13 minute read

Economia

Economia TUBARÃO 180º

Num esforço conjunto, plano busca construir cidade do futuro

Advertisement

O Tubarão 180° consiste em pensar e construir a cidade do futuro, em um esforço conjunto entre governo e sociedade, tendo como premissas a cooperação, visão de futuro e o bem comum. O Tubarão 180° é um plano norteador, porém não está pronto: é um plano em constante crescimento e que conta com a participação ativa da sociedade em geral.

O projeto foi planejado com base em três grandes eixos: desenvolvimento e sustentabilidade, educação e cidade e saúde e qualidade de vida. Em cada um, diversos projetos vão contemplar áreas específicas. O Tubarão 180° tem o objetivo de construir, até 2050, uma Cidade mais Humana, Inteligente e Sustentável (CHIS), tendo o IDH (PNUD) como indicador de referência. A meta é ser a número 1 do Brasil até 2050.

Inovação, emprego e renda, saúde, mobilidade, sustentabilidade ambiental, segurança, educação e empreendedorismo são os principais pontos abordados, a partir dos quais estão sendo implementados projetos e programas para incremento das áreas afins. Os eixos estão alinhados com os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.

Roteiro para valorizar o turismo local é proposta

Considerada a cidade mais hospitaleira do país, segundo usuários da plataforma Airbnb, Tubarão tem a Rota Termas da Guarda, que é resultado do projeto Tubarão é Mais, idealizado pela prefeitura e Sebrae/SC.

As águas hidrominerais da Rota da Termas da Guarda possibilitam banhos relaxantes e prazerosos, além de atividades terapêuticas, esportes e lazer em meio à natureza. Também integram o roteiro experiências com a ruralidade e o contato com a arte, a cultura e a história de Tubarão. “Listamos 15 atrativos com a proposta de agregar valor e desenvolver turisticamente o município. Para isso, também vamos investir em infraestrutura, com a construção de uma ponte para ligar as margens direita e esquerda das Termas da Guarda e ampliar o acesso à localidade. Com a estruturação de um complexo na rota, a ideia também é atrair novos investimentos para o município”, pontua o secretário de Desenvolvimento Econômico, Tecnologia e Inovação de Tubarão, Giovani Bernardo.

Primeiro produto turístico

Organizada de forma a integrar todo o potencial turístico de Tubarão, a Rota Termas da Guarda pode ser considerada o primeiro produto turístico da história do município. “Temos um grande potencial turístico, mas precisamos que a população em geral tenha conhecimento e pertencimento dessa vocação. O turismo é uma atividade que gera grande desenvolvimento econômico, pois atrai dinheiro novo e impulsiona o setor de serviços”, ressalta o prefeito Joares Ponticelli.

Parque empresarial dá impulso

Outro ponto importante para a cidade é o Parque Empresarial José Roberto Tournier, no bairro São João Margem Esquerda. Os terrenos têm áreas entre 1.225 m² e 4.177,27 m². Concluída essa fase, todas as 18 áreas repassadas via licitação estarão esgotadas. Junto a elas estará a unidade do Serviço Social do Transporte (Sest) e do Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat), que receberão investimento da ordem de R$ 18 milhões, além do Sindicato das Empresas de Logística e Transporte de Cargas da Região da Amurel (Setran).

Geração de empregos é positiva

O saldo de empregos em Tubarão no ano de 2021 foi expressivo, segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). No total, restaram 2.907 postos de trabalho, entre contratações e desligamentos, o que colocou Tubarão na 11ª posição do ranking das cidades que mais criaram postos de trabalho em Santa Catarina.

Para o secretário de Desenvolvimento Econômico, Tecnologia e Inovação Giovani Bernardo, o cenário se deve a um conjunto de fatores. “Hoje, Tubarão tem uma política muito aberta e amigável para o desenvolvimento de negócios e acabou conseguindo colher esses frutos, que são o resultado do Caged, e quando analisamos o cenário per capita ficamos em uma posição ainda melhor em relação a outras cidades. O município está no caminho certo, e esperamos que este ano seja ainda mais pujante, considerando os projetos já anunciados, como a implantação da unidade da Intelbras, e outros empreendimentos que já manifestaram interesse em se instalar aqui”, destaca Giovani.

Parceria com Israel traz efeitos

Outra parceria de sucesso com Tubarão é a aliança com Israel. Em nova visita a Tubarão, o cônsul-geral de Israel em São Paulo, Rafael Erdreich, anunciou a doação de um biodigestor para a Escola Municipal de Educação Básica Professor Cleto da Silva, na Guarda Margem Direita. O equipamento aproveita resíduos de material orgânico, no caso restos de alimentos, para geração de biogás e fertilizante agrícola, sendo uma iniciativa bastante comum em Israel e que chegará à Cidade Azul como um dos resultados da missão tubaronense ao país neste ano.

O equipamento que a escola ganhará é produzido pela HomeBiogas, empresa de biogás com sede em Beit Yanai, Israel. A doação foi anunciada na própria escola, onde o cônsul esteve acompanhado do prefeito Joares Ponticelli, do secretário de Desenvolvimento Econômico, Tecnologia e Inovação, Giovani Bernardo, e outros gestores do município.

Projeto planeja Tubarão pelos próximos anos

O Tubarão 180° foi lançado em 2017. A ação pretende planejar Tubarão para os próximos 33 anos. O projeto Tubarão 180° tem o objetivo de construir uma nova cidade, tornando-a referência de desenvolvimento para todo o país. “Queremos tornar Tubarão a melhor cidade do país para se viver. Contamos com a energia e apoio de todos. Os desafios são muitos, mas vamos conseguir atingir nosso objetivo”, destaca o prefeito Joares Ponticelli.

Cenário catarinense:

VISÃO PARA O FUTURO DO ESTADO

Santa Catarina vive um momento de vislumbrar o futuro. Os mais diversos setores buscam se reerguer após a pandemia. Diante desse cenário e outros tantos desafios, o governador de Santa Catarina, Carlos Moisés, avalia como caminha o Estado vislumbrando o futuro. Moisés faz uma análise da gestão e como Santa Catarina pode seguir se desenvolvendo.

TUDO - Considerando que o sr. assumiu o cargo e logo veio a pandemia, qual sua avaliação sobre sua gestão nesse período?

MOISÉS - Arrumar a casa e enxugar a máquina foram os primeiros desafios, os pontos de partida para que Santa Catarina pudesse se tornar um canteiro de obras, remunerar os professores com pelo menos R$ 5 mil mensais e doar um notebook a cada um deles, pagar a dívida “impagável” da saúde e implantar a maior política municipalista da história do Estado. O que antes era feito às custas de empréstimos, hoje é realizado com recursos próprios. Enfrentar a pandemia de covid-19 foi, sem dúvida, o maior desafio de nossa geração, em particular de todos os gestores. Quis Deus que um bombeiro estivesse no cargo de governador do Estado exatamente neste momento. Medidas que adotamos no primeiro ano de gestão, como corte de gastos, extinção das secretarias regionais e revisão de contratos, se mostraram providenciais para enfrentar esta crise que eclodiu no segundo ano de governo. Estamos fazendo investimentos históricos em todos os setores, com prioridade à infraestrutura, e colocando o dinheiro nas cidades, que é onde as pessoas vivem. Nunca houve uma política municipalista como a atual. Por isso, digo, sem medo de errar, que este governo é incomparável.

TUDO - Qual foi o maior desafio nesses anos de gestão?

MOISÉS - O primeiro desafio, base para todas as demais ações do governo, foi colocar a casa em ordem, com medidas que nos permitiram economizar R$ 645 milhões por ano em corte de gastos, revisão de contratos que eram lesivos ao Estado, digitalização de processos. Saímos de um déficit de R$ 1,1 bilhão em 2018 para um superávit de R$ 162 milhões em 2019, primeiro ano de nosso governo, e de R$ 1,86 bilhão em 2020. O Tribunal de Contas acaba de aprovar nosso exercício de 2021 sem nenhuma ressalva, algo inédito. E quero deixar claro: não aumentamos impostos. Logo no segundo ano, surgiu o enfrentamento da pandemia, em que se impôs a missão prioritária de poupar vidas, procurando, ao mesmo tempo, atenuar os impactos econômicos, que foram mundiais. E ainda, paralelamente a tudo isso, executamos nossa política municipalista, colocando mais de R$ 3 bilhões nas cidades, e retomamos os investimentos em infraestrutura, que já passam de R$ 1,5 bilhão nesses quase três anos e meio.

TUDO - Qual foi o maior impacto causado pelo vírus para os catarinenses?

MOISÉS - Nada se compara à perda de quase 22 mil vidas. Por mais que tenhamos adotado as medidas no tempo correto, e depois empregado toda a logística do Estado para assegurar a distribuição plena das vacinas, todos nós perdemos amigos e parentes, nessa batalha contra a covid-19. Outro impacto grande foi a suspensão de cirurgias eletivas, para que todo esforço fosse concentrado no enfrentamento à covid-19. Esse passivo está sendo enfrentado agora com um mutirão de procedimentos. Houve também, claro, o impacto econômico, em todos os setores, que o Estado procurou mitigar com ações como o SC Mais Renda e o SC Mais Renda Empresarial, oferecendo suporte, auxílio financeiro, renegociação de dívidas, alongamento de prazos, empréstimos com juro zero. Recebemos nota 10 de organismos independentes pela atuação no combate à pandemia, com a menor taxa de letalidade do país, e somos o Estado que mais gera empregos. Portanto, podemos dizer que conseguimos cuidar da saúde e da economia.

TUDO- O sr. foi bastante criticado por ações preventivas durante os primeiros meses de pandemia. Passado este período mais crítico, o senhor avalia que elas foram assertivas?

MOISÉS - Santa Catarina foi o primeiro estado a fechar e o primeiro a reabrir, para nunca mais fechar. Foi uma medida dura, mas, naquele momento, necessária. Praticamente o mundo todo parou em 2020. A Europa e a Ásia fizeram lockdowns duríssimos. Não se sabia muito bem como o coronavírus iria evoluir, não havia remédio, e principalmente, não havia vacina. Precisávamos de tempo para preparar todo o sistema de saúde para a demanda que, inevitavelmente, viria. O grande momento da virada, claro, foi a chegada das vacinas. Santa Catarina mobilizou toda sua logística do Estado para levar as doses a todos os catarinenses. À medida que a imunização avançou, a rotina pôde ser retomada. Temos, como disse, a menor letalidade do país, 1,25%, e ao mesmo tempo o menor desemprego do Brasil. Conseguimos, repito, alcançar um equilíbrio entre a vida e a economia.

TUDO - Sobre a economia: o que esperar de Santa Catarina, no cenário econômico, para 2023?

MOISÉS - A média das expectativas de instituições internacionais e de agentes de mercado em seus relatórios de cenários econômicos de longo prazo indica, para o Brasil, um crescimento de 1% em 2022, e de 1,3% em 2023. Essas médias têm como base os relatórios recentes de instituições como o FMI, OCDE, Banco Mundial, Itaú, Bacen e Bradesco. Para Santa Catarina, a nossa expectativa é de um crescimento entre 3% e 5% em 2022 e entre 3% e 4% em 2023. Essa previsão considera diversos fatores. Posso citar a melhora dos indicadores de competitividade da economia catarinense, já considerada a segunda mais competitiva do País; o momento atual, em que a economia estadual encontra-se bem tracionada e Santa Catarina em equilíbrio das contas públicas, com geração de superávits e com crescente disponibilidade de recursos para investimento; o histórico recente de crescimento acima da média brasileira; o crescente número de empresas em processo de expansão ou instalação no Estado; o baixo endividamento das famílias catarinenses na comparação com a média nacional; o controle crescente da pandemia e a inexistência de novos eventos adversos ao desempenho econômico.

TUDO - A saúde e a educação também foram setores bastante castigados. Quais ações o sr. destaca que começam a reerguer estes setores?

MOISÉS - Na Saúde, a primeira ação que este governo fez, antes mesmo da pandemia, foi pagar a dívida, que muitos consideravam “impagável”. Em 2021, para a Saúde foram destinados R$ 4,96 bilhões, o que corresponde a 14,45% da arrecadação dos impostos e, portanto, acima dos 12% previstos por lei. Esses recursos foram, em sua maioria, para manutenção dos leitos Covid-19 e outros. Tantas ações fizeram com que Santa Catarina recebesse nota máxima (10) por órgãos independentes, com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), no combate à covid-19. Na Educação, os resultados são ainda mais animadores. Várias ações merecem destaque. O governo conseguiu aprovar na Assembleia Legislativa o pagamento mínimo de R$ 5 mil mensais aos professores com ensino superior completo e carga horária de 40 horas semanais. Além disso, a nova tabela de remuneração do magistério catarinense incluiu reajustes de 20% a 56% para todos os servidores desde janeiro deste ano. As medidas de valorização terão impacto superior a R$ 1 bilhão no orçamento. Outro destaque é a criação do Programa Bolsa Estudante, uma iniciativa que vai oferecer auxílio financeiro anual de até R$ 6.250 a estudantes do Ensino Médio e da Educação de Jovens e Adultos (EJA) da rede estadual.

Em relação ao ensino superior, o Uniedu investe R$ 467,3 milhões para o programa de bolsas universitárias de graduação e pós-graduação. Foram ações que merecem destaque, entre outras tantas.

TUDO- O sr. acredita que 2023 será um ano que vamos voltar ao “normal”? De que maneira?

MOISÉS - Santa Catarina já está voltando ao normal. Durante a pandemia nós cuidamos da saúde das pessoas, mas também demos atenção especial para a economia do nosso Estado. Nas contas aprovadas sem ressalvas pelo TCE, os números estão claros. Além disso, estamos em pleno emprego. De acordo com os números do Caged, o Estado catarinense gerou 64.038 vagas formais nos três primeiros meses de 2022. Trata-se do segundo melhor resultado do país em números absolutos. Dessa maneira, Santa Catarina segue à frente de seus vizinhos do Sul e de unidades da federação mais populosas, como Minas Gerais e Rio de Janeiro. Para reforçar, os números do Observatório da Junta Comercial apontam que Santa Catarina segue avançando quando o assunto é abertura de empresas. Em apenas dois meses, o Estado contabiliza um saldo positivo de 23.118 novos negócios, uma média de 392 por dia. Só no mês de fevereiro, 18.429 foram constituídas, enquanto as extintas totalizaram 6.829, o que corresponde ao saldo positivo de 11.600 empreendimentos. Esses dados nos dão condições de projetarmos um 2023 com grandes perspectivas.

TUDO– Quais planos seguem engatilhados para o próximo ano, seja quem for assumir a cadeira de governador?

MOISÉS- Ainda há muito por fazer. Um exemplo é a infraestrutura. Um estudo da Fiesc apontou, há quatro anos, que 70% das estradas catarinenses estavam em más condições. Em muitos casos, nem projeto havia. Agora, conseguimos colocar sete a cada 10 quilômetros em condições, no mínimo, razoáveis. Porém, quarenta anos de descaso e desleixo não se resolvem em quatro anos. Nós elegemos a infraestrutura como prioridade porque onde há logística, mobilidade, a economia progride. Uma boa estrada atrai investimentos, gera empregos. Agora, temos projetos e estudos de viabilidade técnica e financeira para tirar demandas históricas do papel. O próximo mandato, eu não tenho dúvida alguma, será marcado por ainda mais obras que o atual. Hoje, temos obras em todo Estado, temos a frota de viaturas das polícias renovada, e sem deixar dívidas. Ainda pagamos empréstimos anteriores, mas investimos com recursos próprios. Com dinheiro em caixa, e com projetos, a expectativa para os próximos anos só pode ser otimista. Basta que Santa Catarina decida continuar no caminho certo, o caminho da responsabilidade, da lisura, da seriedade e do empreendedorismo.