O Exército e o Azulejo

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Convento de Santa Cruz Lamego Classificado como IIP – Imóvel de Interesse Público, 1967 O antigo Convento de Santa Cruz foi iniciado em 1596 com o objetivo de ser doado aos Lóios. As obras do complexo conventual decorreram durante vários anos, havendo referências de empreitadas decorrentes em 1676, para “feitura de nova capela-mor”. A fachada principal da igreja é flanqueada por duas torres sineiras de planta quadrada. O transepto e a capela-mor estão revestidos por retábulos e sanefas de talha dourada de diversas épocas, que se conjugam com painéis de azulejo de iconografia diferenciada. O revestimento azulejar marca uma campanha decorativa que se estendeu pelo século XVIII, tentativa

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de atualização estética em relação ao barroco da talha e do azulejo. Os painéis cerâmicos ganham dinâmica nos conjuntos do transepto, que envolvem, do lado do Evangelho, a arca tumular de Manuel Pinto da Fonseca e representam passos da vida de São Bento de Núrsia (480-547). Executados em 1725, encontram-se atribuídos a uma das mais importantes oficinas lisboetas e à mão de Policarpo de Oliveira Bernardes. Do lado oposto, dominam os milagres de Santo António, de autor desconhecido, mas de oficina lisboeta de cerca de 1730. Pela extinção das Ordens Religiosas, em 1834, o convento passou para o Exército.


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