Jornal Espírita de Uberaba nº 135

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Ano 11 – nº 135 – Janeiro/2018 – “Fundado em outubro de 2006” RESPONSÁVEL: Luiz Carlos de Souza (Trabalhador na seara espírita em Uberaba-MG) FACEBOOK: Jornal Espírita de Uberaba / TWITTER: @jornalespirita SITES: www.jornalespiritadeuberaba.com.br e www.issuu.com/jornalespiritadeuberaba E-MAIL: contato@jornalespiritadeuberaba.com.br / WHATSAPP: (34) 9 9969-7191

“O que temos, nós deixamos. O que somos, nós levamos. Divaldo Pereira Franco EDITORIAL ANO NOVO, VIDA NOVA “(...) O Cristo foi o iniciador da mais pura, da mais sublime moral, da moral Evangélico-cristã, que há de renovar o mundo, aproximar os homens e torná-los irmãos: que há de fazer brotar de todos os corações a caridade e o amor do próximo e estabelecer entre os humanos uma solidariedade comum; de uma perfeita moral, enfim, que há de transformar a Terra, tornando-a morada de Espíritos superiores aos que hoje a habitam. É a Lei do progresso, a que a Natureza está submetida, que se cumpre, e o Espiritismo é a alavanca de que Deus se utiliza para fazer que a Humanidade avance.(...)”. Jesus, o nosso Mestre e Senhor, Guia e Modelo, já há mais de dois mil anos, nos ensinou esta sublime Lei do Amor. A Doutrina Espírita veio após l.857 anos, recuperar tudo que Jesus nos ensinou, e com o passar do tempo foi esquecido ou deturpado. Após a vinda do Cristo redivivo, por meio do Espiritismo, nos resta apenas seguir os seus ensinamentos, com a clareza que esta Doutrina nos expõe. Revivendo todo o ensinamento de Jesus e também retirando o véu que foi propositalmente colocado por Ele, por meio das parábolas e revelando para nós o mundo espiritual. Todo final de ano, sempre fazemos um balanço do ano que está terminando e realizamos planos e projetos para o que se inicia. Todos estes planos e projetos, normalmente, são de ordem material. Jornal Espírita de Uberaba – Ano 11 – Nº 135 – Janeiro/2018 Página 1


Pois, bem, chegaram os tempos em que não devemos deixar para depois, a nossa melhora moral e consequentemente espiritual. Porque não! Fazermos planos e até levantar estratégias para nos tornarmos pessoas, Espíritos melhores. Que possamos nos perguntar, por exemplo: Como me tornar uma pessoa calma, humilde, simples, modesta, caridosa, paciente, tolerante, indulgente, severo para comigo mesmo? E, assim, várias outras virtudes necessárias para o nossa progresso moral e espiritual. Que possamos utilizar da sábia estratégia usada por Santo Agostinho, conforme expressa na questão 919 de O Livro dos Espíritos: Ao repousar, todas as noites antes de dormir, ele fazia uma averiguação consigo mesmo, repassando, através da memória, por todos os atos cometidos naquele dia, se feriu, magoou, deu prejuízo a alguém. No dia seguinte ele procuraria corrigir o erro cometido. Assim, Santo Agostinho não deixava acumular erros em sua existência, e, consequentemente, se tornou um Espírito superior. Que possamos nesse Ano Novo, por meio da vontade, buscar termos Vida Nova, com Jesus. Jesus nos ilumine. REFERÊNCIAS: KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 1 – Item 9. _____ O Livro dos Espíritos. Questão 919. Por Carlos Humberto Martins Transcrito do link: http://www.espiritacaixeta.org.br/folha/Fol77.pdf EVENTOS ESPÍRITAS ASSEMBLÉIA DA AME Acontecerá no dia 28 de janeiro (domingo), às 15h, no Centro Espírita Bento Polveiro (Rua Araguari nº 435, bairro São Benedito, Uberaba), a Assembléia Geral da AME – Aliança Municipal Espírita de Uberaba, para a apresentação do Relatório das atividades desenvolvidas pela AME no biênio 2016/2018, e em seguida, a Eleição e posse da nova Diretoria da AME. Todos os dirigentes das casas espíritas de Uberaba estão convidados a participarem. X EMEJE TRIÂNGULO O Encontro de Mocidades e Juventudes Espíritas nasceu na região Centro Oeste de Minas Gerais, em 1987, e em 2009 expandiu-se para a região do Triângulo Mineiro. Acontece na forma de internato onde, durante os 4 dias, acontecem palestras, grupos de estudo, oficinas, dinâmicas de integração, muita música e momentos de reflexão. A proposta do encontro é proporcionar a oportunidade de olhar para si mesmo, reorganizar os propósitos de vida e abastecer-se de energias para o ano que se inicia. O X EMEJE TRIÂNGULO – Encontro de Mocidades e Juventudes Espíritas do Triângulo Mineiro acontecerá no período de 10 a 13/02/2017, em regime de internato E. E. Luiz A. C. Oliveira (Polivalente), Araxá-MG, com o tema: “E vós, quem dizeis que eu sou?” (Mt, 16:15; Mc, 8:19; Lc, 9:20). As inscrições terão uma taxa de R$ 45,00, e serão feitas de 02 a 26/01/2018 pelo site www.emejetriangulo.com.br. Informações com: Patrícia (9 8835-6140), Guilherme (9 9175-5433), Lohanna (9 9242-8074).

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3º CONGRESSO ESPÍRITA DE UBERLÂNDIA Acontecerá no período de 26 a 28 de janeiro de 2018, no Center Convention - Center Shopping Uberlândia/MG, O 3º Congresso Espírita de Uberlândia, com o tema: “Jesus e o Alvorecer de Uma Nova Era de Renovação Moral e Social. Programação completa no site: https://www.ceu2018.com.br/. XXVIII ENEESP 2018 Acontecerá no período de 10 à 13 de fevereiro de 2018, o XXVIII ENEESP organizado pela Casa Espírita Legionários do Bem (Rua Guianas nº 144 – Uberaba-MG). Conheça a programação: 10/02/2018 – Sábado Das 15h às 16h30min Palestrante: Paulo Cesar Franco Tema: Ética e Meio Ambiente Das 17h às 18h30min Palestrante: Katia Aparecida Silva Tema: Criação e Evolução à Luz do Espiritismo 11/02/2018 – Domingo Das 15h às 16h30min Palestrante: Wilson Nunes Tema: O Livro dos Espíritos – História da Codificação Das 17h às 18h30min Palestrante: Ricardo perdigão Tema: Psicometria – Glândula Pineal 12/02/2018 – Segunda-feira Das 15h às 16h30min Palestrante: Paulo Moreno Tema: O Momento do Mundo – Transição ou Expiação Coletiva; Das 17h às 18h30min Palestrante: Joamar Nazareth Tema: Asas da Evolução – Moral e Intelectual 13/02/2018 – Terça-feira Das 15h às 16h30min Palestrante: Dr. Jorge Bichuetti Tema: Os Caminhos da Saúde e da Felicidade na Obra de Chico Xavier Das 17h às 18h30min Palestrante: Grupo Semearte de Igarapava-SP Tema: Viver com Alegria. Haverá Eneespinha nos mesmos dias e horários, para as crianças. Informações: 3313-3961 e 9 9144-8145 com Gaspar Fernandes EM DIA COM O ESPIRITISMO ROTEIRO HISTÓRICO ESPÍRITA EM PARIS O Portal Luz Espírita lançou o “Roteiro Histórico Espírita em Paris”. Jornal Espírita de Uberaba – Ano 11 – Nº 135 – Janeiro/2018 Página 3


É uma interessante viagem pelos pontos históricos relacionados ao Espiritismo localizados na capital francesa, o berço da doutrina consoladora, em meados do século XIX. Conheça melhor os locais onde Allan Kardec desenvolveu suas descobertas espíritas e a codificação da doutrina da Terceira Revelação, num vídeo produzido em junho de 2017, apresentação por Ery Lopes, com apoio técnico de Caroline Garcia Lopes. Acesse o link: https://www.youtube.com/watch?v=l9g2XPasGVM VÍDEO: 150 ANOS DE “A GÊNESE, OS MILAGRES E AS PREDIÇÕES SEGUNDO O ESPIRITISMO” Assista o vídeo: 150 Anos de “A Gênese, Os Milagres e as Predições Segundo O Espiritismo”. Em 4 de janeiro de 1868: data do depósito legal, na Biblioteca Imperial, do conteúdo publicado por Allan Kardec e em 6 de janeiro de 1868: data a partir da qual estava à venda “A Gênese, Os Milagres e as Predições Segundo O Espiritismo”. O vídeo no Youtube possui a opção de legendas em português. Assista o vídeo no link: https://www.youtube.com/watch?v=7xEgZYqqlNQ CURSOS A DISTÂNCIA DA FEB 2018 Fique atento! Nos dias 26 a 28 de fevereiro serão abertas as inscrições e novos cadastros para o Ensino a Distância da FEB para o 1º período de atividades de 2018. As aulas serão online e realizadas no período de 5 de março a 30 de abril. Os interessados devem optar por apenas um curso. Para mais informações: eadespiritismo@febnet.org.br ou http://sistemas.febnet.org.br/ead_espiritismo. ACERVO DIGITAL DA REVISTA REFORMADOR Após 17 anos de trabalho está disponível o acervo digital da Revista Reformador desde o ano de 1883. Confira em: http://www.sistemas.febnet.org.br/acervo/. 2018: 150 ANOS DE CAIRBAR SCHUTEL Este é um ano especial para a Doutrina Espírita! Teremos diversas efemérides que celebram a codificação espírita e seu atuante movimento, que servirão, de janeiro a dezembro de 2018, como fator motivador para palestras e encontros espíritas em torno dessas datas festivas. Logo em janeiro mais um importante livro das chamadas Obras Básicas comemora 150 anos. Após as celebrações do sesquicentenário de O Livro dos Espíritos (1857-2007), O Livro dos Médiuns (1861-2011), O Jornal Espírita de Uberaba – Ano 11 – Nº 135 – Janeiro/2018 Página 4


Evangelho Segundo o Espiritismo (1864-2014) e O Céu e o Inferno (1865-2015), em 2018 é a vez de A Gênese, quinto livro da codificação, atingir a expressiva marca de lançamento, precisamente no dia 6 de janeiro. Ainda relacionado a Allan Kardec, também em janeiro, mas no ano de 1858, nascia a Revista Espírita, que neste mês completa, portanto, 160 anos de fundação. Este periódico, que legou para a posteridade excelentíssimo conteúdo complementar à codificação, apresentando reflexões e experiências do codificador para o desenvolvido da recém-concebida doutrina, ficou sob a responsabilidade direta de Kardec por 12 anos, de 1858 a 1869, e merece ser profundamente estudado pela comunidade espírita. Ainda em 1858, no dia 1º do mês de abril, nascia a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, a primeira instituição espírita da história, que, por conseguinte, também está completando 160 anos. Em Sacramento, MG, no dia 1º de novembro de 1918, desencarnava Eurípedes Barsanulfo. Neste ano, portanto, recordar-se-á o centenário de seu retorno à Pátria Espiritual. Por fim, 2018 é um ano marcante para a Casa Editora O Clarim. Em 22 de setembro de 1868 nascia Cairbar de Souza Schutel, o Bandeirante do Espiritismo. Logo, ao longo do ano, comemoraremos os 150 anos da reencarnação deste Espírito missionário na Terra, que possibilitou, com seu vigor e seu pioneirismo, o pleno desenvolvimento do Espiritismo em terras brasileiras e, por que não, mundiais. Sua dedicação à divulgação espírita deixou reflexos imensuráveis em diversas localidades, influenciando e motivando trabalhadores a prosseguir nas lides espíritas. Para celebrar a data, a Casa Editora O Clarim apresenta a vinheta comemorativa pelo sesquicentenário de seu fundador, em duas versões: bronzeada, para aplicação em fundos claros, e prateada, para fundos escuros. Ela será presença constante em nossas publicações ao longo do ano. Uma forma singela de homenagear sua memória e, principalmente, reviver a força de seu ideal. Parabéns, Cairbar! Redação – 01/12/2017 Transcrito do link: https://www.oclarim.org/noticias/141/2018-150-anos-decairbar-schutel.html BÍBLIA DO CAMINHO A Bíblia do Caminho é uma compilação das obras completas de Allan Kardec e Francisco Cândido Xavier, além de uma versão do Antigo e Novo Testamentos no formato hipertexto. Este livro eletrônico é uma verdadeira biblioteca espírita digital on-line, constituído de uma coleção de livros virtuais inter-relacionados e um Índice Temático Principal — poderosa ferramenta de busca por assuntos, nos mais de mil temas disponíveis para pesquisa. Acesse agora o site: www.bibliadocaminho.com.br e instale já em seu micro, celular ou tablet. Você pode acessar também os sites: www.bibliaespirita.com; www.espiritismocristao.com.br; www.doutrinaespirita.com; www.ocaminho.com.

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ESTUDO 150 ANOS DE A GÊNESE: DIVULGAÇÃO E ESTUDO Com A Gênese completa-se o quinto volume das chamadas Obras Básicas da Codificação, que foi lançada no dia 6 de janeiro de 1868, em Paris, conforme anúncio da Revista Espírita de janeiro de 1868.1 Allan Kardec destaca no subtítulo: “A Doutrina Espírita é o resultado do ensino coletivo e concordante dos espíritos. A Ciência é chamada a constituir a Gênese segundo as leis da Natureza. Deus prova sua grandeza e seu poder pela imutabilidade de suas leis, e não pela sua suspensão. Para Deus, o passado e o futuro são o presente.” Os temas são desenvolvidos em três partes - A gênese segundo o Espiritismo; Os milagres segundo o Espiritismo; As predições segundo o Espiritismo -, desdobrando-os em dezoito capítulos. Entre esses temas destacamos no capítulo “Fundamentos da Revelação Espírita” considerações amplas e lúcidas sobre a questão da revelação e faz significativa colocação: "[...] o que caracteriza a revelação espírita é que a sua origem é divina, que a iniciativa pertence aos espíritos e que a elaboração é o fruto do trabalho do homem.”2 Trata-se de clara afirmação sobre a responsabilidade dos encarnados – detentores do livre arbítrio -, notadamente nas condições de liderança, gestão nas instituições e as ações do movimento espírita. O Mundo Espiritual orienta, mas as decisões dependem de nossas escolhas, o que é um incentivo à reflexão, à conscientização e à ativa participação dos encarnados. Nesse capítulo é analisada a relação entre Espiritismo e Ciência: “[...] o Espiritismo e a Ciência se completam reciprocamente; que a Ciência, sem o Espiritismo, acha-se impossibilitada de explicar certos fenômenos somente pelas leis da matéria, e que é por haver ignorado o princípio espiritual que ela se deteve no meio de tão numerosos impasses; que sem a Ciência, faltaria apoio e comprovação ao Espiritismo e ele poderia iludir-se. Se o Espiritismo tivesse vindo antes das descobertas científicas, teria sido uma obra abortada, como tudo o que surge antes do seu tempo.”2 Eis marcante ponderação, em época em que as religiões tradicionais eram dogmáticas e não valorizavam a ciência: “Caminhando com o progresso, o Espiritismo jamais será ultrapassado, porque, se novas descobertas lhe demonstrassem que está errado em um determinado ponto, ele se modificaria sobre esse ponto; se uma nova verdade se revela, ele a aceita.”2 O Codificador teve a autonomia intelectual para analisar o desenvolvimento do planeta e da civilização procedendo a uma analogia dos chamados dias bíblicos com os períodos geológicos e de maneira totalmente diferenciada das religiões tradicionais. O assunto perispírito é tratado em vários capítulos do livro, ficando mais clara a compreensão dos fenômenos: “O perispírito é o traço de união entre a vida corporal e a vida espiritual: é por ele que o espírito encarnado está em contínuo contato com os desencarnados; é por ele, Jornal Espírita de Uberaba – Ano 11 – Nº 135 – Janeiro/2018 Página 6


enfim, que ocorrem, com o homem, fenômenos especiais que não têm sua origem na matéria tangível, e que, por essa razão, parecem sobrenaturais.”2 Os chamados “milagres” e as aparições de Jesus são analisados descortinando-se o mundo espiritual e o conhecimento sobre as propriedades do perispírito: “As aparições de Jesus após a sua morte são narradas por todos os evangelistas com detalhes circunstanciados que não permitem que se duvide da realidade do fato. [...] perfeitamente explicadas pelas leis fluídicas e pelas propriedades do perispírito, e não apresentam nada de anormal com os fenômenos do mesmo gênero, dos quais a história antiga e contemporânea oferece numerosos exemplos, sem deles excetuar a tangibilidade.”2 A polêmica sobre o desaparecimento do corpo do Cristo é tratada no Cap. XV da 1a edição: “A que se reduziu o corpo carnal? Este é um problema cuja solução não se pode deduzir, até nova ordem, exceto por hipóteses, pela falta de elementos suficientes para firmar uma convicção. Essa solução, aliás, é de uma importância secundária e não acrescentaria nada aos méritos do Cristo, nem aos fatos que atestam, de uma maneira bem peremptória, sua superioridade e sua missão divina. Não pode, pois, haver mais que opiniões pessoais sobre a forma como esse desaparecimento se realizou, opiniões que só teriam valor se fossem sancionadas por uma lógica rigorosa, e pelo ensino geral dos espíritos; ora, até o presente, nenhuma das que foram formuladas recebeu a sanção desse duplo controle. Se os espíritos ainda não resolveram a questão pela unanimidade dos seus ensinamentos, é porque certamente ainda não chegou o momento de fazê-lo, ou porque ainda faltam conhecimentos com a ajuda dos quais se poderá resolvê-la pessoalmente. Entretanto, se a hipótese de um roubo clandestino for afastada, poder-se-ia encontrar, por analogia, uma explicação provável na teoria do duplo fenômeno dos transportes e da invisibilidade. (O Livro dos Médiuns, caps. IV e V.).”2 Por outro lado, o tema da atualidade – transição planetária –, é apreciado nos capítulos de “As predições segundo o Espiritismo” e “Os tempos são chegados”: “Ouvimos em todas as partes: São chegados os tempos marcados por Deus, em que grandes acontecimentos ocorrerão para a regeneração da Humanidade. Em que sentido nós devemos entender essas palavras proféticas? [...] Para a maioria dos fieis, elas apresentam qualquer coisa de místico e de sobrenatural, parecendo-lhes prenunciadoras da subversão das leis da Natureza. [...] porque tais palavras não anunciam a perturbação das leis da Natureza, mas sim o cumprimento dessas leis.”2 As situações de transformações têm parcelas de responsabilidade do ser humano no contexto social e no cenário físico, haja vista os atuais conhecimentos sobre o meio ambiente. A grande transformação há de ser ética e moral: “Até o presente, a humanidade tem realizado progressos incontestáveis. Os homens, com a sua inteligência, chegaram a resultados que jamais haviam sido alcançados, sob o ponto de vista das ciências, das artes e do bem-estar material. Ainda lhes falta um imenso progresso a realizar: o de fazerem reinar entre eles a caridade, a fraternidade e a solidariedade, para assegurar o bem-estar moral.”2 Nesse contexto, a ideia sobre a nova geração não ficaria circunscrita ao ambiente espírita, havendo a relação entre transição e nova geração: Jornal Espírita de Uberaba – Ano 11 – Nº 135 – Janeiro/2018 Página 7


“Trata-se, pois, muito menos de uma nova geração corpórea do que de uma nova geração de espíritos. Assim, aqueles que esperam ver a transformação ocorrer através de efeitos sobrenaturais e maravilhosos, ficarão decepcionados.”2 Em nossos dias, é necessário o estudo desses temas para se evitar interpretações superficiais e até estranhas para o período em que vivemos. Interessante síntese sobre A Gênese, logo após seu lançamento, surge em apreciação do espírito São Luís, na Revista Espírita, de fevereiro de 1868: “A religião, antagonista da Ciência, respondia pelo mistério a todas as questões da filosofia céptica. Ela violava as leis da Natureza e as adaptava à sua fantasia, para daí extrair uma explicação incoerente de seus ensinamentos. Vós, ao contrário, vos sacrificais à Ciência; aceitais todos os seus ensinamentos sem exceção e lhe abris horizontes que ela supunha intransponíveis. [...] Um livro escrito sobre esta matéria deve, em consequência, interessar a todos os espíritos sérios.”1 Independentemente da polêmica sobre alterações na 5a edição francesa dessa obra e das traduções feitas a partir da mesma, destacamos que ao ensejo do sesquicentenário do lançamento de A Gênese torna-se muito necessário a divulgação e o estudo do mesmo na seara espírita.3 Kardec, intelectual experimente e inspirado, elaborou A Gênese com apreciações sobre os fundamentos da revelação espírita e as relações com a Ciência. Analisa a evolução do planeta e do homem, os chamados milagres de Jesus e os conceitos sobre “sinais dos tempos”. São temas oportunos para a atualidade. Nesse contexto e ao ensejo da oportuna Campanha “Comece pelo Começo”, os 150 anos de A Gênese deve ser uma motivação para se implementar seu estudo, divulgação e valorização na seara espírita. Referências: 1) Kardec, Allan. Trad. Bezerra, Evandro Noleto. Revista Espírita. Ano XI. No. 1. 1868. Rio de Janeiro: FEB. 2) Kardec, Allan. Trad. Sêco, Albertina Escudeiro. A gênese. 3.ed. Cap. I, itens 13, 16 e 55; Cap. XIV, item 22; Cap. XV, Itens 61, 67-68; Cap. XVIII, itens 6 e 26. Rio de Janeiro: Ed. CELD. 2010. 3) Artigo: http://grupochicoxavier.com.br/a-genese-150-anos-valor-da-obra-e-suasprimeiras-edicoes-francesas/ (Acesso em 07/01/2018). (Adaptação do artigo: http://www.oconsolador.com.br/ano11/548/especial.html) Antonio Cesar Perri de Carvalho – Ex-presidente da FEB e da USE-SP Transcrito do informativo “Notícias do Movimento Espírita” – 11 de janeiro de 2018 MEDIUNIDADE A EDUCAÇÃO DO MÉDIUM A educação da mediunidade é um trabalho que começa antes da reencarnação, continua na encarnação e prossegue na vida após o desencarne. Mas enquanto está nesta dimensão, o médium tem como necessidade primeira evangelizar a si mesmo. Haverá um tempo previsto para a educação do médium? Tempo não há, pois a mediunidade é trabalho para muitas reencarnações na existência do espírito. Na verdade, esta faculdade, em suas mais variadas ramificações, está presente em todos os homens. Todavia, é após o desabrochar na existência atual que o trabalho se efetiva com mais intensidade e, a partir daí, não deve mais parar ou estacionar, sob a possibilidade de um recomeço muito mais árduo e penoso. Jornal Espírita de Uberaba – Ano 11 – Nº 135 – Janeiro/2018 Página 8


Sabemos que a faculdade, estando presente em nós, deve eclodir sozinha, mas isso não quer dizer que não possamos trabalhar na modelação de nosso espírito por meio das atividades evangelizadoras, na doação fraternal de atendimento aos irmãos necessitados. Identificados os sintomas que caracterizam a faculdade mediúnica, cabe ao sensitivo o dever de educá-la. Somente ele é capaz de se qualificar nessa condição; nenhum sinal externo pode chamar a atenção do observador, a fim de apontar as pessoas que sejam possuidoras de mediunidade. Mesmo sabendo que a mediunidade é uma faculdade originária no espírito e que se exterioriza através do organismo físico – não apresenta síndromes externas – e mesmo quando algumas destas possam tipificar sua presença, tal conclusão jamais poderá ser infalível. Propiciando a interferência dos desencarnados na vida humana, a princípio, a mediunidade gera estados particulares na emotividade, porque mais facilmente se registram a presença e o envolvimento de seres negativos ou perniciosos; a irradiação das suas energias produz esses estados anômalos, desagradáveis, que podem ser confundidos com problemas patológicos. Porém, o sensitivo é constantemente chamado para a observação dessas manifestações consigo mesmo, por surgirem em momentos menos próprios ou aparentemente sem causas desencadeadoras. O orientador espírita deve ser capaz de convencê-lo de que o exercício correto da mediunidade não oferece perigo algum a quem quer que seja. Nenhum sinal externo pode chamar a atenção do observador, a fim de apontar as pessoas que sejam possuidoras de mediunidade Se observarmos o livro O Consolador, por Emmanuel, através de Chico Xavier, nas perguntas 387 e 388, poderemos verificar a grande importância que devemos dar a esses mecanismos de elevação que a natureza nos concede: 387 - Qual a maior necessidade do médium? - A primeira necessidade do médium é evangelizar-se a si mesmo antes de se entregar às grandes tarefas doutrinárias, pois, de outro modo, poderá esbarrar sempre com o fantasma do personalismo, em detrimento de sua missão. 388 - Nos trabalhos mediúnicos temos de considerar, igualmente, os imperativos da especialização? - O homem do mundo, no círculo de obrigações que lhe competem na vida, deverá sair da generalidade para produzir o útil e o agradável, na esfera de suas possibilidades individuais. Em mediunidade, devemos submeter-nos aos mesmos princípios. A especialização na tarefa mediúnica é mais que necessária e somente de sua compreensão poderá nascer a harmonia na grande obra de vulgarização da verdade a realizar (a resposta não está em sua totalidade). Observando bem estas orientações de Emmanuel, vamos ver que o empenho é necessário para o engrandecimento da faculdade, e esse empenho é contínuo na escalada a desempenhar. Mas, ainda assim, poderíamos nos perguntar: o que é educação ou desenvolvimento da mediunidade? Responderíamos: É o conjunto de ações educativas direcionadas para o exercício correto da mediunidade, educação essa que não se prende às quatro paredes do templo espírita. Mas vai além, no envolvimento das orientações Jornal Espírita de Uberaba – Ano 11 – Nº 135 – Janeiro/2018 Página 9


basilares do Mestre, quando diz: “Orai e vigiai, no que concerne às nossas imperfeições, como também nossas ações ainda perniciosas. E vai e não peques mais, para que não te suceda coisa ainda pior”. Diz respeito à mudança de estrutura mental, vibracional e de ação no bem, pois o Mestre não somente diz que deixemos de praticar o mal, mas que pratiquemos, acima de tudo, o bem. Principalmente, modificando a condição interpretada por nós do grande Amor – terapia legada por Jesus para todos nós: não fazer ao próximo aquilo que não queremos para nós. Ao modificar a estrutura negativista desta frase, temos: faça ao próximo aquilo que queres para ti mesmo. Identificamos nossa verdadeira missão como cristãos em qualquer tarefa, transformando essas tarefas, desde as mais simplórias, em tarefas redentoras pela ação do Amor. A educação da mediunidade é um trabalho para toda a vida. Começa antes da reencarnação, continua nela e prossegue no além-túmulo. Há uma grande necessidade de amparo ao candidato ao mediunismo – na presença de problemas psíquicos, emocionais e físicos – recebendo, na casa espírita, orientações de cunho doutrinários. Antes da entrega do neófito ao exercício mediúnico, é necessário que ocorra uma harmonização espiritual. É importante que seja levado ao conhecimento do médium principiante que, na fase inicial, é natural o surgimento de um clima psicológico inconstante, de altos e baixos. Isso é compreensível, uma vez que a mediunidade propicia a interferência dos desencarnados na vida humana de forma mais próxima. E, geralmente, são seres envolvidos com o mal ou com atos perniciosos, transmitindo assim a irradiação de suas energias, produzindo sensações anômalas, desagradáveis, que perfeitamente podem ser confundidas com problemas patológicos. Tudo isso deve ser bem esclarecido ao irmão que se propõe para a nova tarefa. Segundo Erasto, em O Livro dos Médiuns (capítulo XXII, item 236), “Médium é o ser, é o indivíduo que serve de traço de união aos espíritos, para que estes possam comunicar-se facilmente com os homens”. É importante que seja levado ao conhecimento do médium principiante que, na fase inicial, é natural o surgimento de um clima psicológico inconstante, de altos e baixos... Isso é compreensível O médium tem, como condição primordial, o estudo, para a busca de compreensão da sua faculdade e do conhecimento da natureza dos espíritos que utilizam sua faculdade mediúnica para um contato mais próximo com os encarnados. O estudo traz ao médium uma condição mais segura de trabalho pois, consciente e entendedor de sua faculdade, ele vai trabalhar colaborando ainda mais com os técnicos espirituais responsáveis pela atividade mediúnica que freqüenta. E, com a segurança obtida com o estudo, ele sintoniza melhor com os mentores, como também poderá envolver os comunicantes para que se portem ordenadamente, e não como muitos que chegam transformando as reuniões em perfeitas confusões. Jornal Espírita de Uberaba – Ano 11 – Nº 135 – Janeiro/2018 Página 10


Nesse estudo profundo que o médium deverá realizar em sua caminhada, ele se defrontará com a necessidade de se conhecer, cumprindo-lhe ao mesmo tempo conhecer as qualidades que deve procurar desenvolver em si, assim como os hábitos viciosos e os obstáculos que podem embaraçá-lo no desempenho de sua tarefa. Para uma auto-realização, é necessário o exame permanente de consciência a fim de conhecer sempre, a todo momento, o estado da própria alma. A mediunidade é, sem dúvida, poderoso instrumento que pode se converter em lamentável fator de perturbação, tendo em vista o nível espiritual e moral daquele que se encontra investido de tal recurso; ela não é uma faculdade portadora de requisitos morais. A moralização do médium liberta-o das influências dos espíritos inferiores e perversos, que se sentem impossibilitados de maior predomínio. Cada dia, o medianeiro se defrontará com sensações novas e viverá emoções que lhe cabem verificar, de modo que possa treinar o controle pessoal, estabelecendo uma linha demarcatória entre a sua personalidade e as personalidades que o utilizam psiquicamente, até mesmo auxiliando-as nas comunicações. A compreensão das Leis dos Fluidos, isto é, a identificação fluídica entre o médium e o espírito, constitui fator de altíssima importância para uma comunicação harmônica. Se eles são contrários, se essa relação fluídica se repele, a comunicação mediúnica vai se processar com dificuldades, e o médium deve estar ciente disso. Enfim, a educação mediúnica é para toda a existência, pois à medida que o medianeiro se torna mais hábil e aprimorado, melhores requisitos ele tem à sua disposição para a realização do ministério abraçado. Buscando novamente o grande manancial de informações, que é O Livro dos Médiuns, na segunda parte, no capítulo XVII, item 211, Formação dos Médiuns, verificamos: “O escolho da maioria dos médiuns iniciantes é ter relações com espíritos inferiores, e devem se considerar felizes quando são apenas espíritos levianos. Toda a sua atenção deve tender a não lhes deixar tomar pé, porque uma vez ancorados não é sempre fácil desembaraçar-se deles. E um ponto tão capital, sobretudo no início, que sem as preocupações necessárias, pode-se perder o fruto das mais belas faculdades”. Na verdade, o empenho do médium em se moralizar deverá fazer parte do processo de sua auto-educação, sintonizando profundamente com as palavras do Cristo: “Conhecereis a verdade e ela vos libertará”. Por isso, a meta prioritária é a criatura conhecer a si mesma; é preciso permanente exame de consciência, com o fim de se conhecer sempre, em todos os atos praticados por nós. Conhecendo-nos um pouco mais poderemos, com maior facilidade, nos dedicar sem medos ao exercício. O estudo que visa à identidade dos espíritos fala bem alto no processo de educação do médium. Nenhuma teoria se concretiza bem sem o exercício, sem o trabalho. Podemos ver isso seguindo a orientação dos espíritos que auxiliaram Kardec na Codificação, em O Livro dos Espíritos, pergunta 625: “Qual o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem para lhe servir de guia e modelo?” Jesus, é a resposta. Seguindo esse grandioso modelo, verificamos que seus ensinamentos não ficaram sem o aval de sua exemplificação, traçando a base de suas orientações, que nos norteiam até hoje. Jornal Espírita de Uberaba – Ano 11 – Nº 135 – Janeiro/2018 Página 11


Estando a mente vazia, com os pensamentos infelizes à vista, é necessário o trabalho ativo e o preenchimento de nossa mente com coisas edificantes. Assim, é imprescindível enriquecer nosso pensamento, incorporando a ele os tesouros morais e culturais, os únicos que nos possibilitaram direcionar a luz que é jorrada do mais alto para nós. Em toda a parte, existe a cooperação espiritual com o mundo material. Onde há pensamento, há correntes mentais, e onde há correntes mentais, existem associações. E, como sabemos, toda associação é interdependência e influenciação recíproca. Daí, verificamos a necessidade de ter uma vida nobre, trabalho ativo, compreensão fraterna, serviço ao semelhante, respeito à natureza e oração. Tudo isso constitui alguns meios de assimilar os princípios superiores da vida, porque sempre recebemos de acordo com o que damos. E tratando de mudar o ritmo vibracional de nossos pensamentos e, em seguida, de nossos atos, seguramente também vamos sintonizar com maior facilidade os benfeitores que visam ao engrandecimento humano. Voltando à pergunta do livro O Consolador, pergunta 387: “Qual a maior necessidade do médium?” Resposta: A primeira necessidade do médium é evangelizar-se”. Cabe perguntar a nós mesmos o que significa o termo “evangelizar-se”. Diz-nos André Luiz, em seu livro Missionários da Luz, que “é imprescindível saber que tipo de onda mental assimilamos para conhecer a qualidade de nosso trabalho e ajuizar nossa direção”. A mediunidade é neutra e não basta por si só. E é ainda André Luiz que nos orienta com bastante clareza no seu livro Nos Domínios da Mediunidade: “Cada médium com a sua mente, cada mente com seus raios, personalizando observações e interpretações, e conforme os raios que arremessamos, erguer-se-á o domicílio espiritual na onda de pensamentos a que nossas almas se afeiçoam”. Essa energia viva, que é o pensamento, cria em torno de nós forças sutis, criando centros magnéticos ou ondas vibratórias com as quais emitimos nossas situações e recebemos outras. Abriremos comunicação e envolvimento com núcleos e mentes, com os quais nos colocamos em sintonia através de nossos pensamentos. Onde há pensamento, há correntes mentais, e onde há correntes mentais, existem associações. Em Evolução em Dois Mundos, André Luiz, na página 129, diz: “A aura é, portanto, a nossa plataforma onipresente em toda comunicação com as rotas alheias, antecâmara do espírito, em todas as nossas atividades de intercâmbio com a vida que nos rodeia, através da qual somos vistos e examinados pelas inteligências superiores, sentidos e reconhecidos pelos nossos afins, e temidos e hostilizados ou amados e auxiliados pelos irmãos que caminham em posição inferior à nossa”. “Isso porque exteriorizamos, de maneira invariável, o reflexo de nós mesmos, nos contatos de pensamentos a pensamentos, sem necessidade das palavras para as simpatias ou repulsões fundamentais”. Esclarece ainda, no mesmo livro: “É por essa couraça vibratória, espécie de carapaça fluídica, em que cada consciência constrói o seu ninho ideal, que começaram todos os serviços da mediunidade na Terra, considerando-se a mediunidade como Jornal Espírita de Uberaba – Ano 11 – Nº 135 – Janeiro/2018 Página 12


atributo do homem encarnado para corresponder-se com os homens liberados do corpo físico”. Podemos verificar que refletimos o que sentimos e pensamos em nós mesmos, e é essa aura que nos apresenta como verdadeiramente somos. Principalmente reforçando o ditado “A raiva é um veneno que tomamos e esperamos que outros morram”, ou seja, essa mesma raiva ficará impregnada em nós, transparecendo aquilo que sentimos e afetando principalmente o nosso próprio tônus vibratório. Plasmamos em torno de nós, através da força do pensamento nessas zonas vibratórias que nos constituem, nosso “eu” verdadeiro, e assim somos conhecidos por todos no mundo espiritual, ligando-nos ao bem ou a ignorância. Envolvemo-nos em uma onda vibratória que modifica nosso tônus de vibração, ligando-nos imediatamente àqueles que conosco comungam os mesmos pensamentos e atos. E, quando dormimos, temporariamente, distanciamo-nos de nossa aparelhagem física, indo ter com os mesmos com os quais nos ligamos mentalmente; aí nos vêm os sonhos temerosos e “pesados”, principalmente no que concerne ao sexo, brigas, mortes, etc. Passamos os dias direcionando energias em prazeres ou pensando fortemente em tais prazeres, dessa forma criando-os fluidicamente, manifestando nossas intenções no mundo espiritual. Conclamamos nossos irmãos leitores que revisem o livro A Gênese - capítulo XIV, Os Fluidos, item 13, Criação Fluídica - para, numa análise mais profunda, verificarem a importância de nossos pensamentos nessas criações emanadas de nós mesmos. Lembremos sempre: praticando tanto o bem como o mal, estaremos sempre respirando na mesma faixa, intimamente associados, com as mentes ligadas ao bem ou às trevas. Conforme já sabemos, o espiritismo não é o "dono" da mediunidade; esta é inerente ao espírito e projetada ao corpo físico, como uma faculdade orgânica. Encontra-se em quase todos os indivíduos, como um meio imensurável de progresso. Observando algumas palavras de André Luiz, psicografadas por Chico Xavier, poderemos compreender uma poderosa observação feita por esse nosso irmão: “Deus ajuda a criatura através das criaturas”. E completamos: desencarnadas ou encarnadas, ou seja, vamos verificar que o intercâmbio estará presente em todas as etapas da natureza, e em várias e diferentes condições vibracionais. Entre os espíritos já desencarnados também há médiuns que exercem fraternalmente o labor, facultando que entidades do mais alto, das esferas mais elevadas, possam também trazer palavras de consolo e orientação àquelas que se encontram na retaguarda da evolução, ainda que o meio mais difundido seja o intercâmbio entre encarnados com os desencarnados. A mediunidade não poderá ser utilizada como uma profissão por aquele que já se encontra revestido por ela pois, como processo de crescimento e purificação do próprio ser em caminhada estagiária no plano em que vive, a mediunidade deve sempre ser precedida pelo amor, pela sintonia, buscando acima de tudo galgar resultados mais profundos. A raiva é um veneno que tomamos esperando que o outro morra, ou seja, essa mesma raiva ficará impregnada em nós. Jornal Espírita de Uberaba – Ano 11 – Nº 135 – Janeiro/2018 Página 13


Vemos a medicina ser utilizada por médicos que objetivam simplesmente o ganho. Todavia, dia chegará em que os médicos utilizarão essa faculdade para o bem maior, provocando assim o aparecimento de uma medicina vibracional bem mais profunda e comprometida com a causa humana; mais envolvida com o amor conseguirá, enfim, tratar do ser como um todo e não simplesmente como um corpo. A mediunidade deve ser canalizada para fins nobres, evitando-se transformá-la em motivo de profissionalização ou espetáculos que buscam gerar emoções passageiras. Independentemente da vontade de seu possuidor, funciona quando acionada pelos espíritos que a manipulam, sendo, portanto, credora de assistência moral. Sabemos que todos somos médiuns, pois todos sofremos influências dos espíritos e, na seara do Cristo, há muitas mediunidades. E ainda que não sejam ostensivas, não são menos importantes. Se por enquanto não temos em nosso quadro de tarefas a mediunidade ostensiva, sejamos então médiuns do bem, das palavras de carinho, do consolo, da ajuda, do bom conselho, da caridade, pois mesmo aí estaremos sendo envolvidos por aqueles do lado invisível que também trabalham para o engrandecimento da humanidade e o consolo dos corações aflitos. Fonte: Revista Espiritismo & Ciência (edição 17) Publicado por Egdemberguer Magalhaes em 28 setembro 2012 às 6:24 em Mediunidade Transcrito do link: http://www.redeamigoespirita.com.br/group/mediunidade/forum/topics/aeduca-o-do-m-dium JUVENTUDE O JOVEM E AS OPORTUNIDADES O mundo modifica-se em velocidade vertiginosa, mostrando a rapidez da evolução. O que era útil há 10 anos, por exemplo, hoje pode estar obsoleto. A própria tecnologia é capaz de comprovar o que disse acima. Em minha incipiência ante as novidades, enquanto adquiria um MP, alguns amigos, por coincidência jovens, divertiam-se com um moderno MP12. É o progresso em alta velocidade! Eu não acompanhei, quando percebi estava anos luz atrás. Temos que mudar com o mundo adaptando-nos às novas circunstâncias para não sermos ultrapassados pelo caudaloso rio da evolução. E afirma a lógica: o mundo se transforma para todos, crianças, jovens, adultos, idosos... Trazendo a realidade das mudanças para a Doutrina Espírita e sua relação com os jovens, somos impelidos a nos perguntar: Jornal Espírita de Uberaba – Ano 11 – Nº 135 – Janeiro/2018 Página 14


O jovem de hoje é o mesmo de antigamente, há 30, 40 anos? O que você acha? Será que o jovem atual obedece aos mesmos estímulos e mecanismos de aprendizagem? Há algum tempo escrevi artigo sobre a juventude espírita e a reportagem da revista Isto É, que afirma serem poucos os jovens a engajarem-se na doutrina codificada por Kardec. Ora, temos que mergulhar fundo para entender algumas coisas, tais como: A reportagem da revista exprime a realidade? Se exprime a realidade, por que ela ocorre e o que fazer para mudar esse paradigma? É necessário, pois, formular algumas perguntas e respondê-las com sinceridade para que possamos contribuir da melhor maneira possível, transformando o centro espírita em espaço aberto para que a juventude cresça alicerçada sob as diretrizes sublimes do Espiritismo. Como os dirigentes espíritas estão trabalhando com a juventude? Será que estão abrindo espaço? Será que estão dando oportunidades aos jovens para eles trabalharem na seara de Jesus? Será que há chance da manifestação do jovem no centro espírita? Será que ainda trazemos o modelo mental de que os mais velhos tudo sabem e os mais novos são inexperientes? São apenas questões sem intenção de causar constrangimento a quem quer que seja; a ideia é levar reflexão e facilitar a interação entre as inúmeras gerações. Aliás, a interação desamarra os cadarços presunçosos da relação -UM SABE E OS OUTROS APRENDEM-, afinal, independente da idade estamos todos aprendendo uns com os outros. Ai reside a beleza da vida! Aprender sempre; aprender sem preconceitos com jovens, adultos, crianças, idosos. E o espírita não foge à regra. Por isso é de suma importância atentarmo-nos para a transitoriedade de cada fase da existência física e suas maravilhas, pois assim será mais fácil trocarmos experiências enriquecedoras com todas as gerações, de modo que todos serão beneficiados, inclusive as atividades na Casa Espírita. Uma pergunta importante para reflexão: Quem vai frequentar as casas espíritas no futuro? Resposta – Os Jovens de hoje!! Wellington Balbo – Bauru-SP. Transcrito do link: http://www.usepiracicaba.com.br/artigos/espiritismo/2266-temapreocupante-nas-casas-espiritas-o-jovem-e-as-oportunidades O QUE ESTAMOS FAZENDO PARA CATIVÁ-LOS NA DOUTRINA?? LINDOS CASOS DE CHICO XAVIER CASO 92 – O HÁBITO DE FUMAR Um irmão, que fumava 100 cigarros por dia, pediu um conselho ao Espírito de Emmanuel sobre o hábito pernicioso a que se entregava, e o mentor espiritual atendeu-o, exclamando: — Melhoremos a nós mesmos, meu filho. Disse o consulente: — Eu desejava um conselho mais direto. — Fume menos... — Ora essa! O que desejo é uma resposta positiva... Emmanuel, então, endereçou-lhe as seguintes palavras: — Meu amigo, entre fumar e não fumar é melhor não fumar. Entretanto, se você pretende fazer alguma coisa pior, continue fumando... Transcrito do livro “Lindos Casos de Chico Xavier” de Ramiro Gama. Jornal Espírita de Uberaba – Ano 11 – Nº 135 – Janeiro/2018 Página 15


MENSAGEM ESPÍRITA POLÍTICA DIVINA “Eu, porém, entre vós, sou como aquele que serve.” – Jesus. (LUCAS, 22:27.) O discípulo sincero do Evangelho não necessita respirar o clima da política administrativa do mundo para cumprir o ministério que lhe é cometido. O Governador da Terra, entre nós, para atender aos objetivos da política do amor, representou, antes de tudo, os interesses de Deus junto do coração humano, sem necessidade de portarias e decretos, respeitáveis embora. Administrou servindo, elevou os demais, humilhando a si mesmo. Não vestiu o traje do sacerdote, nem a toga do magistrado. Amou profundamente os semelhantes e, nessa tarefa sublime, testemunhou a sua grandeza celestial. Que seria das organizações cristãs, se o apostolado que lhes diz respeito estivesse subordinado a reis e ministros, câmaras e parlamentos transitórios? Se desejas penetrar, efetivamente, o templo da verdade e da fé viva, da paz e do amor, com Jesus, não olvides as plataformas do Evangelho Redentor. Ama a Deus sobre todas as coisas, com todo o teu coração e entendimento. Ama o próximo como a ti mesmo. Cessa o egoísmo da animalidade primitiva. Faze o bem aos que te fazem mal. Abençoa os que te perseguem e caluniam. Ora pela paz dos que te ferem. Bendize os que te contrariam o coração inclinado ao passado inferior. Reparte as alegrias de teu espírito e os dons de tua vida com os menos afortunados e mais pobres do caminho. Dissipa as trevas, fazendo brilhar a tua luz. Revela o amor que acalma as tempestades do ódio. Mantém viva a chama da esperança, onde sopra o frio do desalento. Levanta os caídos. Sê a muleta benfeitora dos que se arrastam sob aleijões morais. Combate a ignorância, acendendo lâmpadas de auxílio fraterno, sem golpes de crítica e sem gritos de condenação. Ama, compreende e perdoa sempre. Dependerás, acaso, de decretos humanos para meter mãos à obra? Lembra-te, meu amigo, de que os administradores do mundo são, na maioria das vezes, veneráveis prepostos da Sabedoria Imortal, amparando os potenciais econômicos, passageiros e perecíveis do mundo; todavia, não te esqueças das recomendações traçadas no Código da Vida Eterna, na execução das quais devemos edificar o Reino Divino, dentro de nós mesmos. Pelo Espírito de Emmanuel – Psicografada por Francisco Cândido Xavier Livro: Vinha de Luz Jornal Espírita de Uberaba – Ano 11 – Nº 135 – Janeiro/2018 Página 16


TRABALHO IMPORTANTE REVISTA ESPÍRITA COMPLETA 150 ANOS Neste mês de janeiro de 2008 comemoramos o Sesquicentenário da Revue Spirite, de Allan Kardec, isto é, os 150 anos do lançamento dessa Obra monumental, em 12 brilhantes volumes, que complementam o excelente Pentateuco Kardequiano. A Revista Espírita esteve sob a segura direção do eminente Codificador do ano de 1858 até 1869. Como sincero tributo de reconhecimento ao ingente esforço do seu Autor para plasmar tão importante Obra como legado para a Humanidade – em colaboração com os Espíritos superiores –, traduzimos ao português, a seguir, alguns parágrafos do Prólogo-homenagem a Allan Kardec, que encontra-se nas primeiras páginas da nossa tradução do francês ao espanhol do Ano de 1858 da Revista Espírita,(1) Edições CEI – Conselho Espírita Internacional: Sexta-feira, 1º de janeiro de 1858. É lançada em Paris a Revue Spirite - Journal d'Études Psychologiques, de Allan Kardec, publicada sem interrupção pelo insigne Codificador do Espiritismo até o mês de abril de 1869. Apesar de Kardec ter desencarnado na quarta-feira 31 de março desse mesmo ano, já havia deixado preparada a Revue de abril de 1869, tal era sua organização, disciplina e esforço exemplares, qualidades – entre tantas outras – que caracterizaram o mestre de Lyon, junto ao seu inconfundível bom senso. Sua generosidade, desprendimento e idealismo fazem-no custear todas as despesas com a publicação da Revista, por sua própria conta e risco, assim como o tinha feito quase nove meses antes com O Livro dos Espíritos. Lança o primeiro número histórico da Revista Espírita com 36 páginas, e o sucesso espiritual haverá de acompanhá-lo em sua periodicidade mensal, tendo como escritório de redação do Jornal, em essa época, sua própria residência: rue des Martyrs, 8 (rua dos Mártires, nº 8). A Revista Espírita - Jornal de Estudos Psicológicos é uma Obra monumental e m agnífica em todos os sentidos, desde o ponto de vista histórico, literário, científico, filosófico, religioso etc. Tal qual o seu ilustre Autor, as páginas da Revue possuem enorme bagagem cultural do mais alto valor, constituindo-se em uma síntese de grande conteúdo biográfico, ético-moral, geográfico, astronômico, político, artístico e doutrinário propriamente dito. São exatamente 4409 páginas de Luz no original francês (que temos a imensa honra de traduzir) se somarmos os onze anos e quatro meses de publicação dos seus doze volumes, sob a atenta direção de Kardec. Portanto, desejamos homenageá-lo como digno mensageiro de Jesus, que confiou ao Codificador a sublime missão de restabelecer todas as coisas e, junto dos Espíritos superiores, instalar para sempre na Terra o Consolador Prometido pelo Espírito de Verdade, Paracleto que nos ensinará todas as coisas e que nos fará recordar tudo o que o Cristo nos disse. [...] Jornal Espírita de Uberaba – Ano 11 – Nº 135 – Janeiro/2018 Página 17


Sem os limites naturais de um livro, a Revista é, então, o complemento indispensável do Pentateuco Espiritista, já que desenvolve, explica, amplia e ilustra, com a lógica de aço de Kardec, os raciocínios expostos pelos Espíritos que revelaram a magna Doutrina. Eis a verdadeira importância deste gigantesco manancial da Revue Spirite no conjunto da Codificação Kardequiana. [...] Com suas leituras em dia de vários diários e obras literárias, científicas, filosóficas e religiosas, o mestre lionês era um homem bem atualizado e muito partícipe nos meios de difusão contemporâneos. Constantemente retirava dos periódicos de todo o mundo artigos que analisava sob a ótica espírita, transcrevendo muitos deles na Revista, a fim de serem estudados doutrinariamente. Para que possamos ter uma clara ideia da grande utilidade prática da Revue no conjunto da Codificação, citamos a seguir uma esclarecedora Nota de Kardec colocada no subcapítulo intitulado Doutrina dos anjos decaídos e da perda do paraíso, item 43 e seguintes do capítulo XI de A Gênese,(2) Obra publicada em 1868: "Quando, na Revue Spirite de janeiro de 1862, publicamos um artigo sobre a interpretação da doutrina dos anjos decaídos, apresentamos essa teoria como simples hipótese, sem outra autoridade afora a de uma opinião pessoal controversível, porque nos faltavam então elementos bastantes para uma afirmação peremptória. Expusemo-la a título de ensaio, tendo em vista provocar o exame da questão, decidido, porém, a abandoná-la ou modificá-la, se fosse preciso. Presentemente, essa teoria já passou pela prova do controle universal. Não só foi bem aceita pela maioria dos espíritas, como a mais racional e a mais concorde com a soberana justiça de Deus, mas também foi confirmada pela generalidade das instruções que os Espíritos deram sobre este assunto. O mesmo se verificou com a que concerne à origem da raça adâmica". Eis porquê a Revista Espírita – nas próprias palavras de Kardec – tornou-se um poderoso auxiliar na implantação do Movimento Espiritista e na elaboração da Doutrina, ao desenvolver os postulados em toda a sua extensão, apresentando uma considerável variedade de casos e aplicações, além de servir como meio de correspondência direta com os leitores. [...] Assim como a própria Doutrina dos Espíritos, a coleção da Revista Espírita é um grande oceano, do qual encontramo-nos somente na praia e acreditamos que o conhecemos em sua profundidade. Por isso urge a necessidade de estudar-se a fundo esta magna Obra, grandioso documentário que tem servido a Kardec de vasto campo experimental e de amplo laboratório de ideias, auscultadas nas centenas de cartas recebidas, onde ele sondava as reações da opinião pública, sedenta do saber espiritista. A rigorosa pesquisa científica de Kardec é digna de menção. É por tudo isto que o estudo profundo da Revue há de contribuir para uma ampliação de conhecimentos e, por consequência, para a formação de uma sólida cultura doutrinária. Através de suas luminosas páginas participamos ao vivo da História da Doutrina Espírita – passo a passo –, das árduas lutas e vitórias do Codificador, assim como das calúnias e mentiras dirigidas contra ele pelos adversários do progresso. A Revue Spirite está inscrita com letras maiores nos Anais do Espiritismo, porque é a narração de sua própria história e da detalhada exposição dos acontecimentos dignos de memória, que a posteridade jamais poderá esquecer. Era Kardec quem redigia integralmente a Revista e quem cuidava de toda sua volumosa correspondência e Jornal Espírita de Uberaba – Ano 11 – Nº 135 – Janeiro/2018 Página 18


remessa, tarefa hercúlea que consumiria todo o tempo de uma pessoa comum. Isto era apenas uma parte dos seus trabalhos, pois também tinha o compromisso com a codificação e edição dos outros Livros, com o Movimento Espírita nascente, com a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas – da qual era Presidente –, com sua esposa Amélie-Gabrielle Boudet, com as centenas de visitantes anuais que queriam saber mais sobre a Doutrina, com as viagens doutrinárias... Esse era o homem singular e o espírita exemplar Allan Kardec, que se havia olvidado de si mesmo para consagrar-se por inteiro à Causa e Razão da sua vida: o Espiritismo. Na Revista conhecemos também o caráter, o retrato e a estatura moral do homem Allan Kardec. Aqui, esclarece e consola pessoalmente a uma mãe desesperada pela desencarnação de sua filhinha, e também a um filho que sofre as saudades do seu falecido pai; ali, colabora diretamente na recuperação de um médium obsidiado; cá, conversa na sessão mediúnica com um criminoso, com tanto respeito e carinho que o faz emocionar e querer mudar de vida; acolá, incentiva donativos para as vítimas de epidemias ou oferece assinaturas gratuitas da Revue para os pobres. Essas "minúcias" tão importantes encontramolas na Revue Spirite. Por outra parte, várias páginas da Codificação – literalmente ou em parte – tiveram suas origens na Revista Espírita (RE), como por exemplo o quinto artigo da RE de outubro de 1858–V: Teoria do móvel de nossas ações, pp. 425-428. Deste artigo derivouse, com poucas modificações, a extensa questão nº 872 da 2ª edição definitiva (20/03/1860) de O Livro dos Espíritos, sob o título: Resumo teórico do móvel das ações humanas. Outro interessante e comovente artigo o encontramos na RE ago. 1858–II: A Caridade, pp. 335-340. Esta bela mensagem está – em menor extensão e sem as nove perguntas que o Codificador fez ao Espírito São Vicente de Paulo – em O Evangelho segundo o Espiritismo, item 12 (Instruções dos Espíritos - A beneficência) do cap. XIII. Por modéstia e humildade, outras magnas virtudes suas, Kardec retira do texto desta Obra (da 1ª edição de 1864 e também da 3ª ed. definitiva de 1866) as merecidas linhas encomiásticas dirigidas a ele por São Vicente, que diziam: "[...] Há, entre vós, homens que têm a cumprir missões de amor e de caridade: escutai-os, exaltai a sua voz; fazei se resplandeçam seus méritos e sereis, vós próprios, exaltados pelo desinteresse e pela fé viva de que vos penetrarão".(3) Por outro lado, com a sua didática inconfundível cria – como bom redator – seções atrativas na Revue, que interessam às variadas camadas do público leitor, seções que com o transcurso dos meses se consagraram como fixas: Conversas familiares de AlémTúmulo, Problemas morais, Bibliografia, Evocações particulares, Variedades, Poesias espíritas, Necrologia, Aos leitores da Revista Espírita, Aforismos espíritas e pensamentos avulsos, Dissertações de Além-Túmulo, Boletim da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, Avisos, Questões e problemas, Correspondência etc. Os artigos seguem uma ordem metódica e uma sequência tão lógica, que de jeito nenhum poderiam mover-se de lugar sem afetar a coerência da progressão gradativa dos temas e das ideias desenvolvidas. Um claro exemplo de sua magistral concatenação é quando na RE dez. 1858–VI c: Dissertações de Além-Túmulo – O papel da Mulher, pp. 511-513, Allan Kardec publica uma belíssima dissertação do Espírito Bernard Palissy sobre a elevada tarefa-missão das mulheres, e duas páginas depois Kardec conversa por via mediúnica com uma viúva da Índia, que em sua mais recente existência foi obrigada, por costumes Jornal Espírita de Uberaba – Ano 11 – Nº 135 – Janeiro/2018 Página 19


e imposições religiosas, a queimar-se viva sobre o cadáver do seu marido (RE dez. 1858–VIII a: Conversas familiares de Além-Túmulo – Uma viúva de Malabar, p. 515.). Esta é uma das razões que nos aconselham a ler e a estudar Kardec, com preferência desde o começo até o fim sem interrupções, de capa a contracapa, e não pulando ou lendo partes isoladas, para conseguir atingir-se o objetivo precípuo de aproveitar melhor todas as nuances que o Codificador vai semeando em cada artigo – com as suas respectivas citações e remissões –, superando-se constantemente Allan Kardec em cada texto e, ao mesmo tempo, seguindo um seguro roteiro de sensatez irrefutável. [...] A atualidade de Kardec é realmente impressionante. Parece que ontem mesmo escreveu as várias páginas que hoje tanto nos comovem e que são mais atuais do que nunca. Parece que faz pouco tempo que coordenou e sistematizou aquelas comunicações mediúnicas do mais alto valor, com o seu meticuloso critério científico e com a precisão que caracteriza todo o seu trabalho metódico. Sua presciência também é verdadeiramente notável. [...] Eis a nossa pálida homenagem a esse homem íntegro, em todos os sentidos, a quem tanto devemos os espíritas de todas as latitudes do planeta. Saudamos, então, [...] ao Codificador com os nossos maiores anelos de que o seu excelente e imortal legado seja melhor compreendido. Para finalizar, deixemos a palavra com Allan Kardec, citando seus conceitos sempre sensatos, encontrados na Revista Espírita, na Conclusão do Ano de 1858: "[...] Seria um fato inusitado nos fastos da publicidade se não nos defrontássemos com contradições, nem com críticas, sobretudo quando se trata da emissão de idéias tão recentes; mas, se de alguma coisa devemos admirar-nos, é de ter encontrado tão poucos contraditores, em comparação com os sinais de aprovação que nos foram dados, e sem dúvida isso se deve bem menos ao mérito do escritor do que à atração suscitada pelo próprio assunto tratado e ao crédito que, diariamente, conquista nas mais altas camadas da sociedade. Nós o devemos também, e disso estamos convencidos, à dignidade que sempre temos conservado diante dos nossos adversários, deixando que o público julgue entre a moderação, de uma parte, e a inconveniência, de outra. O Espiritismo marcha no mundo inteiro a passos de gigante; todo dia reúne alguns dissidentes pela força das coisas; e, se de nossa parte podemos lançar alguns grãos na balança desse grande movimento que se opera e que marcará nossa época como uma nova era, não será melindrando nem nos chocando frontalmente com aqueles que queremos justamente conquistar. É por esse raciocínio, e não pelas injurias, que nos faremos escutar. A esse respeito, os Espíritos superiores que nos assistem dão-nos a regra de proceder e o exemplo. Seria indigno de uma doutrina, que não prega senão o amor e a benevolência, descer até à arena do personalismo; deixamos esse papel aos que não a compreendem. Nada nos fará desviar da linha que temos seguido, da calma e do sangue-frio que não cessamos de demonstrar no exame raciocinado de todos os problemas, sabendo que assim conquistaremos mais partidários sérios para o Espiritismo do que pelo azedume e pela acrimônia. [...]"(4) ----------------Jornal Espírita de Uberaba – Ano 11 – Nº 135 – Janeiro/2018 Página 20


Referências: (1) KARDEC, Allan. Revista Espírita - Periódico de Estudios Psicológicos (Año 1858). 1ª ed. Brasília: CEI, 2005. Prólogo-homenajem a Allan Kardec, pelo tradutor Enrique Eliseo Baldovino, pp. III-XII. (2) KARDEC, Allan. A Gênese. 35ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1995. Doutrina dos anjos decaídos e da perda do paraíso (Nota de Kardec), tradução de Guillon Ribeiro, pp. 229230. (3) KARDEC, Allan. Revista Espírita - Jornal de Estudos Psicológicos (agosto de 1858). 1ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004. A Caridade, tradução de Evandro Noleto Bezerra, p. 336. (4) KARDEC, Allan. Revista Espírita - Jornal de Estudos Psicológicos (dezembro de 1858). 1ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004. Aos leitores da Revista Espírita, tradução de Evandro Noleto Bezerra, pp. 526-527. Transcrito do link: http://www.correiofraterno.com.br/index.php?option=com_content&task=vie w&id=18&Itemid=35 Downloads – Material Completo No site da FEB – Federação Espírita Brasileira, o leitor pode baixar todas as edições da “Revista Espírita”, inclusive o “Índice Geral das Revistas”. Basta acessar a página da FEB no endereço: http://www.febnet.org.br/blog/geral/pesquisas/downloadsmaterial-completo/ baixar e salvar. PERSONALIDADE DE DESTAQUE NO MOVIMENTO ESPÍRITA LÉON DENIS Léon Denis nasceu numa aldeia chamada Foug, situada nos arredores de Tours, em França, a 1 de Janeiro de 1846, numa família humilde. Cedo conheceu, por necessidade, os trabalhos manuais e os pesados encargos da família. Não era seu hábito desperdiçar um minuto sequer de seu tempo, com distrações frívolas, às quais a maior parte dos homens recorre para matar as horas. Desde os seus primeiros passos neste mundo, sentiu que os amigos invisíveis o auxiliavam. Ao invés de participar em brincadeiras próprias da juventude, procurava instruir-se o mais possível. Lia obras sérias, conseguindo assim, com esforço próprio desenvolver a sua inteligência. Tornou-se um autodidata sério e competente. Aos 12 anos concluiu o curso primário, mas a situação modesta da sua família não lhe permitiu grandes estudos. Desde cedo teve problemas de saúde física: com os olhos principalmente. Aos 16 anos salientou-se como um dos melhores oradores e ardente propagandista. Aos 18 anos tornou-se representante comercial da empresa onde trabalhava, facto que o obrigava a viagens constantes, situação que se manteve até à sua reforma e manteve ainda depois por mais algum tempo. Adorava a música e sempre que podia assistia a uma ópera ou concerto. Gostava de dedilhar, ao piano, árias conhecidas e de tirar acordes para seu próprio devaneio. Não fumava, era quase exclusivamente vegetariano e não fazia uso de bebidas fermentadas. Encontrava na água a sua bebida ideal. Jornal Espírita de Uberaba – Ano 11 – Nº 135 – Janeiro/2018 Página 21


Era seu hábito olhar, com interesse, para os livros expostos nas livrarias. Um dia, ainda com 18 anos, o chamado acaso fez com que a sua atenção fosse despertada para uma obra de título inusitado. Esse livro era “O Livro dos Espíritos” de Allan Kardec. Dispondo do dinheiro necessário, comprou-o e, recolhendo-se imediatamente ao lar, recolhendo-se imediatamente ao lar, entregou-se com avidez à leitura. O próprio Denis disse: “Nele encontrei a solução clara, completa e lógica, acerca do problema universal. A minha convicção tornou-se firme. A teoria espírita dissipou a minha indiferença e as minhas dúvidas”. O seu espírito, nessa hora, sentiu-se sacudido em face dos compromissos assumidos no Espaço, para iniciar, em breve, o trabalho de propagação das verdades Kardecianas. “Como tantos outros” - disse ele - “procurava provas, factos precisos, de modo a apoiar a minha fé, mas esses factos demoraram muito a chegar. A princípio insignificantes, contraditórios, mesclados de fraudes e mistificações, que não me satisfizeram, aponto de, por vezes, pensar em não mais prosseguir as minhas investigações. Mas, sustentado, como estava, por uma teoria sólida e de princípios elevados, não desanimei. Parece que o invisível deseja experimentar-nos, medir o nosso grau de perseverança, exigir certa maturidade de espírito antes de entregar-nos aos seus segredos”. Encontrava-se nos seus trabalhos de experimentações, quando importante acontecimento se verificou na sua vida: Allan Kardec viera passar alguns dias na pacata cidade de Tours, com seus amigos. Todos os espíritas turenses foram convidados a recebê-lo e a saudá-lo. As viagens eram para ele uma fonte de alegria e de aprendizado. Em França e no estrangeiro aproveitava as oportunidades que poderiam enriquecer materialmente o patrão sem desprezar tudo o que poderia contribuir para o conhecimento próprio. Interessavam-lhe as praças, os monumentos, o povo, os hábitos, os costumes e a meditação entre os velhos caminhos das montanhas. Delicia-se com os bosques, com os rios e os lagos. Estas longas horas de meditação solitária no seio da Natureza conduziram-no a uma mais completa compreensão de Deus. Em 1880, pelas cidades e vilas que percorria, por força dos seus afazeres profissionais, pronunciava conferências e fundava círculos e bibliotecas populares. É incalculável o número de conferências por ele proferidas em França, no propósito de propagar a “Liga de Ensino”, fundada por Jean Macé. Na Argélia, onde esteve várias vezes em serviço, também desenvolveu uma intensa atividade de divulgação doutrinária. O ano de 1882 marca, em realidade, o início do seu apostolado, durante o qual teve que enfrentar sucessivos obstáculos: o materialismo e o positivismo que olham para o Espiritismo com ironia e risadas e os crentes das demais correntes religiosas, que não hesitam em aliar-se aos ateus, para o ridicularizar e enfraquecer. Léon Denis porém, como bom paladino, enfrenta a tempestade. Os companheiros invisíveis colocam-se ao seu lado para o encorajar e exortá-lo à luta. “Coragem, amigo” - diz-lhe o espírito de Jeanne - “estaremos sempre contigo para te sustentar e inspirar. Jamais estarás só. Meios ser-te-ão dados, em tempo, para bem cumprires a tua obra”. A 2 de Novembro de 1882, dia de Finados, um evento de capital importância produziu-se na sua vida: a manifestação, pela primeira vez, daquele Espírito que, durante meio século, havia de ser o seu guia, o seu melhor amigo, o seu pai espiritual Jerónimo de Praga - que lhe disse: “Vai meu filho. Pela estrada aberta diante de ti. Caminharei atrás de ti para te sustentar”. E como Léon Denis indagasse se o seu estado de saúde o permitiria estar à altura da tarefa, recebeu esta outra afirmativa: “Coragem, a recompensa será mais bela.” A partir de 1884, achou conveniente fazer palestras visando à maior difusão das ideias espíritas. Escreveu, em 1885, o trabalho “O Porquê da Vida”, no qual explica, com Jornal Espírita de Uberaba – Ano 11 – Nº 135 – Janeiro/2018 Página 22


nitidez e simplicidade, o que é o espiritismo. Em 1892, recebeu um convite da duquesa de Pomar, para falar de espiritismo na sua residência, numa dessas manhãs célebres, em que se reunia quase toda a Paris. Ele ficou indeciso e temeroso. Depois de muito meditar as responsabilidades, aceitou o convite. “Le Journal” de Paris publicou, acerca da reunião na casa da duquesa, a seguinte notícia: “A reunião de ontem, para ouvir a conferência de Léon Denis sobre a Doutrina Espírita, foi uma das mais elegantes. De uma eloquência muito literária, o orador soube encantar o numeroso auditório, falando-lhe do destino da alma, que pode, diz ele, reencarnar até à sua perfeita depuração. Ele possui a alma de um Bossuet e soube criar um entusiasmo espiritualista”. O êxito do seu livro “Depois da Morte” situara-o como escritor de primeira ordem. Os grandes jornais e revistas ecléticas solicitavam-no e as tiragens sucessivas desse livro esgotavam-se rapidamente. A principal obra literária de Denis foi a concernente ao Espiritismo, mas escreveu, outrossim, segundo o testemunho de Henri Sausse, várias outras, como: Tunísia, Progresso, Ilha de Sardenha, etc., certamente fruto das suas memórias de viagem. A partir de 1910, a visão de Léon Denis foi, dia a dia, enfraquecendo. A operação a que se submetera, dois anos antes, não lhe proporcionara nenhuma melhora, mas suportava, com calma e resignação, a marcha implacável desse mal que o castigava desde a juventude. Aceitava tudo com estoicismo e resignação. Jamais o viram queixarse. Todavia, bem podemos avaliar quão grande devia ser o seu sofrimento. Mantinha volumosa correspondência. jamais se aborrecia. Amava a juventude, possuía a alegria da alma. Era inimigo da tristeza. O mal físico, para ele, devia ser bem menor do que a angústia que experimentava pelo facto de não mais poder manejar a pena. Secretárias ocasionais substituíam-no nesse ofício. No entanto, a grande dificuldade para Denis, consistia em rever e corrigir as novas edições dos seus livros e dos seus escritos. Graças, porém, ao seu espírito de ordem e à sua incomparável memória, superava todos esses contratempos, sem molestar ou importunar os amigos. Depois da morte da sua genitora, uma empregada cuidava da sua pequena habitação. Ele só exigia uma coisa: o absoluto respeito às suas numerosas notas manuscritas, as quais ele arrumava com meticulosa precaução. E foi justamente por causa dessa sua velha mania que a duquesa de Pomar o denominara “o homem dos pequenos papéis”. Em 1911, após despender não pequeno esforço, no preparo da nova edição d’ “O Problema do Ser, do destino e da Dor”, ficou gravemente doente com uma pneumonia; foi o tratamento atempado do seu médico que, num curto espaço de tempo, o colocou de novo em pé. Contudo uma grande e profunda dor lhe estava reservada: veio a Guerra de 191418 e o seu espírito condoía-se ao ver partir para a frente de batalha a maioria dos seus amigos. Léon padecia, então, de uma doença intestinal e estava parcialmente cego. Jornal Espírita de Uberaba – Ano 11 – Nº 135 – Janeiro/2018 Página 23


Pela incorporação, os seus amigos do Espaço e, entre eles, um Espírito eminente, comunicavam-lhe, de tempos em tempos, as suas opiniões sobre essa terrível guerra, considerada nos seus dois aspectos: o visível e o oculto. Estas comunicações levaram-no a escrever um certo número de artigos, publicados na “Revue Spirite”, na “Revue Suisse des Sciences Psychiques” e no “Echo Fid”, onde transparece, dentro da lei de causa e efeito, o seu grande amor pela terra onde nasceu. Quando a Guerra se aproximava do fim, a “Revue Spirite” passou a publicar, em todos os seus números, artigos de Léon Denis. Após a 1ª Grande Guerra, aprendeu braille, o que lhe permitiu fixar no papel os elementos de capítulos ou artigos que lhe vinham ao espírito, pois, nesta época da sua vida, estava, por assim dizer, quase cego. Em 1915 iniciava ele uma nova série de artigos, repassados de poesia profunda e serena, sobre a voz das coisas, preconizando o retorno à Natureza. Nesta época, um forte vento soprava contra o Kardecismo. O fenomenismo metapsiquista espalhava aos quatro ventos a doutrina do filósofo puro. P. Heuzé fazia muito barulho através do “L’ Opinion”, com as suas entrevistas e comentários tendenciosos. Afirmava, prematuramente, que, à medida que a metapsíquica fosse avançando, o Espiritismo iria, a par e passo, perdendo terreno. A sua profecia, no entanto, ainda não se realizou. Após a vigorosa resposta de Jean Meyer na “Revue Spirite”, Léon Denis por sua vez, entrou na discussão, na qualidade de presidente de honra da União Espírita Francesa, numa carta endereçada ao “Matin”, na qual estabelecia, com admirável nitidez, a diferença entre Espiritismo e Metapsiquismo. A partir desse momento, Léon Denis teve que exercer grande atividade jornalística para responder às críticas e ataques de altos membros da Igreja Católica, saindo-se, como era de esperar, de maneira brilhante. Em Março de 1927, com 81 anos de idade, terminara o manuscrito que intitulou de “O Génio Céltico e o Mundo Invisível”. Neste mesmo mês a “Revue Spirite” publicava o seu derradeiro artigo. Terça-feira, 12 de Março de 1927 pelas 13 horas, respirava Denis com grande dificuldade. A pneumonia atacava-o novamente. A vida parecia abandoná-lo, mas o seu estado de lucidez era perfeito. As suas últimas palavras, pronunciadas com extraordinária calma, apesar da muita dificuldade, foram dirigidas à sua empregada Georgette: “É preciso terminar, resumir e... concluir”. Fazia alusão ao prefácio da nova edição biográfica de Kardec. Neste preciso momento, faltaram-lhe completamente as forças, para que pudesse articular outras palavras. Às 21.00 horas o seu espírito alouse. O seu semblante parecia ainda em êxtase. As cerimónias fúnebres realizaram-se a 16 de Abril. A seu pedido, o enterro foi modesto e sem o ofício de qualquer Igreja confessional. Está sepultado no cemitério de La Salle, em Tours. Abaixo, alguns livros de Léon Denis: · Cristianismo e Espiritismo (Ed. FEB) · Depois da Morte (Ed. FEB) · Espíritos e Médiuns (Ed. CELD) · Joana D’Arc, Médium (Ed. FEB) · O Além e a Sobrevivência do Ser (Ed. FEB) · O Espiritismo na Arte (Ed. FEB) · O Porquê da Vida (Ed. FEB) · O Problema do Ser, do Destino e da Dor (Ed. FEB) · Socialismo e Espiritismo (Ed. “O Clarim”) Jornal Espírita de Uberaba – Ano 11 – Nº 135 – Janeiro/2018 Página 24


Texto de José Basílio, baseado no livro “Páginas de Léon Denis” de Sylvio Brito Soares Adaptado por: Núcleo Espírita O LEME / Bairro Correia, 4 / 7520 - 111 Sines / PORTUGAL Transcrito do link: http://www.aeradoespirito.net/LeonDenis/LeonDenisBiografia.pdf DATAS IMPORTANTES DO ESPIRITISMO JANEIRO 01/01/1846 – Nasce Léon Denis, em Foug, arredores de Tours, na França. Autor de várias obras espíritas. Considerado o grande filósofo da doutrina. Destacou-se como escritor, estudioso e pesquisador que ajudou a impulsionar o Espiritismo naquele país e no mundo. 01/01/1858 – Lançada em Paris, França, por Allan Kardec, Codificador da Doutrina Espírita, a Revue Spirite Revista Espírita. 01/01/1884 – Fundada no Rio de Janeiro, RJ, a Federação Espírita Brasileira, por Augusto Elias da Silva e outros. 02/01/1873 – Em Alençon, França, nasce a religiosa e mística Teresa de Jesus. Desencarna em Lisieux, França, em 30.09.1897. 06/01/1868 – Lançada A gênese, os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo, por Allan Kardec, Codificador da Doutrina Espírita, em Paris, França. 06/01/1869 – Criada Comissão para examinar os fenômenos espíritas pela Sociedade Dialética de Londres, Inglaterra. 08/01/1958 – Fundado no Rio de Janeiro, RJ, o Lar Fabiano de Cristo, por Jayme Rolemberg e Carlos Pastorino. 09/01/1862 – Nasce, em Gênova, na Itália, Ernesto Bozzano. 09/01/1977 – Criada a Caravana da Fraternidade Jésus Gonçalves, em favor dos hansenianos, em São Paulo, SP. 12/01/1827 – Nasce em Zurique, Suíça, o educador João Henrique Pestalozzi. Teve grande influência na formação de Hippolyte Léon Denizard Rivail, conhecido mais tarde como Allan Kardec 12/01/1937 – Fundada a Instituição Olímpia Belém, de amparo a meninas órfãs, no Rio de Janeiro, RJ. 13/01/1960 – Em Uberaba, MG, o Espírito André Luiz, dita o prefácio do livro Além da morte, do Espírito Otília Gonçalves, psicografado por Divaldo Pereira Franco, em 1959 e publicado em 1968, sem o referido prefácio. 13/01/1968 – Realizada, em São Paulo, SP, a primeira Concentração de Médicos Espíritas, para fundar a Associação de Médicos Espíritas. 13/01/1940 – Na noite do dia 13 de janeiro de 1940, no Centro Espírita Uberabense, Lilito Chaves, Inácio Ferreira, Roland Chaves Mendes, Jarbas Leone Varanda, Maria Modesto, dentre outros jovens, decidem fundar a UMEU – União da Mocidade Espírita de Uberaba, tendo como primeiro presidente, Inácio Ferreira. 15/01/1861 – Lançado em Paris, França, O Livro dos Médiuns, pelo Codificador da Doutrina Espírita, Allan Kardec. Jornal Espírita de Uberaba – Ano 11 – Nº 135 – Janeiro/2018 Página 25


16/01/1949 – Realizado o Primeiro Congresso Educacional Espírita do Estado de São Paulo, em São Paulo, SP. 17/01/1865 – Nascimento de Luís Olímpio Guillon Ribeiro. 25/01/1863 – Em Nova York, Estados Unidos, Andrew Jackson Davis funda o Liceu Espiritista e inicia o Movimento Espírita Jovem. 31/01/1907 – Em Sacramento-MG, Eurípedes Barsanulfo funda o Colégio Allan Kardec, pioneiro da implantação de escolas espíritas no Brasil. LIVROS DO “CLUBE DO LIVRO ESPÍRITA” DEPARTAMENTO – CLUBE DO LIVRO ESPÍRITA “MARIA DOLORES” Rua Artur Machado nº 288 – sala 04 – Centro ÓRFÃOS DO AMOR – Roberto Diógenes Os trigêmeos Derek, David e Daniel veem-se órfãos por uma tragédia do destino, e acabam sendo encaminhados ao orfanato que madre Felícia dirige. Apesar do bom coração de Marcello, médico do orfanato cuja intenção é adotar os três meninos, e da boa vontade de seus pais, que o encorajam a tal iniciativa, uma nova reviravolta vem ao encontro dos garotos, fazendo-os deparar com uma situação inesperada, que os fará entrar em contato mais íntimo com inimigos do passado espiritual. Nem tudo serão flores para os trigêmeos, mas, sob a liderança natural do irmão Derek, um espírito de grande amadurecimento, apesar da tenra idade, esses três pequenos seres, sempre unidos, se conduzirão pela experiência da adoção, aprendendo e também ensinando, cada um a seu modo, aos que os rodeiam. Editora Lúmen. A COLHEITA: CONTOS DE CAUSA E EFEITO – Pelo Espírito de Miramax – Psicografado pela médium Gabriella de Angelis “A Colheita” é uma obra rica em detalhes. Em quatro contos relata os frutos colhidos por espíritos que quando encarnados, dotados de livre-arbítrio como todos nós, teceram sua malha cármica, plantando sementes de diferentes ordens de vicissitudes. Seus exemplos são um convite à reflexão e à reforma íntima. A Lei de Causa e Efeito é o mecanismo da Justiça Divina que nos faz progredir e possibilita alcançarmos a plena felicidade. Editora O Clarim. SUGESTÃO DE LEITURA CHICO, DIÁLOGOS E RECORDAÇÕES... – Carlos Alberto Braga Costa É uma obra leve e ao mesmo tempo impregnada de lições de vida, oferecidas por Francisco Cândido Xavier, e que foram recontadas pelo seu querido amigo Arnaldo Rocha (ex-esposo de Meimei). O estilo de escrita é um híbrido de diálogos, narrativas e impressões que foram registradas pela sensibilidade do autor. Fatos, imagens e documentos foram inseridos nessa edição tornando, assim, imperdível a leitura dessa valiosa obra. Editora O Clarim.

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DEPRESSÃO: CAUSAS, CONSEQUÊNCIAS E TRATAMENTO – Izaias Claro A prevalência e gravidade da Depressão que afeta pessoas em qualquer fase da vida, encarnados e desencarnados. Examina suas causas, consequências e tratamento, visando minimizar as aflições de pacientes e familiares. Fala direto aos corações aflitos, os mecanismos para se alcançar a cura, o comportamento do depressivo e a contribuição do Espiritismo e dos Bons Espíritos no tratamento. Editora O Clarim. MÉDIUNS E MEDIUNIDADES – Cairbar Schutel Cairbar Schutel aborda temas de “O Livro dos Médiuns” visando ampliar a compreensão dos mecanismos da mediunidade para aplicação de forma mais produtiva do intercâmbio com a espiritualidade. Com explicações para facilitar o uso antes das reuniões mediúnicas, como orientação aos médiuns, relembrando e confirmando aspectos necessários à boa utilização da mediunidade. Editora O Clarim. HUMOR ESPÍRITA – “Para o Ano Novo” http://espitirinhas.blogspot.com.br

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