Card Player Brasil Digital - 32

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POKER

ESP O RTE E ESTI LO D E VI DA

Três dicas para vencer nos MTTs ao vivo

Você realmente sabe o que é uma bad beat?

Yuri Martins

conquista a América!


ELE ERA O FENÔMENO COM A BOLA. AGORA, VAMOS VER O QUE ELE SABE FAZER COM AS CARTAS.





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A PRIMEIRA MOTO CHOPPER com pedras preciosas no mundo com valor estimado em R$ 280.000,00 será sorteado no dia 12 do mês de dezembro de 2015.







SUMÁRIO 14. GAVIN GRIFFIN

TRANSFORMANDO VALOR EM BLEFE O renomado jogador internacional Gavin Griffin explica umas das técnicas mais difíceis de ser realizada em uma mesa: transformar sua mão de valor em blefe.

ESPECIAIS 38. É CAMPEÃO

A grande vitória de Yuri Martins no LAPT

22. MATT MATROS

DESISTIR É PARA OS FRACOS Matt Matros dá dicas importantes para vencer nos torneios ao vivo da sua região.

30. FINAL TABLE

COM Mike Leah Os segredos por trás da vitória de Mike Leah no WPT.

50. THE BOOK IS ON THE TABLE Kill Phil, de Rodman, Nelson e Heston.

56. RAMON SFALSIN

VOCÊ REALMENTE SABE O QUE É UMA BAD BEAT? Ramon revela que as famosas bad beats não são tão frequentes como a maioria pensa.

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O D N A M R O F TRANS BLEFE

M E R O VAL u

m blefe é quando você aposta com o que você acredita ser a pior mão, a a fim de fazer uma mão melhor que a sua dar fold. Normalmente, você quer fazer isso com mãos que são muito improváveis de vencer no showdown e compõem a pior parte do seu range (bottom). Se você tem uma mão com um bom valor showdown e achar que esse valor é suficiente para ganhar a mão, você vai querer apostar. Agora, se você tem uma mão com valor de showdown medíocre, mas que está no topo do seu range, dependendo de como você jogou sua mão, você provavelmente daria check ou call em vez de você mesmo

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Gri ffi n por Gavin

realizar a ação agressiva. Essa é uma abordagem boa e fundamental para decidir se você deveria blefar ou não no river. Se realizá-la modo bem rigoroso, sua jogada estará suficientemente balanceada para manter seus oponentes em alerta. Há pouco tempo, joguei duas mãos em que tive um valor de showdown bem decente, que estava entre o meio e o topo do meu range, e decidi transformá-lo em blefe devido ao modo como meu oponente jogou. Vamos dar uma olhada nas mãos. No-limit, jogo $5-$5, há um straddle (escuro) nessa mão. Do meio da mesa, um jogador fraco entra de limp. Ele joga


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muitas mãos e frequentemente dá fold depois de entrar de limp. Eu sou o cutoff e dou raise para $40 com K♦ 8♦. O big blind (BB), com quem eu nunca havia jogado, dá call e deixa cerca de $650 para trás. O jogador que fez o straddle e o limper dão fold. O flop é A♠ K♠ 3♣. Ele dá check-call na minha aposta de $55. Nesse momento, eu havia planejado pedir mesa no resto da mão, a não ser que meu jogo melhorasse. O turn é um 6♠ e ele sai apostando $60. Jogando dessa maneira, não pensei que seu range incluísse muitos flushes. Isso parece ser um Ás com uma carta de espadas como kicker. Por isso, meu plano mudou. Quando colocar meu oponente com um par fraco e um flush draw, às vezes, vou dar call e apostar ou dar raise no river para levar a mão. Nesse caso, achei que seria mais efetivo dar raise no turn. Um valor que me permitisse ir all-in de cerca de dois terços do pote no river. Então, eu reaumentei para $205, com o plano de dar all-in no river com qualquer carta que não fosse de espadas. Talvez eu pediria mesa se outro Ás aparecesse. Ele deu call no meu aumento e o river foi uma carta irrelevante. Ele pediu mesa, eu pensei um pouco e o coloquei em all-in ($450). Ele pensou por muito tempo antes

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de, eventualmente, dar call com K♥Q♠. Eu li a mão corretamente. De fato, o valor absoluto da mão dele era pior do que eu pensei, mas relativamente semelhante, já que é improvável que eu jogue qualquer mão que tenha acertado apenas um par assim. (Não tenho certeza se ele perceberia que os valores das mãos eram basicamente os mesmos, mas estou divagando). Me senti muito bem com a maneira que joguei, mesmo não vencendo — e você tem que dar crédito ao cara por ter dado um call corajoso. Ainda jogando $5-$5, outra mão interessante apareceu. Eu estava no BB, com $1.500 e A7o. Um jogador com quem eu nunca havia jogado antes, aumentou do button. O flop veio 7-4-2 rainbow e todos deram check. O turn é um 3♦, que colocar um flush draw na mesa. Aposto $25 e ele dá call. Acho que ele provavelmente tem um Ás e uma carta alta, talvez 5-5 ou 6-6. A possibilidade de uma sequência com 6-5 apareceu no turn, mas acho improvável que ele dê mesa, tendo posição, com duas pontas para o straight e sem valor de showdown no flop. O river é uma Dama que não completa o flush. Decidi a apostar $45 por valor. Acredito que ele poderia dar call com Ás-high e com quaisquer pares. E levando em consideração a maneira como ele jogou, é improvável que ele aumente com qualquer mão de valor. Bem, ele aumentou para $155 depois de pensar um


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Outra boa lição que pode ser tirada dessas duas mãos e que devemos aplicar em todas as mãos que jogamos é: frequentemente podemos tomar boas decisões e ainda chegarmos a um final infeliz. pouco. Acho possível que ele tenha A-Q ou Q♦X♦, e esteja tentando ganhar algum valor. Também é possível, embora não muito provável, que ele esteja em um blefe completo. Não espero isso de muitos jogadores nesse jogo, mas é com certeza uma possibilidade. Se ele está aumentando por valor com uma Dama, acho provável que ele desista se eu fizer uma 3-bet, e definitivamente se estiver blefando. É muito improvável ele fazer um 4-bet com uma mão pior. Na verdade, acho que é bem improvável ele dar um 4-bet com qualquer coisa pior que A-5. Assim, sabendo que o range dele é um blefe e ou um valor fraco, decidi aumentar para $400. Ele deu fold rapidamente e eu ganhei o pote. Se eu achasse que ele estava blefando — e não aumentando com uma Dama —, o meu raise seria muito pobre; mas já que eu

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considero que uma grande parte do range dele eram feitas de mãos melhores que as minhas, mas que ele daria fold para uma 3-bet, eu pensei que a melhor jogada seria transformar a minha mão, com um bom valor de showdown, em um blefe. Outra boa lição que pode ser tirada dessas duas mãos e que devemos aplicar em todas as mãos que jogamos é: frequentemente podemos tomar boas decisões e ainda chegarmos a um final infeliz. Mas se continuarmos jogando de maneira que as nossas linhas façam sentido e estejam bem balanceadas, nós podemos, então, nos ajustar a uma situação onde é necessário pensar rápido e aumentar o nosso lucro esperado de uma mão, não importa qual seja o desfecho real.

Gavin Griffin @NHGG

Gavin Griffin foi o primeiro jogador de poker a obter os títulos do World Series of Poker, European Poker Tour e World Poker Tour. Ele acumulou quase 5 milhões em torneios e é patrocinado por HeroPoker.com.


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S A C I D R E C N E V A R 3PA

O V I V O A S O I E N NOS TOR s Por Matt Matro

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A

era dos torneios com garantidos gigantescos, reentradas múltiplas em múltiplos dias está aí. Isso deve continuar por bastante tempo. Mas onde estão as oportunidades? O que esses garantidos homéricos e essa quantidade de reentradas podem trazer de bom? Quando eu comecei no poker, eu jogava torneios baratos todo o tempo. Por alguns anos, acho que não havia sequer um torneio de US$ 300, na Costa Leste, que eu ainda não havia jogado. A partir do momento que comecei a evoluir como jogador profissional, as despesas

de viagens, o alto rake e o potencial de crescimento limitado fizeram os eventos com buy-in mais baixo menos atrativos, e eu me afastei. Mas agora, graças às reentradas, existem torneios de US$ 400 ou US$ 500 com prize pools de sete dígitos. Nos últimos meses, acabei me surpreendo jogando novamente esses eventos. E notei que existem muitos jogadores capazes de jogar um poker sólido, mas que, geralmente, possuem uma ou duas fraquezas. Neste artigo, darei a vocês três dicas para bater os torneios ao vivo que não possuem buy-in elevado.

DICA #1: JOGUE SEU STACK SEM SE PREOCUPAR COM A MÉDIA É típico, em eventos com muitas entradas e níveis com menos de uma hora de duração, todos ficarem short. A média geralmente fica entre 15 e 20 big blinds (bbs), o que significa que jogadores com 30 bbs pensarão que estão “bem na fita”, enquanto quem tem entre 10 e 12 bbs sentirão que ainda têm um stack tranquilo para “pilotar”. É verdade que você nunca deve entrar em pânico por estar short e que os profissionais

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pensam que podem fazer coisas maravilhosas com 30 blinds. O fato é que um stack curto deve ser jogado como tal. Não há sentido em acreditar que o seu stack é maior do que ele realmente é. Muitos jogadores de limites baixos pensam que eles não deveriam tomar decisões que eles veem como arriscadas quando estão perto da liderança em fichas. A verdade é que até você chegar na mesa final, a liderança é basicamente irrelevante, especialmente se você tem 10 blinds. Não importa se você tem o segundo maior stack da sua mesa, sua única jogada com esse stack é all-in ou fold. Não há espaço para raise e então fold, ou para “esperar por uma oportunidade melhor”, e isso é verdade mesmo que você tenha mais fichas do que 75% do field. Quem fica cuidando demais de um stack pequeno pode até entrar ITM, mas nunca ganhará os melhores prêmios. No Evento #1 do Borgata Open Poker, eu caí quando estava entre os líderes, com 18 bbs, depois de ir all-in com uma mão ruim. As pessoas ficaram estarrecidas. O que elas não entenderam é que eu cheguei aonde estava jogando daquela maneira. Se você não acumular fichas, você nunca terá chances de ganhar.

DICA #2: NÃO ENTRE EM “TILT” Esse conselho vale para todos os jogadores, mas vejo mais jogadores “tiltados” em torneios micros. O engraçado é que esses caras normalmente são pessoas equilibradas. Não consigo contar o número de vezes que ao conversar com alguns deles no intervalo, eles se mostraram lógicos e com uma boa noção de jogo, mas ao retornarem para a mesa e levarem uma bad beat queimam o resto do stack em acessos de raiva. Poker já é um jogo difícil quando você está totalmente concentrado, se você começar a fazer jogada ruins, mesmo que em 5 ou 10% das vezes, acredito que é impossível você vencer no longo prazo. Eu não tenho uma fórmula secreta para parar o tilt, mas se você é desses, é preciso identificar com urgência o que lhe tira do sério e trabalhar em cima disso, removendo o tilt do seu jogo o mais rápido possível.

Quem fica cuidando demais de um stack pequeno pode até entrar ITM, mas nunca ganhará os melhores prêmios. 24

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DICA #3: TENHA CERTEZ A DA FORÇA DE SUA MÃO Jogo rápido: quão bom é um par de Noves? Melhor do que 90% das mãos? 93%? 95%? Existem 1.326 combinações de mãos no hold’em e apenas 46 delas são consideradas melhores do que 9-9 (seis combinações de 10-10, J-J, Q-Q, K-K, A-A e mais 16 combinações de A-K). Isso significa que Noves são melhores do que 96% de todas as mãos possíveis no hold’em. Muito forte, né? Jogadores de no-limit hold’em tendem a ver uma mão assim como vulnerável, enganadora ou que “não vale todo o meu stack” — e dependendo do contexto, isso pode ser verdade. Mas se o button abre, você faz uma 3-bet do small blind e o button aplica

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uma 4-bet, você não pode desistir de uma mão que está entre as 4% melhores do jogo. Se você abre do meio da mesa e alguém faz uma 3-bet, você também não pode desistir. E o mais importante de tudo: se você está short, na reta final de um evento com antes, a princípio, você nunca pode largar uma mão que está entre as 4% melhores. A menos que você tenha o nuts, sempre haverá risco envolvido quando você coloca todas as suas fichas na mesa. Então, ou você entende quão forte é uma mão como 9-9 ou você será para sempre consumido pelos blinds. Atualmente, nos torneios com buy-ins baixo, há um grande potencial para fazer dinheiro. Siga essas dicas acima e quem sabe uma parte não caia na sua conta.

Matt Matros @Matt_Matros

Matt Matros tem três braceletes da WSOP e é um dos instrutores do renomado site de treinamento cardrunners.com.


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Por Craig Tapscott

Tradução e adaptação: Marcelo Souza

Grandes campeões analisam mãos chaves que lhes levaram a vitórias nos principais torneios do mundo, seja na internet ou ao vivo.

MIKE LEAH MOSTRA COMO SE PORTAR EM UMA MESA FINAL EXTREMAMENTE AGRESSIVA Mike Leah é membro do Team Ivey. Ele é um dos mais bem-sucedidos jogadores de mixed games do mundo. O ex-gerente de vendas foi apresentado ao poker em 2005. Um ano depois, ele já destruía nos torneios ao vivo. Em 2008, deixou seu emprego para se profissionalizar. Nos últimos três anos, Leah teve bastante sucesso na World Series of Poker. Foram 16 ITMs e três mesas finais. Seus ganhos na carreira, tanto online quanto ao vivo, estão perto de US$ 4,5 milhões.

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Evento

2014 World Poker Tour Fallsview Poker Classic Main Event

Jogadores

649

Buy-in

US$ 995

Primeiro Prêmio

US$ 107.084

Colocação


Mão #1 7

A

Q

7

Danny Freitas 600.000 4

5

2

5

4

7

2

A

7

K

A

Mike Leah 700.000

Q

A

K

Blinds: 15.000-30.000 • Antes: 5.000 Número de jogadores na mesa: 8

Conceitos-chave: Usando informações pré-adquiridas. Range de mãos. Induzir um oponente agressivo.

era aplicar 3-bets contra os stacks médios, o que também forçaria Jeremy a desistir dos potes.

Craig Tapscott: Pelo que entendi, a mesa final era muito agressiva. Fale um pouco sobre isso e sobre a sua estratégia. Mike Leah: Realmente era muito agressiva. No dia anterior, Jeremy Rose ficou por algumas horas imediatamente à minha esquerda, então eu sabia que todas as vezes que eu desse raise, ele daria call ou faria uma 3-bet. Nós havíamos jogados vários potes com 3-bets, 4-bets, 5-bets e 6-bets. Eu sabia que a mesa final seria uma batalha dura entre nós dois. E eu também sabia que alguns jogadores esperariam por eliminações para atingirem melhores premiações. Com isso em mente, minha estratégia inicial

CT: Isso é loucura. Potes com 5-bets e 6-bets? Quando a mesa está assim, insana, como você reage? ML: Com um jogador hiperagressivo na sua esquerda, é melhor deixar o seu range de raise um pouco mais tight ou estar preparado para aplicar 4-bets light (blefando). Você também pode aplicar 3-bets nos oponentes à sua direita para tirar o jogador à sua esquerda da mão. Eu não gosto de colocar todas as minhas fichas em uma situação de flip, estou sempre tentando arranjar uma situação em que, pelo menos, esteja dominando meu adversário. CT: Vamos falar sobre a primeira mão.

ML: Algumas mãos antes, tentei usar minha estratégia de 3-bets contra os stacks médios, mas recebi 4-bets-all-in como resposta. As coisas não estavam indo muito bem. Os shorts estavam dobrando e eu não conseguia puxar nenhum pote. Jeremy Rose tinha chegado a dois milhões de fichas e eu tinha caído para 700.000. CT: Agora você tem menos de 30 big blinds. Qual sua nova estratégia, já que não está mais deep? ML: Com esse stack, minhas mãos estão um pouco atadas. Com a minha imagem diante da mesa, o melhor seria ficar mais tight e esperar por situações ideais, mas eu ainda acredito que posso ganhar potes, já que vários jogadores só querem ficar vivos e levar mais dinheiro. Com um jogador hiperagressivo ao meu lado, era difícil, mas

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meu stack era ideal para uma 4-bet-all-in, então continuei a aumentar com um range de mãos mais amplo. Leah aumenta para 60.000 do início da mesa com A♦7♠. Danny Freitas paga do meio da mesa. CT: Você tem alguma leitura dele? ML: Eu tinha jogado um pouco com o Freitas nos dias anteriores e na mesa final. Nesse ponto, eu sei que, aqui, o range de call é bem grande, pares, mãos suited como 10-9 etc. Ele também é capaz de ir para o float, acertando ou não o flop. Flop: K♥7♥4♦ (pote: 205.000) Leah aposta 65.000. Freitas paga. CT: Como esperado. ML: Sim. Eu estava bem confiante que tinha a melhor mão, mas ele poderia estar segurando 8-8 ou 9-9; ou alguma mão suited como K-Q, K-J ou K-10. Turn: 5♦ (pote: 335.000) Leah pede mesa. CT: Por que pedir mesa? ML: Eu pedi mesa com a intenção de controlar o pote, induzir blefes e dar check-call, mas check-raise-all-in também era uma opção, tudo dependia do tamanho da aposta dele e da minha leitura. Mas para a minha surpresa... Freitas empurra all-in. CT: O que ele poderia ter nessa situação?

ML: Pensei por bastante tempo, tentando dimensionar o seu range. Se eu desse call e perdesse, estaria praticamente morto. No final, devido ao tamanho da sua aposta, all-in de 450.000 em um pote de 300.000, percebi que era mais provável que eu segurasse a melhor mão. Eu só estaria perdendo para alguns Reis e um possível semiblefe com 8-8 ou 9-9. Leah paga. Freitas mostra AQ. River: 2♠ (pote: 1.285.000) Leah leva o pote de 1.285.000 CT: E se ele tivesse apostado metade do pote no turn e no river, como você avaliaria a força da mão dele? ML: Eu não estava muito certo de o que aconteceria quando pedi mesa. Ciente das suas tendências ao float, sabia que as chances de ele apostar eram grandes, então eu estava inclinado a empurrar all-in. Isso é interessante porque o meu check-raise-all-in poderia ser tanto por valor como por blefe, já que ele poderia dar fold em um par de Oitos ou Noves. CT: Já que você não estava deep, suas opções estavam um pouco limitadas, certo? ML: Sim. Com meu stack, dar check-call não era uma boa jogada, mas se ele apostasse pouco, se tornaria uma opção, por controle de pote ou para pegá-lo blefando. No entanto, minha mão era bastante frágil. Vários rivers seriam ruins para mim, o que dificultaria para eu pagar outra aposta. Se ele apostasse metade do pote, minha decisão seria fold ou all-in, já que o pote estaria muito inflado comparado com os nossos stacks.


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Mão #2 9

A

9

Jeremy Rose 2.200.000 2

4

8

4

2

3

8

3

9

7

A

Mike Leah 1.100.000

Q

Q

9

7

Blinds: 15.000-30.000 • Antes: 5.000 Número de jogadores na mesa: 5

Conceitos-chave: Dinâmica da mesa, conhecendo o seu oponente, momento. ML: A mesa estava insana, e essa dinâmica era refletida nas jogadas entre mim e Jeremy. Foram numerosos raise e reraises blefando. O que resultou nesta mão foi o fato de eu abrir raise 100% das vezes no button (BTN). Leah aumenta para 60.000 do button com 9♦9♠. Rose faz tudo 150.000 do small blind. CT: O que passou pela sua cabeça quando ele reaumentou? ML: A mais pura alegria (risos). Eu estava dando raise todas as vezes em que eu era o BTN, e Jeremy estava aplicando 3-bets com a mesma frequência. Dado o nosso histórico, havia uma boa chance de ele aplicar uma 5-bet blefando, empurrar all-in ou até mesmo dar call na minha 4-bet. Eu sabia que precisava dar a chance a ele de colocar mais dinheiro no pote, então fiz uma 4-bet.

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Contra outro jogador, eu poderia apenas pagar, mas eu imaginava que se ele tivesse um par menor, algo como A-9 ou um A-X do mesmo naipe, ele não largaria. Leah aposta 290.000. Rose faz uma 5-bet para 500.000. CT: Há alguma chance de você dar fold? ML: Não. CT: O range dele não estaria em algo como 10-10 até A-A ou 6-6, 7-7 e 8-8? E, claro, A-Q e A-K? Ele faria isso com A-J ou um par pequeno? Eu só estou tentando entender esta louca dinâmica hiperagressiva entre vocês dois. Bem, mas ele empurrou all-in. E então? ML: Sinceramente, eu preferiria que ele tivesse empurrado, já que quando ele faz isso, posso incluir combos de A-X e pares pequenos em seu range. Mas pelo fato de, algumas vezes, ele dar fold depois dessa 5-bet ou tentar induzir um all-in da minha

parte para conseguir um coin flip, dada a força da minha mão, há muito dinheiro no pote para que eu possa considerar o fold. CT: Essa é uma jogada normal nos torneios de hoje em dia? ML: Em poucos torneios os jogadores chegam nesse estágio com stacks tão grandes para realizarem jogadas desse tipo. É mais comum você presenciar isso em eventos principais, em que as estruturas são bastante deep e há mais profissionais. Leah empurra all-in. Rose paga com A♦Q♠. Flop: 7♥3♦2♠ (pote: 2.245.000) Turn: 4♣ (pote: 2.245.000) River: 8♦ (pote: 2.245.000) Leah leva um pote de 2.245.000 fichas.




NUNCA SUBESTIME O RONALDO. Ele sempre blefou muito bem. Pergunte aos goleiros. Sempre teve raciocínio rápido. Pergunte aos zagueiros. Sempre foi um fenômeno O Fenômeno. Pergunte aos fãs. Nunca subestime o Ronaldo. Afinal de contas, é um jogo mental. E essa parte de seu corpo nunca esteve tão afiada. Pergunte aos seus adversários do poker. Somos poker.


Yuri Martins

conquista a América! Fotos e foto de capa: Carlos Monti

Não há dúvidas que o curitibano Yuri Martins é um dos melhores jogadores do mundo. Dono da maior premiação do Brasil em um MTT online, o grinder mostrou em São Paulo que é capaz de vencer um grande torneio ao vivo. Ao bater um estrelado field no LAPT Grand Final, o profissional do Sensei Poker Levou para casa R$ 652.509. Essa foi a segunda vez que o Brasil recebeu uma etapa decisiva do LAPT. Em 2012, no encerramento da quarta

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Por Diego Scorvo

temporada, o torneio foi dominado pelos estrangeiros. Único brasuca na mesa final, Vitor Torres ficou com a sétima posição e um prêmio de R$ 35.560. Logo após a sua queda, o Team Pro Daniel Negreanu também deixou a briga pelo título. Ao todo, o campeão Daniel Nestola faturou R$ 289.300. Nestola foi o último estrangeiro a vencer no Brasil. Nas visitas seguintes do LAPT ao país, todas em São Paulo, o caneco ficou com Victor Sbrissa e Caio Hey.


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Yuri teve um grande desempenho desde o início do torneio. Depois de passar para o Dia 2 próximo da média de fichas, ele saltou para as primeiras colocações no momento em que restavam somente 32 dos 426 inscritos. Já ITM, ele foi ainda mais agressivo na fase seguinte, quando nomes do calibre de Caio Hey, Felipe Difini, Bruno “Bruno chato” Nunes, Felipe Salgado e Alisson Piekazewicz perderam todas as suas fichas. Ao avançar para a decisão com 54 bbs, Yuri tinha ao seu lado cinco compatriotas, incluindo o chip leader Afonso Henrique, jogador que fazia a sua estreia em um evento de R$ 10.000. Completaram

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a mesa os chilenos Ricardo Chauriye e Andrés “GMCrafter” Herrera. Apesar da estrutura apertada, os short stacks conseguiram evitar as eliminações durante as primeiras horas. Quando possuía somente 3 bbs, Gustavo Lopes, o Vascão, empurrou all-in do meio da mesa. Somente Herrera, do cutoff, aplicou o call. Com 10♠9♦ contra A♣10♥, o brasuca precisaria da ajuda do bordo, mas ela não veio. Fim da linha para o jogador de Brasília, que engordou a sua conta com R$ 85.730.


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Pouco tempo depois, Bruno Kawauti colocou a sua vida na competição em risco ao anunciar all-in de 3 bbs, com A♦K♠. Herrera e Afonso pagaram, mas após o flop 2♥7♣4♣, somente o paulista seguiu na jogada, e para a tristeza de Bruno, com 7♦4♦. O turn K♦ e o river Q♠ decretaram mais uma eliminação no LAPT Grand Final. A medida que o jogo ia ficando mais “caro”, a ação na mesa ficava cada vez mais agitada. Depois de várias dobras de seus oponentes, Carlão Alves não pensou duas vezes quando recebeu um par de valetes. O all-in do brasileiro só encontrou o call de Herrera, que mostrou logo um par

de ases. O bordo 5♠2♥7♣10♠8♥ fez com que o chileno tirasse mais um brasuca do tornieo. Com a eliminação de Alexandre Rivero na quinta colocação, a FT passou a ter dois brasileiros e dois chilenos, mas em pouco o Brasil garantiu o penta no LAPT. Vítimas de Yuri, Chauriye (4°) e Herrera (3°) faturaram R$ 261.340 e R$ 329.030, respectivamente. Ao tirar os últimos estrangeiros do torneio, Yuri chegou ao heads-up em vantagem, mas logo Afonso empatou o confronto, o que levou os dois finalistas a discutirem um acordo. Com um prêmio

Afonso Henrique (esq.) e Yuri Martins (dir.) fizeram um acordo no HU

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Em pé: Bruno Kawauti, Ricardo Chauriye, Alexandre Rivero e Gustavo “Vascão” Lopes Sentados: Yuri Martins, Carlão Alves, Andrés Herrera e Afonso Henrique

de R$ 533.871 garantido, eles passaram a jogar pelo troféu e por mais R$ 118 mil. O HU ficou próximo de ter um fim quando Afonso conseguiu abrir uma grande vantagem. Nos blinds 60.000/120.000, após o flop 4♣7♦3♦, Yuri colocou 450.000 em jogo, ação que recebeu um raise de 1.500.000 como resposta. Depois de pensar por alguns minutos, Yuri anunciou all-in de 6.830.000. Com 4.985.000, Afonso deu instacall e mostrou 4♠3♠. Yuri segurava Q♣7♣. O turn 9♣ e o river 10♠ deixaram Afonso com mais de 10 das 12 milhões de fichas em jogo, situação que passou a ficar menos tranquila minutos depois, quando Yuri dobrou as suas fichas. Em

seguida, o chip leader voltou a perder outro grande pote. Confira: Nos blinds 100.000/200.000, Afonso abriu raise para 400.000, ação que recebeu uma 3-bet de 1.200 como resposta. Afonso deu o call e o flop veio com K♣7♣9♣. Com a fala, Yuri apostou 850.000. Segurando 10♥7♥, Afonso anunciou all-in de 7.915.000. Yuri, com 3.040.000, pagou e mostrou A♣K♥. O turn 4♦ e o river Q♣ não ajudaram Afonso, que perdeu a liderança no duelo. Em seguida, ele aplicou uma 4-bet all-in de 4.330.000. Com K♦Q♥, Yuri pagou e viu o seu oponente mostrar K♣9♠. O bordo 5♦Q♣9♥7♠K♥ encerrou a participação de Afonso no LAPT Grand Final.

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Resultado da FT: 1. Yuri “theNERDguy” Martins (Brasil) R$ 652.509* 2. Afonso Henrique (Brasil) R$ 533.871* 3. Andrés “GMCrafter” Herrera (Chile) R$ 329.030 4. Ricardo Chauriye (Chile) R$ 261.340 5. Alexandre Rivero (Brasil) R$ 204.940 6. Carlão Alves (Brasil) R$ 160.540 7. Bruno Kawauti (Brasil) R$ 120.700 8. Gustavo “Vascão” Lopes (Brasil) R$ 85.730 *premiações definidas em acordo

Veja todas as conquistas do Brasil no LAPT

Ficha Técnica: Main Event do LAPT Grand Final Data: 25 a 29 de novembro Local: WTC Sheraton (São Paulo - SP) Buy-in: R$ 10.000 Field: 426 entradas Prize pool: R$ 3.760.300



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Small Stakes Hold em

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Faturando Alto com Jogadas de Mestre David Sklansky

Ed Miller

Mason Malmuth


THE BOOK IS ON THE TABLE

Depois da explosão do No-Limit Hold’em, seu predecessor, o Limit Hold’em, ficou um pouco esquecido. No entanto, ainda há muitos lugares para praticar essa modalidade e conseguir fazer bastante dinheiro. Na internet e, principalmente, em Las Vegas o Limit Hold’em é um jogo popular. A WSOP e as grandes séries online também oferecem jogos de Limit Hold’em, que, por limitar as apostas, parece simples, mas sua complexidade matemática tornou-o um dos jogos de cartas mais fascinantes do mundo. Em Small Stakes Hold’em, três dos principais estudiosos e autores de livros de poker — David Sklansky, Ed Miller e Mason Malmuth — mostram o que você precisa saber para se tornar vencedor na modalidade que já consagrou nomes como Daniel Negreanu e Phil Hellmuth. O livro possui exemplos práticos de como agir pós-flop e pré-flop, de como jogar os mais variados tipos de mão, desde os pares e broadways até os suited connectors e mãos ruins, além de abordar a parte matemática do jogo, essencial em Limit Hold’em. Small Stakes Hold’em é uma das bíblias do poker e de leitura indispensável, mesmo para aqueles que jogam apenas no-limit.

PARTE II: PRÉ-FLOP CATEGORIAS DE MÃOS PRÉ-FLOP - Cartas de naipes iguais (p. 62)

Cartas altas de naipes iguais (AKs, AQs, AJs, ATs, KQs, e KJs) São mãos muito fortes. Acertam com frequência o top pair, com um kicker muito bom. São boas o suficiente para vencer. Com naipes idênticos, também podem montar flushes altos, capazes de ganhar um pote grande contra muitos adversários. Todas funcionam bem contra muitos ou poucos oponentes, e destacam-se tanto em partidas agressivas quanto defensivas. Se ninguém subiu a aposta ainda, você pode fazer isso com qualquer dessas mãos. Nas posições iniciais, em uma mesa tight, o melhor é apenas entrar de limp, para atrair oponentes com mãos fracas. Com um raise anterior à sua vez de falar, tenha cuidado com AJs, ATs, KQs e KJs: pode ser que você já esteja dominado pelo jogador que aumentou. Pague somente se ele estiver

dando raise com muitas mãos, ou se já existirem muitos outros oponentes no pote. Com AKs e AQs, pode-se encarar quem subiu a aposta, ainda que ele jogue tight. Na verdade, você pode até voltar um reraise com AKs. Um aviso sobre os jogadores tight que dão raises: todos eles precisam de uma mão de alta qualidade para fazer isso. Porém, alguns estão atentos à posição. Um jogador assim vai deixar seu raise mais loose à medida que sua posição melhora, principalmente se ele foi o primeiro a entrar no pote. Se você possuir AJs, por exemplo, e ele aumentar do UTG, dê fold (a menos que um multi-pote esteja sendo esperado). Contudo, se ele fizer isso da última posição, sendo o primeiro a entrar no pote, você deve devolver a gentileza com um reraise. Por ser o último a falar, a gama de mãos dele é muito maior.

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Outros jogadores tight não adaptam seu range à posição. Dessa forma, tendem a ser fracos e passivos, aumentando apenas com as melhores mãos (talvez somente com AA, KK ou QQ). Contra esse tipo de oponente é preciso dar fold com AJs diante de um raise, qualquer que seja sua posição. Esse aumento quase sempre indica uma mão monstruosa. Assim, evite enfrentá-lo. Cartas medianas de naipes iguais (QJs, KTs, QTs e JTs) São fortes contra oponentes com mãos fracas. Fazem o top pair e têm um kicker razoável. São boas mãos, quando não estão dominadas. Entretanto, com elas, o par mais alto não é, nem de longe, forte como o construído com as cartas altas de mesmo naipe. Por exemplo, se a carta mais alta do flop for um Dez, e você tem Rei-Dez de naipes diferentes, três cartas mais altas podem vir a bater seu par. Para compensar um pouco essa fraqueza, diga-se que as cartas medianas montam straights com mais freqüência do que a categoria anterior. Outra coisa, podem também fazer flushes altos em potes grandes. Considerando que aumenta o potencial para montar straights, mas diminui o potencial do top pair, essas mãos são melhores em multi-potes. Se seus adversários estão dispostos a jogar com mãos fracas, coisa comum em mesas baratas, as cartas medianas serão bem lucrativas, ainda que você esteja fora de posição. Se o pote não contém raises, apenas entre de limp, caso você se encontre nas posições intermediárias ou iniciais. É interessante encorajar apostadores loose que falam depois. Na posição final é possível dar raise, não importando quantos entraram de limp. Por causa deste potencial para montar flushes, sua mão funciona bem em potes grandes. Contudo, para encarar um raise, é preciso ter certeza de que será um multi-pote.

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TÍTULO: SMALL STAKES HOLD’EM AUTORES: Ed Miller, David Sklansky e Mason Malmuth NÚMERO DE PÁGINAS: 336 PREÇO: R$ 59,90 DISPONÍVEL EM: www.raiseeditora.com



Poker estreia no JOIDS 2015 e é um sucesso em SC

Organizado e patrocinado pela CBTH, 13ª edição dos Jogos da Polícia Federal tem disputa emocionante do segundo esporte que mais cresce no país A 13ª edição do Jogos Nacionais da Integração dos Servidores da Polícia Federal (JOIDS), que teve patrocínio e organização da Confederação Brasileira de Texas Hold’em (CBTH), foi marcada pela estreia do poker entre os esportes que fazem parte da competição. Realizado de 12 a 16 de novembro em Florianópolis (SC), o evento contou com a presença recorde de 100 jogadores inscritos e ganhou um charme especial com um torneio realizado somente para as mulheres.

Durante os dois dias de disputa, muitos jogadores e torcedores sentiram na pele a emoção de participar de um evento ao vivo pela primeira vez. O título ficou com o paranaense Marcos Mahpa Paulino, que mora em Londrina, e já havia jogado poker online, porém, nunca havia sentado em uma mesa para jogar um torneio live. “Foi uma das melhores sensações que já senti. Foi inédito. Eu jogava apenas poker online e de valores baixos. Quando soube que teria essa modalidade no JOIDS, já

me interesse e me inscrevi para a disputa. A partir de agora, com esse título, vou estudar ainda mais o poker para disputar outros torneios”, conta Marcos, que ganhou como prêmio uma vaga para participar de algum dos eventos do calendário da Brazilian Series of Poker, o BSOP 2016. Já no feminino, a vencedora foi a Perita Criminal Federal do Rio Grande do Sul, Fernanda Kantorsky, que também participava de um torneio ao vivo pela primeira vez. “Eu não esperava que pudesse

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conquistar o título logo no meu primeiro campeonato oficial. Mas, a partir de agora, o poker ganhou uma adepta. Esse é um esporte que você precisa pensar no seu jogo e tentar ler a mente dos seus oponentes para ganhar, o que me deixou muito mais envolvida”, comemorou a mais nova campeã. O torneio de poker do JOIDS deste ano contou também com apoio da Federação Catarinense para a estruturação do evento. Durante os jogos, a CBTH promoveu, ainda, um workshop ministrado pelo integrante do QG Akkari Team, Paulo Nakashima (Naka Floripa). Ele mostrou aos participantes as principais características do esporte e, junto ao Diretor Executivo da CBTH,

Alberoni Castro (Bill), esclareceu as dúvidas dos servidores a respeito da modalidade e do cenário atual do poker no Brasil e no mundo. Para Alberoni, a estreia do poker no JOIDS 2015 foi um sucesso e atingiu o objetivo de atrair novos jogadores para o poker. “É uma honra para nós da CBTH patrocinar e organizar um evento tão importante como

os Jogos da Polícia Federal. Além de contarmos com quase 100 atletas dentre os 4 mil participantes, despertamos o interesse de outras pessoas que estavam presentes e perceberam que o poker é um esporte que está crescendo sem parar, colocando a mente para pensar tanto na parte técnica, quanto na tática”, finaliza o executivo. pes

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AS TRÊS PRIMEIRAS COLOCADAS NO JOIDS 2015 1º - Fernanda Kantorsky – Porto Alegre 2º - Helena Damasceno – São Paulo 3º - Kate Bucioli – São Paulo

OS TRÊS PRIMEIROS COLOCADOS NO JOIDS 2015

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1º - Marcos Mahpa Paulino – Paraná 2º - Milton Lima – São Paulo 3º - Gilmar Machado – Minas Gerais


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Você realmente

Sabe o que é

uMA bad beat ? Por Ramon Sfalsin

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o poker, você deve ter memória curta para bad beats. Um jogador capaz de superar uma bad beat consegue manter a percepção técnica das mãos e dos adversários. Deixar na cabeça uma jogada malsucedida, só irá impedir que você jogue o seu melhor poker. Uma bad beat ocorre quando você tem uma mão que é claramente a favorita, mas acaba perdendo. Diferentemente de um jogador recreativo, o profissional passa dezenas de horas quebrando a cabeça a cada mão, tentando tomar as decisões mais lucrativas. Fazer atividades físicas e descansar são algumas opções para suportar esse desgaste diário, mas há situações que os jogadores se estressam à toa, rotulando equivocadamente uma situação como bad beat.

Exemplo 1 Estou no meio da mesa, dou raise com Q-Q e o vilão, que está com poucos big blinds, no button, paga a minha aposta. O flop é Q♥6♣3♦. Eu aposto metade do pote, o vilão paga com o restante das suas fichas e apresenta A-A. O turn é um 4; o river é um A. “Oh, droga!”. Antes de se estressar, vamos parar e pensar um pouco. O all-in pré-flop do vilão era o padrão nessa mão e ele só não foi de all-in para diversificar a forma de jogar, mas é obvio que esta mão teria o mesmo rumo seja pré-flop ou no flop, ou seja, se eu ganhasse com o Q-Q, teria dado uma bad beat no vilão.

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Exemplo 2 Reta final do Sunday Million, todos os jogadores desistem até o vilão no button, que dá all-in. Eu pago com A-K no big blind. O vilão apresenta 7♦5♦ e as cartas comunitárias são 8-4J-7-4. O A-K é favorito contra 7♦5♦ antes do flop, mas apenas 60% contra 40%. Não há possibilidade de considerar isso como uma bad beat, já que a vantagem é bem pequena. Exemplo 3 O vilão dá all-in, eu pago com T♦T♣ e ele mostra T♠7♠. A decisão aqui foi pré-flop, eu tenho 85% e não importam a ordem das cartas que serão abertas, pois, pela lógica, as cinco cartas deveriam ser abertas todas de uma só vez, ou seja, não importa se bater 9-8-6-8-8, 8-8-9-6-8 ou A-7-7-5-3. O vilão que menciona ter tomado uma bad beat tendo T♠7♠ nos dois primeiros boards está completamente errado.

O A-K é favorito contra 7♦5♦ antes do flop, mas apenas 60% contra 40%. não há possibilidade de considerar isso como uma bad beat, já que a vantagem é bem pequena.

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Pensando tecnicamente, a forma de se pensar no exemplo 3 ainda está errado, pois o correto seria estipular um grupo de mãos que o vilão daria all-in e compará-lo com a minha mão. Não importa se no showdown o vilão mostrou A-A, se eu dei uma bad beat ou se bateu 9-8-6-8-8, 8-8-9-6-8, A-7-7-53, o meu objetivo é estipular o range de all-in do oponente e compará-lo com a minha mão. Portanto, se estipulei que o range do vilão é 22+, AT+, KJ+ e QJs, ganharei 58,5% das vezes e ponto final. As cartas no board e o showdown serão sempre indiferentes, a não ser que ele dê um showdown de A5o, aí eu preciso fazer uma anotação para determinar melhor o range de shove do oponente na próxima vez. Há também um engano comum em acreditar que existem mais bad beats online do que em jogos ao vivo. Estatisticamente falando, ambos ocorrem com a mesma frequência, mas na internet conseguimos jogar mais mãos por hora e a probabilidade de que experimentemos as bad beats aumentará inevitavelmente.


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Se você joga corretamente e ainda assim perde por um longo período de tempo, isso pode facilmente ocasionar o que é chamado de ‘tilt’ — um estado emocional que lhe impede de jogar o seu melhor poker, levando a mais perdas causadas por jogadas que você sabe que estão erradas. Na maioria dos casos, o tilt é ocasionado por uma bad beat ou por downswing (perdas consistentes por um longo período). Você deve evitar entrar em tilt a todo custo, já que não estará apto a tomar decisões corretas nesse estado. Como em qualquer outra profissão ou entretenimento, se você estiver tiltado, deverá se afastar e dar um tempo para recuperar o melhor do seu estado mental. No poker, a variância é um fator sobre a qual não temos controle e pode desempenhar um grande papel a curto prazo. Por outro lado, são esses aspectos que tornam o jogo tão interessante e atrativo, e o controle mental para lidar com bad beats é uma das características dos melhores jogadores do mundo.

Ramon Sfalsin @RamonSfalsin www.pescanco.com.br facebook.com/ramonpoker

Ramon Sfalsin é uma das jovens revelações do poker nacional e um dos poucos a chegar, de forma consecutiva, a duas mesas finais de BSOP. É instrutor da PokerLAB e especialista em satélites online.

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A velocidade não é a mesma. A habilidade não responde do mesmo jeito. O peso? Com certeza mudou. E ainda assim, ele voltou. Ele pensa rápido. Faz você acreditar na jogada. Ele vai para um lado. E quando você menos espera,

ELE VOLTOU. ele muda de direção.

Agora, só depende de uma coisa:

de uma mente em forma. E ela nunca esteve tão aaada.

O Fenômeno voltou.

poke Nós somos poker.

#RonaldoVoltou

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