Série Livros Seminário Teológico de Base

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e a fé vem pelo ouvir da Palavra de Deus, então como ela cresce? Os livros da série SETEB – Fundamentos da Teologia nos guiam pelas doutrinas centrais do Cristianismo a fim de auxiliar todo cristão a crescer na sua fé por meio do estudo aprofundado das Escrituras Sagradas. Neste livro você encontrará respostas a perguntas como: •

O que significa crer que a Bíblia é inerrante e inspirada por Deus?

Como a Bíblia foi registrada e transmitida ao longo da história?

Por que Deus criou o universo e o ser humano em particular?

Qual é a relação entre o Antigo e o Novo Testamento?

ISBN 978-85-63428-25-7

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Seminário Teológico de Base - SETEB

FUNDAMENTOS DA TEOLOGIA A Bíblia, a Criação e as Alianças de Deus

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Seminário Teológico de Base: Fundamentos da Teologia – A Bíblia, a Criação e as Alianças de Deus

Editora Anno Domini Av. das Américas, 15.015 - 2º andar Recreio dos Bandeirantes, Rio de Janeiro - RJ CEP 22790-701 (21) 2490-8408 / (21) 2431-1489 www.editoraannodomini.com.br

Coordenação editorial: Andrew McAlister Revisão: Daniele Soares Capa e projeto gráfico: Monte Design Diagramação: Marcos Henrique Barboza

McAlister, John Seminário Teológico de Base: fundamentos da Teologia – A Bíblia, a Criação e as Alianças de Deus / John McAlister. Rio de Janeiro, RJ : Anno Domini, 2013. ISBN 978-85-63428-25-7 1. Educação cristã 2. Escola bíblica dominical 3. Fé 4. Teologia 5. Vida cristã I. Título. Índices para catálogo sistemático: 1. Escola bíblica dominical : Educação cristã: Teologia : Cristianismo 268 13-01413

CDD-268

© Anno Domini - 2013 | Filiada à Direitos desta edição estão reservados. Vedada, nos termos da lei, a reprodução total ou parcial deste livro.

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SUMÁRIO

Prefácio aos alunos .................................................. 7 Prefácio aos professores.......................................... 9 APRESENTAÇÃO À BÍBLIA ....................................... 14 Lição 1 A Bíblia, a Palavra de Deus................................................... 16 Lição 2 A história e a transmissão da Bíblia.................................... 20 Lição 3 A Bíblia, a revelação do plano de Deus............................. 24 Lição 4 As divisões literárias da Bíblia.............................................. 29 APRESENTAÇÃO À CRIAÇÃO.................................... 34 Lição 5 O Criador .................................................................................. 35 Lição 6 A criação do mundo............................................................... 39

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Lição 7 A criação do ser humano...................................................... 43 Lição 8 A queda e os efeitos do pecado original.......................... 47 APRESENTAÇÃO ÀS ALIANÇAS................................ 51 Lição 9 A aliança com Noé.................................................................. 52 Lição 10 A aliança com Abraão............................................................ 56 Lição 11 A aliança com Moisés e Israel.............................................. 61 Lição 12 A aliança com Davi................................................................. 68 Lição 13 A Nova Aliança........................................................................ 73 Indo mais fundo nas coisas de Deus......................... 79

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Acrescente-se a essas referências, o que disse Pedro em sua segunda carta: “... empenhem-se para acrescentar à sua fé a virtude; à virtude o conhecimento...” (2 Pe 1.5). Vivemos dias difíceis e cheios de desafios. Nossa sociedade ensina que cada um tem sua verdade, que toda autoridade deve ser vista com desconfiança e que não existe uma grande história que explica todas as demais. Como se isso não bastasse, estamos cercados de uma mentalidade de consumo e de um relativismo ético, que diz que a moralidade é arbitrária, depende de como você se sente ou de como você foi educado. Conhecer a Deus e suas palavras é romper com a cultura deste mundo. Precisamos continuar renovando nossa mente para experimentar a boa, perfeita e agradável vontade de Deus (Rm 12.2). Precisamos continuar afirmando o senhorio de Cristo sobre todas as áreas da vida e amá-lo de toda a nossa alma e entendimento (Mt 22.37). Estamos dando os primeiros passos de uma longa jornada. Que todo conhecimento adquirido ao longo deste curso possa glorificar a Deus e resultar em uma vida piedosa e operosa no Reino. Ou, parafraseando João Calvino, o grande teólogo da Reforma Protestante, que tudo o que entrar na mente desça até o coração. Que cada um de nós tenha o mesmo anseio que incendiou o coração de Paulo: Quero conhecer Cristo, o poder da sua ressurreição e a participação em seus sofrimentos, tornando-me como ele em sua morte para, de alguma forma, alcançar a ressurreição dentre os mortos (Fp 3.10,11). —8—

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PREFÁCIO AOS PROFESSORES Caro professor do SETEB, O que você tem em mãos é muito semelhante a um mapa de viagem. Cada lição pode ser comparada a uma cidade que você terá de visitar. Cada pergunta, um ponto de interesse turístico da cidade. Como em toda viagem, cada parada reserva surpresas e traz consigo uma série de aspectos que precisam ser explorados, registrados e apreciados. Em algumas lições, e até mesmo em algumas perguntas, será necessária uma parada mais demorada, alongando o tempo de viagem. Não há problema nisso! O importante é chegar ao final da jornada em segurança. No caso das lições, o bom entendimento e aplicação é o alvo. Como em todo roteiro de viagem, algumas atrações são sugeridas. O SETEB procura seguir um roteiro básico (se pensarmos no Rio de Janeiro, diríamos que seria o Corcovado, o Pão de Açúcar, as praias, por exemplo), mas você pode incluir “roteiros alternativos”. Entretanto, só o faça se sua turma assim puder e quiser acompanhá-lo. Como exemplo cito a lição 6 sobre a criação do mundo, a partir da qual você pode fazer o “roteiro alternativo” envolvendo a apresentação da teoria do Big Bang, o diálogo entre ciência e fé e a visão de “design inteligente”. Aqui vão algumas dicas para que suas aulas sejam atraentes, dinâmicas e bem aproveitadas: 1. Conheça seus alunos. Procure saber a história de cada um deles, o tempo e as circunstâncias de conversão, a situação familiar, etc. Se os alunos de sua turma têm a mesma faixa etária, procure também —9—

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possível, passe pequenas tarefas de preparação e fixação para eles fazerem em casa. 9. Se sua igreja possui pátio aberto ou salas diversas que possam ser utilizadas, mude o local da aula de vez em quando. Se houver apenas uma sala para uso, experimente mudar de tempos em tempos a posição das cadeiras, ou formar rodas ou semicírculos. 10. Estabeleça pontes de comunicação. Tudo o que desejamos comunicar gira em torno de 3 coisas: algo que conhecemos, algo que sentimos e algo que praticamos. Assim, quanto melhor conhecermos o conteúdo da lição, quanto mais intensamente o sentirmos e o praticarmos, melhor será a probabilidade de comunicá-lo bem. 11. O ensino que realmente causa impacto não é o que apenas passa de uma mente para outra, mas de um coração para o outro. Para os hebreus a palavra “coração” englobava a totalidade do ser: intelecto, emoção e vontade. Há três termos gregos que resumem bem o que é essa comunicação integral – ethos, pathos e logos. a. Ethos diz respeito à credibilidade do professor. É preciso que os alunos confiem em nós e, quanto mais confiarem, melhor conseguiremos comunicar-lhes o que desejamos dizer. b. Pathos diz respeito ao modo como o professor desperta as emoções e os sentimentos de seus alunos. Essa é chave para a motivação.

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c. Logos diz respeito à apresentação da mensagem, a argumentação. Ela envolve a mente no processo e assim opera a compreensão da lição. Em resumo, é o caráter do professor que vai gerar confiança; é sua afetividade que vai gerar motivação; é o conteúdo que vai gerar percepção. 12. Disponha-se a se mostrar vulnerável aos alunos. Fale de suas dúvidas, desafios passados e presentes. Seus alunos só o veem agora, mas não sabem o que você já enfrentou, o quanto lutou para crescer. Esta é uma oportunidade maravilhosa para mostrarmos como a graça de Deus pode atuar em nós e por meio de nós. E se fizerem uma pergunta que você não saiba responder, diga-lhes simplesmente que a pergunta é ótima e que você vai estudar melhor para dar uma resposta à altura. 13. Interceda por seus alunos. Se possível, faça isso em aula, em caso de alguma necessidade conhecida de todos, ou organize duplas e trios de oração. Há muitas outras dicas que poderíamos dar, mas estas são as principais. Como professor, sua tarefa primordial é ler, inclusive sobre educação. Para isso, ao final deste livro incluímos uma indicação com recursos para enriquecer a sua biblioteca, o seu aprendizado e o seu ensino da Palavra de Deus.

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FUNDAMENTOS DA TEOLOGIA — A Bíblia, a Criação e as Alianças de Deus

APRESENTAÇÃO À BÍBLIA Em todos os sentidos, a Bíblia é um livro singular. Desde a sua origem em Deus até a inspiração dos profetas e dos apóstolos que a registraram, a diversidade da contribuição dos seus autores e a unidade da sua mensagem, a riqueza da sua literatura e a história da sua transmissão e tradução em diversos idiomas, bem como o legado das vidas que foram e ainda são tocadas e transformadas pelas suas palavras – tudo a respeito da Bíblia deve despertar em nós profunda admiração e adoração a Deus! Ter acesso a esse livro e poder compreender o seu conteúdo é, sem dúvida, uma das maiores dádivas de Deus para o ser humano. Ao mesmo tempo, ter a Bíblia em nossas mãos representa uma grande responsabilidade. Se cremos que ela não é apenas uma coleção das palavras de homens, mas a própria Palavra de Deus, então que todo leitor esteja atento, pois é o próprio Deus que deseja falar conosco nesse livro. Portanto, conheça, leia, ouça, medite, coma, devore esse livro! Permita que as suas palavras penetrem em sua mente e em seu coração. Aplique-se por inteiro ao Livro dos livros e deixe que ele se aplique inteiramente à sua vida. Antes mesmo de prosseguir, façamos esta oração: Graças te dou, Senhor Deus, pelo tesouro que é a tua Palavra. Graças te dou por tê-la feito chegar até mim pela tua revelação e pelo sacrifício daqueles que se dedicaram à sua transmissão. Dá-me fome e sede de conhecer a tua Palavra, ouvidos atentos para ouvi-la, uma mente esclarecida para compreendê-la, um coração disposto a obedecê-la e uma vida submissa aos seus propósitos.

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Guia-me, ó Pai, pelo mesmo Espírito Santo que guiou os profetas e os apóstolos do passado, para que eu ouça e siga a Jesus Cristo, meu Senhor e Salvador, em cada palavra desse livro. Amém.

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FUNDAMENTOS DA TEOLOGIA — A Bíblia, a Criação e as Alianças de Deus

I. A BÍBLIA, A PALAVRA DE DEUS

1. Como Deus se revela a nós? Há duas maneiras pelas quais Deus se revela ao homem, tanto pela sua revelação geral como pela sua revelação específica. Deus se revela de maneira geral a todos os homens em todas as épocas e em todos os lugares por meio da criação, que revela a glória e o poder do Criador (Sl 19.1-6; Rm 1.18-21). Apesar disso, o homem por si só não reconhece Deus em sua criação devido à dureza do seu coração e à obscuridade da sua mente. Portanto, Deus também se revelou de maneira específica por intermédio da sua Palavra. A Bíblia esclarece a nossa mente e quebranta o nosso coração ao nos apontar para Jesus Cristo, a revelação máxima do ser e da verdade de Deus (Sl 19.7-11; Jo 1.1-3,14; Hb 1.1-3).

2. O que significa dizer que a Bíblia é a Palavra de Deus? Cremos que a Bíblia é a Palavra de Deus porque foi inspirada por Ele. (2 Tm 3.16,17). Isso significa que Deus agiu de maneira sobrenatural, pelo poder do Espírito Santo, na vida dos autores humanos da Bíblia a fim de que estes registrassem a mensagem do Senhor ao seu povo de maneira clara, verdadeira, precisa e suficiente (Sl 19.7-11; 2 Pe 1.20,21).

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3.

Se Deus usou mensageiros humanos para nos transmitir a sua Palavra, será que podemos confiar inteiramente na Bíblia? É verdade que Deus se revelou a nós por intermédio dos seus mensageiros humanos – os profetas e os apóstolos do Antigo e do Novo Testamento – valendo-se dos seus idiomas, das suas formas de expressão e pensamento, do seu contexto cultural, social e político a fim de nos transmitir a sua mensagem. Contudo, embora esses homens não tenham sido infalíveis, cremos que Deus os inspirou e os conduziu de maneira infalível, sob a influência do Espírito Santo, no registro das Escrituras Sagradas (2 Pe 1.20,21). Logo, a Bíblia é infalível (impassível de erro) e inerrante (verdadeira em tudo o que diz) e, portanto, inteiramente confiável.

4.

Se a Bíblia é inteiramente confiável, por que existem tantas interpretações diferentes acerca do seu conteúdo? Cremos que o conteúdo da Bíblia é suficientemente claro e acessível a todas as pessoas, muito embora as nossas interpretações não sejam tão claras e confiáveis assim devido à nossa ignorância e até mesmo à nossa pecaminosidade. (2 Pe 3.17,18). Há uma diferença importante e necessária entre o que a Bíblia diz – seu significado claro, verdadeiro e infalível – e o que nós entendemos ser o seu significado. Por isso, dependemos da direção do Espírito Santo, do estudo

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aplicado das Escrituras, valendo-se das ferramentas apropriadas de pesquisa, e da leitura da Palavra em conjunto com a liderança e a membresia da Igreja para entendermos o significado da Bíblia.

5.

Sendo assim, será que a Bíblia é suficiente em si para nos transmitir a mensagem de Deus para as nossas vidas?

Por mais importantes que sejam os conselhos e as diretrizes daqueles que têm estudado a Palavra de Deus ao longo dos séculos, a Bíblia é suficiente em si para nos transmitir tudo de que necessitamos para a nossa salvação e para a vida com Deus em Jesus Cristo. Nada pode nem deve lhe ser acrescentado, seja por “revelações” e “profecias” entregues por homens ou por tradições humanas (Gl 1.6-9; Cl 2.8). Somente as Escrituras Sagradas, portanto, constituem a nossa regra final de fé e de prática.

6. Deve-se dizer, portanto, que a Bíblia é a nossa autoridade final? Por ser a Palavra inspirada por Deus e o testemunho verdadeiro, infalível, claro e suficiente do Senhor para as nossas vidas, a Bíblia é a autoridade final sobre toda ação e todo pensamento humanos. Não existe outra autoridade superior à Bíblia pela qual ela possa ser julgada – seja a razão humana, a ciência, ou as demais tradições e autoridades humanas – pois a própria Palavra julga todas essas coisas (Hb 4.12,13).

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7. Isso quer dizer que a Bíblia nos ensina tudo que queremos saber? Não exatamente. A Bíblia, na verdade, nos ensina tudo que precisamos saber, mas nem tudo que gostaríamos de saber (Dt 29.29). Logo, a leitura, o estudo e a reflexão acerca da Palavra de Deus são insubstituíveis para o nosso crescimento na fé e na obediência ao Senhor (Js 1.6-9; 2 Tm 2.15; 3.16,17). Quanto mais estudarmos a Bíblia, porém, mais descobriremos o quanto precisamos aprender e quantas coisas ainda permanecem ocultas e misteriosas a nós acerca de Deus e dos seus propósitos. Porém, a Bíblia permanece sendo a norma e a regra final de todo o nosso conhecimento de Deus e de toda a nossa vida com Deus.

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APRESENTAÇÃO À CRIAÇÃO “Por que eu existo?” “Qual é o sentido da vida?” “Como saber o que é certo e o que é errado?” “Será que Deus existe?” “Afinal de contas, quem é Deus?” As perguntas acima são comuns a todos nós e carecem de uma resposta. Felizmente, a Bíblia se prontifica a responder as perguntas essenciais da vida, isto é, quem nos criou, por que nós fomos criados e qual é o nosso papel no mundo. Após termos estudado acerca da natureza, da história e do conteúdo das Escrituras, trataremos agora da apresentação bíblica do Criador, da criação e do ser humano.

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5 V. O CRIADOR

1. Quem a Bíblia diz ser Deus? Do início ao fim do seu testemunho, as Escrituras Sagradas afirmam que Deus é o Criador dos céus e da terra, ou seja, de tudo o que há (Gn 1.1,2; 14.19,22; Sl 95.6; Is 40.28). Por isso mesmo, Deus é o Senhor de todo o universo, pois não só Ele o formou pelo poder da sua palavra, mas também o sustenta e o governa pelo mesmo poder com que criou todas as coisas. Além do mais, Deus é aquele ser distinto da criação de quem procede a vida, a beleza, a ordem e o propósito de todo o universo. Só Deus é infinito, eterno, imutável, único, indivisível, autocontido e autossuficiente; sua criação, porém, é finita, passageira, mutável, diversa, complexa e dependente de Deus. Logo, Deus de maneira alguma pode ser confundido com a sua criação – em parte ou no todo – pois esta teve a sua origem nele e não o contrário.

2. Quantos deuses a Bíblia reconhece? A Bíblia afirma claramente que só existe um único e verdadeiro Deus (Dt 6.4; Jo 17.3; 1 Co 8.4-6). Diferente das demais religiões, a Bíblia é única em sua afirmação de que só existe um Deus que criou todas as coisas e que está acima de todas as coisas. O Senhor Deus sequer divide a sua glória e o seu poder com outros seres criados, sejam eles anjos ou demônios, seres celestiais ou humanos.

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do primeiro casal com peles de animais, indicando que a solução do pecado viria por meio de um sacrifício (Gn 3.21). Nesses dois aspectos, o Senhor Deus anunciou de antemão a aliança que Ele faria para restaurar a comunhão do homem com o seu Criador e com o restante da criação.

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APRESENTAÇÃO ÀS ALIANÇAS As alianças de Deus representam um dos temas centrais da Bíblia. Há quem diga que as Escrituras Sagradas são, do início ao fim, uma exposição da aliança de Deus com o seu povo. Mais que isso, a própria estrutura da Bíblia revela a progressão do plano de Deus para o seu povo da Antiga para a Nova Aliança representadas pelo Antigo e pelo Novo Testamento. Tudo isso, como já vimos, é fruto do próprio caráter pessoal do Senhor Deus que criou o ser humano para viver em aliança consigo desde o Jardim do Éden. Contudo, à luz da rebeldia do homem, como o Senhor Deus agiu para restaurar a aliança com a sua criação especial? Vamos acompanhar nas próximas lições o desdobramento das ações de Deus na história para restabelecer e renovar a aliança com o seu povo.

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vidão no Egito (Êx 20.2,3). Em resposta, Israel devia a sua obediência ao Senhor em sinal da sua gratidão e do seu pertencimento a Deus (Êx 19.4-6). Contudo, a história do povo de Israel nos revela que a Lei se tornou um instrumento de condenação e não de salvação para os descendentes de Abraão. A Lei em si era santa, justa e boa, porém incapaz de libertar da escravidão do pecado (Rm 7.7-13). Por isso mesmo, Deus desenhou a Lei de tal forma a fim de ressaltar o pecado do seu povo e a sua necessidade de um Salvador (Gl 3.19-25). Concluímos, portanto, que a graça e a Lei trabalharam conjuntamente na história do povo de Deus. Se, pela graça, Deus tirou Israel do Egito a fim de obedecer a sua Lei, a Lei revelou a necessidade que Israel tinha da graça de Deus para perdoá-la e salvá-la do seu pecado.

7.

Como a aliança de Deus com Israel antecipou as demais ações do Senhor na história? A Bíblia ensina que o Senhor entregou a Lei ao seu povo para que esta servisse de tutor até a chegada de Jesus Cristo (Gl 3.23-25). Jesus Cristo é o fiel cumprimento da Lei, e Ele a cumpriu fielmente em nosso lugar (Mt 5.17-20). Só Ele pode nos libertar da escravidão ao pecado a fim de que possamos obedecer à Lei de Deus (Rm 8.1-4).

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Jesus Cristo é a nossa Páscoa – aquele que morreu em nosso lugar para nos libertar da morte e do pecado – verdade esta que é celebrada na Nova Aliança e na Santa Ceia (Mt 26.26-29; Mc 14.22-25; Lc 22.17-20; 1 Co 5.7,8; 11.23-26). Por fim, Ele também é o Senhor do Sábado, aquele que veio trazer descanso para o seu povo a fim de que este vivesse em obediência aos seus mandamentos (Mt 11.25-12.14).

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XII. A ALIANÇA COM DAVI

1. Por que Deus escolheu Davi para ser rei sobre Israel? Após ter conduzido o povo de Israel do Egito pelo deserto do Sinai durante quarenta anos até a chegada a Canaã, o Senhor Deus estabeleceu o seu povo escolhido na terra que lhe prometera sob a liderança de Josué, sucessor de Moisés (Js 23.14). Apesar de ter cumprido com todas as suas promessas a Israel e de adverti-los acerca do perigo de esquecerem o Senhor, o povo abandonou os caminhos de Deus em troca de outros deuses, fazendo o que parecia reto aos seus próprios olhos e colhendo assim o juízo de Deus e a opressão de nações vizinhas (Jz 2.6-3.6). Embora o Senhor tenha levantado juízes – líderes militares e religiosos dentre o povo – para aliviar o sofrimento da nação, a situação ficou praticamente inalterada enquanto não havia um rei sobre Israel (Jz 17.1; 21.25). Quando chegou o momento de Israel ser liderado por um rei, o povo escolheu Saul por enxergar nele um líder à altura da sua ambição de ser uma nação poderosa como as outras nações (1 Sm 8.19,20; 10.24). Apesar de permitir tal escolha, o Senhor condenou Israel por ter rejeitado o seu reinado e por invejar as demais nações da terra (1 Sm 8.6-9; 10.17-19). A conduta desobediente e infiel de Saul resultou na sua rejeição pelo Senhor; contudo, o Senhor separou Davi para ser o próximo rei de Israel por ser este um homem segundo o coração de Deus (1 Sm 15.10,23,26; 16.7,13; At 13.22).

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2. Quais foram as características do reinado de Davi? Sob a liderança do rei Davi, o povo de Israel se estabeleceu pela primeira vez na história como uma nação soberana e próspera. As sucessivas campanhas vitoriosas de Davi expandiram e estabeleceram as fronteiras do seu reinado como nunca antes (2 Sm 5.1-25; 8.1-18). A prosperidade desse reino aumentaria ainda mais durante o reinado de Salomão, filho e sucessor de Davi (1 Rs 10.1-29). Contudo, o reinado de Davi ficou conhecido também pela sua dedicação ao louvor do Senhor Deus a quem o rei atribuía todas as suas vitórias e o seu sucesso. Por isso mesmo, Davi encarregou-se de estabelecer a Arca da Aliança – símbolo da presença de Deus em Israel – num lugar de destaque na capital do seu reino, Jerusalém, além de investir pesadamente nos preparativos do serviço no Templo que Salomão construiria e de compor ele mesmo vários dos salmos de Israel (2 Sm 6; 1 Cr 13–16; 22–26).

3.

De que maneira o reinado de Davi representou o cumprimento das promessas de Deus feitas aos seus antepassados? O Senhor prometera a Abraão fazer dele uma grande nação numa terra prometida sob a bênção de Deus (Gn 12.1-3). No Egito, o Senhor fez com que Israel se multiplicasse e se tornasse numerosa (Êx 1.12,20). Sob a direção de Moisés e depois de Josué, Deus libertou, sustentou e conduziu a nação de Israel até que esta estivesse estabelecida na Terra Prometida (Nm 1.146; 26.1-51; Js 21.43-45). Finalmente, o Senhor concedeu descanso a Israel — 69 —

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dos seus inimigos e prometeu estabelecer a “casa” ou dinastia de Davi para sempre sob o reinado de um descendente prometido (2 Sm 7.1-17). Dessa forma, o Senhor cumpriu sucessivamente com cada uma de suas promessas até o estabelecimento do reinado de Davi.

4. Qual foi o significado da aliança que Deus firmou com Davi? Após ter consolidado o seu reinado, Davi desejou construir um Templo para o Senhor em reconhecimento da sua condução soberana da nação de Israel (2 Sm 7.2). Contudo, por melhor que fosse a intenção do rei, o Senhor lhe revelou a tentação por trás de tal pedido, isto é, pensar que Davi fosse o responsável pelo estabelecimento da glória de Deus e não Deus o responsável pela glória de Davi e do seu reino. Por isso, o Senhor firmou uma aliança com Davi a fim de garantir o estabelecimento permanente do seu reinado e do seu trono (2 Sm 7.5-17).

5. Qual foi a resposta de Davi à aliança estabelecida por Deus? Em sintonia com a resposta de Noé, Abraão e Moisés, Davi reconheceu ser indigno do favor de Deus (2 Sm 7.18-29). Davi, portanto, reconheceu corretamente a natureza da aliança de Deus com o seu povo – uma oferta graciosa do Senhor Soberano em favor dos seus servos que é sustentada, renovada e confirmada tão somente pelo amor livre e imerecido de Deus pelo seu povo, que lhe deve total e exclusiva lealdade e obediência.

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Quais foram os desdobramentos dessa aliança para a história do povo de Deus? Apesar das muitas qualidades de Davi, a Bíblia nos fala também dos seus graves defeitos que estiveram presentes em sua vida tanto quanto na vida de Noé, Abraão e Moisés. Por ter praticado o adultério e o assassinato, Davi colheu o juízo de Deus tanto em sua vida quanto na divisão da sua família e do seu reinado nas gerações subsequentes (2 Sm 10–20; 1 Rs 12–2Rs 25). O fato de Davi ter se arrependido dos seus graves pecados e de o Senhor não ter revogado a sua aliança com o seu povo – a quem o rei representava – apesar de tê-los punido pela sua desobediência, demonstra claramente a ação conjunta da santidade e do amor de Deus na administração da aliança (Sl 51; 103). Contudo, somente a chegada de outro rei, o perfeito descendente de Davi – Jesus Cristo – poderia garantir os benefícios permanentes da aliança de Deus com o seu povo.

7. Como a aliança de Deus com Davi antecipou as demais ações do Senhor na história?

Como todas as demais etapas da aliança de Deus, esta também aponta para o seu cumprimento na pessoa de Jesus Cristo. Ele é o descendente prometido e superior de Davi que veio assumir o trono de Israel permanentemente (Mt 1.1-17; 21.9-11; 22.41-46; Jo 1.49; At 2.22-36).

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S e m i n á r i o Te o l ó g i c o d e B a s e - S E T E B

FUNDAMENTOS DA TEOLOGIA — A Bíblia, a Criação e as Alianças de Deus

Muito mais que isso, Jesus é a própria presença encarnada de Deus em meio ao seu povo, muito superior à Arca da Aliança e ao Templo tão honrados por Davi e seu sucessor Salomão (Jo 1.14; 2.19; Mt 26.60,61; Mc 14.57-59). Finalmente, Jesus Cristo é o Rei que veio trazer descanso ao seu povo dos seus inimigos – a carne, o pecado, a morte e Satanás – e que veio fazer desse povo uma nação numerosa e estabelecida por toda a terra (Mt 28.18-20; At 2.22-36; 1 Co 15.55-59; Ap 7.1-17; 14.1-5; 19.1-10; 22.16).

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INDO MAIS FUNDO NAS COISAS DE DEUS Chegamos ao final de mais uma etapa da nossa caminhada! Esperamos que essa experiência tenha despertado em você um vigor e uma sede ainda maior para estudar continuamente. Conforme foi dito no primeiro livro desta série, a fé e a vida cristã não existem sem leitura e estudo, pois, como já vimos, Deus escolheu revelar-se a nós por meio de uma coleção de livros que juntos formam a Bíblia. Queremos incentivar você, tanto professor quanto aluno, a se aprofundar mais nos seus estudos. Preparamos uma página no site da nossa editora com uma série de recomendações de bibliografia a fim de melhor prepará-lo tanto para a sala de aula quanto para o estudo além dela. http://www.editoraannodomini.com.br/seteb Que Deus o abençoe e inspire para buscar mais dEle a cada dia! Boas leituras e bons estudos!

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e a fé vem pelo ouvir da Palavra de Deus, então como ela cresce? Os livros da série SETEB – Fundamentos da Teologia nos guiam pelas doutrinas centrais do Cristianismo a fim de auxiliar todo cristão a crescer na sua fé por meio do estudo aprofundado das Escrituras Sagradas. Neste livro você encontrará respostas a perguntas como: •

O que significa crer que a Bíblia é inerrante e inspirada por Deus?

Como a Bíblia foi registrada e transmitida ao longo da história?

Por que Deus criou o universo e o ser humano em particular?

Qual é a relação entre o Antigo e o Novo Testamento?

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Seminário Teológico de Base - SETEB

FUNDAMENTOS DA TEOLOGIA A Bíblia, a Criação e as Alianças de Deus

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