Jornal Espírita de Uberaba nº 111

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Ano 9 – nº 111 – Dezembro /2015 – “Fundado em outubro de 2006” Responsável: Luiz Carlos de Souza (Trabalhador na seara espírita em Uberaba-MG / Brasil) TWITTER: @jornalespirita FACEBOOK: Jornal Espírita de Uberaba I e II SITES: www.jornalespiritadeuberaba.com.br e www.issuu.com/jornalespiritadeuberaba E-MAIL: contato@jornalespiritadeuberaba.com.br / CELULAR: (34) 99969-7191

“Espíritas, amai-vos, eís o primeiro ensinamento; instruí-vos, eis o segundo". Espírito de Verdade EDITORIAL CENTRO ESPÍRITA ENTRA EM FÉRIAS? Aprendemos que o Centro Espírita é uma escola e também um hospital para os espíritos encarnados e desencarnados. Mas, escola tira férias e hospital não. Qual devemos seguir? Conversando com vários espíritas de várias casas espíritas vemos que há muita dúvida sobre o recesso de fim de ano e carnaval das casas espíritas. Uns são a favor e outros contra. Os argumentos são vários: “o movimento cai nessa época do ano”, “precisamos descansar”, “o ano foi difícil", "outras localidades também fecham”, “os dirigentes e médiuns viajam, não compensa abrir”, “cai a vibração da casa, não há substitutos à altura”, “não podemos parar, os espíritos não tiram férias”, “hospital não fecha”, etc. Aprendemos sobre as vibrações difíceis da época de carnaval e a facilidade dos ataques espirituais sobre os invigilantes. Assim como aprendemos que na época de Natal as vibrações são excelentes porque pessoas estão mais abertas ao amor, a caridade, a fraternidade, etc., e consequentemente, há facilidade em receber auxílio espiritual. Então, por que não nos unirmos para auxiliar os trabalhadores do Cristo com nossas preces e vibrações na época de carnaval? Por que não reforçar os ensinamentos de Jesus na época de Natal? Jornal Espírita de Uberaba – Ano 9 – Nº 111 – Dezembro/2015 Página 1


Vejamos o que disse Chico Xavier: “Para mim, centro espírita tinha que abrir todo dia, o dia inteiro...Se é hospital, como dizemos, como é que pode estar de portas fechadas?!...O centro precisava se organizar para melhor atender os necessitados. O que impede que o centro espírita seja mais produtivo é a centralização das tarefas; existe dirigente que não abre mão do comando da instituição...Ora, de fato, a instituição necessita de comando, mas de um comando que se preocupe em criar espaço para que os companheiros trabalhem, sem que ninguém esteja mais preocupados com cargos do que com encargos...” Diante de tal assunto escrevi para Richard Simonetti e pedi sua opinião. Eis o que ele respondeu: “As reuniões públicas, de atendimento fraterno, passes e palestras, não devem sofrer interrupção. No CEAC em Bauru, funcionam ininterruptamente. Assim como hospitais, núcleos de saúde e serviços de utilidade pública, não param nunca. Colaboradores que viajam são substituídos por companheiros. Cursos em andamento são interrompidos na segunda quinzena de dezembro. Voltam em fevereiro. Cursos novos começam em março. Grupos mediúnicos interrompem atividades por duas semanas, no final do ano. Voltam logo no início. Biblioteca, Livraria, tesouraria, funcionam sem interrupção”. Como vemos, uma grande parte dos trabalhos devem ser tratados como HOSPITAL, porque pedem um socorro imediato. Já o estudo pode ser tratado como ESCOLA, podendo ter uma pausa maior. Elias B. Ibraim escreveu para o Jornal “Verdade e Luz” de Ribeirão Preto (Edição abril/98): “Todos temos consciência de que dirigentes e médiuns podem viajar, evidentemente. Eles fazem jus ao direito de visitar parente, amigos, confraternizar. O que eles não tem direito é de fechar o Centro Espírita. Nas suas ausências, companheiros e companheiras, preparados, devem substituílos. Pode, inclusive, ser adotado o sistema de rodízio para efeito de faltas, desde que não sejam prejudicadas as atividades do Centro.” Jesus disse: “Deus trabalha até hoje e eu também”. Portanto, não tiram férias. Os espíritos não disseram que Jesus é nosso guia e modelo? Então, sigamo-Lo. Quando dizemos que Divaldo e Chico nunca tiraram férias do Espiritismo costumamos ouvir: “Não estou preparado. Estou longe da evolução deles.” Perguntemos: “Quando estaremos preparados?” “Por que, muitos de nós, só agimos diante da dor e quando nos é conveniente?” “No trabalho remunerado não faltamos e não tiramos além de 30 dias de férias no ano. Por que com a parte espiritual somos negligentes?” Precisamos lembrar que a cobrança será maior pelo que deixamos de fazer, do que pelo que fizemos. E que serão mais cobrados aqueles que mais entendimento tiver. Encerro aqui deixando esta reflexão para o ano que se inicia. Feliz 2016! Texto escrito por Rudymara do Grupo de Estudo Allan Kardec Transcrito do site: http://grupoallankardec.blogspot.com.br/2010/12/aprendemos-que-ocentro-espirita-e-uma.html Jornal Espírita de Uberaba – Ano 9 – Nº 111 – Dezembro/2015 Página 2


EM DIA COM O ESPIRITISMO BÍBLIA DO CAMINHO A Bíblia do Caminho é uma compilação das obras completas de Allan Kardec e Francisco Cândido Xavier, além de uma versão do Antigo e Novo Testamentos no formato hipertexto. Este livro eletrônico é uma verdadeira biblioteca espírita digital on-line, constituído de uma coleção de livros virtuais inter-relacionados e um Índice Temático Principal — poderosa ferramenta de busca por assuntos, nos mais de mil temas disponíveis para pesquisa. Esta é uma versão de avaliação que trava após seis meses de uso; mas novas versões continuarão sendo distribuídas até o início da comercialização. Com muita satisfação anunciamos que todo o conteúdo da Bíblia do Caminho (exceto os índices principais) pode agora ser traduzido instantaneamente para 72 idiomas, ela também foi otimizada para o uso com telas sensíveis ao toque. Confiram! Acesse agora o site: www.bibliadocaminho.com.br e instale já em seu micro. Você pode acessar também os sites: www.bibliaespirita.com; www.espiritismocristao.com.br; www.doutrinaespirita.com; www.ocaminho.com. ESTUDO – DIVERSOS TEMAS NATAL E ESPIRITISMO Introdução De onde vem o termo Natal? Por que 25 de dezembro? Desde quando se comemora nesta data? Qual o espírito do Natal? Qual o significado dos presentes, das árvores e do Papai Noel? Tencionamos desenvolver este assunto analisando o nascimento de Cristo, o espírito natalício e os subsídios oferecidos pelo Espiritismo, para uma melhor interpretação da sua simbologia. Conceito Natal – Do latim natale significa nascimento. Dia em que se comemora o nascimento de Cristo (25 de dezembro). Histórico As Igrejas orientais, desde o século IV, celebravam a Epifania (“aparição” ou “manifestação”), em 6 de janeiro, cujo simbolismo referia-se ao mistério da vinda ao mundo do Verbo Divino feito homem. Em Roma, desde o tempo do Imperador Aureliano (274), o dia 25 de dezembro (solstício de Inverno, no calendário Juliano) era Jornal Espírita de Uberaba – Ano 9 – Nº 111 – Dezembro/2015 Página 3


consagrado ao Natalis Solis Invicti, festa mitríaca do “renascimento” do Sol. A Igreja romana não tardou em contrapor-lhe a festa cristã do Natale de Cristo, o verdadeiro “sol de justiça”. Esta festa pronto se estendeu por todo o Ocidente, não tardando também em ser adotada por todas as igrejas orientais. (Enciclopédia luso-Brasileira de Cultura) O nascimento de Cristo sempre esteve envolvido em controvérsias. Para uns, seria 1.º de janeiro; para outros, 6 de janeiro, 25 de março e 20 de maio. Pelas observações dos chineses, o Natal seria em março, que foi quando um cometa, tal qual a estrela de Belém, reluziu na noite asiática no ano 5 d.C. Como data festiva, é um arranjo inventado pela Igreja e enriquecida através dos tempos pela incorporação de hábitos e costumes de várias culturas: a árvore natalina é contribuição alemã (século VIII); o Papai Noel (vulgo São Nicolau) nasceu na Turquia (século IV); os cartões de natal surgiram na Inglaterra, em meados do século XIX. (Estado de São Paulo, p. D3) Nascimento de Jesus A Manjedoura Conta-se que Jesus nascera numa manjedoura, rodeado de animais. Um monge diz que isso não é verdade, pois como a casa de José era pequena para abrigar toda a sua família, o novo rebento deu-se no estábulo. Em termos simbólicos, a manjedoura revela o caráter humilde e simples daquele que seria o maior revolucionário de todos os tempos, sem que precisasse escrever uma única palavra. Os exemplos de sua simplicidade devem nortear os nossos passos nos dias que correm. De nada adianta dizermo-nos adeptos de Cristo e agirmos de modo contrário aos seus ensinamentos. Anúncio Profético O nascimento de Jesus fora anunciado pelos profetas da antiguidade, nos seguintes termos: “Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel (que quer dizer: Deus convosco)”. Na época predita veio ao mundo o arauto, o Salvador, aquele que tiraria os “pecados” do mundo. Os judeus, contudo, não entenderam a grande mensagem do Salvador: esperavam-no na condição de rei, de governador. Ele, porém, dizia ser rei, mas não deste mundo. Enaltecendo a continuidade desta vida, vislumbrava-nos a expectativa da vida futura, muito mais proveitosa e sem as dificuldades materiais da vida presente. Uma Nova Luz O nascimento de Jesus coincide com a percepção de uma nova luz para a humanidade sofredora. Os ensinamentos de Jesus devem servir para transformar não apenas um homem, mas toda a Humanidade. Numa simples visão de conjunto, observamos o que era planeta antes e no que se transformou depois de sua vinda. O Espírito Emmanuel, em Roteiro, diz-nos que antes de Cristo, a educação demorava-se em lamentável pobreza, o cativeiro era consagrado por lei, a mulher aviltada qual alimária, os pais podiam vender os filhos etc. Com Jesus, entretanto, começa uma era nova para o sentimento. Iluminados pela Divina influência, os discípulos do Mestre consagram-se ao serviço dos semelhantes; Simão Pedro e os companheiros dedicam-se aos doentes e infortunados; instituem-se casas de socorro para os necessitados e escolas de evangelização para o espírito popular etc. (Xavier, 1980, cap. 21) Jornal Espírita de Uberaba – Ano 9 – Nº 111 – Dezembro/2015 Página 4


A Simbologia do Natal Papai Noel Papai Noel, símbolo do Natal, é usado pelos comerciantes, a fim de incrementar as vendas dos seus produtos no final de cada ano. O espírito do natal, segundo a propaganda, está relacionado com a fartura da mesa, a quantidade de brinquedos e outros produtos que o consumidor possa ter em seu lar. À semelhança dos reflexos condicionados, estudados por Pavlov, há repetição, intensidade e clareza dos estímulos à compra, dando-nos a entender que estamos comemorando o renascimento de Cristo. Se não prestarmos atenção, cairemos na armadilha do consumismo exacerbado, dificultando a meditação e a reflexão durante esta data tão especial para a Humanidade. O Espírito do Natal O espírito do Natal deve ser entendido como a revivescência dos ensinos de Cristo em cada uma de nossas ações. Não há necessidade de esperarmos o ano todo para comemorá-lo. Se em nosso dia-a-dia estivermos estendendo simpatia para com todos e distribuindo os excessos de que somos portadores, estaremos aplicando eficazmente a “Boa-Nova” trazida pelo mestre Jesus. “Não se pode servir a Deus e a Mamon”. A perfeição moral exige distinção entre espírito e matéria. A riqueza existe para auxiliar o homem no seu aperfeiçoamento espiritual. Se lhe dermos demasiado valor, poderemos obscurecer nossa iluminação interior. Útil se torna, assim, conscientizarmo-nos de que somos usufrutuários e não proprietários dos bens terrenos. Numa Véspera de Natal Conta-nos o Espírito Irmão X que Emiliano Jardim, cujas noções materialistas estragavam-lhe os pensamentos, viera a sofrer uma dor de paternidade, ao ver o seu filho arrebatado pela morte. Abatido pela dor, começa a se interessar pelo Catolicismo. Porém, repelia veemente todos os que pensavam de forma diferente a respeito do Cristo. Do Catolicismo passa para o Protestantismo, mas sem que o Mestre penetrasse no seu interior. Depois de longa luta, Emiliano sente-se insatisfeito e ingressa nos arraiais espiritistas. Emiliano, como acontece à maioria dos crentes, vislumbra a verdade dos ensinamentos de Jesus, anseia por vê-lo nos outros homens, antes de senti-lo em si mesmo. Com o passar do tempo, teve outros revezes. Numa véspera de Natal, em que o ambiente festivo lhe falava da ventura destruída do coração, Emiliano quis por termo à própria vida. Na hora amargurada em que o mísero se dispunha a agravar as próprias angústias, uma voz se fez ouvir no recôndito de seu espírito: “— Emiliano, há quanto tempo eu buscava encontrar-te; mas sempre me chamavas através dos outros, sem jamais me procurar em ti mesmo! Dá-me tua dor, reclina a cabeça cansada sobre o meu coração!... Muitas vezes, o meu poder opera na fraqueza humana. Raramente meus discípulos gozam o encontro divino, fora das câmeras do sofrimento. Quase sempre é necessário que percam tudo, a fim de me acharem em si mesmos”. Emiliano estava inebriado. E a voz continuou: “— Volta ao esforço diário e não esqueças que estarei com os meus discípulos sinceros até ao fim dos séculos! Acaso poderias admitir que permaneço em beatitude inerte, quando meus amigos se dilaceram pela vitória de minha causa? Não posso estacionar Jornal Espírita de Uberaba – Ano 9 – Nº 111 – Dezembro/2015 Página 5


em vãs disputas, nem nas estéreis lamentações, porque necessitamos cuidar do amoroso esclarecimento das almas. É por isso que estou, mais freqüentemente, onde estejam os corações quebrantados e os que já tenham compreendido a grandeza do espírito de serviço. Não te rebeles contra o sofrimento que purifica, aprende a deixar os bonecos a quantos ainda não puderam atravessar as fronteiras da infância. Não analises nunca, sem amar. Lembra-te de que quando criticares teu irmão, também eu sou criticado. Ainda não terminei minha obra terrestre, Emiliano! Ajuda-me, compreendendo a grandeza do seu objetivo e entendendo a fragilidade dos teus irmãos”. (Xavier, 1982, p. 40) A Mensagem do Cristo Através do Espiritismo Um Conquistador Diferente A história está repleta de conquistadores: Sesóstris, em seu carro triunfal, pisando escravos e vencidos, em nome do Egito sábio; Nabucodonosor, arrasando Nínive e atacando Jerusalém; Alexandre, à maneira de privilegiado, passa esmagando cidades e multidões; Napoleão Bonaparte, atacando os povos vizinhos. A maioria desses homens fizeram as suas conquistas à custa de punhal e veneno, perseguição e força, usando exército e prisões, assassínio e tortura. “Tu, entretanto, perdoando e amando, levantando e curando, modificaste a obra de todos os déspotas e legisladores que procediam do Egito e da Assíria, da Judéia e da Fenícia, da Grécia e de Roma, renovando o mundo inteiro. Não mobilizaste soldados, mas ensinaste a um punhado de homens valorosos a luminosa ciência do sacrifício e do amor. Não argumentaste com os reis e com os filósofos; entretanto, conversaste fraternalmente com algumas crianças e mulheres humildes, semeando a compreensão superior da vida no coração popular”. (Xavier, 1978, cap. 49, p. 261) O Espiritismo Como Revivescência do Cristianismo De acordo com os princípios doutrinários do Espiritismo, Jesus foi o personificador da segunda revelação da lei de deus, pois a primeira viera com Moisés, no monte Sinai, onde recebera a tábua dos Dez Mandamentos. Como Moisés misturou a lei humana com a lei divina, Jesus veio para retificar o que de errado havia, como é o caso de transformar a lei do “olho por olho” e a do “dente por dente” na lei do amor e do perdão. A sua pregação da boa nova veio ensinar ao homem a lei de causa e efeito e da justiça divina, quer seja nesta ou na outra vida, ou seja, a vida futura. Allan Kardec, com o auxílio dos Espíritos superiores, deu continuidade a esta grande obra de elucidação dos caminhos da evolução. Festa de Natal para os Espíritas Na noite em que o mundo cristão festeja a Natividade do Menino Jesus, os espíritas devem se lembrar de comemorar o nascimento da Doutrina Espírita, entendida como a terceira revelação, um novo marco no desenvolvimento espiritual da humanidade, em que todos os problemas, todas as dúvidas, todas as dores serão Jornal Espírita de Uberaba – Ano 9 – Nº 111 – Dezembro/2015 Página 6


explicadas à luz da razão e do bom senso. Dentro deste contexto, a lei da reencarnação é um dos princípios fundamentais para o perfeito entendimento do sofrimento e da dor. De acordo com a reencarnação ou a diversidade das vidas sucessivas, temos condições de melhor vislumbrar o nosso futuro, que nada mais é do que uma continuidade daquilo que estivermos fazendo nesta vida. Optando pela prática do bem, teremos uma vida futura feliz; escolhendo o mal, teremos que sofrer as suas consequências, no sentido de nos adaptarmos à lei do progresso, que é inexorável. Conclusão Jesus, através de seus emissários, está sempre falando conosco, no sentido de nos incentivar a amar cada vez mais o nosso próximo, independentemente de como este esteja nos tratando. Pergunta-se: que vantagem há em amarmos os que nos amam? Bibliografia Consultada ENCICLOPÉDIA LUSO-BRASILEIRA DE CULTURA. Lisboa: Verbo, [s. d. p.] ESTADO DE SÃO PAULO. 21/12/1996 XAVIER, F. C. Roteiro, pelo Espírito Emmanuel. 5. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1980. XAVIER, F. C. Reportagens de Além-Túmulo, pelo Espírito Irmão X. 6. ed., Rio de Janeiro: FEB, 1982. XAVIER, F. C. Pontos e Contos, pelo Espírito Irmão X. 4. ed., Rio de Janeiro: FEB, 1978. São Paulo, dezembro de 1999. Sérgio Biagi Gregório Transcrito do site: http://www.ceismael.com.br/artigo/natal-eespiritismo.htm ESTUDO SOBRE MEDIUNIDADE DECÁLOGO PARA OS MÉDIUNS

1 – Rende culto ao dever. Não há fé construtiva onde falta respeito ao cumprimento das próprias obrigações. 2 – Trabalha espontaneamente. A mediunidade é um arado divino que o óxido da preguiça enferruja e destrói. 3 – Não te creias maior ou menor. Como as árvores frutíferas, espalhadas no solo, cada talento mediúnico tem a sua utilidade e a sua expressão. 4- Não esperas recompensas no mundo. As dádivas do Senhor, como sejam o fulgor das estrelas e carícia da fonte, o lume da prece e a benção da coragem, não têm preço na Terra. 5 – Não centralizes a ação. Todos os companheiros são chamados a cooperar, no conjunto das boas obras, a fim de que se elejam à posição de escolhidos para tarefas mais altas. 6 – Não te encarceres na dúvida. Todo bem, muito antes de externar-se por intermédio desse ou daquele intérprete da verdade, procede, originariamente, de Deus. Jornal Espírita de Uberaba – Ano 9 – Nº 111 – Dezembro/2015 Página 7


7 – Estude sempre. A luz do conhecimento armar-te-á o espírito contra as armadilhas da ignorância. 8 – Não te irrites. Cultiva a caridade e a brandura, a compreensão e a tolerância, por os mensageiros do amor encontram dificuldade enorme para se exprimirem com segurança através de um coração conservado em vinagre. 9 – Desculpa incessantemente. O ácido da crítica não te piora a realidade, a praga do elogio não te altera o modo justo de ser, e, ainda mesmo que te categorizem à conta de mistificador ou embusteiro, esquece a ofensa com que te espanquem o rosto, e, guardando o tesouro da consciência limpa, segue adiante, na certeza de que cada criatura percebe a vida do ponto de vista em que se coloca. 10 – Não temas perseguidores. Lembra-te da humildade do Cristo e recorda que, ainda Ele, anjo em forma de homem, estava cercado de adversários gratuitos e de verdugos cruéis, quando escreveu na cruz, com suor e lágrimas, o divino poema da eterna ressurreição. André Luiz – Psicografia de Francisco Cândido Xavier JUVENTUDE JUVENTUDE ESPÍRITA: MUDANÇAS EM ANDAMENTO O entusiasmo juvenil gerou a formação de grupos, inicialmente autônomos e depois como departamentos de instituições espíritas a partir de 1930. As ações juvenis no Movimento Espírita conquistaram expressão significativa, com abrangência nacional, atingindo um auge nos anos 1960.1,2 Num contexto de dificuldades políticas do país, arrefeceu-se o apoio a movimentos jovens e, simultaneamente, nos primeiros anos da década de 1970, a partir de decisões da Federação Espírita Brasileira3 surgiram questionamentos sobre cursos, eventos de jovens, acarretando um desestímulo e até desmantelamento de ações de infância e juventude, o que não foi seguido por todas as Entidades Federativas Estaduais. O presidente da FEB Francisco Thiesen considerou uma “decisão infeliz” e questionou os métodos e meios utilizados para a decisão de Conselhos Zonais. 4 Na sua gestão como presidente, em 1977, Thiesen instala a Campanha Nacional de Evangelização Infantojuvenil, depois transformada em Campanha Permanente. Iniciouse um outro ciclo no tratamento da juventude nos Centros Espíritas. Na segunda metade da década de 1980, durante a gestão de Thiesen, foram implantadas as Comissões Regionais do CFN da FEB e começaram a ser criadas suas Áreas, como a da Infância e Juventude. No contexto destes eventos, nos últimos anos começaram a surgir questionamentos e propostas para avaliação da situação da juventude espírita no país, para se definir melhor os limites entre infância, adolescência e juventude. Diretrizes para as ações do jovem espírita do Brasil No ano de 2011, ocorreram manifestações sobre o tema nas reuniões plenárias realizadas nas quatro regiões do evento do CFN. Simultaneamente, o DIJ da Federação Jornal Espírita de Uberaba – Ano 9 – Nº 111 – Dezembro/2015 Página 8


Espírita do Estado de Goiás propôs a realização de um evento jovem interestadual na região Centro, que originou a Confraternização de Juventude Espírita do Brasil – Comissão Regional Centro, aprovado pelo Conselho Federativo Nacional da FEB e efetivado em Goiânia em 2013. Agora já se programa evento similar para as outras regiões Sul e Nordeste, em 2015, e Norte, em 2016. Na reunião ordinária do CFN de 2013, aprovaram-se as “Diretrizes para as Ações do Jovem Espírita do Brasil”5, que caracterizam a ação do jovem espírita como: “Possibilitar aos jovens momentos de estudo, aprendizado, ação, integração, troca de experiências e vivências, proporcionando espaço para o protagonismo juvenil na Juventude/Mocidade Espírita, no Centro Espírita, no Movimento Espírita e na sociedade”, estimulando o trabalho com espaços de: estudo, confraternização, vivência e ação social, comunicação social, integração do jovem no Centro e no Movimento Espírita e convivência familiar. A tônica principal do documento é abrir espaços para o protagonismo juvenil. Durante a reunião ordinária do CFN da FEB de 2014, Jorge Elarrat apresentou um estudo, como profissional da área, sobre as estatísticas do IBGE – do Censo de 2010 -, relacionados com religiões. Com base em dados comparativos com as demais religiões mostrou que o Espiritismo e as religiões orientais são as que menos cresceram nas faixas etárias até 29 anos (figs. 1 e 2).

Sobre o Espiritismo, em geral, concluiu: “é a terceira religião no país com 2% de declarações; cresceu 55% em uma década; cresce em todas as regiões sendo mais presente no Sudeste (3,1%); exige atuação nas Regiões Norte (0,5%) e Nordeste (0,8%); possui maior presença nas faixas sociais A e B e de maior escolaridade; exige plano de divulgação para populações de menor renda; apresenta vale profundo na participação etária juvenil; exige revisão do modelo de atuação do movimento jovem; movimento está envelhecendo.”6 A análise do tema juventude espírita, numa linha do tempo – desde as agremiações pioneiras dos anos 1930 até nossos dias –, permite-nos chegar ao pensamento de que é necessária uma avaliação desapaixonada e ampla de todo o processo, levando-se em consideração os sucessos e insucessos e, até num raciocínio dialético, considerar-se que após momentos caracterizáveis como tese e antítese, segue-se a síntese, com planejamento de uma etapa nova e adequada à realidade atual e atendendo às demandas do Movimento Espírita.2

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É preciso trabalhar com problemas e não somente com temas Relacionado também com o tema, numa série de quatro seminários intitulados “Educação & Atividades Espíritas” realizados na FEB em 2014 e no início de 2015, concluiu-se que há necessidade de algumas mudanças que possam levar a transformações, como: “criar espaços interativos e dialógicos nos encontros de aprendizagem (mais conversa, menos exposição; os participantes têm muito com que contribuir); organizar espaços de aprendizagem atrativos e diversificados (jardins, excursões, visitas culturais e assistenciais); promover mais momentos informais de confraternização; conhecer o perfil do grupo e considerá-lo na escolha de abordagens didático-pedagógicas, as quais devem ser criativas e diversas; desenvolver acolhimento e zelo nas relações interpessoais; abordar o conhecimento doutrinário como apoio à transformação moral e social e não como um fim em si mesmo; considerar os saberes anteriores e atuais dos participantes no desenvolvimento do conteúdo; trabalhar com problemas e não somente com temas”.7 Emmanuel comenta versículo da 2ª Epístola a Timóteo (2, 22): “O moço poderá e fará muito se o espírito envelhecido na experiência não o desamparar no trabalho. Nada de novo conseguirá erigir, caso não se valha dos esforços que lhe precederam as atividades. Em tudo, dependerá de seus antecessores. [...] A mocidade poderá fazer muito, mas que siga, em tudo, a justiça, a fé, a o amor e a paz com os que, de coração puro, invocam o Senhor”.8 Referências: 1) Perri de Carvalho, Antonio Cesar. Abordagem sobre a juventude. In: Autores diversos, Rumos para uma nova sociedade. São Paulo: Ed. USE. 1996. p.145-155. 2) Perri de Carvalho, Antonio Cesar. Jovens no movimento espírita. Reformador. Ano 131, No.2.214, setembro de 2013, p. 326-328. 3) A FEB e o chamado “Movimento de Juventudes Espíritas”. Reformador. Ano 93, n. 1752. Março de 1975, p.60-61. 4) Thiesen, Francisco. Legado de um administrador. Edição especial. Rio de Janeiro: FEB. 1978. p. 49-50. 5) http://goo.gl/8McflL (Acesso em 26/4/2015). 6) https://goo.gl/rXMTbD (acesso em 26/4/2015). 7) http://goo.gl/h8qO8i (acesso em 26/4/2015). 8) Xavier, Francisco Cândido. Pelo Espírito Emmanuel. Caminho, Verdade e Vida. Rio de Janeiro: FEB. cap. 151, p. 317-318. Antonio Cesar Perri de Carvalho Transcrito do site: http://www.oconsolador.com.br/ano9/416/especial.html LINDOS CASOS DE CHICO XAVIER CASO 69 – OS MORTOS ESTÃO DE PÉ... Gastão Penalva, escritor de raça, pseudônimo de conhecido e estimado oficial de nossa Marinha de Guerra, há pouco desencarnado, pelo “Jornal do Brasil”, de 4 de Jornal Espírita de Uberaba – Ano 9 – Nº 111 – Dezembro/2015 Página 10


outubro de 1939, escreveu, com o título: “A HUMBERTO DE CAMPOS, onde estiver”, uma bela página literária, em que, exteriorizando seu estado de alma de homem bom e incompreendido, reviveu para o grande colega de Arte, agora na espiritualidade, o programa doentio da Terra. Terminou a carta literária pedindo-lhe desculpas por haverlhe perturbado o sono. E deu-lhe um saudoso até logo. Pois bem, no dia 6 do mesmo mês e ano, Chico, que nada leu e de nada sabia, recebeu a resposta de Humberto de Campos para seu querido amigo Gastão Penalva. Trata-se de uma página linda, toda ela, em que, identificando-se pelo estilo e pela sua cultura variada e segura, o mágico escritor maranhense justifica a doença da Terra e lhe oferece o remédio curador e salvador, que nos veio há dois mil anos pelas mãos santas de Jesus. É uma página magistral, como somente ele, Humberto, sabia e sabe escrever. Chico a enviou à FEB, por intermédio de M. Quintão, que lhe tirou uma cópia e fez chegar o original às mãos do destinatário. Gastão Penalva, segundo se soube, surpreendeu-se ao recebe-la e, quando a leu toda, chorou de alegria e consolação, tanto mais por identificar seu querido colega morto, e ganhar, aí, a certeza de que a imortalidade é um fato. As duas cartas literárias constam do magnífico livro NOVAS MENSAGENS, editado pela FEB. Gastão Penalva, mais tarde, espalhou a notícia e, particularmente, contou o caso, com minudências, ao seu colega João Luso, descrente das verdades espíritas, que, logo depois de ouvi-lo, disse-lhe: — Isto é um sonho, não acredito que os mortos vivam... — Bem — retrucou-lhe Gastão Penalva —, um dia você terá uma prova. Espere e vera... Passou-se o tempo. Ambos ficaram doentes e Gastão, sem que João Luso soubesse, desencarnou. Logo que melhorou e pôde sair, João Luso foi ao “Jornal do Brasil”, de que era colaborador, para pôr em dia seus escritos. À entrada, vem-lhe ao encontro alguém que o abraça e lhe aperta as mãos. E João Luso despede-se do amigo, apreensivo, por verificar que ele estava pálido e com as mãos geladas. Entra na redação e exclama: — Imaginem, acabo de abraçar o querido Gastão Penalva, que não via há muito, mas verifico que está muito doente, pálido, de mãos frias. O pessoal da redação se entreolha admirado, e um, dentre todos, diz: — Não é possível, João Luso, pois ele morreu há quinze dias... — Há quinze dias? Então é verdade! Os mortos estão mesmo de pé! Prometeu-me o Gastão uma prova e veio cumprir sua palavra... Graças a Deus! Abaixou a cabeça. De seus olhos rolavam lágrimas. Hoje, João Luso já está na Espiritualidade e poderá, melhormente, verificar, em espírito e verdade, que, de fato, os mortos, tendo à frente o Espírito Humberto de Campos, vivem e estão mesmo de pé... Transcrito do livro “Lindos Casos de Chico Xavier” de Ramiro Gama.

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MENSAGEM ESPÍRITA EVOCAÇÃO DO NATAL O maior de todos os conquistadores, na face da Terra, conhecia, de antemão, as dificuldades do campo em que lhe cabia operar. Estava certo de que entre as criaturas humanas não encontraria lugar para nascer, à vista do egoísmo que lhes trancava os corações; no entanto, buscou-as, espontâneo, asilando-se no casebre dos animais. Sabia que os doutores da Lei ouvi-lo-íam indiferentes, com respeito aos ensinamentos da vida eterna de que se fazia portador; contudo, entregoulhes, confiante, a Divina Palavra. Não desconhecia que contava simplesmente com homens frágeis e iletrados para a divulgação dos princípios redentores que lhe vibravam na plataforma sublime, e abraçou-os, tais quais eram. Reconhecia que as tribunas da glória cultural de seu tempo se lhe mantinham cerradas, mas transmitiu as boas novas do Reino da Luz à multidão dos necessitados, inscrevendo-as na alma do povo. Não ignorava que o mal lhe agrediria as mãos generosas pelo bem que espalhava; entretanto, não deixou de suportar a ingratidão e a crueldade, com brandura e entendimento. Permanecia convicto de que as noções de verdade e amor que veiculava levantariam contra ele as matilhas de perseguição e do ódio; todavia, não desertou do apostolado, aceitando, sem queixa, o suplício da cruz com que lhe sufocavam a voz. É por isso que o Natal não é apenas a promessa da fraternidade e da paz que se renova alegremente, entre os homens, mas, acima de tudo, é a reiterada mensagem do Cristo que nos induz a servir sempre, compreendendo que o mundo pode mostrar deficiências e imperfeições, trevas e chagas, mas que é nosso dever amá-lo e ajudá-lo mesmo assim. Pelo Espírito Emmanuel XAVIER, Francisco Cândido. Antologia Mediúnica do Natal. Espíritos Diversos. FEB. TRABALHO IMPORTANTE CORREIO FRATERNO – JORNAL ESPÍRITA No ano de 1960, um grupo de pessoas, unidas pelo ideal espírita, reuniu-se com o desejo de levantar uma casa de assistência social, no ABC paulista. Em terreno doado, em meio à mata retirada da cidade, nascia a primeira instituição filantrópica de São Bernardo do Campo, o Lar da Criança Emmanuel. Além da filantropia, alguns dos participantes da instituição, que acolheu até hoje mais de 2.500 crianças, colocaram em prática o antigo sonho de instituírem um órgão de divulgação do Espiritismo, passando então a existir, seis anos depois da fundação do Lar Emmanuel, o jornal Espírita Correio Fraterno. Da edição do jornal para a edificação da Editora Espírita Correio Fraterno o tempo percorrido foi relativamente curto. Jornal Espírita de Uberaba – Ano 9 – Nº 111 – Dezembro/2015 Página 12


A nova casa de edição propiciou para o público leitor obras de autores consagrados, como Herculano Pires, Hermínio Miranda, Dolores Bacelar, Richard Simonetti, Jorge Rizzini, Rita Foelker, Eduardo Monteiro e muitos outros. Diversos títulos publicados pela Correio Fraterno tornaram-se clássicos da literatura espírita. Diretrizes Difundir o Espiritismo de maneira articulada, contextualizada e moderna, com textos reflexivos e ideias de claro entendimento. Publicar artigos qualificados, independentemente se de autores novos ou consagrados, com base no respeito, ética e difusão doutrinária, sem acolhimento de conteúdos que denigram pessoas, representações espíritas ou outras coletividades. Tem enfoque na construção, no incentivo de novos projetos e ideias e na valorização do resgate históricos da doutrina. Uma ética para a imprensa espírita Em dois artigos, escritos por Allan Kardec e publicados na Revista Espírita, em 1858, estão encerradas as diretrizes que o Correio Fraterno adota como norte para o trabalho de divulgação: • A apreciação razoável dos fatos, e de suas consequências. • Acolhimento de todas observações a nós endereçadas, levantando dúvidas e esclarecendo pontos obscuros. • Discussão, porém não disputa. As inconveniências de linguagem jamais tiveram boas razões aos olhos de pessoas sensatas. • A história da doutrina espírita, de alguma forma, é a do espírito humano. O estudo dessas fontes nos fornecerá  uma mina inesgotável de observações, sobre fatos gerais pouco conhecidos. • Os princípios da doutrina são os decorrentes do próprio ensinamento dos Espíritos. Não será, então, uma teoria pessoal que exporemos. • Não responderemos aos ataques dirigidos contra o Espiritismo, contra seus partidários e mesmo contra nós. Aliás, nos absteremos das polêmicas que podem degenerar em personalismo. Discutiremos os princípios que professamos. • Confessaremos nossa insuficiência sobre todos os pontos aos quais não nos for possível responder. Longe de repelir as objeções e as perguntas, nós as solicitamos. Serão um meio de esclarecimento. • Se emitirmos nosso ponto de vista, isso não é senão uma opinião individual que não pretenderemos impor a  ninguém. Nós a entregaremos à discussão e estaremos prontos para renunciá-la, se nosso erro for demonstrado. • Esta publicação tem como finalidade oferecer um meio de comunicação a todos que se interessam por essas questões. E ligar, por um laço comum, os que compreendem a doutrina espírita sob seu verdadeiro ponto de vista moral: a prática do bem e a caridade do evangelho para com todos. Transcrito do site: http://www.correiofraterno.com.br/

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PERSONALIDADE DE DESTAQUE NO MOVIMENTO ESPÍRITA CÂNDIDA AUGUSTA BEZERRA DE MENEZES No dia 20 de março de 1909, desencarnou, na cidade do Rio de Janeiro, Cândida Augusta de Lacerda Machado, a segunda esposa de Bezerra de Menezes. Filha de Mariano José Machado e Maria Cândida de Lacerda, casara-se com Bezerra de Menezes, em 21 de janeiro de 1865, dois anos após a desencarnação de Maria Cândida, a primeira esposa do Médico dos Pobres e irmã materna de Cândida Augusta. Cândida, após o matrimônio, colheu os dois sobrinhos que ficaram como filhos do coração, dando-lhes novos irmãos. Cândida Augusta Bezerra de Menezes, nome que passou a utilizar depois do casamento, nasceu, provavelmente, em 1851, pois que desencarnou aos 58 anos. O fato de ser 20 anos mais nova que o marido, nascido em 1831, era algo comum no Brasil do século XIX. Por uma questão cultural das famílias, à época, as filhas também se casavam bastante cedo. Curiosamente, Cândida Augusta nasceu no ano da chegada de Bezerra ao Rio de Janeiro. Meigo espírito veio, certamente, com a missão precípua de dar o suporte familiar e afetuoso necessário ao esposo, quando este, no futuro, iniciasse suas atividades na seara espírita. Cândida era conhecida pelos familiares e, provavelmente, pelo próprio marido através do terno apelido de Dodoca. Levou uma existência de virtudes, de trabalho e de provações, ao lado do amado companheiro. Bezerra de Menezes, depois de ter perdido na política do Império a fortuna que adquirira como empresário, viveu os últimos anos de sua existência, pobre, cercado de embaraços e dificuldades. Para isso contribuiu, também, a magnanimidade do seu coração, o seu espírito despojado, que o levava frequentemente a repartir tudo quanto possuía com os necessitados que a ele recorriam. Em meio às privações daí resultantes, dos dissabores e vicissitudes tão comuns à vida do homem público de seu tempo, a Misericórdia Divina lhe ensejou o amparo carinhoso de sua querida Dodoca, com quem partilhava as alegrias e as amarguras do coração. Foram 35 anos de afetuosa convivência, até a separação física de Bezerra, ocorrida em 11 de abril de 1900. O desenlace do marido converteu-se numa dolorosa provação na sua vida, até aí tão tranquila e feliz, não obstante as intempéries existenciais anteriormente experimentadas. Entretanto, conforme testemunham aqueles que a conheceram, Dodoca era uma alma de criança, duplicada de meiguice e singeleza, que nem os anos nem as vicissitudes e decepções do mundo conseguiram modificar. Apesar de seu desejo em se reunir, brevemente, ao esposo amado no mundo espiritual, era para ela angustiante essa possibilidade, em face da situação dos filhos menores que deixaria. Ao desencarnar, Bezerra deixou seis filhos: Ernestina, Otávio, José Rodrigues, Francisco da Cruz, Hilda e Maria da Conceição. Estes três últimos tinham, respectivamente, 16, 14 e 9 anos. Jornal Espírita de Uberaba – Ano 9 – Nº 111 – Dezembro/2015 Página 14


Dodoca era espírita, absolutamente convencida da imortalidade e da sobrevivência da alma. Quando a enfermidade, que há longos anos lhe minava o organismo, a prostrou definitivamente no leito, ela foi, aos poucos, preparada para a desencarnação, através da ação de amigos espirituais e particularmente de Bezerra de Menezes, que via frequentemente à cabeceira do leito. Sob essa influência suave e amorosa, manteve-se resignada e confiante de tal forma que, poucas semanas antes de desencarnar, fez suas últimas disposições, indicando até as roupas com as quais gostaria de ser amortalhada. Conversava sobre o próximo desfecho com a mesma tranquilidade como se tratasse de uma viagem ou de um passeio. Assim lúcida, confortada se conservou Dodoca, tendo apenas intermitências de angústias físicas que a enfermidade lhe provocava, e durante as quais só se lhe ouviam sair dos lábios os nomes de Jesus e de Bezerra, até que o seu débil corpo sucumbiu, aos 58 anos, e o seu espírito feliz partiu para as regiões da luz. Luciano Klein Filho / Fonte: Reformador, março 2009. Transcrito do site: http://www.feparana.com.br/biografia.php?cod_biog=310 DATAS IMPORTANTES DO ESPIRITISMO MÊS DE DEZEMBRO 05/12/1945 – Primeira comunicação psicografada de Joanna de Ângelis, pelo médium Divaldo Franco, em Salvador-BA. 07/12/1957 – Diolindo Amorim funda o Instituto de Cultura Espírita do Brasil, no Rio de Janeiro-RJ. 11/12/1761 – Nascimento de Sóror Joana Angélica – Joanna de Ângelis. 25/12/1873 – A médium W. Krell, psicografa a “Prece de Cáritas” – em Bordeaux, França. 10/12/1911 – Inaugura-se no Rio de Janeiro, sob a presidência de Leopoldo Cirne, o prédio da Federação Espírita Brasileira. 31/12/1933 – Funda-se em Uberaba-MG por Maria Modesto Cravo, o Sanatório Espírita de Uberaba, Minas Gerais. LIVROS DO “CLUBE DO LIVRO ESPÍRITA” DEPARTAMENTO – CLUBE DO LIVRO ESPÍRITA MARIA DOLORES Rua Artur Machado nº 288 – sala 04 – Centro

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CONSTRUINDO UM CAMINHO – Pelo Espírito: Schellida – Psicografado por Eliana Machado Coelho Adriana, jovem esforçada e esperta, é noiva de Nícolas, com quem vai se casar em três meses. Ela começa a trabalhar em uma grande empresa e conhece Wagner, diretor do Departamento Comercial, que também é noivo e está de casamento marcado com Sabrina. Eles se aproximam, apaixonam-se e se envolvem. A assistente executiva de Wagner, Hilda, mulher experiente e muito amiga, começa a orientá-lo sobre suas atitudes. Mas problemas pessoais a afastam do rapaz: após trinta anos de casada, é traída pelo marido Agenor, enfrenta imensas dificuldades e procura reconstruir sua vida. Nesse meio tempo, Wagner e Adriana vão enfrentar problemas inesperados que poderão modificar toda a trajetória de suas vidas. Ele vê a morte de perto. Sobreviverá? Ela recebe uma notícia alarmante e não sabe o que fazer. Como ajudar Adriana? Melhor acabar com o casamento marcado? Quando estamos desesperados e não vemos alternativas, Deus parece distante. Nesses momentos, podemos cometer grandes e terríveis equívocos que dificultam ainda mais a jornada. Se isso acontecer, o que fazer com o arrependimento, o sentimento de culpa, a dor, a mágoa e a dúvida? Como resgatar situações tão sofridas? EU NÃO CONCORDO – Pelo Espírito Justino – Psicografado por Mário Gomes da Silva Não será a nossa postura de “eu não concordo”, com isso ou aquilo, que fará Deus mudar Suas Leis para nos satisfazer as ingênuas vontades como crianças mimadas em crise de “birra” por não ver seus desejos satisfeitos. Na verdade, precisamos aceitar que tudo é a obra de Deus construindo a felicidade eterna; por isso, não adianta “não concordar”. Esse livro nos faz refletir e mudar nossa postura, de: eu não concordo, para: mas eu preciso aceitar.

SUGESTÃO DE LEITURA A BÊNÇÃO DO RECOMEÇO – João Cuin Este livro contém laudas singelas grafadas a partir de temas da atualidade. Baseando-se na Codificação Espírita, e tendo como farol de intensa luz o pensamento do Cristo, o autor abraça os assuntos e os trabalha com tal delicadeza e precisão, que nos oferece subsídios para estudos, exposições doutrinárias, debates e palestras. A cada assunto tratado, é feito um convite à pesquisa mais profunda nas obras básicas, o que alarga sobremaneira a bagagem doutrinária de cada leitor.

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TÓXICOS, DUAS VIAGENS – Eurípedes Kühl O crescente domínio dos vícios sobre um contigente cada vez maior de criaturas, tem motivado uma maior dedicação ao estudo e combate ao avanço deste, que é dos grandes equívocos da humanidade. Trazidos para a luz do cotidiano, os motivos que levam, especialmente os jovens, à iniciação aos vícios, se revelam com uma mesma origem: a DESINFORMAÇÃO. Desinformação que desperta a curiosidade que gera a dependência, que leva ao preconceito, que obstacula a cura e, invariavelmente, desencadeia a violência. Nascido do propósito de combater a ignorância a respeito dos fatores que conduzem ao alcoolismo, ao fumo, aos tóxicos, a AIDS, e a outros que são gerados por eles, este estudo é bem fundamentada exposição de fatos estatísticos, reportagens e, por ser um trabalho espírita, analisa as implicações espirituais da permanência nos vícios, nesta e nas próximas encarnações. Temos, a partir destes conhecimentos, melhores condições de prosseguirmos no nosso combate aos vícios, ou começá-lo, porque os dias presentes são, para todos, de lutas e de renovação dos valores humanos. HUMOR ESPÍRITA – “Ceia de Natal”

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