Notícias do Mar n.º 345

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Notícias do Mar

55º Salão Internacional Náutico de Génova

A Maior Exposição de Barcos na Europa

Entre os dias 30 de Setembro e 5 de Outubro próximo vai decorrer o Salão Náutico de Génova, o certame náutico europeu que maior número de barcos expõe e é a referência internacional da excelente qualidade dos estaleiros Made in Italy, desde as pequenas embarcações aos mega-iates.

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ste ano a organização oferece ao público um programa interessante e variada de reuniões institucionais e workshops técnicos. Es-

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tes são os dois principais temas dos eventos das conferências, num Forum UCINA, que serão realizados no Teatro do Mar e nas salas de conferências do Salão B e que se pretende seja

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um laboratório de ideias para a náutica O Salão este ano tem dois prestigiosos parceiros a IBI e Porsche Consulting, muito reconhecidos a nível mundial,

confirmando a importância e a qualidade do Genoa Boat Show, um evento dedicado à excelência da qualidade e que, ano após ano, alargou a sua oferta a produtos e serviços tanto para o visitante como para o expositor A parceria de media com a IBI (Boat International Industrial) permitirá que o mundo descubra a melhor indústria mostrada em Genoa, graças à cobertura detalhada de todos os noticiários em Gênova. Mais de 12.000 contactos, incluindo administradores e executivos, vão receber atualizações diárias sobre o desenvolvimento no setor em mais de 120 países. A colaboração com a Porsche Consulting também permitirá que os expositores participem num um workshop exclusivo sobre as diferentes oportunidades de negócios oferecidas por uma abordagem evoluída e experiente. O evento visa a transferência da experiência de excelência no desenvolvimento de negócios que levou ao crescimento rentável da Porsche.


Notícias do Mar

Salão Náutico de Barcelona

Amplo Reflexo Positivo de Recuperação

Organizado entre 14 e 18 de Outubro em Port Vell, pela Fira de Barcelona com a colaboração de ANEN, o Barcelona Boat Show é o maior evento do gênero em Espanha e é o único para desfrutar o reconhecimento da Federação Internacional de Organizadores Boat Show (IFBSO).

O

Barcelona International Boat Show em sua 54ª edição está num contexto de recuperação do sector. Definido para mostrar a mais completa gama de desporto e lazer de produtos náuticos da Espanha: veleiros, iates, catamarãs, menorquins, lança moto, insufláveis, embarcações de pesca e de “big game”, juntamente com produtos náuticos e serviços de todos os tipos para o mar, eletrônica, motores, tintas, velas, reboques, artigos para pesca e mergulho, além de pequenos barcos e uma área de aluguer de embarcações. O evento terá mais uma vez inúmeras actividades e experiências para o público e profissionais náuticos em geral também. Alguns dos novos recursos deste ano terão a participação de um grupo de empresas de mergulho. Os visitantes do salão, que é realizado no cais de España e La Fusta em Port Vell, podem voltar a apreciar a exposição flutuante, com barcos acima de

oito metros de comprimento, bem como também em terra, com todos os tipos de inovações. A indústria cresceu 55,6% em Espanha no primeiro semestre de 2015 em comparação com o mesmo período do

ano passado, de acordo com a Associação Espanhola de Empresas náuticas (Anen). Luis Conde, presidente do Salão, diz: “Este ano nós estamos olhando para a frente, ver mais expositores, mais espaço de exposição e uma

oferta maior e proporcional à mudança na tendência que começou no ano passado, demonstrando que o “boat show” é um fiel reflexo do sector, que também vai mostrando sinais positivos de recuperação.”

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Vela

Campeonato do Mundo de Team Racing da Classe 420

Portugal Conquista Bronze Portugal conquistou a medalha de bronze no Campeonato do Mundo de Team Racing da classe 420 que se disputou entre 9 e 12 de Setembro no Lago de Garda em Itália.

Os participantes

A

prova em prova disputada no Lago de Garda, Itália, e organizada pelo Circolo Vela Gargnano. A equipa portuguesa foi constituída por Carolina João, Ana Cata-

rino, Pedro Brito, Francisco Santos, Pedro Costa e Diogo Costa. O formato do campeonato permitia a participação de três equipas por país, as quais com o máximo de quatro velejadores

por equipa, podendo serem de sexo diferente. Portugal, Espanha e Alemanha participaram com uma equipa enquanto que Grã-Bretanha e Itália concorreram com duas equipas cada.

No Round Robin 1 Portugal venceu a Alemanha a Grã- Bretanha 2 e a Itália 1 e terminou em 5º lugar A equipa portuguesa melhorou a sua classificação no Round Robin 2 ao vencer novamente a Alemanha, a Grã-retanha 2 e a Itália 1 e acabar por bater também a Grã-Bretanha 1. Deste modo, Portugal ao vencer a equipa 1 da Grã-Bretanha na disputa dos 3º e 4º lugares, acabou por receber o Bronze. A Espanha sagrou-se Campeã do Mundo e a Itália 2 ficou com a prata.

Classificação Final

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Espanha

Itália 2

Portugal

Grã-Bretanha 1

Itália 1

Alemanha

Grã-retanha 2


Vela

Campeonato da Europa de Vela Adaptada Classe 2.4mR

João Pinto foi o Melhor Português João Pinto foi o português mais bem classificado no Campeonato da Europa de Vela Adaptada EUROSAF, classe 2.4mR, que se realizou em Valência Espanha. O velejador nacional foi 17º classificado.

N

as derradeiras duas regatas do Europeu de Vela Adaptada da classe Paralímpica 2.4mR João Pinto foi 16º e 15º, e encerrou a sua participa-

ção com o 17º lugar da geral. Fernando Pinto terminou na 18ª posição da geral, depois de ser 21º e 17º nas duas realizadas. Por seu turno, Manuel Soares foi 20º nas duas da jorna-

da e acabou em 20º da tabela classificativa. O francês Damien Seguin sagrou-se Campeão da Europa, seguido do britânico Jonathan Currell e do italiano Anto-

nio Squizzato. O grande objectivo dos velejadores nacionais é a tentativa de qualificação de Portugal para os Jogos Paralímpicos do Rio 2016.

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Vela

XI Campeonato de Portugal de Infantis e Iniciados - EDP

Campeões de Portugal Coroados Miguel Sancho, do Ginásio Clube Naval de Faro, e Lara Carvalho, do Clube de Vela de Viana do Castelo em Infantis, e Mário Soares, da Associação Náutica da Madeira e Joana Saboia, do Grupo Naval de Olhão, em Iniciados, sagraram-se Campeões de Portugal.

A prova realizou-se na Ilha do Farol

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prova que terminou na Ilha do Farol no passado dia 7 de Setembro, foi uma organização da Federação Portuguesa de Vela e do Ginásio Clube Naval de Faro. O EDP – XI Campeonato de Portugal de Infantis e Iniciados, teve a participação de cerca de 100 velejadores e chegou ao seu final com o vento a faltar à chamada, impedindo a realização de quaisquer

regatas. Em Infantis masculinos, Miguel Sancho, do Ginásio Clube Naval de Faro, sagrou-se vencedor, seguido de Guilherme Cavaco, também do Ginásio Clube Naval de Faro, e de Tiago Lima, do Clube de Vela de Viana do Castelo. No sector feminino, Laura Perez, do Clube de Vela de Viana do Castelo, alcançou o triunfo mas, dado que tem nacionalidade espanhola o título de

Miguel Sancho, do Ginásio Clube Naval de Faro 6

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Campeão de Portugal foi atribuído a Lara Carvalho, também do Clube de Vela de Viana do Castelo. Marta Cavaco, do Clube Naval de Portimão, foi a terceira. Em Iniciados masculinos, venceu Paul Sachs, do Clube We Do Sailing, que tem nacionalidade francesa. Desta forma, Mário Soares, da Associação Náutica da Madeira, conquistou o título, com João Resende, do Náutico Clube Boa

Esperança, a ser terceiro. Em femininos, a espanhola Júlia Rodriguez, da Associação Naval do Guadiana, foi primeira mas a nova Campeã de Portugal é Joana Saboia, do Grupo Naval de Olhão. Mariana Ramos, do Ginásio Clube Naval de Faro, foi terceira. Por equipas, triunfo do Clube We Do Sailing, seguido da Associação Náutica da Madeira 1 e do Sport Algés e Dafundo.

Guilherme Cavaco foi o primeiro lider do campeonato


Vela

Campeonato Nacional de SB20 2015

Diogo Cayolla / Nuno Barreto / Bernardo Freitas Sagram-se Campeões Nacionais

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iogo Cayolla/ Nuno Barreto/ Bernardo Freitas, no Allaboard, sagraram-se Campeões Nacionais de SB20, em prova que terminou o passado dia 13 de Setembro em Cascais, com organização do Clube Naval de Cascais. Os olímpicos Diogo Cayolla, Nuno Barreto e Bernardo Freitas estiveram verdadeiramente imparáveis nos três dias do Campeonato Nacional de SB20. Nas três regatas disputadas hoje, o Allaboard foi 5º, 1º e 6º, terminando a prova com 10 pontos de vantagem sobre o segundo classificado, o Animal/Mobiag Clever Mobility, de Vasco Serpa/Joaquim Moreira/Pedro Costa Alemão, que foi 10º, 2º e 5º nas três realizadas este domingo em águas cascalenses. O Ozmose, de Gustavo Lima/ Paulo Manso/Ricardo Pereira de Sousa, ficou com a terceira posição e fechou o pódio. O Campeonato Nacional de SB20 contou com a participação de 23 barcos e de muitos nomes sonantes da vela nacional.

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Vela

Notícias da LIFERESC

Formação de Treinadores de Vela em Primeiros Socorros A LIFERESC- Escola de Socorrismo e Sobrevivência, Lda realizou uma formação de primeiros socorros para treinadores de vela nos dias 12 e 13 de setembro nas instalações do clube de vela da Costa Nova.

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sta formação foi a primeira a contar para a acumulação de créditos para os titulares de cedular de treinadores desportivos, pois esta formação é certificada pelo IPDJ e pelo INEM. Assim os alunos vão sair com dupla certificação, podendo apresentar esta formação em qualquer empresa ou estabelecimento de ensino contado para horas de formação externas. Na formação os alunos tieram uma componente prática muito grande e exigente, onde passaram

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Formação de treinadores de vela por ter de usar o material pirotécnico e a respetiva balsa salva-vidas. Aprenderam sobretudo como socorrer uma vítima dentro e fora de água, como transporta-la até local seguro e de acesso fácil às equipas médicas. Receberam também formação de como sobreviver dentro da balsa salva-vidas e quais as regras a tomar quando se entra dentro destes equipamentos. A formação foi dada por um técnico do INEM e um especialista em sobrevivência e com formação internacional para trabalhos offshore.


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Notícias do Mar

Comunicado da PONG-Pesca

Vai ser discutido o Plano de Gestão da Pesca da Sardinha para 2016

Barco de pesca à sardinha

A PONG-Pesca esteve reunida com a Ministra da Agricultura e do Mar no passado dia 8 de Setembro para expressar a preocupação sobre o estado do stock e pescaria de sardinha ibérica. Durante a reunião a Ministra assegurou que o plano de gestão da pesca da sardinha para 2016 ainda vai ser discutido.

A

Plataforma de Organizações Não Governamentais sobre a Pesca – PONG-Pesca reuniu a Ministra da Agricultura e do Mar e o Secretário de Estado do Mar para discutir a situação do stock de sardinha ibérica. Nesta reunião, a Ministra esclareceu que nas declarações recentes em que mencionou a existência de erros no parecer do ICES para a quota da sardinha ibérica em 2016, se referia não a qualquer engano por parte daquela instituição mas ao 10

facto de este parecer ter por base o Plano de Gestão para a Pesca da Sardinha 2012--2015 cuja vigência termina no final do presente ano. Este Plano de Gestão será revisto no próximo trimestre e contará com os resultados de uma discussão alargada envolvendo a comunidade científica, o sector das pescas e as ONG. Assim, adiantou que não foram colocados em causa nem o parecer do ICES nem a qualidade dos dados científicos existentes. Acrescentou ainda que o novo Plano de Gestão que será a base

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para o cálculo da quota para 2016 será submetido à apreciação da União Europeia e do ICES. A PONG-Pesca reiterou as suas preocupações no que respeita à fragilidade deste stock, à necessidade de integrar uma abordagem precaucionária e de existir uma forte base científica a suportar a tomada de decisão. Uma vez que o atual Plano de Gestão tem uma natureza precaucionária e que, mesmo assim não foi suficiente para impedir a tendência decrescente do stock, é imperativo manter essa

abordagem e reforçar a procura de explicações através da monitorização de outros parâmetros (e.g. ambientais ou ecossistemáticos) para tornar os modelos de gestão o mais robustos possível. Além disso, a PONG-Pesca demonstrou a sua preocupação relativamente às implicações socioeconómicas decorrentes do mau estado do stock. Neste sentido, foram apresentadas algumas propostas para a gestão futura da pescaria, nomeadamente: - Seguir as recomenda-


Notícias do Mar

ções do ICES; - Implementar esforços imediatos para capacitação da investigação (IPMA e outras instituições); - A necessidade do novo Plano de Gestão da Sardinha ter um âmbito regional (i.e. melhor articulação com Espanha) e uma abordagem ecossistémica; - Definir uma estratégia a longo prazo que suporte a adaptação do sector à escassez do seu principal recurso (e.g. diversificação das capturas, valorização de espécies como a cavala e o carapau); - Promover uma diferenciação positiva da sardinha capturada em Portugal em relação à sardinha importada. A Plataforma sublinha que estas posições e sugestões devem ser levadas em consideração numa próxima legislatura e que se manterá atenta a todos os desenvolvimentos no que diz respeito

a este assunto. A PONG-Pesca deixou ainda clara a sua intenção em ser incluída na Comissão de Acompanhamento

da Sardinha, assim como a participação na elaboração do novo Plano de Gestão. Nas próximas semanas a Plataforma pretende reunir

com representantes do sector de forma a trocar pontos de vista e iniciar o diálogo necessário para encontrar soluções consensuais.

Pesca da sardinha 2015 Setembro 345

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Notícias do Mar

Economia do Mar

Reforçar a Investigação da Sardinha e Encontrar Alternativas A Plataforma de Organizações Não-Governamentais para a Pesca PONG-Pesca tem seguido a situação da sardinha ibérica e vem reforçar a importância de utilizar o melhor aconselhamento científico disponível para uma gestão sustentável.

A

Pesca de cerco

ssim, respeitar os pareceres científicos, nomeadamente as capturas máximas aconselhadas (quotas), é essencial para a recuperação do stock para níveis que permitam uma exploração sustentável. Para que isso aconteça, é necessário aplicar recursos de forma a melhorar a capacidade

de recolha de dados científicos e encontrar medidas que permitam ao sector adaptar-se à diminuição das capturas. Desta forma, apoiamos as tomadas de decisão que vão no sentido de aceitar os pareceres científicos, i.e. não aumentar as quotas de 2015. A sardinha ibérica, é um stock gerido bilateralmente entre

Sardinha 12

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Portugal e Espanha. Assim, as decisões de gestão são tomadas em conjunto por estes dois países, com o acompanhamento da Comissão Europeia e com base em pareceres científicos do ICES (CIEM – Conselho Internacional para a Exploração do Mar). O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) é a organização governamental responsável pela recolha e disponibilização de dados de Portugal. Apesar de ser um stock com um conhecimento limitado, é inegável o padrão de declínio que se tem verificado durante mais de três décadas e que se tem acentuado nos últimos cinco anos. Os pequenos pelágicos como a sardinha são caracterizados por ciclos de abundância e de declínio, sendo capazes de recuperar de situações de escassez muito rapidamente. No entanto, são conhecidos vários casos em que espécies

como a sardinha quase desapareceram durante longas décadas, com efeitos devastadores para as comunidades que dependiam da pesca, para economias locais e nacionais. Uma vez que os fatores ambientais não são controláveis, também eles importantes para o estado atual do stock, resta-nos gerir adequadamente a única variável que podemos controlar em tempo útil, a pesca. A PONG-Pesca está preocupada com os impactos socioeconómicos que o sector enfrenta neste momento mas acredita que sem a implementação de medidas de gestão, tais como a restrição de capturas, será muito difícil que o stock da sardinha recupere e volte a volumes que permitam a sua exploração de forma sustentável, tanto ao nível ambiental, como económico e social. Não é possível gerir corretamente as pescas sem um conhecimento aprofundado e atualizado do estado dos ecossistemas e das populações de organismos vivos das quais a pesca depende. Assim, a PONG-Pesca quer deixar um apelo a todas as forças políticas nacionais, que é urgente aplicar recursos no conhecimento científico dos nossos mares e das espécies marinhas que aí existem. A PONG-Pesca reconhece que as respostas não são simples ou fáceis de encontrar, mas acredita na capacidade de todos os envolvidos em obtê-las de forma construtiva, transparente e com base em conhecimento científico. Estamos disponíveis para colaborar ativamente neste processo e acreditamos que a sardinha pode ser gerida de forma sustentável e assim voltar a ser a mais importante espécie nacional, como todos desejamos.


Notícias do Mar

Economia do Mar

Dez Municípios Apelam ao Governo Sobre a Pesca da Sardinha

Em virtude das ordens do Governo para a paragem das frotas de pesca da sardinha, os municípios de Matosinhos, Figueira da Foz, Nazaré, Peniche, Setúbal, Sesimbra, Sines, Portimão, Loulé e Olhão, enviaram no final de Agosto um apelo ao Governo para resolver este grave problema defendendo os pescadores portugueses.

A

pesca de cerco, particularmente dirigida à pesca da sardinha, é uma pescaria muito importante para um vasto conjunto de comunidades piscatórias do nosso País, que muito se desenvolveram em torno da sardinha e de toda a economia que ela gerava, nomeadamente a indústria conserveira. Nos últimos anos a pesca da sardinha rem sido alvo de sucessivas medidas restritivas da sua atividade que estão a causar progressivas dificuldades no setor e nas possibilidades da sua sobrevivência. A proposta de 1.587 toneladas para 2016 efetuada pelo ICES, contra as 19.000 toneladas disponíveis no corrente ano de 2015 para Portugal e Espanha, é o maior exemplo das dificuldades que estão a ser sentidas por toda a fileira da pesca da sardinha. Os municípios portugueses

Descarga de sardinha

onde a pesca da sardinha é particularmente relevante não podem ficar alheios a estes problemas, pois trata-se de um somatório muito relevante de questões económicas e sociais que merecem respostas e soluções e onde a sua participação e envolvimento é relevante. Deste modo, os municípios de Matosinhos, Figueira da Foz, Nazaré, Peniche, Setúbal, Sesimbra, Sines, Portimão, Loulé e Olhão, reunidos em Peniche a 22 de Agosto de 2015, concluíram que: a) Para o ano de 2016, o Governo português deve ser firme na defesa de um limite nacional de capturas, que possa por um lado assegurar a recuperação do stock do recurso e por outro permitir o funcionamento de toda a economia nacional da sardinha. Relembramos que o senhor Secretário de Estado do Mar afirmou há pouco mais de um mês, que mesmo que Portugal capturas-

se 30.000 toneladas de sardinha num ano, (em 2015 Portugal tem um limite de capturas de 13.000 toneladas), o stock seria recuperado em 2%. Esta situação de maior abundância tem sido sentida pela generalidade dos nossos pescadores e armadores ao longo de toda a costa e merece ser devidamente acompanhada pela comunidade científica. b) Devem se criadas condi-

ções para a aumentar a possibilidade de capturar sardinha, ainda em 2015, de uma forma controlada e sustentada e que vá ao encontro das pretensões dos pescadores e das respetivas Organizações de Produtores, que têm mantido, com enormes sacrifícios, um elevado sentido de responsabilidade sobre a gestão nacional da pescaria da sardinha. c) As medidas de acompanhamento para responder aos problemas resultantes da interdição e da imobilização temporária das embarcações da pesca da sardinha devem ser definidas com rapidez permitindo uma acesso rápido e simplificado por parte de todos os potenciais beneficiários assim como devem ser previstas situações de exceção que permitam a essa frota a manutenção da sua atividade, com base numa gestão flexível dos calendários de imobilização temporária a definir. Finalmente os municípios signatários disponibilizam-se também para integrar todas as iniciativas que venham a ser promovidas em defesa da pesca da sardinha, da sua sustentabilidade e da responsabilidade nacional em torno da sua gestão.

Sardinha 2015 Setembro 345

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Náutica

Teste Pontão SunChaser 7518 com Honda BF40

Texto e Fotografia Antero dos Santos

Uma Nova Forma de Passeio Náutico

Pontão SunChaser 7518

Uma nova forma de gozar férias náuticas, em permanentes passeios em convívio com os amigos e a família, num pontão SunChaser, cujo modelo 7518 testámos no passado mês de Junho em Portimão e que permite dias passados em deslocações calmas, desfrutar de piqueniques, pescar, apanhar banhos de sol ou dar uns mergulhos.

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izemos este teste em Portimão a partir da marina a convite da Grow, importador da Honda Marine, e da PortiNauta, do grupo Angel 14

Pilot, importador dos pontões SunChaser e concessionário Honda Marine para o Algarve. Pontão SunChaser 7518

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Este tipo de barco pontão é especialmente indicado para navegar nas rias, rios, albufeiras e nas praias com o mar calmo. Não há nenhuma maneira mais fácil de fazer um cruzeiro, ir à

pesca, nadar defronte de uma praia e passar todo o dia divertido do que em um pontão SunChaser Este modelo tem dois flutuadores e desloca-se com motor fora de borda.


Náutica

Posto de comando

Logo ao primeiro contacto, vê-se que se destina a oferecer a acomodação de oito pessoas com requintado conforto e excepcional segurança, pois nem balança nem adorna a curvar. A facilidade na circulação é outra das características dominantes deste pontão. O Sunchaser 7518 é uma plataforma rectangular com paredes que suporta uma

armação em alumínio, dentro da qual tem a consola do condutor, o banco do piloto, dois bancos à frente e um banco em L atrás a bombordo. Tem três entradas, pela popa a estibordo, ao meio a bombordo e à frente ao centro, facilitando as entradas ou os saltos para a água na altura dos banhos. O posto de comando fica ao meio encostado a 2015 Setembro 345

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N谩utica

Excelente velocidade de cruzeiro de 13,5 n贸s

No SunChaser 7518 estava motado o motor Honda BF40 16

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Náutica

Motor Honda BF40 O

Barco pontão com o interior amplo

Entrada pela popa junto à escada de banhos

O SunChaser 7518 atinge boas velocidades

Honda BF40 pertence à nova geração da marca japonesa, pioneira dos motores a quatro tempos, incorporando também tecnologias sofisticadas que os engenheiros da Honda desenvolveram para as potências mais elevadas. Tem um bloco motor com 808 cm3 de cilindrada, com três cilindros em linha com 6 válvulas, (OHC), Quanto às tecnologias introduzidas, uma das mais relevantes testa-se no arranque, com o sistema BLAST, binário aumentado a baixa rotação, para obter acelerações rápidas principalmente no arranque, para as embarcações planarem mais rapidamente. O motor tem o sistema PGM-FI, a injecção programada de combustível, que reduz o consumo e aumenta igualmente a performance no arranque. No que respeita à eficiência de combustível, com o sistema ECOmo, o Honda BF40 consegue baixos consumos em velocidades de cruzeiro em rotações entre as 3.000 rpm e 4.500 rpm. O BF40 tem também a ligação NMEA 2000 que permite visualizar em dispositivos compatíveis diversas informações sobre o funcionamento do motor. Como características muito relevantes, o Honda BF40 é um motor muito silencioso, com um consumo muito reduzido. Quanto à garaantia para o Honda BF40 é de 3 anos. Passeio calmo com velocidade de cruzeiro interessante

estibordo. É uma estrutura central que combina estilo com comodidade, com uma consola de condução e um ergonómico e confortável banco do piloto, permitindo boa posição de condução. Na consola de condução está incorporado um lavatório com água doce, um equipamento muito neces-

sário quando se passam horas no mar nos mergulhos ou à pesca, para lavar as mãos dos iscos na hora dos piqueniques. Os bancos com um amplo encosto, cuidadosamente bem estofados, ampliam ainda mais todo o conforto que o SunChaser 7518 oferece no interior.

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Náutica

Uma forma calma de fazer passeios

Os flutuadores são construídos em alumínio e têm por fora à frente pequenas alhetas soldadas para deflectirem a água para fora.

Os flutuadores são em alumínio e têm alhetas à frente para deflectir a água 18

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Náutica

Bancos à frente com mesa ao meio

Banco à popa

O painel de popa é um monobloco super resistente fixado na plataforma, em V por baixo, para fornecer água limpa para o hélice e permitir melhor desempenho a curvar. Efectuámos o teste com quatro pessoas a bordo. Interessava-nos ver a possibilidade deste modelo Sunchaser 7518, com um motor de 40 HP instalado, planar, navegar sem esforçar o motor e qual o desempenho em velocidade de cruzeiro. Este barco pontão descolou da água e começou a planar aos 8 nós. Excelente, porque o motor estava ainda nas 3.000 rpm. Puxámos pelo motor e às

A consola de condução 2015 Setembro 345

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Náutica

4.000 rpm, a rotação económica a meio do sistema ECOmo do motor, navegávamos a 13,5 nós, uma velocidade de cruzeiro muito boa para deslocações longas, subir ou descer um rio, passar de uma praia para outra ou conhecer melhor uma albufeira. O SunChaser 7518 atingiu a velocidade máxima de 17,3 nós com o motor às 5.000 rpm. Uma velocidade suficiente para este tipo de 20

embarcação. O que mais destacamos no SunChaser 7518 é o espaço desafogado, que permite circular facilmente no interior e montar uma mesa ao meio dos bancos da frente com encaixe para copos, para comer ou beber nos momentos de convívio ou colocar a mesa atrás junto ao banco. Realçamos também a ausência de balanços laterais em virtude da acção dos flutu-

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Lavatório na consola de condução


Náutica

A entrada a bombordo junto ao posto de comando

A curvar o barco pontâo mantem-se sempre direito

adores, mantendo-se o barco pontão sempre direito a curvar com a máxima segurança. Neste barco pontão, conforme a zona onde se está, pode-se pescar fundeado, à deriva ou ao corrico. Se houver peixe é provável que se pesque algum. O toldo bimini pode-se montar sempre que o sol aperte. Quem for sentado nos bancos à frente ou atrás o conforto é o mesmo, porque são todos de superior qualidade.

Os bancos são extremamente confortáveis

Características Técnicas Comprimento

5,56 m

Boca

2,29 m

Peso

771 Kg

Lotação

8

Potência máxima

50 HP

Motor do teste

Honda BF40

Cestificação CE

Classe 5

Preço pontão/motor Honda BF40 (com Kit redutor de potência)

27.900 € +IVA

Performances Tempo para planar

2,89 seg.

Velocidade máxima

17,3 nós às 5.000 rpm

Velocidade de cruzeiro

13,5 nós às 4.000 rpm

Velocidade mínima a planar

8 nós às 3.000 rpm

3.500 rpm

11 nós

4.000 rpm

13,5 nós

4.500 rpm

15,3 nós

5.000 rpm

17,3 nós Distribuidor e Importador GROW Produtos de Força Portugal Rua Fontes Pereira de Melo, 16 Abrunheira, 2714 – 506 Sintra Telefone: 219 155 300 geral@grow.com.pt www.honda.pt Porti Nauta Grupo Angel Pilot Parchal – Lagoa - Telm: 91 799 98 70 info@angelpilot.com - www.angelpilot.com

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Electrónica

Notícias Nautel

Um Tablet Todo-o-Terreno A nautel tem agora disponível um só RUGGED TABLET para múltiplas utilizações.

N

um só Tablet UltraResistente podem-se aplicar um número elevado de utilizações: Chartplotter marítimo Trace a rota e chegue ao seu destino. Mais do que uma alternativa, o Rugged Tablet é um enorme utilitário, pois pode fazer-se o download dos mais variados mapas. Solução de comunicação por satélite 22

Usado em combinação com o dispositivo de comunicação por satélite IridiumGo!, o Rugged Tablet permite efectuar chamadas, ler e enviar e-mails com qualidade e fiabilidade. Topografia/SIG Operacionalidade ágil e robusta. Compila os dados de modo eficiente, levando o escritório para qualquer parte. Tablet de trabalho, robusto e compacto

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Do campo para o veículo, para o barco e para o escritório, trabalhe de forma totalmente móvel, resistente e com um ecrã de 7”. Certificação IP67 Com uma certificação IP67, o Rugged Tablet é resistente a poeiras, água e quedas acidentais. Inclui bateria de longa duração. Compatível com (entre outras): Jeppesen Marine Plan2Nav Boating Europe Simples e com todas as vantagens

de um Android • Ecrã 7” de alta resolução; • Estanque IP67; • Tablet/Smartphone 3G desbloqueado; • Wi-Fi e Bluetooth; • GPS interno com WAAS/ SBAS; • Memória interna 16GB; • Câmera fotográfica frontal 2MB / traseira 8MB; • Micro SD/SDHC; • Duração da bateria: 20 horas Preço de venda: € 995,00 (IVA incluído). Para mais informações: Nautel, www.nautel.pt


Notícias do Mar

Economia do Mar

Elevados impostos e burocracia travam a produção de ostras no Algarve Elevados impostos, burocracia e o número excessivo de entidades envolvidas no licenciamento de novos projetos estão, segundo o sector, a travar o crescimento da produção de ostras em aquacultura no Algarve, a região do país que concentra mais produtores.

É

por causa do elevado imposto a que está sujeita que a ostra não é mais vendida em Portugal, onde ainda é erradamente considerado um produto “de luxo” que é taxado a 23% de IVA e todos os outros bivalves beneficiam de taxas de inferiores. A produçãoaxistem bancos naturais com ostras selvagens. A aquacultura, no que respeita às medidas de âmbito fiscal, deveria ser equiparada à agricultura, pecuária ou

pesca, uma vez que também se trata de uma atividade primária. As sementes das ostras vêm de França e depois são engordadas durante aproximadamente um ano e meio a dois anos até ficarem com as dimensões e características exigidas pelo mercado francês, para onde são 95% exportadas. A sua produção só não triplica porque os produtores algarvios continuam a aguardar autorização para poderem expandir as suas unidades

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Náutica

Notícias GROW

Novo Motor HONDA BF2.3 A Honda atualizou os seus modelos BF2.3 hp com o intuito de aumentar a sua autonomia e de se tornarem mais fáceis de usar. disponível nas versões curto (38cm) e longo (51 cm) com um peso de 13,5 Kg e 14 Kg respectivamente. O seu desenho ergonómico, a sua pega robusta e o seu peso leve, oferecem uma ótima portabilidade, sendo muito fácil colocar e retirar do painel das embarcações. Este motor tem uma rotação máxima recomendada entre as 5.000 e as 6.000 Rpm, e tem como potencia máxima 2,3 hp / 1.7 kW às 5.500 Rpm.

O

novo BF2.3 tem agora um novo depósito de combustível com uma capacidade aumentada em 10%, para uma maior autonomia de trabalho contínuo, assim como uma tampa do depósito maior que facilita o seu manuseamento aquando do reabastecimento. O capot do motor foi redesenhado para ficar em sintonia com o resto da gama de motores fora de borda Honda. Outras modificações, incluem um novo parafuso de drenagem do óleo, tubo de combustível de acordo com normas EPA e o corpo da embraiagem com respirador. O Honda BF2.3 oferece a maior confiança e qualidade, com a sua pintura de quatro ca24

Pintura de quatro camadas para o proteger da água salgada e dos raios UV, madas para o proteger da água salgada e dos raios UV, continuando a ter uma excelente relação de peso na sua classe. O motor Honda BF2.3 é uma unidade uni-bloco de cilindro único com 57cc e um diâmetro e curso de 45mm X 36mm. Este motor está equipado com ponto-morto e marcha avante através de uma embraiagem centrífuga e uma relação de caixa de 2.42:1. A condução do motor é muito fácil e direcionar a marcha da embarcação também graças à capacidade de rotação de 360° do motor. O sistema de arranque é manual, possuindo uma torneira de abertura e fecho do combustível, ignição transistorizada e um novo depósito com capacidade para 1,1 Lt. Este

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motor tem ainda um indicador onde visualmente se pode verificar o nível do óleo do motor. Assim como na versão anterior, este novo modelo vai estar

Dimensões: Comprimento total: 410 mm Largura total: 280 mm Altura total: coluna curta 945 mm, coluna longa 1.100 mm A Honda fabrica motores fora de borda há mais de 50 anos, mas foram desde sempre a 4 tempos com baixas emissões. Desde que começou a produção do modelo BF2.3 a Honda na sua fábrica em Hosoe no Japão já produziu mais de 203.000 unidades deste tão popular modelo. A Honda tem neste momento uma gama de 19 modelos de motores fora de borda a 4 tempos que vai do 2.3 hp até ao 250 hp O Preço desta nova versão mantém-se inalterada face à anterior : BF2.3 coluna curta : 916 EUR BF2.3 Coluna longa 970 EUR

O motor oferece uma ótima portabilidade


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Náutica

Teste Riamar 6.35 Cabin com motor Mercury 150 EFI

Texto e Fotografia Antero dos Santos

Pesca Passeio Muito Bem Equipado

Riamar 6.35 Cabin

Um novo modelo de recreio desenvolvido pela Riamar, o Riamar 6.35 Cabin, que testámos no passado dia 11 de Junho em Aveiro equipado com o motor Mercury 150 EFI, mostrou a preocupação do estaleiro em dotar o barco com equipamento que interessa aos pescadores mas também os satisfaz nos passeios familiares.

A

gora com os estaleiros em Ilhavo, a um quilómetro da Ria de Aveiro, a Riamar é há 50 anos um construtor de embarcações em PRFV (poliéster reforçado com fibra de fidro), com uma produ26

ção dirigida para o mercado do recreio e também com barcos para actividades profissionais. A gama de recreio é constituída por oito modelos desde os 3,80 aos 6,22 metros de comprimento. Quanto à gama profissional, constrói

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barcos a partir dos 3,20 até 7,18 metros de comprimento. A Riamar no processo de construção utiliza o poliuretano em PVC nos reforços estruturais do casco em vez da madeira, para garantir mais robustez e também

maior durabilidade. Riamar 6.35 Cabin vem recheado de equipamento Numa região batida de vento e com o mar raramente calmo, sair a barra de Aveiro para ir ao encontro dos


Náutica

e da chuva, com um amplo pára-brisas arredondado em vidro acrílico, com boa visibilidade e janelas laterais, ambas com abertura de correr, para arejar o interior. O posto de comando fica a estibordo e ao lado tem lugar para duas pessoas em pé. A passagem para o poço tem uma porta de correr a uma altura do piso suficiente para impedir a entrada de água para dentro da cabina. Muitas vezes não se consegue equipar um barco ao gosto do proprietário, porque não há sítio para montar os equipamentos. O Riamar 6,35 Cabin consegue oferecer aos pescadores, porta canas na borda, transportadores de canas no poço, viveiro para isco vivo, caixa amovível para meter o peixe, aproveitamento do poço com mais espaço para o pescadores. Tem ainda muitos compartimentos para arrumação, um lavatório de água doce a bombordo do posto de comando e um suporte na popa para um motor auxiliar. Para os passeios de fa-

pesqueiros, requer conhecimentos, bom-senço e dispor de um barco adequado. O Riamar 6.35 Cabin, com 6,22 metros de comprimento, tem as características necessárias para a utilização que se exige no mar, casco com um V bastante acentuado, os planos de estabilidade salientes e quatro robaletes de cada lado. Tem ainda uma cabina de pilotagem, para o abrigo do vento

Posto de comando

Riamar 6.35 Cabin estava eqipado com o Mercury 150 EFI 2015 Setembro 345

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Náutica

Como o casco do Riamar 6.35 Cabin tem um perfil deflector a água salta bem para fora

mília ou pernoitar numa noite de pesca, o Riamar 6.35 Cabin tem uma confortável cabina de proa com cama, um compartimento com sanita marítima e prateleiras laterais. Para arejamento e

iluminação do interior existe no tecto um albóio. O poço tem um banco à popa para quatro pessoas, o qual pode-se converter para duas, quando for necessário servir apenas os pescado-

res, quando estes necessitam de mais espaço ampliado e desimpedido. Na popa pode-se montar um viveiro para isco vivo e no piso existem três porões, um grande central e dois laterais, para

Riamar 6.35 Cabin é muito seguro a navegar e sobretudo a curvar 28

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arrumar a palamenta e guardar equipamentos. Para meter o peixe, existe uma caixa amovível com boa capacidade que se guarda dentro do banco da popa. Na popa, a escada de banhos fica a estibordo. Como a cabina de pilotagem é do estilo walkaround, existem passagens laterais para a proa com o apoio de um varandim e corrimãos no tecto da cabina todos em aço inox. A proa termina em forma de num pequeno púlpito, tem uma ferragem com roldana e junto ficam o porão para o ferro e dois cunhos de amarração. Nas manobras de fundear, pode-se estar sentado no tecto da cabina da proa. No teste desempenho rápido e seguro Apesar do V do casco, o Riamar 6.35 Cabin desco-


Náutica

Motor Mercury 150 EFI E

No banco da popa há uma caixa amovivel para o peixe

O poço é largo e tem um banco corrido à popa

Porão lateral

ste motor de 150 HP destaca-se por ser extremamente compacto e de baixo peso, para a cilindrada que tem, com 3,0 litros e uma configuração de motor de quatro cilindros em linha, com oito válvulas (SOHC) e o peso de 211 Kg. Trata-se do motor de 150 HP mais leve do mercado. Com menos partes internas do que muitos outros motores concorrentes, o Mercury 150 EFI é uma prova de que a tecnologia pode ser usada para proporcionar um melhor desempenho e durabilidade, reduzindo o tamanho e peso e servir perfeitamente para qualquer tipo de embarcações. Os níveis de eficiência de combustível são elevados neste motor de 150 HP, graças ao sistema de injecção electrónica de combustível EFI, que garante igualmente altas performances. Com um desenho melhorado e perfil hidrodinâmico, a caixa de velocidades agora aplicada neste motor está blindada e tem maior espessura, para tornar-se mais eficiente, garantir maior durabilidade e também para acomodar um conjunto de engrenagens maiores e servir para os motores de 300 HP Agora um novo ângulo de instalação do motor, reduz significativamente a vibração transmitida para o painel de popa, especialmente em pontos transitórios de uma marcha lenta acelerada até ao ponto em que o barco está prestes a deslizar. No 150 EFI foi feita a incorporação de aço inox de alta qualidade, extremamente resistente à corrosão. Este motor foi desenvolvido para permitir uma instalação mais fácil. Tem cabos padrão mecânicos, cabo duplo ou de apoio à direcção hidráulica, direcção hidráulica opcional e capacidade para trabalhar em padrão analógico ou com o SmartCraft directamente. O motor tem um sistema de exaustão especial, desenvolvido para aumentar as suas capacidades na tecnologia de redução de som, com um filtro acústico para atenuar o ruído de escape de alta frequência da marcha lenta. Para lavar com água doce o motor, basta remover a tampa e ligar uma mangueira de jardim. É tudo muito simples. No que respeita à garantia, o Mercury 150 EFI, tem uma garantia ao longo de cinco anos.

Entrada para a cabina 2015 Setembro 345

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Náutica

Riamar 6.35 Cabin está bem vocacionado para a pesca lúdica

lou muito bem da água, e em apenas 1,44 segundos já planávamos. No teste de aceleração aconteceu o mesmo, numa rotação com

apenas 4.500 rpm, o barco atingiu em 5,87 segundos os 22 nós. Temos que ter em conta que o motor Mercury 150 EFI tem uma aceleração

No tecto da cabina existe um albóio 30

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poderosa e foi um excelente parceiro destas performances. Quando medimos a velocidade mínima a planar, os

12 nós às 2.600 rpm que registámos, mostram que o V do casco não deixa o barco planar com menos velocidade.

Sanita marítima na cabina


Náutica

Cama e acomodação dentro da cabina

Na velocidade máxima atingimos 32,8 nós às 5.200 rpm, o suficiente para o tipo de desempenho que se precisa fazer com este barco. No que respeita às performances, a mais interessante para nós, foi a navegação de cruzeiro que fizemos, a 23/24 nós, apenas á rotação económica de 4.000 rpm. Quanto à condução, numa cabina com 1,90 metros de pé direito, estamos num espaço desafogado e sentado numa boa posição e com muita visibilidade para as manobras. Graças ao V do casco, o Riamar 6.35 Cabin é mui2015 Setembro 345

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Nรกutica

O Riamar 6.35 Cabin atingiu boas performances com o Mercury 150 EFI

Porรฃo central no poรงo

Lavatรณrio 32

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Chuveiro de รกgua doce


Náutica

to seguro a navegar e sobretudo a curvar, sempre muito agarrado à água. Em curvas muito apertadas a 22 nós o desempenho foi sempre muito bom. Como o casco tem um perfil deflector, a água salta bem para fora sem molhar a coberta ou poço. Bem sabemos que não estava nortada. Mas se houvesse é para isso que serve a cabina. Em conclusão devemos salientar que o Riamar 6.35 Cabin é uma embarcação bastante bem vocacionada para os entusiastas da pesca, onde quase nada falta. Este modelo tem uma vantagem que é o estaleiro não ter esquecido as mulheres e a família dos pescadores, dotando o barco com mordomias que elas gostam como a cabina de proa com sofá em U ou cama, a sanita marítima e o lavatório. Neste

O casco tem um V bastante acentuado

aspecto o Riamar 6.35 Cabin é bem um barco familiar. Quanto ao motor, o Mercury 150 EFI é um excelente parceiro e fornece a potência adequada, permitindo também um pack interessante e económico.

Características Técnicas Comprimento total

6,22 m

Boca

2,40 m

Pontal

0,69 m

Peso sem motor

900 Kg

Lotação

8

Dep. combustível

150 L

Potênia aconselhada

100 HP

Potência máxima

200 HP

Tipo motor

Fora de borda

Número motores

1 ou 2

Motor ensaido no teste

Mercury 150 ELPT EFI

Embarcação sem motor

18.306 e

Embarcação com motor Mercury F100 ELPT EFI

27.801 e

Embarcação com motor Mercury F115 ELPT EFI

28.476 e

Embarcação com motor Mercury F150 ELPT EFI

30.096 e

Performances A coberta à proa tem um pequeno púlpito com uma roldana

Passagem para a popa

Tempo para planar

1,44 seg.

Aceleração às 4.500 rpm

22 nós 5,87 seg.

Velocidade máxima

32,8 nós às 5.200 rpm

Velocidade de cruzeiro

23/24 nós às 4.000 rpm

Mínimo de velocidade a planar

12 nós às 2.600 rpm

3.000 rpm

15,4 nós

3.500 rpm

19,2 nós

4.000 rpm

23,3 nós

4.500 rpm

28,2 nós

5.000 rpm

31 nós

5.200 rpm

32,8 nós Estaleiro: Nautav Riamar Ilhavo rua 4 B 3830-527 Gafanha da Encarnação Telm: 915719726 - 917843554

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Náutica

Notícias Touron

Novo Modelo 430 Confort e Edições Limitadas 580 e 630 Classic A Valiant tem o prazer de anunciar diferentes novidades nas suas diversas gamas de embarcações semi-rígidas para a próxima temporada 2015/2016, entre outras um novo modelo 430 Comfort, edições limitadas para os modelos 580 Comfort e 630 Classic e a renovação do modelo 500 Sport.

A

s edições limitadas são variações dos modelos originais, incluindo diferentes materiais e distintas cores para acabamentos e flutuadores e/ou diferente layout da embarcação. O Valiant 430 Comfort é o novo modelo da gama Comfort. Um semi-rígido compacto, mas muito bem equipado para o segmento 34

Valiant Classic 630

dos 4 metros, respondendo a todas as necessidades dos que se iniciam na náutica ou dos que procuram um embarcação simples, eficiente e com grande comodidade. Este novo modelo é também ideal para e sector de aluguer de embarcações. Conta com deck clássico, possui uma arca de arrumação à proa, a consola está encostada a estibordo e o

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assento tem espaço para arrumação. A consola vem equipada com para-brisas, volante, comando lateral, pegas de aço inoxidável na lateral, local para copos e assento frontal, sendo que no interior se encontra um depósito de combustível de 25L. O espaço disponível torna fácil a movimentação a bordo e o passadiço permite deslocação cómoda e desanuviada para a proa.

Almofada opcional e extensão de solário completam a zona de assentos da proa criando uma cómoda área para apanhar sol. Biminitop, arco de luzes, escada de banho lateral e luzes de navegação estão também disponíveis como equipamento opcional. Este modelo tem lotação máxima de 7 personas e pode ser motorizado xom potências até 40 HP, sendo 25 HP a reco-


Náutica

mendada. Tem um comprimento de 4,25m, boca de 2,02m, capacidade máxima de 655 Kg sem motor e Categoria C. O modelo 580 Comfort Edição Limitada tem novos acabamentos e novo layout comparativamente ao original. O flutuador é de PVC cinza escuro e a tapeçaria em cinzento--beigeclaro com acabamento em vinilo da nova colecção Vogue da marca Spradling (Eucalyptus). Este novo modelo possui assento-respaldo em fibra de vidro com uma arca e pegas em aço inoxidável. A consola está colocada ligeiramente mais à frente, para se desfrutar ao máximo espaço a bordo, oferecendo a opção de assento amovível. A extensão opcional de solário e a respectiva almofada permitem a montagem dum grande solário. O 580 Comfort é fornecido com pré-instalação para motor fora de borda Mercury com uma potência máxima até 150 HP. O modelo 630 Classic Edição Limitada vem com novo acabamento e inclui assento-respaldo que no está disponível para o modelo original. O flutuador é de Hypalon 1670 Dtex em branco creme e tapeçaria em beige-preto com acabamento em vinilo de nova colecção Vogue da marca Spradling (Eucalyptus). Este novo modelo vem com assento-respaldo em fibra de vidro com arca e pegas em aço inoxidável, oferecendo excelente espaço livre a bordo. O design do modelo 500 Sport foi melhorado no sentido de constituir uma embarcação mais leve, mais potente e mais competitiva. A gama Sport da Valiant está pensada para todos os que procuram diversão, fun-

Valiant Comfort 580

cionalidade e alta performance na navegação com um preço muito competitivo. Esta gama oferece decks abertos com grande variedade de acessórios, o que permite a sua adaptação às necessidades de cada um. Para a próxima temporada são disponibilizados

novos packs que incluirão uma selecção de acessórios e opcionais para necessidades específicas, para além da reconhecida gama Sport Fishing. O lançamento oficial de los modelos 580 Comfort Edição Limitada, 630 Classic Edição Limitada e 500 Sport ocorrerá

na Feira Internacional Grand Pavois 2015 que decorrerá em La Rochelle (França) de 16 a 21 de Setembro. O novo modelo Valiant 430 Comfort será apresentado oficialmente na Feira Náutica de Barcelona 2015 que se realizará de 14 a 19 de Outubro.

Valiant 500 Sport 2015 Setembro 345

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Notícias do Mar

Conhecer e Viajar Pelo Tejo

Entrevista Carlos Salgado

“Existe na Administração Pública uma Grande Inércia Operacional” O meu entrevistado é o Eng.º José Carlos Gonçalves Viana que desde novo sentiu um forte apelo do mar, cujo currículo de nauta de recreio e profissional, falam por si

O

Eng.º José Carlos Gonçalves Viana

Festival náutico na Austrália 36

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curso de Marinharia no navio “Lidador” cerca de 1947 e 1948, as tentativas frustradas por falta de vagas para engenheiro naval em 1949,50 e 51, e depois só em 1971 quando entrou para a Administração da Empresa Insulana de Navegação através da Sociedade Financeira se iniciou na atividade marítima profissional. Até então tirou o curso de Patrão de Costa e tinha dois barcos à vela e motor, um com menos de 4m de comprimento e outro uma canoa algarvia com vela de espicha. Após a revolução ocupou o lugar de Presidente da CTMresultante da fusão da EIN com a CCN e em Julho de 1974 foi requisitado para ser o primeiro Secretário de Estado da Marinha Mercante donde saíu em Março de 75. Depois de uma passagem rápida por atividades piscatórias em Angola, agente marítimo no Brasil e Presidente de uma empresa de pesca em Lisboa foi Secretário de Estado das Pescas onde se conseguiu produzir um Plano Nacional de Pescas para preparar o País para a entrada na CE mas que não foi aprovado e por isso demitiu-se. De 1983 a 1991 foi Presidente da Soponata onde tentou recuperar desenvolvimento de atividades marítimas mas sem sucesso pois a empresa foi impedida de as realizar e foi privatizada, isto é, em termos práticos destruída. Entretanto esteve ligado à fundação da Rinave, da Aporvela, da Bandeira Azul e foi Presidente da Associação Naval de Lisboa durante um mandato. Em 1984 entrou para a Sociedade de Geografia de Lisboa, de que fez parte da Direção de 85 até 2015, e para a Academia de Marinha onde também pertenceu à Direção durante alguns anos. Em 1987 foi Presidente da Ass. Amigos do Tejo até 1989, e presidiu ao I Congresso do Tejo de 1987, onde fizemos amizade. Produziu

algumas dezenas de artigos publicados e comunicações sobre temas marítimos. De facto é uma vida dedicada ao mar. CS- Perante a evidente decadência da náutica de recreio em Portugal, nomeadamente a vela, o que leva a juventude a preferir o surf ou a canoagem, o que pensa sobre a que se deve esta situação, e como se pode e deve revitalizá-la? GV- Antes de responder à sua pergunta quero esclarecer duas palavras que usou: preferir e decadência, pois a primeira não corresponde à realidade porque na verdade não têm acesso ao uso de embarcações e julgo não se poder falar em decadência de algo que nunca houve em condições aceitáveis. CS- Bom, de facto é assim, e como vê esta realidade e como melhoramos a situação? GV- De facto nunca tivemos uma náutica de recreio como existia em muitos países europeus e nos antípodas. Havia alguns, poucos, clubes e houve em tempos o centro da Mocidade Portuguesa em Algés onde se formaram vários campeões de vela. Por outro lado havia no Tejo um número elevado de embarcações, segundo parece entre 35.000 e 50.000, desde fragatas a pequenas embarcações que serviam de meios de transporte vital pois não havia pontes, nem estradas e toda a vida era processada de barco. Mas as alterações que se processaram desde a construção de pontes e estradas até à estrutura económica do país tornou este sistema de transporte obsoleto e hoje pouco mais há que as embarcações da Marinha do Tejo do Prof. Carvalho Rodrigues. Deve notarse que aqueles milhares de embarcações não eram de recreio mas antes de necessidade para sobreviver. Ora para haver náutica de recreio que não seja só de luxo, é essencial a existência de acesso fácil e barato à água


Notícias do Mar

Estuário do Tejo. Tanta água, tanta água e nem um único barco!? e um enquadramento motivante para a utilização das embarcações. O que não existe. CS- Já temos em Portugal algumas marinas de boa qualidade, mas continuamos à espera de serem criadas estruturas acessíveis à maioria da população para utilizarem embarcações baratas. Que razões julga haver para ser assim? GV- Existe na nossa Administração Pública uma grande inércia operacional sendo muito mais usada a conversa que a decisão. E pior ainda é ter aparecido depois de 74 um preconceito que considera a Náutica de Recreio ser uma atividade fascista, enquanto a Marinha Comercial passou a ser uma atividade colonialista. Assim esta foi praticamente destruída até 1991 e a de recreio ficou á espera de alguém que saiba e queira corrigir o rumo atual. Vários projetos de portos de recreio que criariam alguns milhares de postos de trabalho foram apresentados mas ficaram nas gavetas de autarcas e membros dos Governos há mais de vinte anos! Em com-

pensação não faltam encontros, sessões de divulgação etc, mas decisões concretas nada. Mas a responsabilidade desta situação não cabe apenas, embora principalmente, aos políticos no poder pois a sociedade civil e os órgãos de comunicação social são fortemente responsáveis por este desinteresse pela atividade que mais contribuiu para a existência de Portugal, isto é a Marinha. CS- E quanto à realização de um Congresso do Tejo III, em outubro de 2016 precedido de um ciclo de conferências ao longo do rio, o que pensa desta iniciativa? GV- Como se recorda estive ligado ao Congresso do Tejo I, por volta de 1987 e nele ficaram expressas muitas ações a realizar, que no entanto dada a fraca qualidade dos nossos Governantes e outros responsáveis civis nunca passaram do papel. Aliás a situação de quase bancarrota a que chegámos é mais uma prova desta afirmação. Mas julgo que é uma excelente iniciativa inclusive porque além de reavivar tudo o que ainda não foi feito é muito

importante valorizar algumas iniciativas que se tem desenvolvido ao longo do rio e que merecem ser acarinhadas e servirem de

estímulo para outros desenvolvimentos. Desde já a minha, embora muito limitada, capacidade de colaborar estará ao vosso dispor.

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Notícias do Mar

Tagus Vivan

Crónica Carlos Salgado

Congresso do Tejo III

Na prossecução do seu objecto social de Observar, Avaliar, Ponderar e Opinar a Tagus Vivan, Confraria do Tejo, lançou em Dezembro de 2014 o projecto “UM OLHAR SOBRE O TEJO” com a finalidade de conseguir por via dele estar melhor informada e com mais actualidade sobre o universo do Tejo. O processo evoluiu de tal forma que em Janeiro de 2015 foi apresentado o esboço do programa das actividades para o biénio 2015-2016, cujas linhas principais tiveram como principal desígnio a organização de um novo Congresso do Tejo, o terceiro, em Outubro de 2016, dez anos após o congresso anterior, que será precedido por um Ciclo de Conferências preparatórias.

N

este mês de Setembro vou fazer um resumo dos passos que foram dados na evolução do processo preparatório desta iniciativa. A partir da Declaração de Lisboa feita na mesa redonda reunida em Janeiro passado na Sociedade de Geografia de Lisboa, com a participação de alguns conselheiros especialistas, técnicos e cientistas, a estrutura do processo foi debatida, e dela saiu um esboço do programa por forma a que a partir daí ele tivesse início e prosseguisse com uma evolução sustentada, criteriosamente orientado, 38

e com uma dinâmica de mudança para conseguir cumprir o seu principal desígnio que consiste em demonstrar aos portugueses e às tutelas que o Tejo, que é muito mais que um rio, tem potencialidades bastantes para alavancar o crescimento económico da sua bacia hidrográfica e do próprio pais, para termos MAIS TEJO, e MAIS FUTURO. No mês de Fevereiro, o Conselho de Opinião começou a definir os locais estratégicos para a realização, por parceiros terceiros, das Conferências do Ciclo, e encetou o estudo e o desenho dos

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programas temáticos dessas conferências regionais cujo principal objectivo é o de diagnosticar criteriosamente, com actualidade, o estado físico e ecológico do rio e detectar os pontos fortes e fracos da sua bacia hidrográfica para procurar encontrar a fórmula para potenciar mais os fortes e revitalizar ou reconverter os fracos, com objectividade, e a partir desses diagnósticos obter matéria substantiva para debater no Congresso do Tejo III e assim poder Avaliar as Situações, Encontrar Soluções e Apontar Caminhos que sirvam de alicerce para a construção de um futuro sustenta-

do do Tejo. Em Março foi eleita a Comissão Executiva integrada por especialistas nas diversas áreas do universo do Tejo que começou por definir a estratégia de princípio que deve ser seguida perante a difícil situação que o Tejo, o país, e os portugueses se encontram, para que o programa inicialmente desenhado para as actividades consiga materializar-se, com alguns ajustamentos, nas condições mais adequadas para surtirem o efeito objectivado. Este trabalho foi prosseguido no mês de Maio com contactos efectuados com os parceiros de


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uma primeira escolha, para recolher adesões, sugestões e vontades, e captar a sua colaboração na logística dos eventos futuros, trabalho que conseguiu abrir novos horizontes para a prossecução do processo. No mês de Junho, prosseguiu-se com a avaliação e ponderação da informação recolhida nos contactos efectuados e das diligências feitas junto de algumas tutelas, o que levou a Comissão Executiva (CE) a constatar que devido a algumas dificuldades pontuais de logística e por se estar à porta do período de férias que este ano é colado à campanha para as próximas eleições legislativas, entendeu-se ser mais aconselhável suspender o arranque do Ciclo de Conferências preparatórias até meados de Outubro próximo. Em conclusão: O processo está em marcha e como o conceito do novo Congresso do Tejo é o de marcar a diferença, pois quer abarcar toda a área territorial da bacia hidrográfica para que as conferências sejam de âmbito regional e por conseguinte a sua realização seja feita em locais estratégicos, preferencialmente nos municípios ribeirinhos ao longo de todo o curso nacional do rio, cujo programa temático de cada conferência será adaptado à realidade própria de cada região, nomeadamente a do Estuário, a da Lezíria do Tejo, a do Médio Tejo e a da Beira Baixa e Alto Alentejo. O diagnóstico do rio é uma questão de fundo, o seu estado físico e ecológico tem de ser avaliado com bastante pormenor para permitir que seja feito um debate sério, dada a situação deplorável a que o deixaram chegar, com falta de água, com um assoreamento crescente, com os seus recursos piscícolas a serem delapidados intensa e diariamente, e na prática não se vê ninguém a cuidar dele ou a protegê-lo.

A mesa redonda na Sociedade de Geografia

Como se explica o lamentável estado em que o rio se encontra. É muito triste e preocupante ver este eixo identitário, cuja bacia hidrográfica ocupa uma área territorial equivalente a 1/3 do país, que foi a principal e a mais segura estrada de Portugal continen-

tal e que prestou um precioso contributo aos Descobrimentos Portugueses, um recurso natural que criou tanta vida e riqueza no passado, que alimentou e continua a alimentar com a sua água a agricultura, a indústria, a construção civil e a região urbana da grande

Lisboa, não esquecendo a água que as hidroeléctricas represam e que usam a seu bel-prazer, que geram lucros fabulosos mas não se vê que o rio Tejo receba qualquer compensação por isso. Como e quem consegue explicar isto aos portugueses.

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Voo do Guarda-Rios

Texto Carlos Salgado

O Tejo Tem de Ser Potenciado…

Na rubrica do Voo do Guarda-Rios publicada no Notícias do Mar do passado mês de Agosto, intitulada “TEM DE SER POTENCIADO O LADO ECONÓMICO E O TURÍSTICO DO TEJO”, ficou a faltar o Turismo para completar as principais vertentes dos Programas Verticais que sugeri, essa considerada indústria que tem probabilidades de, se for gerida com saber, inovação e inteligência, por certo que gera consideráveis benefícios económicos e de desenvolvimento sustentado do país.

C

omo já referi anteriormente num artigo de opinião deste jornal, mas nunca é de mais repetir, o Tejo precisa de afirmar o seu lado turístico para que seja sinónimo de uma visita. Um lado turístico que tem de ter o conteúdo de um serviço. Um serviço que tem de ser real, visível e fácil de adquirir e não como frequentemente e infelizmente acontece no nosso país, um serviço difícil, obscuro, complicado, que só acontece às vezes, quando pode, quando calha, quando há disponibilidade (1). É inadiável que se passe definitivamente a reconhecer e a ter a consci40

ência de que o Tejo, no próprio rio e nas regiões da sua bacia possui patrimónios naturais e culturais, materiais e imateriais, que pela suas características e atributos peculiares, aliados ao clima ameno e à afabilidade popular, tem todos os ingredientes para fazerem do universo do Tejo uma riquíssima oferta turística, nas suas múltiplas modalidades. A navegabilidade do Tejo, por exemplo, é uma das questões que deve ser tratada a valer para que a protecção e a valorização do rio, como eixo estratégico de toda a sua bacia, tenha um projecto de mudança e modernidade, que deve ser assumido como motor do de-

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senvolvimento de todo o seu universo. Não me canso de apregoar que as cidades, os campos e as serras têm mais encanto vistas do Tejo, para além de estar convicto de que quando o Tejo voltar a ser uma estrada segura passará a constituir uma grande mais valia para a actividade marítimo-turística, para o desporto náutico e de lazer, e também para certas actividades de navegação de transporte de mercadorias, para além da incentivar a animação turística das suas margens. Tudo isto constitui uma base determinante para um futuro turístico que é indispensável para que

o Tejo seja igual a riqueza, não apenas aquela que os nossos olhos e as nossas memórias identificam, mas a outra, aquela da criação de empresas, da construção de emprego, e da fixação de pessoas. Então, do que é que se está à espera? Para começar é exigível que os órgãos que têm a seu cargo a atribuição e distribuição de fundos, incentivos e outros apoios financeiros estejam conscientes de que têm a responsabilidade e o dever de fazer uma avaliação criteriosa dos projectos ditos turísticos ou de animação turística, que estão a aparecer por aí a candidatar-se àqueles apoios, porque em muitos ca-


Notícias do Mar

Centro Ciência Viva do Alviela sos trata-se de gente que anda a vender gato por lebre porque tem tido acesso fácil àqueles órgãos de financiamento, e assim vão contribuindo com egoísmo irresponsável para que os fundos se vão esgotando, quando devem ser aplicados em projectos competentes e sérios, com resultados positivos. É preciso apostar numa boa “Formação” em turismo, nas suas várias vertentes, porque como em qualquer outra especialidade ou actividade o conhecimento é indispensável. No universo do Tejo encontramos as mais diversificadas valências para uma oferta turística de qualidade, como por exemplo o turismo rural e/ou o agroturismo; o turismo da natureza e da biodiversidade; o turismo náutico, o marítimo-turismo, as praias fluviais; o turismo cultural: histórico, monumental, religioso, e a arquitectura regional, o artesanato, o folclore, a gastronomia, a festa brava, o hipismo, a pesca e a caça desportivas, as tradições e memórias, os museus vivos, e outras, enfim, um manancial de ofertas para um turismo de referência e qualidade em que o Tejo é fértil, que devem ser criteriosamente aproveitadas com saber e inteligência. (1) Por curiosidade vou contar-vos o que me aconteceu no passado dia 1 do mês de Agosto quando, entusiasmado pelo que um amigo me contou sobre a beleza da praia dos Olhos D´água na nascente do afluente do Tejo, rio Alviela, e do parque envolvente e também sobre o

simpático restaurante que lá se encontra, que adoptou o mesmo nome da praia, que ficam lá para os lados de Alcanena. Meti-me ao caminho com entusiasmo quando consegui lá chegar deparei com um péssimo caminho de acesso e depois de atravessar uma pequena ponte de segurança duvidosa, finalmente encontrei o famoso complexo que por acaso estava fechado para obras em plena época balnear vejam bem, e também fechado estava o tal restaurante simpático e até mesmo o majestoso e moderno Centro Ciência Viva do Alviela ali construído

não aparentava qualquer movimento e a bela praia estava também vedada. Isto sem que tivesse havido o mínimo cuidado de fazerem uma sinalização sobre esse encerramento antes de se entrar no tal caminho que dá passagem a uma viatura de cada vez, sem qualquer sinalização nesse sentido também. O que é de facto evidente é que ali não se conhece o significado da palavra planeamento, mas enfim. Contudo fiquei interessado em lá voltar, não obstante esta primeira desilusão, mas dessa vez vou arranjar forma de me informar,talvez na câma-

ra de Alcanena, se a praia e e o parque já se encontram em actividade. Eis aqui um exemplo vivo daquilo que eu chamei a atenção no início deste artigo de opinião, que passo a transcrever: Um lado turístico tem de ter o conteúdo de um serviço. Um serviço que tem de ser real, visível e fácil de adquirir e não como frequentemente e infelizmente acontece no nosso país, um serviço difícil, obscuro, complicado, que só acontece às vezes, quando pode, quando calha, quando há disponibilidade, (Continua no pxóximo jornal)

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Electrónica

Notícias Nautiradar

Nova Série de Displas Multifunções da Raymarine Já está disponível a nova série de Displays Multifunções eS de alto desempenho e em rede

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ova série de Displays Multifunções de alto desempenho e amigos do utilizador. A Raymarine mantem-se na crista da onda e apresentou a nova Série eS que é composta por 3 modelos, o 7”, 9” e o 12” ao estilo glassbridge, os topos de gama da marca. A Raymarine está atenta às necessidades dos utilizadores quer do ponto de vista estético como de funcionalidade e isso, reflete-se nos novos produtos que lança no exigente mercado da Náutica. - Instalação - Tecnologia - Funcionalidade - Personalização - Integração

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São 3 as opções de instalação: O Display pode pode ser de baixo perfil ficando à superfície no painel de instrumentos, perfeitamente embutido no painel e ainda, recorrendo a um pedestal com o qual pode ser colocado em qualquer painel de instrumentos ou consola. Com o lançamento deste novo conjunto de displays, a Raymarine proporciona aos proprietários de barcos equipamentos com a qualidade de topo com um preço muito interessante. A evolução tecnológica e a integração de funcionalidades é, há muito, uma das principais preocupações da Raymarine. A nova Série eS foi concebida para ser amiga do utilizador e, por isso, integra uma vasta gama de opções: Com o GPS Chartplotter integrado onde pode escolher a cartas C-Map da Jeppesen, Navionics ou cartas LighHouse compatíveis da Raymarine; módulo de sonda CHIRP de duplo canal,

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canal CHIRP DownVision™ mais o canal CHIRP; Wi-fi integrado que permite assumir o controlo do seu equipamento a partir do seu tablet e smartphone recorrendo às aplicações móveis da marca. Aliado a um design robusto e ergonómico, o utilizador tem a possibilidade de controlar a unidade com um simples toque no ecrã ou através do comando rotativo Unicontroller (com este controlo a sua precisão aumenta) com joystick integrado e teclado incorporado, além disto poder expandir em rede ligando a qualquer outro display multifunções da Raymarine. Do ponto de vista do hardware e do software esta nova Série eS da Raymarine permite aos utilizadores uma experiência de controlo muito intuitiva, tudo é mais fácil mesmo para os iniciados na eletrónica ma-

rítima. A capacidade de adaptação de um equipamento às necessidades / programas do utilizador é um factor chave para o sucesso do mesmo. A Raymarine criou o conceito em que Tudo é Possível com os novos Série eS! Desta forma cada utilizadore pode criar o equipamento à medida das suas necessidades, incorporando sensores de rede de elevado desempenho, incluindo o radar a cores HD, a sonda CHIRP profissional, Video IP e a visão noturna. A integração com outros sistemas / equipamentos de bordo é uma grande mais valia e proporciona uma maior segurança e conforto para o utilizador. Sistema de video vigilância até 10 câmaras em que 4 podem ser visionadas em simultâneo no display. Compatível com câmara térmica de visão nocturna. É possível visionar dados do motor, informação sobre geradores e bateria, ligar e ajustar o piloto automático Evolution, acionar a comutação digital... Nova Série eS com HybridTouch e com interface do utilizador LightHouse II, que pode atualizar diretamente em www.raymarine.com/ software. Disponíveis desde já, consulte a Nautiradar para saber qual a solução que mais lhe convém e qual o custo respetivo. Saiba mais em http://nautiradarraymarine.weebly.com/nova-seacuterie-es-da-raymairne.html


Electrónica

Rádio de VHF Portátil IC-M25 EURO O Mais Pequeno e Leve do Mundo O Rádio de VHF Portátil IC-M25 EURO, a mais recente novidade do fabricante ICOM, é o mais pequeno e leve do mundo na categoria dos que flutuam! Agora com um novo estilo em três opções de cor

A

ICOM apresenta o IC-M25 EURO, o rádio portátil de VHF flutuante mais leve (220grs) existente no mercado, o de perfil mais estreito e também o mais inovador. Este novo modelo tem a particularidade acrescida e única no universo dos rádios portáteis de VHF, da bateria não ser destacável mas sim interna, o que o torna ainda mais compacto, e trazer um carregador com ficha mini-USB. Com a capacidade patenteada de Float’n Flash™ o que significa que em contacto com a água se mantém à superfície emitindo uma luz vermelha LED em flash, permitindo a sua deteção rápida de dia ou de noite. E

atenção que o rádio não precisa de estar a ligado para que a luz flash se ative. É em cerca de 30% mais largo em relação ao modelo anterior, o IC-M23, e por isso mesmo os ícones de canais e outras funções são maiores. Os botões no painel central estão bem posicionados para que não exista qualquer equívoco na seleção de funções. Características Técnicas: O IC-M25 EURO tem a particularidade de ter um circuito interno muito leve, uma bateria de Iões de Lítio 1500mAh interna, que diminui o consumo de energia e ajuda a reduzir o tamanho e o peso do rádio de VHF.

A bateria tem autonomia de 11 horas. O écran LCD retroiluminado dá indicação do canal de dois dígitos de forma muito clara. Circuito de carga lenta incorporadao e o carregador com ficha mini-USB que permite carregar no isqueiro ou noutras baterias de equipamentos portáteis (aceita 5V/1A). Estanque segundo a norma IPX7 (1 m de profundidade até 30 m). Com a função patenteada de AquaQuake ™. Com 9 teclas para operação rápida e simples. Escuta dupla ou tripla. Acesso instantâneo ao canal 16 pré-programado e outros canais de chamada são programáveis. Indicador em 4 níveis do estado da bateria. Carregador USB BC-127 SE Mola Cinto, MB-133 Bateria interna Antena FA-SC59V Opcionais : Microfone HM-213, à prova de água e mesmo que esteja acoplado ao rádio este mantém a capacidade de flutuabilidade. Disponível em breve no mercado português. Para mais informações contacte o importador Nautiradar. www.nautiradar.pt

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Pesca Embarcada

Rabetas

A vis達o de 3 especialistas

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Texto e Fotografia: Carlos Abreu Colaboram: João Miguel Costa, José Sousa e Paulo Assis/Mundo da Pesca

Com o avançar da temporada as corvinas de maior tamanho vão-se dispersando, sendo a sua captura mais ocasional. A mira dos pescadores dirige-se agora para as corvinas mais pequenas, as rabetas. A definição é um pouco vaga, havendo quem apelide uma corvina de 8kg de rabeta. São coisas relativas e que ficam ao critério de cada um. A verdade é que para se apanhar estes exemplares mais “modestos” é quase obrigatório aligeirar o material...mais não seja para tirar mais gozo da pesca, para além de outras coisas. E para isso, o depoimento de alguns especialistas na matéria sobre o que fazer para apanhar mais rabetas a partir de embarcação.

“Aprecio particularmente uma maré de baixo coeficiente, uma lua

em quarto e o período compreendido entre as duas horas anteriores à preia-mar e as duas subsequentes” José Sousa

S

e pensa que só as corvinas grandes são um quebra-cabeças desengane-se. Apanhar as corvinas mais pequenas requer alguns conhecimentos por parte do pescador, acompanhados obviamente por uma adequada escolha do material. Sim, porque o tempo das “grossuras” já passou ou, pelo menos, a cana equipada com material mais “grosso” pode estar montada mas apenas para uma ocasião especial. O problema é que esta ocasião nunca se sabe quando vai chegar, não se recebe aviso prévio. Vamos às corvinas! Com o avançar da época – e isso depende de ano para ano -, dizer “vamos às corvinas” é sinónimo de dizer vamos apanhar

rabetas, ou exemplares modestos e, teoricamente, mais fáceis de apanhar e assim compor uma pescaria. Logicamente que há os que orientam a sua pesca para os robalos e bailas e conseguem – satisfeitos ou não – bons resultados às “bocas-amarelas”. Digo “bons” e isso significa muitas vezes melhores do que os daqueles que vão apenas às corvinas, e porquê? Porque há uma afinação obrigatória do material, redução dos diâmetros de linha, dos “leaders”, dos anzóis e fateixas e, claro está, do uso de canas com ação mais “soft”, mais macias. Mas será que é só por isso. Que outros fatores podem estar por trás deste sucesso? Foi esta questão que colocamos a amigos e colaboradores do Mundo da Pesca, pescadores mais do que

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Exemplar de 12kg capturado numa pesca aos robalotes e rabetas. Um encontro sempre possível e difícil de prever. avalizados para darem as suas opiniões pelas muitas horas que passam dentro de água em busca de corvinas de todos os tamanho e que por isso têm a cartilha muitíssimo bem estudada.

A opinião de José Sousa Se me perguntarem quais são as condições que eu prefiro para pescar no estuário de um rio, que pode até ser o Tejo para simplificar

a compreensão da coisa, eu direi que aprecio particularmente a coexistência de uma maré de baixo coeficiente, uma lua em quarto e o período compreendido entre as duas horas anteriores à preia-mar

Zagaias, a par dos vinis, fundamentais para um dia às rabetas. 46

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e as duas subsequentes. Nestas condições e porque a fauna mais à mão é composta de robalos e rabetas, eu estarei a utilizar um multifilar 0,15 com uma braça de chicote de 0,40 e uma zagaia de 45g; as linhas quebram aos 9,5kg de força, o que permite apanhar um peixe com o dobro desse peso se a lotaria da sorte nos brindar e desde que tenhamos a arte e o saber de o trabalhar; foi assim que apanhei uma pequena

Redimensionar os vinis para pescar


Pesca Desportiva

corvina com treze quilos e foi também assim que já terei perdido algumas outras, que me partiram as linhas. É que o “drag”, preparado para ferrar rapidamente o peixe mais pequeno, acaba por não estar na posição ideal para permitir o arranque de um exemplar maior sem quebrar o nosso material. Mas na pesca, como na vida, não se pode ter tudo e há que assumir as opções sem arrependimentos!... Esta opção permite que animemos a amostra com uma grande dose de sensibilidade…e a sensibilidade apanha peixe! De facto e este fenómeno acompanha a normal evolução de um pescador, hoje dou preferência ao material “light” levando-o ao limite da sua resistência; é verdade, já aqui o disse, por vezes ele quebra e perdemos a presa, mas não é menos verdade que temos mais ferradas com uma animação sensível e bem controlada e as ferradas são sempre proporcionais ao número de peixes que entram a bordo! Se há algum tempo dava preferência ao material mais resistente para não perder o peixe de uma vida, hoje estou noutro paradigma e dou preferência à qualidade das animações - o peixe de uma vida que espere, primeiro tenho que assegurar apenas…o peixe!

a influência do vento acrescenta velocidade à deriva, não só não desdenho o ferro no fundo, como o prefiro: ou ele nos para ou minimizará o efeito da deriva acentuada, proporcionando uma animação mais perto da embarcação – esta fará toda a diferença relativamente a uma animação espiada pela corrente! E não se pense que uma zagaia mais pesada poderá fazer a devida compensação – nada disso! Perdemos em sensibilidade e ela continuará a deslizar insolentemente pelo fundo. Cores das zagaias A cor da zagaia é também assunto suscetível de muito falatório entre a comunidade. Há que valorizá-la ou nem por isso?

“Nas minhas caixas de material e beneficiando das muitas referências que possuía para a pesca em água doce, os vinis passaram

a andar sempre comigo”

João Miguel Costa

Se calhar, o que vou dizer é «Lapaliciano» mas o meu estádio de experimentação também não me permite ser muito erudito ou científico: retenho para mim que há dias em que a cor não é relevante; com efeito, se o peixe estiver em frenesim alimentar, até uma colher feita zagaia apanha. Mas depois há aqueles dias em que a sonda nos indica que ele está por baixo

e…não acontece nada! “Que raio, o que se passa?”. E aqui, meus amigos, a cor - e não o peso - fazem mesmo toda a diferença! Já me aconteceu estar à pesca com o meu amigo Luís Rodrigues e ele tirar cinco robalos sem que eu tirasse um único; pedi-lhe emprestada uma zagaia igual e mal a atiro para o fundo tenho uma ferrada; tiro o peixe, mando de novo para

Derivar ou fundear Optar por derivar ou por fundear, depende sempre das condições. Nas que elejo como ideais não há necessidade de fundear. A sonda levar-nos-á ao peixe ou não! Se o houver em quantidade, mais minuto menos minuto ele aparecerá no ecrã e então é altura de mandar a zagaia fazer o seu trabalho; mas se o peixe for escasso recomendo uma deriva “às cegas” pelos nossos pontos de eleição. Em marés de coeficiente elevado ou quando

rabetas é fundamental, com um leque de cores variado 2015 Setembro 345

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Pesca Desportiva

Paulo Assis: “O uso da sonda é fundamental” D ando aqui um pequeno contributo, vou fazer um resumo do planeamento que faço de uma pescaria que normalmente faço na companhia do meu amigo e companheiro João Miguel Costa. Tudo começa na análise do Windguru, onde prefiro dias com pequenos rácios de vento, pois preferencialmente pesco à deriva e assim sendo, caso o vento seja acentuado, torna-se difícil ou mesmo impossível pescar. Escolhido o dia, há que ter atenção à maré, pois dependendo desta (hora e amplitude) escolhe-se o melhor “spot”. Quanto à preparação do material, no caso em concreto das corvinas ou rabetas, normalmente preparo duas canas. Uma “light” dedicada às rabetas, com 0,15mm multifilar e baixada de 0,38mm de fluorocarbono, a qual preferencialmente uso zagaias (cores preferenciais: amarelos, vermelhos, verdes ou uma mistura das anteriores) entre os 35 e os 50g, que uso de acordo com a maré (perto do estofo, prefiro as zagaias mais leves). A meu ver a época da desova da corvina já acabou, tanto as corvinas como as rabetas estão mais ativas e

Paulo Assis e Rui Carvalho atentos ao que se passa debaixo de água. A informação dita muitas vezes a opção de pesca que se irá fazer. Só para evitar dissabores…

predispostas a comer, pelo que prefiro o trabalhar das zagaias, pois tornam-se muito mais apelativas. A outra cana mais “heavy”, com 0,20mm e baixada de 0,50mm, dedicada aos vinis (geralmente na cor rosa), não vão aparecer as corvinas, as grandes. Já no “spot”, como tinha referido, faço pesca à deriva. O uso da sonda é fundamental, pois para além de me dizer se estou em cima de algum cardume, também me diz se são rabetas ou corvinas e de acordo com essa informação faço a escolha da cana. Mas claro que na prática como todos sabemos nem sempre é assim, pois por vezes a sonda diz-nos que são rabetas e usamos material mais “light” e somos surpreendidos por uma bela corvina (pois algumas ainda por aí andam) e tendo o “drag” mais fechado para termos boas ferragens no caso das rabetas, acabamos por perder tudo! Mas a pesca é feita de apostas e de escolhas, umas vezes ganhamos nós, pescadores, outras vezes ganham os peixes, neste caso as corvinas e ainda bem que assim é!... o fundo e…nova ferrada! Pois é, também aqui há dias fáceis e dias difíceis e nestes, a cor é mesmo importante! Sugestões? Uma: vão experimentando até acertarem! Naturalmente que as condições podem não ser as ideais e a maré, por ser de alto coeficiente, corre sem descanso e sem nos dar descanso. Teremos então que adaptar as nossas opções e mentalizarnos que não é dia para grandes performances; mas como um mau dia de pesca é sempre melhor que um bom dia de trabalho, há que assumir o que estamos a fazer e esperar que a sorte proteja os insistentes; embora a “grade” paire no nosso horizonte, em todas as marés se tiram peixes!

Mais uma! Aligeirar o material beneficia as animações e produz mais ataques. 48

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João Miguel Costa: curiosidades da pesca com vinis Com o decorrer dos anos, na pesca desportiva, as novas tecnologias aplicadas na fabricação de amostras artificiais levou-nos a constatar da existência das chamadas


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“amostras moles ou vinis”. Decorria a década de sessenta, tanto em água doce como em água salgada, a oportunidade de usar amostras moles, sempre me foi possível fazê-la. Inicialmente com o uso de borracha tubular mole e, mais tarde, com um composto de polímeros e policloretos, conseguiuse os denominados vinis moles (“soft lures”), popularizadas pela Slug-go, uma amostra de ação errática e imprevisível, simulando na perfeição um peixe a morrer. Seguiu-se a conhecida Shadow e muitas imitações de peixe com pequenas variantes para a vertente de água doce; rapidamente a sua aplicação na água salgada, foi acompanhada pelos fabricantes e marcas mundiais. Se para um predador de água doce - o achigã -,estes vinis funcionavam, bem natural seria que, na água salgada, obtivessem os seus resultados. Vai daí, nada como experimentar. Lembro-me como se fosse hoje. Com os robalos, essa experiência foi-me satisfatória ao longo dos anos. Um dia porém, quando corricava (buldo) aos robalos, após ter ficado sem os meus pingalins (tubulares de borracha mole) habituais, na caixa dos mesmos, vim

Paulo Assis a levar o material “light” ao extremo. A diversão ganha um novo nível! a encontrar um Shadow de 13cm que inadvertidamente (?) ali tinha colocado guardado. Como a maré era boa e os resultados obtidos estavam a ser satisfatórios (ainda não se pensava em Lei da Pesca),

“A sonda é fundamental, pois além de dizer

se estou em cima de algum cardume, diz-me se são rabetas ou corvinas e de acordo com essa informação faço a escolha da cana” Paulo Assis

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Pesca Desportiva

“Há dias em que a cor não é relevante; com efeito, se o peixe estiver em frenesim alimentar, até uma colher feita zagaia apanha. Mas depois há aqueles dias…” José Sousa

“Teaser”: quase obrigatório

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ão me parece que o uso do “teaser” seja moda. Se não apanhasse ou ajudasse a apanhar já estaria banido das montagens da maior parte dos pescadores. A verdade é que seja nos robalos, bailas ou corvinas ajuda a capturar, direta ou indiretamente, provocando mais o peixe que acaba por ceder ao efeito da competição natural de um peixe atrás de outro. A sua aplicação faz-se acima da zagaia ou vinil e consiste, regra geral, na colocação de um pingalim do tamanho e cor da preferência de cada um. A distância do pingalim à amostra também é variável e depende do que a sonda nos mostrar.

João Miguel Costa e um peixe capturado com um esquecido “bucktail”…relíquias eficazes. 50

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por forma a continuar, decidi fazer a experiência com o dito Shadow no lugar de um pingalim. Após alguns lançamentos efetuamos, sem resultados imediatos, como até então, que me admiraram imenso, levou-me a pensar que algo aconteceu dentro de água para que os robalos tivessem desaparecido de repente. Pensando rápido, logo calculei, que predador ainda maior se tinha instalado na zona. Parei de lançar, e passei a ser um mero observador do mar à minha frente. Nisto, um forte turbilhão avistei na água baixa que tinha à frente, e, uma enorme cauda avistei na sua ação natatória. “Corvina”… foi o meu pensamento! De imediato refiz os lançamentos, e, num deles, bem para a frente do sentido que levava, faço passar a imitação do pequeno peixe que tinha no anzol pela sua frente. A cor do mesmo, cinza e prata, muito parecido com uma tainha, ajudou a completar o desfecho final. Após alguma luta e muito cuidado da minha parte, tinha na linha de empate, um monofilamento de diâmetro 0,18 que habitualmente usava, lá consegui trazê-la até mim. Além da surpresa causada na captura, maior ela se tornou, por ter chegado à conclusão, que, também as corvinas se poderiam capturar com os ditos “jerkbaits” de plástico mole. Com a continuação e numa modalidade de pesca diferente, a embarcada, e na altura das corvinas no Tejo, utilizar estes vinis, correndo junto ao fundo com o auxílio de chumbadas, variando os seus pesos, de acordo com as correntes e amplitudes das marés, foi um hábito constante nos meus procedimentos. Nas minhas caixas de material e beneficiando das muitas referências que possuía para a pesca em água doce, os vinis passaram a andar sempre comigo. Mais tarde, com a divulgação e conhecimentos adquiridos em revistas da especialidade, por práticas noutros continentes, fazer chegar ao nosso país tais materiais, só dependeria dos lojistas existentes. Quem procura… sempre encontra, mesmo que demore o seu tempo! Hoje em dia, os mais variados tipos de vinis, de cores diversas, com e sem cabeçotes… enchem o mercado nacional. A escolha torna-se difícil, mas, nada melhor do que ter uma boa seleção deles e… testá-los. Eu tenho a minha seleção feita, e vinis como o Black Minnow, Savage Gear Sandeel, Big Hammer, entre outros, estão nas caixas, em vários tamanhos, até porque as rabetas querem algo normalmente mais pequeno que as suas progenitoras. Que estejam nas vossas caixas também. Boas capturas!


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Surf

Miss Sumol Cup 2015

Teresa Bonvalot

Teresa Bonvalot Sagra-se Bicampeã Nacional de Surf aos 15 Anos Teresa Bonvalot venceu a prova do Circuito Nacional de Surf e, mais uma vez na Costa Nova, sagra-se campeã nacional. A atleta, de 15 anos, conquistou o título nacional pela primeira vez na anterior edição da Miss Sumol Cup e, este ano, repetiu a dose, consagrandose bicampeã nacional, um feito inédito no surf feminino português.

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ncerra da melhor maneira a XI MISS SUMOL CUP by Entreposto A. Fontes com a atribuição de mais um título nacional. A surfista de Cascais não entrou da melhor maneira na prova, quedando-se por um segundo lugar nos quartos-de-final. Porém, logo nas meias-finais emendou a trajectória e… foram dois primeiros lugares e a vitória no Campeonato. No heat decisivo, Teresa Bonvalot teve que se aplicar, porque Camila Kemp deu muita luta e

acabou por perder por apenas 0.45 pontos. Renhidíssima. Aliás, Camila Kemp entrou fortíssima, atacando as ondas e procurando manobrar com definição, colocando-se na frente da bateria. Carina Duarte na sua primeira onda colocou-se em segundo, mas pouco depois Teresa Bonvalot, também com a sua primeira onda, roubou-lhe essa posição e começou a atacar o resultado de Camila Kemp. Enquanto isso, Ana Sarmento tentava encontrarse com as ondas, numa posição mais a Norte. Não foi uma boa opção e a boa onda nunca apa-

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receu. Na luta pela vitória, Camila Kemp segurou bem a liderança, demonstrando um surf agressivo e espectacular, com Teresa Bonvalot a procurar a onda que virasse a bateria, enquanto Carina Duarte demonstrava algumas dificuldades. No último terço da final, ou seja, nos últimos 10 minutos, a campeã nacional em título conseguiu a onda que lhe permitiu subir ao primeiro lugar. Até final, nada mais de registo que alterasse a situação, terminando a final na seguinte ordem: 1º Teresa Bonvalot (11.90 pontos); 2º Camila Kemp (11.45 pontos); 3º Carina Duarte (9.40 pontos); 4º Ana Sarmento (6.25 pontos). Camila Kemp, apesar do segundo lugar, demonstrou um surf de qualidade e isso valeu-lhe as três melhores notas da Miss Sumol Cup 2015, com duas ondas pontuadas com 8.25 e ainda uma de 7.25 pontos. Por outro lado, conseguiu ainda o melhor resultado, com um total de 16.50 pontos. No total da prova foram surfadas 206 ondas. Na questão do título nacional,

Carina Duarte precisava de vencer ou de, pelo menos, não ficar atrás de Teresa Bonvalot, mas o terceiro lugar arruma definitivamente o caso, quando ainda falta disputar uma prova do calendário. Nota ainda para a atribuição do título de Miss Simpatia a Ana Sarmento. As actividades paralelas de iniciação ao surf e bodyboard e ainda demonstrações de slackline voltaram a decorrer, num dia em que o Sol demorou a expulsar as nuvens ameaçadoras, acabando por ficar um dia de praia bem agradável, em que a temperatura da água voltou a surpreender pela positiva. Declarações das Finalistas Teresa Bonvalot (1ºlugar): “É bom voltar a ganhar o Campeonato aqui na Costa Nova, onde as condições são óptimas. Gosto de surfar aqui. As ondas são boas. Há três anos vim cá pela primeira vez e estavam altas ondas, no ano passado também estava bom e hoje também estava. Acho que não podia estar mais contente com mais este título de campeã na-


Surf

Camila Kemp foi a vice-campeã

TeresaBonvalot a campeã cional” Camila Kemp (2º lugar): “Senti-me bem e surfei bem, mas não encontrei a onda que me desse o que procurava e precisava para ganhar. Foi um bom campeonato e fiz um segundo lugar, que é sempre bom, pois o nível do Circuito é elevado” Carina Duarte (3º lugar): “Podia ter corrido melhor, mas estive a cair nas manobras. Foi bom. Na final houve menos ondas, era preciso calma e saber esperar e acho que me precipitei. A Camila e a Teresa apanhavam ondas e eu não! Sobre o título nacional, quando se começa a época é para vencer, mas as etapas alteram as coisas… Agora é tentar fazer sempre o melhor para conseguir patrocínios e surfar também lá fora” Ana Sarmento (4º lugar):

“Gostei mais dos dois heats anteriores do que da final. Dáme pica ver as mais novas surfar e sinto-me mais motivada, agora que só faço o Circuito Nacional. Tive uma má decisão quando escolhi outro pico, mas não gosto de estar no meio das adversárias. Foi bom e o meu objectivo era chegar à final. Adoro este campeonato e faço sempre por estar presente na Miss Sumol Cup” Miss Sumol Cup 2015 contou com o apoio: Sumol, Câmara Municipal de Ílhavo, Isabel Castro, Entreposto, A. Fontes, Glicínias, Ekena Bay, Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro, Estação da Luz, Pizzarte, ISCIA, Oriflame, Coza Nova, Pascoal, Ach Brito, Piz Buin, Tribo do Sol, Pride Bodyboards, Mega Hits, Cosmopolitan, Sport Life, Surf Portugal, Diário de Aveiro e Litoral Magazine

Carina Duarte Terminou em 3ª

Ana Sarmento foi 4ª classificada

Director: Antero dos Santos – mar.antero@gmail.com Director Comercial: João Carlos Reis - noticiasdomar@media4u.pt Colaboração: Carlos Salgado, Gustavo Bahia, Hugo Silva, José Tourais, José de Sousa, João Zamith, Mundo da Pesca, Federação Portuguesa de Actividades Subaquáticas, Federação Portuguesa de Jet Ski, Federação Portuguesa de Motonáutica, Federação Portuguesa de Pesca Desportiva do Alto Mar, Federação Portuguesa Surf, Federação Portuguesa de Vela, Associação Nacional de Surfistas, Big Game Club de Portugal, Club Naval da Horta, Jet Ski Clube de Portugal, Surf Clube de Viana, Acossiação Portuguesa de WindSurfing Administração, Redação: Tlm: 91 964 28 00 - noticias.mar@gmail.com

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Notícias do Mar

Últimas

Sintra Portugal Pro na Praia Grande

Manuel Centeno

20 Anos a Mostrar o Melhor Bodyboard do Mundo

O

Sintra Portugal Pro celebra o seu 20º aniversário com os melhores bodyboarders do Mundo a acorrerem à Praia Grande entre os dias 22 e 27 deste mês. Com alguns nomes grandes já confirmados, como o três vezes campeão mundial, Jeff Hubbard, do Havai, o seu irmão, Dave Hubbard, campeão de 2014 da prova sintrense e actual campeão do Mundo na variante de “Dropknee”, ou o francês das ilhas Reunião, Amaury Lavernhe, o campeão do Mundo em título. Para não falar no ex-campeão mundial e excampeão do Sintra, Pierre Louis Costes, um favorito dos portugueses, pelo seu estilo espectacular mas também pelo facto de ter casado com uma portuguesa e estar a residir no nosso país há alguns anos.

gem alemã a sagrar-se a mais jovem campeã mundial de bodyboard de sempre, com 17 anos. Na corrida do título feminino estão a veterana e antiga campeã mundial Neymara Carvalho, do Brasil, e a compatriota Isabela Sousa. Os Portugueses de Ouro Manuel Centeno (34 anos), o único atleta português a vencer a competição masculina do Sintra Portugal

Títulos Mundiais em Jogo na Praia Grande Este ano, e mais uma vez, a penúltima prova do calendário mundial da APB define os campeões mundiais feminino e de Dropknee, com a campeã em título, Alexandra Rinder (Canárias), a poder revalidar o seu título mundial em Sintra. A Praia Grande foi, aliás, o palco da conquista histórica do ano passado, com a atleta de ori-

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Pro, em 2003, tem gratas recordações daquela que é mais antiga prova internacional de desportos de ondas em praias portuguesas. Centeno iniciou a sua carreira mundial no Sintra Pro; carreira que o haveria de levar, no seu melhor resultado a um sexto lugar no “ranking” mundial e a consolidar o seu nome como um dos mais aguerridos e temidos bodyboarders do circuito mundial. Se Manuel Centeno foi o úni-

co português a ganhar o Sintra Portugal Pro masculino, Catarina Sousa teve honra equivalente, em 2009, ao vencer a etapa feminina, numa final histórica contra outra referência nacional da modalidade: Rita Pires. Este ano, Catarina, que está assumidamente na recta final da sua carreira competitiva, afirma descomplexadamente que vai para a sua 20ª edição do Sintra Portugal Pro como sempre,

Catarina Sousa


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