Card Player Brasil Digital - 28

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POKER

ESP O RTE E ESTI LO D E VI DA

O MAIOR TORNEIO DA HISTÓRIA DO SUL DO PAíS

A SUBJETIVIDADE NEM SEMPRE TÃO SUBJETIVA DAS TELLS

MIKE LEAH ESTRELA O FINAL TABLE












SUMÁRIO 14. Moacir Martinez

Matemática no Poker Em sua estreia, o matemático Moacir Martinez fala sobre as chances de encontrar um par maior.

ESPECIAIS 26. BRASIL POKER LIVE

BPL anuncia torneio com premiação garantida de R$ 1.500.000 em Balneário Camboriú.

18. FÁBIO EIJI

ESTRATÉGIAS BÁSICAS POR FAIXA DE STACK – PARTE FINAL Fábio Eiji traz a última parte de artigos sobre stacks. Aprenda as melhores estratégias para jogar deep stacked.

34. Felipe Mojave

E MAIS 46. ACONTECEU EM UM TORNEIO Erik Seidel x Johnny Chan

Maior Risco, Maior Valor Felipe Mojave mostra todas as versões de uma complexa jogada no BSOP.

O Livro das tells

40. THE BOOK IS ON THE TABLE O Livro das Tells, Mike Caro

50. FINAL TABLE

COM Mike Leah Os segredos por trás da vitória de Mike Leah no WPT.

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Matemรกtica no poker Probabilidade de encontrar um par maior que o seu de acordo com o tamanho da mesa por Moacir Martinaz

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Mesa com 10 jogadores Sempre que recebemos um par, a primeira coisa que pinta na nossa cabeça é a possibilidade de alguém ter um par maior. Criei uma regra muito simples, no intuito de facilitar a memorização, essa regra pode ser usada para pares maiores ou igual a par de (9-9). Np> x 4 = X% Np> = número de pares maiores que o seu.

Exemplo 1 Você está com (Q-Q) Quanto vale o Np>? Quantos pares existem acima do (Q-Q)? Resposta = 2 (K-K) e (A-A) Então temos 2 x 4 = 8% Resumindo: se você sai com um (Q,Q) na mão, numa mesa com você mais 9 oponentes, em aproximadamente 8% das vezes você irá encontrar alguém com um par acima.

Exemplo 2 Você saiu com (9-9) Quanto vale o Np>? Ficou fácil, 5 (T-T), (J-J), (Q-Q), (K-K) e (A-A) Então temos 5 x 4 = 20% Em média quando você sai com um par de (9-9) , a cada 5 mãos, alguém estará à sua frente.

Mesa com 5 jogadores Np> x 2 = X%

Exemplo 3 Você sai com um par de (J-J) Então teremos 3 x 2 = 6% Em aproximadamente 6% das vezes alguém estará com um par acima do seu.

Exemplo 4 Você sai com um par de (K-K) Teremos 1 x 2 = 2% ( em média uma vez a cada 50 mãos , você irá topar com (A-A) Mesa com 2 jogadores (heads-up) Aqui podemos aplicar para todos os pares É só contarmos quantos pares existem acima do nosso, e multiplicarmos por ½, que é igual a dividirmos por 2.

Exemplo 5 Em um heads-up você sai com um par de (6-6) Como temos 8 pares acima, o percentual de encontrarmos um par maior já de cara é de 4% Todos esses valores são pré-flop. Bom jogo.

Moacir Martinez é jogador e estudioso na influência da matemática no poker, tanto no online como no live.

Moacir Martinez mgbmartinez@uol.com.br

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ESTRATÉGIAS BÁSICAS

POR FAIXA DE STACK

JOGANDO DEEP STACKED PARTE FINAL

por Fábio Eiji

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ste é o terceiro e último artigo da série “Estratégias Básicas Por Faixa de Stack”. Anteriormente, já falei do jogo com stacks curtos e médios. Hoje, trataremos sobre o jogo deep stacked. No geral, jogadores com mais experiência em cash games têm maior conhecimento sobre o assunto do que os jogadores de torneios. Isso acontece, obviamente, porque estão mais acostumados a trabalhar o jogo pós-flop e dimensionar melhor o tamanho das apostas. Principalmente por passarem a maior parte do tempo jogando stacks de no máximo 40 big blinds, grande parte dos jogadores de torneios cometem erros conceituais, que vão da seleção de mãos ao tamanho de apostas, e acabam jogando de maneira bastante explorável. Porém, dominar os fundamentos do jogo deep é muito importante, já que essa é a única faixa de stack que os jogadores, devido ao early game, sempre jogarão nos torneios. Os grandes

eventos tendem a começar com 200 a 300 bbs de stack. Em torneios, qualquer mesa em que o stack efetivo seja superior a 50 bbs, o jogo já pode ser considerado deep. É desse tipo de stack que trataremos a seguir. Ranges para o jogo deep stack Ao contrário do que acontece com os stacks curtos e médios, há muito pós-flop no jogo deep — e, mais importante que isso, espaço para manobras pós-flop por causa do SPR (stack to pot ratio – ver ed. 76) alto. Isso significa que constantemente chegaremos ao river. Ou seja, devemos selecionar mãos que tenham potencial para melhorar no futuro. O que isso significa? Mãos “dominadas” perdem valor, como ATo e KJo. Já as mãos suited, principalmente os connectors, e os AXs sãos melhores porque têm potencial de nuts.

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Jogar em posição em um jogo deep é muito mais importante. Jogando SPRs baixos, a posição perde bastante valor, pois o jogo muitas vezes se resume em acertar e errar o bordo. Porém, com SPRs altos, há muitos caminhos a serem traçados até o river, em que largar seu top pair e afins é frequente. Por isso, devemos jogar realmente mais tight das posições iniciais e mais loose das posições finais, principalmente contra jogadores mais fracos. 3-bet e 4-bet no jogo deep A 3-bet no jogo deep não necessita ser tão polarizada como no jogo short. Aqui haverá muito mais pós-flop, inclusive em potes com 3-bets. É comum, por exemplo, que regulares façam 3-bets contra jogadores mais fracos com mãos fortes, mas que não estão confortáveis enfrentando uma

4-bet. Para isso, utilizam “as melhores mãos que dariam fold”. Por exemplo, blinds 100-200, stacks de 20.000. Vilão (jogador fraco, com pós-flop ruim) abre 500 do UTG. Herói, do UTG+1, tem KQs. Temos bons motivos para 3-bet aqui: posição sobre o vilão, mão decente em uma situação que mostramos bastante força. Mas o principal motivo da 3-bet é que isolamos o jogo contra um jogador fraco pós-flop. Com relação às 4-bets, aí sim precisamos estar mais polarizados, principalmente em jogos de até 100 bbs, em que, caso haja pós-flop, o SPR será baixo. Se quando aplicamos uma 3-bet deep stacked, os blockers, por exemplo, perdem bastante valor — já que há muito jogo pós-flop —, em situações de 4-bet, eles voltam a ser importantes porque há maior tendência do jogo se resolver ainda pré-flop.

Tamanho das apostas O padrão para tamanhos de apostas com stacks até 30 bbs, em geral, é pequeno, próximo à aposta mínima permitida. Isso funciona bem porque não há tantos potes com mais de dois jogadores, principalmente nos blinds mais altos, e mantem-se ranges fracos nas mãos para o jogo pós-flop. No caso das 3-bets, elas costumam variar entre 2,2 e 2,5 vezes a aposta anterior, pois, com stacks curtos e médios, quase não há call em 3-bet. Porém, em um jogo deep, fazer mini-raises pré-flop e continuation bets (c-bets) de 30% do pote pode lhe trazer problemas no futuro, pois há a tendência de manter muitos jogadores na mão. Outro problema é que não ajuda a definir os ranges que enfrentamos e, muito menos, extrair valor, já que chegamos no river com um pote pequeno.



Jogando fora de posição, aumentar o tamanho da aposta, tanto pré-flop quanto pós, ajuda a se defender principalmente de bons jogadores, já que jogadas como raise, c-bet e float ficam mais caras, o que reduz a frequência das mesmas. Falando especialmente de 3-bets fora de posição, tome o devido cuidado de não facilitar demais a vida do seu oponente fazendo apostas muito pequenas, se comparadas ao stack que estão jogando. Principais erros de jogadores iniciantes Baseando-se principalmente nos níveis iniciais dos grandes torneios, em que todos têm stacks grandes e parecidos (e nas retas finais há outros fatores, como pressão pelo prêmio), os principais erros que os jogadores menos preparados costumam cometer são tamanhos de apostas equivocadas, ranges distorcidos e limps em excesso. Os jogadores mais fracos pensam muito em “proteger” a mão com a qual estão jogando e se esquecem de “jogar a mão em si”, ou seja, extrair valor quando deve extrair e dar um bom fold quando for necessário. Ao mesmo tempo, encontro jogadores mais antenados fazendo mini-raise pré-flop com uma mesa cheia de calling stations com muitas fichas. O resultado é: dezenas de potes com muitos jogadores, o que reduz a taxa de sucesso. Sobre os limps, praticamente não há situações em que o open limp será uma boa jogada. Quando o jogador opta por abrir a mão apenas pagando o blind, o resultado é que ele acabará totalmente dependente da textura do bordo, além de enfrentar mais de um jogador, reduzindo drasticamente a chance de ganhar a mão. Porém, o pior mesmo é que ele vai acabar perdendo a

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maioria dos potes para o blefe de algum jogador competente que o explorará. Em relação aos ranges, é comum ver jogadores perdendo potes grandes com mãos fracas, como top pair ou até mesmo pares médios. É preciso pensar um pouco mais nos ranges que se enfrenta e visualizar os cenários para as streets futuras. Conceitos como implied e reverse odds e SPR devem ser os principais a orientarem o jogo pós-flop. Este é o artigo que encerra o tema “Estratégias Básicas Por Faixa de Stack”. Espero que a série tenha ajudado você, leitor, a fundamentar suas jogadas, se adaptando a cada nova faixa de stack durante os torneios. E lembre-se a base de todas elas: jogue agressivamente.

Fábio Eiji @fabioeiji www.fabioeiji.com.br

Fábio Eiji já ganhou mais de R$ 3 milhões de reais em prêmios jogando online. Ele possui títulos e mesas finais nas principais séries e torneios regulares do PokerStars.


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Brasil Poker Live ANUNCIA TORNEIO COM Um milh達o e Quinhentos Mil Reais GARANTIDOS 26

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Local: Infinity Blue Resort (foto)

O

Brasil Poker Live (BPL), site de poker que vem caindo nas graças dos brasileiros, acaba de anunciar que realizará no próximo mês de setembro, em Balneário Camboriú, Santa Catarina, um torneio de poker com premiação garantida de 1,5 milhão de reais e buy-in de apenas R$ 1.300 (R$ 1.100 + R$ 200). O local escolhido foi o Infinity Blue, um dos mais luxuosos resorts do Brasil. Para aqueles que não querem ou não podem gastar tanto, o BPL já está realizando, em seu software, satélites para o torneio. Por apenas R$ 29, o jogador tem a chance de ganhar um dos 04 pacotes garantidos que o site vem garantido semanalmente (já houve semanas que foram distribuídos até 08 pacotes). Os pacotes incluem o

buy-in de R$ 1.300, estadia durante todos os dias do evento e três refeições diárias (café da manhã, almoço e jantar). Gerente responsável pelo BPL no Brasil, Marcelo Toscanelli falou um pouco sobre o evento: “Nossa bandeira é a dos jogadores recreativos. Nosso site foi feito para que nossos clientes tenham uma experiência única e justa de jogo. Pensamos primeiramente na pessoa, e hoje, conseguimos trazer essa experiência das mesas virtuais para as reais. No Infinity Blue, todos terão muitas outras opções de lazer além do poker. É um lugar perfeito para quem quer levar a família, descansar e, de quebra, quem sabe, faturar uma grana alta”.

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O evento acontecerá entre os dias 09 e 14 setembro e será organizado pela Kings Eventos, empresa do ramo de produção, realização e organização de eventos de poker. Além do Main Event, foram incluídos na grade um torneio exclusivo para mulheres e um torneio Progressive Knockout (os jogadores ganham valores progressivos em dinheiro a cada oponente que eliminarem), além dos tradicionais High Roller e Last Chance.

Local: Infinity Blue Resort (foto)

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SOBRE O BPL O Brasil Poker Live é um dos sites mais inovadores no mercado do poker online. Parte da rede Aconcágua Poker, seu principal objetivo é dar espaço e entretenimento para os jogadores recreativos. Sempre oferecendo grandes prêmios garantidos e com buy-ins atrativos, no BPL, o jogador tem a opção de jogar os torneios em sua própria moeda, no caso, o Real. Além disso, quem senta em uma

das mesas do BPL, não tem que se preocupar se o adversário está usando Hold’em Manager, Pocker Tracker ou Table Ninja. Programas auxiliares, como os citados, são expressamente proibidos no site. O BPL opera com sistema de caixeiros, uma espécie de gerente de contas, responsáveis por abrir contas, vender e comprar créditos para seus afiliados. Para começar a jogar no BPL e garantir sua vaga em um dos


maiores torneios do poker nacional, há duas maneiras: • Procurar um agente na sua região. • Acessar o site kingseventos. com.br e realizar seu cadastro na aba “Cadastro Brasil Poker Live”. Realizado o cadastro, basta acessar brasilpokerlive.com, realizar o download do cliente e começar a forrar.

Informações úteis: • O BPL realiza, semanalmente, três satélites, de R$ 29, com 04 pacotes All Inclusive — buy-in, hospedagem, no hotel do evento, para todos os dias do torneio, incluído café da manhã, almoço e jantar. • Todos aqueles que jogarem o satélite de R$ 29 ganham, imediatamente, um tíquete para um torneio grátis (freeroll) que dará 04 buy-ins de R$ 1.300 aos vencedores.

Sobre o Infinity Blue Resort & Spa O Infinity Blue está localizado em Balneário Camboriú, Santa Catarina, à beira da Praia do Buraco e a menos de cinco minutos do centro da cidade mais badalada do litoral catarinense. É um complexo que oferece várias opções de entretenimento, aventura, gastronomia, lazer e descanso. Em frente ao mar e cercado de natureza exuberante, proporciona uma experiência única e diferente para quem busca viver momentos inesquecíveis com amigos, a dois ou com a família.

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Além de hospedar com requinte e conforto, seus restaurantes e SPA estão abertos ao público diariamente. Para a tranquilidade dos hóspedes e visitantes, ainda possui segurança 24 horas por dia, amplo estacionamento e o maior e mais bem estruturado centro de eventos do município — oferecendo mais de 10 espaços para realização de congressos, convenções, feiras, reuniões e encontros de negócios dos mais variados portes. Pela sua posição privilegiada, serviços de alta qualidade e elegante decoração, foi escolhido a dedo pelo BPL para realização do seu torneio.

www.kingseventos.com.br

CRONOGRAMA – R$ 1.500.000 GARANTIDOS Data: 09 a 14 de setembro Local: Infinity Blue Spa e Resort (Balneário Camboriú – SC) Buy-in: R$ 1.300 (R$1.100 + R$ 200 – Late Register até o final do 4º nível) Reentrada: R$ 1.300 (R$1.100 + R$ 200 – Permitida até o término do 8º nível) Stack inicial: 30.000 fichas Tempo de blinds: 40 minutos 09/09 – Quarta-feira – Main Event (Dia 1A) – 19:30 10/09 – Quinta-feira – Main Event (Dia 1B) – 19:30 11/09 – Sexta-feira – Main Event (Dia 1C) – 19:30 12/09 – Sábado – Main Event (Dia 1D) – 14h 12/09 – Sábado – Main Event (Dia 1E) – 19:30 13/09 – Domingo – Main Event (Dia 2) – 14h 13/09 – Domingo – Ladies Event (R$ 250 + R$ 50) – 17h 13/09 – Domingo – Progressive KO (R$ 500 + R$ 100) – 18h 13/09 – Domingo – High Roller (Dia 1 – R$3.000 + R$ 300) – 21h 14/09 – Segunda-feira – Main Event (Dia Final) – 16h 14/09 – Segunda-feira – Last Chance (R$250 + R$ 50) – 17h 14/09 – Segunda-feira – High Roller (Dia Final) – 17h


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MAIOR RISCO, MAIOR VALOR JOGANDO UM POTE MULTIWAY-POT COM 3-BET por Felipe Mojave

C

omo vocês sabem, um dos meus focos no poker é criar oportunidades desde o início do torneio. Obviamente que a estrutura e as fases do torneio devem ser respeitadas, mas encontrar a linha tênue entre essa criatividade e a jogada desnecessária, ainda nos primeiros níveis, é uma verdadeira arte. Com base nesse argumento, trouxe uma mão interessante que aconteceu no último BSOP, em Foz do Iguaçu, contra um excelente jogador do Acre: Helder Júnior. No segundo nível de blinds, 75-150, abro raise no cutoff (CO), com Q♣T♣, para 375. Helder, que está à minha esquerda, no button (BTN), paga. Um jogador sólido aplica uma 3-bet para 1.800. Eu dou call, assim como o Helder. O flop vem 6♠7♦9♦. Todos dão check. O turn traz um 5♠, e depois do meu oponente dar check, eu disparo 2.200. Helder dá call, e o outro oponente dá fold. O River traz uma Q♦. Eu dou check, e o Helder aposta 4.400. Dou call, ele mostra J♠10♠ e eu puxo um excelente pote. O raciocínio aqui é simples. Meu oponente, que aplicou a 3-bet fora de posição, tende a desistir com frequência quando pede mesa, já que os pares altos normalmente apostariam

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nesse flop. Quando o jogador em posição, que é o Helder, resolve também dar check, excluo do range dele os pares, e é por isso que aposto no turn como blefe. Quando ele dá call, o bordo tem dois draws para flush, e ele representa draws e over cards como grande parte do seu range. Dificilmente ele teria um Oito. Quando o river traz uma Dama, minha mão ganha valor de showdown. Eu peço mesa, imaginando que meu oponente daria check no river, inclusive com uma Dama (caso ele tivesse um combo draw com uma Dama), pois aquele bordo era bastante perigoso, e eu represento a sequência e todas as trincas. Especificamente neste caso, em que optei pelo check quando ganhei valor, eu já não represento a sequência, mas as trincas e os draws que não foram completados. Isso dá a chance ao meu oponente, por ter posição, de blefar seus draws que não entraram — o que embasou o meu call. Logo depois do torneio, conversei com o Helder, um profissional muito simpático e inteligente, que me deu a versão dele da mão: A mão representa uma das minhas estratégias em early game, em que todos estão deep, o que, como jogador de cash, me permite jogar um bom pós-flop.


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Gosto de entrar em posição com mãos que formam potes grandes — pares pequenos ou suited connectors —, mas que são controladas facilmente em potes com muitos jogadores. Sendo assim, quando o Mojave dá raise do CO, fico a vontade em dar call, em posição, com meu J♠10♠. O rapaz, que até então vinha se mostrando seguro, mas com um pós-flop fraco, resolve aplicar uma 3-bet. Caso o Mojave fizesse uma 4-bet, eu daria fold. Como ele dá apenas o call, pago com uma mão, que apesar de especulativa, não costuma estar dominada. Pesa também o fato de eu ter posição sobre o melhor jogador da mesa. O flop me deixa com duas overs cards, um draw para sequência e backdoor flush draw. Depois de todos pedirem mesa, opto pelo check também. O turn é um 5♠, que traz meu flush draw e dá força para a minha mão. Aí, tal-

vez, eu tenha cometido o erro de ser passivo e dar apenas call na aposta do Mojave. Acredito que minha mão é forte, mas não o suficiente para inflar o pote para o river, e mesmo que eu não acertasse, poderia blefar na última street. O river não completa o meu flush nem a minha sequência, mas percebo uma boa situação para blefar após o Mojave pedir mesa. Penso em qual aposta de valor eu faria caso segurasse um Oito — e posso ter errado também neste detalhe. Acredito que algo em torno de 45% do pote seria ideal para ser pago por dois pares, top pair ou over pair. Aí entra a questão do metagame: acreditar que o Mojave poderia pensar nisso e dar fold, mas acho que a minha ação foi meio óbvia demais. É isso aí, galera. Quero agradecer ao Helder por ter cedido seus comentários sobre essa jogada. Espero que vocês tenham aprendido bastante com a discussão.

Helder Júnior (à esquerda) foi vice-campeão do BSOP Milion 2012

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Felipe Mojave @FelipeMojave felipemojave.com

Felipe Mojave é um dos principais jogadores brasileiros da atualidade. Especialista em mixed games, o paulista é membro do My Poker Squad.



BETMOTION POKER WORLD SERIES OF POKER 2015 Já é fato que a edição 2015 da WSOP foi um marco para o Poker brasileiro de maneira geral. Nunca antes, tivemos um resultado tão expressivo dentro de uma edição da WSOP como tivemos esse ano.


Foram 6 mesas finais feitas por brasileiros, onde tivemos a felicidade de presenciar a vitória do Thiago Decano (Evento 38 – NLH US$3.000) e ver o terceiro bracelete na história do Poker brasileiro! O Betmotion esteve presente com alguns atletas representando nossa marca na WSOP desse ano: Milena Magrini, Carol Dupré e nosso atual campeão brasileiro e Team Pro do Betmotion, Rodrigo Garrido, estiveram representando as cores do Betmotion esse ano em Las Vegas. Garrido esteve em Las Vegas conosco e contou um pouco sobre sua preparação, os torneios, as expectativas e os resultados da WSOP desse ano para os brasileiros. Comente um pouco sobre a sua preparação, quanto tempo você ficou em Las Vegas e qual foi sua reta por lá. A WSOP todos os anos é o mais esperado evento por todos os jogadores profissionais, pois é quando os melhores jogadores do mundo se encontram para disputarem o tão sonhado e respeitado bracelete. Eu vou sempre muito focado, fico hospedado no hotel do evento para não me dispersar com nada! Controlei minha alimentação, não bebi um copo sequer de bebida alcoólica e foquei nos exercícios regularmente, era realmente Poker e cama para descansar. Foi um mês de imersão total, com foco em um só objetivo: o bracelete. Como foi ir para Las Vegas esse ano sendo o atual campeão brasileiro? Foi o ano que eu tinha as melhores expectativas, pois estou na minha melhor fase, confiante no meu jogo e com tranquilidade para jogar, mas como todos sabem nosso esporte é muito difícil e competitivo, e mesmo com toda essa boa condição e preparação, não foi meu melhor ano lá, mas assim mesmo não considero um mal resultado, faz parte do nosso trabalho.

Como foi esse tempo todo distante da família? Estou com minha filha pequena que tem apenas 10 meses. Ficar um mês longe dela foi muito ruim e difícil. Comprei a passagem para esse mês, mas com expectativa de estender a viagem e ficar a reta toda para poder jogar o Main Event, mas foi impossível fazer isso, pois a saudade pesou demais, ela ainda é muito pequena e não podia enfrentar essa viagem tão desgastante. Acabei preferindo voltar mais cedo, mesmo perdendo o tão sonhado ME. Fiquei aqui do Brasil acompanhando meus amigos lá, me coçando de vontade de jogar, mas não me arrependo em nada, ver o sorriso da pequena quando eu cheguei não tem preço. Minha filosofia é equilíbrio sempre! O que achou da participação dos brasileiros esse ano? O destaque total vai para o Decano, não só pelo bracelete, mas por ser um dos melhores jogadores do país a anos, único brasileiro com 3 mesas finais na WSOP e agora com a “pulseirinha”. Ele é um monstro e merecia muito ganhar. Minha felicidade por ele foi algo indescritível de verdade, fiquei muito nervoso vendo o HU dele. É um grande amigo que merecia demais. Fora isso, as outras 5 mesas finais feitas por brasileiros, mostram que o Poker está sendo jogado a cada dia que passa, aqui no Brasil, em um nível técnico muito bom! Como essa excelente participação impacta no Poker brasileiro? O Poker no Brasil só cresce! Vi isso pela quantidade de players jogando em Vegas esse ano, escutava-se português em todos os cantos, pessoas que eu nem conhecia. É evidente que por conta dos resultados e pelo grande nível dos torneios de Poker no Brasil, a quantidade e qualidade de jogadores para as próximas edições da WSOP certamente irá crescer e consequentemente resultados ainda melhores virão!

Qual a sua impressão dos torneios esse ano?

Já possui uma conta no Betmotion? Ainda não?

A grade de torneios melhorou demais, tanto que pela primeira vez, fui com mais antecedência, logo no início da reta no final de maio, para não perder o “Colossus”, que atingiu a expectativa passando de 20 mil entradas. A grade da WSOP ficou ótima e consegui fazer uma reta focada apenas em torneios válidos para o mundial, não saí do Rio para jogar nada, foi foco total no bracelete mesmo.

Aproveite para criar agora mesmo sua conta e aproveitar todas as promoções da sala de Poker que mais cresce na Internet! Entre agora no Betmotion, crie sua conta com o Promocode CARDPLAYER100 e ganhe 100% de Bônus em seus dois primeiros depósitos.

Nas Redes Sociais:

/PokerBetmotionbr

@Betmotion Poker

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O Livro das tells Mike Caro

RAISE EDITORA


THE BOOK IS ON THE TABLE

Ao andar por um salão de um torneio de poker, observamos que não são poucos os jogadores cobrindo seus rostos com óculos e gorros. A explicação é simples: não fornecer ao adversário quaisquer informações sobre a força da sua mão. Um movimento com os dedos, uma respirada mais forte ou um simples olhar despretensioso para o lado pode colocar muita coisa a perder se você estiver jogando contra um expert. Em O Livro das Tells, Mike Caro, “O Gênio Louco do Poker”, desvenda os segredos por trás da linguagem corporal, as famosas tells. Saiba quando seus oponentes estão blefando, quando não estão e por que. São mais de 170 exemplos ilustrados para que você não deixe passar nada na próxima vez que se sentar à mesa. “Mike Caro ensinou mais jogadores a vencer do que qualquer um na sua história. Suas pesquisas e suas palestras revolucionaram o poker”, palavras não minhas, mas da maior lenda viva do esporte mental: Doyle Brunson.

TELL #16 (p. 98) TÍTULO: Ótimo flop, é melhor eu me certificar de que minhas fichas ainda estão aqui. CATEGORIA: Olhando de relance para as fichas. DESCRIÇÃO: A tell de olhar de soslaio, ligeiramente, para as fichas ocorre com muita frequência no hold’em. Na Foto 28, o flop é registrado na mente da jogadora. Ela instintivamente olha para suas fichas (Foto 29). Mas você precisa observar com atenção para não perder nada, pois na Foto 30 — menos de um segundo depois — ela já está olhando em direção ao flop novamente. MOTIVAÇÃO: Uma reação instintiva depois que o flop ajudou a mão dela. CONFIABILIDADE: Jogadores fracos = 98% Jogadores medianos = 96% Jogadores fortes = 90%

VALOR POR HORA: Limite $1 = $2,75 Limite $10 = $9,50 Limite $100 = $40,00 DISCUSSÃO: Essa tell é muito similar — e, de fato, conceitualmente idêntica — à anterior. No entanto, essa mulher não desvia o olhar da ação. Em vez disso, ela simula estar estudando o flop. Obviamente, ela já sabe muito bem que o flop a ajudou, então ela não precisa estudá-lo. Ela está simplesmente tentando fazer com que você pense que ela está mais fraca do que realmente está. Se você estivesse observando o flop — como até mesmo os jogadores mais profissionais invariavelmente fazem — você não teria visto essa oportunidade bastante lucrativa e não saberia que a mulher agora segura uma mão forte. MELHOR ESTRATÉGIA: Você precisa de uma mão mais forte que a usual para competir. Não blefe contra essa mulher. Não espere flagrá-la blefando. Se você gosta de utilizar o check-raise, essa é uma boa oportunidade.

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Foto 28: O jogo é hold’em e aí vem o flop.

Foto 29: A jogadora olha imediatamente para suas fichas.

TÍTULO: O Livro da Tells (Caro’s Book of Poker Tells) AUTOR: Mike Caro NÚMERO DE PÁGINAS: 314 PREÇO: R$ 79,90 DISPONÍVEL EM: www.raiseeditora.com

Foto 30: Mas o olhar é breve e agora ela faz de conta que está estudando o flop.

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Aconteceu em um Torneio

US$ 10.000 Main Event da World Series of Poker 1988

Erik Seidel

Johnny Chan 1.400.000 fichas

7

Porcentagem de Vitória Antes do Flop: 45.37% Depois do Flop: 96.26% Depois do Turn: 100,00%

J

9

9

Porcentagem de Vitória Antes do Flop: 53.69% Depois do Flop: 2.83% Depois do Turn: 0,00%

Q

Q

300.000 fichas

Pré-flop: Com os blinds em 15.000-30.000, Johnny Chan completa do button, e Erik Seidel pede mesa.

J

Erik Seidel

7

Nota: As porcentagens de vitórias não incluem empates. As odds são fornecidas por www.cardplayer.com/poker-tools/odds-calculator/texas-holdem. Acesse www.cardplayer.com/poker-tools/hand-matchups para mais informações estratégicas.


8

10

10

8

Q

Q

Flop 2

2

Turn 6

6

River Flop: Seidel pede mesa. Chan aposta 40.000. Seidel aumenta para 90.000, e Chana paga. Turn: Seidel pede mesa. Chan pede mesa. River: Seidel empurra suas últimas 210.000 fichas. Chan paga.

Johnny Chan

Análise (por Johnny Chan): Eu tinha uma vantagem muito grande contra Erik. O flop foi perfeito, me dando uma sequência e sem chances para flush, mas eu tinha que me focar em tomar todas as fichas dele. Depois de ele pedir mesa, eu apostei pouco mais do que a metade do pote. No momento, pensei que se fosse all-in, ele poderia dar fold; um raise um pouco menor poderia incentivá-lo a ficar na mão, mas devido ao seu histórico, optei pelo call, pois sabia que a chance de ele apostar de novo no turn era grande. Depois de uma carta irrelevante no turn, para minha surpresa, ele pediu mesa. Pensei que ele poderia ter desconfiado de alguma coisa e pedi mesa também. Eu sabia que ele não tinha mais chances e eu tinha posição. Quando o river apareceu e ele empurrou all-in, só tive que conferir minhas cartas novamente para ter certeza que eu tinha o nuts. Pedir mesa no turn foi a chave. Aquela foi a melhor jogada que já fiz.

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Por Craig Tapscott

Tradução e adaptação: Marcelo Souza

Grandes campeões analisam mãos chaves que lhes levaram a vitórias nos principais torneios do mundo, seja na internet ou ao vivo.

MIKE LEAH MOSTRA COMO SE PORTAR EM UMA MESA FINAL EXTREMAMENTE AGRESSIVA Mike Leah é membro do Team Ivey. Ele é um dos mais bem-sucedidos jogadores de mixed games do mundo. O ex-gerente de vendas foi apresentado ao poker em 2005. Um ano depois, ele já destruía nos torneios ao vivo. Em 2008, deixou seu emprego para se profissionalizar. Nos últimos três anos, Leah teve bastante sucesso na World Series of Poker. Foram 16 ITMs e três mesas finais. Seus ganhos na carreira, tanto online quanto ao vivo, estão perto de US$ 4,5 milhões.

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Evento

2014 World Poker Tour Fallsview Poker Classic Main Event

Jogadores

649

Buy-in

US$ 995

Primeiro Prêmio

US$ 107.084

Colocação


Mão #1 7

A

Q

7

Danny Freitas 600.000 4

5

2

5

4

7

2

A

7

K

A

Mike Leah 700.000

Q

A

K

Blinds: 15.000-30.000 • Antes: 5.000 Número de jogadores na mesa: 8

Conceitos-chave: Usando informações pré-adquiridas. Range de mãos. Induzir um oponente agressivo.

era aplicar 3-bets contra os stacks médios, o que também forçaria Jeremy a desistir dos potes.

Craig Tapscott: Pelo que entendi, a mesa final era muito agressiva. Fale um pouco sobre isso e sobre a sua estratégia. Mike Leah: Realmente era muito agressiva. No dia anterior, Jeremy Rose ficou por algumas horas imediatamente à minha esquerda, então eu sabia que todas as vezes que eu desse raise, ele daria call ou faria uma 3-bet. Nós havíamos jogados vários potes com 3-bets, 4-bets, 5-bets e 6-bets. Eu sabia que a mesa final seria uma batalha dura entre nós dois. E eu também sabia que alguns jogadores esperariam por eliminações para atingirem melhores premiações. Com isso em mente, minha estratégia inicial

CT: Isso é loucura. Potes com 5-bets e 6-bets? Quando a mesa está assim, insana, como você reage? ML: Com um jogador hiperagressivo na sua esquerda, é melhor deixar o seu range de raise um pouco mais tight ou estar preparado para aplicar 4-bets light (blefando). Você também pode aplicar 3-bets nos oponentes à sua direita para tirar o jogador à sua esquerda da mão. Eu não gosto de colocar todas as minhas fichas em uma situação de flip, estou sempre tentando arranjar uma situação em que, pelo menos, esteja dominando meu adversário. CT: Vamos falar sobre a primeira mão.

ML: Algumas mãos antes, tentei usar minha estratégia de 3-bets contra os stacks médios, mas recebi 4-bets-all-in como resposta. As coisas não estavam indo muito bem. Os shorts estavam dobrando e eu não conseguia puxar nenhum pote. Jeremy Rose tinha chegado a dois milhões de fichas e eu tinha caído para 700.000. CT: Agora você tem menos de 30 big blinds. Qual sua nova estratégia, já que não está mais deep? ML: Com esse stack, minhas mãos estão um pouco atadas. Com a minha imagem diante da mesa, o melhor seria ficar mais tight e esperar por situações ideais, mas eu ainda acredito que posso ganhar potes, já que vários jogadores só querem ficar vivos e levar mais dinheiro. Com um jogador hiperagressivo ao meu lado, era difícil, mas

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meu stack era ideal para uma 4-bet-all-in, então continuei a aumentar com um range de mãos mais amplo. Leah aumenta para 60.000 do início da mesa com A♦7♠. Danny Freitas paga do meio da mesa. CT: Você tem alguma leitura dele? ML: Eu tinha jogado um pouco com o Freitas nos dias anteriores e na mesa final. Nesse ponto, eu sei que, aqui, o range de call é bem grande, pares, mãos suited como 10-9 etc. Ele também é capaz de ir para o float, acertando ou não o flop. Flop: K♥7♥4♦ (pote: 205.000) Leah aposta 65.000. Freitas paga. CT: Como esperado. ML: Sim. Eu estava bem confiante que tinha a melhor mão, mas ele poderia estar segurando 8-8 ou 9-9; ou alguma mão suited como K-Q, K-J ou K-10. Turn: 5♦ (pote: 335.000) Leah pede mesa. CT: Por que pedir mesa? ML: Eu pedi mesa com a intenção de controlar o pote, induzir blefes e dar check-call, mas check-raise-all-in também era uma opção, tudo dependia do tamanho da aposta dele e da minha leitura. Mas para a minha surpresa... Freitas empurra all-in. CT: O que ele poderia ter nessa situação?

ML: Pensei por bastante tempo, tentando dimensionar o seu range. Se eu desse call e perdesse, estaria praticamente morto. No final, devido ao tamanho da sua aposta, all-in de 450.000 em um pote de 300.000, percebi que era mais provável que eu segurasse a melhor mão. Eu só estaria perdendo para alguns Reis e um possível semiblefe com 8-8 ou 9-9. Leah paga. Freitas mostra AQ. River: 2♠ (pote: 1.285.000) Leah leva o pote de 1.285.000 CT: E se ele tivesse apostado metade do pote no turn e no river, como você avaliaria a força da mão dele? ML: Eu não estava muito certo de o que aconteceria quando pedi mesa. Ciente das suas tendências ao float, sabia que as chances de ele apostar eram grandes, então eu estava inclinado a empurrar all-in. Isso é interessante porque o meu check-raise-all-in poderia ser tanto por valor como por blefe, já que ele poderia dar fold em um par de Oitos ou Noves. CT: Já que você não estava deep, suas opções estavam um pouco limitadas, certo? ML: Sim. Com meu stack, dar check-call não era uma boa jogada, mas se ele apostasse pouco, se tornaria uma opção, por controle de pote ou para pegá-lo blefando. No entanto, minha mão era bastante frágil. Vários rivers seriam ruins para mim, o que dificultaria para eu pagar outra aposta. Se ele apostasse metade do pote, minha decisão seria fold ou all-in, já que o pote estaria muito inflado comparado com os nossos stacks.



Mão #2 9

A

9

Jeremy Rose 2.200.000 2

4

8

4

2

3

8

3

9

7

A

Mike Leah 1.100.000

Q

Q

9

7

Blinds: 15.000-30.000 • Antes: 5.000 Número de jogadores na mesa: 5

Conceitos-chave: Dinâmica da mesa, conhecendo o seu oponente, momento. ML: A mesa estava insana, e essa dinâmica era refletida nas jogadas entre mim e Jeremy. Foram numerosos raise e reraises blefando. O que resultou nesta mão foi o fato de eu abrir raise 100% das vezes no button (BTN). Leah aumenta para 60.000 do button com 9♦9♠. Rose faz tudo 150.000 do small blind. CT: O que passou pela sua cabeça quando ele reaumentou? ML: A mais pura alegria (risos). Eu estava dando raise todas as vezes em que eu era o BTN, e Jeremy estava aplicando 3-bets com a mesma frequência. Dado o nosso histórico, havia uma boa chance de ele aplicar uma 5-bet blefando, empurrar all-in ou até mesmo dar call na minha 4-bet. Eu sabia que precisava dar a chance a ele de colocar mais dinheiro no pote, então fiz uma 4-bet.

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Contra outro jogador, eu poderia apenas pagar, mas eu imaginava que se ele tivesse um par menor, algo como A-9 ou um A-X do mesmo naipe, ele não largaria. Leah aposta 290.000. Rose faz uma 5-bet para 500.000. CT: Há alguma chance de você dar fold? ML: Não. CT: O range dele não estaria em algo como 10-10 até A-A ou 6-6, 7-7 e 8-8? E, claro, A-Q e A-K? Ele faria isso com A-J ou um par pequeno? Eu só estou tentando entender esta louca dinâmica hiperagressiva entre vocês dois. Bem, mas ele empurrou all-in. E então? ML: Sinceramente, eu preferiria que ele tivesse empurrado, já que quando ele faz isso, posso incluir combos de A-X e pares pequenos em seu range. Mas pelo fato de, algumas vezes, ele dar fold depois dessa 5-bet ou tentar induzir um all-in da minha

parte para conseguir um coin flip, dada a força da minha mão, há muito dinheiro no pote para que eu possa considerar o fold. CT: Essa é uma jogada normal nos torneios de hoje em dia? ML: Em poucos torneios os jogadores chegam nesse estágio com stacks tão grandes para realizarem jogadas desse tipo. É mais comum você presenciar isso em eventos principais, em que as estruturas são bastante deep e há mais profissionais. Leah empurra all-in. Rose paga com A♦Q♠. Flop: 7♥3♦2♠ (pote: 2.245.000) Turn: 4♣ (pote: 2.245.000) River: 8♦ (pote: 2.245.000) Leah leva um pote de 2.245.000 fichas.



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