Card Player Brasil 128

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Diretor Executivo Renato Lins

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Editor Marcelo Souza

Ao longo da revista, você encontrará vários símbolos como esse. São “QR Codes”, uma espécie de código de barras que contém um link para internet. Na CardPlayer Brasil, os QR Codes direcionarão você, por exemplo, aos sites ou blogs dos nossos colunistas e a arquivos em PDF contendo trechos de livros publicados pela Raise Editora. Esses códigos podem ser escaneados em dispositivos móveis, como smartphones e tablets com acesso à internet. Basta instalar um leitor compatível com o sistema operacional de seu aparelho. Se o seu leitor estiver funcionando corretamente, o código acima direcionará você ao nosso portal: www. cardplayer.com.br.

Diretor de Arte Bernardo Benevides Jornalista Diego Scorvo Tradutor Igor Lins Colunistas Fellipe Nunes, Guilherme Chenaud, Alan Schoonmaker, Dusty Schmidt, Ed Miller, Gavin Griffin, Jeff Hwang, John Vorhaus, Jonathan Little, Steve Zolotow Suporte / SAC Heliana de Souza Valdênia Maria Endereço Raise Editora Ltda Rua Stela de Souza, 54 - Sagrada Família Belo Horizonte/MG - CEP: 31030-490 Tel.: (31) 3225-2123 Disponível em: www.cardplayer.com.br www.issuu.com/cardplayerbr Redes Sociais: facebook.com/cardplayerbr twitter.com/cardplayerbr instagram.com/cardplayerbr


Carta ao Leitor

ÉS BELO, ÉS FORTE, IMPÁVIDO COLOSSUS

Roberly Felício é o nome da vez no poker nacional. No último dia 08 de junho, ele entrou para a história do poker brasileiro ao vencer o Colossus, conquistar o quarto bracelete verde e amarelo e ainda embolsar US$ 1.000.000. Não sei se a vitória de Roberly é maior do que dos deus predecessores, mas definitivamente é mais icônica, emblemática. Não por que ele seja melhor jogador que Gomes, Akkari ou Decano. Muito pelo contrário. Roberly é a personificação de uma comunidade composta por milhões. Ele é o sinônimo absoluto da democracia no poker. A consolidação do único esporte em que não existe impossível para “meros mortais”. Um esporte em que fãs podem superar ídolos. Em que amadores, muitas vezes, são literalmente caras que apenas amam o nosso jogo. Ainda é cedo para saber o que tamanha conquista representa. O primeiro jogador recreativo a trazer um bracelete para nossas terras. Teremos um “Efeito Roberly”? Um Moneymaker brasileiro? Não sei. No momento, a única afirmação a ser feita é que ele entrou para os anais do poker tupiniquim, e pela entrevista única que ele me concedeu, digo que prêmios milionários e braceletes são coisas pequenas para pessoas como ele.

Marcelo Souza - Editor @MarceloCPBR @MarceloCPBR Marcelo Souza

Eu me surpreendi e me encantei com a história do nosso campeão — espero que vocês também. Boa leitura.


SUMÁRIO FELLIPE NUNES

NA VARIÂNCIA 18 PENSAR É FUNDAMENTAL O fundador do FLOW fala da importância em escolher bem seus jogos para que suas perdas sejam as menores possíveis nos períodos ruins.

GUILHERME CHENAUD

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ESPECIAIS 44. O MAIS BRASILEIRO DOS BRACELETES A incrível história de vida de Roberly Felício, o mais novo brasileiro campeão da WSOP

62. conheça a pay4fun JÁ PENSOU EM DESISTIR?

Chenaud mostra que para chegar ao topo não há caminho fácil e é preciso estar preparado para descer ao fundo do poço.

A Carteira eletrônica genuinamente brasileira

E MAIS 68. DO FUNDO DO BAÚ

ED MILLER

com Jeff Hwang

por trás 30 adomatemática “jogo capado” Famoso no Brasil, principalmente em jogos muito caro, Ed Miller mostra um pouco da matemática do baralho short deck, em que só entram cartas de 6 a Ás.

EQUIPE CARD PLAYER

78. CADERNO PARTYPOKER Aprenda a jogar no partypoker

86. CARDpedia Destaques de Maio

A MIRA DE 36 SOB UMA ARMA Entenda por quais motivos você deve jogar mais tight quando do UTG, a primeira posição da mesa.

THE BOOK IS ON THE TABLE

HWANG: POT-LIMIT 74 JEFF OMAHA POKER Uma das bíblias do Pot-Limit Omaha, variante do poker que vem ganhando cada vez mais adeptos.

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UM PASSEIO RÁPIDO PELO MUNDO DO POKER

Justin Bonomo supera Daniel Negreanu no heads-up e crava o Super High Roller Bowl 31/05

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Guilherme Cheveau atinge lucro milionário nos torneios online 06/06

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Doyle Brunson faz FT em provável último torneio na WSOP 13/06

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Main Event do WSOP Circuit Brasil vai ter R$ 4 milhões garantidos 13/06

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UM PASSEIO RÁPIDO PELO MUNDO DO POKER

Blefe não passa e jogador tenta reaver as suas fichas no “grito” 14/06

Michael Mizrachi vence Players Championship da WSOP pela terceira vez 20/06

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Filme sobre a Princesa do Poker Alexandre Gomes conquista está no Prime Video da Amazon US$ 150 mil no Super High Roller do Cassino Iguazú 06/06 25/06

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Por Fellipe Nunes

Fellipe Nunes é um dos principais jogadores de poker do Brasil. Campeão do SCOOP, em 2013, e do BSOP, em 2011, ele possui mais R$ 5 milhões de reais em prêmios na carreira.

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Fellipe Nunes


Q

uando falamos em jogador profissional de poker, geralmente pensamos em solidez de resultados. Jogar torneios é um desafio em si, e o controle sobre a variância é imprescindível para determinar o sucesso em prazos mais curtos e a segurança na carreira. Idealmente, sempre falamos em pensar no longo prazo, construir a carreira aos poucos, sermos vencedores com o passar dos meses, até mesmo anos. Já vi grandes jogadores passarem longos períodos em downswings, e o discurso é sempre o mesmo “Joãozinho está matando, mas a fase tá complicada demais”. Há algum tempo, venho enxergando isso como um quebra-cabeça incompleto, que nós, jogadores e “backers”, acreditávamos estar resolvido. Olhar para a variância é fundamental, com ou sem staking, estando ou não em um time de poker. Muito se diz sobre ser mais tranquilo lidar com a variância quando temos um financiador externo. Aí sim podemos ir para cima, sem a pressão de jogar com nossos últimos dólares. Podemos arriscar, jogar torneios mais caros, etc.

precisar de dinheiro, as contas continuam a chegar e começam a apertar. Estando numa posição ruim no seu acordo, tudo fica mais nebuloso. Ainda que você tenha suas reservas para não precisar do dinheiro enquanto está em um staking, entrar em downswing também pode prejudicar o jogo e o emocional, fazendo com que você mude seu jogo. Pequenos detalhes podem atrapalhar, e muito, a tomada de boas decisões em situações importantes. Agora que já sabemos que estamos sem algumas peças em nosso quebra-cabeça chamado variância, vamos falar um pouco sobre essas peças. Temos as já conhecidas, estudar, evoluir como jogador, criar experiência, diminuir os buy-ins jogados para retomar confiança e solidez, etc. A que está faltando, e a mais importante para mim, é olhar com atenção para a quantidade de jogadores dos torneios, o chamado field. Existe uma grande diferença de variância em torneios com 150 jogadores e em torneios com 2.500 jogadores, por exemplo, e essa diferença pode ser fundamental quando estamos falando de downswings, e também bastante enganosa quando pensamos em upswings. Para exemplificar, vou considerar um mês de um jogador bom, mas sem grande volume:

Na prática, porém, o que percebo no FLOW Poker Team, é que a situação não é tão simples assim. Quando você fica negativo em seu acordo, isso pode se estender ad infinitum e, com o passar do tempo, você pode

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Jogando torneios com 150 jogadores Buy-in médio

$11

ROI (Retorno do Investimento)

40%

Jogos

700

Resultado

Lucro médio de $3.099 com um desvio normal de $1.322, para cima ou para baixo. Em 99% das vezes, os resultados vão variar de um prejuízo de $439 a um lucro de $7.536.

Jogando torneios com 2.500 jogadores Buy-in médio

$11

ROI (Retorno do Investimento)

40%

Jogos

700

Resultado

Lucro médio de $3.104 com um desvio normal de $4.094, para cima ou para baixo. Em 99% das vezes, os resultados vão variar de um prejuízo de $3.754 a um lucro de $19.348.

Olhando esses resultados, é evidente que a variância é muito maior no cenário com torneios de 2.500 jogadores. Ainda que a melhor hipótese esteja nesse cenário, com lucro de até $19.348,00, esse é também o cenário no qual mais vezes teremos meses negativos. A maneira que encontrei para termos um bom equilíbrio é jogar em torno de 80% dos torneios em fields pequenos, e os outros 20% investir em torneios com mais jogadores. Além de ter uma variância menor, torneios com poucos jogadores vão permitir que você jogue mais mesas

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semifinais e finais. Essa experiência vale ouro, um jogador que joga apenas torneios com fields grandes, quando chega em reta final, pode se sentir pressionado de muitas formas. Por outro lado, alguém que está constantemente fazendo mesas finais lidará melhor com esses desafios. Cada jogador deve buscar o equilíbrio que funciona melhor para sua carreira, mas respeitar os números e entender que as decisões fora das mesas podem ter tanto impacto quanto as tomadas durante o jogo é essencial para uma carreira sólida.


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por Guilherme Chenaud

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E

ssa semana um aluno do LineUP WhatsApp falou que iria desistir do poker, que já não aguentava mais, que a trajetória estava sendo muito sofrida e ele parecia não caminhar rumo aos seus objetivos etc. Imediatamente, me veio à mente todas as vezes que eu havia pensado em desistir. Como num estalar de dedos, vários episódios passaram como um filme na minha cabeça e eu lembrei que havia pensado em desistir do poker um milhão de vezes. Ficou claro para mim algo que, até então, não estava: quanto mais a gente pensa em desistir, mais a gente se aproxima do lugar aonde quer chegar.

Eu, com certeza, pensei seriamente em desistir um número de vezes bem maior do que aquele meu aluno. O João Simão, maior jogador que o poker brasileiro produziu até hoje, pensou em desistir dez milhões de vezes e eu estive ao seu lado em algumas delas, por isso me veio à lembrança.

No final das contas, quanto mais alto o lugar que você se encontra, mais vezes você pensou em desistir; mais frequentemente se deparou com aquele sentimento angustiante de impotência, que nos toma por inteiro nessas horas; viu suas energias esgotadas a ponto de acreditar que não aguentaria dar nem mais um passo rumo aos seus sonhos. Fiquei com vontade de escrever isso, sobretudo por dois motivos. O primeiro deles é glorificar aqueles que estão no topo de suas atividades. Quem não vive a batalha de viver um sonho, no fundo, não sabe o que essas pessoas passaram e passam (não acaba nunca). Não tem como saber, quando não se vive aquilo. A especulação é sempre imprecisa. É mais fácil acreditar que elas têm talento, que têm sorte, que a vida foi generosa com elas. Não foi! Esses caras comeram o pão que o diabo amassou por anos a fio, abrindo mão de inúmeras coisas, brigando com os seus fantasmas, dizendo não para o caminho mais cômodo — dar um passo

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atrás e recuar para fazer algo aparentemente mais seguro. Essa falsa ideia de segurança cobra um preço muito caro, sem contar que o caminho para atingir excelência em qualquer área passa por isso. Você abandona o poker hoje e vai viver exatamente a mesma coisa em outro segmento. Em suma, ou você se conforma com a mediocridade ou invariavelmente vai ter que desbravar esse caminho de muito sangue e suor. O segundo motivo para eu escrever esse texto é encorajar aqueles que estão vivendo esse momento. Você está no caminho certo, irmão! Se você não pensa em desistir, não está trabalhando no limite e consequentemente está longe dos seus objetivos. Ninguém aguenta operar no limite o tempo todo, mas é fundamental que siga trabalhando, mesmo nos momentos mais difíceis, ainda que apenas com 60% da sua capacidade. Uma hora as respostas aparecem, a percepção dos cenários fica mais clara, as decisões melhores e os nossos sonhos mais perto.

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Mantenha-se firme nos trilhos e viva a plenitude da vida! Essa é a minha batalha e dela eu não abro mão. Já pensou se o João Simão tivesse desistido? Quanta coisa maravilhosa ele teria deixado de viver. Quantos João Simão o mundo perde todos os dias? Será que você não é um deles? Essa resposta a gente só tem lutando e não é em um ano ou dois que ela aparece. O João pensava em desistir quando todo mundo já falava que ele era gênio. Quando ele já ganhava valores significativos e já jogava bem caro. Já era campeão do WCOOP, inclusive. Falo isso para vocês não acharem que o cara pensa em desistir quando não conquistou nada. Mentira! O cara pensa em desistir quando a realidade não corresponde às suas expectativas. Os grandes, no entanto, encontram um jeito de seguir adiante e tem as maiores expectativas, logo os maiores desafios, do contrário não seriam grandes.


O poker me ensinou isso e já há algum tempo não penso mais em desistir. Entendi o caminho e toda vez que a vida parece puxar o meu tapete, eu bato forte no peito e digo- vou me entregar mais. Quer subir ao céu? Esteja preparado para, antes disso, descer ao inferno muitas vezes. Muitas mesmo! Fiquem com Deus, tenham fé em vocês, na existência e sejam fortes para seguir em frente. Essa é a única exigência para o sucesso. Fazendo isso, os caminhos se abrem de uma forma ou de outra, mas não será rápido. Pode levar dez, vinte, trinta anos, que seja... mas se você ainda estiver lá, a vida uma hora há de se render e proporcionar aquilo que você tanto lutou para alcançar.

Guilherme Chenaud Baiano de espírito contestador e alma de filósofo, Chenaud é profissional desde 2008. Especialista em torneios, ele acumula mais de um milhão de reais de lucro na internet. É um dos fundadores do Line Up Poker.




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por Ed Miller

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á alguns meses, um novo jogo de poker tem ganhado popularidade nos Estados Unidos, o Short Deck Texas Hold’em, ou seja, em bom português, o Texas Hold’em com baralho capado. A premissa é bem simples, você joga apenas com cartas de Seis a Ás, sendo que o Ás entra para formar a sequência até Nove (A-6-7-8-9), e os flushes valem mais o que os fulls. Quando ouvi sobre esse jogo pela primeira vez, tive a impressão que os jogadores iriam dissecar a matemática sobre essa nova variante. Então, também fiz isso.

Digamos que você tenha 10♥9♥, vamos analisar com que frequência você consegue acertar uma sequência ou flush, tanto no short deck quanto no jogo normal. (Para facilitar, não vou colocar os processos de cálculos, apenas os resultados) JOGO NORMAL Você tem duas cartas e restam 50 no baralho, ou seja, existem 19.600 flops possíveis, destes, 2.145 vão trazer duas cartas de copas, o que lhe dá mais ou menos 11% de chances de ficar flush draw no flop.

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Para ficar com duas pontas para sequência, o flop deve trazer Q-J, J-8 ou 8-7. Existem 48 maneiras de isso acontecer, mas devemos excluir aqueles flops que já completam sua sequência, como J-8-7, por exemplo. Assim, de todos os 19.600 flops possíveis, 10% das vezes você terá duas pontas (1.920 flops). SHORT DECK Aqui, restam 34 cartas no baralho e o número de flops possíveis cai para 5.984 e só existem mais de sete cartas de copas para serem viradas. Assim, você vai ficar flush draw em 9,5% das vezes (567 flops), menos do que no jogo normal. No entanto, para acertar um draw para duas pontas de uma sequência, são 1.152 flops possíveis, o que praticamente dobra suas chances em relação ao jogo padrão, 19%. COMPLETADO O DRAW Todos sabem que, após flop, se você tem duas pontas para sequência ou um flush draw, isso significa que você tem 8 ou 9 outs, respectivamente. Assim, a chance de completar um flush é de 35%. Quanto ao straight, a porcentagem cai um pouco, 31,5%.

Ed Miller @edmillerauthor notedpokerauthority.com

No short deck esses número mudam. Enquanto o flush cai para 30%, a sequência sobe para 45,5%. Enquanto flushes são mais difíceis de acertar, sequências serão jogos bem mais recorrentes. ACERTANDO UMA TRINCA As odds para acertar uma trinca no flop, quando seguramos um par de mão, também mudam significativamente. Enquanto no hold’em padrão você tem apenas 12% de chances de acertar uma trinca no flop, no short deck esse número sobe 17% CONCLUSÕES Eu não sei quantas pessoas estarão jogando short deck no futuro. Esse é um jogo bem de nicho, principalmente entre os recreativos que jogam ultra high stakes cash games. Acho que uma das razões é a falsa de sensação de acertar mais mãos. Bem, você realmente tem mais chances de acertar boas mãos, mas o valor relativo dessas mãos muda drasticamente. O conceito básico do poker permanece o mesmo, mas os detalhes tornam o jogo bem diferente. No final, o melhor jogador sempre será recompensado. Aquele que se adapta mais rápido é aquele que vai engolir seus adversários primeiro. Fazer um artigo básico sobre a matemática do jogo é um começo.

Ed Miller é uma das maiores autoridadets mundiais em teoria do poker. Ele é instrutor do stoxpoker.com


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por Equipe Card Player

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primeira posição logo à esquerda do big blind é chamada de UTG, abreviação do inglês under the gun, que podemos traduzir como “sob a mira da arma”. Esse nome não é por acaso. Ao jogar do UTG, principalmente em uma mesa com oito ou nove jogadores, é preciso tomar muito cuidado, agir com extrema cautela, como se você realmente estivesse sob a mira de uma arma.

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O princípio básico é: quanto mais jogadores na mesa, mais tight deve ser o seu range de raise do UTG, uma vez que a chance de você se deparar com uma mão melhor pela frente é bem maior do que quando você abre raise button (apenas mais dois jogadores para falar, ou apenas mais duas combinações de duas cartas a se enfrentar). Mesmo pós-flop, você poderá enfrenar algumas complicações, uma vez que, com exceção dos blinds, toda a mesa terá posição sobre você. O que fazer então? Selecione rigorosamente as mãos com quais você deve dar raise. Um dos grandes nomes do poker mundial, Doug “WCGRider” Polk, dono de três braceletes da WSOP, título do SCOOP e milhões de dólares de lucro em mesas de cash game high stakes, disponibiliza gratuitamente

em seu site de treinamento (www. upswingpoker.com) uma tabela de ranges para cada posição da mesa. Ele advoga que, do UTG, devemos abrir apenas cerca de 10% de nossas mãos iniciais, que seria algo como: 77+, AQ+, A9s+, KTs+, QTs-QJs, J9s-JTs, T9s, 98s e A5s (ver figura). Você pode estar pensando o seguinte: “Poxa, eu já vi o Doug jogar e abrindo raise com Q9s do UTG”. Sim, é verdade, mas aqui vai outra verdade: Doug é um jogador que está em outro nível e, como poucos, é capaz de manipular seu range de abertura muito bem, mas ainda assim, você não verá ele abrindo raise de A8o ou 87o dessa posição. Mesmo com toda habilidade pós-flop, ele possui um range balanceado para abrir raise.


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Os profissionais que jogam mais soltos pré-flop chegam a abrir até 16% do UTG, o que seria algo como: 22+, AJ+, A2s+, K9s+, QJs-Q8s, J9s-JTs, T8s-T9s, 89s e 87s. Se você não está em um nível avançado de jogo, meu conselho seria ficar com a tabela do Doug. Como diria um dos grandes jogadores de poker online do Brasil, o Vinicius “Gansão”, “uma mão de poker é como uma pirâmide. Se começar errado, há grandes chances de terminar errado”. O que ele quer dizer isso com isso? Uma pirâmide é construída a partir da base, e a base de uma mão do poker é o pré-flop. Digamos que você abra raise do UTG com J♦8♠, um jogador em posição intermediária (MP) paga, assim como o big blind (BB). O flop vem J♣ 3♠ Q♦. Você faz uma continuation bet padrão, o Vilão em MP paga. O turn é outro J♥, você aposta novamente e é pago. O river é um A♥, você dispara o terceiro

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barril e o Vilão lhe coloca em all-in. Obviamente, não há como dar call. Mesmo tendo investindo muitas fichas, sua trinca de Valetes só está ganhando de um blefe insano. Sua mão virou um bluff catcher (pega blefes) e tudo isso porque você resolveu abrir raise com J8o do UTG. A mão começou errada e terminou em um desastre completo. Obviamente, se a mesa é mais fraca e mais passiva, você pode abrir um pouco o seu range. Abrir mais pares, como 66 e 55, e outros Ases suited, mas lembre-se, seu range do UTG não deve variar muito e é bom que fique entre 10% e 11%, principalmente se você tem menos experiência e não tem uma boa leitura dos seus adversários. Outro ponto importante, o artigo de hoje é aplicável para quando você está jogando deep stack, na casa dos 40 ou 50 big blinds. Quando estamos com 30 blinds ou menos, isso muda completamente e, claro, é assunto para outro texto.


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Por Marcelo Souza

Primeiramente, peço licença ao leitor para escrever esta introdução na primeira pessoa. Ele merece. E que me desculpe André Akkari, Thiago Decano e Alexandre Gomes. Sou fã dos três. Mas quando falamos em bracelete, o de Roberly Felício é o mais brasileiro dos braceletes. Aos 20 anos, ele já tinha que sustentar a

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família com apenas um salário mínimo. Cresceu em uma região pobre e esquecida. Passou por situações que nenhum ser humano deveria passar. Soou familiar? Sim, essa é história de milhões de brasileiros. Uma história que poderia ser do João, da Rocinha; da Maria, de Sol Nascente; ou do Pedro, de Paraisópolis. Uma história que muitas vezes não tem final feliz. Mas não dessa vez. Não para Roberly. De maneira cinematográfica, ele veio do nada, caiu meio que de paraquedas no poker em 2013 e, aos 49 anos, sem pretensão alguma se tornar profissional ou fazer história, apenas querendo se divertir e “praticar em paz seu esporte da mente”, como ele mesmo diz, Roberly alcançou a glória máxima do poker. E nessa entrevista, você não vai encontrar as jogadas mirabolantes que ele teve que fazer para chegar ao título. Nem detalhes sobre o torneio que teve 13.070 entradas e fez jus ao nome de Colossus. Isso você já leu muito, com certeza. Também deve ter lido sobre como ele, mágico que sempre foi, prosperou onde muitos acreditaram que ele iria falhar, e transformou

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US$ 565 em US$ 1.000.000. Hoje, vocês vão conhecer o Roberly Felício, marido da Maria José, pai do Régis e do Isaac, e avô do Arthur. O homem que conquistou a utopia de uma comunidade formada por milhões. O homem que deu um novo significado a bracelete verde e amarelo. Marcelo Souza: Roberly, primeiramente, eu gostaria que você falasse um pouco sobre sua vida. Acredito que toda comunidade já conhece o ganhador de bracelete, mas poucos conhecem o Roberly Felício. Roberly Felício: Eu nasci em uma região muito pobre de Anápolis, a Vila Fabril. Vim de uma família com nove irmãos, então minha mãe trabalhou muito para conseguir formar essa turma. Hoje, sou comerciante, da área de alimentação, distribuição de alimentos e também de administro restaurantes e cozinhas comunitárias. Meus dois filhos são meus maiores suportes e são os meus sócios em tudo, o Régis e o Isaac.


MS: E como aquele garoto, vindo de família tão numerosa e pobre, se tornou esse empresário de sucesso e, agora, um dos grandes nomes do poker brasileiro? RF: Eu comecei a trabalhar com 15 anos, conheci a minha esposa com 16 e nos casamos aos 18 anos. Eu ganhava uma salário mínimo, já tinha filho e tinha que sustentar a casa com isso. Quando tivemos nosso segundo filho, abrimos nosso primeiro negócio, um pequeno sacolão. Ela cuidava do sacolão e eu trabalhava em uma empresa tirando nota fiscal. O Isaac foi

criado praticamente embaixo do balcão do sacolão. Minha esposa é tudo na minha vida, está comigo desde sempre, quando não tínhamos nada. Construímos tudo juntos. O que temos hoje é fruto de muito trabalho e dedicação. Na minha vida, nunca tive moleza, sempre teve que ser na raça. MS: E quanto ao Roberly do poker, quem era ele antes da WSOP 2018? RF: Sempre fui muito competitivo. Eu tinha uma turma que jogava tênis em Anápolis e após um partida, o pessoal começou a jogar poker.

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Roberly, esposa e neto

Isso foi no final de 2013. Acabei pegando para jogar e, após ir mais a fundo no jogo, alguns resultados começaram a aparecer. Em 2014, consegui o meu primeiro troféu no campeonato Anapolino. Depois, em 2015, de férias com minha esposa, em um cruzeiro, uma das paradas era em Malta, onde estava acontecendo o EPT. Fiz mesa final em um dos eventos paralelos e, no ano seguinte veio o meu grande resultado. No LAPT do Chile, terminei na 5ª colocação do Main Event e levei US$ 38.000. MS: Você foi para Vegas, cravou o torneio, voltou para o Brasil e já está em Vegas novamente. Como ganhar o torneio mudou seu planejamento? RF: A princípio, eu havia feito um planejamento de levar US$ 9.500 e jogar alguns torneios apenas. Eu ia ficar 12 dias em Vegas e jogar o Colussus, que era o principal torneio. Minhas média de buy-ins seria em torno de 500 ou 600 dólares, no Venetian, Planet Hollywood etc. Fui com meu amigo André Rajá e o plano era ficar esses 12 dias, tirar umas férias, me divertir e jogar o poker. Com a cravada todo mudou. A partir do momento que você tem um resultado igual a esse, você acaba fazendo um bankroll bem bacana e você pode, sim, se dar ao luxo de mudar algumas coisas. Como os meus dois filhos trabalham comigo e eu tenho essa disponibilidade de tempo, e como já era um pen-

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Roberly e os filhos

samento meu passar o bastão para os meninos, agora acho que posso fazer isso. Nos próximos seis meses vou percorrer o circuito e ver como as coisas andam. MS: Pela nossa conversa, por perguntar a amigos e pelas suas postagens nas redes sociais, dá para perceber que você é uma pessoa de bem. Você acredita na frase: coisas boas acontecem com pessoas boas? RF: Sim, mas coisas ruins também acontecem com pessoas boas e coisas boas também acontecem com pessoas ruins. Eu sou o tipo de gente que ainda gosta de dizer um obrigado, um

por favor. Acho que é o mínimo como cidadão. Vim de uma família com uma situação de muita simplicidade, de muita pobreza. Sei como é ser humilhado. Por saber o que é isso, eu procuro sempre tratar com muito respeito todas as pessoas que estão próximas a mim. Eu gosto de dizer sempre que você tem que deixar sempre as portas abertas por onde quer que você passe. E da mesma forma que eu sei o que é ser humilhado, por ter vindo de uma família de muita pobreza, eu também sei o que é ser tratado com respeito. Eu conheço pessoas boas. Eu acredito que o ser humano é bom — e é assim que eu procuro levar a minha vida. Só acredito que o dinheiro só é interessante se ele chegar a mim

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Roberly e família

e daqui for espalhado. Como cristão, acredito no princípio da semeadura, o que você planta, você colhe. Na minha vida, só tento ser o mais correto, honesto e direito possível. Se eu conseguir passar isso para os meus filhos e eles passarem adiante, sei que já terei feito muito e contribuído para um mundo melhor. MS: Qual a sensação de ver ídolos do poker nacional na torcida pela sua vitória? Essa “troca de papéis” em que você, naquele momento, é quem se torna o ídolo...

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RF: Ter visto nomes como André Akkari, Decano e Mojave torcendo por mim foi indescritível. Como eu devo esse título a todos eles. Ao Mojave, ao Akkari. Teve um momento em que meu adversário ficou um blind e meio ou dois blinds, eu abri um sorrisinho e não esqueço da frase do Mojave: “Tira esse sorriso do rosto. Nós não ganhamos nada ainda”. Em outro um momento, quando estávamos com cinco jogadores, levei uma pancada e desanimei, o Akkari me chamou e falou pra mim: “Cara, vamos lá, vai dar”. E eu falei com ele: “Cara, não dou conta. Fui aonde deu”. Ele fez uma coisa que


MS: Você ganhou o segundo maior prêmio da história do poker brasileiro. O que US$ 1.000.000 muda na sua vida?

tanto com os números. Empresas trabalham com números desses tipos, claro, não um valor tão limpo que entra na sua conta da noite para o dia. Mas, infelizmente, tudo que vem como bônus, também traz o ônus. Porque essa é uma premiação divulgada no Brasil inteiro, então a gente tem que tomar alguns cuidados. Temos que ter um pouco mais de critério, de cuidado, para que a gente não coloque em risco as nossas vidas ou dos nossos familiares.

RF: Como temos um certo faturamento mensal na empresa, é um valor interessante, mas que não me assustou tanto. Acho que isso fez com que eu jogasse mais tranquilo. Eu olhava a premiação, cem mil dólares, aí fazia a conta, 400 mil reais. Ok. Sinceramente, eu não me assustei

Para mim, financeiramente falando, muda que agora posso usar esse dinheiro no poker, ficar mais tranquilo, passar as empresas com mais tranquilidade para os meus filhos. Apesar de estar com 49 anos, eu gosto do poker e sempre tive vontade de poder praticar com mais

eu nunca imaginaria, me deu um tapa na cara e disse: “Como já deu se todos nós que estamos aqui e queríamos estar aí? Você está nos representando. Vamos para cima”. Você não tem noção o ânimo que isso me deu. Eles não sabem o quanto foi importante ver todos eles lá.

Roberly e filhos

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tranquilidade na questão financeira. Então, boa parte dessa premiação, será revertida para que eu possa praticar poker com tranquilidade nos próximos seis meses. Depois faço uma avaliação. Uma outra coisa bem interessante é que agora posso ajudar ainda mais pessoas. Vou reverter um pouco desse dinheiro para que pessoas possam ser alcanças e abençoadas. Isso, para mim, é questão de princípios. Dez dias antes de eu ir para a WSOP, minha esposa estava embarcando para o Haiti, como missionária. Sempre acreditei que é dando que se recebe, como recebi tanto, é meu dever dar mais às pessoas.

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dólares e fica com esse dinheiro guardado lá. Eles também lhe dão uma chave e só você tem acesso a esse cofre. O que é interessante é que o imposto pago nos EUA, ele é aceito no Brasil. Então, você paga só uma vez. E como você traz isso pro Brasil? Você faz por transferência. Vai na própria instituição financeira do cassino e manda seu dinheiro para o nosso País. Você recebe uma guia do imposto, de forma que o dinheiro transferido é dessa forma. Eu, no meu caso, deixei uma parte desse dinheiro nos EUA, já que vou utilizar como bankroll, a outra parte já está em minha conta corrente.

MS: Quando você ganha US$ 1.000.000 em Vegas, como funciona? Como você recebe? Como trazer esse dinheiro para o Brasil?

MS: Em 2003, Chris Moneymaker venceu a WSOP e criou-se o que chamamos de “Efeito Moneymaker”, basicamente, vários jogadores recreativos entrando para o poker. No Brasil, você acha que podemos ter um “Efeito Roberly”?

RF: Você recebe de duas formas a sua premiação: em dinheiro ou fichas do cassino. O imposto já vem debitado, no meu caso, paguei 30% de imposto, pouco mais de US$ 300.000. Receber em fichas é muito interessante porque elas tem um chip eletrônico, então só você que pode trocar essas fichas. No meu caso, optei por receber em fichas e deixei no meu cofre da própria WSOP. Eles disponibilizam esse cofre, você paga uma quantidade de 200 a 300

RF: Certa vez, eu estava lendo uma matéria com o Moneyaker e ele estava dizendo que só joga torneios que ele tenha condição de pagar o buy-in do próprio bolso. Sempre fui assim. Sempre tive um planejamento financeiro para não jogar fora da minha realidade. Isso é muito importante. Isso precisa ficar gravado. Isso tem que ser alardeado e colocado em letras garrafais: JOGAR E PRATICAR O ESPORTE DENTRO DAQUILO QUE É A SUA REALIDADE.

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Se o meu feito terá repercussão junto à comunidade brasileira de poker, tomara que seja para o bem. Eu não quero que as pessoas olhem pra mim e pensem: “Se o Roberly conseguiu, então eu consigo também. Vou jogar”. Não, não é assim. Eu quero que as pessoas pensem da seguinte forma: “Se o Roberly conseguiu, eu posso também, mas ele começou jogando jogos fictícios para aprender. Depois ele foi jogar torneios de 25 centavos na internet, depois torneios de 100 ou 200 reais e, aí sim assim, jogou um torneio de 565 dólares”. Tudo é possível, para quem estuda, para quem se prepara, mas tem que ser com responsabilidade. No final, a minha história segue a

mesma linha do Moneymaker. Então, espero que as pessoas também consigam pensar dessa forma: jogar dentro da sua realidade financeira. MS: Você disse que quando via os números da premiação, eram apenas números. Então em nenhum momento houve pressão pelo dinheiro? RF: Quando comecei o torneio, minha pretensão era ficar ITM. Era o meu primeiro objetivo. Como eu tinha levado US$ 9.000, o meu sonho era conseguir dobrar esse dinheiro. Quando restavam 36 jogadores, eu sempre ficava olhando payjump ali. Então, até a premiação chegar a 10

Roberly e amigos

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Tudo é possível, para quem estuda, para quem se prepara, mas tem que ser com responsabilidade ”. mil dólares, sim, eu tinha a pressão do dinheiro. Mas depois disso, sendo totalmente honesto, eu joguei muito tranquilo. Quando eu cheguei na mesa final e vi que já tinha garantido US$ 57.000, bem, já era muito mais do que eu queria. Só voltei a me sentir pressionado quando estávamos em três. Porque o terceiro levava 300 mil dólares, o segundo 500 mil e o primeiro 1 milhão. Eu queria dividir essa grana, fazer um acordo. Perguntei ao Akkari o que ele achava e ele falou: “De jeito nenhum, porque você vai ter que pagar imposto e a WSOP não aceita oficialmente nenhum tipo de acordo”. Quando formou o heads-up, cara, aí bateu uma pressão. O payjump era de 2 milhões de reais praticamente. Mas lhe digo que em momento algum a pressão me fez mudar o meu jogo. Hora nenhuma. Só que nesse momento, caiu a ficha que ganhar ou perder era diferença entre dois milhões de reais a mais ou a menos na conta. Mas foi coisa

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rápida também. Logo depois, eu me concentrei e foi tranquilo. MS: E como é a relação da sua família com o poker? RF: A família tem que ser vista em primeiro lugar. Certa vez, eu estava com um grande amigo no aeroporto em Miami e a esposa dele ligou porque o filho não estava bem e eu falei com ele: cara, se você relativizar a sua casa, a sua família, não tenho mais interesse de caminharmos juntos. No dia que eles disserem a mim: “Para, o poker está nos atrapalhando”. Eu não vou nem questionar, paro de jogar no mesmo dia. E isso não é só para o poker, é para qualquer coisa. Se você não tem o apoio da sua esposa, dos seus filhos, da sua família, não vai. Não é por aí. E sempre tive esse apoio porque tem alguns preceitos que levo comigo: não jogo


Foto: Antonio Abrego / PokerNews

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cash game, por exemplo. Nada contra quem joga, mas a partir do momento que você se senta na mesa com o intuito de única e exclusivamente ganhar dinheiro, o conceito de esporte fica para trás, e eu amo o poker como esporte. Inclusive, uma parte boa dessa conquista vem do meu filho Régis. Eu quase não viajei, ele que insistiu para eu ir, descansar e jogar. Fora o apoio no dia a dia, mesmo de longe, da minha esposa Maria José. Sempre deixo claro: o meu primeiro compromisso é com Deus, meu segundo compromisso na vida é com minha mulher,

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meu terceiro com meus filhos e com o meu neto. O resto vem a reboque. MS: Já caiu a sua ficha que, agora, você se tornou uma celebridade no meio do poker do brasileiro? Você será reconhecido em qualquer torneio nacional... Como lidar com isso? RF: Vou começar respondendo pelo que está acontecendo nos EUA, lá na WSOP e nos torneios que eu joguei também no Venetian. Eu


Foto: Carlos Monti

ganhado o Colossus, eu disse que era seu filho e eles ficaram conversando comigo por muito tempo”. MS: Você acha que agora tem um alvo nas suas costas? As pessoas vão lhe “caçar” nas mesas? RF: Engraçado você perguntar isso porque eu senti bastante dificuldade após o bracelete. Percebi que as pessoas queriam jogar comigo. Foi um dos motivos também que me fez dar uma parada depois. Mas vamos ver como vai ser isso, a amostragem ainda é pequena.

joguei durante quase 10 horas e caí no último nível. Quando eu caí, o cara que me derrubou se levantou e me cumprimentou. Uma outra senhora que também estava na mesa também me cumprimentou e o pessoal que estava na mesa aplaudiu. Aquilo foi muito forte pra mim. Eu estava jogando e não imaginava. Meu inglês é muito ruim e eu sentia que várias pessoas olhavam para mim de forma diferente. O meu filho quando passou na mesa, ainda quando estava jogando, me disse: “Pai, na hora que o senhor saiu, um cara ficou comentando que você tinha

Mas independente, eu quero jogar no meu País, jogar com as pessoas que eu vou olhar no olho e conhecer. Estar no calor que só a a comunidade do poker brasileiro pode oferecer, levar o bracelete para o pessoal ver. Uma conquista que é nossa, que é do Brasil, do Estado de Goiás e, principalmente, da minha cidade de Anápolis. MS: Como ficam os planos futuros para o poker agora? O Roberly pode se tornar um embaixador do esporte? RF: A palavra embaixador acho que é muito forte, uma fardo muito pesado para se carregar, mas estou preparado para o que vier. Espero que as pessoas olhem pra mim como um referencial de uma pessoa que joga o esporte com responsabilidade e que tem a família em

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primeiro lugar. Então se isso é ser embaixador do esporte, eu quero ser. Quero que os preconceitos caiam por terra. Nós praticamos um esporte da mente. Pessoas sérias, empresários, profissionais liberais, profissionais do poker. Nós somos mais de 9 milhões de praticantes. Então, se de alguma a forma eu puder contribuir para que o poker cresça, para que o poker seja cada vez mais reconhecido e que acabe de vez esse preconceito idiota, pode ter certeza que farei minha parte. MS: Alguma consideração final? RF: Eu não poderia deixar de encerrar falando algumas palavras à nossa Confederação Brasileira de Texas Hold’em (CBTH). Eu fiquei muito feliz de ver os vídeos que eles postaram,

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achei bacana, mas a princípio, eu fiquei um pouco chateado com uma coisinha. Porque como pai e avô, a melhor coisa do mundo é ver seus filhos conquistando algo. Por mais que tenham postado e feito festa, senti falta do abraço, do calor humano do nosso presidente, que faz um belíssimo trabalho, diga-se passagem. Ele é um cara fantástico, não tenho convivência com ele, mas sei da honestidade, da responsabilidade dele e sei que a CBTH está nas mãos de uma pessoa preparada. Mas senti falta de uma ligação dele, uma mensagem direta. Sabe aquela coisa de pai? É o nosso presidente, né? “Pai” de todos nós que jogamos poker. Em meio a tantas pessoas que me deram parabéns, como o Neymar, o governador de Goiás, o prefeito de Anápolis, eu senti falta só disso. Fica aqui meu puxão de orelha (risos).


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mercado de entretenimento online, incluindo apostas esportivas, jogos eletrônicos de habilidade, bingo e diversões eletrônicas, têm crescido e se profissionalizado nos últimos anos. O aumento da capacidade de processamento e oferta de banda larga nos dispositivos móveis são alguns dos fatores pelo qual esse mercado deve dobrar até 2021. “A Pay4Fun surgiu da percepção da necessidade de fornecer um serviço de pagamentos sintonizado com as demandas por segurança, confiabilidade e profissionalismo do crescente mercado brasileiro”, conta Marlon Rupe, cofundador da Pay4Fun, uma instituição de pagamento que se orgulha em ser a primeira carteira eletrônica brasileira direcionada ao setor.

O que são instituições de pagamento e carteiras eletrônicas? Instituição de pagamento é uma pessoa jurídica não-financeira autorizada a integrar o Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB). “As carteiras eletrônicas (e-wallet) – também conhecidas como contas de pagamento pré-pagas – que operam legalmente no Brasil são administradas por instituições de pagamento autorizadas a emitir moeda eletrônica”, explica Marlon. Cabe às instituições de pagamento prover os meios para que seja possível a realização dos chamados “arranjos de pagamento”, que consistem no conjunto de regras e procedimentos de determinado serviço de pagamento ao público.

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Por que utilizar uma instituição de pagamento? No início do poker online no Brasil, era muito difícil depositar e retirar fundos dos sites, pois vários deles não operavam oficialmente no mercado brasileiro. Além disso, algumas operadoras de cartão de crédito não aprovam transações em sites de entretenimento online. Essa realidade acabou por criar a cultura da compra e venda de fichas entre os jogadores, em que os consumidores depositavam fundos nas contas bancárias dos vendedores e estes transferiam de volta as fichas para a conta no site especificada pelo jogador. A segurança para o consumidor neste tipo de operação acaba sendo bem limitada, em que normalmente o risco da operação é assumido pelo comprador, que realiza o depósito antecipado na conta do vendedor com a esperança de que as fichas sejam transferidas para sua conta online. Essa prática é terreno fértil para golpes e não é tão incomum tomar conhecimento de ocorrências desta natureza. Ao utilizar uma empresa brasileira amparada por um mercado regulamentado pelo Banco Central do Brasil (BACEN), o consumidor tem a confiança de que a operação será realizada conforme sua solicitação. Outro ponto a ser observado é que os prazos para retirada dos fundos para a conta bancária – recurso que não está disponível na maior parte dos sites de jogos e entretenimento online – costumam ser muito maiores que

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os prazos para a retirada através das carteiras eletrônicas; neste caso, utilizar uma instituição de pagamento como a Pay4Fun, permite ao jogador direcionar muito mais rapidamente seus fundos para outros sites do segmento e sem realizar operações financeiras internacionais que estão sujeitas a algumas tarifas e IOF. No caso da Pay4Fun, o consumidor também pode contar com atendimento personalizado 24 horas, via chat online. Amparo legal e segurança operacional A promulgação da lei 12.865, em 2013, dispôs sobre os arranjos de pagamento e sobre as instituições de pagamentos integrantes do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB). A lei também estabelece o BACEN como órgão regulador e fiscalizador das instituições de pagamento. A Pay4Fun é uma pessoa jurídica classificada como instituição de pagamento e autorizada a emitir moeda eletrônica, que oferece uma carteira eletrônica para soluções de pagamentos online. Para tal, atua em conformidade às exigências do BACEN, incluindo a implementação de monitoramento de operações e mecanismos de prevenção a lavagem de dinheiro e fraudes, através da utilização de ferramentas robustas utilizadas pelas grandes instituições financeiras e de acordo com a governança e melhores práticas do mercado.


JOGO RÁPIDO: PERGUNTAS E RESPOSTAS As carteiras eletrônicas são confiáveis? Sim, desde que devidamente registradas no Brasil. Uma carteira eletrônica brasileira, como é o caso da Pay4Fun, tem suas atividades regulamentadas pelo Banco Central do Brasil (BACEN). Por que utilizar uma carteira eletrônica? Além de oferecer maior segurança e agilidade nas transações financeiras,

permite ao usuário realizar um único cadastro de seus dados pessoais e bancários e fazer pagamentos online em sites parceiros de forma direta, sem a necessidade de fornecer novamente os seus dados a cada um deles. Com quais moedas a Pay4Fun opera? A conta virtual do cliente é em reais, mas a transferência para os sites parceiros pode ser feita em reais, euros ou dólares americanos. Além disso, receber em reais em sua conta bancária é muito fácil, rápido e sem taxas.

AS VANTAGENS DE UTILIZAR A PAY4FUN:  Empresa brasileira em conformidade com as normas do BACEN;  Segurança, agilidade e confiabilidade;  Isenção de tarifas nas transações de depósitos e saques (por tempo limitado);  Grande variedade de sites parceiros;  Depósitos e saques em reais, utilizando métodos convenientes para os brasileiros;  Suporte 24 horas em português;

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Do Fundo Do BaU O poker é um esporte que está em constante evolução. Axiomas não existem, conceitos são criados, paradigmas são quebrados. No entanto, como em qualquer outra área, conhecer o passado é fundamental para planejar o futuro. Nesta seção, o leitor poderá mensurar um pouco dessa evolução e entender como o pensamento sobre o jogo mudou nos últimos anos. É com certo ar de nostalgia que, a cada edição, traremos para vocês os primeiros artigos publicados na Card Player Brasil. O que ainda pode ser aplicado no poker moderno? O que está ultrapassado? Descubram lendo os textos Do Fundo do Baú.

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AUTORIDADE EM POKER

ANO 4 - N.39

Felipe mojave red pro do full tilt

mais lapt rosรกrio bsop curitiba

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Estratégias & Análises Questionário de Pot-Limit Omaha Tomando a iniciativa Por Jeff Hwang

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Pontuação e Análise 1. a(0), b(10), c(8). Você tem uma mão Broadway wrap de dois naipes com uma carta wheel e não vai dar fold. Dito isso, com um estoque tão grande, você dar apenas call aqui ou aumentar para construir um pote pelo valor em posição é uma questão de gosto. Sua mão não é tão premium a ponto de necessariamente ditar um raise (uma mão como A-J-10-9 com um ás e outra do mesmo naipe seria um raise automático), mas, ao mesmo tempo, você tem potencial de Broadway wrap, potencial de wheel oculto e dois naipes (o ponto chave sendo o ás e a outra do mesmo naipe). Eu acho que, se você se sentir confortável tomando a iniciativa, pode ir em frente e dar raise. 2. a(10), b(0). Esse é o ponto de decisão chave da mão, um momento terrível para fazer uma continuation-bet,

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River ($2.052): 3♠. Seu oponente diz que tem o segundo nut straight e dá muck.

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1. Você deve dar: a. Fold b. Call c. Raise Ação: Você dá raise para $25. O outro jogador dá fold até o big blind ($1.000), que dá call. Os limpers de posição inicial e intermediária ambos dão call. Flop ($102): 9♥ 7♣ 2♦. Todo mundo dá check até você. 2. Você deve: a. Pedir mesa b. Apostar Ação: Você pede mesa. Turn ($102): 8♥. O big blind aposta $100 e os outros dois dão fold até você. 3. Você deve dar: a. Fold b. Call c. Raise Ação: Você dá raise para $400. Seu oponente dá reraise all-in para $975 e você paga.

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rata-se de um jogo de pot-limit Omaha de $2-$5 em que você ($2.500) recebe A♥ J♦ 10♥ 5♦ no hijack. Um jogador de posição inicial ($1.000) e um de posição intermediária ($800) entram de limp e a ação chega até você.

por duas razões: (1) Sua mão tem muito potencial, mas, se você apostar, terá que dar fold diante de um check-raise. Eu acho que o nut gutshot straight draw em si dita um check, mas muitas das cartas que podem bater também lhe dariam um flush draw, um open-end straight draw ou um wrap. Você não quer que um check-raise lhe afaste dessa mão. (2) Trata-se de um multipote. Tecnicamente, é provável que essa seja a primeira razão, pois o fator mais importante na sua decisão sobre dar ou não uma continuation-bet é o número de jogadores na mão; naturalmente, você deve ficar mais propenso a dar continuation-bet em um pote heads-up do que em um multipote. Mas a conclusão é que, se você for dar raise pré-flop nesse jogo, precisa estar disposto a ver uma carta grátis de vez em quando. E a não ser que você esteja jogando contra três caras que vão dar fold diante de uma aposta sempre que pedirem mesa, essa é uma situação clara em que se deve ver uma carta grátis. 3. a(0), b(2), c(10). Você tem o nut straight com o nut flush redraw. A resposta aqui devia ser óbvia (raise), embora eu veja pessoas dando smooth-call e tentando dar slowplay, o que eu acho que é um grande erro: a jogada aqui não é fazer uma armadilha para ganhar uma bet extra de um jogador que não tem o nut straight, mas tentar jogar pelos estoques em um freeroll. Primeiramente, o apostador precisa ter alguma coisa para apostar aqui com um bordo contendo um straight óbvio diante de três oponentes. E cerca de 99% das vezes ele vai lhe mostrar o nut straight nesse bordo e nessa situação. Dito isso, se você der smooth-call, perderá o potencial de freeroll. Seria um desastre completo se, por exemplo, você simplesmente desse call, uma carta de copas batesse no river e agora seu oponente desse check e fold diante de uma aposta, quando você

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Estratégias & Análises poderia tê-lo feito empurrar o resto de seu estoque em um freeroll, ou talvez até mesmo dado fold e desistido da aposta e de sua equidade no pote. Considerações Finais O ponto chave dessa mão é saber quando ver uma carta grátis, pois isso é essencial para jogar tomando a iniciativa. Quanto mais à vontade você estiver ao tomar a iniciativa, maior será a frequência com que você poderá dar raise pré-flop de maneira confortável e lucrativa, seja para construir o pote pelo valor e/ou isolar limpers, seja para atacar os blinds. Essa mão na verdade ocorreu no cassino Rio durante a World Series. Eu achei que os jogos de $2-$5 estavam um pouco mais difíceis esse ano do que em anos anteriores. Acho que os jogadores

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estão começando a entender que potlimit Omaha de $2-$5 vale a pena, de modo que os stacks nesses jogos eram muito maiores no começo da WSOP do que eram no ano passado e, no geral, os jogadores eram um pouco mais difíceis. Mas, ao mesmo tempo, muito do potlimit Omaha que eu joguei no ano passado foi ou shorthanded com profissionais, nas raras ocasiões em que eu conseguia jogar, ou nas mesas eletrônicas do Excalibur em Las Vegas com um grupo de jogadores que tinham lido meu primeiro livro. Portanto, fazia muito tempo que eu tinha visto um jogador colocar três apostas em uma street com o segundo nut straight em um multipote. No que concerne ao jogo do meu oponente na mão, direi o seguinte: ele deve saber que eu sei que ele tem algo para

poder apostar contra três jogadores, e que eu provavelmente não estou aumentando sem ter o nut straight. Ele disse que tinha “blockers” (ele afirmou ter três 10 na mão, que bloqueavam o straight, embora eu ache mais provável que ele tivesse apenas dois deles) e que achava que eu estava fazendo uma jogada pelo pote. Mas, se você estivesse no lugar dele, provavelmente teria me dado crédito pelo menos pelo nut straight aqui. ♠

Jeff Hwang é um jogador de poker semiprofissional e autor de dois aclamados livros de Pot-Limit Omaha. Você pode conferir seu site no endereço jeffhwang.com.

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THE BOOK IS ON THE TABLE

Pot-limit Omaha Poker – Estratégias para grandes jogadas é a sua porta de entrada para a variante do poker que mais ganha popularidade no mundo. Por ter muito mais ação e potes maiores do que o no-limit hold’em, o número de adeptos desta modalidade cresce de forma exponencial. No Brasil, todos os grandes torneios já trazem em sua grade eventos paralelos de pot-limit Omaha. Neste livro, Jeff Hwang apresenta os principais segredos para começar a ser lucrativo no jogo de quatro cartas. Saiba quais são as melhores mãos iniciais, as mãos jogáveis e as não jogáveis, a importância da posição e por que o PLO é chamado de “jogo de draws”. Na parte final do livro, Hwang ainda apresenta conceitos importantes para uma variante ainda mais complexa: o pot-limit Omaha 8-or-better (Hi/Lo). Pot-limit Omaha Poker – Estratégias para grandes jogadas é, definitivamente, o melhor guia para jogadores inexperientes ou iniciantes da modalidade.

CAPÍTULO 9 – POT-LIMIT OMAHA HI-LO Um curso para vencer no pot-limit Omaha hi/lo Das três formas de Omaha discutidas neste livro, o PLO hi/lo é a mais rara em todos os Estados Unidos. Todavia, o jogo está sendo difundido online e lentamente está ganhando popularidade nos cassinos no meio-oeste e no sul, frequentemente como parte dos jogos mistos de PLO. Em geral, o PLO é o jogo de Omaha menos entendido, e como tal estes jogos mistos, em particular, oferecem excelentes oportunidades de lucro para os jogadores experientes de Omaha.

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O PLO hi/lo segue as mesmas regras do limit Omaha hi/lo, mas é jogado com uma estrutura de apostas limitadas ao valor do pote. Ao contrário do limit Omaha hi/lo, o PLO hi/lo é um jogo de implied odds, uma vez que a maior parte do dinheiro vai para o pote depois do flop. O nut low draw por si só não é mais o suficiente para levar você até o river, e nem um nut low que não melhorou quando enfrentar ação. Ganhar todo o pote é um objetivo particular, mas o objetivo final continua sendo levar todo o stack dos seus oponentes.

(p. 298) Não apostamos com o nut low que não melhorou contra toda a mesa, mas definitivamente apostamos contra todos os que mostram fraqueza. Também não fazemos apostas pequenas pelo valor com o nut low; quando apostamos o nut low, atacamos com uma aposta do valor total do pote em uma tentativa de ganhar todo o pote. A virtude de estar em posição final não é mais simplesmente um bônus, mas um diferencial importante - ainda mais do que no PLO hi. Na verdade, eu acredito que as duas coisas mais importantes no PLO hi/lo são ter posição favorável e uma mão com várias maneiras de melhorar.


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a h a m O t i m i L t o As melhores mãos iniciais no limit Omaha hi/lo ainda são as melhores mãos: A-A-2-3, A-2-3-K, A-2-4-Q, etc. Mas, enquanto ter uma mão low forte que possa ganhar o jogo high ainda é de grande eficácia, uma mão forte para o jogo high, com qualquer possibilidade razoável para o jogo low aumenta significativamente de valor nos jogos pot-limit, uma vez que você precisa menos frequentemente do nut low para ganhar a metade low do pote - especialmente quando o low vem nas últimas cartas. Dessa forma, uma mão como A-K-Q-5 com um ás suited tem excelente potencial de retorno, presumindo que você jogue bem depois do flop. Entretanto, as boas mãos AA jogam muito mais firmemente no PLO hi/lo do que no direto PLO hi uma vez que - em função do PLO hi/lo ser bidirecional - não faz mais sentido para um oponente tentar acertar você com um rundown como 7-8-6-5 tentando completar dois pares no flop.

r e k o

J e f f H wa n g

no jogo pot-limit. Se você ainda não tiver isso, eu recomendo voltar ao capítulo anterior sobre limit Omaha hi/lo antes de continuar. Estratégia para PLO hi/lo: conceitos chave

O pot-limit Omaha hi/lo é melhor caracterizado como uma versão de pote dividido do PLO do que uma versão pot-limit do limit Omaha hi/ lo. Dito isso, o jogo requer a habilidade de jogar o PLO combinada com uma compreensão da dinâmica da divisão do pote do limit Omaha hi/lo. O jogador fraco de limit Omaha hi/lo que joga para o jogo low e gosta de dar check-call, está no jogo para uma surpresa desagradável, uma vez que o jogador de PLO hi ignora os aspectos bidirecionais do poker com o pote dividido, e trata o PLO hi/lo como um jogo somente high.

s a d a g o j s e d n a r g a r a p s a i g e t a r t s e Um entendimento completo do jogo limit Omaha hi/lo é um pré-requisito natural para ser proficiente

O PLO hi/lo tem um grande desequilíbrio competitivo: o jogador que age por último tem uma grande vantagem, e uma vantagem ainda maior do que no PLO hi.

TÍTULO: Pot-limit Omaha Poker – Estratégias para grandes jogadas (Pot-limit Omaha Poker – The Big Play Strategy) AUTOR: Jeff Hwang NÚMERO DE PÁGINAS: 354 PREÇO: R$ 79,00 DISPONÍVEL EM: www.raiseeditora.com

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O partypoker é um dos sites de poker pioneiros no mundo e vem investindo cada vez mais para trazer a melhor experiência para seus jogadores — seja ao vivo ou online.

COMO EU CRIO UMA CONTA? Para começar a sua experiência no partypoker basta acessar o site partypoker.com e clicar no botão “Baixar Gratuitamente”. 1

A partir daí, basta criar sua conta e usufruir de todos os benefícios que só o partypoker pode oferecer.

BÔNUS

O partypoker disponibiliza um bônus único para os jogadores que estão começando a jogar no site. Qualquer valor (até US$ 500) que o usuário colocar em seu primeiro depósito, ele receberá o dobro para poder jogar. Por exemplo, caso você faça um primeiro depósito de $10, o partypoker dá outros $10 para você utilizar nas mesas do site.

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SISTEMA DE RECOMPENSAS

O partypoker oferece um sistema de recompensas exclusivo para seus usuários, que é dividido em quatro categorias: Bronze, Prata, Ouro e Palladium. Para atingir uma categoria, você precisa acumular determinado número de pontos por mês. A cada $1 de rake, você ganha dois pontos. Por exemplo, ao jogar um torneio de $22 — em que $20 vão para a premiação e $2 correspondem à taxa administrativa do site (rake) —, você acumula quatro pontos. Os pontos podem ser trocados por entradas de torneios (tíquetes) ou por dinheiro. BRONZE – 0 ponto/mês Recompensas: tíquetes de até $22 PRATA – 50 pontos/mês Recompensas: tíquetes de até $109 OURO – 750 pontos/mês Recompensas: tíquetes de até $530 e até $100 em dinheiro. PALLADIUM – 2.000 pontos/mês Recompensas: tíquetes de até $1.000 e até $500 em dinheiro.

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MISSÕES

No partypoker, o jogador ainda tem a opção de realizar “Missões”. As missões dão ao usuário objetivos que o desafiam a experimentar novas coisas e aprimorar o próprio jogo. Mas não existem obrigação. É possível completá-las em um ritmo tranquilo. Mas aprimorar as suas habilidades no poker é apenas um dos benefícios aqui. O partypoker dá recompensas extras para cada missão concluída, que incluem tíquetes para torneios, dinheiro, bônus etc. Para escolher uma missão, basta entrar em “Missions”, depois clicar em “Overview” e encontrar uma Missão que você goste. As missões que você pode iniciar terão um ícone “jogar” (play) ao lado. Missões com um ícone de cadeado estão bloqueadas. Para liberá-las é preciso cumprir algum tipo de missão antes. Depois de começar uma missão, o jogador ainda tem a opção de pausar a mesma e começar uma outra.

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TORNEIOS O partypoker conta com uma das melhores grades de torneio da internet, atendendo jogadores de todos os limites, dos mais baixos até aqueles que gostam apenas de high rollers. Múltiplas Fases Nos torneios de múltiplas fases, você pode jogar um evento de até US$ 250.000 garantidos. Esses torneios consistem em duas fases. As Fases 1 estão disponíveis ao longo da semana e se você durar 16 níveis, se classifica para a Fase Final, que acontece no domingo. Se for eliminado, basta tentar novamente — você pode jogar a Fase 1 quantas vezes quiser. Caso se classifique e não esteja satisfeito com seu stack, você pode se classificar novamente e levar seu melhor stack para o Fase Final. Com buy-ins entre US$ 5,50 e US$ 109 e torneios de segunda a domingo, eventos de múltiplas fases lhe dão a chance de pagar pouco para tentar ganhar muito dinheiro.

Nível

Fase 1

Fase 1

Fase Final (Domingo)

BUY-IN

Premiação Garantida

Peso Pena (Featherweight)

Segunda a sábado (a cada 2 horas, das 14h às 4h)

Domingo (a cada hora, das 10h às 17h)

Às 18h30

$5,50

$50.000

Peso Médio (Middleweight)

Segunda a sábado (a cada 2 horas, das 14h às 4h)

Domingo (a cada hora, das 10h às 17h)

Às 18h30

$22

$100.000

Peso Pesado (Heavyweight)

Segunda a sábado (a cada 2 horas, das 16h às 2h)

Domingo (a cada 2 horas, das 10h às 16h e também às 16h)

Às 18h30

$109

$250.000

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Torneios PESO PENA (Featherweight)

O partypoker trabalha com três frentes de buy-in em seus torneios regulares, classificadas em: Peso Pena (Featherweight), Peso Médio (Middleweight) e Peso Pesado (Heavyweight). Além dos torneios de múltiplas fases, existem também aqueles de fase única, mais conhecidos pelo público. No Peso Pena, você encontrará mais de 170 torneios com buy-ins de $5,50 a $11. O principal deles é o The Jab, um torneio diário de $5,5 com premiação garantida de $7.500, de segunda a sábado, e de $10.000 aos domingos. Você pode jogar os torneios Peso Pena diariamente entre 10h e meia-noite.

Torneios Peso Médio (Middleweight)

Entre os Pesos Médios são oferecidos mais de 230 torneios semanais, com entradas entre $22 e $55, sendo mais de US$ 850 garantidos pelo partypoker. O The Contender, com buy-in de apenas $22, garante $15.000, de segunda a sábado, e $25 mil aos domingos. Já o The Cournterpunch tem buy-in de $55 e premiação garantida de $7.500. Ele também acontece diariamente. Você pode jogar os torneios Peso Médio todos os dias de 6h às 4h.

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Torneios Peso Pesado (Heavyweight)

Com mais de US$ 1 milhão distribuídos durante a semana, os mais de 60 torneios Peso Pesado do partypoker têm buy-in entre $109 e $215. Carro-chefe da categoria, o Title Fight ocorre aos domingos, às 19h. Com buy-in de $215, o Title Fight tem premiação garantida progressiva. Começando em $300.000 garantidos, toda vez que o garantido for batido, o partypoker aumentará em US$ 25.000 a premiação garantida da próxima semana. O Title Fight ainda possui a melhor estrutura da internet, com stack inicial de 30.000 fichas e subida de blinds a cada 20 minutos. Por quase metade do preço do Title Fight, você pode jogar o Main Event. Com buy-in de $109, o Main Event é jogado também aos domingos, às 19h, e tem premiação garantida de US$ 150.000. Por fim, o Uppercut e o Weigh-In. Enquanto o Uppercut ocorre de segunda a sábado, com buy-in de $109 e garantido de US$ 50.000, o Weigh-In é um torneio diário. Com entrada também de $109, ele tem premiação garantida de US$ 25.000 todos os dias, exceto aos domingos, quando esse valor sobe para US$ 50.000. Os torneios Peso Pesado podem ser jogados diariamente entre 10h e 1h.

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High Rollers

Para quem gosta de jogos ainda mais caros, o partypoker oferece mais de 20 high rollers semanais, que distribuem mais de um milhão de dólares. Os valores das entradas variam entre $530 e $2.600. Confira a grade:

Data*

Buy-in

Garantido

Domingo (15h)

$530

$150.000

Domingo (13h)

$530

$100.000

Domingo (18h)

$530

$25.000

Domingo (15h)

$2.600

$100.000

Segunda-feira, quarta-feira, quinta-feira e sábado (15h)

$530

$50.000

Segunda-feira a Sábado (17h)

$530 (Turbo)

$20.000

Segunda-feira a Sábado (13h)

$530

$20.000

Terça-Feira (15h)

$530

$20.000

Terça-Feira (15h)

$530

$100.000

*Sujeito a alterações

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Card Pedia FERAS DO ONLINE Top 10 – Resultados Brasileiros em MAIO

Victor Teixeira

SITE

Torneio (Buy-in)

Data

Nome

Posição

Prêmio

Main Event Medium do SCOOP ($1.050)

22/05

Victor “VICTOR TXR1” Teixeira

$545.685

Evento 1 High do SCOOP ($215)

21/05

Douglas “dougalopes” Lopes

$176.300

Evento 40 Medium do SCOOP ($530)

17/05

Pedro “PaDiLhA SP” Padilha

$132.274

Evento 14 Medium do SCOOP ($2.100)

10/05

“Alex.Z5518”

$122.340

Evento 14 Low do SCOOP ($215)

10/05

Ivan “Ivan Limeira” Limeira

$115.504

Evento 45 High do SCOOP ($2.100)

18/05

João “IneedMassari” Simão

$104.532

Evento 48 High do SCOOP PLO ($2.100)

19/05

João “IneedMassari” Simão

$100.782

Evento 4 Medium do SCOOP ($215)

07/05

Eduardo “Eduardo850” Silva

$94.103

Evento 30 Medium do SCOOP ($215)

14/05

Rodrigo “digopapel” Semeghini

$92.834

Evento 37 Medium do SCOOP ($215)

16/05

Gabriel “gabsdrogba” Schroeder

$84.360

Top 10 – HIGH STAKES DE Maio*

ronny kaiser

TOP 5 - VENCEDORES** Site

Jogador

Sessões

Mãos Jogadas

Lucro

“FLATC@T”

15

592

$49.030

“Grazvis1”

41

1.278

$40.350

Ronny “1-ronnyr3” Kaiser

13

373

$36.050

Ben “Ben86” Tollerene

5

339

$24.561

“BlackFortuna”

6

130

$21.549

Jogador

Sessões

Mãos Jogadas

Prejuízo

“ImagineKing”

4

335

$63.921

“ActionFreak”

10

402

$33.271

Joni “bustoville” Jouhkimainen

9

437

$29.787

“EEE27”

20

506

$21.461

“boerni21”

5

294

$16.853

TOP 5 - PERDEDORES** Site

*Fonte: highstakesdb.com

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