Inclusão social e desafios das associações o caso da Amanu em Jaboticatubas

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DARIANE JULIANE DA SILVA

INCLUSÃO SOCIAL E DESAFIOS DAS ASSOCIAÇÕES: O CASO DA AMANU EM JABOTICATUBAS-MG

LAVRAS - MG 2017


DARIANE JULIANE DA SILVA

INCLUSÃO SOCIAL E DESAFIOS DAS ASSOCIAÇÕES: O CASO DA AMANU EM JABOTICATUBAS -MG

Monografia apresentada à Universidade Federal de Lavras, como parte das exigências do Curso de Administração Pública, para a obtenção do título de Bacharel.

Orientador: Prof. Dr. Luiz Henrique de Barros Vilas Boas.

LAVRAS - MG 2017


DARIANE JULIANE DA SILVA

INCLUSÃO SOCIAL E DESAFIOS DAS ASSOCIAÇÕES: O CASO DA AMANU EM JABOTICATUBAS -MG

Monografia apresentada à Universidade Federal de Lavras, como parte das exigências do Curso de Administração Pública, para a obtenção do título de Bacharel.

APROVADA em 03 de junho de 2017.

Prof. Dr. Luiz Henrique de Barros Vilas Boas Orientador

LAVRAS - MG 2017


Lista de figuras

Figura 1: Construção de cisternas. ....................................................................... 43 Figura 2: Cisterna pronta para captação de água da chuva.. .................................. 43 Figura 3: Mutirão de implantação do Sistema Agroflorestal na propriedade do Prego e da Sergina............................................................................................... 44 Figura 4: Projeto Barraginhas da EMBRAPA. ..................................................... 44 Figura 5: Projeto Barraginhas da EMBRAPA. ..................................................... 45 Figura 6: Estrutura de bambu que abrigará a I Casa Comunitária do Coco Macaúba. Construção ecológica, geração de renda para comunidades agroextrativistas. ....... 45 Figura 7: O IV Encontro de Mulheres do projeto de ATER da Rede de Intercâmbio de Tecnologias Alternativas foi na casa da Geralda, feirante da Raízes do Campo. O que você já deixou de fazer somente por ser mulher? Foi uma das perguntas norteadoras da conversa. #direitosiguais .............................................................. 46 Figura 8: Feira Raízes do Campo. ........................................................................ 46 Figura 9: Feira Raízes do Campo. ........................................................................ 47 Figura 10: Beneficiários, parceiros e colaboradores da Associação Amanu. ......... 47 Figura 11: A conversa sobre Controle Social na venda direta ao consumidor de produtos orgânicos foi parte do Encontro de Formação Continuada da Feira Raízes do Campo. .......................................................................................................... 48


SUMÁRIO

1

INTRODUÇÃO ..................................................................................... 6

1.1

Objetivos ................................................................................................ 8

1.1.1 Objetivo Geral ....................................................................................... 8 1.1.2 Objetivos Específicos ............................................................................. 8 2

REFERENCIAL TEÓRICO................................................................. 9

2.1

Terceiro Setor ........................................................................................ 9

2.2

Inclusão e Ações Sociais ...................................................................... 10

2.3

Administração Pública e Inclusão Social ............................................ 13

2.4

Definições das Associações .................................................................. 14

2.4.1 Meios de captação de recursos ............................................................. 16 3

METODOLOGIA ............................................................................... 18

4

RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................... 22

4.1

Amanu ................................................................................................. 22

4.2

Perspectivas de Membros e Beneficiários ........................................... 23

4.3

Instituições Parceiras .......................................................................... 28

4.4

Desafios da Amanu .............................................................................. 30

4.5

Estratégias para lidar com os desafios ................................................ 33

5

CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................. 35

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA.............................................................. 37 APÊNDICE A................................................................................................ 41


APÊNDICE B ................................................................................................ 42 ANEXOS ....................................................................................................... 43


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1 INTRODUÇÃO

Inclusão social é uma prática que faz parte da realidade de todo o país e vem sendo amplamente difundida na sociedade. A inclusão é, portanto, um processo de transformação, que contribui para a construção de um novo modelo de sociedade. Devido a questões como extensão geográfica, falta de recursos, má gestão, o Estado nem sempre tem condições de atender às necessidades de todos. Nesse contexto, surge a figura das associações sem fins lucrativos que visam suprir estas lacunas deixadas pela Administração Pública na sociedade. O presente trabalho pretende destacar o papel da Associação Amanu que visa, entre outros objetivos, promover uma sociedade mais igualitária. A Amanu é uma associação civil, sem fins lucrativos, que atua no intuito de mobilizar e apoiar ações populares comprometidas com uma sociedade mais justa, ecológica e inclusiva no município de Jaboticatubas, Região Metropolitana de Belo Horizonte, em Minas Gerais. É formada por agricultores familiares, artesãos, produtores artesanais, moradores do campo, povos e comunidades tradicionais, técnicos, além de voluntários, colaboradores e associados de quatro municípios e 14 comunidades rurais de Jaboticatubas. (VELLASCO, 2014). A Amanu trabalha a interconexão entre a vida do campo e a vida da cidade, por meio de instrumentos da agroecologia, agroextrativismo, educação popular, tecnologias sociais, construção ecológica, segurança alimentar e nutricional, educação do campo e economia solidária. Apoiada em valores como democracia, transparência, solidariedade, justiça, ecologia, educação popular, dentre outros, a Amanu atua de modo que suas ações se baseiem em práticas sociais solidárias, democráticas e ecológicas nas comunidades, por meio do trabalho em rede e da troca de experiências.


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Preocupada com a formação de uma sociedade melhor, a Amanu atua por meio de ações sociais e inclusão, levando, dessa forma, educação, cultura e difusão de práticas e técnicas acessíveis e ecológicas à agricultura familiar. Percebe-se que o papel das Associações é fundamental para a formação de cidadãos mais conscientes, erradicação da pobreza, inclusão social, educação ambiental, enfim, construção de uma sociedade transformadora. Nesse contexto, este trabalho levanta o seguinte problema: quais os desafios enfrentados pela Associação Amanu, para a condução de ações de inclusão social? A ideia central desta pesquisa é compreender as principais ações sociais desenvolvidas pela Amanu nas comunidades onde atua, bem como apresentar os desafios encontrados. A realização deste trabalho se faz importante considerando que a gestão pública precisa dar ênfase a projetos sociais de inclusão para populações menos favorecidas e oprimidas, bem como revelar a importância de associações como a Amanu para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva. Entende-se que a implantação de projetos de cunho social, ecológico, solidário e justo pode contribuir com seus participantes no reconhecimento dos seus direitos e deveres como cidadãos, além de dar a essas pessoas a oportunidade de ter acesso a informações e conhecimentos que antes não tiveram. A realização deste trabalho pode, ainda, contribuir com o campo da Administração e da Gestão Pública ao identificar as várias formas de inclusão e educação realizadas, gerando mais conhecimento sobre o assunto que possa motivar novas iniciativas e interações entre a comunidade e o governo. Além disso, esse estudo pode servir como referência para a condução de trabalhos futuros relacionados aos temas terceiro setor e inclusão social, destacando a importância destes para a construção de uma sociedade melhor.


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1.1 Objetivos

1.1.1

Objetivo Geral

O objetivo geral da presente pesquisa é entender a atuação da Amanu na condução de ações de inclusão social, delineando seus projetos e expondo seus desafios na implantação dessas ações.

1.1.2

Objetivos Específicos

Como objetivos específicos, têm-se: a) descrever como ocorrem as ações promovidas pela Amanu para inclusão social; b) identificar a visão de membros e beneficiários da Amanu sobre os projetos para inclusão social feita por essa instituição; c) apontar em quais instituições a Amanu se apoia para realização dos seus projetos de inclusão social; d) destacar os desafios da Amanu para a realização das ações de inclusão social; e) descrever como a Amanu lida com os desafios para colocar em prática as ações de inclusão social.


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REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo será apresentada uma revisão teórica, que visa discutir os temas que vão orientar o estudo em questão, por meio da exposição da ideia de vários autores. Dessa forma, serão abordados os conceitos de terceiro setor, inclusão e ações sociais, a relação entre inclusão e administração pública e o desenvolvimento das associações no país. Esta abordagem faz-se necessária para uma melhor compreensão do papel da Amanu na condução das ações de inclusão social, bem como na identificação dos desafios enfrentados para a execução destas ações.

2.1 Terceiro Setor Segundo Manãs e Medeiros (2012), a expressão Terceiro Setor abriga uma variedade de organizações da sociedade civil. Essas organizações surgiram em resposta a uma ineficiência do Estado em relação à sociedade, com o papel de reduzir a pobreza e promover o desenvolvimento. No Brasil, o termo Terceiro Setor é utilizado para identificar as atividades da sociedade civil que não se enquadram na categoria das atividades estatais (Primeiro Setor), representado por entes da Administração Pública ou das atividades de mercado, (Segundo Setor), representado pela indústria e o comércio.

Entende-se Terceiro Setor como o conjunto de iniciativas de grupos privados destinados ao interesse público. Diferenciamse do primeiro setor e do segundo setor, desenvolvendo atividades sob diversas formas, tais como associações, entidades de classe, fundações privadas, instituições filantrópicas, movimentos sociais organizados, organizações não governamentais, assim como outras organizações assistenciais ou caritativas da sociedade civil (TENÓRIO, 2004, P.32).


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Diversos autores tendem a reforçar a ideia de que essas organizações devem buscar, acima de tudo, o bem estar da sociedade em que estão inseridas, compreendendo, em razão disso, que “o traço comum que une todas essas organizações é que são orientadas por valores: são criadas e mantidas por pessoas que acreditam que mudanças são necessárias e que desejam, elas mesmas, tomar providências nesse sentido” (HUDSON, 1999). Manãs e Medeiros (2012) destacam que o terceiro setor tem sido um dos agentes imprescindíveis no processo de assistência às populações carentes, em razão de sua política baseada na execução de projetos e programas capazes de incentivar a geração de emprego e renda, bem como despertar as comunidades para a exploração de atividades que possam assegurar sua sobrevivência. Para os autores, “a ação do terceiro setor é, sem dúvida, necessária, principalmente porque busca o emprego e a renda como meios fundamentais de atendimento social” (MANÃS E MEDEIROS, 2012, p.25). Nesse contexto, “o Terceiro Setor ganha espaço em todo mundo, por ter sido uma alternativa para dois problemas que são prejudiciais à sociedade: o desemprego e a exclusão social” (ADRIANO, 2009, p. 3). A ideia de inclusão social está diretamente relacionada com o Terceiro Setor. Adriano (2009) ressalta que o terceiro setor, com a produção voltada para a sociedade, é responsável por suprir as necessidades da população, preenchendo as lacunas deixadas pelo Estado e pelo mercado.

2.2 Inclusão e Ações Sociais

A inclusão social é um conceito relativamente novo, de acordo com Hammes (2009, p. 56). Esse conceito traz à tona uma nova realidade, uma vez que ele está vinculado à exclusão. Ele explica que “enquanto historicamente a polaridade social se dava como riqueza e pobreza, atualmente as duas faces da


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moeda são a inclusão e a exclusão.” O autor destaca que a exclusão social dos indivíduos está intrinsecamente ligada às mazelas sociais.

Trata-se de um fenômeno associado aos sistemas de rede de relações, pelos quais os bens primários, os manufaturados, culturais, tecnológicos e os recursos naturais, econômicos e outros são disponibilizados, ao conjunto da humanidade. Quem tem acesso está incluído e quem não tem acesso está incluído. Daí o fenômeno da inclusão e exclusão. (HAMMES, 2009, p.56)

Toledo (2008, p. 54) reforça que o atual contexto histórico da sociedade brasileira, que registra graves níveis de exclusão, a inclusão social está relacionada a qualidade de vida. Para ela, esse conceito faz referência a cidadania, uma vez que proporcionar qualidade de vida a todo o cidadão, requerer a garantia de que ele tenha “condições objetivas para a fruição de bens naturais, sociais e culturais, frutos da produção coletiva, mas que se encontram distribuídas de forma muito desigual.” Para Aranha (2000), inclusão significa garantia do acesso de todos a todas as oportunidades, independentemente das peculiaridades de cada indivíduo e/ou grupo social. Ainda segundo a autora, o principal valor que permeia a ideia da inclusão é o configurado no princípio da igualdade, pilar fundamental de uma sociedade democrática e justa. “A ideia da inclusão se fundamenta numa filosofia que reconhece e aceita a diversidade, na vida em sociedade.” (ARANHA, 2000). De acordo com Sassaki (1999), a inclusão social constitui um processo bilateral no qual as pessoas ainda excluídas e a sociedade buscam, em parceria, equacionar problemas, decidir sobre soluções e efetivar a equiparação de oportunidade para todos.

A prática da inclusão social repousa em princípios até então considerados incomuns, tais como: a aceitação das diferenças


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individuais, a valorização de cada pessoa, a convivência dentro da diversidade humana, aprendizagem através da cooperação. (SASSAKI, 1999, p.42).

Sassaki (1999) destaca que a inclusão social é um processo que contribui para a construção de um novo tipo de sociedade através de transformações nos ambientes físicos e na mentalidade de todas as pessoas. Segundo Castro (2004), os planos de ação social devem ser elaborados levando-se em conta algumas características regionais. Dessa forma, o desenvolvimento social se realiza no plano local e requer a mobilização das comunidades. Barros (2008), destaca que a inclusão está ligada a todas as pessoas que não têm as mesmas oportunidades dentro da sociedade. Em um país como o Brasil, por exemplo, a cultura tem uma experiência ainda pequena em relação à inclusão social, com pessoas que ainda criticam a igualdade de direitos e não querem cooperar com aqueles que fogem dos padrões de normalidade estabelecidos por um grupo que é a maioria. Vale lembrar que as diferenças se fazem iguais quando essas pessoas são colocadas em um grupo que as aceite. Para Denari (2011, apud MARTINS, 2011, p. 9), atualmente, os paradigmas

de

inclusão,

integração,

direitos

humanos,

equiparação

de

oportunidades, autodeterminação e qualidade de vida representam um recurso eficaz para alcançar objetivos que resultem na consideração da pessoa e na garantia de expressão de seus direitos. Após a definição de inclusão social, faz-se necessária uma breve apresentação sobre a relação entre a Administração Pública e a inclusão visando destacar o papel das associações civis, para o preenchimento das lacunas sociais não atendidas pelo Estado.


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2.3 Administração Pública e Inclusão Social Segundo Ivo (2004), a retomada da questão da pobreza como prioridade da agenda política no Brasil, no final da década de 90, emerge no curso de um processo conflitivo de mudanças, determinando, dessa forma, limites e desafios ao Estado nacional e à ação pública, especialmente quanto ao tratamento da questão social. Nesse contexto, de acordo com Ivo (2004), observam-se os limites da ação imperiosa da desregulação autoritária e a urgência de ações que contemplem formas de integração social como prioridade, equacionadas de forma fragmentada através de diversos programas de enfrentamento da pobreza, descentralizados e operados em parceria com a sociedade civil, na qual ganha importância o papel das organizações não-governamentais do chamado Terceiro Setor. Camargo et al. (2001, p. 23) afirma que “o terceiro setor é uma alternativa de geração de empregos e capacitação profissional, oferecendo ao Estado uma coparticipação complementar às suas funções”. Dessa forma, o terceiro setor existe pelo fato de este ser um setor da sociedade que possui dinamismo e conhecimento ímpares das necessidades específicas de uma comunidade, nível inatingível pelo Estado. Segundo Camargo et al. (2001), a magnitude das responsabilidades do Estado, englobando as funções de proteção da soberania nacional, elaboração, execução e fiscalização das normas legais, gestão, regulação da economia e equalização das divergências sociais, o impedem de lidar com todas as atividades que lhe são conferidas, o que justifica a necessidade de um agente alternativo, que o apoie e complemente as atividades de forma organizada. Para Camargo et al. (2001), a importância do terceiro setor está no fato de que por um lado, há uma grande demanda social que excede as propriedades produtivas do Estado, e por outro, visualiza-se uma economia imperante e centrada


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em aspectos materiais e quantitativos, tendo em vista que as necessidades do homem são ilimitadas e os recursos materiais para satisfaze-las não o são. Portanto, o papel das associações civis, tais como a Amanu é promover a inclusão social, por meio de ações capazes de atingir as esferas sociais não atendidas pelo Estado. Dessa forma, as Associações são fundamentais para a formação de cidadãos mais conscientes e erradicação da pobreza.

2.4 Definições das Associações Uma associação segundo Szazi (2006), pode ser definida como uma pessoa jurídica criada a partir da reunião de ideias e esforços de pessoas em torno de um propósito que não tenha finalidade lucrativa. Dessa forma, as principais características de uma associação são a reunião de pessoas e a finalidade não lucrativa. Tude; Mello; Vasconcelos (2012), abordam que dentro de um universo de organizações,

as

associações

caracterizam-se

como

Organizações

Não

Governamentais (ONGs). As ONGs podem ser definidas, principalmente, por serem sem fins lucrativos e não comercializar produtos ou serviços. Os autores salientam ainda que as ONGs possuem particularidades na execução de suas atividades que as diferenciam das demais organizações da sociedade civil, sendo centradas na luta por uma determinada causa e com atuação não limitada a um grupo específico, além de serem dotadas de caráter político, no sentido de buscarem realizar mudanças nas áreas sociais e políticas.

Embora faça parte do universo das organizações da sociedade civil (OSCs), as ONGs também possuem características que as diferenciam de outras desse mesmo universo. Inicialmente, pode-se dizer que tais organizações, diferentemente de associações de bairro, de classe ou sindicatos, desenvolvem atividades de representação de grupos não ou sub-


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representados na sociedade sem utilizar instrumentos de representação tradicionais, como a filiação ou a eleição. (…) mais do que representar determinados grupos de pessoas, essas organizações representam causas e buscam generalizar ou tornar universais suas conquistas. (TUDE; MELLO; VASCONCELOS, p.31, 2012)

No campo social, as transformações no mercado e na sociedade brasileira verificadas nos últimos trinta anos conduziram a uma redistribuição dos papéis de cada ator social no alcance do bem comum, onde, progressivamente, a sociedade civil organizada assumiu novas responsabilidades pela proteção e defesa de direitos, antes inseridas na órbita exclusiva do Estado. O crescimento do número de organizações da sociedade civil verificado desde os anos 70 fez surgir um novo ator social, o denominado Terceiro Setor, o conjunto de agentes privados com fins públicos, cujos programas visavam atender direitos sociais básicos e combater a exclusão social e, mais recentemente, proteger o patrimônio ecológico brasileiro. (SZAZI, 2006).

Associação é a congregação de certo número de pessoas que expõe em comum conhecimentos e serviços voltados a um mesmo ideal e movidos por um mesmo objetivo, seja a associação econômica ou não, com capital ou sem, mas jamais com intuito lucrativo. (CAMARGO ET AL; 2001, p.35).

Camargo et al. (2001) destaca que a constituição de uma associação ocorre por meio do estatuto social, ou seja, um conjunto de cláusulas contratuais que relaciona a entidade com os seus fundadores, dirigentes e associados, atribuindolhes direitos e obrigações entre si. Ainda segundo Camargo et al (2001), o estatuto é um documento no qual deve constar a razão social, os fins e a seda da associação, os requisitos para admissão, manutenção e exclusão de associados, direitos e obrigações dos


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membros dirigentes, fontes de recursos financeiros, formas de constituição e atribuições dos conselhos deliberativos, condições para alterações no estatuto, responsabilidades dos associados perante a associação, procedimentos para dissolução da entidade e respectiva destinação do patrimônio. Tal documento deve ser redigido e registrado em cartório. Resende (2003), define associação como o agrupamento de pessoas, que visam o benefício da coletividade e, não tem interesse econômico, ou fim lucrativo para os associados ou administradores. Dessa forma, se algumas pessoas têm interesses comuns, que ao mesmo tempo são interesses da coletividade, visando a preservação de tais bens, se reunirão na criação de uma associação. O papel das Associações, tais como a Amanu, é contribuir com a formação de uma sociedade melhor, mais igualitária. Dessa forma, as associações têm de buscar alternativas para colocar em prática suas ações de inclusão, tendo em vista que são muitos os desafios enfrentados.

2.4.1 Meios de captação de recursos

As organizações sem fins lucrativos, de acordo com Tude; Mello; Vasconcelos (2012, p.32), possuem o desafio de obter financiamento para executar suas atividades, visto que elas não possuem entradas de recursos financeiros como em organizações empresariais. Nas organizações que trabalham com fins lucrativos, “o dinheiro corresponde ao sucesso que estas obtêm na execução de seus objetivos. É pelo lucro obtido que se avalia o grau de desempenho e definem novas metas para trabalho.” Em relação as organizações sem fins lucrativos, o sucesso não relacionado ao ganho financeiro, já que os seus resultados sociais. Para Tude, Mello e Vasconcelos (2012), embora os recursos financeiros não sejam parâmetros para medir desempenho ou definir as prioridades das entidades sem fins lucrativos, como em organizações comerciais, não quer dizer


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que esses recursos não sejam importantes para a sobrevivência das mesmas. Segundo eles, os recursos financeiros são importantes instrumentos na consecução dos seus objetivos e continuidade de suas atividades. Segundo Mendonça e Araújo (2005), organizações sem fins lucrativos enfrentam o desafio de angariar recursos financeiros para financiar suas atividades, uma vez que não comercializam produtos ou serviços para obtenção de lucro. De acordo com a ABONG (2002), essas organizações buscam diversificar suas fontes de financiamento. Os recursos são oriundos, principalmente, de agências internacionais de cooperação, doações individuais, empresas, fundações, órgãos estatais e institutos. De modo geral, as organizações de todos os setores estão susceptíveis ao ambiente externo e à dependência de recursos, porém, no caso das ONGs este fato tende a se agravar, tendo em vista as peculiaridades que estas possuem com relação à finalidade não-lucrativa e de promoção do desenvolvimento e cidadania. O fato de que entre as ONGs os recursos (pelo menos os financeiros em sua maioria) não serem providos diretamente por aqueles que utilizam ou se beneficiam de seus serviços, caracteriza-se em mais uma particularidade de seu contexto de dependência de recursos (MENDONÇA; ARAÚJO, 2005, p. 1)

Os conceitos abordados sobre terceiro setor, inclusão e ações sociais, inclusão e administração pública, contribuíram para um melhor entendimento sobre a importância da Amanu na condução das ações de inclusão social. Tendo em vista que o objetivo do presente trabalho é identificar os desafios enfrentados pela Amanu, para a condução de ações de inclusão social, percebe-se que esta abordagem é fundamental para a compreensão do leitor e para a criação de um elo entre teoria e prática.


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METODOLOGIA

A metodologia utilizada na realização deste trabalho é a pesquisa qualitativa exploratória, com o objetivo de analisar as ações promovidas pela Associação Amanu, que visam a inclusão social e identificar as principais dificuldades enfrentadas para a realização destas. Para Godoy (1995, apud Furtado, 2007), a abordagem qualitativa permite ao pesquisador ir a campo buscando captar o fenômeno em estudo a partir da perspectiva das pessoas nele inseridas. Será realizado um levantamento bibliográfico e documental, por meio de estudos já publicados sobre o tema, bem como estudo de caso e entrevistas com os membros da Amanu. Yin (2005, apud Lima et al, 2012), afirma que o uso do estudo de caso é adequado quando se pretende investigar como e o porquê de um conjunto de eventos contemporâneos. De acordo com o autor, estudo de caso é uma investigação empírica que permite o estudo de um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto da vida real. Segundo Bogdan e Biklen (1994, apud Furtado, 2007), uma entrevista consiste em uma conversa previamente definida, entre duas ou mais pessoas, dirigida por uma das pessoas, objetivando obter informações sobre a percepção da outra acerca do tema pesquisado. Os dados serão coletados com os membros e beneficiários da Amanu, por meio de entrevistas em profundidade, cujos roteiros serão aplicados diretamente aos respondentes, de modo a identificar as perspectivas destes em relação aos projetos realizados. Para tanto, foram elaborados dois roteiros de entrevista, sendo que um será aplicado aos membros e o outro aos beneficiários.


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A Amanu é formada por 74 membros, e um número indefinido de parceiros e colaboradores. Vale destacar que os membros são os associados, voluntários, colaboradores e parceiros. Os associados são pessoas que de acordo com o regimento elaborado pela Associação Amanu assumem o compromisso de contribuir mensalmente para que a instituição funcione. Dessa forma, a Amanu possui um quadro fixo de voluntários, composto pelos membros da Equipe técnica, que executam tarefas e demandas. Esse quadro de voluntários também se estende à pessoas que por determinado tempo ajudam na execução de algumas atividades. Os

colaboradores

são aqueles

que ajudam financeiramente,

ou

materialmente, também de forma eventual. Já os Parceiros são todos aqueles que trabalham na divulgação das ações e atividades proporcionadas pela Amanu e, os beneficiários são todas as pessoas que participam diretamente das atividades, cursos e vivências oferecidos pela Amanu. As entrevistas foram realizadas de forma aleatória, a uma amostra de 2 membros e três beneficiários, que foram escolhidos de forma intencional, com o objetivo de permitir à participação de pessoas de diferentes localidades, a diversidade de gênero, a diversidade entre gerações e a diversidade étnica racial. A escolha dessa amostra é de aproximadamente 8% dos membros, e justifica-se pelo fato do universo de pesquisa ser pequeno. Bogdan e Biklen (1992, apud KUDE, 1997) sugerem que a coleta seja dada por concluída quando se atingir o ponto de saturação de dados, ou seja, o ponto em que as informações obtidas no trabalho de campo começarem a repetir-se persistentemente tornando-se redundantes. As entrevistas foram realizadas durante os meses de setembro e outubro de 2016, conforme roteiro elaborado (APÊNDICE A e B). Após a coleta, foi realizada a análise de conteúdo, para a apresentação dos resultados obtidos na pesquisa. Segundo Bardin (2006, apud Mozzato; Grzybovski, 2011) a análise de conteúdo consiste em um conjunto de técnicas de análise das comunicações, que utiliza procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens,


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ultrapassando, desta forma, as incertezas e enriquecendo a leitura dos dados coletados. Bardin (2006, apud Silva e Fossá, 2013), salienta que a análise de conteúdo pode ser organizada em três fases, sendo a primeira a pré-análise, seguida da exploração do material e, por fim, tratamento dos resultados: inferência e interpretação. Para Bardin (2006, apud Silva e Fossá, 2013), a pré-análise é desenvolvida para sistematizar as ideias iniciais colocadas pelo quadro referencial teórico e estabelecer indicadores para a interpretação das informações coletadas. A exploração do material consiste na construção das operações de codificação, considerando-se os recortes dos textos em unidades de registros, a definição de regras de contagem e a classificação e agregação das informações em categorias simbólicas ou temáticas. Já a terceira fase, tratamento dos resultados: inferência e interpretação, consiste em captar os conteúdos manifestos e latentes contidos em todo o material coletado (entrevistas, documentos e observação). Os resultados e as discussões dos dados foram tratados observando as seguintes categorias de análise:  Ações de inclusão realizados pela associação. Esse levantamento contribuirá para a compreensão da percepção dos beneficiários em relação aos projetos oferecidos pela Amanu.  Desafios enfrentados para a sua sobrevivência. O intuito é entender como a associação consegue manter-se, uma vez que não possui atividades com fins lucrativos.  Ações realizadas para vencer as dificuldades. Essa categoria possibilita compreender como a associação atua e encontra oportunidades para desempenhar suas atividades mantendo-se ativa.


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 Papel do associado para o sucesso da associação. Com esse levantamento é possível entender como o associado contribui para a sobrevivência da Amanu.  Importância das parcerias para a continuidade das atividades da Amanu. Essa categoria, permitirá compreender como os recursos advindo de parcerias contribuem para a existência da associação.


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RESULTADOS E DISCUSSÃO

Este capítulo apresenta os resultados da pesquisa realizada. Serão apresentadas as ações promovidas pela Amanu para inclusão social, identificada a visão de membros e beneficiários da Amanu sobre os projetos para inclusão social realizados, bem como serão apontadas as instituições nas quais a Amanu se apoia para realização dos seus projetos de inclusão, destacados os desafios enfrentados e as alternativas usadas para lidar com estes desafios. Dessa forma, busca-se a apresentação do material coletado nas entrevistas, de modo a atingir os objetivos propostos.

4.1 Amanu A Amanu é uma associação civil, sem fins lucrativos, fundada em 2007 a partir da reunião de integrantes de 3 grupos autônomos que atuavam na Região Metropolitana de Belo Horizonte, Minas Gerais, o Uirapuru – Filosofia e Educação, o Grupo Aroeira – Ambiente, Sociedade e Cultura, e o Tecer – Grupo de Estudos em Educação de Jovens e Adultos. (ASSOCIAÇÃO AMANU, 2011). A atuação da Amanu é por meio de execução e apoio a projetos, realização de pesquisas, publicações, intercâmbios, eventos, reuniões, círculos de estudos, conferências, debates, cursos, oficinas, palestras e seminários, estabelecimento de parcerias e prestação de serviços com o intuito de fortalecer as organizações populares de base. (ASSOCIAÇÃO AMANU, 2011). São objetivos da Amanu: melhorar a qualidade de vida das comunidades, incentivar a participação política das organizações populares, a mobilização e participação política das organizações de base e contribuir para o fortalecimento de relações sustentáveis entre os seres humanos e a natureza. (ASSOCIAÇÃO AMANU, 2011).


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A Associação atua especialmente nas áreas da economia popular solidária, educação popular, agricultura urbana, permacultura, agroecologia e ações socioambientais, voltadas à infância, adolescência, juventude, idade adulta ou pessoa idosa. (ASSOCIAÇÃO AMANU, 2011). Entre os principais projetos realizados pela Amanu no município de Jaboticatubas, destacam-se o MOVA-Brasil, um programa de alfabetização de jovens e adultos; o Nessa Terra Tudo Dá, um projeto de fortalecimento da agricultura familiar; o Alimentos do Cerrado, que tem como principal proposta compartilhar e gerar conhecimentos sobre os alimentos do cerrado; o Centro Cultural Comunitário, um espaço para a execução de ações educativas e culturais e a Feira Agroecológica Raízes do Campo de Jaboticatubas, uma proposta de desenvolvimento rural sustentável. Esses projetos foram descritos e detalhados na seção de resultados. Diante do exposto, percebe-se Amanu possui uma ampla participação no cenário da inclusão social. A Amanu se dedica em especial às populações do campo, agricultores familiares e extrativistas, buscando sua visibilidade e participação política, para que a agricultura familiar, o agroextrativismo sejam vistos como modelos de desenvolvimento sustentável, e essas famílias possam gerar renda mantendo seus modos de vida e a preservação do meio onde vivem, notadamente o cerrado. Pode-se observar, de acordo com os conceitos de Manãs e Medeiros (2012), Hudson (1999) e Adriano (2009), que a atuação da Amanu reforça o seu papel, enquanto instituição do terceiro setor, no sentido de promover ações de interesse públicos em áreas onde o Estado atua de forma ineficiente.

4.2 Perspectivas de Membros e Beneficiários As entrevistas foram realizadas com membros e beneficiários da Amanu, o que gerou uma série de respostas demonstrando que a vontade de todos é que os


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projetos sejam expandidos, porém ainda faltam recursos para colocar esta ideia em prática. Na visão dos membros os projetos têm atendido os anseios da população com a qual trabalha, uma vez que, esses projetos são direcionados para as áreas sociais, culturais e econômicas. O encaminhamento de demandas abrange experiências e resgate de culturas que ficaram esquecidas como os quilombolas e uma diversidade de cultivo da região. Conforme afirmação da coordenadora da Amanu, durante a entrevista, percebe-se que a instituição é otimista e está satisfeita com a abrangência e repercussão de suas ações. Ficou claro que existem muitos projetos ainda não colocados em prática por falta de recursos e pelos limites de um trabalho voluntário. Percebe-se que os membros possuem, em sua totalidade, a vontade de expandir as atividades da associação, bem como manter uma interação com outros grupos e/ou associações, mas esta questão esbarra na falta de recursos financeiros, além da falta de pessoas voluntárias para atuar nestas ações. Quanto à perspectiva dos beneficiários, por meio da pesquisa foi possível levantar que estes têm o desejo de conseguir uma produção totalmente orgânica, bem como atuar na conscientização dos consumidores sobre a importância dos alimentos saudáveis para uma boa qualidade de vida. Também é desejo dos membros a criação de um espaço voltado para a cultura, desenvolvimento de atividades audiovisuais para todas as idades, cinema, música e literatura. Os beneficiários se mostram mais integrados com a agroecologia, saber plantar determinados alimentos, saber preparar a terra e usar os recursos naturais sem degradá-los, oferecendo alimentos de qualidade para a população e implantar a economia solidária, respeitando a todos economicamente. “(...) Nós, produtores estamos mais integrados e obtendo melhor conhecimento para produzir melhores produtos. Porque o objetivo é trazer bons produtos para a feira, então não colocamos agrotóxico, nem colocamos esterco de


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qualquer maneira. Ficou mais fácil de trabalhar,” (relato de um dos entrevistados – feirante)

Todos os entrevistados desejam que os projetos, as ações desenvolvidas pela Amanu alcancem um número maior de jovens com mobilização para a importância da agroecologia e de outros projetos idealizados. Isso é necessário para a continuidade do trabalho realizado e fazer com que estes jovens se interessem e passem também a fazer parte dos projetos, além de acrescentar conhecimentos e adquirir uma profissão, não abandonando o meio rural, ou seja, o campo. Os entrevistados destacaram que “os jovens fazem a força” e precisam ser incentivados a engajarem na luta pela busca da sustentabilidade das famílias que vivem na zona rural. Nota-se que para os seus beneficiários, a Amanu promoveu a integração com outros beneficiários de outras localidades e mais contato com as pessoas do centro da cidade. Como pode ser notado no relado de um dos feirantes: “(...) Através da participação dos projetos da Amanu, tive oportunidade de conhecer outras pessoas de outras comunidades, o que permitiu a troca de experiência e melhor vivência social.” (relato de um dos entrevistados – feirante)

Um dos membros da associação, destaca que: “(...) o Projeto da agroecologia trouxe a importância, o incentivo e esperança de permanecer no campo, produzir, comercializar e ter uma renda extra. As perspectivas são de que haja projetos que possam trazer mais pessoas a conviver e participar da Agricultura Familiar trabalhando de maneira sustentável, ecológica e solidária.”


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Foi possível verificar o anseio dos beneficiários para que a feira Raízes do Campo, que atualmente acontece aos segundos e quartos sábados de cada mês, passe a acontecer mais vezes. Proporcionando aumento das vendas, dos postos de empregos, e maior produção. Notou-se, em observação de campo, que a realização da feira trouxe mudanças na rotina da cidade, uma vez que atrai um número significativo de pessoas para realização de compras.

Tal observação pode ser comprovada de um dos membros da associação: “(...) a Feira se tornou um atrativo cultural para a cidade, tendo em vista sua contribuição também para o turismo. Cada vez mais, aumenta o número de visitantes, em busca de produtos orgânicos de qualidade. Dessa forma, a feira também contribui para melhoria da economia local, geração de emprego e renda.” (relato de um dos entrevistados – membro)

Os membros da Associação encorajaram os beneficiários a se empenharem nos trabalhos com a agroecologia, ter uma visão mais ampla dos cuidados e alertas com práticas não saudáveis e insustentáveis. Os beneficiários sentem-se motivados a permanecer no projeto e tornam-se ativos no sentido de incentivar outras pessoas a participarem das ações desenvolvidas. Os projetos desenvolvidos pela Amanu, trazem resultados significativos no sentido de incentivar os produtores rurais a retirarem o seu sustento do local onde vivem e trabalhar com melhores práticas de plantio e produção de produtos orgânicos. Tal constatação é possível observar na fala dos entrevistados, com destaque para a avaliação de um dos feirantes: “(...) com a Amanu apareceu a oportunidade e incentivo para ficarmos na roça, produzir mais e ter como vender os nossos produtos. Através da associação é


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repassado conhecimento, o que é muito importante. Esses projetos que são desenvolvidos trazem mais esperança para nós que estamos no campo.” (relato de um dos entrevistados – feirante)

Os beneficiários são unânimes ao afirmar que a Associação veio para somar na vida deles. Um exemplo foi o Mova Brasil, um projeto que promove a alfabetização de jovens e adultos, gerando integração e inclusão das classes menos favorecidas. Os participantes contaram que era vergonhoso não saber assinar o nome, tinha dificuldades em ir até ao supermercado, pois não sabiam ler, dessa forma, o projeto mudou a vida dessas pessoas. A alfabetização abriu novas portas e inseriu estas pessoas no convívio em sociedade. De uma maneira geral, percebe-se que membros e beneficiários estão satisfeitos com a Amanu e com os projetos até agora realizados. Através da observação de campo, foi possível perceber que o projeto de Vivência abre as portas para pessoas que desejam conhecer como funciona o trabalho da agroecologia nas propriedades dos feirantes. Dessa forma, promove conhecimento, resgata a cultura orgânica e promove a interação entre produtor e consumidor, ao passo que estimula o turismo e a troca de informações entre os mais diversos modos de produção e sua diversidade nas diferentes regiões do país. A coordenadora da Amanu, salienta que: “(...) a parte cultural é uma demanda que esbarra na questão financeira, tendo em vista que existe uma grande dificuldade para desenvolver os trabalhos culturais que já foram projetados para execução no Espaço Popular Raízes, um Espaço localizado próximo ao Centro da cidade de Jaboticatubas, criado para atender um público mais voltado para as atividades culturais.” (relato de um dos entrevistados – coordenadora)


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É possível perceber nas declarações dadas pelos entrevistados e pela observação de campo, a influência da associação no tocante a promoção da inclusão social, direta dos seus beneficiários diretos e indiretamente da população local. Esse conceito, conforme defendido por Hammes (2009), Toleto (2008), Aranha (2000), Sassaki (1999), Barros (2008) e Denari (2011), trata-se da disponibilidade de meios e recursos para que os cidadãos tenham acesso as oportunidades de desenvolvimento, respeitando-se as diferenças de cada um, além de proporcionar a valorização de cada pessoa e acesso ao aprendizado compartilhado.

4.3 Instituições Parceiras Foi levantada junto a Amanu, a existência de parcerias para a promoção e desenvolvimento dos projetos. Segundo a coordenadora da associação, a Amanu tem várias parcerias, nas quais se apoia para a realização de suas ações de inclusão social. Além disso, também se articula em redes e articulações estaduais e federais. Essas redes e articulações ocorrem por meio da união da Amanu e de outras associações e grupos que têm demandas parecidas, com o objetivo de aumentar o poder de influência das políticas públicas. Dentre as instituições parceiras da Amanu merecem destaque a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA, a Fundação Banco do Brasil FBB, o Programa Pequenos Projetos Ecossociais - PPP-ECOS, o DGM Brasil (Mecanismo de apoio a Povos Indígenas, Quilombolas, e Comunidades Tradicionais do Cerrado brasileiro), entre outros. Como redes e articulações destacam-se a Rede Cerrado, a Articulação Metropolitana de Agricultura Urbana AMAU, a Rede de Educadores Populares - RECID, a Rede Brasileira de Economia solidária - COMSOL.


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A maioria das parcerias é conseguida por meio de projetos que a Amanu elabora e envia para as empresas, conforme exigido em editais publicados e amplamente divulgados na internet. Existe concorrência com outras associações, porém se o projeto atender aos objetivos, a empresa concede o financiamento. Um exemplo é a parceria realizada com a EMBRAPA para a construção de barraginhas. As barraginhas são pequenas bacias escavadas no solo que funcionam como contentoras de enxurradas, com o propósito de reter e armazenar a água das chuvas, evitando erosões e enchentes. Neste caso, a Amanu atuou na mobilização das comunidades e a EMBRAPA forneceu o maquinário e a mão de obra para a construção de mais de 80 barraginhas, responsáveis por manter água em alguns lugares, durante o ano todo. Esta é uma excelente e muito eficiente alternativa para enfrentar o período da seca. Outra importante parceria da Amanu é com a Fundação Banco do Brasil – FBB, que visa a construção de cisternas para a captação de água da chuva. Por meio desta parceria, serão construídas 14 cisternas. Para tanto, a FBB abriu um edital e foi enviado um projeto pela Amanu. Este projeto foi aprovado e a construção das cisternas já está em andamento. Por meio do PPP Ecos a Amanu está colocando em prática seu projeto de beneficiamento do coco macaúba. Na região de Jaboticatubas existe grande quantidade deste coco, dessa forma, o projeto gera emprego e renda, de forma coletiva, para as comunidades extrativistas, além de gerar benefícios para a manutenção do cerrado. Por meio da entrevista com os membros, principalmente com a coordenadora, foi identificado que a educação popular é uma das principais metodologias de trabalho da Amanu, de modo que o empoderamento dos participantes vá ocorrendo ao longo das ações. Assim, não são apenas beneficiários, mas participantes em todas as etapas: levantamento de demandas,


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execução de ações, avaliação, planejamento. O trabalho em grupo, o diálogo e a vivência democrática são os pilares da associação. Nesse contexto, a atuação da Amanu em busca de parcerias para concretizar projetos de cunho social e importantes para a população local, reforça a ideia do papel do terceiro setor, defendidas Manãs e Medeiros (2012), Tenório (2004), Hudson (1999), Adriano (2012), Ivo (2004) e Camargo et al. (2001). O terceiro setor apresenta-se como uma alternativa para os seus beneficiários, proporcionando a eles oportunidades de desenvolvimento em áreas que o Estado não consegue atuar ou não atua com eficiência.

4.4 Desafios da Amanu A Amanu, desde o início de suas atividades em Jaboticatubas passou e ainda passa por uma série de desafios, que se estendem pelas esferas financeiras, sociais, entre outras. A princípio, o acolhimento da Associação se deu com muita dificuldade uma vez que, os membros eram da cidade de Belo Horizonte, gerando desconfiança e incerteza em parte da população, quanto à instituição que se estabelecia sem vínculos e pessoas de referência da cidade de Jaboticatubas. São vários pontos negativos enumerados pelos membros, entre os quais, três merecem destaque sendo: a dificuldade da Associação Amanu ser autossustentável, falta de uma frota própria e falta de recursos financeiros para manutenção das instalações. Esses aspectos podem ser bem observados nos discursos dos membros apresentados a seguir: “(...) não possui geração própria de recursos para viabilizar uma gestão mais coordenada e eficaz, isso prejudica seu desenvolvimento e crescimento.” (relato de um dos entrevistados – membro)


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“(...) a Amanu não possui veículos para locomoção de seus membros, o que dificulta a busca por mais recursos e atendimento às demandas da Associação”. (relato de um dos entrevistados – membro) “(...) há uma grande dificuldade em conseguir recursos para manutenção do espaço físico, gastos com energia elétrica, água e manutenção, o que sobrecarrega a equipe técnica, que tem que ir em busca de recursos através de ações sociais para arrecadar fundos. ” (relato de um dos entrevistados – membro)

Atualmente, o principal desafio da Amanu é aumentar a abrangência dos seus projetos, entretanto para que ocorra esta ampliação dos projetos, é preciso recursos financeiros, além de pessoas voluntárias para levar estes projetos até as comunidades até então não alcançadas, conforme pode ser observado na entrevista realizada com a coordenadora da Amanu: “(...) visto que as estratégias metodológicas e os projetos em curso têm atingido êxito, nosso principal desafio é aumentar a abrangência dos mesmos, o que precisa de mais recurso para ser feito. A agricultura familiar tem sido renegada durante muitos anos pelas políticas públicas, o que dificultou e atrasou a implantação da Feira Raízes do Campo”. (relato de um dos entrevistados – membro)

A coordenadora destaca também que o envelhecimento dos atuais produtores rurais, têm representado uma barreira na expansão das atividades da associação.


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“(...) Outro desafio é o envelhecimento da mão de obra no campo, já que os jovens têm deixado o campo para buscar outras fontes de renda na cidade.” (relato de um dos entrevistados – membro)

Tal afirmação pode ser comprovada em entrevista com os feirantes que também são produtores rurais. Segundo eles, a vida no campo não está fácil, o produtor não é valorizado, com isso, os jovens tem de sair do campo e ir em busca de emprego na cidade. A coordenadora da Amanu, destaca que o combate a degradação e a especulação imobiliária, apontada por ela como responsáveis pela diminuição das áreas cultiváveis, tendo em vista o grande número de condomínios na região de Jaboticatubas, também são desafios da Amanu. “(...) Essa situação é financiada e apoiada pela maioria dos políticos, que não apostam na agricultura familiar e agroecologia, pensam apenas no lucro e não percebem os efeitos negativos do crescimento desordenado da cidade.” (relato de um dos entrevistados – membro)

No Brasil ainda não se tem uma prática de doações para entidades como a Amanu, como acontece no exterior. A captação de recursos depende de editais e do governo ou de outras entidades nacionais e internacionais, porém, estas entidades não têm enviado muitos recursos para o Brasil. Dessa forma, aumentar a abrangência das doações não é uma tarefa fácil, pois diante de um cenário de restrições na economia a busca de parcerias e recursos está cada vez mais difícil. A coordenadora explica que aumentar a rede de sócios é outro desafio “(...) ou seja, pessoas que fazem doações mensais para a associação.” Observa-se que os membros da associação buscam manter a Amanu, bem como as atividades realizadas pela entidade com o intuito de beneficiar a população


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local. Mesmo com todos os problemas enfrentados, a Amanu procura preservar os seus objetivos, no tocante a visar o ganho coletivo em detrimento ao interesse econômico ou fim lucrativo para os associados ou administradores, como defende Resende (2003) e Camargo et al (2001). Esses valores defendidos pela associação, norteiam os caminhos para manter-se ativa. Os meios de vencer as dificuldades, utilizados pela Amanu, serão abordados no subtópico a seguir.

4.5 Estratégias para lidar com os desafios Para lidar com estes desafios, a Amanu busca concorrer em editais para o terceiro setor, aumentando a rede de parceiros e buscando financiamento para seus projetos. A coordenadora destaca que: “(...) é por isso a importância de uma Associação bem organizada, formada por um corpo técnico capaz de elaborar projetos bem fundamentados que atendam os requisitos exigidos nos editais. Para aumentar a rede de apoiadores, hoje, o maior desafio, a Amanu busca disseminar o trabalho realizado, visando a conscientização das pessoas, de modo a conseguir novos doadores.” (relato de um dos entrevistados – membro)

Outra alternativa é a mobilização social e a participação política para acompanhamento das políticas públicas. “(...) A Amanu busca inserir os produtores nas políticas públicas e a participação política, além de também participar da aprovação do plano diretor do município para impedir que áreas rurais tradicionais sejam transformadas em áreas urbanas.” (relato de um dos entrevistados – membro)


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A Amanu atua de modo a mostrar a Agricultura familiar como possibilidade de crescimento da região, por meio da preservação ambiental, de modo a fazer com que a população e os políticos da região acreditem e apostem nesta ideia. Estas estratégias, juntas, têm sido responsáveis pelo crescimento e fortalecimento da Amanu na cidade, bem como maior valorização dos produtores rurais, promoção da educação e inclusão. Nota-se que a Amanu se utiliza de meios, como os citados pela ABONG (2012), para captação de recursos com a finalidade de financiar suas atividades, dentre eles as doações individuais e recursos oriundos de órgãos estatais. A associação depende dos recursos financeiros para sua manutenção e sobrevivência, conforme abordado por Tude; Mello; Vasconcelos (2012) e Mendonça e Araújo (2005), sendo as captações desses recursos um desafio enfrentado pelos coordenadores, mas que por outro lado tem contribuído para a consolidação da associação, observando que a entidade precisa estar organizada e construir projetos fundamentados para conseguir patrocínio que possibilite a concretização de tais projetos.


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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados encontrados evidenciam que a Associação Amanu desempenha um importante papel na cidade de Jaboticatubas no tocante a inclusão social. Analisa-se, de acordo com Manãs e Medeiros (2012), Hudson (1999) e Adriano (2009), que as associações têm um papel importante na sociedade brasileira, onde a gestão pública não consegue alcançar a todos com políticas públicas de qualidade e eficiência, surgindo então o trabalho voluntário, cooperativo e solidário dessas instituições que busca alcançar o maior número de pessoas possíveis para contribuir com seu aprendizado, resgatar valores, cultura e saberes. É possível concluir que a instituição da Amanu em Jaboticatubas trouxe uma nova rede de significação para os seus beneficiários, uma vez que proporcionou melhor qualidade de vida, disseminação de novos aprendizados e incentivo ao desenvolvimento pessoal, social e econômico dos envolvidos. Os projetos desenvolvidos pela associação são de grande importância para os seus beneficiários. Com isso, conclui-se que a atuação da Amanu é vital para a vida dessas pessoas, uma vez que elas depositam no projeto grandes expectativas e se sentem motivadas a participar dos mesmos. A pesquisa feita evidencia o árduo esforço dos responsáveis pela implantação das ações e projetos da Associação Amanu em Jaboticatubas, o que demonstra um amadurecimento da associação e consciência dos seus gestores no que diz respeito a sua importância para cidade. A Associação vem a cada dia ganhando espaço conquistando a confiança e solidariedade da população, que almeja desenvolvimento no âmbito social, cultural e educacional. Conclui-se, por fim, que há consciência dos responsáveis pela associação, bem como dos seus beneficiários, da importância da Amanu para cidade de Jaboticatubas, no tocante a promoção da inclusão social de trabalhadores rurais,


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fomento ao turismo e ao desenvolvimento de experiências voltadas para a agroecologia. Foi possível identificar que tanto os coordenadores quando os beneficiários, possuem conhecimento da importância de se manterem organizados para manutenção e sobrevivência da associação. Observa-se ainda a consciência da necessidade da inserção de jovens nos trabalhos realizados para a sobrevivência dos projetos no futuro.


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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

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VELLASCO, Daya Gloor. Relatório de Atividades Anual. p. 04. 2014. Associação Amanu – Educação Ecologia e Solidariedade. Jaboticatubas/Minas Gerais/Brasil.


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APÊNDICE A

ROTEIRO DE ENTREVISTA (MEMBROS DA AMANU) Nome: __________________________________________________________ Função: _________________________________________________________ Descreva como ocorrem as ações da Amanu para a inclusão social? Quem são os envolvidos, bem como o papel de cada pessoa para a realização destas ações? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ __________________________________________________________ Qual a sua visão sobre os projetos realizados pela Amanu? Você acredita que os projetos atendem as necessidades da população? Existe, na sua opinião, algum projeto que ainda não foi implantado, mas que poderia ser colocado em prática? Caso afirmativo, explique. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ __________________________________________________________ Em quais instituições a Amanu se apoia para a realização dos seus projetos? Existem documentos que comprovam esta parceria? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ __________________________________________________________ Quais os desafios enfrentados pela Amanu para a realização das ações de inclusão social? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ __________________________________________________________ Como a Amanu lida com estes desafios para colocar em prática suas ações de inclusão social? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ __________________________________________________________


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APÊNDICE B ROTEIRO DE ENTREVISTA (BENEFICIÁRIOS DA AMANU)

Nome: __________________________________________________________ Profissão: ___________________________________________________

Quando e como você conheceu a Amanu? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ __________________________________________________________ Você participa de quais projetos da Amanu? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ __________________________________________________________ Como as ações da Amanu afetaram o seu modo de trabalho? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ __________________________________________________________ Quais os benefícios você acredita que a Amanu proporcionou para o seu dia-a-dia? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ __________________________________________________________ Quais são as suas perspectivas quanto as ações da Amanu? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ __________________________________________________________ Tem algum projeto que você gostaria que a Amanu desenvolvesse? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ __________________________________________________________


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ANEXOS

Figura 1: Construção de cisternas. Foto: Equipe Amanu.

Figura 2: Cisterna pronta para captação de água da chuva. Foto: Equipe Amanu.


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Figura 3: Mutirão de implantação do Sistema Agroflorestal na propriedade do Prego e da Sergina. Foto: Equipe Amanu.

Figura 4: Projeto Barraginhas da EMBRAPA. Foto: Equipe Amanu.


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Figura 5: Projeto Barraginhas da EMBRAPA. Foto: Equipe Amanu.

Figura 6: Estrutura de bambu que abrigará a I Casa Comunitária do Coco Macaúba. Construção ecológica, geração de renda para comunidades agroextrativistas. Foto: Equipe Amanu.


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Figura 7: O IV Encontro de Mulheres do projeto de ATER da Rede de Intercâmbio de Tecnologias Alternativas foi na casa da Geralda, feirante da Raízes do Campo. O que você já deixou de fazer somente por ser mulher? Foi uma das perguntas norteadoras da conversa. #direitosiguais Foto: Equipe Amanu.

Figura 8: Feira Raízes do Campo. Foto: Equipe Amanu.


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Figura 9: Feira Raízes do Campo. Foto: Equipe Amanu.

Figura 10: Beneficiários, parceiros e colaboradores da Associação Amanu. Foto: Equipe Amanu.


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Figura 11: A conversa sobre Controle Social na venda direta ao consumidor de produtos orgânicos foi parte do Encontro de Formação Continuada da Feira Raízes do Campo. Foto: André Renault.


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