Jornal Espírita de Uberaba nº 110

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Ano 9 – nº 110 – Novembro /2015 – “Fundado em outubro de 2006” Responsável: Luiz Carlos de Souza (Trabalhador na seara espírita em Uberaba-MG / Brasil) TWITTER: @jornalespirita FACEBOOK: Jornal Espírita de Uberaba I e II SITES: www.jornalespiritadeuberaba.com.br e www.issuu.com/jornalespiritadeuberaba E-MAIL: contato@jornalespiritadeuberaba.com.br / CELULAR: (34) 9969-7191

“A difusão espírita é justamente o esforço no qual todos os homens de boa vontade devem estar engajados”. Cairbar Schutel EDITORIAL COMUNICAÇÃO SOCIAL ESPÍRITA “A missão do Espiritismo é transformar o homem, para que o mundo se transforme”. Sabemos que a evolução acontece através das experiências que vivemos, dos relacionamentos, da troca de ideias, informações e dos meios de divulgação das ideias. A divulgação do Espiritismo nos tempos atuais é extremamente importante. O Espiritismo precisa sair das quatro paredes do Centro Espírita. Cada um de nós pode contribuir, dentro de suas possibilidades, difundindo a mensagem espírita para a humanidade encarnada, numa chamada de consciência para que o homem alcance horizontes mais altos. O que é Comunicação Social Espírita A Comunicação Social é o processo de mensagens dirigidas a um grande público, anônimo, heterogênio (diversificado), através de vários veículos, entre os livros, jornais, revistas, cinema e emissoras de rádio e de televisão. A sua principal prioridade é apontar a meta da Doutrina dos Espíritos, que é a de melhorar o homem para que o homem melhore a instituição humana. Para tanto é preciso que se comunique ao homem, pelos meios disponíveis, sobre a necessidade para o despertamento dos valores da vida, aplicáveis em todas as circunstâncias, isto é, como lidar com os valores materiais, vitais, estéticos, éticos e morais no relacionamento Jornal Espírita de Uberaba – Ano 8 – Nº 110 – Novembro/2015 Página 1


humano, nos testes de cada dia, informando-lhe que o conhecimento e vivência dos princípios espíritas podem oferecer-lhe valiosos recursos para a melhora gradativa, no seu desempenho como candidato da sabedoria do viver com o mundo. A Comunicação Social Espírita, sem dúvida, tem contribuição valiosa para oferecer ao ser encarnado, no tocante ao aperfeiçoamento espiritual da humanidade, quando sugere a aplicação da Lei do Amor como base para a fraternidade entre os homens, no desafio permanente e constante contra o egoísmo, orgulho, vaidade, ódio, inveja e violência, pois a pedra angular da nova ordem social é a fraternidade. Princípios Filosóficos A Comunicação Social Espírita destinase ao púbico em geral, objetivando a divulgação da Doutrina Espírita, colocando ao seu alcance os princípios doutrinários e os serviços que o espiritismo oferece. Os principais serviços oferecidos dentro de uma casa espírita são: Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita. Evangelização de crianças. Estudo sobre Mediunidade. Atendimento Fraterno. Palestras Públicas. Obras Assistências, e entre outras atividades dependendo da quantidade de trabalhadores envolvidos nas tarefas e da sua própria capacidade econômica. Nesta tarefa não há propósito de convencer e nem converter. Há o propósito de informar e esclarecer. Divulga-se a Doutrina Espírita porque ela representa uma verdade consoladora, que é válida, útil e necessária aos homens e que concorre para melhoria da Humanidade. Sua aceitação, todavia será sempre voluntária e consciente. Sua imagem estará sempre associada “a liberdade com responsabilidade”. A Comunicação Social Espírita destina-se também ao público interno, através da transmissão de informações gerais e específicas relacionadas com as atividades das instituições que tenham por fim o estudo, a difusão e a prática da Doutrina Espírita. A informação passa a ser também um meio para promover a união dos espíritas e de suas instituições, a unificação e o fortalecimento do movimento espírita. A comunicação interna deve, pois caracterizar-se pela fraternidade, pela solidariedade, pela compreensão, pela tolerância, pelo apoio recíproco entre os companheiros que alimentam o mesmo ideal. Princípios e Diretrizes Evangélicos Doutrinários Toda Comunicação Social Espírita, independente de sua forma de expressão e do público a que se destina, deve refletir o amor e a verdade que estão contidos na Doutrina Espírita. Espíritas! Amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo. No Cristianismo se encontram todas as verdades; são de origem humana os erros que nele se enraizaram. (O Espírito de Verdade- O advento do Espírito de VerdadeEvangelho Segundo o Espiritismo- Allan Kardec) Jornal Espírita de Uberaba – Ano 8 – Nº 110 – Novembro/2015 Página 2


Em todas as situações, a mensagem dever ser dirigida no rumo do entendimento fraternal, visando informar e orientar, mas também projetar imagem favorável e positiva do Espiritismo. Se o espiritismo, conforme foi anunciado, tem que determinar a transformação da Humanidade, claro é que esse efeito ele só poderá produzir, melhorando as massas. O que se verificará gradualmente, pouco a pouco, em consequência do aperfeiçoamento dos indivíduos. (Allan Kardec - O Livro dos Espíritos cap. XIX, item 350). Independente do grau de informação e persuasão que a mensagem apresente, ela deve revestir de equilíbrio e harmonia, visando contribuir, efetivamente, para esclarecer, consolar e orientar. A Comunicação Social Espírita, portanto, deve sempre refletir uma postura expositiva e nunca impositiva, respeitando-se tanto o princípio de liberdade que a Doutrina Espírita preconiza, como também o público a que se destina, que tem faixas de interesses e motivação que não podem ser violentadas. Toda Comunicação Social Espírita deve caracterizar-se pelo propósito prioritário de promover a Doutrina Espírita, sua mensagem, seus princípios e seus benefícios, sem a preocupação de destaque para a pessoa que promove. A forma de apresentação da mensagem deve primar pela simplicidade, isentandose qualquer conotação sensacionalista, não obstante possa e deva ser atualizada e dinâmica. Meios e Mecanismos de Comunicação O Veículo é todo meio, forma ou recurso capaz de divulgar a mensagem ao público a que se destina. A principal função dos meios de comunicação é a utilização adequada dos veículos de comunicação, observando: a audiência, a frequência, a área de abrangência, a duração, a localização, a programação (ou inserções), com o propósito de obter-se o melhor resultado, no caso, para o movimento espírita. Os principais meios de comunicação dividem-se em: Eletrônicos, televisão, rádio, cinema e alto-falantes. Jornal, revista, propaganda ao ar livre (outdoor), boletins, cartazes, folhetos, mensagens, faixa e brindes de modo geral (marcadores de páginas, calendários, camisetas, agendas, adesivos), etc… Cada um apresenta características peculiares, vantagens e limitações. É essencial conhecê-las para obtenção de aproveitamento integral dos recursos. A Federação Espírita Brasileira (FEB), orienta aos representantes das casas espíritas que toda comunicação espírita deve ter como parâmetro a expansão doutrinária do espiritismo, conceitos e páginas das obras fundamentais do Espiritismo. Nos comentários, palestras e citações, esquivar-se de alusões ofensivas ou desrespeitosas aos direitos e às ideias alheias, especialmente àquelas que se refiram às crenças religiosas e aos interesses coletivos. Biblioteca A biblioteca em uma Casa Espírita possibilita o acesso ao livro, principalmente àqueles que, não tendo condições de adquiri-los, ficariam privados das leituras edificantes e enriquecedoras que as obras espíritas nos trazem. A biblioteca de livros e periódicos espíritas deve servir para o uso dos seus frequentadores e de outras pessoas interessadas. Jornal Espírita de Uberaba – Ano 8 – Nº 110 – Novembro/2015 Página 3


O Comunicador Social e seu Trabalho Manter um bom relacionamento com outros departamentos da casa para servir adequadamente à casa, o Comunicador Social deve estar a par dos planos e acontecimentos programados. O Comunicador Social Espírita é um prestador de serviços para todos, auxiliandoos na confecção correta de material impresso como mensagens, apostilas, comunicados, anúncios e etc. Qualificação/Perfil do Comunicador Social Espírita: Habilidade para representar devidamente a casa espírita. Equilíbrio e sensatez. Capacidade de planejamento e organização. Capacidade de escrever as notícias de forma atrativa e gramaticalmente correta. Boa vontade para cumprir suas responsabilidades. Habilidade para relacionar-se com as pessoas. Ter conhecimento das atribuições do setor de Comunicação Social. Estar bem informado sobre os acontecimentos do movimento espírita Local, Regional, Nacional e Mundial, além das notícias gerais e acontecimentos no mundo. Amor à pregação do Evangelho e da Doutrina. Disposição para fazer um trabalho discreto e estratégico. A Era da Internet A Internet é uma rede mundial de computadores que não pertence a nenhum governo ou empresa. A Internet hoje é maior rede mundial de comunicação, interligando computadores de grande, médio e pequeno porte e uma gama variada de pessoas com interesses em negócios, pesquisa, marketing, lazer, comunicação, turismo, propaganda, cultura e tantas outras áreas quanto se possa imaginar. Hoje é possível ouvir rádio, assistir TV, ler livros, jornais, revistas, interagindo em tempo real com os acontecimentos, participando efetivamente, enviando sugestões, opiniões, cartas, reunindo grupos afins, participando de palestras, conversando com pessoas residentes em outros países, que não fosse a Internet, jamais seria possível. Atualmente o número de sites espíritas é muito grande e presente em quase todos os países do Globo. É evidente que o veículo pode e deve, como vem fazendo na divulgação do Espiritismo, ser um instrumento de real valor na difusão das ideias Espíritas, mas desde que trabalhem as mensagens, comentários e assuntos sobre a ótica de Kardec, atendendo principalmente para os princípios éticos e morais da Doutrina dos Espíritos. As atividades espíritas na Internet são, entre outras: Divulgação da Doutrina Espírita. Estudo e esclarecimento doutrinário. Estudos programados (cursos). Palestras e Reuniões virtuais. Auxílio fraterno e apoio moral. Vibrações e tratamento de desobsessão. Orações com fundo musical. Livros Espíritas virtuais. Boletins e jornais eletrônicos. Jornal Espírita de Uberaba – Ano 8 – Nº 110 – Novembro/2015 Página 4


Programa de rádio. Bazar virtual. Criação de laços de amizade. “A difusão espírita é justamente o esforço no qual todos os homens de boa vontade devem estar engajados”. (Cairbar Schutel) A Internet é o que cada pessoa quiser que ela seja. “O Espiritismo será o que o fizerem os homens”. – Leon Denis “Solidários, seremos união. Separados uns dos outros seremos ponto de vista. Juntos, alcançaremos a realização de nossos propósitos”. – Bezerra de Menezes Referencias Bibliográficas Orientação à Comunicação Social Espírita – Fundamentos Filosóficos e Técnicos – Federação Espírita Brasileira (FEB), 2ª Edição – Brasília/2013. Federação Espírita do Estado do Mato Grosso – Coordenação de Comunicação Social http://www.bn.com.br/radios-antigos/frame4.htm http://www.mec.gov.br http://www.febnet.org.br Princípios e Diretrizes da Comunicação Social Espírita –FEB ( Outubro/1993). Manual Prático do Comunicador Social Espírita- CFN/FEB- Comissão Regional Nordeste. Livro Conduta Espírita ( páginas 24 a 27) psicografia de Waldo Vieira ditado pelo espírito de André Luiz. Transcrito do site: https://artigosespiritas.wordpress.com/2015/10/28/comunicacao-socialespirita/#more-3183 EVENTOS ESPÍRITAS DE UBERABA V FÓRUM DA MEDIUNIDADE Tema Central: “A MEDIUNIDADE NA ATUALIDADE” Data: 28 de novembro de 2015 Horário: Das 14h às 18h Local: Centro Espírita Uberabense (Rua Barão de Ituberaba nº 449 – Estados Unidos – Uberaba-MG) PROGRAMAÇÃO: 14h – Abertura: Apresentação Musical do “GRUPO TOQUE DE LUZ” de Franca-SP 14h30min – 1º Tema: “MEDIUNIDADE DIANTE A TRANSIÇÃO PLANETÁRIA” Expositor: Publio Carisio de Paula (AraguariMG) 15h – 2º Tema: “REFLEXÕES SOBRE A PRÁTICA MEDIÚNICA” Expositor: Sérgio Villar (Itapira-SP) 15h30min – 3º Tema: “EDUCAÇÃO MEDIÚNICA” Expositor: Silvio Genusdel Gonçalves (AraxáMG) 16h – Intervalo 16h30min – Pinga Fogo: “PERGUNTAS E RESPOSTAS com os expositores sobre os três Jornal Espírita de Uberaba – Ano 8 – Nº 110 – Novembro/2015 Página 5


temas”. (Traga suas perguntas sobre os temas propostos). 18h – Sorteio de Livros; Encerramento. EM DIA COM O ESPIRITISMO CANAL FEMEU – VÍDEOS DO XIV FESTIVAL Já estão disponíveis todos os vídeos do XIV FEMEU – Festival de Música Espírita de Uberaba (nacional) realizado no dia 29 de agosto de 2015 em Uberaba-MG, no Cine Teatro Vera Cruz, incluindo as apresentações especiais e a abertura do festival. Vale a pena conferir! Acesse o Canal FEMEU no Youtube, no endereço: https://www.youtube.com/channel/UC21Z7XHEZZ5NbeRFUYwFVHA O XIV FEMEU foi realizado pela UMEU – União da Mocidade Espírita de Uberaba com o apoio da AME – Aliança Municipal Espírita de Uberaba, da UEM – União Espírita Mineira; da ABRARTE – Associação Brasileira de Artistas Espíritas; da FEB – Federação Espírita Brasileira; das empresas: Top Som e River Auto Peças; do Web Design Bruno Carneiro Fernandes da Silva.; do Artista Plástico Rhaavi Dionísio; das livrarias espíritas de Uberaba: Academia do Pensamento, Emmanuel, e Ponto de Luz; das editoras espíritas: CEC – Uberaba, GEEM, LEEPP, CANDEIA, CEU; de Eduardo Saad (sonorização); de Vision DVD (filmagem); da Fundação Cultural de Uberaba; dos jornais: Jornal Espírita de Uberaba, e A Flama Espírita. COLABORE COM A CONSTRUÇÃO DA CASA DA CULTURA ESPÍRITA DE UBERABA Colabore com a construção da Casa da Cultura Espírita de Uberaba adquirindo diversos materiais de construção, tais como: portões, grades, vitrôs, tintas, vidro temperado e outros. O horário de atendimento é: Sexta-feira das 14h às 18h e aos sábados das 9h às 12h e das 14h às 17h CASA DA CULTURA ESPÍRITA DE UBERABA (Rua Tocantins nº 285 – Vila Celeste – Uberaba). COMPRA E VENDA DE LIVROS ESPÍRITAS USADOS EM UBERABA A Banca do Livro Espírita Maria Dolores está vendendo e comprando livros espíritas em bom estado. Em tempos de crise é melhor economizar sem deixar de ler bons livros espíritas. BANCA DO LIVRO ESPÍRITA MARIA DOLORES (Pça. Henrique Kruger nº 60 – Pça. dos Correios – Uberaba-MG / Telefone: 3316-6050). BIBLIOTECA DE LIVROS ESPIRITAS A Biblioteca Professor Chaves do Grupo Espírita Mercedes Chaves, está aberta ao público para empréstimo de livros espíritas. Os interessados devem procurar o Grupo Jornal Espírita de Uberaba – Ano 8 – Nº 110 – Novembro/2015 Página 6


Espírita Professor Chaves, na Rua Segismundo Mendes nº 54 – Centro, com horário de funcionamento de segunda à quinta-feira das 8h às 10h e aos sábados das 9h às 11h. BÍBLIA DO CAMINHO A Bíblia do Caminho é uma compilação das obras completas de Allan Kardec e Francisco Cândido Xavier, além de uma versão do Antigo e Novo Testamentos no formato hipertexto. Este livro eletrônico é uma verdadeira biblioteca espírita digital on-line, constituído de uma coleção de livros virtuais inter-relacionados e um Índice Temático Principal — poderosa ferramenta de busca por assuntos, nos mais de mil temas disponíveis para pesquisa. Esta é uma versão de avaliação que trava após seis meses de uso; mas novas versões continuarão sendo distribuídas até o início da comercialização. Com muita satisfação anunciamos que todo o conteúdo da Bíblia do Caminho (exceto os índices principais) pode agora ser traduzido instantaneamente para 72 idiomas, ela também foi otimizada para o uso com telas sensíveis ao toque. Confiram! Acesse agora o site: www.bibliadocaminho.com.br e instale já em seu micro. Você pode acessar também os sites: www.bibliaespirita.com; www.espiritismocristao.com.br; www.doutrinaespirita.com; www.ocaminho.com. ESTUDO – DIVERSOS TEMAS A UTILIZAÇÃO DE ANIMAIS PARA EXPERIMENTAÇÃO À LUZ DO ESPIRITSIMO Cláudio Yudi Kanayama Numa madrugada de outubro de 2013, na cidade de São Roque (SP), virou notícia no Brasil devido o resgate de 178 beagles mantidos pelo Instituto Royal. Tal fato gerou discussões com diversos pontos de vistas entre pesquisadores e a sociedade civil, para tentar encontrar um ponto de equilíbrio entre o uso de animais não humanos para fins científicos e o bem-estar animal. Como manter o progresso da ciência com a descoberta de novas drogas para combater diversas doenças humanas e não usar animais como cobaias? É correto usar animais para pesquisas científicas e mantêlos em laboratórios para beneficiar humanidade? São justificáveis a invasão de um Jornal Espírita de Uberaba – Ano 8 – Nº 110 – Novembro/2015 Página 7


instituto de pesquisa e destruir trabalhos científicos que envolveram mais de uma década de pesquisas no desenvolvimento de antibióticos e remédios contra o câncer? A sociedade está cada vez mais interessada em conhecer e discutir como são utilizados os animais para pesquisas, criação e forma de abate de animais de produção em frigoríficos e a manutenção de animais como “pet”. Atualmente os animais de companhia, principalmente os cães, são considerados membros da família. Para muitas famílias ver um de seus membros mantidos como animal de laboratório, preso em uma gaiola minúscula é inaceitável. As pesquisas envolvendo animais são utilizadas desde o início do século XX e foram importantes para descobertas científicas no campo da fisiologia e a descoberta de novos remédios. Muitos aparelhos de uso médico e praticamente todos os medicamentos que ingerimos foram testados em algum momento em animais. Para aprovar a comercialização de um novo remédio é preciso, por normas internacionais, serem testados em animais, como ratos, camundongos, coelhos e cães, para que não haja mortes desnecessárias em humanos. Em “O consolador”, da lavra de Emmanuel, responde na questão 62: “No grau dos vossos conhecimentos atuais, entendeis que somente os assassinos que matam por perversidade estão contra a lei divina (destacamos). Quando avançardes mais no caminho, aperfeiçoando o aparelho social, não tolerareis o carrasco, e, quando estiverdes mais espiritualizados, enxergando nos animais os irmãos inferiores de vossa vida, a classe dos caçadores não terá razão de ser”. Entendemos que a humanidade encontrase ainda num grau de evolução que ainda é necessário utilizar animais para benefício humano no campo da saúde, mas não significa autorizar pesquisadores a mutilar e causar dor a quantos animais quiserem. A tendência dentro da sociedade é a diminuição de uso de animais em experimentos. Atualmente para aprovar o desenvolvimento de uma pesquisa envolvendo animais é necessário justificar tal pedido frente a uma comissão de ética, em que profissionais de várias áreas do conhecimento, incluindo membros da sociedade civil, analisam se a quantidade de animais, a metodologia de trabalho, incluindo o grau de dor que serão submetidos os animais, e o benefício que a pesquisa possa oferecer para a humanidade. A realização desses procedimentos anteriores à pesquisa é para evitar abusos e a crueldade. Há grandes estímulos pelos órgãos governamentais para substituir o uso de animais em pesquisas. Nos países desenvolvidos houve significativo progresso na utilização de sistemas “in vitro”, como cultivo de tecidos humanos para testar drogas potencialmente tóxicas. Não podemos simplesmente ser contra ou favor as pesquisas. Devemos sempre buscar alternativas na utilização de animais. Entretanto não podemos escapar que o grau de evolução humana na Terra, ainda depende, em grande parte, do sacrifício deles. Emmanuel deixa claro que quando estivermos mais espiritualizados poderemos deixar de lado a utilização de animais para pesquisas, mas numa sociedade que ainda constrói armas de destruição em massa, mantem guerras de cunho religioso e assassinatos a sangue frio, somos ainda mais ferozes que leões e tigres que matam para sua sobrevivência. Jornal Espírita de Uberaba – Ano 8 – Nº 110 – Novembro/2015 Página 8


ESTUDO SOBRE MEDIUNIDADE PROBLEMAS COM MEDIUNIDADE É muito frequente, no meio espírita, quase uma rotina, ouvir-se esta expressão: “O Senhor (ou a Senhora…) é médium e precisa desenvolver-se”. É o que se diz, indiscriminadamente, quando alguém se dirige a um centro à procura de solução para seu caso físico ou espiritual. Poucas, relativamente falando, são as instituições que têm certo cuidado neste sentido e, por isso mesmo, examinam primeiramente a situação da pessoa, suas reações, seu estado emocional, suas ideias e assim por diante. E somente depois dessa “tomada de contato” é que decidem se é ou não um caso de sessão mediúnica. Na maioria, porém, manda-se logo para a “mesa de desenvolvimento”, sem qualquer preparo, sem qualquer observação prévia. A própria pessoa poderá dizer, consigo mesma, que não sabe o que é isso, não sabe o que está fazendo, pois apenas lhe disseram que precisa desenvolver a mediunidade e nada mais… Isso é muito vago. O desenvolvimento, chamemo-lo assim, é feito, portanto, de modo completamente empírico, sem a menor instrução a respeito da mediunidade, sem que o candidato a médium tenha, pelo menos, alguma noção inicial ou primária do que seja mediunidade e quais as implicações que ela possa ter, positiva ou negativamente. Nada disso se diz. O candidato vai às cegas para a mesa, simplesmente porque o mandaram e nada sabe, afinal, do papel que está desempenhando ou vai desempenhar. Há boa intenção, não há dúvida, pois há o desejo de servir, de prestar caridade, como geralmente se repete em toda parte. É necessário, porém, que haja condições decorrentes de um conjunto de providências. Lembremo-nos de que o próprio Allan Kardec, quando dirigia a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, em Paris, tinha preocupações, muito sensatas, aliás, quanto a pessoas que, sem objetivo, sem motivo sério, mas apenas para “ver como é”, queriam entrar no recinto das sessões mediúnicas. Allan Kardec fazia, como se diz hoje, uma espécie de teste com o visitante, a fim de sondar suas intenções, seu verdadeiro propósito, seus conhecimentos gerais sobre problemas filosóficos, etc. Não levava ninguém, portanto, para a mesa de sessões, logo no primeiro momento. Hoje, no entanto, em muitos casos, procede-se de maneira bem diferente… Poder-se-á dizer, em contrapartida, que tudo isso foi no século passado, mas, atualmente, já não há necessidade desses cuidados. Há, sim. O problema é o mesmo, ontem e hoje. Sessão mediúnica é trabalho muito sério e de grande responsabilidade. Justamente por isso, o candidato a “desenvolvimento” deve receber, pelo menos, algumas instruções gerais, sobretudo no que diz respeito à parte moral. É preciso que o médium em desenvolvimento saiba o que está fazendo, o papel que está desempenhando e, por fim, o uso que deve fazer da mediunidade. São princípios iniciais, sempre válidos em qualquer tempo. Jornal Espírita de Uberaba – Ano 8 – Nº 110 – Novembro/2015 Página 9


Além de tudo, e este ponto é o mais relevante do que se possa pensar, a mediunidade é um instrumento de experiência espiritual, é um meio, em suma, é o primeiro passo, digamos, de uma jornada, que se vai empreender, visando ao melhoramento do homem. Prática mediúnica sem estudo da Doutrina, sem educação do médium, sem objetivos superiores, termina sempre caindo na rotina, no hábito, quando não se transforma em espetáculo, às vezes de mau gosto… Há, evidentemente, uma preocupação corrente, na maioria dos casos: “preparar” médiuns para a caridade. Sim, o desejo é sincero, não duvidamos, mas não é por este meio. O médium não se “prepara” simplesmente pelo desenvolvimento, mas pela noção de responsabilidade, pela educação, pela renovação íntima, pelo conhecimento, enfim. Por: Deolindo Amorim Revista Cultura Espírita – ICEB (Instituto de Cultura Espírita do Brasil) – Ano IV – Edição nº 38 – Página: 07 – Rio de Janeiro – Maio/2012. Livro Pesquisado: JORGE, José (org.) – Relembrando Deolindo – II – Editora CELD – Página: 26-28 – Rio de Janeiro – 1994 Transcrito do site: https://artigosespiritas.wordpress.com/2013/07/25/problemas-commediunidade/#more-2026 JUVENTUDE A ADOLESCÊNCIA E SEUS DESAFIOS Por Cláudio Sinoti – de Salvador/BA De repente surge uma intensidade de emoções, sentimentos e pensamentos novos, impulsionados por uma revolução hormonal e mudanças corporais que se sucedem. E aquele ser, que há pouco tempo era uma criança, já não sabe muito bem como agir com sua nova estrutura física e psicológica. Utilizandose de uma imagem simbólica muito propícia, o psicólogo norteamericano Thomas Armstrong1 diz que “pelo menos desde o período entre 12 e 20 anos, o cérebro do adolescente médio está pisando fundo no acelerador emocional enquanto os freios ainda não foram completamente instalados”. Etapa fundamental para estruturação da identidade, a adolescência é muitas vezes tratada como um período de crise, e por isso mesmo é importante que essa transição seja apoiada por pais e educadores, que possuem o desafio de auxiliar o jovem a Jornal Espírita de Uberaba – Ano 8 – Nº 110 – Novembro/2015 Página 10


tornar-se responsável pela própria jornada, conquistando autonomia. É significativo constatar que as tribos antigas mantinham ritos de passagem para os jovens, muitos deles dolorosos e até mesmo cruéis em certo sentido, mas que possuíam um importante papel psicológico: possibilitar a “morte” da velha estrutura, para que uma nova pudesse surgir. Certamente não será necessário resgatar os costumes tribais, mas atualizar, a partir das conquistas educacionais e psicológicas, os ensinamentos que devem ser transmitidos aos jovens, preparando-os para os desafios a serem enfrentados. Em sua análise psicológica, Joanna de Ângelis resume os desafios da adolescência da seguinte forma: “... surgimento da afetividade, do interesse sexual e dos conflitos na área do comportamento, como insegurança, ansiedade, timidez, instabilidade, angústia, facultando o espaço para desenvolvimento e definição da personalidade, aparecimento das tendências e vocações”.2 E na condição de pais temos que nos questionar: esses aspectos se encontram resolvidos ou pelo menos harmonizados em nós? Isso porque é muito difícil lidar com o conflito dos filhos quando temos os nossos próprios conflitos não solucionados; é difícil lidar com a “rebeldia” e questionamento do jovem, especialmente se não faço em meu mundo as revoluções necessárias, e também quando me fecho em “meu mundo”, acreditando que o do jovem é completamente equivocado. Pior ainda quando nos fechamos ao diálogo, e rotulamos o jovem de difícil, sem termos olhos para nossas próprias dificuldades. Além dos vários aspectos intrínsecos à adolescência, as profundas transformações na forma de se comunicar dos últimos tempos exige por parte dos pais um esforço extra para que possam compreender a linguagem dos jovens, e desta forma dialogar e estimular o desenvolvimento rumo à autonomia, diminuindo as distâncias que às vezes levam a problemas sérios, que podem comprometer a vida do jovem de forma significativa, como a drogadição, a paternidade/maternidade precoce e sem preparos, dentre outros problemas graves que podem surgir. Por conta disso, certamente não pode ser esquecido o olhar espiritual da vida. Quanto mais o jovem vivenciar um ambiente de religiosidade, que seja compatível com os exemplos que recebe, mais terá subsídios para lidar com a dinâmica da vida, e fazer a sua descoberta pessoal, mesmo que futuramente. E se decidir não fazer opção religiosa, que conduza consigo a base ética/moral, porquanto essa é capaz de formar cidadãos de bem. O mundo passa por uma intensa revolução, sendo para o jovem de duplo aspecto: a sua pessoal e a coletiva. Por isso, não devemos envidar esforços para auxiliar o adolescente em sua transição, porquanto isso garantirá adultos capazes de enfrentar os desafios exigidos para a era de uma nova consciência. Fora isso, vale recordar que um dia também passamos pela adolescência! 1 Armstrong, Thomas. Odisseia do Desenvolvimento Humano. Artmed. 2 Angelis, Joanna de; Franco, Divaldo. Adolescência e Vida. Editora Leal Transcrito do Jornal – Correio Espírita Nº 124 – Outubro 2015 Jornal Espírita de Uberaba – Ano 8 – Nº 110 – Novembro/2015 Página 11


LINDOS CASOS DE CHICO XAVIER CASO 68 – A LIÇÃO DOS CHUCHUS... Dona Maria Pena, que era viúva do Raimundo, irmão do Chico, julgava que este era um mão aberta. Não era muito crente do dar sem receber. E, certa manhã, em que, sobremodo, sentia a missão do Médium, que muito estimava, disse-lhe: — Chico, não acredito muito nas suas teorias de servir, de ajudar, de dar e dar sempre, sem uma recompensa. Não vejo nada que você recebe em troca do que faz, do que dá, do que realiza. — Mas, tudo quanto fazemos com sinceridade e amor no coração, Deus abençoa. E, sempre que distribuímos, que damos com a direita sem a esquerda ver, fazemos uma boa ação e, mais cedo ou mais tarde, receberemos a resposta do Pai. Pode crer que quem faz o bem, além de viver no bem, colhe o bem. — Então, vamos experimentar. Tenho aqui dois chuchus. Se alguém aqui aparecer, vou lhos dar e quero ver se, depois, recebo outros dois. Ainda bem não acabara de falar, quando a vizinha do lado esquerdo, pelo muro, chama: — Dona Maria, pode me dar ou emprestar uns dois chuchus? — Pois não, minha amiga, aqui os tem, faça deles um bom guisado. Daí a instante, sem que pudesse refazer-se da surpresa que tivera, a vizinha do lado direito, também pelo muro, ofereceu quatro chuchus a D. Maria. Meia hora depois, a vizinha dos fundos pede a D. Maria uns chuchus e esta a presenteia com os quatro que ganhara. A vizinha da frente, quase em seguida, sem que soubesse o que acontecia, oferece à cunhada do nosso querido Médium, oito chuchus. Por fim, já sentindo a lição e agindo seriamente, D. Maria é visitada por uma amiga de poucos recursos econômicos. Demora-se um pouco, o tempo bastante para desabafar sua pobreza. À saída, recebe, com outros mantimentos, os oito chuchus... E dona Maria diz para o Chico: — Agora quero ver se ganho dezesseis chuchus, era só o que faltava para completar essa brincadeira... Já era tarde. Estava na hora de regressar ao serviço e Chico partiu, tendo antes enviado à prezada irmã um sorriso amigo e confiante, como a dizer-lhe: — “Espere e verá”. Aí pelas dezoito horas, regressou o Chico à casa. Nada havia sucedido com relação aos chuchus. Dona Maria olhava para o Chico com ar de quem queria dizer: “Ganhei ou não?” Às vinte horas, todos na sala, juntamente com o Chico, conversam e nem se lembram mais do caso dos chuchus, quando alguém bate à porta. Dona Maria atende. Era um senhor idoso, residente na roça. Trazia no seu burrinho uns pequenos presentes para Dona Maria, em retribuição às refeições que sempre lhe dá, quando vem à cidade. Colocou à porta um pequeno saco. Dona Maria abre-o nervosa e curiosamente. Estava repleto de chuchus. Contou-os: sessenta e quatro: Oito vezes mais do que havia, ultimamente, dado... Era demais. Jornal Espírita de Uberaba – Ano 8 – Nº 110 – Novembro/2015 Página 12


A graça, em forma de lição, excedia à expectativa, era mais do que esperava. E, daí por diante, Dona Maria compreendeu que aquele que dá recebe sempre mais. Transcrito do livro “Lindos Casos de Chico Xavier” de Ramiro Gama. MENSAGEM ESPÍRITA EM TI MESMO “Tens fé? Tem-na em ti mesmo, diante de Deus.” — Paulo. (ROMANOS, capítulo 14, versículo 22.) No mecanismo das realizações diárias, não é possível esquecer a criatura aquela expressão de confiança em si mesma, e que deve manter na esfera das obrigações que tem de cumprir à face de Deus. Os que vivem na certeza das promessas divinas são os que guardam a fé no poder relativo que lhes foi confiado e, aumentando-o pelo próprio esforço, prosseguem nas edificações definitivas, com vistas à eternidade. Os que, no entanto, permanecem desalentados quanto às suas possibilidades, esperando em promessas humanas, dão a ideia de fragmentos de cortiça, sem finalidade própria, ao sabor das águas, sem roteiro e sem ancoradouro. Naturalmente, ninguém poderá viver na Terra sem confiar em alguém de seu círculo mais próximo; mas, a afeição, o laço amigo, o calor das dedicações elevadas não podem excluir a confiança em si mesmo, diante do Criador. Na esfera de cada criatura, Deus pode tudo; não dispensa, porém, a cooperação, a vontade e a confiança do filho para realizar. Um pai que fizesse, mecanicamente, o quadro de felicidades dos seus descendentes, exterminaria, em cada um, as faculdades mais brilhantes. Por que te manterás indeciso, se o Senhor te conferiu este ou aquele trabalho justo? Faze-o retamente, porque se Deus tem confiança em ti para alguma coisa, deves confiar em ti mesmo, diante dEle. Página recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier – Pelo Espírito de Emmanuel – Do livro Caminho Verdade e Vida.

TRABALHO IMPORTANTE CORREIO ESPÍRITA Abraçando o ideal de tornar acessível ao público em geral informações relativas aos trabalhadores espíritas encarnados e desencarnados, que de alguma maneira contribuíram para o enriquecimento do conteúdo da Doutrina Espírita, foi criado o CENTRO CULTURAL CORREIO ESPÍRITA, órgão mantenedor do Jornal Correio Espírita, 1º jornal espírita a circular em todo o estado do Rio de Janeiro, atualmente com edições Jornal Espírita de Uberaba – Ano 8 – Nº 110 – Novembro/2015 Página 13


mensais. O primeiro número chegou às bancas de jornal em dezembro de 2004. A concretização deste propósito conta com a imprescindível colaboração de todos aqueles que possam disponibilizar em favor do CENTRO CULTURAL CORREIO ESPÍRITA, documentos, fotos, biografias, jornais espíritas antigos, publicações variadas, cartas, artigos, mensagens psicografadas, fatos e relatos espíritas, acontecimentos que possam ter análise espírita para sua explicação, histórico de instituições espíritas e todos os materiais que possam ser utilizados na composição deste acervo, com informações enriquecedoras sobre nossos irmãos de ideal espírita. Salientando a importância do envolvimento de todos os que se sentem compromissados com a divulgação e preservação da memória da doutrina espírita, colocamo-nos à disposição para quaisquer esclarecimentos que se fizerem necessária. Missão Após fraternal presença dos amigos espirituais, que nos acudiram quando perceberam nossa sincera preocupação em tornar mais conhecida a maravilhosa Doutrina Espírita, idealizamos o presente trabalho que hoje temos a imensa satisfação de colocar para todos os irmãos, como resultado de uma dedicação voltada aos sublimes valores da codificação kardequiana. O jornal Correio Espírita, assim como seu mantenedor, o Centro Cultural Correio Espírita, surgiu pautado na idealização de uma divulgação comprometida com a seriedade de que tratamos quando estudamos, aprendemos e praticamos os ensinamentos dos espíritos através de Allan Kardec. Temos como meta uma abrangência cada vez maior de leitores neste nosso país e quiçá em outras terras carentes de conhecimentos valiosos para a humanidade. Nossa preocupação com a honestidade e veracidade dos artigos publicados faz com que os resultados sejam plenos, pois, a cada edição, temos o retorno gratificante dos leitores espíritas ou não espíritas. Esta credibilidade alcançada fez com que nosso progresso na divulgação seja cada vez mais forte e inspirado na oferta desta riqueza que é a Doutrina Espírita. Nossa missão vai além da divulgação e do resgate à memória espírita. Ela está em quaisquer que sejam as dúvidas esclarecidas, o conforto espiritual num momento difícil, o impedimento de um ato criminoso ou de um mau pensamento, que se possa ter conseguido através da força das palavras contidas em nossas obras - jornal, Centro Cultural e website. Já é suficiente para nos fortalecer nesta caminhada de paz e busca da elevação espiritual de todos. Construímos esta obra com muito, muito amor, dedicação e principalmente, com o apoio da espiritualidade, sem a qual não teríamos saído da primeira letra. Conheça mais sobre CORREIO ESPÍRITA acessando o site: http://www.correioespirita.org.br/ Transcrito do site: http://www.correioespirita.org.br/ Jornal Espírita de Uberaba – Ano 8 – Nº 110 – Novembro/2015 Página 14


PERSONALIDADE DE DESTAQUE NO MOVIMENTO ESPÍRITA WALTER BARCELOS O conhecido escritor, autor de dez obras espíritas, fala-nos dos métodos que utiliza na elaboração literária e explica como surgiram seus livros. Walter Barcelos (foto), natural da cidade de Araxá, região do Triângulo Mineiro, Minas Gerais, reside atualmente em Uberaba (MG), para onde se transferiu, por necessidade profissional, em novembro de 1969. É espírita desde o berço e desde os 4 anos de idade frequenta a Casa Espírita. Autor de 10 livros – Sexo e Evolução (FEB); Mediunidade e Discernimento (Didier); Educadores do Coração (União Espírita Mineira); Justiça e Felicidade (Didier); Aliança de Corações (INEDE); Aprendendo, Amando e Servindo (Didier); Minha Mente, Meu Mundo (Didier); A Arte Moral de Educar os Filhos (Didier); Homossexualidade, Reencarnação e Vida Mental (Didier) e Aprendendo com Jesus, o Mestre do Amor (Didier) – ele nos fala na presente entrevista sobre os métodos que utiliza na elaboração literária e sobre suas obras. O que o motivou a escrever livros espíritas? Meu interesse inicial não era escrever livros espíritas. Possuía forte vontade de redigir artigos doutrinários e publicá-los no jornal “A Flama Espírita”, de Uberaba. A partir dessas publicações mensais no citado jornal foram-se acumulando os artigos e daí naturalmente nasceram as obras de nossa autoria. Como foi produzir sua primeira obra espírita? Aprecio muito estudar Espiritismo, o que comecei a fazer no ano de 1967, na cidade de Araxá (MG), participando da reunião de estudos espíritas, onde se dá preferência única e exclusiva ao estudo aprofundado e sistemático das obras do codificador Allan Kardec. Antes de iniciar a escrita espírita já estudava Doutrina Espírita com muito interesse, sempre fazendo vasta pesquisa de temas e assuntos, a fim de verificar a verdade dos ensinos, combiná-los e compará-los, conseguindo através desse trabalho um melhor entendimento dos diversos pontos da Ciência, Filosofia e Moral do Espiritismo. Minha primeira obra espírita foi “Sexo e Evolução”. Inicialmente pesquisei e organizei ampla pesquisa sobre sexualidade à luz do Espiritismo, muito especialmente nas obras de Allan Kardec e do médium Francisco Cândido Xavier. Gastei 12 meses para organizar em caderno espiral (colando recortes de textos xerocopiados) os capítulos e datilografei os diversos capítulos dessa apostila que intitulamos “O Espírita perante as energias criadoras do sexo”. Isso se deu nos idos de 1983. Com essa vasta pesquisa em mãos passei a escrever artigos, mês a mês, no jornal “A Flama Espírita” e no período de 3 anos e meio completei a redação de textos baseados nessas pesquisas doutrinárias sobre sexualidade à luz do Espiritismo. Depois desses três anos e meio de redação de artigos sobre sexualidade, trabalhei mais um ano e meio relendo os capítulos e dividindo-os em subtemas, para facilitar a leitura e o estudo da obra. Assim surgiu o livro “Sexo e Evolução”, editado em 1992, primeiramente pela editora Fonte Viva, de Belo Horizonte, e no ano de 1994 pela editora da FEB. Jornal Espírita de Uberaba – Ano 8 – Nº 110 – Novembro/2015 Página 15


Que método utiliza e quanto tempo leva na elaboração de um livro? Sempre escrevi qualquer assunto espírita baseado em muito estudo, muita pesquisa, muita análise, muito raciocínio, muita meditação; efetuo releituras do texto em produção, procurando melhorar a linguagem, aprofundar as explicações, discorrer melhor sobre o tema e interpretar o pensamento dos Espíritos, tudo fundamentado em respeitáveis referências bibliográficas. Após muita pesquisa em lições e textos a respeito de determinado assunto, seleciono dos livros espíritas ou do Novo Testamento os textos que considero como apresentando as melhores explicações e esclarecimentos. Logo em seguida disponho essas referências bibliográficas numa certa sequência lógica de ideias, depois de avaliar com certo cuidado o conteúdo de cada texto selecionado. E somente com esse processo dou início à redação, inserindo as referências selecionadas, que também são objeto de minhas interpretações. Foi influenciado pela prática de alguma instituição ou pessoa, ou o trabalho é fruto tão somente de sua iniciativa particular? No campo do conhecimento espírita encontramos muita ajuda eficiente em nosso Movimento Espírita no Triângulo Mineiro, principalmente a COMMETRIM – Confraternização de Mocidades e Madureza Espíritas do Triângulo Mineiro, que promove o congraçamento e a união dos espíritas da citada região. Aprendemos muito com esse Movimento pela grandiosa oportunidade de união fraternal, troca de experiências espíritas e aprendizado doutrinário. Quanto à produção da escrita doutrinária, não tive a felicidade de encontrar de forma direta algum irmão espírita encarnado mais experiente para passar-me informações, conhecimentos e experiências na área da redação de textos doutrinários. Se bem que do lado espiritual inegavelmente encontramos muitos Espíritos Benfeitores que são assíduos na proteção segura e inspiração lúcida, no acompanhamento constante e na assistência amorosa, em nossas meditações, dissertações e explicações doutrinário-evangélicas. Como você vê a qualidade da literatura espírita no momento atual? O Espiritismo é a doutrina que faculta a todo adepto a liberdade de pensar e a faculdade intelectual do livre exame. A fim de facilitar nossas considerações a respeito da liberdade de pensar apresentamos uma definição do vocábulo “livreexame”: “é a independência de opinião, a libertação do jugo da autoridade em matéria de fé ou de doutrina, preferindo examinar por si mesmo, e só aceitar o que a sua razão ou experiência aceitar ou comprovar” (Dicionário de Filosofia, Mário Ferreira dos Santos – edição 1964 - Editora Matese). Todo espírita sincero aprenderá no processo constante Jornal Espírita de Uberaba – Ano 8 – Nº 110 – Novembro/2015 Página 16


das leituras e estudos a aplicar o livre-exame com mais frequência e naturalidade. Deverá estar sempre munido dessa ferramenta intelectual, pois através dela irá formar sua própria FÉ RACIOCINADA, cuja aquisição é necessária e indispensável. O número de obras antigas e inéditas para os leitores espíritas é oferta generosa, muito farta, diversificada e complexa, de autores encarnados e desencarnados. Esse grande acervo cultural está a exigir um raciocínio sempre mais sério e bem amadurecido de todo espírita, justamente neste momento de altíssima produção literária do Espiritismo. Quanto mais livros lançados no mercado livreiro espírita, não tenhamos a menor dúvida, maiores serão os desafios de escolha aos espíritas para leituras agradáveis e estudos aprofundados. Imprescindível, no momento atual, saber usar a ferramenta intelectual do justo discernimento, no que se adquire, no que se lê, no que estuda e no que se divulga. Cada obra espírita tem sua mensagem, seu conteúdo, seu valor relativo, sua contribuição doutrinária. Uns são de melhor conteúdo doutrinário, outros de menor conteúdo e outros infelizmente defendendo alguns enganos científicos ou filosóficos, evangélicos ou históricos, doutrinários ou morais. O público espírita e os simpatizantes das obras espíritas apresentam enorme variação de níveis de gosto de leitura em virtude de suas próprias conquistas cultural, mental e moral. Essa variedade de estilo e conteúdo, doutrina e Evangelho, romance e filosofia, ciência material e espiritual, vem atender a todas as estruturas mentais de leitores. O movimento espírita deve ser a expressão dessa grande força da liberdade de pensamento e do livre-exame que a doutrina espírita oferece a todos seus adeptos. Quais as principais dificuldades a superar? As obras espíritas que devemos considerar razoáveis, boas, ótimas ou excelentes serão todas aquelas que pautaram em toda sua estrutura doutrinária, não divergindo em nenhum ponto, nas ideias apregoadas por Jesus Cristo e Allan Kardec. A base da Doutrina Espírita será sempre o conteúdo filosófico-moral do Evangelho de Jesus e da Codificação Kardequiana. Nenhum espírita sincero deverá se desesperar tendo em vista o número avantajado e sempre crescente de obras espíritas duvidosas, muitas delas repetindo temas e explicações de outras obras consideradas clássicas. É contraproducente falar mal de “obras estranhas”, e o mais triste para o movimento espírita seria promover relações de “livros censurados” por equipes de supostos fiscais da verdade doutrinária. Finalizaremos esta questão apresentando bela sentença dos Sábios Espíritos da Codificação: “Para discernir o erro da verdade é preciso aprofundar estas respostas e meditálas longa e seriamente; é todo um estudo que se tem a fazer. É preciso tempo para isso, assim como para tudo o mais. Estudem, comparem, aprofundem-se; nós lhe dizemos sem cessar: o conhecimento da verdade tem este preço”. (O Livro dos Médiuns, Allan Kardec – Capítulo XXVII – “Contradições e Mistificações” – questão 301 – item nº 4 - Editora LAKE.) Qual o papel dos dirigentes e líderes espíritas na melhoria e preservação da qualidade dos conteúdos literários espíritas? Nossos companheiros dirigentes e líderes espíritas devem entender de coração evangelizado que para o progresso do Espiritismo vale devotar-se tendo em vista o desenvolvimento eficiente das almas humanas, muito mais do que simplesmente trabalhar na administração de prédios, organizações, contabilidade, finanças, reuniões, comemorações, confraternizações e atividades outras. Trabalhar com amor e idealismo na formação espírita-cristã dos trabalhadores da Casa Espírita, promovendo estudos sistemáticos e sistematizados das Obras de Allan Kardec. Esclarecer e iluminar a inteligência e coração dos irmãos de fé de todas as faixas etárias: crianças e jovens, Jornal Espírita de Uberaba – Ano 8 – Nº 110 – Novembro/2015 Página 17


madureza e velhos. Ninguém poderá ficar esquecido e abandonado. É a caridade da luz, em suma, a formação eficiente da FÉ RACIOCINADA dos espíritas. Trabalhemos COMEÇANDO PELA BASE DO ESPIRITISMO, desenvolvendo reuniões de estudos com programação preenchendo todo o ano letivo, dando prioridade às obras do Codificador Allan Kardec. O que, na sua percepção, precisa e pode melhorar na formação de novos escritores espíritas? Cada escritor espírita encarnado ou desencarnado oferece sua valiosa contribuição, dentro de suas próprias possibilidades no que diz respeito à sua capacidade intelectual na redação doutrinária, expondo suas ideias, seu conhecimento espírita, sua experiência de vida e seu entendimento acerca do Evangelho. Para ser um bom escritor espírita não é recomendável apressar o trabalho de produção doutrinária, esquecendo-se do longo e sério preparo dos estudos doutrinários, mas, sim, esforçar-se por melhorar e fortalecer as estruturas intelectuais e mentais, raciocínio e meditação, análise e interpretação em torno da ciência, da filosofia e da moral do Espiritismo. Quais os seus planos em relação ao futuro? Pretende continuar a escrever? Pretendo continuar a estudar Doutrina Espírita, conhecer a mim mesmo, corrigirme o mais rápido possível com as luzes do Evangelho, fazer todo o bem possível, divulgar Doutrina e Evangelho usando com simplicidade e moderação as ferramentas tecnológicas [computador, Internet, vídeos, filmes] da atualidade. Agir somando os valores da fé raciocinada, fé viva, desprendimento, pureza de intenção, desinteresse, despretensão, abnegação, prazer de divulgar, de amar, de servir... Sua mensagem final aos nossos leitores. Agradeço a atenção caridosa para com nossas atividades e rogo a Deus, Nosso Pai, e a Jesus que abençoem todos os irmãos interessados em estudar e divulgar com seriedade a Doutrina Espírita. Entrevista feita por André Ribeiro Ferreira Transcrito da Revista “O Consolador” – Nº 435 de 11 de outubro de 2015 – site: http://www.oconsolador.com.br/ano9/435/entrevista.html DATAS IMPORTANTES DO ESPIRITISMO MÊS DE NOVEMBRO 01 a 04/11/1956 – Realiza-se em Buenos Aires, Argentina, o 2º Congresso Internacional para o estudo da Reencarnação, reunindo os espiritualistas de várias correntes. 14/11/1849 – Em Rochester, Estados Unidos, no salão denominado “Corinthian Hall”, as irmãs Fox realizam suas primeiras demonstrações públicas dos fenômenos espíritas. 23/11/1904 – O “Boston Journal”, (jornal não espírita) publica a notícia da descoberta de um esqueleto humano quase completo, entre a terra e os escombros das paredes da adega da casa onde, 56 anos antes, moraram as irmãs Fox, e se produziram as notáveis batidas que assinalaram o início da história do Espiritismo. Esse achado veio comprovar a veracidade das mensagens obtidas naquela ocasião e atribuídas ao Espírito de um mascate ali assassinado.

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LIVROS DO “CLUBE DO LIVRO ESPÍRITA” DEPARTAMENTO – CLUBE DO LIVRO ESPÍRITA MARIA DOLORES Rua Artur Machado nº 288 – sala 04 – Centro

JESUS DE NAZARÉ – Pelo Espírito de Irmão José – Psicografado por Carlos A. Baccelli Comovente relato sobre a vida de Jesus, destacando suas palavras de vida eterna, os antecedentes espirituais de seu nascimento na Terra, a visita dos reis magos, a fuga para o Egito, sua infância e a volta a Nazaré, sua palestra com os doutores no templo, seu encontro com João Batista, o convite aos apóstolos, as bodas de Caná e as primeiras pregações. Conteúdo que transmite melhor e mais amplo entendimento ao evangelho, na compreensão mais profunda das sábias lições que o mestre nos legou. SEGUE EM PAZ – Pelo Espírito de Adroaldo Modesto Gil – Psicografado por Luiz Cláudio Concisos apontamentos para estabelecer, em nossas vidas, uma cultura de paz, organizados a partir das experiências colhidas no atendimento cristão que Adroaldo Modesto Gil realizava, ainda encarnado, na Casa Espírita Fraterna Francisco de Assis, em Uberaba, MG. Alguns temas abordados: o que te define, o bem-sofrer, cuidador de ti mesmo, exigências improdutivas, a impulsividade na tentação, autoagressão, tua relação com o Cristo, falsos profetas, deturpações do prazer, fazer para te saberes capaz, caridade que te auxilia. PARA LER E REFLETIR – Richard Simonetti Análise de temas atuais sob a ótica espírita, oferecendo valioso material para refletir acerca de questões que agem diretamente em nosso estado espiritual. Alguns dos assuntos: anencefalia, aquecimento global, atentados terroristas, casamento gay, células-tronco, depressão, discos voadores, doação de órgãos, drogas, ecologia, exoplanetas, fundamentalismo muçulmano, paralelismo psicofísico, violência urbana. SUGESTÃO DE LEITURA CONVIVER PARA AMAR E SERVIR – Organizadores: Helder Boska de Moraes Sarmento, Reinaldo Nobre Pontes e Sonia Regina Hierro Parolin Os ensinamentos deixados por Mário da Costa Barbosa (1936? 1990) aos que com ele conviveram estão presentes nesta obra e servem de inspiração e apoio aos trabalhadores que se dedicam, de forma abnegada, a levar os ensinamentos de Jesus e da Doutrina Espírita ao povo deste país. Mário da Costa Barbosa não pregava ou aconselhava, mas conduzia à profunda reflexão voltada para a construção de uma sociedade verdadeiramente caridosa, beneficiada pelo bem que Jornal Espírita de Uberaba – Ano 8 – Nº 110 – Novembro/2015 Página 19


pratica, na transformação do mundo em um lugar melhor. Em Conviver para amar e servir, você pode conhecer ou reviver a história de Mário Barbosa, sendo beneficiado pelos frutos do seu trabalho doutrinário, que nos incentiva e convoca a semear a Boa Nova aos que nos cercam. O CAVALEIRO DE NUMIERS – Pelo Espírito de Charles – Psicografado por Yvonne A. Pereira Este romance dramático gira em torno dos sentimentos de amor, revolta, ódio, alegria, dor, coragem entre tantos outros comuns aos aspectos da vida carnal. A história se passa na França de Luís XIV e narra a história de Espíritos que reencarnaram em conjunto para se auxiliarem de forma mútua. Neste livro, somos apresentados aos vieses da lei de ação e reação: os exemplos de heroísmo e dedicação de alguns se mesclam com os decessos dos outros, todavia, os benefícios das oportunidades geram vitórias libertadoras ou fracassos que serão corrigidos nas próximas encarnações. O cavaleiro de Numiers é o segundo livro da trilogia de romances escritos pela médium Yvonne A. Pereira, iniciada por Nas voragens do pecado e encerrado por O drama da Bretanha. PÉROLAS DO ALÉM – Pelo Espirito de Emmanel – Psicografado por Francisco Cândido Xavier Eis aqui caro leitor, uma coletânea de pensamentos extraídos de 42 obras mediúnicas de Francisco Cândido Xavier, catalogadas alfabeticamente de acordo com os assuntos, possibilitando identificar, de maneira rápida e fácil, as fontes literárias onde foram colhidas. Compila termos como: aborto; ciúme; feminismo; mediunidade; pensamento; política, e mais 448 sobre variados temas, todos de real interesse. É, assim, um verdadeiro dicionário de substanciosos ensinamentos de que nos podemos servir para nossas meditações e também para instruir palestras e escritos doutrinários. HUMOR ESPÍRITA – “Triagem”

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