Desastres naturais deixam lições e incentivam a prevenção

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ideias

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reforçando

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I n f o r m at i v o t r i m e s t r a l Janeiro • Fevereiro • Março de 2013 • Ano 6

Desastres naturais deixam lições e incentivam a prevenção Comunidade geotécnica desenvolve conceitos de análise e classificação de áreas de risco e realiza intervenções nos municípios, antes e depois dos acidentes PÁG 4

ARQUIVO IPT

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BOA LEITURA Confira dicas de livros que são referência em todo o país

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pesquisa Prof. Marcos Massao Futai apresenta estudos de Livre Docência

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>> Geomaks comemora 10 anos no Rio de Janeiro

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parceiro


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>>> especial

tecnologia a favor da segurança

A tecnologia como aliada para minimizar os impactos de desastres naturais Diante dos frequentes desastres em morros e em encostas em todo o país, a comunidade geotécnica se mobiliza para evitar e minimizar os impactos causados especialmente por deslizamentos. q

Casas atingidas por deslizamento em Santa Catarina - NOV/2008

28 mil famílias

vivem em áreas de

A

alto risco

em São Paulo

s tragédias provocadas pelas chuvas têm assustado a população brasileira nos últimos anos. São muitos os casos, como o do Morro do Baú, em Santa Catarina (2009), o de Angra dos Reis e o do Morro do Bumba, no Rio de Janeiro (2010). Outro drama assolou a Região Serrana do Rio de Janeiro em 2011 e já está entre os 10 piores deslizamentos do mundo nos últimos 111 anos, de acordo 4

com um ranking da Organização das Nações Unidas (ONU), publicado pela revista Veja. Para tentar evitar estes desastres a comunidade geotécnica, formada por empresas privadas do setor, entidades e órgãos públicos, tem se unido, mapeando diversas áreas ameaçadas de deslizamentos. O objetivo é a criação de projetos detalhados de prevenção às tragédias. Em seu último levantamento de riscos ambientais realiza-


deslizamento em Santa Catarina - NOV/2008; fluxo de detritos no bairro da posse em terezópólis no rio/ jan/2011

Conhecendo bem o local, é possível traçar quais planos e obras adequadas para evitar transtornos na época das chuvas”. eduardo soares de macedo • Geólogo do IPT

do na capital paulista nos anos de 2009 e 2010, o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), identificou 407 áreas em encostas e margens de córregos sujeitos a escorregamentos e com processos erosivos. Esse trabalho foi realizado em parceria com a Prefeitura Municipal de São Paulo. Segundo os geólogos do IPT,

Eduardo Soares de Macedo e Marcelo Fischer Gramani, cerca de 28 mil famílias vivem atualmente em áreas de alto risco na cidade de São Paulo. Os pesquisadores explicam que, em todos os casos de avaliação e diagnóstico de prevenção, as áreas são classificadas em níveis de risco que vão de baixo (R1) a muito alto (R4). Com isso, a administração dos problemas é dividida em três pilares: ‘como evito’, ‘como convivo’ e ‘como resolvo’. “Conhecendo bem o local, é possível traçar quais planos e obras adequadas para evitar transtornos na época das chuvas”, esclarece Eduardo. Marcelo destaca ainda que os locais mais perigosos são as moradias em encostas e barrancos e as próximas aos córregos. “A retirada da população que vive nestes lugares ocorre somente em último caso, quando não foram tomadas ações preventivas e o risco é eminente”, diz o geólogo.

... Urbanização descontrolada é desafio das administrações municipais De acordo com os geólogos do IPT, a ocupação desordenada é uma das causas principais dos deslizamentos de terra em todo o país. A opinião dos profissionais está alinhada a de outros especialistas, como a do diretor do *Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres), Agostinho Ogura. Ele afirma também que “grande parte dos administradores municipais brasileiros não sabe o que fazer quando recebe alertas de potenciais tragédias naturais em sua cidade”. As últimas edições de revistas do segmento trazem notícias sobre a necessidade do desenvolvimento de planos de gestão de risco em cidades e dos desafios de comunicar ocorrências potenciais de desastres climáticos. A revista ‘Infraestrutura Urbana’, por exemplo, traz uma entrevista com o geólogo Agostinho debatendo sobre o tema. O editorial desta publicação deixa a pergunta – Desastre natural ou gerencial? Para conferir a matéria completa, acesse - http://www.infraestruturaurbana.com.br/.

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>>> especial

Desastres naturais: como prevenir

... Valoração

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As tragédias decorrentes de chuvas causam impactos extremamente negativos em todos os setores administrativos das cidades - econômicos e sociais, de infraestrutura e de meio ambiente. Por isso, medidas de ordem e reconstrução precisam ser tomadas para estabelecer o bem-estar social e o desempenho econômico da região afetada. Mediante as estimativas dos desastres, o IPT determina o montante necessário para a reconstrução total. “Avaliamos os custos de reforma em habitações, escolas, vias, pontes e unidades de saúde e de reparo da rede de energia, água e

RUPTURA EM talude EM SÃO LUIZ DO PARAITINGA - JAN/2010

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Medidas de ordem e reconstrução precisam ser tomadas para estabelecer o bem-estar social e o desempenho econômico da região afetada. esgoto. Analisamos ainda perdas de safra e rebanho, estoques de comércios e produção de indústrias para fazer a reconstrução”, exemplificam os geólogos. As soluções que podem ser adotadas para recuperação dos terrenos e prevenção de novos desastres naturais em

encostas, margens de rios e sistemas viários envolvem normalmente obras de terra, contenções, sistemas de drenagem e controle de erosão. Nestas obras a utilização de geossintéticos constitui-se uma alternativa bastante atrativa, seja sob o ponto de vista técnico quanto econômico.

... Recomposição de taludes em solo reforçado No ano de 2000, a cidade turística de Campos do Jordão, localizada na Serra da Mantiqueira, no interior de São Pau-


às condições ambientais de região. O sistema usado para reconstrução da área inferior do talude foi o sistema Vertical Green Wall, com geogrelhas Fortrac® da Huesker e gabarito metálico atirantado. Já no trecho superior foi executado em aterro convencional, com paliçadas simples e duplas para controle de erosão superficial. O acabamento vegetado da face foi obtido por meio de hidrossemeadura Test Hum. Nesta obra foram instalados seis mil metros quadrados de geogrelhas Fortrac 55/30-20.

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lo, foi atingida por chuvas torrenciais que causaram quedas de barreiras e rupturas de taludes de variadas proporções. A Colônia SAA, um condomínio de propriedades particulares localizadas ao longo do morro, foi uma das mais prejudicadas. Um grande deslizamento de terra comprometeu as edificações localizadas na parte superior do empreendimento. Para recuperação da encosta com altura total de 25 metros, os engenheiros da empresa Vertical Green do Brasil, Isabel Coelho e Mauricio Sponga utilizaram a técnica de solo reforçado com geogrelhas e face vegetada, por ser economicamente viável ao cliente e tecnicamente adequada às exigências da obra

aVALIAÇÃO DE ASFALTO APÓS DESLIZAMENTOS EM SÃO LUIZ DO PARAITINGA - JAN/2010

Green Wall® e Test Hum® são marcas registradas da Vertical Green do Brasil.

Muitas vezes, quando não é feito algo preventivo contra as chuvas, só resta a retirada imediata da população”. MARCELO FISCHER GRAMANI • geólogo do IPT

deslizamentos de terra em são luiz do paraitinga - JAN/2010

... Congressos discutem o tema em 2013 A comunidade geotécnica realiza neste ano eventos que terão como tema principal a prevenção de desastres naturais. Confira: 1. De 4 a 6/10 acontece em Angra dos Reis, a ‘VI Conferência Brasileira de Encostas – COBRAE 2013’ com o tema ‘Encostas – Uso e Abuso’. A organização está a cargo do Núcleo Regional Rio de Janeiro da ABMS (Associação Brasileira de Mecânica dos Solos) e do CBMR (Comitê Brasileiro de Mecânica das Rochas). Acesse - http://cobrae2013.com/ 2. De 03 a 08/11 acontece o ‘14º CBGE – Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e Ambiental’, no CPRM - Serviços Geológicos do Brasil, no Rio de Janeiro. Com o tema central ‘Políticas públicas, planejamento e tecnologias em prol do desenvolvimento socioeconômico’. Acesse - http://www.acquacon.com.br/14cbge/

*Cemaden- órgão responsável pela realização de análises de risco baseadas no monitoramento meteorológico, hidrológico e geológico de áreas ocupadas e expostas a desabamentos e enchentes.

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