasil Poker Live Rede Aconcagua Data: 06 a 11 de março Local: Navio MSC Splendida Buy-in: R$ 2.500 Field: 712 entradas Prize Pool: R$ 1.424.000


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E S E Z O L E V

S O S O FU R I

PARTE I I

Little por Jonathan

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sta é a segunda parte do meu artigo sobre torneios turbos. Antes de continuar lendo, sugiro que leia a primeira parte, publicada na edição 82 da Card Player Brasil.

DICA #4:

Preste atenção no seu oponente e se ajuste de acordo com ele Quando seus oponentes ficam com poucas fichas e começam a empurrar all-in, você deve saber se eles têm uma mão forte ou um range cheio (mãos fortes e fracas). Se o seu adversário é tight, você deve simplesmente dar fold, a menos que tenha uma mão decente. Se ele está entrando de all-in com

frequência, ele possui um range amplo, o que faz com que você possa dar call com uma gama maior de mãos. Para determinar isso, você deve ficar atento a suas tendências. Uma situação frequente é quando jogadores com cerca de 15 big blinds empurram all-in. O bom jogador terá um range balanceado. Em seus all-in estarão mãos premium e marginais. Já o range do jogador fraco terá, basicamente, mãos que são fracas para dar um pequeno raise, mas que são fortes demais para o fold. Isso significa que esse tipo de jogador raramente estará segurando mãos como A-A, K-K, Q-Q e A-K. Com isso em mente, você deve ficar feliz em pagar com um range bem amplo, que seria algo com AT+ e 77+. Essas mãos irão demolir o range de push (all-in)

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DICA #5:

do adversário. Se você pagar e seu adversário mostrar uma mão premium, tome nota e faça os reajustes necessários no futuro. Eu sugiro que você faça o download de uma calculadora de poker e aprenda a equidade de várias mãos contra os ranges de push do adversário. Também aprenda a calcular suas jogadas em cima da estrutura de premiação. Isso é uma teoria básica do sit-n-go, chamada ICM (Independent Chip Model). Fique atento ao relógio. Use-o a seu favor, mas com integridade Voltando ao torneio que ganhei (€5.300 Turbo do EPT), citado na coluna anterior, eu continuo pensando em uma jogada em que não agi bem. Minhas cartas eram irrelevantes, já que eu não tinha nada no small blind e acabei dando fold, mas eu devia ter esperado uns 15 segundos antes de realizar a ação. O próximo nível de blinds começaria em 15 segundos, o que obrigaria os próximos blinds, que tinham 12 bbs, a pagarem um pouco mais. Se eu tivesse esperado, eles ficariam com 8 bbs em vez 12. Isso aumentaria, drasticamente, a minha equidade para empurrar all-in com um range de mãos bem maior.

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Algumas pessoas acham que é antiético, mas é algo que deve ser utilizado. Veja bem, se os blinds fossem aumentar dentro de um minuto, obviamente, não seria legal a enrolação. A linha entre o que é e o que não é ético, nesse tipo de situação, é tênue e cada jogador tem uma opinião própria. Para mim, isso não influencia muito no jogo. Não há nada demais em usar um pouco de tempo se, normalmente, você toma suas decisões de maneira rápida. Em outros esportes, times que usam o tempo de maneira inteligente levam vantagem em momentos decisivos. Mas também não adianta ficar pensando uma eternidade em cada mão. Quem faz isso joga menos mãos do que os jogadores das outras mesas, o que vai diminuir bastante a sua chance de vencer o torneio.


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de, estude, estude DICA FI NA L: estu

Se você quer dominar qualquer forma de poker, é preciso gastar horas nas mesas, sim, mas também fora delas, tentando entender o que fazer em momentos padrão. Esse conceito se encaixa perfeitamente no jogo short-stacked, já que a maioria das situações pré-flop são puramente matemáticas. É preciso saber com quais mãos você deve empurrar, de qual posição e com todos os tipos de stacks. Assim como você deve saber quando pagar um all-in, especialmente contra jogadores agressivos. Quando você dominar esses dois aspectos, poderá focar em outras coisas da mesa, como pegar tells dos adversários. Duas maneiras simples de melhorar o seu jogo é praticar em limites baixos de torneios turbos e também com os seus amigos em home games. Se isso não lhe levará a perfeição, pelo menos, lhe dará alguma ideia em que você precisa trabalhar no seu jogo.

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Jonathan Little @JonathanLittle

Jonathan Little venceu o WPT por duas vezes, tem mais de US$ 6 milhões acumulados em torneios e escreveu o livro “Segredos do Torneios de Poker Profissional”.


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Grupo de estudos sobre os benefícios do poker no país ganha mais força a cada reunião Encontros frequentes entre representes do Ministério do Esporte e da CBTH debatem as melhorias sobre a prática do esporte no Brasil e no mundo

A Confederação Brasileira de Texas Hold’em (CBTH) segue sua caminhada em busca da regulamentação do poker no Brasil. Após a conquista da criação de um grupo de estudos junto ao Ministério do Esporte, o objetivo agora é fazer com que ambas as partes estudem juntos, entendam e concluam acerca das melhorias das práticas e da forma de atuação e desenvolvimento do esporte no Brasil. Um dos principais objetivos colocados à mesa para discussão é poder apresentar ao Ministério do Esporte os benefícios que o poker proporciona junto com Dama, Brigde, Go e Xadrez para os praticantes

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dos esportes da mente, tais como raciocínio lógico, matemática e estatística, estimulando o cérebro a estar sempre pensando na melhor forma de resolver uma jogada. A primeira reunião desse grupo, realizada no mês de novembro de 2015, contou com a presença de Igor Federal, Alberoni Castro (Bill) e Magdiel Unglaub por parte da CBTH, enquanto Gustavo Linhas, Angelo Bortolli e Fábio Franklin foram os representantes por parte do Ministério do Esporte. Em pauta, seis temas centrais que irão nortear os debates foram apresentados:

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Nem damas, nem reis UM BATE PAPO COM CAROL DUPRÉ Por Marcelo Souza

Para muitos, a melhor jogadora do País na atualidade. Convocada para a seleção paulista de poker, ela vem tendo resultados constantes e expressivos — o último deles, uma bolada de quase R$ 300 mil. Mas isso não importa para Caroline Dupré, ou melhor, não importa tanto. Como Vanessa Selbst, ela não quer saber de títulos que lhe destaquem como uma mulher que joga muito bem poker. Carol quer apenas ser reconhecida como alguém que joga muito bem poker. Em um esporte ainda com predominância masculina, para uma

mulher se destacar o esforço é duas vezes maior. Primeiro, é preciso estudar muito, como todos os outros, e então conseguir grandes resultados. Como se não bastasse, é preciso superar o sexismo e desprender-se do conceito “mulher”. Não deixar de ser mulher, obviamente, mas mostrar ao mundo que o poker não se trata de homens e mulheres, mas de jogadores. No Brasil, Carol é uma das que conseguiu isso — e você vai entender um pouco dessa história agora, em entrevista exclusiva concedida à Card Player Brasil.

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Marcelo Souza: Como foi o seu início no poker? Foi mais complicado por você ser mulher? Carol Dupré: Comecei jogando homegames na casa de amigos e, em seguida, frequentando alguns clubes de São Paulo. Na época em que comecei, o número de mulheres era bem menor do que hoje, isso já fazia com que a pressão fosse maior, pois uma presença feminina à mesa sempre destoava. MS: Como você enxerga a atuação das mulheres no poker mundial atualmente? CD: Como em todas as áreas, o aumento de mulheres no poker também é significativo, e isso faz com que muitas já se destaquem de igual para igual. Hoje, realmente vejo uma evolução natural e de constante crescimento. No torneio ladies da WSOP, por exemplo, o field é enorme, chegando a quase 1.000 jogadoras. No Brasil, isso também vem acontecendo. Neste ano, o CPH (Campeonato Paulista de Hold’em) também aderiu a ideia do BSOP e já existe um evento Ladies Only em todas as etapas.

MS: E com todo esse crescimento já dá para procurar mulheres em quem se espelhar? CD: Não tem como não pensar na Vanessa Selbst. Desde o começo da minha carreira, ela já era meu exemplo. Também admiro e me espelho muito nas minhas amigas, jogadoras profissionais com quem troco grande parte do meu conhecimento. MS: E falando em Vanessa, qual sua opinião sobrea a famosa sentença dela: “Espero ver o dia em que não falaremos sobre homens e mulheres, mas apenas jogadores de poker”? CD: Concordo plenamente, e acho que para mim e para muitas já é assim. Muitos ainda podem fazer essa segregação, mas o que interessa é a forma que me sinto quando me sento à mesa. Esqueço realmente dessa diferença e penso apenas no jogo.

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MS: Quando você está em uma mesa de poker, você sente que é tratada de forma diferente por ser mulher? CD: Antes, sim. No entanto, hoje, com a minha imagem mais exposta, sinto um tratamento distinto, mas por me conhecerem, não por eu ser mulher. O que é muito bom. Já é uma conquista para nós, mulheres. MS: Sua ascensão no poker nos últimos anos tem sido impressionante. Você já é considerada por muitos a melhor jogadora do Brasil. Como você lida com isso e, mais importante, como se deu seu desenvolvimento nesses anos? CD: Nos últimos anos, eu realmente evoluí muito e consegui aproveitar bem as oportunidades que me foram dadas, mas sei que isso tem que ser contínuo. Tenho muito pra aprender e renovar diariamente — e é o que eu busco. Sinceramente, agradeço muito a consideração que me é dada, mas não penso que sou a melhor quando estou na mesa, penso em fazer o meu melhor. MS: Você é patrocinada pelo site Betmotion!. Qual a importância do site em sua carreira? CD: A minha evolução se deu principalmente nos dois últimos

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anos, que foi justamente quando entrei para o Betmotion!. Além de um suporte completo, com parcerias em coaches e jogos online no site, o Betmotion! confiou em mim e me deu oportunidades que todo jogador profissional almeja. Eles me colocaram no circuito nacional e internacional, sempre me proporcionando as melhores estruturas e condições. A soma disso me fez a Carol de hoje. Sou muito orgulhosa de carregar esse nome comigo. MS: Como é sua rotina hoje, no poker online e ao vivo? CD: Minha rotina ao vivo é bem cheia, jogo os high rollers regulares de São Paulo e o CPH, além de viajar para todas as etapas do BSOP. Nos dias vagos, que não são muitos, tento suprir agenda com coaches e torneios online no Betmotion!. MS: E é possível se sustentar deixando o poker online em segundo plano? CD: Sim, mas é bem exaustivo, pois enquanto jogamos um torneio ao vivo, no online, você pode jogar muito mais. Mas com a grade que me


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é proporcionada ao vivo, ser lucrativa é um objetivo extremamente tangível. MS: Outra grande jogadora do País é Milena Magrini. Como é a relação de vocês duas? CD: Somos muito amigas, praticamente irmãs. Moramos juntas em São Paulo e temos uma rotina diária de coaching, online e ao vivo, nas quais trocamos experiência diariamente e nos damos suporte mútuo. MS: O que você poderia dizer para mulheres que querem levar o poker um pouco mais a sério? CD: Encarem o esporte sem preconceito, começando por você mesma. Poker não tem gênero. Joguem de igual para igual. MS: Você ganhou ainda mais destaque ao vencer o Cruise Million e levar R$ 270.000. O que muda na sua carreira agora? CD: Na realidade, o resultado em si não proporciona uma mudança em minha carreira, apenas representa um começo. Faz-me ter certeza de que estou no caminho certo, me dá gana de aprender e vencer mais e mais. Considero como mais um degrau galgado e me motivo para subir os próximos.

MS: Você já enfrentou os mais diversos tipos de jogadores. Quais lhe deram trouxeram mais dificuldade? CD: Houve uma etapa do LAPT (Latin American Poker Tour), em 2014, aqui no Brasil, que acabei jogando na mesa do Victor Sbrissa e do João Simão. Como foi um dia difícil (risos). MS: Quais suas dicas para quem quer evoluir no poker? CD: Pratica não é efetiva sem estudo. Assista vídeos, corra atrás de sites e fóruns na internet. Troque informação com seus amigos e pessoas que você admira. Faça coaching e workshops com profissionais. Foco se resume em ter corpo e mente em um mesmo centro. Então se alimente bem, descanse e, se puder, faça algum exercício físico. MS: Este último espaço é seu. CD: Muitas pessoas passaram pelo meu caminho desde que comecei minha carreira. Todas elas têm ou tiveram um papel importante em algum momento — e sou muito grata por isso. A energia e positividade que senti quando estava na reta final do navio foi indescritível. Sou uma privilegiada. No poker, fiz amigos para uma vida. Queria finalizar agradecendo mais uma vez ao meu patrocinador, o Betmotion!. Sem eles, com certeza, eu não estaria onde estou hoje.

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Muitas promoções, torneios especiais, rankings exclusivos e torneios garantidos no Betmotion Poker! Confira todas as novidades do mês de Abril e programe-se para fazer muitas retas finais a partir de agora!

FIFTY’s 2016

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Para você que estava ansioso pela temporada 2016 do FIFTY’s, sua espera acabou! A partir de Março, o Fifty’s está de volta e você tem um encontro marcado todos os Domingos e Quartas às 21 horas no Betmotion, para jogar aquele poker de qualidade e ainda por cima aumentar seu bankroll! Jogue todas as etapas e acompanhe semanalmente o ranking no nosso site!

Foi dada a largada para o melhor ranking do Brasil! Como tradicionalmente fazemos todos os anos, o Ranking Ladies by Queens of Poker, é um ranking voltado exclusivamente para o público feminino que também curte e muito o nosso querido e amado esporte da mente. Por isso esse ano ele vem repleto de novidades e prêmios incríveis!

DIA DA MENTIRA

DESCOBRIMENTO DO BRASIL

Vamos comemorar o Dia da Mentira com muito blefe? Por isso o Betmotion fará um incrível torneio comemorativo para que você possa blefar a noite toda (se seu blefe passar, é claro!) com premiação garantida de US$500 e com entrada gratuita! Dia 01 de Abril às 21 horas (horário de Brasília), você tem um encontro marcado no Betmotion Poker!

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Balancear ou

ser explorável? Por Ivan “RoyalSalute” Santana

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oje vou falar sobre um assunto que muito menosprezam, mas muitos também superestimam: o balanceamento do range. Balancear range é, a grosso modo, fazer uma estratégia equilibrada para que em que determinada situação você tenha uma quantidade de blefes e mãos por valor que não deixem o oponente explorar o seu jogo. Muitos jogadores não entendem a importância disso. Se você, em certas jogadas, apenas faz uma aposta por valor — digamos, somente abre do UTG com A-K, A-A, K-K e Q-Q — e os oponentes percebem isso, eles podem jogar de forma ótima contra você. Nesse caso, um oponente pode desistir facilmente de mãos como A-Q e pagar, caso tenha odds, apenas com mãos como pares baixos e cartas conectadas baixas, sabendo exatamente o tipo de mão que está enfrentando e que, se acertar um jogo forte, pode ganhar um pote imenso.

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Outro exemplo seria quando chegamos ao river e o bordo traz um possibilidade flush. Vamos apostar apenas quando temos o flush ou também vamos blefar? Com qual frequência? E se decidirmos apostar apenas quando tivermos o flush? Isso seria explorável. Mas é um problema? O oponente pode não saber disso. Afinal, quando devemos ou não nos preocupar em balancear o range? Bom, em primeiro lugar, balancear o range está diretamente ligado ao histórico que temos ou teremos com os oponentes na mesa. E não entender isso é um erro bem comum. Várias vezes eu vejo em torneios um jogador comentar: “Aumentei pré-flop, apostei no flop e dei um check-raise no turn blefando, porque eu também faço isso quando tenho valor. Então, ele tem que desistir”, ou, “blefei o river para


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equilibrar meu range com as mãos de valor que eu tenho”. O problema desse comentário é que, em torneios, principalmente ao vivo, você não tem histórico grande suficiente com o adversário para se preocupar em equilibrar o range, mesmo contra aqueles adversários que jogam sempre o mesmo torneio que você. Em um torneio, devemos pensar muito no momento e não em balancear o range. Bons jogadores de torneio sabem bem disso. Como as mesas de torneios são sorteadas, cada situação será única, principalmente as mais importantes, de reta final. Mesmo contra os jogadores que você costuma jogar, é difícil cair toda hora na mesma mesa, mais difícil ainda, em situação parecida. A fase do torneio pode ser diferente (início do torneio, bolha, mesa semifinal e final), a dinâmica da mesa e os stacks envolvidos também. Fora tudo isso, ficar em uma situação parecida de jogo contra o oponente (bordo, apostas em outras streets) também será muito raro para você ter que se

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preocupar em balancear. A exceção é para ações pré-flop, já que essas são mais comuns. Aí sim é interessante ter um range equilibrado, pois com poucas mãos jogadas é possível perceber algum padrão de agressividade/passividade ou de quão tight/loose você está jogando. Em cash games, o buraco é mais em baixo. Aqui temos uma necessidade maior de balancear o range para situações pós-flop, pois enfrentamos os mesmos oponentes com uma frequência muito maior, principalmente em mid/high-stakes, que não há tantas mesas online, ou em um jogo ao vivo, que são os mesmos jogadores que costumam jogar. Para vocês terem ideia, quando filtrei meu banco de dados, com 300 mil mãos de torneios, procurei os jogadores que eu mais enfrentava. Percebi que tinha cerca de 1.500 a 2.000 mãos deles. Quando filtrei meu banco de dados de cash games, com as últimas 300 mil mãos, eu encontrei jogadores que tinha mais de 50.000 mãos jogadas contra. Ou seja, aprender a não ser explorável contra eles e



estudar as falhas do jogo deles é importantíssimo para maximizar a lucratividade. Assim, jogadores de cash costumam traçar estratégias pós-flop bem mais detalhadamente, principalmente em limites mais altos. Eles buscam jogar perto do GTO (Game Theory Optimum), ou seja, uma estratégia não-explorável, pensando em não adotar uma linha exclusivamente por valor ou blefe contra os oponentes que mais enfrentam. Um exemplo para entender essa diferença de momento para contrabalancear o range é quando o jogador paga no big blind e o board vem K-T-4 rainbow. Um jogador de cash game analisa antes esse tipo de bordo e já tem um plano em quais tipos de mãos ele vai de check-call, check-fold, check-raise e em quais vai dar lead (se existem mãos que ele dá lead ou check-raise, por exemplo). Se ele decide ter

um range de mãos que vai jogar esse bordo de forma agressiva, ele normalmente coloca alguns blefes (como J-9s) com as mãos de valor (K-T, 4-4 e, às vezes, até K-Q e K-J). Já o jogador de torneio, ou mesmo o jogador de cash, quando enfrenta alguém que não tem muito histórico, deve pensar apenas no momento. Defina o range do oponente, nosso range na visão dele, pense na melhor jogada e ponto. Haverá situações que não valerá a pena blefar nunca, e situações que uma aposta será boa apenas se for por valor. Um jogador de torneio que eu admiro muito por saber interpretar o momento muito bem é o Alexandre Gomes; enquanto que vários jogadores de cash sabem muito bem definir estratégias vencedoras pós-flop, como o Diógenes Malaquias, Leonardo “Roqueiro”, Leonardo Bueno, Marlon “Sphinter”, dentre outros.

Ivan Santana @ IvanRoyalSalute www.ivanroyal.com.br

Ivan Santana é um dos maiores e mais respeitados especialistas em cash games do Brasil. Ele é instrutor da Poker Lab e autor do livro “The Royal Book”.





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o artigo desta edição, iremos mostrar com que frequência as cartas se repetem no bordo. Tendo isso em mente, você e só você, depois de analisar todos os fatores envolvidos em uma mão, tomará a decisão que achar melhor.

Flop ( Formato das Cartas) Total de combinações

22.100

Formato

111

18.304

82,82%

Formato

21

3.744

16,94%

Formato

30

52

0,24%

100%

O formato mais frequente no flop, são as 3 cartas diferentes. Exemplo: Às, Dez, Dois. Note que o formato 2-1 tem uma frequência de 16,94%, aproximadamente uma vez a cada 6 aberturas de Flop. Exemplos: 9 9 6 228 Pense naquele BB que você foi obrigado a pagar e vira um flop no formato 2 1, exemplo 9 9 6 e você olha pra suas duas cartas e vê um 9 e 6 ou um par de (9, 9 ), já sei o que você está pensando você já ficaria feliz se visse um par de (6, 6), pois é por isso que o poker é sensacional você passa da tristeza a alegria em segundos e vice - versa, agora se você não gosta de grandes emoções mude para palavras cruzadas.

Turn (Formato das cartas)

Total de combinações 270.275 1111

67.611%

183.040

211

30.425%

82.368

22

1.037%

2.808

31

0.921%

2.496

4

0,004%

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C 52/4 a 4 = 270.725 Formato 1-1-1-1

Formato 2-1-1

Formato 2-2

Formato 3-1

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Esses cálculos são feitos de maneira fácil. É bem elementar. Vamos usar um exemplo simples, no flop, quando temos duas cartas iguais e uma diferente. Primeira carta: pode ser qualquer carta, então temos 52/52. Vamos levar em consideração que essa carta foi um Nove qualquer. Segunda carta: a maneira mais fácil de entender é repetindo a primeira carta, então temos 3/51 — se temos quatro Noves no baralho, então restam apenas três nas 51 cartas restantes. Terceira carta: Não queremos mais o Nove, então temos 48/50. Como temos três combinações possíveis, temos que multiplicar por 3. Então teremos: 52/52 x 3/51 x 48/50 x 3 = 16,94%. Ou seja, aproximadamente, uma vez a cada seis flops, você terá em média duas cartas iguais e uma diferente.

Formato 4-1

Importante:

Note que em 42,25% das vezes teremos pelo menos um par no bordo, só em 50,71% as cartas são diferentes. Com os percentuais do Flop/ Turn e River você ficará mais atento a formação do bordo, essa é apenas uma ferramenta das muitas que você irá utilizar para tomar a melhor decisão, vou deixar uma frase “Todo cuidado é pouco, quando temos pelo menos um par no Bordo).

Moacir Martinez mgbmartinez@uol.com.br

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Moacir Martinez é jogador e estudioso na influência da matemática no poker, tanto no online como no live, e autor do livro Matemática Fácil do Poker.


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CARD CLUB

A Card Player Brasil acaba de criar o Card Club, um programa com vantagens únicas que levará as principais marcas de clubes de todo o País a você que nos acompanha em todas as nossas plataformas. Através do Card Club, qualquer clube do Brasil pode se tornar um parceiro da Card Player Brasil, tendo sua marca e seus torneios divulgados nas páginas da principal revista de poker da América Latina, edições impressa e digital; e, claro, nas nossas mídias sociais. Em breve, também em nosso site, uma seção exclusiva para os nossos parceiros. Você, dono de clube, que deseja formar uma parceria com a Card Player Brasil, basta enviar um e-mail para contato@cardplayerbrasil.com e ficar pode dentro dos detalhes de como fazer parte do nosso time.


Seja nosso parceiro e tenha seu clube e seus torneios divulgados em nossa revista e nossas redes s贸cias. Envie um e-mail para contato@cardplayerbrasil.com e saiba como.

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DAVID SKLANSKY

TEORIA DO


THE BOOK IS ON THE TABLE

Em qualquer biblioteca que se preze, os clássicos têm lugar garantido na prateleira. Na literatura do poker acontece a mesma coisa. Nesta edição, o The Book Is On The Table traz um clássico absoluto do ramo, o Teoria do Poker. O autor, David Sklansky, tem desenvolvido ao longo últimos 30 anos um trabalho fundamental para evolução do jogo, estruturando conceitos que compõem a base do poker moderno. Voltado para os milhões de jogadores de poker que conhecem os fundamentos, mas não compreendem completamente a lógica e os princípios do jogo, este é um guia sério e abrangente que mostra como pensar tal qual um profissional. Teoria do Poker o leva para dentro da mente dos maiores jogadores do mundo, e ensina todos os fatores importantes que devem ser considerados em situações específicas, antes de se determinar o que fazer. Fala, ainda, sobre conceitos gerais do poker que se aplicam a praticamente todas as variantes, descrevendo a linha de raciocínio dos jogadores de nível avançado. Através de exemplos, analisa cada aspecto de uma mão, desde a estrutura de antes até o momento em que a última carta é aberta, em modalidades Hold’em, Seven-card Stud e Razz. Inclui também as regras básicas das variantes e um glossário de termos de poker.

CAPÍTULO 3

(p. 39)

O TEOREMA FUNDAMENTAL DO POKER Há um Teorema Fundamental da Álgebra e um Teorema Fundamental do Cálculo. Chegou a hora de apresentar o Teorema Fundamental do Poker. Assim como todos os jogos de cartas, o poker é um jogo de informações incompletas, o que o distingue de jogos de tabuleiro como xadrez, gamão e damas, nos quais sempre se pode ver o que o oponente está fazendo. Se as cartas de todos estivessem à mostra o tempo inteiro, sempre haveria uma jogada matematicamente precisa e correta para cada jogador. Qualquer um que se desviasse dela reduziria a sua expectativa matemática e elevaria a expectativa dos oponentes. Claro, se as cartas pudessem ser vistas o tempo todo, não haveria poker. A arte do poker é preencher os espaços das informações incompletas fornecidas pelas apostas dos seus adversários e pelas suas cartas à mostra nas modalidades em que isso acontece e, ao mesmo tempo, impedi-los de descobrir algo a mais do que aquilo que você quer que eles saibam sobre sua mão. Isso nos leva ao Teorema Fundamental do Poker: Toda vez que você jogar uma mão de maneira diferente da que teria jogado se pudesse ver todas as cartas dos seus oponentes, eles vencerão. E sempre que jogar uma mão da mesma maneira que jogaria se pudesse ver todas as cartas

deles, você vencerá. Por outro lado, sempre que os seus oponentes jogarem suas mãos de maneira diferente da que jogariam se pudessem ver todas as suas cartas, você vencerá. E sempre que eles jogarem suas mãos da mesma maneira que jogariam se pudessem ver todas as suas cartas, você perderá. O Teorema Fundamental aplica-se a todos os casos nos quais a disputa por uma mão se limitar a você e um único oponente. E quase sempre é válido também para multipotes, com raras exceções, que discutiremos ao final deste capítulo. Qual o sentido do Teorema Fundamental? Perceba que, caso o seu oponente, de alguma forma, conheceça a sua mão, haveria uma jogada correta a ser feita por ele. Por exemplo, se em uma partida de draw poker seu adversário vir que você tem um flush completo ou esteja representando um antes do draw, a jogada correta será largar um par de ases quando você apostar. Pagar seria um erro, mas de um tipo especial. Não estamos querendo dizer que ele teria jogado mal ao dar call com um par de ases; estamos dizendo que ele teria jogado de maneira diferente se pudesse ver as suas cartas. O exemplo do flush é bastante óbvio. Na verdade, o teorema como um todo é óbvio, e é aí que está a sua beleza — mas mesmo assim suas aplicações, em geral, não são tão óbvias. Às vezes, a quantidade

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de dinheiro no pote torna o call correto, ainda que você pudesse ver que a mão do seu oponente é melhor do que a sua. Vamos dar uma olhada em vários exemplos do Teorema Fundamental do Poker. Exemplos do Teorema Fundamental do Poker Exemplo 1 Digamos que, ao apostar, sua mão não seja tão boa quanto a do seu oponente. Ele paga a sua aposta e você perde. Mas, na verdade, você não perdeu: ganhou! Por quê? Porque, obviamente, a jogada correta dele, se soubesse o que você tinha, seria dar raise. Além disso, você ganha quando ele não aumenta a aposta e, se ele tivesse largado a mão, você teria ganhado um belo pote. Esse exemplo também pode parecer óbvio demais para uma discussão séria, mas se trata de uma regra geral para algumas jogadas bem sofisticadas. Vamos supor que, em no-limit hold´em, você tenha 10♥ J♥ e seu oponente esteja com a seguinte mão K♠Q♦ O flop traz Q♥8♣7♥ Você dá check, o seu adversário aposta e você paga. Então, o Ás de ouros surge no turn, e você aposta, tentando representar um Ás. Se o oponente soubesse sua mão, a jogada correta dele seria aumentar a ponto de tornar muito caro o draw para flush ou straight na última carta, e você teria que desistir. Portanto, se ele apenas pagar, você ganha. Você ganha não somente pelo fato de ter conseguido ver a última carta de forma relativamente barata, mas porque o seu oponente não executou a jogada correta. Se ele der fold, claro, o seu ganho será tremendo, uma vez que ele terá descartado a melhor mão. Exemplo 2 Suponhamos que haja $80 no pote e você tenha dois pares na mão. Trata-se de um jogo de draw poker e você aposta $10, valor que vamos considerar a aposta máxima. Seu único adversário tem four-flush, ou seja, quatro cartas para o flush. A questão é: a torcida é para ele dar call ou fold? Naturalmente, você quer que ele tome a decisão mais lucrativa para você. O Teorema Fundamental do Poker diz que o mais lucrativo é o seu oponente fazer a jogada incorreta com base na informação completa sobre ambas as mãos. Considerando que ele tem odds de 9-para-1 (o call de $10 pode lhe render $90) e está em desvantagem de apenas 5-para-1 para acertar o flush, o certo é pagar, pois o call tem expectativa positiva. Uma vez que essa é a jogada correta, segundo o Teorema Fundamental do Poker, você está torcendo para que ele dê fold. Esse tipo de situação ocorre com frequência. A melhor mão é a sua, mas o seu oponente tinha odds suficientes para tornar o call correto, caso soubesse o que você tinha. Assim, você quer que ele desista. Do mesmo modo, o certo é que você tente acertar o draw quando conseguir as odds necessárias. Se não fizer isso, estará perdendo dinheiro e, portanto, fazendo com que ele lucre. 70

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TÍTULO: TEORIA DO POKER (The Theory of Poker). AUTOR: David Sklansky NÚMERO DE PÁGINAS: 362 PREÇO: R$ 79,00 DISPONÍVEL EM: www.raiseeditora.com


TORNEIO JUNIOR

TEXAS HOLD’EM 08 E 09 DE ABRIL

20K 1ºLugar:........R$6.000,00 2ºLugar:........R$4.000,00 3ºLugar:........R$3.000,00

200 2 REBUY: R$ 100,00 ADD-ON: R$ 200,00 BUY-IN:

R$

,00 ( 150+ 50Tx Adm) R$

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20k fichas

Time Chip + 1000 fichas pra quem fizer a inscrição no horário

HORÁRIO SEXTA SABADO

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20:00h(CLASSIFICATÓRIA) 17:00h(CLASSIFICATÓRIA) 21:00h(SEMI-FINAL E FINAL) RENEGADE

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ELE ERA O FENÔMENO COM A BOLA. AGORA, VAMOS VER O QUE ELE SABE FAZER COM AS CARTAS.

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