Diálogos e Práticas em Educação Alimentar e Nutricional

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O rga n iza d ora s

Maria Fátima Garcia de Menezes Nutricionista pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Professora adjunta do Departamento de Nutrição Social do Instituto de Nutrição da Uerj. Doutora em Alimentação, Nutrição e Saúde pela Uerj. Mestre em Educação pela Uerj.

Nutricionista da Secretaria Municipal de Saúde de Duque de Caxias, RJ. Sanitarista da Secretaria Municipal de Saúde de Mesquita, RJ. Mestre em Saúde Coletiva pela Uerj. Luciana Azevedo Maldonado Nutricionista pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

Diálogos e Práticas em Educação Alimentar e Nutricional é uma publicação inspiradora e provocativa, organizado por profissionais que pensam e experienciam este tema com muita dedicação e amorosidade. É um livro de lindezas e práxis. Organiza cuidadosamente aspectos das teorias e correntes educativas e ao mesmo tempo dá lugar e destaque ao aprendizado da prática, aos saberes comuns e cotidianos. Trata-se de um primoroso relicário que é ao mesmo tempo local de aconchego e acolhida para quem chega de longas caminhadas educativas e é também bússola para quem deseja começar a jornada. É leitura indispensável para qualquer tempo e lugar, mas é sobretudo leitura boa de rede. A cada página tramas e pontos diversos embalam novos e antigos saberes reconectados. É sensação de brisa leve que nos toca sentidos e sentimentos, que nos faz desejar ainda mais do nosso “que fazer ” pedagógico e esperançar a transformação necessária rumo a um bem viver que um dia, certamente, chegará.

Professora-assistente do Departamento de Nutrição Social do Instituto de Nutrição da Uerj. Sanitarista da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, RJ.

Área de interesse Nutrição

Mestre em Educação pela Uerj. Doutoranda em Alimentação, Nutrição e Saúde pela Uerj.

Metodologia de Pesquisa em Nutrição – Embasamento para a Condução de Estudos e para a Prática Clínica Aline Marcadenti de Oliveira Catarina Bertaso Andreatta Gottschall Flávia de Moraes Silva

Nutrição e Saúde da Criança Sylvia Carmo Castro Franceschini Sarah Aparecida Vieira Ribeiro Silvia Eloiza Priori Juliana Farias de Novaes

Planejamento de Cardápios para Lactentes e Pré-escolares com Fichas Técnicas de Preparações

diálogos e práticas em educação alimentar e nutricional

Caroline Maria da Costa Morgado Nutricionista pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

outros títulos de interesse

Menezes | Morgado | Maldonado

Sobre a s organizadora s

Anne Jardim Botelho

Segurança Alimentar e Nutricional Cassiano Oliveira da Silva Daurea Abadia De-Souza Grazieli Benedetti Pascoal Luana Padua Soares

diálogos e prática s em

educação alimentare nutricional Or g a n i z a d o r a s

9 788584 111046

Maria Fátima Garcia de Menezes Caroline Maria da Costa Morgado Luciana Azevedo Maldonado

Técnica Dietética em Preparações Especiais – Teoria e Prática de Laboratório Vanessa Moraes Bezerra

Saiba mais sobre estes e outros títulos em nosso site:

www.rubio.com.br


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Maria Fátima Garcia de Menezes Nutricionista pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Professora adjunta do Departamento de Nutrição Social do Instituto de Nutrição da Uerj. Doutora em Alimentação, Nutrição e Saúde pela Uerj. Mestre em Educação pela Uerj. Caroline Maria da Costa Morgado Nutricionista pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Nutricionista da Secretaria Municipal de Saúde de Duque de Caxias, RJ. Sanitarista da Secretaria Municipal de Saúde de Mesquita, RJ. Mestre em Saúde Coletiva pela Uerj. Luciana Azevedo Maldonado Nutricionista pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Professora-assistente do Departamento de Nutrição Social do Instituto de Nutrição da Uerj. Sanitarista da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, RJ. Mestre em Educação pela Uerj. Doutoranda em Alimentação, Nutrição e Saúde pela Uerj.

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Organizadoras

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Diálogos e Práticas em Educação Alimentar e Nutricional Copyright © 2020 Editora Rubio Ltda. ISBN 978-85-8411-104-6 Todos os direitos reservados. É expressamente proibida a reprodução desta obra, no todo ou em parte, sem autorização por escrito da Editora. Produção Equipe Rubio Capa Thaissa Fonseca Imagem de capa ©iStock.com/Tempura/SDI Productions Editoração Eletrônica Elza Ramos CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ  M512d Diálogos e práticas em educação alimentar e nutricional / Maria Fátima   Garcia de Menezes, Caroline Maria da Costa Morgado, Luciana Azevedo   Maldonado; colaboração Aline Alves Ferreira ... [et al.]. 1. ed. –   Rio de Janeiro: Rubio, 2019. 210p.; 24cm.   Inclui bibliografia e índice   ISBN 978-85-8411-104-6 1. Nutrição – Aspectos da saúde. 2. Nutrição – Aspectos sociais. 3. Política alimentar. I. Morgado, Caroline Maria da Costa. II. Maldonado, Luciana Azevedo. III. Menezes, Maria Fátima Garcia. IV. Título. 19-58810

CDD: 613.2 CDU: 613.2

Editora Rubio Ltda. Av. Franklin Roosevelt, 194 s/l 204 – Castelo 20021-120 – Rio de Janeiro – RJ Telefax: 55(21) 2262-3779 • 2262-1783 E-mail: rubio@rubio.com.br www.rubio.com.br Impresso no Brasil Printed in Brazil

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Aline Alves Ferreira Nutricionista pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Professora adjunta do Departamento de Nutrição Social e Aplicada do Instituto de Nutrição Josué de Castro (INJC) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Doutora em Ciências pelos Programas de Saúde Pública e Epidemiologia da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp)/Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), RJ.

Ana Laura Brandão Nutricionista sanitarista pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Pesquisadora em Saúde Pública da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (Ensp)/Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), RJ. Doutora em Saúde Pública pela Ensp/Fiocruz, RJ.

Ana Maria Ferreira Azevedo Nutricionista pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Nutricionista aposentada do Instituto de Nutrição Annes Dias (Secretaria Municipal de Saúde (SMS)/Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro (PCRJ)). Especialista em Saúde Coletiva pela UFRJ.

Bruna Bornand Nutricionista sanitarista pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Encarregada da Divisão de Municiamento e Nutricionista em Alimentação Coletiva na Marinha do Brasil, Rio de Janeiro. MBA em Gestão de Qualidade e Segurança de Alimentos pela Universidade Veiga de Almeida, RJ.

Elda Lima Tavares Nutricionista sanitarista pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Professora-assistente do Departamento de Nutrição Social do Instituto de Nutrição da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Mestre em Ciências pelo Programa de Saúde Pública da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp)/Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), RJ.

Juliana Casemiro Nutricionista pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Professora adjunta do Departamento de Nutrição Social do Instituto de Nutrição da Uerj. Doutora em Ciências e Saúde pelo Núcleo de Tecnologia Educacional para Saúde (Nutes)/ Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

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Colaboradoras

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Marli Souza Rocha Nutricionista Sanitarista pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Tecnologista pleno do Ministério da Saúde. Mestre em Saúde Coletiva pelo Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Mônica da Conceição de Souza Armada Nutricionista pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Nutricionista responsável técnica pelo Banco de Leite Humano do Hospital Maternidade Herculano Pinheiro (HMHP) da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), RJ. Membro da Rede Global de Bancos de Leite Humano, Comissão Estadual de Bancos de Leite Humano do Rio de Janeiro e Grupo Técnico Estadual de Aleitamento Materno, RJ. Preceptora de estagiários, bolsistas e treinandas em Nutrição no Banco de Leite Humano do HMHP da SMS, RJ. Especialista em Nutrição Clínica pelo Instituto de Pós-graduação Médica Carlos Chagas, RJ. Residência em Nutrição Materno-infantil pela Uerj.

Nadima Zeidan Nutricionista pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Nutricionista do Centro Municipal de Saúde Salles Netto da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMS), RJ. Especialista em Dietoterapia pela Universidade Federal Fluminense (UFF).

Renata da Conceição Silva Chaves Nutricionista pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Nutricionista do Departamento de Alimentação e Nutrição da Policlínica Piquet Carneiro (Uerj) e do Centro de Atenção Psicossocial da Uerj. Especialista em Qualidade Alimentar e Nutricional pela Universidade Gama Filho (UGF), RJ. Especialista em Nutrição Institucional pelo Programa de Residência em Nutrição do Hospital Universitário Pedro Ernesto da Uerj (Hupe/Uerj). Mestre em Alimentação, Nutrição e Saúde pelo Instituto de Nutrição da Uerj. Doutoranda em Epidemiologia em Saúde Pública pela Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca/Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)

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Edgar Morin

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Para a educação do futuro, é necessário promover grande remembramento dos conhecimentos oriundos das ciências naturais, a fim de situar a condição humana no mundo, dos conhecimentos derivados das ciências humanas para colocar em evidência a multidimensionalidade e a complexidade humanas, bem como integrar (na educação do futuro) a contribuição inestimável das humanidades, não somente a filosofia e a história, mas também a literatura, a poesia, as artes...

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Entre os pecados maiores que os homens cometem, ainda que alguns digam que é a soberba, eu digo que é a falta de agradecimento. Miguel de Cervantes

Para educar, é preciso considerar o contexto. Por isso, iniciamos este livro apresentando o contexto em que ele surge. O ponto de partida é a disciplina Educação Nutricional, do Instituto de Nutrição da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Somos duas professoras – Fátima Menezes e Luciana Maldonado – já envolvidas com Educação Alimentar e Nutricional (EAN) na prática profissional e buscando ferramentas para contribuir teoricamente para este campo. Desse modo, encontramo-nos inicialmente no Programa de Pós-graduação em Educação da Uerj. Mais tarde, como docentes do Instituto, atuando juntas nesta disciplina, partilhávamos o desejo de registrar e divulgar a reflexão e os materiais gerados. Mas isso só se concretizou pela provocação de uma ex-aluna – Caroline Morgado – que vinha acumulando experiências de EAN na prática como nutricionista e como preceptora do Internato de Nutrição em Saúde Coletiva, em Mesquita, também do Instituto de Nutrição da Uerj. Cabe registrar que o material aqui apresentado expressa também a contribuição dos professores substitutos que passaram por esta disciplina desde 1998 – Izabel Jóia, Claudia Cruz e Paulo Castro, além da própria Caroline – interagindo com seu formato e propondo novos arranjos. Precisamos também mencionar a participação dos discentes, que, ao embarcarem nesta disciplina, eram convidados a interagir com nossas reflexões e propostas pedagógicas, construindo a cada semestre uma nova disciplina. O núcleo inicial deste livro é composto pelo acervo da disciplina – planejamentos e relatos das práticas educativas, trabalhos em grupo, registros das dinâmicas de aula, notas de aula, fotos e consolidado de avaliações – e pelas práticas educativas realizadas no Projeto de Extensão Alimentação, Nutrição e Envelhecimento e no Estágio em Nutrição em Saúde Coletiva em diferentes cenários (hospital, creche, escola, unidade de saúde e centro de convivência de idosos) com diferentes grupos etários. Com base nesta intensa teia de experiências acadêmicas e profissionais, teóricas e práticas, profissionais e pessoais, tecemos a obra que agora apresenta-

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Apresentação

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mos. Nosso foco é a graduação em Nutrição. Discentes, docentes iniciantes e mesmo profissionais inseridos no mercado de trabalho poderão se beneficiar destes diálogos, que buscam indicar pistas para fazer avançar as ações de EAN na prática, o tanto quanto os pressupostos teóricos já conseguiram avançar. O trabalho, estruturado em um gradiente entre a teoria e a prática, encontrase dividido em 3 partes. A parte I apresenta dois diálogos iniciais mais teóricos: o primeiro sobre concepções pedagógicas e o histórico e conceitos de educação em saúde e de educação alimentar e nutricional; e o segundo sobre o objeto das ações de EAN e a postura do profissional como educador frente às singularidades das práticas alimentares. A parte II discute a teoria sobre o planejamento de ações de EAN e introduz uma mostra de possibilidades de abordagem em cada fase do curso de vida. A seleção das atividades propostas visou a atender alguns critérios predefinidos, como: variedade de temas e métodos, especificidades de cada fase do curso da vida, diferentes dimensões da alimentação e possibilidade de adaptação a diferentes espaços (igrejas, associações, escolas, unidades de saúde etc.). Longe de pretender esgotar as temáticas e métodos de EAN, propõe-se uma coletânea de atividades vivenciadas pelas autoras em diferentes projetos. Também não se pretendeu disponibilizar “receitas de bolo”, mas, ao contrário, atividades básicas que devem ser adaptadas a cada grupo de participantes, de acordo com as informações levantadas no diagnóstico realizado para o planejamento. Destacase que se procurou incluir atividades que valorizassem a culinária, entendendo esta como estratégica para o enfrentamento das questões relacionadas com a alimentação contemporânea. Assim, cada capítulo inicia-se por uma caracterização do grupo em questão (crianças, adolescentes, adultos, idosos e gestantes), seguida pelo elenco de práticas. Vale mencionar que muitas atividades propostas para um ou outro grupo são passíveis de adaptação para realização com outros grupos, necessitando de ajustes no recorte da temática e nas estratégias. Um quadro com o resumo das atividades por fase do curso de vida e dimensões da alimentação pode ser encontrado no final deste livro (Anexo I). Na parte III, diálogo final, o livro é enriquecido por relatos práticos que apresentam diferentes perspectivas inovadoras de EAN, em termos de grupos etários, objetivos, temáticas ou estratégias metodológicas. Esperamos que você também estabeleça diálogos férteis entre esta leitura e sua vivência! As Organizadoras

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Receber o convite para fazer o prefácio de Diálogos e Práticas em Educação Alimentar e Nutricional deixou-me muito feliz. Inicialmente, pareceu-me uma tarefa tranquila. Pensei comigo mesma: é só deixar fluir a emoção e estar aberta às reflexões que as autoras nos suscitam. Mas, ao longo da leitura, pude perceber o quão complexo seria elaborar um texto que dialogasse com a obra. Durante minha trajetória acadêmica, pude vivenciar muitos encontros, com diferentes pessoas, de distintas áreas, dentro e fora da Nutrição. Foi assim com as autoras e colaboradoras do presente trabalho. Nas estradas da vida acadêmica, cruzamo-nos e trocamos ideias, experiências e conhecimentos. Bem lá atrás, um desses encontros, com uma das autoras, Dra. Maria Fátima Garcia de Menezes, foi marcante, pois era o início de minhas reflexões com a Educação Alimentar e Nutricional (EAN), que também estavam brotando em seu pensamento e despertavam nela o desejo de iniciar a vida acadêmica, trilhando esse caminho. A sensação de que tais encontros foram sementes, plantadas com cuidado, responsabilidade e compromisso, especialmente com a EAN, não sendo esta apenas uma disciplina obrigatória da formação em Nutrição, mas também práxis transversal a outras áreas do conhecimento, a setores da gestão pública, à vida das pessoas. É sob essa premissa que a EAN vem se transformado. Originalmente pautada na lógica da ignorância, ou seja, na falta de conhecimento sobre alimentação, apregoando mudanças no comportamento alimentar, com vistas a manter o equilíbrio do corpo e da vida social, avança para uma perspectiva dialógica e participativa, de respeito e valorização da cultura e saberes populares. No entanto, a mudança do paradigma da ignorância para uma EAN crítica e reflexiva não ocorreu de modo linear e também não está concluída. Tanto na formação acadêmica quanto na prática profissional, mesclam-se estratégias consideradas tradicionais com as mais problematizadoras. Além disso, a EAN, por ter se originado concomitantemente à ciência da Nutrição e se consolidado nesse campo, corporifica-se como responsabilidade dos nutricionistas. Mais recentemente, por meio do debate entre diferentes setores do governo, universidades e entidades, foi publicado, em 2012, o Marco de Referência de Educação Alimentar e Nutricional para as Políticas Públicas. O documento aponta a EAN como estratégica para o alcance da Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) e da Promoção da Saúde, evidenciando seu caráter transversal e interdisciplinar.

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Prefácio

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É nesse contexto que este livro faz-se importante e essencial. Avançamos na concepção, porém, entre a teoria e a prática, ainda há lacunas, especialmente sobre como desenvolver uma EAN que estimule a criticidade e a reflexão acerca da realidade, que dialogue com saberes populares, que tenha compromisso com a transformação social, com o Direito Humano à Alimentação Adequada e com um sistema alimentar sustentável. O texto leve, escrito de maneira didática, contribui para que o leitor reflita sobre os pressupostos e concepções da Educação, da Educação Popular em Saúde e, obviamente, da EAN. Reforça as habilidades necessárias para que os profissionais possam desenvolver ações educativas em Alimentação e Nutrição, fundamentadas no planejamento. Este irá nortear o desenvolvimento e a avaliação, que podem levar às adequações necessárias ao longo do processo. Como modo de apoiar a implementação de atividades de EAN, as autoras elaboraram uma vasta descrição de ações educativas inspiradoras, considerando as diferentes dimensões da alimentação, assim como os ciclos da vida. Como bem colocado ao longo do texto, não são receitas, mas vivências que podem e devem ser recriadas em diferentes contextos. Para finalizar, são apresentados alguns relatos de experiências. O primeiro, com grupos de idosos, suscita pensar o quão é possível desenvolver um trabalho no qual o sujeito é ator de seu processo educativo e que este só faz sentido quando construído e vivenciado por meio da afetividade. O segundo descreve as oficinas socioeducativas, no município de Mesquita, no Rio de Janeiro, como estratégia de proximidade com o público-alvo de um programa de distribuição de leite para crianças. Tal experiência nos faz refletir sobre os desafios da intersetorialidade e da superação da lógica assistencialista, que se fez presente em programas de Alimentação e Nutrição. O terceiro aborda o desenvolvimento de grupo educativo voltado para obesidade infantil em um hospital no município do Rio de Janeiro, iniciado em 2002. A incorporação de atividade educativa na rotina de um hospital infantil, com participação de diferentes profissionais, não deve ter sido uma tarefa tranquila, especialmente por se valorizar mais o processo do que os resultados objetivos. O quarto revela uma atividade de educação popular desenvolvida na Baixada Fluminense, sobre a questão do Direito Humano à Alimentação, que articulava as temáticas de SAN, Educação em Saúde e Cidadania por meio da mobilização da ação comunitária, possibilitando (re)construção de saberes. Em seguida, houve a produção de vídeo sobre alimentação saudável, conduzida por adolescentes, sob coordenação de equipe técnica. A construção coletiva do vídeo teve primazia e buscou tornar os adolescentes sujeitos ativos do processo. Por último, são relatadas duas vivências construídas em equipamentos da Rede de Atenção à Saúde, no Rio de Janeiro. Uma delas, realizada em um Centro de Atenção Psicossocial, reforça o potencial terapêutico da alimentação, vencendo barreiras, promovendo integração e in-

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Mirian Ribeiro Baião Doutora em Ciências pelo Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), RJ. Professora-associada do Instituto de Nutrição Josué de Castro (INJC), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

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clusão social. A outra busca aproveitar o período de internação de parturientes, em uma maternidade pública, para conversar sobre amamentação, abrindo espaço para a troca de experiências. Não se pode deixar de salientar a preocupação das autoras em reunir, como sugestão, uma gama de materiais que tratam da alimentação por meio de crônicas, literatura, poemas, músicas, filmes e programas de TV, que podem subsidiar novas criações. Concluo reforçando que este trabalho é um daqueles materiais de apoio para todos que precisam e desejam trocar conhecimentos e experiências sobre a alimentação. Livros sempre serão bem-vindos! Alguns farão parte da mochila que carregamos ao longo da vida acadêmica e profissional. Este é um deles!

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ACS

Agentes comunitários de saúde

Atan

Área Técnica de Alimentação e Nutrição

BLH

Banco de Leite Humano

Caps

Centro de Atenção Psicossocial

Cras

Centros de Referência de Assistência Social

DHAA

Direito Humano à Alimentação Adequada

EAN

Educação Alimentar e Nutricional

Endef

Estudo Nacional de Despesas Familiares

HDL

lipoproteína de alta densidade

IMC

Índice de massa corporal

Inhac

Iniciativa Hospital Amigo da Criança

Iubaam

Iniciativa Unidade Básica Amiga da Amamentação

LDL

lipoproteína de baixa densidade

NAI

Núcleo de Atenção ao Idoso

PE

práticas educativas

PNEPS

Política Nacional de Educação Popular em Saúde

POF

Pesquisa de Orçamento Familiar

Proane

Projeto Alimentação, Nutrição e Envelhecimento

SAE

Semana de Alimentação Escolar

SAN

Segurança Alimentar e Nutricional

Saps

Serviço de Alimentação da Previdência Social

SEA

Semana de Educação Alimentar

Semas

Secretaria Municipal de Assistência Social

Sisan

Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional

SPM

síndrome pré-menstrual

SUS

Sistema Único de Saúde

UAN

Unidade de Alimentação e Nutrição

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Lista de Siglas e Abreviaturas

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PA R T E I

Fundamentos Teóricos ............................................................... 1

Capítulo 1 Marco Teórico da Educação Alimentar e Nutricional ......................................3 Capítulo 2 O Objeto das Ações Educativas em Alimentação e Nutrição .................... 23

PA R T E I I

Práticas Educativas em Diferentes Fases do Curso da Vida ...............................................................................39

Capítulo 3 Planejamento de Práticas Educativas ................................................................ 41 Capítulo 4 Práticas Educativas com Crianças ....................................................................... 55 Capítulo 5 Práticas Educativas com Adolescentes ............................................................. 73 Capítulo 6 Práticas Educativas com Adultos ......................................................................... 87 Capítulo 7 Práticas Educativas com Idosos .........................................................................103 Capítulo 8 Práticas Educativas com Gestantes ..................................................................121

PA R T E I I I

Relatos de Experiência .......................................................... 131

Capítulo 9 Grupos Educativos em Alimentação e Nutrição com Idosos ..................133 Capítulo 10 Oficinas Socioeducativas com Crianças no Programa do Leite..............145 Capítulo 11 Práticas Educativas para o Manejo da Obesidade Infantil .......................153 Capítulo 12 Alimentação é Cultura: Uma Experiência na Baixada Fluminense ........159 Capítulo 13 “Vamos Comer?” – Relato de Produção de Vídeo Educativo

por Adolescentes e para Adolescentes ...........................................................165

Capítulo 14 Nutrição e Saúde Mental: Experiências em um Centro de

Atenção Psicossocial ..............................................................................................169

Capítulo 15 Roda de Conversa em um Hospital Municipal do Rio de Janeiro ..........175 Anexo I Resumo das Atividades de Educação Alimentar e Nutricional

por Fases do Curso de Vida e Dimensões da Alimentação ......................179

Anexo II Arte e Alimentação: Sugestões de Material para Consulta e

Inspiração ..................................................................................................................181

Índice ......................................................................................................................................................... 189

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Sumário

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Fundamentos Teóricos Capítulo 1 Marco Teórico da Educação Alimentar e Nutricional, 3 Capítulo 2 O Objeto das Ações Educativas em Alimentação e Nutrição, 23

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Marco Teórico da Educação Alimentar e Nutricional Maria Fátima Garcia de Menezes • Luciana Azevedo Maldonado • Caroline Maria da Costa Morgado

A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria. Paulo Freire

BASES PEDAGÓGICAS Que aulas são essas? Por que é necessário saber isso? Eu não entendo esses textos! É uma leitura muito densa! Eu não estudo Pedagogia! Isso é muito chato! São estes os questionamentos que perpassam as aulas iniciais da disciplina Educação, Alimentação e Nutrição no curso de graduação em Nutrição. Os nutricionistas partem do princípio de que precisam saber de fisiologia, patologia, dietoterapia, bromatologia, bioquímica... No entanto, com todo esse arcabouço teórico das chamadas ciências biomédicas, os profissionais sentem dificuldade em compartilhar esses conhecimentos com seus clientes, pacientes, funcionários, alunos, agentes comunitários... Enfim, todas as pessoas com as quais irão se relacionar em sua prática profissional. Sentem uma dificuldade ainda maior em colocar esses conhecimentos disponíveis e úteis para responder a demandas e questões das práticas alimentares do cotidiano. Assim, cabe a reflexão sobre a necessidade de conhecimentos oriundos das ciências humanas, como sociologia, antropologia e pedagogia. O primeiro capítulo pretende abordar a contribuição do campo da pedagogia apresentando de maneira resumida três blocos conceituais que fundamentam o pensar e o fazer da Educação Alimentar e Nutricional: o que entendemos por educação, suas funções e suas principais teorias.

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CAPÍTULO

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Diálogos e Práticas em Educação Alimentar e Nutricional

A educação, no sentido etimológico, deriva de dois termos latinos: educare, que transmite a ideia de alimentar, formar, instruir, guiar, transmitir informação a alguém; e educere, o qual significa conduzir (para fora), desenvolver algo que já está no indivíduo. O termo educar é tradicionalmente relacionado com ensinar, ou seja, transmitir informações ou conhecimentos escolares disciplinares com uma ideia de linearidade: emissor-mensagem-receptor; e socializar, inculcar normas de conduta de bom comportamento ou “boas maneiras”, perspectiva reafirmada em comentários comuns como “que criança bem educada!”. No entanto, é muito mais que isso. Segundo Placco (1994),1 educar é formar em um sentido amplo, de desenvolvimento de potencialidades. É um processo articulado não só ao indivíduo, mas à formação do homem coletivo, que constrói seu futuro e contribui com a construção da sociedade. É importante diferenciar o formar do “colocar na forma, deformar, controlar, bitolar”. Um bom exemplo para refletir é o vídeo da música “Another brick in the wall”, da banda britânica Pink Floyd, que mostra a escola alienadora sem nenhum espaço para a exposição de ideias ou de cada um se formar conforme sua individualidade. A educação, portanto, ultrapassa essa visão limitada e assume o papel de proporcionar o desenvolvimento individual e o fortalecimento da inter-relação com a natureza, com os outros homens e consigo mesmos, sem submissão a um modelo opressor e sem alienar. A ideia é a de transformar sujeitos e mundo em algo melhor. Na dimensão individual – o “viver bem” –, refere-se ao saber necessário ao autodesenvolvimento do educando e, na dimensão social – “bem viver de todos” –, ao saber necessário para o exercício democrático da cidadania na construção de uma sociedade melhor. Um autor que nos ajuda a entender essa perspectiva é Paulo Freire. Ele utiliza o conceito de politicidade, que Pedro Demo, em entrevista concedida ao Jornal do Brasil, discute: a educação tem o “propósito de forjar um sujeito capaz de ter história própria”. O saber pensar, reconstruir, elaborar, questionar, está no centro da aprendizagem. E conclui que o importante é o papel da educação de “formar rebeldes”.2 Segundo McLaren apud Giroux (1997),3 a educação deve ser capaz de levar os indivíduos a desenvolverem a capacidade de transcender à situação histórica de sua cultura herdada. Os indivíduos não sucumbem à inevitabilidade de uma tradição que os mantêm prisioneiros de ideias ou ações fixas, mas são capazes de usar o conhecimento crítico para alterar o curso dos eventos históricos. Os indivíduos, para Giroux (1997), são tanto produtores quanto produtos da história. A educação pode, também, ser conceituada como uma prática social, que ocorre durante toda a vida e em todos os lugares. Quando se inicia? Quando termina? Em que lugares ocorre? A resposta é: na escola, na família, nos espaços sociais e culturais... Na vida!

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Pode ser classificada em: educação formal e sistemática (escolar), na qual se situa a transmissão do saber hierarquizado, e educação informal (vida), que abrange o saber acumulado pelos grupos sociais, saberes advindos da experiência, os valores, crenças culturais. Não há uma forma única nem apenas um modelo. A educação depende do tempo histórico e da concepção de sociedade. Que tipo de indivíduo se pretende para aquela sociedade? No livro O Que é Educação, de Carlos Rodrigues Brandão, encontra-se esse debate.4 Ele relata a carta de um índio norte-americano ao diretor da escola “do branco”, agradecendo a oportunidade de oferecimento de vagas. Ele recusa a oferta e justifica: “eram totalmente inúteis”, quando regressava à aldeia. Será que, em nossa sociedade, podemos identificar também diferentes modelos de educação (p. ex., entre crianças de classes populares e de classes altas; meninos e meninas)? Com relação às funções da educação podemos identificar historicamente três funções: ■■ Redentora: a educação “salva” os indivíduos, corrige os desvios, iguala, integra harmonicamente os indivíduos à sociedade. ■■ Reprodutora: a educação “reproduz”, adapta os indivíduos, é um instrumento de manutenção da ordem. ■■ Transformadora: a educação é um meio ou um instrumento de transformação de indivíduos e sociedade, funcionando como mediadora de um determinado projeto social. Tais funções relacionam-se com diferentes teorias pedagógicas, propostas por vários autores e com denominações diversas. Saviani (1991)5 propõe uma classificação com três grupos de teorias. O primeiro, daquelas consideradas não críticas (escola tradicional, escola nova e escola tecnicista), desconsidera a sociedade de classes e a desigualdade social e entende que a escola pode tornar os indivíduos iguais. No segundo grupo, as teorias crítico-reprodutivistas entendem que a escola é mais um instrumento de reprodução da sociedade, mantendo a desigualdade. Neste, incluem-se as teorias de aparelho ideológico de Estado, a teoria de violência simbólica e a teoria da escola dualista. O terceiro e último grupo é o da teoria crítica, a qual entende que a escola não irá acabar com a desigualdade nem a mantém. A escola pode ser uma importante ferramenta de transformação da sociedade. Para maior aprofundamento, a fim de não ser exaustivo e tornar o texto cansativo, optou-se neste capítulo por abordar apenas duas teorias, que podemos pensar, de maneira simplista, como contraposição. No entanto, historicamente, elas são avanços no pensar o papel da educação. A teoria tradicional ou tendência conservadora tem os seguintes princípios: ■■ Objetivo da educação: formação de indivíduos cultos, letrados e com valores morais de acordo com a cultura hegemônica; foco na aprendizagem dos conteúdos transmitidos pelo professor.

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Marco Teórico da Educação Alimentar e Nutricional

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Diálogos e Práticas em Educação Alimentar e Nutricional

■■ Conteúdos: conhecimentos estruturados, enciclopédicos, científicos, pron-

tos e definidos como verdades absolutas.

■■ Métodos pedagógicos: aulas expositivas; exercícios de fixação; memoriza-

ção; demonstração de modelos, de regras e de informações prescritivas.

■■ Relação professor/aluno: hierarquizada; o professor domina o processo e

o aluno é passivo, não questiona; a fala do aluno é restrita ao momento final para uma possível dúvida. ■■ Espaço físico: ambiente silencioso e disciplinado, sob controle do professor; disposição de cadeiras em formato de auditório com lugares prefixados; professor em destaque e no centro (às vezes, em patamar mais elevado e com microfone). ■■ Avaliação: objetiva e classificadora; mede a quantidade de conhecimento retido pelo aluno; provas e arguições. Já a teoria crítica, ou tendência progressista, tem os seguintes princípios:

■■ Objetivo da educação: formação de indivíduos críticos da realidade social,

■■

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respeitando a subjetividade e estimulando a capacidade de reflexão; questionamento e proposição. Conteúdos: toma como ponto de partida o contexto de vida do aluno e seus conhecimentos, integrando aos conhecimentos acumulados, entendidos como verdades provisórias; valoriza os saberes advindos da experiência de vida de alunos e professores. Métodos pedagógicos: aulas dialógicas; grupos de discussão; estudos de caso; situações-problema; experimentação, que privilegia a troca e a construção de conhecimentos. Relação professor/aluno: democrática; professor e aluno são ativos; o professor assume a condução, interage e estimula a participação dos alunos ao longo de toda a aula, provocando o relato de opiniões, discordâncias, incômodos, e também esclarece dúvidas. Espaço físico: ambiente descontraído e dinâmico; regras negociadas e consensuais sob controle do próprio grupo; disposição de cadeiras em formato de semicírculo ou círculo com lugares livres; professor ocupa lugares variados, assim como os alunos. Avaliação: diagnóstica, processual e permanente; mede-se a evolução do aluno; utilizam-se diferentes métodos (individuais e de grupo; escrita e oral; com e sem consulta; cognitiva e artística; autoavaliação).

Refletir e incorporar a perspectiva crítica nas ações educativas em alimentação e nutrição possibilita superar as propostas mais tradicionais e hegemônicas e consolidar um modelo mais reflexivo, problematizador e justo para uma prática educativa que considere o outro como protagonista na transformação de sua relação com a comida e contribua socialmente com uma alimentação melhor para todos.

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A EDUCAÇÃO EM SAÚDE E A EDUCAÇÃO ALIMENTAR

E NUTRICIONAL

O objetivo deste tópico é abordar o processo histórico de constituição das práticas de educação em saúde e de educação alimentar e nutricional. Tal processo deixou fortes marcas, que embasaram o planejamento, a condução e a avaliação das práticas educativas no campo da saúde. Entre elas, ressalta-se o foco no aspecto biológico do cuidado em saúde, na questão da higiene e na culpabilização do indivíduo. Atualmente, busca-se reconhecer estes limites e traçar estratégias para enfrentar e construir práticas mais justas, participativas e contextualizadas no cotidiano de vida das pessoas.

A educação em saúde As práticas de educação em saúde estão diretamente relacionadas com a concepção de saúde. Ou seja, dependendo de como se entende o que é saúde, é que se estruturam suas diferentes abordagens. Antes de a medicina ser reconhecida como campo científico ou ser praticada por médicos, a dimensão do cuidado com o doente prevalecia sobre a perspectiva do tratamento e da cura – rara e complexa. Esse cuidado era exercido por diferentes grupos, como as freiras que recebiam os doentes em seus conventos (até porque, em alguns momentos, a enfermidade era associada a um “castigo divino”); os barbeiros, que estavam associados aos cuidados higiênicos, inclusive à saúde bucal; e os boticários, que preparavam xaropes para os mais variados problemas de saúde e andavam pelas cidades vendendo suas poções milagrosas…* No entanto, com base em pesquisas científicas do fim do século XIX, que identificaram bactérias responsáveis por doenças como tuberculose, cólera e febre tifoide, além do desenvolvimento do antibiótico, a medicina firma-se e diferencia-se como campo científico. As doenças agora podiam ser explicadas: eram causadas pela contaminação microbiológica do homem, e sua cura dependia do antibiótico certo. Tal descoberta foi o marco da Revolução Bacteriológica, fundamental para os avanços que a medicina alcançou e decisiva para a hegemonia do modelo médico-hospitalar, característico do Ocidente, para o tratamento das doenças.

*Para saber mais sobre esta época, leia o livro O Físico, de Noah Gordon, ou assista ao filme homônimo. A trama desenvolve-se na Inglaterra do século XI: ainda criança, Rob vê sua mãe morrer em decorrência de uma peste. O garoto cresce sob os cuidados de Bader, o barbeiro local que promete curar doenças. Ao crescer, Rob acumula todos os conhecimentos de Bader sobre cuidar de pessoas doentes, mas ele sonha em saber mais. Após Bader passar por uma operação nos olhos, Rob descobre que na Pérsia há um médico famoso, responsável por administrar um hospital. Para aprender com ele, Rob faz uma longa viagem rumo à Ásia.

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Marco Teórico da Educação Alimentar e Nutricional

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Diálogos e Práticas em Educação Alimentar e Nutricional

A educação sanitária: o indivíduo e a higiene É neste contexto que se desenvolvem, na Europa, as doutrinas higienistas, que fundamentaram as práticas de educação sanitária marcadas pela eugenia (higiene dos corpos) e a higienia (higiene dos espaços). Se as doenças são causadas por microrganismos (concepção unicausal do processo saúde-doença), o que se tem a fazer para melhorar as condições de saúde da população é impedir esta contaminação disseminando-se as regras de higiene e outros cuidados ambientais. Ou seja, o indivíduo é visto como mais um “espaço” da cidade a ser higienizado. A pessoa é percebida como um reservatório para os microrganismos que ameaçam a saúde individual e a coletiva.6,7 No Brasil, as práticas de educação sanitária são iniciadas por Oswaldo Cruz. Após retornar dos estudos na Europa, o médico brasileiro retornou ao Brasil prometendo extinguir as endemias que grassavam no país no começo do século XX (peste bubônica, varíola e febre tifoide), baseando-se nas doutrinas higienistas. O termo “educação sanitária” carrega a marca da concepção tradicional de educação em saúde. Parte do pressuposto da ignorância da população sobre como cuidar da saúde e definiu práticas e comportamentos saudáveis, que foram impostos à população, independentemente das questões sociais, políticas e econômicas. A saúde e a doença eram vistas sob uma perspectiva individual. Se a pessoa já foi educada para prevenir as doenças, ela pode ser considerada culpada caso não mantenha a saúde – prática reconhecida como culpabilização do indivíduo.8 O episódio da Revolta da Vacina, em 1904, ilustra perfeitamente a ação repressora por parte do Estado. Ele criou até uma “polícia sanitária” responsável por autorizar a invasão de casas para retirar pessoas doentes do convívio de seus familiares, obrigando a vacinação contra varíola e permitindo a derrubada de casas que não se adequavam ao padrão de prevenção das doenças. Por trás de toda esta estratégia de combate às doenças, estava uma questão moral: impor também regras de convivência adequadas a uma sociedade que se pretendia desenvolvida. No início do século XX, com o êxodo rural, eram comuns os cortiços e outros tipos de moradias lúgubres em que várias pessoas dividiam o mesmo cômodo para dormir e o “banheiro” servia a diversos quartos. A roupa era lavada no chafariz, e muitos homens desempregados passavam o dia perambulando pela cidade à procura de biscates ou tomando bebidas alcoólicas. Assim, aqueles que não seguiam as “boas normas de higiene” ou os “comportamentos saudáveis”, definidos por pessoas de classes sociais bem diferentes, eram vistos como indivíduos imorais que colocavam em risco a saúde de toda a população.9 Portanto, a ação educativa […] voltava-se para a imposição de normas e comportamentos [...] considerados adequados, num tipo de educação que poderia ser chamada de “toca-boiada”, em que os técnicos e a

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Práticas Educativas em Diferentes Fases do Curso da Vida Capítulo 3 Planejamento de Práticas Educativas, 41 Capítulo 4 Práticas Educativas com Crianças, 55 Capítulo 5 Práticas Educativas com Adolescentes, 73 Capítulo 6 Práticas Educativas com Adultos, 87 Capítulo 7 Práticas Educativas com Idosos, 103 Capítulo 8 Práticas Educativas com Gestantes, 121

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Práticas Educativas com Adultos Maria Fátima Garcia de Menezes • Caroline Maria da Costa Morgado • Luciana Azevedo Maldonado

O público adulto não é homogêneo. Apresenta grande diversidade, se considerarmos a idade, a situação de saúde e as condições econômica, social e cultural. Destaca-se como característica marcante a maior capacidade de reflexão, de tomada de decisão e de concentração. Diferentemente dos adolescentes, que se preocupam com o presente e com a aceitação por seus pares, os adultos se preocupam com o futuro. Estão atentos à sua situação de saúde, ou melhor, ao peso, aos exames bioquímicos e às doenças que já existem ou que possam vir a existir. Temas que se relacionam com a prevenção de doenças são bem aceitos e convém considerar que o enfrentamento não pode ser desfocado do contexto atual. A responsabilidade por inúmeras tarefas, a influência de diferentes atores (profissionais, família, amigos, mídia) e a imposição para o consumo (serviços, equipamentos, utensílios, medicamentos, suplementos, alimentos) estão no cenário atual e devem ser pautadas nas atividades. É fundamental, portanto, problematizar o cotidiano para as escolhas alimentares e considerar grandes eixos estratégicos, como a falta de tempo e a necessidade de planejamento e praticidade; o sobrepeso e o modelo magro de beleza; a comida processada e a perda de habilidades culinárias; as necessidades nutricionais; e as necessidades culturais. É importante também considerar as limitações pela dificuldade de acesso à alimentação; pela escolaridade (que pode comprometer a compreensão de determinados conteúdos; por uma relação com a comida de muito prazer (“adoro comer e não vou me restringir!”) ou desprazer (“não gosto de comer e nem de cozinhar, como qualquer coisa rápida!”); ou, ainda, pela funcionalidade (“como

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Diálogos e Práticas em Educação Alimentar e Nutricional

o que faz bem para minha saúde!”). Deve-se também atentar para o uso cauteloso da linguagem técnica, o que garante um processo comunicacional fácil e eficiente.

DIETAS DA MODA

Objetivos ■■ Identificar as vantagens e as desvantagens de “dietas da moda”. ■■ Diferenciar o emagrecimento por meio de uma alimentação saudável versus

por dietas restritivas.

Conteúdo programático ■■ Características das principais dietas da moda: alta restrição; retirada de al-

gum nutriente; uso de produtos medicamentosos e/ou fórmulas etc.

■■ Vantagens das dietas da moda: emagrecimento rápido; status; autoestima;

identificação com celebridades.

■■ Desvantagens das dietas da moda: monotonia alimentar; desequilíbrio nu-

tricional; “efeito sanfona”; alto custo; uso do alimento como remédio; uso de medicamentos, suplementos, fórmulas; riscos à saúde; ■■ Alimentação “saudável” e perda de peso.

Método A atividade será dividida em duas etapas. Na primeira etapa, será realizada uma encenação de uma “propaganda” ou uma “matéria jornalística” de uma dieta da moda. Após a cena, os participantes poderão opinar e relatar suas experiências ou de familiares e amigos sobre emagrecimento/dietas da moda. Os coordenadores deverão anotar, sem prejulgamento, todas as ideias citadas pelos participantes em uma cartolina presa na parede. Em seguida, os coordenadores deverão valorizar os relatos do grupo, identificando que características possuem as dietas da moda; as vantagens e desvantagens das dietas; o desejo de emagrecer rápido; e as estratégias para perder peso.

Recursos ■■ ■■ ■■ ■■

Cartolinas brancas. Fita dupla face ou crepe. Caneta Pilot ou hidrocor. Materiais para encenação (caracterização dos personagens).

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Neste momento, será proposto um jogo. Cada participante deverá olhar debaixo de sua cadeira se há uma figura fixada (colada antes do início da atividade). Em caso afirmativo, convém responder à seguinte questão: congelar ou não congelar? Se sim, como? Se não, por quê? No tópico a seguir, apresentamos sugestões de alimentos e pontos para o debate. Caso seja possível, é interessante fazer uma demonstração das técnicas de branqueamento e do congelamento de temperos em recipientes pequenos e formas de gelo com água ou azeite. Também se recomenda a apresentação em PowerPoint para apoio.

Lista de sugestões de alimentos ■■ Carne (porcionamento). ■■ Brócolis (técnica de branqueamento). ■■ Cebolinha (demonstração de duas técnicas de congelamento: pote plásti■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■

co e forma de gelo com água/azeite). Manga (congelamento in natura em calda e polpa). Sopa (preparações prontas). Queijo minas (não pode congelar). Creme de leite (não pode congelar). Salgadinhos (congelamento em aberto). Pães e bolos.

Recursos ■■ Figuras dos alimentos. ■■ Materiais para demonstração da técnica de branqueamento: panela, bacia,

forma de gelo, peneira, potes plásticos.

■■ Materiais para demonstração da técnica de congelamento de temperos: for-

ma de gelo, potes plásticos pequenos, papel-filme.

■■ Apresentação em PowerPoint. ■■ Data show. ■■ Microcomputador.

AUTOIMAGEM CORPORAL

Objetivos ■■ Relacionar a autopercepção da imagem corporal com satisfação pessoal. ■■ Reconhecer aspectos positivos da própria imagem corporal. ■■ Identificar estratégias para lidar com os aspectos negativos.

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Práticas Educativas com Adultos

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Diálogos e Práticas em Educação Alimentar e Nutricional

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Conteúdo programático ■■ Autopercepção com relação ao corpo. ■■ Avaliação da imagem corporal – escala de silhuetas.

■■ Influências positivas e/ou negativas do cotidiano que se refletem na imagem

corporal.

Método A atividade terá início convidando-se os participantes a se autoavalirem quanto à imagem corporal. Em um cartaz ou no quadro, escreve-se a frase “Como eu me vejo?”, para indicar a proposta. Será entregue aos participantes a escala de silhuetas de Stunkard (1983), apresentada na Figura 6.1. A escala, impressa em uma folha, contém nove desenhos de mulheres e nove de homens em diferentes graus de estrutura corporal (de magreza grave até obesidade) com três perguntas: ■■ Qual aparência física se parece mais com você atualmente? ■■ Qual aparência física você gostaria de ter? ■■ Qual aparência física você tinha há um ano? As respostas poderão ser de 1 a 9 para cada uma das perguntas e cada participante marcará a resposta desejada. Após a marcação, será iniciada uma rodada de respostas, com registro no cartaz ou no quadro e uma discussão sobre

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Figura 6.1 Escala de Stunkard Fonte: adaptada de Stunkard et al.; 1983.

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como os participantes se veem, se acham que mudaram durante o último ano e quais as expectativas e os desejos. Desse modo, a partir das respostas que forem surgindo, deverá ser trabalhada a questão peso versus imagem corporal. Em seguida, será realizada a dinâmica “Depósito de ideias”. Para realizar tal dinâmica, serão dispostas duas caixas, sendo a primeira denominada “Xô Baixo Astral” e a outra “Tudo de Bom”, e distribuídas filipetas. Cada participante deverá escrever uma característica ou fato ou um problema que julgue estar contribuindo negativamente com a forma como ele se vê ou interferindo em seu peso. Da mesma maneira, também escreverá uma característica ou uma estratégia que julgue importante para a mudança de visão do corpo. Após todos os participantes terem depositado suas respostas nas caixas, será feito um sorteio aleatório e lido o conteúdo. Os participantes serão estimulados a comentarem sobre o que foi lido e também a refletirem sobre o assunto.

Recursos ■■ Cartaz com o título. ■■ Caneta Pilot.

■■ Fita-crepe. ■■ Folhas A4 com a escala de imagem corporal e as perguntas. ■■ Canetas esferográficas. ■■ Filipetas.

■■ Caixas de papelão ou de sapato encapadas com papel colorido.

ALIMENTOS DA MODA

Objetivos ■■ Reconhecer os diversos alimentos intitulados “da moda”. ■■ Identificar os benefícios para o organismo comprovados cientificamente. ■■ Identificar as possibilidades e dificuldades para o consumo.

Conteúdo programático ■■ Conceitos de marketing, moda e consumo. ■■ Principais alimentos da moda e fora da moda. ■■ Linha do tempo com alimentos da moda. ■■ Benefícios e dificuldades para o consumo.

Método A aula será iniciada com um debate sobre conceitos de moda e consumo. Será questionado ao grupo se o que compramos tem influência do que vemos na TV,

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Diálogos e Práticas em Educação Alimentar e Nutricional

nas revistas, nas novidades e promoções do mercado, entre outros, e se a moda impõe padrões para se vestir, para acessórios, para cosméticos e também alimentos. Serão apresentadas as expressões de efeito comumente utilizadas para intitular tais alimentos, como: “febre”, “da hora”, “o novo queridinho”, “superalimentos”, “as estrelas da nutrição”, “alimentos em alta”, “as estrelas da dieta”, “vem pra ficar”, “alimentos funcionais” e “nutracêuticos”. Será, então, proposta uma dinâmica na qual os participantes escreverão em um papel um alimento na moda (in) e um alimento fora da moda (out), indicando se comem, por que comem e de que forma. A partir dos alimentos da moda relatados e outros identificados na literatura, será construída no quadro uma linha do tempo discutindo os benefícios e as dificuldades do consumo. Poderão, simultaneamente, ser apresentadas amostras de alguns destes. Para finalizar, serão discutidos os alimentos considerados fora da moda e a reflexão sobre a inclusão dos alimentos da moda em nosso dia a dia, de como a ciência é dinâmica, de como a indústria e a mídia se apropriam dessas “verdades” científicas e a valorização da nossa cultura.

Recursos ■■ ■■ ■■ ■■

Filipetas alimentos in e out. Canetas. Folhas de papel com os anos para a linha do tempo. Amostras de alimentos.

DEZ PASSOS PARA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL

Objetivos ■■ Identificar os dez passos para alimentação saudável. ■■ Enumerar qual(is) passo(s) ainda não consegue seguir.

Conteúdo programático ■■ Guia Alimentar para a População Brasileira. ■■ Principais diretrizes. ■■ Dez passos para alimentação saudável.

Método A atividade terá início contextualizando aos participantes a construção do Guia Alimentar, suas principais diretrizes e o conceito de alimentação saudável e debatendo quais as principais características, o que mudou e o que dificulta ter uma alimentação saudável nos dias atuais. A seguir, serão apresentados os “Dez

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Práticas Educativas com Gestantes Maria Fátima Garcia de Menezes • Caroline Maria da Costa Morgado • Luciana Azevedo Maldonado

No período de gravidez, normalmente as mulheres apresentam maior sensibilidade e mudanças emocionais. É um momento em que tanto as mulheres quanto as pessoas que fazem parte do seu ciclo de convivência procuram saber mais sobre a alimentação da gestante e da criança e apresentam dúvidas sobre tudo relacionado a gestação, parto e pós-parto, o que inclui o aleitamento materno. Como é comum serem “bombardeadas” com listas de coisas “permitidas” e “proibidas”, seja por familiares e amigos, seja por profissionais de saúde, as mulheres que estão gestando sentem maior necessidade de serem valorizadas, em vez de vistas apenas como gestante e/ou mãe. A autoestima costuma ser variável, sendo importante conhecer a história da gravidez e saber se foi desejada e planejada, além da relação com o parceiro, caso o tenha, ou com o pai da criança que está esperando. No caso de gestantes adolescentes, é necessário trabalhar delicadamente essa questão, tendo em vista as intensas transformações corporais, psicológicas e cognitivas por que estão passando pelo processo natural de crescimento e desenvolvimento até os valores, a cultura e as crenças da sociedade na qual estejam inseridas. Neste período, são intensas as mudanças no corpo. Por isso, ao planejar uma atividade educativa para gestantes, o coordenador deverá estar atento, pois algumas mulheres podem não aguentar ficar sentadas por muito tempo, demonstrar insatisfação em participar, estar mais ou menos interativas etc. As preocupações das gestantes variam ao longo da gravidez, podendo, no início, estar mais focadas nas mudanças corporais e, ao final, se preocupar mais com o parto, primeiros cuidados com o bebê e o aleitamento materno.

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As atividades educativas nesta fase da vida devem valorizar a rede de apoio que cada mulher possui para o cuidado com a criança, mas, especialmente, para ela. É importante não ditar regras e evitar práticas com muitas prescrições.

MUDANÇAS NO CORPO DURANTE A GESTAÇÃO

Objetivos ■■ Reconhecer as principais mudanças no corpo durante esse período. ■■ Identificar estratégias para lidar com as mudanças que considerarem

negativas.

Conteúdo programático ■■ Principais mudanças fisiológicas e psicológicas. ■■ Causas e consequências. ■■ Estratégias de enfrentamento.

Método A atividade será iniciada com uma breve provocação com relação ao tema. O coordenador perguntará ao grupo sobre as principais mudanças ocorridas no corpo ao longo da vida: infância, adolescência, fase adulta e, por fim, velhice. Deverá estimular as participantes a pontuarem se essas mudanças foram boas ou ruins e o porquê, dentro da vivência delas. Em seguida, será proposta uma dinâmica para pensar sobre as mudanças na gestação. O coordenador entregará filipetas e canetas para que cada participante responda à seguinte proposta: “Cite uma mudança no seu corpo que você gostou e uma que não gostou”. O coordenador solicitará que um participante inicie falando sobre seu registro. A partir daí, perguntará ao grupo se outros participantes têm a mesma opinião ou não. Será provocado um debate sobre cada item, buscando discutir as causas e consequências dessas mudanças e como lidar com cada uma delas. Para organizar, será utilizado um painel com a silhueta de uma gestante, no qual deverão ser escritos, pelo coordenador, de um lado os itens positivos e, do outro, os negativos. Vale destacar que um mesmo item pode aparecer nas duas colunas, dependendo do ponto de vista do participante. No caso de haver acompanhantes das gestantes, eles também poderão participar, trazendo sua opinião.

Recursos ■■ Filipetas. ■■ Canetas esferográficas.

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■■ Pincel atômico. ■■ Cartaz com silhueta da gestante. ■■ Fita adesiva.

FRUTAS, LEGUMES E VERDURAS NA GESTAÇÃO

Objetivos ■■ Reconhecer os vários tipos e preferências de frutas e hortaliças. ■■ Identificar as razões que estão relacionadas com as preferências e aversões

a frutas e hortaliças.

■■ Identificar os principais aspectos (positivos e negativos) relacionados com o

consumo de frutas e hortaliças no Brasil.

Conteúdo programático ■■ ■■ ■■ ■■ ■■

Relação saúde versus gosto. Variedade de frutas e hortaliças. Razões para preferências e aversões. Redução do consumo na população. Aspectos positivos e negativos relacionados com o consumo.

Método A atividade será iniciada com um breve debate sobre a relação do benefício para a saúde, em especial na gestação, e o gosto. Por que comemos frutas, legumes e verduras? Como é o consumo desses alimentos pela população? E na gestação? Comemos porque gostamos ou porque “faz bem”? Precisamos comer todos? A seguir, será proposta uma dinâmica na qual os participantes irão escrever, em uma filipeta, um exemplo de cada tipo de alimento (fruta, legume e verdura) que “mais gosta”, “menos gosta” e “não come de jeito nenhum”. Cada participante será convidado a relatar justificando suas escolhas. A partir dos resultados, serão debatidos os vários tipos, preferências e razões. Apresenta-se o panorama atual do consumo de frutas, verduras e legumes (FVL) e constrói-se contendo um quadro contendo os aspectos positivos e negativos relacionados com o consumo (o que ajuda e o que dificulta este).

Recursos ■■ ■■ ■■ ■■

Filipetas. Canetas esferográficas. Pincel atômico. Quadro ou painel de papel-pardo ou papel 40kg (um para a dinâmica e um para os aspectos positivos e negativos). ■■ Fita adesiva.

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Diálogos e Práticas em Educação Alimentar e Nutricional

ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR: DA INTRODUÇÃO

À COMIDA DA FAMÍLIA Objetivo

■■ Descrever os principais aspectos da introdução da alimentação complementar:

quantidade, consistência e variedade.

Conteúdo programático ■■ Período da introdução da alimentação complementar para crianças em

aleitamento materno exclusivo, predominante e em aleitamento artificial.

■■ Evolução da quantidade e da consistência da alimentação complementar. ■■ Alimentos recomendados e restrições pela idade. ■■ Capacidade gástrica dos bebês.

Método A atividade será iniciada com uma conversa entre o coordenador e os participantes sobre o período recomendado para o aleitamento materno exclusivo e complementado e para a introdução de alimentos complementares na vida da criança. A reflexão deverá envolver a experiência, o conhecimento prévio e o que a ciência aponta sobre o tema. Após essa introdução, os participantes receberão fotos de pratos elaborados para bebês e deverão classificá-los de acordo com a faixa etária, prendendo em um cartaz no local correspondente. O cartaz trará as idades de 6, 9, 12 e 18 meses. Os pratos irão diferir com relação à quantidade de comida, à consistência e à presença de alimentos polêmicos, como ovo inteiro, peixe e frutas ácidas, entre outros. O debate sobre os principais aspectos da alimentação complementar ocorrerá conforme o coordenador for apontando os pratos e a classificação dada. Ao final, será demonstrada a capacidade gástrica média dos bebês em volume de água.

Recursos ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■

Fotos com boa resolução de pratos elaborados para bebês. Cartaz dividido em colunas com as faixas etárias. Pincel atômico. 4 copos de vidro transparentes. 1 copo medidor. Água.

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COMIDA DE UMA PANELA SÓ – PRATICIDADE NAS REFEIÇÕES

Objetivo ■■ Relacionar praticidade nas refeições com equilíbrio nutricional e sabor.

Conteúdo programático ■■ Praticidade versus produtos industrializados. ■■ Sugestões de pratos únicos. ■■ Equilíbrio nutricional e sabor nos pratos únicos.

Método A atividade será iniciada com um debate sobre a questão da praticidade, a oferta de produtos industrializados e a alimentação na gestação (“comer por dois” e o ganho de peso, comer “coisas gostosas”, elevado consumo de sódio e aumento da pressão arterial, baixo teor de fibras e constipação, pouco tempo para cozinhar). Será utilizado um cartaz com o título “Praticidade, sim... Mas o que estamos comendo?” e figuras dos principais produtos industrializados disponíveis no mercado. Daremos ênfase aos diferentes tipos de produto (bebidas, temperos, pratos prontos, carnes, doces, lanches, petiscos), suas características (ingredientes, composição nutricional), marketing (imagens, frases de efeito, propagandas, cores) e preço. Após essa introdução, será proposto que cada participante pense em um prato único que seja prático e rápido de fazer, gostoso e nutritivo na dinâmica denominada “Sou um top chef ”. Colocaremos no quadro cartazes com filipetas contendo opções de alimentos (nome do alimento) em três grupos: ■■ Grupo 1: cereais, tubérculos, raízes. ■■ Grupo 2: carnes, leguminosas, queijos e ovos. ■■ Grupo 3: frutas, legumes e verduras. Cada participante será convidado a escolher um alimento do grupo 1, um alimento do grupo 2 e até três alimentos do grupo 3. Com estes alimentos, deve elaborar uma preparação. As filipetas com os alimentos escolhidos serão coladas em uma folha A4 em anexo. Por exemplo: arroz do grupo 1, frango do grupo 2, cenoura, vagem e brócolis do grupo 3 = arroz de frango com legumes. Após isso, cada participante irá apresentar sua preparação. Discutiremos diferentes opções a partir das apresentadas, já testadas, e as que podemos testar e aperfeiçoar. Registraremos no quadro os nomes das preparações e os ingredientes utilizados.

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Diálogos e Práticas em Educação Alimentar e Nutricional

RECURSOS ■■ Slide ou cartaz com figuras de alimentos industrializados colados e o título ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■

“Praticidade, sim... Mas o que estamos comendo?”. Impresso “Sou um top chef” (Figura 8.1). Cartaz para cada grupo. Filipetas com sugestões de alimentos de cada grupo. Fita adesiva. Canetas esferográficas. Quadro ou cartolina. Pincel atômico.

Sou um top chef Cole aqui um alimento do grupo 1

Cole aqui um alimento do grupo 2

Cole aqui até três alimentos do grupo 3

Agora escreva sua preparação

Figura 8.1 Layout de página

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Relatos de Experiência Capítulo 9 Grupos Educativos em Alimentação e Nutrição com Idosos, 133 Capítulo 10 Oficinas Socioeducativas com Crianças no Programa do Leite, 145 Capítulo 11 Práticas Educativas para o Manejo da Obesidade Infantil, 153 Capítulo 12 Alimentação é Cultura: Uma Experiência na Baixada Fluminense, 159 Capítulo 13 “Vamos Comer?” – Relato de Produção de Vídeo Educativo por Adolescentes e para Adolescentes, 165 Capítulo 14 Nutrição e Saúde Mental: Experiências em um Centro de Atenção Psicossocial, 169 Capítulo 15 Roda de Conversa em um Hospital Municipal do Rio de Janeiro, 175

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Práticas Educativas para o Manejo da Obesidade Infantil Nadima Zeidan

 CONTEXTO A obesidade na infância e na adolescência vem aumentando nos últimos anos, sendo considerada a enfermidade nutricional mais frequente nestas faixas etárias nos países desenvolvidos e já ultrapassando os níveis de desnutrição nas nações em desenvolvimento. Em nossa prática diária do ambulatório de nutrição do Hospital Municipal Salles Netto,* essa realidade não se mostrou diferente. Assim, constatou-se um número crescente de crianças e adolescentes apresentando sobrepeso e obesidade. Além disso, o comportamento e o discurso das crianças no momento da primeira consulta chamaram a atenção de nossa equipe. Muitas vezes, o tratamento era visto como “castigo” pela criança. Para exemplificar: um menino de 10 anos de idade, na primeira consulta, disse a seguinte frase: “Hoje é o último dia feliz da minha vida. Meu pai me falou que uma mulher chata ia tirar tudo o que mais gosto de comer”. Essa fala nos fez refletir sobre o tipo de atendimento e serviu como um alerta, pois era necessário mudar a abordagem a essas crianças e reavaliar o modelo de atendimento até então oferecido a tal população. Considerando a obesidade como patologia multifatorial, os mais recentes estudos vêm demonstrando que a abordagem multidisciplinar oferece maior possibilidade de melhor adesão do paciente e seus familiares ao tratamento, principalmente se utilizada metodologia de atendimento em grupo. Por isso, optamos por uma reformulação do modelo assistencial. *O Hospital Municipal Salles Netto fechou no ano de 2013 e passou a ser um Centro Municipal de Saúde e uma Clínica da Família.

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Diálogos e Práticas em Educação Alimentar e Nutricional

No intuito de formar a equipe multidisciplinar, o serviço de Nutrição começou a buscar parceiros dentre os profissionais da Unidade, com perfil para trabalho em equipe, perfil motivacional, tolerância à frustração e capacidade de manter vínculos, respeitando-se cada passo do tratamento, entre outras características para lidar com a obesidade infantil. Tendo como parâmetros o interesse pelo tema e a frequência de encaminhamentos de pacientes com quadro clínico de sobrepeso e obesidade ao serviço de Nutrição, propôs a uma médica uma parceria no atendimento a esse grupo. Outras parcerias foram sendo estabelecidas, o que tornou o projeto um legítimo programa institucional, com a participação efetiva na captação de pacientes por funcionários da recepção e da enfermagem, médicos e nutricionistas do ambulatório e colaboradores administrativos. No segundo semestre de 2002, com a equipe já definida, desenvolveu-se o programa Amigos do Salles, que atendia crianças com sobrepeso e obesidade na faixa etária de 7 a 12 anos. O objetivo era tratá-las com a promoção da reeducação alimentar, a introdução de hábitos alimentares saudáveis, o incentivo à prática de atividade física, o resgate da autoestima das crianças e da prevenção das comorbidades relacionadas com a obesidade. Foi elaborado um projeto piloto, sendo inicialmente proposto um fluxograma de atendimento que fosse do conhecimento de toda a Unidade, facilitando a entrada da criança no Programa. Ao procurar a Unidade, as crianças eram encaminhadas pela recepção para a médica do programa e, antes da consulta, passavam pela equipe de enfermagem para a aferição do peso e da estatura. Em seguida, as crianças passavam pela consulta médica inicial e depois pela nutricionista, com o preenchimento de anamnese específica. Ao final das consultas, as crianças e suas famílias eram convidadas a participar do grupo. As reuniões do grupo aconteciam no Centro de Estudos do Hospital. Os grupos inicialmente eram fechados e as reuniões eram quinzenais, realizadas às quartas-feiras no turno da manhã e da tarde, de acordo com o horário escolar das crianças. Aos poucos, o grupo passou a ser aberto, mantendo-se a periodicidade das reuniões e com a participação de 10 crianças e seus familiares por turno. Inicialmente, o grupo foi conduzido pela médica e pela nutricionista, pois, nessa época, não havia psicóloga na Unidade. A partir de 2003, a equipe passou a contar com a participação fixa da psicóloga e a participação voluntária escalonada de um educador físico. Ao final de 2003, a médica assumiu a chefia de divisão médica, tendo que se ausentar da equipe. O programa foi mantido na Unidade até o início de 2008. Pensando na dinamização e na motivação do tratamento, o grupo definiu o perfil de atuação optando por uma abordagem lúdica e lógica. Isso porque esse tipo de atuação seria a mais aceita pela criança na fase escolar, levando à riqueza da troca de conhecimentos entre os profissionais, as crianças e seus familiares. O grupo utilizou alguns instrumentos pedagógicos, como planejamento de reu-

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niões, exercícios para fixação de conceitos, portfólio e avaliação das atividades que serviam como apoio para o trabalho do grupo. Elaborou-se uma história com personagens infantis, os quais pudessem proporcionar identificação com o público-alvo. Um webdesigner (amigo da médica do programa) desenvolveu os personagens de acordo com as características fornecidas, e a história foi elaborada para que os principais conceitos de alimentação saudável e atividade física pudessem ser fixados pelas crianças. Nas reuniões iniciais, a história era narrada pelos profissionais e, nas reuniões subsequentes, ela era contada pelas crianças que estavam há mais tempo no grupo para as mais novas. As reuniões eram iniciadas com a participação conjunta de crianças e responsáveis, e, em determinados momentos, os profissionais propunham atividades separadamente para as crianças e os responsáveis. Ao final da reunião, o grupo reunia-se novamente para relatar o que foi desenvolvido em cada um. A equipe trazia os temas a serem colocados para o grupo, mas muitas vezes o grupo definia o tema, o que proporcionava o apoio necessário para deixar aparecer os problemas e a discussão da solução dada por cada grupo familiar. Entre as atividades educativas planejadas, podemos destacar: ■■ Teatro de fantoches: apresentação dos personagens que faziam parte do grupo Amigos do Salles: Salles, Ritinha, João e Beto. A história narrava a procura de Salles pelo serviço de saúde, já que ele apresentava dor no joelho ao brincar. Ao passar pela consulta, foi diagnosticado com obesidade. O personagem queria saber por que ele estava engordando. Através do balanço energético, demonstrou-se que seu consumo era maior que o gasto energético, pois ele consumia alimentos ricos em gorduras e açúcares e não fazia exercício físico. O passatempo preferido dele e de sua prima Ritinha era o piquenique do sofá em frente à televisão. Os personagens começam a descobrir os vilões da história, que são os alimentos ricos em gorduras saturadas e açúcares, além da inatividade física. E, para vencer os vilões, contam com a ajuda dos super-heróis, os quais são os próprios personagens fantasiados. Assim, lançamos desafios para o grupo, como ter uma alimentação saudável e praticar atividade física, através de jogos, brincadeiras, danças e prática de esporte. ■■ Demonstração de atividades físicas que podem ser praticadas no dia a dia: o professor de educação física ensinou exercícios que podiam ser feitos em casa, além de jogos e brincadeiras infantis de resgate à infância. A equipe também ensinou atividades como “ginástica do gato” (alongamento), “barata voa” ( jogar palitos de fósforo no chão e agachar para colocar na caixinha), “salvar a vaca” (fazer polichinelo para salvar a vaca que está na estrada com ameaça de ser atropelada pelo carro) e “colher a maçã da árvore” (pular para recolher a roupa no varal), entre outras.

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Práticas Educativas para o Manejo da Obesidade Infantil

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Diálogos e Práticas em Educação Alimentar e Nutricional

■■ Oficinas culinárias: houve o desenvolvimento preparações mais saudáveis

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em substituição a alimentos de elevado teor calórico, ricos em gorduras saturadas e açúcares. As aulas eram ministradas no refeitório da Unidade. As preparações eram degustadas e as receitas, entregues aos participantes ao final da oficina. Demonstração dos alimentos “vilões”: fez-se uma lista com os alimentos frequentemente consumidos pelas crianças e, por meio da apresentação de seus ingredientes, pode-se apontar quais não eram saudáveis. Por exemplo: receitas de biscoito recheado versus pão francês – 1 pacote de biscoito recheado (200g) caloricamente equivale a 7 pães franceses. Demonstração das funções de carboidratos, proteínas, lipídios, sais minerais e vitaminas: por meio de desenhos e exercícios no final da reunião. Montagem de cardápio para cada refeição: através de exercícios com desenhos. Dramatização “Comer feio/comer bonito”: o trabalho teve como meta ensinar a mastigar os alimentos e evitar fazer as refeições em frente à televisão, entre outras atividades. Visita ao hortifruti do bairro: a fim de conhecer algumas características de frutas e hortaliças, fomos ao estabelecimento e trabalhamos a partir do Programa “Cinco ao Dia” as propriedades nutritivas desses alimentos e seus benefícios para a saúde. Teatro com a história “Alice no país das frutas”: A partir da adaptação do livro Alice no país das maravilhas, contou-se a trama com a participação das frutas como personagens. Comportamento alimentar em festas/comemorações: discutiu-se sobre dicas de receitas em datas festivas, como Natal, festas juninas etc. Imagem corporal por meio do desenho do corpo: uma criança deitava em cima de um papel-pardo e a outra, com a caneta, contornava o formato do corpo no papel. Jogos e brincadeiras: a fim de enfatizar a prática de atividade física e hábitos alimentares saudáveis. Contrato das crianças com o grupo: as crianças fizeram um contrato com os profissionais descrevendo o acordo que iria ser firmado por elas. Por exemplo, houve um contrato com o grupo (manhã): não faltar, não chegar atrasado, trazer o cartão e a tabela do peso, estar presente, falar sempre a verdade, emagrecer, colocar a dieta em prática, lembrar o dia do grupo, fazer exercício físico, fazer dieta, fazer o próprio prato, dizer como está sendo o dia a dia de cada um em seu interior e respeitar o grupo. Contrato com o grupo (tarde): ter saúde, emagrecer ou manter o peso, fazer exercício, não chegar atrasado, respeitar os outros, sentir-se bem consigo mesmo, ter opinião própria, não faltar à escola, ser cidadão, comer comidas

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Roda de Conversa em um Hospital Municipal do Rio de Janeiro Mônica da Conceição de Souza Armada

CONTEXTO O Hospital Maternidade Herculano Pinheiro, da Rede Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, pertence à Coordenação da Área Programática 3.3 (Madureira, Irajá, Vila da Penha, Pavuna e mais 25 bairros contíguos), com atendimento a gestantes de baixo risco obstétrico, realizando cerca de 400 partos por mês. Possui uma enfermaria destinada a gestantes; uma destinada aos cuidados dos recém-natos a termo, mesmo na alta hospitalar materna; uma enfermaria Canguru, destinada aos cuidados aos recém-natos prematuros; cinco enfermarias de puérperas; uma enfermaria destinada à pós-curetagem; e uma Unidade Neonatal. É um hospital com o título de Hospital Amigo da Criança, com um Banco de Leite Humano (BLH)1,2 que realiza assistência às nutrizes, seus filhos e familiares, bem como atividades de pesquisa, análises e pasteurização do leite humano doado e capacitação de profissionais e acadêmicos. Sua estrutura física compõe três salas: ■ Recepção: dividida em área de paramentação e higienização de funcionários e nutrizes; e área de coleta de leite humano. ■ Processamento: no local, há as análises sensoriais, físico-químicas e microbiológicas, além de processamento, acondicionamento e porcionamento do leite humano. ■ Higienização dos materiais utilizados: vidros, copos dosadores, caixas térmicas etc. O BLH é um centro especializado, responsável por ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno e execução de atividades de coleta da

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CAPÍTULO

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Diálogos e Práticas em Educação Alimentar e Nutricional

produção lática da nutriz, do seu processamento, controle de qualidade e distribuição. Em 1997, época da reinauguração da Unidade, as atividades do BLH eram restritas à sala de coleta. A partir de 1998, observou-se a importância de se realizar uma roda de conversa com as pacientes internadas, devido à mobilização para a conquista do título de Hospital Amigo da Criança, o que se concretizou em 1999. Dessa maneira, nutricionistas e lactaristas realizavam, diariamente, atividades com o grupo de pacientes internadas em cada enfermaria. Com o passar do tempo, foram firmados convênios com universidades. Assim, estagiários, bolsistas e profissionais em treinamento passaram a integrar a atividade.

OBJETIVOS ■■ Promover, proteger e apoiar a amamentação. ■■ Incentivar a amamentação exclusiva até os 6 meses de vida do bebê e com-

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plementá-la por 2 anos ou mais, orientando a introdução oportuna dos alimentos. Estimular o vínculo mãe/filho. Prevenir e tratar as complicações mamárias (ingurgitamentos, mastites, abscessos e fissuras, entre outras). Incentivar o apoio dos acompanhantes. Informar sobre outras redes de apoio (grupos e instituições que possam ajudar no sucesso do aleitamento materno).

DESCRIÇÃO As rodas de conversa são realizadas nas enfermarias, preferencialmente no horário da manhã. Os atores envolvidos são nutricionistas, lactaristas, estagiários e bolsistas do curso de graduação de Nutrição e de nutricionistas em treinamento profissional. Realiza-se uma roda de conversa em que as pacientes e seus acompanhantes ficam em seus leitos e suas cadeiras. Os profissionais conduzem o grupo, que varia entre 10 a 14 participantes. O tempo de internação, geralmente, é de 48h. Desse modo, sempre verificamos o número de pacientes recém-admitidas antes de iniciar a conversa, o que possibilita às mais antigas dividirem com as mais novas as experiências adquiridas. A partir destas, tentamos solucionar as dúvidas. Temos, então, um feedback. Os temas foram elaborados com base na observação das principais queixas das pacientes durante o atendimento individual no BLH e no decorrer das atividades nas enfermarias. Geralmente, todos os temas são abordados diariamente, privilegiando os conhecimentos e as experiências dos participantes. Caso algum assunto tenha a necessidade de ser trabalhado mais profundamente, recorremos ao atendimento individual. São usados alguns recursos educativos como

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I

Resumo das Atividades de Educação Alimentar e Nutricional por Fases do Curso de Vida e Dimensões da Alimentação

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ANEXO

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II

Arte e Alimentação: Sugestões de Material para Consulta e Inspiração INTRODUÇÃO A arte é uma área do conhecimento por meio da qual o homem expressa sua percepção de mundo, a partir de um determinado contexto histórico e social. Quando entramos em contato com uma obra artística, podemos interpretá-la de diferentes maneiras e temos liberdade de gostar, concordar, criticar. É um exercício rico de possibilidades e cada indivíduo acessará sua percepção individual, incluindo os sentidos e referências simbólicas: memória, cultura, imaginação, sentimentos etc. Portanto, na Educação é reconhecida a importância da sua utilização como instrumento para abordagem de temas em diferentes áreas. Na perspectiva de enriquecer as práticas educativas, ousar fazer diferente e ampliar a abordagem da alimentação, propomos uma lista de crônicas, histórias infantis, livros de culinária, filmes, poemas, músicas, séries e programas de TV e outras mídias sociais.

CRÔNICAS ■ “A festa de Babette” – Rubem Alves. Disponível em: www.releituras.com/ru-

bemalves_babette_imp.asp. Acesso em: 14 de agosto de 2018. ■ “A gente quer só comida” – Alberto Villas. Disponível em: www.cartacapital.com.br/sociedade/a-gente-quer-so-comida-4617.html. Acesso em: 14 de agosto de 2018. ■ “A revolução das frutas” – Alberto Villas. Disponível em: www.cartacapital. com.br/sociedade/a-revolucao-das-frutas-3774.html. Acesso em: 14 de agosto de 2018.

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ANEXO

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Diálogos e Práticas em Educação Alimentar e Nutricional

■■ “A vez da... história dos ovos” – Carlinhos de Lima. Disponível em: https://

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bacalhaucombatata.blogspot.com.br/2009/04/a-vez-da-historia-dos-ovos. html?m=1. Acesso em: 14 de agosto de 2018. “Aos deuses da cozinha” – Nina Horta – 2009. Disponível em: http://www1. folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq0101200918.htm. Acesso em: 14 de agosto de 2018. “As receitas da não cozinheira”. In: Uns Cheios, Outros em Vão: Receitas que Contam Histórias – Heloisa Seixas. Editora Casa da Palavra; 2013. “Brigadeiro ou couve” – Preta Gil. Disponível em: www.naosouexposicao.wordpress.com/2016/02/18/brigadeiro-ou-couve/. Acesso em: 14 de agosto de 2018. “Cheiro de pão quente” – Débora Chiari. Disponível em: www.olaserragaucha.com.br/blogs/cronicas-com-tempero/5783/Cheiro-de-pao-quente.html. Acesso em: 14 de agosto de 2018. “Com açúcar e com afeto” – Alberto Villas. Disponível em: www.cartacapital.com.br/sociedade/com-acucar-e-com-afeto-2970.html. Acesso em: 14 de agosto de 2018. “Comida de alma, Comida perversa, Comedores solitários e suas batatas. In: Não É Sopa: Crônicas e Receitas de Comida, 2ª ed. – Nina Horta. Editora Companhia das Letras; 1999. “Comida de mãe, biribá, cobras e lagartos”. In: O Frango Ensopado da Minha Mãe: crônicas de comida – Nina Horta. Editora Companhia das Letras; 2015. “Comida, amor e pavor” – Mariana Scherma. Disponível em: http://cronicadodia.com.br/2013/11/comida-amor-e-pavor-mariana-scherma.html. Acesso em: 14 de agosto de 2018. “Comidinha” – Alberto Villas. Disponível em: www.cartacapital.com.br/Plone/ cultura/comidinha-109.html. Acesso em: 14 de agosto de 2018. “Cordel dos básicos”, “Já pra geladeira”, “O casamento da carne-seca com a abóbora”. In: A Peleja do Alecrim com o Coentro e Outros Causos Culinários: Receitas e Cordel – Tatiana Damberg. Editora Memória Visual; 2007. “Crônica de comida” – Ericka Guimarães. Disponível em: www.eracilada.com. br/2016/01/cronica-de-comida.html. Acesso em: 14 de agosto de 2018. “Crônica de quinta: gastronomia e culinária – Marina manda lembranças” – Marina Colasanti. Disponível em: http://www.marinacolasanti.com/2014/07/ cronica-de-quinta-gastronomia-e.html. Acesso em: 14 de agosto de 2018. “Dezembros” – Alberto Villas. Disponível em: http://cartacapital.com.br/cultura/dezembros/. Acesso em: 14 de agosto de 2018. “Filé à cubana” – Alberto Villas. Disponível em: www.cozinhasincera. com/2014/08/02/a-moda-das-comidas-cronicas-de-sabado.html. Acesso em: 14 de agosto de 2018.

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■■ “História à mesa” – Leandro Karnal – 2017. Disponível em: http://cultura.es-

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tadao.com.br/noticias/geral,historia-a-mesa,70001661608?success=true. Acesso em: 14 de agosto de 2018. “Nojo seletivo” – Luis Fernando Verissimo. Disponível em: http://brasil.elpais. com/brasil/2016/05/13/cultura/1463169886_078197.html. Acesso em: 14 de agosto de 2018. “O dia em que fui no Olympe” – Anderson França. Disponível em: www.brasilpost.com.br/anderson-franca/o-dia-em-que-fui-no-olympb6293944.html. Acesso em: 14 de agosto de 2018. “O fígado indiscreto” – Monteiro Lobato. Disponível em: http://nelmezzodelcammim.blogspot.com.br/2010/02/o-figado-indiscreto.html. Acesso em: 14 de agosto de 2018. “O lixo” – Luis Fernando Verissimo. Disponível em: http://7leitores.blogspot.com.br/2008/07/o-lixo-luis-fernando-verssimo.html. Acesso em: 14 de agosto de 2018. “Ousarei comer um misto?” – Luiz Américo Camargo. Disponível em: http:// brasil.elpais.com/brasil/2016/05/13/cultura/1463169886_078197.html. Acesso em: 14 de agosto de 2018. “Ovo”, “Salsinha 2”, “Fomes”, “O manjar”. In: A Mesa Voadora – Luis Fernando Verissimo. Editora Objetiva; 2001.

HISTÓRIAS INFANTIS ■■ A Greve das Hortaliças – Regina Sormani Ferreira. Editora Paulinas; 1986. ■■ Mas Que Festa! – Ana Maria Machado. Editora Nova Fronteira – 1999. ■■ Em Cima e Embaixo – Janet Stevens. Editora Ática; 2000. ■■ O Grande Rabanete – Tatiana Belinky. Editora Moderna; 2002.

■■ O Sanduíche da Maricota – Avelino Guedes. Editora Moderna; 2002. ■■ Saladinha de Queixas – Tatiana Belinky. Editora Moderna; 2002.

■■ Fogãozinho – Maria Stella Libanio Christo e Frei Betto. Editora Mercuryo Jo-

vem; 2004.

■■ Saborosa Viagem pelo Brasil – Maria Stella Libanio Christo e Frei Betto. Edito-

ra Mercuryo Jovem; 2004.

■■ Delícias e Gostosuras – Ana Maria Machado. Editora Salamandra; 2005. ■■ Feijoada – Sônia Rosa. Editora Pallas; 2005.

■■ Um Tico-Tico no Fubá: Sabores da Nossa História – Gisela Tomanik Berland.

Companhia Editora Nacional; 2005.

■■ Salada de Letras – Rosângela Maria de Moro. Editora Salesiana; 2006. ■■ As Cocadas – Cora Coralina. Editora da Folha; 2007.

■■ Eu Nunca Vou Comer um Tomate – Laurence Child. Editora Ática; 2008. ■■ Chovendo na Horta – Guto Lins. Editora Prumo; 2009.

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Arte e Alimentação: Sugestões de Material para Consulta e Inspiração

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Diálogos e Práticas em Educação Alimentar e Nutricional

■■ Prato Feito – Guto Lins. Editora Prumo; 2009. ■■ Salada de Frutas – Guto Lins. Editora Prumo; 2009.

■■ A Cesta de Dona Maricota – Tatiana Belinky. Editora Paulinas; 2012. ■■ Dente de Leite – Juliana Frezarin. Editora Sesi; 2013.

■■ Dia de festa. Histórias e receitas – Gisela Tomanik Berland. Editora Nacional;

2015.

■■ O Menino Que Não Gostava de Comer – Simone Magno. Editora Oficina Ra-

quel; 2016.

LIVROS DE ALIMENTAÇÃO/CULINÁRIA ■■ Cozinha Típica Brasileira: Sertaneja e Regional – Ana Judith de Carvalho. Edi-

tora Ediouro; 1998.

■■ História da Alimentação – Jean-Louis Flandrin e Massimo Montanari. Editora ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■

Estação Liberdade; 1998. Multissabores – a Formação da Gastronomia Brasileira – Nick Zarvos e Carlos Augusto da Silva Ditadi. Editora Senac Nacional; 2000. O que Einstein Disse ao Seu Cozinheiro: a Ciência na Cozinha – Robert L. Wolke. Editora Zahar; 2002. Come-come: Pais e Filhos na Cozinha – João Alegria. Editora Jorge Zahar; 2002 (para crianças). Farinha, Feijão e Carne-seca: Um Tripé Culinário no Brasil – Paula Pinto e Silva. Editora Senac São Paulo; 2005. O que Einstein Disse ao Seu Cozinheiro 2: a Ciência na Cozinha – Robert L. Wolke. Editora Zahar; 2005. Açúcar: Uma Sociologia do Doce, com Receitas de Doces e Bolos do Nordeste do Brasil – Gilberto Freyre. Editora Global; 2007. Alquimia dos Alimentos – Wilma M. C. Araújo. Editora Senac; 2007. O Cinema Vai à Mesa: Histórias e Receitas – Rubens Ewald Filho. Editora Melhoramentos; 2007. Em Defesa da Comida: Um Manifesto – Michael Pollan. Editora Intrínseca; 2008. Comer – a Alimentação de Franceses, Outros Europeus e Americanos – Claude Fischler e Estelle Masson. Editora Senac São Paulo; 2010. De Caçador a Gourmet: Uma História da Gastronomia – Ariovaldo Franco. Editora Senac; 2010. A Poesia É Para Comer: Iguarias para o Corpo e para o Espírito – Ana Vidal. Nau das Letras; 2011. História da Alimentação no Brasil – Luis da Câmara Cascudo – Editora Global – 2011. O Grande Livro dos Ingredientes – Publifolha; 2011.

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A

B

E

Absorção, 105 Ação educativa, 8 Acesso e qualidade da água, 70 Açúcares, 89 Adivinhações, 58 Adoçantes, 89 Agricultura - em grande escala, 99 - familiar, 99 - urbana, 161 Aleitamento materno, 129 - e obesidade infantil, 25 Alimentação, 23, 104, 118, 135 - ato político, 159 - complementar, 124 - contemporânea, 30 - cultura, 161 - equilibrada, 136 - nas férias e nos fins de semana, 62 - nutrição, 137 - religião, 28 - saudável, 100 - saúde, 161 Alimento(s) - classificação de, 56 - da moda, 95 - diet, light e zero, 97 - hidropônico, 117 - no corpo, 105 - orgânicos, transgênicos, hidropônicos e agroecológicos, 99 - origem dos, 67 - por grupo, 68 - regionais, 26, 64 - ricos em potássio, 117 - vilões, 156 Ambiente alimentar, 78 Análise crítica de grandes refeições, 106 Armazenamento e transporte, 83 Arte e alimentação, 181 Atividades físicas, 155 Atuação em rede, 34 Autoimagem corporal, 93 Avaliação, 51

Banco de Leite Humano, 175 Bebidas, 75 Brainstorming, 49 Brincadeiras, 48, 156

Educação, 4 - em saúde, 7 - formal, 5 - funções da, 5 - - objetivo da educação, 5 - - redentora, 5 - - reprodutora, 5 - - transformadora, 5 - informal, 5 - política, 9 - problematizadora, 10 - sanitária, 8, 9 Educação Alimentar e Nutricional (EAN), 3, 7, 12, 14, 19, 32 - avaliação, 6 - bases pedagógicas, 3 - conteúdos, 6 - espaço físico, 6 - métodos pedagógicos, 6 - objeto da, 23 - relação professor/aluno, 6 Embalagem de compras, 83 Envelhecimento, 104 Estratégia, 46 Estudo de caso, 48 Ética, 34 Experimentação, 48 Exposição oral com debate, 49

C Centro de Atenção Psicossocial da UERJ (CAPS/UERJ), 169 Ciclo da água, 68 Ciência da nutrição, 13 Clareza, 43 Colheita, 83 Comida segura, 84 Comportamento alimentar, 24 - complexidade do, 17 - em festas/comemorações, 156 Compras, 83 Congelamento, 92 Construção de painel, 48 Consumo, 95 - de alimentos fora do domicílio, 27 - de líquidos, 111 Conteúdo programático, 45 Cozinha Pedagógica, 161 Crenças e mitos na gestação, 127 Criatividade e a ousadia para a execução das ações, 33 Crônicas, 181 Culinária, 23 - brasileira, 29 Cultura, 23

D Demonstração, 48 Dez passos para alimentação saudável, 96 Dietas da moda, 88 Digestão, 105 Discussão em pequenos grupos, 48 Doença como ameaça à vida e à felicidade, 15 Dramatização, 47 - “comer feio/comer bonito”, 156

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F Factibilidade, 43 Feira, 60 Fibras, 117 Filmes, 186 Formas de produção de alimentos, 99 Frutas, 57, 115, 123, 137 Frutos oleaginosos, 116 Funções de carboidratos, proteínas, lipídios, sais minerais e vitaminas, 156

G Gestação - crenças e mitos na, 127 - frutas, legumes e verduras na, 123

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Índice

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Diálogos e Práticas em Educação Alimentar e Nutricional

- mudanças no corpo durante a, 122 Gorduras, 77, 107, 137 Grande refeição, exemplos de, 76 Grelina, 25 Grupo Roda da Saúde, 139 Grupos Educativos em Alimentação e Nutrição com Idosos, 133 Guia Alimentar para a População Brasileira, 29

H Hábitos alimentares, 15, 24, 113, 137 - arraigados, 24 Higiene, 8 Higienização das frutas e hortaliças, 117 História(s) - infantis, 183 - oral, 48 Hortifruti, 156 Hospital Maternidade Herculano Pinheiro, 175

I Imagem corporal, 81, 156 Imprinting metabólico, 25 Indústria e embalagens dos produtos industrializados, 83 Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição, 14 Investigação, 35

J Jogos, 48, 156

L Legumes, 57, 59, 115 Leis da alimentação, 12 Leptina, 25 Lista de compras, 74 Livros de alimentação/culinária, 184 Lixo, 83

M Mandioca, 28 Manejo racional do alimento, 12 Marketing, 95 Mercados e feiras, 83 Mídias sociais, 187

Mobilização social, 161 Moda, 95 Montagem de cardápio, 156 Movimentos sociais, 9 Músicas, 185

N Neofilia, 24 Neofobia, 24 Neurociência nutricional, 24 Nutrição, 23, 104, 118, 135 - e saúde mental, 169 Nutricionista, como educador, 31

O Obesidade na infância e na adolescência, 153 Oficina(s) - “Falando sobre Nutrição”, 172 - de Culinária, 81, 156, 170 - Geração de Renda, 172 - Socioeducativas com Crianças no Programa do Leite, 145 Óleos, 107

P Padrão alimentar globalizado, 28 Paradoxo do onívoro, 24 Pequena refeição, exemplos de, 76 Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), 26 Planejamento de refeição, 75 Plantação, 83 Poemas, 185 Politicidade, 4 Práticas alimentares, 23, 24 Práticas educativas - com adolescentes, 73 - com adultos, 87 - com crianças, 55 - com gestantes, 121 - com idosos, 103 - diagnóstico situacional, 42 - etapas do planejamento de, 41 - objetivos, 43 - para o manejo da obesidade infantil, 153 Praticidade - na cozinha, 111 - nas refeições, 125

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Preparo e consumo, 83 Prescrição dietética, 15 Programa de alimentação escolar, 11 Projeto alimentação é cultura, 160 Propaganda na alimentação, influência da, 79 Publicidade de alimentos, 114

R Recursos educativos, 49 Refeição equilibrada, 91 Relações interpessoais, 32 Rotulagem de alimentos, 80, 114

S Saúde, 9, 11 - mental, 169 Seguimento da dieta, 15 Segurança Alimentar e Nutricional (SAN), 84 Semana de Alimentação Escolar (SAE), 165 Séries e programas de TV, 187 Síndrome pré-menstrual, 25 Sistema alimentar, 30, 83

T Teatro de fantoches, 155 Temperos, 137 - industrializados, 90 - naturais, 90 Tempestade cerebral, 49 Terceira idade, 135

U Universidade Aberta da Terceira Idade da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UnATI/UERJ), 133

V Verduras, 57, 59, 115 Vídeo “Vamos comer? Alimentação na perspectiva de jovens”, 165 Vitamina C, 116 Vivência, 48

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Co p y r i g h t©2020Ed i t o r aRu b i oL t d a .Me n e z e se ta l .Di á l o g o sePr á t i c a se mEd u c a ç ã oAl i me n t a reNu t r i c i o n a l .Al g u ma sp á g i n a s ,n ã os e q u e n c i a i s ,ee mb a i x ar e s o l u ç ã o .


O rga n iza d ora s

Maria Fátima Garcia de Menezes Nutricionista pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Professora adjunta do Departamento de Nutrição Social do Instituto de Nutrição da Uerj. Doutora em Alimentação, Nutrição e Saúde pela Uerj. Mestre em Educação pela Uerj.

Nutricionista da Secretaria Municipal de Saúde de Duque de Caxias, RJ. Sanitarista da Secretaria Municipal de Saúde de Mesquita, RJ. Mestre em Saúde Coletiva pela Uerj. Luciana Azevedo Maldonado Nutricionista pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

Diálogos e Práticas em Educação Alimentar e Nutricional é uma publicação inspiradora e provocativa, organizado por profissionais que pensam e experienciam este tema com muita dedicação e amorosidade. É um livro de lindezas e práxis. Organiza cuidadosamente aspectos das teorias e correntes educativas e ao mesmo tempo dá lugar e destaque ao aprendizado da prática, aos saberes comuns e cotidianos. Trata-se de um primoroso relicário que é ao mesmo tempo local de aconchego e acolhida para quem chega de longas caminhadas educativas e é também bússola para quem deseja começar a jornada. É leitura indispensável para qualquer tempo e lugar, mas é sobretudo leitura boa de rede. A cada página tramas e pontos diversos embalam novos e antigos saberes reconectados. É sensação de brisa leve que nos toca sentidos e sentimentos, que nos faz desejar ainda mais do nosso “que fazer ” pedagógico e esperançar a transformação necessária rumo a um bem viver que um dia, certamente, chegará.

Professora-assistente do Departamento de Nutrição Social do Instituto de Nutrição da Uerj. Sanitarista da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, RJ.

Área de interesse Nutrição

Mestre em Educação pela Uerj. Doutoranda em Alimentação, Nutrição e Saúde pela Uerj.

Metodologia de Pesquisa em Nutrição – Embasamento para a Condução de Estudos e para a Prática Clínica Aline Marcadenti de Oliveira Catarina Bertaso Andreatta Gottschall Flávia de Moraes Silva

Nutrição e Saúde da Criança Sylvia Carmo Castro Franceschini Sarah Aparecida Vieira Ribeiro Silvia Eloiza Priori Juliana Farias de Novaes

Planejamento de Cardápios para Lactentes e Pré-escolares com Fichas Técnicas de Preparações

diálogos e práticas em educação alimentar e nutricional

Caroline Maria da Costa Morgado Nutricionista pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

outros títulos de interesse

Menezes | Morgado | Maldonado

Sobre a s organizadora s

Anne Jardim Botelho

Segurança Alimentar e Nutricional Cassiano Oliveira da Silva Daurea Abadia De-Souza Grazieli Benedetti Pascoal Luana Padua Soares

diálogos e prática s em

educação alimentare nutricional Or g a n i z a d o r a s

9 788584 111046

Maria Fátima Garcia de Menezes Caroline Maria da Costa Morgado Luciana Azevedo Maldonado

Técnica Dietética em Preparações Especiais – Teoria e Prática de Laboratório Vanessa Moraes Bezerra

Saiba mais sobre estes e outros títulos em nosso site:

www.rubio.com.br


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