Notícias do Mar n.º 377

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Notícias do Mar

de seca se vão repetir daqui para o futuro. Ora, o que este novo Projecto Tejo em questão propõe fazer é uma obra de grande envergadura e abrangência territorial ou sejam um Apro­veitamento Hidráulico de Fins Múltiplos do Tejo e Oeste. – que é um projecto de rega para cobrir uma área territorial de 300 mil hec­tares, que corresponde ao dobro do Alqueva, e pode abranger o Ribatejo, a Península de Setúbal e a Região do Oeste, que prevê uma rede de aproveitamento hidráulico da água existente à superfície na bacia do Tejo, com funções múltiplas (turís­ticas, agrícolas e ambientais) e que permite compatibilizar o antigo sonho da navegabili­dade do rio Tejo entre Lisboa e Abrantes para transporte

fluvial ligeiro com açudes e eclusas (insufláveis), no leito do rio, controlo de cheias e da salinidade da água da maré, rega agrícola, retoma da actividade da pesca e da aquacultura, levando ainda água à região do Oeste, as­ sociando a isto a produção de energia renovável e ga­ rantindo reservas e capaci­ dade de abastecimento de água doce também para os meios urbano e industrial. O GR está suficientemente informado para poder esclarecer genericamente os cidadãos portugueses e os órgãos de soberania de que este novo projecto que vai “Dar Vida ao Tejo” e conseguir torná-lo mais independente da nossa vizinha Espanha, com a contribuição das barragens existentes no Tejo e os afluentes da margem Norte que apresentam

uma capacidade de armazenamento conjunta de 2.130 Mm3, muito superior ao necessário no sentido do arranque imediato do Projecto e da futura gestão integrada dos recursos e por outro lado prevê a construção de novas barragens e de “ Açudes” que serão equipados com turbinas para produção de electricidade de modo a cobrir as necessidades energéticas das estações elevatórias previstas a ser instaladas na margem. A solução da distribuição passará pela construção de Açudes rebatíveis, espaçados entre si, aproximadamente 20 km, desde Vila Franca de Xira (Estuário) até Abrantes, equipados com eclusas, criando um plano de água contínuo e navegável desde Lisboa até Belver, para cima de Abrantes. Es-

Este novo projecto permitirá também a navegação comercial, lúdica, turística e desportiva. 36

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tes açudes serão equipados com escadas de peixe eficazes para que as migrações das várias espécies nunca sejam interrompidas, contrariamente ao que acontece hoje, o que é mais uma valorização ambiental significativa. VIDÉ ARTIGO PORMENORIZADO SOBRE ESTE PROJECTO TEJO SAÍDO NO NOTÍCIAS DO MAR DO MÊS DE ABRIL PASSADO. Ora, todo este sistema trará bastantes benefícios ao Tejo, à sua bacia hidrográfica e também às populações ribeirinhas, vide o sucesso que o Alqueva está a ter para a região alentejana. O GR não pode deixarde evidenciar que este novo projecto vai garantir a criação de benefícios ambientais significativos, para além de evitar que a cunha salina suba para montante o que está a ser hoje altamente prejudicial ao regadio das Lezírias, para além de possibilitar que seja mais fácil a detecção, a nível regional, da origem dos focos de poluição, bem assim como o controlo da pesca ilegal e outras malfeitorias que estão a lesar o Tejo e a delapidar os seus recursos, para além de possibilitar também o incremento da aquacultura no seu habitat natural, o que pode beneficiar as comunidades piscatória mais envelhecidas e não só. Mais possibilita, que o plano de água de cada um dos açudes seja controlado e até gerido por uma comissão intermunicipal integrada por técnicos da Protecção Civil, SEPNA, IGAMAOT e APA, e porque não até ?, uma refundação da ARH-Tejo, ou outro órgão regional equiparado, aproveitando o processo da descentralização e da regionalização, ARH essa que quando esteve activa deu provas de competência, organização e de acrescentar


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