Arte e Cotidiano

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ESPAÇO DO PROFESSOR

ARTE E COTIDIANO

ARTES VISUAIS |

HISTÓRIA |

LÍNGUA PORTUGUESA



guia de Ă­cones ler

assistir, apresentar (vĂ­deo)

observar, ver (obra de arte)

pesquisar, aprofundar, procurar

analisar, questionar, elaborar hipĂłteses, comentar (questionando)

recuperar, retomar, relembrar

registrar, criar, destacar, grifar, completar

apresentar, relatar, compartilhar em voz alta

comentar, explicar discutir, conversar



título

Arte e Cotidiano apresentação A arte está no cotidiano dos alunos, e a proposta é fazê-los descobrir isso, além de levá-los a se envolver com o patrimônio e as histórias daqueles que produzem arte no dia a dia. Por meio de entrevistas e registros, os alunos se tornarão agentes da construção da memória coletiva e divulgadores da arte local.

objetivos ••Estudar os conceitos de cultura e arte; ••Identificar a arte na estética cotidiana; ••Desenvolver a percepção e a capacidade de apreciação estética; ••Valorizar a produção visual e o domínio técnico em seus diferentes grupos sociais e étnicos; ••Desenvolver a capacidade de pesquisa e registro escrito.

áreas do conhecimento

segmento

Artes visuais, história e língua portuguesa.

Ensino Fundamental II e Ensino Médio.

duração

recursos necessários

De 5 a 7 aulas.

Computadores com acesso à internet.


desenvolvimento 1º MOMENTO

Introdução ao tema Prepare-se para trabalhar com os seus estudantes lendo o material sobre arte moderna e abstracionismo, além de se familiarizar com os artistas sugeridos. Conte aos alunos que irão estudar arte moderna e abstracionismo. Pergunte se alguém já ouviu falar nessas expressões e se sabe do que tratam. Em seguida, apresente a definição do termo abstracionismo e assistam ao vídeo Caminhos da Abstração: Aspectos da Cultura Brasileira. Para facilitar a compreensão, exercite a análise de obras abstracionistas de artistas como Jacques Douchez, Flexor, John Graz e Regina Graz em comparação com obras naturalistas, como A Tricoteira Portuguesa (s.d.), de Oscar Pereira da Silva, e Tricoteuse (1905), de Eliseu Visconti. A seleção dessas obras é proposital para o desenvolvimento do tema. Para incitar a capacidade de análise crítica dos alunos, apresente algumas das principais características do abstracionismo. Pergunte sobre o que observam em cada obra, se há semelhanças entre elas e quais são; se há diferenças entre os trabalhos e quais são; se há estilos em comum, entre outros questionamentos possíveis. Ao final, estimule os alunos a refletir sobre se essa expressão artística os faz lembrar de outras situações do seu dia a dia, ou seja, se as formas trabalhadas pelos artistas abstracionistas aparecem em objetos, trabalhos e estampas do cotidiano. Encaminhe uma discussão dinâmica, estimulando a participação significativa e evitando falas repetitivas. Conclua essa primeira etapa pedindo para os alunos registrarem, com suas próprias palavras, em seus cadernos, a definição de arte moderna e arte abstrata. Valorize o registro, verifique, comente e corrija-o, se necessário. O aluno precisa desenvolver a capacidade de reformular o que foi trabalhado em aula e perceber a importância do registro para seus estudos.

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2º MOMENTO

O que é arte? Retome nesta aula as discussões da aula anterior para que os alunos relembrem o que foi aprendido sobre arte abstrata. Peça para que alguns alunos leiam seus registros e relacione o conteúdo produzido por eles com as obras analisadas na aula anterior. Essa retomada deve ser curta, porém pertinente, para reavivar os conceitos de arte moderna e abstracionismo. Pergunte aos estudantes se, depois da aula anterior, eles observaram com outros olhos os objetos cotidianos que os cercam. Questione sobre a origem desses objetos e como eles são feitos. Encaminhe a conversa para averiguar se há, entre os alunos, aqueles que convivem com pessoas que produzem artesanato: panos de mesa, tapetes, toalhinhas, bordados, tricô, crochê e tapeçaria. Indague se eles conseguem relacionar essa produção com o que foi discutido na aula sobre abstracionismo. Aqui você pode introduzir a discussão sobre o que é arte. Dê espaço para que os alunos tentem definir o conceito e instigue-os perguntando, a todo momento, se os objetos produzidos artesanalmente podem ser incluídos nessa definição. Apresente o hotsite Isto É Arte? disponível no site do Itaú Cultural, e proponha que os alunos naveguem por ele. Reserve tempo para a atividade. Para finalizar a aula, proponha que os alunos registrem, novamente, com suas próprias palavras, a definição do conceito de arte. O registro individual é importante, pois é o momento em que as dúvidas surgem. Evite respondê-las de forma direta, tentando fazer outras perguntas com base nas dúvidas levantadas. Explique que a preocupação é deixar novos questionamentos surgirem e não propor uma definição única para o conceito de arte. As dúvidas devem fazer parte do registro do aluno.

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3º MOMENTO

As entrevistas Retome a aula anterior e relembre a discussão sobre o que é arte. Sintetize as dúvidas que surgiram no momento do registro e descubra se os alunos pensaram sobre isso no período entre a última aula e esta. Mostre que você também se interessou em descobrir mais sobre o tema e, procure responder às principais dúvidas surgidas. Peça aos alunos que pesquisem os verbetes dos artistas Jacques Douchez, Flexor, John Graz e Regina Graz na Enciclopédia Itaú Cultural, indicando quais são seus aspectos mais importantes. Em seguida, eles devem apresentar para a classe as pesquisas realizadas. Converse com os estudantes, destacando a formação, os estudos e as técnicas desenvolvidas para o aperfeiçoamento da expressão artística. A seguir, pergunte se os alunos conhecem artistas. Investigue qual é a concepção que eles têm dessa profissão. Comece a comparar o trabalho deles com o realizado por pessoas comuns, como tricô, crochê, tapeçaria, cestas e artesanato em geral. Indague se pensaram em pessoas conhecidas que desenvolvem algum tipo de trabalho artístico e artesanal que os lembre da estética abstracionista. À medida que forem se lembrando de parentes ou conhecidos da escola ou do bairro, apresente a ideia de os alunos entrevistarem essas pessoas para descobrirem um pouco sobre suas vidas, sua produção e as técnicas empregadas. Proponha a elaboração de verbetes sobre essas pessoas. Um dos fatores para que poucos artesãos sejam reconhecidos como artistas é a falta de registros. As informações sobre artistas consagrados podem ser encontradas em vários suportes: livros, jornais, fotografias e enciclopédias, como a Enciclopédia Itaú Cultural. Quanto aos artistas populares, eles costumam aprender o ofício pela tradição oral, isto é, as técnicas lhes são transmitidas oralmente, de geração em geração. Isso significa que há poucos registros desse tipo de produção. Mostre aos alunos que entrevistar um artesão conhecido e registrar as informações dadas por ele é uma das maneiras de valorizar seu conhecimento e sua técnica. A entrevista, além de ser encarada como uma conversa descontraída, é uma oportunidade de documentar o artesão e seu trabalho.

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Cientes da importância do registro, os alunos podem elaborar um roteiro de entrevistas e pensar sobre outras formas de registro (desenho ou fotografia). À medida que preparam o roteiro, apresente dicas sobre como fazer a entrevista, como se comportar e quais as estratégias para uma boa entrevista. Para criarem um verbete como os da Enciclopédia Itaú Cultural, os alunos precisam fazer dois tipos de levantamento: um biográfico e outro analítico. Devem organizar a entrevista tendo clareza sobre o que deve ser perguntado, sem invadirem a intimidade da pessoa entrevistada. Orientações possíveis para o levantamento biográfico:

••A trajetória de vida do entrevistado em sequência cronológica; ••Nome completo, local e ano de nascimento; ••Lembranças da infância e do local (ou locais) em que viveu; ••Se teve educação formal ou não e, em caso afirmativo, onde estudou e até que série de ensino; ••Como aprendeu o ofício do artesanato e desde quando o exerce. Orientações possíveis para o levantamento analítico:

••Se considera ou não o artesanato que produz uma obra de arte; ••Se ao longo da prática aperfeiçoou a técnica utilizada de algum modo; ••Quais foras as mudanças nas técnicas utilizadas (materiais, cores, temas etc.); ••Se pretende passar adiante o aprendizado que possui, formado outros artesãos. Ressalte que não há rigidez na ordem das perguntas, pois cada entrevistado terá uma dinâmica. O importante é os alunos acompanharem o ritmo dos interlocutores, sem perderem as informações desejadas. Por isso, o roteiro. Também é essencial estarem preparados para a entrevista. Conforme a pessoa a entrevistar, é recomendável pesquisar sobre o tipo de atividade que desenvolve, por exemplo. A elaboração de um roteiro de entrevista é um momento rico para o desenvolvimento da escrita e consolida as discussões sobre abstracionismo e o que é arte.

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4º MOMENTO

Apresentação dos resultados Os alunos trarão o registro de suas entrevistas e, em círculo, apresentarão informalmente o que descobriram sobre a pessoa entrevistada e a sua arte. Você perceberá que os estudantes já terão criado um laço afetivo com o entrevistado e uma relação com a produção dele. Quando todos terminarem de expor as suas descobertas, pergunte se gostariam de organizar uma exposição com a produção dos seus entrevistados.

reflexão final

É

importante que os alunos incorporem a discussão sobre a arte e a estética do cotidiano. Também, que percebam a cultura como um conceito amplo que abrange diversas produções populares. Por fim, que entendam o registro como essencial para a preservação da memória. Para tanto, recomenda-se que todo o trabalho realizado ao longo desse processo seja finalizado com uma celebração: uma exposição com as fotos das produções dos artesãos, tiradas nas entrevistas, ou até mesmo uma publicação com os verbetes dos entrevistados.

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referências ABSTRACIONISMO. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural. org.br/termo347/abstracionismo>. Acesso em: fev. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7. ARTE Moderna. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural. org.br/termo355/arte-moderna>. Acesso em: fev. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7. CAMINHOS da Abstração: aspectos da cultura brasileira. Direção: Guto Carvalho e Roberto Moreira. Produção: Instituto Itaú Cultural, São Paulo, 1993. Disponível em: <http://www.itaucultural.org.br/aspectos-da-cultura-brasileira-caminhos-da-abstracao>. Acesso em: fev. 2018. ELISEU Visconti. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org. br/pessoa9281/eliseu-visconti>. Acesso em: fev. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7. ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural. org.br/>. Acesso em: fev. 2018. FLEXOR. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org. br/pessoa9236/flexor>. Acesso em: fev. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7. GARCÍA, Canclini, Néstor. Culturas Híbridas: estratégias para entrar e sair da modernidade. Tradução Heloísa Pezza Cintrão, Ana Regina Lessa, São Paulo; Editora da Universidade de São Paulo, 1997. Cap. 5. ISTO é arte? Hotsite do Instituto Itaú Cultural. Disponível em: <http://54.232.114.233/ extranet/istoearte/index.html>. Acesso em: fev. 2018. JACQUES Douchez. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural. org.br/pessoa9508/jacques-douchez>. Acesso em: fev. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7.

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JOHN Graz. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org. br/pessoa8702/john-graz>. Acesso em: fev. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7. NATURALISMO. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural. org.br/termo3644/naturalismo>. Acesso em: fev. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7. OSCAR Pereira da Silva. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: <http://enciclopedia. itaucultural.org.br/pessoa10329/oscar-pereira-da-silva>. Acesso em: fev. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7. REGINA Graz. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org. br/pessoa24287/regina-graz>. Acesso em: fev. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7.

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núcleo enciclopédia Gerência Tânia Rodrigues Coordenação Glaucy Tudda Equipe Camila Nader Elaine Lino Lucas Rosalin (estagiário)

núcleo comunicação Gerência Ana de Fátima Souza Coordenação Carlos Costa Direção de Arte Arthur Costa Luciana Orvat (terceirizada) Projeto Gráfico Serifaria Produção Editorial Victória Pimentel


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