JornalESAS abril de 2013

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ABRIL 2013 EDIÇÃO XXXV


OLIMPÍADAS DE LÍNGUA PORTUGUESA Maria Luísa Mascarenhas Saraiva ( profª responsável pela CRE-BE)

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epois de alguns meses de negociações com a Direção- Geral de Educação e a APP – Associação de Professores de Português, o protocolo que estabelece a parceria entre a ESAS e as duas entidades para o lançamento progressivo, a nível nacional, das Olimpíadas da Língua Portuguesa, foi finalmente assinado em fevereiro.

ca, o conhecimento e bom uso da Língua Portuguesa fosse igualmente incentivado, tendo em conta a importância desta matéria estruturante e transversal a todos os currículos e, consequentemente, determinante para o sucesso educativo dos alunos.

A Escola Secundária Aurélia de Sousa passará a ser a Coordenadora da Comissão Organizadora, cabendo-lhe, entre outras funções, definir datas e procedimentos inerentes ao lançamento desta iniciativa, que este ano se realiza, pela primeira vez, de forma alargada, abrangendo cinco escolas da região norte.

As provas decorrerão em duas fases: a primeira terá lugar no próximo dia 9 de Abril, em cada estabelecimento de ensino inscrito, para dois escalões: alunos do 3º ciclo e alunos do secundário; todos os alunos que obtiverem 90 pontos ou mais serão apurados para a prova final, que terá lugar na nossa escola no dia 10 de maio pelas 12 horas.

O sucesso desta experiência, desenvolvida a nível de escola nos dois últimos anos letivos, fundamentou e estruturou a proposta apresentada ao Ministro da Educação e Ciência para que, à semelhança do que se faz há 30 anos com a Matemáti

Contamos com o entusiasmo e a adesão dos professores e alunos das escolas envolvidas, tanto mais que o sucesso nesta fase será determinante para o alargamento futuro das Olimpíadas da Língua Portuguesa a todas as escolas do país.

Sabes o que significa…? “trabalho de Sísifo” 

tarefa exaustiva, interminável e inútil.

Origem: Na mitologia grega, Sísifo, rei de Corinto, era considerado o mais astuto de todos os mortais. Após ter provocado a ira de Zeus (o pai dos deuses) por denunciar o rapto da mortal Egina, Sísifo escapou algumas vezes de Tânatos, o deus da Morte, através de engenhosos ardis. Mais tarde, Hermes ( o mensageiro dos deuses) conseguiu levá-lo ao Hades (o inferno), onde foi condenado, por toda a eternidade, a empurrar até ao cume de uma montanha uma grande pedra, que, ao alcançar o topo, despenca novamente montanha abaixo. O trabalho de Sísifo torna-se, assim, uma tarefa nunca acabada e sempre recomeçada.

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À conversa com uma poetisa da nossa época Beatriz Lamares , 11ºG

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poetisa contemporânea Filipa Leal brindou-nos com a sua presença no dia 01 de Fevereiro de 2013. Neste colóquio, a autora de diversas obras expôs a sua paixão pela poesia e a forma como esta influencia positiva e negativamente as suas vivências. Filipa Leal nasceu em 1979, no Porto, e a sua juventude foi marcada pelo seu individualismo que a demarcava dos amigos ou colegas da sua idade, por estes não partilharem o mesmo interesse e gosto pela leitura e escrita. Inspirada pelo lema da sua mãe – “Devemos ousar!”- ,viajou para Londres, onde se formou em Jornalismo, uma das suas ambições de infância. Mais tarde, regressa a Portugal, onde publica a sua primeira e única obra narrativa. Esta obra é tratada como uma “filha ilegítima”, pois a escritora acabará por negar essa forma de escrita, tendo-se rendido à musicalidade da poesia. Notoriamente marcada pela sua vivência com os londrinos, a poetisa coloca na sua escrita o quotidiano e o divino ao mesmo nível, comprovando assim o poder prático que a carateriza. Confessou também que sempre lhe fora incutida uma certa dose de teatralidade pela sua mãe, considerando assim Filipa Leal que “o poeta é um ator frustrado ”: esta já tentou escrever peças de teatro, que nunca a satisfizeram na íntegra, acabando por não terminar nenhuma delas . Com efeito, a escritora descreve-se a si própria como uma sonhadora que encontra no seu talento um refúgio da realidade. À semelhança de outros escritores contemporâneos, a poetisa finalizou a sua intervenção defendendo que a arte deveria ser uma forma de crença, onde nos poderíamos refugiar. Nas palavras da escritora “A arte não serve para nada se não nos fizer sonhar e acreditar “. 

ESAS, fevereiro de 2013, Filipa Leal com a aluna Beatriz Lamares

Outras obras da poetisa Filipa Leal

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Porto em Movimento: da revolução liberal às novas áreas urbanas Prova de Orientação Tiago Dias , 11ºH e Mariana Oliveira, 11ºG

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o penúltimo dia do segundo período, deixámos a ESAS para conhecer um pouco melhor a cidade do Porto. O pretexto foi uma “Prova de Orientação”, que tinha como objetivos consolidar conhecimentos adquiridos nas disciplinas de História, Geografia e Educação Física; reconhecer locais e monumentos marcantes da história do Porto associados ao triunfo do Liberalismo Português; analisar as diferentes funções oferecidas pela cidade assim como a sua morfologia e problemas (tais como a desertificação do centro, a degradação patrimonial); desenvolver a capacidade de orientação com mapa; e também, como não podia deixar de figurar, a perda de algumas calorias. Chegados à Praça da República (ponto de partida), os alunos foram organizados em grupos de três e receberam os elementos indispensáveis para a competição: um mapa com os diferentes locais a visitar, uma folha de controle e as questões a que tinham de responder. Depois, partiram faseadamente, com diferentes percursos. Dos locais visitados, destacam-se a Praça da República, onde identificaram as diferentes funções e atividades urbanas e puderam imaginar a pacata revolução liberal de 24 de agosto de 1820; a Praça Gomes Teixeira; a Cadeia da Relação, requalificada como Centro Português de Fotografia, onde estiveram presos importantes figuras do Liberalismo português; a capela de S. José das Taipas, passando pela casa de naturalidade de Almeida Garrett; a igreja de Nª Senhora da Vitória, onde ainda se vê a cicatriz de uma bala miguelista e o Miradouro aí próximo, do qual se contemplam as Caves de Vinho do Porto; o quartel da Serra do Pilar, o Cabedelo e as três pontes; a imponente estátua de D. Pedro IV, que revela às lentes das câmaras a entrega literal do coração de D. Pedro à cidade e à igreja da Lapa e o desembarque das tropas liberais no Mindelo; o panorama é neoclássico e arte nova. Na rua da Carmelitas, a livraria Lello, aquela que é para muitos a mais bela livraria do Mundo, foi paragem obrigatória. Percebemos facilmente por que é considerada um dos ex-libris da cidade do Porto. Olhando em frente, deparámos com uma vista magnífica sobre a Torre dos Clérigos e sobre a renovada Praça de Lisboa. Ainda na mesma rua, apreciámos a arquitetura de Marques da Silva no edifício que hoje alberga uma loja da famosa porcelana portuguesa da Vista Alegre, que se alia aos cristais Atlantis e à faiança de Rafael Bordalo Pinheiro. Todos referências nacionais de grande notoriedade internacional, que não podemos deixar

Estivemos atentos às alterações de funções de alguns importantes edifícios, nomeadamente do Mercado Ferreira Borges, pois é mais um exemplo daquilo que em geografia urbana apelidamos de requalificação, dado que este imóvel foi construído para ser um mercado de fruta, embora nunca tenha sido utilizado para esse fim, e foi sendo aproveitado para outros usos ao longo do tempo, sem perder o seu traçado. Por ele passam hoje feiras, exposições e outros eventos culturais. E não é que, no final, tudo bateu certo?! Alguns mais confusos, outros mais orientados, mas todos muito cansados, conseguimos chegar à meta – a Ribeira – junto da ponte D. Luís I, onde nos aguardavam os professores: Catarina Cachapuz (Educação Física) Fátima Valério e António Catarino (História) e Julieta Viegas (Geografia). Paradoxalmente, muitas vezes são os turistas que conhecem melhor o património material e imaterial do Porto, pelo que, atualmente, importa qualificar os portuenses, não só para o conhecimento do seu rico património mas também para o acolhimento do incomensurável número de turistas que, cada vez mais, dá à invicta uma feição turística e cultural.

de conhecer. O mapa encaminhou-nos para a Praça da Liberdade, onde observamos a estátua de D. João IV, e para a Avenida dos Aliados, onde nos sentimos rodeados por sedes financeiras, cafés e restaurantes de luxo e pela sede do Município. A natureza do comércio denuncia a hierarquização dos espaços, sendo evidente o aparecimento de maior número de lojas de prestígio à medida que nos aproximamos das áreas de maior centralidade. Após a estação de S. Bento, não podíamos deixar de visitar a Rua de Mouzinho da Silveira (jurisconsulto da revolução constitucional de 1820) que sofria, na altura, obras de repavimentação, até ao mercado de Ferreira Borges (também constitucionalista). Esta rua foi construída sobre o Rio da Vila, que se encontra hoje coberto por um grande aqueduto subterrâneo.

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Dia 14 de março, as turmas G e H do 11ºano de Humanidades tiveram uma manhã diferente: realizaram uma prova de orientação pela cidade do Porto, preparada pelos professores de educação física, história e geografia. Na foto a profª Catarina confirma as respostas e os tempos da equipa vencedora - 11ºG : Ricardo Ávila, Catarina Castro, Miguel Ângelo e Rui Batista


O professor universitário Álvaro Domingues esteve na ESAS, no dia 27 de março, e partilhou alguma da investigação sobre o tema “Cidade e áreas metropolitanas”.

Conceito de cidade ? Texto de Tiago Dias e de Inês Bacelar, 11ºH

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lvaro Domingues é geógrafo, docente universitário e investigador no multifuncional Centro de Estudos de Arquitetura e Urbanismo (CEAU), da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto. Das obras por si publicadas destacam-se A Rua da Estrada (na qual desconstrói a dicotomia cidade/campo), Cidade e Democracia (na qual se descrevem as alterações que as cidades, nomeadamente as médias, sofreram após o 25 de Abril) e, mais recentemente, Vida no Campo.

O conceito de cidade? O geógrafo procurou clarificar os conceitos tradicionais de cidade e de espaço urbano que ainda persistem nos manuais escolares. O estilo apelativo de harmonização entre imagens e discurso, muito ao estilo das obras do investigador, foi marcado por argumentos interessantes e inovadores. Recorreu a imagens da NASA para identificar as infraestruturas elétricas na área metropolitana do Porto e explicar o seu efeito na dispersão do crescimento urbano. Passou também pela referência a frescos centenários da sala do conselho dos 9 de Siena e por um mapa para destacar a visão europeia de cidade como espaço interior, cerrado ao mundo externo, rural, marasmático e “natural”. Recorreu a comparações entre imagens com décadas de diferença para se entenderem os processos de

expansão urbana e de mutação funcional (como foi o caso da função económica de transporte do rio Douro transferida para o porto de Leixões), e a outros dados e curiosidades enriquecedoras como, por exemplo, as diferentes perspetivas do que é uma cidade entre as diferentes ciências sociais. Destacou, por exemplo, o estereótipo “Porto” como ponte D. Luís, D. Maria, rio Douro e zona ribeirinha, formulado pela estética turista, quando existem áreas novas de visita obrigatória. O professor finalizou com duas imagens metafóricas que apresentavam, uma, o conceito tradicional de área metropolitana como ovo estrelado, num espaço que se expande a partir de um núcleo denso e delimitado, o concelho do Porto; outra, a realidade que atualmente os mapas traduzem, que mais se assemelha a um prato de ovos mexidos, tal é a disseminação de infraestruturas por todo um vasto território, nomeadamente de estradas e autoestradas´, dando uma perspetiva de fragmentação do tecido urbano. Os alunos das turmas de Humanidades do 11º ano e do curso profissional de Turismo, presentes na sessão, demonstraram o seu agrado pela apresentação. Estas iniciativas são de todo o interesse para a comunidade escolar e da maior importância pela diversificação de ideias e perspetivas oferecida aos alunos. A sua pertinência é acrescida pelo facto de o tema estar a ser tratado em várias disciplinas - Geografia, História e Filosofia.

Algumas das obras publicadas pelo geógrafo Álvaro Domingues

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O Zoo e a Preservação de Espécies em Extinção Miriam Costa, 10º I

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oo (sufixo grego: animal, bicho) é um monossílabo extraordinário, que é utilizado na maioria das línguas. Por isso, em qualquer parte do mundo podemos sempre encontrar um Jardim Zoológico. Estes “mini ecossistemas” assumiram desde cedo um papel de centros de descoberta não só do Animal mas também do Homem e das suas evoluções paralelas, a fim de estudar as coabitações ancestrais que uniram os seus destinos para sempre. Têm também uma importante função pedagógica, pois só podemos gostar do que entendemos, e só entendemos o que conhecemos bem. É então fundamental a sua ação junto das populações, especialmente dos mais jovens, pois desde cedo lhes passa a ser incutida a ideia de que é necessário proteger os animais e de que medidas devem tomar para o fazer. Um dos grandes exemplos de sucesso é o Jardim Zoológico de Lisboa, que, através dos seus projetos relacionados com os EEP’s (European Endangered Species Program), já conseguiu “salvar”várias espécies. Um dos casos mais famosos é o dos Koalas (Phascolarctos cinereus), que estão atualmente classificados com um risco de extinção baixo, segundo a UICN (União Internacional para a Conservação da Natureza). Mas isto só foi conseguido graças a um grande empenho e dedicação. No final do séc. XIX, tratava-se de uma espécie bastante numerosa. Até que, com o aparecimento de vários perigos - como a desflorestação, os fogos e a caça desportiva; os indivíduos começaram a dispersar cada vez mais, a fim de se defenderem, tornando-se uma espécie quase extinta. Foi então que os Zoos entraram em ação, criando-lhes condições propícias à sua instalação e posterior reprodução, sempre com o objetivo máximo de repor a espécie no seu habitat natural. Hoje, já estão fora de perigo devido aos esforços realizados. Em suma, os Jardins Zoológicos são uma peça fundamental para a proteção do mundo e ajudam-nos a compreendê-lo e preservá-lo de forma mais eficiente.

Os Jardins Zoológicos são uma peça fundamental para a proteção do mundo e ajudam-nos a compreendê-lo e preservá-lo de forma mais eficiente. 

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Vamos mudar o logótipo

Não O repto foi lançado na edição XXXIV e a reação unânime, os nossos leitores gostam do logótipo do jornal e por isso vamos manter o atual.

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Trabalho de Campo

Projeto “A Árvore na Cidade”

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oi no passado dia 20 de janeiro de 2013 que o grupo dos Jovens Repórteres do Ambiente (JRA) da escola secundaria Aurélia de Sousa se dirigiu à urbanização da Prelada, a fim de apurar toda a verdade sobre um abate em massa de árvores urbanas. Chegados ao local, pudemos observar que o que antes era um jardim público deu agora lugar ao parque de estacionamento de um supermercado “Pingo Doce”. Este antigo espaço verde foi em tempos o habitat de várias árvores com cerca de 20 anos e de algumas palmeiras mais novinhas, e costumava ser cuidado pelos condóminos, uma vez que o espaço lhes havia sido cedido pela câmara. No entanto, mesmo existindo um acordo escrito, entre a instituição e os locais, essa cedência aconteceu sem os segundos terem recebido algum tipo de aviso prévio ou comunicação posterior. Atualmente, e possivelmente como forma de se redimir, a empresa deixou sobreviver algumas das palmeiras e plantou seis jacarandás, que terão agora uns três anos. Na altura em que se deu o abate, os moradores “bateram à porta” das instituições responsáveis, chamaram a comunicação social e convocaram manifestações. Contudo, depois de tanta luta, os habitantes desta urbanização já se renderam à utilidade de um espaço comercial tão próximo e que até atrai clientes das redondezas e localidades vizinhas. 

A Europa na ESAS Cartaz, foto e texto de Manuela Violas (profª de geografia)

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uma sessão apresentada de uma forma simples e cativante pelo Dr. João Frutuoso, antigo aluno desta escola, os alunos do 7º A e E tiveram a oportunidade de viajar no tempo e pelo espaço europeu, consolidando conhecimentos sobre este projeto que é a integração europeia. Assim, foram abordadas cronologicamente as várias etapas da construção europeia bem como os seus principais objetivos, a estrutura orgânica e muitas mais particularidades que individualizam os diferentes países em particular e a União Europeia em geral.

No dia 28 de Fevereiro, pelas 10h e 15min, "A EUROPA VEIO À ESAS" ao encontro dos alunos dos 7ºA e 7ºE.

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Lá e Cá Idunn Rünarsdottir é islandesa e está em Portugal ao abrigo do Programa AFS. A sua presença na ESAS é uma ocasião única para conhecer um pouco do seu país e dos seus costumes.

Idunn Rünarsdottir entrevistada por Mariana Oliveira, Liliana Rodrigues e Mafalda Monteiro—fotos de Ricardo Ávila - 11ºG

Jornalesas – Por que razão escolheste Portugal? Idunn - Bem, eu venho da Islândia e lá faz muito frio. Por isso quis conhecer um país mais quente. Estou em Portugal ao abrigo do programa AFS. A candidatura é feita online. Tive de preencher imensos formulários, contactar os meus antigos professores para provar que sou boa aluna, contactar o meu médico e fazer uma série de análises para provar que sou saudável. É um pouco complicado. Quais são as principais diferenças entre o nosso país e a Islândia? Bem, a Islândia é um país nórdico; por isso, o clima é muito diferente, muito mais frio. Para além disso, as pessoas lá, tal como o tempo, são mais frias, mais fechadas… Não vamos ter com alguém na rua e não lhe damos dois beijos na cara. E eu venho de uma cidade muito pequena, aqui há imensa gente… A distância entre os locais também é muito maior: lá só precisava de 10 minutos para ir para a escola, voltar para casa, ir para a escola de música… E a comida? É muito diferente? Não é assim tão diferente. Eu acho que as pessoas acreditam que nós só comemos peixe e isso não é verdade… Aliás, vocês devem comer mais do que nós! Temos também alguns pratos típicos à base de carne de cordeiro, rena… Há algumas diferenças: vocês comem muito arroz e têm um nome para cada refeição. Nós temos algo que pode parecer estranho, mas é muito bom: a cabeça da ovelha. Apreciamos esse prato. O meu avô, por exemplo, gosta de comer a língua, os olhos… . Os estrangeiros pensam que nós só comemos tubarão, mas nós não o fazemos sempre, são tradições antigas…

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Sentiste-te bem-vinda aqui? E na escola, integraste-te bem? Toda a gente foi muito simpática. Fui muito bem recebida. A turma é excelente e ajuda-me. Eu encontro-me uma vez por semana com a professora Rosa Costa e ela apoia-me imenso. Tem sido difícil aprender? O português sim, é complicado. Também porque as pessoas me facilitam a vida e falam inglês… A minha irmã, por exemplo, está em Itália e lá eles são mais fechados quanto a isso: ela tem mesmo de aprender italiano. Aqui não, eu não me vejo forçada a aprender tanto o português e, porque sou um pouco tímida, inibo-me de falar… Eu não fazia ideia nenhuma do que era o português antes de vir. Tentei pesquisar no Google e em livros, mas não resultou! Quantas línguas falas? Eu falo islandês, inglês e dinamarquês. Do que gostas mais no Porto? Adorei ver as casas com azulejos, são mesmo bonitas, apesar de já ter verificado que existem por todo o país. As casas na Islândia são feitas de cimento por causa do frio e porque neva muito. No Porto admirei o sistema de transportes: achei-o muito acessível. Também apreciei todo o tipo de comida. A tua rotina aqui é muito diferente da que tens na Islândia? Não é muito diferente: acordo, venho para a escola, tenho a escola de música… A diferença é que lá era tudo muito mais rápido, era tudo mais perto. Eu estou a viver na Senhora da Hora, a ESAS fica nas Antas, no Porto, e a escola de música é em Matosinhos


Quais são as diferenças entre o sistema de ensino português e o islandês? Na Islândia, ficamos do primeiro ao décimo ano numa escola. E depois ingressamos numa outra, durante quatro anos. E o sistema é diferente: nós não temos aulas determinadas/fixas, nem pertencemos a uma turma. Nós é que escolhemos as disciplinas e em cada uma há alunos diferentes. Em cada turma há 20, 23 alunos… O que pensas seguir no futuro? Já tens alguma ideia? Ainda não sei o que seguir. Já tinha escolhido biologia, mas agora pensei que talvez matemática, música… Já ponderaste ficar cá em Portugal depois de acabares os estudos? Ou não é uma opção sequer? Não é bem uma opção. O programa dura dez meses e depois volto para a Islândia, até porque este ano não conta: como o sistema é diferente, vou ter de repetir lá o ano. Também tenho muitas saudades da minha família e amigos, mas de certeza que vou voltar cá!

principalmente quando vens de uma cidade tão pequena, onde tinhas todos os teus amigos e conhecidos e, de repente, te vês sozinha. Para além disso, eu tenho uma gémea, que está a estudar em Itália. Eu estava sempre com ela e a falar com as pessoas até dizia “nós” em vez de “eu”. Mesmo que sejas tímida, tens que crescer e “abrir-te” para as pessoas, deixar-te ir. Quais são as semelhanças entre a crise de 2008 na Islândia e a presente situação de Portugal? Não sou a melhor pessoa para falar disso! Eu tentei pesquisar no Google, eu sei o que se passou durante 2008. Mas não sei… É uma situação parecida, os bancos estão em bancarrota… Mas lá é tudo mais pequeno, é mais fácil de ultrapassar a situação. Até porque nós temos uma moeda diferente, não é o euro, é a coroa islandesa. Não sou mesmo a pessoa indicada para falar disto. Queres deixar alguma mensagem aos estudantes da Aurélia sobre a tua experiência? O programa AFS é excelente, se quiseres experimentar algo novo. Eu sei que muita gente aqui conhece o ERASMUS: é similar, mas penso que o Erasmus seja mais centrado no estudo. Através do AFS, lidamos com uma família diferente – eu vivo com a minha “mãe” e o meu “irmão”, lido com uma vida diferente, tenho uma casa diferente. É uma experiência espetacular. 

Tens algum hobby aqui? Eu vou à escola de música, toco clarinete. Vou três vezes por semana. Quão enriquecedora e gratificante está a ser esta experiência? Acreditas que te vá fazer crescer enquanto pessoa? Porquê? Sim, claro! Muda-nos muito,

Idunn Rünarsdottir

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Islândia é uma grande ilha vulcânica localizada no norte do Oceano Atlântico, um pouco ao sul do Círculo Polar Ártico. A sua capital e maior cidade é Reiquiavique, cuja área metropolitana abriga cerca de dois terços da população nacional. Culturalmente ligada à Europa, a Islândia não possui nenhum traço geológico em comum com o continente europeu. Com uma área de mais de 102 mil quilômetros quadrados, é a décima oitava maior ilha do mundo e a segunda maior da Europa. As outras massas de terra mais próximas do país são a Groenlândia, a 286 quilômetros, a Escócia, a 795 quilômetros, e a Noruega, a 950 quilômetros. Devido à sua localização na Dorsal Meso-Atlântica, a Islândia tem uma grande atividade vulcânica e um importante gradiente geotérmico, o que afeta muito a sua paisagem. O interior é constituído principalmente por um planalto caraterizado por campos de areia, montanhas e glaciares. A erupção do vulcão Eyjafjallajökull, em 2010, causou uma paralisação generalizada do transporte aéreo europeu, afetando milhares de voos e causando uma espécie de efeito dominó em todo o mundo, devido à nuvem de cinzas que libertou.

Dados de 2012

Islândia

Portugal

Área (km2)

102 000

92 345

Total de população

319 575

10 562 178

Densidade populacional (hab./km²)

3,1

114,5 9


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á vai sendo usual, infelizmente, o dizermos “até breve” a alguns colegas que pediram, ou a quem foi imposta, a interrupção da sua atividade profissional docente. E dizemos assim porque, sinceramente, temos as maiores dúvidas de que a profissão lhes vire por completo as costas. Temos as maiores dúvidas, nós que ainda estamos no ativo, que algum dia se deixe de ser professor. Porque a investigação, a curiosidade, a leitura, o arrebatamento perante o novo e o inovador, o gosto por aprender, a melhor maneira de ensinar e confiar o que se sabe aos mais novos, nunca nos vão abandonar. É por isso que recusamos a palavra “reforma”. Será, antes, um “até já” sentido, com a imensa possibilidade de experimentar outras coisas, outros lugares, novas sensações, que é como quem diz, reencontrar uma nova forma de amar. Este é primeiro depoimento de outros que esperamos dar-vos a conhecer.

“ Hoje é primeiro dia do resto da tua vida” Sérgio Godinho

E na ESAS em particular? Entrei na ESAS quando decidi voltar ao meu lugar do quadro, depois de uma vida de equiparações a bolseira e requisições de serviço, porque era uma boa escola e próxima de casa. Apercebi-me de que o ensino pós-secundário é bem diferente dos outros níveis de ensino. Até ao fim do secundário é o período de formação da pessoa. Vale a pena investir o máximo de fé e esperança nos nossos alunos porque sabemos que, mais tarde ou mais cedo, esse investimento dará frutos. Entrei na ESAS em 1998, e desde então tenho podido constatar a forma como esses frutos têm sido produzidos pelos nossos alunos. Aqui não ensinamos só conteúdos: ensinamos competências e vivemos os valores da nossa cultura. Nesta escola, com a sua direção, temos liberdade e apoio de todo um grupo de pais, funcionários e colegas para praticar e exigir esses princípios. Texto de Rosa Costa (profª) e foto de António Carvalhal

Há quantos anos trabalha no ensino? Comecei a trabalhar no ano de 1973-74. Enveredei pelo ensino depois de um curto período de trabalho na administração de uma empresa multinacional. Ganhava muito bem e fui muito bem tratada, mas marquei uma entrevista com o Senhor administrador para agradecer a oportunidade que a empresa me oferecera e dizer que tinha plena consciência de que aquele trabalho não correspondia ao que chamei “a minha vocação”. Ainda me lembro da cara do bondoso senhor a dizer que compreendia e fazia votos para que conseguisse encontrar o trabalho que correspondesse à minha vocação. Encontrei esse emprego dois meses depois quando me chamaram para aceitar um horário de professora de Inglês no liceu mais próximo de casa. Durante a minha vida de professora, ensinei várias disciplinas: Língua Inglesa, desde iniciação até aos diferentes níveis da faculdade, em Portugal e nos Estados Unidos. Ensinei Cultura e Civilização Alemã e Cultura e Civilização Inglesa e fiz investigação em Linguística, tendo trabalhado principalmente em Análise de Discurso e com Inglês para Fins Específicos.

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O que lhe fica desta Escola? Que princípios a orientaram na atividade docente? Na Aurélia de Sousa aprendi muito. Aprendi a trabalhar em equipa. Aprendi a trabalhar para atingir metas específicas. Aprendi a formar cidadãos do mundo. Aprendi a elevar a cultura portuguesa. A ensinar Inglês nesta escola aos nossos alunos e a coordenar os trabalhos do Clube Europeu da ESAS, tive experiências maravilhosas. Levamos o nome da nossa escola, a nossa cultura e a nossa língua à Finlândia, Suécia, Dinamarca, Noruega, Holanda, França, Martinica, Alemanha, Bulgária, Turquia, Grécia e Itália com a nossa presença. Colaboramos com os diversos países da União Europeia nos projetos do Clube Europeu, com o Chile através da Etienne, com vários países de África, Ásia, Médio Oriente e Américas nos projetos das Escolas Associadas da Unesco. Foi para mim um privilégio ter ajudado a contribuir para uma imagem que ficou de nós nas pessoas com quem trabalhamos e com quem convivemos. E foi sobretudo compensador sentir no olhar das pessoas diversas com quem contactamos que o que todos queremos é deixar o mundo por onde passamos um pouco melhor. Ainda sinto pedacinhos desses sorrisos na minha página do facebook.


Que projetos pessoais tem para os próximos anos? Ainda estou muito embrenhada no meu trabalho deste ano para poder planear o meu futuro. Há muitas teses de mestrado e doutoramento a serem escritas em Inglês que poderão beneficiar de ajuda na revisão da língua. Há muitos projetos de Voluntariado para complementar uma experiência de professor. A experiência que adquiri na Aurélia responsabiliza-me perante alguns dos problemas que a nossa sociedade atual enfrenta. É difícil prever o que o futuro nos reserva, mas vem-me à memória uma frase batida: “Hoje é primeiro dia do resto da tua vida”. Como vê o futuro da Escola Pública? A Escola Pública é o barómetro de uma sociedade justa. A extensão da escolaridade obrigatória é uma conquista do nosso desenvolvimento social tornado possível pela contração demográfica. Isto acontece num momento de crise financeira que nos torna todos menos afluentes, mas não necessariamente mais pobres em valores. Isto é, ficamos mais pobres economicamente, mas mais solidários, mais percetivos aos outros, mais humanos. Mas esse processo não é fácil. E todos os destroços dos problemas sociais desembocam na Escola Pública: as famílias desestruturadas; as famílias de desempregados; as frustrações de jovens à deriva… A sociedade exige demais dos professores. Mas essa exigência exagerada deve-se ao facto de serem os professores aqueles em quem a sociedade confia para construir o futuro. Exige-se demais porque, como professores, temos de dar o nosso melhor pelo nosso futuro comum. 

Ensino Superior em Portugal e no Mundo André Monforte , 10º F

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os dias que correm, a Educação assume um papel preponderante em toda a nossa vida, tanto na nossa vida profissional como pessoal. Ao nível profissional, a nossa formação abre-nos todo um conjunto inimaginável de portas para a nossa carreira, assegurando-nos assim uma estabilidade no emprego e garantias económicas para todo o nosso futuro. Todavia, atualmente, coloca-se uma questão fulcral quanto ao tópico acima referido: ter-se-á tornado o acesso ao ensino superior algo totalmente vulgar e, por conseguinte, algo que tem vindo a ser desvalorizado? Podemos considerar diferentes aspetos na resposta a esta questão. Por um lado, o direito à educação é algo instituído na Constituição portuguesa, ou seja, o acesso à mesma deve ser universal. Contudo, não estaremos a tornar totalmente banal o ingresso na universidade? Uma consequência negativa disso mesmo verifica-se já nos dias de hoje: o aumento do número de desempregados jovens com qualificação profissional. Desta forma, julgo ser indispensável reformular ou, no mínimo, repensar o sistema de educação português. Tomemos como termo de comparação a doutrina indiana nesta questão. Na Índia, todo o ensino é desenvolvido com muitos menos recursos, mas apesar destes condicionantes, está entre os países que, possui melhores resultados ao nível do ensino superior. Neste tipo de países, o acesso ao mesmo é visto como um prémio e algo totalmente exclusivo. Todo este leque de características incentiva o estudo árduo e uma concentração máxima nas tarefas escolares. Muitos dirão que tudo isto se deve às características específicas dessa mesma sociedade, mas, a meu ver, o sucesso não se limita a isso.

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Porém, levanta-se outra questão em simultâneo: a difícil entrada dos novos ativos qualificados no mercado de trabalho. Atualmente, a maior parte dos ativos portugueses são formados para depois emigrarem. Portugal como que forma e produz toda a matéria-prima para a jusante a desperdiçar, não tirando qualquer proveito da mesma nem a curto nem a longo prazo. Isto deve-se à incapacidade de a economia portuguesa criar novos postos de trabalho, através dos quais se possa tirar o máximo proveito desta mão-de-obra qualificada. Em suma, o sistema de educação nacional necessita de ser todo ele reformulado com o intuito de o tornar mais eficiente e lucrativo para o nosso país. Apesar de se verificar uma descida abissal da taxa de analfabetismo nacional, Portugal não possui meios aptos para potencializar ao máximo a qualificação dos seus ativos.

http://www.issuu.com (pesquisa: jornalesas)

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2012 – O enigma Magda Mendes, 10ºH

21 de Dezembro de 2012 foi a data prevista para um acontecimento catastrófico que iria mudar a vida da Humanidade ou acabar mesmo com ela. Quanto mais o tempo se aproximava desta data, mais os cientistas apresentavam estudos e formulavam teses sobre as profecias maias. Porém, as profecias maias não são únicas, pois outras culturas e civilizações nos quatro cantos do mundo previram acontecimentos semelhantes para a mesma data, como os Hopi e Nostradamus. O Calendário Maia foi criado com uma precisão inexplicável, pois permitia prever os eclipses milhares de anos antes de estes acontecerem. Possui calendários diferentes (20 ao todo), variando de acordo com três contagens diferentes que ocorrem em simultâneo: El Tzolk’in (sagrado), de 260 dias, e Habb (civil), que possui 365 dias, divididos em 18 meses de 20 dias, com um período de 5 dias de azar no final do ano, o Wayeb. Estes 5 dias constituem o Calendário Redondo. A terceira contagem designa-se por Contagem Longa e foi utilizada por várias culturas mesoamericanas. Inicia-se, segundo o nosso calendário, a 11 de Agosto de 3114 a.C.

Está organizada da seguinte forma: 1 dia corresponde a 1 kin, 20 dias a 1 winal (1X20 kin), 360 dias 1 Tun (18 winal); 7200 dias a 1 katun (20 tun) e 144 000 a 1 Baktun (20 katun). Ao todo, a contagem está constituída por 13 Baktun’s e é precisamente no dia 21 de Dezembro de 2012 que o último Baktun termina. Por que motivo surge o fim no 13º Baktun? O que queriam os Maias “dizer” com esse fim? Muitas perguntas e nenhuma resposta. Mais um enigma para resolver…

Webgrafia/ bibliografia http://www.youtube.com/watch?v=yhPB5lw1Q-s http://horaultima.decoelum.net/portugues/CalendarioMaya.html#Tzolkin http://2012revelacao.weebly.com/calendaacuterio-maia.html http://www.infoescola.com/civilizacoes-antigas/calendario-maia/ http://hypescience.com/profecia-maia-calendario-2012/ http://2012revelacao.weebly.com/calendaacuterio-maia.html http://www.fimdomundo2012.com/profecias-2012/calendario-maia-2012.htm “ As grandes profecias da História” – Clube do Autor do Canal de História

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Rua Aurélia de Sousa nº 49


Mitologia Grega Texto e ilustração de João Luís Carvalhal, nº 15, 7º E

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á três mil anos não havia explicações científicas para a maior parte dos acontecimentos e fenómenos da natureza, pelo que os povos da antiguidade atribuíam o governo do mundo a divindades mais poderosas e mais antigas do que os humanos. No caso dos gregos, esses fenómenos eram atribuídos à vontade dos deuses. Muitas vezes, quando havia tempestades ou pouca produtividade da terra, os gregos achavam que os deuses os castigavam por algo de mal que tinham feito e apressavam-se a tentar remediar a situação e a rezar. Os gregos acreditavam em deuses com forma, características e sentimentos humanos (ódio, ciúme...) mas que tinham também poderes sobrenaturais, como a imortalidade, a metamorfose, a omnipotência e a omnipresença. Os doze deuses principais, que eram adorados por toda a Grécia e, segundo diziam, viviam no topo do monte Olimpo, eram: Zeus, deus dos deuses, dos trovões e das tempestades; Hera, deusa do casamento e dos céus, mulher de Zeus; Posídon, deus dos mares e dos terramotos; Atena, deusa da sabedoria; Ares, deus da guerra; Deméter, deusa das colheitas; Artemis, deusa da caça e da Lua; Apolo, deus das curas, da música, da poesia e do Sol, irmão gémeo de Ártemis; Afrodite, deusa do amor; Hermes, mensageiro dos deuses, deus das viagens e do comércio; Hefesto, deus do fogo, das construções e do trabalho dos metais e Dioniso, deus do vinho. Além destes deuses, os gregos adoravam muitos outros, como Hades, Hestia, Pan e Hércules e

ainda semideuses e heróis. Contrariamente ao monte Olimpo, havia um mundo subterrâneo, submundo ou Hades, para o qual iam os mortos. Os heróis iam para os Campos Elísios, os que tinham sido maus em vida iam para o Tártaro e os que não eram maus nem bons iam para a planície das abróteas. O deus que governava o submundo era Hades, em conjunto com Perséfone, filha de Deméter, que tinha raptado por se sentir sozinho. Para explicar a origem do mundo, os gregos tinham diferentes mitos. Num, o mais conhecido, diziam que no início havia só o Caos, e que dele tinham nascido Gaia (a Terra), Tártaro (a região debaixo da Terra), a Noite, o Dia e Urano (o céu). Gaia e Urano tinham criado os titãs, sendo que o mais novo, Cronos, matou o pai, ficando a governar o mundo. Cronos e Rea, sua irmã, criaram os deuses, que, tal como Urano, guerrearam contra os titãs, vencendo-os. Noutros mitos, havia só um ovo cósmico, do qual nasceu Phanes, que criou tudo o resto. Cada um destes deuses e os seus feitos extraordinários fascinaram de tal maneira os homens, ao longo dos tempos, que foram objecto de representação ao longo da história de arte, da literatura, e também são a inspiração para muitas figuras míticas de desenhos animados, brinquedos, cinema de animação e jogos virtuais. A antiga religião grega tem sido objeto de estudo, desde tempos longínquos, mantendo ainda hoje o seu mistério e fascínio. 

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À descoberta das trilobites… e do Geossítio das pedras parideiras…..

Aldeia da Castanheira - Geossítio das Pedras Parideiras

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roporcionar o enriquecimento cultural – através do contacto com o património natural preservado – foi um dos objetivos da visita de estudo realizada pelos alunos das turmas D e E do 7º ano. Organizada no âmbito das disciplinas de Ciências Naturais e de Geografia, a atividade funcionou como um extraordinário “momento” síntese e de aplicação dos conhecimentos adquiridos

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em contexto de aula. No Centro de Investigação e Interpretação Geológico de Canelas, os alunos puderam assistir a um filme sobre a “Vida das Trilobites” e participar numa visita guiada ao espaço museológico e à Pedreira do Valério, onde puderam exercitar de uma forma lúdica a “caça às trilobites”, bem como conhecer o modo de extração , laboração e características da ardósia, rocha dominante desta região. Da parte da

tarde, os alunos visitaram um dos maiores afloramentos de pedras parideiras da Europa, na aldeia da Castanheira. Num miradouro desse local foi realizado um momento de observação reflexiva da paisagem envolvente, com enfoque na importância da preservação ambiental. 


Profissões do futuro Irís Lima , 11ºH

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ntre estudantes como nós, sobretudo entre aqueles que frequentam o ensino secundário, reina uma grande preocupação relativamente à escolha da área profissional em que apostar no futuro. A grave crise económica que se vive na atualidade transforma a necessidade de definir um percurso profissional quanto antes em algo cada vez mais imperativo. E como saber que caminho seguir? Em primeiro lugar, além de ter olhos atentos à situação presente, é necessário alargar as nossas perspetivas para a sociedade do futuro. Segundo indicam alguns estudos científicos, esta irá mudar substancialmente no que se refere ao mundo do trabalho. Por esta razão, é fundamental que a nossa decisão profissional seja tomada de acordo com o que nos espera num amanhã que se adivinha mais próximo do que aquilo que possamos imaginar. Foi neste contexto que a empresa “Fast Future Research” lançou um relatório, denominado “The Shape of Jobs to Come”, acerca do possível cenário do mundo em 2030. As suas conclusões apontam para que esta seja uma nova era dominada pela extrema evolução da Ciência e da Tecnologia, ambas principais promotoras de um desenvolvimento sustentável do planeta, em que os mais importantes desafios – a pobreza, a água potável, o ambiente, a saúde pública, as mudanças climáticas ou as reservas de energia – vão estar no centro de tudo. Esta evolução científico-tecnológica irá impulsionar a inovação, transformar as indústrias já existentes e criar novos setores de trabalho. Os estudos realizados indicam que profissões das mais variadas áreas irão surgir neste pequeno período de menos de vinte anos, muitas das quais são o perfeito reflexo de uma sociedade completamente modernizada e voltada para a preservação do planeta. Analisemos alguns dos exemplos mais curiosos: Fabricante de partes do corpo (aparecimento provável: 2020) Devido aos grandes avanços realizados nas áreas dos tecidos celulares, da robótica e dos plásticos, a criação de partes do corpo de alta performance – desde órgãos a membros – vai ser brevemente possível, sendo necessária a existência de fabricantes, lojas e oficinas de reparação de partes

do corpo. Gestor/Consultor Especialista em População Sénior (aparecimento provável: 2010) Profissional capaz de desenvolver um método de gestão para as várias necessidades, pessoais ou de saúde, da população mais envelhecida. Para isso, apresenta um conjunto de soluções médicas, farmacêuticas, psiquiátricas e de fitness. Cirurgião de aumento da memória (aparecimento provável: 2030) Esta será uma nova categoria de médicoscirurgiões, cujo papel será o de adicionar memória extra a pessoas que queiram a alargar as suas capacidades neste campo.

http://danilocenzi.blogspot.pt/2010/12/futuro.html

Será fundamental para auxiliar pessoas que estejam literalmente sobrecarregadas de informação ao longo da vida e que, simplesmente, não conseguem reter mais nada, o que leva a um “desligamento” sensorial. Profissional de ética para ‘novas ciências’ (aparecimento provável: 2015) Acompanhando os avanços científicos acelerados, em campos como a clonagem e a nanotecnologia, uma nova geração de profissionais de ética poderá ser necessária. Estes “profissionais de Ética na Ciência” vão ter de estar por dentro de vários ramos científicos e ajudar a sociedade a fazer escolhas consistentes sobre que tipo de desenvolvimentos permitir. Pilotos, Arquitetos e Guias Turísticos Espaciais (aparecimento provável: 2015) Para integrar programas de turismo especi-

al que começam agora a surgir, serão precisos pilotos especializados no Espaço e guias turísticos, bem como designers de arquitetura que permitam a habitação noutros planetas. Alguns projetos arquitetónicos que estão atualmente a ser realizados incluem ideias para a existência de uma estufa em Marte e para veículos de exploração espacial. Especialista em reversão das mudanças climáticas (aparecimento provável: 2015) Devido ao avanço das ameaças e dos impactos das mudanças climáticas, uma nova geração de engenheiros e cientistas poderá ser necessária para reduzir ou reverter os efeitos das mesmas em lugares específicos. Estes profissionais necessitarão de aplicar um leque de soluções multidisciplinares, desde a colocação de limalhas de ferro nos oceanos à montagem de guardachuvas que desviem os raios solares. Polícia da Modificação Climática (aparecimento provável: 2020) O ato de “roubar” nuvens para fazer chuva já está a acontecer nalgumas partes do mundo e está a alterar padrões climáticos a milhares de quilómetros de distância. A polícia de modificação climática vai monitorizar e controlar esta atividade. Advogado Virtual (aparecimento provável: 2010) Como cada vez mais a nossa vida é realizada online, vão ser necessários especialistas que resolvam disputas legais que possam envolver cidadãos que residam em zonas de jurisdições legais diferentes. Desenvolvedores de Veículos Alternativos (aparecimento provável: 2010) Designers e construtores da nova geração de veículos de transporte que usem materiais e combustíveis alternativos. Pode o sonho de meios de transporte e automóveis amigos do ambiente, que funcionem debaixo de água ou que voem, ser uma realidade dentro das próximas duas décadas? Assistente Social para as Redes Sociais (aparecimento provável: 2015) Assistente social para aqueles que forem, de alguma forma, traumatizados e marginalizados através das redes sociais.

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Círculos de Matemática é um projeto Escolher Ciência criado por professores do Departamento de Matemática da Faculdade de Ciências (FCUP), do Centro de Matemática da Universidade do Porto (CMUP), da Escola Secundária Aurélia de Sousa (ESAS) e apoiado pela Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica – Ciência Viva. Tem como principal objetivo criar uma extensão da universidade às escolas secundárias, construindo uma rede de círculos de matemática de escolas secundárias que permita criar sinergias e partilhar experiências de formação e de extensão cultural. Deste modo pretende-se contribuir para a formação intelectual e para o desenvolvimento de aptidões matemáticas dos alunos assim como estimular o gosto pela Matemática.

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esses Círculos de Matemática estão a ser organizadas, com regularidade, sessões temáticas (ST) dirigidas aos alunos do ensino secundário e promovidas por docentes do ensino superior e do ensino secundário. Na fase de arranque o projeto conta com a colaboração ativa de professores de Matemática da ESAS que, para o efeito, fundaram o Círculo de Matemática desta escola. Já se realizaram quatro das oito ST previstas para este ano letivo, assim como

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e Janeiro até Março, durante quatro sessões, sensivelmente semana sim semana não, depois das aulas de 4ª feira, a porta da sala A11 ficava aberta até que entrássemos todos. Vindos de um pequeno lanche, esperávamos um orador que nos falaria sobre Matemática. A Razão Áurea, a Intuição e a Matemática, o método de indução matemática ou a resolução de equações por meio geométrico foram os temas apresentados por diferentes professores do Departamento de Matemática da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.

a sessão de lançamento do projeto estando desde já programada a sessão de encerramento deste ano para o dia 1 de junho na Faculdade de Ciências. A sala 11 tem sido o palco de todas as ST realizadas até à data. Por ela têm passado estudantes da nossa escola, da ES Alexandre Herculano, E.S. Carolina Michäelis, ES Filipa de Vilhena e ES Boa Nova, num total de cerca de quarenta e cinco estudantes. As sessões são independentes e cada uma versará sobre um tema específico. No início de cada sessão o docente intro-

Cada sessão, de cerca de hora e meia, contava com a apresentação do tema a que se subordinava por parte do Professor, num ambiente aberto e descontraído, fazendo a sua relação com exemplos do quotidiano ou conhecidos em larga escala, e mostrando as suas implicações no desenvolvimento científico e tecnológico. Depois, a aplicação com papel e caneta: foram-nos propostos conjuntos de exercícios que melhor ajudavam a entender os conceitos aprendidos e, nalguns casos, um problema “dos grandes” que exigia, para além de uns minutos de silêncio, refle-

duzirá o tema, de seguida espera-se que este seja desenvolvido de forma dinâmica pelos estudantes através de uma forte componente prática mas com a constante orientação do docente. Cada sessão terá a duração máxima de duas horas. Todas as sessões já realizadas assim como as futuras têm lugar às quartas-feiras a partir das 17 horas. Qualquer estudante interessado do ensino secundário da ESAS ou de outra escola pode participar desde que se inscreva, escrevendo para circulo.matematica@fc.up.pt 

xão em conjunto e discussão das mais variadas hipóteses de resolução. Tivemos, assim, durante estas primeiras sessões, a oportunidade de, partindo de um novo conhecimento matemático recém-aprendido, apurar o nosso espírito criativo e abstracto, como convém no estudo da Matemática, e explorar novas formas de abordar problemas e desafios. Agora, esperamos pelas três próximas sessões, que decorrerão no terceiro período, abertas a todos quantos tiverem interesse . Henrique Vasconcelo, 11ºD

Próximas sessões ST 5 –3 de abril – Processos iterativos e o problema “3x+1” pelo Doutor Jorge Rocha da FCUP ST 6 – 17 de abril – Em torno da fórmula de Euler: V – A + F = 2 pela Doutora Leonor Moreira da FCUP ST 7 – 8 de maio – Tema a anunciar pelo Doutor Fernando Jorge Moreira da FCUP ST 8 – 22 de maio – Tema a anunciar pela Doutora Lucinda Lima da FCUP Encerramento 2012|13 – 1 de junho – Tema a anunciar pelo Doutor Assis Azevedo da Universidade do Minho 16

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Escolher Química

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scolher Química é um projeto Escolher Ciência criado por professores do Departamento de Química da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto que envolve, entre outras, a Escola Secundária Aurélia de Sousa (ESAS), e é apoiado pela Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica – Ciência Viva. “Este projeto pretende motivar e mostrar aos jovens o fascínio, a importância, a utilidade, o presente e o futuro da química. A Química apresenta inegáveis desafios, pela importância que desempenha no nosso quotidiano, com um papel crucial na descoberta de novas formas de contribuir para o progresso e bem-estar da humanidade. Para isso, o Departamento de Química e Bioquímica (DQB) da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto pretende empreender uma série de atividades de aproximação/geminação a Escolas do Ensino Secundário” (texto do projeto). 

Robôs em movimento

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obôs em movimento é um projeto Escolher Ciência criado por professores do Laboratório de Inteligência Artificial da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) e da Escola Secundária Aurélia de Sousa (ESAS), e é apoiado pela Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica – Ciência Viva. Procura-se que a ESAS possa expandir o seu projeto Ciência Viva Põe-te a andar robô e criar condições para que a escola possa participar no Festival Nacional de Robótica de 2014 e, quem sabe, no Robocup 2014. Para isso, serão realizadas ações formação e de construção e programação de robôs. 

Ciência semana a semana

Ilustração de Teresa Viegas (profª) para LdC Solução deste desafio no facebook do Jornalesas— Maio 2013

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Uma história de vida Miriam Costa e Maria Cascarejo, 10º I

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ato pouco refletido, todos os nossos planos podem ser comoi no passado dia 4 de fevereiro que uma ex-aluna, a prometidos. Ela já não pode voltar atrás, mas nós ainda vamos Joana Barreira, se disponibilizou para vir à ESAS a fim a tempo de esperar pela altura mais apropriada para passar de colaborar no projeto de Educação Sexual. pela maravilhosa experiência de ser mães/pais. A Joana, uma mãe adolescente, veio partiProjetos como este, e uma educação lhar connosco, turma 10ºI, a sua experiência, sexual para jovens bem explícita e sem “Usar sempre promostrando-nos o seu trajeto até aos dias de preconceitos, são completamente nehoje e respondendo às nossas dúvidas. Do cessários, pois, com a quantidade de teção dupla: pílula seu relato de vida podemos tirar uma grande informação com que somos bombardee preservativo” lição: por muito cuidadosos que nos julguedos, pensamos que já conhecemos bem mos, nunca estamos preparados para prever as regras do ‘jogo’, mas continuamos todas as consequências dos nossos atos, profundamente equivocados. pois ainda não temos uma responsabilidade Em suma, de hoje em diante o nosso lema vai ser “Usar sempre proteção dupla: pílula e preservaticompleta. Falou-nos de como num momento, com um simples vo”.

Joana Barreira com o filho

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Irís Lima, 11ºH

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ara comemorar o de contar com a presença, no auditório da nossa escola, da ativista da UMAR (União de Mulheres Alternativa e Resposta) e também, feminista, Andrea Peniche, com o objetivo de nos dar a conhecer importantes factos acerca da conquista deste dia e dos direitos femininos, entre outros aspetos. Através de um discurso eloquente e intimista, Andrea introduziu esta elucidativa sessão com alguns dados históricos relativamente à existência deste dia. Tudo remonta já ao início do século XX, época em que as mulheres conquistam finalmente o direito ao trabalho assalariado. Dado que as suas condições de trabalho se revelavam extremamente precárias, originaram-se as primeiras reivindicações no sentido de as melhorar, reduzir o horário de trabalho (de 16 horas para 10 horas diárias) e equiparar os seus salários aos dos homens, sendo que inclusivamente os primeiros chegavam a ser inferiores em dois terços em relação aos segundos. É na sequência destes protestos que, em 1909, se comemora pela primeira vez o Dia Internacional das Mulheres. No ano seguinte, é organizada a primeira Conferência Internacional de Mulheres e Clara Zetkin, socialista alemã, propõe a instituição do Dia Internacional das Mulheres, embora sem especificar uma data concreta. A 19 de março de 1911, o dia foi assinalado em vários países da Europa. Em 1917, a greve das operárias contra o czar e contra a participação da Rússia na I Guerra Mundial pôs em marcha a Revolução Russa, sendo que, após esta, Alexandra Kollontai, líder revolucionária russa, convence Lenine a fazer do dia 8 de março um feriado oficial, em homenagem às «heroicas mulheres trabalhadoras». No Ocidente, a data foi comemorada até

1920, caindo no esquecimento Na década de 1960, esta data é recuperada pelo movimento feminista. Em 1975, as Nações Unidas celebraram o dia 8 de março como o Dia Internacional da Mulher, tendo sido dois anos depois aprovada a resolução que instituiu oficialmente o Dia das Nações Unidas para o Direito da Mulher e da Paz Internacio-

nal. É de salientar a união destas duas celebrações, uma vez que denota o carácter dos direitos das mulheres como direitos humanos que igualmente são. Por esta mesma razão, foi realizada uma conferência na cidade de Pequim, em 1995, como forma de «assegurar a plena implementação dos direitos humanos das mulheres e das meninas como parte inalienável, integral e indivisível de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais». A esta componente histórica da sessão, seguiu-se um reflexão sobre o conceito

de “direito humano” e uma análise dos vários artigos que compõem a Declaração Universal dos Direitos Humanos e que visam a igualdade de géneros. Verificámos que, apesar da existência desta declaração, muitos dos seus direitos não são cumpridos, nomeadamente a nível da vida, liberdade e segurança femininas. Artigos contra a escravatura, tortura, casamento planeado, discriminação salarial e à diferença na educação são desrespeitados em todo o mundo, e os factos de que tivemos conhecimento comprovam esta mesma realidade. Através das palavras de Andrea, tomámos conhecimento de dados chocantes: estima-se que 80% das 800 mil pessoas traficadas anualmente em todo o mundo sejam mulheres e meninas, a maioria das quais (79%) para exploração sexual; aproximadamente, 100 a 140 milhões de meninas e mulheres em todo o mundo foram vítimas de mutilação genital; cerca de 60 milhões de meninas em todo o mundo foram forçadas a casar precocemente, antes dos 18 anos; as mulheres auferem cerca de 82% da remuneração média mensal de base dos homens; a primeira experiência sexual de 30% das mulheres de todo o mundo foi forçada; cerca de 7 em cada 10 mulheres do mundo declara ter sofrido violência física e/ou sexual em algum momentos da sua vida; entre tantos outros. Concluímos desta forma que a Declaração Universal dos Direitos Humanos é o documento mais traduzido no mundo, mas também o mais violado e está, portanto, nas mãos de cada um de nós garantir que os direitos humanos sejam respeitados, sabendo que esse é o compromisso mínimo da cidadania consciente.

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filme

Óscar e a Senhora Cor-de-Rosa Eric-Emmanuel Schmitt Mafalda Martins, nº 21, 7º C

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FORÇA RALPH! Guilherme Amorim, 7º E Diretor: Rich Moore 2012 - comédia - dur.aprox.101 min.

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alph é o vilão de um videojogo de 8-bit que quer ser herói e obter algum reconhecimento. Entretanto, acaba por provocar danos noutros arcades do salão de jogos onde vive. Um filme interessante, embora sem grandes espetadores, pelo menos em Portugal. Entrou em novembro e saiu logo em janeiro, o que demonstra que não teve grande sucesso comercial. No entanto, o filme interessou-me na medida em que o achei bem realizado, com humor e uma história que nos prende: a personagem principal apenas tenta fazer perceber que não é, só, um mau da fita. Embora desprezado por todos, Ralph tenta ganhar algum respeito dos colegas e uma medalha num videojogo. Mas o melhor é não contar tudo e convidar as pessoas a verem o filme.

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livro é recente e creio que poucas pessoas o conhecem. É muito interessante, porque relata a vida de um menino de 10 anos, Óscar, que está com leucemia e prestes a morrer. Óscar conhece uma voluntária, a quem chama «Senhora Cor-deRosa», que se torna a sua melhor amiga. Ela é generosa, divertida, sincera e ambos nutrem um pelo outro uma amizade especial. Enquanto os pais dele lhe davam jogos para lerem as instruções e evitarem falar da sua situação médica, Óscar descobre que está a morrer através de uma conversa que o Dr. Düsseldorf tem com eles. Juntamente com a «Senhora Cor-de-Rosa», descobrirá uma estratégia para viver plenamente o pouco tempo que lhe resta. É que, mais importante do que viver muito tempo, é saborear cada instante de vida, por breve que seja. Este livro lê-se muito bem, por ser breve e por estar escrito numa linguagem acessível, a que mais se adequa à perspetiva narrativa de uma criança. O autor dedicao às crianças que estão doentes no hospital, como este menino e os seus amigos Peggy Blue, Pop Corn, Bacon e Einstein. Na minha opinião, esta história é uma grande lição de vida, abordando uma grande variedade de temas que interessam a todas as idades, como a morte, a vida, a amizade, o amor, a fé… Aconselho todos a lê-lo: eu li e adorei. 

Animal Farm Luís Branco, nº 19, 7ºC

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a minha opinião, esta obra de numerosos títulos - O porco triunfante, O triunfo dos porcos, Animal Farm (o original), … entre outros ... é fascinante. George Orwell traz-nos uma lição de vida importantíssima, muito adequada aos dias de hoje. No decorrer desta história, os princípios iniciais foram sendo deixados para trás, ficando os chefes da quinta iguais aos anteriormente odiados e a que todos viravam as costas. O livro é recomendável a todas as idades, com vocabulário acessível aos que tiverem curiosidade de o ler. Dito isto, apelo a que leiam o livro e desfrutem do prazer que o conto vos irá trazer. 


Capitães da areia de Jorge Amado Luís Branco, nº 19, 7ºC

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garfo numa terra de sopas Jordi Sierra Fabra, Ana Filipa, nº2, 7ºC

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ste livro não se encontra facilmente, mas a ausência de reedição nada tem a ver com a sua falta de interesse ou de qualidades para cativar o leitor. A obra tem pouco mais de 150 páginas, lê-se rapidamente, pois, à medida que se vai lendo, mais curiosidade se tem em saber a conclusão da história. Fala-nos de dois irmãos, Isaac e Chema. Chema suicidase sem motivo aparente e deixa uma carta, na qual está escrita a misteriosa pergunta: «O que faz um homem com um garfo numa terra de sopas?». Para quem a lê, esta pergunta parece complicada, mas a resposta é muito simples. A obra encerra várias lições de vida com um grande significado: prova que o sucesso é muito pouco, quando confrontado com a honestidade e a solidariedade humanas, e que, quando estas deixam de existir, o próprio mundo que nos rodeia pode deixar de ter sentido. No decurso da leitura, a enigmática pergunta de Chema encontrará uma resposta: que eu descobri e tu também podes descobrir...

livros

Um homem com um

livro é extremamente interessante. Foi escrito por Jorge Amado e a ação passa-se na Baía, no Brasil. O autor inspirou-se nos rapazes sem pai, mãe, irmãos… que são forçados a roubar para sobreviver. Todas estas infelizes crianças, marginalizadas pela sociedade, vivem debaixo de uma ponte guardadas pelo seu ídolo e exemplo, Pedro Bala, o chefe do grupo. Certo ano, chegou à Baía a peste, uma doença até há pouco incurável e que tinha dizimado milhares de brasileiros. Um dia, uma menina e o seu irmão chegaram ao trapiche, pois os seus pais tinham morrido desta doença. Esta menina tornouse na mãe que nunca tiveram, tanto para os mais pequenos, como para os mais crescidos. No decorrer de um furto a uma residência, Pedro Bala e a sua amiga foram presos. A polícia contactou o pior estabelecimento de reabilitação do país. Devido ao tempo que lá passaram (antes de os amigos os resgatarem), a rapariga apanhou a peste, acabando por morrer dias depois. A minha parte favorita foi quando o chefe do grupo “Capitães da areia” descobriu que o seu pai tinha lutado pelos direitos dos demais. De certo modo, também ele lutava pelos direitos humanos, neste caso pelo direito de ter um lar, e, mais importante ainda, uma infância. Apesar de estar escrito em português do Brasil e de incluir passagens bastante sentimentais, o livro possui os ingredientes necessários para seduzir os leitores e constitui um documento incomparável sobre as condições sub-humanas em que viviam ou vivem tantas crianças por esse mundo fora.

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Como Fazer um Site Parte 1 André Campanhã, nº 3, 7ºE

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om esta série de artigos, vou ensinar – vos a trabalhar com HTML (HyperText Markup Language). No final desta série. Irão ser capazes de:

criar uma página com texto e títulos; formatar uma página; inserir imagens na página; usar algumas tags do HTML..

Primeiro, precisamos de um programa para escrever o código. Existem muitos, mas, para começar, aconselho o Bloco de Notas, que já vem com o Windows. Criem uma pasta com o vosso nome, no vosso ambiente de trabalho ou numa pen. Aí vão guardar todos os documentos que fazem parte do site. Abram o Bloco de Notas , cliquem no menu Ficheiro e, em seguida, em Guardar como… Vai aparecer uma janela. Aí procuram a vossa pasta e atribuem este nome: index.html . Esse vai ser o ficheiro de que o browser (programa usado para aceder à internet como, por exemplo, o Internet Explorer ou o Google Chrome) vai à procura quando lhe disserem para ir a uma certa pasta. Vamos começar a Programar! A primeira coisa de que precisamos é que o browser saiba que o ficheiro que está a ler é html: <!DOCTYPE html> Agora que já sabe que é html, temos de dizer ao browser onde começa e acaba o código html e que tudo o que está no meio é para ser lido. <!DOCTYPE html> <html>

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</html>

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moda

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Hélder Cardinali, 10ºG

aros amigos e amigas: as tendências da moda para esta primavera/verão 2013 centram-se sobretudo na combinação de uma cor neutra com uma cor berrante para as mulheres, e na combinação do castanho-explorador com cor viva, mas discreta, para os homens. 

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Editorial

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or vezes, um simplex pode tornar-se num verdadeiro complex. Esta frase poderia ser um qualquer slogan de uma campanha publicitária sofrível, mas já adquire toda a razão de ser se aplicada ao campo, que se tornou experimental, da Educação. Vem isto ao caso devido ao evidente declinar da qualidade de vida da nossa comunidade escolar. Por causa dos seus recursos humanos? Não. Vamos por pontos e paulatinamente: temos todas as dúvidas de que a intervenção da Parque Escolar na nossa escola se tenha traduzido em algo de maravilhoso. Temos a sensação de que ou as salas diminuíram ou os tetos baixaram. O calor e o frio alternam nas «ofertas» de um clima artificial na sala de aula. Pior que isso, e para tornar verdadeiramente difícil a profissão de docente, foi a decisão de aumentar os alunos por turma. Só a lógica de mega agrupamentos, de que ainda esperamos ver o resultado prático, pode acrescentar mais uns pontos a este facto. Já não é só a lógica económica que leva a esta decisão. Suspeitamos que os gastos em materiais, eletricidade, água, e outras coisas, em muito ultrapassam as poupanças em recursos humanos que nos fazem falta, seja nos auxiliares de ação educativa, seja na administração das secretarias das escolas, seja nos professores. Estas pessoas fazem-nos falta. Pouco a pouco, vemos a nossa escola pública a soçobrar, sem que ninguém lhe acuda. A festa, essa, continua. 

abril. 2013 http:// www.issuu.com (pesquisa: jornalesas)

ESCOLA SECUNDÁRIA/3 AURÉLIA DE SOUSA Rua Aurélia de Sousa - 4000-099 Porto Telf. 225021773 equipa.jornalesas@gmail.com

FICHA TÉCNICA Coordenadores: Ana Amaro (profª), António Catarino (prof.), Carmo Rola (profª), Julieta Viegas (profª) e Maria João Cerqueira (profª) Equipa redatorial: António Catarino (prof.), Liliana Rodrigues (11ºG), Mafalda Monteiro (11ºG), Mariana Oliveira (11ºG), Magda Mendes (10ºH), Tiago Dias (11ºH) e Íris Lima (11ºH). Revisão de textos: Ana Amaro (profª), António Catarino (prof.), Mª João Cerqueira (profª), Íris Lima (11ºH) e Mariana Oliveira (11ºG). Capa: Carmo Rola (profª). Paginação e Maquetagem: Julieta Viegas (profª ). Outros colaboradores: Ana Filipa (7ºC), André Campanhã (7ºE), André Monforte (10ºF), Beatriz Lamares (11ºG), Henrique Vasconcelos (11º D), António Carvalhal (profº), Carlos Morais (profº), Eduardo Cunha (9ºD), Frederico Oliveira (9ºD), Helder Cardinali (10ºG), Inês Bacelar (11ºH), João Luís Carvalhal (7ºE) , Jovens Repórteres para o Ambiente, Luís Branco (7ºC), Lugar da Ciência, Luísa Mascarenhas (Biblioteca), Mafalda Martins (7ºC), Miriam Costa (10ºI), Guilherme Amorim (7ºE), Manuela Violas (profª), Maria Cascarejo (10ºI), Mariana Viana (profª), Ricardo Ávila (11ºG), Rosa Costa (profª), Vitor Sarmento (prof.) e professoras estagiárias de matemática. Financiamento: Estrela Branca - Pão quente, pastelaria; Porto Alto - Pão quente , pastelaria; Helena Costa - Instituto de beleza; Não + Pêlo - Estética ; Monells /Cerdiberus - Produtos alimentares e Escola Secundária/3 Aurélia de Sousa.

Os textos para a edição XXXV do Jornalesas foram redigidos segundo as novas normas do acordo ortográfico


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