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Publicação trimestral l dezembro 2015 l número X L l l l (43)


escola e sociedade Fundação Calouste Gulbenkian l Lisboa Qualificação das novas gerações l Educação e desenvolvimento Conferência Internacional de Educação - 26 de outubro 2015 Resumo da Comunicação

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No âmbito desta Conferência, de acordo com o título proposto, abordarei o tema “Escola e Sociedade”, ciente da complexidade das questões a abordar, apenas “armada” com a prática de uma vida de reflexões avulsas em torno do tema, motivadas, e matizadas, pela vivência diária do quotidiano escolar. Assim, apresento-me como uma voz plural, testemunha implicada e presencial da Escola que temos, única condição que me confere um lugar neste fórum. Abordarei, em 1º lugar, a Missão da Escola, de qualquer escola, tal como inscrita em documentos oficiais que balizam a ação no terreno e a forma como um Projeto Educativo – neste caso o do Agrupamento de escolas Aurélia de Sousa, que caracterizarei sucintamente – pode atualizar e dar forma a essa missão. Com expressa referência ao conceito de Homem que lhe subjaz, o que pressupõe amplo debate interno, com implicação de estruturas intermédias e auscultação formal e informal da comunidade alargada. Dessa leitura, emergirão duas linhas de força que enquadram a ação da Escola – uma dimensão mais científica e uma dimensão essencialmente ética, ou, dito de outro modo, a instrução e a educação, de cuja amplitude darei testemunho e a óbvia constatação de que “a educação se destina a melhorar a sociedade”. Darei conta da dinâmica organizacional e governação

das escolas para responder a essa missão e corresponder ao maior desafio se lhes coloca: “simultaneamente eficientes a produzir elevados níveis de excelência e equitativos a elevar o nível global de competências”. Assim surgirá a Escola, no centro de uma teia de relações, com os seus recursos internos, com os “stakeholders”, com o poder político e com a sociedade civil; numa encruzilhada de culturas, desafios e pressões, a reclamar uma clara definição de responsabilidades, já que hoje se verifica um pedido de responsabilidade quase ilimitado à Escola. Falarei, neste contexto, da escola enquanto agente de cultura democrática, da relevância do currículo oculto, da importância da construção e disseminação de um pensamento crítico sobre a Escola no seio da comunidade escolar. Nesta relação da escola com a sociedade, incontornável ainda falar da centralidade da sala de aula, harmonizável com o facto de, dentro dos limites do recreio, caber o mundo. Abordarei a forma como a Escola presta contas e se organiza para acompanhar a vertiginosa mudança de paradigmas e arquétipos, lançando um repto à sociedade civil e ao poder político. Porto, 9 de outubro de 2015 Delfina Rodrigues Diretora do Agrupamento de Escolas Aurélia de Sousa


biblioteca

Cerimónia de entrega dos prémios nacionais das Olimpíadas da Língua Portuguesa. Fundação de Serralves, Porto

vívio prolongou-se durante o almoço que teve lugar na Escola Secundária Aurélia de Sousa, tendo-se iniciado às 15h, no auditório, a sessão da cerimónia de entrega de prémios. Usaram da palavra a Diretora do Agrupamento, Dra. Delfina Rodrigues, o Comissário do Plano Nacional de Leitura, Professor Fernando Pinto do Amaral, e a Subdiretora-Geral da Direção-Geral da Educação, Dra. Eulália Alexandre. O cuidado posto na organização do evento, as intervenções dos oradores e a qualidade dos filmes com que cada aluno documentou a mensagem contida na sua composição de texto contribuíram para que este dia deixasse em todos os intervenientes uma memória gratificante que valerá a pena recordar.

Os alunos premiados foram os seguintes: Escalão A 1º lugar: Filipa Henriques de Oliveira, Escola Básica João de Barros, Figueira da Foz 2º lugar: Edgar Afonso Coelho Coimbra, Colégio Infante Santo, Santarém 3º lugar: Henrique Manuel Ruivo Pereira, ANCORENSIS – “Cooperativa de Ensino”, Vila Praia de Âncora Escalão B 1º lugar: Marcos José Oliveira Helena, Escola Secundária José Afonso, Loures 2º lugar: Miguel Carvalho Neto Queirós Pimenta, Escola Secundária Aurélia de Sousa, Porto 3º lugar: Helena Palma Carvalho, Escola Secundária Gabriel Pereira, Évora Luísa Mascarenhas (profª) Foto: O Comissário do Plano Nacional de Leitura, Professor Fernando Pinto do Amaral entrega o prémio ao aluno Miguel Miranda

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or decisão da Direção Geral do Ensino Básico e Secundário, esta cerimónia teve lugar na Escola Secundária Aurélia de Sousa, no dia 2 de outubro. Foi a primeira sessão solene de entrega de prémios deste concurso que, lançado há cinco anos na ESAS apenas a nível interno, foi, por proposta apresentada pela nossa escola, progressivamente alargado a outros estabelecimentos de ensino do 3º ciclo e secundário, estando neste momento a ser implementado em todas as regiões do país. O programa iniciou-se às 10h da manhã, na Fundação de Serralves, com o acolhimento dos participantes, a que se seguiu uma visita guiada ao Parque e ao Museu da Fundação. O con-


entrevista

O melhor aluno da ESAS de 2015 Miguel Pimenta frequentou a ESAS apenas no secundário, mas isso não o impediu de ser o aluno com melhor média no ano letivo 2014/2015. Considerava-se um “menino de colégio”, mas a passagem pela nossa escola abriu-lhe portas. O melhor aluno da escola sabe que “há tempo para tudo” e deixa-nos umas dicas.

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Entrega do prémio ao melhor aluno de 2015 pela Diretora da ESAS, Dr.ª Delfina Rodrigues – Dia do Diploma

or que é que escolheste vir para a ESAS no secundário? Eu podia dar uma resposta muito bonita, mas a verdade é que vim para cá porque era a escola mais próxima de casa. Quando saí [do Externato] das Escravas tinha uma certa dúvida entre ir para o Ribadouro ou para a Aurélia. Agora nem poria a questão, mas na altura estava um bocado dividido. Como andei sempre em colégios privados, os meus pais queriam que eu experimentasse andar numa escola pública e ainda bem que vim para cá. Eu era um bocadinho “menino de colégio” e ao chegar aqui senti que se abriram um pouco os horizontes, conheci pessoas muito diferentes. Na tua opinião, a capacidade de um aluno se conseguir automotivar tem um impacto no aproveitamento do aluno e faz dele um aluno melhor? Não sei se é assim uma relação tão linear. Uma coisa não tem necessariamente que ser consequência da outra. À partida, um bom aluno é aquele que gosta de estudar, mas isso também é relativo. Eu, por exemplo, não adoro estar sentado numa secretária a “comer” livros, mas gosto de aprender e gosto de saber.

Tens algum método de estudo? Não, acho que estudo como as outras pessoas. A única diferença é que eu tento gostar daquilo que estou a fazer e não forçar. Tem um bocadinho a ver com o que nos dá gozo aprender. E estudavas diariamente? Sim, mas isso também tem a ver com motivação. A grande parte das pessoas que não estuda diariamente é porque não é interessada na matéria. Estudavas mais em grupo ou individualmente? Gosto de estudar sozinho para começar a perceber a matéria, mas depois para estudar para exames e decorar as coisas, gosto mais de estudar e raciocinar com amigos. Na minha opinião, ajuda imenso ter um grupo de estudo e debater os assuntos.

Entrevistado por Maria da Paz (12ºG), Marta Vedor e Rui Branco (12ºF)


entrevista De uma criatividade transbordante, o Miguel reflete, no seu nome, a latitude que apenas acolhe os grandes, os maiores. Conscientemente modesto, tem uma nobreza de caráter, traduzida na tolerância e humildade que sempre evidenciou pelo respeito “do norte que o vizinho escolheu” (Torga, Diário,1937).Generoso e sensível, é detentor de um sentido de justiça invulgar, pugnando pelos mais frágeis, através de uma discreta ajuda abnegada e de uma defesa combativa, próprias de uma vivência espiritual que ecoa em gestos, palavras e silêncios… Aos olhos da professora Filomena Moreira

Tinhas alguma atividade extracurricular? Tinha aulas de inglês, era animador de um grupo de jovens de discussão e reflexão no colégio das Escravas. O ano passado andava muito de bicicleta com dois amigos meus e íamos em viagens engraçadas. É importante obrigar-nos a sair de casa. A cabeça fica mais leve. E é uma ótima maneira de relaxar entre os estudos. Escreveste um livro que foi recentemente publicado. Quando surgiu a ideia do “Orminian”? Estava no segundo ou terceiro ciclo quando comecei a escrever. Ao chegar ao secundário ficou em standby e houve uma altura em que eu decidi pegar no “Orminian”. Tive pena de não o ter feito há mais tempo. Os estudos começam a invadir o espaço e o tempo e coisas que também são essenciais começas a pôr para segundo plano. O livro foi um bocado isso. Como é que te sentes por teres um livro publicado e por teres entrado no curso de Medicina? Tudo isso é muito bom. Mas o meu orgulho não é ser o melhor. O que me interessa é que, se dentro daquilo a que eu me propus, se cumpri ou não.

O que pretendes fazer no futuro? Sinceramente, não sei muito bem (risos). Estou ainda a meio do meu primeiro semestre e não sei bem o que vai sair daqui, mas estou a gostar do que eu escolhi. Independentemente de eu me sentir perdido em Medicina ou não, sinto me em casa na Aurélia e nas Escravas. . O facto de escreveres mostra que és uma pessoa que vê para além das Ciências e do teu curso. Achas que isso tem um impacto no facto de teres uma boa média e teres conseguido atingir aquilo que queres? Eu sempre gostei da área de letras, embora nunca tenha posto a hipótese de seguir Humanidades como carreira profissional. Como gosto muito de ler e de escrever, o Português era uma disciplina de que gostava. Qualquer outro interesse que tu tenhas é sempre uma mais-valia para a área em que tu estás. Como é que a tua família reage aos teus resultados? Eu tenho dois irmãos mais velhos, ambos bons alunos, mas nunca houve qualquer tipo de pressão lá em casa para que um fosse melhor que o outro. Para os meus pais, tinha que tentar sempre ser o melhor que conseguisse ser. Se viam que eu me tinha esforçado, eu podia ter um 10 e eles apoiavam-me. Eu tinha interesse em tirar boas notas por mim. Como foi ficar em segundo nas Olimpíadas de Português a nível nacional? As olimpíadas de Português têm piada porque foi uma coisa que nasceu cá na escola. Foi muito engraçado, porque na entrega de prémios tivemos um jantar todo janota na biblioteca. Eu estava habituado a estudar naquela biblioteca e de repente tinha ali uma sala de jantar (risos).

“As notas não são diretamente proporcionais à felicidade de uma pessoa.”

“Os estudos começam a invadir o espaço e o tempo de coisas que também são essenciais e que

começas a pôr para segundo plano.” Palavras de Miguel Miranda

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Ser bom aluno é oposto de ter uma vida social ativa? Antes de mais nada eu não sei bem o que é ser o melhor aluno. Lá por ter tirado a melhor média no meu ano não quer dizer que seja o mais inteligente. Tudo o que é preconceito do género: tens boas notas, és um génio, tens boas notas és um cromo e não tens vida social, não é real. Há muitas coisas a ter em conta. É importante nunca pôr o estudo à frente dos nossos hobbies e amigos. Há tempo para tudo.


Lançamento do Balão Estratosférico Aurélia de Sousa

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No início deste ano letivo ocorreu na Escola Secundária Aurélia de Sousa um evento inédito na instituição (e recente no país): o lançamento do Balão Estratosférico Aurélia de Sousa. Este projeto, realizado pelo Lugar da Ciência, em conjunto com a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, foi o resultado de meses de trabalho de diversos professores e alunos que, em conjunto, o tornaram possível.

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objetivo do projeto era fazer o balão chegar à estratosfera e realizar, entre outras, medições de temperatura, altitude e pressão e recolher amostras do ar. A cápsula lançada, construída do zero na escola, incluía câmaras, GPS, sensores como os de temperatura e pressão atmosférica, dois Raspberry Pi (minicomputadores que comandavam os outros aparelhos) e cerca de quarenta pilhas. Para além disso,

dentro dela ia uma experiência de Biologia realizada em colaboração com o IPATIMUP (Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto), que se destinava a estudar camadas da atmosfera, de forma a identificar “habitantes” dessas camadas. À cápsula foi adicionado um paraquedas que permitiu recolhe-la quase sem danos de queda. O lançamento correu


outras escolas do agrupamento, pôde assistir, o que criou um ambiente e um público que nem sempre é possível juntar num evento como este. Para mim, que tive a oportunidade de estar envolvido na construção e lançamento da cápsula, foi fantástico verificar que tantas pessoas puderam ver o fruto do nosso trabalho e, talvez, ficar interessadas em apoiar, realizar ou divulgar mais empreendimentos como este. Concluindo, penso que o projeto foi bem-sucedido no geral. Foi uma experiência enriquecedora e divertida, que me permitiu estar em contacto com algumas áreas em que nunca tinha trabalhado. Foi também um momento em que se verificou uma união de toda a escola para apoiar uma mesma causa, momento que pode e deve ser repetido, neste caso específico do balão (como estamos a planear fazer) ou em outro diferente. ESAS, 25 de setembro João Luís Carvalhal, 10ºB

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bem: o balão subiu sem problemas, cumprimos horário e até tivemos a RTP a entrevistar alguns dos membros da equipa. Em cerca de uma hora, este tinha alcançado o seu objetivo de chegar à estratosfera e rebentou devido à pressão (resultado já previsto). Devido a uns problemas técnicos, não foi possível saber o local exato de queda do balão, mas sabia -se que iria cair algures em Castelo de Paiva, pelo que reduzimos a área de procura a uma pequena região. Mesmo assim, não conseguimos encontrar a cápsula e passámos a tarde à sua procura por entre campos de milho e a questionar as pessoas da zona. Foi interessante, de um certo ponto de vista. Desistimos da nossa busca por estar a anoitecer, pensando que alguém poderia contactar-nos se a encontrasse, o que de facto veio a acontecer, não no dia 25 de setembro, mas sim na terça-feira seguinte. Afinal o balão estava relativamente perto do local onde tínhamos andado, tendo sido encontrado pelo proprietário do terreno em que tinha caído, que nos avisou. Este foi, de facto, um projeto de sucesso para o Lugar da Ciência mas, mais do que isso, foi um êxito a nível de escola. Como a direção decidiu providenciar uma hora em que as aulas seriam canceladas para dar lugar ao lançamento, toda a comunidade escolar, para além de alunos e professores de


secundário e agora?

Estudar nas forças armadas..? Após o término do ensino secundário, alguns ainda não têm uma ideia definida daquilo que vão seguir no ensino superior. Condições para ingressar na Academia Para ingressar na Academia necessitas de passar por diversas provas, nomeadamente provas físicas, médicas e psicotécnicas para que os técnicos possam saber se és uma pessoa essencial para as forças armadas. Necessitas ainda de ter mais de 1, 60 m e ser solteiro (a). Obter boas classificações nos exames nacionais, bem como uma boa média no final do ensino secundário, serão uma ajuda para a tua entrada na Academia. Antes de fazer uma tatuagem ou qualquer outro tipo de expressão corporal, deves ter em atenção que, depois de uniformizado, estas não se podem ver.

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s forças armadas, nomeadamente a Academia da Força Aérea, oferecem diversos cursos que aliam a parte teórica, a parte prática e a atividade desportiva, o que poderá ser uma opção a seguir. A Academia da Força Aérea localiza-se em Sintra e tem como objetivo formar jovens para que estes possam defender e proteger o território português, mais precisamente o espaço aéreo do mesmo. Um dia na Academia O dia na Academia é pouco semelhante ao dia-a-dia de um cidadão civil. O dia começa bem cedinho, logo pelas 7:00 h, com o chamado “alvoroço”. Após acordar, o aluno deve deixar o seu quarto arrumado e seguir para o pequeno-almoço. As aulas começam por voltas das 8:00 h e terminam antes das 17:30 h. Estas aulas podem ser de carácter teórico, prático, de treino militar e de educação física. Após as 17:30h, o aluno pode-se dedicar a variadas atividades extracurriculares. O regime de estudo da Academia é um regime de internato, sendo que só podes abandonar as instalações durante os fins -de-semana. Mestrados Integrados A Academia da Força Aérea oferece diversos cursos (Mestrados Integrados) ligados, maioritariamente, às áreas das Engenharias. Dentro das áreas das Engenharias temos o mestrado de Engenharia Eletrotécnica, de Engenharia Aeronáutica e Engenharia de Aeródromos. Noutras aéreas ligadas, paralelamente, às engenharias podemos encontrar o curso de Piloto Aviador e Administração Aeronáutica.

Vantagens em estudar na Academia Para além de poderes estudar numa “escola” com reputação inigualável, as propinas são grátis, bem como o alojamento, refeições, fardamento e livros, o que pode representar um grande alívio financeiro para algumas famílias. Assistência médica, excelente preparação física, redução nos preços de bilhetes de caminho-de-ferro CP e ainda remuneração mensal que pode atingir os 300€ no primeiro ano são outras das vantagens que podemos encontrar na Academia da Força Aérea. A Força Aérea Portuguesa pode representar um futuro diferente para qualquer um, podes descobrir um talento inato que pode estar escondido. Podes ainda consultar o site da Academia (http://www.emfa.pt/www/po/unidades/unidade10D00) para obteres mais informações.

Rosa Margarida, 10ºH


secundário e agora?

Estudar na marinha..? Muitas vezes estamos inseguros na decisão a tomar e a falta de informação leva-nos a deixar de fora as opções que desconhecemos.

ste artigo visa acrescentar mais uma opção no teu leque de escolhas, pois quem sabe se a Marinha não é o melhor para ti? A Marinha é o conjunto das organizações e dos meios (pessoal, equipamentos, infraestruturas e outros recursos) dedicados às atividades marítimas, em tempo de guerra ou paz. A Marinha subdivide-se em: Marinha de guerra: organização militar responsável e encarregue da defesa e policiamento naval de um país, quer em ambiente marítimo quer nos ambientes fluvial, lacustre e aéreo. Marinha mercante: conjunto das organizações encarregadas dos meios civis em tempo de paz e dedicadas às atividades marítimas, de características fluviais e lacustres. Além de incluir as atividades portuárias e auxiliares comuns aos seus vários ramos navais, a marinha mercante subdivide-se em: Marinha de comércio ou transporte (em tempo de guerra) reúne os meios dedicados ao transporte de mercadorias (equipamentos, em tempo de guerra) e de pessoas (soldados, em tempo de guerra); Marinha de pesca - reúne os meios dedicados à pesca; Marinha de recreio (espionagem, em tempo de guerra) reúne os meios dedicados ao desporto e outras atividades recreativas. A Formação Profissional ministrada na Marinha centra-se nas componentes militar-naval, sociocultural, científica e tecnológica, e baseia-se em elevados níveis de qualificações e critérios de qualidade. Neste âmbito, a Marinha tem, pontualmente e ao abrigo de protocolos, colaborado com a sociedade civil em diversas

E se não passares nos testes físicos? Neste caso, ficarás condicionado no ingresso. Se porventura não conseguires entrar, terás que te preparar melhor para o próximo concurso. Começa já!

Rui Branco, 12ºF

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áreas de formação que vão desde a Liderança à Higiene e Segurança no Trabalho e à Prevenção de Acidentes e Combate a Incêndios. A tua condição e aptidão física, em particular ao nível cardiorrespiratório e de adaptação ao meio aquático, são alguns dos aspetos que verás serem avaliados no momento em que pensares ingressar na Marinha. Se praticas desporto regularmente, com certeza que não terás dificuldades em passar nos testes físicos. Os testes físicos consistem em correr 2400 metros no tempo máximo de 13m30s para os candidatos masculinos e 15m00s para candidatos femininos; em efectuar, pelo menos, 3 elevações seguidas na barra com as mãos em pronação para os candidatos masculinos; em efectuar, pelo menos, 2 elevações seguidas na barra com as mãos em pronação ou 7 extensões para candidatos femininos; fazer 29 abdominais em 1 minuto para candidatos masculinos e 22 abdominais em 1 minuto para candidatos femininos; nadar 25 metros em qualquer estilo ventral, sem paragens nem apoios ou exigência de controlo respiratório e recolha de objeto na parte funda da piscina. A Marinha é uma oportunidade para ti, independentemente da tua raça, credo, género ou orientação sexual. No entanto, para poderes ingressar na Marinha deverás preencher uma série de requisitos, os quais dependem do tipo de carreira que procuras.


economia l política

O mito da instabilidade política Quais as suas verdadeiras consequências?

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ertamente será do conhecimento de todos que, após as eleições do dia 4 de outubro, muita incerteza e dúvida se criou em relação ao nosso futuro. Isto porque a coligação PàF venceu sem maioria absoluta e para governar necessitaria de uma maioria estável e duradoura. Na procura dessa tal estabilidade, iniciaram-se conversações com o PS (ninguém imaginava dialogar com BE e CDU) para poder proporcionar, segundo Pedro Passos Coelho, "um futuro de crescimento económico para o país". As negociações em nada resultaram. Aliás, resultaram num acordo à esquerda que chumbou, recentemente, o Programa de Governo. Vejamos, em seguida, as consequências de toda esta confusão.

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Na verdade, os mercados internacionais começaram a ter desconfiança no nosso país, pois a instabilidade política é sempre um entrave ao investimento. No entanto, é irresponsável, na minha perspetiva, um primeiro-ministro ter a iniciativa própria de assustar os credores internacionais e gerar ainda mais desconfiança. É caso para dizer que todo este problema convém à direita, pois assim podem acusar a esquerda de ser causadora desta situação. Enganam-se. Somos todos portugueses e todos temos a obrigação de lutar pelo bem do nosso país. Apesar de tudo isto, gostei da atitude do professor Marcelo Rebelo de Sousa que, de forma inesperada, teve a coragem de falar com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e garantir que não haveria mexidas nos números do défice.

Nunca poderemos esquecer que o desenvolvimento de uma sociedade assenta sempre numa correta análise multivariada de, pelo menos, seis variáveis diferentes. Política, Economia, Desenvolvimento Social, Desenvolvimento Tecnológico, Educação e Cultura, são o conjunto dos fatores a ter em conta e não basta falar em instabilidade política para dizer que é daí que vem todo o mal que nos cai em cima. Acreditamos que os nossos atores políticos, mais do que olhar para a esquerda ou para a direita, devem ter conhecimentos sólidos sobre a sociedade portuguesa e ter projetos de longo prazo para a sociedade global, valorizando na mesma medida as variáveis que referi e, sem dúvida, deveriam até estar mais preocupados no desenvolvimento educacional dos nossos jovens, cujo futuro querem comprometer com "Mitologia Política". Em suma, considero que a instabilidade política não terá grande influência no crescimento económico do nosso país já que, como vimos, valerá 1/6 na decisão dos gestores e também não podemos esquecer que pouco podemos fazer quanto àquelas regras europeias a que estamos vinculados (défice, por exemplo). Portugal será sempre um bom país para investir. O eventual governo de esquerda cativará o investimento na produção do setor primário, promoverá o consumo das famílias e, em consequência, o aumento da receita do Estado, associado à melhor redistribuição da riqueza, fará de Portugal um país mais "educado", competitivo e justo em termos sociais. Miguel Parente, 10ºH


economia l política

Os limites da Liberdade humana

Atualmente, a humanidade é tão evoluída em tantas áreas do conhecimento que, na minha opinião, enquanto ser racional, me custa a entender a razão, o motivo, que leva os terroristas a matarem inocentes apenas porque gostam de matar. Será que estes senhores se consideram superiores a todos os outros? Será que fazem o mal apenas porque para existir o bem tem de existir o mal e o facto da sociedade ocidental viver em paz os atormenta assim tanto? Mas estes senhores invejam-nos tanto que será que até a nossa forma de respirar os irrita? Esta não é uma guerra a que estamos habituados entre estados, que visa a obtenção de poder, nem muito menos uma guerra religiosa, mas é sim, uma guerra total, que visa a des-

truição e em que o prazer de matar se encontra no apogeu. A nossa liberdade tem limites e termina quando começa a dos outros porque “Só na ilusão da liberdade, liberdade existe”. Porém, estes seres não são livres, a partir do momento em que vivem reféns dos seus pensamentos medíocres e de ideias mirabolantes. A liberdade está acima de tudo, em meu entender, até da segurança, dado que é a liberdade que nos permite sermos o que somos e sem ela seríamos todos iguais. A maior parte das pessoas que integram estes grupos terroristas têm livre-arbítrio, capacidade de escolha, muito embora alguns já nasçam num habitat de terror e a única realidade é essa, desconhecendo o certo e o errado, crescendo a acreditar que fazem o correto e que são bons, mas no fim de contas não o são! Para além destas consequências sociais, houve naturalmente consequências económicas. Após os atentados, o euro e as ações registaram uma queda mas, no entanto, o petróleo valorizou-se. A desvalorização do euro deve-se à tensão agora patente nesta zona, o dólar beneficiou da queda do euro e arrancou em alta. Os juros encontram-se a cair nos principais países da zona euro, com destaque para Portugal. No prazo de referência, a dez anos, a taxa de juro implícita da dívida nacional cedeu 3.8

pontos base para 2,718 pontos percentuais. Nos principais países da zona euro, nomeadamente em Espanha, Itália, Alemanha e também em França houve uma descida das rendibilidades pedidas pelos investidores. Por oposição, o petróleo encontra-se em alta devido ao autoproclamado estado islâmico, autor dos atentados, se localizar numa zona com forte volume de produção da matéria. Os atentados podem causar uma descida na oferta, o que terá como consequência o aumento dos preços. O ouro é um dos produtos mais assediado pelos investidores, estando estes à procura de produtos mais seguros. No caso português, houve uma desvalorização do psi-20, já em Nova Iorque houve um ganho de 0.32 pontos percentuais para 40,87 dólares por barril nos contratos futuros de West Texas Intermediate. Este incidente realça, inequivocamente, a interdisciplinaridade da economia e a interdependência das economias atualmente. A economia, como ciência social que é, abrange as visões económica e social do assunto, compreendendo-as e relacionando-as.

Ricardo Marques , 11ºG

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a passada sexta-feira 13 de Novembro, Paris foi violentamente atacada por um grupo de terroristas, cujo intuito é condicionar a vida humana, alterá-la e provocar o pânico e o terror. Este ataque causou como tantos outros, morte, dor, sofrimento, desespero e medo. Durante horas Paris e todos os seus habitantes foram impunemente atacados, um ataque não só às suas vidas, mas também aos seus valores, à sua liberdade, à sua paz, um ataque a tudo aquilo que os terroristas invejam e, por não o terem, ataquem quem o tem. Este incidente paralisou todo o mundo, visto que, depois de tantos séculos de história em que foram mais os dias de guerra que os de paz, continua a existir quem não respeite, quem não viva em sociedade, quem viva na penumbra do seu pensamento, ao ponto de ser um preso de si mesmo e passe a ser irracional. A razão é das poucas coisas que nos diferenciam do resto dos animais,. Contudo, aqueles que não a usam, passam a ser bichos, a agir instintivamente e sem remorsos nem sentimentos. A volatilidade destes seres deve-se ao cativeiro do negativismo de onde não se conseguem libertar e que permanentemente os afeta.


economia l política

Conflitos no Médio Oriente - Síria A Síria foi sempre uma área desejada pela sua posição estratégica, tendo sido ocupada por vários impérios como o persa, o grego, o romano, o islâmico e o otomano. Foi dominada por este último até à Primeira Guerra Mundial.

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necessário conhecer, antes de mais, o verdadeiro motivo da atual guerra no Médio Oriente. O Médio Oriente detém um terço das reservas de petróleo e de gás natural do planeta. Para estes recursos fósseis, especialmente o petróleo, chegarem à Europa têm obrigatoriamente de passar pelo canal de Suez. Contudo se fosse construído um oleoduto até à Europa, passando evidentemente pela Síria, os custos de transportes seriam reduzidos. Por isso, quem possuísse este oleoduto tinha poder sobre o pouco petróleo que resta no planeta. Chegamos, pois, à conclusão de que os atuais conflitos são uma guerra de interesses não só religiosos, mas também políticos e económicos. Em 1916, logo após a Primeira Guerra Mundial, foi assinado o Acordo Sykes-Picot, um ajuste secreto entre os governos do Reino Unido e da França, que definiu as suas respetivas esferas de influência no Médio Oriente, tendo como principal objetivo o controlo do petróleo. A França controlava politicamente a Síria, o que explica em parte os ataques de 13 de Novembro. Os limites estabelecidos pelo acordo ainda permanecem na maior parte da fronteira comum entre a Síria e o Iraque. O acordo é visto por muitos como um ponto de inflexão nas relações entre os árabes e o Ocidente, já que contrariava as promessas feitas aos árabes, no sentido de ser criada uma nação em território sírio, em troca de apoio aos esforços de guerra britânicos contra o Império Otomano. É necessário não esquecer que os árabes são um povo, não uma religião. Após a Segunda Guerra Mundial, a França e a Inglaterra são obrigadas a deixar estes territórios. É nesta época que surge na Síria a ideologia “Baaz” que é uma junção do sonho de uma só nação árabe e do socialismo. Esta ideologia laica difundiu-se rapidamente pelo Médio Oriente e Norte de África e deu origem à subida ao poder de ditadores nestes países, todos derrubados na primavera árabe de 2011, exceto o sírio, Bashar Al-Assad. Durante a Guerra Fria, a Síria invade o Líbano, o que dá origem a uma oposição islâmica ao regime Baaz. Na religião muçulmana existem dois ramos fundamentais: os Sunitas, que representam menos de 13% da população síria, tendo a sua maioria representantes do estado e chefes militares, e os xiitas, mais de 70% da população. O descontentamento do povo sírio, maioritariamente xiita, é

aproveitado pela oposição islâmica radical que toma a cidade de Hama em 1982. O governo sírio respondeu a este ataque de uma forma bastante violenta. Em 2000, sucede a Bashar Al-Assad o seu filho que, sobre pressão, liberta presos políticos e permite a navegação na Internet na Síria. No entanto, nos anos seguintes o governante sírio encarcera a oposição, o que fez com que, em 2002, George W. Bush incluísse a Síria no “axis of evil”, ou seja foi considerado um país acusado de ajudar o crescimento do terrorismo. Em 2011, houve tentativas de derrubar Bashar Al-Assad. O governo respondeu a estes ataques, uma vez mais, de forma violenta, provocando milhares de mortos, dando origem a uma sangrenta guerra civil. Atualmente a Síria é controlada militarmente não só por Al-Assad, mas também por outros grupos extremistas islâmicos, nomeadamente o exército livre sírio (FSA, em inglês), Al-Nusra e ISIS, o autoproclamado estado islâmico, responsável pelas maiores atrocidades, como, por exemplo, as de 13 de Novembro em Paris. Um dos maiores obstáculos à extinção e destruição deste grupo terrorista é o facto de se conseguirem autossustentar. Como já foi referido, o Médio Oriente é uma zona rica em petróleo. Graças a este recurso fóssil, lucram cerca de 540 milhões de dólares por ano. Apesar de o petróleo ser a sua maior fonte de receitas (representa 27% do total), não é a única, dispondo o Califado de uma economia diversificada. No Médio Oriente estão também importantes zonas de produção de gás natural e de algodão, além de recursos como o cimento, os fosfatos, o enxofre (para ácido sulfúrico), trigo e cevada, bem como as instalações industriais para o processamento dessas matériasprimas. Além disso, o Estado islâmico tem montado um sistema fiscal, que rende cerca de 360 milhões de dólares por ano, um sistema de resgate de reféns e ainda donativos de países como o Qatar, o Kuwait e Arábia Saudita. Joana Babo, 11ºG


economia l política

A questão dos refugiados e a crise do Médio Oriente

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tualmente, o mundo vive uma crise de refugiados sem paralelo. Com a chamada Primavera Árabe de 2011, países do Norte de África e do Médio Oriente fizeram golpes de estado para se libertarem de regimes de cariz autoritário, conseguindo o Egipto, a Líbia e a Tunísia mudar de governo. No entanto, a Síria encontra-se numa guerra civil desde 2011, com as forças de Bashar al-Assad, o Presidente sírio, contra os rebeldes, num conflito que já causou a morte a milhares de sírios. Apesar da grande maioria dos refugiados virem da Síria, as minorias étnicas, curdos, líbios, sudaneses, somalis, afegãos, eritreus e xiitas, também fogem do palco dos conflitos. Estes países também se encontram em guerra, o que está a causar problemas na Europa. Mas quais são os efeitos desta crise na Europa? O Público divulgou, a 3 de novembro deste ano, que vieram para a Europa 744 000 refugiados, sendo provável que, deste número, 45 000 tenham Portugal como destino. A maioria está em campos de acolhimento na Grécia e Turquia, onde tem acesso às necessidades básicas. Se analisarmos as zonas mais próximas do conflito, vemos que: 

Só 15% dos refugiados habitam em campos; Três milhões vão para os países vizinhos (Líbano, Iraque, Turquia, Jordânia e Egipto).

dos), liderado pelo Alto Comissário António Guterres (que será substituído por Fillipo Grandi em Janeiro de 2016) e a UNRWA (Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Médio Oriente), liderada pelo Comissário-Geral Pierre Krähenbüll, têm tido um papel fulcral nesta crise, sendo responsáveis por proteger os direitos e o bemestar dos refugiados.

Efeitos em Portugal Portugal é um país de asilo, acolhendo e integrando bem os refugiados na nossa comunidade. Pessoas como o casal Delaunay, a família real Espanhola, muitos judeus fugidos da perseguição nazi, espanhóis refugiados da Guerra Civil de 1936-39, entre outros, vieram para Portugal quando os seus países se encontravam em guerra. Apesar de haver poucos pedidos de asilo para Portugal, prevê -se a vinda para cá de cerca de 45 mil refugiados, distribuídos por todo o território. A UE paga 30 milhões de euros a Portugal para que lhes dê condições de vida dignas, através de uma casa, acesso aos serviços de saúde e à escola pública.

Frederico Oliveira, 12ºG

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Organizações como a ONU, através de órgãos como o ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugia-


Curso Profissional de Técnico de Turismo Turismo em Ação

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Aqui podes ver, por ordem cronológica, as atividades e projetos dos alunos do Curso Profissional de Técnico de Turismo da ESAS ao longo do 1º período letivo. Dia 2 de outubro Ao Douro de Comboio: Visita à Quinta dos Murças, em Covelinhos Em viagem organizada pelos professores de Geografia, os alunos do 11º ano do Curso Profissional de Técnico de Turismo foram, com outros alunos do 11º ano da ESAS, visitar esta Quinta, propriedade da empresa Herdade do Esporão. Os alunos visitaram as vinhas, o circuito de produção e armazenamento dos vinhos, tomaram conhecimento da produção de azeite e respetiva distribuição, bem como do investimento em curso, na Quinta, numa infraestrutura hoteleira associada ao Enoturismo.

Entre visitas, os alunos passearam entre centenas de turistas, na Ribeira e no Cais de Gaia; observaram a oferta hoteleira e de restauração, atravessaram a ponte e, ao fazê-lo, disfrutaram da vista do centro histórico, Património Mundial da UNESCO. A Visita às Caves Sandeman despertou o interesse dos alunos que puderam ver um guia turístico em ação e, simultaneamente, aprender mais sobre uma das maiores valências turísticas do Porto e Norte de Portugal: a produção do Vinho do Porto. Esta visita foi proporcionada pela responsável pelo Enoturismo da Sogrape Vinhos SA, Senhora Dr.ª Isabel Morais, a quem muito agradecemos a oportunidade.

Dia 22 de outubro (manhã) Complemento Curricular e Formação de Públicos Assistência à sessão de recitação do Sermão do Padre António Vieira - Payassu. No âmbito da disciplina de Português e respetivos conteúdos, os alunos do 11º ano assistiram à recitação do Sermão de Santo António aos Peixes, na Escola.

Dia 6 de novembro Complemento Curricular no âmbito da Formação Técnica do Curso Formalização da inscrição na VI Edição do Concurso “Descobre Outra Cidade”, promovido pela CMP e, em 2015/2016 subordinado ao tema Empreender com o património. “Os jovens são convidados a identificarem oportunidades de negócios no âmbito da exploração intensiva do turismo e do Património da cidade, através da apresentação de uma ideia/conceito e exploração da mesma através de um plano de ação/negócio exequível.” (Regulamento do Concurso, cl. 3ª – ponto 1: Natureza dos Trabalhos). Serão apresentadas a concurso trabalhos dos alunos do 11º ano.

Dia 22 de outubro (tarde) Valências Turísticas do Centro Histórico do Porto e de Vila Nova de Gaia (Cais de Gaia) Na tarde do dia 22 de outubro do corrente ano, os alunos das turmas do 10º e 11º ano do Curso Profissional de Técnico de Turismo da ESAS usufruíram de um “dia de verão” que lhes permitiu observar as valências turísticas do Centro Histórico do Porto – Ribeira – e de Vila Nova de Gaia – Cais de Gaia. A atividade estruturou-se em torno de duas visitas guiadas, à Casa do Infante e às Caves Sandeman, respetivamente. A dramatização a propósito da família do Infante D. Henrique, que antecedeu a visita à Casa do Infante, facilitou o conhecimento entre os alunos das duas turmas do curso, num ambiente lúdico e descontraído, de team building (fomento do espírito de equipa).

Dia 10 de novembro Complemento Curricular e Formação de Públicos Assistência à peça Madalena No âmbito da disciplina de Português e respetivos conteúdos, os alunos do 11º ano assistiram à peça Madalena, relacionada com a obra “Frei Luís de Sousa” de Almeida Garrett, no Mosteiro de S. Bento da Vitória.

Rosa Lídia Sousa, Diretora do Curso Profissional de Técnico de Turismo


conferência

O

Centro de Informação Europe Direct Porto esteve na ESAS, a convite da profª Isabel Trigo, no âmbito

do desenvolvimento do tema do módulo inicial da disciplina de geografia, do 10º ano, - A Inserção de Portugal em Diferentes

espaços. Foi um momento importante, onde todos vimos algumas das nossas dúvidas esclarecidas e foi possível testarmos os nossos conhecimentos através da participação em divertidas atividades promovidas pelo dinamizador, Dr. João Frutuoso.

Em que ano foram fundadas a Comunidades Europeias? 1957 Quantos países fazem parte da União Europeia? 28 Quantas pessoas vivem na União Europeia? 500 milhões Quantas línguas se falam na União Europeia? + de 60 línguas diferentes Quantas línguas oficiais tem a União Europeia? 24 línguas oficiais Que Instituição da União Europeia representa os cidadãos? Parlamento Europeu Em que cidades funciona o Parlamento Europeu? Estrasburgo, Bruxelas e Luxemburgo Quantos deputados tem o Parlamento Europeu? 751 Que instituição representa os Estados-Membros? Conselho Que instituição representa os interesses da própria União? Comissão Europeia O que é o Erasmus+? é o programa europeu que apoia a mobilidade, a educação e formação e o desporto na União Europeia Como são conhecidos os critérios de adesão à União Europeia? Critérios de Copenhaga Quais são esses critérios? Político, Económico, Acervo Comunitário

10ºano. turmas I, J e H (Geografia A)

O Centro de Informação Europe Diret Porto, é um organismo oficial de informação europeia que a Câmara Municipal do Porto acolhe e dinamiza, garantindo a todos um atendimento personalizado e totalmente gratuito sobre questões europeias.

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Facebook.com/EuropeDirectPorto http://europa.eu/youreurope


entrevista

Lá e Cá com um italiano

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H

oje em dia, muitos estudantes experimentam os diversos programas de intercâmbio existentes. Eneia, do 11ºano de Ciências, é um aluno do AFS, um programa de intercâmbio muito popular e bastante publicitado em Itália. No âmbito do JornalESAS e para sabermos mais sobre esta sua experiência, decidimos entrevistá-lo.

Olá, Eneia. Até agora tudo o que sabemos sobre ti é o teu nome e que estas inscrito num programa de intercâmbio. Podes-nos contar mais? Sim, claro. Eu venho do Norte da Itália, de Bergamo perto de Milão. Tenho uma família tipicamente italiana, ou seja, bastante grande e vivemos todos muito próximos uns dos outros. Tenho dois irmãos e acho-me o mais independente. Temos bastantes animais como cães, galinhas, um burro, um falcão. É como se fosse uma quinta. Eu gosto muito da natureza e vivo perto do campo. Gosto muito de sair de casa, mas gosto mais de ficar no meu jardim do que sair com amigos. Em Itália, praticava um desporto chamado ultimate. É um desporto americano praticado com um frisbee, bastante popular no meu país. Agora pratico andebol, mas não estou a gostar muito e pondero sair. Tenho em mente ir praticar voleibol já que, de toda a minha família, sou o único que não jogo. Foi difícil entrar no AFS? Mais ou menos. Acho que fui bastante

sortudo por vir para Portugal, apesar de ter sido a minha oitava escolha. Não por não gostar, mas sim porque tanto Portugal como Itália são parecidos a nível cultural e também por não existir ultimate aqui. Maior parte dos estudantes em Itália escolhem o AFS para virem estudar para outros países. Eu tive de fazer uma seleção para entrar neste programa. Nem todos conseguem entrar, o que é uma pena. Estás com uma família de acolhimento, certo? Sim. Tenho um “irmão” e uma “irmã” e vivemos com uma mãe, sem uma figura masculina presente. O 1º período com a família foi um bocado difícil, porque ainda nos estávamos a conhecer e era um pouco estranho. Mas depois fomo-nos conhecendo melhor e agora temos uma relação muito forte. Normalmente não estamos muito tempo juntos durante o dia, devido à escola e ao trabalho, mas à noite, ao jantar, costumamos falar o mais possível.


entrevista

Sentes falta da tua casa, da tua família? Sim, sinto, mas para ser sincero sinto muita a falta dos meus animais, porque com eles eu tinha uma relação diferente, não tão mental como se tem com pessoas; era mais físico e tenho saudades disso. E quanto ao método de ensino nesta escola? É muito diferente daquele a que estás habituado? Bem, em Itália, costuma-se incutir nos alunos que o estudo é muito importante, é uma regra. Aqui é mais “humilde”. Há alguns métodos que noto diferentes, como a utilização do “sumário”, algo que não existe de onde venho, os livros de matemática que também são diferentes na medida em que os exercícios estão ao lado da explicação. Os meus livros, em Itália, têm dez páginas de explicação e depois páginas e páginas de exercícios. Enquanto que em Itália temos decorar a matéria e aprender conceitos que não nos irão servir de muito para o futuro, aqui é mais perceber e relacioná-la. Enquanto que aqui, em Portugal, só há 5 dias de escola e depois vem o fim de semana, em Itália também se frequenta a escola ao Sábado, tendo só o Domingo para descansar. Normalmente são 5/6 horas de aulas por dia, com um intervalo de 15 minutos a cada 3 horas. Eu tinha 11 disciplinas na escola que vieram a diminuir com os anos. História, Italiano e Inglês tem-se todos os anos. Depois, mais à frente, podemos escolher entre a escola clássica, com grego, latim, piano, alguma matemática ou outra com mais matemática e ciências. No secundário, na minha escola, eu tinha inglês, italiano, química orgânica, química analítica, física, educação física, biologia e matemática. A relação com os professores é mais cordial do que aqui em Portugal. Em Itália, os alunos e professores tem uma relação distante, uma relação mais formal. Qual foi a tua maior dificuldade quando chegaste a Portugal? Bem, nas primeiras semanas, a maior dificuldade foi a língua , o aprender português, mas agora já me sinto confortável com ela. Fui ouvindo e relacionando, mas também estou num curso de português no AFS. Outra dificuldade que experimentei foi a mudança. Outra vida, outras pessoas, outra escola. De resto, acho que me adaptei bem ao país. Participas em alguma atividade extracurricular aqui na escola? Sim. Participo no clube europeu, já que em parte represento bem a essência do clube, no clube de tiro ao arco e no clube de xadrez. Estou a tentar conciliar os três e a tentar aproveitar o mais possível. Já realizaste este tipo de experiência mais alguma vez? Não, esta é a minha primeira vez. Já tinha viajado para outros

países com a minha família, mas esta é a primeira vez que o faço sozinho. O que é que levas de Portugal? O que é que apendeste aqui? Eu apenas estou aqui há dois meses, por isso não consigo responder muito aprofundadamente a essa pergunta. Mas, de certeza que esta cidade ficará comigo, a família que me acolheu, amizades e valores que irei absorver mais para a frente. E, então, quanto tempo ficas por cá? No fim de junho, volto para Itália, é um ano escolar. Quando voltar, vou ter que fazer um teste para poderem ver como é que estão os meus estudos e se realmente estudei ou não. Já foste visitar o Porto? O que é que achaste? Sim, já fui à Baixa do Porto e reparei que aqui é tudo mais barato do que em Milão. Fui sozinho, para fazer trabalhos para a escola e não só. De vez em quando, depois da escola, costumo ir e passear um bocado pelo Porto com a associação ou com a minha família. O que eu gostei mais foi da praia da Madalena, e tenciono fazer o curso de surf, porque é algo que gostaria de experimentar. Por acaso o mar foi uma das razões que me fez escolher Portugal, para além da língua, que tal como o Italiano deriva do latim, e da comida. A comida aqui é um bocado diferente, no entanto, gosto muito. Em Itália não comemos arroz, é mais massa que, como a minha família tem um moinho, produzimos nós mesmos. Que conselhos darias a pessoas que gostariam de fazer este intercâmbio, de experimentar esta mudança? Depende um pouco das pessoas. Eu acho-me um bocado dinâmico, logo esta mudança de Itália-Portugal não foi um grande problema. Mas para quem é um bocado mais reservado, penso que deviam fazer a escolha mais difícil, para um país como a China ou Tailândia, para se conseguirem abrir e aprender mais. Esta realidade é, para ser sincero, um pouco difícil, mas acho que, se estamos determinados, é uma ótima experiência. Na foto: Eneia com Leonor e Maria João do 10ºI Entrevista realizada por Leonor Gonçalves e Maria João Soares do 10ºI

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O que achas desta escola? Corresponde às tuas expectativas? Na verdade, estou a gostar muito. Tenho a possibilidade de à tarde, vir para a biblioteca estudar quando não tenho aulas ou mesmo ao fim do dia, coisa que em Itália eu não poderia fazer. Também fiquei impressionado com a “semana das listas”, porque em Itália apenas se realiza num dia. Os participantes apresentam as suas propostas nesse dia, sem festa, sem música, sem festejos. Este ambiente é muito mais livre, mais “familiar” do que no país de onde venho.


visita de estudo

Onde está o segredo da magia desta região?

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E

stávamos no início do outono, as aulas tinham iniciado há pouco, quando surgiu a oportunidade de visitarmos a Quinta dos Murças, mesmo no final das vindimas. Os dias quentes e longos convidavam e as professoras de geografia trataram de organizar toda a logística para que os alunos das turmas de 11ºano pudessem ter um contacto direto com o património paisagístico Duriense e com toda a dinâmica que envolve a produção de vinho. Assim, dia 2 de outubro, seguimos de comboio até à Quinta, onde fomos principescamente recebidos pelo enólogo, Dr. José Luís Silva e respetivos estagiários. Divididos em pequenos grupos, percorremos as vinhas e os lagares e desfrutamos da belíssima paisagem em socalcos sobre o rio Douro que nos acompanhou em todos os instantes. Surpreendemo-nos com a enorme área de olival que coexistia na área de vinha, e de exemplares de citrinos e figueiras que pontuavam os terrenos e percebemos a importância da riqueza florística para as características do vinho produzido na quinta. Onde está o segredo da magia desta região? Está na conjugação dos elementos físicos e humanos. A severidade do clima duriense, com noves meses de Inverno e três meses de Inferno, a presença refrescante do rio Douro que funciona simultaneamente como amaciador da temperatura e como reflector solar permite que os solos pedregosos cobertos de xisto acumulem o calor diário que vão libertando suavemente

durante a noite, ajudando a temperar o frio extremo das noites de inverno. Mas nada deste território teria a beleza e o valor que lhe reconhecemos se não tivesse havido a intervenção humana que, contra todas as adversidades, moldou os terraços nas vertentes íngremes e criou condições para a produção vitivinícola. Rendidos à grandiosidade da paisagem, regressamos ao Porto mais aptos e disponíveis para compreender as potencialidades agrícolas e turísticas do nosso País, nomeadamente da região do Douro Vinhateiro, classificado como Património Mundial da Humanidade e que é também a região demarcada mais antiga do mundo. A Quinta dos Murças situa-se perto da cidade da Régua, na margem direita do rio Douro, sendo uma propriedade histórica que data de 1714. Detém um património riquíssimo beneficiando de uma riqueza paisagística única, onde se sobrepõem encostas íngremes, socalcos, vinhas ao alto, ribeiros e olivais numa paisagem paradisíaca.

Documento organizado pelos alunos que visitaram a Quinta dos Murças 11º K - Curso Profissional de Técnico de Turismo 11º F e 11ºG de Economia 11º H e 11ºI de Humanidades


visita de estudo

Transporte para a Europa e para todo o Mundo

P

or iniciativa das professoras de Geografia, Idalina Miranda e Manuela Moreira, as quatro turmas do 9º ano (A, B, C e E) da ESAS foram conhecer o Porto de Leixões, em Matosinhos. No início da visita passamos pelo antigo terminal de passageiros e no seu interior foi possível ver a carruagem de D. Carlos I da época da inauguração, em 1891. Este porto é uma área internacional com 5 km de cais e dispõe de excelentes acessibilidades, para escoar ou receber rapidamente as diversas mercadorias. Opera 365 dias por ano e 24 horas por dia, com muita produtividade, reduzido tempo de permanência de navios no cais e aposta na sustentabilidade. O Porto de Leixões movimenta 15 milhões de toneladas de mercadorias por ano e representa 25% do comércio externo português por via marítima. Por aqui passam cerca de três mil navios por ano, 300 mil contentores e todo o tipo de cargas: têxteis, granitos, vinhos, madeira, automóveis, cereais, sucata, ferro e aço, álcool, aguardente, açúcares, óleos, melaços, produtos petrolíferos e ainda passageiros de navios de cruzeiro. Passámos pelos terminais: contentores-frigoríficos, carga geral, contentores (onde param os navios Panamax que transportam cada um 4500 contentores), granéis sólidos e líquidos, multiusos, sucata, carga roll-on/roll-off e ao longe vimos o terminal de petroleiros. A construção mais recente foi o novo terminal de cruzeiros que este ano já recebeu 80 navios cruzeiro. Esta estrutura alberga ainda o Parque de Ciência e Tecnologias do Mar e a sede do CIIMAR – Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha, ambos da Universidade do Porto. Infelizmente, no dia da visita, não estava lá nenhum cruzeiro mas, no dia seguinte, iriam atracar três cruzeiros em conjunto.

e a perceber qual a sua importância e relação com o comércio e o País” ESAS, 12 novembro ——————————————Panamax é um termo que designa os navios que, devido às suas dimensões, alcançaram o tamanho limite para passar nas eclusas do Canal do Panamá. Isso significa um comprimento de 1000 pés (305 m), uma boca de 110 pés (33,5 m) e um calado de 85 pés (26 m). Tiago Pedro e Yaraslau, 9º E

Novo terminal de cruzeiros do Porto de Leixões

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“Com esta visita ficámos a conhecer melhor o porto de Leixões


visita de estudo

Às voltas com a floresta

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A

posteriormente, pelos povos medievais, acompanhados de nossa escola foi ao Parque Nacional da Peneda

uma paisagem de cortar a respiração. O espelho de água

Gerês com as turmas de 11ºano. A iniciativa foi da

resultante da Barragem de Vilarinho das Furnas, no rio Ho-

professora de educação física, Catarina Cachapuz, a que se

mem, afluente do rio Cávado, contribuiu para criar um cená-

associaram outros professores de diversas disciplinas, com o

rio belíssimo, em que o reflexo das montanhas deslumbrou

objetivo de encarar a caminhada como um hábito saudável

os mais desatentos.

de ocupação de tempos livres e participar na campanha de

A caminhada apresentava um certo grau de dificuldade que

reflorestação com recolha de sementes do Carvalho Alvari-

surpreendeu os mais inexperientes nestas andanças mas,

nho, sob orientação da Quercus. Trata-se de uma espécie

graças à camaradagem e entreajuda, os obstáculos foram

autóctone que poderá contribuir para a recuperação de

superados e a boa disposição reforçada.

áreas desflorestada por motivo de incêndio ou por outras

Depois do almoço, fomos recebidos no Museu da Geira,

razões, nomeadamente pelo corte para múltiplos aproveita-

onde um elemento da Quercus, Dr. Pedro Sousa, nos infor-

mentos.

mou do projeto “Floresta Comum”. Assim, sensibilizados

O dia anunciava-se enevoado para os lados do Porto, tendo

para a importância da preservação das espécies florestais,

vindo a abrir já perto de Braga. A viagem, essa foi animada,

neste caso para a reflorestação com o Carvalho Alvarinho,

cheia de alegria e humor q.b.. À chegada ao Parque de

procedemos à apanha de sementes (bolotas) nesta que é

campismo da Cerdeira, no Gerês, e depois de uma pausa

uma mata certificada, para que se possa aumentar a popu-

para desentorpecer as pernas, parte dos alunos partiu para

lação de carvalhos.

o reconhecimento da Geira Romana, iniciando uma caminhada pelos trilhos criados e percorridos pelos Romanos e,


visita de estudo "Há sítios no mundo que são como certas existências humanas: tudo se conjuga para que nada falte à sua grandeza e perfeição. Este Gerês é um deles."

Por Miguel Torga Projeto Floresta Comum - O Floresta Comum é um programa de fomento e incentivo à criação de uma floresta autóctone com altos índices de biodiversidade e de produção de serviços de ecossistema. A floresta autóctone portuguesa é toda a floresta formada por árvores originárias do nosso país, como é o caso dos carvalhos, dos medronheiros, dos castanheiros, dos loureiros, das azinheiras, dos azereiros, dos sobreiros, etc. A floresta autóctone possui, as seguintes funções e utilizações: · amenização do clima; · sequestro do carbono; · conservação da biodiversidade; · preservação e melhoria da paisagem; · prevenção dos fogos florestais; · preservação de valores históricos e culturais; · promoção de atividades de recreio e do turismo; · produção de bens não-lenhosos (frutos silvestres, plantas medicinais e aromáticas, cogumelos) e produção de bens lenhosos (madeira, cortiça).

“ Devo à paisagem as poucas alegrias que tive no mundo!”

Por Miguel Torga

Esta visita proporcionou-nos a oportunidade de observar localmente a floresta portuguesa de influência atlântica e muitos outros elementos paisagísticos de carácter geográfico e, desta forma, entendermos melhor temas que abordamos nas aulas de geografia. No regresso ao Porto era visível o cansaço, mas também a sensação de alegria por um dia bem passado. De louvar ainda a organização exemplar desta atividade que contou com a participação de 150 alunos, divididos em grupos e acompanhados por vários professores. Texto de Afonso Magalhães com a colaboração de Andreia Magalhães, Maria Coimbra, Maria João Santos, Sara Vieira e Gonçalo Dias - Alunos do 11ºI

Aspetos geográficos:

Pedro Sousa Condomínio da Terra / Green Cork / Floresta Comum – Quercus Recomenda-se a consulta dos sites: www.condominiodaterra.org www.greencork.org www.florestacomum.org http://www.100milarvores.pt/portfolioitems/carvalho-alvarinho-quercusrobur

O Parque Nacional da Peneda-Gerês, criado em 1971, é o único parque Nacional no País. Fica localizado

no Maciço Hespérico ou Maciço

Ibérico, área essencialmente granítica. Situado no Alto Noroeste de Portugal, na fronteira com Espanha, cobre uma área de 72.000 hectares, englobando as serras do Gerês, Soajo, Amarela e Peneda. É atravessado por inúmeras linhas de água, o Rio Lima e Cávado e diversas ribeiras. O PNPG é uma das “7 maravilhas naturais de Portugal”, pela rara e impressionante beleza paisagística e pelo valor ecológico.

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“Preservar as florestas é sinónimo de proteger e a garantir a qualidade de vida, é preservar o futuro.”


dia mundial da alimentação

“com bolos são enganados os tolos”

A

alimentação é o fator que mais influencia a saúde e

a duração da vida de uma pessoa. Como diz Emídio Peres “Diz-me o que comes, dir-te-ei a saúde que tens”. É bem verdade que, na atualidade e no que toca à alimentação, temos a considerar duas realidades opostas: a obesidade, associada aos países ricos e a subalimentação, característica dos países subdesenvolvidos. É cada vez mais importante que aprendamos a comer seguindo a roda dos alimentos e de acordo com as proporções indicadas. É bem verdade que “pela boca morre o peixe” e este pode morrer por excesso ou por carência alimentar. Não queiramos morrer por excesso até porque, como diz o ditado, “com bolos são enganados os tolos” e o “relógio é uma boa invenção para lembrar a hora da refeição”; acrescente-se que “não se vive para comer, mas come-se para viver”.

dia em que nenhum homem, mulher ou criança se deite com fome ou com excesso de alimentos. Os grandes objetivos deste dia passam por promover o exercício físico e os hábitos alimentares corretos, criar atitudes positivas face aos alimentos e à alimentação, desenvolver a compreensão da relação entre a alimentação e a saúde, encorajar a aceitação da necessidade de uma alimentação saudável e diversificada, fazendo da alimentação um dos melhores investimentos, quer familiar quer governamental. É também importante, neste dia, relembrar a importância de “comer à mesa” que conduz à partilha, ao saber ouvir, emitir opiniões. Enfim, treina as competências duma boa convivência social. A Equipa de Promoção Educação para a Saúde

Neste dia Mundial da Alimentação devemos procurar estabelecer o compromisso de conjugar esforços para que chegue o

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Comemoração do Dia Mundial da Alimentação

N

o dia dezasseis de Outubro de 2015, a Equipa de Promoção Educação para a Saúde do Agrupamento de Escolas Aurélia de Sousa comemorou o Dia Mundial da Alimentação, pondo em prática as seguintes atividades: disponibilização de fruta no Bar dos alunos e na sala de professores com vista a incrementar o seu consumo; na Biblioteca, foi projetado um pequeno filme sobre “a revolução das bocas” que alertava para os perigos dos corantes, do uso de inseticidas e pesticidas bem como dos organismos geneticamente modificados que são responsáveis pelo aparecimento de doenças; foi ainda afixada informação sobre as vantagens em praticar uma alimentação saudável e foram colocados modelos da roda dos alimentos e da pirâmide alimentar, dando-nos indicação sobre as proporções dos diferentes grupos de alimentos numa alimentação equilibrada.


opinião

Usar óculos no século XXI

I

imagem de um objecto é formada atrás da retina), a capacidade visual do ser humano é quase perfeita, fazendo com que este só comece a perder as suas aptidões visuais a partir dos 25 anos e precise, normalmente, de usar óculos quando atinge os 40/45. A doença associada ao envelhecimento denomina-se presbiopia. É, à partida, detectada quando o indivíduo sente os olhos cansados por passar longos períodos no computador, provocando dores de cabeça, ou quando o ato de ler se torna mais complicado e o paciente tem que segurar um livro mais longe para poder conseguir ler sem dificuldade. Na ESAS, uma grande parte dos alunos usa óculos durante as aulas, sendo que somente alguns deles os utilizam permanentemente no dia a dia. No nosso país, para metade da população portuguesa – cerca de cinco milhões e duzentos mil – os óculos são essenciais. Atualmente, os óculos deixaram para trás a sua função primordial e tornaram-se, também, um acessório de moda imprescindível. O visual geek é um dos mais requisitados aquando da procura de um novo par, com ou sem graduação. Com a possibilidade de produzir lentes mais finas e a grande variedade de modelos disponíveis, até quem tem uma graduação elevada pode seguir as novas tendências.

nventados no século XIII, os óculos sempre se destinaram a auxiliar a visão de quem os usa. Porém, os modelos como os problemas associados à vista foram evoluindo com o passar dos tempos. Agora, no século XXI, e com os avanços tecnológicos que temos ao nosso dispor, como é usar óculos? Há uns anos atrás, quando comecei a usar óculos, apercebime de que a maior parte das pessoas abominavam tal objeto. Ou porque não gostavam da aparência, ou porque simplesmente não se habituavam a usá-los. Dessa forma, as lentes de contacto eram uma alternativa aos “monstrinhos com hastes”, porque, além de quase invisíveis, adequam-se a praticamente todos os tipos de olhos. No entanto, muitas das vezes, as lentes de contacto não conseguem corrigir certos problemas de visão como, por exemplo, algumas formas de estrabismo. Contrariamente a hoje em dia em que existem óticas ao virar da esquina, nos primeiros tempos após terem sido inventados, não havia tanta facilidade nem poder monetário para comprar óculos e, muito menos, lentes de contacto. Assim acredita-se que uma grande parte da população via o mundo desfocado. À exceção da miopia (incapacidade de reconhecer objetos distantes, devido ao alongamento excessivo do globo ocular e à formação de uma imagem à frente da retina) e da hipermetropia (problema verificado quando uma pessoa não consegue identificar o que se encontra mais longe, porque a

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Rua Santos Pousada , 1222 4000-483 Porto

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Marta Vedor, 12ºF


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viagem

Para mais informações, pf contactar as professoras Ana Neves ou Fátima Valério


filosofia

Comemoração do Dia Mundial da Filosofia

C

omemorou-se o Dia Mundial da Filosofia na nossa escola, com os contributos dos trabalhos realizados pelos nossos alunos do 11º ano; esses trabalhos estiveram subordinados a diferentes temáticas/problemáticas, nomeadamente à temática da “Utopia”, uma vez que será em torno dela que se irão concretizar as atividades levadas a cabo na Semana das Humanidades (em janeiro de 2016). Os referidos trabalhos foram expostos no átrio da nossa escola para partilhar com a restante comunidade educativa.

Alguns alunos do 10º ano elaboraram marcadores de livros com frases de filósofos ou de outros autores, mas sempre com sentido filosófico, que trocaram entre si. Também alguns alunos do 10º ano recitaram poesia na Sala dos Professores, sempre com o objetivo de lembrar que a Filosofia pode estar presente em qualquer texto, desde que tenha uma leitura filosófica. A coordenadora do grupo de Filosofia, Blandina Lopes

Dia da Filosofia - 19 de novembro de 2015 - trabalhos realizados pelos alunos de 11ºano

O que significa… “ser um mouro de trabalho”, “trabalhar que nem um mouro” – diz-se de alguém que trabalha muito. Origem – a expressão remonta à época dos Descobrimentos. Durante a expansão portuguesa, grande parte do trabalho mais duro era feito por escravos e mouros cativos, como relatam as crónicas da época. O “mouro ou moiro de trabalho” era, assim, alguém que fazia os trabalhos mais pesados. Nau portuguesa do século XVI

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CURIOSIDADES


biblioteca

CURIOSIDADES O que significa…

O que significa…

“de se lhe tirar o chapéu”– diz-se de algo que é digno de

“dar um bodo aos pobres”– ação de amparo aos pobres, ou, ironicamente, grandes e injustificadas benesses dadas a alguém.

admiração.

Chapéus do tempo de Luís XV

Distribuição de comida aos pobres na Idade Média

Origem – Foi na corte do rei francês Luís XIV (1638 – 1715)

Origem – Os bodos eram, na Idade Média, grandes refeições

que se forjaram vários manuais de etiqueta famosos pelo seu

dadas aos pobres locais pelas autoridades ou instituições con-

rigor e pormenor. Muitos desses manuais iam ao ponto de

celhias. Alimentar pobres, doentes e peregrinos era uma missão

regulamentar o modo mais ou menos ostensivo de se tirar o

de todo o bom cristão nos recuados tempos medievais. Com o

chapéu (ou apenas de o simular), de acordo com a importân-

evoluir da língua a expressão sofreu um alargamento semânti-

cia da ocasião e do interlocutor. Quando esses manuais chegaram até nós, os portugueses passaram a designar os mo-

co, passando a designar uma benesse injustificada ou proveniente do acaso.

mentos/factos de relevo como dignos “de se lhe tirar o chapéu”.

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26 l Jornalesas l dezembro 2015 l X L l l l

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Rua Aurélia de Sousa nº 49

Rua Santos Pousada, 1204 - 4000 – 483 Porto Tel/Fax.: 225 024 938 / Tlm.: 911 710 979


biblioteca

CURIOSIDADES O que significa…

O que significa…

“ser um cicerone”– ser um guia.

“andar à paisana”– não andar fardado ou andar sem dinheiro.

Fardas militares do fim do séc. XVIII

Origem – O sentido da expressão deriva do significado da palavra ”paisano”, designação antiga de camponês (em francês diz-se paysan, em italiano e castelhano paisano). No Antigo Regime, os camponeses constituíam a maioria da população e

Cícero

eram a base do exército. Se não se era militar, era-se, regra

Origem – Depois de se ter retirado da vida política, Cícero (político, filósofo e orador romano, 106 a.c. – 44 a.c.) dedicou-se à escrita de livros sobre a eloquência e a oratória, a arte de bem falar. Esses livros tornaram-se autênticos guias

geral, camponês/paisano. Ao mesmo tempo, associava-se os paisanos a pessoas de baixa condição social e com pouco dinheiro, daí essa dupla asserção de “não fardado” e/ou “pessoa modesta”.

para quem queria aprender a falar em público. Com o tempo passaram a ser conhecidos como cicerones e o termo

27 l Jornalesas l dezembro 2015 l X L l l l

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tomou o significado de “guia”


livros

Crónica de uma Morte Anunciada de Gabriel Garcia Marquez

A

Crónica de uma Morte Anunciada foi escrita por Gabriel García Márquez, em 1981, escritor que veio a ser Prémio Nobel da Literatura um ano depois. Esta história é contada sobre a forma de uma narrativa jornalística em que o narrador, passados 20 anos, tenta reconstruir o que se terá passado, ouvindo todos os intervenientes (que são muitos) no dia em que ocorreu um crime. Em síntese, este livro passa-se numa pequena aldeia da Colômbia, onde os habitantes sabem de um futuro crime (facto que foi sendo divulgado pelos assassinos que iriam cometê-lo), mas não acreditam que venha mesmo a acontecer. O único que verdadeiramente desconheceu tudo foi a vítima, Santiago Nasar. Existe neste livro essa enorme ironia pelo facto de todos os habitantes da aldeia terem conhecimento do eventual crime mas, por não acreditarem, nada fazerem para impedir o assassinato. Concluindo, recomendo profundamente este livro para os amantes de suspense e mistério, bem como para todos aqueles que gostam de uma boa história. Em pano de fundo, temos a cultura colombiana na sua vertente mais tradicional, desde os ímpetos de violência até aos preconceitos arreigados e a um conceito alargado e primitivo de família, em que o problema de um é problema de todos e a honra tem de ser lavada com sangue.

Nuno Miguel Martins, 9º A

O ladrão de sombras

de Marc Levy

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ste livro conta-nos a história de um rapaz com um poder invulgar: ele consegue “roubar” sombras das pessoas com quem se cruza. Ao princípio, estes “assaltos” acontecem-lhe involuntariamente e chegam a assustá-lo, pois sempre que a sua sombra toca na de outra pessoa (seja um amigo ou um desconhecido) essa sombra passa a segui-lo. As sombras contam-lhe, mesmo contra sua vontade, os mais profundos desejos, temores e aspirações das pessoas a quem pertencem, e isto traz muitas consequências pois, ao saber dos segredos, sente-se na obrigação de ajudar. A história acompanha este rapazinho até à sua idade adulta quando se torna médico e se debate com a questão de usar ou não o seu poder para curar tanto os seus doentes como os seus amigos. Pois afinal, será ele capaz de resolver os problemas dos outros, quando nem sequer consegue resolver os seus? Francisca Paixão, 9ºC


livros

As Intermitências da Morte

ação. Sob a secretária de um diretor televisivo, é encontrado um envelope sem destinatário nem remetente mas, no seu interior, encontrava-se nada mais nada menos do que uma carta para a sociedade assinada pela morte. A morte vai enviar, então, cartas a avisar as suas próximas vítimas de que as suas horas fatais estão a chegar. Contudo, uma des-

Os Novos Robôs

Mariana Costa, 10ºJ

de Isaac Asimov

A

gora, até no quotidiano das pessoas são usadas tecnologias para demonstrar sentimentos, estados de espírito, etc. No Dia dos Namorados já não há uma carta bonita, um ramo de flores, esses gestos que eram tão valorizados. Agora, manda-se um SMS já pré-concebido a dizer por nós o que sentimos. Atualmente, quando queremos saber como uma pessoa está, já não lhe perguntamos, vamos ver o estado dela no Facebook. Já toda a gente sabe como as novas tecnologias invadiram o nosso mundo, um mundo cada vez mais automatizado. Mas se pensam que isto é tudo… estão profundamente enganados, e há factos que o comprovam. Nos corredores das escolas, mais de 80% dos estudantes estão no telemóvel. Fora da escola, vários amigos reúnem-se e a maioria está a mandar mensagens a pessoas de fora e alguns até escrevem para um amigo dentro do grupo. Mas graças a Deus que já há quem se indigne contra estas desgraças muito sociais… mas só no mundo virtual. Amadeu Queirós Vieira, 9ºA,

29 l Jornalesas l Jornalesas l dezembro 2015 l X L l l l

livro da autoria de José Saramago, primeiro escritor português que arrecadou um prémio Nobel de Literatura. A partir da leitura do livro, conseguimos dividi-lo em duas partes. O autor inicia o livro da mesma maneira que o termina: “No dia seguinte ninguém morreu”. Na primeira parte, o autor fala sobre a intermitência da morte: um dia, simplesmente, deixa de morrer seja quem for, a morte parece ter feito uma pausa por tempo indeterminado. Em si, esta mudança poderia parecer benéfica, mas a verdade é que se torna fonte de grandes incertezas e perturbações. O autor examina a forma como a sociedade, desde o governo, à igreja, hospitais, agências funerárias, seguradoras e lares de terceira idade, se comporta perante este problema. Levanta-se, assim, a questão de saber como manter o equilíbrio social se todas as pessoas se tiverem tornado imortais. Na segunda parte, começa a criar-se um enredo centrado em personagens mais individualizadas e com mais relevo na

sas cartas enviadas é devolvida; a morte estranha, insiste, mas a carta é reencaminhada outra vez para a sua posse. Então, a morte conclui que está perante alguém que se recusa a morrer e, para poder investigar este seu problema, humaniza‑se, assume a forma de uma mulher moderna, decidida e sedutora. É nesse papel de mulher fatal que vai ao encontro da sua renitente vítima e o resultado só poderia ser um: o romance entre ambos. Na minha opinião, é um livro intrigante e que propicia a reflexão sobre a nossa condição de seres mortais. Apesar de considerar a primeira parte agradável, a segunda ainda se destaca mais, a meu ver, não só pela forma como o romance surge e vai evoluindo, mas também pela ironia que decorre de a morte, mais uma vez, fazer uma pausa, por estar apaixonada e querer poupar o objeto do seu amor. “Cada um de nós tem a sua própria morte, transporta-a consigo num lugar secreto desde que nasceu, ela pertence-te, tu pertences-lhe.”

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A

s Intermitências da Morte é um

de José Saramago


filme

Words and Pictures

C

royden é uma Escola Secundária em Maine, nos Estados Unidos. Jack Marcus (Clive Owen), Mr. Mark para os alunos, é poeta, escritor e dá aulas de Inglês à turma mais avançada. É um homem divorciado, com um filho já adulto, com quem tem uma relação frágil e distante pelo facto de ser desajuizado e um alcoólico compulsivo. Chega diariamente atrasado ao trabalho, um dos motivos que começa a por em risco o seu emprego. Publica artigos na revista literária da escola, porém, tem tido muita dificuldade em escrever algo que seja digno de publicar. Dina Delsanto (Julliette Binoche) é uma artista bem-sucedida em Nova York. Uma artrite reumatoide avançada que a impossibilita de se mover sem o auxílio de uma canadiana, de pegar em pincéis ou mesmo de se vestir e despir sozinha, vai obrigala a migrar para Maine, onde tem o apoio da irmã. Apesar de todos os obstáculos, esforça-se por continuar a pintar. É contratada como a nova professora de arte da turma de alunos de Mr. Mark. É fria, desinteressada da vida pessoal de cada um e muitíssimo exigente, acreditando sempre que os trabalhos podem ser mais perfeitos e transmitir mais de cada um. Os dois colegas de trabalho, tendo personalidades praticamente opostas, dão início a uma guerra, envolvendo os seus alunos, onde disputam qual dos dois saberes é mais importante. As letras ou a arte. As palavras ou as imagens. Na minha opinião, este filme mostra um lado muito positivo daquilo que a sétima arte é. Com atores magníficos e uma história interessante e inovadora, esta comédia romântica, de Fred Schepisi, mesmo não sendo o meu género predileto de filmes, deixou-me bem surpreendida. Aos meus olhos, as palavras e as imagens complementam-se na perfeição. Se pensarmos bem, o silêncio que nos consome quando estamos perante uma obra de arte, pode ser traduzido numa esplêndida poesia. Inês Sincero, 10ºI

CURIOSIDADES 30 l Jornalesas l dezembro 2015 l X L l l l

O que significa… “matar a galinha dos ovos de ouro”– diz-se de alguém que, deliberadamente, arruína uma boa fonte de rendimento. Origem – A expressão tem origem numa velha lenda grega de Esopo (620 a.c.– 564 a.c.) que conta a história de uma galinha que punha ovos de ouro. Os seus donos enriqueceram rapidamente, mas a fortuna não lhes trouxe nem sabedoria nem bom senso. Gananciosos, quiseram aumentar a sua riqueza ainda mais rapidamente, tendo decidido, então, matar a galinha para lhe extraírem todos os ovos de uma só vez. No entanto, a galinha não tinha ovos de ouro dentro do seu corpo, pelo que a sua morte não foi “rentável”, antes pelo contrário: a fonte de rendimento secou. Moral da história: quem tudo quer tudo perde.


“Pessoas com deficiência” afinal o que é isto?

A

partir de uma sondagem, no âmbito das “Pessoas com deficiência”, feita a uma amostra de alunos representativa dos vários anos

índice Escola e Sociedade

2

Olimpíadas da Língua Portuguesa

3

O melhor aluno ESAS 2015

4

Balão estratosférico ESAS

6

Secundário e agora?

8

Economia l Política

9

Curso de Turismo

14

Entrevista ao aluno italiano

16

Visitas de estudo

18

Dia da Alimentação

22

Viagem a Roma e Florença

24

Biblioteca l Curiosidades

26

Filosofia

25

Livros

28

Filme

30

Afinal o que é isto?

31

de escolaridade, concluiu-se que, aproximadamente 39% das pessoas inquiridas, não têm uma noção precisa sobre o tema, nem sabem que, no dia 3 de Dezembro, se comemora o Dia Internacional das Pessoas com deficiência. A ideia pouco clara que as pessoas têm sobre o assunto reflete-se posteriormente em preconceitos e linguagem pouco corretas. Daqui se denota a necessidade de desmistificar e esclarecer alguns tópicos. Em primeiro lugar, é necessário clarificar que o conceito “deficiência” é algo que abrange vários tipos e graus de dificuldades e patologias que não são necessariamente doenças. Por exemplo, a diferença entre a esclerose múltipla e a paralisia cerebral: a esclerose múltipla é uma doença degenerativa que afeta o sistema nervoso, retirando progressivamente capacidades às pessoas; por outro lado, a paralisia cerebral é uma lesão ao nível do cérebro, não degenerativa, que inativa várias funções, dependendo do tipo e quantidade de células afetadas. Há pessoas que padecem de patologias temporárias e outras de patologias permanentes; as patologias não se resumem a problemas a nível físico, mental ou psicológico. Como referido anteriormente, os problemas podem derivar de diversas situações, nomeadamente do sistema nervoso . É considerada “deficiência” quer um problema congénito, isto é, algo existente desde a conceção, por exemplo Trissomia 21, quer um problema adquirido ao longo da vida, como é o caso da paraplegia ou tetraplegia.

Em suma: é importante perceber que as pessoas com deficiência não são seres de outra dimensão, completamente diferentes daqueles que se consideram sem qualquer tipo de limitação. A condição de vida que restringe, por vezes, a autonomia no quotidiano não retira o estatuto de Pessoas, com sonhos, vontades, voz ativa!

Alexandra Degenhardt, 10º I

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São problemas, à partida, não contagiosos.


S

Editorial

emana das Humanidades! O 2º período na nossa Escola vai iniciar-se com esta semana que, num contexto normal, seria mais uma das semanas das diversas áreas em que as atividades escolares são férteis. O que torna este acontecimento tão especial então? Lembremos que estamos numa Escola multifacetada, com alunos de várias proveniências e valores diferentes entre si, uns a iniciarem-se no mundo da escolaridade básica, outros a finalizarem o ensino obrigatório de doze anos e a seguirem os seus passos universitários rumo a um chamado mercado de trabalho se não mais exigente, certamente mais injusto, onde as pequenas diferenças fazem toda a diferença. Se fossemos cínicos, diríamos simplesmente que os professores e a comunidade escolar formada por funcionários, pais e órgãos administrativos nada teriam a ver com este percurso. Que o nosso papel seria ensinar, dar a «matéria» e acabaria aí. Mas não somos cínicos, nem indiferentes aos percursos que desenhamos ou imaginamos desenhar para os nossos alunos. Eles saem de Portu-

gal quando se formarem? Sim, é uma meia verdade. O nosso mercado de trabalho fragiliza-se? Outra meia verdade. E é um conjunto de meias verdades que nos levam a formular esta pergunta: qual o papel da Semana das Humanidades? Ou seja, qual o papel das Ciências Sociais e Humanas no mundo de hoje, onde impera a ditadura das finanças e dos números, ultrapassando inclusive o legado da economia, da literatura, da política, da história, da geografia, do direito e do pensamento estruturado? Cremos que colocar isto em questão é tão premente como urgente. É que não se fazem boas pessoas, sem a crítica formada em valores sólidos e num pensamento livre. Contam-nos que o reitor da Universidade pública de Tóquio, em setembro de 2015, pediu a demissão, quando o governo japonês quis que eliminassem as Ciências Sociais e Humanas porque gastava muito dinheiro para os objetivos que a sociedade japonesa queria, ou pensava que queria. A coisa não foi avante, mas percebe-se que haverá muitos governos cujas posições não serão tão explícitas quanto a do governo japonês, mas são, talvez, implicitamente concordantes. Hoje, em Portugal, é comum pensar-se que as Ciências Sociais são inúteis. Não sendo os governos a dizê-lo, a malfadada vox populi dá-lhe a energia necessária para o corte de subsídios e de apoios que estas carecem o que infelizmente vai sendo uma realidade. Mas, já que falamos em realidade, convém dizer uma verdade que não fica pela sua metade: ouve-se com frequência que os perto de 500 mil jovens qualificados portugueses que emigraram para a Europa são bem vistos no trabalho, aliás tal como nas empresas portuguesas que se modernizaram. Não só pela sua produtividade (que é elevada), mas também pelas relações positivas de trabalho que constroem e pelo alto valor que atingem nos testes de triagem para o emprego na área da cultura geral. Ou seja…nas Ciências Sociais! Isto não vos faz pensar?

António Catarino (prof.)

FICHA TÉCNICA Coordenadores: António Catarino (prof.), Carmo Rola (profª), Julieta Viegas (profª) e Maria João Cerqueira (profª)

Revisão de textos: Maria João Cerqueira (profª) Revisão geral : Maria João Cerqueira (profª), Marta Vedor (12ºF), Rui Branco (12ºF), Rosa Margarida (10ºH) e Maria da Paz (12ºG)

Capa: Carmo Rola (profª) e Sílvia do 12ºH Paginação e Maquetagem: Julieta Viegas (profª)

Equipa redatorial: Adriana Silva (10ºA), Afonso Magalhães (11ºI) Alexandra Degenhardt (10ºI), Amadeu Queirós Vieira (9ºA), Angelina Mota (profª), António Catarino (prof.) Clara Falcão (profª), Fátima Alves (profª), Fátima Valério (profª), Filomena Moreira (profª), Francisca Paixão (9ºC), Frederico Oliveira (12ºG), Idalina Vale (profª), Isabel Trigo (profª ), Inês Sincero (10ºI), José Luís Carvalhal (10ºB), Joana Babo (11ºG), Julieta Viegas (profª), Leonor Gonçalves (10ºI), Luísa Mascarenhas (profª bibliotecária), Maria João Soares (10ºI), Maria João Cerqueira (profª), Maria João Viegas e Curso Técnico de Turismo, Maria da Paz (12ºG), Marta Vedor (11ºF), Miguel Parente (10ºH), , Nuno Miguel Martins (9º A), Rosa Lídia (profª), Rosa Margarida (10ºH), Rui Branco (12ºF), NIPES, a Equipa de Promoção Educação para a Saúde, Tiago Pedro (9ºE), Yaraslau (9ºE) e Ricardo Marques (11ºG). Outros colaboradores: Fotos de António Carvalhal, Curso Técnico de Turismo, Delfina Rodrigues (Diretora), António Carvalhal (prof.) Andreia Magalhães, Maria Coimbra, Maria João Santos, Sara Vieira e Gonçalo Dias (alunos do 11ºI) e Luís Teles (11ºC). Financiamento: Estrela Branca l Pão quente, pastelaria; Não + Pêlo l Estética ; Deriva Editores l livros , Olmar l materiais de escritório; Oporto essência | cabeleireiro low cost; Helena Costa l cabeleireiro; Susana Abreu | cabeleireiros, estética e cosmética; e Escola Secundária/3 Aurélia de Sousa.

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dezembro. 2015

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(pesquisa: jornalesas)

1,00 € Os textos para a edição X L l l l (43) do Jornalesas foram redigidos segundo as normas do acordo ortográfico


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