Notícias do Mar n.º 331

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44º Campeonato do Mundo de Vela da juventude ISAF - Tavira

Fotografia Neuza Aires Pereira/ ISAF Youth Worlds

Todos a Sonhar com Medalhas

Mais uma vez em águas algarvias, Tavira foi o palco de uma das principais provas da ISAF, o Campeonato do Mundo de Vela da Juventude ISAF, que decorreu entre 12 e 19 de Julho, com cerca de 400 velejadores de 69 países a sonharem com medalhas, um recorde de participação numa prova que cumpre a sua 44ª edição.

Diogo Pereira e Manuel Macedo terminaram em 5º lugar em 420

P

ortugal recebeu pela quinta vez o Campeonato do Mundo de Vela

da Juventude ISAF. Depois de Tróia (1973), Sines (1981), Vilamoura (1992) e Madeira (2003), coube agora a Tavira ser a anfi-

triã de uma das provas-bandeira da Federação Internacional de Vela. Os jovens velejadores com-

Regata de Laser feminino 2

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petiram em oito classes: Laser Radial masculino, Laser Radial feminino, 420 masculino, 420 feminino, SL16, 29er, RS:X masculino e RS:X feminino. Portugal esteve representado em todas à excepção do RS:X feminino. A selecção nacional foi constituída por Santiago Sampaio (Laser Radial masculino), Carolina João (Laser Radial feminino), Diogo Pereira/Manuel Macedo (420 masculino), Teresa Camelo/Helena Oliveira (420 feminino), Vasco Rocha/Salvador Taveira (SL16), Francisco Maia/Rui Oliveira (29er) e Frederico Rodrigues (RS:X). O arranque oficial começou


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com um desfile das comitivas nas ruas de Tavira até chegarem ao palco principal, onde se destacaram as presenças do Secretário de Estado do Desporto e Juventude, Emídio Guerreiro, do presidente da Federação Internacional de Vela (ISAF), Carlo Croce, entre outras personalidades. Primeiro dia de Prova 420 Com todas as regatas agendadas a serem realizadas, o primeiro dia ficou marcado pela afirmação de Diogo Pereira e Manuel Macedo, em 420, como potenciais candidatos a um lugar no pódio. Findas as duas primeiras regatas, a dupla nacional encontrase em 3º lugar da geral, atrás de duas duplas da Ásia, Koizumi/Matsuo do Japão e Norizan/ Aziz da Malásia. No quadro feminino de 420, as estreantes em Mundiais da Juventude, Teresa Camelo/Helena Oliveira acabaram o primeiro dia em 19.º lugar. As líderes do dia foram as espanholas Silvia Depares/Marta Mateu, seguidas por Theres Dahnke/Birte Winkel (ALE) e Romaniuk/Goralska (POL). Laser Radial Após as duas regatas previstas, Santiago Sampaio e Carolina João, terminam o dia em 19.º e 16.º, respectivamente, com destaque para Carolina que ainda conseguiu um 9.º lugar na primeira regata. No sector masculino de Laser Radial lidera Seafra Guilfoyle (IRL), seguido de Patrick Dopping (DIN) e do brasileiro Martin Lowy. Em Laser Radial feminino, a norte-americana segue no 1.º lugar, com Maud Jayet (SUI) e Monika Mikkola (FIN) logo atrás. 29er Com três regatas terminadas, Francisco Maia e Rui Oliveira, em 29er, terminaram o dia em 16.º. Os líderes em 29er são a dupla de Hong Kong D’Argrenlieu/Nathan Bradley, com Brice Yrieix/ Loic Guillou (FRA) e Somerville/Mchardie (NZL) em 2.º e 3.º, respectivamente. SL16 A dupla da casa composta por

Regata 420 feminino

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A Seleção Nacional Vasco Rocha e Salvador Taveira encontram-se na 12.ª posição, findas três regatas. Destaque para a dupla brasileira composta por Kim Vidal e António Lopes, seguidos dos franceses e Louis Flament/Charles Dorange e dos irmãos Ferrando de Espanha. RS:X O madeirense Frederico Rodrigues terminou em 22.º, numa classe onde o windsurfista israelita Yael Paz lidera, seguido

de Evgenii Aivazian (RUS) e do favorito, Mattia Camboni. Segundo dia de Prova 420 Diogo Pereira/Manuel Macedo continuam na luta pelo pódio, embora tenham descido para o 5º lugar, ainda que empatados em pontos com o 3.º. No sector feminino Teresa Camelo/Helena Oliveira continuam no 19.º lugar. Na luta pelas medalhas, as germânicas Theres Dahnke/Birte Winkel trocam

de posição com as espanholas Silvia Mas Depares/Marta Davila Mateu. Laser Radial O dia não correu bem a Santiago Sampaio que desceu para o 28.º lugar. Carolina João, tal como ontem começou melhor do que acabou, obtendo um 9.º na primeira regata e um 35.º na segunda. Ainda assim sobe uma posição e é 15.º da geral. Na liderança seguem Seafra Guilfoyle (IRL).

Regata de 29er 4

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No feminino, Haddon Hughes (EUA), Martina Reino Cacho (ESP) e Valentina Balbi (ITA) lideram a frota. SL16 Nos catamarans, Vasco Rocha/ Salvador Taveira apresentaram-se em bom plano com três regatas no top 10, subindo à 13.ª posição da geral. Os três primeiros são os franceses Flament/Dorange, os irmãos espanhóis Ferrando/Ferrando e Kim Vidal/António Lopes, do Brasil. 29er A dupla Francisco Maia/Rui Oliveira desceu quatro posições e é agora 20.ª da geral. Na frente, depois de um dia quase perfeito, está agora a dupla francesa Yrieix/Guillou. RS:X Nas pranchas masculinas, Frederico Rodrigues é 21.º, numa classe liderada pelo israelita Yael Paz, seguido de Evgenii Aivazian (RUS) e do italiano Mattia Camboni. Terceiro dia de Prova 420 Diogo Pereira e Manuel Macedo recuperaram e de que maneira no terceiro dia, ao vencer as duas regatas, beneficiando de um dia menos bom das duplas asiáticas que lideraram a prova até hoje. Os velejadores portugueses, que iniciaram o dia em 5.º lugar, são agora primeiros, seguidos por Koizumi/Matsuo do Japão e Norizan/Aziz da Malásia. No feminino lideram agora as espanholas Mas Depares/Davila Mateu. Teresa Camelo e Helena Oli-

Em 29er


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veira subiram uma posição e ocupam o 18.º lugar, concluídas seis regatas. Laser Radial Em Radial masculino Seafra Guilfoyle (IRL), mantém-se como líder destacado, seguido por Francisco Rigonat (ARG). Santiago Sampaio (12.º e 14.º) subiu ao 20.º lugar da geral. No sector feminino a espanhola Martina Reino Cacho ultrapassou a norte-americana Haddon Hughes, e a finlandesa Monika Mikkola subiu ao último lugar do pódio. SL16 As duplas Flament/Dorange (FRA), Ferrando/Ferrando (ESP) e Kim Vidal/António Lopes (BRA) mantêm os três primeiros lugares. Os Vasco Rocha e Salvador Taveira estão em 14.º. 29er Os franceses Yrieix/Guillou mantêm-se como líderes, mas agora seguidos por Sumerville/ Mchardie (NZL) e Wilson/Gibbs (EUA). Francisco Maia/Rui Oliveira recuperaram um lugar e estão em 19.º. RS:X Os RS:X não chegaram a competir. O representante português nas pranchas, Frederico Rodrigues, segue em 21.º lugar.

Em SL16 os vencedores foram os franceses Louis Flament e Charles Dorange

Quarto dia de Prova 420 Diogo Pereira/Manuel Macedo tiveram um dia mau (18.º e 8.º) e desceram ao 4.º lugar. Três duplas asiáticas Koizumi/ Matsuo (JPN), Loh/Jonathan

Quinn WilsonRiley Gibbs (EUA) foram medalha de prata 2014 Julho 331

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O vencedor Yael Paz de Israel passa pelo italiano Mattia Camboni que terminou em 2º Yeo (SIN) e Norizan/Aziz (MAS) passaram a ocupar o pódio. No sector feminino as espanholas Silvia Mas Depares/Marta Davila Mateu sagraram-se campeãs do mundo. Teresa Camelo e Helena Oliveira ocupam o 18.º lugar, com uma regata por concluir Laser Radial Santiago Sampaio desceu uma posição e é 21.º da geral. Joel Rodriguez (ESP) teve uma excelente prestação e entrou directamente para o lugar mais

alto do pódio. No feminino, Carolina João, com duas boas regatas, subiu sete posições e é 18.ª. A espanhola Martina Reino Cacho e a norte-americana Haddon Hughes seguraram as duas primeiras posições. SL16 Flament/Dorange (FRA) está cada vez mais perto do título, seguidos por Ferrando/Ferrando (ESP) e Kim Vidal/António Lopes (BRA). Vasco Rocha e Salvador Tavei-

ra mantém-se em 14.º. 29er Golpe de teatro com os franceses Yrieix/Guillou a perderem a liderança depois de serem desqualificados na primeira regata. Wilson/Gibbs (EUA) subiram ao primeiro posto. Francisco Maia/Rui Oliveira continuam em 20.º. RS:X Yael Paz (ISR) ainda em 1.º, mas com Mattia Camboni (ITA) a quatro pontos. Evgenii Aivazian (RUS) ultrapassou Fur-

Largada em RSX 6

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manski e parte para a última jornada no 3.º lugar. No sector feminino, a luta está ao rubro com apenas um ponto de diferença entre as duas primeiras. Frederico Rodrigues, subiu para 20.º lugar. Último dia de Prova 420 Diogo Pereira e Manuel Macedo a um ponto pódio largaram para a última regata com aspirações de terminar no pódio, mas com um 8.º lugar, desceram para 5.º da geral A medalha de ouro foi conquistada por Yia Jia Loh e Jonathan Yeo (SIN) com a prata a seguir para Norizan/Aziz (MAS) e o bronze para Koizumi/Matsuo (JPN). No sector feminino as espanholas Silvia Mas Depares/Marta Davila Mateu já se tinham sagrado campeãs na véspera. Na luta pela prata ganharam Wallach/Brokman (ISR) e as polacas Ewa Romaniuk e Katarzyna Goralska ficaram como bronze. As portuguesas Teresa Camelo e Helena Oliveira com um excelente 5.º lugar na última regata subiram uma posição e terminam em 18.º lugar. Laser Radial A Espanha fez o pleno em Laser Radial. Em masculino, ouro para Joel Rodriguez, a prata foi para Seafra Guilfoyle (IRL) e bronze para Ryan Lo (SIN). Santiago Sampaio terminou no 19.º lugar. No feminino, ouro para a espanhola Martina Cacho, a norteamericana Haddon Hughes se-


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gurou a prata e Monika Mikkola (FIN) agarrou a medalha de bronze. Carolina João manteve a 18.ª posição na geral. SL16 Louis Flament/Charles Dorange (FRA) dominaram o último dia de prova, até ao ouro final. Sempre na cola Jordi Booth Ferrando e Ruben Booth Ferrando (ESP) ficaram com a prata e Kim Vidal/António Lopes (BRA) com o bronze. Vasco Rocha e Salvador Taveira mantiveram a 14.ª posição, apesar do 5.º lugar na última regata. 29er Brice Yrieix/Loic Guillou (FRA) confirmaram-se como campeões do mundo. Quinn Wilson/ Riley Gibbs (EUA) foram prata e Markus Somerville/ Isaac Mchardie (NZL) os medalha de bronze. Os portugueses Francisco Maia/ Rui Oliveira terminaram em 20.º. RS:X Yael Paz (ISR) aguentou o 1.º lugar, levando o ouro para Israel. Mattia Camboni (ITA) ficou com a prata a um ponto ouro e o polaco Radoslaw Furmanski terminou com o ouro. No sector feminino, foi a russa Stefaniya Elfutina a garantir o ouro. Shi Hongmei (CHN) ganhou a prata e Marta Maggetti (ITA) a medalha de bronze. Frederico Rodrigues, terminou em 20.º. O Troféu das Nações foi atribuído à comitiva espanhola, com o segundo lugar para os franceses e o terceiro para Israel. Portugal ficou em 22.º lugar.

Os 24 medalhados

O catamaran SL16 da Nova Zelândia 2014 Julho 331

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Notícias do Mar

Sea4Us- Campanha de Crowdfunding

Cientistas Portugueses Investigam o Tratamento da Dor Crónica com Organismos Marinhos

Constituída por quatro empreendedores portugueses, três na investigação e um na área financeira, a Sea4Us é uma empresa de biotecnologia portuguesa, recém-criada, que utiliza compostos marinhos para desenvolver novos medicamentos, em particular para a dor crónica uma condição clínica que ainda não tem um tratamento adequado.

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investigação científica desenvolvida na Sea4Us revelou que determinadas espécies marinhas, actualmente sem qualquer valor comercial e que se

encontram nos fundos rochosos do nosso mar, demonstram um potencial enorme para o tratamento da dor crónica. A Sea4Us realiza projectos de investigação científica focados na

pesquisa por compostos bioactivos de organismos marinhos. Os resultados laboratoriais demonstram bioactividade de compostos naturais de origem marinha portuguesa em modelos celulares representativos da dor crónica. O que é a dor crónica? A dor crónica é uma síndrome provocada por diversas patologias (diabetes, cancro, artrite, fibromialgia, zona, etc.) e que afecta 1.5 mil milhões de pessoas em todo o mundo (21% da população mundial), causando um enorme impacto negativo na sociedade. Para além de ser uma condição terrível para estes doentes, tem também enormes custos económicos associados. Entre os custos directos encontram-se, por exemplo, os gastos com a saúde, enquanto que os custos indirectos correspondem ao absentismo no trabalho e à baixa produtividade, provocados

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pelas dores intensas. Em Portugal, por exemplo, o peso dos custos directos e indirectos na economia, relacionados com a dor crónica, representam quase 3% do produto interno bruto (PIB). Apesar de existirem analgésicos eficazes e seguros para as dores consideradas ligeiras, não existem tratamentos tão eficazes para as dores classificadas como moderadas e severas, e os que existem provocam efeitos secundários não negligenciáveis Pedro A. Lima, promotor da iniciativa, diz: “eu e mais três amigos lançámos uma ‘start-up’ de biotecnologia marinha, a Sea4Us que visa o estudo de produtos provenientes de organismos marinhos para o desenvolvimento de novos medicamentos: um sonho de longa data que surge do casamento dos meus dois mundos profissionais, a neurofisiologia e a biologia marinha . Desde a nossa formação em empreendedorismo no ano passado estamos a trabalhar na


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obtenção de financiamento para concretizarmos este projecto. Para algumas das etapas a jusante, já conseguimos alguns fundos (por exemplo, ensaios químicos bioguiados, testes in vitro e propriedade intelectual). Mas, para a primeira fase do projecto, falta-nos ainda algum financiamento. Assim, e com vista a não perdermos a época sazonal de recolha/mergulho deste ano em Sagres, acabámos de lançar uma campanha de crowdfunding.” Qual é a estratégia da Sea4Us? Alguns invertebrados marinhos, como as esponjas, as anémonas, os corais ou os briozoários, entre outros, são os únicos animais no nosso planeta que estão fixos às rochas e à mercê dos predadores, sem poderem fugir. Milhões de anos de evolução sobre estes animais marinhos resultaram em soluções altamente especializadas e engenhosas para a defesa contra os predadores. Na ausência de espinhos ou fortes carapaças, o desenvolvimento e secreção de toxinas que actuam como defesas químicas é muito comum. Frequentemente, estas toxinas são anestésicos paralisantes ou analgésicos poderosos. Aqui, reside a inspiração da Sea4Us e o seu enorme potencial para a descoberta de novos compostos terapêuticos. Pedro A. Lima explica o crownfunding: “os fundos angariados destinam-se à obtenção de “matéria prima” (amostras de organismos marinhos) suficiente para o plano de trabalho laboratorial do próximo ano. Esta campanha, será também preponderante para a evolução de todas as outras etapas subsequentes, relacionadas com a investigação e desenvolvimento destes produtos terapêuticos de origem marinha. É tempo de determinar o verdadeiro valor da biodiversidade do nosso mar, nomeadamente para a área estratégica da biotecnologia!

Da esquerda para a direita Pedro Lima, Filipe Vilas-Boas, Marisa Sousa e Hugo Pacheco A solução para o tratamento da dor crónica está na natureza. Esta é a convicção da Sea4Us. Ajude-nos nesta busca!” Quem são os quatro fundadores da Sea4Us Pedro A. Lima Pedro A. Lima é licenciado em Biologia Marinha e Pescas pela Universidade do Algarve e é doutorado em Neurofisiologia pela Universidade de Sheffield (Reino Unido). Por um lado, possui conhecimentos e experiência em Bioquímica, Farmacologia e Neurociências, por outro, possui conhecimentos na área da Biologia das espécies e técnicas de aquacultura. É da convergência de duas destas grandes áreas, Biologia Marinha e Neurociências, que surge o presente projecto. Filipe Vilas-Boas Filipe Vilas-Boas é licenciado em

Biologia Microbiana e Genética e doutorado em Ciências Biomédicas pela Universidade de Lisboa, tendo realizado os seus estudos de Doutoramento sobre o desenvolvimento embrionário do sistema nervoso no Instituto de Medicina Molecular em Lisboa e na Universidade de Dundee na Escócia. Marisa Sousa Marisa Sousa é licenciada em Anatomia Patológica pelo Instituto Politécnico de Lisboa e doutorada em Bioquímica e Genética Molecular pela Universidade de Lisboa. Du-

rante o Doutoramento desenvolveu parte das suas pesquisas na Universidade de Regensburg (Alemanha) e na Universidade Estadual de Campinas (Brasil). Hugo Pacheco Hugo Pacheco é licenciado em Economia pela Universidade Técnica de Lisboa, tendo realizado posteriormente uma Pós-Graduação em Análise Financeira. Actualmente, é Director de pré-venda e solução na área de desenvolvimento de Business Process Transformation dentro da área de gestão documental.

Mais Informações: http://ppl.com.pt/pt/prj/organismos-marinhos Também acessível através da página de facebook: https://www.facebook.com/Sea4Us.pt ou através do website: http://sea4us.pt 2014 Julho 331

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Electrónica

www.nautel.pt

Notícias Nautel

Pequenos Carregadores Portáteis

de Baterias Controlados por Microprocessor Apesar de compactos e portáteis, garantem caraterísticas avançadas como a desulfatação, e manutenção da bateria, assim como a sua recuperação. Proteções para sobre-aquecimento, curto -circuito, inversão de polaridade, e baixas e altas tensões (V) de entrada.

Versões E121- 1A, 12VDC, carga em 3 patamares. Sistema de diagnósticos de falhas. E123- 3A (mas ajustável para 1 e 2 também), 6&12VDC, carga em 3 patamares. Sistema de diagnósticos de falhas. Para baterias de ácido.

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Ideal para automóveis, barcos, caravanas, motos, motas de água, etc E124- 4A,12VDC, carga em 5 patamares. Sistema de diagnósticos de falhas. Baterias de ácido, Gel, AGM, Wet. Para uso no exterior: padrão IP65 (à prova de poeiras e salpicos) Ideal para automóveis, barcos, caravanas, motos,

motas de água, etc. Baterias de 1,2Ah a 120Ah. E125- 5A (mas ajustável para 1,2 e 2,5 também), 6&12VDC, carga em 5 patamares. Para Baterias de ácido. Para uso no exterior: padrão IP65 (à prova de poeiras e salpicos) Ideal para automóveis, barcos, caravanas, motos, motas de água, etc. Baterias de 100CCA a 2000CCA. E126- 6A (mas ajustável para 2 e 4 também), 6&12VDC, Para Baterias de ácido e AGM. Para uso no exte-

rior: padrão IP65 (à prova de poeiras e salpicos) Finalmente, haverá também um modelo para 12 A e outro para 20 A, mas estes já com sistema interno de adaptação a diferentes químicas de bateria (E1212 e E1220). Outras novidades: A gama de carregadores de bateria a bateria fica agora com versões para 60, 120 ou 160 A. A gama dos carregadores de bateria, via alternador foi reforçada também, com modelos para 12V 400 A e 24V 400 A. Introduziram-se novos blocos de fusíveis.


Notícias do Mar

Ambiente

Street Art Europeia Contra a Pesca de Arrasto de Fundo em Alto Mar No passado dia 14 de julho, enquanto o Conselho de Ministros das Pescas da União Europeia se reúniu em Bruxelas, seis reputados artistas de Street Art em simultâneo, em várias cidades, pintaram painéis para pedir aos Estados Membros que adotem uma medida histórica e indispensável para salvaguardar os oceanos: a proibição da pesca de arrasto de fundo em alto mar.

A

pesca de arrasto de fundo em alto mar foi reconhecida como o mais destrutivo de todos os métodos de pesca: é o equivalente marinho às gigantescas escavadoras que esmagam os corais com milhares de anos e reduzem o habitat do alto mar a escombros. As redes puxam tudo o que encontram no caminho, incluindo um número elevado de peixes em risco de extinção como os tubarões de águas profundas. A pesca de arrasto profundo em alto mar na UE é levada a cabo, principalmente, por embarcações francesas e espanholas. A pesca portuguesa em alto mar

consiste sobretudo em operações sustentáveis em pequena escala que utilizam palangres e linhas de mão. Portugal emitiu, mesmo, recentemente um decreto proibindo a pesca de arrasto de fundo em alto mar em mais de 2 milhões de metros quadrados. Foi a França, Espanha e também o Reino Unido os poucos países que conseguiram convencer o bloqueio da proibição da pesca de arrasto de fundo em alto mar opondo-se, deste modo, à vontade de mais de 860 mil signatários europeus da petição BLOOM que desejam que esta insustentável e destrutiva prática de pesca acabe.

Arte em Lisboa - By Jae David

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Notícias do Mar

Salão Náutico de Barcelona 2014

O Novo Formato Vai Confirmar o Crescimento

A nova forma de expor a náutica de recreio no Salão Náutico de Barcelona vai pelo terceiro ano manter-se no Port Vell, mas desta vez no mês de Outubro, decorrendo este ano entre os dias 15 e 19.

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m Espanha o registo de barcos cresceu 15% no 1 º semestre 2014 e as actividades náuticas estão também com fortes sinais de crescimento. Com o salão náutico a decorrer na zona mais turística de Barcelona, a organização vai tirar partido disso e tem já organizado um manancial de incentivos aos visitantes. As famosas Las Ramblas, a ave-

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nida que liga a Praça da Catalunha ao Porto Velho, descarrega todos os dias milhares de visitantes no Salão. Este acaba por ser uma mais-valia a uma visita no mês de Outubro a Barcelona. Já não só os grandes iates que estão na água a chamar o público, agora o Barcelona Boat Show oferece um mar de experiências para os visitantes. Navegar nas águas do por-

to de Barcelona ou fazer testes a barcos a motor ou à vela e canoas, tudo é possível para experimentar as sensações produzidas pela navegação. Os baptismos de mergulho, de pesca desportiva ou passeios de paddle surf estão no programa. Está previsto um desfile de barcos no mar, corridas, shows, degustações, sorteios, workshops e conferências. O Boat Show International de Barcelona, além de oferecer a maior e mais diversificada plataforma de negócios de desportos aquáticos e náutica de recreio, em Espanha, está a ser referenciado como um evento onde o público pode viver um mar de novas experiências. “O Salão Náutico vai ser como uma grande sala de estar, a partir da qual o visitante pode expressar o seu amor pelo mar e pelas actividades náuticas, aproveitando as várias ofertas de experiências únicas que lhe são

propostas”, diz o director do festival, Jordi Freixas. “Vai ser uma edição muito interactiva com um programa diferente e único de actividades que vai vibrar em todos os públicos, desde os iniciados até aos profissionais experientes, e de todas as idades.” Neste sentido, uma das novas estrelas este ano será a instalação


Notícias do Mar

de um gerador de ondas para o surf no mar de Port Vell. Além disso, os barcos à vela ou a motor vão voltar a ser protagonistas do evento. Além dos barcos expostos no mar, os visitantes também vão encontrar barcos em terra, pneumáticos e todos os tipos de produtos náuticos e serviços que vão desde electrónicos e motores a tintas, sailmakers, reboques, equipamentos de pesca, charter ou marinas. Para o secretário-geral da Associação Nacional de Empresas Náuticas (ANEN), Carlos Sanlorenzo, “esta é a primeira edição da mostra que, depois de seis anos, é celebrada com uma situação de mercado nacional começando a ver os primeiros resultados positivos, embora a situação nacional ainda esteja longe dos números anteriores à crise, esperamos que também em face de compradores estrangeiros, haja oportunidades para gerar negócios”. De acordo com ANEN, nos primeiros seis meses deste ano foram registados em Espanha 2.289 embarcações, um aumento de 14,91% em relação ao mesmo período de 2013. Este sinal está já a ser tomado em conta pela indústria náutica nacional e os importadores. Mais uma vez aguarda-se a apresentação de muitos novos modelos. Entre as novidades deste ano, é esperada a participação de um pavilhão oficial dos Estados Unidos.

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Electrónica

notícias Nautiradar

Aerogerador SilentWind Made in Portugal Desde 2010 que o gerador eólico SilentWind, fabricado pela empresa portuguesa Rullis Eléctrica, se tornou num enorme sucesso a nível mundial para uso marítimo e terrestre.

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stabelecida em 1993, a Rulis Eléctrica, Lda é uma empresa Portuguesa com administração alemã. Conta com mais de 30 anos de experiência e know-how no desenvolvimento de pequenas turbinas

eólicas para embarcações e em condições particularmente difíceis, nomeadamente as da costa Portuguesa e nas travessias do Atlântico. O fabricante português das pequenas turbinas eólicas deu um salto de gigante quando em 2008

desenvolveu pás de rotor de baixo ruído fabricadas com material 100% fibra de carbono, laminadas à mão e resistentes aos ultravioletas. Estas pás foram introduzidas como substitutas dum aerogerador de vento reconhecido no mercado como bastante ruidoso. A partir daqui e com o êxito destas pás a Rullis Eléctrica decide desenvolver e fabricar o seu próprio aerogerador para ser usado com as suas pás silenciosas. Grandes capacidades: Silencioso Operação silenciosa graças à otimização técnica das pás do rotor Seguro e Confiável Componentes de elevada qualidade e engenharia alemã 3 anos de garantia nos geradores eólicos e 2 anos no controlador de carga Completo e Versátil Para uma utilização marítima e ter-

Dometic Green Care Tabs Inovação em 2014

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ntre as novidades para 2014 e na linha dos aditivos sanitários apresentamos as Green Care Tabs que vêm juntar-se ás já existentes pastilhas Dometic Power Care. Pastilhas anti odor agora disponíveis em duas variantes. Estas pastilhas sanitárias que eliminam os odores são vocacionadas para pequenos tanques de águas negras seja no seu barco ou autocaravana. Altamente eficazes, doseadas para cargas de tanques até 20 litros, estão envoltas em plástico autodegradável. As vantagens não só as mãos limpas, mas também, o meio ambiente agradece. Capacidade de decompor dejetos e anular odores. Económicas e potentes, aplicáveis em todos os depósitos portáteis e a embalagem ocupa pouco espaço. A novidade é mesmo a versão Green Care destas pastilhas com uma composição especial mais amiga do meio ambiente. PRVP € 16,00 Green Care embalagem com 16 unidades PRVP € 14,00 Power Care embalagem com 16 unidades valores incluem Iva Para mais informações contacte o importador Nautiradar

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restre com ventos fortes, médios e fracos. Para aplicações profissionais Independente e Ilimitado Energia Eólica e Solar onde quer que esteja! Ideal para aplicações Marítimas / Costeiras Liga de alumínio resistente à água salgada com tratamento especial contra corrosão, parafusos em aço inox e pás do rotor resistentes aos ultravioletas. Compacto, Prático e Elegante. Pesa apenas 6.8 kg. Adequado para todos os tipos de veleiros e muito fácil de instalar. Ergonómico e com design aerodinâmico. E depois de tudo isto o facto da sua baixa manutenção.


Electrónica

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Controlador Híbrido O SilentWind inclui o controlador híbrido externo, eólico e solar, com display LCD multifunções, e travão manual e eletrónico integrado, adequado para a instalação de painéis solares sem necessitar de adicionar mais controladores. O Silent Wind é comercializado em 3 modelos: 12, 24 e 48V • Gerador de CA de 3 fases de imã permanente com uma potência de

420 - W • Desempenho ótimo devido ao baixo torque a uma velocidade de vento de 2,2m/s (4 nós) • Inicia a carga a partir duma intensidade de vento de 2,8 m/s (5 nós) • Tensão de carga final ajustável para todos os tipos de baterias • Corrente de carga máxima ajustável • Porta programável para consumidores externos • Display LCD de todos os dados relevantes(WA, V , Ah, kWh)

A grande mais-valia do SilentWind, são as pás do rotor 100% em fibra de carbono de alta tecnologia: •Usando fibras de carbono de alta resistência na laminagem manual com resina de epóxi, as pás ficam extremamente resistentes e também aos raio UV. • Otimizadas em túnel de vento • Emissões de ruído muito reduzidas

• Equilibradas para vibrações baixas • Excelente resistência à relação de peso • Testadas com sucesso de acordo com a norma DIN EN 61400-com velocidade de furacão a 122 kmh (5480 rpm, com quase a velocidade do som na ponta das pás). Para mais informações contacte a Nautiradar distribuidor deste aerogerador no mercado nacional.

Três Sacos Estanques Upano Waterproof Duffel

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Aquapac não podia estar mais contente. As prestigiadas revistas americanas Backpacker e Outside (nas suas edições melhor equipamento do ano 2014) destacam estes sacos nos seus testes. Estas duas revistas são referência ao nível dos equipamentos para as atividades de ar livre. Na Outside o destaque foi como melhor equipamento para o Verão. Seja a acampar, a fazer rafting num rio ou a andar de bicicleta o Duffel Upano é a escolha certa. Muito leve, e o editor foi mais longe no apuramento das qualidades deste saco, com spray, com pó, mergulhando-o literalmente provou que são impenetráveis. A Backpacker cujos testes são muitos vezes os próprios leitores/ utilizadores que fazem, comentou as suas capacidades á prova de água, seja nos rápidos ou á chuva bem como a resistência do nylon TPU que torna o saco de tal maneira resistente como se duma armadura se tratasse. Apresentação A reconhecida marca de bolsas á prova de água apresentou no final de 2013 várias novidades que enriquecem a sua opção vasta, entre elas destacamos os 3 novos modelos de sacos estanques da linha Stormproof a gama Upano Waterproof Duffel, são três modelos com capacidades para 40L, 70L e 90L. As cores são cinza, preto e laranja e com alças de mochila pretas, as cores são vivas para uma maior visibilidade. Estes sacos são ideais para transporte de carga em sítios com água, por exemplo no rafting, travessia de rios na vela ou em cruzeiro, nas viagens, acampamentos e expedições. O material usado no seu fabrico é o 420D PU e o revestimento em Nylon. Estes sacos são leves mas muito resistentes e compactos, podem ser removidas as alças para arrumação. Integrada uma válvula de libertação de ar que ajuda a otimizar a sua armazenagem e acondicionamento de carga.

No seu interior tem um bolso para documentos e o saco tem vários pontos de ligação para fitas de transporte ou ligação em cadeia a outros sacos. Tamanhos disponíveis: Modelo 40L (refª 701) com 46 cm x 28 cm x 30 cm peso 546 gr PRVP € 95,00 Modelo 70 L (refª 703) com 71 cm x 30 cm x 33 cm peso 716 gr PRVP € 105,00 Modelo 90 L (refª 705) com 79 cm x 30 cm x 36 cm peso 876 gr PRVP € 120,00 (Iva incluído) Para mais informações contacte a Nautiradar

Válvula para retirar o ar

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Notícias do Mar

Economia do Mar

Evitar a Sobre-Pesca com a Reforma da Política Comum das Pescas

Arrastão de profundidade

A Comissão Europeia publicou no passado dia 26 de Junho a sua Comunicação sobre possibilidades de pesca para 2015, que serve de referência em relação ao estado das unidades populacionais de peixe na União Europeia.

F

ornece além disso uma indicação do empenho da Comissão na rápida implementação da Política Comum das Pescas reformada, a qual exige o fim da sobre-pesca na UE, na medida do possível até 2015, e o mais tardar até 2020. Segundo a ONG Pew Charitable Trusts, verifica-se um aumento de 39 para 41% na sobrepesca das unidades populacionais de peixe no Atlântico Nordeste e águas adjacentes. Em 2013, foram sobre-exploradas 16 de 41 unidades populacionais avaliadas, aumentando para 19 em 46 unidades em 2014. Além disso, a Comunicação indica que, para além do aumento do número de unidades populacionais sobre-exploradas, verificou-se igualmente um aumento na taxa da sobre-pesca. Em 2012, os ministros das pescas determinaram limites de pesca numa média de 11% acima dos pareceres científicos; em 2014, os limites médios foram significativamente superiores, situando-se 35% 16

2014 Julho 331

acima das recomendações científicas. Uta Bellion, directora do programa marinho europeu do The Pew Charitable Trusts, emitiu a seguinte declaração como resposta à Comunicação: “Nos dois últimos anos, ao mesmo tempo que chegavam a acordo sobre uma reforma da Política Comum das Pescas com o objectivo de acabar com a sobre-pesca na UE, os ministros das pescas voltaram a definir limites de pesca significativamente superiores aos dos pareceres científicos. A presente Comunicação é uma chamada de atenção para todos os cidadãos da UE, no sentido de pressionarem os decisores a demonstrarem, na implementação da Política Comum das Pescas, a mesma ambição que tiveram na respetiva reforma” A fim de inverter a tendência de sobre-pesca e de permitir pescas sustentáveis na UE, a Comissão Europeia e o Conselho dos Ministros das Pescas devem: - Definir limites de pesca em conformidade com os pareceres científicos, para que as uni-

dades populacionais de peixe possam recuperar para níveis superiores, capazes de gerar o rendimento máximo sustentável, ou RMS. - Estipular que apenas possam ser permitidos atrasos em acabar com a sobre-pesca até 2015, caso os mesmos se baseiem em evidências de graves dificuldades sociais e económicas para as frotas de pesca envolvidas – e que devem existir planos claros para acabar com

a sobre-pesca das unidades populacionais de peixe em questão com a maior brevidade possível, logo após 2015. - Garantir que qualquer aumento nas quotas das unidades populacionais sujeitas à proibição das devoluções de capturas acessórias – a obrigação de desembarque – seja sujeito a documentos justificativos por parte do Conselho Internacional de Exploração do Mar e de âmbito limitado.

Num arrasto apenas se aproveita 20% do que é capturado


2014 Julho 331

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Náutica

“Troia Boat Show” - Nautiser Centro Náutico

Texto e Fotografia Antero dos Santos

Barcos Novos e Usados Testados em Tróia

Esposição de embarcações Cobalt na Marina de Tróia Na sequência do “Tróia Boat Show”, organizado pela Nautiser Centro Náutico entre os dias 7 e 15 de Junho, na Marina de Tróia tivemos a oportunidade de testar algumas embarcações novas e também usadas, as quais, graças à excelente assistência e afinação dos seus motores, atingiram performances como se fossem novas.

C

om uma loja na Marina de Tróia e com um espirito inovador e focado nos seus clientes, a Nautiser Centro Náutico organizou algo completamente novo, o “Tróia Boat Show”, uma importante exposição “barcos na 18

2014 Julho 331

água” e em seco, com várias novidades de barcos das marcas Cobalt e Jeanneau e uma selecção de barcos usados, no total de 16 embarcações, que todos os visitantes interessados poderiam experimentar. Desde há longos anos que é reconhecida à Nautiser Cen-

tro Náutico uma excepcional capacidade na prestação de inúmeros serviços náuticos, especialmente no que concerne à assistência e manutenção de barcos e motores. Para além da venda das embarcações, quer sejam novas ou usadas, trata do Registo. Também tem

recolha de barcos e depois do Inverno promove o seu transporte para qualquer lado. Sendo a primeira empresa do país a trabalhar o mercado dos usados, foi sempre com especial atenção que desenvolveu este negócio. Em virtude disso, todos os barcos usados são re-


Náutica

Loja da Nautiser Centro Náutico na Marina de Tróia vistos e entregues aos clientes nas condições acordadas. Em Tróia estivemos a testar duas novidades Cobalt, dois novos modelos Jeanneau Cap Camarat e duas embarcações

usadas. Não podemos deixar de referir a assistência que a Nautiser Centro Náutico presta aos seus clientes, com uma embarcação na água, pronta a dar auxílio

a quem estiver aflito. Para os clientes que navegam na Costa Azul, é um bom sinal de confiança a existência por perto deste barco que já desenrascou uns quantos.

Interior da loja 2014 Julho 331

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Náutica

O novo Cobalt 232 WSS Cobalt Os Cobalt, considerados por muitos como os Rolls Royce do mar, pela sofisticação dos acabamentos e a alta qualidade de construção e dos equipamentos incorporados, têm uma gama especial para os apaixonados pelos desportos aquáticos, barcos que foram desenvolvidos muito especialmente para os praticantes de wakeboard, a modalidade mais motivadora

das camadas jovens. A Cobalt, ao criar e desenvolver a gama Water Sports Series, satisfez os mais exigentes, fornecendo também uma embarcação de luxo do tipo bowrider, aos desportistas. Para maior satisfação dos praticantes, os barcos comportam um sistema de lastro com tanques de água que permite a escolha de forma selectiva da esteira mais adequada.

O Cobalt 232 WSS tem um sistema na popa facilitar o acesso à água 20

2014 Julho 331

Os dois novos Cobalt que a Nautiser Centro Náutico nos apresentou e testámos pertencem à linha Water Sports Series e são modelos 232WSS e 200WSS. Cobalt 232 WSS O Cobalt 232 WSS estava equipado com o motor Mercruiser 350 Magnum com 300 HP e Coluna Bravo III. Este Cobalt, com 6,86 metros de comprimento, apresenta uma linha extremamente elegante e dispôe de um o cockpit que é um requintado salão de grande conforto, com todos os

estofos e forros em cores agradáveis em creme e cor de cacau. Tem um banco em L atrás e os bancos do piloto e do copiloto, são verdadeiros sofás reguláveis e giratórios. No posto de comando salienta-se a ergonomia do banco e da confortável posição do piloto, que dispõe de um painel de instrumentos em pele e com toda a informação com fácil leitura. Este modelo tem um sistema para facilitar as entradas pela popa, para quem esteja na água, a tomar banho ou a praticar wakeboard ou esqui.

Luxuoso interior do Cobalt 232 WSS


Náutica

O popular Cobalt 200 WSS A plataforma da popa baixa um degrau que fica submerso. Para os que querem apanhar banhos de sol, o barco tem um confortável solário à popa com uma larga passagem a estibordo para permitir entrar para o cockpit, sem passar sobre o solário. Também junto à popa encontra-se um chuveiro de água doce. À proa o barco tem o bowrider em forma de U que foi pensado para permitir também os banhos de sol para duas pessoas recostadas nos bancos. O casco tem um ângulo popa de 21 graus e graças a

esta característica, oferece um espantoso conforto a navegar. Podemos acrescentar que o luxo do interior e comodidade que oferece aos passageiros nos amplos e requintados bancos, amplia-se com o desempenho do barco. Quando testámos o barco em velocidade de saída para os esquiadores, o potente motor imprimiu um arranque com 18,5 nós em 6,3 segundos às 3600 rpm. A velocidade máxima foi atingida aos 39,2 nós às 4900 rpm. Quanto a uma velocidade de cruzeiro, consideramos ex-

O requintado cockpit do Cobalt 200 WSS

celente, os 23 nós, apenas às 3000 rpm. Cobalt 200 WSS O Cobalt 200 WSS tinha montado o motor Mercruiser 4.3 MPI com 220 HP e Coluna Bravo III. Este popular modelo que inicia a Gama WSS, dispondo apenas de 5,89 metros de comprimento, parece muito maior e o estaleiro conseguiu no seu in-

terior a acomodação requintada para 9 pessoas que é valorizada pela ergonomia dos bancos. Nada falta para satisfazer horas de diversão. Para facilitar as entradas pela popa, para quem esteja na água, a tomar banho ou a praticar wakeboard ou esqui, a plataforma da popa tem um sistema para baixar um degrau que fica submerso.

O Cobalt 200 WSS tem na popa também um sistema para baixar a plataforma 2014 Julho 331

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Náutica

O novo Jeanneau Cap Camarat 6.5 CC À frente, o Cobalt 200WSS tem os bancos encosto em U, permitindo estar-se sentado ou recostado a apanhar banhos de sol. Na ré, o barco tem um enorme solário. A entrada para o cockpit fica a bombordo do solário, não sendo necessário passar por cima para entrar no barco. Esta passagem pode ser coberta para ampliar ainda mais o espaço do solário. Junto encontra-se um chuveiro de

água doce. O piloto dispõe de um posto de comando de elevado conforto e com um bem concebido painel de instrumentos, com toda a informação que necessita separada e com leitura acessível. O banco do piloto tem duas posições de condução, uma sentada em baixo e outra mais elevada. O casco dispõe de um ângulo à popa de 20 graus, característica muito importante

O Jeanneau Cap Camarat 6.5 CC é um barco de características mrinheiras 22

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para oferecer um desempenho extremamente confortável a navegar e aumentar a resposta suave do barco às manobras. Quando testámos o barco, não nos surpreendeu o excelente desempenho. No teste de arranque, para atingirmos a velocidade de saída dos esquiadores, chegámos aos 18 nós em 7,00 segundos às 2300 rpm. Em velocidade máxima chegámos aos 38 nós às 3500 rpm.

E para passear numa velocidade económica de cruzeiro, navegámos a 23 nós às 2200 rpm. Jeanneau A Jeanneau lançou dois novos modelos na gama Cap Camarat, o 6.5 CC e o 5.5 CC que testámos também em Tróia. Cap Camarat 6.5 CC O Cap Camarat 6.5 CC tinha o fora de borda Yamaha F150.

Jeanneau Cap Camarat 6.5 CC tem um interior amplo e com muito equipamento


Náutica

O novo Jeanneau Cap Camarat 5.5 CC Este barco representa bem a filosofia dos Cap Camarat, barcos marinheiros com o casco em V profundo, amplos e abertos para os desportos aquáticos, para navegar com segurança no mar e passear com a família. Satisfaz bem os pescadores lúdicos, com espaço para se movimentarem e pescarem atrás ou à frente. Há compartimentos para guardar o peixe e os equipamentos e ainda uma pequena cabina na consola de

condução com amplo espaço para arrumações. Com o Yamaha F150 o conjunto conseguiu boas performances. No arranque planou em 1,84 segundos e a aceleração até às 5000 rpm atingiu 31,5 nós em 9,66 segundos. A velocidade máxima foi 35,2 nós às 5300 rpm. Em velocidade de cruzeiro apenas às 3500 rpm fez 25 nós. Cap Camarat 5.5 CC

O Jeanneau Cap Camarat 5.5 CC tinha montado o novo Yamaha F115B

O Cap Camarat 5.5 CC estava equipado com o novo Yamaha F115B. Com realce para a polivalência, a preocupação do estaleiro foi facilitar uma utilização do barco diversificada para os desportos aquáticos e a pesca lúdica. O novo Cap Camarat 5.5 CC apresenta linhas modernas e dinâmicas. Tem o excelente casco em V desenvolvido pela Jeanneau na gama Cap Cama-

rat para oferecer um comportamento no mar com grande segurança e comodidade para a família e deslizar rápido quando é preciso no esqui aquático. No arranque, planámos em 1,96 segundos e na aceleração até às 5000 rpm, o elevado binário do motor conseguiu que em apenas 5,31 segundos atingíssemos 19 nós. Para os esquiadores isto é excelente. A velocidade máxima foi 32,2 nós às 6000 rpm e quanto a velo-

O Jeanneau Cap Camarat 5.5 CC pode levar à frente uma mesa de piquenique 2014 Julho 331

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Náutica

Jeanneau Cap Camarat 925 WA cidade de cruzeiro, fizemos 20 nós às 4000 rpm. Usados Cap Camarat 925 WA O Cap Camarat 925 WA tinha montados 2xYamaha F250 Como este modelo se destinava a um cliente que pretende utilizar o espaço da coberta e usufruir também o conforto que uma cabina pode proporcionar a Jeanneau jogou forte, pois

entregou o projecto dos interiores e da coberta ao conhecido arquitecto italiano Vittorio Garroni e foi também convidado o famoso arquitecto norte-americano Michael Peters para desenhar o casco. Assim, o Cap Camarat é um barco com o casco rápido, bem ao estilo americano, com um V profundo e com steps para lhe aumentar as performances. É uma embarcação robusta e

Jeanneau Cap Camarat 925 WA tinha montado na popa 2XYamaha F250 24

2014 Julho 331

elegante, com a proa bastante elevada e com um perfil muito deflector, para lhe garantir um bom desempenho na navegação no mar. Na coberta foram desenvolvidas três áreas em planos de alturas diferentes, com uma larga e funda passagem para a proa envolvendo o posto de pilotagem. A mais alta fica à frente, onde se pode usar um amplo solário para os banhos de sol.

A outra, no plano mais inferior de todos, é o poço que é convertível, podendo-se utilizar como zona de convívio com dois bancos formando um L na popa e uma mesa de piquenique, ou com tudo desimpedido só para os pescadores. Para estes os bancos recolhem e o espaço fica livre com dois porta-canas de cada lado. O posto de comando encontra-se num plano mais elevado, para dar melhor visibilidade ao

Jeanneau Cap Camarat 925 WA é um barco pensado no estilo americano


Náutica

Jeanneau Merry Fisher 755 piloto. A cabina é desafogada, tem uma dinette com um sofá em U e uma mesa ao meio que se pode converter numa ampla cama de casal. Dispõe de um quarto de banho e uma completa cozinha. Dentro da cabina e sob o posto de comando, encontra-se um quarto com uma cama para duas pessoas. No teste conseguimos boas performances e os motores mostraram estarem afinados.

Começámos a planar em 2,40 segundos e em aceleração às 5500 rpm atingimos 33,4 nós em apenas 6,90 segundos. A velocidade máxima foi de 35,6 nós às 6000 rpm e em velocidade de cruzeiro navegámos a 23 nós às 4000 rpm. Merry Fisher 755 Legend O Merry Fisher 755 Legend estava equipado com o motor Yamaha F150.

Jeanneau Merry Fisher 755 tem um casco adequado para o mar

Este modelo Legend apresenta o casco em azul e comporta um amplo conceito de polivalência num pesca-passeio. Ele foi desenvolvido para o cruzeiro e a pesca lúdica e está repleto de soluções que ampliam a sua polivalência, sobretudo para oferecer o máximo do conforto e de utilização. O barco tem a cabina de pi-

lotagem ligeiramente encostada a bombordo, para deixar a passagem para a proa mais larga por estibordo. O tecto da cabina tem uma escotilha de correr para aumentar o arejamento. A cabina apresenta várias soluções para melhor aproveitamento do espaço. A estibordo está o posto de pilotagem e o quarto de banho. À frente en-

Interior da cabina do Jeanneau Merry Fisher 755 2014 Julho 331

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Náutica

Saída em Tróia dos barcos para o teste

contra-se uma cama de casal, disposta em diagonal. A bombordo ficam dois bancos com uma mesa ao meio, que se convertem numa cama de casal. Sob o banco do piloto existe um frigorífico e atrás fica uma cozinha com fogão e lavatório. O poço é também convertível. Pode estar desafogado para os pescadores ou levar dois bancos, um à popa e outro junto da cabina, para se montar uma mesa para os piqueniques, ou para um amplo solário. No teste, devido ao casco semi-planante o barco em 2,39 segundos estava a planar. Na aceleração até às 5000 rpm fez 17,8 nós em 7,40 segundos. Atingiu 31,2 nós em velocidade máxima às 5700 rpm e em velocidade de cruzeiro foram 22 nós às 4500 rpm.

Características Técnicas Cobalt 232

Cobalt

Cap Camarat

Cap Camarat

Cap Camarat

WSS

200 WSS

6.5 CC

5.5 CC

925 WA

Merry Fisher 755

Comprimento

7.64 m

5.89 m

6,4 m

5,48 m

9,54 m

7.4 m

Boca

2.59 m

2.54 m

2,48 m

2,36 m

3,10 m

2,78 m

Peso

1886 kg

1588 kg

1.036 kg

780 Kg

3.720 Kg

1.750 kg

Dep. Combustível

189 L

152 L

170 L

100 L

650 L

285 L

Lotação

12

11

7

6

Motor

Mercruiser 350 Magnum

Mercruiser 4.3 MPI

Yamaha F150

Yamaha F115B

2xYamaha F250

Yamaha F150

Cobalt 232

Cobalt

Cap Camarat

Cap Camarat

Cap Camarat

Merry Fisher 755

WSS

200 WSS

6.5 CC

5.5 CC

925 WA

1,84 seg.

1,96 seg.

2,40 seg.

2,39 seg.

Aceleração

18,5 nós 6,3 seg. 3600 rpm

18 nós 7,00 seg. 2300 rpm

31,5 nós 9,66 seg. 5000 rpm

19 nós 5,31 seg. 5000 rpm

33,4 nós 6,90 seg 5500 rpm

17,8 nós 7,40 seg. 5000 rpm

Velocidade máxima

39,2 nós 4900 rpm

38 nós 3500 rpm

35,2 nós 5300 rpm

32,2 6000 rpm

35,6 nós 6000 rpm

31,2 nós 5700 rpm

Velocidade cruzeiro

23 nós 3000 rpm

23 nós 2200 rpm

25 nós 3500 rpm

20 nós 4000 rpm

23 nós 4000 rpm

22 nós 4500 rpm

Mínimo a planar

8,4 nós 2000 rpm

11,4 nós 1600 rpm

8,9 nós 2,600 rpm

10,3 nós 3500 rpm

12,5 nós 2.900 rpm

11,9 nós - 3500 rpm

8

Performances

Tempo de planar

2000 rpm

18,8 nós

2500 rpm

13,1 nós

27,1 nós

3000 rpm

20,2 nós

33 nós

13,9 nós

15 nós

3500 rpm

26,5 nós

38 nós

21,1 nós

18,5 nós

4000 rpm

30,1 nós

25,5 nós

18,9 nós

22,3 nós

14 nós

4500 rpm

35 nós

29,7 nós

23,4 nós

26,7 nós

20 nós

33,9 nós

5000 rpm

26,5 nós

30,3 nós

26,2 nós

5500 rpm

29,8 nós

35,1 nós

30,2 nós

6000 rpm

32,2 nós

35,6 nós

Importador: Nautiser Centro Náutico – Estrada Nacional 252 – 2950-402 Palmela Tel.: 21 22 36 820 – Fax: 21 23 33 031 – www.nautisercentronautico.pt

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2014 Julho 331


Náutica

O barco de assistência aos clientes Nautiser Centro Náutico

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Náutica

Novidades Yamaha

Texto e Fotografia Antero dos Santos

Os Novos Yamaha F115B e F175 Testados em Amesterdão

A base Yamaha na Flevo Marina em Lelystad No passado dia 5 de Junho perto de Amesterdão, na Flevo Marina em Lelystad, as mais recentes novidades da Yamaha, os motores F115B e F175A, foram testados por jornalistas de vários países europeus.

O

convite para o “press test” foi efectuado pela Yamaha Europa, com sede em Amesterdão, que proporcionou ainda uma visita ao centro de 28

2014 Julho 331

distribuição de peças para toda a Europa. Foi impressionante ver numa imensa nave com a altura de vários andares, monta-cargas robotizados para as peças mais pesadas e uma imensa

cadeia de dezenas de milhar de caixas comandadas pelo computador que selecciona a peça encomendada para a despachar para o respectivo concessionário que a recebe, no máximo, 48 horas

depois de a pedir. A nossa presença em Amesterdão, juntamente com cerca de vinte jornalistas dos principais meios de informação náutica europeus, deveu-se à apresenta-


Náutica

Excelente organização no Test Drive

terísticas diferentes, dirigidas a diversos mercados. Por serem embarcações com mercado em Portugal,

testámos o Jeanneau Cap Camarat 5.5 CC com o Yamaha F115B bem como o semirrígido Lomac 600 IN,

também com o Yamaha F115B. Equipados com o Yamaha F175 estavam o semirrígido Capelli Tempest

ção dos mais recentes motores desenvolvidos pelos engenheiros japoneses, o F115B e o F175. Na Flevo Marina em Lelystad onde estava montada a base da Yamaha para o “Press Test”, os novos motores F115B e F175A encontravam-se montados em sete embarcações de carac-

Lomac 600 IN 2014 Julho 331

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Náutica

Yamaha F115B em teste

Teste do Yamaha F115B no Yamarin Croo CC 30

2014 Julho 331

650 e o Jeanneau Cap Camarat 6.5 que também podemos testar. Interessava-nos comparar as performances dos mesmos motores em barcos com o casco e de características diferentes. Verificámos que os cascos estavam certamente optimizados na deslocação da água, pois no Lomac 600 a velocidade mínima a planar foi 10,5 nós e nos restantes barcos todos planavam a 11 nós. Com o Yamaha F115B, um motor de grande binário, os arranques e acelerações às 5000 rpm foram muito iguais, bem como a velocidade máxima que foi a mesma nos dois barcos. Nos testes com o Yamaha F175A, que é um motor de grande poder e aceleração aconteceu o mesmo. Em barcos diferentes as performances foram praticamente iguais e a diferença justifica-


Náutica

Cap Camarat 5.5 CC com Yamaha F115B

se porque um casco em V arranca mais agarrado à água. Em ambos a velocidade máxima foi de 40/41 nós. O plano de água onde os testes se desenvolveram estava calmo e apenas com uma pequena brisa que pouco agitava a água e com condições para acelerarmos a fundo e sem problemas para medirmos as velocidades máximas. Fizemos os testes com quatro pessoas a bordo. Jeanneau Cap Camarat 5.5 CC com Yamaha F115B O Cap Camarat 5.5 CC, um barco open e de consola central, foi criado para uma utilização o mais polivalente possível para as suas dimensões, com 5,48 metros de comprimento. A preocupação do estaleiro de facilitar a prática do barco diversificada nos desportos aquáticos e na pesca lúdica foi bem conseguida. O novo Cap Camarat 5.5

CC apresenta linhas modernas e dinâmicas e tem o excelente casco em V desenvolvido pela Jeanneau na gama Cap Camarat para oferecer um comportamento no mar com grande segurança tanto e comodidade tanto na pesca como nos passeios com a família. O tipo de casco permite também deslizar rápido quando é preciso no esqui aquático. O barco tem uma consola larga, dois bancos individuais e um banco corrido à popa. À frente da consola tem um banco e um espaço que permite montar uma mesa de piquenique ou um amplo solário. No Yamaha F115B foi montada ainda a nova hélice Talon. Graças a isso, o arranque foi muito rápido e em 1,84 segundos já estávamos a planar e em aceleração até às 5000 rpm fizemos 22,6 nós em 5,28 segundos. Quando acelerámos ao máximo atingimos 35 nós às 6.200 rpm. 2014 Julho 331

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Náutica

Yamaha F115B A

Yamaha, depois de ter conseguido popularizar, pela sua robustez e fiabilidade, o Yamaha F115A durante anos, desenvolveu para 2014 o novo F115B, numa versão ainda mais avançada tecnologicamente. Trata-se de um motor com 16 válvulas, 1,832 Cm3, 4 cilindros em linha e com dupla árvore de cames à cabeça (DOHC). Foram muitas as melhorias introduzidas neste motor, entre as quais incluem-se as tecnologias de ponta mais recentes e, principalmente, colocar em prática o objectivo de criar um design que poupe peso e desenvolver características de manuseamento mais fácil para os seus utilizadores. O resultado foi a criação de um motor imensamente versátil, que pesa apenas 173 Kg, menos 13 kg do que o actual F115A, e fornecendo a potência por peso mais alta e performante da sua classe. O novo e elegante capot e o facto de ser muito compacto e um tamanho mais reduzido, torna-o ideal para ser montado numa imensa variedade de tipos de embarcações e, por conseguinte, estar indicado para uma larga variedade de desportos náuticos, passeio e actividades profissionais. Este motor possibilita com grande vantagem novas oportunidades na remotorização. É por isso que o F115, com a sua suave e potente performance e a eficiência e economia dos 4 tempos, vai trazer um novo sopro de vida a um número enorme de embarcações antigas, de vários tamanhos e géneros. Com a Injecção electrónica de combustível multiponto e controlo por computador ECM, consegue-se extrema economia no consumo de combustível e os custos de navegação são mais baixos. Adicionalmente aos seus melhoramentos de engenharia, o novo F115 beneficia de outros avanços recentes electrónicos e tecnológicos Yamaha: - O opcional Sistema Digital em Rede, que traz muitas vantagens, tais como a disponibilidade de uma variedade de atractivos e compreensíveis instrumentos multifunções. - Ajuste variável das RPM - activado por um simples pressionar do botão – que controla as RPM precisamente em passos de 50 rpm entre as 600 e as 1000 rpm, para velocidades reduzidas, a pesca ao corrico e entradas em marinas. - O exclusivo sistema de Protecção Anti-Roubo Yamaha (YCOP), oferecendo a mesma segurança que se espera num automóvel, imobilizando o motor até que se pretenda liga-lo de novo, de um modo simples, pressionando o botão no comando remoto. - A nova série de hélices em alumínio Talon Series, incorporam um design especial na pá e o sistema único de amortecimento para reduzir a vibração e o ruído, tornando este novo motor mais silencioso e suave para navegar em todos os sentidos.

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2014 Julho 331

Sistema Digital em Rede Yamaha

Sistema de segurança remoto (Y-COP)

Navegámos em velocidade de cruzeiro a 22 nós às 4000 rpm. Lomac 600 IN com Yamaha F115B

Um dos pioneiros fabricantes italianos de insufláveis e embarcações semirrígidas, Lomac desenvolve actualmente a sua gama em cinco linhas com um total de

1.832 cm3 com 16 Big válvulas DOHC motor de 4 cilindros em linha


Náutica

Yamaha F175 C

Controle de RPM variável

24 modelos, desde os 3,57 metros aos 10,40 metros de comprimento. A Lomac concebeu um casco “Twinsell”, tipo duplo túnel para oferecer um maior rendimento e conforto a navegar. O Lomac 600 IN que testámos com o comprimento 5,95 metros é um barco com muita acomodação e desenhado para uma utilização funcional e polivalente. Assim, a consola de condução o encosto do piloto para a condução de pé e o banco duplo da popa estão encostados a estibordo, para a cir-

culação ampla ser efectuada por bombordo. À frente da consola existe um banco e o espaço até à proa pode-se converter num solário. O barco tem vários porões e compartimentos para arrumação. O casco é tipo “Twinshell” e os tubos em Neoprene são colados por fora ao casco e por dentro em toda a coberta, para aumentar a robustez. Tal como com o Cap Camarat 5.5 CC, quando testámos o Lomac 600 IN, o Yamaha F115B no arranque,

2,785 cm3 DOHC de 4 cilindros em linha com 16 válvulas e EFI

om o lançamento do mais recente e leve motor fora de borda, Yamaha F175, o segmento dos motores de 150/200 HP é o último a receber o benefício de um programa da Yamaha de contínuo desenvolvimento tecnológico O Yamaha F175 é um motor de 2.8 litros, dupla árvore de cames à cabeça (DOHC), 16 válvulas e 4 cilindros em linha. Ao desenvolver um motor com as novas características e as tecnologias revolucionárias Yamaha, para maior poupança de peso, com o F175 foi criado um líder na sua classe. De facto, pesando apenas 225 Kg, este potente e leve motor permite mais possibilidades de utilização. Com uma faixa de potência de alta performance e engenharia inovadora, o novo F175 é adequado a uma ampla variedade de embarcações, com vantagem em usufruir do seu desempenho e a uma diversidade enorme de utilizações, trazendo uma melhoria na eficiência do consumo de combustível e no funcionamento suave e silencioso para tudo, desde os desportos aquáticos até aos passeios de barco ou para as embarcações de apoio e de trabalho. O F175 beneficia de muitos recentes avanços tecnológicos produzidos pela Yamaha: - Sistema Digital em Rede disponível para todos os modelos acima do 30HP e com a possibilidade de personalizar à medida e necessidade de cada Cliente e cada embarcação. Com este sistema veio uma ampla gama de instrumentos multifunções e outras características muito atractivas. - O ajuste variável das RPM para controlo de velocidade do motor. - Sistema exclusivo Yamaha de protecção anti-roubo (YCOP), que permite a mesma segurança que um automóvel, pois para imobilizar o motor até que volte a pegar, prima-se simplesmente o botão do comando remoto. - O F175 é também mais suave, devido ao Sistema de Amortecimento da Engrenagem (SDS) que colocou um fim ao “clunk” associado à mudança da engrenagem. Este novo Yamaha foi primeiramente desenhado para os clientes que pretendiam plena potência, mas com as dimensões compactas e o peso de um Yamaha F150 ou até de um motor de 200 HP a 2 tempos. De facto, este motor tornou-se o ideal para remotorizar um barco com um motor de 200 HP a 2 tempos, porque o proprietário vai ganhar um motor a 4 tempos com uma performance mais limpa, mais eficiente e mais amiga do ambiente. Este motor de última geração é apresentado para fornecer um excepcional rácio de potência/peso e uma brilhante performance, acompanhado por uma legendária fiabilidade expectável de todos os motores fora de borda Yamaha.

2014 Julho 331

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Náutica

encontra atrás do encosto do piloto para a condução de pé e se baixa ou levanta, quando é preciso. Para facilitar a circulação no interior, a consola de condução o encosto do piloto e o banco da popa estão encostados a estibordo, deixando livre um bom espaço a bombordo. O banco da popa tem um enorme porão para arrumações e existem também compartimentos no encosto do piloto, na consola e à frente sob o solário. Os tubos do Tempest 650 são em Neoprtene/Hypalon e estão colados por dentro em toda a coberta e por fora ao casco, conferindo robustez ao barco e eliminando vibrações nos tubos, com o barco em andamento. O casco do Tempest 650 tem um V profundo. Com o poderoso Yamaha F175A na popa, o arranque do Tempest 650 foi explosivo, pois em apenas 1,37 segundos o barco começou a planar. Isto deve-se ao facto dos tubos atrás ajudarem bem o barco a soltar-se da água. Pela mesma razão na aceleração às 5000 rpm o barco fez 34 nós em 7,47 segundos. Na velocidade máxima atingimos 41,8 nós às 5800 rpm e em velocidade de cruzeiro, navegámos a 26 nós às 4000 rpm.

Yamaha F175A

também em 1,84 segundos já planávamos e na aceleração até às 5000 rpm chegámos aos 17,8 nós em 5,18 segundos. A velocidade máxima também foi identica à do Cap Camarat 5.5 CC, com 35,7 nós às 6000. Em velocidade 34

2014 Julho 331

de cruzeiro fizemos 20 nós às 4000 rpm. Capelli Tempest 650 com Yamaha F175A Um clássico semirrígido da gama Tempest, este modelo, com 6,50 metros de com-

primento, foi projectado para dar amplas hipóteses para os mergulhos e os banhos de sol, com um amplo solário à proa. Para aumentar o convívio no poço, o banco corrido na popa tem disponível uma mesa em madeira que se

Jeanneau Cap Camarat 6.5 com Yamaha F175A Com dimensões muito populares, o comprimento de 6,40 metros, este barco representa bem a filosofia dos Cap Camarat, barcos marinheiros e seguros para navegar no mar. O tipo de casco com um V profundo e a proa alta e com um perfil deflector muito acentuado dá muita confiança nas jornadas de pes-


Nรกutica

Yamaha F175A montado no Finnmaster

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Náutica

Capelli Tempest 650 testou o Yamaha F175A

ca em dias com o mar mais agreste.

Este Cap Camarat 6.5 é um barco amplo e aberto

bem desenvolvido para a pesca lúdica e polivalente

Características Técnicas Cap Camarat 5.5 CC

Lomac 600 IN

Capelli Tempest 650

Capa Camarat 6.5 CC

Comprimento

5,48 m

5,95 m

6,50 m

6,40 m

Boca

2,36 m

2,47 m

2,67 m

2,48 m

Peso

780 Kg

550 Kg

750 Kg

1.036 Kg

Cap. combustível

100 L

Maxima potência

100/120 HP

150 HP

200 HP

200 HP

Categoria CE

C

C

B

C

Motor

Yamaha F115B

Yamaha F115B

Yamaha F175A

Yamaha F175A

170 L

Performances Cap Camarat 5.5 CC

Lomac 600 IN

Capelli Tempest 650

Cap Camarat 6.5 CC

Tempo de planar

1,84 seg.

1,84 seg.

1,37 seg.

1,96 seg.

Aceleração 5000 rpm

22,6 nós 5,28 seg.

17,8 nós 5,18 seg.

34 nós 7,47 seg.

31,4 nós 7,84 seg.

Velocidade máxima

35 nós 6.200 rpm

35,7 nós 6000 rpm

41,8 nós 5800 rpm

40,8 nós 5800 rpm

Velocidade cruzeiro

22 nós 4000 rpm

20 nós às 4000 rpm

26 nós 4000 rpm

26 nós 4000 rpm

Mínimo a planar

11 nós 3000 rpm

10,5 nós 2.800 rpm

11 nós 2500 rpm

11 nós 2900 rpm

12 nós

13,5 nós

15 nós

3000 rpm 3500 rpm

16,2 nós

17 nós

21 nós

22,5 nós

4000 rpm

22,4 nós

19,7 nós

25,9 nós

26,4 nós

4500 rpm

24 nós

24 nós

30,2 nós

30.5 nós

5000 rpm

27,3 nós

29 nós

34,4 nós

35,4 nós

5500 rpm

32 nós

32 nós

38,8 nós

38,3 nós

6000 rpm

33,8 nós

35,7 nós

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para os desportos aquáticos. É um barco excelente para navegar com segurança no mar e passear com a família. O Cap Camarat 6.5 satisfaz bem os pescadores lúdicos, com espaço para se movimentarem e pescarem atrás ou à frente. Ao gosto dos pescadores há compartimentos para guardar tudo. Espaço para um açafate com o peixe, porão para os equipamentos e palamenta, e ainda uma pequena cabina na consola de condução com amplo espaço para arrumações. No arranque, 1,96 segundos para planar, mostra que o tipo de casco se agarra mais à água do que um semirrígido. A aceleração às 5000 rpm com 31,4 nós em 7,84 segundos, já é quase a mesma que o Tempest 650. A velocidade máxima de 40,8 nós às 5800 rpm e a velocidade de cruzeiro com 26 nós às 4000 rpm, mostram performances também identicas ao Tempest 650.


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Náutica

Teste Quicksilver Captur 675 pilothouse com Mercury F150 XL EFI

Texto e Fotografia Antero dos Santos

Cada Vez Mais Pescador

A Quicksilver tem estado a desenvolver uma linha Captur Pilothouse, criando em embarcações cabinadas características cada vez mais interessantes para os praticantes da pesca lúdica e desportiva. Foi o que verificámos no teste que efectuámos em Maio passado no Tejo ao Quicksilver 675 Pilothouse, equipado com o Mercury F150 XL EFI.

A

To u r o n Portugal, importador da marca de embarcações Quick38

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silver para Portugal, promoveu o teste na Marina Parque das Nações com o apoio do seu concessionário Courela Yachts.

Actualmente a gama Captur Pilothouse da Quicksilver é composta por quatro modelos, o 555, 605, 675 e 755, to-

dos com um design com o estilo de um pesqueiro profissional. Como esta gama tem um excepcional número de acessó-


Náutica

Devido ao tipo de casco, a curvar adorna apenas ligeimente

thouse pode estar mais dirigido aos pescadores para as suas jornadas de pesca, para os passeios com a família e para passar fins-de-semana

ou férias náuticas, com o maior conforto e a preços muito motivadores. Captur 675 Pilothouse

Quicksilver Captur 675 Pilothouse

rios standard e opcional, os clientes têm á sua disposição várias versões e packs que cobrem por completo os seus desejos e têm uma economia em custos de 10% a 15% se forem encomendadas separadamente. Assim, qualquer Pilo-

Devido ao tipo de casco, a curvar adorna apenas ligeimente 2014 Julho 331

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Náutica

Motor Mercury F150 XL EFI

E

ste motor de 150 HP destaca-se por ser extremamente compacto e de baixo peso, para a cilindrada que tem, com 3,0 litros e uma configuração de motor de quatro cilindros em linha, com oito válvulas (SOHC) e o peso de 211 Kg. Trata-se do motor de 150 HP mais leve do mercado, com 12 kg a menos do que o famoso 150 HP Optimax de Injecção Directa. Com menos partes internas do que muitos outros motores concorrentes, o Mercury 150 EFI é uma prova de que a tecnologia pode ser usada para proporcionar um melhor desempenho e durabilidade, reduzindo o tamanho e peso e servir perfeitamente para qualquer tipo de embarcações. Os níveis de eficiência de combustível são elevados neste motor de 150 HP, graças ao sistema de injecção electrónica de combustível EFI, que garante igualmente altas performances. Com um desenho melhorado e perfil hidrodinâmico, a caixa de velocidades agora aplicada neste motor está blindada e tem maior espessura, para tornar-se mais eficiente, garantir maior durabilidade e também para acomodar um conjunto de engrenagens maiores e servir para os motores de 300 HP Agora um novo ângulo de instalação do motor, reduz significativamente a vibração transmitida para o painel de popa, especialmente em pontos transitórios de uma marcha lenta acelerada até ao ponto em que o barco está prestes a deslizar. No F150 foi feita a incorporação de aço inox de alta qualidade, extremamente resistente à corrosão. Este motor foi desenvolvido para permitir uma instalação mais fácil. Tem cabos padrão mecânicos, cabo duplo ou de apoio à direcção hidráulica, direcção hidráulica opcional e capacidade para trabalhar em padrão analógico ou com o SmartCraft directamente. O motor tem um sistema de exaustão especial, desenvolvido para aumentar as suas capacidades na tecnologia de redução de som, com um filtro acústico para atenuar o ruído de escape de alta frequência da marcha lenta. Para lavar com água doce o motor, basta remover a tampa e ligar uma mangueira de jardim. É tudo muito simples. No que respeita à garantia, o Mercury 150 HP EFI, tem uma garantia ao longo de cinco anos.

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2014 Julho 331

em aposta de pescador O estilo de traineira da cabina de pilotagem, com o pára-brisas vertical, confere logo a característica deste barco. Com 6,55 metros de comprimento, é preciso aproveitar bem todos os espaços. A cabina é larga tem dois bancos individuais, para o piloto e o co-piloto e um banco

duplo atrás. À frente fica uma cama de casal. Na cabina encontra-se um lavatório, frigorífico e pode ter um wc marítimo. O posto de comando a estibordo tem uma visibilidade espantosa tanto para a frente como para os lados. A circulação do ar é boa pois para além das janelas laterais, o tecto

Espaço livre à proa para facilitar as manobras de fundear


Náutica

Na ponte do posto de comando pode-se montar a electrónica necessária

O Captur 675 Pilothouse tinha montado o motor Mercury F150 XL EFI

dispõe de uma escotilha de correr. O poço pode ser uma zona de convívio, com um banco estofado à popa e com uma mesa triangular para piqueniques, ou o espaço todo desimpedido para os pescadores. Para estes existe

um viveiro para isco vivo à popa e ainda um porâo de cada lado no piso para guardar o peixe que pode levar uma bomba para circulação de água. Na borda existem quatro porta-canas. À volta do poço existem por dentro apoios almofadados

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Náutica

O Captur 675 Pilothouse tem o estilo de um barco pesqueiro

para os pescadores encostarem as pernas. O espaço à frente da cabina também pode servir para um pescador. Na proa fica um apoio para o ferro e junto encontra-se um molinete que pode ser eléctrico e o porão para a corrente e o cabo de fundear. Na popa existe uma

Porão no piso para a palamenta 42

2014 Julho 331

plataforma de banhos de cada lado. No teste, para além de pescador, o Quicksilver Captur 675 Pilothouse mostrou características marinheiras

Porão para guardar o peixe pode ter bomba de água


Náutica

O poço é convertível em barco para passeios ou para os pescadores

Quando testámos o Captur 675 Pilothouse a água no Tejo estava um pouco agitada, bom para avaliarmos o comportamento do casco naquelas condições. O casco tem um V evolutivo e é semi-planante à popa. Isto permite arrancar rápido, pois o barco

descola bem da água. E foi o que aconteceu, em apenas 2,31 segundos já planávamos. O barco teve o mesmo comportamento rápido no ensaio de aceleração até às 5.000 rpm, pois atingiu os 25 nós em 9,87 segundos. Com a velocidade mí-

Lavatório e frigorífico a bombordo na cabina

O casco do Captur 675 Pilothouse é bastante marinheiro 2014 Julho 331

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Náutica

O poço desimpedido para a pesca

nima de 12 nós a planar o casco comprovou o tipo de casco que tem. Quando acelerámos ao máximo, graças ao potente Mercury F150, atingimos 32 nós às 5.600 rpm, uma performance excelente para um barco destas características e que pesa 1.585 Kg. A velocidade de cruzeiro que fizemos, a navegar no Tejo, nesse dia um pouco mexido, foram 22 nós às 4.000 rpm. O piloto tem uma boa posição de condução e fácil acesso aos comandos e à ponte, onde há espaço adequado para montar a electrónica com GPS e sonda e tem boa

visibilidade dos istrumentos smartcraft com informação do motor. Graças ao perfil deflector do casco à proa e do V evolutivo, o Captur 675 Pilothouse teve um bom desempenho, a cortar a água com conforto e curvar seguro, adornando ligeiramente nas curvas mais apertadas. Devido às características do casco atrás, o barco navega direito e quando está parado não sofre com os balanços laterais, permitindo aos pescadores evoluirem junto à borda com segurança. A proa ao cortar a água, afastou-a sempre bastante para fora, por isso

Viveiro para isco vivo

não molhou o convés nem o pára-brisas. No final tudo estava seco Em conclusão, salientamos que o Captur 675 Pilothouse é uma embarcação que está bem vocacionada para os nossos estuários e litoral, pois a cabina é um abrigo excelente para os dias de nor-

tada e com chuva e segura a navegar na velocidade que o mar mandar. Os pescadores lúdicos e desportivos encontram neste barco, muitos acessórios que são indispensáveis para a sua actividade. O preço do pack é um forte aliciante.

Características Técnicas Comprimento

6,55 m

Boca

2,54 m

Peso

1.585 Kg

Depósito combustível

200 L

Lotação

7

Máxima potência

200 HP

Categoria CE

C

Motor

Mercury F150 XL EFI

Preço barco/motor

30.890 e + IVA

Performances

Escotilha no tecto da cabina 44

2014 Julho 331

Tempo para planar

2,31 seg.

Aceleração até às 5.000 rpm

25 nós em 9,87 seg.

Velocidade máxima

32 nós às 5.600 rpm

Velocidade cruzeiro

22 nós às 4.000 rpm

Velocidade mínima

12 nós 3.000 rpm

3.500 rpm

17 nós

4.000 rpm

22 nós

4.500 rpm

26 nós

Importador e Concessionário Touron Portugal – Telf.: 21 460 76 90 geral@touronsa.pt www.touron-nautica.com/pt Courela Yachts – Passeio Neptuno 3.04.01 J loja 24 - Marina Parque das Nações Tel. 211 991 793 info@wwm.pt www.wwm.pt


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Notícias do Mar

Conhecer e Viajar pelo Tejo

Entrevista Carlos Salgado

A Lezíria Vista da Outra Margem O convidado deste mês é o meu conterrâneo e amigo António Nunes Diogo, médico cardiologista que se tem distinguido na área da sua especialidade, grande aficionado e neto do saudoso ganadeiro Manuel César Rodrigues, que correspondeu ao meu convite com o seguinte artigo:

Dr. António Nunes Diogo

S

ó as cores mudam, a lezíria mantém-se inalterada. Uns meses verde, outros dourada e, no Inverno, o castanho toma conta de vastas parcelas. Garças, tarambolas, patos e flamingos cruzam os seus ares de acordo com as estações do ano. Os patos e agora as cegonhas são inquilinos permanentes, já as lebres outrora numerosas vão-se tornando cada vez mais raras. As figuras totémicas da lezíria do Tejo são, evidentemente, o homem, o touro e o cavalo. Mais do que totémicas são a identidade, o ADN das terras aluviais da maior bacia hidrográfica de Portugal. O convívio destes três elemen46

2014 Julho 331

tos entre si e com a terra, ao longo dos séculos, criou uma cultura própria completamente distinta da das zonas con-

finantes, o que torna esta região tão diferente em termos de usos, costumes e valores, única em Portugal. Nesta tríade, o touro é o elemento não domesticado e incivilizado que fornece a maioria da carga mítica sobre a qual a cultura da lezíria do Tejo se criou, cultura em que a bravura deste animal é o elemento central, a sua imprevisibilidade e o risco que comporta o seu convívio ou mesmo a sua proximidade, mantém em largas zonas da península ibérica e no Sul de Portugal em particular, o elemento selvagem que desapareceu em quase toda a Europa. Causa muito desgosto a um ribatejano aficionado a campanha em curso contra a tauromaquia e os restantes jogos com o touro, que pode levar, se tiver sucesso, à desaparição desta linha genética do gado bovino, a única que mantém as características primevas de rusticidade e bravura e que determinaram a sua utilização não exclusiva para produção de carne. Muitas destas campanhas têm como base o completo

desconhecimento da natureza e dos seus ciclos, a tentativa de ocultação do sofrimento e da morte que são inerentes à vida. A lide, com morte ou sem morte do touro, é para eles um espectáculo impróprio para gente civilizada enquanto que a criação industrial de bovinos que são sacrificados quando atingem o peso ideal, é aceitável porque não é testemunhado. Desde que não se veja está tudo bem. Que lhes importa que o touro de lide viva quatro anos em liberdade, não castrados e que os animais para abate vivam confinados em cubículos onde não se podem mexer e onde a única coisa que podem fazer é comer durante 2 anos para se transformarem em carne de abate. Não sou defensor das tradições só porque são tradições. Há tradições que hoje são indefensáveis e contra elas também ergo a minha voz. A tauromaquia é pelo contrário, uma tradição que defenderei até que “a voz me doa” como se diz num belíssimo fado. Por muito que custe aos seus detractores a tauromaquia é uma arte. Uma arte

Trabalho de campo, manada a passar uma vala de água


Notícias do Mar

Toiro Adulto

Garraios-Novilhos

muito especial, onde o perigo e a morte estão sempre presentes, onde o homem inteligente burla a ferocidade do touro, a sua bravura, a sua acometida. Tal como nas artes marciais o toureiro usa a força brutal do touro em seu benefício, estabelecendo com ele um binómio móvel e fluido, em que os movimentos se foram refinando ao longo dos séculos, atingindo uma coreo-

grafia quase balética na tauromaquia actual. Querem acabar com aqueles momentos em que o “tempo pára” como escrevia Federico Garcia Lorca. Verónicas de Rafael de Paula ou Morante de la Puebla, enrolando o touro na cintura, chicuelinas de Pepe Luis ou Paco Camino, gaoneras de José Tomas são composições artísticas vivas em que o binónio tou-

Manuel César Rodrigues (ao centro) dá a volta à arena pela nobreza do seu curro

ro-toureiro forma esculturas efémeras mas que perduram para sempre na memória dos aficionados. Os cites de poder a poder de Mestre João Núncio, as reuniões ao estribo de Mestre Simão da Veiga, os quarteios de Pablo Hermoso ou Diego Ventura são momentos que só são disfrutáveis por quem os testemunhou. A tauromaquia tem-se vindo a adaptar à vida e tem-se transformado ao longo dos séculos. De espectáculo onde o objectivo único era a morte ritual do touro, passou a um outro em que a morte do touro é apenas o corolário final da lide. O importante é a lide e dentro dela realçam-se os aspectos artísticos, o deleite estético, o respeito pelo touro que fornece ao espectáculo o risco permanente. Na nossa lezíria ribatejana mantêm-se vivos, quer na cultura quer mesmo na linguagem

do dia-a-dia, termos que vêm da tauromaquia o que atesta a importância desta arte/tradição na vida das pessoas. Quem nunca ouviu “não carregues a sorte”, “em piores praças toureei”, “mais cornadas dá a fome”, “pegar o touro pelos cornos”, “emendar a mão” ou “sair pela porta grande”? Não pretendo que todos os portugueses se tornem aficionados mas acho que posso exigir a todos os portugueses que permitam que os que o são, continuem a sê-lo. Como democrata tenho o dever de lutar pela liberdade de todos, tanto a dos que são contra a tauromaquia como a dos outros, que como eu, são aficionados. A liberdade é feita da diversidade. A um regime em que o que não é obrigatório é proibido, chama-se ditadura e se não a aceitei antes, não a vou aceitar agora.

O ganadeiro examinado as sua éguas 2014 Julho 331

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Notícias do Mar

Conhecer e Viajar pelo Tejo

Crónica: Carlos Salgado

O Tejo na Vida do Toiro Não são para mim claras as diferenças que existem entre os ancestrais pré-históricos do toiro: o Auroque, o Uro, o Bos primigenius ou o Bos taurus primigenius. Provavelmente trata-se da mesma espécie de bovino que terá aparecido na Terra na mesma altura mas em sítios diferentes.

O Uro de Albarracín

S

obre o Auroque dizse que era um bovino selvagem, agigantado, que media dois metros de altura, pesava uma tonelada e tinha uns chifres de 1,40m de comprimento. Seja como for, a história da Antiguidade conta-nos que o boi selvagem foi idolatrado por várias civilizações chegando a ter o estatuto de um deus da mitologia. // Por outro lado, várias são as origens a que os arqueólogos atribuem o aparecimento daqueles bovinos gigantes, mas o que me interessa, que sou do Tejo, é poder afirmar que a figura de um animal daqueles, gravada por um ou mais artistas rupestres ( fig.1), foi encontrada numa gruta situada na Serra de Albarracín ( Teruel ) em Espanha, precisamente na mesma serra onde se encontra a nascente do nosso rio Tejo. Foram também encontrados naquelas proximidades alguns restos fósseis correspondentes à parte do crânio e a uma cornadura de um, dito, Uro, que pode ter sido o ante48

2014 Julho 331

passado do toiro bravo da Ibéria. // Sabe-se que muito posteriormente essas feras ibéricas eram caçadas na bacia do Tejo e capturadas pelos legionários romanos para serem levadas para o circo de Roma para prazer dos Césares, mas essa caça era feita com todas as cautelas com que era caçado o leão no deserto. // Acontece porém que o homem, ao longo dos séculos, arranjou processos para ir domesticando a fera e ir conseguindo amansá-la através de cruzamentos ou outras técnicas, para poder servir-se dela para o trabalho, leite e carne. Contudo, houve quem tivesse tido o cuidado de ir mantendo a ferocidade da raça para criar o toiro de lide. Na Idade Média era frequente os cavaleiros rojonearem toiros com lanças nos terreiros dos castelos, quer os cristãos quer os árabes do “al-Andalus”, o nome que deram à península Ibérica os conquistadores islâmicos quando a ocuparam. Em vários reinados de Portugal as toiradas eram incenti-


Notícias do Mar

vadas e participadas por alguns reis os fidalgos da sua corte, que para além de serem aficionados também toureavam. Quando séculos mais tarde passaram a realizar-se em Alhandra as toiradas reais, que herdou de Salvaterra, a rainha D. Maria II que era uma grande aficionada dos toiros, vinha de Lisboa pelo Tejo num bergantim e desembarcava no cais da vila para assistir às toiradas, e ficava hospedada no palácio do Duque da Terceira no Sobralinho. Essas toiradas e festejos deram brado, ao ponto de Almeida Garrett ao subir o Tejo, nas suas Viagens na minha terra, quando ia a passar por ali chamou-lhe “Alhandra a Toireira”. Das éguas do Ribatejo dizia-se que o vento as fecundava. Podemos, por nossa vez Imaginar que os touros nascem do ventre da terra. Os homens montam os cavalos, levam os bois ao pasto e inventam estas coisas José Saramago (in Viagem a Portugal) Quem, como nós, conhece a mística da Lezíria do Tejo, entende esta forma metafórica de se expressar do nosso Nobel, nascido no coração do Ribatejo, na Azinhaga. A partir daqui entro na essência do tema que me levou a escrever esta crónica que intitulei: O Tejo na vida do Toiro. A criação do toiro de lide é feita por um processo metódico e rigoroso que passa por várias etapas. Após nascer e passado o período de amamentação seguese a “desmama” que consiste em arrancar os filhos às mães, o que não é tarefa fácil porque a vaca que é bastante ciosa, quando se sente sem o filho entra num estado de grande inquietação tornando-se perigosa. Mas com o tempo ela acaba por esquecer-se. O novilho fica no campo até à fase seguinte que é a “ferra”. Trata-se de um acontecimento bastante festivo para o qual o ganadeiro convida amigos e mui-

O Toiro foi adorado como um deus mitológico por várias civilizações da Antiguidade tos aficionados e amadores, e aparecem também alguns curiosos que se prestam a levar pancada dos novilhos bravos, e quando mete uns copos de vinho a valentia vai ao rubro e surgem as grandes tareias, mas o novilho acaba por ser agarrado e derribado, ficando à mercê do ferro em brasa com a marca da ganadaria e um número. O novilho depois é retirado e segue-se o seguinte. Fica no campo a aguardar que chegue a altura da “tenta”, que é um processo igualmente rigoroso que se destina a avaliar a bravura das fêmeas. Trata-se de um episódio idêntico ao da “ferra”, mas mais sério, e neste caso a assistência é seleccionada e processa-se da seguinte forma: Num terreiro vedado há um picador montado a cavalo que empunhando uma vara com um ferro na ponta, cita a novilha que arranca para o cavalo sendo picada no cachaço com a choupa. Se suporta a dor e arremete novamente, mais de uma vez, isso

Estrada de toiros conduzida pelos campinos

demonstra a sua bravura e passa a ser considerada apta para ser futura mãe para a reprodução e aguarda no campo em manada, separada dos novilhos, até atingir a idade de ir ao semental para ser fecundada. Mas se foge ao castigo é-lhe passado o atestado de mansidão. Mas a “tenta” do novilho é feita em campo aberto porque se fosse feita em terreiro vedado como acontece às novilhas, adquiria vícios ou manhas prejudiciais à sua bravura futura. Neste caso o novilho é apartado da manada à vara por dois cavaleiros munidos

de um pampilho que o perseguem até conseguirem derribá-lo. No caso dele se levantar e arrancar para o cavalo é recebido pela vara e a sua bravura é avaliada pelo número de investidas que fizer. A partir daí o novilho cresce e faz-se toiro vivendo no campo em liberdade, recebendo um tratamento cuidado. Na estação das chuvas e das cheias no campo é feita a deslocação das manadas para a charneca. Assim vive o toiro até à idade em que é considerado pronto para fazer parte de um curro para ser lidado numa praça de toiros.

Lidar os toiros nos Terreiros dos Castelos 2014 Julho 331

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Notícias do Mar

Texto Carlos A. Cupeto Fotografia José L. Dinis

Tejo a Pé

Pés na Água Finalmente, ao fim de alguns anos e cerca de 50 caminhadas, o Tejo a Pé pôs os pés na água, no Tejo.

O Tejo a pé de canoa no Tejo

O

programa prometia e cumpriu. Com a competência da Ponto Aventura, excelente empresa de Constância, o dia teve de tudo um pouco: caminhada, suave e bonita, com cerca de 7 quilómetros sempre nas margens do Tejo, a fazer jus à motivação

A pé, desta vez ao lado do Tejo 50

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do grupo, Tejo vivo e vivido; depois, umas pagaiadas em canoa dupla de Almourol à Barquinha; um excelente repasto à beira Tejo com fataça frita, bom vinho e uma invejável tábua de queijos, com o simpático João a comandar as operações na cozinha, e já encantado com o seu aniversário, a 8 de

Almourol a marcar a paisagem


Notícias do Mar

julho, um mês depois; uns pés de dança e esplanada para outros, quase em jeito de sesta e, novamente, Constância com o mercado Quinhentista e as Pomonas Camonianas. Um dia cheio e em cheio! O tempo ajudou, sem muito calor. O grupo guiado pelo Tiago, engenheiro do ambiente, aprendeu que se fartou sobre curiosidades das plantas e ervas que fomos encontrando. Um mundo de saberes antigos que despertou o interesse de muitos dos presentes. Andando e conversando, Almourol chegou depressa. Aí estavam as canoas e o outro João que nos apresentou em terra a técnica básica. Era tanto o movimento de chegadas de partidas de grupos que se tornou evidente o que é um rio vivido e rico para todos. Quando nos dizem que estarão no Tejo cerca de 300 canoas compreende-se a dimensão da coisa. Tudo carece de regulação inteligente, antes que algo possa acontecer, designadamente conflito com outras utilizações. No país do “faz de conta” vamos esperar que a notícia da desgraça aconteça para depois agir, tarde, a más horas e, muito provavelmente, mal. Na água limpa e fresca do

Como sempre o tempo necessário para aprender muitas coisas

Tejo, mesmo para os estreantes, a remada foi fácil até à Barquinha. Os batismos foram agradáveis, quem sabe, a pedir novas aventuras, talvez no Zêzere ali mesmo ao lado. Mudadas as roupas, foi o tempo do copo na mão com vinho branco fresco e o resto que já se escreveu. O tempo de convívio foi, como sempre, agradável. Desta vez, a fechar a época, o programa foi mais completo, em Constância vi-

Natureza viva e vivida como o país precisa

mos o que é uma verdadeira festa popular bottom up. A vila estava cheia de gente a mostrar que o país real vai

muito para além do Tejo no Terreiro do Paço. Boas férias vivas e vividas com os rios por perto!

Pomonas Camonianas, algum do passado de Constância que lhe garante o futuro 2014 Julho 331

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Pesca Desportiva

Pesca Embarcada

Corvinas

Texto e Fotografia: Redacção / Mundo da Pesca

A Moda dos Peixes XXL!

É mais do que natural aquilo que se está a assistir na zona de Lisboa. Toda a gente apanha corvinas grandes e ninguém pode ficar indiferente a isso. Os recordes de cada um podem ser batidos a qualquer momento e esse é o sonho do pescador, pesque ele de terra ou a partir de embarcação. E foi com um homem habituado a navegar ao nível da água que fomos numa investida às corvinas. Rui Carvalho levantou um pouco do véu desta pesca e desta vez não foi de kayak.

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corvina é sem dúvida o peixe da moda. O corrupio de pescado52

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res para o Tejo é grande e o objetivo é só um: apanhar um peixe gigante que mal caiba na bagageira do carro.

As lojas não dão mãos a medir aos pedidos de material outrora mais difíceis de vender, como multifilamento grosso,

vinis enormes e nylons para cima de 0,45mm e que podem chegar ao 0,70mm! A razão é simples: as enormes corvi-


Pesca Desportiva

Um dia em busca das grandes corvinas do Tejo sem o Kayak

A corvina é sem dúvida o peixe da moda

nas do Tejo. Os locais são muitos e nomes como Barreiro, Expo, Montijo, Poço do Bispo, Fisip, Belém

e outros que tal, estão bem presentes nas histórias contadas em lojas de pesca e outros pontos de encontro dos 2014 Julho 331

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Pesca Desportiva

Corrupio de pescadores para o Tejo com o objetivo apanhar uma grande corvina

As “Armas” da Moda

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ois são mesmo os vinis que têm brilhado na captura destes colossos. Alguns passam mesmo os 25 centímetros e o objectivo é apanhar aquelas “trintonas” ou “quarentonas” que abundam nas águas do Tejo, algumas até bem maiores. Artilhados das mais diferentes formas, com fateixas, anzóis articulados ou um misto de ambos os sistemas, estas são as armas de eleição dos corvineiros, sobretudo em tons laranjas, rosas e amarelos.

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“corvineiros”.

que vai até aos 7/8kg. Foi na companhia de Paulo Assis e do seu “Baruk” que fomos fazer uma tarde de pesca naquele spot quente; uma tarde não será tão correto, mas sim a última metade da enchente. O detalhe é que Rui Carvalho se sentia “despido” sem o seu kayak. E assim foi, lá saímos da Marina da Expo para mais um dia em busca das grandes corvinas do Tejo.

Mais uma corrida... Fizemos o convite a Rui Carvalho e quisemos acompanhá-lo onde a acção se passa nos dias que correm. A sua resposta foi de imediato a Expo. Não só a concentração de peixe é muito grande como o tamanho absurdo. “É raro sair peixe pequeno nesse local; quando entram é só burras e aí começa o dança-dança!”. O detalhe é que quando se refere a Horas quentes um peixe pequeno, se A pesca das corvinas refere a um exemplar na maior parte dos pes-


Pesca Desportiva

queiros do Tejo – e porque não dizer de todos os rios – é de o peixe pegar melhor à paragem da maré. Rui Carvalho é da mesma opinião e diz que no local em causa essa é a melhor hora, sobretudo quando coincide com o final da tarde. “As melhores horas são a última da enchente e a primeira da vazante, e é nessas alturas que a maior parte do peixe se ferra. Não quer dizer que não se possa ferrar um peixe noutra altura mas esta é a hora mágica”, referiu. Essa fase coincide com o morrer das marés, isto é, quando vão de fases

Deve-se lançar para onde está a ir a corrente

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Pesca Desportiva

de marés grandes para marés mortas, de quarto. Até nisso o pescador beneficia pois as marés correm um pouco menos, facilitando a pesca, sobretudo a pesca com os vinis. Uma pesca “diferente” Esta é mesmo uma espécie de ritmos, com dia e horas marcadas. O percurso das corvinas é muito parecido e com o aproximar da preia-mar encosta mais a terra e ao fundão situado junto à zona envolvente à Expo. É nessa altura que barcos e sobretudo os kayaks procuram na sonda as “paredes” de corvinas. Sim, paredes, pois um fundo de 12 metros rapidamente se “transforma” em 8 ou 9, tal é a dimensão do cardume e dos peixes que dele fazem parte. “É isso que todos perseguimos aqui e mal um dá com o cardume avisa toda a gente…ficamos encostados uns aos outros; depois é pescar em cima do cardume e rezar para ferrar um peixe e para este não se desferrar ou partir. A emoção é muita e nessa hora o coração bate a mil! É uma loucura!”.

Este rio Tejo tem ainda muito para dar à pesca desportiva 56

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Os ataques... Há muita discussão acerca dos ataques das corvinas e da forma de animar os vinis. Uns animam muito rente ao fundo e outros arriscam a


Pesca Desportiva

Foi capturada uma “rabeta” modesta com 16kg

levantar muito a pesca. A verdade é que muitos dos ataques se dão quando o vinil vai na sua trajectória descendente, após uma animação. Também não é incomum pegarem mais altas o que até é compreensível: “com paredes destas, com mais de 3 metros de altura de peixe é normal que sejam os peixes mais de cima ou da ponta do cardume a pegarem…vêem uma coisa a sair da bola de peixe e não hesitam, esta é uma teoria que tenho e que não deve falhar por muito”. Por isso, e pese o facto de a corrente pedir que se pesque com 80 a 100 gramas no peso de cabeçote, Rui apostou em apenas 50 gramas para tentar tirar partido disso. “O problema vai ser a vazar, situação em que corre mais e vou ter de pescar mais pesado, de enchente controlase melhor”, disse Rui, reforçando que o peixe faz o percurso inverso, rumando para os lados da Ponte 25 de Abril. “Depois da viragem é altura de procurar novamente o cardume; en2014 Julho 331

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Pesca Desportiva

quanto estivermos em cima delas pode fazerse um peixe”. Uma coisa é certa: não vale a pena vir para aqui com multifilamentos fininhos e 0,35mm no “leader”, sobretudo se for cardíaco pois o mais certo é passar um mau bocado. São peixes que rebocam um kayak a alguns nós de velocidade e que vendem cara as escamas! Prova superada! Dentro de água estavam seguramente mais de 20 kayaks, 10 semirrígidos e 3 ou 4 barcos. Não esquecer que se tratava de um dia de semana, mas a loucura é muita. E não é para menos! Até se chegar à hora nada se passou, as sondas não acusavam nada, apenas algumas tainhas ou, provavelmente, alguns

robalotes levantados do fundo. Mas os sinais de impaciência não se fizeram sentir, toda a gente sabe “o que é que a casa gasta” e só à hora marcada se começou a olhar para o televisor (leia-se “sondas”). Aí é um corrupio, até ver quem dá o cardume. Interessante é que até lá, ninguém ferrou um peixe. Depois dos primeiros “corvineiros” darem com elas foi a alucinação completa! Olhos nas sondas e nas embarcações envolventes, tentando perceber-se para onde estava o peixe a dirigir-se, canas na mão para largar de imediato os vinis por cima do cardume, enfim… A verdade é que só aí se ferraram peixes e Rui foi o segundo a ter uma “agrafada” ao seu vinil, uma “rabeta” modesta com 16kg! Peixe a seco

e vai de tirar fotos! A maré virou e apenas dois peixes, de tamanhos idênticos, tinham sido capturados. “Agora é tentar ver para onde vai o cardume, se dermos com ele pode ser que ainda se consiga ferrar mais peixe. Só para se ter uma ideia há dias e dias aqui: por vezes ferra-se este lote e noutros dias é tudo para cima de 20 e tal quilos! A diferença é que nessas ocasiões é quase toda a gente a apanhar peixe, seja de terra ou de barco!”. Maré para baixo A maré já ia para baixo e já passavam uns bons 40 minutos desde o peixe do Rui. Seguíamos para jusante, ao sabor da corrente, em direcção a Santa Apolónia quando na sonda começou

A emoção é muita e nessa hora o coração bate a mil! 58

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a aparecer “a parede”. Rui referiu que era uma zona e fase da maré “proibida” quando pesca de kayak pois para se voltar para a pequena praia onde entram era um ver se te havias, para não dizer impossível. “Quando aproveitamos a maré já não dá para voltar para cima porque a vazar a força da água é maior. Se ferrarmos um peixe, para além do tempo que vamos perder a combate-lo temos


Pesca Desportiva

Dentro de água estavam mais de 20 kayaks, 10 semirrígidos e 3 ou 4 barcos

ainda de dar à pagaia para voltar a terra. Com esta corrente é uma dor de cabeça…”. Felizmente estávamos no “Baruk” de Paulo Assis que tinha a sua sonda a “cantar” a bom cantar perante o cardume que tínhamos debaixo de nós. A poucos metros dois semirrígidos que se tinham apercebido do mesmo e, os dados estavam lançados. A sorte não nos sorriu e apenas se ferrou mais

ter o futuro da espécie. desportiva, sobretudo a Não esquecer que já feita a partir de embarestiveram desapareci- cação, há é que prodas deste rio há alguns curar e perder muito anos pela poluição, mas tempo, seja às corvinas agora a razão pode ser mas também aos robaUm pedaço outra! Este rio tem ainda los, outro predador esda loucura... A zona da Expo é ape- muito para dar à pesca pectacular. nas um pedaço da loucura. Como Rui bem referiu “Há algumas Expos ógico que quanto mais pesado se pescar mais na vertical neste rio, pena é que se pesca. No entanto, pode ser produtivo pescar mais leve muitas delas estejam o que obriga também a que se tenham outro tipo de cuidados. minadas de redes. Os Um desses cuidados é lançar para onde a corrente se dirige, por vezes num lançamento que pode passar os 20 metros, depenlances com toneladas dendo do peso do cabeçote, tanto mais longe quanto mais leve de corvinas são muitos for o cabeçote. e isso pode compromeuma corvina do mesmo lote, mostrando que a explicação de Rui estava correta.

Acompanhar a Corrente L

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Náutica

Notícias Touron

Mercury Marine Apresenta Nova Gama de Motores Fora de Borda a 4 Tempos 80-100-115 EFI A Brunswick Marine orgulha-se de apresentar os novos motores fora de borda 80, 100 e 115 CV EFI a 4 Tempos caracterizados pelas últimas inovações tecnológicas: combinação de potência e força com inigualável poupança de combustível, total fiabilidade e um funcionamento suave e silencioso, tudo isto num tamanho compacto e leve. Command Thrust Para todo o trabalho. Disponibiliza uma melhoria do rendimento geral, facilidade de operação da embarcação e maior potência, um força de impulso adicional que permite planar mais rapidamente e/ou uma melhor estabilidade em águas tempestuosas. A nova transmissão Mercury Command Trust confere controlo e potência inigualáveis, tanto em embarcações pesadas, como em barcos com maior casco. Os modelos Command Trusrt utilizam o mesmo cárter da transmissão dos Mercury 150 EFI a 4 Tempos, mas com uma relação de caixa 2.38:1 completamente nova. É a transmissão mais potente no sector de motores fora de borda, no seu segmento de potências. As embarcações pesadas ou com grande casco podem beneficiar de grandes vantagens com esta transmissão, levantam o casco mais rapidamente para fora da linha de água, têm mais potência e mais aceleração e conseguem planar a RPM mais

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pesar de serem os motores mais leves de mais baixo perfil, no seu segmento de potências, estes novos fora de borda caracterizam-se por um bloco de 2,2 litros, quatro cilindros, oito válvulas e uma árvore de cames que proporcionam mais potência e mais binário que os seus concorrentes. Os resultados são excepcional rendimento, fiabilidade, operação e eficiência de consumo. Os novos Mercury a 4 Tempos foram desenvolvidos segundo a mesma arquitectura dos unanimemente reconhecidos e populares Mercury F150 EFI a 4 Tempos, assegurando arranque a frio, estabilidade de funcionamento e elevada durabilidade, qualquer que sejam as condições de navegação. A sua transmissão de série, de design hidrodinâmico e totalmente inovadora a nível mundial, com uma relação de caixa de 2.07:1, melhora a eficiência, reduz o consumo e aumenta as RPM. 60

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Náutica

baixas. Para o Mercury 115 CV está disponível o modelo Command Trust com contra-rotação para melhorar a manobrabilidade e a atracagem, para embarcações com instalações duplas. Com o Command Trust não só se disponibiliza uma transmissão mais potente e mais resistente, como se dispõe, também, duma ampla gama de hélices de grande diâmetro para motores V6, tais como as populares Mercury Enertia. A melhor experiência de navegação Esta nova gama de motores foi desenvolvida e fabricada para uam navegação ao mais suave e

silenciosa possível. A sua carcaça superior insonorizada e o seu escape silencioso atenuam as altas frequências de som das emissões de escape. Além do mais, ao se ter instalado o corpo de aceleração na parte superior diminui o ruído da admissão, ao mesmo tempo que a posição dos suportes do motor reduzem enormemente as vibrações. Até mesmo a bomba do trim foi desenhada para funcionar de forma notavelmente silenciosa. Até o novo sistema de mudanças reduz os impactos da mudança de marcha. Todas estas características contribuem para uma experiência de navegação mais suave, silenciosa e aprazível.

Anti-corrosão Estes novos fora de borda de 80, 100 e 115 CV EFI a 4 Tempos caracterizam-se por dispor da melhor protecção contra a corrosão da Mercury, que lidera a indústria com a sua liga XK360 com baixo teor em cobre, exclusiva da Mercury, a livre utilização de componentes de aço inoxidável e o processo de pintura MercFusion que foi criado especificamente para os ambientes marítimos mais severos. Além do mais, a Mercury oferece uma garantia de 3 anos, única no sector marítimo. Sem manutenção de válvulas Estes novos fora de borda são

também os de mais fácil e simples manutenção, sem necessidade de manutenção de válvulas, algo totalmente inovador no sector, com uma mudança limpa de filtro de óleo, mudança do filtro de combustível sem necessidade de ferramentas especiais, pontos de manutenção indicados com códigos de cores e um sistema de lavagem do motor com água doce com entrada na parte superior frontal. Os novos motores fora de borda Mercury de 80, 100 e 115 CV EFI a 4 Tempos estarão disponíveis na rede de concessionários Mercury a partir de Outubro próximo.

Mercury Marine Lançou Novo Motor Interior com Coluna Mercruiser 4.5 L V6 Potente, Posto à Prova e Concebido para a Navegação

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roduzido com características inovadoras e tecnologia de vanguarda, o novo motor interior, com coluna, Mercury MerCruiser 4.5L V-6 de 250 CV foi desenvolvido e é fabricado nas instalações centrais da Mercury Marine em Fond du Lac, Wisconsin (EUA). “É com imenso orgulho que apresentamos a próxima geração de tecnologia para motores interiores com coluna, este revolucionário motor” – afirmou John Pfeiffer, Presidente da Mercury Marine. “É uma grande máquina de potência que disponibiliza características, vantagens e tecnologia que permitem uma navegação com mais prazer e despreocupada. Este motor foi concebido, desde a primeira hora, para uso marítimo, oferecendo as melhores performances dos Mercury, bem como durabilidade, resistência e manutenção fácil e simples”. O MerCruiser 4.5L estabelece novos padrões em aceleração e rendimento geral, graças características inovadoras, tais como um colector de admissão de grande comprimento e uma grande cilindrada que proporcionam uma excelente relação peso/potência. Este V6, que pesa 59 Kg menos que o anterior 5.0L V8, oferece um rendimento similar. O 4.5L é o verdadeiro “número um na água”, oferecendo a máxima eficiência no consumo de combustível e um funcionamento excepcionalmente suave. O corpo de aceleração, de design inovador e instalado virado para a parte posterior, a placa de aceleração anti-ruído, a estrutura e apoios de dissipação de ruído, o leve volante do motor, o módulo de combustível e o cárter de óleo estrutural trabalham, todos eles, em conjunto para proporcionar um ralenti suave e de baixo nível de ruído e vibrações, o que incrementa significativamente o prazer de navegar. O novo MerCruiser 4.5L é uma plataforma repleta de tecnologia que constitui o primeiro standrive V6 do mundo compatível com o sistema de mudanças e aceleração digital SmartCraft (DTS), que oferece uma resposta imediata na aceleração e mudanças suaves ao longo de toda a

gama de RPM. Para os novos 4.5 LV6 com DTS existe a fantástica opção do sistema de pilotagem com Joystick, o último grito em manobrabilidade para operações de atracagem. Nestes novos motores é também oferecido o Controlo Regulável de Velocidade (ASC) que mantém automaticamente as RPM independentemente das mudanças de carga ou alterações de condições em curvas bruscas, reboque de ski/wakeboard ou baixa velocidade de planar. O resultado é uma melhoria na resposta da aceleração e uma sensação mais desportiva, sem necessidade de contínuos ajustes na aceleração. A Mercury Marine incorporou o último grito em sistemas de protecção anti-corrosão no novo MerCruiser 4.5L V-6, recorrendo a componentes de ferro fundido nas zonas onde o motor se encontra em contacto com água salgada e componentes de alumínio resistente à corrosão ou compósitos nos restantes. Dipõe, ainda, dum conjunto maior de sensores digitais que analógicos em todo o motor. Tal como os restantes motores MerCruiser, o novo 4.5 L vem com uma garantia de 3 anos para corrosão, maior que a garantia de 2 anos da Mercury. No projecto do MerCruiser 4.5L V6, os engenheiros da Mercury puseram especial atenção na simplificação da manutenção, eliminando a tradicional revisão das 20 horas. Este motor caracteriza-se por dispor dum centro de manutenção localizado na parte superior frontal, assegurando que os pontos de verificação, incluindo o a mudança do filtro de óleo, e o seu conteúdo, são de fácil identificação e acesso. Para além do mais, este motor não necessita de manutenção de válvulas. Possui, também, um sistema especial de drenagem que permite a sua utilização durante a transição de temporadas. Disponível para instalações simples ou duplas, e compatível com toda a gama de transmissões Alpha e Bravo, o novo MerCruiser 4.5L oferece a máxima flexibilidade para os fabricantes de embarcações e usuários, sendo um sistema de propulsão ideal para uma ampla gama de embarcações, desde as mais pequenas até às de tipo cruzeiro. O seu tamanho reduzido permite um melhor aproveitamento do espaço a bordo.

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Pesca Submarina

Notícias Angel Pilot

Jody Lot Vence de Novo e Torna-se Campeão Nacional de Pesca Submarina O Campeão Europeu e Mundial de Pesca submarina, Jody Lot, conseguiu juntar ao seu palmarés, o título de Campeão Nacional 2014, depois das jornadas 3 e 4 do Campeonato, que se realizaram no fim-de-semana 21/ 22 de junho na Povoa do Varzim.

J

ody chegou à Povoa do Varzim em vantagem, depois de uma prestação brilhante nas jornadas realizadas em Sagres, a primeira prova em que testou o seu novo Capelli Apnea 51. Na terceira jornada, que se realizou no sábado, Jody terminou a prova com um 6º lugar, mas no dia seguinte, não só recuperou o primeiro lugar, como também, pescou o maior exemplar da prova: um robalo com 6, 230 kg. Jody realizou as 4 jornadas com o seu novo Capelli Apnea 51 powered by Yamaha. O atleta Português, patrocinado pelo Grupo Angel Pilot, está realmente impressionado com as características e prestações desta embarcação e irá por à prova este novo modelo da marca Capelli, durante a sua participação no Campeonato do Mundo, no Peru, em Novembro. Sobre o Capelli Apnea 51 Capelli Apnea 51 é o novo semirrígido da Capelli, criado para os amantes da pesca submarina, por profissionais da modalidade e que já deu provas de que é um modelo perfeito para a sua prática em segurança. O modelo inclui

a pesca submarina, que mais nenhuma embarcação no mundo tem.

todas as caracteristícas de design e qualidade que a marca Italiana oferece

nas suas embarcações, e um conjunto de equipamentos específicos para

Dados Técnicos Comprimento: 5,05 m Boca: 2,33 m Lotação: 9 Potência máxima: 110 HP Peso a seco: 360 kg Flutuador: Neoprene Hypalon 1100 dtex Diâmetro flutuador: 0,53 mt Certificação: C

Jody Lot está muito satisfeito com as características e prestações do Capelli Apnea 51 2014 Julho 331

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Surf

Pro Junior Europeu- Espinho Surf Destination

Fotografia Masurel/ASPEurope.com

Vasco Ribeiro foi o vencedor

Vasco Ribeiro e Tessa Thyssen Vencem em Espinho Teresa Bonvalot Vice-Campeã da Prova Feminina

Vasco Ribeiro venceu o Espinho Surf Destination, a primeira etapa do circuito europeu Pro Junior, que terminou no passado dia 29 de Junho na Praia da Baía, em Espinho, com boas ondas de 0.5m.

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uma final muito disputada, Vasco abriu com a melhor onda do heat e, depois de algumas tentativas num mar lento, acabou por garantir uma segunda

onda suficientemente forte perto do final, vencendo uma prova onde foi claramente o surfista em maior destaque. “Missão cumprida! Estou muito feliz com esta vitória, que me co-

loca na frente do ranking europeu logo no início do circuito, o que é sempre bom. As condições estavam difíceis, com as melhores ondas a demorarem a entrar, por isso tentei logo assegurar uma boa nota

Teresa Bonvalot é vice-campeã 66

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no início. Depois foi de facto muito disputado, com constantes trocas de liderança entre todos, mas felizmente mudei de pico e consegui apanhar uma segunda onda razoável ainda dentro do tempo. Estou muito satisfeito, mas sei que este circuito é uma maratona, por isso vou já concentrar-me na próxima etapa, em Sopelana, no País Basco, para onde vou igualmente uma semana antes, de forma a ambientar-me com as ondas. Obrigado a Espinho, onde fomos muito bem recebidos e onde encontrámos boas ondas para este campeonato. Espero que mantenham aqui estas provas, pois é um local que merece,” afirmou o campeão da etapa, que venceu todas as baterias em que entrou. Vasco deixou o surfista basco Natxo Gonzalez em segundo lugar, o seu compatriota Ethan Egiguren no terceiro e o francês Gaspard Larsonneur em quarto. Destaque ainda para os outros dois surfistas portugueses em prova neste último dia, João Kopke e Guilherme Fonseca, que terminaram num honroso


Surf

nono lugar, eliminados nos quartos de final, a par de surfistas mais cotados, como Tom Cloarec e Diego Mignot. Na prova feminina, vitória para a francesa da ilha Guadalupe Tessa Thyssen, com a portuguesa Teresa Bonvalot em segundo lugar, a basca Leticia Canales Bilbao em terceiro e Kim Veteau, também de Guadalupe, no quarto posto. Camilla Kemp, que também chegou ao último dia de prova, acabou no sétimo lugar, eliminada nas meias-finais. “Tentei concentrar-me em apanhar duas boas ondas logo desde o início, mas as condições estavam difíceis e a disputa pelas melhores foi renhida entre as quatro. A Tessa apanhou duas ondas boas e disparou logo na frente... e eu acabei por conseguir este segundo lugar, que é óptimo. Não estava à espera!... fico bastante motivada para o resto do circuito, onde espero continuar a progredir e a mostrar o meu surf,” confessou Teresa, de 14 anos, após a sua segunda final numa etapa deste nível. Com a conclusão desta primeira etapa do circuito europeu Pro Junior, termina também a primeira edição do Espinho Surf Destination, um projecto que tem como objectivo a promoção da cidade de Espinho enquanto destino turístico de excelência para a prática de desportos de ondas. “Foram três dias longos de competição a marcarem esta etapa do circuito europeu Pro Junior, mas o excelente nível de surf, o muito público e a satisfação por parte de

Tessa Thyssen foi a vencedora feminina todos os que por cá passaram, acabaram por ser uma enorme compensação pelo esforço de todo o staff e a confirmação do potencial da cidade de Espinho enquanto destino de surf. Os excelentes resultados dos surfistas portugueses foram a cereja no topo do bolo! Obrigado e parabéns a todos,” comentou Marcelo Martins, director de prova e responsável pela Onda Pura Produção de Eventos. Para Gonçalo Pina, do Surf Atitude Clube, “foi a concretização de um sonho! Com este evento conseguimos o ressurgimento de Espinho enquanto potencial destino de

ondas. A nossa cidade foi comunicada internacionalmente através de um evento desportivo de surf, o que marca igualmente uma mudança de posicionamento na sua promoção. O balanço destas três semanas não podia ser mais positivo, pois também conseguimos mostrar a todos os espinhenses as vantagens de ter um evento deste género, que tanto promove turisticamente a nossa cidade. Pelo retorno que tivemos, teremos agora que continuar com este tipo de eventos, para que cada vez mais sejamos uma referência a nível mundial, de uma cidade simpática, à beira mar, com uma onda

de classe mundial. Cofinanciado pelo FEDER, no âmbito do Programa Operacional da Região Norte (ON2), o Espinho Surf Destination foi uma organização do Surf Atitude Clube, da Onda Pura Produção de Eventos e da Câmara Municipal de Espinho, com os apoios do Hotel Praia Golfe, da Castros Iluminações, da Lércio Pinto – concessionário Citroen, GPDesign, Padaria e Pastelaria Pão Pepim e da SuperBock, tendo como parceiros oficiais a Federação Portuguesa de Surf, a Association of Surfing Professionals e a Associação Nacional de Surfistas, além do Jornal i como media partner.

Vasco Ribeiro sai em ombros

O Podium

Director: Antero dos Santos – mar.antero@gmail.com Director Comercial: João Carlos Reis - noticiasdomar@media4u.pt Colaboração: Carlos Salgado, Gustavo Bahia, Hugo Silva, José Tourais, José de Sousa, João Zamith, Mundo da Pesca, Federação Portuguesa de Actividades Subaquáticas, Federação Portuguesa de Jet Ski, Federação Portuguesa de Motonáutica, Federação Portuguesa de Pesca Desportiva do Alto Mar, Federação Portuguesa Surf, Federação Portuguesa de Vela, Associação Nacional de Surfistas, Big Game Club de Portugal, Club Naval da Horta, Jet Ski Clube de Portugal, Surf Clube de Viana, Acossiação Portuguesa de WindSurfing Administração, Redação: Tel: 21 445 28 99 Tlm: 91 964 28 00 - noticias.mar@gmail.com

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Notícias do Mar

Últimas Campeonato Nacional Projunior 2014

Fotografia Rui Oliveira/SurfTotal.com

Tomás Fernandes e Camilla Kemp Vencem em Santa Cruz

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Tomás Fernandes vencedor em Santa Cruz é o Campeão Nacional

o passado dia 19 de Julho ficaram definidos os campeões nacionais do Projunior, competição destinada aos surfistas até e com 20 anos, que se disputou no Ocean Spirit em Santa Cruz. Disputavam-se não só os títulos da etapa e os 2.000€ de prémios monetários, assim como também os tão ambicionados lugares de campeões Projunior deste ano. Na categoria feminina, a competição decorreu de forma regular com as três surfistas que têm-se assumido como líderes do Surf nacional a disputarem a vitória da etapa com forte competitividade. Destaque-se a presença de Carol Henrique, irmã do surfista ex-WCT Pedro Henrique, que competiu no Projunior pela primeira vez e terminou num honroso 4º lugar. Por sua vez, Teresa Bonvalot foi-se aproximando da vitória ao longo da final mas, numa fase mais decisiva, sensivelmente a 3 minutos do fim, Carina Duarte e Camilla Kemp fizeram ondas de 5,25 e 6,50 pontos, respectivamente. Com esta troca de notas, Camilla venceu a etapa (10,50 pontos) deixando Carina no 2º posto (9,75 pontos) e Teresa no 3º (9,50 pontos), definido-se assim, esta última, como Campeã Nacional Projunior 2014. Camilla Kemp afirmou que “finalmente consegui mostrar o meu Surf! O trabalho que tenho

vindo a desenvolver com o meu treinador, Miguel Graça, está a dar frutos. Ambicionava ser campeã nacional Projunior mas o mau resultado na primeira etapa em Espinho deixou-me sem pressão aqui em Santa Cruz e isso foi determinante para conseguir vencer a etapa”. Por seu turno, a jovem surfista de Cascais e de apenas 14 anos, Teresa Bonvalot, comentou que “estou muito contente apesar desta prova não ter corrido como pretendia. Contudo, concretizei um dos meus objectivos estabelecidos para este ano. Este é o meu primeiro título nacional e espero que me abra boas perspectivas para o futuro” Na competição masculina, a presença de Vasco Ribeiro, Campeão Nacional em 2011 e 2012, complicava o quadro de competição à partida. Houve alguns nomes que se apresentaram bastante fortes em Santa Cruz como Vasco Mónica, Francisco Duarte e João Moreira, todos surfistas ainda a correrem o circuito de esperanças e que chegaram às meias-finais. Miguel Blanco era o líder à partida mas numa bateria muito fechada contra Vasco Ribeiro, João Moreira e Tomás Fernandes também nas meiasfinais afastou-o da final e assim deixou-o a depender de terceiros para se sagrar campeão nacional Projunior. Pela positiva assinale-se também a presença de Guilherme Fonseca, de Peniche, que repete uma prestação de 2012, terminando esta prova em 4º lugar.

Teresa Bonvalot perdeu em Santa CRuz mas venceu o Nacional

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2014 Julho 331

Camilla Kemp foi a vencedora em santa Cruz A luta pelo título estava bastante aberta Assim que começou a final, o surfista da Ericeira, Tomás Fernandes abriu forte e cheio de ritmo mas muitas ondas estavam por ser surfadas, sendo que a meio da bateria, ele e Vasco fazem ambos uma onda na casa dos 7 pontos e deixam pressão do lado de Kopke que esforçava-se por apresentar um surf progressivo com manobras aéreas mas não conseguiu inserir um score acima dos 5,40 pontos. Vasco ainda ensaiou uma vitória na etapa com uma segunda onda de 5,95 pontos mas prontamente recebeu uma resposta forte do Tomás que, com um Surf muito assertivo insere um “backup” de 6,40 pontos, perfazendo assim a sua pontuação final de 13,40 contra os 12,95 pontos de Vasco. Os minutos finais foram pautados por uma gestão da bateria em que Tomás complicou a vida de Vasco na procura de outra onda para inverter a situação a seu favor. O surfista da Ericeira, Tomás Fernandes, ficou naturalmente muito feliz com o resultado tendo comentado que “estou super contente! Ganhei aqui em Santa Cruz e, mesmo com uma competitividade muito cerrada, levo o título nacional Projunior para casa. Acima de tudo, é um marco importante por ser a minha primeira vitória num circuito profissional.” Em nome da organização, Marcelo Martins indicou que “é sempre bom voltar ao Ocean Spirit, festival já com forte projecção e muita tradição nos desportos de ondas aqui em Santa Cruz”. Francisco Rodrigues, presidente da ANS referiu que “estamos muito contentes com o resultado desportivo da prova e parabéns aos campeões nacionais Teresa Bonvalot e Tomás Fernandes”. O Projunior 2014 é uma organização da Associação Nacional de Surfistas e da Onda Pura, com o patrocínio da Câmara Municipal de Espinho, Câmara Municipal de Torres Vedras, os media partners GO-S.TV, SurfPortugal, ONFIRE, Beachcam, e apoio técnico da Federação Portuguesa de Surf.


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