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POKER

ES P O R TE E ESTI L O DE VIDA

AMAZONAS VENCE

O SEGUNDO CAMPEONATO BRASILEIRO POR EQUIPES

Fernando “Xuxa” Scherer se torna embaixador do poker brasileiro

Jovens e temidos, conheça as histórias de Haxton e Cheong.






HISTÓRICO PARA O

POKER BRASILEIRO NOVEMBER NINE

Finalmente um jogador brasileiro está na mesa final do Main Event da WSOP desse ano. É redundante contar a trajetória histórica que Bruno Foster, o “Fostera”, percorreu durante o ME da WSOP esse ano. Diversos veículos de comunicação do segmento e as Redes Sociais nos atualizavam constantemente sobre cada passo e cada etapa vencida dentro do torneio que teve 6.683 jogadores inscritos e foi dividido em 7 dias.


Esse foi o sonho, não só do Bruno, mas de toda uma comunidade que há quase 10 anos vem lutando para que o Poker fosse inserido dentro do contexto de esporte e, principalmente, no contexto de sociedade como sendo uma modalidade legal, em que se predomina a habilidade. Foram anos de muitas batalhas e um crescimento meteórico (que embora esteja muito longe do seu ápice) encontrou nesse momento seu nível mais alto de consagração.

Não só o exemplo do Foster nos indicava isso, mas o crescente interesse da mídia off poker, o número de praticantes cada vez maior, o aumento dos clubes em inúmeras cidades pelo Brasil e o crescimento dos torneios

PARABÉNS FOSTER! #vaifostera SEN-SA-CIO-NAL! Não encontro outra palavra para descrever o feito com que meu amigo pessoal Bruno “Foster” Politano nos brindou nesta WSOP de 2014. Afinal, nunca um brasileiro tinha conseguido chegar tão perto do sonho máximo do Poker mundial: o bracelete de campeão do Main Event! E nosso Fostera tem todas as condições físicas, técnicas e - sobretudo - psicológicas para cravar o maior torneio de Poker do mundo e trazer o título de campeão mundial de Poker para o Brasil. No dia 10 de Novembro todos nós vamos esquecer de futebol, do trabalho, de tudo e vamos mais uma vez compor a maior e mais orgulhosa torcida do esporte no Brasil”. Leandro “Brasa”

em volume de jogadores e premiações, proporcionaram o cenário ideal para que tudo isso acontecesse.

Independentemente do resultado no dia 10 de Novembro, toda a comunidade do Poker aqui no Brasil estará torcendo e principalmente feliz, pois afinal de contas finalmente teremos um representante brasileiro na mesa final do evento de poker mais importante do planeta.

Nossos Teams Pros acompanharam em Las Vegas todo esse feito e, assim como milhares de brasileiros, estavam radiantes com o resultado alcançado por Bruno Foster e estarão na torcida para essa esperada mesa final. Nós do Betmotion gostaríamos de render uma homenagem a esse feito histórico, pois, assim como todos, fazemos parte da história recente do Poker brasileiro.

Como encontrar palavras para descrever a emoção de ter um brasileiro na mesa final do WSOP? Principalmente sendo essa pessoa um cara do bem que vem batalhando no Poker há muito tempo. Junto e através dele estamos vivendo um sonho, pois este com certeza é o sonho de todo jogador de Poker. O Brasil nesse momento histórico está muito bem representado, a comunidade do Poker está muito orgulhosa e agradece de coração ao Foster por nos proporcionar esse momento mágico”. Ale Braga

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SUMÁRIO 10. FELIPE MOJAVE

JOGADAS AUTOMÁTICAS Mojave mostra que jogar de maneira mecânica pode gerar diversas falhas em seu jogo.

14. DIÓGENES MALAQUIAS

NO MEIO DO FLOP TINHA UM ÁS Diógenes mostra como lidar com aquele indesejável Ás que insiste em aparecer no flop quando você tem par de Reis.

ESPECIAIS 28. GERAÇÃO Y

A ascensão meteórica de Joseph Cheong, um dos jovens fenômenos do poker mundial.

54. CAMPEONATO BRASIELIRO DE EQUIPES Confira tudo o que aconteceu na segunda edição do torneio

79. ISAAC HAXTON

A história do novo rei dos high-stakes, o nômade do poker que vem destruindo na internet e ao vivo.

80. FERNANDO SCHERER

20. FÁBIO EIJI

VOLUME X RETORNO Fábio Eiji dá dicas para que o seu lucro não seja prejudicado pelo número de mesas que você joga.

Um dos maiores atletas da história do Brasil assina com o Betmotion..

68. JOÃO BAUER

JOGO DE OBSERVAÇÃO Em sua estreia como colunista, João Bauer trata de um dos assuntos mais subjetivos e complexos do poker: as tells.

74. DEVANIR CAMPOS

PERGUNTE AO DIRETOR Nesta edição, DC fala sobre a desatenção nas mesas e as suas consequências, além da famosa regra do “dead button”.

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JOGADAS AUTOMÁTICAS por Felipe Mojave

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N

este artigo, vou escrever sobre um tema que é comum a qualquer jogador de poker: as jogadas automáticas. Você já deve ter ouvido uma centena de vezes a seguinte frase sobre uma jogada X ou Y: “foi standard (padrão)” – e é por isso que as decisões nessas situações são sempre as mesmas. Há algum tempo venho pesando nisso e manipulando estas situações a meu favor. Acho que essa é uma decisão inteligente e que todo jogador deveria fazer o mesmo. Muitas vezes perdemos muito por acreditar que não havia escapatória em determinada situação. Da mesma maneira, é provável que, em algum ponto, também deixaremos de ganhar dinheiro. Claro que ainda existem diversas situações que não fugirão do padrão, mas vale lembrar que o jogo de poker inclui

muitas variáveis e que, juntamente com alguns fatores externos, as situações podem mudar de figura com certa frequência. Um exemplo bastante clássico é a 3-bet com uma mão forte e nunca considerar o fold para a 4-bet-all-in. Exemplo: O Jogador A abre raise de 2.5 vezes o blind. Você, com 23 big blinds, aplica uma 3-bet de sete vezes. O Jogador A volta all-in e você paga instantaneamente com JJ. Tudo parece normal, standard, automático. É aí que está o erro. No geral, a jogada será lucrativa – por isso é executada com enorme frequência –, mas não deve ser automática. Imagine o cenário: seu oponente era um jogador bastante tight, que não jogava há um bom tempo e aguardava uma oportunidade para dobrar. Claramente, seu range de 4-bet-all-in era melhor do que par de Valetes. Ou seja, na melhor das situações,

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você estará envolvido em um coin flip. Nesse tipo de situação, outro cuidado a ser tomado é saber que quando um jogador te coloca all-in, sabendo que as chances de você largar sua mão são pequenas, a probabilidade de ele ter uma mão forte é ainda maior. Aqui, é muito melhor o flat call (apenas pagar com uma mão que é boa o bastante para aumentar) e jogar em posição. O jogo de poker é bastante técnico e envolve situações e possibilidades de acordo com os seus oponentes. Por esse motivo, nunca é bom ligar o piloto automático. É raro encontrarmos alguém que tenha disciplina para analisar toda a mão e decidir ficar com apenas 15 big blinds para trás. Esse fator acaba influenciando a decisão de jogadores fracos. Quando mais automática é a jogada que você desempenha, mais básica ela é, e mais simples será para seu oponente entender o seu processo de raciocínio. Em um jogo de alto nível, fica fácil prever o seu modo de jogo e aplicar estratégias um tanto quanto simples contra você. Outra situação automática é a guerra de blinds. Basta ter um Ás no SB ou no BB que o sujeito se sente o super-homem e fica disposto a colocar tudo no pano. Nessa situação, há uma óbvia vantagem matemática de se vencer a mão ao segurar um Ás, mas, ainda assim, não deve ser algo mecânico. Um exemplo interessante aconteceu comigo no Main Event do EPT Monte Carlo, na mesa da TV, inclusive. Isaac Haxton acabou comentando em voz alta: “Um grande fold aí, Felipe”.

A mesa rodou em fold até o SB, que me colocou em all-in. Eu tinha 16 blinds e segurava J-10. Normalmente, eu teria que dar esse call com quaisquer figuras, pois sei que é a decisão mais lucrativa. Porém, eu não estava no piloto automático. Fui buscar mais informações. Lembrei que estava levando uma vantagem enorme contra aquele jogador e que ele já tinha me cedido o walk (quando toda a mesa desiste, inclusive o small blind) por duas vezes. É fato que aquele oponente tinha uma mão melhor que a minha. O exercício de “parar para pensar” e analisar a situação, mesmo que já predisposto a dar o call, é primordial. Existem milhares de situações que podem ser enquadradas como jogadas automáticas. E agora que vocês já sabem onde fica Norte, é hora de ajustar outros fatores, como a velocidade e o trajeto.

Felipe Mojave @FelipeMojave felipemojave.com

Felipe Mojave é um dos principais jogadores brasileiros da atualidade, especialista em mixed games, profissional do Lock Poker e membro do My Poker Squad.

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NO MEIO DO FLOP

TI N H A U M Á S

por Diógenes Ma laq uias

Nesta edição vamos analisar uma mão que ocorreu no SCOOP (Spring Championship of Online Poker), uma das principais séries de torneios do Poker Stars.


A mesa

SB BTN

BB

UTG

13.436 fichas

12.848 fichas

2.980 fichas

8.967 fichas

26.000 fichas

UTG+1 HERO

CO

19.664 fichas 40.955 fichas 12.809 fichas

3.009 fichas

hj

mp2

mp1

Estávamos no meio do torneio e os blinds eram 200/400 com ante de 25.

A

J

6

A

AÇÃO: Com K-K, o Hero aumenta para 1.000. Apenas o MP1 paga.

flop (2.825)

6

Pré-flop

J

ANÁLISE O Ás é sempre uma carta que incomoda, já que diminui a lucratividade da mão. O plano aqui sempre é: Em posição: tentar chegar ao showdown de forma mais controlada. Assim, provavelmente, eu pediria check no flop, veria o turn

de graça, pagaria uma possível aposta do oponente e, no river, reavaliaria a situação. Fora de posição: aumenta a dificuldade e teremos que jogar de uma maneira agressiva. Com ele apenas dando call, coloco em seu range algo como A-Q, pares menores e suited connectors

AÇÃO: O Hero aposta 2.000. O MP1 paga.

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TURN (6.825)

ANÁLISE A dobra do Ás nos ajuda. Com apenas mais dois ases no baralho, a chance do adversário de possuir um Ás diminui consideravelmente. O problema é que ele pode pensar o mesmo sobre a nossa mão. Assim, prefiro pedir mesa para controlar o pote e induzir algum tipo de blefe.

A

A

AÇÃO: Hero pede mesa. O oponente aposta 3.200, e o Hero paga.

ANÁLISE É melhor dar call e avaliar o river. Não considero o fold porque a aposta foi menor do que 50% do pote. O check-raise também

não é uma boa opção, pois ele largaria quase todas as mão piores e só daria call com mão melhores.

RIVER (13.225)

ANÁLISE

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Aqui, é melhor pedir mesa novamente. Isso pode induzir outro blefe, mas dependendo da aposta do vilão, K-Q e 10-10 são possibilidades perigosas. Como temos K-K, a chance do vilão ter K-Q é pequena. Com 10-10, acredito que ele pediria mesa no turn.

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AÇÃO: Hero pede mesa. MP1 aposta 2.750.

uma aposta confusa. Parece uma aposta por valor (value bet) querendo ação ou até mesmo o fold, com o mínimo possível de fichas colocadas em risco.

Pelo tamanho da aposta, eu considero as odds corretas para o call. Com J-J, 6-6 ou um Ás, ele puxará o pote, mas um bem menor do que ele puxaria com apostas mais adequadas. De qualquer jeito é

AÇÃO: O Hero paga, e o MP1 mostra:

6

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Diógenes Malaquias 6

Diógenes Malaquias é especialista em cash games online e dá aulas particulares em seu website.

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@diogenes1608 diogenesmalaquias.com.br

ANÁLISE Tive sorte que ele me ajudou a chegar ao showdown de forma barata. Provavelmente, se ele fosse mais agressivo, a decisão seria muito mais difícil.






VOLUME RETORNO por Fábio Eiji

X O

Fábio Eiji @fabioeiji binhoeiji@yahoo.com.br

Fábio Eiji já ganhou mais de R$ 3 milhões de reais em prêmios jogando online. Ele possui títulos e mesas finais nas principais séries e torneios regulares do PokerStars.

lá, amigos da Card Player. É uma alegria estar escrevendo novamente para vocês. Ainda estou me acostumando com este novo formato, um pouco mais formal e sem uma resposta imediata do público, como no blog. Como preciso saber se estou no caminho certo, gostaria de um feedback. Para dúvidas e sugestões, vocês podem entrar em contato comigo pelo meu twitter ou e-mail. Hoje, trago à revista um texto que escrevi para o blog. Um tema de extrema relevância e cuja discussão, certamente, auxiliará iniciantes e jogadores um pouco mais experientes: a quantidade de telas que se deve jogar simultaneamente numa sessão. Estamos partindo do pressuposto que quanto maior o número de torneios jogados,


mais dinheiro ganharemos. Essa é a ideia inicial, mas não é bem assim que as coisas funcionam. Independentemente do nível de jogo, existem fatores, não ligados diretamente ao jogo em si, que influenciam no desempenho do jogador. Por exemplo: jogar cansado depois de uma noite mal dormida. Você certamente não estará processando as informações tão bem e, portanto, não estará tomando as melhores decisões. Dito isso, venho percebendo que os jogadores, mesmo os iniciantes, compreenderam a necessidade de se jogar um volume grande de torneios para diminuir a variância. O problema é que muitos fazem isso de maneira equivocada.

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A ideia de jogar um volume grande de torneios, para que assim consigamos diminuir ao máximo as swings que todos os jogadores de torneio estão sujeitos, é realmente muito válida, mas está baseada na aceitação, por parte do jogador, de que ele não jogará no mesmo nível que estaria caso estivesse jogando um volume menor, porém, com maior foco. Vejam um exemplo: o Jogador X tem um ROI (retorno sobre investimento) de 30% em torneios de com buy-in de $10. Ou seja, a cada torneio de $10 jogado, ele ganha $13, o que corresponde a um lucro de $3. Mas esse ROI é uma estimativa baseada em seu melhor jogo. Quando ele joga, simultaneamente, dois


ou até quatro torneios de $10, ele consegue manter um nível bom de jogo, de maneira que o seu ROI esteja muito próximo aos 30% estimados. Porém, quando ele começar a jogar 12 mesas, o cenário muda. O Jogador X terá menos tempo para assimilar as informações, tomar decisões e agir. Aqui, ele deixará de observar certos aspectos da dinâmica das mesas que antes não passariam despercebidos. Assim, seu ROI certamente será menor, algo próximo aos 20%. E se ele resolver jogar 24 mesas? Seu nível de jogo cairá ainda mais e, consequentemente, seu ROI. Nesse cenário, o ROI deverá estar no máximo em 10%, mas muitas vezes será bem menor.

Então, vale a pena abrir mão do ROI em troca do volume? A resposta, apesar de objetiva, não é tão simples. Se analisarmos os três cenários, nós teremos uma resposta matemática muito satisfatória. Supondo que jogando quatro mesas simultâneas, em um dia, consigamos jogar 20 torneios; logo, nosso dia de trabalho rende 20 x 3, o que nos dá um lucro de $60. No segundo cenário, nosso ROI baixou, mas nosso volume triplicou. Logo, 60 x 2 = $120. Já no terceiro cenário, com seis vezes mais volume, conseguimos jogar 120 x 1 de lucro, que rendem os mesmos $120 do segundo cenário.

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A grande dificuldade consiste em ter uma noção real do quanto estimar de ROI. Poucos jogadores têm autocrítica e amostragem suficientes, para tomar como base, no momento de decidir quantos torneios jogar simultaneamente ou até mesmo quanto tempo passar registrando. Em geral, nos baseamos na simples ideia de que volume é importante, mas nos esquecemos da qualidade do nosso jogo. Isso, nas mãos de jogadores pouco preparados, é um perigo. No exemplo que usamos, o Jogador X é um bom jogador, com um ROI bastante decente, mas muitos jogadores ainda não têm experiência suficiente para ter 30% de ROI, como no primeiro cenário. No entanto, eles insistem em jogar o volume do terceiro cenário, fazendo com que sua estimativa de retorno chegue a ficar até mesmo negativa. Alguns nomes têm a habilidade e capacidade de jogar competentemente dezenas de telas simultaneamente, mantendo um excelente nível de jogo. Para citar apenas os brasileiros, me espelho no Rafael “GM_ Valter” Moraes, Caio Pessagno e Rodrigo “seijistar” Seij. Apesar de talentosos, garanto que nenhum deles começou jogando muitas mesas de uma vez, mas foram aprendendo a fazer isso com o tempo. Cabe ao leitor decidir o ponto de convergência entre o ROI e o volume que melhor lhe atender. Mas não se esqueça de duas coisas: tente ser o mais honesto possível sobre seu desempenho e sua habilidade quando jogar diversas mesas; e não tenha pressa, pense primeiro em melhorar o seu nível de jogo para depois colher seus frutos.

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GERAÇÃO Y G N O E H C H P E JOS Tradução e adaptação: Marcelo Souz

Por Julio Rodriguez

Nos últimos quatro anos, Joseph Cheong tem chamado a estrada de casa. O profissional de 28 anos vem jogando os principais torneios ao redor do mundo e deixando a sua marca: quase US$ 10 milhões em prêmios, apenas no ao vivo, e outros US$ 2,5 milhões na internet. Cheong, que se mudou da Coreia para a Califórnia em 1992, originalmente planejava uma carreira em Wall Street. Depois de graduar-se em Matemática, Economia e Psicologia pela Universidade da Califórnia, ele se voltou para o poker, que está sempre contratando, mesmo em uma recessão. A aposta foi certeira e, em 2010, ele explodiu para o mundo. Com uma atuação de gala, Cheong terminou

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na terceira colocação do Main Event da World Series of Poker (WSOP) e embolsou US$ 4,1 milhões. Depois daquilo, ele seguiu provando que não era jogador de apenas um resultado. A Card Player conversou com Joseph Cheong sobre sua ascensão meteórica e o futuro do poker. Julio Rodirguez: Como você entrou no mundo do poker?

Joseph Cheong: Quando me graduei, eu queria trabalhar em Wall Street, com fundos de cobertura, mas a recessão fez com que ficasse muito difícil para recém-graduados conseguirem trabalho. A escassez de emprego era uma realidade, então tentei a minha sorte no poker.

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JR: Você enfrentou dificuldades logo depois de se tornar profissional?

JC: Eu tive bons resultados logo de cara. Em 2009, venci o Mini-FTOPS do Full Tilt e levei US$ 55.000. Meu bankroll era de apenas US$ 20.000, então, vencer esse torneio me permitiu subir para o próximo nível na minha carreira. Depois disso, aumentei meu volume e me tornei um regular nos torneios high-stakes da internet. JR: Como a sua família recebeu a notícia que você jogaria poker para viver?

JC: Eu tenho pais asiáticos bem conservadores, e eles queriam que eu tivesse um trabalho tradicional — e o poker não se encaixa nisso. Tenho certeza que eles prefeririam que eu me tornasse um médico ou um advogado. Mesmo hoje, eles ainda dizem para eu arrumar um emprego de verdade, mas pelo menos eles não podem contestar meus resultados. Desde que eu esteja longe de casa e me sustentando, meus pais não podem reclamar. JR: Depois de um ano de sucesso no online, você venceu uma etapa do WSOP Circuit 2009 e ficou apagado até a sua mesa final no Main Event da WSOP. Então, entre julho e novembro de 2010, você terminou em segundo no high roller do EPT de Londres e ganhou um dos eventos paralelos no Festa al Lago Classic. Foram mais US$ 400.000 em prêmios. Conseguir chegar ao November Nine mudou o seu jogo de alguma maneira?

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JC: Depois de chegar à mesa final do Main Event, eu estava muito confiante. Eu sabia que a melhor maneira de me preparar para o November Nine era jogar o tanto quanto pudesse. Então, com o dinheiro que eles pagam aos finalistas, referente à premiação do 9º colocado, comecei a jogar o circuito. Eu fui muito bem, cheguei a duas mesas finais e ganhei bastante experiência. Quando finalmente chegou o momento do November Nine, eu não estava tão nervoso quanto os outros jogadores. JR: Você terminou em terceiro no Main Event e ganhou mais de US$ 4 milhões, mas foi um pouco criticado por sua jogada extremamente agressiva, uma 6-bet-all-in, contra Jonathan Duhamel [ver “Aconteceu Em Um Torneio”, nesta edição]. Se não fosse por isso, fatalmente, você teria chegado ao heads-up. Você pensa sobre o que poderia ter sido ou ficou feliz com seu desempenho?

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JC: Eu realmente não me prendo ao passado, tento aprender com ele, ver o que funcionou e o que não deu certo. Se não tivesse feito aquilo, eu provavelmente ficaria noites em claro pensando que eu deveria ter feito. Além do mais, é difícil não ficar feliz quando você ganha US$ 4,1 milhões. JR: Você acha que a jogada feita contra Duhamel afetou de forma negativa a maneira com que os seus adversários enfrentam o seu estilo de jogo?

JC: Meu estilo de jogo é extremamente flexível e totalmente dependente do meu oponente. Minha reputação é de ser um jogador hiperagressivo, que faz jogadas insanas — o que de vez em quando é verdade. Mas acho que as pessoas têm uma tendência a exagerarem por causa das poucas mãos que aparecem na TV.


JR: Você já tem quase US$ 10 milhões de prêmios em pouco mais de cinco anos de carreira. Quanto tempo você acha que continuará jogando para viver?

JC: Eu não me vejo jogando poker pelo resto da vida. Não tenho ideia do que vou fazer, mas sei que quero jogar enquanto ainda sou jovem. Joguei tudo que podia nos últimos anos, mas não posso fazer isso para sempre. No momento, o objetivo é fazer o máximo de volume possível, enquanto o jogo ainda é lucrativo. O poker definitivamente irá mudar. Não será do mesmo jeito sempre, mas sei que ele estará lá quando eu decidir voltar a jogar. JR: O que você quer dizer com “o poker irá mudar”?

JC: A economia do poker está morrendo. O número de jogadores saindo do jogo é maior do que o número que está entrando. Então, a menos que algo drástico aconteça, é inevitável que o dinheiro “dê uma sumida”, especialmente nos torneios high-stakes.

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JR: E o que você acha que ajudaria a economia do poker?

JC: Bem, eu acho que a Epic Poker League [liga exclusiva baseada na meritocracia. Foi criada e 2011 e extinta em 2012] teve a ideia certa. Pode parecer um pouco elitista, mas a ideia de ter os melhores jogadores do mundo dividindo as mesas atrai a atenção das pessoas comuns. Outro ponto importante seria a legitimação do poker como esporte.

OS CINCO MELHORES RESULTADOS DE JOSEPH CHEONG EVENTO

POSIÇÃO

PRÊMIO (US)

Main Event da WSOP 2010

$4.130.049

Manila Millions do APT Philippines 2013

$1.343.370

$614.250

High Roller da WSOP APAC 2013

$534.776

Main Event da WSOPE 2012

$381.375

Super High Roller do WPT World Championship 2013

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JR: Você passou muito tempo viajando nos últimos anos. Quais as suas impressões sobre o estilo de vida como jogador profissional?

JC: Eu sou um cara muito afortunado. Não importa qual o local em que eu vá jogar, sempre tenho pelo menos uma dezena de amigos com os quais posso ter bons momentos. É como uma longa festa ininterrupta. Sim, existem algumas coisas chatas, como passar muito tempo em aviões e ficar longe de casa, mas as coisas boas superam as ruins.



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CINCO DICAS DE JOSEPH CHEONG PARA CONSTRUIR UM GRANDE STACK Há uma razão pela qual Joseph Cheong sempre é um dos líderes quando chega à mesa final — e não é por ganhar uma série de flips. Alguns jogadores podem ficar satisfeitos por chegarem ITM, mas não Cheong. Ele sempre joga para construir um stack gigantesco, que garanta um jogo confortável na mesa final. Para colocar a si próprio na melhor posição de conseguir o título, ele diz que é preciso trabalhar nos níveis iniciais. Confira suas cinco dicas para chegar gigante nas retas finais de torneios:

1. Jogue muitas mãos

“Durante os níveis iniciais, quando é barato ver flops, aumente o range de mãos que você abre raise e jogue várias mãos. Você também deve defender seus blinds com uma gama muito variada. O objetivo principal é acertar algo muito bom no flop e pegar seu adversário, que geralmente estará jogando com um range mais tight, então, irá pagá-lo”. 2. Desenvolva uma imagem loose e descuidada

“Essa estratégia (jogar muitas mãos) só funcionará se os outros jogadores não lhe derem crédito por suas apostas. Se você não for criativo, então eles não irão lhe pagar quando você acertar uma boa mão. Procure tomar linhas pouco convencionais e não tenha medo de mostrar um blefe, dando certo ou não”.

3. Não se preocupe sobre posição quando estiver deep

“Posição é sempre importante em no-limit hold’em, mas isso se torna menos importante quando todos estão com muitas fichas. Como eu digo para os meus amigos: ‘Você não pode dar check-raise se você está em posição’. Isso vai contra o pensamento convencional, mas jogar fora de posição tem seus benefícios, especialmente para construir grandes potes”. 4. Não há necessidade de slow play

“Quando você está jogando mãos especulativas, você frequentemente acertará boas mãos, mas que são vulneráveis. Mesmo se a carta do turn não matar a sua mão, ela poderá matar a ação. É melhor jogar a mão de maneira agressiva e conseguir as fichas o quanto antes. Isso também cria dúvidas na cabeça do seu adversário: ‘Quão forte é a mão dele?’; a verdade é que, geralmente, eles vão se convencer que estamos em um draw”. 5. Procure aquelas pessoas pressionadas pelo dinheiro

“Há alguns anos, pressionar a bolha e ganhar fichas funcionava, mas as pessoas agora estão atentas. O fato é que hoje, perto da bolha, há poucos jogadores ruins. Os bons jogadores tendem a procurar aqueles que estão pressionados pelo dinheiro. São eles que desistirão dos blinds facilmente, darão check quando não acertarem suas mãos e apostarão forte para lhe tirar do pote quando acertarem em cheio o flop”.

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ISAAC HAXTON O NÔMADE DOS

HIGH-STAKES Por Erik Fast Tradução e adaptação: Marcelo Souza

Há uma seriedade inesperada na voz de Isaac Haxton quando ele explica porque ama jogar. “Quando estou jogando, alguma coisa acontece no meu cérebro. Tudo faz sentido. As regras e os objetivos são tão claros que qualquer outra coisa desaparece, e fico focado apenas nisso — é a coisa mais relaxante e estimulante do mundo”. Haxton nasceu em 1985, é um dos melhores jogadores de cash-game do mundo e possui mais de oito milhões de dólares ganhos em torneios. Ele descobriu a sua obsessão por jogos de estratégia ainda cedo, aos quatro anos, quando aprendeu o xadrez. Aos 10, ele já derrotava seu pai com consistência e começou entrar em torneios. Na adolescência, sua atenção foi para o jogo de cartas Magic: The Gathering. “O colégio era chato e estressante. Eu

encontrei no xadrez e no Magic o que realmente era importante para mim. Mesmo quando fiquei mais velho, jogar continuou sendo o que eu mais gostava de fazer”, conta Haxton. Ele percebeu que alguns dos melhores jogadores de Magic tinham uma renda extra com o jogo, e passou a sonhar com o dia que ele poderia viver apenas jogando. Seu desejo tomou forma com o “boom” do poker. Amigos da comunidade de Magic lhe apresentaram o poker, e ele nunca olhou para trás novamente. Ele largou a universidade e adotou o esporte da mente em definitivo. Haxton então se se mudou para Las Vegas com a namorada, Zoe, fez milhões jogando cash games online e torneios ao vivo. Era o “Sonho Americano”, até o fatídico


dia 15 de abril de 2011, data que o Departamento de Justiça dos Estados Unidos fechou os principais sites de poker que operavam por lá.

DEIXANDO OS EUA “Eu não via como poderia continuar jogando profissionalmente sem o poker online. Era algo que eu já dominava e que demoraria muito para adaptar se eu fosse jogar apenas ao vivo”, conta Haxton. Ele sabia que, se quisesse seguir na carreira dos seus sonhos, teria que se mudar dos Estados Unidos. “Quando comecei a arrumar as coisas para a mudança, eu pensei: ‘Bem, isso será simples. Só tenho que escolher um bom lugar no mundo e ir para lá’. Até aquele momento, eu ainda não tinha sequer pensado em tirar um visto. Eu não tinha ideia que você não pode simplesmente escolher um lugar para morar e ficar por lá pelo resto da sua vida”, revela. “Isso pode parecer muito estúpido. É claro que já ouvi falar de imigrantes ilegais, mas nunca imaginei uma situação em que eu seria uma dessas pessoas”. Devido à proximidade, Canadá e México foram as duas primeiras opções. Mas o tempo frio, no caso do primeiro, e as questões de segurança, no caso do segundo, impediram que Zoe e ele se mudassem para os vizinhos mais próximos dos EUA.

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O jovem casal procurou várias opções na Ásia, Europa e Oceania até ouvirem sobre um programa para morar em definitivo em Malta. “Basicamente, você apenas tinha que demonstrar que possuía bastante dinheiro para se sustentar, que não iria tentar arrumar um trabalho no País e que não possuía antecedentes criminais”, diz Haxton. Na época, ele, com 26 anos, e Zoe, com 28, se viram de frente a montanhas de papéis que, geralmente, apenas aposentados encaravam para passar seus últimos anos no sul da Europa. “Foi uma coisa estranha. Eu estava tratando com firmas de advocacias e empresas acostumadas a receber esse tipo de pedido de pessoas que estavam para se aposentar. A maioria das pessoas que conversei em Malta, na verdade, eram britânicos aposentados”. Zoe e Haxton já estavam juntos há oito anos. Durante a World Series of Poker 2011, enquanto Haxton jogava torneios, Zoe foi para Malta, sem muitas expectativas, mas disposta a tentar fazer dar certo, já que era a melhor alternativa para os dois.

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“Ela foi e adorou tudo. Depois de começarmos a nos preparar para fixar residência, percebi que se nos casássemos, a burocracia seria menor”. Os dois se casaram no dia 1º de setembro de 2011 e voaram para Malta já no dia 15. Depois de meses lidando com papéis e leis, finalmente parecia que eles poderiam começar uma nova vida longe dos Estados Unidos. No entanto, o destino pregou uma peça no casal. O programa de residência permanente, que era o principal motivo para se mudar para lá, havia acabado. “O dia que nós chegamos lá estava em todos os jornais, literalmente. As pessoas estavam tirando vantagem do programa de residência permanente para conseguirem plano de saúde gratuito. Então, a partir daquele momento, quem quisesse morar em Malta teria que pagar ao governo 500 mil euros”, revela Haxton. “Eu tinha apenas o visto padrão, que me permitia ficar na Europa 90 de cada 180 dias. Então passei metade do ano em vários outros lugares”. Apesar do percalço, Haxton foi agraciado com uma mudança radical e benéfica em seu estilo de vida. No final, a Black Friday havia sido uma benção disfarçada para ele.



“Eu ampliei meus horizontes e cresci muito nos últimos anos por causa da Black Friday. Não quero usar uma palavra negativa como ‘estagnada’, mas a vida em Vegas era muito previsível. Eu estava bem no poker, o ambiente era bom, mas tudo era tão unidimensional. Eu não fazia muita coisa além de jogar e sair com outros jogadores”. Com um novo senso de equilíbrio em sua vida fora das mesas, Haxton estava pronto para se focar novamente em seu objetivo: tornar-se o melhor jogador de poker que ele poderia ser.

DE VOLTA AOS NEGÓCIOS Depois de alguns anos de incertezas pós-Black Friday, globalmente, o poker continuou a crescer e mudar. Entre as novas tendências dos circuitos estão os “Super High Rollers”, torneios com buy-ins de seis dígitos. Como um jogador dos high-stakes online, experiente em torneios ao vivo, Haxton era um dos presentes nesses eventos com fields pequenos e muito dinheiro a ser ganho. “Acho que foram mais de 20 super high rollers em 2013, mas há

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aquele sentimento de que esses eventos não são sustentáveis, que todos que jogarem acima do bankroll, eventualmente, quebrarão. Na verdade, eu não concordo com isso. Há uma boa porcentagem do field que é composta por jogadores recreativos — e enquanto houver isso, os profissionais, com certeza, conseguirão lucro”. Haxton vem provando que sua fala é verdade. Os dois maiores prêmios da sua carreira vieram em torneios do tipo. Em junho do ano passado, em Macau, ele terminou em quinto lugar em um torneio com buy-in de US$ 128.000, que lhe rendeu um prêmio de US$ 1,3 milhão. Neste ano, no meio de fevereiro, Haxton terminou em segundo no desafio de US$ 225.000 do Aussie Millions e embolsou US$ 2,5 milhões, seu terceiro prêmio de sete dígitos. Com os resultados, o profissional de cash games chega a US$ 8,3 milhões em prêmios apenas em torneios. Hoje, mais e mais torneios com buy-ins gigantescos começam a aparecer por todo o mundo, e Haxton parece satisfeito com isso: “Acredito que isso mostra uma grande injeção de dinheiro dos amadores na economia dos torneios de poker, o que não acontece nos high-stakes cash games”.

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Falando de jogadores recreativos nos high-stakes cash games, quando esteve em Macau, Haxton não teve a oportunidade de jogar nos jogos mais caros do mundo: “Não joguei porque esses cash games, que todos ouvem falar, são extremamente privados e eu não fui convidado”, revela. “Mas há bons jogos caros e públicos. No Wynn, em Las Vegas, os cash games de $100$200 fariam minha viagem até lá valer à pena, em vez de jogar online de casa. Mas em termos de diversão, prefiro muito mais a internet”. A versatilidade de jogar online foi o que permitiu Haxton viajar pelo mundo, e ainda é a sua principal fonte de renda: “Eu tenho jogado o que o online me oferece, o que, recentemente, tem sido $50-$100

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NLH 6-max. Também jogo nas mesas nosebleed de heads-up contra o Viktor “Isildur1” Blom. Acho que ele é a única pessoa contra quem tenho jogado HU em limites superiores a $100-$200. Jogamos muito $500$1.000, com cap [o valor máximo do pote tem limite] e um pouco de $300-$600 e $400-$800. Eu apenas tento jogar o que é bom para mim, mesmo que só consiga ação de vez em quando”.

SEMPRE PENSANDO À FRENTE Além do sucesso no circuito ao vivo, o excelente desempenho no online — cerca de US$ 3,5 milhões de dólares de lucro — renderam a ele um contrato com o gigante PokerStars:

“Eu vinha conversando com o PS desde 2007, quando fiz mesa final no PokerStars Caribbean Adventure. O diálogo voltou no final de 2011, depois dos desafios de heads-up (SuperStar Showdown) contra o “Isildur1”. Estava jogando contra ele de Malta, e no meio de 2012 chegamos a um acordo. Estou muito feliz de fazer parte do Team PokerStars Online. Até agora, tudo tem sido bem divertido”. Desde então, Haxton esteve envolvido em vários eventos e promoções do site: “Fizemos várias coisas legais. No ano passado, joguei micro-stakes cash games e heads-up sit-n-gos, e havia prêmios extras para quem ganhasse um pote ou partida de mim. Também joguei o desafio Team PokerStars versus


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The Professionals (Full Tilt), em que enfrentei Tom “durrrr” Dwan; o Daniel Negreanu jogou contra o Gus Hansen e o “Elky” contra o “Isildur1”. Foi sensacional, até porque nós destruímos (risos)”. Haxton está feliz de ter alcançado o sucesso depois de ter deixado os Estados Unidos. Ao contrário de muitos profissionais, seus ganhos não são para quebrar recordes e nem para manter uma vida rodeada de luxos. “Carros importados, relógios da moda e outras coisas desse tipo nunca foram meu estilo, mas com todas essas viagens, uma coisa de que não abro mão é comer bem. Eu gasto muito dinheiro em bons restaurantes. Também planejo ter filhos, e isso não é barato. Bater os high-stakes, para mim, está muito além de colocar meu nome em evidência”, conta o Team Online. Com o prospecto de construir uma família, Haxton está feliz que a Black Friday, que deveria ter sido um desastre, tenha se tornado um catalisador, guiando-o para uma vida mais balanceada enquanto continuava com o sonho de viver do jogo. “Eu estou feliz com as coisas como estão. Tudo vai bem no online, no ao vivo e minha relação com o PokerStars é excelente. Espero que, nos próximos anos, as coisas se mantenham nesse ritmo”, finaliza.♠

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De virada, Amazonas

vence o II Campeonato Brasileiro por Equipes

por Diego Scorvo

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A atuação da seleção amazonense no Campeonato por Equipes 2014 foi do tamanho do seu estado. Após um início de torneio turbulento, em que avançou para a fase decisiva na lanterna, o time liderado pelo veterano Jean Double conquistou 72 dos 120 pontos possíveis, desempenho que rendeu ao grupo o inédito título do torneio. Pela vitória, a equipe não recebeu nenhuma premiação monetária, mas o reconhecimento de todos os oponentes tem valor inestimável.

O II Campeonato Brasileiro por Equipes contou com a presença de 18 seleções, que se enfrentaram em mesas 6-Max de Pot-Limit Omaha, 6-Max, 9-Max e Heads-up de No-Limit Hold’em. Atual líder do BSOP, o paulista Rodrigo Garrido, que defendeu Santa Catarina, foi um dos quatro competidores que tiveram 100% de aproveitamento, vencendo todas as suas mesas, na primeira fase. A equipe paulista chegou aos feltros do Hotel Meliá Brasil 21 com status de

favorita ao título, porém o grupo do treinador André Akkari, assim como no ano passado, voltou a ser eliminado na primeira fase. Também caíram logo de cara: Bahia, Paraíba, Rio de Janeiro, e os estreantes Mato Grosso do Sul e Roraima. Líder durante as duas primeiras fases do Dia 1, Santa Catarina deu de cara com a variância na parte decisiva do torneio. Com apenas oito pontos somados, o esquete acabou ficando de fora do pódio, que teve a fortíssima equipe do Paraná e os donos da casa, Distrito Federal.

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Confira o resultado do II Campeonato Brasileiro por Equipes: 1. Amazonas 105 pontos

2. Distrito Federal 93 pontos

3. Paranรก 88 pontos

4. Goiรกs 81 pontos

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5. Parรก 73 pontos

6. Santa Catarina 69 pontos

7. Minas Gerais 64 pontos

8. Alagoas 62 pontos

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Confira o resultado do II Campeonato Brasileiro por Equipes: 9. Maranhão 58 pontos

10. Rio Grande do Sul 55 pontos

11. Espírito Santo 43 pontos

12. Rondônia 36 pontos

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13. Bahia 33 pontos

14. Mato Grosso do Sul 31 pontos

15. S達o Paulo 30 pontos

16. Rio de Janeiro 28 pontos

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Confira o resultado do II Campeonato Brasileiro por Equipes: 17. ParaĂ­ba 18 pontos

18. Roraima 13 pontos

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Resultados e estatísticas: Dia 1 1ª rodada: 6-max NLH – Mesa 1 1. Carlos Nascimento (MA) 10 pontos 2. Myro Garcia (RJ) 6 pontos 3. Marcus Malaquias (RR) 3 pontos 4. Thalita Cascaes (SC) 1 ponto

6-max NLH – Mesa 2 1. Gustavo Pinto (RS) 10 pontos 2. Ariel Bahia (BA) 6 pontos 3. Alex Gelinski (PR) 3 pontos 4. Pedro Santana (ES) 1 ponto

6-max NLH – Mesa 3 1. Alexandre Gamis (MG) 10 pontos 2. Gabriel Araújo (GO) 6 pontos 3. Diego Mernick (PB) 3 pontos 4. Saulo Sabioni (MS) 1 ponto

6-max PLO – Mesa 1 1. Jorge Breda (ES) 10 pontos 2. Piragibe Júnior (PA) 6 pontos 3. Éverton Becker (RS) 3 pontos 4. Leandro “AmarulA” (PR) 1 ponto

6-max PLO – Mesa 2 1. Nicolau Villa-Lobos (RS) 10 pontos 2. Rafael Freitas (GO) 6 pontos 3. Victor Andreoletti (AM) 3 pontos 4. Nelson Alfonso (MS) 1 ponto

6-max PLO – Mesa 3 1. Marcos Siqueira (AL) 10 pontos 2. Rafael Caiaffa (MG) 6 pontos 3. Ronaldo Macedo (RR) 3 pontos 4. Moisés Moraes (AC) 1 ponto

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9-max NLH – Mesa 1 1. Rubem Lopes (PA) 10 pontos 2. Cecília Machado (AL) 6 pontos 3. Ramon Sfalsin (ES) 3 pontos 4. Larissa Metran (GO) 1 ponto

9-max NLH – Mesa 2 1. Ricardo Valle (SC) 10 pontos 2. José Luiz Nova da Costa (MA) 6 pontos 3. “mestrefilipe” (PR) 3 pontos 4. Saulo Rego (PB) 1 ponto

9-max NLH – Mesa 3 1. Paulo Gasparinho (MA) 10 pontos 2. Evandro Vitoy (GO) 6 pontos 3. Oliveiros Montinegro (PB) 3 pontos 4. Karime Mutran (PA) 1 ponto

9-max NLH – Mesa 4 1. Hanibael Saneh (SP) 10 pontos 2. Jorge Hoenicke (SC) 6 pontos 3. Marcos Piaia (PR) 3 pontos 4. Lais Longo (RS) 1 ponto

9-max NLH – Mesa 5 1. Perla Gavila (MS) 10 pontos 2. Thiago Carvalho (GO) 6 pontos 3. Thiago Grigoletti (RS) 3 pontos 4. Rodrigo Semeghini (RJ) 1 ponto

9-max NLH – Mesa 6 1. Thiago Gilioli (SC) 10 pontos 2. Bruna Araújo (DF) 6 pontos 3. Thais Guahyba (MG) 3 pontos 4. Milena Magrini (SP) 1 ponto


Rodrigo Garrido

HUs Caio Hey (RO) 10 pontos Yuri Mrtins (PR) 10 pontos Mateus Pimenta (MG) 10 pontos Marcelo Fonseca (RS) 10 pontos Rodrigo Garrido (SC) 10 pontos Fernando Araújo (ES) 5 pontos Angelo Neto (AM) 5 pontos Hiran Silva (AL) 5 pontos Eduardo Viegas (DF) 5 pontos Felipe Mojave (SP) 5 pontos Leandro Marins (RJ) 5 pontos PC Ribeiro (5) pontos João Bauer (5) pontos

2ª rodada:

Alexandre Gamis

6-max NLH – Mesa 1 1. Felipe Costa (DF) 10 pontos 2. Victor Sbrissa (SP) 6 pontos 3. Gustavo Pinto (RS) 3 pontos 4. Alexandre Games (MG) 1 ponto

6-max NLH – Mesa 2 1. André Maia (RO) 10 pontos 2. Paulo Silva (MA) 6 pontos 3. Fernando Araújo (ES) 3 pontos 4. Abelardo Filho (AL) 1 ponto

6-max NLH – Mesa 3 1. Ariel Bahia (BA) 10 pontos 2. Thalita Cascaes (SC) 6 pontos 3. Evandro Vitoy (GO) 3 pontos 4. Diego Mernick (PB) 1 ponto

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Resultados e estatísticas: Dia 1 6-max PLO – Mesa 1 1. Marcos Siqueira (PB) 10 pontos 2. Jorge Breda (BA) 6 pontos 3. Fernando Groww (SP) 3 pontos 4. Rafael Caiaffa (MG) 1 ponto

6-max PLO – Mesa 2 1. Piragibe Júnior (PA) 10 pontos 2. Nicolau Villa-Lobos (RJ) 6 pontos 3. Moisés Moraes (SC) 3 pontos 4. José Luiz Nova da Costa (MA) 1 ponto

6-max PLO – Mesa 3 1. Yuri Martins (PR) 10 pontos 2. Carlos Ataiele (RR) 6 pontos 3. Edmar Santos (BA) 3 pontos 4. Nelson Alfonso (MS) 1 ponto

9-max NLH – Mesa 1 1. Saulo Rego (PB) 10 pontos 2. Fábio Issa (MG) 6 pontos 3. Ricardo Valle (SC) 3 pontos 4. Andersson Dantas (MA) 1 ponto

9-max NLH – Mesa 2 1. Gabrielle Costa (AM) 10 pontos 2. Maicen Teixeira (RO) 6 pontos 3. Celso Junior (BA) 3 pontos 4. Larissa Metran (GO) 1 ponto

9-max NLH – Mesa 3 1. Carlos Nascimento (MA) 10 pontos 2. Pedro Rocha (ES) 6 pontos 3. Rafael Toledo (AL) 3 pontos 4. Marcos Piaia (PR) 1 ponto

9-max NLH – Mesa 4 1. Benjamim Junior (MS) 10 pontos 2. Lais Longo (RS) 6 pontos 3. Pedro Soares (DF) 3 pontos 4. Gabriel Araújo (GO) 1 ponto

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9-max NLH – Mesa 5 1. Bruna Araújo (DF) 10 pontos 2. Alexandre Almeida (BA) 6 pontos 3. Perla Gavilan (MS) 3 pontos 4. Lorrainy Bittencourt (RR) 1 ponto

9-max NLH – Mesa 6 1. Alberto Santana (AM) 10 pontos 2. José Teixeira (PA) 6 pontos 3. Thiago Grigoletti (RS) 3 pontos 4. Thiago Gilioli (SC) 1 ponto

HUs Marcelo Fonseca 10 pontos Rodrigo Garrido 10 pontos Tiago Magalhães 10 pontos João Bauer 10 pontos Angelo Neto 5 pontos Bruno Severino 5 pontos Ignacio Stalla 5 pontos Leandro AmarulA 5 pontos Felipe Mojave 5 pontos Hiran Silva 5 pontos Eduardo Viegas 5 pontos Piragibe Ataide 5 pontos Mateus Pimenta 5 pontos Marcelo Myahira 5 pontos

Conquistaram todos os pontos: Carlos Nascimento (MA) Rodrigo Garrido (SC) Marcelo Fonseca (RS) Marcos Siqueira (AL)



Dia Final: SNG 1: 1. Angelo Neto (AM) 20 pontos 2. Pedro Soares (DF) 12 pontos 3. João Bauer (GO) 6 pontos 4. Alex Gelinski (PR) 2 pontos

SNG 2: 1. Gabrielle Costa (AM) 20 pontos 2. Gabriel Araújo (GO) 12 pontos 3. Yuri Martins (PR) 6 pontos 4. Vinicius Ganso (MG) 2 pontos

SNG 3: 1. Bruno GT (DF) 20 pontos 2. Leandro “AmarulA” (PR) 12 pontos 3. Larissa Metran (GO) 6 pontos 4. Ricardo Valle (SC) 2 pontos

SNG 4: 1. Abelardo Filho (AL) 20 pontos 2. Evandro Vitoy (GO) 12 pontos 3. Rubem Bohadana (PA) 6 pontos 4. Mohara Steffen (ES) 2 pontos

SNG 5: 1. Eduardo Viegas (DF) 20 pontos 2. Piragibe Ataide (PA) 12 pontos 3. Andersson Dantas (MA) 6 pontos 4. Bruno Severino (ES) 2 pontos

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SNG 6: 1. “mestrefilipe” (DF) 20 pontos 2. Alberto Santana (PA) 12 pontos 3. Jorge Hoenicke (MA) 6 pontos 4. Felipe Costa (ES) 2 pontos

SNG 7: 1. Alessandro Rodrigues (AM) 20 pontos 2. PC Ribeiro (PA) 12 pontos 3. Éverton Bekcer (RS) 6 pontos 4. Carla del Castilho (MA) 2 pontos

SNG 8: 1. Rafael Caiaffa (MG) 20 pontos 2. Anamerilo Vizoto (PR) 12 pontos 3. Carlos Nascimento (MA) 6 pontos 4. Rafael Toledo (AL) 2 pontos


Gabrielle Costa

Classificação entre jogadores: Angelo Neto (AM) 30 pontos Gabrielle Costa (AM) 30 pontos Eduardo Viegas (DF) 30 pontos Rafael Caiaffa (MG) 27 pontos Carlos Nascimento (MA) 26 pontos


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JOGO DE

OBSERVAÇÃO por João Bauer

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ara o meu artigo de estreia, vou escrever sobre um dos assuntos que mais me fascinam no poker: as tells, em especial, as do poker online. Tells são informações que o vilão pode nos dar de forma involuntária ou intencional. Em geral, as tells online são do primeiro tipo, e podemos percebê-las das seguintes formas: AVATAR Geralmente, jogadores iniciantes ou recreativos utilizam fotos de par de Ases e de estrelas do poker — Phil Ivey, Daniel Negreanu e muitos outros — como avatar. Já os profissionais, normalmente, utilizam imagens de personagens de séries, mulheres, artistas famosos etc. TAMANHO DA APOSTA (SIZE BET)

Este, com certeza, é um dos principais pontos a serem observados online. Analisar o valor que o vilão aposta em determinados bordos podem lhe ajudar a saber se o adver-

sário está no topo do seu range e se há a chance de ele desistir de determinada mão. TEMPO DE APOSTA No início dos torneios, este fator não é tão importante. Em estágios avançados é interessante estabelecer um padrão ao executar qualquer jogada. Eu indico utilizar a “piscada” que o PokerStars dá quando a ação chega em você. Espere sempre quatro ou cinco piscadas, seja para dar raise, call ou fold — antes e depois do flop. BOTÕES DE AÇÕES AUTOMÁTICAS Os botões personalizados para apostas padrões e para dar fold automaticamente podem trazer prejuízos, já que eles tendem a deixar o seu jogo automatizado. No caso do primeiro, você para de analisar o bordo por preguiça e acaba, muitas vezes, só clicando no botão para apostar 40% ou 50% do pote, sendo que cada mão e cada adversário necessitam de um size bet específico. No


caso do fold automático, isso pode mostrar aos vilões que você não observa bem os spots (situações) na mesa e que facilmente vai largar o big blind. Com isso em mente, eles irão agredi-lo mais vezes. NICKNAME O próprio nick pode nos trazer informações se os oponentes jogam de forma recreativa ou profissional. Vou dar um exemplo de uma pergunta que passei para os meninos do Steal Team durante um coaching sobre tells, em que eu queria instigar a curiosidade de procurar o significado de cada nick: “Vocês são jogadores de heads-up cash game e jogam NL 1k. Há dois jogadores sentados em duas mesas diferentes, um com o nick de ‘Joe Frazier’, outro com o nick de ‘S2Dana Gordon’. Quem vocês prefeririam enfrentar?” Obviamente, eu fiz essa pergunta como uma pegadinha. A maioria respondeu que gostaria de encarar o “S2Dana Gordon”. Na verdade, Joe Frazier foi um campeão mundial de boxe nas décadas de 60 e 70, famoso pelos embates com Muhammad Ali e George Foremam pelo título de campeão dos pesos pesados. Então, uma pessoa que escolheu esse nick, possivelmente, é mais velha, viu ele lutar ou gosta muito de boxe. Em geral, no online, pessoas mais velhas jogam de forma recreativa. Já Dana Gordon foi um jogador profissional de poker entre 2006 e 2011, muito lucrativo em torneios online, mas que, deprimido, acabou cometendo suicídio em 2011. Pois bem, a pessoa que criou o nick de “S2Dana Gordon” já

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conhecia o universo do poker online e admirava o jogador citado. Então, presume-se que ele é um jogador que joga profissionalmente. Dessa forma, percebemos que, mesmo online, podemos identificar tells de diversas maneiras. Assim, o jogador observador, que está atento aos detalhes e aos padrões dos adversários, com certeza, está um passo à frente dos demais. Para encerrar, gostaria de dizer que estou muito feliz e honrado por fazer parte do grupo de colunistas da Card Player Brasil. Espero contribuir da melhor forma possível, com artigos que tragam informação, discussão, polêmica e aprendizado, e que despertem a vontade de pensar o poker de uma forma mais didática e técnica.

João Bauer @jddnbauer

João Bauer é um dos fundadores do Steal Team. É um dos poucos brasileiros a conquistar um título da principal série de poker online do mundo, o WCOOP. Ele também já chegou à mesa final do LAPT e da WSOP.





PERGUNTE AO DIRETOR O mais renomado diretor de torneios do Brasil tira todas as dĂşvidas dos leitores da Card Player Brasil. Para ter sua pergunta respondida, envie um e-mail para contato@cardplayerbrasil.com ou mande uma mensagem em nosso Facebook.

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Matheus Picoli

São Paulo, SP

Estava em um evento do PokerStars e notei uma coisa diferente dos torneios ao vivo em que jogo. Eu estou no UTG e dou fold. O Jogador A (small blind) e o Jogador B (big blind) se envolvem em all-in pré-flop, que culmina na eliminação do Jogador B. Na mão seguinte, eu deveria ser o big blind, correto? Mas o que aconteceu foi o que BTN passou normalmente para o Jogador A, mas o BB “me pulou”, e eu me tornei o SB. Afinal, todos os jogadores não têm que ser small blind e big blind uma vez por órbita?

Olá, Matheus. O software do PokerStars, ao contrário dos torneios ao vivo, não utiliza a regra do dead button (botão morto) – que prevê que, quando há uma eliminação, o botão poderá ser colocado em frente a um assento vazio para que todos os jogadores tenham que pagar os blinds em uma órbita. Os torneios online do PS utilizam o moving button (botão que se move), ou seja, ele sempre vai andar para o próximo jogador, independentemente de isso resultar em um ou mais participantes não pagando um big blind ou small blind.

Nas regras de torneios online do site (pokerstars.com/br/poker/tournaments/rules/), você pode ver a explicação, a regra #14: “O PokerStars utiliza um regra de ‘botão de prosseguimento’ em seus torneios. De acordo com essa norma, nenhum jogador recebe o botão duas vezes seguidas. Ao término de cada mão, o botão se desloca no sentido horário. A implicação dessa regra é que quando competidores são eliminados, pode haver jogadores que acabem não pagando um ou ambos os blinds. Já que essas ocorrências são basicamente devidas ao acaso, nenhum jogador receberá vantagem de longo termo, e a regra é necessariamente justa para todos os jogadores”. Espero que a dúvida tenha sido sanada.

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PERGUNTE AO DIRETOR

Thiago Legnani A dúvida em questão surgiu na comunidade do Facebook da Federação Mineira de Texas Hold’em (FMTH) e gerou muita discussão: Os blinds estavam em 600/1.200, e o UTG+1 empurrou all-in de 30.000 fichas. Sem perceber a ação do adversário, um jogador do meio da mesa anunciou raise para 2.700. Quais são as possíveis interpretações para essa situação? Se ele anuncia verbalmente o raise, ele tem que dar o raise mínimo, no caso, all-in? E se ele apenas joga as 2.700 fichas?

Devanir “DC” Campos @DC_Brasil

Devanir Campos é um dos fundadores da ADTP (Associação de Diretores de Torneios de Poker do Brasil) e é um dos responsáveis pela direção do BSOP.

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Varginha, MG

Olá, Thiago. Existem algumas correntes de pensamento que divergem um pouco sobre como agir neste caso. No poker, como você deve estar acompanhando nesta coluna a cada edição, há várias situações que simplesmente não são “preto no branco” e, consequentemente, sobra ao diretor do torneio uma interpretação mais justa sobre como proceder. Veja que, sobre esse tema, a ADTP possui a seguinte regra: 48. APOSTA NUM POTE JÁ AUMENTADO: Quando um jogador desatento realiza uma aposta, sem se dar conta que o pote foi aumentado por outro jogador, antes dele, naquela rodada de apostas, este terá a opção de pagar a aposta anterior ou desistir da mão deixando no pote o valor colocado. Seguindo o seu exemplo, vamos ver os dois casos abaixo: 1 – Anunciou verbalmente “raise”, “aumento” ou termo similar, mas não especifica o valor: terá que fazer um raise mínimo em relação à aposta anterior, mesmo que isso signifique comprometer todo o seu stack. Isso se deve ao fato de que quando o jogador fala “aumento” e não diz logo o

valor, fica impossível determinar qual era a real intenção dele. 2 – Se apenas joga as fichas, eu aplico a regra #48, pois, se após um raise de 30.000, um jogador coloca 2.700 fichas no pote, fica bem claro que foi um erro por falta de atenção. Assim, damos a oportunidade de o jogador desistir, porém, deixando as 2.700 fichas no pote. Ele também tem a opção de pagar as 30.000. Gostaria de adicionar que a situação seria um pouco mais limítrofe no caso do call. Veja que se o jogador falar “call”, eu o obrigo a dar o call, da mesma forma que o raise. Contudo, se ele coloca as fichas no pote, tudo vai depender de como esta ação se procede: No caso do blind 1.200, se o jogador coloca 1.200 ou pelo menos algo próximo (duas fichas de 1.000, uma de 1.000 e outra de 500 etc.), fica óbvio que foi uma confusão e a intenção era o call. Logo, voltamos à regra #48. Agora, se ele joga uma ficha de 1.000 ou mesmo uma ficha maior, como a de 5.000, voltamos a não conseguir perceber a intenção do jogador e, portanto, comprometendo-o com o call. Uma abraço, e bons jogos.





FERNANDO “XUXA” SCHERER

MEDALHISTA OLÍMPICO É O MAIS NOVO PROFISSIONAL DO BETMOTION Por Marcelo Souza

Não é novidade para ninguém que o poker vem ganhando mais e mais adeptos a cada dia. Dentro das mesas ou fora, esse esporte mental atrai pessoas de todos os tipos, não importando credo, raça ou gênero. No entanto, quando uma pessoa pública, um ídolo, aparece nos feltros, a repercussão é sempre grande. É assim quando a voz do UFC, Bruce Buffer, joga a WSOP, é assim quando Gustavo Kuerten joga o BSOP. E o que dizer quando uma lenda do esporte, alguém que já gravou seu nome na história do esporte, assina um contrato para ser profissional de um site? O poker é o mais novo esporte de Fernando “Xuxa” Scherer, ex-nadador, campeão mundial e das Américas, medalhista olímpico. O Betmotion, um dos sites que mais investe no Brasil, contratou Scherer para seu time de profissionais, que já conta com Alessandra Braga e Leandro Brasa.

Xuxa conheceu o poker via outro ídolo do esporte, Ronaldo “Fenômeno”. Em 2012, convidado pelo ex-jogador para um home-game semanal na sua casa, foi amor “ao primeiro par de Ases”. Pouco depois, veio o convite para disputar o Torneio das Estrelas, em que terminou em terceiro lugar e ganhou o buy-in para o BSOP Millions 2012. A partir dali, surgiu uma amizade com o casal Alessandra e Sérgio Braga. Com eles, principalmente com Sérgio, vieram os primeiros conhecimentos técnicos. Posição, tamanho de apostas, metagame etc. Era o que faltava para o poker entrar de vez na vida do ex-nadador. Em parceria com a PokerLab, a Card Player Brasil realizou uma entrevista exclusiva com o mais novo profissional do poker brasileiro.



Card Player: Para começar, Alessandra Braga e Sérgio Braga. FS: A minha relação com a Alê e com o Sérgio, primeiro, é de carinho, amizade e muita admiração. Os dois tiveram paciência suficiente para me ensinar, conversar, discutir as mãos, coisas que eles, talvez, já estão cansados de fazer no dia a dia. Acontece algo na mesa, eu já ligo pro Sérgio ou para a Alê, discuto a relação das cartas, valores das apostas e fico aprendendo a cada mão, pois cada uma tem uma dinâmica diferente. Aí tem que explicar para eles a posição, o nível do torneio etc. E eles estão sempre dispostos a isso. Acabo aprendendo bastante, mas para eles deve ser muito cansativo. Então é uma relação muito boa, de aluno e professores, de pessoas experientes que estão me ensinando bastante.

CP: E sobre o Betmotion? FS: Ter conhecido o pessoal do Betmotion, os donos, no Uruguai, foi uma experiência muito gostosa. Depois também conheci os funcionários e envolvidos na criação do site, de desenvolvimento dos produtos. Você passa a conhecer realmente como são formados os sites, o que está por trás e como é sério o jogo online. Isso lhe dá cada vez mais confiança para jogar na internet. Será uma prazer representar uma empresa tão séria.

CP: Você já esteve dos dois lados. Então, qual a relação entre o esporte físico e mental? FS: Está no fato de você ter que possuir um pouco mais de estrutura men-

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tal, de suportar o jogo a longo prazo. No poker, em um torneio, o erro não vai fazer tanta diferença, mas depois de dez horas jogando, cansado, dando fold, você recebe mãos marginais que começam a parecer atraentes. Você se envolve em um grande pote e, por cansaço ou distração, seu torneio vai por água abaixo. Então é nesse momento que o mental vai contar muito, até o físico, porque é importante você estar condicionado, chegar no final da noite e não cometer um erro e colocar todo o torneio em risco. O físico conta, mas o mental, no final, é o que vai fazer a diferença.

CP: Então é mais fácil nadar uma prova de 50 metros do que jogar um torneio de poker? FS: Eu brinco que prefiro a prova de 50m. Você já sabe o que vai acontecer em poucos segundos. No poker, você joga, joga, joga, faz tudo direitinho e aí che-


ga no final, cai. No começo do poker foi muito difícil para mim entender que um torneio é um jogo de sobrevivência e que você não pode querer vencê-lo logo na primeira mão. Eu era muito explosivo. Então eu apostava e pagava muito com qualquer carta, para acabar logo, sabe? Só que isso não acontece. Esse é o segredo do poker. Tenho que lidar com as minhas emoções, e isso tem sido um bom aprendizado pessoal.

CP: Quais seus objetivo no poker, principalmente agora sendo um Betmotion Pro? FS: A minha missão será completada passo a passo. Não posso querer ganhar uma WSOP ainda. Primeiro eu preciso começar a jogar bem, fazer uma mesa final no BSOP, independentemente disso, é pegar um field grande, de 1.500 pessoas, e conseguir chegar à mesa final. E se você vai ou não ganhar um torneio, aí depende muito

das variáveis. Mas chegar numa mesa final já é um objetivo para o ano que vem. E daqui a três, quatro anos, se eu continuar estudando e sentir que eu tenho disposição para ficar ali, por 12 horas, quatro dias, sentado e querendo levar mais a sério ainda, dá para pensar em bracelete da WSOP. Na natação, eu não cheguei em uma Olimpíada sem ganhar um estadual, um brasileiro, um mundial. Tenho que ir devagar. Já me anima ganhar o home-game dos amigos. Pouco antes do BSOP Million, ganhei um torneio que deu um carro, já pagou as minhas contas no poker. A princípio, o objetivo no poker é não perder muito dinheiro (risos) e me divertir, claro. Mas melhorar passo a passo, no dia a dia.

CP: Como as pessoas lhe veem na mesa? Por você ser oriundo de outro esporte e por não depender do poker, você acha que há um estereótipo de “jogador ruim”? FS: Depende de como eu me mostrar na mesa. Mas por ser o “Xuxa”, eu sei que as pessoas vão prestar mais atenção em mim. Por ser uma pessoa pública, a minha figura fica muito marcada. Por exemplo, tem jogadores que eu joguei no BSOP e que, daqui a alguns meses, eu não vou lembrar como eles jogam, mas eu sou o “Xuxa”, o novo cara do Betmotion, e as pessoas vão me marcar. Eu não sei se elas têm a referência se eu jogo bem ou mal, mas se me visarem na mesa, ótimo. Quando querem lhe derrubar, você toma alguns calls, no mínimo, estranhos. Então não tenho a preocupação

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de como eles me veem. Eu gostaria até que me vissem como um péssimo jogador, como um cara que não estuda e que não está nem aí para o poker, e que paguem meu all-in sempre quando eu estiver com jogo (risos).

CP: O Betmotion é famoso por ser um dos principais incentivadores do poker feminino no Brasil. Uma das iniciativas do site é o time de mulheres, apadrinhado pela própria Alessandra Braga. Como você enxerga o cenário do poker para as mulheres, inclusive rankings e torneios especiais para as mesmas? FS: Acho que ter um ranking, ter um campeonato e ter um time só de mulheres é sempre positivo. Porque o que você quer é fazer as mulheres entenderem que o poker é um esporte, que pode ser jogado de igual para igual por qualquer pessoa. Mas muitas mulheres não jogam porque, às vezes, os maridos não querem que elas participem de um torneio normal, pois o poker é muito masculino na mesa. Então, se a mulher começa em um torneio feminino, e ela ganha esse torneio, ganha um

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dinheirinho, eu lhe garanto que, na próxima, o marido vai falar: “Joga o BSOP e ganha um milhão, por favor” (risos). Acho que, primeiro, o homem tem que entender que é um esporte para todo mundo. Aqui não importa tamanho ou força, é a mente e a tranquilidade. A verdade é que as mulheres têm um longo caminho no poker, para vencer competições como BSOP e WSOP. Quero dizer, é questão de matemática, o volume de mulheres, comparando com o de homens, que jogam esses torneios ainda é muito pequeno, então a chance de ter mais homens em destaque

é muito maior. Mas acho que se os homens, namorados, maridos, entenderem que na mesa está todo mundo jogando e que não é lugar pra xaveco e cantada, e darem um incentivo a elas, já será um grande passo.

CP: Em quem você se espelha no poker mundial? FS: Eu não tenho tanto conhecimento do poker a nível internacional. Mas um cara que adoro é Phil Ivey. O poder



de observação dele é impressionante. É lógico que eu nunca vou conseguir chegar no patamar dele ou do Daniel Negreanu. São pessoas extremamente frias, analíticas, que entendem o jogo e deixam o emocional de lado. Eu ainda sou muito emotivo.

CP: E no Brasil? FS: No Brasil, são vários: Akkari, Brasa, Sérgio etc. Eu gosto da pessoa que leva o jogo a sério, mas que ao mesmo tempo leva na esportiva e na humildade. Joguei com o Leonardo “Toddasso”, no BSOP de Florianópolis, e ele me derrubou. É um cara que ganhou minha admiração. Joga muito, e ao mesmo tempo é muito simpático. Depois que ele me eliminou, a gente riu, brincou, zoamos um com a cara do outro no Twitter. Mas se alguém se porta de maneira desrespeitosa,

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ele pode ganhar todos os torneios do mundo, mas não terá a minha admiração. Por exemplo, o Phil Hellmuth. Joga muito, mas não sabe respeitar o adversário. Não me interessa como o cara paga. Pagou? Ganhou? Parabéns! Ele está lá com o dinheiro dele, quem sou eu para criticá-lo? Mesmo que eu ache que a jogada foi ruim, eu não vou falar na mesa. Arrogância não tem espaço em lugar nenhum.

CP: Qual a relação humana no poker e na natação? É muito diferente? FS: Por incrível que pareça, é a mesma. No BSOP Millions, até brinquei na mesa. Um menino veio me pedir uma foto e eu falei: “Você quer tirar a foto? Então bate agora, não vamos bater depois que você tomar as minhas fichas” (risos). Na natação era exatamente a mesma coisa. Em 1995, eu fui nadar com Tom Jager [dois ouros olímpicos,


aposentou-se em 1996], no Pan, 50 metros. Eu estava na raia quatro; ele, na cinco. Eu estava com o melhor tempo e ele com o segundo. Pensei: “Vou pedir um autógrafo para o cara, mas depois da prova. Antes da prova, não”. Porque eu estava diante de um recordista mundial. Se eu entrasse ali e mostrasse fraqueza, eu estava morto. Ganhei. No pódio, eu pensei novamente: “E agora? Como eu peço esse autógrafo?” Mas aí eu fui todo humilde e expliquei que eu queria aquilo não pelo momento, mas para guardar uma recordação dele. E até hoje tenho a toquinha do Brasil assinada pelo Jager. Em 2005, aconteceu o oposto. Na época, eu com 34 anos. Me senti velho. Aí um menino de 18 anos, ranqueado melhor do que eu, me pede uma foto. Eu falo: “Só um minuto que eu arranjo alguém pra bater”, e pedi ao meu técnico, e falei, “de um, eu ganho”. O que aconteceu? Eu cresci pra ganhar dele. Não me senti velho,

eu me motivei para nadar mais forte e acabei ficando em terceiro. Na natação, tem esse momento psicológico que antecede a prova. Um adversário olhando para o outro e intimidando os mais novos. Assim como no poker, na natação você pode ganhar explorando o lado psicológico.

CP: Agora, como profissional do Betmotion, qual o planejamento para torneios em 2014? FS: Para os torneios deste ano, já tenho alguns eventos pré-selecionados, principalmente os BSOPs, mas aí depende da minha agenda, do meu trabalho na Record, que é prioridade. Se os eventos não casarem com um compromisso de trabalho, vou a todas as etapas possíveis do Campeonato Brasileiro, mas não tenho a obrigação de participar. Sei que quanto mais eu jogar, mais eu vou aprender.

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CP: Para finalizar, você já provou o que tinha para provar nas piscinas. E agora, no poker? O que podemos esperar do “Xuxa”? FS: Essa é uma diferença que eu vejo aqui, no poker: eu não tenho que provar nada. Se eu ganhar uma WSOP ou BSOP, com todo respeito, eu ainda acho que vai ser pouco por tudo que eu fiz na minha carreira de nadador. Eu sou muito realizado como nadador. Se eu chegar a ganhar uma WSOP, no futuro, definitivamente, será por mérito. Mas se eu ganhasse hoje, não seria, pois eu teria que ter muita sorte. Eu não tenho todos esses anos de sacrifício pra ganhar. Daqui a dez anos, pode ser diferente. Na natação, eram 12 horas de treino, todo dia. Abria mão da minha família, alimentação, horas de sono. Tudo regrado, para ganhar uma medalha e estar entre os melhores do mundo. Então, quando entro numa mesa, não vou estar preocupa-

do se vai aparecer meu nome como ganhador ou se o cara vai falar que eu joguei bem. Estou aqui, no poker, para crescer. Ainda sou um novato, querendo aprender com todos. Meu ego não entra na mesa. Inclusive, li um livro que fala exatamente isso: “O ego você deixa na porta”. Aqui, querendo ou não, às vezes, quem define é o baralho, o river. Aí não interessa se você estava ou não à frente, se você estava fazendo a melhor jogada. Por isso o poker é o que é, pegar um par de Ases não é garantia de nada, se fosse, era um jogo de sorte. E se fosse igual o xadrez, o melhor sempre iria vencer e a gente já saberia quem seria o campeão. O poker é um jogo de informações incompletas, que você não controla todas as variáveis. Eu não sei por que as pessoas têm todo esse ego à mesa, no final, o poder não está 100% na sua mão. Então, tem que jogar o jogo pelo jogo, não para provar nada a ninguém.

PRINCIPAIS RESULTADOS NA NATAÇÃO Olímpiada

Mundial

‘Pan-americano

Universíadas

Ouro

4

7

2

Prata

1

2

1

Bronze

2

1

1

2

6

10

3

TOTAL

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