O Bazófias - Número 36

Page 22

Cinema

D

onnie Darko, de Richard Kelly, estreou em janeiro de 2001 nos EUA, contudo só em outubro do ano seguinte é que chegou às salas nacionais.

segundos. A princípio Donnie não acredita. Contudo, perante aquele fatídico acontecimento vai começar a questionar-se sobre a veracidade da profecia.

Uma obra que mistura géneros como a ficção científica, o terror e o drama num complexo enredo, capaz de confundir os mais atentos.

Frank vai ainda conduzir o protagonista a comportamentos desviantes, agressivos e de cariz sobrenatural, indispensáveis para que se conjugassem os fatores necessários para salvar o mundo. Na verdade, a existência do Universo tangente era sinónimo da destruição dos dois universos e só Donnie tinha poder suficiente para evitar tão grande desastre.

O filme remete o espectador para o ano de 1 988, onde nos é apresentada a família Darko. Donnie (Jake Gyllenhall) é o único rapaz de três irmãos e sofre de esquizofrenia, segundo a sua psiquiatra. É também o nosso protagonista. Ao longo da trama cruzam-se dois universos, um apelidado de “primário” e outro, o seu duplicado, de “tangente”. Este último raramente se forma e resulta de uma corrupção dimensional (relacionada com o tempo e com o espaço). Tudo começa com a queda do motor de um avião (desconhecido) durante a noite, no quarto do jovem. Este salvou-se graças a Frank, um “amigo” em forma de coelho, de feições horrendas que apenas ele conseguia ver e que o vai acompanhar sempre. Esta entidade misteriosa vai atraí-lo para fora de casa, anunciando-lhe que o mundo iria acabar daí a vinte e oito dias, seis horas, quarenta e oito minutos e doze

[ 22 ]

Confuso? Bastante! Porém é isso que prende o espectador ao ecrã durante cerca de duas horas. Uma narrativa absorvente que pressupõe da parte de quem assiste muita atenção e perspicácia. Trata-se de um autêntico puzzle, de um quebra-cabeças fantástico pois todos os pormenores contam. Destaque ainda para o desempenho dos atores que foram no geral bons, assim como para a banda sonora, dentro da qual é possível salientar temas conhecidos do público em geral, como Mad World, aqui interpretado por Gary Jules (a versão original pertence a Tears for Fears). ● Ana Laura Martins


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.