Edição de Julho de 2020

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Volume 26

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Number 7

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Eraldo Manes

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Eraldo Manes Junior é paulistano, vive em Orlando, Fl desde 1990. É fundador e publisher do Jornal B&B, desde 1994. emanes@jornalbb.com

Fundado em 1994 4847 Lake Milly Drive - Orlando, FL 32839-2075 - USA Fones: (407) 855-9541 e (407) 353-2799 maida.manes@jornalbb.com

Aposentado é imune à crise?

A

reabertura do comércio e alguns serviços trouxeram um aumento significativo no número de pessoas contaminadas pelo COVID-19. A Califórnia e a Flórida são estados que registraram uma redução preocupante nos leitos disponíveis em hospitais. Até o fechamento desta edição, Miami era o novo epicentro da pandemia, e Orlando apresentava um alto índice de infectados correndo aos hospitais. O número de mortes reduziu se comparado proporcionalmente ao número de infectados. Este dado indica que atualmente o número de casos positivos está na faixa etária entre 25 a 35 anos, indivíduos com mais chances imunológicas de combater a doença sem precisar de respiradores. A volta ao trabalho traz agora uma preocupação sobre a economia mundial. Contrariando a previsão negativa de vários economistas, a China apresentou um crescimento de 2%, no balanço do segundo trimestre, sinalisando

que a economia pode se recupar mais rápido do que o previsto. Tanto no Brasil como nos EUA, o comércio é o setor que mais sofre na retomada. Vários negócios fecharam definitivamente suas portas e grandes lojas de departamentos perdem importância na presença física, -principalmente em shopping centers, que têm um elevado custo do pé quadrado-, para os gigantes do comércio online. A mudança de hábito de consumo já era esperada, e muitas empresas vinham se readaptando aos poucos ao novo modelo do e-commerce. A pandemia somente veio acelerar o processo e empresas mais “engessadas”, estruturalmente sofrem mais do que empresas que nasceram planejadas para este modelo. Este é um assunto que afeta a todos, menos aos Aposentados, tema da nossa capa deste mês. Será verdade isso? Confira nas opiniões dos nossos entrevistados. Boa Leitura.

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Publisher: Eraldo Manes Junior Editor-In-Chief: Maida Bellíssimo Manes e Fabio Lobo Art Director: Girleno Rocha Social Media: René Lobo International Correspondent: Edinelson Alves Contributing Writers: Peter Peng, Nereide S. Santa Rosa, Amaury Jr., Marcio Alves, Anna Alves-Lazaro e Jean Chamon Sales Department: Maida B. Manes: 407.353.2799 Sandro Coutinho: 407.219.6092 Paulo F. Martins (in memorian)

Awards Brazilian international Press Awards 2018 • Best Newspaper Editorial 2013 • Outstanding Work 2012 • Best Community Article 2011 • Women Community Leadership 2008 • Editor of the Year • Newspaper Layout 2007 • Golden Award (Over 10 Years of Service) 1997 • Hispanic Corporate Achievers • Hispanic 100 Media

circuLaÇÃO auditada Member:

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Periodical # 018-834 Jornal B&B is Published Monthly by Brasileiras & Brasileiros, Inc. 4847 Lake Milly Dr. Orlando, FL 32839 Postmaster: Send Address Changes To: Brasileiras & Brasileiros, Inc. 4847 Lake Milly Dr. - Orlando, FL 32839 Periodicals Postage Paid at Orlando, Fl 32839


Capa

A vida sob a ótica do aposentado

P

aula e Olivia, duas senhoras recentemente aposentadas, velhas amigas vizinhas do quinto andar do edifício Paraíso, em Jundiaí, SP, desdenham da coragem de Marcinha, uma viúva que morava no quarto andar, que após se aposentar foi morar nos Alpes, com um italiano que conheceu na Internet. Esta história poderia ser obra de ficção se estivesse me referindo a meados do século passado. Em 2020, isso é perfeitamente possível para quem acha que aposentadoria não é um fim; mas um recomeço. Aposentadoria é uma pauta tabu que o B&B já tratou diversas vezes durante os 26 anos de história. Desta vez, convidamos personalidades conhecidas da nossa comunidade brasileira imigrante para compartilhar suas experiências de vida como aposentados. Os convidados são brasileiros da primeira geração de imigrantes que deixaram o Brasil no início da década de 1990 para viver nos Estados Unidos. A maioria pôde contribuir de alguma forma com a Social Security, (equivalente ao INSS no Brasil), durante o período que trabalhou nos Estados Unidos. Agora, podem gozar dos benefícios previdenciarios americano. Desde outubro de 2018, -durante o Governo de Michel Temer-, existe um acordo assinado entre Brasil e Estados Unidos, que reconhece os benefícios de imigrantes que trabalham ou trabalharam nos dois países. De

acordo com o site oficial do INSS, esses acordos internacionais de Previdência permitem a contagem do tempo de contribuição dos trabalhadores aos sistemas de Previdência Social dos países para a obtenção de benefícios previdenciários como aposentadoria por idade, pensão por morte e aposentadoria por invalidez, além de evitar a bitributação em caso de deslocamento temporário. O Brasil já tem os seguintes acordos bilaterais em vigência: Alemanha, Bélgica, Cabo Verde, Canadá, Chile, Coreia do Sul, Espanha, França, Grécia, Itália, Japão, Luxemburgo, Portugal e Quebec. Já os multilaterais são estabelecidos com países do Mercosul (Argentina, Paraguai e Uruguai) e países da península ibero-americana (Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, El Salvador, Equador, Espanha, Paraguai, Peru, Portugal e Uruguai). Cada país tem sua lei de cotas, medida através de pontos acumulados pelo tempo de contribuição. Com este assunto gera uma série de dúvidas, inclusive após a Reforma Previdenciária que acabou de ocorrer no Brasil, em 2019, recomendamos àqueles que ainda não se aposentaram ou que estejam pestes a se aposentar, a consultar um advogado previdenciário, já que esta matéria não pretende entrar nos assuntos técnicos ligados à Previdência. Vamos focar na vida de quem já se aposentou nos EUA e saber como vivem com o novo

status. Geralmente são mulheres acima de 60 anos de idade e homens com mais de 62, que desfrutam apenas dos benéficos mensais. Aqueles que já atingiram os 65 anos de idade, têm direito também ao Medicare, um sistema que ajuda nas despesas médicas, hospitalares e medicamentos. A aposentadoria do imigrante é relativamente inferior a de um cidadão americano, que teve mais tempo para planejar seu futuro financeiro. É comum na idade adulta, geralmente ao final do high school, o trabalhador americano iniciar sua contribuição previdenciária, o que poderá lhe garantir um futuro estável. Para a maioria dos brasileiros aposentados, seus rendimentos não permitem uma vida confortável nos EUA. Muitos optam por regressar ao Brasil para viver melhor em reais através de sua pensão referente em dólares. Com o aumento da expectativa de vida, em vez de ficar em casa de “pijamas”, algumas pessoas preferem dar um novo sentido em suas vidas. Recomeçam uma vida amorosa, voltam a estudar, praticam um hobby, viajam, etc. Há também aqueles que preferem ficar próximo da família, dos filhos para curtir os netos e não se distanciar da zona de conforto. Quem não está com a saúde em dia planeja se cuidar mais. Inicia um programa de exercícios físicos, começa uma nova dieta alimentar, tenta parar de fumar,

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reduz a ingestão de álcool, ou seja, tenta pôr em prática todos os bons hábitos que sempre procrastinou durante sua vida profissional. Atualmente, o aposentado tem a seu favor um universo tecnológico. O isolamento de um indivíduo da terceira idade somente acontece se a saúde não o permitir ou por livre escolha. Inúmeros aplicativos de vídeo conferência nas redes sociais estão aí para promover infinitas oportunidades aos idosos de se entreterem. Se a aposentadoria começa em torno dos 60 anos de idade, e pode-se esperar viver até os 90, isso significa 1/3 da vida ainda para ser explorada da maneira mais feliz e saudável possível. Nunca é tarde para escrever um livro, aprender música, praticar um hobby, viajar e encontrar um novo amor. O Youtube -que está sendo considerado uma “universidade”promove, gratuitamente, aprendizados (teóricos e práticos) que podem despertar novos conhecimentos e talentos, independentemente da idade. Antes de encerrar e te convidar a ler os depoimentos dos entrevistados, vale a pena lembrar que não existe limite de idade para sonhar. Se ainda é possível você pular de pára-quedas, viver num barco, comprar um Motohome, andar de moto, ou, simplesmente, viajar, esta escolha depende só de você. Boa Leitura!

Marcinha, uma viúva que morava no quarto andar, que após se aposentar foi morar nos Alpes, com um italiano que conheceu na Internet.

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Silvana Mandeli

Experiência Própria

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omo tudo na vida, devemos nos preparar para a aposentadoria. O primeiro passo é não ter preconceito. Tive um grande exemplo em casa, e isto me ajudou a incorporar a idéia de que aposentadoria chegaria para mim e seria merecida pelo tempo de trabalho. Jamais entendi que a aposentadoria seria um fim, e sim um recomeço de uma nova etapa na vida para aproveitar com intensidade. Em vez de optar por uma aposentadoria compulsória (por tempo de serviço), escolhi me programar para ter estabilidade econômica. Sou privilegiada de ganhar dos meus pais uma previdência privada, que completa minha previdência nos Estados Unidos. A fórmula matemática estava programada para se cumprir aos 65 anos de idade; o que não aconteceu, causando-me o primeiro impacto. Após me dedicar por 18 anos, quando fui demitida da empresa que trabalhei, tendo feito parte até do comitê de sugestões, o fator idade foi preponderante na demissão. Não houve, por parte do empregador, qualquer sensibilidade em respeitar os anos de tanta dedicação. No último dia de trabalho saí como, de um momento para o outro, tivesse me tornado uma inimiga da empresa. Infelizmente, tenho vários exemplos de que isto não só que aconteceu comigo. Minha irmã foi afastada do colégio que trabalhava às vésperas da aposentadoria e meu pai ficou na “geladeira” até chegar a aposentadoria. Nesta fase da vida, jamais deveriamos ter sentimento de inutilidade. Parece que o mundo é planejado apenas para jovens produtivos, sem pensar que a vida é feita de ciclos e todos devem ser respeitados. O aposentado deveria lembrar o quanto colaborou para a socie-

dade, e agora chegou a hora de descansar, dedicando-se ao que gosta de fazer, no seu tempo, sem obrigações. É exatamente o que eu faço. Às vezes, a gente sente saudades da vida profissional. Ainda mais quando a minha era cheia de glamour, exercida com paixão, devido ao meu sobrenome ter sido uma referência na empresa. Mas, liberdade não tem preço. Atualemente, não tenho hora para dormir, bem como, não tenho hora para acordar. Preparação Demorei para aprender o sistema de aposentadoria nos EUA. O Medicare oferece 80% de cobertura, então, recomendo contratar uma empresa de seguro privadado para te ajudar nos outros 20%. Paz de espírito e não deixar ônus para os filhos é fundamental. Uma amiga teve um câncer e o tratamento ficou em torno de um milhão de dólares. Resolvi também deixar por escrito o que fazer com o meu corpo quando minha hora chegar. Não sou dramática, sou bastante pragmática. É a única verdade que temos. Não dá pra esconder, nem fazer de conta que nunca vai acontecer. Há uns 30 anos, aprendi este pragmatismo com minha mãe. No último dia do ano, minha mãe me telefonou e disse: “- Filha, tenho um presente pra ti. Comprei um terreno no cemitério”. Parece piada de mau gosto, mas não é. Se você pensar bem, planeja a compra de casa própria, mas fica empurrando pra comprar o único lugar que é certo que você irá ocupar. Preconceito Percebi não ter mais “poder”, principalmente falando na vida profissional, quando perdi os patrocínios. Aí me

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senti, claramente, colocada na prateleira da inutilidade. Claro que existem algumas exceções das sementes plantadas ao longo da vida, que obviamente permanecerão vivas em qualquer situação. Quando eu era apresentada a alguém, as pessoas até gaguejavam, por eu pertencer a uma companhia importante para a sociedade. Agora, aposentada parece que não sirvo para mais nada. Na minha opinião, isto tem a ver com a religião, onde você só ganha os céus se padecer no paraíso. Como exemplo, cito ler em contratos que a descrição do meu pai, após o seu nome, estado civil, consta a palavra “aposentado”. Porque se faz isto? Ele foi e sempre será, um engenheiro. O certo seria inscrever “engenheiro aposentado”, mas não somente “aposentado”. Deu pra entender? Hábitos É verdade dizer que temos mais tempo durante a aposentadoria. A minha grande distração é dar continuidade à pesquisa de genealogia da minha família que comecei timidamente há cinquenta anos. Consegui mais de 200.000 nomes e me divirto descobrindo novas histórias. Também criei um blog para compartilhar experiências com outras pessoas, que no momento está em stand by por conta do Coronavirus. O que me faz feliz é poder apoiar filhos e netos. Como foram os meus pais, sempre sonhei em ser uma avó presente. Esta troca é muito positiva para todos, quando exercida com amor e respeito às individualidades. Também gosto de viajar sem medo de ser feliz, uma das minhas grandes paixões. Reflexões Quando você tem saúde, sem dúvida é um presente

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curtir a terceira idade. SAÚDE é meu mantra. Valorizo e sou grata. É importante manter exames preventivos para ter paz de espírito. Não sou “fanática” por visitar o médico a todo momento. Não sofro de paranóias pela longevidade, como dietas mágicas a cirurgias plásticas. Minha filosofia é que a virtude está no meio e envelhecer é uma arte que possui sua beleza. Sobre relacionamentos, “aposentei-me” nesta área. Com dois casamentos desfeitos acho que o ditado de que “antes Só do que mal acompanhado” é verdadeiro. Neste assunto, me furtarei de desfiar o meu pragmatismo, que poderá soar cruel. Uma vez uma amiga disse que gostaria muito que eu fosse feliz, que tivesse alguém. - Quem disse que não sou feliz? Um dos maiores indicadores de felicidade é o autoconhecimento. O amor, tão necessário ao ser humano, não precisa, obrigatóriamente ser dedicado a um parceiro. Existem outras formas de amar que podem preencher a nossa vida: filhos, netos e amigos. Sinto que tenho muitas coisas ainda para aprender. É importante manter esta chama viva. Gosto de descobrir coisas novas e compartilhar conhecimento. Isto me faz muito feliz. Procuro atividades que enlevem meu espírito, seja música, arte, relacionamento com amigos, um pouco de religião, mas tudo de uma forma “light”. É cansativo ter aquele desespero de “ter” que ir à igreja, de “ter” que ser um ser evoluido e pra isto ler todos os livros de auto-ajuda que existem. Serenidade é a minha palavra da vez. Busque algo novo sem desespero. Não existe uma fórmula mágica. É muito importante dar significado à sua vida sempre, mormente, neste etapa.

SILVANA MANDELLI Brasileira de nascimento, americana de coração, dois filhos, dois netos, um genro e uma nora. Advogada por formação, marketeira de coração. No Brasil, trabalhei 20 anos nas empresas da família do pai dos meus filhos. Depois fundei minha própria agência de viagens. Nos Estados Unidos, trabalhei alguns meses em agência de viagem. Na TAM e, mais recentemente, LATAM foram 18 anos de atividade profissional. Tenho como hobbies a genealogia, viagens, fotografia e trabalhos manuais e adoro tecnologia e todos os gagets. Atualmente, moro em North Miami Beach na Flórida, mas mantenho laços com o Brasil.

“- Filha, tenho um presente pra ti. Comprei um terreno no cemitério”.


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Lineu Vitale

Lineu e Graciela Vitale aproveitam a aposentadoria para viagens de longa distância pelos Estados Unidos

A sorte por estar aposentado

É Lineu Vitale é publicitário. Atualmente dedica-se a produzir conteúdo didático para crianças brasileiras residentes no exterior para o site www.port4kids.com e para empresários para o site www.focoamerica.com. Mais detalhes sobre sua carreira, www.lineuvitale.com.

difícil atualmente definir a palavra “aposentado”. É aquele cara que ao invés de mentir sobre a idade, se vangloria dela? Antigamente era aquele indivíduo que parou de trabalhar por tempo de serviço. No Brasil, o termo foi usado pela primeira vez na Constituição de 1891 e aplicável aos funcionários públicos por invalidez. Aos olhos dos jovens, que surgiam em grande número para disputar o mercado de trabalho com os velhotes de 50, o aposentado era como um trator que se põe de lado porque saiu um modelo mais novo. Essa sensação de obsoletismo pode se tornar um momento dramático em nossas vidas. Nos Estados Unidos, a idade “oficial” de aposentadoria é 65, só que se esqueceram de me avisar e continuo a fazer as coisas que fazia aos 40, algumas melhores, mas agora doem um pouco. Aquela imagem do aposentado que finalmente pode fazer o que sempre sonhou, só aquilo que lhe dê prazer, como escrever um livro, cuidar do netinho, cruzeiros marítimos ou até mesmo viver recluso numa praia paradisíaca, sem a obrigatoriedade dos “deadlines” ou obrigações, é falsa. Há uma quantidade enorme de variáveis que define o bem-estar do aposentado: sua condição financeira, condição física ou

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mental e, principalmente, sorte. Sorte, força inexplicável da qual derivam os acontecimentos da vida. Não temos controle sobre o que virá e não podemos mudar o que passou. Só o que podemos fazer é nos adaptar à realidade. A triste realidade da realidade é que é o que é, não é o que gostaríamos que fosse. E envelhecer faz parte. Quanto à sorte, ou destino, fado, fortuna, ventura, acaso, graça divina, prêmio, e outros sinônimos, não há controle. Você não escolheu nascer no país em que nasceu, com seu sistema social e previdenciário. Você não escolhe nascer em uma família pobre, ou rica, ou branca, ou negra, homem ou mulher, e esses eventos influenciam a maneira como nos aposentamos. Você não escolheu ficar doente, incapacitado para o trabalho. Igualmente, não se escolhe perder tudo o que se conquistou na vida e ser forçado a voltar ao trabalho para sua subsistência. “Pobre homem, não teve sorte na vida!” Nos esquecemos que aposentadoria não é somente um planejamento financeiro. É um exercício emocional e social. Talvez meu perfil introspectivo torne essa transição um pouco mais fácil. O idoso é mais solitário. Sentir-se jovem, continuar estudando, aprender novas atividades, é fundamental para meu equilíbrio emocio-

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nal e satisfação pessoal. Aqueles que exercem trabalho intelectual dependem de sua sanidade mental, de terem a sorte de, com a idade, não contraírem Alzheimer ou Demência, que antigamente chamava-se senilidade. Com sorte, pode-se chegar à aposentadoria em boas condições físicas e mentais e pode-se curtir a vida de maneira saudável. Quando penso nisso, realizo como tenho a sorte de ter saúde perfeita, filhos bem-sucedidos e de boa índole. Momentos de alegria, de tristeza, de infância, de aventura, de renúncias, de arrependimento, vêm clara e constantemente em minha mente, em flashes de segundos, como os comerciais que dirigi como publicitário. Mas às vezes não me lembro onde parei o carro e o nome daquele artista que trabalhou naquele filme dirigido por aquele diretor famoso, gravado naquele país que não lembro o nome. Enquanto puder, não vou ficar sentado no banco da praça alimentando pombos. Enquanto puder, continuarei planejando coisas para o futuro, a viajar de moto, a criar projetos, a estudar, focado em deixar um legado para os jovens. E tenho tempo livre para fazer tudo isso porque estou, digamos, “aposentado”.


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Nilson Dizeu

APOSENTAR, UM DESEJO, UM SONHO!

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os primeiros meses de aposentado, voltei à antiga firma, onde trabalhei por décadas, para rever os amigos. Na entrada, encontro Anselmo, dou bom dia e pergunto como vão as coisas? Tudo indo, ficou pitando sua cigarrilha, e só. Entrei e todos estavam em suas mesas ocupados. Foi quando Telminha se aproximou e disse: “tá cheio de novidades, mas não dá pra conversar agora, quer um cafezinho? Entendi e saí sem esperar o café. E juro, nunca mais voltei. Comecei a me dar conta que eu já não chefiava mais nada ali, e será que tinha deixado amigos ou só colegas? Me senti um estranho no ninho e não me senti bem. De volta pra casa, passei no shopping e nada achei que me agradasse, comprei umas empanadas e volvi. Lar doce Lar! Não tinha ninguém a não ser a empregada... Dona Jô, cadê o povo dessa casa? “Saiu, doutor. O senhor vai almocar agora?” Não, vou esperar a turma voltar. Laconicamente ouvi: “eu acho que não vão voltar tao cedo”. Nada falei, fiquei a analisar. Claro, eu nunca almoçava em casa. Como gerente de uma empresa de vendas, não me deixava tempo nem nos finais de semana de curtir a garotada e vê-los crescer. Eram promoções e mais promoções. E, o herói aqui sentiu dúvida pela primeira vez. Será que eu tinha feito um bom negócio? Nunca tinha gozado umas férias...falta de tempo ou planejamento? Meu negócio era ganhar dinheiro. Economicamente tinha alguns

Nilson Dizeu com a esposa Daniela e o filho Gustavo

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imóveis: meu “pa” à beira mar, algumas lojas alugadas, uma casa modesta, mas confortável, na praia onde morava um tio de minha consorte; um cara legal, funcionário aposentado do estado, adepto da pesca e da caninha, que sabe como é, uma mão lava a outra, pois éramos sócios num barquinho de pesca e, eu nem sabia. Ele é que levava a vida de aposentado mesmo. Juro que pela primeira vez morri de inveja de alguém, pois morando e curtindo aquele paraíso era tudo de bom. Quando o pagamento da minha primeira parcela da aposentadoria foi depositada no banco, veio a dura realidade: como vou viver com isso? Voltei à juventude..., não remoçando, claro! Mas, comecei a procurar emprego novamente. Aí você já está em outra categoria. Ninguém que você comenta estar pensando em voltar ao dia a dia, acredita. Muda de assunto e te serve um cafezinho. Uma coisa eu garanto, que não era isto que pensava sobre aposentadoria. Te juro!


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Ronaldo Camargo

Uma longa viagem para desfrutar... em um ritmo diferente

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“Gostei da experiência, e espero que, quando chegar a minha hora, haja uma celebração pela influência positiva que eu possa ter tido sobre a vida de alguém e não uma lamentação pelo término da minha vida carnal”.

em, aqui estamos diante da pandemia e do isolamento provocado pelo vírus COVID-19, que teve início em Wuhan, China e, agora, somos convidados, pelo Jornal B&B, a escrever alguns pensamentos sobre como a aposentadoria tem reflexo em nossa vida como imigrante. Próximo do “fechar as cortinas de um espetáculo”, fazendo uma analogia da minha idade, aqui vão algumas mensagens -que podem ou não afetar a vida de Com o filho Paul e com a neta Clara Hart nossos familiares- que gostaria de compartilhar com você. Imagino que muitos de nós nunca pensaríamos no dia em que estaríamos comparando as fotos de nossa família exibidas em nossa casa. Encontraríamos lado a lado os nossos pais, avós, filhos e netos. Ou então, estaríamos mais preocupados com o que comemos (e como comemos), bebemos ou exercitamos para que possamos ser mais saudáveis ​​para desfrutar, pelo maior tempo possível, a presença de nossos filhos. Na minha opinião, já não nos tanto no Brasil como aqui. Isso preocupamos mais como tornar a nos faz pensar na própria morte e vida de nossos filhos melhor ou como precisamos lidar com ela. diferente da que tivemos quando Em relação a esse tópico, devo dicriança. Agora, verificamos nossa zer que aprendi uma grande lição conta bancária, revisamos os com minha esposa do Meio-Oeste investimentos e percebemos que americano, em Iowa. Esta cultura muito dinheiro gasto em ‘coisas’ me ensinou que a perda de um que pareciam importantes na ente querido deve ser celebrada época; agora, nos vemos fazendo por seus pais e familiares. Foi uma um ‘garagem sale’, doando às das maiores diferenças culturais instituições de caridade ou apenas que encontrei entre os EUA e o incentivando os filhos a manter Brasil. A morte de um membro da essas ‘coisas’ como lembranças. família -quando oportuna e espeFicamos propensos a alguma rada- é lembrada pelo lado positidoença e também, eventualmente, vo da vida de alguém que partiu: temos que lidar com a perda de suas ações, comportamentos, um ente querido da nossa família,

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atitudes, o envolvimento com a comunidade e as influências que legou a seus familiares. Gostei da experiência, e espero que, quando chegar a minha hora, haja uma celebração pela influência positiva que eu possa ter tido sobre a vida de alguém e não uma lamentação pelo término da minha vida carnal. Quero que meu espírito e atitude continuem positivamente presentes na memória dos meus antecedentes. É ótimo chegar na idade madura e entender que a amizade, companheirismo, parceria com o cônjuge são mais importantes do que o desejo sexual e a libido do passado. Compartilhar e planejar juntos atividades para o dia, semanas ou meses, de algo que seja prazeroso de se fazer sozinho, com o parceiro ou com a presença da família. É aproveitar o que realmente importa para a felicidade, alegria e confraternização de todos. A partir de agora, o importante é olhar ao redor e observar a energia dos jovens que chegam e nos fazem recordar da nossa infância. É perceber que fizemos a diferença, de algum modo, na vida de alguém. Os amigos que estão próximos são realmente os verdadeiros. Tornei-me ainda mais próximo de Deus e de sua fé. Compreendi que os ensinamentos de meus pais me tornaram no homem que hoje sou. Esta é a oportunidade de me ajoelhar e agradecer pela família e amigos que eu construí. A vida tem sido ótima...e espero ainda ter uma longa viagem para desfrutar...em um ritmo diferente.


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Rita Fernandes

Aposentadoria e seus aspectos Desfrutando dos benefícios da aposentadoria

Q Rita L. Fernandes nasceu numa pequena cidade do interior do estado de Goiás, a segunda de uma família de 7 filhos. No Brasil, cursou Lêtras Vernáculas, pela Universidade Federal de Goiás-Goiânia; pós graduou-se em Planejamento Eduacional e exerceu sua profissão como educadora, diretora, coordenadora e professora em Línguas e Literaturas no ensino médio. Teve uma experiência marcante com Jesus, que se tornou Seu Salvador pessoal e sua vida foi mudada. Então, a partir desse fato, começou uma caminhada no serviço ao Reino de Deus. Trabalhou como voluntária de sua igreja na liderança de diversos setores, tais como: adolescentes, jovens, mulheres e atuou também como professora bíblica. Ainda no Brasil, cooperou, por 12 anos, com uma casa de recuperação (MJL), para pessoas presas a todo tipo de vícios. Em 1992, sentiu uma chamada de Deus para continuar seu trabalho ministérial, em Orlando-USA. Desde então vem ajudando vidas, principalmente o seu povo brasileiro, na recuperação de casamentos, libertação de vícios em geral, aconselhamento pessoal e ajuda de toda natureza como pastora e presidente da igreja Bom Pastor de Orlando. Por mais de 13 anos consecutivos, segundo a graça de Deus, tem sido presidente da Aliança de Ministros Evangélicos da cidade de Orlando e arredores. Rita L. Fernandes dedica seus dias no apoio ao ser humano na tentativa de levá-lo a encontrar seu propósito em Deus, aqui e em vários lugares. Além de disso, vem desempenhando a função de conferencista internacional, pregando nos EUA e em algums países da Europa, África e Brasil. No presente momento, Rita L. Fernandes é presidente-fundadora da Igreja Bom Pastor de Orlando, presidente da Aliança de Ministros Evangélicos e conferencista internacional. E-mail: praritafernandes@hotmail.com

uando pensamos em aposentadoria, logo vem à nossa mente dois aspectos, ou dois lados: o primeiro, é o lado ruim. A sensação pesada de que a vida passou, o corpo envelheceu, as pessoas ao nosso redor também começam a envelhecer e alguns até vão embora, deixando-nos apenas a saudade, o vazio e o exemplo: como nossos preciosos pais e avós. E agora? É a interrogação de muitos. E, infelizmente, temos vários que param aí e passam a viver o resto dos seus dias apenas como contempladores do que eram e, ou, poderiam ter sido. São pessoas que ainda têm muito para contribuir, mas decidem parar, às vezes até de viver. O segundo aspecto, e, é nesse que quero me ater, é aquele que apesar de passar pelos fatos acima mencionados, são pessoas que decidem mesmo tendo tempo suficiente para se aposentar ou até já o fizeram, resolvem continuar se doando, realizando, contribuindo, acrescentando, investindo nos seus talentos e tempo a bem da sociedade e do ser humano. E como contribuem! Eu, particularmente, creio que a conexão da velha geração com a nova geração é que trará valores e equilíbrio para o nosso mundo de agora,

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para a humanidade e para nós. Alguns anos atrás, ouvi uma frase: “Nós nunca aposentamos.” Que frase forte! Mudou a minha perspectiva de vida. Para isso eram necessárias algumas mudanças no meu estilo de vida, tais como: uma alimentação saudável e natural, relacionar de forma mais presente com a minha família, me doando mais a eles, cuidar do meu físico incluindo exercícios e lazares e acima de tudo um relacionamento diário com Deus e a Sua palavra. A palavra de Deus é como um imenso espelho de aumento. Quando a lemos todos os dias, vemos não apenas quem Deus é, quem Jesus é e quem o Espírito Santo é, mas vemos também a verdade sobre quem somos. Estas coisas, principalmente a última trariam e trouxeram-me um viver com mais equilíbro, incluindo o emocional. Na bíblia, no livro de Salmos 92:14, “Na velhice darão frutos, serão cheios de seiva e de verdor.” No meu parecer essa é uma grande verdade e nós independente da idade, temos muito o que contribuir. O mundo passa por momentos difíceis, então, nossa experiência de vida, nossa ajuda, nossa presença, nossa alegria, dores, sofrimentos passados, vitórias, sucessos e fracassos falaram muito no agora.

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Aposentados, ou os que estão caminhando para isso, os que são, mas decidiram não ser, Deus conta conosco e nossa jornada ainda não está completa. Mantenhamos nossos olhos firmes n´Ele e em seus propósitos para esta hora, em nós e através de nós. É, necessário ficarmos atentos quanto aos clamores ao nosso redor e também aos cuidados, como já foram mencionados, para estarmos prontos aos gritos de socorro. Podemos muito e temos muito ainda. Há um versículo escrito pelo apóstolo Paulo na sua carta aos Filipenses capítulo primeiro verso 21: “Porquanto, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro.” Antes de conhecer as verdades da palavra de Deus, eu era uma pessoa amedrontada em relação à morte. Porém, entendi como diz a bíblia que Jesus é o meu viver, ou seja, se eu O tenho como meu Senhor e Salvador pessoal, morrer é estar com Ele por toda a eternidade. Contudo, este assunto ainda é difícil para aqueles que vão envelhecendo. Queridos companheiros, apesar dos muitos desafios que temos à nossa frente prossigamos, os melhores anos da nossa vida ainda estão por vir.


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Alessandra B. Manes, Esq.

618 East South Street - Suite 110 - Orlando, Fl 32801 Alessandra Manes é graduada pela University of Central Florida, com Bachalerado em Arts in Psychology. Posteriormente, recebeu o grau de Juris Doctorate pela Barry University School of Law. Durante a escola de Direito, Alessandra foi Juíza dos programas Law Fraternity, Phi Alpha Delta, Governadora da Divisão do Young Lawyers, Law Student Division, Presidente do Intramural Sports Club e membro do Women Lawyers Association.

Alessandra é membro do Florida Bar, Young Lawyers Division e do American Bar Association. Nasceu em São Paulo, Brasil.

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Carlos Batalha

Carlos Batalha ao lado da esposa Raquel

TEMPO DE APOSENTADORIA: “AS DORES E AS DELÍCIAS DE ENVELHECER”

A

ssim, o filósofo Sêneca nos instrui em como podemos, e devemos, fazer da inevitável e arrebatadora terceira idade, um tempo em que se possa, sim, sonhar, desejar e conquistar.

“Quando a velhice chegar, aceita-a, ama-a. Ela é abundante em prazeres se souberes amá-la.”

Carlos Batalha, casado com Raquel Batalha, pai de Fabiano, Lui, Vicky e Davi, nascido em Santos (8ª Maravilha do mundo) no ano de 1950, formado em zootecnia, administração de empresa e teologia. Ingressou no turismo aos 17 anos, conquistando vários premios como precursor, desbravador e pioneiro em vários roteiros. Em 1981, recebeu a cidadania da Flórida das mãos do prefeito de Miami. Esteve presente também na inauguração da Disney World, em 1971. Desde então, começou a empreender e investir no mercado americano ao trazer o guaraná e a cerveja Antártica, em 1991. Em 1996, abriu uma empresa de transporte, CAB Tour. Nos últimos anos, além de manter a empresa de turismo Mais Brasil Tour juntamente com a Locadora de carros, Carlos Batalha atua diretamente como sócio da Skyland Management USA.

Esqueça aquela imagem de avós e avôs sentados na cadeira de balanço esperando apenas a vida passar. Porque o balanço que a gente quer agora, é o das emoções, das gargalhadas, das montanhas russas e dos batimentos acelerados. Do alto dos meus 70 anos, vividos e sobrevividos sempre com aqueles que amo, posso ser categórico: envelhecer nada mais é do que um verbo que eu conjugo como quiser. Minha rotina, que em nada é monótona ou cinza, me perdoem os mais céticos; é a de um bonitão de 35 anos! Entre ir ao meu escritório, religiosamente e pontualmente todos os dias, atender meus clientes, ser pai de 4 filhos maravilhosos, netas encantadoras e marido de uma linda mulher 25 anos mais nova, me faltam horas no dia para contabilizar. Me aposentei já há alguns anos. Pelo menos no papel. O salário, $318,00, pouco para um padrão de vida pré-estabelecido, me chocou no início. Meu processo de transição

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teve início assim que comecei a tomar consciência de sua aproximação. Constituí meu plano de aposentadoria em: reorganização do tempo para abarcar novas experiências na vida familiar, no lazer, na vida sócio-comunitária e manter minha agência de turismo que já existe há 29 anos, além do Property Management; e evitei assim um enfrentamento mais objetivo das condições frustrantes às quais muitos idosos ficam expostos. Tanto aqui nos Estados Unidos quanto no Brasil, ser velho, e isso graças à interatividade e novas possibilidades que nos foram apresentadas, ganhou um novo contorno. Aposentar-se em 2020 significa cultivar grandes aspirações e novos projetos. Estar conectado, informado e sentir-se incluído e necessário. É olhar pra trás, e analisar o quanto se errou, aprendeu, caiu e levantou. E, principalmente, o quanto se viveu. Muitas são as formas em que o idoso pode se manter ativo após a aposentadoria, considerando que, atualmente, há grande preocupação em formular políticas públicas e sociais que promovam o envelhecimento saudável da população. Aqui nos Estados Unidos vejo essa preocupação ainda maior e com 16

resultados visíveis. Uma ida a qualquer parque do complexo Disney ou Universal ou em um cruzeiro marítimo, e será visível a inclusão do idoso nesse cenário de trabalho. Grande parte do quadro de funcionários passa facilmente dos 60 anos. Eles estão lá, sorrindo, fazendo novas amizades e mostrando sua capacidade e importância. Cheguei nesse país em 1981, e desde então a minha luta, assim como a de tantos imigrantes, foi árdua. Nós, brasileiros, temos no nosso DNA a garra, a resiliência, o “não se abalar”, não desistir e acreditar, apesar das adversidades. Carrego Batalha no sobrenome e o que de mais valioso espero deixar de legado aos meus 4 filhos é exatamente isso: Batalhar sempre sabendo que a vitória vem de Deus. Ninguém pode te tirar isso. Não é um número, que pode estar na casa dos 50, 60, 70 ou 80, que pode nos parar. A mim, pelo menos, não vai! Meu pai completa esse ano 96 anos com muita lucidez e força. E eu estou nessa rota também! Então vamos que vamos: viver e vencer. E tudo isso só foi possivel com a ajuda de DEUS em minha vida.


Amaury Jr.

Paris Hilton se encanta por obra de artista brasileira

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Ostentação nunca esteve tão fora de moda...

Anna Wintour

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Donatella Versace

decreto é dos principais colunistas de moda do mundo, com endosso de gente que conta, como Anna Wintour e Donatella Versace. A vida é uma festa onde se entra sem ser convidado e se sai antes de terminar. Isto posto, a sugestão é adestrar a consciência e tentar ser lembrado por coisas úteis e o que envolve a consciência do coletivo. É muita gente pobre, é muita criança morrendo, são outras pandemias que o COVID desabrochou para a nova reflexão... Todo mundo adora gente rica, rica de afeto, rica de educação, de gentileza. Gente rica de assunto, que não deixa a peteca cair. Gente que sacode a gente, puxa a corda, inventa o tempo e nos pōe para cima. Essa gente é que enriquece a gente. O que eles estão pedindo é um cessar-fogo nessa exposição incontrolável das pessoas. Hoje, no entanto, toda lógica passa pelo “ estou aqui, prestem atenção em mim, não me esqueçam”. Guimarães Rosa chamou isso de viver em voz alta. É hora de trocar a comunicacao do “cá estou”, “fale comigo” seja como e onde for. “Se não retornarem eu entro em depressão”, é o grito dos desesperados. Estão permanentemente conectados com os outros a ponto de perder a conexão consigo próprios, algo compulsivo e insano. As pessoas se sentem agoniadas quando ficam fora de alcance. É como se o isolamento, o silêncio e a privacidade, expatriassem a criatura. É uma inversão total de percepção. Só nos sentimos vivos quando associados pelos que estão de fora. Para sustentar este estado de coisas vem a ostentação, a era do egocentrismo e agora com a pandemia as pessoas acordam asfixiadas, enjoadas, sem ânimo e sem paciência para continuar sustentando a pose, correspondendo as expectativas, buscando metas irreais, vivendo de frente para o espelho e de costas para o mundo. A ordem é simplicidade, conforto, exibir luxo, riqueza ou sofisticação tornaram-se agressivos e de mau gosto.

Paris Hilton

Taly Cohen e sua obra

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aris Hilton, uma das mais icônicas empresárias de sua geração, está focando no mercado de arte. Sua mais nova aquisição foi um painel da artista brasileira Taly Cohen, para compor o acervo de sua mansão em Beverly Hills. O painel True Colors, que mede 120cm por 90cm, traz os traços característicos de Taly, que é vista frequentemente em Miami expondo na Art Basel. "Esta obra tem a leveza, energia e alegria que eu tanto prezo na minha arte. Além de cativante, pelas cores e linhas, traz o observador para um mundo desconhecido e ao mesmo tempo, aconchegante e envolvente", conta a artista. Taly, que estava com a obra no acervo de sua marchand em Miami, ficou entusiasmada. “Só acreditei quando entrei no meu instagram e vi que Paris tinha curtido várias fotos do meu trabalho”, explica a artista que tem uma cartela de celebridades em seu portfólio como Caio Castro e Thaila Ayala. A herdeira da rede de hotéis Hilton foi só elogios à artista em suas redes sociais. “Adoro a arte da Taly, ela é muito criativa e talentosa” postou Paris.

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Marcio da Cruz Alves

RIR COMO QUALQUER CRIANÇA

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m momento de alegria por si só pode não levar a uma felicidade duradoura, mas pode ajudar. Emoções positivas tendem a nos tornar mais abertos, o que nos ajuda a pensar de forma mais criativa e produtiva.

Marcio da Cruz Alves é Psicólogo (UFRJ) com mais de 35 anos de trabalho clínico no Brasil e nos Estados Unidos; Mestre e Doutorando em Clinical Christian Counselling (FCU-USA). Autor, professor, conferencista internacional, executivo do Banco do Brasil por 25 anos na área de recursos humanos e especialista em Aging Coaching Rejuvenescimento e Terceira Idade.” mcruzalves@gmail.com

Quando eu começo um trabalho de bom humor, trabalho mais e tenho mais tempo para passar com as pessoas que amo e mais resiliência para lidar com os choques da vida. Quando as pessoas riem de barulhos de suspeitos, isto pode não contribuir na sua vida de maneira significativa mas, uma trégua de riso e bobagem pode nos fazer muito bem. Há evidências de que o humor também ajuda fisicamente o corpo a lidar com tempos difíceis. O estresse é uma

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reação de curto prazo que nos dá uma explosão de adrenalina e pressão alta para atravessar um breve cenário - não é para durar meses a fio. Momentos de riso e alegria liberam uma centelha de dopamina em todo o corpo, que age para restaurar o sistema cardiovascular após o estresse prolongado que podemos sentir durante uma pandemia global. Alguns estudos até descobriram que as pessoas que riem todos os dias são menos propensas a sofrer um derrame do que aquelas que riem pouco. Embora a alegria não seja um substituto para lidar com traumas, rir de vez em quando não faz mal nenhum. Em vez disto… ♣ O riso aumenta a freqüência cardio-respiratória e o consumo de oxigênio.

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♣ Reduz a inflamação das artérias e aumenta a produção de HDL, ou colesterol "bom". ♣ Um estudo na Noruega descobriu que pessoas com um forte senso de humor sobreviveram àquelas que não riem tanto. ♣ Fortalece a resiliência. ♣ Ajuda a esquecer ressentimentos, julgamentos, críticas e dúvidas. ♣ Se você não cresceu em uma casa onde o riso era um som comum, você pode aprender a rir em qualquer estágio da vida. ♣ Reduz o estresse, fortalece as conexões sociais e a liberação de endorfinas químicas que trazem bem-estar.


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Rafael Vergne Viana

A Arca de Noé das bactérias A tecnologia servindo cada vez mais fundo em nossas vidas

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emelhante ao Norueguês: Depósito Global de Sementes de Svalbard, que virou notícia em 2008, cientistas portugueses estão se mobilizando para criar desta vez um banco de amostras humanas.

Rafael é Cristão, Esposo, Pai, Fotógrafo, Tecnólogo e Livestreamer, necessariamente nesta ordem, com atuação empresarial na área de tecnologia em suas empresas no Brasil e Estados Unidos. Atua com muito prazer no uso da captura de imagens e transmissão pela internet, sempre conectando pessoas e propósitos, anda de moto e toca baixo por paixão! http://www.bit.ly/rvergne

Eu venho acompanhando as atividades relacionadas a criogenia há mais de uma década, e existem algumas dúvidas e avanços a serem vencidos, porém, já se sabe que há mais de 300 pessoas usufruindo do serviço, estão congeladas à espera de tempos melhores. Sinistro não? Enfim. Com sementes e microbioticos a coisa fica mais fácil e menos assustadora. Assim devem pensar os fãs de Michael Jackson que constantemente é citado numa teoria de que o Astro está congelado, e não em outro plano. Em nossa prosa de hoje, tento trazer boas notícias diante destes acontecimentos, e a nossa evidente falta de controle biológico no planeta. Venho aqui dizer que nem tudo está tão

péssimo quanto parece.

a saúde das gerações futuras.

A professora Maria Glória Bello, do Instituto Gulbenkian de Ciência está reunindo colegas de diversos países para executar este projeto na Suíça ou Noruega, onde o Microbioma Humano será armazenado em baixa temperatura para proteger estas informações sobre estes organismos e poder servir de base para cura de doenças e vacinas no futuro.

Para mim, a importância deste movimento se perceberia, em momentos como este, onde teríamos um banco de amostra, capaz de conter informações como os avanços na luta contra pandemias, avanços que nossos compatriotas brasileiros estão tendo em Sao Paulo, no combate ao HIV, doenças que fomos acometidos no passado, e doenças que poderíamos ter, pela extinção de certos organismos defensores.

O Microbioma são trilhões de organismos microscópicos, que vivem em nosso corpo e contribuem para a saúde em várias formas. E nossos queridinhos trilhões de bactérias estão sendo constantemente ameaçadas, numa perda massiva, -nas palavras da Professora-, por impactos ambientais, alimentação e uso de antibióticos. A ideia do recém-lançado projeto, chamado Microbiota Vault, é a de preservar esses microorganismos benéficos, para que possam ser cuidados, produzidos e, em casos oportunos, inseridos no corpo humano para proteger

Algumas questões políticas, pra variar, estão criando dúvidas sobre estas atividades, como a utilização adequada das amostras e a decisão do momento certo a serem utilizadas ou desenvolvidas. Outro questionamento herdado de 2008 com as sementes, seria sobre a disponibilidade de avanço tecnológico necessário para viabilizar as manobras no futuro. O que você acha disso tudo? Entre em nosso site, e comente!

Este texto contém citações de: SiTE iNOvAÇÃO TECNOlÓGiCA. Cientistas querem construir Arca de Noé de bactérias benéficas. (19/06/2020). Online. Disponível em www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=arca-noe-bacterias-beneficas. Capturado em 07/09/2020.

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Lucia De Cicco

Crianças e animais Crianças: Fernando, Rafael, Gabriella e Alexandre. Cães: Buddy, Lexie, Belle, Bella e o Charlie. Gato: Whisky

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lucia H Salvetti De Cicco Jornalista, idealizadora, Diretora de Conteúdo e Editora-Chefe do Portal Saúde Animal. Auxiliar Prático de veterinária. visite www.saudevidaonline.com.br

este artigo, vamos falar um pouco da relação da criança com os animais e como eles podem ajudar no desenvolvimento emocional de nossos filhos. Além do afeto, os animais também podem produzir outros benefícios para a saúde. É nisso que se baseia a “Terapia Assistida por Animais”. Segundo a Delta Society (http://www.deltasociety.org), organização internacional com sede nos Estados Unidos que se dedica a reunir pacientes a animais treinados. As terapias assistidas por animais são capazes de promover melhoras físicas, sociais, emocionais e cognitivas humanas. Quando a criança começa a crescer e sensibilizar suas relações de afeto, os objetos passam a ser substituídos por seres vivos. De todos os animaizinhos de estimação, o mais comum e o que mais interage com o ser humano é o cão. Com ele, a criança pode brincar, correr, explorar o ambiente e vivenciar novas experiências. Há um ganho significativo aqui: a criança não mais interage com total poder sobre o objeto de afeição e suas ações provocam reações. O cachorrinho pode correr para apanhar o objeto lançado, pode rosnar e até morder. Ele reage ao carinho, abana o rabo, pula…e agride, se maltratado. E não é só o cão que interage com a criança, apesar de ser o mais comum, outros animais também fazem papel importante. O gato se encosta e se permite ser tocado. Os peixinhos se alvoroçam no aquário quando a criança lhes joga o alimento. O passarinho pega o alpiste na mão da criança. Além da relação de afeto que se desenvolve, do estímulo ao período sensório – motor, do tocar, do sentir, do explorar o corpo do animal e observar suas reações, muitos conhecimentos são adquiridos, do campo psicológico ao campo científico. Ter um animal também requer cuidados e estes cuidados, orientados pelo adulto,

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estimulam a autonomia e a responsabilidade. Cuidar da limpeza do bichinho e do seu habitat, cuidar da sua alimentação, dividir o seu pão e lhe oferecer um pedaço do seu biscoito, medicá-lo quando necessário, também favorece o desenvolvimento do vínculo afetivo e a lidar com os mais diversos sentimentos, da frustração à alegria e até à morte. E nesta relação entre a vida e a morte que o animal de estimação tem um papel muito importante, a criança aprende lidar com a perda, com a dor. Um risco que todos correm e queremos evitar e poupar, mas o ciclo da vida está aí, mostrando a ordem natural das coisas. Nesta convivência tão saudável e necessária, a criança está aprendendo e desenvolvendo suas relações afetivas para o futuro, influenciando na sua forma de se relacionar com as outras pessoas e respectivos parceiros, com segurança, compreensão, aceitação e respeito. Alguns fatos que devem ser considerados importantes: - A criança que convive com animais é mais afetiva, reparte suas coisas, é generosa e solidária, demonstra maior compreensão dos fatos, é crítica e observadora, se sensibiliza mais com as pessoas e as situações. - Apresenta autonomia, responsabilidade, preocupação com a natureza, com os problemas sociais e desenvolve boa autoestima. - Relaciona-se com desembaraço com os amigos, torna-se mais sociável, cordial e justa. Sabe respeitá-los. - Desenvolve sua personalidade de maneira equilibrada e saudável. Tem mais facilidade para lidar com a frustração, liberta-se do egocentrismo. 22

- Desde os cuidados com aquela planta do vaso da sala aos cuidados com o bichinho que escolheu para ser seu. A criança desenvolve uma nova consciência, onde o meio-ambiente, as questões ecológicas do momento e as questões sociais, políticas e econômicas do mundo, sob uma outra ótica, contará com a colaboração de verdadeiros cidadãos. CURIOSIDADES: - Pacientes autistas foram “despertados” de seu estado constante de recolhimento na presença e no convívio com animais. - Nos lares de pessoas idosas, a presença de um animal aumenta as expectativas de vida. - A equoterapia (terapia complementar com auxílio de cavalos) é utilizada no desenvolvimento psicomotor de portadores da síndrome de Down e outras deficiências neuropsicomotoras congênitas ou adquiridas. - Os animais são indicados para pessoas com deficiências sensoriais (cegos e surdos), dificuldades de coordenação motora (ataxia), atrofias musculares, paralisia cerebral, distúrbios comportamentais e outras afecções. - O cachorro é capaz de pressentir antecipadamente as “convulsões” características da epilepsia quer seja do ser humano ou de outro animal. - Todos os procedimentos científicos e técnicos vêm confirmar a relação afetiva que os animais são capazes de estabelecer com as pessoas. Além disso, é muito importante lembrar que todos nós interagimos no mesmo ecossistema.


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Solidariedade em tempos difíceis

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JEAN MARCEL CHAMON • MBA e especialista em Gestão Universitária com 19 anos de experiência na área da educação. • Sócio fundador da UNIFLUENT. • Diretor da Central Florida Brazilian American Chamber of Commerce - CFBACC • Conselheiro, Ex-presidente do Conselho e Ex-diretor executivo da Associação Nacional dos Centros Universitários ANACEU. • Ex-Diretor de Relações institucionais e Conselheiro do Conselho Regional de Administração do DF – CRA/DF • Autor e editor de publicações na área de gestão e políticas públicas da educação. Jeanchamon@gmail.com

ano de 2020 apresenta-se como uma jornada interminável com seus desafios, dificuldades e barreiras. Em tempos como esse, às vezes nos sentimos desanimados e pensamos que somente ocorrem coisas ruins como doenças, catástrofes e que estamos atravessando uma situação quase apocalíptica. Todos nós temos pensado e refletido em como seguir adiante em meio a tantas dificuldades, desemprego e incertezas que o ano de 2020 tem nos apresentando. Eu me insiro na lista dos que também tem sofrido seus altos e baixos nesse período em que planejar e visualizar cenários tem requerido ajustes diários. Entretanto, nos melhores dias, consigo enxergar que apesar de estarmos vivenciando um momento diferenciado ainda existem muitas coisas boas que podemos experimentar e agradecer a cada amanhecer. Empresas tem doado milhões, pessoas comuns têm ajudado ao próximo quer seja distribuindo máscaras, cuidando de idosos ou contribuindo financeiramente. A solidariedade tem sido observada em diversas esferas e camadas da sociedade independente de raça, etnia ou perfil socioeconômico. Creio que uma forma de ajudar é espalhar o bem e essa é a nossa proposta para o mês. Talvez você possa se perguntar, como podemos ser solidários em um momento como esse em que muitos de nós estamos necessitando de algum tipo de apoio financeiro, psicológico e moral. Algo que posso afirmar é que todos nós podemos ajudar de alguma maneira. Quando contribuímos com o próximo estamos ajudando a nós mesmos. Creio que a corrente do bem, sempre vai atrair mais e mais coisas boas que as vezes são imperceptíveis. Nesse mês, pude vivenciar essa sensação e posso afirmar que me sinto muito mais otimista do que quando estava somente preocupado em seguir adiante com meus negócios e proteger minha família nessa pandemia. Não vou focar na linha religiosa pois isso cabe aos teólogos e clérigos que também estão fazendo a sua parte para

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construir um mundo melhor. Sugiro a autorreflexão de três questionamentos. Se as respostas forem no sentido de não prejudicar, siga adiante. Fazer o bem ao próximo é muito bom!

• Faça contato frequente com seus familiares, principalmente os mais idosos. Nessa pandemia temos o problema do vírus, mas outra grande pandemia é a solidão.

Questionamento 1: Estarei me prejudicando com essa ação.

• Adote um pet abandonado. Eles precisam de amor e carinho tanto quanto você. Na verdade, o ajudado será você, estimulando a produção dos chamados hormônios do bem-estar.

Questionamento 2: Meu auxílio será de alguma forma prejudicial para a pessoa ajudada. Questionamento 3: Trarei prejuízo para alguém com minha atitude.

Continuando, de forma simples sugiro algumas ações que todos nós podemos de alguma forma realizar e que nesse momento contam ainda mais. • Seja agradável com seus vizinhos. Não sabemos o que eles podem estar passando, mas um sorriso pode fazer o dia de alguém muito melhor.

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• Doe o que você não precisa ou não usa mais. Sua casa ficará mais leve e você também. • Seja gentil em qualquer situação. Atirar pedras é fácil, mas responder um ato rude com um gesto amistoso derruba qualquer barreira. Nada disso vai resolver os problemas do mundo, mas certamente, estaremos mais fortalecidos e blindados. Em tempos difíceis temos que fortalecer ações positivas para combater a enxurrada de notícias ruins. Não precisamos de mais Fake News e sim de Good News. Fiquem em paz e um Forte abraço!


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Nereide Santa Rosa

Arte e literatura Dois artistas, dois escritores.

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“Sou muito fã do Romero Brito”, vibra Lucas, que realizou o sonho de conhecer o ídolo. “Presenteei o Romero com um quadro em uma releitura com meu traço. Foi demais”.

ARTE & VOCÊ Nereide Santa Rosa Arte-educadora e escritora especializada em Arte, História e Cultura. Escreve sobre arteeducação, biografias de artistas e exposições de artes. Atua como palestrante nos Estados Unidos e Brasil. Publicou cerca de oitenta livros, vencedora do Prêmio Jabuti. Publisher Manager da Underline Publishing LLC e coordenadora do Focus Brasil Ny. nereideschilarosanta@gmail.com

iteratura é Arte? Antes de respondermos, cabe discutir o que é Arte e suas múltiplas linguagens. A Arte é a representação de nossos significados, de nossos valores e de nossa cultura. Cada civilização produz, ou produziu ao longo do tempo, suas formas de representação que constituem sua Arte. As múltiplas mídias auxiliam o artista a construir sua Arte, seja com imagens, com formas tridimensionais, digitais, verbais, gestuais ou textuais. Nesse contexto, a literatura é a Arte de escrever, construir textos onde as palavras e as frases são os instrumentos de criação e o pensamento é representado pela mensagem escrita. Cabe ao leitor apreciar ou não o texto, tal como uma pintura, uma escultura, um filme ou uma peça de teatro. Outra relação fundamental entre Arte e Literatura acontece no teatro e no cinema, nos dramas e nas comédias, cujos roteiros são criados e construídos a partir de obras literárias. Arte e literatura caminham juntas e se integram em seus significados. No Encontro Mundial de Literatura Brasileira do Focus Brasil NY, em 2020, será marcante essa relação com a presença de dois escritores e artistas visuais brasileiros que já se destacaram para a comunidade brasileira nos Estados Unidos. Lucas Ksenhuk acaba de publicar seu livro “Uma história Real em traços Coloridos” onde conta sua trajetória pessoal e sendo autista, como a Arte foi seu caminho para encontrar reconhecimento e expressar visualmente seus sentimentos mais profundos. Lucas já realizou inúmeras exposições e participou das Parades, que são exposições de rua como a Egg Parade, Cow Parade, Elephant Parade, Football Parade e Vitruvian Parade. Sua obra encanta pelo uso da cor e dos traços em múltiplas formas. Ele explica: “Nas telas reconheci no meu trabalho uma chance de ir mais longe e, logo, fiz minha primeira exposição com 30 quadros, todos vendidos em poucas horas”.

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Sonho Sonhado poema de Ton Costa

Lucas Ksenhuk e Romero Britto

Ton Costa

Ton Costa é um artista nato com longa carreira profissional. Suas obras fazem parte de acervos nacionais, estendendo-se ao exterior; Europa, EUA e América do Sul. Participou de aproximadamente 200 exposições, entre coletivas e individuais, com premiações em mais de 110 delas. Recentemente publicou o livro “Visita Intimista à alma do artista”, cujo texto comenta, com sensibilidade, sua biografia desde os primeiros desenhos na infância até a conquista do público em Miami. Ton participou da Art Brazil nos anos de 2015 e 2016 e com destaque, aconteceu seu vernissage em 2017. Um artista brasileiro reconhecido pela sua Arte que encanta pela abstração de sentimentos e emoções em suas cores.

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Sonho para quem quer sonhar Sonho sonhado Sonho de criança que sonha com a alegria Com o amor do sonho sonhado Sonho da noite, sonho do dia, sonho da vida À noite, o dia, passou e o sonho despertou para ser construído e realizado, pois foi sonhado. De onde eles veem, do coração, da mente, da alma ou da cumplicidade deles O aconchego, a aquietação é que eles veem Coloridos como a infinidade de tons Ou não, mas com o brilho das estrelas Estão presentes para iluminar os caminhos a percorrer e a vencer Sonhos para serem conquistados Sonhos não para ficarem esquecidos pelo coração, mente e alma Sonhos sonhados Sonhos imaginados Sonhos vividos Sou o sonho do meu sonho Sonho sonhado e realizado Desejo de concretizar, dar vida a ele Aquele sonho sonhado. Poema retirado do livro “Visita intimista à alma do artista”


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Anna Alves-Lazaro

Tráfico de crianças e Tráfico de adrenocrome

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TRÁFICO HUMANO Anna Alves-Lazaro Advogada brasileira, naturalizada americana, Comunicadora Social, Relações Públicas, Presidente e Fundadora da Hope & Justice Foundation, Palestrante, Escritora, e Ativista no Combate ao Tráfico Humano e ao Abuso e Exploração Sexual Infantil. anna.alveslazaro@gmail.com

á algum tempo, todos tiveram a oportunidade de ver matérias sobre pizzagate, lolita express, pedowood, wayfair, alguns até disseram que era tudo mentira, no entanto, este é o tema recorrente em discussão. Estamos assistindo um festival de evidências apontando para a realidade do tráfico sexual infantil, abuso e assassinato de crianças e que está colocando isso em outra perspectiva. Então, pode esse termo, tráfico de adrenocrome, ser usado nesta depravação repugnante promovida por alguns membros de governos, classe política, celebridades do mundo artístico, empresários, líderes religiosos, realezas, causando dor, sofrimento e morte às suas vítimas ao redor do mundo. Os e-mails de uma figura pública muito conhecida nesses escândalos vazados e publicados pelo Wikileaks, deram início a grande parte dessa história. Tendo o Wikileaks um histórico de 100% de precisão em seus documentos, lançou luz aos e-mails da então candidata à presidência dos EUA durante a campanha revelando toda movimentação suspeita da mesma. Dentre tais e-mails, foram encontradas centenas de referências e termos(códigos) utilizados por pedófilos, eventos e lugares frequentados por pedófilos, incluindo um famoso evento entre essa elite chamado Spirit Cooking. Esse jantar espiritual onde os convidados participam de rituais satânicos, canibalismo e pedofilia. Uma vez que isso foi revelado, constatou-se o envolvimento altamente incomum com alguns políticos e um lugar chamado Comet Ping Pong e seu proprietário. Alguns especulam que tal proprietário faz parte de uma poderosa, bilionária e tradicional família americana. Evidências da conexão de dono do Comet Ping Pong com a pedofilia tem sido publicadas, indicando que ele está até a cabeça envolvido com o tráfico sexual infantil e a venda da substancia chamada Adrenocrome. Adrenocrome é mencionado no filme "Medo e Delírio em Las Vegas" estrelado por Johnny Depp e se você assistir este filme até o fim, ele fala so-

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bre esta droga. No filme, vale observar a discussão entre Depp e o Traficante com quem ele está falando. Se você perceber, eles estão falando sobre como a substancia é colhida. Sim, isso deveria ser ficção, no entanto a maioria da ficção é baseada em eventos da vida real. Os produtores de filmes fazem muitas pesquisas sobre os assuntos. Isso é muito mais vida real do que as pessoas gostariam de admitir. Adrenocrome é uma substância química produzida pelo corpo humano quando a adrenalina (ou epinefrina) oxida ou "atinge o ar". É produzido quando o corpo é traumatizado de alguma forma, como através de tortura ou terror extremo. Quando um estímulo que deve produzir medo extremo é introduzido a um humano, especialmente quando alguém é muito jovem, a adrenalina produzida é mais potente do que no adulto médio. Por causa de suas propriedades psicoativas, Adrenocrome foi ligado à droga de controle da mente. Pesquise sobre MK Ultra. O processo de extração é feito matando a pessoa e colhendo o adrenocrome da base do pescoço e coluna vertebral com uma agulha. Em sua forma pura, os vendedores do mercado negro podem fazer quantidades extremas de dinheiro quando vendem. Essa conexão entre o tráfico sexual infantil, tortura e assassinato de crianças ao redor do mundo e as ligações entre a MS-13, pedopushers de alto perfil como dos envolvidos e todos os laços entre essas organizações sem fins lucrativos que fingem prestar assistência às vítimas de vários desastres ao redor do mundo faz sentido quando você pensa sobre esse tipo de tráfico de drogas. Que melhor maneira de coletar crianças do que de áreas devastadas pela guerra ou desastres naturais? Os pais se foram, as famílias estão separadas. É muito fácil colocar essa criança dentro e fora do país. Há um site online do Canadá chamado AndrochromeLabs.com que diz que fabrica seu próprio produto e vende-o em forma de vape. Isso não

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é regulamentado e não está em uma "forma alimentar" para que não tenha que passar pela FDA para aprovação. Pesquise sobre uma empresa na Alemanha chamada Gute Chemie, que diz que vende Adrenocrome em seu catálogo. Veja alguns dos efeitos colaterais relacionados com o uso de Adrenocrome diretamente da "biblioteca de vícios. org". Diz neste site que aqueles que o usam podem se tornar dependentes dele e sentir como se não pudessem funcionar sem ele. Como não é regulamentado nos Estados Unidos e não é aprovado para consumo humano, a distribuição não é difícil e ser pego com isso, não é um crime. A existência desta droga tem sido questionada, no entanto, parece estranho, se ela não existe, por que está no site da Biblioteca do Vício com sua definição? Como ela é usada, quais são os sinais e sintomas de seu uso e como tratar os viciados, se não era real? Se você conectar o que já foi exposto pelas redes sociais sobre os anéis pedófilos em PizzaGate, Cometa Ping Pong, a conexão entre Wikileaks, as figuras públicas que tiveram seus emails vazados, sua relação com o dono do Cometa Ping Pong, as obras de artes na casa dos irmãos expostos, as trilhas do Lolita Express, a rodada de MS-13 e as conexões entre este e os chamados Blue Bloods e todas essas acusações seladas, os escândalos sexuais e pedofilia na política parece que, todos estão profundamente envolvidos neste aspecto particular da atividade criminosa, fornecendo um centro de tráfico para a troca de crianças sequestradas e realizando a extração e distribuição da droga Adrenocrome. O Principal objetivo dos Traficantes de crianças não é para exploração sexual como a maioria das pessoas acreditam, mas sim para extração do adrenocrome em rituais satânicos, evidentemente que o abuso sexual está presente como também os rituais de canibalismo. Verdadeiramente, esse mundo jaz no maligno. Cuidem de suas crianças.


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Peter H. Peng

Racismo na América, aqui e aí Uma Ferida Aberta há Quatro Séculos, agora Exposta, ainda Crua

VÔO PÁTRIO Peter Ho Peng nasceu na China e cresceu em Porto Alegre. Formou-se na UFRGS em engenharia química e na Georgia Institute of Technology (MSc e PhD). É morador de Tierra verde, Flórida. peterhpeng@yahoo.com

T

odos vimos na TV os protestos Black Lives Matter durante o mês de Junho inteiro. Iniciando-se com protestos pelo linchamento de George Floyid numa rua de Minneapolis, os protestos se espalharam como fogo por centenas de cidades americanas. E por quase todos os países da Europa, da América Latina, e até pelo Brasil. É evidente que, para se manifestar da maneira como estourou, arrebentando, essa rebelião contra a brutalidade policial e da justiça americana contra os pretos e as minorias raciais e pela injustiça social era um sentimento fortemente reprimido por muito tempo. Para ser mais preciso, quatro séculos. Vimos brancos e pretos juntos no protesto. A grande maioria jovens. (Asiáticos visìvelmente ausentes, mas este é outro assunto, ao qual tenho autoridade para explicar). Dentro do meu reduzido círculo de amigos brasileiros, não encontro conhecimento dessa história. Assim, neste espaço compacto, espero dar uma idéia aos leitores do JB&B da dimensão desse sentimento de angústia, revolta e sede de justiça. No Justice, no Peace. A origem de tudo foi a prática da escravidão. Paralelismo em quase todos os aspectos. Com amplas terras em suas colônias, na América e no Brasil, Inglaterra e Portugal, gente fina, exportavam escravos da África para essas sua colônias, para trabalhar na construção dessas colônias, principalmente em agricultura e em mineração. Na enxada, na pá e na picareta. Desde 1432, quando Vasco da Gama chegou na África, Portugal imaginou o tráfico de escravos. O primeiro navio negreiro, também chamado de tumbeiro, pois era a tumba prescrita, chegou em Pernambuco entre 1532. Na América, o primeiro navio negreiro inglês chegou em 1619. Esses europeus, na sua cultura cristã, sabiam o que era um bom negócio. Mão de obra barata era com eles mesmos. Não importa se os pretos eram sequestrados, famílias eram destruídas, nada. Iam para o navio tumbeiro de qualquer maneira, porque grana é grana. Depois, com o chicote, os ferrolhos e o enforcamento dos desobedientes, foram produzindo a cultura negra nas suas colônias. Parte dessa cultura inculcada era o ensinamento religioso, cristão, de que preto não tinha alma. Claro, nenhuma educação era dada às crianças negras, que nasciam escravos. Ainda no meu tempo, cansei de ouvir, pela tia de minha própria esposa: “Fulaninha é só preta por fora. Por dentro é branca, branquinha.” Assim as nações escravistas foram construídas por séculos. Menos conhecido foi o paralelismo no nascimento das duas nações, após as independências das matrizes – ambas celebraram a igualdade e a irmandade dos filhos das pátrias amadas. Senão vejamos: “Dos filhos desta pátria és mãe gentil, pátria amada, Brasil!” (“Uvirudu”, Osório

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Duque Estrada, 1822). Só que quem nascia no Brasil, preto, não era filho da pátria. “All men are created equal, with Freedom and Justice for all” (Todos os homens são criados iguais, com Liberdade e Justiça para todos) – Thomas Jefferson, Declaração da Independência, 1776 No caso americano, quem escreveu isso se esquecera que George Washington, comandante das forças americanas na guerra da independência contra os colonizadores britânicos, era senhor de centenas de escravos, e Jefferson, igualmente, centenas, tendo inclusive uma preferida, Sarah, com quem teve, dizem, sete ou nove filhos, criados mas não reconhecidos ou adotados. E a Escravidão foi mantida até 1863, quando Abraham Lincoln aboliu a escravatura nos EEUU, após vitória na guerra civil, Norte contra o Sul; o Sul que queria separar-se para manter seus privilégios escravistas. Os estados nos quais predominavam as plantations, estados sulistas, os derrotados na guerra civil, como as Carolinas, Georgia, Alabama, Louisianna e Mississipi, foram legados aos antigos escravos, mesmo porque muitos escravos lutaram ao lado de Lincoln. (Que, como Kennedy, terminou assassinado. Não é só no Brasil que tem assassinato político.) Aqui deram a cada preto dois alqueires e uma mula. Te vira aí. Endividados, vendiam as terras e passavam a servos endividados pelo resto da vida. O nosso paralelo a abolição assinada pela princesa Isabel, em 1888, a alforria, e, sem ter como sobreviver, a formação das favelas. Mais dignos foram os quilombos. Que ainda, heròicamente, resitem. Nos EUA a escravidão foi substituida por um apartheid legal, leis separatistas, servitude e anos de roubo de terras. Esse Juneteenth (19 de Junho) que estamos comemorando agora, foi a data em 1867 na qual os escravos do Texas foram informados que estavam livres. A abolição de Lincoln levou dois anos e meio para chegar ao Texas. Deu para entender o que era esse domínio branco? Os pretos eventualmente prosperaram. Essa data se transformou num Natal deles. Até que em Tulsa, Oklahoma, onde criaram um Black Wall Street, um distrito próspero, tiveram tudo destruido, incendiados, arrasados por exércitos milicianos do Ku Klux Klan, uma organização branca nazista. E essa data foi apagada, passaram a borracha nos livros de História. Nunca mais essa História foi ensinada nas escolas. Pensam que Máfia e os milicianos existem apenas na Itália e no Brasil? E quanto aos direitos? Nada. Não eram cidadãos. Apenas depois de Martin Luther King Jr., os negros adquiriram o direito ao voto. E só os homens. Nesse periodo. Claro, MLK terminou assassinado, aos 43 anos de idade. Por um assassino de aluguel. Igual 30

ao assassino de Kennedy, depois apagado por outro assassino de aluguel. Pensam que queima de arquivos foi inventada no Brasil? O linchamento de negros por enforcamento era comum. Strange Fruit hanging from the poplar tree, blood on the leaves and blood at the roots, dizia a letra de Abel Meeropol, cantada pela maravilhosa voz de Billie Holiday, que teve a carreira boicotada e cortada por se recusar a retirar essa canção de seu repertório. Ainda em 2019, um adolescente negro foi assassinado por uma gangue de vizinhos brancos por estar namorando uma moça branca da comunidade. O racismo aqui é mais forte do que no Brasil. Mas não ficamos muito atrás. Na minha cidade, Porto Alegre, há cerca de um século um preto foi enforcado na frente da principal igreja católica de então: a Igreja da Nossa Senhora das Dores, na rua central da cidade. Isso mesmo. Podem conferir. Quem acompanha minhas estórias no JB&B talvez lembre que eu usei a expressão “ Pau que nasce torto … nunca mais acerta o vaso...” Previ isso, defeitos de formação, vícios de origem, que nunca foram controntados, e ainda estão longe de serem resolvidos, e continuam a travar o desenvolvimento da sociedade. Após quatro séculos, esse racismo está embutido na cultura americana. Com todas as consequências de desigualdade perante a lei, desigualdade social, etc, etc. (E no Brasil?) Com menos de um-oitavo da população americana, os pretos compõem quarenta porcento da população carcerária. E das vítimas da pandemia. As mazelas de discriminação, direitos humanos, direitos civis, injustiça criminal, social, educational e econômica se manifestam agora também com o Covid-19, que expôs essas feridas, e o linchamento de George Floyid mostrou que as feridas permanecem abertas. E que todo o progresso social terá que passar por essa História. Deu para entender o que se passa nesse movimento Black Lives Matter? James Baldwynn, autor negro americano, escreveu que “o confronto com uma cultura enraizada não garante sua mudança, mas o não-confronto garante sua permanência.” O status quo é um peso, que resiste ao movimento, a mudanças. Não mudar é garantir que a direção dessa sociedade será ladeira abaixo. A dívida de quatro séculos com os escravos e seus descendentes tem que ser encarada e o poder branco tem que pagar essa dívida, de algum modo. Ao invés disso, no Brasil colocam um preto na Fundação Palmares que prega que a escravidão foi boa para os pretos. E aqui, um ministro de estado preto (aqui se diz secretary of state) que diz que os pretos americanos são imigrantes. Por isso cresce aqui, entre os jovens, brancos, pretos e latinos, uma consciência de que nada vai mudar, exceto com uma revolução. Aí não sei. É isso.


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