Notícias do Mar n.º 341

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Notícias do Mar

Com as empresas falidas os barcos foram abandonados

para determinadas espécies e não se pretendia pescar tudo, os stocks mantinham-se permanentemente estáveis. Começaram então a aparecer arrastões espanhóis e depois os de outras frotas também. Facilmente subornadas, as autoridades locais fecharam os olhos aos armadores que vinham para a zona pescar de arrasto. Desde que pagassem podiam ficar. Assim que o arrasto de 20

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fundo se tornou num alto negócio, rapidamente os arrastões e os naviosfábrica atacaram a zona a Oeste da costa de África, uma das mais ricas de peixe do mundo. Não só na costa da Mauritânia e ao largo do Golfo da Guiné, também a costa de Angola e da Namíbia foram devastadas, por dezenas de frotas, dos mais variados países, todas com navios fábrica. Foram milhares de arrastões a revolver e des-

truir os fundos de toda a costa Oeste de África. Quando meia-dúzia de arrastões portugueses se lembraram de entrar neste negócio também, já estavam os pesqueiros de África todos destruídos. E já pouco sobrou deles. Com a entrada em acção da pesca de arrasto de fundo em força na Mauritânia e muito especialmente na zona do Cabo Branco, os barcos portugueses que pescavam com palangre viam

constantemente os seus aparelhos desaparecerem, sendo arrastados também mesmo assinalados com bóias, levados pelos arrastões. Com enormes prejuízos, os barcos portugueses da pesca com palangre acabaram por desistir de se manter a pescar na costa da Mauritânia. Nada ficava nos fundos nem sobre os pesqueiros onde estavam os aparelhos de anzóis. Quando começaram a


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