"Gente da Minha Terra"

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Janeiro não é, tipicamente, o mês das colheitas. Por sinal, é neste mês, anormalmente quente este ano, que, em forma de livro, saboreio a colheita de um dos meus sonhos mais bonitos: nasceu o Livro sobre a minha gente, a Gente da Minha Terra! De forma humilde, e não poderia ser de outra maneira, estão reunidas, nestas páginas, imagens que recolhi desde 2012 até ao início de 2022. Singelas, espontâneas, rudimentares, típico de quem ama a arte, mas não é profissional, estas fotografias descrevem momentos únicos que tive a sorte de viver em Alla, neste intervalo de tempo. Com este Livro quero tão só dizer o quão agradecida estou, a TODOS, por serem quem são e como são; pelo que me ensinaram e aprendi; pelo que saboreei e vivi. O quão reconhecida e rendida estou à vossa garra, força, resiliência, humildade, hospitalidade e beleza!

É este o meu jeito de vos homenagear! De vos agradecer por tudo! Tal como o semeador que lança as suas sementes à terra e aguarda frutos abundantes, eu espero, também, que ao folhearem estas páginas encontrem muito carinho e apreço e que os mesmos vos aquietem a alma e amparem nas lutas de cada dia! Peço à História para guardar, em capítulos eternos, a vossa sabedoria, desenhada nos socalcos do rosto ou bordada na luz de um terno olhar, para que não se percam os sinais de tão bela e merecida existência! Peço a Deus que proteja, ilumine e guarde a TODOS! Com muita estima, Abraço Beatriz Rodrigues

Gente da Minha Terra

Beatriz Rodrigues

Gente da Minha Terra Beatriz Rodrigues



Gente da Minha Terra Beatriz Rodrigues


TÍTULO

Gente da Minha Terra AUTORA

Beatriz Rodrigues EDITORA

Almalusa, Portugal https://issuu.com/almalusa.org DIRECÇÃO

Jorge Pinto Guedes DESIGN & PRODUÇÃO

B&B for Almalusa DATA DE PUBLICAÇÃO

Janeiro, 2022

administracao@almalusa.org © Copyright of the Book: Almalusa


Aos meus filhos, Maria Inês e João Pedro Aos meus pais, Luís Rodrigues e Maria do Céu Salsas À Gente da Minha Terra


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Ti António Moleiro

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Simplício

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Ala, uma pequena aldeia do Concelho de Macedo de Cavaleiros, distrito de Bragança, no nordeste transmontano tem encantos mil a nível geográfico e humano. Os campos de aspeto compartimentado, hortas e pomares únicos, olivais a perder de vista, montes rochosos de vegetação cerrada, constituem pontos paisagísticos de inegável beleza. Há ainda uma pia, famosa por ali terem bebido os cavalos dos Mouros quando escolheram este lugar para se fixarem, nos tempos idos do início da nacionalidade. A modernidade no casario mistura-se com as velhas casas de pedra; fontes românicas enfeitadas com heras teimam em trepar as paredes para chegar ao sol e na Igreja, ao fundo da aldeia, descansam, em altares de talha dourada, os Santos que a Fé deste povo festeja. As suas gentes, de tez morena e sorriso fácil, tecem, a cores, as diferentes gerações que se cruzam e interagem neste cantinho acomodado nas fraldas da Serra. Os mais velhos, com a sua sabedoria, preservam o passado e acautelam o futuro; os mais jovens, com o seu vigor e esperança, aperfeiçoam o presente dos seus sonhos. É rija, hospitaleira, trabalhadora, humilde, bem-disposta e muito bonita a Gente desta Terra! Que estas páginas sejam testemunho disso mesmo!

Irene Salsas

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Avós O amor sempre foi o forte deles!

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Apreciadores O maior amante de fado de sempre!

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Ti António Moleiro


Ala é feita de Gente que te olha nos olhos e lima, num momento, as asperezas do teu ar de estranho. Logo te acolhe, como um dos seus, e te sara as dores da distância dos quilómetros percorridos a golpe de pedal. Abre-te a porta de casa e da alma como se abrem as portas aos filhos que regressam. Gente que te vê partir como vê sair um dos seus e acena dizendo: “Volte aqui quando quiser”. Para cá do horizonte, há sempre bom pão centeio e enchidos e uma pinga fresca. Gente de olhos nos olhos!

Anselmo Gonçalves

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Tia Maria Lilela

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Tia Maria Lilela no Outão

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Tia Maria Fontes

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Quem diz Quem diz Que as rugas são feias É porque nunca Lavrou a terra árida Nem se enfeitiçou Com a dança Das sementes embaladas pelo vento Quem diz Que as mãos calejadas são duras É porque nunca Podou as agruras enrijecidas pelo destino Ou varejou As azeitonas negras

Quem diz

Nas manhãs de espesso sanceno

Que as aldeias paragens de xisto, centeio, mel, rosas e azeite

E frio de rachar

se perdem atrás dos montes É porque nunca

Quem diz

Acordou com o espalhafate do galo na capoeira

Que os xailes negros

Coseu alguns penachos do destino

São sonhos desfeitos

Com estopa fina

É porque nunca

otou o cheiro da zurbada, depois dos relâmpagos alumiarem N os caminhos

Calcorreou caminhos E canelhos Subiu e desceu ladeiras sinuosas Ou pisou o áspero restolho Na terra ceifada

Recebeu abraços que matam distâncias Nem, nesta passagem breve, percebeu Que quem não tem tudo na vida tem tudo no coração E isto, “carai, fai toda a diferença”! Beatriz 15


Janeiro não é, tipicamente, o mês das colheitas. Por sinal, é neste mês, anormalmente quente este ano, que, em forma de livro, saboreio a colheita de um dos meus sonhos mais bonitos: nasceu o Livro sobre a minha gente, a Gente da Minha Terra! De forma humilde, e não poderia ser de outra maneira, estão reunidas, nestas páginas, imagens que recolhi desde 2012 até ao início de 2022. Singelas, espontâneas, rudimentares, típico de quem ama a arte, mas não é profissional, estas fotografias descrevem momentos únicos que tive a sorte de viver em Alla, neste intervalo de tempo. Com este Livro quero tão só dizer o quão agradecida estou, a TODOS, por serem quem são e como são; pelo que me ensinaram e aprendi; pelo que saboreei e vivi. O quão reconhecida e rendida estou à vossa garra, força, resiliência, humildade, hospitalidade e beleza!

É este o meu jeito de vos homenagear! De vos agradecer por tudo! Tal como o semeador que lança as suas sementes à terra e aguarda frutos abundantes, eu espero, também, que ao folhearem estas páginas encontrem muito carinho e apreço e que os mesmos vos aquietem a alma e amparem nas lutas de cada dia! Peço à História para guardar, em capítulos eternos, a vossa sabedoria, desenhada nos socalcos do rosto ou bordada na luz de um terno olhar, para que não se percam os sinais de tão bela e merecida existência! Peço a Deus que proteja, ilumine e guarde a TODOS! Com muita estima, Abraço Beatriz Rodrigues

Gente da Minha Terra

Beatriz Rodrigues

Gente da Minha Terra Beatriz Rodrigues


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