APS Linguagem Audiovisual

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APS: Linguagem Audiovisual

Alunos: Aida M de Carvalho RA 2541680

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Amanda Alves da Silva RA 2532918

Grazielle B. Franca RA 2478831

Pedro Martins Lins Faria RA 2581351

Stephanie da Silva Barros RA 2369679

O Cinema de Quentin Tarantino

Tarantino é conhecido por seu estilo fortemente influenciado pelo cinema exploitation, são filmes de baixo orçamento feitos fora da indústria; esse estilo de filmes atraía o publico com cenas de cunho violento e sexual. Mais uma influência de Tarantino é o cinema de artes marciais Outro estilo a persuadir o cineasta é westrern spaghetti {faroeste italiano} e filme noir, obs: são longas lançados por Hollywood nos anos 40 e 50 que contam historias de suspense criminal, tramas inspirados nas literaturas americanas daquela época. Dotados de histórias de crimes sombrios, esses tramas tinham raízes na segunda guerra mundial, refletia a desilusão causada pelo horror do conflito, assim o filme noir apresenta uma visão de mundo bastante sínica e pessimista "O mundo é um lugar trágico e corruptível" Noir em francês significa negro, eis a origem do nome!

Humor negro, violência absurdamente forte, trilha sonora eclética, diálogos inteligentes, histórias não lineares e tramas completamente fora de ordem cronológica compõe a poética de Quentin Tarantino Seu cinema é autêntico e original

A diversidade pós-moderna do cinema de Tarantino traduz sua personalidade audaciosa e flexível por excelência. Com suas influencias bem delineadas, Tarantino tem continuado a sua experimentação; o cineasta inclui animação, sincronismo, filmagem contínua e outros. O ecletismo do cineasta tem enriquecido muito o cinema mundial

É certo que, os amantes do cinema e fãs de Tarantino tem sempre algo novo para se deleitar, pois o cineasta mistura gêneros de horror, humor, ficção e faz referencia a cultura pop dando uma atmosfera singular as suas obras:

Em "Django Livre"{Lançado em 2013} um filme inspirado em filmes westrern spaghetti, Tarantino surpreendeu com uma obra incrível; direção de arte majestosa, fotografia esplêndida! O cineasta trabalhou com sincronismo, a simetria constantemente presente, ponto de fuga bem explorado. Em vários momentos os olhares atentos puderam comtemplar essas maravilhas! Em cada cena um presente visual:

FMU SP/17/05/23

A simetria mais uma vez provando que o simples pode ser exuberante.

Aqui o uso do ponto de fuga se faz presente, convergindo o olhar do publico para o mesmo ponto de observação dos personagens.

Mas, nem só de excelentes imagens deleitou a alma do espectador, a história é contundente e com desfecho completo. A espinha dorsal da história reflete os horrores da escravatura do sul dos Estados Unidos no século XIX ."Tarantino trabalha com temas que são tabus sem nenhuma censura" O público contou também com atuações impecáveis, oriundas de uma excelente direção Trilha original, efeitos sonoros compostos por um misto de realismo e exagero no intuito de enfatizar a ação e a violência Com um desfecho

sincronizado com a inspiração de Tarantino, o autor e diretor deixou claro que as mortes e o sangue exacerbado não são nada realistas. "Django Livre" é um filme de ficção, contem: horror, humor, drama, ação, aventura e romance. "precisa ser gênio para envolver todas essas característica em um único filme".

Os horrores da escravidão em "Django Livre" é retratado de forma explícita; a violência sexual, física e psicológica sofrida pelas pessoas escravizadas transmitiu ao público fúria e sede de vingança Torcer por Django {Jamie Foxx} é mais do que torcer por um herói, é torcer pela vitória dos nossos antepassados.

Não vivemos mais no século XIX, mas nossos antepassados vivem em nós através da memória celular carregamos suas dores, sentimos de forma inconsciente seus flagelos, mesmo que por conta da miscigenação nossa pele tenha clareado.

Tarantino certamente usou todo este conhecimento para fazer o público torcer por um "assassino d l l j i i j i oxx}?"

Final triunfante para Django e Broomhilda, e um pós final colossal para Quentin Tarantino, certamente uma de suas melhores obras!

"KILL BILL volume 1" {Lançado em 2003} O filme é uma homenagem aos antigos filmes de kung fu e samurai japoneses Em Kill Bill, Tarantino mostra o inferno de uma vida fora da lei, através de um encanto celestial de excelentes imagens. Comparo a direção de arte e fotografia de "Kill Bill" com a mesma qualidade posteriormente feita em "Django Livre" a produção foi de uma magnitude digno de oscar, um encanto memorável que só uma obra icónica, executada com maestria e diligencia pode ter A trilha sonora ajudou a criar a atmosfera do filme, misturou elementos do hip hop, rock e música oriental, além de trilhas sonoras usadas em filmes antigos de artes marciais. A variedade dos efeitos sonoros também enriqueceu bastante a obra: sons de espadas, tiros, socos são apenas alguns dos artificies usados. Essa é a segunda obra descrita nesse artigo, mas com certeza, posso dizer que fica dentro da seleção das três melhores obras do cineasta!

A história é de uma ex assassina que acorda de um coma de 4 anos, após sofrer uma emboscada e descobrir q o bebê que ela carregava em seu ventre sumiu! Desencadeou um desejo de vingança formidável; bem típico do Tarantino, a "fora da lei" deseja fazer justiça e vai a luta. No entanto o público torce pela mãe que teve seu bebê arrancado do ventre. O cineasta coloca o público a favor de uma assassina sangue frio, ele faz isso de forma sútil e forte, o público sente a dor da mãe que perdeu seu bebê

Eis a exuberância da simetria, posteriormente muito explorada em "Django Livre"

Tarantino prova que o excesso exacerbado de sangue contidos nas cenas de luta é tão real quanto o céu vermelho e a luta de silhuetas dançantes Fãs do cineasta conhecem seu trabalho, enquanto ao grande público, Tarantino dá diversas dicas de que não é uma obra realista.

O termo "junto e misturado" cabe perfeitamente em "Kill BILL". Tarantino usou preto e branco, cenas criativas, sincronismo, e um destaque todo especial para as cenas em anime japonês, elas foram cruelmente encantadoras!

Em Kill Bill, Tarantino segue o estilo com ritmo frenético prende o público do começo ao fim, as referências usadas se faz presente até na roupa amarela usada pela personagem principal no auge do filme, referindo a roupa de Bruce Lee em "Jogo da Morte"

A luta coreografada sem dúvida é uma das cenas mais icônicas do filme a sequência de artes marciais apresentadas pela personagem principal, Beatrix{Uma Thuman} lutando contra uma série de adversários com diferentes tipos de lutas foi de tirar o folego! Tarantino é realmente surpreendente, o diretor não poupou esforços em buscar recursos para fazer algo mágico, Tarantino contratou um renomado mestre de artes marciais, Yuen Woo-ping, foi ele o responsável pela coreografia

Em "Kill Bill " ouve uma das mais icônicas cenas do cinema mundial, em momentos que antecederam o término da trama o publico pode contemplar uma cena sequência com cerca de 4 minutos e meio, sim, mais de 4 minutos sem corte! A sequência visualmente impressionante, encanta qualquer olhar minimamente atento! Certamente as salas de cinema brilharam também do lado oposto da tela, eram os olhares de encanto com tamanha expressão artística, prova de que o talento importa sim, mas a técnica munida de trabalho árduo e total dedicação produz essas maravilhas O diretor deu Show!

O GRAND FINALE, Beatrix{Uma Thurman} vence O-Ren Ishii {Lucy Liu}. Cena perfeita, porém demostra mais uma vez estar bem longe do realismo, "quando Beatrix {Uma Thurman} corta o crânio da adversária como quem remove uma boina da cabeça '' Contudo as raízes dessa obra estão bem fincadas na arte cinematográfica de boa qualidade.

Direção de arte encantou mais uma vez. Na fotografia triunfante de uma das ultimas cenas, o cenário serviu de plateia para a luta: De um lado tínhamos Beatrix{Uma Thurman} com as janelas refletindo luz amarela, condizente com sua vestimenta, do outro lado O-Ren Ishii {Lucy Liu} com o seu kimono branco Em muitas tomadas a personagem de branco tinha apenas neve em sua retaguarda, do mesmo modo a personagem de amarelo com as janelas iluminadas; uma espécie de "torcida organizada" sob a influência dos olhares atentos e de mentes excessivamente criativas! Um trabalho magnífico, um encanto atemporal! Acredito veemente que Tarantino não brinca em serviço.

Pulp Fiction {filme lançado em 1995} esse é o nome do perturbador, porém premiadíssimo filme de Quentin Tarantino O filme é um clássico do cinema moderno e um dos filmes mais influentes da cultura pop Com influências do cinema "Spaguetti

Westerns" percebido pela violência gráfica e narrativa não linear, também influenciado pelo cinema ''Exploitation" que usa diálogos afiados e personagens marcantes. Escrito por Roger Avary e Tarantino, o longa metragem com histórias interconectadas é capaz de bagunçar a mente de muitos desavisados. Amado por muitos, porém, também odiado, esse clássico contem: horror, humor negro, drama, comédia, paixão, aventura e muito sangue Só poderia pertencer ao universo de Quentin Tarantino

Conhecido por um estilo visual único, "Pulp Fiction" conquistou os críticos e perturbou a mente de uma parcela do público Adorado e renegado, o longa causa polêmica nas rodas de amigos. Dividido em capítulos, fora de ordem cronológica, a originalidade tão defendida pelos amantes do filme causou inquietação na mente dos demais; mas será que essa não seria a intenção do diretor? Tarantino provoca, causa inquietação e coloca o público dentro da história mesmo que eles não percebam A ansiedade de desejar ver o diálogo de frente, não seria a mesma angustia de quem está espionando sem poder comtemplar? "Cena que Vincent { Jhon Travolta} conversa com Jules {Samuel L. Jackson} a espera do elevador, a cena se passa com a câmera atrás dos personagens" . A agonia de não poder adentrar para ouvir e ver o que se passa, não seria o mesmo sentimento causado por quem passa em frente a porta várias vezes na tentativa de ver o que acontece do lado de dentro? Como na cena que Jimmie {Quentin Tarantino} conversa dentro do quarto com Winston Wolfe {Harvey Keitel} neste momento a câmera permanece gravando fora do quarto} Se essa foi a verdadeira intenção do diretor, acredito que ele alcançou o objetivo. Mas também tenho que admitir que "ser surpreendido é mais agradável do que ser sequestrado"

Ofensivo para alguns, nada habitual para outros, no entanto, o humor negro necessita de uma pequena dose de sangue frio para ser bem concebido Achar engraçado a cena que Vincent { John Travolta} e Jules {Samuel L Jackson} limpam o carro cheio de sangue e reclamam de ter que remover também os miolos é no mínimo assustador! Salvo se o espectador já tiver se adaptado a esse universo. Da mesma forma, a cena que Mia {Uma thurman} recebe a injeção de adrenalina no coração.

O tempo foi categoricamente preciso, condizente de uma direção de respeito. Tarantino no início da carreira surpreendeu imensamente! A partir de "Pulp Fiction" a carreira do cineasta deslanchou, esse foi o segundo renomado filme de Tarantino

Tem momentos na vida que você riria até sentindo dor. A cena que o capitão koons {Cristóvão Walken} entrega o relógio para o pequeno Butch {Clandler Lindauer} e diz que o soldado teve que guardar o relógio no anus, ficará para sempre em minha memória, acredito que na memória de quem está lendo esse artigo também "risos". Sacada de mestre.

Tabus sem censura, Tarantino tem um talento genuíno para com esses temas!

A cena em que Butch Coolidge {Bruce Willis} foge de Marcellus Wallace {Ving Rhames}, passando pelo momento da briga até o momento do estupro, é devastador para quem não está habituado ao gênero, no entanto, mesmo assim, o espectador regozija-se em ver Butch já livre, voltar e salvar Marsellus. Neste momento essas mortes não tem mais o mesmo peso das mortes anteriores, o espectador aplaude no auge de sua consciência humana a degeneração do estuprador.

"Pulp Fiction" contem diálogos memoráveis, intrínseco, Os melhores diálogos são: cena que Mia {Uma Thurman} e Vincent {Jhon Travolta} jantam juntos e a cena que mostra a redenção de Jules {Samuel L Jackson} A parte que Mia diz algo do como: Você está pensando no que vai dizer como as pessoas que ficam pensando no que vai falar quando ainda não conhece a outra pessoa. {Me vi nesta cena, "sendo gentilmente constrangedora" só porque acho que a vida pode ser mais simples "risos"} o diálogo é muito realista, conversas triviais dão o toque de realidade a uma obra cheia de contrastes com o mundo real A redenção de Jules {Samuel L Jackson} mais uma cena com um diálogo super memorável, a reflexão sobre a moralidade e o arrependimento dito por um assassino de aluguel em um momento crucial de sua vida, foi mágico. Milagre ou não, Jules {Samuel L. Jackson} brilhou no diálogo dessa cena, convenceu com as palavras e com a interpretação Mas, como boas cenas estão sempre munidas de excelente direção, brilhou imensamente aquele que o público pouco contemplou a atuação, mas comtemplou o fascinante produto de sua ação.

Falar de "Pulp Fiction" e não falar da trilha sonora de respeito que entoou as cenas desse grande clássico dos anos 90 é simplesmente um desatino. Músicas como "Misirlou" de Dick Dale, "Son of a Preacher Man" de Dusty Springfild e "You Never Can Tell" de Chuck Berry, são alguns dos grandes clássicos que deram o toque mais que especiais as cenas Tarantino usou música ambiente no lugar de música adequada para cenas de suspense, isso deu um ar ainda mais realista. Um bom exemplo foi na acena do estupro que Butch Coolidgi {Bruce Willis} depois de livre, voltou para salvar Marcellus Vallace {Ving Rhames}. A música ambiente abrilhantou a cena de forma incomensurável, a cena foi tomada por uma atmosfera realista de forma descomunal, foi pavorosamente lindo A verdade estava ali!

Enquanto ao público que gosta do trabalho do diretor, mas não se sente completamente a vontade com as cenas de violência gráfica e deseja um dia ver filmes não violentos de Tarantino. Lamento informa-los mas acredito que não há tempo hábil para experimentos tão distantes de sua poética!

Quentin Tarantino é um diretor, roteirista, produtor, ator, diretor de fotografia e crítico de cinema americano, ao longo de sua carreira ganhou vários prêmios, incluindo dois Oscars de Melhor Roteiro Original por "Pulp Fiction" e "Django Livre" Ele também ganhou a Palma de Ouro no Festival de Cannes por "Pulp Fiction" e o Globo de Ouro de Melhor Roteiro por "Bastardos Inglórios" Além disso, ele recebeu inúmeros outros prêmios e indicações por suas obras cinematográficas. Tarantino subverteu os padrões cinematográficos norte americano. Após tantos acertos Tarantino se tornou um dos favoritos da indústria cinematográfica e um dos cineastas mais aclamado pelo público O diretor e roteirista delineou a sua poética ao longo do tempo, é inegável a sua evolução! Notório e imenso é o amor que Quentin Tarantino tem pela sétima arte, o gênio do cinema

pop declarou que vai se aposentar Todavia conseguirá Tarantino viver longe de um amor tão colossal? O público torce para que esse amor seja inseparavelmente eterno.

Quentin Tarantino
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