Notícias do Mar n.º 315

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Notícias do Mar

Estratégia Nacional para o Mar 2013/2020 Consulta Pública

Texto Antero dos Santos

A Náutica de Recreio Precisa de Mais Mais uma vez a importância da Náutica de Recreio foi esquecida, desta vez na Estratégia Nacional para o Mar 2013/2020 que a Direção-Geral de Política do Mar colocou em Consulta Pública até 31 de Maio, apesar de pertencer ao setor que dá maior valor acrescentado à economia.

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rata-se de um estudo que inclui vários anexos, no qual pensávamos encontrar planos de ação e uma resposta que resolvesse a grave situação em que se encontra a náutica de recreio, tanto a nível desportivo como o setor económico. Foi com espanto e 2

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depois tristeza que verificámos que nesta Estratégia Nacional para o Mar, continua-se a dizer o que toda a gente já sabe há anos, que se deve “fazer isto e aquilo” e não desenvolve qualquer plano. Na apresentação da estratégia, em 79 páginas apenas na página 49 no Capítulo 3 se fala

do Recreio, Desporto e Turismo. No Anexo B, O Plano Mar – Portugal, um trabalho com 62 páginas, só tem no Capítulo 4 - Síntese das ações a desenvolver nas Áreas Programáticas, as páginas 27 e 28 que falam ligeiramente sobre o tema do Recreio, Desporto e Turismo. Mesmo no Anexo B Apêndi-

ce 1 Adenda P, um anexo com 427 páginas, o tema Recreio, Desporto e Turismo abrange da página 397 até à 417, onde são enumeradas necessidades, mas sem dizer como satisfazêlas. Na apresentação desta Estratégia Nacional para o Mar 2013/2020 justifica-se este estudo, porque foi elaborada outro em 2006, a Estratégia Nacional para o Mar 2006/2016 e como não foi elaborado um plano de ação para a sua execução, chegámos a 2013 sem quase nada se ter feito. E este agora vai substituir o aprovado em 2006. Receamos muito que o mesmo vai acontecer a esta Estratégia. Acabe por ficar tudo apenas no papel. Os estudos efectuados indicam que presentemente a economia do mar representa 2,5 % do valor acrescentado bruto da economia portuguesa. Pois bem, no Anexo A – A Economia do Mar em Portugal, apresenta resultados de 2010, os quais demonstra que o Setor do Turismo e Lazer Turismo costeiro (inclui utilização balnear) e Náutica (inclui Turismo náutico e Náutica de recreio), foi a área que desenvolveu maior valor de produção e maior valor acrescentado bruto, com 39%, bem como ainda mais emprego, com 48% de um universo de 109.000 trabalhadores. Em milhares de euros, o Turismo e Lazer, em produção valeu 2.894,2. Atrás do Turismo e Lazer vem por ordem decrescente os Transportes Marítimos, Portos Logística, Pesca, Aquacultura, Industria do Pescado e Construção e Reparação Naval. O estudo indica que a área Náutica onde se inclui o Turismo Náutico e a Náutica de Recreio, é o que indica maiores potencialidades de crescimento. Aliás, não é para admirar, porque há anos que está no fundo e portanto já só pode crescer.


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Lamentamos muito que sendo a área do Turismo e Lazer aquela que apresenta maior valor na Economia do Mar, seja a que mereceu menor importância nesta Estratégia. A Estratégia Nacional para o Mar 2013/2020, no que toca à

Náutica de Recreio, não indica uma linha sobre as razões da reduzida dimensão da Náutica de Recreio em Portugal, a qual deve-se à existência de fortes constrangimentos ao seu desenvolvimento, onde sobressai a pesada burocracia instalada nos Organismos Oficiais que têm dirigido e regulado as atividades náuticas. A principal razão é a Legis-

lação que está em vigor há 13 anos. Se for mudado o Regulamento da Náutica de Recreio e em seguida forem tomadas Medidas Legislativas adequadas, a Náutica de Recreio começa a crescer. A Estratégia também não fala da falta de rampas públicas de acesso à água, que dificulta

a colocação das embarcações no meio aquático, bem como ainda da proibição pelas administrações dos portos da utilização de muitas rampas, impedindo o seu uso, apenas por entenderem que não devem ser de uso público. Por causa disto, ninguém quer ter barco. A legislação atual impede às embarcações de recreio que utilizem as rampas e os varadouros que são utilizados com segurança pelas comunidades de pescadores profissionais em muitos locais da nossa costa, porque esses locais, embora estejam em águas abrigadas, estão longe dos portos de abrigo. A sua utilização poderá permitir aos pescadores submarinos e desportivos e aos praticantes de mergulho mais interesse e melhor desempenho das suas actividades. Alterando a Legislação, será incrementada a prática destas atividades. A inexistência de espaço nos clubes náuticos em Portugal para guardar as embarcações

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dos associados, desmotiva completamente quem pensa adquirir uma embarcação, pequena que seja, pois não tem onde a guardar. Nenhum clube em Portugal tem condições para receber um associado com o compromisso de lhe guardar o barco em seco. Só os iates têm marinas ou docas de recreio, onde podem estar parqueados na água. O desenvolvimento da Náutica de Recreio nunca se fará com os iates, mas sim com os pequenos barcos à vela ou a motor, com comprimentos abaixo dos 6 metros. A constante recusa de licenciar os clubes, nas praias onde os seus associados praticam surf, a montagem de infraestruturas de apoio, com balneários, espaço para a arrumação dos equipamentos, e cacifos para guardar a roupa, impede bastante o desenvolvimento do surf e não facilita o turismo náutico na modalidade do surf. A razão pela qual a Estratégia Nacional para o Mar 2013/2020 devia ter apresen-

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tado a indicação que pretendia mexer na Legislação é porque o desinteresse pela prática das atividades náuticas, começou quando foi aprovado em 1999 um novo Regulamento da Náutica de Recreio, que diminuiu as habilitações dos navegadores de recreio, reduziu as áreas de navegação, criou normas absurdas para dificultar a classificação e o registo das embarcações e permitiu a criação do negócio das cartas de navegador de recreio, com a montagem de uma máquina que facilitou a corrupção no sistema de aprovação nos exames dos navegadores de recreio. Por causa do Regulamento da Náutica de Recreio, ainda em vigor, deixou de ter interesse, aos novos praticantes, tirar o curso de navegador de recreio. Por causa disso fecharam dezenas de escolas de formação náutica e o curso de Marinheiro, o curso de iniciação à náutica de recreio, deixou de ser realizado. Isto é, já ninguém quer ter a Carta de Marinheiro,


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despender um euro. Basta apenas aprovar medidas legislativas adequadas, para darem mais espaço às instalações dos clubes e área para guardarem os barcos de quem queira fazer-se sócio. Os clubes, na sua grande maioria, estão em instalações precárias e sufocados pelo reduzido espaço de que dispõem. Os Clubes Náuticos, apoiados pelas Federações são o meio para chegarem ao praticante e deste modo, deve-se desenvolver uma Escola Náutica, dentro de cada clube, onde cabe a formação náutica, o

espírito de interajuda e a aceitação de um código de exigências quanto aos equipamentos indispensáveis que devem ter cada barco. Com esta importância dada aos Clubes Náuticos, consegue-se fomentar o associativismo e o desenvolvimento de uma cultura náutica nos Clubes, de modo a orientar, aconselhar e disciplinar os seus associados no cumprimento das regras de segurança em navegação. Torna-se assim mais fácil Incentivar as pessoas que pretendam praticar uma atividade náutica ou desporto aquático,

adquirir um barco de vela, de pesca lúdica, mergulho, pesca submarina ou apenas para passeio, a fazer-se sócio de um clube náutico, onde se formará, será orientado e poderá guardar a sua embarcação. Com maior procura, os Clubes Náuticos poderão melhor organizar as atividades Marítimas-Turísticas, outra importante forma de criar receitas para o clube. Outra atividade que se poderá estimular, é a Auto-construção nos Clubes Náuticos, eventualmente em parcerias com as Universidades.

pois esta deixou de permitir o comando de embarcações até 12, 70 metros de comprimento e motor até 240 HP. Esta carta passou a permitir apenas o comando de barcos até os 7 metros de comprimento e motor com 60 HP. Para comandar embarcações maiores e com mais potência, passou a ser obrigatório mais um curso, o de Patrão Local. E ninguém está disposto a tirar este curso, onde tem que aprender a navegar no mar, para depois ir passear apenas com a família nas águas abrigadas, nos rios e nas albufeiras. Devido a este Regulamento da Náutica de Recreio, os grandes iates continuaram a ser vendidos, mas deixaram-se de adquirir as embarcações de pequenas dimensões, para a navegação nas águas abrigadas, nos rios e nas albufeiras, para a prática dos desportos aquáticos e a pesca lúdica. A maioria destas embarcações era de construção nacional e, por isso, fecharam já muitos dos estaleiros. Os Clubes Náuticos já são Centros Náuticos Fala-se nesta Estratégia no desenvolvimento de Centros Náuticos, que implicaria certamente elevados investimentos em infraestruturas. Temos que começar por considerar a existência no País de Infraestruturas Náuticas, já construídas nos Clubes Náuticas, que podem vir a funcionar como Centros Náuticos e pólos dinamizadores da Náutica de Recreio, sem ser necessário 2013 Março 315

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Vela

Notícias do Clube de Vela do Barreiro 3ª Prova do Regional de Juvenis

Velejadores do Barreiro em Grande Destaque Grande fim-de-semana nos dias 23 e 24 de Fevereiro de Vela no Barreiro com os velejadores do Clube de Vela do Barreiro em grande destaque. deve-se destacar os Clubes que participaram, á Associação da classe Optimist, Associação Regional de vela do Centro, à equipa de 420 que esteve incansável na rampa de acesso à agua. De realçar os apoios recebidos da Câmara Municipal do Barreiro, Baia do Tejo, Sailloft, Gul Portugal e VelaBar. São os patrocinadores e quem apoia que ajudam a desenvolver a vela no Concelho. Incansável na rampa de acesso à agua. De realçar os apoios recebidos da Câmara Municipal do Barreiro, Baia do Tejo, Sailloft, Gul Portugal e VelaBar. São os patrocinadores e os que apoiam o clube, que ajudam a desenvolver a vela no Concelho.

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ealizou-se nesse fimde-semana, no Barreiro, a ultima Prova do Campeonato Regional de Juvenis. Esta prova contou com o apoio da Associação Regional de Vela do Centro, Associação Portuguesa da Classe Optimist e com o patrocínio da Baia do Tejo. A prova teve a participação de 51 velejadores, de vários Clubes da Região. O Primeiro dia de prova foi marcado pelo vento forte a rondar os

27 nós de intensidade, que permitiu apenas a realização de uma regata. A regata foi ganha pelo velejador Francisco Mourão - SAD, embora seja de realçar o esforço de todos os intervenientes perante as condições extremas de vento. No domingo com um dia perfeito para a vela, sol e vento a rondar os 10/13 nós, realizaram-se mais três regatas. O destaque do dia foi o velejador do CVB João Bolina que obteve dois 1º lugares e um 3º.

Toda a equipa do Clube está de parabéns, com óptimas regatas e boas indicações para o futuro, o que se reflectiu no apuramento de toda a Equipa para o Campeonato de Portugal de Juvenis – Optimist. O Clube organizador felicitou no final todos os velejadores e treinadores, que apesar do frio e vento que se fez sentir realizaram 4 óptimas regatas uma delas com condições muito adversas, por isso

VI Regata Komatsu 3ª Prova de Apuramento Regional da Classe Optimist

Domínio Feminino

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Clube de Vela Atlântico organizou a VI Regata Komatsu – 3ª Prova de Apuramento Regional da Classe Optimist. A prova contou com 88 barcos inscritos em representação dos principais clubes do norte e ainda de dois velejadores do Algarve Mafalda Pires de Lima, do Clube de Vela Atlântico, triunfou na geral seguida de Ana Catarino, do Sport Club de Porto. No grupo B, para velejadores na segunda época na Classe Optimist, o domínio foi para Tomás Pires de Lima, do Clube de Vela Atlântico com Catarina Coelho, do Clube Naval Povoense a vencer a classificação feminina. Os iniciados, classificação para os velejadores na primeira época de Juvenis, a vitória foi para Pedro Rodrigues, do Clube de Vela de Viana do Castelo, em masculinos e Carlota Magalhães, do Sport Club do Porto em femininos.

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Classificação Geral: 1º Francisco Mourão - Sport Algés e Dafundo 2º João Bolina - Clube de Vela do Barreiro 3º Rita Lopes - Sport Algés e Dafundo (1º feminino) 5º Manuel Ramos - Clube de Vela do Barreiro 8º Francisco Rodrigues - Clube de Vela do Barreiro 12º Francisco Fráguas - Clube Naval de Sesimbra (1º classe B) 13º Tomás Carreira - Clube de Vela do Barreiro (2º classe B) 15º Pedro Videira - Clube de Vela do Barreiro 21º Antonio Pinho - Clube Naval de Sesimbra (1º classe P) 30º Diogo Reis - Clube de Vela do Barreiro (2º classe P)


Vela

Mundial de RS:X

Super João Rodrigues

João Rodrigues, do Centro de Treino de Mar, terminou na 14ª posição o Campeonato do Mundo de RS:X que decorreu na Praia de Manguinhos, em Búzios, Brasil.

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experiente velejador nacional foi muito regular nas onze regatas disputadas (10º, 17º, 7º, 8º, 4º, 8º, 3º, 11º, 17º, 26º, 10º) e terminou na 14ª posição – 12º por países. Com este resultado, de acordo com as grelhas estabelecidas

pelo COP para Londres 2012, João Rodrigues tem entrada no Projecto Olímpico Rio 2016. O veterano madeirense pode assim apostar forte na sua sétima olimpíada consecutiva. Um recorde de presenças entre os atletas portugueses e um feito notável para quem já completou 40 anos.

Recorde-se que Rodrigues conta no currículo com um título mundial e vários títulos europeus. O britânico Nick Dempsey sagrou-se Campeão Mundial, sendo o primeiro a conseguir dois títulos em RS:X. O holandês Dorian Van Rijsselberge, medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de

Londres, foi segundo e o grego Byron Kokkalanis terminou na terceira posição. No sector feminino, domínio israelita com Lee-El Korsitz e Maayan Davidovich a serem primeira e terceira, respectivamente. A britânica Bryony Shaw, ficou com a prata.

Semana Internacional de Cannes de Finn 2013

Frederico Melo Brilha em França

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Fotografia: Alfred Farré

rederico Melo alcançou um excelente 7º lugar na Semana Internacional de Cannes de Finn 2013 -Troféu Marinepool, que decorreu em França. O velejador do Clube Naval de Cascais venceu uma das sete regatas disputadas e apenas por uma vez ficou fora do top 10: “As regatas foram disputadas com ventos fracos e médios. Foi um óptimo campeonato, que reuniu alguns dos melhores do mundo e deu para ver que estou a ir na direcção certa, todavia ainda há muito trabalho pela frente, que me motiva muito. Nesta regata tive a companhia de o meu pai, que foi uma preciosa ajuda e mais uma vez quero agradecer à Syone pelo barco, que vai ser apresentado no seu devido tempo”, afirma Frederico. Jorge Pinheiro de Melo, também do Clube Naval de Cascais terminou na 45ª posição. O russo Eduard Skornyakov foi o vencedor, seguido por Denis Karpak, da Estónia e de Florian Raudaschl, da Áustria.

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Vela

Torneio Doce Satisfação 4ª Prova do Campeonato Regional de Vela Ligeira

Festa em Águas Madeirenses

O Torneio Doce Satisfação - 4ª Prova do Campeonato Regional de Vela Ligeira, decorreu na Baía de Santa Cruz, com organização do Iate Clube de Santa Cruz.

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sta foi a derradeira prova de apuramento para os campeonatos de Portugal nas classes Optimist, Laser e BicTechno. Em Optimist Infantil, Gonça-

lo Gomes, do Clube Naval do Funchal (CNF), levou a melhor sobre os estreantes Guilherme Jesus e Rafael Aguiar ambos do Iate Clube de Santa Cruz (ICSC). Em Optimist Juvenil, Gonçalo Vieira, do ICSC, não

deu hipóteses a Miguel Gomes e Pedro Abreu do CNF. A melhor atleta feminina foi Alice Marques do CNF. Em Laser 4.7, Alexandre Casimiro, do CNF superiorizou-se a Francisco Gouveia, do ICSC.

Pedro Correia do CNF alcançou o terceiro lugar. Em femininos venceu Margarida Pita do ICSC. Na Classe BicTechno Juvenil, Artur Marques levou a melhor sobre David Santos e Ricardo Sousa, todos do CNF.

Troféu Platu

XXIV Troféu Vila de Palamós 8th Nations Cup

Serafim Gonçalves na 4ª Posição

Jovens Portugueses na Catalunha

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oi numerosa a frota nacional que competiu no XXIV Troféu Vila de Palamós - 8th Nations Cup na Classe Optimist, que decorreu de 14 a 17 de Fevereiro, em Palamós, Espanha. Na prova, que contou com a participação de 462 velejadores, Francisca Pinho, do Sport Club do Porto, foi a lusa mais bem classificada terminando na 55ª posição. Tomás Barreto, do Clube Naval de Cascais, foi 56º. Henrique Brites - Clube Naval de Cascais (110º), Ana Catarino - Sport Club do Porto (112ª), Beatriz Faneca - Clube de Vela de Viana do Castelo (113ª), Mafalda Paquete - Sport Clube do Porto (126ª), Henrique Frutuoso - Sport Club do Porto (144º), Francisco Pina - Clube Naval de Cascais (145º), Bernardo Loureiro - Clube Naval de Cascais (221º), Jaime Lopes - Clube de Vela de Viana do Castelo (276º), Duarte Costa - Clube de Vela de Viana do Castelo (403º) e Carlota Magalhães - Sport Club do Porto (435ª), foram os restantes portugueses presentes.

Fotografia: Alfred Farré

erafim Gonçalves, velejador da classe Laser, que representa o Clube Naval Povoense/Bicasco classificou-se em quarto lugar na primeira edição do Trofeo Platu. Esta prova, de apuramento para o Campeonato de Espanha da classe laser, foi organizada pelo Club Náutico de Combarro. Das seis regatas agendadas pelo clube organizador, apenas metade puderam concretizar-se, por falta de vento, condições que penalizaram bastante as pretensões do velejador do clube poveiro, que ficou a escassos dois pontos de um pódio que foi ocupado pelo laserista do Real Clube de Mar de Aguete (Pontevedra), Rafael Campelo, vitorioso nas três regatas concluídas, e Miguel Lorenzo (Sanxenxo) e o individual Daniel Alvarez, segundo e terceiro classificados. Depois desta segunda participação em provas galegas, na presente época, Serafim Gonçalves é já uma certeza nos trofeos Nova Galícia e Liceo Marítimo de Bouzas, previstos para aquela região, em finais de Fevereiro e princípios de Março.

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Vela

VIII Semana Olímpica Andaluza XII Troféu de Carnaval

Vitórias Portuguesas

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oi excelente a participação portuguesa na VIII Semana Olímpica Andaluza - XII Trofeo de Carnaval, que decorreu de 27 de Fevereiro a 3 de Março, na Baía de Cádiz, Espanha, com diversos triunfos dos velejadores nacionais Os representantes do Clube Naval de Cascais tiveram uma atuação brilhante, com grande realce para os triunfos de Frederico Melo, na classe Finn e de António Matos Rosa/ Ricardo Schedel, também do Clube Naval de Cascais, em 470. Na classe Laser Radial Feminino houve diversas velejadoras portuguesas em prova, em representação de diferentes clubes. Inês Sobral, da Associação Naval de Guadiana foi 12ª, enquanto Catarina Viegas, do Clube de Vela de Lagos, terminou em 17º e Beatriz Lopes, da Associação Naval de Guadiana, foi 25ª. Na classe Laser Standard participaram dois portugueses, Rui Silveira, do Clube Naval da Horta, foi 7º, enquanto Eduardo Marques, da Associação Naval de Lisboa, acabou no 18º posto. Pedro Roque, do Clube Naval de Portimão, foi o melhor português em Laser Radial masculino, sendo 11º. Pedro Correia, do Clube Naval do Funchal alcançou a 12ª posição. Santiago Sampaio, do Clube Naval de Portimão, foi 18º e Filipe Pedro, da Associação Naval de Guadiana, completou a prova no 22º posto. Pedro Costa, do Clube de Vela de Lagos, foi 26º da geral Em Laser 4.7, dois velejadores lusos subiram ao pódio. Tomás Martins, do Sport Algés e Dafundo, ficou com a prata e Jack Cookson, do Clube de Vela de Lagos, com o bronze. Jaime Guerreiro, da Associação Naval de Guadiana, foi 10º classificado Guilherme Marques, do Clube Naval do Funchal foi 7º em RS:X Youth 8.5 e Frederico Rodrigues, do Centro de Treino de Mar acabou em 10º

António Matos Rosa e Ricardo Schedel

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Náutica

Notícias Nautel

Poupe no Combustível

Descubra o Motor Elétrico e como Transformar a sua Embarcação de Motor Fora de Borda, num... Híbrido!

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s Motores elétricos ENGINE MOUNT da Minn Kota são ideais para pequenas embarcações, com motor de combustão, fora de borda, ou interior com coluna. Montam-se na placa de cavitação desses motores. Este processo de fixação permite que o motor elétrico esteja sempre fora da água, quando a embarcação navega naturalmente, planando com o seu motor principal, em velocidade de cruzeiro. É pois uma vantagem, o pouco espaço que necessitam, e a simples instalação/fixação. O motor ENGINE MOUNT não

interfere com o desempenho normal do motor principal. Só quando a velocidade diminui e o motor principal se inclina mais para dentro de água, é que o motor elétrico pode ser usado e comandado. Nessa altura fica invisível, por estar debaixo de água. É então nessas situações em que a oportunidade para poupar combustível ocorre. Pode ser numa situação de pesca, onde o funcionamento silencioso do motor elétrico também é importante, pode ser numa situação de aproximação à Marina, ou

Motor RT80-EM/Motor RT160-EM 10

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navegar em rios e em locais com exigências ambientais de não poluição química ou sonora. Este tipo de motor pode igualmente funcionar como motor de emergência e facilitam bastante as manobras de atracação/largada. Há outras economias mais indiretas que também se podem considerar. Quando o motor elétrico está em funcionamento, o motor principal deixa de contar horas de funcionamento, elemento que determina a maior frequência de idas à revisão mecânica e como tal, menos custos gerais de manutenção resultam para o proprietário. A gama Engine Mount é adequada para embarcações entre 14 e 26 ‘ (pés) (5 a 7 metros). Têm um comando por botão rotativo, na consola, e uma caixa de controlo estanque. Incorporam o sistema MAXIMIZER da Minnkota para otimização da carga de bateria disponível. A variação de velocidade é contínua e devido ao preciso controlo do consumo, em Amp, os motores tem uma autonomia bem mais estendida. De todo o modo aconselha-se o reforço das baterias em termos de capacidade. Os modelos RT são preparados para água salgada e doce.

Existem inúmeros vídeos no YouTube sobre o uso deste tipo de motores. Os motores eléctricos são classificados em função de unidade de Força, medida em Libras. Não são pois comparáveis aos motores convencionais que se medem pela sua Potência, em Cavalos (Hp) ou Kw. A escolha da especificação de

Caixa de controlo extanque

Comando por botão rotativo


Náutica

Motor RT55-EM só atingidos em situação de máxima velocidade/força. Força do motor, depende do comprimento e peso da embarcação. Na tabela que se apresenta mostra-se uma regra generalista para se proceder á escolha. De notar que nos modelos RT80 e RT160, a alimentação já terá que ser a 24VDC, pelo que se aconselha a colocação à parte de um grupo de duas baterias ligadas em série. Estas poderão na mesma ser carregadas durante o funcionamento do motor principal, através de um carregador, também disponível, de bateria a bateria, 12 a 24VDC. Os motores eléctricos são classificados em função de unidade de Força, medida em Libras. A escolha da especificação de Força do motor, depende do comprimento e peso da embarcação Os valores de consumo de corrente, em A, abaixo indicados, entendem-se como valores máximos,

Gama Disponível: RT55M - Alimentação 12VDC/50ª. Para embarcações até 18pés (5,50m), 55 libras de força. Uma hélice. PVP: 980€ RT80EM Alimentação 24VDC/50A. Para embarcações de 16 a 20pés (5 a 6 m), 80 libras de força. Uma hélice PVP: 1.270€ RT160M Alimentação 24VDC/116A. Para embarcações de 18 a 22pés (5 a 7 m), 106 libras de força. Dupla Hélice PVP: 1.595€ A Minnkota é o maior fabricante mundial de Motores Elétricos, tendo na sua gama, soluções de motores desde os fora de borda para botes (a partir de 149€) , até aos para barcos pontão, e motores para apoio a pesca montados à proa, com comando pelo pé (“pedal”), etc. Ver mais em www.nautel.pt ou www.minnkotamotors.com

1 – É normalmente de 18,5cm, e mede a distância entre a placa de cavitação do motor, e o eixo central do motor elétrico. 2 – Distância que deve existir entre a parte traseira da componente do motor que está abaixo da placa de cavitação e o ponto mais traseiro da mesma placa de cavitação. O espaço disponível aqui deve ser de 9,5cm para o modelo Engine Mount RT55, e 7,6cm para o RT80. 3 – Distância mínima que deve existir entre a placa de cavitação do motor principal, quando submerso, e a superfície da água. Este valor deve ser no mínimo de 33cm.

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Notícias do Mar

Embarcações de Recreio

As Propostas da Mútua dos Pescadores

A Mútua dos Pescadores, segurador especializado no mar, disponibiliza também um seguro destinado às embarcações de recreio. Desse produto e do enquadramento legal da atividade, no que respeita aos seguros, é o que nos propomos referir neste artigo. 1. Enquadramento Geral Em matéria de segurança, concor-

rem várias medidas de prevenção, de proteção e de reparação. O Decreto-Lei nº. 124/2004, de

25 de maio, que regulamenta a náutica de recreio, remete alguns aspetos particulares para legisla-

ção complementar. Por exemplo, o seu artigo 42º., que estabelece a obrigatoriedade do seguro de responsabilidade civil, decorre da Portaria nº. 689/2001, de 10 de julho, que o pormenoriza. Partindo desta base, vejamos, pois, em síntese, quais as principais situações passíveis de serem transferidas para um segurador, começando pelas embarcações de recreio. 2. Responsabilidade Civil Esta é a primeira das coberturas a considerar no seguro duma embarcação de recreio. Antes do mais, porque, como referimos no ponto anterior, é obrigatória por lei - garantindo um valor mínimo de € 250.000,00 -, para todas as embarcações de recreio, quer sejam a motor, quer sejam à vela, mas estas últimas apenas se tiverem mais de 7 metros de comprimento. As provas desportivas implicam uma aceitação especial.

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Notícias do Mar

Texto Adelino Cardoso - Mútua dos Pescadores Ilustração Duarte Saraiva

Mediante acordo entre as partes, a apólice pode também incluir as despesas e custas judiciais. Essa responsabilidade civil tem uma caráter objetivo, significando que funciona mesmo quando não existe culpa do proprietário ou do skipper. As situações de exclusão são mínimas. Mas outra razão, quanto a nós ainda mais forte, justifica que todos os proprietários das embarcações de recreio, mesmo os que não estão obrigados a transferir essa responsabilidade para um segurador, devam fazê-lo: A responsabilidade dos proprietários das embarcações, pelos danos patrimoniais e não patrimoniais, causados a terceiros, independentemente de estarem ou não obrigados a subscrever um seguro e de terem ou não um seguro, existe sempre. Se tiverem transferido o risco para um segurador estão defendidos, se não tiverem, pagam eles próprios. Quem tem um barco de recreio, compreende, perfeitamente, a dimensão que, por vezes, atinge um evento de mar e da perturbação financeira e moral que tal pode causar, caso a mesma não tenha sido acautelada com um seguro de responsabilidade civil. 3. Assistência Esta garantia, facultativa, e muito parecida com a garantia de assistência automóvel, abrange duas grandes áreas: pessoas e embarcação. Para os ocupantes da embarcação, prevê um conjunto de apoios, em caso de acidente ou doença, desde o transporte e repatriamento, até às despesas médicas no estrangeiro, passando pelo acompanhamento e estadia em hotel. Já quanto à embarcação, vão desde os gastos de reboque, até ao envio de skipper e de peças de substituição, entre outras, sem esquecer algumas garantias de âmbito jurídico no estrangeiro, por situações de anormalidade, que implicam, nomeadamente, avaria, acidente e até roubo da embarcação.

sabemos, é que, mesmo assim, ainda podem ocorrer surpresas. É nessa fase que intervém o seguro, neste caso, acautelando também os passageiros. No mar, durante os preparativos de embarque e no desembarque, há imprevistos, distrações e outras causas que podem resultar em danos corporais, mais ou menos avultados, nos ocupantes. Esta cobertura tem por fim garantir as despesas médicas e as indemnizações nos casos de invalidez permanente e também naqueles irremediavelmente mais dramáticos, desde que resultantes de acidente. 5. Danos Próprios Facultativas continuam também a ser as coberturas de Danos Próprios.

Este conjunto, que se destina a ressarcir os danos sofridos pela embarcação segura, pode envolver – de acordo com o que tomador do seguro e o segurador acordarem - fundamentalmente, a perda total (absoluta ou construtiva) por sinistro marítimo, incêndio ou explosão; as avarias particulares resultantes de fortuna de mar, de incêndio, de mau tempo e de abalroamento ou colisão; os gastos de salvamento; os danos decorrentes de cargas e descargas; as avarias particulares durante a estadia no estaleiro; as avarias particulares em consequência de fenómenos da natureza; os acidentes e incêndio em terra; e o roubo no mar ou em terra. Os contornos e limites de todas estas garantias estão perfeitamente definidos nas Condições

Gerais, Especiais e Particulares da apólice. Por regra, ficam sujeitas a uma franquia. O capital a segurar deve obedecer ao valor venal da embarcação (casco, máquinas e pertences). Os eletrónicos devem ser discriminados na proposta de seguro. Por princípio, apenas são seguráveis os elementos fixos, embora se possa abrir exceção para determinados objectos de uso pessoal, devidamente identificados. Desnecessário, porventura, será tecer grandes considerações sobre a importância para a estabilidade orçamental de cada proprietário de uma embarcação de recreio a subscrição destas coberturas.

4. Acidentes Pessoais Igualmente sem caráter de obrigatoriedade, mas de todo o interesse social, e também muito parecida com a cobertura de ocupantes no ramo automóvel, é a cobertura agora em apreciação. Se bem que o cumprimento das regras e das boas práticas de navegação, assim como a utilização dos meios de segurança e o uso dos equipamentos de proteção individual possam evitar a maior parte dos acidentes, a verdade, como 2013 Março 315

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Náutica

Teste - Jeanneau Merry Fisher 6 Marlin com Yamaha F115

Texto e Fotografia Antero dos Santos

Pesqueiro de Recreio Muito Polivalente

Da nova gama Merry Fisher, testámos em Setúbal, equipado com um fora de borda Yamaha F115, o modelo Jeanneau Merry Fisher 6 Marlin, uma embarcação inspirada nos barcos pesqueiros profissionais, destinada para servir bem os adeptos da pesca lúdica e para contemplar igualmente com agrado os passeios familiares.

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teste foi feito a convite da Nautiser/Centro Náutico, representante e importador do estaleiro francês Jeanneau, prestigiado construtor de embarcações a motor e veleiros. A gama Merry Fisher, é uma linha de embarcações a motor, classificadas com enorme prestígio há largos anos, para pesca passeio e pesca cruzeiro, equipadas com motorização interior e fora de borda e construídas com a robustez indispensável para se baterem com as águas duras do Atlântico Norte. 14

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O 6 Marlin é um barco robusto e polivalente Visualmente o 6 Marlin faz lembrar, devido à forma da cabina de comando, uma pequena traineira. Mas o casco mantém as características dos Merry Fhisher. A cabina está encostada a bombordo e dispõe de uma porta de correr lateral a estibordo, em vez da clássica porta atrás para o poço. Com esta disposição, este tipode cabina, traz enormes vantagens funcionais e de maior acomodação no poço. Desta forma, o piloto vai

No posto de comando o piloto governa com facilidade o barco


Náutica

Com a porta lateral é mais fácil o acesso ao poço e à proa

Jeanneau Merry Fisher 6 Marlin

a comandar o barco quase ao centro da embarcação e dispõe da porta mesmo ao seu lado, para o ajudar em muitas situações nas manobras, saindo para um corredor a estibordo que é também a passagem do poço para a proa que deste modo se faz facilmente e com toda a segurança. Existe também uma passagem walkaround por bombordo. O pára-brisas inclinado para dentro tem a vantagem de permitir que a água escorra melhor pelo vidro. Com esta inclinação a electrónica é montada em cima, ficando perfeitamente vi-

sível e à noite não há reflexos dos dysplays no vidro. No tecto está montado um alboi deslizante, que aumenta o arejamento e a entrada de luz. Dentro da cabina encontrase um banco duplo para o piloto e ainda outro rebatível, permitindo três lugares sentados. Existe também uma cama em baixo à frente. O poço é muito polivalente, tanto para a pesca como para

os passeios familiares. Para os pescadores, o Marlin apresenta o poço desimpedido com 2,11 x 1,75 metros. A borda com uma altura interior de 76 cm, permite a movimentação dos pescadores com segurança. O topo da borda é guarnecido a madeira e tem dois portas canas de cada lado. Na popa existe ainda uma tampa para cortar os iscos. No piso encontra-se um po-

rão que tem de um lado o depósito de combustível e à popa espaço para guardar peixe ou palamenta. Para os passeios com a família e os amigos, o Marlin tem um banco rebatível duplo estofado, encostado à parte de trás da cabina, onde a maioria das cabinas tem a porta de acesso ao poço. Este banco está protegido do sol pela pala do tecto da cabina. Na popa a estibordo

A porta de correr a estibordo garante melhor controlo do piloto sobre o barco 2013 Março 315

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Náutica

Com o Yamaha F115 o Merry Fisher 6 Marlin forma um conjunto equilibrado existe ainda um assento estofado individual. Quando chega a hora dos piqueniques pode-se montar ao meio uma mesa redonda em fibra. Devemos salientar que os

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cunhos de amarração atrás estão dentro do poço, passando os cabos por aberturas na borda, para não prejudicar as linhas de pesca. À frente da cabina encontra-

se outro banco individual, que permite pescar também junto à proa e apoiar as manobras de fundear. Por isso, o porão para o ferro fica logo ali ao lado, a bombordo. Na proa está uma

ferragem com roldana. À volta da cabina até à proa, está montado um alto varandim em aço inox, que apoia as movimentações junto à borda com toda a segurança.

Na cabina de pilotagem existe um banco duplo

MotorYamaha F115 O motor Yamaha montado, o modelo F115, é uma versão da gama com características de grande versatilidade, de modo a servir melhor e com maior eficiência em qualquer tipo de embarcação, tanto barcos em fibra como semi-rígidos e está sobretudo indicado para embarcações que desloquem muito peso. O novo Yamaha F115 tem uma tecnologia melhorada. É um motor mais leve, com 1.741 cm3 de cilindrada, 4 cilindros em linha, com 16 válvulas, dupla árvore de cames à cabeça (DOHC) e pesa apenas 186/189 Kg. Trata-se de um motor com injecção multiponto de combustível EFI muito fina, controlada pelo ECM, um microcomputador que controla a ignição, a injecção e ajusta a mistura ar/


Nรกutica

O Jeanneau Merry Fisher 6 Marlin atinge boas performances

2013 Marรงo 315

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Náutica

O Merry Fisher 6 Marlin tem o casco robusto. com um V evolutivo combustível para a alimentação, assegurando assim uma combustão óptima. O motor tem um novo acelerador de admissão, graças à montagem de uma válvula única do acelerador que em combinação com o ECM melhora a prestação do motor, com mais rápida resposta em todos os níveis de rotação. Também, a incorporação de um novo colector de admissão, consegue maximizar o binário

nas médias rotações. Foram reformuladas as câmaras de combustão e com uma nova cabeça do cilindro, melhora o desempenho. Foi introduzido um novo sensor que além de proteger também o motor, complementa a eficiência de combustão, bem como aumenta a performance e a economia do sistema EFI de injecção de combustível multiponto. O F115 dispõe de um siste-

Banco rebatível no poço encostado à cabina 18

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ma de redução de ruídos e de vibração no painel de popa. O motor tem ainda um sistema de dupla queima de combustível e um sistema de retorno dos vapores. Com estas tecnologias o motor proporciona uma navegação calma e sem fumos e com a maior eficiência e economia do combustível. O motor tem o power trim & tilt com grande amplitude e dispõe também de um sistema de lavagem com água doce.

O F115 é compatível com o sistema de rede digital Yamaha e tem também o sistema de segurança imobilizador anti-roubo YCOP. No teste bom desempenho e muita estabilidade No dia do teste, o Sado em Setúbal não tinha vento e a água estava calma. Nos ensaios, o barco mostrou que o casco apoia-se bas-

Assento à proa junto ao porão do ferro


Náutica

O poço pode dispor de uma mesa de piquenique

Na cabina existe uma cama

tante atrás e tem características semi-planantes. No arranque, em 2,55 segundos a embarcação começou a planar. Na aceleração, o motor foi muito rápido a chegar até às 5.000 rpm e em apenas 4,2 segundos o barco atingiu 20 nós. Quanto à velocidade mínima a planar, com 10,5 nós às 3.300 rpm o barco confirmou a facilidade em descolar da água. Na máxima aceleração chegámos às 6.000 rpm e atingimos a velocidade de 29,2 nós. Em velocidade de cruzeiro, sem passarmos das 4.500 rpm navegámos a 21/22 nós. Consideramos esta prestação boa, em virtude das características da embarcação, que está concebida para o bom desempenho em velocidades económicas. Também devido às características do casco, o Marlin curvou mantendo-se sempre bastante direito e estável. A fazer curvas apertadas a 22 nós, o barco adornou apenas um pouco e o motor nunca cavitou, confirmando a qualidade que se pretende deste tipo de embarcação, não sofrer muito com os balanços laterais, para permitir o movimento dos pescadores junto à borda com a maior segurança. A condução é outra boa qualidade deste modelo, pois o piloto encontra-se numa boa posição, tem um confortável banco para se sentar e uma excelente visibilidade para a frente e para os lados. Tem ainda a grande vantagem de poder conduzir e manobrar o barco com a porta aberta a estibordo, que lhe permite ainda maior controlo sobre 2013 Março 315

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Náutica

O casco tem uma forma deflectora à proa a embarcação. Notámos ainda, que o casco tem um design bastante deflector, para facilitar a saída da água e não molhar o convés e o poço. Para concluir, acrescentamos que o Merry Fisher 6 Marlin está equipado para permitir diversificar com comodidade e

segurança o tipo de pesca, tanto fundeado, como ao corrico ou à zagaia à deriva, com espaço à proa como se fosse um open e no poço. Para os passeios familiares o barco tem uma acomodação confortável e quando fizer vento ou chover, a cabina é um bom abrigo.

Performances

Passagem walkaround a bombordo para a proa

Características Técnicas Comprimento total

6,30 m

Comprimento casco

5,98 m

Boca

2,54 m

Calado

0,50 m

Deslocamento

1.100 Kg

Lotação

7

Depósito de combustível

200 L

Depósito água doce

20 L

Potência máxima

115 HP

Motor testado

Yamaha F115

Preço barco/Yamaha F100 c/IVA

A partir de 35.672 €

20

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Tempo a planar

2,55 seg.

Aceleração às 5.000 rpm

20 nós 4,2 seg.

Mínimo a planar

10,5 nós 3.300 rpm

Velocidade máxima

29,2 nós 6.000 rpm

Velocidade cruzeiro

21/22 nós 4.500 rpm

3500 rpm

12 nós

4.000 rpm

16 nós

4.500 rpm

21,3 nós

5.000 rpm

25 nós

5.500 rpm

28,5 nós

6.000 rpm

29,2 nós

Importador Exclusivo e Distribuidor: Nautiser/Centro Náutico, S.A. Estrada Nacional 252 – 2950-402 Palmela tel.: 21 23 36 820 Fax: 21 23 33 031 Email: geral@nautiser.com www.nautisercentronautico.pt Yamaha Motor Portugal Rua Alfredo da Silva, nº 10 – 2610-016 Alfragide Tel.: 21 47 22 100 Fax: 21 47 22 199 www.yamaha-motor.pt


Vela

The Tall Ships Races

Câmara de Lisboa Aprova Regata 2016

A

Câmara Municipal de Lisboa na sua Reunião Pública de 27 de Fevereiro decidiu aprovar um protocolo entre o Município e a Aporvela – Associação Portuguesa de Treino de Vela, relativo à organização da Regata dos Grandes Veleiros “The Tall Ships Races 2016” na cidade de Lisboa. A Aporvela já organizou em Lisboa com assinalável sucesso as famosas regatas de grandes veleiros nos anos de 1982, 1992, 1998, 2006 e 2012. Em Julho passado 49 grandes veleiros, cerca de 2500 jovens tripulantes de 43 nacionalidades e mais de 200 voluntários juntaram-se em Lisboa para um grande festival náutico que decorreu entre 19 e 22 de Julho e foi presenciado por mais de 700.000 visitantes que culminou com um desfile naval que inundou o Tejo de embarcações e as margens do rio de espectadores. O protocolo com o Município de Lisboa prevê a realização de mais um festival náutico que promete animar o Tejo e a cidade de Lisboa com os maiores veleiros do mundo, alguns dos quais ultrapassam os 100 metros de comprimento e têm tripulações maioritariamente jovens e voluntárias. A regata The Tall Ships Races ocorre todos os anos nos mares da Europa e é organizada pela Sail Training International, associação da qual a Aporvela é membro fundador e representante de Portugal. A cidade de Lisboa recebeu a primeira das The Tall Ships Races, organizada em 1956, estando desde sempre associada a este grande evento náutico. Em 2016 cumprese o 60º aniversário e Lisboa vai comemorar as seis décadas de regatas de grandes veleiros. Ainda em 2012, Lisboa ganhou o troféu para a cidade que mais jovens colocou a bordo de grandes veleiros durante a regata, num total de 226 e a Aporvela foi galardoada com o prémio de melhor organização de treino de vela do ano. 2013 Março 315

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Náutica

Jeanneau Merry Fisher 755 Marlin

Mais Pescador e Versátil

Jeanneau Merry Fisher 755 - Marlin

Após o lançamento em 2011 do Merry Fisher 6 Marlin, a marca francesa Jeanneau alargou a sua gama “Marlin” com o lançamento em 2012 do Merry Fisher 755.

T

al como a denominação indica, este novo modelo, além de possuir um caracter notoriamente virado para a pesca desportiva, apresentando-se em 2 versões distintas: “Fishing” e “Confort”. Em ambas versões, a ampla cabine, o fácil acesso à proa, as entradas laterais de cabine e o vasto poço, são garantia de conforto e versatilidade a todos os amantes de pesca desportiva. Na versão “Fishing”, atualmente disponível na Nautiser – Centro Náutico (Importador exclusivo da

Jeanneau Motor para Portugal) além das características já mencionadas, salienta-se a porta traseira de cabine, que facilita o acesso ao poço, além de um conjunto de características que são garantia de uma pescaria “em grande”. Relativamente à versão “Confort”, a grande diferença está na instalação de um conjunto de bancos e mesa no poço, que permitem conciliar as vertentes “pesca” e “lazer”. No que diz respeito à motorização, o Merry Fisher 755 Marlin, pode ser equipado com uma motorização

Com as portas laterais e a porta atrás para o poço a circulação faz-se com muita segurança 22

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Posto de comando

A porta atrás para o poço e o corredor de estibordo


Náutica

máxima de 200Hp e neste aspecto saliente-se o novíssimo F200 da Yamaha que entre inúmeras inovadoras características, destaca-se o facto de ser 18% mais leve que o seu antecessor (Cerca de 50Kg). O estilo da cabina, tipo traineira e com portas laterais, tem a grande vantagem de permitir melhor controlo do piloto às manobras, devido a ser mais rápido e simples o acesso à proa, pois sai para o corredor lateral com mais facilidade. A cabina da proa dispõe de uma cama em V que permite duas pessoas dormirem, com o conforto que a gama Mery Fisher sempre apresenta nas suas embarcações pesca/passeio. Também na cabina de pilotagem a acomodação está bem pensada, permitindo ao piloto e copiloto sentarem-se em confortáveis bancos individuais, com boa visibilidade. Atrás, junto à porta que dá acesso para o poço existem dois assentos. O estaleiro não esqueceu a montagem de um lavatório na cabina, equipamento que dá muitas vezes bastante geito. Salienta-se ainda que devido ao 755 Marlin ter as duas portas laterais e dispor também da porta atrás para o poço, toda a circulação neste barco faz-se com muita segurança.

Interior da cabina de pilotagem A gama Merry Fisher estará completa com o 855 Marlin, cujos pormenores serão desvendados muito em breve. A versão Verão Fishing encontra-se em exposição na Nautiser– Centro Náutico (Salvo Venda)

O novo motor Yamaha F200

O poço tem bancos laterais rebatíveis

Pack “Premier 2013” As características e equipamentos deste Pack são os seguintes: - Casco Bordeaux - Teto de cabine deslizante - Alboi na cabine - 2º Limpa para-brisas - Lava-vidros - Circuito de água doce - Duche de popa - Varandim de proteção no cockpit - Almofadas laterais na cabine - Kit de almofadas interiores - Complemento cama dupla

Características Técnicas

O poço tem grandes porões para arrumação

Comprimento

7,25 m

Boca

2,81 m

Lotação

8

Calado

0,52 m

Cap. Combustível

285 l

Motor

Yamaha Fetx 200 HP

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Notícias do Mar

Conhecer e Viajar pelo Tejo

Entrevista Carlos Salgado

O Tejo Já Não Nasce na Serra de Albarracín Com o Plano Hidrológico espanhol a água do Tejo que entra em Portugal, já não vem da nascente original O meu entrevistado é o investigador espanhol Carlos Blazquez que conheci e com quem fiz amizade aquando das minhas andanças por Espanha para a promoção da candidatura do Tejo Ibérico a Património da Humanidade. Eu pela parte portuguesa, e ele estava incumbido pelo Centro da UNESCO de Aragão para dirigir a mesma, por parte da Espanha.

Carlos Blazquez

C

arlos Blazquez é um especialista em História de Arte da Água e membro da WASA- GN ( Water Assessment and Advisory Global Network ) entre outros atributos. Durante a sua carreira, entre outros projectos, dedicou-se ao estudo do rio Tajo/Tejo. Com uma única pregunta Blazquez deu uma resposta aterradora. C.S. - Caro Carlos, quanto a ti, o que é preciso para que o Tejo de Espanha renasça como recurso natural e cultural para que os cidadãos possam fruí-lo em condições de salubridade e como meio lúdico e patrimonial. C.B. - Se o Tejo fosse um corpo humano, poderíamos dizer que só tem a cabeça ( a cabeceira ) em bom estado: o Alto Tajo. Uma cabeça que tem um belo e saudável 24

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rosto eternamente jovem. Mas este rosto é de um corpo de um velho agonizante, represado e cheio de sujidade. O seu curso inicial a partir da nascente não tem nada que ver com o resto do seu percurso. É um rio que nasce na Serra de Albarracín, como vem nos livros da escola, mas hoje já não é verdade que desague em Lisboa como devia naturalmente, porque o faz noutro lado da Península, nas costas de Valência e de Múrcia em Espanha, o que é motivado pelo transvase Tejo/ Segura que o faz chegar às costas orientais de Espanha e uma parte das suas águas são transformadas em frutas e verduras, e a outra em água potável para abastecer milhões de pessoas e seguidamente vai sair no Mediterrâneo, muito longe do que devia ser o seu destino. Entre a sua modesta nascente e

a estação de bombagem do transvase Tejo/Segura, o rio percorre as paisagens maravilhosas do Parque Natural do Alto Tajo, com as suas águas cristalinas, sem nenhuma contaminação, o que se deve ao despovoamento humano e à inexistência de actividades económicas na região. Graças a isso o Tejo prossegue com uma excelente qualidade da água natural até chegar à região do conjunto contínuo das represas, formado pelas barragens de Entrepeñas, Buendia e Bolarque, que retêem as suas águas o que significa que o Tejo original é decapitado. As suas águas nunca chegam a conhecer Lisboa porque fica seco a partir de Bolarque até que começa a receber as águas residuais da Comunidade de Madrid. A partir da província de Madrid, podemos dizer que nasce um segundo Tejo, cujas águas são as únicas que chegam a Portugal. Este rio renascido que já não tem origem numa nascente manancial porque, como dizia o desaparecido diário “ Público “ no ano de 2010: “ El Tajo nace en las cloacas de los ocho milliones de Madrid “.O citado artigo http://www.publico.es/316664/ el-tajo-nace-en-las-cloacas-demadrid diz algo realmente terrível: ”Cinco ministérios, incluindo o dos Negócios Estrangeiros para tratar com Portugal, 15 departamentos de cinco comunidades autónomas, centenas de municípios, organizações ecologistas, companhias de electricidade, agricultores até associações de canoistas intervieram na negociação”. O resultado de semelhante disparate foi verdadeiramente lamentável. Segundo as palavras de um ex-presidente da Confederación Hidrográfica del Tajo ( a Administração da Bacia Hidrográfica do Tejo de Espanha ): “Com as melhores tecnologias disponíveis, as depuradoras somente conseguem eliminar 98% do necessário, e 2% duma população como a de Madrid é muitíssimo”. Por outro lado, esta Confederación dava uma informação que causa calafrios: umas 175 povoações, desde 2.000 e 15.000 habitantes e mais sete aglomerações hurbanas com mais de 15.000 habitantes vertem as suas águas residuais para o Tejo, sem depura-

ção prévia ou com um tratamento insuficiente. Isto significa que o triste rio que compartilhamos, recebe os dejectos de mais de um milhão de espanhóis, e uma boa parte dos efluentes industriais são mandados directamente para as suas águas. Provavelmente, à data de hoje, já algumas depuradoras foram posta ao serviço, mas são muito menos do que as necessárias, e agora, com a “crise“, a situação não vai melhorar. Não há esperança, tristemente, que o Tejo que está doente, deixe de receber os efluntes da capital de Espanha através do rio Jarama; já antes de chegar a Aranjuez – cidade declarada “ Paisagem Cultural da Humanidade “ pela UNESCO -, as suas águas são cinzentas. Têm a cor e o cheiro duma cloaca. Quando o rio Jarama desemboca no Tejo abaixo de Aranjuez, o nosso rio parece já um rio com caudal normal, mas é só na aparência. Mas a sua pestilência em Toledo, outra cidade “ Património Mundial “ da UNESCO é incrível. Não se pode passear pelas suas margens nem mesmo no inverno quando tem um caudal aceitável. No verão é preferível não chegar a comprová-lo. Esta cloaca a céu aberto constitui o segundo lanço do Tejo, que termina na represa de Azután, onde o sol e as temperaturas elevadas o vestem com uma cor verde-garrafa por causa da eutrofização. Esta cor não o abandona e tampouco podemos falar de um rio mas sim de uma represa de cor escura. Excepto em algum pequeno lanço inferior a dez quilómetros de distância, o Tejo a partir daqui é uma represa contínua que se prolonga desde os arredores de Talavera de la Reina até às comportas de Belver em Portugal, a menos de duzentos quilómetros da foz. O rio mais extenso da Península Ibérica, com 1.008 quilómetros, apenas tem os cem primeiros em bom estado. Somente cem quilómetros de águas limpas que podem ser disfrutadas pelos cidadãos. Na prática, o resto das águas do seu curso são de má qualidade ou pestilentas, por esse motivo torna-se pouco atractivo, apenas pode usarse para a irrigação ou para produzir energia eléctrica, salvo para alguns


Notícias do Mar

Laço do Tejo já poluído pescadores, que não podem nem devem comer nada do seu pescado. Apesar de tudo, há soluções. Este enfermo tão maltratado necessita de ter um tratamento urgente, mas para começar, os seus médicos não devem vir da pouco eficiente Confederación Hidrográfica del Tajo. É indispensável criar e implementar uma “ Agência Ibérica da Água “ que tenha plenos poderes sobre os rios compartilhados da Península, sem que tenha que prestar contas a nenhum governo, só e exclusivamente à União Europeia. Só desta maneira será possível pressionar as grandes corporações como a do Canal de Isabel II de Madrid da todopoderosa Iberdrola, cujos conselhos de administração estão repletos de ex políticos, que se encarregam de impedir qualquer resolução que os possa prejudicar nas “ urnas “. Estas corporações são os virus mais prejudiciais para o nosso rio enfermo e tememos que a solução de uma vacina como a Agência Ibérica da Água não chegue a tempo, se é que chega algum dia. Se assim for só nos resta que sejam os cidadãos

a pressionar, directamente, quem contamina e controla o rio. Também pode acontecer que essa milagrosa

vacina anti virus venha dos nossos parlamentos, desde que neles cheguem a ter assento, políticos

honestos que se preocupem com o seu país, com os seus cidadãos e com os seus rios, mas de momento

O Tejo no laço inicial do seu curso 2013 Março 315

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Notícias do Mar

Transvaze Tajo/Segura isso é ficção científica. Só uma organização como a tal Agência Ibérica da Água, poderá impedir que se continue a verter para o Tejo as águas não depuradas. Tampouco devemos consentir que o dinheiro que devia ser empregue na compra de depuradoras, esteja a ser gasto na construção de parques fluviais e museus, enquanto o Tejo e os seus afluentes continuam a ser envenenados. Reveste-se de uma especial importância o facto dos efluentes vertidos por algumas empresas que, com a chantagem da manutenção de um punhado de postos de trabalho, não depuram as suas águas residuais com a frequência devida. A solução da enfermidade e dos problemas do Tejo, pode ser simples mas ao mesmo tempo é complicada porque os tempos estão a mudar e estou convencido que esta “ ditadura “ que nos asfixia, aos espanhóis e aos portugueses, está a chegar ao fim. Temos visto como sufocam os cidadãos, sem problemas, para agradarem ao BCE, mas não são capazes de conseguir que tenhamos um rio que possa ser um dia “ Património Mundial “, que é um título de prestígio, mas para um rio que é represado por barragens, é algo mais difícil de conseguir e, sobretudo, pela péssima qualidade 26

2013 Março 315

das suas águas. É chegada a hora de nós cidadãos, passarmos a exercer os nossos direitos e a exigir um mínimo de responsabilidades aos nossos políticos. Temos um rio que é tão português como espanhol em todos e cada um dos seus mil quilómetros e devemos fazer pressão para que o seu curso seja uma jóia da qual todos nos possamos orgulhar. Este

rio, de corpo enfermo, deve fazer juz à sua cabeça. Mas não se trata só de uma satisfação moral ou de que todos possamos desfrutar do nosso rio. O rio Tejo pode ser um atractivo turístico de elevada qualidade. Hoje em dia o turismo é quase o único recurso económico viável que resta aos nossos dois países. Aliás, é um destino que está desenhado em

Bruxelas para nós: sermos países de serviços para que os cidadãos do resto da Europa passem férias. Em suma, temos um rio com paisagens excelentes, um incomparável património de todo o tipo. Uma boa gastronomia, excelentes vinhos e habitantes ribeirinhos hospitaleiros e simpáticos. Falta-nos somente limpar a água. Será que isso é assim tão difícil?

Ruína romana, trasladada pedra por pedra, antes de ficar submersa pela águas da represa de Valdecanãs


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Conhecer e Viajar pelo Tejo

Texto e Fotos de Arquivo Carlos Salgado

Direito à Água A existência da água tornou possível a vida no planeta Terra. Além de ser essencial à vida e à saúde humanas, a água é indispensável ao equilíbrio ecológico e ao desenvolvimento social e genericamente dá, cria e mantêm a vida e para além disso ela é e foi sempre indispensável ao homem e se escassear vai causar o declínio gradual da humanidade.

C

om o crescimento demográfico e económico dos nossos dias o consumo da água aumentou consideravelmente e o homem não tem bem a noção disso e de que a quantidade da água doce não vai crescer nem tampouco vai ser renovada. Portan-

Bando de Alfaiates, a ave que é o símbolo da Reserva Nat. Est. do Tejo to é imperioso cuidar e proteger os rios, as fontes, as nascentes e tudo o que produzir água pois, a relação entre o consumo e a produção de água está cada vez mais desequilibrada e os ciclos periódicos de chuvas, estiagens, enchentes e secas que estão a acontecer, cada vez com maior frequência, estão a

O Tejo próximo da captação de água da EPAL

desestabilizar a gestão deste bem indispensável. Vai chegar a hora em que a água vai ter muito mais valor do que, por exemplo, o petróleo e a sua escassez vai originar muitos conflitos entre os países mais carenciados e aqueles que ainda disponham dela. Muita atenção: a água é um bem finito pelo que

o seu consumo não pode continuar a ser desregulado, nem pode haver desperdícios, pelo que é forçoso que o seu consumo seja parcimonioso. Não se pode ignorar que para além do homem também dependem da água os animais, a natureza, a agricultura, a indústria, a energia eléctrica, a pesca, a navegação, o lazer, o desporto etc. Os rios são uma das formas como a água se apresenta e circula no planeta, como o sistema circulatório do corpo humano. Dentre os rios da Península Ibérica o nosso Tejo é o que tem maior extensão! É pois exigível que tenhamos sempre presente o bem que ele constitui porque para além de ser uma fonte que dá, cria e mantém a vida, também é essencial à nossa existência pois fornece e põe a sua água à disposição de todas as actividades dependentes dela, que são muitas. Os portugueses não podem ignorar que o Tejo e o seu afluente Zêzere são os abastecedores de 100% da água potável consumida por toda a região da grande Lisboa! Posso dizer-vos que na zona onde é captada a água do Tejo, perto de Porto de Muge, ela não dá mostras de estar poluída para além de passar previamente por uma

Um vazadouro de lixo na margem sul 2013 Março 315

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Notícias do Mar

Abandono de sucata na margem que com cheia vai para Tejo

Descarga de efluentes agrícolas, inquinados estação de depuração onde é devidamente tratada, antes de entrar na rede. Não, Tejo, Não és tu que em mim te vês, Sou eu que em ti me vejo! Quanto a mim, esta afirmação contida no poema do nosso saudoso Alexandre O´Neil significa que o homem reconhece a sua dependência do Tejo, porém na realidade, ainda não tomou bem consciência de que ele próprio tem vindo a contribuir mais para degradar o rio do que para cuidar dele e protegêlo. Deste modo o homem está,

inconscientemente, a comprometer seriamente o seu próprio futuro! A propósito, passo a transcrever uma passagem da entrevista que o meu amigo e investigador Carlos Blazquez me deu, relativamente ao Tejo em Espanha: “ Por outro lado, esta Confederación dava uma informação que causa arrepios: umas 175 povoações, desde 2.000 e 15.000 habitantes e mais sete aglomerações urbanas com mais de 15.000 habitantes vertem as suas águas residuais para o Tejo, sem depuração prévia ou com um tratamento insuficiente. Isto significa que o triste rio que compartilhamos, recebe os dejectos de mais

Um esgoto urbano para o Tejo de um milhão de espanhóis, e uma boa parte dos efluentes industriais são mandados directamente para as suas águas “. Mas caros amigos, não pensem que no Tejo português não pode estar-se a passar o mesmo,

Redes da captura do meixão, perto de Salvaterra 28

2013 Março 315

salvo as devidas proporções relativamente à quantidade de aglomerados urbanos e ao número de habitantes, mas não podemos ignorar que a extensão do curso do Tejo em Portugal é um quarto da totalidade da sua extensão transnacional, portanto menos água (maior concentração). Não obstante, o nosso rio ainda dá sinais de que está a tempo de ser revitalizado mas para isso é preciso quanto antes: 1. Fazer um diagnóstico sério do rio tendo por base os aspectos técnicos e de conhecimento dos fenómenos fluviais, dos recursos naturais, dos recursos económicos e da sociedade ribeirinha e de ter em consideração que as medidas de acção e de desenvolvimento a tomar deverão observar com rigor o preconizado na Directiva Quadro da Água. 2. Coagir os agricultores para terem práticas de agricultura ambientalmente correctas e controlar e/ou interditar o uso indiscriminado de pesticidas tóxicos, avaliar e controlar sistematicamente todo o tipo de agricultura intensiva para evitar a destruição dos so-


Notícias do Mar

los e a contaminação dos veios de água. 3. Controlar sistematicamente, desde o licenciamento, todas as indústrias em laboração para controlar se os seus efluentes são previamente tratados numa EPAR, que deve ter uma capacidade proporcional, antes de serem lançados ao Tejo e controlar do mesmo modo os efluentes urbanos das autarquias ribeirinhas, porque os aglomerados populacionais têm tido uma grande expansão, desproporcionada em muitos casos. 4. Controlar e disciplinar o consumo de água do Tejo sobretudo na irrigação dos terrenos agrícolas que consomem quantidades exorbitantes de água da qual uma grande parte é desperdiçada devido às condutas avariadas ou em ruína. 5. Desmantelar por completo a rede organizada da captura e contrabando do Meixão bem assim como os abusos cometidos na pesca fluvial pelo uso de processos, artes e redes ilegais. 6. Exigir a instalação de estações de tratamento de águas residuais a todas as empresas ou agricultores que vertam efluentes contaminados para o rio. 7. Fazer o controlo sistemático, rigoroso e diário para saber se a água do Tejo que os nossos vizinhos deixam passar para o lado de cá da fronteira, em Cedillo, corresponde às cubicagens estipuladas pelos acordos de Albufeira, e aferir também a qualidade dessa água. Deve até avaliar-se se esses acordos são ou se alguma vez foram, quantitativa e qualitativamente razoáveis para nós e de acordo com o que a União Europeia

Cavalos Lusitanos no Mouchão da Casa Branca, frente a Salvaterra exige nos casos dos rios partilhados. Quando o meu entrevistado afirma que, e ele é conhecedor, que o Tejo original acaba por sair (desaguar) no Mediterrâneo, muito longe do que devia ser o seu destino, devido ao transvase Tejo/Segura, e que alguma água que sobra de montante acaba por ser retida numa região de um complexo contínuo de represas e é por esse motivo que o Tejo original fica decapitado e essas águas nunca chegam a Lisboa. Mais diz que as únicas águas que chegam a Portugal são de um novo Tejo constituído pelas águas residuais de Madrid ( do

rio Jarama ). È por isso que eu nesta crónica chamo à atenção de que nós, os portugueses, nos devemos preocupar mais com a quantidade da água que deixam passar de Espanha e perguntar às nossas entidades responsáveis porque é que não recebemos mais água de montante em vez andarmos des-

perdiçar os nossos esforços a envolver-nos em campanhas relativas aos problemas dos vizinhos, porque como tenho vindo a dizer que, mesmo que não houvesse transvase essa água que vem da origem não era deixada passar a partir do conjunto das represas espanholas para baixo.

Praia da foz do afluente Zêzere em Constância

Praia de Valada

Um tradicional Cruzeiro do Tejo de Alhandra a Salvaterra 2013 Março 315

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Notícias do Mar

Notícias da Mútua dos Pescadores

Marítimo- Turística

Portugal dispõe de características privilegiadas para a exploração da MarítimaTurística. Especializada nos assuntos do mar, a Mútua dos Pescadores disponibiliza as coberturas obrigatórias, bem como coberturas facultativas para o exercício desta atividade. Coberturas Obrigatórias O Decreto-Lei nº. 108/2009 de 15 de maio, introduziu várias novidades no ordenamento jurídico, sendo de destacar, quanto

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à matéria dos seguros: 1º. Integrou num único diploma legal, as atividades de Animação Turística e de Marítimo-Turística (sem prejuízo, de continuar também válido, quan-

to a esta última, o Decreto-Lei nº. 21/2002 de 31 de janeiro, alterado pelo Decreto-Lei nº. 269/2003 de 28 de outubro, que define os capitais mínimos do seguro de Responsabilidade

Civil obrigatório em função do número de passageiros da embarcação); 2º. Estipulou que, para além do seguro obrigatório de Responsabilidade Civil (cujo capital mínimo varia com as características da embarcação), os operadores de Animação e de Marítimo-Turística devem subscrever igualmente um seguro de Assistência, quando desenvolverem atividade no estrangeiro e ainda um seguro de Acidentes Pessoais, a favor dos clientes, com as seguintes coberturas e capitais mínimos, por pessoa: Morte ou Invalidez Permanente - € 20.000,00 Despesas de Tratamento - € 3.500,00 Cobertura Facultativa – Danos Próprios Destinada a ressarcir os danos sofridos pela embarcação segura, esta cobertura pode envolver - de acordo com o que tomador do seguro e o segurador acordarem - fundamentalmente, a perda total ou parcial em resultado de naufrágio, encalhe, submersão, incêndio ou explosão, colisão com objectos


Notícias do Mar

Texto Cristina Garcês - Mútua dos Pescadores Ilustração Duarte Saraiva

fixos ou flutuantes, mau tempo e gastos de salvamento; as avarias particulares durante a estadia no estaleiro; os acidentes e incêndio em terra e o roubo no mar ou em terra. Os contornos e limites de todas estas garantias estão perfeitamente definidos nas Condições Gerais, Especiais e Particulares da apólice. O produto Mútua O investimento nas actividades lúdicas fez com que os operadores turísticos alargassem o conceito da animação turística, explorando também actividades terrestres. Com o objectivo de simplificar e reduzir encargos administrativos no exercício da atividade, a Mútua dos Pescadores dispõe actualmente de um novo produto mais abrangente e inovador. Com o novo produto, é possível integrar numa só apólice, sem duplicação de custos e sem burocracia as actividades de Marítimo-Turística, Animação Turística, actividades de Mergulho e Náutica de Recreio. Conclusão A actividade Marítimo-Turística tem vindo a manifestar um crescente interesse como atividade económica, contribuindo para a inovação do produto turístico e criando novas oportunidades de emprego. Cabe aos seguradores a garantia dos investimentos, sendo que a Mútua dos Pescadores tem criado produtos que respondem com eficácia às necessidades dos investidores. 2013 Março 315

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Pesca Desportiva

Pesca Embarcada

Douradas 10 Dicas para o Inverno

Esta é a época pela qual muitos pescadores esperavam. As douradas estão aí e é altura de mudar de mentalidade e de armas para capturar estas cabeçudas.

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ara o efeito reunimos 10 dicas que vão fazer toda a diferença nas suas jornadas “douradeiras” e para isso pedimos também a opinião a alguns experientes pescadores setubalenses, exímios na arte de enganar estes manhosos “poços de força”. Antes de mais convém explicar o porquê desta febre das douradas. Raras são as vezes em que se tem oportunidade de apanhar peixes com a força 32

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deste peixe, aliado ao facto de terem uma astúcia enorme na altura de comer a nossa iscada. Pois é, estão reunidas as condições para passar um belo dia a pescar de barco mas, quando escolher a altura do ano certa para as pescar com garantias mínimas de sucesso? O inverno. É nesta altura que estes peixes se deslocam em cardume para as zonas habituais de desova para completarem mais uma fase crítica do seu ciclo de vida. Na costa

atlântica existem algumas pedras afamadas e com pergaminhos de acolherem as senhoras douradas nesta altura e, nomes como a Vereda são dos mais conhecidos. E é sobretudo no mês de dezembro que as coisas estão ao rubro… 1 – Douradas e só douradas Quem decide rumar a locais com estas características ou pretende apenas apanhar douradas tem de se mentalizar

para usar apenas material para estes peixes. Desde as montagens até aos iscos, passando pelas ponteiras das canas, tudo tem de ser escolhido para apontarmos a mira a estes peixes. Mentalizem-se e sigam o lema: “Peixe-miúdo não vale”! Embora por vezes também saiam umas douradinhas mais pequenas… 2 – Caranguejo: o isco-rei!


Pesca Desportiva

Texto Mundo da Pesca - Colabora: Paulo Patacão, Fernando Hilário Fotografia: Arquivo Mundo da Pesca

Os melhores dias para as douradas, são no Inverno

Quem pretender apenas apanhar douradas tem que ir devidamente equipado

Nas famosas pedras da Vereda todos os anos as douradas vão desovar 2013 Março 315

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Pesca Desportiva

É na Dourada Não haja dúvidas de que um dos melhores, senão o melhor isco para as douradas, é o caranguejo. Não vá para uma jornada sem garantir que leva ou que a bordo irá haver esta preciosidade. Outros iscos poderão resultar bem, caso da bomboca, navalha, amêijoa,

etc., mas, o caranguejo pode e deve ser - a principal opção. A iscada de caranguejo para douradas pequenas e médias deve ser sem a carapaça atada com fio elástico; devemos escolher as fêmeas porque nesta altura estão ovadas e a “caca” alaranjada serve de atrativo

É um peixe com muita força e tem uma astúcia enorme a comer a nossa iscada 34

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O caranguejo é o isco rei para apanhar as douradas natural para a dourada; em dias em que as douradas estão a pegar bem é indiferente usar um ou outro, apenas nos dias mais complicados teremos de dar preferência às fêmeas. Mas se quisermos apanhar os maiores exemplares devemos iscar com caranguejo pequeno

e inteiro, com casca, retirando apenas as bocas. Para esta iscada recomendo o anzol NBS Laser L777 nº3/0, serve na perfeição. Fernando Hilário 3 – Distinguir o caranguejo

Por vezes também saiam umas douradinhas mais pequenas


Pesca Desportiva

Iscar de preferênia com o miolo das fêmeas Como distinguir num balde cheio de caranguejo quais são os machos e quais são as fêmeas? Nada mais fácil: na parte ventral do caranguejo há uma parte da sua carapaça que parece um avental, zona essa que fica situada na sua traseira. A diferença entre machos e fêmeas está precisamente na forma desse avental ou fralda,

que no macho é mais bicudo e na fêmea mais arredondado, sendo inclusive ligeiramente maior. 4 – Mas há cá douradas? Para os mais “verdinhos” nestas lides surge sempre esta questão. Quando se fundeia e se começa a pescar surgem

Se atacarem o caranguejo inteiro é dourada de certeza

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Pesca Desportiva

as primeiras iscas roubadas e os dois anzóis limpos; surge sempre a dúvida se serão as douradas ou outros peixes. O truque para fazer “a prova dos nove” é pegar no caranguejo (em bom da verdade é praticamente o único isco usado) com casca e patas, tirar as tenazes, iscá-lo e, se vierem os anzóis limpos podemos estar certos que os “ladrões” têm uma testa negra e amarela. Os outros peixes podem comer caranguejo aos bocados, agora, atacar o caranguejo inteiro só pode ser dourada e, eventualmente, um pargolegítimo ou uma sêmea.

A ponteira deve ser de fibra sensível e estar pouco tensa

Para as douradas basta uma simples montagem com dois estralhos entre os 40 e 60cm de comprimento 36

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5 – Rapidez de ação! É importante que mal a chumbada toque no fundo a pesca fique esticada e de imediato (e por imediato, entenda-se IMEDIATO) se folgue a linha, mantendo a tensão controlada. Não só se poderá sentir o peixe de

É preciso ser exímio na arte de enganar estas manhosas cabeçudas


Pesca Desportiva

imediato como também se evitarão algumas prisões. 6 – Toca a iscar Se conseguir ter toques, e se forem apenas dois ou três e parar é sinal de que pode puxar e fazer novas iscadas. Elas limparam tudo... outra vez! O truque muitas vezes é tentar ferrar ao primeiro ou segundo toque, mas nem sempre é assim. 7 – Ponteira sensível A cana deve ter ação de ponteira e estar equipada com ponteira de fibra sensível, mais macia, pois estas são mais sensíveis; como as douradas são manhosas a comer temos uma maior percetibilidade ao toque. Já o carreto deve estar equipado com multifilar de diâmetro 0,18 e uma rabeira em fluorocarbono com 7 metros de comprimento em 0,30. Com a ponteira mais macia pode pensar-se que vamos ter mais dificuldade na ferragem mas isso não vai acontecer pois vai ser compensada pelo multifilamento e pela rabeira curta. Fernando Hilário

devemos deixar a linha correr dando linha de forma a manter a ponteira o mais direita possível e a linha pouco tensa. 10 – Montagens e atrativos... A montagem para as douradas não é mais do que uma simples montagem com dois estralhos entre os 40 e 60cm de comprimento num bom fluorocarbono, na casa dos 0,40mm. Por vezes, em dias mais difíceis o uso de missangas verde fluorescente junto ao anzol dão bons resultados. Paulo Patacão

É importante que mal a chumbada toque no fundo, de imediato a pesca fique esticada

8 – A tensão da linha A tensão na linha é um dos aspetos mais importantes, pois é a única forma de podermos sentir os toques subtis das douradas. A ponteira da cana deve estar quase direita, ou seja pouco tensa de forma podermos sentir melhor os seus toques. Logo que a chumbada toque no fundo devemos ter a cana ligeiramente acima dos 45º; quando toca no fundo fechamos a asas de cesto e esticamos a linha, baixando ligeiramente a cana, mas de maneira a que a ponteira fique quase direita (muito pouco tensa, portanto), de maneira a que seja a sua própria flexibilidade a indicar-nos o toque. Paulo Patacão 9 – Atenção à aguagem Quando temos aguagem a nossa pesca tende a ficar muito tensa e a ponteira mais dobrada, para se corrigir esta situação 2013 Março 315

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Pesca Desportiva

Big Game

Capturado Marlin Azul com Quase 600Kg

Um pescador inglês capturou um marlin azul com 599 Kg e cerca de seis metros de comprimento, na ilha britânica Ascenção, situada no meio do Oceano Atlântico, entre o Brasil e Angola.

O marlin azul dá uma luta espetacular

K

evin Gardner, dono de um pub na cidade de Coltishall, em Inglaterra, disse que foi passar oito dias no mês passado em Ascenção, com amigos num barco de pesca, para tentar encontrar um marlin azul. Segundo contou, quase não acreditou quando o peixe mordeu o isco. «Vimo-lo a surgir do nada do lado bombordo do barco», afirmou. «Só no tempo que eu levei para pegar na cana e prendê-la na minha cintura, o peixe já havia levado 700 metros de linha.» «Vimo-lo a saltar e era gigantesco. Tínhamos a certeza de que era um monstro.» Gardner afirmou que ele e a sua tripulação demoraram três horas para tirar o peixe do mar, o prémio mais cobiçado entre os pescadores de big game. Espadim Azul O espadim azul é a maior das es38

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pécies designadas por Marlin. Para além de atingir tamanhos grandes, tem uma capacidade de luta espetacular na pesca desportiva que motiva a sua procura e entusiasma os milhares de pescadores e os capitães e tripulantes das embarcações.O espadim azul macho adulto raramente excede 150 kg (300 lb), enquantoque as fêmeas podem atingir tamanhos muito maiores, bem acima de 450 kg (1.000 lb). O tamanho máximo do azul, é frequentemente debatido, tanto na pesca desportiva como nos círculos científicos. A captura maior em pesca desportiva foi registada em 10 de Junho de 1970 em Honolulu no Havaí, de um espadim azul com 818 Kg (1.805 lb), por um grupo de pescadores a bordo do barco charter Coreene C comandado pelo Capitão Cornélio Choy, considerado um dos maiores pescadores havaianos. O peixe, muitas vezes referido como “Monster Choy”, quando foi aberto,

tinha um atum albacora com mais de 155 kg de peso dentro da sua barriga. Há também uma história que conta que um pescador comercial havaiano capturou um marlin azul com 2.200 lb. O maior azul vendido no mercado de Tsukiji, em Tóquio, supostamente pesava 1.106 kg (2.680 lb). Desde alguns anos que os pescadores desportivos, seguindo as regras da Internacional Game Fish Association- IGFA, vão libertando os espadins que capturam, excepto

quando são muito grandes, podem constiruir record e pretendem manifestá-lo. Também quando os peixes chegam já mortos ao barco e não é possível reanimá-los, são levados para terra. Por isso, os pescadores desportivos são os que mais protegem estes peixes e os deixam crescer. O mesmo já não se pode dizer dos pescadores profissionais. Por causa do crescente esforço da pesca comercial em todo os oceanos do mundo, parece mais que improvável que alguma vez os pescadores desportivos consigam passar a marca das 2.000 lb. A desova dos espadins azuis é realizada em águas tropicais que incluem as ilhas do Caribe, no Atlântico ocidental e no Golfo da Guiné no Atlântico oriental. No entanto, importantes migrações sazonais são feitas nas águas temperadas dos hemisférios norte e sul, para aproveitar as oportunidades de se alimentarem nas águas quentes, na primavera e verão de cada hemisfério. O limite inferior da sua tolerância de temperatura da água é de cerca de 20 graus Celsius, embora houve peixes que foram capturados em temperaturas mais baixas, porque os peixes maiores têm maior tolerância à temperatura da água. Os espadins azuis concentramse em maior números em áreas onde a estrutura inferior do oceano cria ressurgência trazendo água rica em nutrientes das profundezas até perto da superfície, desencadeando plâncton que resulta numa cadeia alimentar que termina nos grandes predadores marinhos, como os grandes peixes de bico. É por essa razão que os espadins azuis encontram-se à volta das ilhas, montes submarinos, bancos, e junto à borda da plataforma con-

Espadim azul


Pesca Desportiva

tinental No Atlântico ocidental o espadim azul pode ser sazonalmente encontrado ao largo do Cabo Cod, a norte de New York, influenciado pela corrente quente da Corrente do Golfo, e até ao sul do Brasil. No Atlântico oriental a sua estadia sazonal estende-se para o norte até à costa do Algarve e para o sul ao longo da costa de Angola. Quanto à sua alimentação, os espadins azuis são predadores variados, pois comem uma grande variedade de espécies de presas e tamanhos. Análises diversas efectuadas por cientistas deram conta do conteúdo estomacal com pequenos e grandes peixes, como o atum, especialmente o gaiado, lula, cavala e carapau. No final de um Torneio nas Bahamas, foi encontrado no estômago de um azul vencedor com 485 lb, um espadim branco com 70lb. Quanto às albacoras, já foram tiradas com cerca de 100 lb. Sesimbra Apresentou o Maior

Espadim Azul Foi no dia 18 de setembro de 2008, que a embarcação de recreio “Jocanana”, propriedade do “skipper” Jerónimo Joana, sócio do Clube Naval de Sesimbra, pescou o que de início parecia ser o maior espadim azul da Europa e que depois não chegou a ser homologado como tal. O espadim azul, com o peso de 419 kg, desembarcado em frente à sede do Clube Naval de Sesimbra, foi capturado pelo pescador desportivo Hugo Silva. Depois do peixe ter mordido o isco, por volta das 16 horas, foram 6 horas de luta intensa que terminou com a vitória do pescador, um dos membros da equipa de pesca grossa do Jocanana. Quando o peixe chegou à borda do barco já estava morto e como parecia constituir recorde, recolheram o espadim para dentro do barco e rumaram para Sesimbra para ser então levado à balança. Afinal, não ficou muito longe do recorde europeu que é de 440 Kg.

O marlin azul capturado na Ilha de Ascenção com 600 kg

O histórico marlin azul capturado por Cornélio Choy em 1970, com 818 Kg

Marlin azul com 418 kg, capturado pela equipa Jocanana - Jerónimo Joana, Hugo Silva e António Valadas 2013 Março 315

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Náutica

Notícias Yamaha

Campanha de Waverunners

“Troco Velho... Por Novo!” De 1 de Março a 30 de Junho 2013 A Yamaha tem uma proposta muito simples para si: TROQUE VELHO POR NOVO! É a oportunidade ideal para substituir a sua “Lolita”, “Claúdia” ou qualquer outro nome que durante tantos anos pronunciou ao chamar a sua WaveRunner.

Yamaha FXS HO

S

eja qual for o estado, os anos ou marca da sua moto de água, pode trocá-la por uma WaveRunner Yamaha totalmente nova, mais adequada ao seu actual estilo de vida ou localização adquiri-la a um preço muito mais vantajoso. Sempre com o investimento seguro num produto de elevado valor comercial! A nossa proposta é muito simples. Procuramos dar-lhe sempre o melhor pelo melhor! Este ano aproveite todas as ajudas que organizámos para Si: (1) 100€ de gasolina para utilizar a sua WaveRunner, concedida pela Yamaha; (2) extra-valorização, de até 2.000€+IVA, na sua velha moto (seja qual for a marca), concedida pela Yamaha. Aqui ficam as informações 40

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Yamaha VXS


Náutica

Yamaha FZX gerais da campanha, no entanto não dispensa que fale com um Jet Center aderente para

conhecer todos os detalhes específicos da campanha e em concreto sobre a sua velha

moto. A presente campanha não é acumulável com outras pro-

moções, campanhas, bónus ou descontos e é exclusiva em Jet Centers Aderentes.

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Motonáutica

Porto Rico Offshore Series

Texto e Fotografia Gustavo Bahia

Offshore em Alta no Caribe

As competições de Motonáutica estão atravessando um período muito complicado na Europa, todas as etapas dos Campeonatos Mundiais não apresentam nenhuma cidade europeia em suas listas. Dizer que é culpa da crise é a forma mais simplista de esconder o que se passa por dentro desse desporto.

E

nquanto a Europa cai outras partes do mundo estão em alta, a Turquia

realiza o maior Campeonato Mundial de uma Classe Offshore com 16 etapas em 2013, no Médio Oriente ainda existem

várias categorias que estão activas, assim como nos Estados Unidos. Ilusão achar que existe Motonáutica quando não há in-

O Pantera 28 pés de Carrasquillo é dos barcos mais rápidos do campeonato 42

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centivo as novas gerações. Caribe ressurge com trabalho e união No último dia 10 de Março realizou-se em Fajardo – Porto Rico a primeira etapa do Campeonato do Caribe, o Puerta Del Sol Offshore Grand Prix com a participação de 16 barcos em 6 Classes. Quem está por trás da promoção da Motonáutica em Porto Rico é um grupo de apaixonados pela Motonáutica que decidiu trazer de volta a região do Caribe as emoções e a beleza das competições de barco. A PROS – Puerto Rico Offshore Séries tem tido êxito nas suas tentativas de reviver a Motonáutica e a prova disso foi a participação de 16 barcos. Pantera Racing vence na sua Classe Dentre os 16 barcos participan-


Motonáutica

Juan Carrasquillo(esquerda) é um nome que pode brilhar internacionalmente

Um dos Catamarãs que participam no campeonato do Caribe

Barcos diferentes com cascos em V formam as classes por velocidade

Barcos abertos com variadas motorizações ainda fazem um belo espetáculo 2013 Março 315

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Motonáutica

Um pequeno casco em V mas com boa motorização garante muita adrenalina tes podemos destacar a equipa Pantera Racing do Throttleman Juan Carlos Carrasquillo que em 2012 participou no Isiklar UIM World Offshore 225 Championship na equipa GHB Offshore Racing. Carrasquillo nascido em Porto Rico, segue agora os passos de seu compatriota Feliz Serralez, Bi-Campeão Mundial de Class One Powerboat, a mais destacada e milionária categoria offshore. Competindo com um barco Pantera 28’ pro-

pulsionado por 3 motores Mercury 250HP, a dupla Juan Carrasquillo/ Francisco Duran tem um dos barcos mais velozes dentre os demais competidores. Em 2013 a GHB Offshore Racing também está no barco de Pantera da dupla que deverá também participar do Campeonato Mundial de Offshore 225 na Turquia.

A PROS regulamentou as Classes em Porto Rico por velocidade máxima, assim conseguiu reunir um número significativo de participantes. Em 2012 teve 13 barcos e em 2013 começou com 16 barcos e deve subir

para 20 barcos nas etapas de Ponce, Mayaguez e San Juan. Quando existe vontade de realizar as coisas acontecem. Parabéns a PROS por trazer Offshore Racing de volta ao Caribe.

Classes definidas por velocidade

O catamarã Villa Marina é um dos competidores mais fortes

Esta tripulação deve participar do mundial da classe 225 na Turquia em 2013

GHB Offshore Racing em parceria com a Pantera Racing no Caribe 44

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A tripulação do Pantera para o campeonato 2013


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Náutica

Notícias Touron

Mercury Apresenta Sistema de Pilotagem com Joystick para Motores Fora de Borda A Mercury Marine apresentou no Salão Náutico de Miami, no passado dia 14 de Fevereiro, o tão aguardado Sistema de Pilotagem com Joystick para os seus motores fora de borda Mercury e Mariner.

É simples manobrar com o Joystick

O

sistema Joystick Piloting liberta o piloto do stress da atracagem ou de manobrar a embarcação em espaços reduzidos, tendo mesmo a possibilidade de fazer voltas de 360º. O design intuitivo do joystick permite a qualquer um, nauta experiente ou iniciado, manobrar embarcações de grande porte com toda a facilidade e confiança. Com este sistema, qualquer embarcação com vários motores fora de borda pode ser manobrada, sem a mínima dificuldade, em qualquer direcção, lateralmente, na diagonal ou girando sobre o seu próprio eixo, bastando para tal uma simples pressão ou rodar o joystick. Desta forma, o piloto controla o acelerador, as mudanças e a direcção com apenas uma mão, pois o joystick funciona em conjunto com os motores para mover a embarcação na direcção desejada. Nenhum outro sistema de pilotagem com joystick, para motores fora de borda, oferece as características tão avançadas que disponibiliza o Joystick Piloting da Mercury Marine. Este integra, também, 52

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âncora electrónica Skyook, monitor de informação VesselView (com as funções do motor) e o sistema de Piloto Automático. O sistema de âncora electrónica Skyhook marca a posição da embarcação através duma antena de satélite GPS e gere as transmissões dos motores, que se movem de forma independente, para manter a posição e o rumo. Este sistema é perfeito para manter a embarcação fixa num ponto, seja um ponto de pesca concreto ou a aguardar, por exemplo, que uma ponte levadiça possa ser levantada. Os sistemas de Auto Heading e Waypoint Sequencial permitem que a navegação ao ponto de destino seja simples e eficiente. Uma bússola digital incorporada no sistema Auto Heading permite ao piloto manter o rumo ponto a ponto e fazer correcções precisas apenas com um dedo. Podem-se fazer ajustes de um grau apenas com um simples toque no joystick ou de 10 graus através do painel de controlo. As viagens com várias paragens ao longo do trajecto tornam-se bastante simples com o sistema Waypoint Sequencial, pois o mesmo permite

traçar o rumo da embarcação utilizando vários pontos. Os nautas irão apreciar o novo design do monitor VesselView, o qual oferece ampla informação sobre os diferentes sistemas da embarcação. Este monitor disponibiliza informação actualizada sobre mais de 30 parâmetros do motor, incluindo o nível e autonomia de combustível, temperatura e pressão do óleo, profundidade da água e muito mais. O sistema Joystick Piloting para

motores fora de borda foi desenvolvido para os motores fora de borda Verado, conhecidos pelo seu funcionamento suave e incrivelmente silencioso. O sistema de pilotagem com joystick pode instalar-se em embarcações propulsionadas por dois, três ou quatro motores, Mercury e Mariner, de 250 CV a 300 CV e estará disponível para venda no terceiro trimestre de 2013. Mais informação em www.touronnautica.com

Embarcação equipada com o Sistema Joystick em manobras


Notícias do Mar

Notícias da Marina Parque das Nações

Férias Náuticas dos 10 aos 15 Anos no Centro Náutico Ofereça aos seus filhos uma semana de férias com atividades estimulantes ao ar livre. Desperte-lhes maior sentido de autonomia e espírito de entreajuda. Umas férias bem passadas são a melhor forma de eles aplicarem os conhecimentos académicos adquiridos.

A

Marina Parque das Nações fez um fantástico convite: “Embarca nesta aventura. Chegaram as tuas férias. É tempo de te divertires. Vem passar um fim-desemana diferente connosco e traz os teus amigos, para participarem nas atividades náuticas mais divertidas que selecionámos só para ti!” As atividades que vão estar disponíveis são: Vela, Canoagem, Windsurf, Stand Up paddle, Passeios de Barco, Visita ao Oceaná-

rio, Tartarugas Marinhas, Exposição permanente, Ateliers Ciência Divertida (ABC do Sol; Viva a Natureza; Magia da Ciência; Fabrica de Aromas, etc.) Sensibilização Ambiental, Bandeira Azul, Reserva Natural do Estuário do Tejo, Picnics, Refeições em parceria com a City Gou Programa Turnos de uma semana, de 2ª a 6º feira, durante o período de férias escolares da Páscoa e do Verão. 18 a 22 de Março | 25 a 28 de

Março (*) | 24 a 28 de Junho | 1 a 5 de Julho | 8 a 12 de Julho | 15 a 19 de Julho | 22 a 26 de Julho | 29 de Julho a 2 de Agosto | 5 a 9 de Agosto | 12 a 16 de Agosto | 19 a 23 de Agosto| 26 a 30 de Agosto | 2 a 6 de Setembro | 9 a 13 de Setembro. Preço Turno - 180€ (De 2ª a 6ª feira) (*) Turno de 4 dias – 156€ (De 2ª a 5ª) (*) Turno de 2 dias – 80€ (2ª e 3ª ou 3ª e 4ª feira) (*) Turno de 1 dia – 45€ (2ª feira) Estes valores incluem: IVA, seguro de acidentes pessoais, visitas ao Oceanário, Atelier Ciência Divertida, almoço e todo o material didático. Material Necessário Fato de banho ou short de neopreno; chapéu; protetor solar; calçado

molhável; produtos de higiene pessoal. Dispomos de balneários para duches e troca de roupa Condições É necessária a autorização de quem exerça o poder paternal (Termo de Responsabilidade existente no CNMPN). Pagamento deverá ser efetuado até ao ultimo dia útil anterior ao primeiro dia do turno, através de transferência bancária para o NIB 0033 0000 453 7929 1557 05, cheque ou numerário. Esta atividade só se realiza com um mínimo de 5, e máximo de 12 pessoas Marina Parque das Nações Tel 218 949 066 info@marinaparquedasnacoes.pt www.marinaparquedasnacoes.pt

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Surf

Surf Clube de Viana Promove Cooperação com os PALOP

SCV Apoia o 1º Campeonato Nacional de Surf em São Tomé e Príncipe

Nos passados dias 2 e 3 de Março, na praia de Santana, distrito de Cantagalo, realizou-se o 1º Campeonato Nacional de Surf e Bodyboard em São Tomé e Príncipe, promovido pelo Surf Clube de Viana. E desta forma, estão lançadas as bases para o desenvolvimento do Surf naquele país.

M

uito cedo os miúdos lançaram-se ao mar, sob o olhar atento de muitos adeptos, mostrando assim, equilíbrio, agilidade e força, sobre as ondas proporcionadas pelo vento. Foi um dia, memorável, quem lá esteve saiu encantado, com a adrenalina dos surfistas, barulho das ondas, vento fresco, águas cristalinas 54

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e sol abrasador, encantaram os turistas. Tratou-se de uma oportunidade, para muitos jovens surfarem pela primeira vez com pranchas de fibra. Esta ação de cooperação internacional do Surf Clube de Viana surgiu no seguimento do sucesso alcançado pela exposição itinerante “Surf em São Tomé e Príncipe” patente durante a Taça Portugal FPS 2012, na cidade de Viana do

Finalista Bodyboard 2013


Surf

Surf em S. Tomé e Principe

Um tubo de um dos concorrentes

Castelo, cujo objetivo principal era dar a conhecer o surf local e, simultaneamente, a angariação de material técnico para a prática de surf e bodyboard. O SCV contribuiu para a organização local - Federação de Canoagem e Surf (FSCS) - com diverso material de surf (pranchas, lycras, chops, etc.) e dotou a mesma com o softwarebásico para a realização

Eduardo Kamblé conquistou o título de melhor surfista técnica do campeonato. O Surf Clube de Viana agradeceeu ainda o apoio logístico

prestado pela AVIC e pela Embaixada de São Tomé e Príncipe. Especial agradecimento ao

professor vianense, Hugo Lopes, a lecionar naquele arquipélago desde 2011 2013 Março 315

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Surf

Centro de Alto Rendimento de Peniche

CAR Abre Portas com Estágio da Selecção de Surf Fez-se história do surf nacional, no fim-de-semana de 2 e 3 de março, com o início de actividade do Centro de Alto Rendimento (CAR) de Peniche. Uma ocasião justificada com a recepção aos pré-convocados da Selecção Nacional de juniores que representará Portugal no Mundial de Surf de Juniores a decorrer na Nicarágua, este ano.

Os atletas, o Seleccionador Nacional José Braga e Pedro Barbudo,à direita na foto, o presidente da FPS e o DTN Rui Félix, à esquerda da foto

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Correia. O autarca, aliás, congratulouse com este passo “histórico” para o surf nacional e para Peniche: “É uma ocasião histórica e considero muito significativo que os atletas sejam unânimes em descrever esta infra-estrutura como ‘top’” António José Correia celebrou também o trabalho entre a FPS e a autarquia que dirige, no sucesso deste projecto: “Este é o resultado de uma excelente parceria entre

Peniche e a FPS, com a federação a gerir a parte técnica e a autarquia a tratar da logística. Isto marca uma nova era no Surf nacional e espero que esta e outras Selecções vindouras possam beneficiar da maisvalia destas instalações para potenciar futuros êxitos, a curto, médio e longo prazo.” O presidente da FPS, Guilherme Bastos, alinhou pelo mesmo discurso do autarca daquela que é uma das capitais do surf mundial:

“A primeira utilização do CAR de Peniche abre, de facto, uma nova era para o Surf em Portugal. Finalmente, os atletas de alto rendimento de surf dispõem de uma infra-estrutura vocacionada para eles e para os ajudar a alcançar os seus objectivos.” Entretanto, a FPS tem programados mais três estágios, com um destes a envolver já, durante este mês, a primeira utilização do CAR de Viana do Castelo.

Fotografia: João Rosado

CAR de Peniche, um dos quatro construídos sob supervisão técnica da Federação Portuguesa de Surf (acrescem a esta lista Aveiro, Viana do Castelo e Nazaré), foi inaugurado em Outubro do ano passado mas só agora, de facto, iniciou actividade, numa ocasião que mereceu a presença do presidente da FPS, João Guilherme Bastos, e do presidente da Câmara de Peniche, António José

O grupo de trabalho num momento de descontração 56

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Guilherme Fonseca


Surf

Bana Bodyboard Air Show 2013

Um Campeonato num Formato Vanguardista Pela primeira vez, em Portugal, irá ser realizado um campeonato de bodyboard num formato diferente e vanguardista. O Bana Bodyboard Air Show é um campeonato onde os atletas são avaliados por cada manobra executada com sucesso, ao estilo cash for tricks, onde apenas serão contabilizadas as manobras aéreas.

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sto implicará um maior esforço do atleta, mas proporcionará um maior prazer ao mesmo, assim como um grande espetáculo ao público. Tudo isto num evento simples e saudável. O evento está previsto para dia 23 de março, mas sendo um elemento fundamental ter condições ótimas no mar, este poderá decorer até dia 14 de abril, em Carcavelos. Esta prova é organizada pela Secção dos Desportos Náuticos do CRCQL, Pure Emocean Bodyboarding School e Bana Surf Shop. E homologada pela Federação Portuguesa de Surf e pela Associação Portuguesa de Bodyboard. O Conceito O Bana Bodyboard Air Show pretende romper com os clássicos campeonatos e permitir a 18 atletas nacionais, a procura de ondas com características muito próprias, que proporcionam grandes velocidades e rampas para voar alto, criando assim um energético espetáculo. Isto permitirá num curto espaço de tempo a realização de um non-stop de manobras extremas. A ideia deste campeonato foi inspirada num formato que atualmente existe para o skate, onde os truques e manobras mais alucinantes são compensados com um prémio em dinheiro. No fundo, o conceito do Bana Bodyboard Air Show é simples, quanto maior, mais técnica e mais extrema for a manobra maior é o prémio. Além da competição, o objetivo é também passar um dia diferente na praia, com uma competição mais espetacular e cativadora para o público. Para animar a festa teremos também um speaker a transmitir toda ação na água e ainda um DJ ao vivo de modo a criar uma atmosfera de verão num estilo beach

mas também porque pretendemos envolver os atletas das escolas nesta competição. Assim teremos mais uma hora de campeonato onde premiaremos as melhores manobras dos atletas das escolas, com prémios angariados dos patrocinadores. Convidados Serão apresentados nas plataformas de comunicação do evento. Diariamente será revelado um perfil de cada convidado. Patrocínios A empresa Nova Câmbios foi quem fez possível a realização desde evento. O Bana Bodyboard Air Show conta ainda com o apoio estrutural da Red Bull, assim como da Bana Surf Shop, Nova Onda, Epic, Action Waves, Linha de Onda, Libertat, Nubai, BossItUp, Wave Solutions, e Modjo. E na fotografia com o apoio de Diogo Soutelo, Pedro Patricio e Miguel Soares. Media Partners Zona Radical / SportTV / AbolaTV / VertMag / Motion Edition / Bodyboard.pt

party. O Campeonato Foram convidado 18 bodyboarders, de varias gerações, na maior parte com ligação à marca Bana, e outros de renome nacional que irão competir numa abordagem descontraída e emocionante. Os atletas serão divididos em dois heats de 60 minutos. Destes dois heats sairão novamente nove fina-

listas que disputarão o título. De todas as manobras feitas pelos atletas, apenas as aéreas contarão com pontuação. O Bana Bodyboard Air Show tem um prize money de 1000,00€, onde vão ser premiados os bodyboarders mais progressivos e criativos. Paralelamente serão convidadas escolas de bodyboard de todo o país, não só para o convívio,

Comunicação A comunicação da prova é da responsabilidade de ambas as organizações, sendo uma comunicação com as respetivas parcerias ou patrocínios, resultados e acontecimentos. A divulgação com toda a informação e formato da prova, e onde se ira apresentar diariamente o perfil dos atletas, assim como os resultados do evento, será feita no Facebook oficial do evento facebook.com/pages/Bana-Bodyboard-Air-Show-2013, assim como no Twitter twitter.com/BanaBBAirShow e no You Tube youtube.com/ BanabodyBodyboardAirShow.

Director: Antero dos Santos – mar.antero@gmail.com Director Comercial: João Carlos Reis - noticiasdomar@media4u.pt Colaboração: Carlos Salgado, Gustavo Bahia, Hugo Silva, José Tourais, José de Sousa, João Zamith, Mundo da Pesca, Federação Portuguesa de Actividades Subaquáticas, Federação Portuguesa de Jet Ski, Federação Portuguesa de Pesca Desportiva do Alto Mar, Federação Portuguesa Surf, Federação Portuguesa de Vela, Associação Nacional de Surfistas, Big Game Club de Portugal, Club Naval da Horta, Jet Ski Clube de Portugal, Surf Clube de Viana. Administração, Redação: Tel: 21 445 28 99 Tlm: 91 964 28 00 - noticias.mar@gmail.com

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Notícias do Mar

Últimas Economia do Mar

Árabes Interessados no Novo Terminal de Sines

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ines é o porto que permitirá a Portugal tirar partido da nova passagem pelo Canal do Panamá, dos grandes porta-contentores. Em virtude disso, já começam a aparecer interessados no novo mega-terminal de contentores Vasco da Gama, de Sines e foram já conhecer melhor o projeto administradores do Dubai Port World . Juntamente com a Administração do Porto de Sines, os representantes do DPW analisaram o projeto do futuro mega-terminal de contentores Vasco da Gama, o segundo terminal de contentores, que terá uma capacidade máxima 4,5 vezes superior ao atual terminal, gerido pela PSA de Singapura. O investimento para o terminal será de 941 milhões euros, dos quais 705 milhões estarão a cargo do operador privado. Aguarda-se que este investidor portuário dos Emirados Árabes Unidos (EAU) tome uma decisão em breve. O embaixador dos EAU visitou igualmente o complexo industrial de Sines, onde há vários outros projetos com potencial para os grupos árabes. Este país árabe tem um conjunto de empresas que podem ser igualmente potenciais investidores em operações de abertura de

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capital que Portugal venha a promover a nível internacional. O operador portuário DPW já gere uma rede de mais de 60 terminais portuários espelhados por diversos paises do mundo, emprega mais de 30 mil trabalhadores e a movimentação de contentores proporciona 80% das suas receitas. A obra está prevista ser executada entre 2013 e 2022, sendo o prazo de concessão de 30 anos. Atualmente o tráfego pelo Canal do Panamá é realizado com navios de porte inferior a 4 mil TEU, unidade equivalente a um contentor de 20 metros, o que é pouco, face aos navios porta-contentores utilizados nas grandes rotas. Desta situação, resulta uma concentração de carga em portos dos EUA em ambas as costas, que funcionam como pontos terminais de muitas rotas. Isto representa encarecimento do transporte e contraria cada vez mais as novas tendências de desenvolvimento do shipping mundial. O novo conjunto de eclusas, que serão inauguradas em 2014, por altura do centenário do canal, permitirá a passagem de navios de 12 mil a 13 mil TEU, o que abrirá uma nova realidade nos tráfegos diretos entre o Oceano Atlântico e o Oceano Pacífico. Deste modo, as rotas marítimas que atravessarão o Canal do Panamá motivarão uma im-

portante alteração nos tráfegos de e para aquela região do mundo, na medida em que serão afetos navios de grande porte com enormes economias de escala e que terão um alcance superior e com paragem em apenas um conjunto restrito de portos. Os novos tráfegos transoceânicos provenientes do Oriente e da costa leste americana encontrarão Sines como o primeiro porto atlântico de águas profundas, que claramente se enquadra no referido conjunto restrito de portos para receber os navios de grande porte. Em Sines, estes novos tráfegos encontrarão outros serviços de longo

curso que também utilizam navios de grande porte, existindo desta forma fortes sinergias na rotação de cargas. Sines é, desta forma, o porto que permitirá a Portugal tirar partido do mega-investimento que está a ser realizado no Panamá. Por outro lado, poderão ressurgir os serviços à volta do mundo que ganham uma nova viabilidade com a possibilidade de utilização dos grandes navios porta-contentores. O potencial de Sines é enorme, pois tem a zona de actividades logísticas portuária em pleno funcionamento, e dispôe de excelentes condições e espaços para o desenvolvimento de soluções logísticas. A zona industrial e logística contígua ao porto é uma das maiores da Europa e tem mais de 4 mil hectares de terreno disponível. Não é fácil na Europa encontrar um porto com as caraterísticas de Sines e com um espaço de retaguarda com esta dimensão. Os investidores esitam porque por caminho-de-ferro não há escoamento rápido da carga que chega a Sines. Por isso, uma nova linha é um fator fundamental de sucesso no crescimento de Sines, pois permitirá aumentar a capacidade e frequência dos comboios de mercadorias, com realização de comboios com cerca de 700 metros de comprimento, com os quais será possível atingir um novo patamar de rentabilidade na execução de comboios bloco ou mesmo de multicliente, com destinos além fronteiras.


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