JornalESAS julho de 2018

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Foto de António Carvalhal (prof.)

Publicação Trimestral — julho 2018 — número LI (51)


III Semana das Humanidades A memória como património cultural Agrada-me a ideia de olhar para a memória como uma cana de pesca de recordações – não uma cana de pesca como a que o meu pai me deu quando fiz doze anos, mas uma cana de pesca um tanto ou quanto mais complexa – que montou o seu estaminé na nossa mente e nos permite reter, (re)lembrar, (re)viver e (re)pescar o passado. E é importante referir que o passado, ao contrário do que muitos teimam em dizer, não está passado.

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ada está passado porque a História é um livro cíclico e contínuo. E como aluna de História, posso garantir que a interpretação do passado é verdadeiramente essencial para que possamos fazer do Presente um autêntico presente, com um laço em cima. Assim como nós, a memória tem cinco sentidos. Por isso te recordas das cores daquela pintura bizarra que viste no museu, daquela música que dançavas horas a fio, daquela relva molhada em que te deitas a sonhar acordado, daquele bolo de chocolate divinal que só a tua avó fazia e daquele perfume inconfundível dos livros novos. Todas essas memórias te cicatrizaram e conduziram até à pessoa que és hoje. E às vezes dou por mim, assustada, a pensar o que seria se, alguma vez, por algum motivo, tivesse remado por um caminho diferente daquele que remei e não tivesse sentido estes episódios. Que memórias me estariam a assaltar o cérebro neste momento? Que memórias nunca teriam tido sequer a oportunidade de nascer? Este raciocínio absurdo e devorador leva-me a crer que nada guarda a História – individual e coletiva – bem como o seu legado e património, de forma tão magistral como a

memória. Nem mesmo os livros, as pontes, os palácios, as estátuas, as músicas ou os filmes. As pessoas e a sua memória são sim a alma do património cultural. As pessoas e a sua memória são sim a forma mais diáfana de guardar a vida. Com dezassete anos, talvez já tenha idade de ter um conceito de vida menos utópico. Talvez ainda não consiga ou talvez, simplesmente, não queira. A minha cabeça é habitada por uma bola fervilhante de células com ideias e todos os dias tenho esperança que a cultura, essa coisa fugidia que tem vindo a esmorecer e a perder importância, volte a ganhar peso no seio da sociedade, mais do que o dinheiro ou a fama. Ser culto deveria ser uma ocupação a tempo inteiro! Porque ser culto abre portas e move montanhas. Porque ser culto preenche a memória com o mais valioso património. Em tom de confissão, para concluir, quase arrisco a dizer que tenho uma teoria: a essência do património cultural, o mais ínfimo e peculiar detalhe do património cultural, a beleza mais genuína e discreta do património cultural é tão impossível de verbalizar, representar, conceber ou congelar que sobrevive única e exclusivamente na memória de cada um. Inês Sincero,12ºG


III Semana das Humanidades “É a nova Arte!” – Destruição do Património Português O Ano Europeu do Património Cultural é para ficar no papel ou passar à ação?

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m 2018 comemora-se o Ano Europeu do Património Cultural que aliás deu o mote para a 3.ª Semana das Humanidades na nossa escola. Este acontecimento não deve deixar os portugueses, assim como os europeus, indiferentes, mas sim orgulhosos de poder celebrar a nossa história e a nossa cultura. Efetivamente, a cultura é símbolo da personalidade nacional, é o bilhete de identidade do nosso país e é ela que nos diferencia dos restantes povos; é a marca do passado, do presente e do futuro; a cultura é algo que nos interliga, que torna a nossa nação mais forte. Exemplo disso é o Festival Eurovisão da Canção que se realizará, este ano, em Portugal e que tem como tema o mar (bem evidente, no slogan: “All Abord – Todos a bordo), demonstrando e enfatizando o nosso passado glorioso ligado às descobertas dos oceanos. Na verdade, a cultura pode ser objeto de estudo do passado e de perspetivação do futuro, na medida em que ajuda na concretização de novas marcas nas quais, certamente, o nosso orgulho nacional está presente. É necessário, por vezes, entender de forma clara o passado, analisá-lo, perceber o que falhou, para que, no futuro, possamos continuar a construir novas e fortes glórias. Assim, em obras como a “Mensagem” de Fernando Pessoa e “Os Lusíadas” de Luís de Camões, ambas escritas em épocas de decadência, podemos constatar que as obras gloriosas realizadas no passado são alvo

Forte Santo António do Estoril

de inspiração para futuras conquistas, não necessariamente num ponto de vista guerreiro. Mas estas linhas de enaltecimento da cultura servem apenas para introduzir o problema com que nos deparamos, atualmente, e que me deixa profundamente indignada e, para o qual fui despertada através da reportagem “Linha da Frente”, transmitida a 8 de fevereiro, na RTP1 – “Estado de Abandono”. Como é o que nosso património cultural, quer seja ele imaterial, quer seja ele físico, mas principalmente este último, continua a ser desvalorizado e vandalizado da maneira mais grotesca que pode existir? De que nos servem os reconhecimentos nacionais e internacionais, de que nos servem o fado e o canto alentejano serem classificados como Património Imaterial da Unesco, se deixamos que vários monumentos sejam expostos a atos de vandalismo? Como nação deveríamos apostar na sua conservação e na difusão da sua imagem. O Forte de S. António do Estoril (construído durante o período filipino – finais do século XVI e conhecido por ser o local onde Salazar caiu da cadeira) é um dos imóveis considerados “Imóvel de Interesse Público”. Outrora um sítio imaculado e local de férias do Presidente do Conselho durante o período ditatorial português do século XX, colónia de férias das meninas do Instituto de Odivelas, já no século XXI, é agora habitado por toxicodependentes e, dois anos e meio após ser abandonado, encontra-se vandaliza-

Depois

do, com azulejos emblemáticos, onde podíamos ler inscrições de “Os Lusíadas”, por exemplo, completamente destruídos. A propósito do cenário presente, Adriano Moreira, antigo Ministro do Ultramar (1961-1963), que costumava frequentar o forte, refere-se aos grafitis como a “nova arte”, dizendo com um tom de completa disforia e de preocupação que acha esta situação inadmissível. Infelizmente esta situação de abandono não é única. Podemos referir outros edifícios como o Forte de S. Teodósio da Cadaveira, construído em 1641, durante o período da Restauração, o Forte de S. Pedro, localizado na marginal de Cascais, e que já abrigou uma discoteca, já encerrada, o Paço Real de Caxias, local de eleição para as férias de D. Maria I, D. João VI e outros membros da casa real portuguesa. Todos estes exemplos têm algo em comum: encontram-se expostos ao vandalismo humano, às intempéries, quando podiam, perfeitamente, ser restaurados, criar postos de trabalho, centros de atratividade turística, de competitividade e símbolo de afirmação de um país. Sendo estes monumentos símbolo da memória coletiva como é que reage o Estado a tamanha degradação? Quando questionado, a propósito deste tema, a Direção Geral do Tesouro e Finanças responde: “Não iremos comentar.” Estamos constantemente perante a inércia estatal. (continua)

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Antes


III Semana das Humanidades

Quem, sem consentimento ou autorização de quem de direito, entrar ou permanecer em pátios, jardins ou espaços vedados anexos a habitação, em barcos ou outros meios de transporte, em lugar vedado e destinado a serviço ou a empresa públicos, a serviço de transporte ou ao exercício de profissões ou atividades, ou em qualquer outro lugar vedado e não livremente acessível ao público, é punido com pena de prisão até 3 meses ou com pena de multa até 60 dias.

Agressões contra o património são puníveis por lei e são da responsabilidade do Ministério Público. Em 2017, foram abertos 11 inquéritos crimes, mas os locais induzidos em crime não foram revelados. Após a elaboração da reportagem para a RTP 1, foram tomadas algumas medidas, ainda muito insuficientes. Foram colocados, no Forte de S. António do Estoril, avisos com o art.º. 191 do Código Penal, mas a rede envolvente não foi recuperada e os portões continuam abertos “ao vandalismo”. O telhado continua e continuará a servir de campo de futebol. O Paço Real de Caxias foi fechado com tábuas de madeira. De quem é a responsabilidade? Do Estado, sim, mas sobretudo do povo que continua a destruir o próprio património. Enquanto portuguesa, sinto o meu orgulho ferido. Assim, é necessário educar os povos a apreciar a sua cultura e, sobretudo, a preservá-la.

pós a transmissão da reportagem na televisão portuguesa e da elaboração do artigo acima exposto, foram notadas algumas mudanças, ainda que insuficientes, mas mesmo assim, algumas mudanças. Em Cascais, o forte de Santo António do Estoril abriu portas no dia 25 de abril, dia em que se comemorou o 44.º aniversário da Revolução dos Cravos, permitindo aos visitantes desfrutar das instalações já recuperadas. Após a cedência do espaço pelo Ministério da Defesa Nacional, o autarca da Câmara Municipal de Cascais revelou que foram investidos 800 mil euros na remoção de cerca de 600 toneladas de “entulhos e lixos”, sendo que o processo passou pelo desmatamento da zona envolvente, pela remoção dos “graffits”, reabilitação dos azulejos danificados e ainda vedação do terreno. À semelhança de outros espaços da cidade, o forte será “aberto pontualmente aos visitantes”. Esta é a prova viva que a Comunicação Social é capaz de denunciar e de transformar a mentalidade de uma sociedade. Posso dizer, assim, que o meu orgulho ferido começa aos poucos a cicatrizar.

Texto: Rosa Conde Costa, 12.º F Imagens: Inês Couto, Jornal Expresso

Email: porto.antas@naomaispelo.pt

Artigo 191.º - Introdução em lugar vedado ao público (Código Penal)

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Tel/Fax.: 225 024 938 / Tlm.: 911 710 979

pena por atos de vandalismo que pode levar até três meses de prisão.

Rua Santos Pousada, 1204 - 4000 – 483 Porto

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(continuação) As câmaras municipais, onde estão inseridos estes monumentos, estão em permanente diálogo com o Estado. Umas conseguem resposta, outras nem por isso. A burocracia e a escassa vigilância, causada pela redução de efetivos, são fatores que levam ao adiamento da manutenção e recuperação dos edifícios. A Câmara Municipal de Odivelas conseguiu a cedência do Mosteiro de D. Dinis por 50 anos, tendo como objetivo a recuperação do património abandonado aquando o encerramento do Instituto de Odivelas. Já a Câmara Municipal de Oeiras não obteve respostas face à possibilidade de cedência do Paço Real de Caxias à autarquia, que neste momento pertence ao Ministério da Defesa e se encontra à venda. Se a falta de recursos já faz parte da velha história, parece haver luz ao fundo do túnel com a criação do Programa Revive, programa este onde o Estado prevê a concessão a privados de mais de 30 imóveis com interesse público. A Câmara de Sesimbra espera ver o Santuário do Cabo Espichel incluído nesse programa para dar início à recuperação das habitações dos peregrinos. A Fortaleza da Juromenha, no Alentejo, é símbolo de alguma preocupação por parte da povoação e da autarquia que tenta fazer restauros, ainda que estes não sejam os mais adequados (colocação de cimento na capela, por exemplo). Foram encontradas ossadas humanas, recentemente, no local, o que acrescenta, de certo modo, valor histórico e cultural à infraestrutura. Espera-se uma intervenção de 600 mil euros, parte que será auferida de fundos comunitários. Mas será que a lei prevê punição para este atos de vandalismo? A resposta é positiva. O Código Penal já prevê uma


III Semana das Humanidades “Brincar através dos tempos…” “As brincadeiras, portadoras de tradições e costumes culturais de significado intangível, são expressões culturais reconhecidas pela Unesco como património comum da humanidade. Mesmo assim, o brincar e as brincadeiras enquanto manifestações coletivas, em que a criança desenvolve relações sociais com o seu grupo de pares e com os adultos, apelando à memória coletiva, nem sempre são incentivadas e respeitadas. Por um lado, o significado de brincar como essencial para o diálogo intercultural e tónico para a vida das crianças não tem sido compreendido como ato “sério”, e por outro, o tempo e o espaço para brincar tem vindo a diminuir, criando constrangimentos diversos que merecem a nossa atenção. (…) ” Maria José Araújo (http://escolaatempointeiro.blogspot.pt/2013/03/as-brincadeiras-patrimonio-cultural.html) brincadeiras, pois não havia a oferta de hoje e os recursos económicos eram outros. Também brincavam mais com os amigos e passavam a maior parte do tempo fora de casa… Aqui ficam algumas respostas: 1 . Onde é que brincava? (…) na rua onde vivia; no terreiro da escola; no passeio da minha rua; no quintal; no Jardim de S. Lázaro; em casa. 2 . Com quem brincava? (…) amigos da escola; vizinhos; irmãos; animais de estimação. 3. Exemplos de brincadeiras: jogo do botão; macaca; jogo da marca; sameira, “manos da floresta”, jogo das pedrinhas; saltar à corda; mata; jogar “à bola”; apanhada; peão; bonecas; construir carrinhos de arame; jogo do bugalho.

(continua)

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ando seguimento à proposta da Comissão Europeia, segundo a qual o ano de 2018 é o Ano Europeu do Património Cultural, o Agrupamento de Escolas Aurélia de Sousa desenvolveu, na Semana das Humanidades que decorreu entre 22 e 26 de janeiro, uma série de iniciativas sobre a temática da Cultura e do Património Cultural enquanto instrumentos essenciais de afirmação de uma identidade Europeia. O grupo de Educação Física participou nessa semana com uma iniciativa que pretendeu valorizar “o brincar” e “as brincadeiras” enquanto expressões culturais reconhecidas pela Unesco como património comum da humanidade, realçando o seu papel socializador e potenciador de proximidade intergeracional. Numa época em que, cada vez mais, as crianças brincam sozinhas, em casa e frente a um écran, desafiamos os nossos alunos do 7º ano a entrevistar os avós ou, na ausência destes, outras pessoas com idade para o serem. No final, concluímos que, na maior parte dos casos, “os avós” construíam os seus próprios brinquedos e


III Semana das Humanidades (continuação) “Como os recursos económicos da altura eram poucos, a natureza era a principal fonte de divertimento. Lembro-me de subir a uma cerejeira e usar o fruto como brincos, os pneus deixados à beira da rua serviam de verdadeiros baloiços que eram presos com cordas nas árvores. Retirávamos do campo frutos e legumes e montávamos uma banca de venda dos mesmos. Os campos, cheios de árvores, eram esconderijos perfeitos para brincar às escondidas…” Ilda Azevedo Barros, 63 anos, avó da Beatriz Galvinas do 7º D. Num segundo momento, convidamos os avós a virem à escola brincar com os netos e os amigos dos netos. Aqui fica o testemunho de Maria José Silva, 68 anos, avó da Inês Silva, do 7º C. “Gostei muito de ir à escola reviver a minha infância e de interagir com os alunos do 7° C, que se portaram muito bem. O convite surgiu no âmbito do projeto “Brincar através dos tempos”.

Objetivos da semana das humanidades: ◼

Revalorizar as disciplinas humanísticas;

Na sala jogámos ao “jogo das pedrinhas”, depois dirigimo-nos ao corredor da cantina e jogámos à “macaca” com o esquema desenhado a giz no chão. Seguidamente fomos para o recreio e jogámos ao “mata”.

Valorizar a função estética e transformadora da palavra escrita;

Tomar consciência do poder da literatura como exercício de pensamento;

Foi muito bom ir à Escola Secundária Aurélia de Sousa, onde estudei até ao 9.°ano, no tempo em que a escola era apenas feminina.

Associar a linguagem literária e a palavra poética a outras expressões artísticas.

Muito obrigada à professora Catarina Cachapuz e aos alunos do 7° C que me receberam com grande alegria!” Catarina Cachapuz (profª de Educação Física)

Os alunos do 11º ano J do Curso de Técnico de Turismo asseguraram: ◼ ◼ ◼ ◼ ◼

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3º lugar Bruno Correia, 8º B Final Regional de Xadrez do Desporto Escolar Vidago - Vila Real, dia 8 de maio

Receção dos convidados Slides de apresentação Preparação da mesa do auditório Controle de luz, som e equipamento Cobertura fotográfica


III Semana das Humanidades

O Douro, a herança cultural no presente e no futuro

Produtos e objetos do Alto Douro

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Exposição de propaganda publicada na edição especial do Jornal “Comércio do Porto” na Edição Especial de Natal dos anos 1929, 1930 e 1932 (revistas da coleção particular de Maria de Fátima Santos Silva—profª de Geografia)


Mulher artista "Sou ilustradora desde sempre. Quando estava na escola escolhia ficar a desenhar nos intervalos e dizia que quando fosse grande queria desenhar capas de livros." Leonor Zamith

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sessão com a ilustradora Leonor Zamith foi muito interessante e proveitosa para os alunos de artes. Os alunos puderam usufruir de um discurso fluido, em que a ilustradora abordou temas como o processo artístico geral nas artes, as variadas ferramentas de trabalho, desde o papel, pincéis e tintas até ao computador e mesa digitalizadora, as suas motivações e processo criativo, influências, projetos rejeitados, projetos preferidos, o papel da mulher enquanto artista e ilustradora, falando até sobre a felicidade. A par da sua conversa informal mostrou variadíssimos exemplos do seu trabalho, enquanto arte aplicada em jornais, revistas, folhetos, desdobráveis e outros meios de comunicação gráfica, salientando a importância da ilustração como reforço das palavras impressas. Abordou também, com muito humor, os modos de singrar no mercado de trabalho e a importância de os alunos possuírem valências variadas, tais como conhecimentos em artes plásticas, fotografia, música, cinema, design, cerâmica, literatura, entre outras, valências essas essenciais na sociedade atual para uma evolução pessoal e também no mercado de trabalho. António Carvalhal (prof. de Desenho)

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Ilustrações de Leonor Zamith Em cima: Ilustração Clássica ; em baixo: ilustração com recurso ao computador


Dia da Geografia - 2018 Dia Internacional da mulher

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er mulher no século XXI numa sociedade ocidental ainda não é sinónimo de equidade, embora queiramos muito acreditar que o caminho que temos percorrido nos vai afastando das situações de maior suscetibilidade e fragilidade que a generalidade das mulheres tem de enfrentar em outras, bem mais, difíceis geografias. Educação e independência económica têm-se revelado ser a “fórmula” mais eficaz para travar a batalha da desigualdade que parece não ter fim. Assim, dispostas a sensibilizar para estas e outras questões, em torno do feminino, as professoras de Geografia decidiram fazer coincidir o Dia da Geografia na AEAS, com o Dia da Mulher, 8 de Março. “Luta antiga novos desafios“ por Manuela de Melo “…quem não defende a sua dignidade, não respeita a dignidade dos outros” A conferencista convidada foi a Dr.ª Manuela de Melo , cujo vasto currículo, de que destacamos a de Vicepresidente da Câmara Municipal do Porto, Vereadora da Cultura, Deputada, Jornalista e Pivot da RTP (…), é o testemunho de uma vida pautada por cargos em que a presença feminina não era a regra. No entanto, as suas qualidades e o seu temperamento garantiram-lhe o espaço e o respeito de todos. As suas palavras encheram o auditório da nossa escola de esperança e de alento na luta diária que todas as mulheres travam pelo mundo, na certeza porém que, das suas conquistas, beneficia toda a Humanidade.

Paralelamente decorreram duas exposições: ◼

Homenagem à mulher

Mulheres notáveis

pelos alunos de Geografia

O Grupo de Geografia agradece a colaboração da professora de História, Maria João Cerqueira.

Grupo de Geografia

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pelos alunos de História


Matemáticas. Mulheres. Os textos que se seguem são apontamentos biográficos organizados a partir dos trabalhos realizados pelos alunos do 12º A (2016|17) Ângela Cruz, Joana Rocha, Raquel Anjos, Diogo Santos, Mariana Cunha, Ana Maltês e Joana Maltês, a propósito do Dia Internacional da Mulher que se comemora anualmente no dia 8 de março.

Hipácia de Alexandria (370–415) Hipácia é a primeira mulher matemática de que há notícia. Filha de Teão de Alexandria, matemático que se distinguiu pelos seus comentários às obras de Euclides e de Ptolomeu, Hipácia estudou em Atenas depois de ter recebido a sua primeira formação no Museu de Alexandria onde terá estudado Matemática, Astronomia, Filosofia, Religião, Poesia e Artes. Quando regressou, veio a ser uma professora respeitada e astrónoma. Apesar de muitos dos seus trabalhos se terem perdido, alguns dos seus contributos para a matemática são conhecidos através de comentários a obras de matemáticos gregos como Diofanto, Apolónio, Arquimedes e Ptolomeu. Hipácia morreu assassinada em 415, vítima dos conflitos religiosos que então opunham pagãos e apoiantes da doutrina cristã na cidade de Alexandria e no Império Romano. Retrato idealizado de Hipácia

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Marie Sophie Germain (1776–1831)

Marie Sophie Germain

Um génio disfarçado, uma matemática corajosa. Depois das muitas leituras que efetuou dos livros da biblioteca de seu pai, durante os dez anos seguintes à Revolução Francesa (1789), Marie-Sophie Germain decidiu que iria estudar matemática. Mas logo encontrou a oposição da família por considerar não ser próprio para uma rapariga estudar matemática. No entanto, Sophie Germain não desistiu de a estudar e fê-lo à noite a partir dos livros da biblioteca de seu pai, sem que outros o soubessem. Ao fim de algum tempo, e dada a sua persistência, a família acabou por aceitar que prosseguisse estudos na área da matemática. Para continuar os seus estudos, e como não tinha acesso às aulas na Escola Politécnica de Paris, Sophie Germain decidiu fazer-se passar por um antigo aluno dessa escola, Mr. Le Blanc, para estabelecer correspondência com Joseph-Louis Lagrange (1736-1813), um importante matemático francês, que logo reconheceu o seu talento matemático e que mais tarde a recomendou a outros matemáticos. Em 1801, Sophie Germain contactou da mesma forma com outro importante matemático da época, Carl Friedrich Gauss (1777-1855) que também reconheceu o valor dos seus trabalhos e a indicou para receber um grau académico honorário na Universidade de Göttingen. Sophie deixou numerosos contributos na matemática, a teoria dos números, e em outras áreas do conhecimento como, por exemplo, a física, a química, a geografia, a filosofia e a teoria da elasticidade. O Instituto de França atribuiu-lhe um prémio pelo trabalho realizado.

aprender melhor Para saber mais: https://www.mathunion.org/cwm e https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_mulheres_matem%C3%A1ticas


Matemáticas. Mulheres. Sofia Kovalevskaya

(1850–1891)

Sofia Vasilyevna Kovalevskaya nasceu em Moscovo e faleceu em Estocolmo. Durante o tempo em que viveu, as oportunidades para as raparigas eram escassas. Na sua primeira formação, assegurada por um tutor, destacou-se pelo seu interesse e curiosidade pela matemática. Mas, como a educação de nível superior não estava disponível para as mulheres e qualquer viagem que quisesse fazer teria de ser autorizada pela família, Sofia Kovalevskaya casou por conveniência para tentar ir estudar para a Universidade de Heidelberg (Alemanha), mas também aí encontrou as portas fechadas às mulheres. Felizmente conheceu o matemático alemão Karl Weierstrass (1815-1897) que lhe reconheceu interesse e mérito matemático e a acompanhou durante 4 anos como seu tutor, ministrando-lhe uma formação equivalente a um curso superior de matemática. Sofia Kovalevskaya escreveu vários artigos de matemática, tendo recebido o grau de Doutora ao apresentar uma tese sobre equações diferenciais, título entregue pela primeira vez a uma mulher. Mais tarde, lecionou na Suécia (Estocolmo) tendo aí orientado numerosas pesquisas de matemática e de ciência e, em 1888, recebeu o prémio Bordin, da Academia das Ciências Francesa.

Aprender melhor

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O Lugar da Ciência (LdC), estrutura ESAS que promove a ciência e a tecnologia na escola, tem vindo a publicar um boletim que vai no décimo nono número publicado do 00 ao 18. Esta publicação LdC surgiu com a concretização do projeto "Fazer melhor, Aprender mais" desenvolvido durante os anos letivos 2013|2014 e 2014|2015 no Agrupamento de Escolas Aurélia de Sousa +(Porto) e foi apoiado pela Fundação Calouste Gulbenkian. Estas publicações reúnem informação sobre o projeto, trabalhos de alunos, textos sobre Matemática, trabalho voluntário universitário em ciência, entrevistas, temas de Biologia etc. Todos esses dezanove números podem ser lidos na plataforma ISSUU através da ligação: https://issuu.com/lugardaciencia/docs. Lugar da Ciência


Escritos Hoje acordei com uma ideia revolucionária

https://startupi.com.br/2016/06/as-ideias-que-nao-saem-da-cabeca/

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Hoje acordei com uma ideia revolucionária! Acontece-me com alguma frequência – isto de acordar com ideias revolucionárias – e os meus pais costumam dizer que dão logo conta disso, conforme a vontade com que como os cereais, conforme as cores e padrões que decido vestir e conforme a intensidade do meu Até logo! quando bato a porta ao sair para a escola. A grande maioria das vezes, pelo caminho, rabisco no meu caderno preto o conceito da revolução e, pelo menos lá, lá fica cicatrizado para sempre. Mas em poucos minutos acabo por me conformar com a normalidade. Com a vida séria e banal. Com a necessidade de me sentar numa secretária, marrar a matéria, tirar boas notas, candidatar-me à faculdade, votar, agir como uma pessoa decente, arranjar um emprego, delinear uma carreira, constituir família, pagar a renda, obedecer à lei e, depois, em algum momento, morrer. E algures nesta nossa vida – livre, dizemos nós – nunca haverá tempo para aquela ideia revolucionária nascer. … Recuso-me. Recuso-me a deixar desvanecer todas as revoluções e realidades utópicas que desabrocham na minha mente. Recuso-me a seguir as regras. Recuso-me a ser um robô do sistema. Recuso-me a crescer e a tornarme, por descuido ou insensatez, num adulto aprisionado ao quotidiano. Quando somos pequenos podemos tudo, temos amigos imaginários, conseguimos ver, ouvir e sentir um universo paralelo e está ao nosso alcance mudar o mundo. Quem nos roubou essa coragem? E quando se atrevem a praticar esse autêntico ato de terrorismo? Não sei se já vos disse, mas hoje acordei com uma ideia revolucionária! Aconteceme com alguma frequência… no outro dia, por exemplo, ocorreu-me que se podia proibir o fabrico de carros pretos, cinzentos e azuis-escuros. Se só existissem vermelhos, amarelos, verdes, rosas, às pintas e às riscas, o índice médio de

felicidade dos condutores aumentaria, certo e exponencialmente. E o stress e angústia que se apodera de nós quando nos vemos engolidos pelo trânsito tornar -se-ia tempo bem mais aprazível e colorido, pelo simples facto de não estarmos rodeados por cores deprimentes e algo fúnebres. Num outro dia, assaltou-me o cérebro a possibilidade de - assim como existe um Sistema de Saúde Público - existir um Sistema de Arte Público. Parece-me interessante a ideia de - assim como temos um livrito amarelo que, ditatorialmente, nos indica as vacinas que temos de tomar - passarmos também a ter um livrito verde - cor da esperança - com as doses injetáveis de arte. A arte é crucial à sobrevivência e preocupa-me que o acesso a museus, peças de teatro, filmes e livros seja mais caros do que um carregador de telemóvel. Lembrem-se que um país sem arte é um país sem cultura. E um país sem cultura é um país morto. Portugal queixa-se da ignorância dos seus jovens mas nem 1% do seu Orçamento entrega à Arte e à Cultura. Será tão errado assim assumir Portugal como um assassino? Estas são algumas no meio de tantas outras. Aqui há tempos acordei assombrada quando descobri que não se vendiam cravos nas floristas o ano todo e só apareciam nas montras em Abril. Mudese imediatamente isso ou, claro está, corremos o risco do povo só se lembrar em vésperas do feriado que pode e deve desobedecer em qualquer mês. Mas, tem dias em que aspiro algo maior… Veja-se só que andei a matutar sobre a ideia lunática de tornar Portugal num país moderno a nível do ensino. Talvez rever, reduzir e atualizar os programas. Talvez repensar os critérios de avaliação. Talvez inserir disciplinas como Introdução à Política ou Economia Básica. Talvez não dar poesia fechado numa sala de aula. Talvez não assumir matemática e geografia como mais relevantes e preocupantes do que música ou artes visuais. Talvez proibir a deixa célebre do "Não vamos perder tempo com isso. Há um

programa para lecionar e um exame à porta!". Talvez salvaguardar uma hora por semana para apresentarmos projetos pessoais, debatermos assuntos, fazermos perguntas, quebrarmos a rotina e sermos alunos-adolescentes e não alunos-robôs. Talvez fazer pesar na candidatura as atividades extracurriculares, as iniciativas em que nos envolvemos, as nossas aventuras e a pessoa que somos. Talvez os nossos valores, escritos numa carta de recomendação ou currículo, sejam mais valiosos do que os valores que obtemos num ridículo exame. Talvez me tenha escapado informar-vos, mas hoje acordei com uma ideia revolucionária! Acontece-me com alguma frequência, desde que sou pequena. E posso garantir-vos que sabe bem… Tira-nos da cama com uma energia doida e uma fome de ser (in)conveniente e desconstruir o Estado a que chegámos. As minhas ideias revolucionárias não são grande coisa. Prova disso é nunca ter acordado transpirada e ofegante com a solução para a Guerra no Médio Oriente, para a Fome no Mundo, para as Doenças Avassaladoras ou, mesmo, para a Estupidez Humana... mas, hoje, a Ideia Revolucionária que escrevi no meu caderno preto foi a obrigatoriedade de, todos os dias, todas as pessoas, redigirem e partilharem as suas Ideias Revolucionárias. Na escola, no trabalho, no metro, no elevador do prédio, na mesa de jantar de casa da avó. Pessoalmente, por carta, por chamada ou por post na internet – se só assim for viável incluir a geração adolescente. Talvez se todos os dias, todas as pessoas, fossem obrigadas a partilhar todas as suas ideias revolucionárias, não estivéssemos aqui, assim, hoje. Talvez já algum jovem, adulto ou idoso tivesse tido a coragem de uma criança e sido realista o suficiente para sonhar o impossível. Talvez já algum louco nos tivesse salvado das ideias tão pouco revolucionárias que nos governam. Inês Sincero,12ºG


Escritos Hoje acordei com uma ideia revolucionária

Hoje acordei e tive uma ideia revolucionária: pôr toda a gente a sentir. Disseram-me que nós, jovens, não sabemos o que é viver “aprisionados, fechados, obrigatoriamente calados e censurados.” Pois, eu acho exatamente o contrário! Aprisionam-nos o que pensam os outros de nós, não nos deixando ser o que verdadeiramente somos; fechados, calados, pois não podemos mostrar-nos aos outros – a vulnerabilidade é algo temível; censurados pelos preconceitos, pelas ideias feitas, pelo senso comum, por este “mundo mastigado” que chega a nós todos os dias. Será isto Liberdade? Será isto viver livre? E ser livre? A racionalidade tornou-se o nosso preferido lugar, e a nossa parte instintiva fica tão esquecida que não deixamos os nossos sentidos, a nossa alma, o nosso ser existirem. Porque não podemos amar quem amamos? Porque não podemos viver no momento? Porque não podemos ter medo? Porque não podemos chorar?

Porque temos de parecer de ferro? Novamente… será isto Liberdade? E fico seriamente enfurecida quando me dizem que os que sentem são frágeis, fracos. Pois estes é que são os fortes – porque se deixam sentir, permitem sentir-se, ser realmente. Permitem essa vulnerabilidade que temos de ter. Permitem o momento presente e põem o pensamento em segundo plano. Temos de nos mover, temos de nos partir e reconstruir de novo. Temos de ser como o mar – vai e vem, em constante movimento. Porque se não o permitirmos, se formos de ferro, a vida passa e nós não vamos com ela. A Liberdade passa e nós perdemo-la. Sim, sentir quer dizer vulnerabilidade, sentir quer dizer abertura, mas sentir quer também dizer Liberdade. Penso que a revolução ainda está para vir. Marta Gonçalves, 12º G

De repente acordas e percebes que está tudo ao contrário… que os valores estão trocados, que a essência, a personalidade, as verdadeiras ideias estão camufladas, deturpadas, alteradas e que já não fazem sentido nos dias de hoje. Hoje acordei e pensei… que me interessa que a minha foto no Instagram tenha 500 likes? Ou que seja comentada por pessoas que eu nem sequer conheço? Pior ainda, por pessoas que são minhas «amigas» nas redes sociais, mas que não me cumprimentam quando passo por elas? Realmente pergunto: isso faz-me feliz? Sou realmente feliz? A minha real felicidade depende da minha realidade virtual? Que me interessam os amigos

virtuais se, tem dias, que me sinto completamente sozinha? Mais isolada do que nunca… incompreendida, à parte de tudo? No outro dia vi uma notícia que me chocou, (mais uma) das redes sociais: uma adolescente norte-americana decidiu cometer suicídio em direto, para todos assistirem ao fim da sua vida… num direto, de uma rede social… o vídeo atingiu um número surreal de visualizações, até ser retirado da rede… E eu pergunto: é isto a nova sociedade? Quero crescer assim, num mundo virtual, isolada do mundo real? Será que vale tudo para chamar a atenção, mesmo que seja da pior maneira possível? Somos todos estranhos, não acham? Eu não te conheço e tu não me conheces… já passaste por mim tantas vezes nos corredores da escola, já perdi a conta ao número

de vezes, mas nem sequer me olhas…, mas colocas «gosto» nas fotos que publico... Esta é a minha ideia revolucionária: acabem-se as redes sociais, os jogos virtuais e todas estas «tretas» que nos impedem realmente de viver!!! Olha-me nos olhos, fala comigo, se for preciso discute, chateia-te, diz disparates, coisas sem nexo!!! Mas sê real, sê verdadeiro!!! Está presente!!! Porque no fim de tudo isto, o que realmente conta são as relações humanas, não as virtuais… porque no fim o que vale são as experiências que vivemos, os sentimentos que nutrimos, que nos fazem olhar para trás e dizer… eu realmente vivi momentos muito felizes!!! Por mim, abaixo as redes sociais!!! Anónimo

13 l Jornalesas l julho 2018 l L I

https://www.google.pt/search? biw=1075&bih=588&tbm=isch&sa=1&ei=

Hoje acordei revolucionária…


Escritos Hoje acordei com uma ideia revolucionária

Hoje acordei com uma ideia revolucionária…” porque, por vezes, a revolução é a única solução; podemos falar de uma revolução de mentalidades, de uma revolução sangrenta ou de uma pacífica. Na minha opinião a primeira é a mais difícil, a mais morosa, mas a que se revela mais transformadora. A revolução que aconteceu na madrugada do dia 25 de abril de 1974 insere-se na última, foi calma, sem sangue e depôs uma ditadura que vigorava há mais de 40 anos. A revolução que é necessária fazer agora é a de mentalidades que não se resolve com manifestações. Podíamos começar por questionar a valorização das ciências em detrimento das artes e das humanidades. Vivemos num país onde as ciências são sobrevalorizadas e onde as artes e as humanidades são consideradas de “segunda”. Mas, o que seria do mundo sem as artes, sem o humanismo, sem indivíduos como Platão, Leonardo Da Vinci, Camões, Tolstói, Orwell, Frida Kahlo, Simone de Beauvoir, Saramago ou Pessoa. Não quero desvalorizar a relevância das ciências nem a sua importância no progresso do mundo. O humanismo e as artes serão, ainda mais na era digital em que vivemos, o conetor entre o homem e a sua humanidade, mantendo-o ligado com a sua consciência e com a sua essência. Uma ida ao teatro, uma

14 l Jornalesas l julho 2018 l L I

Uma utopia, um mundo perfeito!! Essa poderia ser a minha ideia revolucionária, mas não. Isso soa demasiado bom para ser verdade, para seres humanos como nós. A minha ideia revolucionária é apenas um mundo mais tolerante à diferença, com menos ódio, menos racismo, menos descriminação, mais igualdade, menos homofobia, bifobia, transfobia, … Quero um mundo onde eu não sou diminuída por ser mulher, um mundo onde não sou descriminada e oprimida por gostar de pessoas do mesmo sexo. Uma sociedade justa e igual. Isto é revolucionário para mim!!! Anónimo

ida a um bailado, a um espetáculo de dança, a uma ópera ou a um concerto, a leitura de um livro, uma visita a um museu, a visualização de um filme são tudo ações que nos aproximam de nós através de emoções que a ciência nunca conseguirá replicar pelo simples facto de serem demasiado humanas. Em termos práticos e mais associados a um movimento revolucionário, é necessário que as artes e a cultura tenham mais espaço, mais visibilidade, que sejam mais acessíveis e não apenas um privilégio dado a alguns (todo o indivíduo precisa da arte). Que nas escolas não se apelidem os alunos de humanidades ou de artes como “mais fracos”, “sem grandes projeções para o futuro” e “que acabarão no desemprego”. Nada disso é verdade e é de certa forma insultuoso para os que se dedicam a estudar aquilo que existe de mais humano. O mundo não é só economia, biologia ou matemática, também o é português, história, literatura, desenho, línguas (inglês, alemão, espanhol, francês etc). Por fim e porque este é um tema demasiado sensível, que as artes e as humanidades sejam vistas como fundamentais para a construção de uma sociedade que não ignore a sua natureza e que não se esgote na ciência. Que a cultura, a arte e o humanismo sejam elevados ao estatuto que merecem e que o Estado se orgulhe de inaugurar uma companhia de teatro, uma biblioteca ou um museu, como se orgulha de inaugurar um laboratório, uma autoestrada ou uma infraestrutura tecnologicamente avançada.

“É na arte que o homem se ultrapassa definitivamente.” Simone de Beauvoir “Sem a cultura, e a liberdade relativa que ela pressupõe, a sociedade, por mais perfeita que seja, não passa de uma selva. É por isso que toda a criação autêntica é um dom para o futuro.” Albert Camus

Maria Manuel, 12ºG


Descobre outra cidade Os alfarrabistas e o turismo no Porto

Alfarrabista Moreira da Costa, fotografado por Bárbara Vilela

O que é um alfarrabista?

O

s alfarrabistas merecem ser valorizados e ver realçada a sua importância histórica e cultural na cidade do Porto, visto que reúnem e preservam documentos e livros muito antigos, funcionando, quase, como um museu de literatura, possibilitando a presença do “passado no presente”. Atualmente há à volta de 15 alfarrabistas no Porto. O mais antigo, Moreira e Costa, situa-se na rua de Aviz, foi fundado em 1902 e conta com mais de 50 mil livros. Nos bastidores destas livrarias existem prateleiras com milhares de obras, muitos delas ainda por catalogar. Há outro traço comum, entre os alfarrabistas, que é o fascínio, mais do que pela literatura, pelo objeto físico do livro, cultivado por tradição familiar ou por mero acaso da vida. A livraria Moreira da Costa é um verdadeiro tesouro, como podemos compreender pela seguinte citação, retirada de uma entrevista de Miguel Carneiro, atual proprietário: “A pessoa quanto a mim é feita de várias coisas, mas essencialmente de duas: do que leu e do que viveu. Isso não há dúvida que marca a forma de ser e a forma de estar de uma pessoa.” Este alfarrabista enfrenta problemas no negócio uma vez que “Dono do Yeatman quer fechar a livraria histórica do Porto”, como contam as páginas do “Jornal de Notícias” do dia 10 de março deste ano, um dos infelizes efeitos do turismo na cidade. O hotel Yeatman pertence ao mesmo grupo hoteleiro que o hotel Infante Sagres (senhorio do alfarrabista), a Sagrotel. Outro alfarrabista, Chaminé da Mota, fundado em 1981, tem cerca de 4 mil temáticas catalogadas, sendo destas, os romances portugueses e estrangeiros os mais vendidos. Pedro Chaminé, colaborador da livraria, respondeu-nos a algumas perguntas. Qual é o livro mais antigo que tem? E o mais caro? O mais antigo é a “Ética de Aristóteles” do ano 1515, sendo o mais caro a revista “Orpheu”, com o preço de 6.500€.

O mais recente boom do turismo na cidade do Porto manifestou-se no seu negócio/clientes? Os turistas não aumentaram o nosso negócio, antes pelo contrário, vieram sobrecarregar a livraria e os funcionários com perguntas e dúvidas que nada estão relacionadas com o negócio. O TURISTA LOW-COST não compra nada a não ser o necessário para a sua estadia. Quais as motivações que o levaram a criar/continuar a atividade? O Sr. Chaminé da Mota sempre gostou de ler e sentir o livro, por vezes só pelo cheiro. É a dedicação de uma vida a encontrar do mais raro ao mais banal, para colecionar ou vender a quem procura o saber dos livros. Sente algum apoio ou impedimento por parte da câmara? Apoio não temos nenhum, antes pelo contrário. Apesar de situados na zona histórica, fomos intimados, sob ameaça de penhora, a pagar o IMI desde o ano 2009 e contribuições iguais aos outros, sem qualquer tipo de regalia. Tem algum projeto para o futuro de modo a atrair mais clientes? De momento não. Repare, temos mais de 300 visitas por dia e por vezes nem um livro vendemos... Já houve algum momento mais complicado que o levou a pensar a fechar as portas? Contabilisticamente, todos os meses. Só o AMOR ao livro não nos leva a desistir... Webliografia https://www.jn.pt/local/noticias/porto/porto/interior/dono-do-yeatman-quer-fechar-livraria-historica9175615.html https://www.publico.pt/2016/08/15/local/noticia/o-alfarrabista-vende-livros-porque-nao-pode-viver-sem-eles1741182 https://www.priberam.pt/dlpo/alfarrabista

João Múrias - Bárbara Vilela - Margarida Delduque, 11ºG

15 l Jornalesas l julho 2018 l L I

Um alfarrabista é uma livraria onde se vendem livros usados, conhecidos como alfarrábios. A pessoa que negoceia e coleciona estes livros também se chama alfarrabista. Um dos traços comuns aos vendedores de alfarrábios é a necessidade constante de adquirir mais livros.


Descobre outra cidade

Porto. Porto da História. Porto Liberal. Porto da Arte. Porto das tripas e das francesinhas. Porto dos portuenses. Porto do turismo. Porto d’abrigo.

16 l Jornalesas l julho 2018 l L I

P

orto. Porto da História. Porto Liberal. Porto da Arte. Porto das tripas e das francesinhas. Porto dos portuenses. Porto do turismo. Porto d’abrigo. Se o Porto é uma cidade em claro progresso, reavivada por uma panóplia de renovações, reabilitações ou requalificações, com novos serviços e espaços de lazer em todos os seus cantos e recantos, e por um fluxo de turistas em indubitável crescimento – uma cidade aparentemente perfeita –, porquê recalcar as suas imperfeições? Esta é uma questão que ocorreu, certamente, àqueles por quem este projeto passou por mãos e que consideraríamos pertinente caso não tivéssemos uma resposta. Em primeiro lugar, é necessário desmantelar o preconceito de que os semabrigo são um problema. Na verdade, são pessoas com dignidade, que enfrentam condições indignas, incitadas pelas contrariedades desta estrada sinuosa a que chamamos vida. São indivíduos merecedores de um lugar ao qual possam chamar “casa”. Enquanto não tiverem essa oportunidade, a sua casa é o Porto. O Porto é de todos nós, de todos os que cá habitam, de todos aqueles que por aqui passam. Este pensamento não deveria causar estranheza nas mentes afáveis e acolhedoras dos portuenses. Mas a realidade nem sempre corresponde ao ideal. E é esse ideal (ou, pelo menos, uma ínfima parte) que nós, enquanto quatro estudantes às quais foi dada uma plataforma que nos possibilita chamar à atenção para aquilo que nos preo-

cupa, pretendemos atingir. Consciencializar, quebrar preconceito, apresentar diferentes perspetivas, incentivar à ajuda e enaltecer aqueles que já o fazem. Neste sentido, dos 8000 sem-abrigo estimados a nível nacional, apenas uma centena reside nas ruas Porto, como relata a Fundação Porto Social, num levantamento efetuado em 2015. Acrescenta que o número tem vindo a decrescer, embora a um ritmo vagaroso, e que parte considerável dos casos detetados resulta de situações de destruturação familiar, toxicodependência, alcoolismo e imigração mal sucedida.

Associações e iniciativas: A perspetiva daqueles que ajudam A Câmara do Porto tem vindo a dedicarse à conceção de um plano de ação, com o objetivo de diminuir o número de moradores de rua, auxiliando-os a obter acolhimento de primeira e segunda linha. Promove ainda a distribuição de apoios aquando das épocas mais frias, através da entrega de refeições, habitualmente almoços e jantares, assim como bens que permitam que os indivíduos se mantenham quentes perante as condições climáticas adversas. Há que destacar mantas, cobertores e peças de vestuário aconchegantes. (…) Para além do trabalho excecional da Câmara Municipal, há que referir um conjunto de associações de cariz independente, que concretizam o projeto de

auxílio aos moradores de rua, podendo ser tidas como exemplo “A Conversa Amiga”, “A Mão Amiga”, “Atos de Mudança”, o “Saber Compreender” ou o “Centro de Apoio aos Sem-Abrigo”, mais conhecido por CASA, com uma rede de dimensões notáveis a nível nacional. Tivemos a oportunidade de falar com Pedro Pedrosa, coordenador-geral da associação na zona Norte, que não nota um aumento do número de pessoas a dormir na rua, mas afirma que se tem assistido a um acréscimo da procura por apoio. São, na sua generalidade, indivíduos do sexo masculino, com idades compreendidas entre os 50 e os 70 anos. O CASA esforça-se, diariamente, por melhorar, de alguma forma, as condições de vida destas pessoas, através do restaurante solidário na zona da Batalha, da distribuição de refeições quentes pelas ruas da cidade e dos cabazes que oferecem a famílias em situação precária, de modo a evitar a necessidade de sair para a rua para comer. Nada disto seria possível sem a ajuda de cerca de 400 voluntários e, refere Pedro, dos donativos que recebem, monetários ou em géneros alimentares. Quanto à relação entre a população portuense e os sem-abrigo, não sente preconceito, mas sim um certo receio, que considera ter aumentado com o “boom” do turismo na cidade: “As pessoas temem que a presença dos sem-abrigo afaste turistas ou clientes.”. Mas serão estas preocupações fundamentadas?


Descobre outra cidade Turistas: A perspetiva daqueles que passam Com a afirmação de Pedro Pedrosa em mente, considerámos relevante incluir o ponto de vista dos turistas que, pela influência social e económica do Turismo, têm vindo a adquirir um papel cada vez mais importante no Porto. Neste sentido, levámos a cabo, nas ruas da “Invicta”, um inquérito dirigido aos visitantes estrangeiros. Os resultados obtidos vêm contrariar as possíveis preocupações dos comerciantes, considerando que mais de metade dos inquiridos, cerca de 67%, não vê a presença dos sem-abrigo como algo que possa comprometer a segurança de uma cidade, mais precisamente a segurança do Porto. Este grupo inclui, até, os turistas de idade mais avançada: 71% dos inquiridos com idade igual ou superior a 65 anos partilham esta perspetiva. E, apesar de, quando questionados se notam a presença de indivíduos nesta conjuntura nas ruas da cidade, as opiniões dos turistas se dividirem (49% afirma que sim, 49% refere que não e apenas 2% diz nunca ter pensado no assunto), 42% revela que o número de semabrigo com que se cruza é semelhante nas cidades ou países de origem; opõem-se os 34% que consideram uma incidência superior no Porto e os 24% que a crêem inferior. Assim verificámos o ponto de vista daqueles a que chamamos “os que passam”. Não são nossos conterrâneos, estão apenas de passagem, mas dinamizam a cidade em todas as suas vertentes. A sua opinião conta e é valorizada por muitos locais. Neste caso, parece ser unânime: não há motivos para receio.

Conclusão: A perspetiva de quatro portuenses Num projeto que tinha como um dos objetivos primordiais averiguar diferentes pontos de vista relativamente a algo que nos causa preocupação, a situação dos sem-abrigo no Porto, optámos por apresentar o nosso como forma de conclusão. Com o decorrer do processo de investigação, tivemos a possibilidade de nos deparar com a precariedade que pauta a vida de um conjunto de indivíduos e famílias na cidade em que vivemos, proporcionando momentos de reflexão sobre as nossas próprias vidas e atitudes. Apesar do decréscimo do número de pessoas a viver na rua e de todo o apoio prestado pela Câmara Municipal do Porto e por uma variedade de associações, a ajuda nunca é suficiente. E uma parte dessa ajuda parte de nós, enquanto portuenses. O receio mencionado por Pedro Pedrosa deve ser convertido numa mão amiga, que pretenda melhorar a vida de alguém - um simples donativo faz a diferença. Demos início ao trabalho referindo que qualquer ser humano merece um lugar a que possa chamar “casa”. Concluímos com uma questão: se há tantas formas de contribuir para tal, de que é que estamos à espera?

Viagem Berlim: Reflexões 13.04.2018 a 16.04.2018

É

de conhecimento geral a importância da experiência como consolidação da aprendizagem e a viagem a Berlim que realizámos com o Curso Livre de Alemão comprovou-a. Apesar de apenas se ter prolongado por três dias que “voaram”, tivemos a oportunidade de visitar os principais pontos de interesse, locais históricos e monumentos da cidade e, assim, conceber uma ideia clara da capital alemã e respetivos estilos de vida, de arquitetura, de gastronomia, entre outros. Tal facto foi, ainda, possibilitado por uma estadia em Grunewald, uma área de pendor suburbano, com alguns contrastes de movimentação e ambiente comparativamente ao centro. Com efeito, as formas de deslocação por nós utilizadas, o comboio (S-Bahn), o metropolitano (U-Bahn), um autocarro turístico e, acima de tudo o nosso próprio pé, permitiram uma total imersão na “berliner leben”. Aprender aquilo que a aproxima e aquilo que a distingue da vida portuguesa, da nossa cultura e mentalidade foi uma oportunidade única, assim como o reforço dos nossos conhecimentos no que diz respeito à língua alemã.

Ana Mafalda, 11ºH

http://www.cm-porto.pt/noticias/camara-do-porto-cria-plano-para-diminuirfenomeno-dos-sem-abrigo https://www.ine.pt/xportal/xmain? xpid=INE&xpgid=ine_faqs&FAQSfaq_boui=244967633&FAQSmodo=1&xlang=pt https://casa-apoioaosemabrigo.org/

Realização de inquéritos de rua A partir do trabalho “Porto D’Abrigo” elaborado no âmbito da disciplina de Geografia A e referente à temática “A dinâmica das áreas urbanas” – Concurso “Descobre outra Cidade” C.M.P. Ana Mafalda Silva, Beatriz Cunha, Beatriz Loureiro e Catarina Loureiro, 11ºH

Reichstag (Parlamento)

17 l Jornalesas l julho 2018 l L I

Fontes


Descobre outra cidade Na disciplina de Geografia fomos desafiados a apresentar um trabalho para o Concurso da C.M.P. “Descobre outra Cidade” que já vai na sua VIII edição e decidimos então dar a conhecer um pouco do Bairro da Associação dos Moradores das Antas (A.M.A.) que fica situado na Praça Dr. Francisco Sá Carneiro (Praça Velasquez), na cidade do Porto, próximo do Estádio do Dragão. Trata-se de um lugar pequeno com apenas 32 casas, para muitos apenas um bairro atrás do Edifício das Finanças de Fernão Magalhães, mas ali vive muita luta e determinação pela melhoria das condições de habitação. Associação de Moradores das Antas (A.M.A.)

A

18 l Jornalesas l julho 2018 l L I

Associação dos Moradores das Antas (A.M.A.) foi criada por uma comissão de moradores, logo após o 25 de abril de 1974, vindo a ganhar força e a tornar-se uma coletividade para que a população organizada pudesse ter uma voz ativa nos contactos com a Câmara Municipal do Porto. Na época, a luta era pelo direito a habitações dignas, pois havia falta de alojamento principalmente para os operários, cujos salários não permitiam o acesso a casas com o mínimo de condições de salubridade. As situações sub-humanas em que grande parte da população do Porto vivia explificavam o aparecimento de muitas doenças. Não havia dinheiro para matar a fome, muito menos para pagar as rendas. Nas casas das “ilhas” não havia, por exemplo, casa de banho. O espaço era coletivo e partilhado por todos. Após o 25 de abril, as populações ganharam força para se organizar e reclamar os seus Direitos. Inflamados pelo momento revolucionário em curso, arquitetos e engenheiros, hoje muito conhecidos, nomeadamente os arquitetos Siza Vieira, Pedro Ramalho, Souto Moura e as suas equipas, juntaram-se à causa e apoiaram com os seus projetos a luta dos populares. As habitações da Associação dos Moradores das Antas foram construídas durante esse período. Chamou-se processo SAAL. Assim, com a união e a força de todos conseguiram-se criar novos bairros sociais com vista ao alojamento digno das pessoas mais pobres. As pessoas que formam esta associação tinham, na década de 70, problemas graves com as más condições das casas, o que as atormentava bastante. Hoje, celebram com orgulho as conquistas que fizeram e, como podemos comprovar pela foto, preservam as suas habitações com muita dedicação.

O Processo SAAL- O que foi? O processo SAAL (Serviço de Apoio Ambulatório Local) foi criado para apoiar, através das câmaras municipais, iniciativas de populações mal alojadas, no sentido de colaborarem na transformação dos seus bairros, investindo os próprios recursos materiais e monetários. Antes deste processo, 600 mil habitações tinham sido avaliadas, tendo-se concluído que: - 25% da população vivia sem condições de habitabilidade - 52% não possuía abastecimento de água - 53% não possuía energia elétrica - 60% não possuía rede de esgotos - 67% não possuía instalações sanitárias

Beatriz, Jéssica, João Moreira e Patrícia, 11ºG


A II Edição da Feirinha chegou à Aurélia!! Decorreu na escola secundária Aurélia de Sousa, a segunda edição da Feirinha n'Aurélia. A Feirinha, organizada pela Associação de Pais, foi um evento solidário para ajudar o Pão de Santo António das Antas, da Paróquia de Santo António das Antas, e a Sociedade de São Vicente de Paulo. Além disso, pretendeu-se promover a abertura da escola à comunidade e aproximar pais, alunos e corpo não docente. Programa: Da parte da manhã, ocorreu o momento de dança, pelo grupo de dança criativa da ESAS, coordenado pela professora Catarina Cachapuz, e uma aula aberta de yoga, pela escola FreeFlow. Da parte da tarde, decorreu um Workshop de Suporte Básico de Vida, dado pelos Bombeiros Voluntários de Valongo; uma visita guiada à escola para conhecer as instalações; o momento de dança, pela Associação Bailado das Antas; e o momento musical, pela vencedora do GOT TALENT 2017 da ESAS, Constança Coutinho.

Grupo de dança criativa da ESAS

A Feirinha enquanto espaço de convívio e solidário:

Em suma, concluímos que este tipo de projetos e atividades são fundamentais para o enriquecimento das relações interpessoais da comunidade escolar e para a configuração de um espaço além-académico. É com felicidade que enaltecemos o apoio e a generosidade dos vários contributos individuais e dos patrocinadores, como o Pingo Doce, o Cantinho das Aromáticas, a confeitaria “O Fumeiro”, o talho Trigal, e a Sra. D. Alda Moreira da Prove.com. Por fim, e não menos importante, fica o agradecimento aos alunos do 11º ano de turismo que montaram todo o sistema de som para dar apoio às iniciativas que decorreram na Feirinha. Obrigado e, se possível, até para o próximo ano! ;)

Carolina Barros e Cláudio Malheiro, 12ºH ESAS, 17 de março de 2018

- Vencedora do GOT TALENT 2017 da ESAS

Corredor da Feirinha n'Aurélia

19 l Jornalesas l julho 2018 l L I

Efetivamente, a Feirinha n'Aurélia reuniu cerca de 30 bancas de pais, alunos, professores e da APESAS, que disponibilizaram o seu tempo para vender produtos de artesanato, velharias, brinquedos, iguarias, roupa e livros usados. Havia também uma manta de jogos e livros para entretenimento dos mais pequenos e, no fim, decorreu um sorteio de cabazes de Páscoa e de Frescos entregue aos números 244 e 291, respetivamente. É de salientar que o bilhete de entrada na Feirinha consistia na entrega de um bem-alimentar para fins solidários, a que se juntou um estendal para troca ou doação de roupa usada. Nós, enquanto alunos, estivemos presentes na Feirinha ao longo do dia, com uma banca e participando nas mais variadas atividades, mas, infelizmente, observamos que, tal como na edição anterior, houve uma fraca adesão ao projeto derivada, provavelmente, da baixa publicidade sobre o assunto.


À conversa com Richard Zimler

A Biblioteca recebeu o escritor Richard Zimler para um encontro com alunos do secundário. Posto que os alunos presentes deveriam ter algum conhecimento da obra deste autor e que o formato passaria pelo diálogo, foi com satisfação que registamos a presença de cerca de 50 alunos que não deixaram esmorecer o debate, apresentando questões variadas e pertinentes, às quais o escritor respondeu com grande abertura e genuína simpatia. Pela grande mais-valia desta sessão, ficamos muito gratos ao Doutor Richard Zimler! ESAS, 25 de maio de 2018 Luísa Mascarenhas

Para além de um grande escritor, demonstrou ser uma grande pessoa. Culto, interessado e curioso. Genuíno. Apaixonado, divertido e simpático. Definitivamente, um modelo a seguir. Marta Ribas, 12º I

20 l Jornalesas l julho 2018 l L I

Gostei muito da experiência! Acho que a conversa foi muito produtiva e tive a oportunidade de conhecer uma mentalidade completamente diferente. Uma mente aberta e repleta de experiências que me encantou até ao fim. Pude ainda tirar umas dúvidas acerca de uma obra que li da sua autoria, “O Último Cabalista de Lisboa”. Carla Monteiro, 10º D

Considerei a sessão de Richard Zimler bastante produtiva, visto que tivemos acesso a informações de cariz pessoal do autor, o que tornou o diálogo muito cativante. Estaremos sempre imensamente gratos a Zimler pela disponibilidade e interesse demonstrados. Liliana Moura, 12ºI

Queria agradecer ao autor Richard Zimler a excelente palestra que dinamizou na nossa escola. Gostei muito da expressividade de Zimler sobre os diferentes assuntos abordados, principalmente sobre a sua vida pessoal. Jorge Tamagnini, 12º I

Adorei a forma como se apresentou, alegando não dar palestras, mas sim diálogos com os alunos que se dignavam a vir, de propósito, para o ouvir. Achei-o uma pessoa simples, formidável, simplesmente. Richard Zimler tem uma grande história de vida e, sobretudo, uma grande personalidade, com as quais aprendi muito. Penso que deveria ser dada a oportunidade de ele voltar para que mais pessoas, seja qual for a sua faixa etária, possam aprender. Agradeço muito a disponibilidade do senhor e a ideia dos responsáveis da Biblioteca. Aguardamos, todos, uma nova visita à Escola Secundária Aurélia de Sousa. Afonso Vicente, 10º D


As palavras de Adelino Cunha

F

ui à palestra do Dr. Adelino Cunha. Confesso que há uns meses atrás este nome não me dizia nada, mas, felizmente, o professor António Craveiro projetou um vídeo e introduziunos um novo conceito, o de desenvolvimento pessoal. Este tema despertou em mim curiosidade e, por isso, decidi ir à palestra. Em primeiro lugar, fiquei orgulhosa por já praticar, intuitivamente, as atitudes basilares que, como o Dr. Adelino explicou, conduzem ao sucesso. Encaro a vida como um jogo desafiante, para tudo tenho objetivos e, apesar das adversidades, luto diariamente para os alcançar. A meu ver, o sucesso converte-se em todas as decisões que tomamos na vida, as quais devem ser ponderadas em prol do nosso sonho. São as mais pequenas, aquelas que ninguém compreende, que nos diferenciam. Considero-me uma pessoa com sucesso (tendo em conta a minha idade), não descanso enquanto não alcanço e a vida ensinou-me a sonhar alto. Se a escala vai de 0 a 20, porque não ter como meta um 20? Claro que trabalhar para o 20 não é o mesmo que para um 10, mas é tão possível alcançar uma nota como outra. Só é preciso estarmos focados. Assim sendo, posso desde já dizer-vos que adorei a palestra. Contudo saí de lá intrigada com o Dreamboard, o qual o Dr. Adelino confessou que tinha e nos aconselhou a fazermos. Ora, eu vim para casa a remoer a ideia e questionei-me: Porque não? Tenho os meus sonhos e as minhas motivações presentes na minha cabeça, mas porque não materializa-los? Será que assim vou conseguir superar-me? Fantástico! Este foi o clique que precisei não só para realizar o meu Dreamboard como para me interessar a 100% pelo desenvolvimento pessoal. Acredito seriamente que este pode ser o veículo, não só para o sucesso e para a realização, como também para a felicidade. Margarida Mendanha, 12ºE

U

m objetivo não passa de algo que nós nos “impomos” a alcançar, seja ele de caráter social ou profissional. Um objetivo é a forma que nós encontramos para nos superar a nós mesmos, para nos pormos à prova. O simples ato de sair da cama todas as manhãs é um objetivo, ir à escola é um objetivo, falar com a pessoa que gostamos é um objetivo, tudo o que nós fazemos no nosso dia-adia é um objetivo... uns pequenos, outros que deixam maiores impactos, uns que se repetem diariamente, outros que basta uma vez para ficarem para sempre marcados... Eu já sou uma pessoa fácil de emocionar, mas não deixa de ser incrível como cada palavra que da boca do Dr. Adelino Cunha saiu, mexeu com cada pequeno pensamento que tenho sobre os meus objetivos. A mensagem que me ficou a remoer o juízo depois da palestra foi: MARCA UM OBJETIVO!! Por mais pequeno que ele seja, mas desafia-te todos os dias a atingir algo novo... Porque depois de alcançado, vais ter uma sensação de vitória, de conquista, uma sensação de bem-estar e satisfação contigo mesmo. E como dizia George Bernard Shaw, a verdadeira alegria da vida é ser útil a um objetivo que nós reconhecemos como grande. Joana Vieira, 12ºF

J

á tinha tido previamente contacto com o trabalho do Dr. Adelino Cunha nas aulas de Educação Física, pelo que achava que sabia mais ou menos o que esperar: uma palestra motivacional, ligeiramente aborrecida, tendo por base histórias de vida do discursor. Bem, estava enganada. Durante uma hora, usando apenas o seu discurso e nenhum material extra, este senhor fez o auditório rir, chorar e pensar, conseguindo fazer-nos chegar ao fim com fé em nós mesmos e nas nossas capacidades. Como é que um homem nascido na Afurada, cujos progenitores possuíam apenas a escolaridade mínima, conseguiu chegar à lista dos TOP 100 GLOBAL COACHING LEADERS? Através da formulação de objetivos e de esforço pessoal. E foi essa a mensagem que ele tentou (e conseguiu) passar-nos: para sermos pessoas felizes e de sucesso, temos de estar bem cientes dos nossos objetivos e esforçarmo-nos por os alcançar. Deste modo, o único obstáculo entre nós e o sucesso é mesmo a nossa falta de vontade e de sacrifício. Portanto, de cada vez que acharem que o que tencionam fazer é impossível, perguntem a vocês mesmos “já foi feito no mundo?” e se sim, então não há nenhuma razão para não conseguirem. Concluindo, considero que foi uma atividade bastante enriquecedora para todos os presentes e uma mais-valia para todos aqueles que se sentem perdidos e sem saber o que fazer. Catarina Pereira, 12ºD

21 I Jornalesas l julho 2018 l L I

ESAS, dia 2 de maio de 2018

Adelino Cunha, empresário, escritor, consultor de empresas, professor universitário, coach e orador motivacional, o homem que com um discurso de 1H foi capaz de mudar a visão de muitos estudantes. Como é que um homem nascido na Afurada, cujos progenitores possuíam apenas a escolaridade mínima, conseguiu chegar à lista dos TOP 100 GLOBAL COACHING LEADERS?


Monitorização ambiental_3

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ando continuidade ao projeto Monitorização Ambiental, apoiado pela Fundação Ilídio Pinho, os alunos dos 8º B e D, dos 10º H e I e dos 11º B e C, orientados pelos docentes Manuela Violas, Maria José Almeida, Elza Mesquita, Jorge Guimarães e o seu núcleo de estágio, Isabel Trigo, Idalina Miranda, Leonor Antunes e Lucinda Motta, recolheram, em todos os dias úteis a informação da estação meteorológica, registando os dados em grelhas de papel. Os dados obtidos de temperatura, pluviosidade, radiações ultravioletas, velocidade e direção do vento foram tratados e analisados nas aulas de Geografia de 10º ano e construídas tabelas e gráficos nas aulas de TIC de 8º ano, em colaboração com a docente Ana Helena Sequeira. Alguns dos instrumentos tecnológicos foram usados na componente prática de Geologia de 11º ano. O projeto contribuiu para potencializar melhorias na planificação e execução da componente experimental dos programas de Biologia e Geologia, Geografia e Física e Química, e ajudou os alunos a otimizar os seus hábitos e métodos de trabalho e as suas competências a nível científico e tecnológico. Serviu ainda para consciencializar e envolver vários elementos da comunidade escolar em atividades de promoção da cultura científica e tecnológica. Foram valorizados os níveis de criatividade e inovação, bem como o impacto da ciência quer a nível pessoal e social, quer na promoção do desenvolvimento e da humanização. O principal propósito do projeto será continuar nos próximos anos a divulgar, pelo maior número de pessoas, os dados obtidos com vista a uma sensibilização/ consciencialização que mitigue os efeitos das alterações climáticas.

Identificação de tipos de nuvens, na aula de Geografia de 10º ano.

Lucinda Motta (profª de Biologia)

Aluno de 11º ano a medir a curvatura de um rio na carta geológica de Portugal Continental, na aula de Geologia.

22 l Jornalesas l julho 2018 l L I

O seu Livreiro . . .em Rio Tinto R. Fernão Magalhães,610 – 4435-246 Rio Tinto

Tel.: 224 898 460 - cavadanova@gmail.com

Leitura das coordenadas geográficas através do GPS por uma aluna do 8º ano


Clima Enquanto a Europa gela, o Ártico derrete… Chegou a “Besta do Leste”

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Combate ao “Canhão de Neve” Para combater esta vaga de frio, em Bruxelas ,foi ordenada a detenção de pessoas que não fossem voluntariamente para os abrigos. Na Sibéria, as autoridades russas, perante um acidente num transporte de elefantes, resolveram preparar uma solução de água aquecida e vodka e dar a beber aos animais de modo a combater os -40°C que se faziam sentir e evitar que morressem de hipotermia. O Polo Norte está 20°C mais quente do que o normal As variações da temperatura fazem parte dos padrões climáticos normais, mas o que tem sido excecional neste evento é que o aquecimento tem persistido durante muito tempo.

https://www.facebook.com/amigosdopedalaqa/

Desde o final de 1950, nunca se registaram temperaturas tão elevadas no Ártico. Um assunto que à primeira vista é um pouco caricato, pode levar a consequências bastante gravosas: a superfície de gelo no oceano reduziu em mais de 60.000 metros quadrados. Isto porquê? A Corrente do Golfo, ao largo da costa da América do Norte, está a aquecer fortemente e está a empurrar mais calor em direção ao Oceano Ártico, em comparação com anos anteriores. Sabemos que, quanto mais quente o mar, menos gelo se formará. Logo, quanto mais fraco o gelo, mais rachaduras e mais locais onde o calor é transferido para a atmosfera haverá. As massas de ar muito frio, que geralmente se concentram sobre o Polo, foram empurradas para cima da Sibéria, e consequentemente da Europa, que está a viver um inverno muito frio. Mais uma vez, devemos de ter consciência das nossas ações poluidoras, que levam ao aumento do aquecimento global e, consequentemente, à nossa própria destruição! Estamos a matar-nos a nós próprios, inconscientemente! Eu digo basta! Está nas nossas mãos o nosso futuro e como diz o Zé Povinho, “Cada um deita-se na cama que faz”: troca o teu carro por uma bicicleta; troca os produtos industriais pelos locais e biológicos. A mudança começa por ti! Carolina Barros, 12ºH

23 l Jornalesas l julho 2018 l L I

Europa atravessou, a partir finais de fevereiro, um período de frio e de neve extrema e fora do comum. Mais acima no Globo, o Ártico apresenta temperaturas superiores à média registada nesta altura do ano. E a pergunta mais comum é: Porquê? Podemos culpar o facto de ter ocorrido na estratosfera um aquecimento súbito sobre o Ártico, o que indica que se deu uma variação na circulação do ar atmosférico. Traduzindo isto por miúdos: a mudança do vento de oeste levou ao transporte da massa de ar frio da Sibéria até à Europa. Capitais europeias foram afetadas por condições climatéricas extremas, um fenómeno que não acontecia há anos. O Norte da Europa foi a região mais afetada, em que países como a Polónia, a Suécia e a Noruega chegaram a atingir -20°C, com o adiamento de vários voos. Além disso, e mais incomum, foi o Sul da Europa que também foi bastante atingido por este frio siberiano. Um desses casos foi a capital italiana que ficou coberta de neve, sendo várias estradas cortadas e escolas fechadas; outro, Veneza, em que a travessia de gôndolas se tornou impossível, devido ao gelo nos canais; em Nápoles não se verificava queda de neve desde 1956! Por toda a parte, muitos rios gelaram, tal como o Rio Danúbio, na Áustria, muitas escolas fecharam, algumas localidades ficaram sem energia, vários aeroportos ficaram congestionados com o adiamento dos voos, linhas ferroviárias e estradas interrompidas e, o mais grave, o elevado número de mortes que o “Urso da Sibéria” fez. Outro país afetado foi Portugal, no entanto, em circunstâncias menos agressivas. O Norte Interior do país sofreu um nevão que levou ao encerramento de escolas e de uma zona da autoestrada.


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o longo deste ano, o Clube Europeu desenvolveu e/ou apoiou diferentes atividades, que proporcionaram aos alunos o desenvolvimento de competências que lhes permitam participar de forma ativa na vida social e ter uma intervenção cívica responsável. Apresenta-se uma breve análise de alguns desses projetos desenvolvidos. Fica por referir o apoio aos alunos AFS que frequentaram a escola, bem como a participação no concurso Traduzir 2018, da Universidade Católica.

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Your Europe, Your Say Projeto desenvolvido no âmbito do programa promovido anualmente pelo Comité Económico e Social Europeu, órgão da U.E.. Tal como em anos anteriores, a Escola, através do Clube Europeu, candidatou-se para participar neste projeto, orientado para a promoção da participação cívica e democrática, a nível das Instituições europeias, através da discussão e solução de questões que urge melhorar. O tema era “United in diversity: a younger future for European culture - Can European Youth take European Culture to Heart? “. Este ano, tivemos a sorte de ser selecionados (a escolha das escolas participantes é aleatória), e procedeu-se à escolha de três alunos do Clube Europeu, a frequentar o 11º ano, tal como exigido pela organização. As alunas discutiram no grupo turma um guião com questões relacionadas com o tema, elaborado pela coordenadora do clube, de acordo com as orientações da organização do evento. Na reunião em Bruxelas, a 15 e 16 de março, as alunas foram integradas em diferentes grupos com alunos de escolas de outros estados membros, tendo tido uma participação de tal modo ativa que foram eleitas como porta-vozes dos seus grupos. A sua presença foi elogiada por vários professores e representantes naci-

onais e internacionais presentes. O convite recebido por uma destas alunas, a Mariana Tavares, para estar presente no Plenário de Comemoração dos 60 Anos do CESE, que se realizou em maio, também em Bruxelas, é prova da qualidade de intervenção apresentada. Link para Público online https://www.publico.pt/2018/03/16/ sociedade/noticia/jovens-do-portodebatem-em-bruxelas-o-papel-da-cultura -no-futuro-da-europa-1807004 Fotos https://pt-pt.facebook.com/ ClubeEuropeuEsas/photos/ pcb.1368987133206608/1368987013206 620/?type=3 https://pt-pt.facebook.com/ ClubeEuropeuEsas/photos/ pcb.1368742346564420/1368742209897 767/?type=3 Intercâmbio escolar com o Instituto Salvador Gadea de Aldaia, Valência Na continuação do projeto iniciado no ano anterior, a escola participou num intercâmbio com uma escola da região de Valência, Espanha, tendo a organização ficado a cargo do Clube Europeu, que trabalhou em colaboração com a coordenadora do Departamento de Línguas Estrageiras. A trabalhar de novo em conjunto, a parceria revelou-se muito positiva, de acordo com os resultados obtidos. Os alunos dos dois países ficaram a conhecer parte da história de ambas as cidades, e visitaram locais emblemáticos das duas culturas, do ponto de vista histórico, arquitetónico e ambiental. Os participantes portugueses integraram alunos de diversas turmas (duas do 10º ano e uma do 11º ano) e voluntariaramse para esta atividade, em resposta ao desafio que lhes foi feito – seriam recebidos e iriam receber em suas casas ‘parceiros/ hermanos’ de outra escola e país. Durante as respetivas estadias, os alunos realizaram as atividades de caráter cultural acima mencionadas, para o que foi pedida a colaboração da EuropeDirect (indisponível, este ano), do Turismo e da Câmara Municipal. A avaliação é positiva, mas a falta de apoio monetário para estas iniciativas por parte das instituições municipais e da educação limita a participação de mais alunos.

Após um pequeno interregno em que não apareceram listas para discutir a participação da escola neste projeto promovido pela Assembleia da República, a escola voltou a estar presente na discussão do tema e apresentação de Recomendações, com vista à solução dos problemas detetados. A dinamização do projeto na escola foi feita pelos alunos de uma turma do 12º ano, que através da sua Diretora de Turma, professora Ana Helena Sequeira, contactaram o Clube Europeu, que logo se prontificou a tratar da sua inscrição e a apoiá-los em todo o processo, de acordo com o Regulamento do Programa. A coordenadora do Clube solicitou o apoio de duas colegas com quem já tinha desenvolvido este projeto, as professoras Alda Macedo e Julieta Viegas. Os alunos dinamizaram as outras turmas do ensino secundário. No grupo final, constava ainda uma aluna do 9º ano. O professor António Carvalhal participou com a elaboração do cartaz. Aprovadas as Recomendações e escolhidos os representantes da escola, seguiuse a preparação para a Sessão Distrital. Os nossos ‘deputados’ não foram eleitos para a Sessão Nacional, mas defenderam as suas propostas com tanta convicção, que o texto de uma das Recomendações por si apresentadas foi integrado na proposta distrital final a debater na Sessão Nacional. Foram saudados pela qualidade do seu trabalho e pela qualidade da sua intervenção, por alunos e professores de outras escolas. A todos os que trabalharam ativamente na atividade, foi passado um certificado de participação, assinado pela presidente da CAP e pela coordenadora do Clube Europeu. Foi excelente a dinamização e realização desta atividade, em termos dos objetivos definidos – promover a participação e cidadania ativa. Para o ano, CONTAMOS COM TODOS VÓS! A coordenadora do Clube Europeu Maria Paula Magalhães


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o âmbito do Ano do Património Cultural Europeu e, como alunas integrantes do Clube Europeu da Escola Secundária Aurélia de Sousa, foi-nos concedida a oportunidade de debater assuntos como a construção e preservação da noção de uma identidade cultural comum e o papel que a juventude atual da comunidade europeia desempenha. Assim, viajamos para Bruxelas, onde, no Comité Económico e Social Europeu, célula da União Europeia, fomos recebidas com uma pequena festa e um jantar de convívio entre as diferentes nacionalidades que, como nós, constituíram o projeto Your Europe, Your Say! 2018. Acompanhadas pela professora coordenadora do Clube Europeu, Paula Magalhães, participamos em conferências e workshops diversos, com o intuito de criar e desenvolver dez propostas, visando salvaguardar a herança europeia e torná-la mais inclusiva das futuras gerações, tendo o projeto apresentado pelo grupo da Mariana vencido, inclusive, o primeiro lugar. O dia culminou num evento cultural que preten-

deu dar a conhecer elementos representativos dos diferentes países participantes, do qual a Alice e a Mariana fizeram parte. O terceiro dia foi reservado para a visita à capital belga, onde pudemos visitar museus como o Parlamentarium e a Casa da História Europeia, bem como emblemas da cidade considerada o “coração da Europa”, dos quais são exemplo a GrandPlace e o Manneken Pis. Por fim, devido a complicações relativas aos voos, a viagem foi alongada por um dia em Frankfurt, dando término no dia 18 de março ao projeto proposto para 15, 16 e 17 de março do corrente ano, deixando-nos com uma nova panóplia de experiências, amizades, memórias, e uma renovada perceção do que é ser e se sentir verdadeiramente europeu. Foto em cima: Mariana, Iara e Alice. Foto em baixo: Profª Paula Magalhães, Maria Alice, Drº Gonçalo Lopo Xavier (Vicepresidente do Comité Económico e Social Europeu), Mariana e Iara , 11ºH Texto de Alice Ferreira e Iara

Aculturar-te

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urgiu em meia hora, na cantina da escola. Sonhado por mim, Marta Gonçalves e por Inês Sincero, o ACULTURAR-TE nasceu da paixão de rabiscar umas quantas ideias e de as partilhar. Talvez um pouco difícil de explicar em que consiste, mas podemos resumi-lo a meia dúzia de sonhadores que se juntam à mesa de um café, e escrevem, escrevem, escrevem. Não importa se bem ou mal, se tem as vírgulas nos sítios certos, ou se as palavras são complicadas. A única regra para estas sessões é sonhar, e anotar as ideias no papel! A primeira sessão, realizada no mês de abril, foi já muito especial. Com o tema “Liberdade e Literatura”, conseguimos encarnar objetos, “chutar” sonhos, “desenrolar” versos, e, inevitavelmente, muitos sorrisos e opiniões. Quanto à segunda sessão (e a todas as que podem vir a seguir) é uma incógnita. E ainda bem! O inesperado torna-as autênticas. Os assuntos serão diferentes, as ideias serão diferentes e a papelada será diferente. Mas a magia será a mesma. Seja quem for que está a ler isto, aventura-te nas palavras connosco. marta.salome.goncalves@gmail.com inessincero@gmail.com Marta Gonçalves

25 l Jornalesas l julho 2018 l L I

De Portuenses a Europeias


Parabéns 7º ano

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Sob o lema “Ganha a Turma, Ganha a Escola”, participamos, em representação da CLDE do Porto, na fase nacional da III Taça do Desporto Escolar – Taça CNID que decorreu em Vendas Novas, nos dias 5 e 6 de junho. Estiveram presentes 24 comitivas, oriundas de vários pontos do país. Obtivemos o 3º lugar na classificação geral.

Maria Botelho; Gabriela Loureiro; Inês Correia; Maria Teresa Velho; Mariana Mieiro; Marta Pacheco; João Gomes (7º A – Andebol); Beatriz Sá; Rita Guedes; Eugénia Campinho; Maria Inês Andrade (7º B – Basquetebol); David Nogal; Miguel Ginja; Jorge Illie e Pedro Vidal (7º C – Basquetebol); David Teixeira; Alexandre Fernandes; José Pedro Flores; Maria João Rosas; Sara

Boga; Leonor Santos (7º D - Atletismo); Miguel Duborjal; Vicente Ribeiro; Jorge Barreto; Gonçalo Soares; Diogo Costa; Diogo Barbosa (7ºE- - Andebol); Magda Roçadas; Carolina Almeida; Lourenço Tavares; Emídio Pedro (7º E – Ténis de Mesa). Professores: Alexandre Libânio; Catarina Cachapuz; Rita Pacheco; Paula Cunha.


Joanusko e Rituxo nos Jogos Olímpicos da Era Clássica

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Loja Mercado Bom Sucesso 913 550 552

ra uma vez dois primos que viveram na Grécia Antiga, Joanusko e Rituxo, que…,na verdade, somos nós. Escrevemos este texto para que as pessoas do futuro (se ainda forem pessoas…) saibam como eram os Jogos Olímpicos no nosso tempo. Tudo era incrível! Na nossa opinião, os cinco melhores dias do ano: acabavam as guerras nas cidades-estado da Grécia, pois eram instituídas as Tréguas Sagradas para que cidadãos do todo o país se pudessem deslocar a Olímpia para participarem ou assistirem aos Jogos Olímpicos. Considerava-se importante que houvesse um clima de paz no período da competição. No primeiro dia, fazia-se a cerimónia de abertura e um juramento, no qual nos comprometíamos a cumprir as Normas Olímpicas. Nos três dias seguintes, havia diversas provas desportivas, tais como o Pentatlo (conjunto de cinco provas: corrida, salto, lançamento de disco, lançamento de dardo e pugilato), Corrida de Carros de Cavalo, Atletismo, Luta, Pugilato e Pancrácio (forma mista de luta e pugilato). No quinto e último dia, eram distribuídos os prémios, todos prestavam homenagem aos deuses, nomeadamente a Zeus, e fazia-se um enorme banquete. Desde muito pequenos, assistimos a este grandioso evento que ocorre de quatro em quatro anos. Sempre quisemos participar, mas nunca tínhamos tido oportunidade, por isso, jurámos ser os primeiros da nossa pequena cidade a fazêlos. Assim que nos tornámos cidadãos, concorremos em todas as provas físicas desse ano. Eu, Joanusko, consegui o primeiro lugar em Atletismo. Já em Luta…Jesus!, não é, Rituxo? Não te esqueças que Jesus ainda não existiu! Ah, pois! Ainda estamos no século IV a.C. Eu, Rituxo, fiquei em segundo lugar na prova de luta. No dia da entrega de prémios, descobriu-se que o vencedor tinha matado um adversário, ou seja, tinha infringido uma das Normas Olímpicas. Portanto, fui eu que ganhei a coroa de louros. E foi assim que conquistámos o título de “Heróis” na nossa cidade. Todos nos aclamaram e nos deram, a nós e à nossa família, a melhor vida que podíamos imaginar. E assim nos despedimos, Joanusko e Rituxo! 30 de outubro de 392 a.C. Joana Cardoso, 7ºC Rita Cardoso, 7ºC

Rua Aurélia de Sousa,49

27 l Jornalesas l julho 2018 l L I

Rua da Alegria, 930 4000-132 Porto 225 370 005 - 963 020 345 937 085 980


Opinião Já foram

“Os últimos são os primeiros!”

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um título falacioso. De facto, voltamos a ser os primeiros. Voltamos a ganhar. Desta vez, não trouxemos o caneco, é verdade. Esse foi levado pela excentricidade da israelita Netta (algures entre cacarejos) – o que não é surpreendente. (Surpreendente seria – dada a qualidade da música que invade as rádios hoje em dia – a Europa ter bom gosto musical por dois anos consecutivos!) Mas, tal como estava a dizer, voltamos a ganhar porque Salvador Sobral, sem sequer competir, amou, brilhou e conquistou e Portugal, com toda uma organização eficiente, mereceu os grandes elogios da noite. Havia uma esperança fugidia que a nudez musical, o quasesilêncio, a curva das palavras e a simbiose perfeita entre instrumento, voz, espaço e emoção de Amar pelos Dois tivessem revolucionado o padrão musical do festival. Esta esperança ridícula levou muitos a sentar-se no sofá este ano, convictos que finalmente seria uma noite repleta de simples e boa arte. Enfim. Crentes. Ouvidas todas as canções, nenhuma vislumbrou o mesmo nível. Nem sequer lá perto. E, dando uma certa vontade de mudar de canal (e quase insultuoso para Sobral), permanece-

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Rua Santos Pousada , 1222 4000-483 Porto Tlf. 225029821

mos num registo descartável, oco, sem qualquer conceito ou alma. Salvo três ou quatro exceções, claro, entre as quais está, precisamente, a portuguesa O Jardim, defendida por Cláudia Pascoal e Isaura. Não criaram grande empatia, acusadas de se refugiar na pesada herança de Salvador, mas, ainda assim, apesar do último lugar,- é de salutar a forma honesta e a coragem lusitana de não se render perante a diversidade esquizofrénica e eletrónica da Eurovisão. Portugal sendo Portugal, fugiu à norma. Com o menor investimento na operação da última década, trouxemos a palco artistas convidados excecionais, apresentadoras espontâneas e eficazes e comentadores não histriónicos. Em termos globais, a organização, não só na cerimónia, como nos dias que a antecederam, esteve ao nível do melhor que já se fez neste âmbito. Além disso, projetamos o país, abanamos o comércio e esticamos o turismo. Basicamente: elevamos a fasquia. Até em último ganhamos! Somos mesmo Portugal. Inês Sincero, 12ºG


Chegou a hora de partir...

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ou a Alexandra Ribeiro de Sousa do 12ºH. Neste momento em que se aproxima o final de uma caminhada que durou oito anos, gostava de vos dirigir algumas palavras. Eu tinha 12 anos quando cheguei a esta casa que tão bem me acolheu e acarinhou. Nestes 8 anos aconteceu de tudo: alegrias, tristezas, sucessos, insucessos, boas-vindas e despedidas! É com nostalgia, emoção e gratidão que recordo todos esses momentos. Agradeço a toda a comunidade escolar que contribuiu, cada um da sua forma, para que esta batalha fosse vencida. Agradeço a todos os Professores que lidaram comigo mais de perto em atividades letivas, extracurriculares e visitas de estudo, dando o melhor de si para me ajudar a progredir e a colmatar as limitações inerentes a uma paralisia cerebral. Também a funcionários, sem os quais o meu quotidiano escolar seria muito mais difícil, o meu “muito, muito obrigada” pelo apoio e carinho. Aos colegas, com quem convivi dia a dia

e enriqueceram a minha panóplia de vivências para mais tarde recordar, muito obrigada! Partilhar é humanizar! Tentei dar o melhor de mim em todos os desafios que me foram colocados, nomeadamente neste jornal em que colaborei em grande parte das edições, apelando à sociedade e à educação inclusiva! Há momentos possíveis e passíveis de demonstração pública de afetos e emoções! Sei que levo daqui amigos e mestres para a vida, momentos únicos que guardarei para sempre comigo, lágrimas, abraços e sorrisos partilhados! Chegou a hora de partir. Vou com o coração cheio de amor e gratidão, bem como com a sensação de missão cumprida! Forte abraço a cada um de vós… Até sempre! Alexandra, 12ºH

À nossa Escola É no meio da emoção Que nasce a nossa escola Somos Aurélia de Sousa E lutamos pela camisola

Com amizades para toda a vida E com o carinho dos professores Somos todos um legado; O sumo das gerações vindouras.

Cláudio, 12ºH

Festa de Finalistas de 12ºano—2017/2018

29 l Jornalesas l julho 2018 l L I

Com cheirinho a faculdade Definimos a nossa média No meio do esforço e dedicação Há momentos de comédia


Festa de Finalistas de 12ºano—2017/2018


índice

2

Mulher artista

8

Dia da Geografia

9

Matemáticas Mulheres

10

Escritos

12

Descobre outra cidade

15

Feirinha

19

Richard Zimler

20

Adelino Cunha

21

Monitorização ambiental

22

Clima

23

Clube Europeu

24

Parabéns 7ºano

26

Opinião

28

Chegou a hora...

29

Festa de finalistas

30

Passeio dos professores

31

Passeio dos professores a Viseu - Casa da Ínsua - 30 de junho 2018

III Semana das Humanidades

Foto de Rui Faria (prof.)


Editorial VAMOS DESTAPAR! Posso assegurar - bem como qualquer membro da sociedade adolescente - que em todos os jantares de adultos em que estou presente, seja de família ou casais amigos dos pais, sou confrontada com a aterradora interrogação do que pretendo fazer com o meu futuro (em casos mais extremos, empregam mesmo o termo carreira). Ali, naqueles segundos altamente constrangedores, vejo-me obrigada a revelar uma faceta bizarra (que o meu irmão afirma ser hipster, ao que eu contrario dizendo ser só ligeiramente desnaturada) e deixo sair pela boca fora: "Não sei. Mas não tenho pressa." Perante esta resposta, segue-se uma série de risos preocupados, abafados por generalizações perigosas como “toda a gente tem, pelo menos, uma ideia…", ou conselhos úteis como "segue aquilo de que gostas". Ora, chegamos precisamente ao cerne da questão. E se eu disser, com toda a segurança na voz, que quero seguir Teatro? Design de moda? Escultura? Aí os olhos ficam esbugalhados, e ouve-se alguém murmurar que a vida de artista é difícil, (comentário de quem não sabe que a vida é ainda mais difícil quando um artista é impedido de ser artista). E se eu disser, a transbordar realização, que quero seguir Jornalismo? Desporto? Aí os olhares trocam-se com hesitação, e tenta chamar-se à razão o pobre jovem utópico que não sabe que os jornais estão em extinção e que os personal trainers andam a multiplicar-se em ninhada. Não seria melhor um canudo em Direito? - ouve-se aquele tio, sentado à cabeceira da mesa, perguntar. E se eu disser, com tranquilidade, que quero seguir Medicina? Engenharia Informática? Gestão? Aí os olhares, calmos, prosseguem a refeição. Confiantes que aquele jovem está a salvo do buraco negro do futuro. Felizmente, este pensou bem e não tropeçou no leque abrangente de saídas profissionais que estão tapadas até cá em cima. Este é o meu último artigo para o JORNALESAS – prova viva que, afinal, os jornais não estão assim tão mortos e enterrados. Claro está, faço questão que a despedida deixe transparecer a minha criancice, e possível insanidade. Por isso… sabem que mais? Se está tapado, vamos destapar! Se está difícil, vamos suar mais e esforçar. Se a profissão que queres não existe, vamos inventar. E se ninguém tiver esperança, continua tu a acreditar. Sou apologista de que não devemos ir atrás do que queremos, se essa realidade estiver longe. Esse é o caminho fácil. É mudarmo-nos porque estamos mal. Sou apologista de que devemos alterar a nossa realidade, à nossa volta, ao invés de fugir para onde ela já está consolidada. Se o mercado de trabalho está caótico? Está. Se é difícil prever o que vai acontecer neste mundo tão touch e global? É. Se é preciso ser o melhor para se dar no olho – e não chega ser o segundo, o terceiro ou o décimo? Sem dúvida. Se tenho um medo danado da selva da vida que aí vem, ao virar a esquina do secundário? Claro que sim. Mas que sentido faz atirarmo-nos de cabeça – por mera segurança – para o que está, agora, destapado? Que sentido faz pôr os sonhos e gostos como Plano B? Eu quero ter comida na mesa, obviamente, mas também quero apreciar cada detalhe do que faço para ganhar a vida. Quero acordar desejosa de ir trabalhar todos os dias. Tu não?!... Então vai! E se esse sonho estiver tapado, terás mesmo de ser excecional para conseguir vingar. Gostares do que fazes, só pode ajudar! E, quem sabe, não vais destapar. A todos e aos indecisos - aos que em pleno verão vão estar a transpirar com o calor infernal de preencher uma candidatura (sem sequer ter opções ou ordem hierárquica) - lembrem-se que a vida dá voltas atrás de voltas. Que esta escolha não dita tudo. (De facto, pouco dita.) Que trabalhar na área é, hoje, coisa rara. Que podem voltar atrás. E, igualmente válido, podem parar, a qualquer momento, e tirar um ano mágico – caso se comprometam a não ficar quietos, a fazê-lo render e a ter vontade de mudar sempre mais alguma coisa. O teu Plano B tem de ser dedicar mais empenho ao Plano A. Se assim for, vais, certamente, destapar. Inês Sincero , 12ºG

ESCOLA SECUNDÁRIA/3 AURÉLIA DE SOUSA Rua Aurélia de Sousa - 4000-099 Porto Telf. 225021773 equipa.jornalesas@gmail.com

1,00 €

FICHA TÉCNICA Coordenadores: António Catarino (prof.), Carmo Rola (profª), Julieta Viegas (profª) e Maria João Cerqueira (profª) Revisão de textos: Maria João Cerqueira (profª) Capa: Instalação das Comemorações do 25 de abril - Oficina de Artes - 12ºI Paginação e Maquetagem: Julieta Viegas (profª) e Rosa Costa (12ºF)

Equipa redatorial: Alexandra Ribeiro, 12ºH, Alice Ferreira, 11ºH, Ana Mafalda, 11ºH, António Craveiro (prof.), Associação de estudantes, António Carvalhal (prof.), Bárbara Vilela, 11ºG, Beatriz Cunha, 11ºH, Beatriz Loureiro, 11ºH, Beatriz Silva, 11ºG, Carlos Morais (prof.), Catarina Cachapuz (profª), Catarina Loureiro, 11ºH, Carolina Barros, 12ºF, Cláudio Malheiros, 11ºH, Curso Técnico de Turismo (11ºJ), Patrícia Maltês, 11ºG, Iara Costa, 11ºH, Inês Sincero, 12º G, Jéssica Ferreira, 11ºG, Joana Cardoso, 7ºC, Joana Vieira, 12ºF, João Moreira, 11ºG, João Múrias, 11ºG, Julieta Viegas (profª), Lugar da Ciência, Luísa Mascarenhas (profª), Lucinda Motta (profª), Maria João Cerqueira (profª), Maria Manuel, 12ºG, Margarida Delduque, 11ºG, Margarida Mendanha, 12ºE, Marta Gonçalves, 12ºG, profªs de Geografia, Rita Cardoso, 7ºC, Rosa Margarida Costa, 12º F, Rui Faria (prof.) Turma 12ºA (2016 / 2017) Ana Maltês, Ângela Cruz, Joana Rocha, Raquel Anjos, Diogo Santos, Joana Maltês e Mariana Cunha. Financiamento: Estrela Branca l Pão quente, pastelaria; Helena Costa l cabeleireiro; Susana Abreu | cabeleireiros, estética e cosmética; UrbanClinic l Estética; Papelaria Cavada Nova l materiais de escritório e livreiro ; Mundo Escolar l jogos didácticos; Neveiros l Gelados artesanais e Escola Secundária/3 Aurélia de Sousa.

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Os textos para a edição L I ( 51 ) do Jornalesas foram redigidos segundo as normas do acordo ortográfico


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