Santos-Dumont na Coleção Brasiliana Itaú

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Photo Garro. Santos-Dumont na Praia. Mar del Plata, Uruguai. Acervo: Banco ItaĂş. Foto: Iara Venanzi/ItaĂş Cultural



Centro de Memória, Documentação e Referência Itaú Cultural Santos-Dumont na coleção Brasiliana Itaú /organização Itaú Cultural. - São Paulo : Itaú Cultural, 2016. 9 p. : il. ISBN 978-85-7979-091-1 1. Santos-Dumont, Alberto, 1873-1932. 2. Aviação. 3. Inventor. 4. Coleção. 5. Exposição de arte – catálogo I. Instituto Itaú Cultural. II. Título. CDD 629.13092


SANTOS-DUMONT NA COLEÇÃO BRASILIANA ITAÚ

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m 2016, quando se completam 110 anos do primeiro voo do 14-Bis, o Itaú Cultural apresenta a exposição Santos-Dumont na Coleção Brasiliana Itaú. A mostra dá continuidade à proposta do instituto de democratizar o acesso à Coleção Brasiliana Itaú, que conta com objetos, documentos e fotos originais. Na coleção, há ainda diversos bilhetes postais da época, estampados com fotografias do aviador. Neles é possível ver SantosDumont com alguns de seus inventos – desde o transporte até detalhes mecânicos. Pensando em compartilhá-los com o público, reunimos seis deles nesta publicação,

os quais podem ser destacados e enviados. Esta é a segunda vez que o instituto homenageia o aviador – a primeira foi em 1995, com a exposição O Sonho de Ícaro... E o Brasil. Itaú Cultural


Autor desconhecido. O “Santos-Dumont” Nº 6 – A Cesta Descendo. Acervo: Banco Itaú. Foto: Iara Venanzi/Itaú Cultural

Os bilhetes postais transportavam afetos e saudades


BILHETES POSTAIS

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andar bilhetes postais era uma febre no começo do século XX. Mais simples do que as cartas, eles eram entregues pelo correio sem envelope. De um lado havia selo, nome e endereço do destinatário e a mensagem do remetente. De outro, uma imagem. Só existia uma regra: não era permitido escrever nada de ofensivo ou indecente, sob pena de censura. Criações de Santos-Dumont estamparam vários desses bilhetes. Balões, dirigíveis e aeroplanos se ajustavam com perfeição ao clima de euforia e otimismo da belle époque. Para completar, “Petit Santôs”, como era conhecido, tornou-se celebridade na França na

época em que a influência cultural desse país extrapolava fronteiras. Bilhetes postais da Coleção Brasiliana Itaú indicam que o aviador também fez parte do cotidiano das pessoas comuns. No acervo há, por exemplo, dez imagens do dirigível número 6 de Santos-Dumont enviadas do Rio de Janeiro para Fortaleza entre 29 de agosto e 5 de setembro de 1910. Todas foram postadas com “afetos e saudades” pelo mesmo remetente – Heitor – para a mesma destinatária – Hersilia. Luciana Garbin curadora


Autor desconhecido. Santos-Dumont no Aeroplano Nº 15. Acervo: Banco Itaú. Foto: Iara Venanzi/Itaú Cultural

Uma vida dedicada à inovação, à ciência e ao empreendedorismo


UM HOMEM E SEU GÊNIO

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lberto Santos-Dumont nasceu no dia 20 de julho de 1873 no Sítio Cabangu, localizado em Palmira (MG), na Serra da Mantiqueira. Os pais, Francisca de Paula Santos e Henrique Dumont, mudaram-se com a família para Ribeirão Preto (SP), em 1879. O pai, que era engenheiro de obras públicas, tornou-se “rei do café”, e foi lá também que o interesse de Alberto pela mecânica começou a aparecer. Aos 7 anos, guiava máquinas a vapor da fazenda; aos 12, passou às locomotivas. Ao ler as obras do escritor francês Júlio Verne, nasceu em Santos-Dumont o desejo de conquistar o ar. Num trecho de seu livro Os Meus Balões, ele escreve: “Nesse tempo,

confesso, meu autor favorito era Júlio Verne. A sadia imaginação deste escritor verdadeiramente grande, atuando com magia sobre as imutáveis leis da matéria, me fascinou desde a infância. Nas suas concepções audaciosas eu via, sem nunca me embaraçar em qualquer dúvida, a mecânica e a ciência dos tempos do porvir, em que o homem, unicamente pelo seu gênio, se transformaria em um semideus”. Em 1892, Santos-Dumont foi emancipado pelo pai, recebeu dele uma fortuna e viajou para estudar na França. Lá, descobriu o motor a explosão e o automobilismo. Após várias ascensões em balões, projetou em 1898 o Brasil – o menor até então construído para


voar com uma pessoa a bordo. Poucos meses depois, começou a projetar modelos alongados, com lemes e motores a gasolina, em busca da possibilidade de dirigir o voo. E passou a numerá-los. Criado em 1899, o dirigível número 3 levantou voo várias vezes e contornou a Torre Eiffel. Em 1901, com o número 6, Santos-Dumont provou que a dirigibilidade era possível, após dar a volta na torre em trajeto e tempo predeterminados, e ganhou o Prêmio Deutsch de la Meurthe, que dividiu entre mecânicos e caridade. Em 1903, emprestou seu dirigível número 9 para que Aída de Acosta se tornasse a primeira mulher a voar.

Meses depois, começou a trabalhar no desenvolvimento de um veículo mais pesado que o ar, o grande desafio da época. Em 1906, acoplou um biplano a seu dirigível número 14 e criou o 14-Bis. Em outubro de 1906, diante de uma multidão, o pequeno avião levantou voo pela primeira vez no Campo de Bagatelle e conseguiu voar 60 metros. Em novembro do mesmo ano, percorreu 220 metros e ganhou o Prêmio Archdeacon. A obra-prima de Santos-Dumont foi o ultraleve Demoiselle, projetado em 1907, que apontava a popularização da aviação. O inventor não patenteou o projeto e o disponibilizou para quem quisesse fabricá-lo. Até 1910,


O legado do inventor permanece vivo. Não só por sua contribuição como pioneiro da aviação, mas também por ter dedicado a vida, há mais de um século, a três pilares cada vez mais valorizados no mundo atual: a inovação, a ciência e o empreendedorismo.


mais de 40 Demoiselles foram produzidos e vendidos na França. Com a saúde abalada, Santos-Dumont realizou naquele ano seu último voo. Em 1915, retornou para o Brasil. Foi fazendeiro em Cabangu, onde nasceu, construiu A Encantada, curiosa residência em Petrópolis (RJ) onde hoje está o Museu Casa de Santos Dumont, dedicou-se a outros inventos e viajou muito – algumas vezes para passar temporadas em clínicas de tratamento na Europa. Em 20 de julho de 1932, aos 59 anos, suicidou-se no Grande Hotel La Plage, no Guarujá. A morte foi registrada como colapso cardíaco. Em homenagem à sua memória, os combates

da Revolução Constitucionalista em curso foram interrompidos por um dia. Uma semana depois, Palmira, sua cidade natal, foi rebatizada de Santos Dumont. O legado do inventor, no entanto, permanece vivo. Não só por sua contribuição como pioneiro da aviação, mas também por ter dedicado a vida, há mais de um século, a três pilares cada vez mais valorizados no mundo atual: a inovação, a ciência e o empreendedorismo.


Autor desconhecido. Santos-Dumont Sentado na Cabine de Comando do Demoiselle. Acervo: Banco Itaú. Foto: Iara Venanzi/Itaú Cultural

Inventor e invenção: guiando o ultraleve Demoiselle


FICHA TÉCNICA Santos-Dumont na Coleção Brasiliana Itaú Concepção e realização Itaú Cultural Curadoria Luciana Garbin e Itaú Cultural Projeto expográfico Henrique Idoeta Soares Itaú Cultural Presidente Milú Villela Diretor-superintendente Eduardo Saron Superintendente administrativo Sérgio M. Miyazaki NÚCLEO DE ACERVO DE OBRAS DE ARTE

Gerência Fulvia Sannuto Coordenação Edson Martins Cruz Produção Angélica Pompílio de Oliveira NÚCLEO DE ARTES VISUAIS

Gerência Sofia Fan Coordenação Juliano Ferreira Produção-executiva Luciana Rocha

NÚCLEO DE AUDIOVISUAL E LITERATURA

Gerência Claudiney Ferreira Coordenação de conteúdo audiovisual Kety Fernandes Nassar Produção audiovisual Ricardo Tayra Edição do material audiovisual APeres (terceirizada) CENTRO DE MEMÓRIA, DOCUMENTAÇÃO E REFERÊNCIA

Gerência Fernando Araujo Coordenação do Espaço Memória Camilla Furlan Produção Rodrigo Linhares Coordenação do Centro de Memória Itaú Cultural Eneida Labaki Digitalização Laerte Fernandes Pesquisa Jonathan de Brito Faria e Renata Silveira Dias


NÚCLEO DE COMUNICAÇÃO E RELACIONAMENTO

Gerência Ana de Fátima Sousa Coordenação de conteúdo Carlos Costa Produção e edição de conteúdo Amanda Rigamonti, Maria Clara Matos e Luciana Garbin Redes sociais Renato Corch Supervisão de revisão Polyana Lima Revisão de texto Karina Hambra e Rachel Reis (terceirizadas) Coordenação de design Jader Rosa Produção editorial Bruna Guerreiro e Raphaella Rodrigues Comunicação visual Guilherme Ferreira, Liane Tiemi e Yoshiharu Arakaki Coordenação de eventos e comunicação estratégica Melissa Contessoto Produção e relacionamento Simoni Barbiellini e Vanessa Golau Olvera

NÚCLEO DE EDUCAÇÃO E RELACIONAMENTO

Gerência Valéria Toloi Coordenação de atendimento educativo Tatiana Prado Equipe Amanda Freitas, Caroline Faro, Danilo Fox, Thays Heleno, Victor Soriano e Vinicius Magnun Coordenação de programas de formação Samara Ferreira Educadores Carla Léllis, Claudia Malaco, Edinho Santos, Josiane Cavalcanti, Lucas Takahaschi, Luisa Saavedra, Malu Ramirez, Raphael Giannini, Thiago Borazanian e Viny Rodrigues NÚCLEO DE ENCICLOPÉDIA

Gerência Tania Rodrigues Coordenação Glaucy Tudda


NÚCLEO DE INOVAÇÃO

Gerência Marcos Cuzziol NÚCLEO DE PRODUÇÃO DE EVENTOS

Gerência Henrique Idoeta Soares Coordenação Edvaldo Inácio Silva e Vinícius Ramos Produção Cecília Ungaretti Jesus (terceirizada), Cristiane Zago, Érica Pedrosa, Samara Fantin e Wanderley Bispo


TRADUÇÃO DAS LEGENDAS DOS CARTÕES-POSTAIS Encostas de Saint-Cloud A estação e a antiga garagem de Santos-Dumont

Santos-Dumont transportando seu avião 19-Bis

O avião 14-Bis, de Santos-Dumont

História da aviação Santos-Dumont regulando seu monoplano La Demoiselle (“A Donzela”)

Aparelho misto Santos-Dumont nº 16 A nacela (suporte do motor) foi suspensa por um pequeno balão de 500 metros cúbicos e munida de planos estabilizadores; dois motores horizontais, de seis cavalos de potência cada um, acionam as hélices


Santos-Dumont na Coleção Brasiliana Itaú abertura sábado 26 de novembro de 2016 | 11h visitação sábado 26 de novembro de 2016 a domingo 29 de janeiro de 2017 terça a sexta 9h às 20h [permanência até as 20h30] sábado, domingo e feriado 11h às 20h sala multiúso entrada gratuita #SDBrasilianaItau

avenida paulista 149 são paulo sp 01311 000 [estação brigadeiro do metrô] itaucultural.org.br atendimento@itaucultural.org.br fone 11 2168 1777 Alvará de Funcionamento de Local de Reunião – Protocolo: 2012.0.267.202 – Lotação: 742 pessoas. Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) – Número: 121335 – Vencimento: 1/9/2017.
















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