"Mulheres", por/by Paulo Roberto by Almalusa

AS MULHERES DA MINHA VIDA • PAULO ROBERTO

Nascido em Lisboa, Paulo Roberto é fotógrafo e artista profissional há mais de 25 anos. Desenvolveu a sua carreira em fotografia editorial, retrato e publicidade, tendo trabalhado para as mais importantes e prestigiadas agências e publicações nacionais e internacionais. Estudou fotografia em renomadas universidades, academias e escolas internacionais e nacionais do Reino Unido, Estados Unidos, França, Suíça, Portugal e Espanha. Estudou com grandes mestres de fotografia reconhecidos no cenário internacional, como Claude Nori e Giles Mora das Editions Contrejour, Paris, Laurent Biancanni da École des Beaux Arts de Troyes , França, Todd Hido da California College of Art em San Francisco ou Greg Gorman da Nobechi Creative , Tóquio. Galardoado com vários prémios nacionais e internacionais de fotografia, dos quais o Short List Nominee do New York Photo Festival 2008, o HM International 2009 Prix de la Photographie Paris, o Golden Award Prize, London Photographic Awards , Reino Unido, 2006. Mostrou o seu trabalho individualmente em mais de 17 exposições, nas mais renomadas galerias e museus nacionais e internacionais de Portugal e Espanha e em mais de 30 exposições coletivas no Reino Unido, EUA, França, Espanha, Bélgica e Portugal. Entre 1993 e 2103, publicou seis livros, que vão do turismo ao retrato, além de projetos pessoais. Ensina fotografia em várias escolas, academias e universidades, há mais de 25 anos.

PAULO ROBERTO

MULHERES FOTOGRAFIA

UMA VIAGEM PELA MODA, BOUDOIR E NU

25 ANOS DE CARREIRA

TÍTULO

MULHERES Uma viagem pela moda, boudoir e nu AUTOR

Paulo Roberto EDITORA

Almalusa, Portugal https://issuu.com/almalusa.org DIRECTOR GERAL

Jorge Pinto Guedes DESIGN & PRODUÇÃO

B&B for Almalusa MODELO DE CAPA

Filipa Monteiro DATA DE PUBL ICAÇÃO

Dezembro, 2021

a d m i n i s t r a c a o @a l m a l u s a . o r g © Copyright of the Book: Almalusa

Dedico este livro ao meu pai, que acreditou em mim, quando eu ainda procurava perceber o que queria da minha vida. Ele podia ter oferecido qualquer outra coisa pelo aniversário do filho. Mas lembrou-se de me dar a que foi a minha primeira máquina fotográfica. Aquela Kodak haveria de mudar a minha vida. Para sempre.

Agradeço a todos os amigos, colegas, colaboradores e alunos que me têm acompanhado nesta caminhada da fotografia. Agradeço ao meu editor, Jorge Guedes, que teve a paciência de, durante anos, me “empurrar” para a realização deste projecto. Agradeço aos meus mentores, principalmente aqueles com quem estudei como Greg Gorman, Arthur Meyerson, Douglas Kirkland, Joyce Tenneson e Alberto Garcia Alix, que me deram novas perspectivas sobre fotografia e sobre a Vida. Finalmente agradeço às modelos com quem trabalhei nos últimos 20 anos e sem as quais não seria possível este livro. Obrigado.

Nada é por acaso Quando me apaixonei pela fotografia, com apenas 14 anos, nunca imaginei que iria trilhar um caminho tão cheio de emoções, intensidade, conhecimento do ser humano. Claro que nem tudo foram rosas. Não. Mas valeu a pena.

A maior parte estudava ou trabalhava em áreas que nada têm a ver com fotografia. Muitas delas são mães e profissionais de saúde, educadoras, comerciais, contabilistas. Outras seguiram carreiras artísticas.

Hoje, mais de 45 anos depois e mais de 25 de carreira exclusivamente dedicada à fotografia, posso afirmar que nada aconteceu por acaso, tudo se relacionou com tudo.

A ideia da sensualidade feminina sempre me seduziu. E de que maneira. Deixei-me influenciar por grandes mestres como Peter Lindbergh, Greg Gorman, Jean François Jonvelle, Helmut Newton, Jean Loup Sieff, Bruce Weber, Mona Kuhn ou Terry Richardson. Até Federico Fellini por causa do seu enorme filme La dolce vita, que vi 6 vezes.

Foi aquele momento da revelação do meu 1.º rolo negativo a preto e branco. Bum! Foi como se tivesse levado com um pau na cabeça da minha alma. A “culpa” foi do meu pai, que me deu uma Kodak Instamatic, pelo meu aniversário. Aos 16 anos, decidi trabalhar em part-time numa gráfica, para poder comprar as minhas máquinas. Escola de manhã, trabalho de tarde. Embora tivesse trabalhado na parte da ‘fotografia´, aprendi tudo sobre impressão offset. Quase tudo, pelo menos. Passei parte da minha adolescência a fotografar a natureza, a cidade, as coisas. Foi então que descobri a minha outra paixão: o retrato. Fotografar pessoas foi um desafio para um tímido como eu. Lá está, nada acontece por acaso. Aprendi a usar a fotografia como uma forma de eu próprio me tornar mais comunicativo. Para pagar as contas, fiz publicidade e catálogos de moda. Mas é nos meus rostos, corpos, e olhares, que me revejo, que sinto a intensidade da fotografia boudoir, nu ou figura humana. Durante mais de vinte anos fotografei muitas modelos profissionais e muitas amadoras.

Talvez por isso, este livro reflicta cada uma dessas sugestões. Confesso que me estou nas tintas para a ideia de não mostrar aqui um único estilo, definido, uniforme. Não. No meu livro Faro, segui essa linha sem hesitação. Aqui, deixei-me levar pela pura emoção de fotografar cada modelo, tal como a vejo, naquele dia. Sim, porque em diferentes sessões fotografei a mesma pessoa de maneira diferente. Algumas das fotos deste livro foram captadas em pelicula médio formato. A vasta maioria foi fotografada com camera digital. No entanto, usei ao mínimo a edição para manter o máximo de ‘pureza’. Confesso que sou avesso ao retoque em excesso, a efeitos especiais e montagens. Este projecto surge da vontade de partilhar uma parte do meu trabalho, porventura menos conhecido. Apenas 6 ou 7 das imagens agora publicadas, foram expostas e são visíveis on line.

A VIDA NÃO É JUSTA Ao olhar para as fotografias do meu amigo Paulo Roberto, não posso deixar de pensar, afinal o que estou a fazer de errado? Enquanto eu passei um parte da minha vida a fotografar cowboys, campos de petróleo, paisagens industriais e outros assuntos mundanos, o meu amigo português dedica-se a fotografar beleza, celebridades, moda e nus. E na linha de mestres contemporâneos como Albert Watson, Herb Ritts e Greg Gorman, ele fá-lo com estilo e graça. Estas imagens não só refletem uma sensualidade intensa em si, mas também o fotógrafo ele próprio. Paulo Roberto é um homem que ama as pessoas e a vida. A sua gargalhada contagiante faz todos sorrir à sua volta com gosto. É este caracter que passa para as suas fotografias permitindo-lhe aproximar-se dos seus temas e produzir imagens directas, reveladoras e envolventes. Paulo Roberto não receia a busca do invulgar e utiliza qualquer técnica para atingir o seu objectivo: sombras intencionais, focagem selectiva e o grão são apenas algumas das suas ferramentas. As personalidades dos seus modelos são reveladas pelos gestos, o que confere a estas fotografias uma qualidade própria. Finalmente Paulo Roberto utiliza a luz de forma simples, elegante e misteriosa, o que parece caracterizar todas as suas imagens e temas, tal como ele os vê. Não, a vida não é justa. Mas na perspectiva de Paulo Roberto, a vida é bela.

Arthur Meyerson, Houston, EUA. Arthur Meyerson (www.arthurmeyerson.com) é reconhecido como um dos melhores fotógrafos norte-americanos da actualidade. Vencedor três vezes do prémio “Southwest Photographer of the Year” da Adweek, ele está na lista dos 10 melhores fotógrafos comerciais da Communication World e foi nomeado um dos 30 melhores fotógrafos de publicidade pela American Photo Magazine.

Ana Cotrim Se bem me lembro a Ana respondeu a um anúncio para modelos. Logo na primeira reunião percebi que estava perante uma jovem muito divertida e descomplexada. Fotografou comigo um par de vezes em estúdio e numa grande sessão em exteriores, com 20 alunos. Fomos para a Costa Vicentina onde trabalhámos na praia e num lago fantástico que eu apelidei de “Eden”, dada a ambiência, a vegetação e a luz. Sempre disponível e com ideias próprias, a Ana simboliza a mulher balzaquiana e curvilínea dos clássicos da pintura. É muito natural e espontânea. A abrir este portfolio publico uma das minhas imagens preferidas de nu e figura humana, já exposta em 2019 na galeria Serpente (Porto).

Página 11: Costa Vicentina, 2008. Página 12: Costa Vicentina, 2008. Página 13:, Lisboa, 2008.

Ana Cristina Fotografei a Ana C. muitas vezes, tanto para trabalhos comerciais como para projectos pessoais. Ela é a sensualidade natural. Mesmo sem experiência como modelo a Ana C. posou como uma profissional. Cada ângulo, cada pose foram uma fonte de inspiração para mim. Uma sensualidade “inocente”, e divertida é o que me apraz dizer da Ana C.

Página 15: Lisboa, 2009. Página 16: Lisboa, 2009. Página 17: Lisboa, 2009. Página 19: Lisboa, 2009. Páginas 20-21: Lisboa, 2009.

AS MULHERES DA MINHA VIDA • PAULO ROBERTO