Notícias do Mar n.º 334

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Notícias do Mar

Conhecer e Viajar pelo Tejo

Entrevista Carlos Salgado

A Casa do Ribatejo Foi a Grande Precursora da Cultura Regional do Rio Tejo Convidei para esta entrevista o eng. José Maria Mora de Campos, que conto como amigo, um inveterado defensor do Ribatejo que para além de promotor da cultura ribatejana, que no período em que presidiu à direcção da Casa do Ribatejo incutiu-lhe uma dinâmica de que ela carecia e batalhou arduamente para que o III Congresso do Ribatejo fosse finalmente realizado, e com êxito.

Eng. José Maria Mora de Campos

C.S. – Caro José Maria, gostava que me contasses um pouco da história da Casa do Ribatejo, essa instituição regional que criou raízes na capital e daí promoveu e divulgou por toda a parte e por todos os meios a região ribatejana e as suas valências, atributos, tradições bem assim como o seu rico património cultural, 36

material e imaterial, que foi o seu desígnio durante muitas décadas. M.C. - Nos princípios orientadores da Fundação da Casa do Ribatejo em 1942, com 4000 Associados oriundos dos 28 Concelhos Ribatejanos, o Rio Tejo tomou o lugar fulcral, pois todos estes Concelhos que integram a Região Ribate-

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jana são banhados pelo Rio ou por algum dos seus afluentes. Assim compreende-se que ao longo de toda a sua existência a Casa do Ribatejo sempre tenha como preocupação dominante, para além das suas múltiplas actividades culturais, o Tejo. Logo no II Congresso do Ribatejo (1946) um dos capítulos

com a apresentação de 5 comunicações foi sobre temas referentes ao Rio: «Aspectos da irrigação da bacia hidráulica do Tejo», pelo eng. Trigo de Morais; «Algumas considerações sobre o potencial hidroeléctrico da bacia do Tejo», pelo eng José Filipe Rebelo Pinto; «Navegabilidade do Tejo, portos fluviais», pelo eng. Abel de Noronha de Oliveira e Andrade; «Policia e fiscalização dos Rios», pelo eng. José Saraiva Vieira de Campos; e «Estudo sobre a toponímia do Tejo, sua origem e evolução», pelo dr. Xavier Fernandes. A Casa do Ribatejo promoveu diversas reuniões onde o Tejo e a sua importância para a economia da Região, com a presença de muitos especialistas em debates muito participados e que contribuíram para em 1976, a criação da Reserva Natural do Estuário do Tejo. Também nos seus salões (1978 e seguintes) foi apresentado o projecto de navegabilidade (Mendes Godinho) alicerçado em estudos muito profundos e de grande valor cientifico elaborado por especialistas em muitas e diversificadas matérias. Nos meus mandatos como Presidente da Direcção (1999 a 2008) um dos projectos aprovados foi a realização do III Congresso do Ribatejo (2004-2005), iniciativa arrojada só possível pelo apoio das Autarquias Ribatejanas onde as 16 Sessões temáticas itinerantes nestes dois anos, se desenrolaram. Na sessão “ O Ribatejo Es-


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