Ocupação Zé Celso

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ZÉ CELSO


ZÉ CELSO O Itaú Cultural apresenta a segunda edição do projeto Ocupação, dedicada ao diretor, autor e ator teatral Zé Celso. Criado para fomentar o diálogo da nova geração de artistas com os criadores que os influenciaram, Ocupação integra o trabalho perene do instituto, formado por, entre outras, ações de incentivo à produção contemporânea e de preservação da memória artística. Nesse aspecto, destacam-se as enciclopédias abrigadas no site itaucultural.org.br, que disponibilizam dados biográficos, imagens, vídeos e textos analíticos sobre profissionais das artes visuais, do teatro, do cinema, da literatura e das artes tecnológicas. A exposição é uma oportunidade para que vários perfis de público tomem contato com o artista, por meio de cenários, vídeos, filmes, projeções, fotos, cartazes, lambe-lambes. É também um espaço para que a instituição direcione sua ação educativa para o aprofundamento e a compreensão do papel de artistas como Zé Celso. Além do teatro, Ocupação vai apresentar, neste ano, um artista referencial na literatura. A próxima edição será protagonizada por Paulo Leminski, poeta, romancista, letrista e tradutor. Itaú Cultural

visitação quinta 30 julho a domingo 6 setembro terça a sexta 10h às 21h sábado domingo feriado 10h às 19h

Saiba mais sobre a trajetória do diretor em itaucultural.org.br/enciclopedias. Veja conteúdo exclusivo sobre o artista em itaucultural.org.br/ocupacao.


Imagine-se Zé Celso O Zé é combustível. É pura luz. Não é um homem fácil, não. É cruel. Topei essa exposição como um desafio. Faço com Marcelo Drummond parte de um time que atua em silêncio. Foi como entrar num labyrinto sem largar o tal fio de Ariadne. Um pouco daquilo que ninguém viu. Com muito amor por esse homem, crio uma instalação de imagens, vídeos, cinemas, sons. Zé Celso é isso. Multimídia total, sempre à frente de tudo, uma oportunidade de tecnologia. O que era para ser um espaço de um diretor de teatro virou um terreiro eletrônico. Puro Zé. Uma colagem maluca desse caos. Está tudo aí. É a primeira vez que isso é reunido. Nunca fiquei nua no Teatro Oficina. Agora aconteceu. No meio da Avenida Paulista. Sempre fiquei nu no teatro, mas nunca numa exposição. Sou ator-diretor-produtor no Teatro Oficina há mais de 20 anos e conheço a vida do artista Zé Celso por várias vias: pelo que ele me contou nesses anos de convívio quase em tempo integral; e por ter tomado contato com o acervo do Oficina de 1958 a 1985, atualmente no Arquivo Edgard Leuenroth da Unicamp. Como ator e produtor da companhia desde 1980, acho que sou o que nunca concorda imediatamente com o Zé, o que sempre briga e mais ama. A inspiração para esta mostra foi o projeto de livro-exposição que chamamos de Pã-D’oro, concebido no fim dos anos 1980 com Catherine Hirsch e nunca completado. Era um livro feito com materiais de todo tipo, que poderiam ser usados num cenário. A ideia veio também da minha vontade e da de Elaine de fazer um documentário sobre o Oficina. Quando começamos a falar sobre a exposição pensamos no Hélio Oiticica. O que nos chamava atenção eram ambientes, e tínhamos o desejo de que cada espectador pudesse vestir o Zé Celso como um parangolé. Queremos que os ambientes provoquem nas pessoas o que cada época provocou no artista. Ambientes como suporte da vida-obra do homoartista Zé Celso. Nossa intenção, com esta colagem de coisas inéditas da vida desse maravilhoso advogado-artista-diretorde-teatro&cinema-ator-músico-cantor-compositor-e-algumas-coisas-mais, é que cada um viva essa exposição-experiência e se imagine um pouco Zé Celso. Elaine Cesar e Marcelo Drummond curadores Zé Celso é diretor, autor e ator. Inquieto e irreverente, é líder do Teatro Oficina, uma das companhias mais conectadas com o seu tempo. Encena espetáculos considerados antológicos, como O Rei da Vela, de Oswald de Andrade, montagem que se tornou um emblema do tropicalismo, em 1967. Nos anos 1970, vivencia todas as experiências da contracultura, transformando-se em líder de uma comunidade teatral e das montagens de suas criações coletivas. Ressurge nos anos 1990, numa nova organização da companhia, propondo uma interação constante entre vida e teatro. Algumas das mais importantes encenações desse período, Ham-let, de Shakespeare (1993), As Bacantes, de Eurípedes (1996), e Cacilda! (autoria do diretor, 1998), propõem a desestruturação e reescritura dos textos originais, em prol da incorporação de material autobiográfico dos integrantes ou do próprio Oficina, num movimento autofágico de ir e voltar às próprias origens. Em 2002, inicia a realização de sonho antigo, a montagem na íntegra da obra Os Sertões, de Euclides da Cunha, pelo Teatro Oficina.


Foto: André Gardenberg/divulgação

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