abolsamia 122 (jul/set 20)

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julho / agosto / setembro 2020

abolsamia.pt

A REVISTA DA MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA Ano XXVII . Nº 122 | Bimestral julho / setembro 2020 | Diretora Catarina Gusmão | Preço: € 6,00 Cont. / ISSN 2183-702

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GALUCHO

CAN D I DATOS AO TRACTOR OF THE

Uma indústria centenária que rejuvenesce

Nº122 - Ano XXVII

YEAR 2021

ESPECIAL PNEUS Como escolher os pneus de substituição e as suas medidas + INQUÉRITO AOS DISTRIBUIDORES + NOTÍCIAS

TESTE EM CAMPO

Valtra N154e Versu

PRODUTO + Horsch Maestro 8.75 CV + New Holland Big Baler 890 plus

EMPRESAS

Tractomoz com plano de expansão a cinco anos


Todos falam de eficiência. Nós fabricamo-la.

O Mundo Fendt

A nova LEXION 8000-5000. As autênticas revoluções começam no coração.

LANDINI REX 4 design. conforto. produtividade

Quando se trata de colher com eficiência, poderíamos fazer um longo discurso. Mas não o faremos. Basta o mais importante: As nossas novas LEXION 8000-5000 dispõem de uma tecnologia de debulha de ponta, APS SYNFLOW WALKER e APS SYNFLOW HYBRID. E fazem-no com uma extraordinária qualidade de palha, uma debulha suave e um fluxo em linha reta. E porque a eficiência das LEXION não termina aqui, aconselhamos: o melhor é que a experimente. As autênticas revoluções começam no coração.

Viva uma eficiência ainda maior. lexion.claas.com

A série REX 4 é formada por cinco diferentes modelos, com potência máxima compreendida entre os 76 e os 112 cv. A versão 120 GT, esta com maior largura de via, concebido para pomares de linhas largas, esteve entre os finalistas do prémio “Tractor of the Year 2019”, na categoria de Melhor Utilitário. As versões F, GE e V, com vias mais estreitas, são as adequadas para a maioria dos pomares e vinhas. O bloco propulsor é um Deutz de 4 cilindros, com 2,9 litros de capacidade e cumpre a norma de emissões Fase IIIB/Tier 4i, através de uma combinação EGR+DOC. São várias as opções de transmissão, desde a caixa sincronizada 12/12, com inversor mecânico, à mais completa, uma 48/16 com três níveis de powershift e inversor eletrohidráulico. A nível hidráulico, a capacidade de elevação traseira atinge os 3400 kg, enquanto a elevação frontal tem capacidade para 1400 kg.

Lagoa da Amentela, EN 118, km 38,6 2130-063 Benavente

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Tel. 263 519 806 Assist. Técnica 263 519 823 Peças: Tel. 263 519 800 E-mail: geral@sagar.pt

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JULHO / AGOSTO / SETEMBRO 2020

das suas próprias receitas ao invés de dar condições a quem produz e alimenta – no sentido estrito e lato da palavra – o país. No início de junho fizemos uma parceria com a AJAP - Associação dos Jovens Agricultores de Portugal - passando já esta edição a ser distribuída nos 90 gabinetes AJAP e Entidades recetoras associadas, entre Caixas de Crédito AM, Cooperativas agrícolas, Associações de Agricultores, entre outras, de Viana do Castelo a Faro.

Caro leitor, Nesta edição da revista voltamos à fábrica da Galucho para vermos como todo o processo de fabrico dos vários produtos se processa. Também damos a conhecer os candidatos ao Tractor of the Year nas várias categorias, numa edição do concurso marcada pela digitalização. Temos ainda um caderno dedicado ao tema dos pneus, em especial a questão das medidas adequadas para cada trator. Finalmente, visitámos duas explorações e damos nota de todo o processo de tomada de decisão para aquisição de dois equipamentos: uma enfardadeira NewHolland BigBaler 890 Plus e um semeador Horsch Maestro. A propósito da Horsch, empresa resultante da experiência de campo de um agricultor, Michael Horsch, que decidiu colocar todo o seu conhecimento em produtos com o seu nome ao serviço dos outros, recorda-nos uma lição importante, que bem poderia ser aproveitada por quem nos governa: “skin in the game” ou, em português, “meter a pele em jogo”. Michael não criou a sua empresa com o “risco” dos outros – colocou a sua própria pele e o seu nome em jogo – e é também por isso que, passados tantos anos, Horsch continua a ser sinónimo de qualidade. Talvez fosse um bom exemplo para quem “arrisca” com o dinheiro de todos nós, contribuintes, em empresas que não subsistem através

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Subimos a tiragem da revista dando maior exposição e divulgação às empresas que nos apoiam, aos seus produtos, serviços e marcas para chegar a mais interessados, sabendo que a abolsamia é uma ferramenta de apoio no momento de decisão na compra de equipamentos e máquinas agrícolas. N´abolsamia apraz-nos dizer que a maioria dos nossos clientes estão connosco desde o início, 1993, e que continuamos a fazer negócios com um aperto de mão privilegiando as relações pessoais. Para fechar, desejamos boas férias e informamos que estaremos encerrados de 1 a 23 de agosto.

Catarina Gusmão e Sebastião Marques

edição #122 N´abolsamia apraz-nos dizer que a maioria dos nossos clientes estão connosco desde o início, 1993, e que continuamos a fazer negócios com um aperto de mão privilegiando as relações pessoais

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SUMÁRIO

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JULHO / AGOSTO / SETEMBRO 2020

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REGUL ARES

EMPRESAS 06 | NOTÍCIAS 10 | E M FOCO Tractomoz inaugurou nova filial em Muge 12 | F ÁBRICA É em Sankt Valentim que são construídos os Steyr e os Case IH 22 | M ERCADOS Os efeitos da pandemia na venda de máquinas agrícolas

PRODUTO 44 | TESTE EM CAMPO Valtra N154E Versu

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48 | EM FOCO New Holland Big Baler 890 Plus 54 | EM FOCO Horsch Maestro 8.75 CV 58 | E M FOCO John Deere Connected Support 57 | Notícias

FLORESTA 72 | NOTÍCIAS

CONCESSIONÁRIOS 75 | REGIÕES 92 | MOMENTOS NEW HOLLAND

DOIS DEDOS DE CONVERSA 96 | R ICARDO ROCHA Jovem agricultor de Santa Maria da Feira

54 16 ESPECIAIS

16 | REPORTAGEM Pelo interior do universo produtivo da Galucho

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24 | ESPECIAL PNEUS Que medidas utilizar nos pneus de substituição 42 | T EMA JURÍDICO Os prédios rústicos e a sua avaliação 64 | TOTY 2021 18 candidatos para uma edição digital

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94 | GARAGEM GLÓRIA

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EMPRESAS // notícias

A EMERGÊNCIA DA JOHN DEERE FOI PARA AJUDAR O CLIENTE Em tempos de pandemia, a John Deere Ibérica colocou-se ao lado dos agricultores e também não parou. Adaptou-se, executou o plano de contingência em todas as suas divisões e na fábrica de Getafe (Espanha), que apenas interrompeu a laboração por um dia e aplicou todos os esforços para ajudar os clientes. E para isso muito ajudaram o profissionalismo da sua rede e toda a tecnologia da marca. Numa conferência de imprensa digital subordinada ao tema “Tempo de Ajudar”, Enrique Guillén, diretor geral da empresa, admite que o segundo semestre será de “otimismo responsável”, que será acompanhado pela evolução dos mercados, na certeza que o setor primário voltou a demonstrar ser essencial, evidenciando quão imprescindíveis são todos os agentes da cadeia alimentar. “Ninguém parou”, exaltou o responsável pela filial ibérica. As palavras do gestor do setor pós-venda, José Carlos Herraéz, deram-lhe razão: “O nosso serviço de excelência em digitalização Connected Support (ver p. ) gerou 774 alertas de possíveis incidências nas máquinas a que conseguimos dar resposta nestas semanas difíceis.” Na Europa são já 40 mil as máquinas John Deere ligadas, das quais 3900 em Espanha e Portugal. 6

“A telemetria resolveu problemas e evitou algumas deslocações desnecessárias”, relevou Javier Moreno, concessionário da Agritrasa, com sete pontos de concessão em território espanhol. Algumas das peças necessárias, se não voaram da Alemanha para onde eram necessárias, por dificuldades de ligações, foram transportadas por via terrestre, e em 24 ou 26 horas chegaram aos seus destinos”, acrescentou Enrique Guillén. A ajuda ao cliente também está a passar pelo programa de financiamento. Detentora de uma financeira própria, a John Deere garante que uma compra efetuada durante o mês de junho só começará a ser paga em janeiro de 2022. Mas quem não quiser efetuar este investimento poderá optar por um plano de aluguer, através da aplicação digital “Ploou”, que até ao momento já teve mais de 8000 descargas. A John Deere, que ao longo do resto do ano moverá as instalações da filial ibérica em Parla (Madrid) para se juntar ao campus da fábrica de Getafe, também nos arredores da capital, concluiu o segundo trimestre do ano com uma queda do volume de negócio de 18% (9.253 milhões de dólares, cerca de 8.151 milhões de euros), quando comparado com o mesmo período do ano passado.

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IRUM PONDERA ENTRAR NO MERCADO PORTUGUÊS A Irum é uma empresa originária da Roménia que tem como produto de base os arrastadores florestais (skidders). Mas em 2010 alargou o negócio aos tratores agrícolas, tendo começado a produzir modelos da Belarus sob licença. Dá agora um novo passo ao apresentar a nova série de tratores Irum

Tagro, desenvolvida internamente. O alvo principal é a Roménia mas a empresa pretende aventurar-se também noutros mercados europeus. A série Tagro é composta por três modelos com potência compreendida entre os 86 e os 102 cv, que partilham um motor FPT de 4 cilindros, com 3,4 litros de capacidade. Na generalidade são tratores de especificações básicas, em que a transmissão é uma 12/12 com inversor mecânico, posicionado à direita numa terceira alavanca, e o sistema hidráulico fornece 60 L/min de fluxo e uma capacidade de elevação de 4400 kg. Ioana Cristescu, diretora de comunicação na Irum, confirmou à revista abolsamia que a marca procura um distribuidor para trabalhar o mercado português.

AGRICULTURA DE DADOS

PROJETO ATLAS DEFINE OS PADRÕES DA PRÓXIMA GERAÇÃO O Projecto ATLAS, plataforma aberta de investigação de serviços digitais para aplicações agrícolas, é financiado pela Comissão Europeia, através do programa Horizon 2020, e está focado em encontrar os padrões da nova geração de normas que garantam a interoperabilidade (a capacidade de um sistema para interagir e comunicar com outro) dos sistemas destina-

dos à agricultura digital. Usando a plataforma ATLAS, os benefícios da agricultura orientada a dados serão demonstrados em vários estudos-piloto. Em torno destes, Centros de Inovação" será estabelecida uma rede de utilizadores finais, prestadores de serviços, pesquisadores e geradores de políticas para explorar os benefícios da agricultura digital

para um público mais vasto. Além disso, através do financiamento inicial, empresas inovadoras serão atraídas para fornecer os seus serviços através da plataforma. O projeto acaba de realizar a primeira chamada aberta para estabelecer esses estudos-piloto para casos de uso agrícola nas operações dos parceiros do consórcio. Este projeto financiará entre cinco a dez entidades em cada chamada em duas rondas, alocando uma média de 52.500 euros em cada caso. www.abolsamia.pt


notícias // EMPRESAS

poderosas e adequadas para todos os terrenos ƒ moto-enxadas gasolina Facilitam o trabalho em qualquer terreno, razão pela qual, durante anos, têm sido uma ajuda eficaz para jardineiros, agricultores e paisagistas. Tecnologia avançada e design compacto. SAIBA MAIS EM STIHL.PT

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EMPRESAS // notícias

CHAMA-SE CATHRINA E É A NOVA LÍDER DA CLAAS Cathrina Claas-Mühlhäuser foi escolhida pelo comité de acionistas da Claas para assumir a presidência, papel que pertenceu ao seu pai, Helmut Claas, nos últimos 25 anos, que mantém a liderança deste quadro, mas a título honorário. Cabe ao comité de acionistas definir a estratégia dos negócios da família, trabalhando em estreita colaboração com a direção executiva do grupo empresarial alemão. Com a eleição de Cathrina Claas-Mühlhäuser está feita a transição para a terceira geração do clã Claas. Este comité é agora composto pelos membros externos Christian Boehringer, Frank Dreves, Arne Lakeit, Gerd Peskes, Carl-Albrecht Bartmer e pelos membros da família Cathrina Claas-Mühlhäuser, Patrick Claas, Volker Claas e Helmut Claas.

No período de liderança de Helmut Claas, a marca intensificou a sua presença internacional fora da Europa, na Índia, EUA, Rússia, China, América do Sul e outros países. Um importante marco estratégico foi alcançado em 2003 com a aquisição da fabricante francesa de tratores Renault Agriculture. Aquele período também coincidiu com o desenvolvimento da ceifeira-debulhadora Lexion, lançada no mercado em 1995. Ainda considerada uma das mais avançadas entre as suas pares, foi relançada em 2019 totalmente reformulada. A Jaguar, automotriz especialista em colheita de forragem, tornou-se mais uma história de sucesso, e a Claas atingiu a liderança de mercado no segmento.

PÖTTINGER JÁ ESTÁ A CONSTRUIR A QUARTA UNIDADE FABRIL Com um investimento de 25 milhões de euros, a Pöttinger, especialista austríaca em alfaias agrícolas, está a edificar a sua quarta unidade fabril, em Georgen, na Áustria, a apenas 5 km de distância do quartel-general da empresa, em Grieskirchen. As outras duas fábricas encontram-se em Bernburg, na Alemanha e em Vodnany, na República Checa, que produzem, respetivamente semeadores e cultivadores. A nova fábrica irá dedicar-se à produção das enfardadeiras Impress (fardos redondos) e dos voltadores-juntadores de feno Top, de quatro rotores. Com uma área coberta de 6300 m2 e implantada num terreno de 17 ha, a empresa considera que há suficiente espaço em redor da fábrica em construção para poder vir a pensar numa futura ampliação das instalações. 8

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RESULTADO LÍQUIDO DO GRUPO SDF COM MELHORIA DE RENTABILIDADE Os resultados económicos em 2019 do grupo italiano SDF (SAME Deutz-Fahr) evidenciam um crescimento em termos de EBT (ganhos antes de impostos) e de resultado líquido, apesar da contração no mercado e da queda na faturação. Em 2019, a empresa registou uma faturação de 1.268 milhões €, uma queda de 7,6% relativamente a 2018. O EBITDA (ganhos antes de impostos, taxas,

depreciações e amortizações) foi de 8,7%, totalizando 110 milhões €, uma ligeira queda de 9% relativamente a 2018. Em termos de rentabilidade, o resultado antes de impostos foi de 59,3 milhões €, um aumento significativo em relação aos 50,0 milhões € do ano anterior e o resultado líquido aumentou de 42,2 milhões € em 2018 para 44,6 milhões €. O negócio de tratores e de ceifeiras-debulhadoras tiveram uma queda no volume de negócios, em linha com a tendência negativa nos mercados europeus e a fragilidade dos mercados de exportação. No entanto, as vindimadoras Grégoire tiveram forte desempenho em 2019, com uma faturação recorde - de 54,9 milhões € para 70,7 milhões € - e um lucro recorde de 55%.

JOHN DEERE E CUMMINS ESTREITAM PARCERIA A parceria entre a Cummins e a John Deere está cada vez mais estreita, a partir do momento em que o especialista no fabrico de motores diesel entrou para o Programa de Excelência em Atuação do construtor de maquinaria agrícola.Tal programa explica-se, sucintamente, pelo fortalecimento de relacionamentos com fornecedores que trabalham para agregar valor aos produtos e serviços da John Deere. E a Cummins foi avaliada pela capacidade de atuar nas áreas de qualidade, entrega, gestão de custos, suporte técnico e relacionamento comercial, onde a marca alcançou a classificação mais alta, que ultrapassa os padrões de desempenho da John Deere. Com um relacionamento comercial de mais de 30 anos, a Cummins fornece os seus motores X15 para os tratores das séries 9R, 9RX e 9RT da John Deere. Os motores são fabricados na maior instalação de produção de diesel para serviço pesado da Cummins, a fábrica de Jamestown, em Nova Iorque. www.abolsamia.pt


notĂ­cias // EMPRESAS

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EMPRESAS // em foco

ENTREVISTA COM LUÍS MENDES Diretor da Tractomoz

Há quanto tempo estavam estas novas instalações em estudo? Desde 2011 que temos vindo a estudar e planear o tema, dando-se agora o consumar desse processo. É um investimento que prevemos ter amortizado em 15 anos, eventualmente, menos.

A área total é de 5 000 m2, dos quais 2 500 são cobertos

Plano Tractomoz: Muge+4

Secção de peças pesadas Loja

A Tractomoz, concessionária da marca John Deere em Portugal para os distritos de Évora, Portalegre, Beja e concelhos de Benavente, Coruche, Salvaterra de Magos, Almeirim, Chamusca e Alpiarça, e com sede em Estremoz, contava já com filiais em Évora, Beja, Ferreira do Alentejo, e Coruche. No dia 18 de maio inaugurou as instalações da sua mais recente filial: Muge. O diretor da empresa, Luís Mendes, referiu em entrevista à abolsamia, a importância de marcar posição numa das zonas agrícolas mais importantes do país, adiantando ainda um plano de criação de mais centros de peças e assistência. ¢

FILIAL DE MUGE EM NÚMEROS...

ÁREA

5 000 m2 totais 2 500 m2 cobertos

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OFICINA 9 boxes para tratores de grande dimensão e uma secção à parte para outros equipamentos

SECÇÃO DE PEÇAS Peças pesadas e leves; 250.000 € em stock

VIATURAS

ASSISTÊNCIA: TODOS OS DIAS

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Porquê esta instalação havendo a de Coruche? Para estarmos mais perto dos agricultores e dos empresários agrícolas numa zona de grande importância para a agricultura do nosso país: o centro do Ribatejo. Sentimos a necessidade de estar ainda mais perto do nosso cliente devido ao serviço de pósvenda e procurando uma maior fidelização. Esta infraestrutura enquadra-se num plano que temos de criação de vários “centros” que nos permitam estar mais próximos dos clientes. Pode adiantar mais sobre estes novos centros? Quais as localizações previstas? Se correr tudo bem, queremos ter um em Portalegre, Almeirim, Bombel, Ponte Sor... Não quer dizer que sejam do tamanho deste, podem ser estruturas mais pequenas e muito viradas para assistência e a venda de peças. Qual o prazo para finalizar este plano? 5 anos. Tudo tem o seu tempo, as coisas têm de ser feitas com calma e serenidade. www.abolsamia.pt


notícias // EMPRESAS

www.

.com

A oficina conta com 9 boxes para tratores de grandes dimensões Loja A equipa da filial de Muge da Tractomoz

COMERCIALIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA AGRICULTURA E ESPAÇOS VERDES

2x

1x

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Vendedores John Deere

Vendedor CF Moto e Can-Am

Mecânicos

Responsáveis pela secção de peças

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Ferreira do Alentejo Z. Ind. - Lote 23 T. 284 739 944 • F. 284 739 946

Évora Z. Ind. Horta Figueiras, R. Armando A. Silva, 47 T. 266 701 558 • F. 266 777 250

Muge Zona Industrial de Muge, Rua A - Lote 12 A - Nº 34 2125-363 Muge T. 263 151 608 / 263 098 129

Coruche Z. Ind. -Monte Barca, Lt.6 T. 243 678 041 • F. 243 689 206

PESSOAS EM FUNÇÕES

INFRAESTRUTURA

Estremoz - Sede Z. Ind. - Apartado 41 T.. 268 337 040 • F. 268 337 049

Beja Z. Ind. - Pç. da Cooperação, 10 T./F. 284 329 278

www.tractomoz.com geral@tractomoz.com

REPRESENTAÇÕES

Secção de peças, oficina, loja, sala de reuniões, sala de vendedores agrícolas, sala de vendedores de motas, duas salas de formação, refeitório, zona de lavagem de equipamentos.

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CONCESSIONÁRIO

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EMPRESAS // fábrica

UM MINUTO DE CASE IH E STEYR A atividade do consórcio Steyr-Daimler-Puch como fabricante de equipamentos para agricultura teve início em 1947, na cidade de Steyr. A fábrica de Sankt Valentin foi adquirida pelo grupo em 1957 e a partir de 1974 passou a concentrar toda a atividade. A Case IH resulta de uma união, concretizada em 1984, entre a International Harvester (IH) e a Case, originárias dos Estados Unidos.

COMO OS TRATORES GANHAM FORMA EM

Sankt Valentin Os Steyr e os Case IH no intervalo de potência dos 100 aos 300 cv são produzidos num ambiente internacional onde trabalham profissionais de 18 nacionalidades. Visitámos a fábrica de Sankt Valentin e falamos-lhe dos vários passos a que obedece a sequência de montagem

A nova marca fundiu os portfólios, afirmou-se no mercado, e em 1996 adquiriu a austríaca Steyr, à data já independente do consórcio inicial. Em 1999, a Case IH uniu-se à New Holland e foi criada a empresa CNH Global. Em 2012, esta empresa uniu-se à Fiat Industrial dando origem à CNH Industrial.

P O R J OÃO S O B R A L

Sankt Valentin é uma povoação austríaca com cerca de 9000 habitantes que fica a uma hora e meia de Viena e a 20 minutos de Steyr. Situada numa região que é simultaneamente industrial e agrícola, é aí que a Steyr tem a sua sede histórica e a Case IH tem a sua divisão europeia. 12

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Nas proximidades, estão, entre outras, as fábricas da MAN e da BMW, e em redor vemos extensos campos agrícolas, onde tratores e alfaias de diferentes gerações – alguns bastante recentes e outros autênticos clássicos – vão fazendo o seu trabalho. Na fábrica de Sankt Valentin são produzidos os

Desde 2006, a maior parte dos tratores da Case IH e da Steyr são produzidos em Sankt Valentin. A CNH Industrial é detida pela holding Exor, cuja posição maioritária é controlada pela família Agnelli, de Itália, e www.abolsamia.pt engloba 12 marcas.


fábrica // EMPRESAS

Na estufa é utilizada uma solução à base de poliuretano que garante uma pintura com grande capacidade para suportar impactos.

Steyr, da série Multi à Terrus, e os Case IH, da série Luxxum à Optum. TUDO COMEÇA NA DRIVELINE Na montagem, existe uma sequência definida que tem como ponto de partida a driveline – conjunto constituído pela caixa de velocidades, hidráulicos e eixos traseiros. As drivelines chegam a Sankt Valentin como um bloco já montado, umas provenientes da fábrica de Modena, em Itália, outras provenientes da fábrica de Zedelgem, na Bélgica, e outras ainda prove-

nientes da alemã ZF, que é um fornecedor externo. À driveline é unido o motor, depois os distribuidores hidráulicos, os braços do hidráulico, o eixo dianteiro e o bloco frontal do chassis que vai comportar os pesos ou o elevador dianteiro. Quando este conjunto fica completo, é lavado para retirar detritos e vestígios de óleo e algumas peças são isoladas. Depois, entra numa estufa de pintura. Esta etapa é feita manualmente porque há muitas variantes de equipamento, com opcionais que podem ou não ser acrescentados, e um robot não consegue seguir essa diferenciação.

PROCESSO DE INDIVIDUALIZAÇÃO A montagem de cada trator é um processo de individualização, conforme as especificações que estão pedidas na encomenda. Finalizada a secagem, à estrutura de base do trator são acrescentados os depósitos, o ar condicionado, o sistema de travagem pneumática, e os dispositivos para pós-tratamento de gases. Seguem-se os radiadores, o filtro de ar, os pesos e diversos outros pequenos componentes que vêm do supermercado de peças existente em redor da linha. Nesta fase, a cabine entra na linha de montagem. É assente sobre a estrutura, aparafusada e são feitas as ligações elétricas. Os técnicos têm 12 minutos para finalizar a instalação de cada cabine, sendo uma das tarefas mais especializadas de todo o processo. }

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Dobradiças do capot Ajuste dos espelhos Dobradiças das portas Inclinação e ajuste de monitores Ajuste do encosto das costas Apoio do veio da direção Comando operacional Ajuste dos apoios dos braços Comando de válvulas hidráulicas Alimentação elétrica do assento Pedais Apoios da suspensão Acoplamentos / Powerlift

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Eixos da direção Ajuste dos espelhos Ajuste de monitores Ajuste do encosto Apoio do veio da direção Apoio do veio da direção Calha articulada triflex Comando de válvulas hidráulicas Ajuste do encosto das costas Ajuste dos apoios de braço Alimentação elétrica do assento Limpa pára-brisas Dobradiças das portas ®

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EMPRESAS // fábrica

} Falta ainda a bateria. Pesa cerca de 35 kg e é posta no sítio através de um sistema semi-automático, para reduzir a fadiga dos trabalhadores. Havendo já energia elétrica, um funcionário entra na cabine e faz o upload do software. Os depósitos são abastecidos, é colocado o terceiro ponto (e mais um na frente, se tiver elevador dianteiro) e são fixados os diversos autocolantes com avisos de segurança. Os capots recebem os autocolantes laterais e as jantes chegam num empilhador. Depois de serem instaladas e apertadas, um funcionário retoca a pintura dos cubos porque ficam sempre alguns riscos. Cerca de 70% dos tratores levam pneus Michelin ou Trelleborg mas há vários outros fornecedores. Segue-se a instalação dos guarda-lamas da frente. VERIFICAÇÃO NO FINAL DA LINHA O motor é ligado. É a primeira vez que os componentes aquecem e gera-se um normal e aguardado cheiro a esturro. O trator sai da linha e entra numa zona de verificação. Passa depois para o exterior, onde é conduzido numa zona de testes. Este controlo demora entre 30 e 50 minutos, consoante se trate de um modelo simples ou mais complexo, e é ainda feito um percurso em estrada. Quando regressa a Sankt Valentin, o trator é dado como pronto. ¢

FACTOS E NÚMEROS

800

ÁREA TOTAL

SETOR INDEPENDENTE PARA CABINES

A linha de montagem é visitada anualmente por cerca de 14.000 pessoas Em média, são produzidos nesta fábrica 46 tratores por dia

170.180 m2

FUNCIONÁRIOS DE 18 NACIONALIDADES

Sabia que... no interior da fábrica existe um quartel de bombeiros com 60 voluntários que a servem e a região?

Cada funcionário recebe formação para 3 diferentes estações na linha de montagem 600.000 tratores produzidos desde 1947

10.000 tratores produzidos anualmente

24 linhas de produto, com 4857 opcionais

10 a 20% dos tratores produzidos são Steyr que têm como destino os mercados europeus 80 a 90% dos tratores produzidos são Case IH que têm como destino vários mercados a nível mundial

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EXPORTA PARA 34 MERCADOS COM DIFERENTES REGULAMENTAÇÕES

São montadas numa área separada. À estrutura de pilares, ainda despida, os funcionários começam por adicionar os painéis de vidro. Seguem-se os cabos elétricos, o teto, os assentos, os comandos, os espelhos, os guarda-lamas e os faróis. No final, cada cabine é ligada a um simulador para verificar se os comandos funcionam devidamente. Ultrapassado este controlo, são encaminhadas para a linha de montagem. Pelo meio dos tetos vermelhos e dos tetos brancos, surgem também tetos azuis. Devido a questões de otimização dentro do Grupo CNH, em Sankt Valentin são produzidas cabines para alguns modelos New Holland, sendo depois enviadas para as respetivas fábricas.

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reportagem notĂ­cias // EMPRESAS

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EMPRESAS // reportagem

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O UNIVERSO PRODUTIVO DA GALUCHO

Indústria centenária que rejuvenesce É a partir de Sintra, de Albergaria-a-Velha e da Argélia que esta empresa de matriz familiar tem feito chegar, mensalmente, e a todo o mundo, tecnologia agrícola e de transporte da mais refinada qualidade T E X TO C A R LO S B R A N CO

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FOTO G R A F I A S WO R K M OV E

om muito orgulho e determinação, nem a emergência dos dias de hoje a faz parar, ignorando a provecta idade para rejuvenescer a cada dia que passa, atualizando-se, em modernidade e com forte aposta na engenharia e nos meios de produção. Está preparada para lançar no mercado mais ‘Máquinas para a Vida’, assim os agentes agrícolas recebam os estímulos que lhes são devidos e estejam prontos para lho solicitar. Entra matéria-prima, sai produto acabado. Acontece assim todos os dias, o que não causa estranheza à pacata São João das Lampas, no concelho de Sintra, que a conhece desde 1920, mas quem por ali transita, a caminho do litoral, para as praias, ou para norte, rumo a Mafra, desconhecerá o que se esconde atrás do edifício central. São 50 mil os m2 de área fabril coberta, num total de 150 mil m2 de complexo industrial, que ocupa o universo Galucho, um gigante industrial de metalomecânica, engenharia e fabricação de componentes entrado há muito no domínio da automação produtiva. Esteve na génese da mecanização agrícola em Portugal e continua a modernizar-se. José Justino, Presidente do Conselho de Administração da Galucho, neto do fundador, José Francisco Justino, contextualiza o mercado e a evolução produtiva da empresa: “Nesta fábrica já trabalharam 650 pessoas na década de 1970. Fazia-se mais à mão e a fábrica era menos automatizada, mas também havia menos concorrência - não só em Portugal, mas também no exterior. Ainda que tenhamos capacidade instalada para fazer mais, vamos ajustando a produção à medida das necessidades.” A evolução e melhoria contínua de processos e da engenharia não é de agora, mas definitivamente acelerou a partir dos anos 60. “A Galucho evoluiu muito, por aquela altura fomos pelo aperfeiçoamento do fabrico de charruas de ferros e no desenvolvimento de tecnologia própria da linha de grades de discos. Aprendemos muito quando estivemos em Angola e Moçambique, onde alcançamos grande sucesso a fazer máquinas pesadas e robustas. O mercado português e o europeu são os mais importantes. Participamos também numa sociedade mista com um grupo www.abolsamia.pt


reportagem // EMPRESAS

de empresas estatais da Argélia. A Galucho cede a engenharia, o know-how e o apoio à gestão e a parte argelina gere as operações e a comercialização.” diz José Justino. ESTRATÉGIA E RENTABILIDADE O líder da empresa é ainda mais pragmático quando aborda as questões mais sensíveis dos dias de hoje quando se fala de gestão empresarial: estratégia e rentabilidade. “Podemos inovar mais, com novos e melhores produtos e mais adequados para o mercado interno, ou devemos responder em força às novas necessidades dos mercados externos? Temos que tomar decisões equilibradas. A investigação custa muito em tempo e dinheiro e há que definir objetivos mínimos de unidades a vender e o pay-back do projeto. Podemos desenvolver máquinas mais sofisticadas, mas em mercados de dimensão reduzida muitas vezes não compensa o esforço de investigação e desenvolvimento. Por isso, vemo-nos compelidos a fazer upgrades de máquinas do nosso catálogo, em vez de lançar constantemente novos equipamentos, apenas porque sim. O ideal – e isso nem sempre se consegue – é desenhar e construir máquinas polivalentes que sirvam vários mercados. Por isso, já nessa linha de orientação, a nossa estratégia para os mercados externos passa por um foco cada vez maior nos mercados europeus e também por parcerias no desenvolvimento de engenharia para alguns mercados ou que nos tragam séries de produção maiores e mais regulares, como a que temos para os mercados de África, com uma marca de tratores agrícolas”. MAIS EXPERIÊNCIA “A carência nos últimos anos de recursos humanos especializados na indústria metalomecânica, tem constituído um óbice ao processo produtivo da Galucho, com impacto pontual na redução do volume de vendas e em atrasos nas entregas.” No sentido de minorar este efeito, a Galucho desenhou um plano de investimento para reforçar a automação e atualizar o software dos seus robots de produção. “O incremento da automação tem por objetivo igualmente a obtenção de um padrão de qualidade mais homogéneo, implicando uma melhor preparação do trabalho a montante”, refere José Justino. www.abolsamia.pt

Foco na qualidade e rigor na escolha de materiais A Galucho utiliza materiais de qualidade muito acima da média “Pode não parecer, mas temos aqui milhares de toneladas em matériaprima bruta, em chapa e outras matérias em aço, que estão sempre em rotação”, explica Nuno Gama Lobo, Diretor de Operações, Gestão, Negócios e Finanças, justificando a chegada de mais um carregamento de aço para a área de armazenamento, uma enorme nave onde repousa o aço, ainda que por pouco tempo. “As entregas são na base diária, com origem, maioritariamente de Itália, Espanha, França e Portugal. Trabalhamos com todos os principais fornecedores de topo, tanto a nível de chapa como de componentes de compra como pneus, eixos e suspensões. Os demais componentes, e que garantem a qualidade e

longevidade das nossas máquinas, são produzidos na Galucho, de modo a garantirmos o nível de qualidade que fez a história e o nome da Galucho”, explicou-nos. No segmento de marca a nível europeu, a Galucho utiliza uma qualidade de materiais muito acima da média. Também o aço é da melhor qualidade, de grande limite elástico e de grande rendimento para garantir o que é a sua principal caraterística: a qualidade. Só assim se garante a capacidade de trabalho e a resistência das máquinas, que são “para a vida”. “Só compramos material certificado, de origem europeia. Para garantir isso mesmo, só contra a prévia entrega pelos fornecedores do certificado é que deixamos descarregar o material”, frisa Nuno Gama Lobo. }

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EMPRESAS // reportagem A nova galera para transporte de produtos já com as novas cores da edição centenário

} PARQUE DE MÁQUINAS INVEJÁVEL Na secção de corte e quinagem é moldada a chapa para o que se pretende construir. A laser, ou por plasma, o corte é feito pelas máquinas mais modernas que existem. As prensas têm das mais variadas dimensões. Nuno Gama Lobo chama-nos a atenção para um equipamento - a segunda mais longa quinadeira existente no país: “Tudo isto faz com que muitas empresas portuguesas venham à Galucho solicitar os nossos serviços de corte e quinagem. A capacidade instalada é muito significativa.” E sustentabilidade não é palavra vã naquela unidade, pois o corte é feito de tal forma, com programas informáticos, que se aproveita a maior parte da matéria-prima. O desperdício é mínimo, na casa dos 2 a 3 %. A inscrição Hardox 450 chama a atenção. Falamos de aço de maior resistência, utilizado, maioritariamente, para a carroçaria dos camiões, mas também para os corta-matos, e para alguns dos reboques agrícolas, para aumentar a resistência. Chegamos à zona do produto premium agrícola: as grades. “Na linha de discos está grande parte do histórico e o know-how da Galucho. É com ela que fizemos nome, que ganhámos notoriedade, e do ponto de vista de mercado é a nossa zona de preferência, que nos permite exportar para todo o mundo, onde temos presença em mais de 90 países, pois conseguimos fazer um produto de qualidade ímpar”, e num binómio de preço/qualidade muito competitivo, explica Nuno Gama Lobo. 18

ENGENHARIA – O FUTURO DA EMPRESA

No parque de máquinas, os mais variados produtos aguardam expedição (foto superior) Centro de maquinaria CNC (foto inferior)

80% DE INCORPORAÇÃO PRÓPRIA Vislumbra-se já a área de armazém intermédio de componentes, onde aguardam milhares de componentes prontos a incorporar nas máquinas ou a serem vendidos aos clientes na Área de Peças. Aos nossos pés fabricam-se os famosos discos Galucho, cortados, molda-

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Um dos setores mais importantes da fábrica – porventura, a pedra de toque da Galucho -, é o departamento de desenvolvimento de engenharia de produção agrícola e de transportes. É um santuário, dir-se-ia, aquele em que entramos. Tudo passa por ali, desde os métodos de fabrico, de desenvolvimento, de inovação, novos protótipos, o design dos produtos. A salvo do ruído da maquinação, em local tão sereno quanto envolto na extrema responsabilidade inerente, é de acesso muito reservado,

naturalmente, pois há trabalhos em curso a que não se pode levantar a ponta do véu, por se tratar de segredo industrial. A juventude do quadro de engenheiros é mais uma prova do rejuvenescimento da empresa e do investimento na qualificação e em modernização. Como novo sinal de evolução, o departamento está a migrar para o sistema Solidworks - o standard para esta área -, onde se trabalha com desenho assistido por computador (CAD) em imagens a 3 dimensões. Ali se joga o futuro da engenharia da empresa. www.abolsamia.pt


reportagem // EMPRESAS

José Justino, presidente do Conselho de Administração, e Nuno Gama Lobo, Diretor de Operações, Gestão, Negócios e Finanças

nossos clientes um produto com uma qualidade e robustez ímpar.”

Sustentabilidade: só uma ínfima quantidade de aço não é aproveitado no processo de produção

A Galucho tem apostado forte no recrutamento de recursos humanos com vasta experiência internacional dos e temperados em São João das Lampas. Não é por acaso que a empresa se orgulha de ter cerca de 80 por cento de incorporação de produtos próprios. Entramos na área de robôs de soldadura, setor que está em forte reestruturação, pois a aposta na automação tem sido a melhor forma de combate ao problema crónico da indústria em Portugal, a falta de mão-de-obra. O parque de robôs está a ser atualizado,

de forma a permitir os trabalhos de serralharia e soldadura o mais autónomo possível, e na nossa visita assistimos à soldadura de chassis de um reboque de forma automatizada, que permite um trabalho tecnicamente mais perfeito. 100 REBOQUES POR MÊS Com a atual capacidade instalada, a Galucho produz, mensalmente, 100 reboques agrícolas , entre os 600 produtos que finaliza a cada mês. Nesta altura, com uma situação de emergência sanitária ainda ativa, cerca de 15 pessoas da força de trabalho permanecem em casa para prestar assistência familiar. Nuno Gama Lobo esclarece que o plano de contingência Covid-19 foi implementado logo no início de março, onde todos os colaboradores trabalham com máscara e são

feitas desinfeções diárias aos postos de trabalho o que permitiu que a empresa não tivesse interrupções forçadas da sua produção até à data, por contingência da pandemia de Covid-19. “Aproveitámos a Páscoa para fazer uma semana de férias. De resto, funcionámos sempre normalmente. E esta linha está, neste momento, a produzir 60 reboques agrícolas por mês. O reboque Galucho é famoso pela robustez e capacidade, e em breve será alterado pela nossa engenharia, tendo em vista as novas homologações. Destes produtos, só os pneus, sistemas hidráulicos, suspensões e os eixos não são produzidos na Galucho, todos os restantes componentes são feitos aqui o que nos garante um controlo de qualidade mais eficaz, o que permite oferecer aos

ACABAMENTO SUPERIOR Na linha de produção dos pesados da área de transportes, onde também se constroem os reboques agrícolas de grande porte, nomeadamente o MG, o reboque agrícola de maior dimensão, impressiona a qualidade de acabamento - “ao nível das fábricas de automóveis”, reforça o Diretor de Operações, que considera estes produtos da Galucho serem de qualidade premium. A meio da nave encontra-se a área de planeamento e de coordenação fabril, setor também em reestruturação, e onde a Galucho tem apostado forte no recrutamento de recursos humanos com vasta experiência internacional para reforçar os seus quadros de pessoal. Vemos uma carroçaria basculante de um MG, todo em Hardox. “Por vezes, a pedido do cliente, fazemos também o fundo e as laterais com o mesmo aço, para lhes dar mais reforço, pois se movimentarem materiais inertes estes são muito mais abrasivos e }

GALUCHO EM DESTAQUE

VISITAS

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Todas as semanas, escolas ou clientes realizam visitas à fábrica. A Galucho dispõe de um auditório com capacidade para 200 lugares

ACIDENTES

Está em curso uma política de “zero acidentes” e nos primeiros quatro meses do ano a taxa de sinistralidade no trabalho foi reduzida em 70%

RESPONSABILIDADE SOCIAL

O pequeno-almoço é gratuito e o almoço (completo) sai ao preço simbólico de 50 cêntimos para os colaboradores

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EMPRESAS // reportagem

} precisam de um material de maior resistência e capacidade”, diz Nuno Gama Lobo. Outra área onde a Galucho está a apostar forte é na sua área de engenharia e desenvolvimento de produto, apostando a sua Engenharia em ter uma abordagem cada vez mais prática e próxima do terreno, para poder satisfazer as necessida-

des específicas dos seus Clientes. No parque de produto acabado da DNT (área de equipamento de transporte rodoviário), três Mercedes (ainda por matricular), já têm as caixas de carga da Galucho montadas. “Fazemos as carroçarias à medida de todas as marcas, sejam a Mercedes, Volvo, Scania, DAF”, explica o Diretor de Operações. E

A COR: UM REGRESSO ÀS ORIGENS A série Centenário, denominada “Black Edition” - a ser preparada para os modelos de reboques MG e PB, e para as grades NGVR e NA2CP -, já está a dar nas vistas, e certamente que vai atrair muitas atenções. Estava previsto ser estrela na Agroglobal, mas a feira de campo não se realizará este ano, sendo que a Galucho programou em sua substituição a realização de uma jornada de demonstrações, também em setembro, no campo de experiências nas imediações da fábrica, para onde convidará os seus concessionários e alguns utilizadores finais. “Faremos demonstrações de campo, mostrar-

COLABORADORES

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lhes-emos o nosso centro de treino e explicaremos como tirar o melhor partido das máquinas, o que será uma mais-valia para todos. Também iremos realizar uma exposição itinerante das nossas máquinas do Centenário junto dos nossos concessionários para estarem visíveis e mais perto dos clientes”, esclarece Nuno Gama Lobo, Diretor de Operações. A mudança de cor começará também a surgir a partir de setembro. O azul cairá, dando lugar ao preto, mantendo-se o tradicional laranja, a cor distintiva da Marca Galucho e que marcará o regresso às cores da década de 1970 e espera manter para os próximos 100 anos.

Na fábrica-sede de São João das Lampas laboram 290 operários fabris, e em Albergaria-a-Velha outros 20. Na Argélia, a Galucho é responsável apenas pelo know-how e a engenharia de produto

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INSTALAÇÕES

O departamento de engenharia de produto é dos mais sensíveis de toda a empresa, um santuário por onde tudo passa A Galucho orgulha-se de produzir os componentes necessários para a produção dos seus produtos

por ali se vê um pouco de tudo da sua vasta e diversificada gama de produtos, com exceção de escarificadores, corta-matos e cisternas, pois esses são construídos na fábrica de Albergaria-a-Velha. Uma cor diferente (vermelha) de alfaias chama a atenção. São construídas para o parceiro francês, Agram. Trata-se de uma máquina do catálogo da Galucho, com a diferença que está pintada de vermelha, por especificação do cliente, mas de acordo com a parceria levará sempre gravado o nome de ambos na máquina. Vimos também uma galera da Galucho com a nova imagem comemorativa do Centenário, e que se destina a fazer entrega dos equipamentos da Galucho aos seus clientes. Uma grade pesada

Em Sintra, a Galucho dispõe de 50 mil m2 de área produtiva, integrada nos 150 mil m2 da área total das instalações, e em Albergaria-a-Velha mais 8 mil m2

NGVR, destinada a trabalhos de grande dimensão, já estava a ser içada e pronta para ser carregada nessa galera, a qual terá como destino o mercado búlgaro. VERIFICAÇÃO DE QUALIDADE Antes da expedição para os clientes, todos os produtos são vistoriados e testados pelo Departamento de Qualidade da Galucho para garantir que os mesmos chegam aos clientes nas melhores condições. Para garantir esse acompanhamento a todo

EQUIPAMENTOS

A segunda mais longa quinadeira do país está instalada na fábrica de Sintra

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reportagem // EMPRESAS

Os moldes de aço acumulam-se em preteleiras nas paredes e representam grande parte dos 100 anos de história da Galucho

O processo de automação continua em grande desenvolvimento Grade NGVR da edição BLACK EDITION para expedição

o processo produtivo, o próprio Departamento de Qualidade da Galucho localiza-se junto à linha de montagem, o que segundo Nuno Gama Lobo, garante que “temos a nossa Qualidade presente ao longo de todo o processo produtivo, e a qualquer momento poderemos ver na fábrica os colaboradores do Departamento de Qualidade a verificar as especificações do material, ou a ensaiar a qualidade de um corte.” A montagem final é antecedida pela pintura e antes da mesma, os materiais vão ao túnel de decapagem, para garantir as melhores aderência e resistência da tinta. O complexo industrial de São João das Lampas, tem dois túneis de pintura, uma cabina nova, a qual foi um forte investimento da empresa concluído em 2019, uma tina de mergulho e uma linha de carrossel. Na linha de pintura www.abolsamia.pt

a mergulho vão os componentes vendidos na área de peças, sejam discos, facas ou chumaceiras, estes também um dos produtos premium na parte de peças, uma área de negócios, agora também com acesso online, que a empresa quer dinamizar ainda mais. INDUÇÃO, COMO NAS NOSSAS CASAS Vislumbra-se uma torre de arrefecimento para um novo forno de indução, instalado recentemente, que irá reforçar a capacidade de forjamento onde a matéria-prima vai para o corte e quinagem, e depois segue para a fundição para poder ser moldada. Os moldes em aço acumulam-se em prateleiras nas paredes, e onde estão presentes e representados grande parte dos 100 anos de história da Galucho. Da forja, do forno para o molde, segue para o arrefecimento em tinas de água e está a

peça pronta para o acabamento. O novo e moderno forno de indução, todo computorizado e de acesso remoto, está ligado ao sistema informático para monitorização de consumos e produtividade. Este é outro dos investimentos recentes levados a cabo pela Galucho que contribui para a melhoria da produtividade e para uma maior rapidez e menor custo de produção, pois permite aquecer o núcleo das peças em menos tempo e com maior intensidade, o que faz com que a peça seja prensada mais facilmente. Num forno de aquecimento convencional fazem-se 100 peças por hora, mas com recurso à indução, esta capacidade produtiva multiplica-se por seis. Na secção CNC (maquinação) são produzidos uma grande parte dos componentes que integram as máquinas. Neste setor

da empresa, que alimenta toda a fábrica foi feito um grande investimento em equipamento, onde estão 14 centros de maquinagem operados por uma equipa jovem, multidisciplinar e composta por homens e mulheres. “Apostámos nos últimos anos no rejuvenescimento da força de trabalho. Nos recrutamentos que temos feito nos últimos três anos, a idade média ronda os 35/40 anos, muitos deles com experiência internacional, o que se alia bem à nossa maneira de pensar e de inovar e uma nova forma de nos organizarmos. A gestão está mais focada em trabalhar com recurso a dados e indicadores baseados em elementos concretos e tangíveis e que nos permitem ter uma gestão das Operações diárias muitos mais atenta, operacional e presente”, sustenta Nuno Gama Lobo. ¢

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MERCADOS // estatísticas

NÚMEROS

Venda de tratores em queda -16,7% ATÉ AO FINAL DE ABRIL

O mercado português de tratores agrícolas novos começou em março a sentir os efeitos da emergência sanitária, ao iniciar uma quebra de vendas acumuladas que no final de abril atingiu -16,7%, quando comparadas com o primeiro terço do ano de 2019

-45,7%

Foi a quebra de vendas de tratores compactos, a maior entre todas as categorias, verificada em abril face ao mesmo mês de 2019

-3,5%

Foi a descida menos acentuada de vendas, registada em março, para tratores convencionais, quando comparadas as vendas no mês homólogo de 2019

P O R C A R LO S B R A N CO

1 802

Número de tratores novos vendidos em Portugal de janeiro a abril deste ano

SITUAÇÕES EXCECIONAIS Ainda no mesmo contexto, haverá que levar em conta a situação excecional da declaração de estado de emergência por decreto presidencial, entre 19 de março e 2 de abril, que teve outras duas réplicas (3 de abril a 17 de abril e 18 de abril a 2 de maio), após o que entrou em vigor o estado de calamidade e o desconfinamento gradual, de todos quantos não foram afetados pelo vírus, bem assim como a retoma de muitas atividades económicas. De acordo com os dados estatísticos fornecidos pelo IMT e disponibilizados pela ACAP, o ano comercial até nem tinha começado mal, com janeiro e fevereiro a mostrarem-se com linhas de vendas equiparadas às de 2019. Tais dados apontavam mesmo para uma subida de negócios superior a 9%, mas o último quadro recebido pela revista abolsamia revela que foram, entretanto, objeto de acerto, ficando os números finais em paridade com os dos dois primeiros meses de 2019. CARTEIRAS DE ENCOMENDAS Em abril foram comercializados 345 tratores, quando em março tinham-no sido 497 (mais 472 em fevereiro e 488 em janeiro), para um total de 1802 máquinas (1850, se se contabilizarem os 48 tratores usados que foram registados nestes quatro meses pelo IMT). Resta 22

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saber se haverá novos acertos nas estatísticas de vendas, uma vez que têm sido reportadas por vários agentes dificuldades na obtenção de matrículas. É difícil saber se a hipotética retoma estará para breve, pois subsiste a dúvida, com referência aos meses de maio e até à data, se todos os importadores poderão dispor das máquinas pretendidas pelos clientes, dado que a maioria das unidades fabris europeias retomaram a laboração apenas em meados de abril, com algumas dificuldades na gestão das carteiras de encomendas e sob medidas de segurança no trabalho mais restritivas. Da mesma forma, os transportes transfronteiriços não estão a processar-se da forma mais célere. A ACAP, associação que representa os profissionais de maquinaria agrícola em Portugal, continua a ignorar o mercado do setor agrícola, sem lhe fazer qualquer referência ou reivindicação públicas a respeito, reclamando tão-somente apoios do Estado em sede de IRS e de outros impostos para o setor automóvel, de turismos e comerciais. QUEBRA GERAL NO TOP-5 Para já, a quebra de vendas (em quatro meses) é de -16,7% nos veículos novos. Menor é a quebra do setor dos usados (-9,4%). Por escalões de potência não há novidades, mantendo-se a liderança do intervalo entre os 40-50cv (385

2 577

Número de tratores novos vendidos em Espanha de janeiro a abril deste ano

-50,6%

Em abril, no Reino Unido, venderam-se menos de metade dos tratores comercializados no mesmo mês de 2019

novas máquinas). Também a New Holland mantém o lugar no topo das vendas, mas com uma quebra de vendas perto do 11%. Num pódio para cinco, todos os demais concorrentes encolheram as vendas e quem mais ficou a perder foi a Kubota (22%), a Deutz-Fahr perdeu 9%, a John Deere 21,7% e a Kioti 18,6%. No que se refere aos reboques agrícolas novos, até abril foram contabilizadas vendas de 551 unidades, menos 146 que em idêntico período de 2019, o que representa um défice de 20,9%. A Galucho e a Joper estão com números positivos face ao ano anterior (acima de 30%). Pela inversa, a Rates, Herculano e Reboal estão com perdas de unidades comercializadas. www.abolsamia.pt


estatísticas // MERCADOS

ESPANHA RECUPERA EM MAIO APÓS QUEDA A PIQUE Os efeitos da crise do Covid-19 no comércio de maquinaria agrícola do país vizinho teve efeito semelhante ao ocorrido em Portugal, com uma acentuada quebra de negócios durante o mês de abril – foram vendidos apenas 650 tratores novos -, na ordem dos 41,7% face ao mesmo mês do ano anterior. Na mesma comparação homóloga, mas contabilizados quatro meses, a quebra foi de 32,5% (correspondendo a 2577 unidades vendidas) e coincidiu com o bloqueio total das atividades económicas decretadas pelo Governo. Com o restante material agrícola passou-se o mesmo no quadrimestre: automotrizes (-23,2%), alfaias (-58%), reboques (-33,9%). No entanto, segundo os estudos avançados pela Ansemat (Associação Nacional de Maquinaria Agrícola), em maio iniciou-se a retoma, e mesmo sem o mês estar concluído, os dados de registos antecipavam que poderiam ser alcançados os níveis de vendas do período pré-Covid, pois em 15 de maio o número de registos já superava em 1,7% os registados em 13 de março.

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Outro facto a ter em conta para a quebra de negócios em março foi o anúncio do início do período de candidaturas ao plano “Renove 2020”, programa de incentivos governamentais para a substituição de maquinaria agrícola, que deveria começar na terceira semana de maio, razão pela qual muitos dos potenciais clientes têm adiado a aquisição de maquinaria.

Comercialmente, abril foi o pior mês, com um declínio superior a 40% nas vendas, quando em março tinha caído apenas metade deste valor

ITÁLIA COLAPSOU EM MARÇO Itália não escapou à hecatombe no setor da maquinaria agrícola. Março foi o pior mês, e coincidiu com a paralisação de todos os locais de produção e venda decretada no dia 25. O comércio de tratores foi penalizado em -34,4%. Segundo a entidade associativa dos industriais e comerciantes (FederUnacoma), também os dados estatísticos poderão estar muito desvirtuados, pois os procedimentos de registos das repartições públicas foram totalmente interrompidos. Aquela mesma associação estima que os volumes produzidos pelas fábricas, nos próximos meses, sejam insuficientes para alegrar o mercado, acima de tudo pela menor quantidade

de recursos ao alcance dos agricultores, mas também pelo menor número de unidades produzidas pela indústria, devido à necessidade de cumprir as regras de segurança sanitária. À data do fecho desta edição, França e Alemanha não tinham ainda disponibilizado informação estatística relevante, mas do Reino Unido já se sabe que o decréscimo dos negócios fixou-se em -23,3% até ao final de abril. Segundo a associação de engenharia industrial agrícola (AEA), a maior quebra registou-se em abril, pois o registo de tratores de potência superior a 50cv recuou 50,6% face ao mesmo mês de 2019. Foi o pior mês do setor desde 2000 e também o pior quadrimestre desde 2016. ¢

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ESPECIAL PNEUS

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medidas de pneus

PRECISO SUBSTITUIR OS PNEUS DO TRATOR

Posso utilizar outra medida? A análise das imagens de abertura deste artigo estão na origem do presente trabalho. Foram-nos enviadas por um agricultor, seguidor fiel de abolsamia e que, depois de observar vários tratores, ficou com a ideia que o Massey Ferguson poderia precisar de pneus de maior dimensão, enquanto que os do New Holland estariam sobredimensionados (avaliado o curto espaço entre a roda e o guarda-lamas). Aquele agricultor formulou a questão: como poderei saber se posso instalar outras medidas de pneus sem comprometer a saúde mecânica do trator? Vamos lá, então, falar de medidas de pneus T E X TO H E L I O D O R O C ATA L Á N M O G O R R Ó N | P ro fe s s o r A s s i s t e n t e n a U F S M ( B ra s i l )

PNEU A MAIS OU A MENOS?

A resposta seria muito simples para um técnico de máquinas, acostumado a analisar este tipo de caso, mas para um agricultor convencional talvez não seja tanto assim. Ao comprar um trator novo, o fabricante indica os diferentes tamanhos possíveis que podem ser selecionados. O problema surge quando esquecemos essas recomendações, ou nem as temos, porque o nosso trator já não é novo e foi adquirido em segunda mão. O que acontece, então, quando se monta um pneu não recomendado pelo fabricante? Esta resposta origina algumas ideias básicas de ação para prosseguir com a substituição de pneus num trator. E para começo de conversa há diferenças quando tentamos substituir pneus em tratores de tração simples ou dupla. www.abolsamia.pt

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EM RESUMO

ESPECIAL // pneus

TRATOR DE TRAÇÃO SIMPLES Apesar de o projeto de tração simples (TS) ser cada vez menos frequente, é interessante observar os fatores determinantes nesta arquitetura de trator, pois dessa forma esclarecemos o conceito-chave no qual este artigo se baseia e qual será o problema da tração dupla. Na presença de um trator de TS, o problema do tamanho da roda é condicionado por três conceitos: homologação, esforço de transmissão, compactação. Homologação: Os tratores são homologados com um conjunto de pneus. Normalmente, para a aprovação do trator como veículo e em que as rodas influenciam, são analisados conceitos como travões e velocidade. Para aprovação, os maiores pneus permitidos pelo fabricante são montados no trator e são realizados testes com estes. Tal ocorre porque se se verifica que cumpre os parâmetros de homologação com os pneus maiores, é admitido que, com os de menor dimensão, também o cumprirá. Pode ser que, ao longo dos anos, o utilizador do trator queira colocar outros pneus que não aparecem na lista daqueles que são recomendados pelo fabricante para tal modelo. Surgem os problemas jurídicos que, supõe-se, sejam diferentes de país para país, de acordo com a sua estrutura legal. Um exemplo é a Inspeção Técnica de Veículos (ITV). Embora em Portugal ainda não seja obrigatória para tratores, presume-se que sê-lo-á em breve, uma vez que já é prática nos países vizinhos. Uma ITV verifica se a marcação do pneu do veículo corresponde à indicada na sua ficha técnica. Além disso, há a questão do seguro de estrada. Se houver um acidente, é certo que a companhia de seguros se concentrará em verificar se os pneus estão incluídos na folha de dados técnicos do veículo e, se não estiverem, teremos um problema.

Esforços de transmissão: Além dos problemas “legais” observados na secção anterior, existem aqueles que são causados pelos danos que podem ser originados por sobrecarga na transmissão se montarmos pneus com os quais o trator não foi projetado. O esforço na transmissão é a energia que a roda transmite para os rolamentos e daí para o resto da cadeia de transmissão. As tensões transmitidas são uma consequência do peso do trator e da capacidade de “agarrar” o solo. E aqui intervêm dois parâmetros físicos do pneu: o diâmetro e a superfície de contacto. O leitor entenderá, certamente, que quanto maior o diâmetro da roda motriz, maior o esforço potencial nos mancais, uma vez que o raio, o braço da força, é maior. Os engenheiros de design calcularam a transmissão para suportar tensões máximas e também uma determinada vida útil. O parâmetro de peso será uma variável a ser levada em consideração, pois quanto maior o peso, maior a capacidade de tração, ou seja, maior esforço de transmissão.

ESSES PARÂMETROS ESTÃO RELACIONADOS ENTRE SI POR MEIO DE UMA FÓRMULA P Peso de aderência do pneu (kg) µ C oeficiente de aderência. Depende do tipo de solo

FT = P . µ . cTR

cTR C oeficiente da arquitectura do trator (1 para 4WD e 0,85 para TS, é o mesmo que dizer que supõe um mínimo de 15% do peso gravitando sobre o eixo dianteiro para que o sistema de direção mantenha a sua eficácia). Cita-se esta “fórmula” apenas para que se entenda o conceito; para que se perceba que existe um limite e que, por isso, os tratores são desenhados para um peso máximo relacionado com os esforços de tração e de transmissão. Com o mesmo peso, o tamanho do pneu, neste caso o raio, é limitado, pois a distância ao solo determina o torque ou o momento transmitido (produto da força por distância). 26

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Exemplo de substituição de pneus que seguramente não cumpre as condições de adiantamento fixadas pelo fabricante

Existem algumas limitações nos pneus, tanto pelo diâmetro como pela largura. Existem limitações geométricas (maior diâmetro ou larguras que podem não entrar no arco da roda). Depois, há as limitações para os esforços. Um diâmetro maior significa mais torque transmitido ao rolamento e uma superfície de contacto também maior.Também é necessário esclarecer que existe um "fusível" geral para o trator, e essa é a potência do motor. Não importa a quantidade de pneu que se usa. Se a potência proveniente do motor não for suficiente não haverá esforço.

Peso/Potência: É muito interessante - embora não seja o assunto do artigo - saber qual é a melhor relação de peso para uma determinada potência. Certamente, no futuro, podemos desenvolver esse conceito. Hoje, basta lembrar que, para um trabalho de tração a 5-6 km/h, essa proporção é de cerca de 55 kg/CV. Outro parâmetro a considerar será o terreno. Nem todos os pisos resistem à mesma tensão de cisalhamento (deformação de um corpo), que é a capacidade de suportar a tração do trator sem romper o solo (quando quebra, o trator derrapa) Compactação: Neste caso, o problema é causado pela superfície de contacto roda-solo; para pneus mais largos, menor compactação (o mesmo peso é espalhado sobre uma superfície maior), mas também para um pneu mais largo maior esforço pode ser transmitido aos mancais e voltamos ao ponto anterior. www.abolsamia.pt


medidas de pneus

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ESPECIAL // pneus

Ao consultar a edição abolsamia março/abril 2018 poderá descobrir como calcular o denominado adiantamento

TRATOR DE TRAÇÃO DUPLA

Após os parâmetros analisados na tração simples, no caso da dupla há uma questão adicional. Esta é a correspondência entre os pneus dianteiros e traseiros, pois nos tratores convencionais os pneus dianteiros e traseiros têm medidas diferentes. PROBLEMA DA TRAÇÃO DUPLA Devido à diferença de tamanho entre os pneus dianteiros e traseiros, os eixos não fazem as mesmas curvas (velocidade angular), mas a velocidade linear (a velocidade para a frente) deve ser a mesma. Conseguir que ambos os eixos tenham a mesma velocidade linear num automóvel é fácil, pois os pneus são idênticos. Mas tal é praticamente impossível num trator com pneus não isodiamétricos (diâmetros diferentes). Acontece que o eixo dianteiro "roda" mais que o traseiro, ou seja, se levantássemos o trator e contássemos as voltas das rodas e as multiplicássemos pelo seu raio (velocidade linear), ver-se-ia que o eixo dianteiro roda mais que o traseiro. Por que razão o eixo dianteiro roda mais que o traseiro? Se assim não fosse, ou se o eixo dianteiro rodasse menos que o traseiro, ao ligar a dupla tração o trator iria travar. Mas se rodar mais que o traseiro o trator experimentaria “um empurrão”, quer isto dizer, mais tração. Como o trator é um corpo rígido, as velocidades lineares devem ser as mesmas. Que significa isto? Se o eixo dianteiro roda mais - a verdade é que deve rodar o mesmo - acaba por patinar, perdendo esse excesso de velocidade, e degrada o solo ao mesmo tempo que as rodas deslizam. Adiantamento ou antecipação Praticamente todos os fabricantes garantem ao eixo dianteiro uma velocidade superior relativamente ao traseiro a uma taxa entre 1 e 6%. A esta relação chama-se adiantamento, avanço ou antecipação. 28

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Para chegar a este avanço, os fabricantes dotam os tratores com relações de transmissão diferentes entre os eixos. Significa que, com as mesmas voltas do motor, aos rolamentos dianteiros chegam umas voltas e aos traseiros chegam outras. A isto dá-se o nome de relação mecânica (RM), valor que vem explicado no manual do utilizador (o normal é encontrar essa relação entre 1,25 e 1,4).

Por uma RM única Não existe uma RM unificada, pois cada fabricante preconiza a sua própria relação, e inclusivamente costumam ser diferentes entre vários modelos da mesma marca. Ora, isto provoca dores de cabeça aos fabricantes de pneus, sendo frequente pedirem aos construtores de tratores que se ponham de acordo para oferecerem sempre a mesma RM, pois com esta conseguiriam reduzir stocks de pneus nas casas comerciais, uma vez que se reduziria o número de combinações possíveis entre pneus. Também será de considerar a diferente relação de raios (RR), que é o quociente entre os raios dianteiro e traseiro. Com a relação mecânica e a relação de raios já se pode calcular o denominado adiantamento.

COMBINAÇÃO DE RODAS r rr rrr

RODAS AVANÇADAS NIVELAMENTO DO TRATOR EM ROTAÇÃO 6125 DT

12.4/11 X 24

13.6/12 X 24

18.4/15 X 30

rr

rr

23.1/18 X 30 rr

18.4/15 X 34

r

14.9/13 X 38 16.9/14 X 38 18.4/15 X 38

11.2/10 X 28

13.6/12 X 28

14.9/13 X 28

rrr

rr

rr r

16.9/14 X 34

13.6/12 X 38

14.9/13 X 24

+ 0 ÷ 2% + 2 ÷ 4% + 4 ÷ 4,5% + 20 mm + 40 mm + > 40 mm

rr

r

rr

r r

r r

r r

rr

Em todos os modelos DT deve ser montado a mesma marca de pneus nas rodas dianteira e traseira

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medidas de pneus

MUDANÇA DE PNEUS

Cabe ao fabricante de tratores informar o utilizador sobre os pneus recomendados para cumprir com as condições de adiantamento. Se o utilizador monta pneus com medida não recomendada pelo fabricante do trator poderão ocorrer importantes danos na transmissão, ou problemas como o impulso súbito, ou galope (power hop), para além de desgastes excessivos na banda de rodagem do pneu. Powerhop Quando o veículo trabalha em dupla tração a diferença de velocidades entre as rodas dianteiras e traseiras faz com que, em determinados momentos e condições do solo, surjam tais impulsos súbitos, ou galope. O problema é que nem todos os utilizadores terão "paciência" para fazer as medições (são necessárias pelo menos duas pessoas) e fazer as contas. É verdade que é muito simples, mas quando se fala em "cálculo" haverá logo motivo para desistência. Mas então não existe outro método? Existe, e os fabricantes estão a trabalhar em algo muito mais simples. É o chamado índice de circunferência do rolamento (RCI).

Índice de circunferência de rodagem RCI É um sistema de marcação que está a ser ensaiado para facilitar a escolha do tamanho do pneu. Que fique entendido que este índice é exclusivo para pneus radiais. Tal índice RCI aparece desenvolvido na norma SAE-J2523 (da Sociedade de Engenharia Automóvel), valor que descreve a circunferência do rolamento. RCI Circunferência de rodagem é a distância percorrida por uma roda numa volta completa, sem deslizamento relativo entre o pneu e o solo. A medição será realizada sobre uma O índice RCI aparece desenvolvido na norma SAE-J2523 (da Sociedade de Engenharia Automóvel), valor que descreve a circunferência do rolamento

O sistema de marcação RCI está a ser ensaiado para facilitar a escolha do tamanho do pneu

O QUE PODE ACONTECER SE NÃO SE RESPEITA A RECOMENDAÇÃO DE PNEUS Talvez nada ou talvez muito. Talvez nada se se colocar um jogo que seja compatível, mas talvez muito se assim não for. Problemas como potência e desgaste prematuro serão os mais visíveis, mais os danos à embraiagem e ao excesso de força na transmissão, estes menos visíveis, mas que também poderão sofrer danos. POWERHOP Como já mencionado, é um fenómeno que consiste nos saltos do trator devido à diferença de velocidade entre as rodas.

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DESGASTE PREMATURO Se o adiantamento estiver entre os 1-6% estipulados, o pneu dianteiro será mais esforçado que o pneu traseiro (já que derrapa mais), mas o processo não é muito pronunciado (portanto, não deve exceder esses 1-6%), mas ainda assim os fabricantes recomendam desligar a tração nas quatro rodas quando em circulação na estrada (ainda que a maioria dos tratores modernos já faça isso automaticamente).

DANOS NA EMBRAIAGEM A embraiagem da DT é, na generalidade, do tipo de várias lâminas. Se o adiantamento for muito alto haverá mais derrapagem dos pneus dianteiros, quebrando as garras e o solo, ou fazendo deslizar os discos da embraiagem com o aquecimento de óleos, desgaste e vibrações.

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ESPECIAL // pneus

superfície plana e dura, e a menos que especificado de outra forma será realizada com a carga do pneu na sua capacidade nominal e inflada ao seu valor de pressão nominal correspondente. As tabelas RCI começam por atribuir o valor 0 a uma circunferência rotativa de 500 mm e vão aumentando para o número 50 (o RCI mais alto). RCI e banda de rodagem É curioso que para os pneus R1 e R1W os grupos RCI sejam classificados por valores inteiros, 38, 39, 40, 41..., mas no R2 são classificados em incrementos de meio ponto. Mas qual a sua função? A troca de pneus radiais pode ser feita pelos utilizadores de uma maneira muito mais simples, pois não é necessário conhecer a circunferência de rodagem do pneu e da RM ou fazer cálculos, basta ter em mente o RCI e respeitar a diferença nos pontos RCI. Os fabricantes de tratores devem colocar apenas a diferença de RCI existente entre os pneus dianteiro e traseiro. Alguns fabricantes como a John Deere já estão a fazer isso e marcam na fundição, geralmente ao lado do eixo dianteiro, a diferença de RCI que os pares de pneus devem ter. Qualquer par de pneus com essa diferença significa que está em conformidade com o adiantamento prescrito. O conceito é simples, pois a relação entre circunferências rotativas é sempre a mesma entre dois grupos de RCI que têm a mesma diferença entre eles. Marcação no suporte do eixo dianteiro de um trator John Deere, comunicando a diferença de RCI entre as rodas dianteira e traseira

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O tipo de taco, dependerá da tarefa que o trator executará

Vamos imaginar que o eixo dianteiro tenha rodas marcadas com RCI = 39, e as traseiras com RCI = 43. Para o fabricante do trator, na verdade, o que marca é a diferença de RCI, e nesse caso colocaria o valor 4. Ao trocar os pneus, o utilizador deve saber que o par deve manter a diferença de 4 pontos.

nem tudo é tamanho. Também existem outros parâmetros que devem ser levados em consideração, como a carga que o pneu suportará, uma função além da velocidade máxima de adiantamento e a banda de rodagem ou o tipo de bloco necessário, dependendo do trabalho a ser realizado (R1, R1W, R2...)

Quem fornece o RCI? A maioria dos fabricantes de pneus já o faz nos seus catálogos comerciais, mas a ideia é que eles estejam marcados nas paredes laterais, para evitar que o utilizador precise do catálogo (lembre-se que o objetivo é facilitar o trabalho de substituição pelo utilizador) Até onde sabemos, apenas a Firestone, Goodyear e Michelin, em alguns casos, estão a marcar o RCI na parede lateral do pneu. No que se refere a fabricantes de tratores, é crível que apenas em determinados modelos John Deere (fabricados nos EUA) estejam a ser marcados os diferentes RCI. Na Europa, o tema só agora começa a ser discutido.

Carga e velocidade Recomenda-se que, com o implemento mais pesado, o trator seja pesado, primeiro um eixo e depois outro eixo, ou o primeiro eixo e depois o trator completo. Em ambos os casos será sempre necessário realizar duas pesagens. Deve-se verificar que essa carga não excede a declarada pelo fabricante do pneu, ou a figura indicada pelo fabricante do trator como massa máxima admissível (MMA) que deve sempre ser fornecida em tratores aprovados pela OCDE, tanto a MMA total, como cada eixo. O modo como a carga é condicionada pela velocidade máxima deve ser verificado na tabela com essa velocidade.

OUTROS PARÂMETROS PARA A ESCOLHA A resposta para a melhor seleção de pneus em termos de tamanho – que está na origem deste artigo -, ver-se-ia assim resolvida, mas

Tipo de taco Em relação ao tipo de taco, dependerá da tarefa que o trator executará. Na Europa mediterrânea, o habitual é R1, e na Europa continental, +R1 ”. www.abolsamia.pt


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ESPECIAL // pneus

QUESTIONÁRIO

O CORAÇÃO OU A RAZÃO? Como decide o agricultor na hora de substituir os pneus? Como escolhe o agricultor português os pneus de substuituição para as suas máquinas? Prefere mais tecnologia incorporada, ou simplesmente opta pela melhor relação qualidade/preço? Elaborámos um questionário com três perguntas para melhor conhecer o tecido e os agentes produtivos. Os representantes dos distribuidores de pneus no mercado nacional deram as suas respostas

1.

Na hora de escolher pneus de substituição, o que pesa mais na decisão do agricultor, o valor comercial do produto, ou a tecnologia mais avançada?

Frederico Carvalho Trelleborg

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Flexibilidade, alta flexibilidade e menor compactação do solo já são termos e expressões habitualmente empregues pelo proprietário da máquina agrícola na hora de adquirir pneus, ou ainda opta pela maior durabilidade dos mesmos?

2.

Pneus com sensores para monitorização de pressão e temperatura já deixou de ser algo estranho a quem pretende substituir pneus agrícolas?

3.

Depende sempre do tipo de cultura, mas, cada vez mais, a tecnologia está presente na mente do agricultor. Temos assistido a um interesse generalizado nas novidades apresentadas pelas marcas. O agricultor está muito atento ao que as marcas fazem, e isso nota-se na presença e no interesse demonstrado nas feiras. Na Trelleborg apostámos muito na tecnologia, tentando sempre ser inovadores, com o intuito de satisfazer as necessidades dos agricultores e das máquinas. Prova disso é o nosso TM1000 ProgressiveTraction, que foi concebido para cumprir os requisitos das máquinas de última geração, aumentando a eficiência da transmissão de energia para o solo e reduzindo a compactação do mesmo. Em simultâneo, foi também desenvolvido para reduzir a vibração, diminuir a dissipação de energia, minimizar o consumo de combustível e prolongar a vida útil. De salientar que o TM1000 ProgressiveTraction recebeu o prémio de pneu agrícola do ano na FIMA2020.

1.

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questionário

"O agricultor está muito atento ao que as marcas fazem, e isso nota-se na presença e no interesse demonstrado nas feiras."

Os proprietários de máquinas agricolas têm uma visão custo/beneficio. A proteção dos solos torna-se fundamental para a rentabilidade das culturas e, hoje, o agricultor tem uma preocupação em proteger e não saturar os mesmos para futuras culturas. É aí que a Trelleborg entra. Na Trelleborg, o objectivo é que o agricultor tenha o melhor custo benefício. Os pneus VF (permitem transportar até 40% mais carga, com a mesma pressão), IF (20% mais carga) e os Progressive Traction são um claro exemplo do que falamos. Temos ainda o Pneutrac que é uma solução híbrida que combina as vantagens de um pneu agrícola radial em termos de eficiência, conforto e manuseio, com os amplos benefícios da tração de umas “lagartas”. Oferece desempenho imbatível em terrenos íngremes e lamacentos, reduzindo o stress nas raízes, garantindo culturas saudáveis e melhores rendimentos. Além disso, em aplicações rodoviárias, a natureza híbrida do PneuTrac garante segurança, manuseio e conforto, juntamente com uma grande dimuição no consumo de combustivel.

2.

Nos tratores de maiores dimensões esse cuidado tem vindo a acentuar-se. Os agricultores tentam retirar todo o potencial dos pneus e a monitorização da pressão é essencial. Temos trabalhado nessa área e lançámos vários sistemas de monitorização da pressão. Um dos quais - CTIS+ Inside -, que é um sistema de controlo de pressão central integrado que permite ao condutor do tractor insuflar ou desinsuflar a pressão diretamente da cabine do trator, de acordo com a pressão recomendada e calculada pelo software Trelleborg Load Calculator (TLC). O TLC Plus é mais uma novidade da Trelleborg que consiste num avançado sistema de verificação com base em sensor, que mede a pressão dos pneus. Com este sistema, o agricultor pode acompanhar a pressão da sua máquina no computador ou no seu dispositivo móvel. A adoção da pressão certa dos pneus pode reduzir os custos agrícolas variáveis em mais de 20%, ao mesmo tempo que melhora a proteção das culturas e a segurança das operações. Reduz o consumo de combustível ao mesmo tempo que aumenta a potência de tração e a produtividade das culturas.

3.

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ESPECIAL // pneus

Ángel Pardo Michelin

"O mais importante, porém, é conhecer as necessidades do agricultor e o tipo de trabalho que o trator irá realizar para melhor poder informar sobre o tipo de pneu adequado à tarefa."

O preço é sempre uma variável que influencia na hora de eleger um pneu, mas também temos de pensar que o trator é a “ferramenta de trabalho” e que existem outros fatores de decisão como o conforto, a durabilidade e a poupança de combustível. Observamos uma forte evolução tecnológica nas máquinas e nessa linha também o pneu tem que ser capaz de transmitir todas essas melhorias (tração, potência), mas sem danificar o solo (reduzindo a sua compactação). É por isso que existe uma tendência natural para utilizar pneus de séries largas e com mais tecnologia para tirar o máximo aproveitamento da máquina. O mais importante, porém, é conhecer as necessidades do agricultor e o tipo de trabalho que o trator irá realizar para melhor poder informar sobre o tipo de pneu adequado à tarefa.

1.

Na verdade, o agricultor vai deixando de falar tanto de durabilidade do pneu para passar a discutir um campo mais abrangente de prestações, tornando-se mais sensível ao consumo de combustível das suas máquinas agrícolas, tido como a principal despesa na manutenção da sua exploração. Ao mesmo tempo deu-se conta, por exemplo, do papel fundamental que desempenha a Tecnologia MICHELIN Ultraflex, já que a baixa pressão maximiza a tração, reduz a patinagem e, consequentemente, o consumo de combustível.Da mesma forma que esse consumo influencia a sua escolha, passou a existir uma nova consciência sobre a forma de melhor respeitar os solos. Estudos independentes, como o da Universidad Harper Adams, provam que pela utilização da tecnologia MICHELIN Ultraflex, tendente a reduzir a compactação, podemos melhorar o rendimento agronómico até 4%, o que se repercute significativamente nos benefícios do agricultor. Assim sendo, devido à quantidade de variáveis que podem influenciar a escolha de um pneu agrícola, a durabilidade do mesmo é só um critério na hora da decisão.

2.

A pressão dos pneus em todos os veículos é a chave para obter as melhores prestações, o que na agricultura é ainda mais importante. Uma variação de +0,2bar pressupõe 20% de diferença face à pressão recomendada, pelo que será crucial não deixar de fazer a revisão das pressões antes de qualquer trabalho. Ao trabalhos em solos mais brandos sucedem-se outros em solos mais duros e a velocidades mais elevadas, pelo que as pressões recomendadas são diferentes e, como tal, devem ser regularmente verificadas. Os sistemas de controle de pressão estão na ordem do dia, mas devido a essa necessidade, de adaptar a pressão em função de cada utilização, é cada vez mais frequente ouvirmos falar de sistemas de controle de pressão, que nos permitem fazer uma revisão e/ou ajustar as pressões consoante o tipo de utilização. Na Michelin já temos os pneus otimizados para esses sistemas, identificados por AIR SYSTEM READY, com ferramenta de gestão de pressões como a ZEN@TERRA, que permite, de forma rápida e fácil, adaptar a pressão a partir da cabine do trator.

3.

João Oliveira Nokian

Depende do tipo de equipamento e da sua utilização, se mais ou menos intensiva. Uma empresa agrícola que tenha uma exploração com alguns equipamentos de grande potência tem tendência a procurar pneus que se adequem à sua tipologia de máquinas e de serviços, não pelo preço, mas sim por uma tecnologia mais avançada. Cada vez mais os agricultores têm noção da diferença que faz um pneu de qualidade premium face a um pneu de baixo custo. No final, essa diferença traduz-se em mais horas de serviço, mais capacidade de tração, menor compactação do solo, menos imobilizações por furos, maior poupança de combustível, mais conforto para o operador. Tudo isto somado transforma-se em poupança bastante superior à diferença de preço no ato da compra de um pneu de baixo custo.

1.

Só opta por um pneu com este tipo de tecnologia quem realmente sabe que vai tirar partido a longo prazo da mesma. Os profissionais da agricultura sabem que a tecnologia de alta flexibilidade nos pneus permite trabalhar com pressões de insuflação tão baixas que a compactação é minimizada ao máximo, protegendo os seus campos de plantação e aumentando o seu rendimento. À parte isto, se houver o devido cuidado em não rodar com baixa pressão em caminhos ou estradas, a durabilidade pode não ser um problema. Tudo tem a ver com o conhecimento e o profissionalismo do utilizador do equipamento, mas também do profissional que vende e monta os pneus, que tem a obrigação de assessorar tecnicamente os seus clientes.

2.

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questionário

"Cada vez mais os agricultores têm noção da diferença que faz um pneu de qualidade premium face a um pneu de baixo custo."

Luís Aniceto S. José Pneus

A tecnologia TPMS (Tyre Pressure Monitoring System), ou sistema de monitorização de pressões, é uma tecnologia que existe nos dias de hoje em quase todos os veículos de passageiros. A grande vantagem é informar o condutor quando existe uma descida significativa na pressão dos pneus. Isto pode evitar danos nos pneus e, em último caso, acidentes. Esta tecnologia de sensores de pressão também não é recente nos tratores agrícolas. No entanto, as principais marcas de pneus estão a evoluir estes sensores para proporcionarem mais informação. A mais recente é a leitura da temperatura, que no caso dos pneus agrícolas é tão ou mais importante que a pressão. O futuro caminha nessa direção. Não vamos ter pneus com simples sensores, mas podemos mesmo dizer, vamos ter pneus inteligentes. O potencial é enorme, desde leitura de pressão, temperatura, desgaste, e mesmo localização. A NOKIAN TYRES tem neste momento um sistema já disponível (NOKIAN INTUITU) para leitura de pressão e temperatura, mas o desenvolvimento não fica por aí, o céu é o limite, se me permitem a expressão.

3.

A agricultura em Portugal tem tipologias muito diversas, que divergem entre o minifúndio e as grandes explorações, em que nestas é mais premente a lógica da rentabilidade no médio e longo prazo. Neste sentido, a escolha do pneu de substituição é influenciada por esses fatores. Numa análise de custos a médio/longo prazo, a marca do pneu, no sentido em que lhe está associada um conceito de maior ou menor tecnologia, é um fator que é levado em linha de conta na hora da decisão. No caso da BKT, que representamos, há linhas de pneus de mais alta tecnologia, como o Agrimax V Flecto (VF-Very High Fletion) e o Agrimax Force (IF-High Flexion), só disponíveis nas principais marcas. Ao mesmo tempo, toda a linha Agrimax incorpora as mais importantes tecnologias

1.

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ESPECIAL // pneus

"As novas tecnologias há muito que estão introduzidas nos equipamentos agrícolas e, naturalmente, os pneus não fogem à regra."

necessárias a um bom pneu agrícola, demonstrando uma excelente rentabilidade, pelo que a colocam como uma das primeiras opções na hora da escolha do agricultor, tanto numa utilização intensiva, como numa mais ligeira, pela melhor relação preço/qualidade e rentabilidade (custo por hora). Dependendo do tipo de cultura e exploração, a flexibilidade, alta flexibilidade e menor compactação do solo são termos e expressões já usados pelos agricultores. No entanto, a expressão mais utilizada na hora de compra continua a ser a da durabilidade, como fator de caraterização de um pneu, associado ao da rentabilidade, custo por hora.

2.

As novas tecnologias há muito que estão introduzidas nos equipamentos agrícolas e, naturalmente, os pneus não fogem à regra. As válvulas e sensores TPMS são hoje um auxiliar importante para uma maior e melhor utilização e rentabilidade dos pneus agrícolas, e começam a ser de utilização corrente.

3.

José Saraiva Rodrigues Tyres

Apesar de assistirmos a uma evolução de mentalidades e por ser ainda pouco habitual um registo sistemático da duração/rentabilidade dos pneus, parece-me que o agricultor ainda se fixa em demasia no valor inicial de compra em detrimento de fatores como o custo/hora e outros fatores de relevante importância. No entanto, são realidades a evoluir e em que se nota uma sensibilização crescente.

1.

Há que distinguir as várias realidades atuais. Na agricultura mais profissional são fatores que já são levados em conta e que interferem na eleição do tipo e marca de pneu. Na agricultura de cariz mais familiar, o valor imediato de compra é, conforme já referi, quase o único que é levado em conta na escolha de um pneu agrícola.

2.

"O agricultor ainda se fixa em demasia no valor inicial de compra."

Soraia Rocha Dispnal Pneus

Quando falamos do segmento mais profissionalizado já não é completamente estranho, mas para muita gente continua a ser algo completamente estranho. Aliás, é algo que só determinado tipo de pneu e máquina pode suportar.

3.

Ainda temos as duas situações, alguns agricultores procuram um pneu que vá ao encontro do seu serviço, mas que seja um produto que tenha boa relação qualidade/ preço. Outros agrícultores que têm máquinas com potências médias/altas já procuram mais tecnologia quando precisam de trocar de pneus.

1.

Na verdade, já são muitos os agricultores que procuram a flexibilidade e a alta flexibilidade do pneu, e se esse produto compacta muito menos o solo. São máquinas agrícolas de médias e grandes potências. Os pneus têm uma qualidade muito boa e que também vão ao encontro da maior durabilidade dos mesmos. São máquinas que exijem muito dos pneus e estes são estudados e desenvolvidos com o compromisso de satisfazer o agricultor.

2.

"São muitos os agricultores que procuram a flexibilidade e a alta flexibilidade do pneu."

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Já não é novidade falarmos desse tema. Há algum tempo que existem algumas marcas com vários projectos nesse sentido, alguns sensores são adaptados no interior das rodas e outros estão a ser colocados logo no fabrico do pneu. Na prática, ainda não temos muitas máquinas agrícolas que façam as correções de pressão. Já existem alguns tratores que estão a sair de origem com o compressor ligado aos pneus para essa função, mas para já ainda temos que recorrer aos métodos normais do compressor.

3.

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questionário

Bruno Santos Continental Pneus

"A condução de máquinas agrícolas com pneus com pressão insuficiente ou excessiva geram perdas de produtividade."

Os proprietários de tratores agrícolas de média a elevada produtividade que queiram ver rentabilizado o seu investimento terão que optar pelos pneus com tecnologia mais avançada. A Continental procura oferecer no seu portefólio de pneus a possibilidade de escolha ao proprietário da máquina agrícolas do produto que melhor se adapte às suas necessidades, de forma a maximizar a produtividade e a minimizar os custos de exploração, para as condições específicas de utilização. A título de exemplo, a Continental incorporou novos materiais e tecnologias para uma utilização cíclica campo/estrada sem ter que modificar a pressão, com ganhos substanciais de produtividade.

1.

A Continental tem lançado tecnologias inovadoras nos seus pneus que permitem maximizar os diferentes critérios de desempenho de um pneu agrícola. Para o efeito, aumentou a largura de apoio, ao mesmo tempo que aumentou a flexibilidade das paredes laterais para aumentar os ganhos de eficiência no consumo de combustível, especialmente em solos duros e pavimentados, onde a utilização a pressão baixa minimiza o risco do pneu deslizar na jante. Por outro lado, a utilização a baixa pressão em solos macios minimiza a compactação ao solo. Além disso, a produtividade de um pneu agrícola está limitado pela sua capacidade em transmitir força de tração sem patinar. Por isso, o aumento da superfície de apoio, a geometria e altura do taco maximizam o desempenho e durabilidade de um pneu agrícola.

2.

Os pneus agrícolas estão a dar os primeiros passos rumo à monitorização das pressões e temperatura dos pneus pelo condutor. A condução de máquinas agrícolas com pneus com pressão insuficiente ou excessiva geram perdas de produtividade, aumento de custos de exploração e pode provocar falhas prematuras nos pneus, o que constitui um séria preocupação em termos de segurança dos condutores. Além disso, os pneus com sensores permitem a comunicação com sistemas que permitem modificar a pressão dos pneus e pode ser um solução interessante para os tratores com utilizações alternadas e contínuas entre a estrada e o campo.

3.

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ESPECIAL // pneus

TRELLEBORG

TM1000 PROGRESSIVE TRACTION NOMEADO PARA OS PRÉMIOS MELHOR PNEU AGRÍCOLA O pneu TM1000 Progressive Traction da Trelleborg Wheel Systems está nomeado para os prémios Melhor Pneu Agrícola 2020, galardão instituído pela revista especializada NMR, e que para esta edição despertou as atenções de 79 candidatos que concorrem a oito categorias distintas.

O design da banda de rodagem do ProgressiveTraction foi concebido para cumprir com os requisitos da mais recente geração de maquinaria, aumentar a eficiência da transmissão da potência ao solo e reduzir a sua compactação. Aquele desenho, de duplo taco, foi desenvolvido para reduzir a

vibração, enquanto melhora a dissipação de energia, minimiza o consumo de combustível e aumenta a vida útil do pneu. Sublinha a marca que nos testes realizados este produto registou menos 3% de consumos, da mesma forma que aumentou em 5% a sua vida útil.

Ramón Martínez, diretor geral da marca para Portugal e Espanha, mostra-se orgulhoso com esta nomeação, pois “é um grande reconhecimento pelos esforços dos nossos departamentos de investigação e desenvolvimento, comercial e de marketing.”

ATG

AGRI STAR II É A RESPOSTA ÀS NOVAS EXIGÊNCIAS DOS TRATORES

Os engenheiros da Alliance Tire Group apontam o Agri Star II como a nova estrela da marca e acreditam ser o pneu que faz face as principais necessidades dos agricultores

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Os engenheiros da Alliance Tire Group (ATG) estiveram empenhados, durante 24 meses, em desenvolver um pneu para tratores que cumprisse com as atuais exigências do setor agrícola. Aconteceu logo após a feira Agritechnica de 2017 e durante a primeira fase de desenvolvimento, uma investigação exaustiva em várias localizações geográficas foram identificadas as principais necessidades dos agricultores e dos distribuidores da marca, sublinha o comunicado do grupo, que aponta o Agri Star II como a nova estrela da marca. Tais inquéritos definiram que os principais parâmetros são a relação preço-qualidade, a capacidade de tração durante toda a vida útil do pneu, a sua durabilidade e o rendimento na circulação em estrada e as capacidades de autolimpeza e capacidade de travagem. Daí se passou ao design, e a partir de conceitos em três dimensões foram novamen-

te escutadas as opiniões dos utilizadores. Os técnicos voltaram aos estiradores e aumentaram as larguras dos ombros, a dianteira e o número ideal de tacos e o contorno das suas paredes. Foram selecionados os materiais e eleito o poliéster, por ser mais resistente na composição da carcaça e da cintura. O polietileno tereftalato (PET) garante a manutenção da forma dos pneus e evita a deformação temporal da banda de rodagem, lê-se ainda no comunicado da marca. Como características particulares do Agri Star II, destacam-se também a maior percentagem de cauchu para dar maior robustez à parte central dos tacos e menor desgaste sobre o asfalto, e o índice de velocidade D (65 km/h). Da melhor autolimpeza resultante agradecem os automobilistas, pois encontram menos resíduos de terra sobre as estradas públicas. www.abolsamia.pt


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ESPECIAL // pneus

MICHELIN TRAILXBIB PARA REBOQUES, MAIS ROBUSTO E PROTETOR DO SOLO Apesar da redução no número de explorações agrícolas e, como consequência, do aumento de movimentos tanto à distância quanto em frequência, o desempenho agrícola deve continuar a ser melhorado, para que os agricultores disponham, agora mais do que nunca, de pneus adequados para uso misto na estrada/campo, tanto em tratores como em reboques ou implementos. Com os novos pneus TrailXBib, os agricultores com máquinas rebocadas ou implementos com rodas podem beneficiar de uma linha

especialmente projetada para esse tipo de veículos. São várias as vantagens principais deste novo produto, assim descritas pelo fabricante: nova carcaça VF22, para maior robustez e melhor proteção do solo; grande capacidade de tração, graças a um design específico do padrão do piso, sem áreas “fechadas” e a uma distância entre os tacos que aumenta gradualmente em direção aos ombros; maior vida útil em comparação com as faixas CargoXBib HD e HF1, graças aos 25% de borracha suplementar e ao terminal central contínuo que

garante desgaste regular e melhor desempenho em estrada. O novo pneu também incorpora a tecnologia Michelin Ultraflex3, garantindo uma distribuição de carga perfeita e a proteção do solo, mas ao mesmo tempo um melhor desempenho agronómico. Além disso, esta linha incorpora a tecnologia Air Systems Ready, que habilita especialmente o suporte a

sistemas de enchimento que permitem ao agricultor, em tempo real e de acordo com o tipo de solo, ajustar facilmente a pressão dos pneus. As duas primeiras dimensões, o VF 560/60 R22.5 e o VF 650/55 R26.5, estão disponíveis a partir de julho, cobrindo uma parte importante do mercado, e mais dimensões serão gradualmente adicionadas à linha.

O pneu Liftmax LM 63 uma combinação perfeita de resistência, estabilidade e conforto

BKT

LIFTMAX LM 63 É NOVO ARGUMENTO PARA USOS INDUSTRIAIS Destinado a utilização em tratores industriais, este pneu é uma combinação perfeita de resistência, estabilidade e conforto e está pronto para o lançamento oficial. O Liftmax LM 63 foi concebido para utilização em tratores de aplicação industrial ou lo40

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gística, ou para ser utilizado em portos e aeroportos. Este novo produto é a combinação perfeita de características extraordinárias, como a baixa resistência ao rolamento, menor vibração, excelente estabilidade e condução mais confortável. Tudo

isto é possível graças à lona de carcaça em aço integral All Steel com lonas de cima em aço de várias camadas. Entre as suas características encontram-se também boa resistência aos furos e desgaste e elevada produtividade graças à melhor quilometragem e ao menor consumo de combustível. Este novo produto está disponível em dois tamanhos. 6.00 R 9 e 8.25 R 15. A BKT já está a trabalhar em novos tamanhos e na expansão da nova gama, concebida para veículos de utilização em setores industriais que efetuam manobras de carga, compactação, construção, reciclagem, logística, industriais e nos portos, obras públicas municipais, escavação e transporte intermodal. Mas esta não é a única inovação nesta área. A BKT também está a expandir a gama Liftmax LM 81, um produto específico para empilhadoras e veículos de manuseamento de contentores vazios. Com os novos tamanhos disponíveis, 12.00 R 20, 12.00 R 24 e 14.00 R 24, esta gama inclui agora 17 modelos diferentes. Outra novidade é o tamanho 18.00 – 33 para o Container King, concebido especificamente para veículos de levantamento e manuseamento de cargas pesadas. www.abolsamia.pt


medidas de pneus

CONTINENTAL

COMBINE MASTER DA CONTINENTAL IDEAL PARA CEIFEIRAS-DEBULHADORAS Em percursos de estrada ou para trabalho no campo, os pneus das ceifeiras-debulhadoras são sujeitos a grandes cargas, razão pela qual a Continental desenvolveu pneus para o eixo dianteiro com tecnologia VF (very high flexion) associada para aquelas máquinas, o CombineMaster, que mantém a sua forma mesmo quando a pressão de ar é muito reduzida. A regra geral para pneus VF pressupõe mais 40% de capacidade de carga, ao mesmo tempo que é inflado com pressão de ar 40% inferior à dos pneus convencionais. Por isso mesmo, a Continental assegura que essa mesma pressão baixa permitirá a utilização do CombineMaster em estrada e campo sem ajuste intermédio de pressão, e

sem correr o risco de prejudicar a durabilidade do pneu, mantendo sempre a sua forma. Tal facto deve-se ao processo de conceção do talão, cujo núcleo, retangular (tecnologia N.Flex), é feito de uma única peça de aço enrolada cem vezes em torno da circunferência do pneu. Torna-se assim muito mais difícil que o pneu escorregue pelo aro da jante, contribuindo para melhor distribuir o peso da ceifeira.

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JÚRIDICO

A AVALIAÇÃO DE PRÉDIOS RÚSTICOS EM PORTUGAL P O R PAU LO BA R R OS T R I N DA D E , R E V M A N AG I N G D I R EC TO R DA T E R R AVA L

Quem são os peritos avaliadores de imóveis em Portugal?

A

avaliação de prédios rústicos tem ganho uma importância crescente, sobretudo na última década, com o incremento que existiu no desenvolvimento do setor agrícola. A maior procura de terra por parte de grandes investidores para instalação de pomares, olivais, horticultura intensiva, etc., determinou que os valores de mercado dos prédios rústicos subissem e a criação de escala nas explorações agrícolas, como aconteceu no caso do olival e, mais recentemente, com o caso do amendoal, com a plantação de milhares de hectares destas culturas, despertou o interesse dos bancos nacionais, colocando a banca tradicional a competir com a banca mais especializada (caixas agrícolas), tendo-se assistido a que muitos bancos criassem departamentos especiais para lidar com o chamado Agro-negócio. Este incremento de investimento na agricultura, sobretudo com a intensificação de produção em grandes áreas de terra, determinou que o negócio passasse a ser mais capital intensivo, aumentando o número de empréstimos hipotecários associados à terra e, consequentemente, a maior necessidade de avaliações de prédios rústicos. Os próprios grandes fundos de investimento internacionais começaram a ver em Portugal uma oportunidade de investimento neste sector, contribuindo também para o aumento da necessidade de avaliações de prédios rústicos. MAS EM QUE SE BASEIA UMA AVALIAÇÃO DE UM PRÉDIO RÚSTICO? A avaliação de um prédio rústico requer um conhecimento técnico profundo da área agronómica, uma vez que são muitos os fatores que podem influir na determinação do valor 42

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O investimento na agricultura determinou o número de empréstimos hipotecários associados à terra e, consequentemente, maior necessidade de avaliações de prédios rústicos. de mercado de uma propriedade rústica. O processo começa por uma inspeção física à propriedade, onde se identificam quais os sistemas culturais em utilização, o tipo de solos existentes e as suas limitações, as culturas permanentes e as suas características (idade, estado vegetativo, histórico de produção, etc), a existência ou não de regadio, a origem da água e a capacidade de fornecimento ao longo do tempo, as construções e infraestruturas existentes, entre outros. Na posse dos elementos recolhidos, o perito avaliador recolhe os elementos matriciais e cadastrais, por forma a identificar áreas e contornos da propriedade. As metodologias de avaliação recaem normalmente sobre o Método Comparativo de Mercado, que normalmente funciona no caso dos prédios rústicos, como método com-

Os peritos avaliadores de imóveis são uma classe profissional especializada na avaliação de prédios urbanos e prédios rústicos, segmentando-se com base no objetivo da avaliação. As avaliações destinadas ao setor financeiro, a expropriações ou para efeitos fiscais, têm legislação específica, quer sobre a forma como devem ser realizadas as avaliações, quer sobre as competências técnicas dos peritos avaliadores. As avaliações para processos de partilhas, para investidores/ proprietários não estão sujeitas a regulação específica, pelo que é importante contratar peritos com acreditações internacionais, como por exemplo, os peritos com a acreditação REV – Recognised European Valuer do TEGoVA (The European Group Of Valuers Associations). Quem são os clientes dos peritos avaliadores? A Banca, o Estado, os fundos imobiliários, os investidores e os proprietários em geral.

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NOVA RUBRICA

A procura de terra por parte de grandes investidores para instalação de pomares, olivais, horticultura intensiva, etc., determinou que os valores de mercado dos prédios rústicos subissem e a criação de escala nas explorações agrícolas.

plementar, dada a dificuldade de obter propriedades rústicas comparáveis com a que é objeto de avaliação. São tantas as características que influenciam uma avaliação que não é fácil encontrar uma amostra de propriedades comparáveis transacionadas ou, caso não seja possível, em oferta para transação. O Método principal mais utilizado é o Método do Rendimento, em que o valor da propriedade é obtido com base no rendimento fundiário existente, ou com base no rendimento fundiário potencial. A conversão do rendimento

fundiário em valor da propriedade é realizada aplicando uma taxa de desconto que tem em conta o risco associado à atividade desenvolvida. Em complemento ao Método do Rendimento é normalmente usado o método dos custos, quando existem construções que não estão diretamente associadas ao processo produtivo (o valor das construções afetas diretamente ao processo produtivo – armazéns, silos, etc. – considera-se como incluído no valor da terra, uma vez que para esta gerar o rendimento calculado para a avaliação, necessita dessas construções). Em suma, a avaliação de prédios rústicos é uma atividade específica dentro da atividade de avaliação imobiliária, que requer bastante conhecimento técnico agronómico, bem como o domínio das metodologias de avaliação imobiliária e a experiência em avaliações de imóveis inseridos neste segmento de mercado, devendo o investidor/proprietário ter o cuidado de verificar se o perito avaliador reúne os requisitos técnicos necessários para poder realizar uma avaliação com a exigência técnica desta. ¢

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AJAP

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Associação dos Jovens Agricultores de Portugal julho | agosto | setembro 2020 abolsamia

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PRODUTO // teste em campo

A instrumentação é composta por elementos analógicos e dois visores digitais, um no painel e outro no pilar A da cabine.

VALTRA N154E VERSU

Uma montra de possibilidades A série N continua a receber inovações. Após as atualizações ainda recentes aplicadas na passagem à Fase V de emissões, a Valtra desvenda agora o painel transparente SmartGlass integrado no para-brisas. Tivemos o primeiro contacto com este dispositivo que deverá entrar em produção ainda em 2020 P O R J OÃO S O B R A L

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O N154e Versu fez parte do lote de nomeados do prémio Trator do Ano [TOTY 2020] na categoria de Campo Aberto. Foi nessa condição que, a convite da marca, o fomos experimentar numa casa agrícola da Finlândia situada nas imediações de Jyväskylä. Fizemos um percurso em estrada num trator preto e movimentámos fardos com um trator verde, no qual tivemos contacto com a nova funcionalidade SmartGlass. www.abolsamia.pt


teste em campo // PRODUTO

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SÉRIE N

Os três modelos de entrada são propulsionados por um motor de 4,4 litros e cobrem um intervalo de potência máxima entre os 105 e os 125 cv. Já os três modelos de topo, com motor de 4,9

litros, cobrem um intervalo de potência máxima entre os 135 e os 165 cv. Todos beneficiam de um reforço eletrónico de potência (boost) e apresentam a mesma distância entre eixos

(2665 mm). São quatros as especificações disponíveis – HiTech 5, Active, Versu e Direct – cujas diferenças incidem na transmissão, sistema hidráulico e comandos na cabine.

MOTOR AGCOPOWER

O N154e é propulsionado por um motor Agco Power de 4 cilindros com 4,9 litros de capacidade. Fornece 155 cv de potência máxima e um boost de +10 cv para transporte e TDF. A Fase V é cumprida através de um sistema DOC+DPF+SCR. Neste modelo, a designação “e” significa que dispõe de EcoPower. Por exemplo em transporte, o operador pode

optar por ter o máximo de performance disponível num percurso com carga, e pode optar por fazer o regresso, sem carga, em modo Eco. Sempre que seleciona o modo económico, o regime máximo é reduzido de 1900 para 1750 rpm, a potência máxima é disponibilizada às 1750 em vez de às 1900 rpm, e o binário máximo alcança-se às 1250 em

vez de às 1500 rpm. No fundo, permite ajustar o ‘carácter’ do motor em função da tarefa. Segundo a marca, este conceito, que prevê ainda um regime ao ralenti de apenas 700 rpm, contribui para um menor desgaste e permite uma redução de até 10% no consumo. A manutenção é feita em intervalos de 600 horas.

TRANSMISSÃO Com um escalonamento de VERSU 30/30 6 relações e 5 níveis de powershift, a Versu é uma transmissão robotizada que no estilo de funcionamento se assemelha a uma caixa de variação contínua. O condutor pode alternar as relações manualmente, através de toques sequenciais

no joystick, cabendo-lhe neste caso definir o regime do motor. Se optar pelo modo automático, consoante a pressão exercida sobre o pedal de condução ou sobre o joystick, assim o sistema calculará o regime e a relação mais apropriados em função da carga,

para que a deslocação se aproxime ou atinja a velocidade pretendida. Entre as funcionalidades a destacar estão o cruise control, que fixa uma velocidade objetivo, e o assistente hill hold, que detém o trator imobilizado num terreno inclinado.

HIDRÁULICO

O sistema hidráulico com sensor de carga pode equipar com bombas de diferente performance – 115, 160 ou 200 L/min – e com

5 distribuidores traseiros e 4 distribuidores na frente. Os reservatórios e circuitos de óleo do hidráulico e da transmissão são separados.

Como no hidráulico entram óleos provenientes de diversas alfaias, esta solução mantém a transmissão protegida de contaminações vindas do exterior.

CABINE

Em configuração de cinco ou seis pilares, e uma ou duas portas, a cabine pode receber diversos detalhes de personalização aplicados pelo Unlimited Studio. Inclui uma

escova com ângulo de limpeza de 270° e ambos os vidros, dianteiro e traseiro, dispõem de desembaciamento elétrico. Embora a lista de opcionais referentes à cabine seja

extensa, destacamos dois pelo grau de diferenciação que representam neste segmento: o posto de condução reversível TwinTrac e a abertura superior traseira Skyview.

CONFORTO

Este modelo pode ser configurado com suspensão mecânica ou pneumática da cabine e suspensão hidrop-

neumática do eixo dianteiro. A caixa de refrigeração, a câmara de marcha atrás, a escova lateral de 180° ou os

espelhos com regulação elétrica são detalhes que também acrescentam conforto no decorrer do trabalho.

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PRODUTO // teste em campo O painel transparente SmartGlass é uma solução pioneira aplicada em tratores.

Ambiente SmartTouch Os dois modelos em ensaio estavam equipados com o conjunto apoio de braço + monitor de 9” SmartTouch, que é o mais sofisticado proposto pela Valtra. Neste ambiente de trabalho, todas as funções estão à distância de não mais do que duas passagens do dedo pelo monitor ou dois cliques. Serve de suporte a diversas funcionalidades de agricultura de precisão que hoje fazem parte do portfólio da Valtra, como: controlo de secções, aplicação de taxa variável, condução automática ValtraGuide (com menus recentemente revistos para simplificar a configuração) e gestão de cabeceiras U-Pilot.

Ao ambiente de trabalho SmartTouch pode ser acrescentado um segundo monitor de 9” em posição mais elevada.

EXIBIÇÃO TRANSPARENTE SMARTGLASS

Passa a existir no monitor SmartTouch um novo menu dedicado à gestão do SmartGlass.

Um HUD (head-up display) é a mais recente tecnologia proposta para a série N. Em síntese, tratase de uma membrana eletroluminescente incrustada no para-brisas que permite ao operador consultar diversas informações sobre o funcionamento do trator, ao nível do seu ângulo de visão. Assim, ao trabalhar com carregador, ou ao circular em estrada, não precisa de desviar

o olhar para consultar o monitor. Os dados são projetados em duas linhas, preenchidas com caracteres de cor amarela. Passa a existir um novo menu no monitor SmartTouch onde o operador liga/desliga o painel SmartGlasse através do qual gere o que pretende ver projetado. Algumas das informações passíveis de serem ancoradas no SmartGlass

são: ângulo de inclinação e percentagem de elevação do carregador, peso da carga, relação de transmissão, regime do motor e velocidade de deslocação. O SmartGlass é um extra fornecido através do Unlimited Studio. Está previsto que fique disponível para produção no 4º trimestre deste ano, altura em que será definido o preço de comercialização.

FICHA DE DADOS

VALTRA N154E VERSU MOTOR Fabricante / modelo

Agco Power / 49 LFTN-D5

Nº de Cilindros/ cilindrada

4 / 4.900 cm3

Potência nominal /máx. com boost

150 cv / 165 cv

Binário máximo / reserva

660 Nm / ND

Nível de emissões

Fase V

TRANSMISSÃO

A caixa de refrigeração faz parte da lista de opcionais (imagem superior). O sistema de iluminação inclui uma luz de cortesia (imagem inferir).

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Configuração

Powershift Robotizada 30/30

Velocidade máxima

53 km/h

Velocidade Eco

43 km/h às 1600 rpm

HIDRÁULICO Capacidade de elevação

Traseira: 7.800 kg Ft: 4.700 kg

Fluxo da bomba (opcional)

115 (160 ou 200) L/min

DIMENSÕES Distância entre eixos

2.665 mm

Carga máxima admissível

11.000 kg www.abolsamia.pt


Nesta geração Fase V, o sistema de tratamento de gases e o sistema de escape surgem redesenhados. Os espelhos contam com regulação elétrica e sempre que a cabine é de 5 pilares pode incluir escova lateral.

PREÇO Versão de base do Valtra N154e Versu PVP – 125.302 Eur + IVA Se adicionarmos: Suspensão pneumática da cabine PVP – 2884 Eur + IVA Suspensão do eixo dianteiro PVP – 4239 Eur + IVA.

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Nestes tempos delicados e como temos feito nos últimos 18 anos,

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APRECIAÇÃO Nos anos mais recentes, os tratores da série N foram recebendo diversas atualizações e são hoje um dos produtos mais amadurecidos da Valtra. Durante o ensaio, deslocámos fardos e notámos um comportamento exemplar e agradável, graças a um carregador Valtra G5 bem integrado com o trator e à funcionalidade de assistente hidráulico que, perante maior peso, sobe automaticamente o regime do motor para aumentar o débito da bomba e assim garantir uma resposta adequada. Em estrada, adaptámo-nos facilmente à transmissão Versu, que proporciona www.abolsamia.pt

uma passagem suave de relações e um correto controlo durante a condução. Como aplicação pioneira em tratores, francamente apreciámos o SmartGlass. Quando desligado, fica praticamente invisível e esquecemo-nos dele. E quando ligado, projeta informação no vidro sem que tal presença pareça intrusiva. Em síntese, a série N é um produto comprovado a que a Valtra vai, passo a passo, acrescentando inovações. Tendo em conta o vasto leque de extras e personalizações com que o N154e Versu pode ser configurado, é caso para dizer que se trata de uma montra de possibilidades.

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PRODUTO // em foco

NEW HOLLAND BIG BALER 890 PLUS

Não dá ponto sem nó O concelho de Sintra, não será, certamente, a localização mais esperada para quem procure, nos dias de hoje, uma exploração que tem como objetivo chegar às 500 vacas aleitantes. E se lhe disséssemos que por entre as parcelas que circundam a vacaria trabalha uma enfardadeira de fardos gigantes? Surpreendido? Então sente-se e perceba como se amortiza um investimento destes em três anos T E X TO S E B A S T I ÃO M A R Q U E S

¢

FOTO G R A F I A S F R A N C I S CO M A R Q U E S

O Casal de Quintanelas, situado no Sabugo, Sintra, é uma das vacarias modelo no nosso país. Contando hoje com mais de 370 vacas, pretende “chegar às 500”. Quem nos faz a confidência é António Castanheira, gestor da Sociedade Agrícola do Casal de Quintanelas há praticamente três décadas. Para além das 48

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infraestruturas onde se encontram as vacas, escritórios, armazém de máquinas e outros equipamentos, a exploração conta ainda com 250 hectares (uma parte deles arrendados), onde semeia azevém para feno-silagem e feno, que constitui cerca de 60% da parte forrageira da alimentação dos animais.

Porquê uma máquina tão grande? Por que não contratar o serviço? Não havia quem nos pudesse prestar este serviço. Ninguém vinha do Alentejo para trabalhar estes “canteiros”. Além de serem parcelas pouco produtivas ainda são de pequena dimensão. O máximo de área pegada que tenho são 10 hectares. Não são para máquinas destas, por isso é que digo que esta máquina irá durar 20 anos porque, por ano, vai trabalhar pouco. Temos um trator com 11 anos e tem agora 5500 horas, o que dá 500 horas por ano, mas eu preciso dele. www.abolsamia.pt


“Quando fazíamos silagem no método dito “convencional”, para “darmos a volta a isto tudo” (250 hectares) era mais de um mês, garantidamente. Agora, estou convencido que em 15 dias conseguimos terminar. Claro que muitas das parcelas que fazemos são pequenas e acabamos por ter alguns problemas por isso.”, começa por explicar António Castanheira.

Devido às pedras que abundam nas parcelas trabalhadas pelo Casal, apenas se faz sementeira direta sem qualquer tipo de mobilização. “Há mais de vinte anos que não mobilizamos a terra o que permite que alguma dela vá “andando”da superfície. Temos um bocadinho de terra e o resto é rocha!”, explica António Castanheira.

Se é um equipamento sobredimensionado por que, ainda assim, optou por ele? Tendo todos os fatores em igualdade de circunstâncias (altura de corte, etc), trabalha ao dobro da velocidade da máquina que tínhamos. Também nos permite armazenar e transportar a um custo muito mais baixo. Para além disso, há um aumento grande ao nível da qualidade, dado o aumento da rapidez da colheita. Quando fazíamos no silo, com mais de 30% de matéria seca já era muito complicado de calcar. Agora também abrimos os fardos consoante a necessidade, o que garante um aumento qualitativo. Para esta melhoria da qualidade também conta poder entrar na altura certa, o que seria impossível se não tivéssemos uma enfardadeira no nosso parque de máquinas. Referiu que abre os fardos quando quer. Quanto custa plastificar? 6,36 € por tonelada enfardada (com 6 camadas). Dependendo da matéria seca que colocamos, o valor por fardo varia um pouco mas, se tivermos um peso médio de 420 kg, anda www.abolsamia.pt

Plastificadora Kuhn SW1614

à volta dos 2,67 €. Se atendermos ao facto de que a silagem que sai dos silos, com 30% de matéria seca, vale 35€ / tonelada, a tonelada de matéria seca ronda os 116,7 €. O custo da plastificação será cerca de 10,6 €/ton de matéria seca o que equivale a cerca de 9% do total do valor do fardo. Se fizer os fardos com esta máquina, colocando o custo do plástico, em vez de 35 €/ tonelada vou considerar 40 €. Se mantivesse os 30% de matéria seca, o custo ficaria em 133 € por tonelada de matéria seca. Ou seja, 9% do valor é para empacotar, o que é muito. Mas se eu considerar que trago silagem de milho de a 100 km daqui e que, só o transporte, custa perto de 20%... não é nada mau.

Conseguirá então ter silagem de milho durante mais tempo? Que vantagens conseguirá obter? Poderei ter silagem de milho para o ano todo, que, de outra forma, não teria. Estas são contas que farei daqui a alguns meses. Tenho a base de dados diária do que dei às vacas, as médias, o custo do leite, o que me permite ir sempre comparando com o mês homólogo do ano anterior. Este será o primeiro verão em que vou entrar com silagem de milho, portanto, verei que médias consigo obter. Se conseguir maior produtividade por vaca, 1 €, 1,5€/ vaca, será também um valor a abater na compra da enfardadeira, porque, sem ela não conseguiria ter } (Continua na página 52)

VANTAGENS

1.

2.

3.

4.

Poder ter milho durante todo o ano aumentará a produção de leite por vaca

Conseguindo colher tudo muito mais rapidamente (metade do tempo) e na altura correta, não há erva a envelhecer

Custo de armazenamento muito inferior (mesmo contando com o plástico)

Consumo de combustível mais baixo

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OPINIÃO DO OPERADOR NUNO MARTINS RESPONSÁVEL PELO PARQUE DE MÁQUINAS DO CASAL DE QUINTANELAS E É QUEM TRABALHA COM A BIGBALER 890PLUS. COM UM TOTAL DE 17 HORAS DE TRABALHO E 709 FARDOS FEITOS, PEDIMOS BOLEIA A MEIO DE UM DIA DE TRABALHO COM A MÁQUINA

“Nesta parcela em particular leva, até ao momento, 25 fardos feitos com recorte. Está a fazer 40 fardos por hora. Estamos a trabalhar a 6 km/h, mas depende muito da erva no cordão e do trator com que estamos a trabalhar” – Nuno conduzia um John Deere 7530. “Neste caso, sendo uma caixa AutoPowr (transmissão de variação contínua) é muito fácil de encontrar o ponto ideal. Se este trator tivesse Isobus, então seria ainda melhor, porque a enfardadeira comunicaria diretamente com o trator sem eu precisar de intervir (sistema IntelliCruise). No entanto, mesmo com um trator sem Isobus, é bastante simples. No ecrã, a máquina vai-me mostrando a capacidade com que está a trabalhar e eu apenas tenho de adaptar (a velocidade - aumentar ou reduzir-, e a direção - mais para a direita ou mais para a esquerda)” – sistema SmartFill. De facto, a opinião de Nuno é corroborada pelos testes realizados pela marca. Segundo a New Holland, os testes internos mostraram ganhos de rendimento de 9%, com uma redução de combustível de 4%, quando compararam o trabalho de um operador experiente com o IntelliCruise durante um dia de trabalho. O sistema IntelliCruise baseia-se em sensores de pressão que 50

são montados dentro da câmara e enviam os seus dados para a caixa de controlo na enfardadeira. Esta caixa processa os dados e envia-os ao trator. A enfardadeira equipa com o sistema de facas CropCutter, podendo Nuno optar por utilizar 6 ou 19 facas. “Estamos a trabalhar apenas com 6 facas. Para a nossa realidade 19 facas seria um exagero, facas a mais. Seria desfazer a erva por completo e depois não se conseguia atar. Não conhecíamos bem a máquina e, como a diferença de preço não era muito significativa, acabámos por optar pelas 19”. A manutenção das máquinas é um tema muito sério no Casal de Quintanelas. António dá o mote: “O estado das máquinas está sempre dependente do tratamento que lhes dermos. Aqui tenho sempre como regra duas vezes por semana vir uma pessoa de fora que limpa toda a sala de ordenha, parte exterior e todas as máquinas: o unifeed, as alfaias, os tratores, a Bobcat, a retro. É importante que as pessoas, quando se sentam nas máquinas, sintam que os equipamentos estão estimados e bem cuidados”. Com a enfardadeira não será

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SISTEMA DE ATAMENTO LOOPMASTER NÓ STANDARD

Uma das principais inovações feitas pela New Holland no último ano nas BigBaler foi o sistema de atamento Loopmaster. Nuno aprova, “este sistema de atamento é bastante bom. Uma das principais vantagens é que não deixa “pontas”. O nó fica exatamente igual ao que aparece no desenho na máquina”. De acordo com o fabricante, o novo

NÓ LOOPMASTER TM

sistema de atamento, em produção desde setembro de 2019, produz um nó 26% mais forte que o seu antecessor, utiliza menos fio, e, tal como referido por Nuno, não deixa pontas, fruto de uma alteração no segundo nó – o primeiro continua igual. A melhoria do sistema de atamento também se revelano baixo número de rebentamentos de fio: “só rebentou da parte de cima mas é simples de resolver.

Penso que se tenha devido à presença de lixo nos atadores. Nestes 700 fardos deve ter rebentado umas 4 vezes mas nunca aconteceu não perceber o motivo”. De acordo com o fabricante, e mesmo tendo em conta os melhoramentos feitos na unidade de limpeza dos atadores (beneficiando agora de um melhor fluxo de ar), os tensores do fio devem ser limpos diariamente.

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em foco // PRODUTO Loopmaster: o novo sistema de atamento da New Holland não deixa pontas

diferente e Nuno explica que o processo até está bastante facilitado em duas das principais tarefas: “Para limpar as facas basta tirar a ‘gaveta’ para fora, a lubrificação é automática”. Mas vamos por partes. Começando pelas facas, o melhor desempenho de corte e capacidade de alimentação da máquina é garantido por facas afiadas. O desgaste da máquina, assim como o consumo de potência (e combustível) do trator aumentam consideravelmente assim que as facas ficam gastas ou são danificadas por objetos estranhos. De acordo com os resultados de testes realizados no terreno pelo fabricante, é melhor afiar as facas depois de cerca de 400 fardos, em condições de colheita limpa. No caso de colheita com impurezas, pode ser necessário afiálas depois de 200 fardos. Já relativamente ao sistema de lubrificação,

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todas as BigBalers são equipadas de série com lubrificação centralizada. Esta máquina soma ainda um sistema automático de lubrificação que, através de uma bomba elétrica controlada pelo monitor da máquina, fornece uma determinada quantidade de massa lubrificante a todos os pontos de lubrificação. Com o sistema de lubrificação automático continua a ser possível lubrificar manualmente os diferentes divisores. Os copos de lubrificação dos doseadores ainda estão presentes para que possam ser utilizados no diagnóstico de avarias ou em caso de anomalia no sistema de lubrificação automático. Recomendase a lubrificação manual dos vários doseadores em intervalos regulares, de forma a ficar com uma ideia das condições dos circuitos de lubrificação. Finalmente, ao nível da potência do trator requerida para trabalhar com esta máquina, a marca aponta como mínimo 130 cv. “Já experimentámos com um trator dessa potência (John Deere 6630 transmissão PowrQuad 24x24), mas nota-se bastante diferença para um trator como este, de 180 cv. Com 130 acabamos por ficar um bocado limitados – fica ali à queima. É como costumo dizer, “quem não tem pé não pode dar coice”.

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PRODUTO // em foco (Continuação da página 49)

} silagem de milho todo o ano visto que estaria a encher os silos. Quantas toneladas compra? Este ano ainda irei comprar mais 400 toneladas fora, que darão até ao final de setembro. Nunca dou silagem de milho à vontade, o máximo que dou são 20 quilos. Mesmo quando tenho silagem de milho, como tenho os fardos enrolados em plástico, vou sempre dando complemento. Falou na gestão que faz dos dados na sua exploração. Esta enfardadeira fornece bastante informação ao operador, como é que retira partido da mesma? Todos os finais de dia, o Nuno (responsável pelo parque de máquinas) passa-me uma pen com toda a informação sobre o trabalho realizado pela máquina durante o dia. Desde o número de fardos por hora, fardos por parcela, humidade dos fardos, consumo, etc. No final da campanha consigo ter um retrato fiel do que aconteceu. É informação que me interessa bastante, especialmente a matéria seca, que medimos todos os dias. Vamos formulando o alimento das vacas em função disto. Com esta máquina consigo a informação mais cedo (ainda que não me dê a proteína). Enquanto que no silo metemos e não sabemos mais nada porque vem de várias proveniências e

Fardos e arrumação: “Ao nível do número de fardos/ ano as contas não são fáceis devido à variabilidade de ano para ano. Tenho ainda fardos de há dois e três anos a que não consigo dar vazão. Estou numa zona onde não há grandes compradores. Outra das grandes vantagens desta enfardadeira é que, ao nível de arrumação e transporte, por serem retangulares, permite acomodar muito mais do que com os redondos” A propósito dos requisitos de potência do trator, Nuno partilhou um ditado dos operadores: “quem não tem pé não pode dar coice”

vai variando muito ao longo do silo, aqui é por lotes, está compartimentado, permitindo um controlo mais apertado. O único problema é a matéria seca porque, no mesmo lote, pode haver fardos bastante mais secos do que outros e, por isso, medimos sempre. Daí que

FICHA DE DADOS

ENFARDADEIRA NEW HOLLAND BIGBALER 890 PLUS CROPCUTTER

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Dimensões do fardo -largura x altura e comprimento (cm)

80 x 90 e 100/260

Pick-up MaxiSweep™ largura (DIN 11220) (m)

1,96

Nr de facas

9 ou 19

Proteção das facas

Molas individuais

Potência mínima da TDF (kW/CV)

100/136

Sistema de atamento / Nr de cordéis

Tipo nó duplo / 4

Armazenamento de rolo de cordel

32

Sistema de alimentação

Rotor; Largura 800 mm Dente em “W” configuração

Largura (Eixo tandem de rodas de grande dimensão) (mm)

2562

Altura (mm)

3223

Pneus

620/50R22.5

Equipamento Opcional

Pacote Conforto, lubrificação automática, sistema Partial BaleEject™, luzes de serviço, sistema de monitorização de câmara, sistema ActiveWeigh™, sistema de medição de humidade, kit de facas de lâmina dura, sistema eletrónico de comprimento do fardo, conservante de líquido CropSaver, pára-choques traseiro

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por vezes sobre muito (alimento). Se tinha 10% mais de matéria seca do que o previsto, ou não medimos durante o fim de semana, dá logo uma “bronca” porque sobra muita comida e a produção vem por aí abaixo. Ao nível do consumo (combustível) do trator, já tem ideia de quanto vai conseguir poupar com esta enfardadeira? Com a máquina que tínhamos, a apanhar do chão, fazer corte e recorte, e mandar para cima de um reboque, gastava 12 litros por hora, o mesmo trator gasta com esta máquina 9/10. Para além da capacidade de colher cordões muito mais densos (o dobro da largura). Em quanto tempo espera ter amortizado a enfardadeira? Acredito que, com tantas vantagens, será um investimento que se paga em três anos. Se a produção das vacas no verão todo for aquilo que eu imagino, acho que sim. Porque optou pela BigBaler 890 Plus? A opção por este modelo em concreto foi pura e simplesmente porque a New Holland está, neste tipo de produto, e na minha opinião, acima do resto da concorrência. ¢ www.abolsamia.pt


notícias // PRODUTO

MASSEY FERGUSON LANÇA VARIANTE M DA SÉRIE 4700 A Massey Ferguson acaba de anunciar o lançamento de uma nova variante da série 4700 que inclui três modelos, com respetivamente, 82, 92 e 100cv de potência, disponíveis em versão cabine ou plataforma. Nesta nova variante, que assume a designação MF 4700M (o M significa nível médio de especificações), o modelo de 75cv deixou de estar disponível. Em contrapartida, surge o no topo da série um modelo mais potente, com 100cv (cujo binário máximo é de 365Nm às 1500rpm). Os três modelos são equipados com o mais recente bloco da AGCO Power, de três cilindros, com 3,3 litros de capacidade, já ao abrigo das normas da Fase V de emissões. Todos os modelos podem ser equipados, a título opcional, com a nova transmissão semi-powershift Dyna-2 24/24 eletrohidráulico. Com um escalonamento de 6 relações, repar-

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tidas por duas gamas e dois níveis de powershift (hi-lo, sob carga), esta inclui a funcionalidade Speedmatching, que escolhe automaticamente o nível powershift sempre o operador troca de relação, e inversor eletrohidráulico. A caixa mecânica 12/12 constitui a oferta standard, podendo o cliente optar por um inversor sincronizado ou eletrohidráulico. Em ambos os casos, a embraiagem elétrica está disponível. Ambas as transmissões beneficiam de um botão de embraiagem elétrica e também da funcionalidade travão neutro (pode ser desativada num botão) que permite desembraiar a transmissão assim que se pisa o travão, especialmente útil em algumas manobras, pois permite ao operador usar apenas um pedal para travar e desembraiar simultaneamente.

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PRODUTO // em foco

HORSCH MAESTRO 8.75 CV

NO RIBATEJO A SEMENTEIRA ESTÁ MAIS HORSCH A partir desta campanha, há mais casas agrícolas a terem acesso à tecnologia de sementeira de precisão da Horsch. É na cultura do milho que este semeador monogrão Maestro CV fará mais hectares T E X TO J OÃO S O B R A L

¢

FOTO G R A F I A S WO R K M OV E

Um semeador rebocado Horsch Maestro 8.75 CV é o mais recente investimento feito pela Toverland, um destacado prestador de serviços do Ribatejo. Esta empresa sediada em Riachos dispõe de um vasto parque de máquinas, que cobre todo o ciclo das culturas, desde a instalação até à colheita. Concretamente no que respeita à sementeira do milho, a partir desta campanha de 2020, passou a disponibilizar a mais recente tecnologia de precisão da marca alemã junto das casas agrícolas com que trabalha. Por ocasião de uma recente visita à Lagoalva, aproveitámos para ir ao campo conhecer as novidades acrescentadas pela Horsch a esta versão do semeador Maestro. CHASSIS PERMITE AJUSTAR A DISTÂNCIA ENTRE LINHAS O Maestro CV representa o mais recente desenvolvimento da marca dentro da gama de semeadores para sementes grandes e para sementes pequenas instaladas em entrelinhas largas. 54

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em foco // PRODUTO AGRICULTURA DE PRECISÃO Como é expectável numa máquina deste segmento, a marca disponibiliza as mais atuais funcionalidades ISOBUS. Destacamos as seguintes: SECTIONCONTROL } Permite gerir as linhas individualmente para anular situações de sobreposição junto à bordadura das parcelas, nas linhas de cabeceira ou em presença de obstáculos.

VARIABLERATE } Admite aplicações prescritas de semente e fertilizante em sítios específicos.

TASKCONTROLLER } Facilita a transferência de dados entre um PC e o monitor de controlo do semeador

MULTICONTROL } É útil para diversas situações, entre as quais programar uma ordem para a abertura/fecho da semente e outra ordem, independente, para a abertura/ fecho do fertilizante, sempre que o SectionControl esteja ativado.

A atualização dos discos de sementeira contribui para anular erros de precisão decorrentes da eletricidade estática.

A TECNOLOGIA DAS UNIDADES DE SEMENTEIRA

NOVOS DISCOS DE SEMENTEIRA Abílio Pereira, responsável pelos produtos Horsch na Lagoalva, começa por nos explicar que comparativamente com a geração anterior (Maestro CC), “a maior diferença está numa nova unidade de distribuição da semente”. Os discos são agora fabricados numa liga de plástico que anula erros de precisão relacionados com a eletricidade estática. De realçar que a operação de troca de discos está agora simplificada, graças a um novo sistema de abertura e fecho das unidades de sementeira. Uma vez posto o disco adequado ao tipo e calibre da semente, não são necessárias mais afinações no próprio semeador. Todos os ajustes, nomeadamente a nível de vácuo, são feitos no monitor a partir da cabine.

APTO PARA SEMENTEIRA DIRETA O Maestro CV vem preparado com limpadores de linha, para afastar resíduos, no caso da sementeira direta, ou para afastar torrões e pedras, quando existam. “Esta máquina pode fazer uma pressão hidráulica descendente até 350 kg por cm2 nos corpos. Por isso, trabalha perfeitamente em condições de sementeira direta”, sublinhou Abílio Pereira.

Um extra inédito é a tremonha dupla MTS (Main Tank Supply), que apresenta um compartimento de 3000 litros para fertilizante e outro de 800 litros para semente. Permite que o abastecimento da semente seja feito diretamente na tremonha em vez de ser feito em cada uma das caixas individualmente

O PORQUÊ DE COMPRAR HORSCH “Optámos por comprar um semeador Horsch devido à relação que já temos com a Lagoalva e porque a marca é de confiança”, explicou www.abolsamia.pt

António Silva, gerente da Toverland. “O semeador já vai com mais de 500 hectares semeados. Num ano em que a campanha é muito curta, deu-me bastante jeito fazer

esta compra. Permite uma velocidade de trabalho muito interessante e já começamos a ver a qualidade de sementeira”, acrescentou.

AUTOFORCE PARA SOLOS IRREGULARES “Este semeador tem instalados em duas linhas sensores que detetam a pressão que está a ser exercida naquela linha, e consoante a pressão definida assim vai ajustando” frisou o responsável de produto da Lagoalva. Este sistema AutoForce possibilita que o semeador adeque, metro a metro, a pressão ideal tendo em conta as condições verificadas em cada mancha de solo. É uma tecnologia vantajosa para solos irregulares, possibilitando que a pressão exercida seja sempre a mais adequada, o que contribui para uma germinação homogénea da cultura.

Apresenta um chassis transversal em forma de T onde estão fixados os corpos de sementeira. Este elemento serve de conduta para o vácuo e permite a deslocação lateral dos corpos, se for necessário ajustar a distância entre linhas. Enquanto na cultura de milho grão o espaçamento tradicional é de 75 cm, na cultura de milho pipoca é mais comum um distanciamento de 60 cm. Como não existe uma furação prévia que limite o ajuste, basta fazer uma deslocação lateral dos corpos em função da entrelinha pretendida. Quanto ao chassis dianteiro (longitudinal), este é fabricado em ferro fundido para garantir robustez e aumentar o equilíbrio estrutural da máquina. MILHO E GIRASSOL COMO CULTURAS PRINCIPAIS É para estas duas culturas que o Maestro está mais vocacionado. A Horsch disponibiliza para este modelo três discos para milho e três discos para girassol, e o semeador pode ainda ser utilizado na sementeira de colza, soja e beterraba. } julho | agosto | setembro 2020 abolsamia

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RODAS DUPLAS ESTREITAS Esta foi uma das configurações pedidas para o semeador agora pertencente ao parque da Toverland. Abílio Pereira adiantou o motivo: “Para as nossas condições, achamos que é preferível as máquinas rebocadas terem rodas duplas estreitas, para não pisar a zona onde vai passar uma linha de sementeira”. Para prevenir que os trilhos continuam a não coincidir com uma das linhas, quando se mexe no distanciamento dos corpos de sementeira, as jantes comportam afinação

PRODUTO // em foco A vantagem de ser rebocado Comparativamente com um semeador de igual número de linhas, mas montado no hidráulico, a menor potência requerida ao trator é uma das vantagens de um semeador rebocado. Na Toverland, a parceria é feita com um John Deere 6R de 130 cv

LOCALIZADOR DE ADUBO REDESENHADO Outra atualização a destacar neste semeador é a reconfiguração do localizador de adubo. “Está mais separado do que na geração anterior, para evitar muito pó junto à unidade de sementeira. Mas continua a fazer parte da mesma estrutura do corpo de sementeira, o que nos dá a garantia de que todo o adubo fica à mesma distância da semente” especificou Abílio Pereira.

TUBO CONDUTOR DE SEMENTE A Horsch desenvolveu o seu próprio tubo condutor da semente, abandonando a solução de recorrer a fornecedores externos. Este tubo apresenta um desenho e características especiais, para interferir o menos possível na queda da semente. Integra um sensor novo, exclusivo da marca, para otimizar os dados de monitorização que são disponibilizados ao operador, tais como: espaçamento da semente na linha, duplos e falhas.

REPRESENTAÇÃO A CARGO DA LAGOALVA

REGULAÇÃO DE PROFUNDIDADE As rodas reguladoras de profundidade têm um formato especial para apoiar o corpo de sementeira e simultaneamente compactar o mínimo possível o solo junto à zona onde é colocada a semente.

A Horsch tem por tradição ir progressivamente aplicando melhorias nos equipamentos que produz. Nesta geração Maestro CV, diversos elementos dos corpos de sementeira foram revistos para obter um desempenho otimizado

} VELOCIDADE DE TRABALHO ATÉ 12 KM/H A velocidade de trabalho anunciada pelo fabricante é de 12 km/h, se bem que nas condições dos solos portugueses, tendencialmente mais entorroados do que no centro da Europa, costume ser um pouco mais baixa. “O foco principal dos nossos clientes é a qualidade de sementeira, sem falhas e sem duplos, e não tanto a quantidade de hectares feitos por dia, referiu Abílio Pereira. “Na generalidade das nossas condições, uma máquina destas trabalha em redor dos 10 km/h”, concretizou. ¢ 56

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Sediada em Alpiarça, a Lagoalva representa a Horsch nos mercados de Portugal e Angola. “Todos os nossos clientes são agricultores altamente profissionais ou empresas de prestação de serviços com grandes conhecimentos agrícolas e que trabalham para clientes muito exigentes”, explicou Miguel Campilho, administrador da Lagoalva. O portfólio de equipamentos da marca alemã tem como enfoque as seguintes áreas: preparação de solo, sementeira de precisão, monda mecânica, tratamento de culturas e logística.

FICHA DE DADOS

SEMEADOR HORSCH MAESTRO 8.75 CV Número de linhas

8

Espaçamento (ajustável)

45 a 80 cm

Pressão por linha

125 a 350 kg

Capacidade da tremonha de fertilizante

3 000 litros

Capacidade da tremonha de microgranulado

200 litros

Capacidade de cada caixa de sementeira

70 litros

Largura de trabalho

Até 7,20 m

Velocidade de trabalho

Até 12 km/h

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notícias // PRODUTO

em foco // PRODUTO

simple | intelligent | feeding

HORSCH CULTRO COM MISSÃO DE TRITURAR SOBRANTES Assente em dois rolos de 300 mm com 6 secções de facas em tandem, esta nova alfaia da Horsch destina-se a triturar e incorporar sobrantes das culturas a velocidades altas. A série é composta por dois modelos: Cultro 3TC e Cultro 12TC. O primeiro apresenta uma largura de trabalho efetiva de 2,9 m, é de configuração montada aos três pontos (atrás ou à frente) e está pensado para solos desnivelados. O segundo atinge os 12,2 m de largura de trabalho, é de configuração rebocada e destina-se essencialmente a grandes áreas planas. Fazendo uma intervenção no solo que é superficial, a uma velocidade de trabalho até 20 km/, os Cultro não são muito exigentes a nível de potência solicitada. O 3TC pode fazer parceria com um trator a partir de 80 cv e o 12TC com um trator a partir de 270 cv, o que aponta para uma incorporação de sobrantes a baixo custo. Como é habitual na Horsch, este sistema pode ser combinado com diversos elementos opcionais, como bicos ou rolos.

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• Desde máquinas adequadas para uso em espaços confinados, até às indicadas para explorações de mais de 1000 animais. • Gama completa caracterizada pela alta manobrabilidade, excelente funcionamento e mistura de alimentação rápida e homogénea, que economiza tempo e combustível. • Com várias opções de descarga, o unifeed rebocável pode ser adaptado individualmente às condições de cada exploração.

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A solução ideal para explorações com maior volume de trabalho e elevada altura de carga: Mais capacidade: 15 m3, 19 m3 e 22 m3 • Motorização turbo-diesel Volvo de 4 cilindros • Raio de viragem mín. devido ao chassis de 3 pontos

Unifeed rebocável de 5 m³ a 45 m³

SEMENTES DAS INFESTANTES DESFEITAS PELO

Impedir que no decorrer da debulha as sementes das infestantes sejam devolvidas ao campo. É esta a missão do Seed Terminator, um acessório desenvolvido na Austrália e que tem vindo a ganhar adeptos na Europa. Instala-se à saída do sistema de limpeza das ceifeiras-debulhadoras, sendo compatível com as máquinas comercializadas pelos principais fabricantes. Todos os resíduos provenientes dos crivos, incluindo as sementes das infestantes, passam por este dispositivo e são desfeitos recorrendo a dois moinhos de mar-

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telos. Estes moinhos são geridos através de um monitor dedicado, podendo o operador aplicar a cada um regimes distintos, entre 2250 e 3000 rpm, e definir 4 diferentes modelos de funcionamento: esmagamento, moagem, impacto, e descasque. O Seed Terminator é comercializado na Europa pela alemã Zürn Harvesting.

O sistema de alimentação de precisão, com tecnologia NIR, permite ao agricultor distribuir uma alimentação equilibrada aos animais, segundo o determinado pelo nutricionista, isto graças a uma análise contínua dos ingredientes utilizados e o ajuste ótimo e em tempo real do seu peso.

SABE COM PRECISÃO O QUE AS SUAS VACAS COMEM? » Analisador de tecnologia NIR » Indicação do valor dos nutrientes e da matéria seca » Refaz em tempo real e de forma automática o cálculo do pesojulho que deverá | agosto | setembro 2020 abolsamia 57 carregar para manter os valores dos Tv. Cruz de Pedra n.º 4/6 nutrientes 4750-543 Barcelos • Email: maciel.lda@sapo.pt

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PRODUTO // em foco

Tecnologia Connected Support

É A RESPOSTA DA JOHN DEERE À DIGITALIZAÇÃO

Em tempos de pandemia, nada melhor que manter as distâncias com o auxílio das ferramentas da mais recente tecnologia. No caso das máquinas, ela assenta na telemática e quando se trata do auxílio aos operadores agrícolas, a John Deere recorda que nunca fez tanto sentido apostar na tecnologia de serviço remoto Connected Support

Há sempre uma primeira vez para tudo e a John Deere lançou-se numa conferência de imprensa à distância, online, a partir do centro de operações europeias em Mannheim, na Alemanha, para mostrar que isto anda mesmo tudo ligado, que é como quem diz, concessionários-tecnologia-operadores-máquinas podem comunicar por canais digitais e remo58

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tos para resolver problemas sem interromper o labor no campo. Dizem os homens da John Deere que na Europa são já 50 mil as máquinas ligadas pela tecnologia Connected Support, que a marca sublinha ser a sua resposta à digitalização na agricultura, e que vem desenvolvendo e conquistando prémios desde 2017.

Mais popular nos EUA que em qualquer outro continente, na Europa os principais pontos de contacto encontram-se no Reino Unido, França e Alemanha. E nas últimas semanas, com o agudizar da crise sanitária, tal pacote tecnológico ganhou muitas novas adesões, pois é preciso manter a máquina a trabalhar, aconteça o que acontecer. Basicamente, e assim foi descrito pelos técnicos da marca norte-americana, o sistema de hardware de telemática nas máquinas onde está instalado gera alertas aos peritos que se encontram nos concessionários, e são a resposta proativa a potenciais falhas das máquinas. Uma ligação telefónica alerta o operador da máquina para algo que pode estar a acontecer, seja uma peça que está a falhar, ou alguma afinação que não está correta. O perito tem acesso remoto ao painel de informações na cabine e pode fazer os ajustes necessários. Em último caso, e para que a máquina não tenha que interromper o seu trabalho, é encomendada a peça necessária, que é levada sem demora ao terreno (desde que em stock) para a sua substituição. PREVER FALHAS E OTIMIZAR RENDIMENTO O serviço Connected Support não funciona por telepatia, mas por telemática, e para isso é necessário ter instalado na máquina o hardware necessário, a telemetria que possa transmitir dados enquanto há operações em curso, e depois do cliente ter dado o seu consentimento www.abolsamia.pt


em foco // PRODUTO

a este tipo de comunicação, de forma a que o concessionário possa receber os alertas gerados. O serviço não só prevê as falhas, como pode gerir a maquinaria em campo e realizar afinações e configurações dos instrumentos, otimizando o rendimento de cada operação. A ferramenta que permite tal avaliação de transferência de dados é o módulo JDLink, que centraliza os dados recolhidos pelos vários sensores instalados pela fábrica durante a montagem dos veículos, informações que são transmitidas para os peritos dos concessionários. Este dispositivo de monitorização está disponível nas séries de tratores 5R, 6M, 6R, 7R, 8R e 9R, assim como em ceifeiras e pulverizadores automotrizes. O sistema pode ser adquirido no ato de compra e é atualizado, gratuitamente, a cada dois anos. Haverá, contudo, variados pacotes de assistência, consoante as necessidades. A partir de Mannheim foram estabelecidas ligações para concessionários da John Deere na Alemanha, França e Reino Unido, com quem se falou de experiências de utilização do Connected Support. ¢

A RESPOSTA JOHN DEERE SISTEMA DE RESPOSTA PROATIVA

SISTEMAS DE SUPORTE REMOTO

ALERTAS ESPECIALIZADOS É o serviço-chave do Connected Support, pois prediz as possíveis necessidades de reparações, assim como problemas relacionados com o rendimento da máquina antes que estes possam ocorrer. Com uma base de dados já enriquecida, o concessionário poderá detetar uma falha mais comum, seja algum código de erro, ou o estado de manutenção, podendo planear alguma intervenção técnica.

ACESSO REMOTO AO MONITOR Este sistema permite ao técnico da concessão ligar-se ao ecrã da cabine do cliente para ajudar a configurar a máquina. Também permite identificar à distância configurações incorretas ou erros de funcionamento.

PAINEL DE CONTROLO Os dados e o estado da máquina surgem no computador do concessionário. Permite realizar o seguimento de todas as máquinas que estão ligadas ao sistema.

ASSESSOR DE SERVIÇO REMOTO Permite ao técnico do concessionário ligar-se a uma máquina usando a rede JDLink, com o intuito de aceder a dados de códigos de diagnóstico, gravar dados e programar à distância os controlos da máquina. Permite, igualmente, a atualização online do software.

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PRODUTO // notícias

SAME APRESENTA NOVA GERAÇÃO DELFINO Delfino é um nome com história na Same e muito familiar aos agricultores portugueses. A marca italiana regressa a esta designação, agora que renova a sua oferta no segmento de potência que é mais significativo em volume de vendas no nosso país. Destinados às culturas em linha ou à agricultura tradicional praticada em pequenas áreas, são dois os modelos propostos nesta série: Delfino 50 e 60. São ambos propulsionados por um motor Perkins Fase V de 4 cilindros, com 2,2 litros de capacidade, que fornece uma potência de 51 e 59 cv, respetivamente. Estão ambos disponíveis em versão de plataforma ou cabine e equipam 60

com rodas traseiras de 24”. A marca propõe ainda uma variante baixa do Delfino 50, exclusivamente na versão de plataforma com arco, cujos pneus traseiros são de 20”. As encostas do Douro ou as tarefas sob a copa de árvores estão entre as finalidades pensadas para a utilização desta variante rebaixada. Quanto ao Delfino 60, devido às suas dimensões pode inclusive ser encarado como um fruteiro compacto para explorações que pretendam um trator de preço acessível e baixo nível de especificações. A transmissão é uma 12/12 sincronizada, com alavanca posicionada junto ao volante. Permite um intervalo de velocidade entre os 260

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m/h (na variante 16/16, com super-redutor) e os 30 km/h. O bloqueio simultâneo dos diferenciais é acionado através de um botão. O sistema hidráulico pode equipar com 3 distribuidores (6 vias), fornece um fluxo de 30 L/min e apresenta uma capacidade máxima de elevação de 1200 kg. A direção é servida por uma bomba independente de 15 L/min. LAMBORGHINI SPRINT PARTILHA CARACTERÍSTICAS Sprint é a designação adotada pela SDF para os modelos Lamborghini que partilham a mesma base dos Same Delfino. A diferenciação

Sprint é a designação adotada pela SDF para os modelos Lamborghini que partilham a mesma base dos Same

resume-se às cores e elementos estéticos, sendo as especificações idênticas. O motor adequa-se à Fase V através de um sistema DOC+DPF e, tal como os Delfino, podem ser configurados com elevador frontal de 600 kg, TDF dianteira de 1000 rpm com engate eletro-hidráulico e TDF ventral mecânica de 2000 rpm. O sistema de climatização figura na lista de opcionais. www.abolsamia.pt


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HERCULANO COM TRAVAGEM HIDRÁULICA EM FUNÇÃO DA CARGA A homologação de reboques obedece a novas orientações decorrentes da legislação europeia. Uma das alterações mais relevantes diz respeito à travagem hidráulica, passando a ser possível adequar a força de travagem ao peso transportado O condutor pisava os pedais de travão do trator e o sistema de travagem atuava corretamente no reboque sempre que este seguia com carga. Mas sem carga, perante uma travagem as rodas do reboque tendiam a bloquear, originando um efeito de derrapagem. Esta era a situação típica que acontecia com a generalidade dos sistemas de circuito hidráulico instalados em reboques aos quais era transmitida pelo trator uma força de travagem constante. No entanto, a UE tem vindo a rever as normas de segurança que são aplicáveis à maquinaria agrícola. A nova legislação é complexa, não implica alterações em equipamentos já em posse dos agricultores, dizendo sim respeito à homologação de equipamentos novos. www.abolsamia.pt

CIRCUITO DUPLO DE TRAVAGEM Uma das disposições mais relevantes tem como alvo tanto as marcas de tratores como as marcas de reboques, que passam a ter de instalar circuitos duplos de travagem nos modelos novos que fabricam. A existência de mais do que uma ligação tem em vista assegurar que o serviço de travagem continua operacional mesmo que se rompa um dos tubos ou se desligue uma das tomadas hidráulicas. E outras disposições visam só os fabricantes de equipamentos rebocados. É aqui que se enquadra a atualização aplicada feita pela Herculano. Nos modelos com travagem pneumática, a marca já aplica válvulas ALB, que adequam

automaticamente a força de travagem em função da carga. MINIMIZAR O EFEITO DE BLOQUEIO A atualização que agora destacamos diz respeito concretamente aos sistemas de travagem hidráulicos. Para cumprir as novas normas de homologação e minimizar o

efeito de bloqueio durante a travagem, a marca instala nos seus reboques uma válvula de controlo manual para regular a pressão de travagem em função da carga transportada. Está instalada junto à lança, para fácil acesso por parte do condutor, e possui três posições: travagem mínima (para circulação sem carga), travagem média (para meia carga) e travagem máxima (para carga completa). A homologação dos equipamentos rebocados que estejam equipados com este sistema de regulação da força de travagem – sejam reboques, cisternas ou espalhadores de estrume – é aprovada através de ensaios atestados por uma entidade independente.

NOVAS NORMAS DE HOMOLOGAÇÃO As alterações técnicas para cumprimento das novas normas de homologação preveem também atualizações a nível do para-choques e da sinalização. Toda a gama de equipamentos rebocados passa a incluir uma estrutura para-choques para, em caso de embate, absorver a energia de impacto e reduzir as lesões ou danos materiais daí decorrentes. Nos reboques com largura superior a 2,55 m, passam a ser instalados painéis refletores P2 para sinalizar a sua dimensão e luzes laterais para identificar a presença do veículo quando visto de lado.

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ZÜRN APRESENTA ALFAIA PARA CEIFAR INFESTANTES Top Cut Collect. É este o nome dado a uma das mais recentes invenções da marca alemã Zürn. Parece a frente de corte de uma debulhadora, mas a finalidade é controlar as infestantes e aumentar a sanidade das culturas. Esta alfaia ceifa as ervas de crescimento rápido que ganham mais altura do que a cultura instalada e encaminha esse material para

um depósito. Este inclui uma função basculante, que permite depois vazar as infestantes e as suas sementes no exterior da parcela. 9, 12 e 18 metros são as larguras de trabalho disponíveis. É uma solução pensada para os agricultores que procuram alternativas aos herbicidas ou para lidar com aquelas situações em que algumas infestantes

LANDINI TREKKER 4 COM CABINE CLIMATIZADA

tenham ganhado resistência a tais produtos. Daniele Wünsch, representante da Zürn para os países de língua portuguesa, explicou à revista abolsamia que a marca dá resposta às encomendas feitas a partir de Portugal, apesar de não ter uma presença direta no nosso país. Um fator relevante é o atendimento ser feito em português.

A marca sediada em Fabbrico, Itália, acaba de apresentar dois modelos da série Trekker em versão cabinada. Tratando-se de tratores de rastos muito utilizados em trabalhos com corta-mato, esta variante com cabine climatizada vem trazer maior conforto para o operador. Podem incluir ainda rádio e um assento pneumático fornecido pela Grammer. Embora a série Trekker cubra um segmento de potência a partir dos 75 cv, o que inclui variantes estreitas, serão apenas os tratores Trekker 4-105 e 4-110 com largura convencional a beneficiarem de uma cabine climatizada. Estes são propulsionados por um motor Deutz de 4 cilindros, com 3,6 litros de capacidade, que fornece, respetivamente 99 e 106 cv de potência. Beneficiam de uma transmissão 16/8 com inversor sincronizado.

RASTOS E DIREÇÃO POR JOYSTICK NAS

KRONE BIG X As ensiladoras automotrizes Big X da Krone passam a contar com um maior leque de opções. Para os clientes que encontrem vantagem em pôr a potência no chão através de bandas de rastos, a marca passa a disponibilizar sistemas triangulares fornecidos pela Zuidberg. Para já, esta opção está disponível na Big X de entrada de gama (modelos 480 a 630) cujo intervalo de potência vai dos 490 aos 626 cv. Prevê-se que as duas séries acima também possam ser configuradas com rastos, logo que a Krone proceda a um reforço estrutural do eixo para receber este sistema. A forma de controlar a direção é outra novidade nas Big X. A partir de agora, o operador pode controlar a direção através do volante ou, em alternativa, através de um joystick destinado à mão esquerda. Segundo a Krone, ao manter o braço esquerdo apoiado, o operador beneficia de uma posição de trabalho mais relaxada e cómoda, ao mesmo tempo que a precisão de condução se mantém. Para facilitar o acesso ao posto de condução, este apoio que acomoda o joystick é basculante. 62

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NOVOS CARREGADORES JOHN DEERE PARA POTÊNCIAS ATÉ 155 CV Uma nova série de carregadores frontais passa a estar disponível na oferta da John Deere. Denominada série M, desdobra-se em 4 modelos e posiciona-se abaixo dos carregadores de segmento premium da série R. Enquanto os R apresentam capacidade de elevação e robustez para trabalhos exigentes, como a movimentação de terras, os M são 20% mais leves e têm uma vocação primordialmente agrícola, destinando-se às tarefas mais tradicionais como carregar e deslocar fardos ou encher um unifeed. O modelo de entrada (543M) pode elevar 1450 kg a uma altura máxima de 3,7 metros de altura, enquanto o modelo de topo (643M) pode elevar 1880 kg a 4,3 metros de altura. Graças a uma estrutura de perfil estreito, estes novos carregadowww.abolsamia.pt

res oferecem boa visibilidade para a frente e para a zona de engate dos acessórios e equipam com um sistema de auto-nivelamento mecânico. São compatíveis com tratores que estejam configurados com elevador frontal e podem incluir um sistema de suspensão (opcional), cujos componentes surgem embutidos dentro da estrutura, ficando assim protegidos de potenciais impactos. Um dado importante é que os M encaixam nas amarras usadas pela série R, o que possibilita o uso alternado de diferentes carregadores sem necessidade de adaptações. Já disponível para entrega, esta nova série pode ser aplicada em todos os modelos de tratores John Deere 5M e 5R e nos 6M e 6R até aos modelos 6155M ou R. julho | agosto | setembro 2020 abolsamia

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PRODUTO // Toty 2021

BKT PATROCINA O TOTY NOS PRÓXIMOS 4 ANOS

TOTY 2021 SERÁ ESSENCIALMENTE DIGITAL P O R J OÃO S O B R A L

Num ano em que muitos sectores se têm vindo a adaptar a um contexto inesperado, o mesmo acontece com o prémio Trator do Ano. A edição que agora se inicia ficará marcada por um reforço da comunicação através de plataformas digitais. Se 2020 fosse um ano normal, em maio teria sido realizada a reunião ‘Let the Challenge Begin’ que costuma juntar os elementos do júri do Tractor of the Year [TOTY] e os representantes das marcas. Posteriormente seria feita uma primeira seleção dos modelos candidatos. Os que passassem à fase seguinte iriam ser experimentados em campo por cada jornalista que integra o júri, em sessões de teste organizadas pelos fabricantes. Os trabalhos terminariam em novembro, com uma cerimónia de entrega de prémios a ser realizada em Bolonha, no dia de abertura da EIMA. UMA ESTRATÉGIA REPENSADA Como 2020 não é um ano normal, toda a estra64

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tégia teve de ser repensada. Os trabalhos de preparação tiveram por base diversas videoconferências para que os resultados de uma atividade que é colaborativa começassem a aparecer. Uma coisa que já se sabe é que ao longo dos próximos meses muitas etapas vão decorrer em ambiente digital. Com uma vantagem associada; boa parte do fluxo de informação poderá ser seguido pelo público através da plataforma www. totydigital.com Mas existe também um conjunto de aspetos que não sabemos ainda exatamente como funcionarão nesta edição TOTY 2021.

Ao longo de oito anos, o TOTY contou com o apoio da Trelleborg. Foi um ciclo muito proveitoso, de ajuda mútua. Mas, como é natural no percurso das organizações, há ciclos que terminam e outros que se iniciam. É o que agora acontece. A partir desta edição, é a BKT que assume o papel de patrocinador oficial e exclusivo do TOTY. Fruto de diversos acordos comerciais celebrados nos últimos anos, muitos tratores e equipamentos para agricultura saem hoje das linhas de montagem equipados com pneus fabricados por esta marca originária da Índia. Ao tornar-se parceiro de um prémio internacional que põe o enfoque em produtos de vanguarda comercializados em países europeus, a BKT dá um sinal de que pretende reforçar a sua notoriedade numa franja de mercado mais exigente. O acordo de patrocínio vigorará por um período de quatro anos.

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Toty 2021 // PRODUTO

TRAKTORMETRE NO JÚRI DO TOTY Com a chegada de Ömer Kuloğlu, um jornalista da Turquia que representao projeto editorial www.traktormetre.com, o júri passa a ser composto por 26 elementos.

TESTES EM CAMPO ESTÃO CONDICIONADOS A avaliação dos tratores nomeados prevê que ponhamos as mãos na massa. Por sermos membros do júri, n’abolsamia temos mantido um canal de comunicação, direto e privilegiado, com os responsáveis de produto das marcas. E temos beneficiado da oportunidade de conhecer os novos modelos muito antes da sua chegada ao mercado. Nestes anos mais recentes, sentámo-nos aos comandos de várias dezenas de tratores, em trabalho de campo e em estrada, em eventos organizados em diversos países. Este contacto com cada modelo costuma ser uma ferramenta muito importante para o nosso trabalho. Pela avaliação em si e porque é nestas ocasiões que fazemos a recolha de informação de que necessitamos para publicar os artigos que chegam a si. No entanto, este ano as coisas terão de funcionar de outra forma. TESTES EM PORTUGAL COM OS TRATORES DISPONÍVEIS Reforçaremos o contacto com os representantes nacionais de cada marca para fazermos testes em Portugal sempre que o modelo pretendido estiver disponível. E, com base na experiência adquirida, procuraremos fazer o melhor que pudermos para que no final se chegue a um resultado equilibrado e justo. Mas, provavelmente, vamo-nos deparar com a impossibilidade de termos acesso a alguns dos modelos em competição. É de contar que um retorno à normalidade dos testes em campo só aconteça em 2021.

CERIMÓNIA DE ENTREGA DOS PRÉMIOS Por tradição e conveniência de calendário, os vencedores são revelados na EIMA e na Agritechnica, consoante se trate de um ano par ou ímpar. Com a EIMA adiada para fevereiro de 2021, é possível que também esta cerimónia se realize em ambiente digital. Para já, é tempo de conhecermos o lote de nomeados.

O TOTY é uma organização que reúne 26 diferentes projetos editoriais, entre os quais a revista abolsamia.

CATEGORIAS Os tratores nomeados estarão distribuídos por três diferentes categorias, consoante as suas características técnicas: Trator do Ano para Campo Aberto; Melhor Utilitário e Melhor Especializado. Apenas um modelo sairá vencedor em cada uma destas categorias. Existe ainda a distinção Sustainable TOTY, à qual concorrem todos os nomeados. Os trabalhos da edição TOTY 2021 podem ser seguidos através da plataforma www.totydigital.com

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CANDIDATOS

Trator Trator do Ano do ano para Campo Aberto com 18 candidatos 01 Armatrac 1254 Lux Em ambiente digital, as marcas apresentaram ao júri os seus candidatos. Embora tenha faltado o convívio presencial de outros anos, dispomos de toda a informação e de todas as condições para, na qualidade de membros do júri, desenvolvermos o nosso trabalho de avaliação. No lote de candidatos a este prémio internacional existem alguns modelos em relação aos quais existe por ora um compromisso de confidencialidade. Iremos revelando mais pormenores à medida que expirem os prazos acordados.

A Erkunt, originária da Turquia, comercializa tratores nos mercados externos sob a designação ArmaTrac e é a primeira vez que apresenta candidatos ao TOTY. Este é o modelo mais potente da sua gama, sendo propulsionado por um motor Deutz Fase IV, de 4 cilindros, com 3,6 litros de capacidade. A potência máxima situa-se nos 125 cv. A transmissão é uma ZF 16/16 que alcança os 38 km/h e conta com inversor sincronizado, posicionado na consola direita. Inclui compressor de ar, suspensão mecânica na cabine e espelhos telescópicos aquecidos. Para além dos pesos frontais e nas jantes traseiras, pode ainda levar 125 kg de lastragem em cada uma das jantes da frente.

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Case IH Quadtrac 620

O Quadtrac sempre foi um trator fora da caixa. E assim continua, com tudo o que isso representa a nível de diferenciação. O motor FPT de 6 cilindros, com 12,9 litros de capacidade, passou ao nível de emissões Fase

V e disponibiliza 692 cv de potência máxima com boost. A transmissão PowerDrive é uma powershift 16/2 que atinge os 40 km/h. A bordo encontramos um ambiente de trabalho muito semelhante ao do novo Case IH Magnum, que já apresentámos nestas páginas. O operador beneficia de um novo joystick MultiController configurável, de um redesenhado apoio de braço e de um visor digital a cores afixado no pilar A. A transferência de dados e a assistência remota são mais duas peças que compõem este sofisticado puzzle.

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Claas Axion 960 Cemos

É o mais potente trator da Claas com arquitetura convencional e passa a incluir o conceito Cemos, um sistema de assistência ao operador que foi primeiramente aplicado pela Claas nas ceifeiras-debulhadoras. Nesta geração Fase V, o Axion 960 continua a estar equipado com um bloco de 6 cilindros fornecido pela FPT. Com 8,7 litros de capacidade, alcança os 445 cv de potência máxima. A transmissão é uma CMatic fornecida pela ZF que permite uma

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Toty 2021 // PRODUTO

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06 velocidade de 50 km/h. Para além de todas as compatibilidades para agricultura de precisão, inclui sistema automático de ajuste da pressão dos pneus como opcional. Quanto ao interface Cemos, este funciona como uma espécie de personal trainer que fornece aconselhamentos sobre os melhores ajustes para a combinação trator/alfaia, de modo a tornar o desempenho mais eficiente. Em função da tarefa, o Cemos aconselha os ajustes mais apropriados para lastragem, pressão dos pneus, regulação das alfaias, entre outros.

04Fendt

A informação acerca do candidato da Fendt que tem por missão defender o título de Trator do Ano mantém-se por enquanto sob embargo. Depois de o 942 Vario ter ganho a passada edição, o que podemos adiantar é que a Fendt volta a propor um candidato de peso.

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Landini 7-240 V-Shift

A série 7 da Landini renova-se na passagem à Fase V, expande-se e adota uma nova imagem. Este modelo de topo da série é impulsionado por um bloco FPT de 6 cilindros, com 6,7 litros de capacidade, e alcança os 240 cv de potência máxima com boost. A transmissão, fornecida pela ZF, permite uma velocidade máxima de 59 km/h e uma velocidade eco de 50 km/h às 1600 rpm. Os modelos V-Shift (variação contínua) vêm juntar-se à recém-apresentada variante Robo-Shift (powershift robotizada) da série 7 e elevam o nível de potência a um patamar ainda mais alto.

07Massey Ferguson

Ainda é preciso esperar pelo outono para se conhecer o candidato da MF à categoria principal. Mas, para quem gosta de alterações criativas, não vai dar por mal empregue o tempo de espera.

Kubota M7173 KVT

Na passagem à Fase V, o M7172 ganha uma nova designação mas mantém a generalidade das características. O bloco Kubota de 4 cilindros apresenta 6,1 litros de cilindrada e fornece 175 cv de potência máxima com boost. Já a transmissão é proveniente da ZF e possibilita uma velocidade máxima de 50 km/h. A Kubota dispõe de um serviço de gestão de frotas e assegura a compatibilidade com as diversas funcionalidades ISOBUS.

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ew Holland N T6.160 Dynamic Command

A New Holland regressou aos motores de 6 cilindros na série T6, sendo este o modelo de entrada desta variante. O T6.160 é impulsionado por um motor FPT Fase V de 6 cilindros, com 6,7 litros, que alcança os 165 cv de potência máxima com boost. A transmissão powershift robotizada Dynamic Command começou por ser estreada nesta série T6, quando ainda só existiam os modelos de 4 cilindros. E foi a transmissão escolhida (até agora em exclusivo) para fazer parceria com este modelo em concreto, oferecendo um leque de 24 relações e uma velocidade máxima de 49 km/h. O T6.160 Dynamic Command pode ser configurado com gestão de frotas PLM Connect e é compatível com diversas funcionalidades ISOBUS.

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Steyr 6240 Absolut CVT

A histórica série Steyr CVT foi descontinuada e deu origem a duas séries: Impuls e Absolut. Enquadra-se no topo desta segunda série, o candidato da Steyr. É servido por um bloco FPT Fase V de 6 cilindros, com 6,7 litros, que alcança os 270 cv de potência máxima com boost. No que respeita à transmissão de variação contínua que equipa o Absolut, esta alcança os 50 km/h a uma velocidade eco de 1550 rpm. A gestão de frotas, a telemetria e a compatibilidade ISOBUS fazem parte do recheio tecnológico.

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CANDIDATOS

Melhor Utilitário

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ArmaTrac 1004 Lux

Equipado com motor Deutz Fase IV, de 4 cilindros, com 3,6 litros de cilindrada, este trator alcança os 106 cv de potência máxima. A transmissão é de origem ZF, conta com inversor eletro-hidráulico e a configuração é de 16/8 relações, para uma velocidade de 43 km/h. Na cabine, o destaque a assinalar é o painel de instrumentos digital. A ArmaTrac disponibiliza o elevador dianteiro na sua lista de opcionais. A ArmaTrac ainda não está representada no nosso país.

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Case IH 130 Vestrum CVXDrive

É o modelo mais potente da série Vestrum. Já disponível no mercado, conta com um motor FPT Fase V, de 4 cilindros, com 4,5 litros de capacidade, que alcança uma potência máxima de 140 cv. Esta série vem expandir a oferta de modelos com transmissão de variação contínua (43 km/h) ao segmento imediatamente abaixo da série Maxxum. A esta característica estão associadas diversas funcionalidades tecnológicas herdadas dos modelos de segmento alto, tais como: gestão de frotas AFS Connect, telemetria, condução automática, gestão de cabeceiras e compatibilidade ISOBUS. O eixo dianteiro com suspensão faz parte do catálogo de opcionais.

03Fendt

A marca alemã vai adicionar um assinalável grau de inovação à sua gama de tratores convencionais utilitários. Quando terminar o embargo, ainda no decorrer deste ano, vamos explicar-lhe todos os pormenores.

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04Kubota M6142

O modelo candidato da marca japonesa pisa a fronteira que separa os utilitários dos tratores para campo aberto. Com um motor Kubota Fase V, de 4 cilindros e 6,1 litros de capacidade, atinge uma potência máxima com boost de 161 cv. A sua distância entre eixos (2690 mm) e as 10 toneladas de carga máxima admissível também fazem contraste com o que é habitual no segmento dos utilitários. A transmissão de base é uma powershift 24/24, com 8 relações e 3 gamas robotizadas Com características que o põem à vontade no transporte e na preparação de solo, este trator pode também fazer parceria com um carregador frontal. E neste aspeto a oferta é vasta. A Kubota propõe de fábrica para este trator nada menos do que 5 diferentes modelos de carregador.

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05Valtra

A marca finlandesa está a munir-se de uma oferta mais alargada, para responder a clientes com diferentes necessidades e expectativas. É neste contexto que surgirá uma novidade ainda em 2020. Mal termine o compromisso de embargo, damos-lhe a conhecer um novo modelo que se enquadra nesta categoria.

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// PRODUTO

Melhor Especializado

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03Landini Rex 3-080 F 02

01 Carraro 01 Antonio Tony 8900 V

Pela primeira que vez na sua história, a marca italiana apresenta uma série de especializados com rodas desiguais. Enquadrado nesta série, o Tony 8900 V possui uma aparência estrutural que o identifica como vinhateiro estreito, sendo reclamado pela Antonio Carraro como o modelo mais compacto do mercado (largura ajustável entre 990 e 1220 mm) a equipar com uma transmissão de variação contínua. A propulsão está a cargo de um motor Kubota Fase V, de 4 cilindros, com 3,8 litros, que fornece 75 cv de potência. Este modelo é compatível com alfaias ventrais.

A série Rex 3F da Landini apresenta um formato de trator convencional compacto, pensado para a utilização em vinhas, pomares e estufas. O modelo candidato é o mais potente da série, com 75 cv de potência, sendo servido por um motor Kohler Fase V de 4 cilindros com 2,5 litros de capacidade. A transmissão é uma 16/16 com inversor mecânico que atinge os 40 km/h. Existem três variantes de posto de condução: plataforma, cabine standard e cabine de baixo perfil (1875 mm de altura). É compatível com alfaias ventrais e o elevador dianteiro está incluído na lista de equipamentos opcionais.

04Valtra F 105 04

02Fendt

A marca alemã apresentou ao júri doTOTY um modelo especializado que afirma novas tendências para este segmento. Com toda a informação sob embargo, só dentro de alguns meses é que poderemos revelar mais detalhes acerca deste trator.

É o modelo mais potente da recém-chegada série F da Valtra. Este especializado esconde sob o capot um bloco FPT de 4 cilindros, que cumpre o nível de emissões Fase IIIB, sendo a cilindrada de 3,4 litros. Estão disponíveis duas variantes de transmissão Carraro: 12/12 com inversor mecânico, ou 24/12 (2 níveis de powershift) com inversor eletro-hidráulico, ambas para 40 km/h de velocidade máxima. As variantes de posto de trabalho são: plataforma, cabine estreita (1,3m de largura total) e cabine standard (1,5 m de largura total).

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Miraldino Filipe Mendes & Companhia Lda. Alo da Boa Vista - Sousel • Tel. 268 551 170/1 • geral@miraldino.pt • www.miraldino.pt www.abolsamia.pt

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PRODUTO // notícias

MASCHIO PARA FARDOS DE 50 A 165 CM DE DIÂMETRO A nova Extreme 266 integra-se na série 2 de enfardadeiras de fardos cilíndricos da Maschio Gaspardo. Segundo a marca, foi concebida para garantir maior versatilidade em termos de pressão e tamanho do fardo. Possui uma câmara variável que permite fazer fardos com diâmetro variável entre 50 e 165 cm, sendo a pressão ajustável até um máximo de 210 bar. A gestão da câmara é feita através de dois braços oscilantes controlados por cilindros hidráulicos. O primeiro braço define a pressão e o diâmetro do fardo e possibilita que se crie uma pré-câmara de pressão zero (até 110

cm), enquanto o segundo compensa automaticamente a tensão das correias durante a formação da pré-câmara (0 bar). Este lado estrutural alia-se à eletrónica. Através do monitor Icon, o operador tem acesso a 10 diferentes programas predefinidos, o que na prática permite encontrar os parâmetros adequados ao tipo de feno ou forragem que se pretende enfardar, de modo a preservar a sua qualidade. O pick-up apresenta uma largura de 220 cm e inclui rodas pivotantes, permitindo enfrentar cordões irregulares ou volumosos.

JOHN DEERE LANÇA AUTO TRAC VISION O Auto Trac Vision é um inovador sistema de guiamento pensado para a fase inicial das culturas, a partir do momento em que as plantas têm 10 cm. Uma câmara orientada para a dianteira, consegue identificar o milho (ou outra cultura semeada em linha) e envia essa informação para um sistema que controla a direção, mantendo as rodas de um trator ou de um pulverizador automotriz entre duas linhas da cultura. Este sistema permite inclusive gerar automaticamente linhas A-B (sem recurso a GPS), para que continue a fazer o guiamento em zonas da parcela onde ainda não seja possível distinguir as linhas da cultura. Tende a ser especialmente útil para aplicar tratamentos em parcelas que tenham sido semeadas sem guiamento

automático, ou onde tenha sido usado guiamento mas, devido a desvios da alfaia, as linhas não tenham ficado totalmente retas. Ou ainda quando a informação com as linhas de guiamento não tenha sido disponibilizada. Em todas estas situações, o AutoTrac Vision adapta a trajetória aos contornos da linha, evitando que as rodas pisem as plantas. Adicionalmente, a marca refere como vantagem as velocidades de trabalho mais altas, que se podem traduzir num aumento de 20% da superfície diária trabalhada. Este sistema pode ser usado isoladamente ou em conjunto com outras ferramentas de guiamento da John Deere, tais como os sensores de linha (RowSense) ou a condução por GPS (AutoTrac).

LEMKEN REORGANIZA PRODUÇÃO E INTERROMPE LINHA DE PULVERIZAÇÃO A alemã Lemken anunciou no início de junho que vai interromper a linha de produção de pulverizadores convencionais até ao final do ano e concentrar-se na reorganização das gamas de cultivadores, semeadores e de proteção de culturas. Segundo o comunicado da marca, a decisão está intrinsecamente ligada à disparidade de normas ambientais no espaço europeu, com as quais os pulverizadores da Lemken não estão padronizados.“Após dez anos a operar neste segmento não alcançámos uma posição relevante no mercado e os requisitos legais são demasiado heterogéneos para que possamos estar 70

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em conformidade em todos os países onde operamos”, explica o diretor executivo da empresa, Anthony van der Ley. Assim, a Lemken irá fortelecer as linhas de cultivadores, de semeadores e de proteção de culturas, em particular neste último segmento, uma vez que adquiriu há dois anos a holandesa Steketee. O controlo mecânico de infestantes e a pulverização localizada, precisa e seletiva constituirão grande parte do trabalho a desenvolver pela empresa alemã, incorporando nestas máquinas as soluções digitais, inteligentes e sustentáveis que têm vindo a ser melhoradas pela Lemken. www.abolsamia.pt


notícias // PRODUTO

em foco // PRODUTO

STEYR KONZEPT CONQUISTA PRÉMIO MUSE DESIGN A Steyr, a marca austríaca de tratores agrícolas premium de linha curta da CNH Industrial, acaba de conquistar o prestigiado prémio Platinum no concurso MUSE Design 2020 na categoria de Concept Design. Conferido por um júri composto por renomados profissionais de design e especialistas do setor, o Steyr Konzept superou outros 3000 participantes. Os prémios MUSE Creative e MUSE Design, estabelecidos pela International Awards Associate Inc., reconhecem as conquistas dos profissionais de design de todo o mundo, oriundos de várias disciplinas. Combinando tecnologias inovadoras em formato exclusivo, sustentável e com potencial de zero emissões, a Steyr, em parceria com a construtora de unidades motrizes da FPT Industrial, do mesmo grupo CNHi, criou o Steyr Konzept, que engloba uma visão de futuro para máquinas agrícolas. Concebido pelo Centro de Design da CNH Industrial, o conceito é caracterizado por uma abordagem de design completamente nova e distancia-se do design de trator convencional. Cada elemento é funcional e elegante, e as linhas fluidas transmitem uma abordagem tecnologicamente avançada, com uma inclinação futurista, como a estrutura externa tradicional da cabine e a www.abolsamia.pt

inclusão de uma grade assimétrica. A linguagem de design minimalista da cabine é complementada pela avançada tecnologia de projeção de tela. Os principais parâmetros operacionais são projetados nas telas transparentes frontais para melhorar a visibilidade geral do operador e o acesso a informações de realce. O projeto foi centrado no cliente e está focado em reduzir a fadiga do operador e melhorar a produtividade geral. Apresentando uma arquitetura inovadora desenvolvida pela FPT Industrial, o trator emprega uma abordagem híbrida em série, na qual o motor diesel, uma unidade compacta de 4,5 litros e 4 cilindros, trabalha na velocidade ideal como gerador de energia, carregando baterias. O motor é desconectado das rodas e a tração é fornecida por quatro motores elétricos independentes instalados diretamente nos cubos das rodas. Dependendo da aplicação, o conceito pode economizar 10% de combustível em relação ao diesel puro. julho | agosto | setembro 2020 abolsamia

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FLORESTA // produto

ECO LOG COMPRA GREMO E EXPANDE OFERTA As marcas suecas Eco Log e Gremo passam a ser uma só. A Eco Log adquiriu a Gremo e passa a integrar no seu portfólio os forwarders de gama baixa/média até aqui fabricados pela Gremo. Faz ainda parte do portfólio uma processadora de corte de oito rodas. Toda a produção passa a estar concentrada na fábrica da Eco Log, em Söderhamm, e todas as máquinas

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assumirão a identidade e cor amarela da Eco Log. Ao todo, a Eco Log passa a disponibilizar 5 diferentes forwarders, num intervalo de capacidade de carga que vai das 8,5 às 20 toneladas, e de 7 processadoras. A Eco Log tinha uma oferta forte no segmento das processadoras, mas dispunha de apenas dois modelos de forwarders de gama alta. A grande vantagem desta operação é um reforço da oferta de forwaders mais ligeiros. A marca está presente em vários mercados europeus mas ainda não dispõe de representação em Portugal.

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NEW HOLLAND COM TUNING KNEIDINGER 1880

Como sabemos, as tarefas florestais são das mais severas a que um trator é exposto. Projetados para a agricultura, têm diversas peças e tubagens, que estando expostas, se revelam frágeis quando é preciso, por exemplo, trabalhar com um destroçador. Para enfrentar o embate em troncos, pedras e ramagens, os empreiteiros florestais ou alugadores recorrem ao trabalho de firmas especializadas, como é o caso da Kneidinger 1880. A mais recente preparação para floresta desta casa incidiu sobre um New Holland T7.275 HD. O trabalho de alta costura realizado pelo preparador austríaco incluiu uma blindagem inferior completa, proteção do eixo dianteiro, blindagem do depósito e do sistema de tratamento de gases, isolamento de tubagens e do sistema pneumático no interior das jantes, e por fim, uma vistosa grelha basculante para resguardar as óticas e a dianteira do capot que confere a este trator um inesperado estilo.

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produto // FLORESTA

H212 É O NOVO PROCESSADOR FLORESTAL DA JOHN DEERE Desenhada e produzida na Finlândia para a John Deere, a H212 é a nova cabeça de processamento florestal, projetada especificamente para desbaste. De dimensões reduzidas, oferece boa visibilidade para a haste, mesmo quando os rolos de alimentação estão abertos, facilitando o trabalho em florestas muito densas. A localização e o corte de alta velocidade da serra aumentam a produtividade e minimizam os danos ao corte. Já as longas facas para remoção de entalhes, o design destas e a localização dos rolos de alimentação na extremidade inferior da estrutura oferecem boa aderência à haste.

Segundo o comunicado da marca, também a manutenção diária da cabeça leva agora menos tempo. A velocidade de alimentação é de 5,4 m/s, a área de trabalho ideal varia entre 100 e 250mm e a abertura máxima dos rolos de alimentação é de 440mm. A potência de alimentação é de 20 kN e o peso do conjunto é de 850 Kg. O modelo H212 está disponível para as harvesters John Deere 1070G e 1170G.

QUEM FAZ VÍDEOS ENQUANTO CONDUZ DEVE SER DEMITIDO Despedimento. É o que o que propõe a FCI (associação de prestadores de serviços agrícolas e florestais da Irlanda) para os operadores que gravam vídeos enquanto manobram máquinas. A FCI afirma que é sobretudo junto dos operadores mais jovens que tal acontece. E alerta que esta prática coloca vidas em risco e tende a originar conflitos com as seguradoras se ocorrer um acidente. Num cenário destes, a continuidade do negócio de um frotista pode mesmo ser posta em causa. Muitos dos vídeos são publicados nas redes sociais, o que permite à associação ter uma ideia acerca da dimensão deste problema. Perante esta situação, no comunicado de alerta que publicou, a FCI faz duas recomendações. A primeira é radical. Sugere que os alugadores despeçam os funcionários identificados a gravar vídeos no decorrer da condução. A segunda é mais suave e certamente melhor para todos. É apresentada aos alugadores a recomendação de usarem na sua frota o software Truce, que permite desativar funcionalidades de um smartphone e manter outras, como por exemplo chamadas de voz. A ideia é fazer-se a neutralização de apps cuja utilização tenda a reduzir a atenção durante o trabalho. www.abolsamia.pt

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notícias // EMPRESAS

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Usados: Deutz 4006 • JD 6100 c/cab. • MF 240 2 RM • Fendt (2) Farmer 309 LSA c/cab., 260S 4RM • Case IH JX 75 c/ carreg. • Ford (2) 3050 2RM, 5000 • Same (2) Delfino 35, Minitauros 60 2RM • Steyr 975 c/cabina

Usados: Agrifull Jolly 50 • JD 2200 c/carr. frontal • Kubota B5100 c/fresa • Lamborghini Crono 56460 4RM c/ carreg. front • Mitsubishi D1550 c/ fresa • Pasquali 441 4RM • Renault 461• Armador camalhões C.Magli • Motoc. Bertolini MTC 318

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Usados: Tractor Kubota M7060 como novo • Kubota M8540 em bom estado • Kubota L1361 36 CV semi-novo (2019) • Destroçador Herkulis, TLBA-165 Usados: Carraro AgriUp 80 CV • TYM 60 CV (semi-novo) • Unifeed Luclar 7 m3 • Charruas: Pottinger 3F Non Stop e Gregoire 3F-c/fusível • Grade discos Galucho 22-24"

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Usados: Reboques: Galucho 12.000Kg / PB 5.000Kg • Herculano 8.000Kg c/taipais • Grade discos: Galucho (x2) NA2C 20-22, NA2C 22-22 • Pijuca vinh. 4 c. - 2.250€ • Rototerras: Pegoraro Pegolama 2,5 - 5.750€ • Maschio Super Cobra 2,5Mts. e 3,0Mts. - 5.500€ • Charruas: Galucho 2F10"- 900€ • Galucho 3F-14" • Escarif. Galucho E7D - 800€ • Tesoura poda Pellenc Vinion • Chisel XL5-7 3.250€ • Despamp. de corte horizontal/ vertical - 3.250€

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BRAGANÇA | PORTO

Usados: New Holland: TN70VA CC, TN75A, TK65F rastos, TN55D • Fiat 70-66, 55-75 rastos • Ford 3600 • Lamborghini R503, Runner 450 • Same Solaris 45, Argon 60 • John Deere 1846 F, 5400, 5400 DT, 1030 • David Brown 1190 • Agrifull Jolly 500RM

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PORTO | AVEIRO

Usados: DB 885 • Deutz DX 50V •Iseki TS 3510 D • Lamb.Runner 450 • Landini 8860 DT • MF 1547 • Same Solaris 45DT • Shibaura S330

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AVEIRO | VISEU

MAIS USADOS NO MICROSITE

Usados: Rototerra Breviglieri, Smarty 300, 3.048,78€ • Trator convencional New Holland, TLA100, 17.073,50€ • Charrua Galucho 2F13 180º

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GUARDA | CASTELO BRANCO | COIMBRA MAIS USADOS NO MICROSITE

Usados: Ford 3600 • Iseki TU 1700 • John Deere 1445 S • Kubota L295 DT • LS 36 I • Mitsubishi (2) MT90 DT • New Holland T3 75F, T3030 DT, T4030 DT • Kioti XL500 • Shibaura S330

Usados: David Brown 1390 2RM • Kubota L2250 • Same Corsaro 70 • Same Minitaurus 60 2RM • Charrua Galucho 1F16 • Grade-discos Herculano HR2C • Empilhador Nissan TX 420 • Fresa Galucho SL 1R 1900 • Lavadora Alta Pres. Rocha Prokart 8,13 • Rototerra Pöttinger 3M • Tesoura Pellenc • Motoenxada Honda F220

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COIMBRA | LEIRIA

MAIS USADOS NO MICROSITE Usados: New Holland 3566 4RM • Fiat 23-66 4RM • Ford 1520 • Steyr 958 4RM • PulV. Tomix 400 P7 • Rototerra Maschio Drago DC3000

CONSULTE O MICROSITE

MAIS USADOS NO MICROSITE

MAIS USADOS NO MICROSITE Usados: • Trator Ford, 1710 • Trator Iseki, 3210 • Trator Daedong, T2600 4 WD • Gadanheira Gaspardo, BF 940 • Grua florestal Costa, G3000

MAIS USADOS NO MICROSITE

Usados: • Trator Claas Arion 640 Cebis • Ceifeira debulh. Claas, Lexion 415 • Ensiladora Claas, Jaguar 870 Shredlage

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LEIRIA | LISBOA MAIS USADOS NO MICROSITE

CONSULTE O MICROSITE

MAIS USADOS NO MICROSITE

Usados Agrifull 55 DTF - 12.000€ • John Deere 5500 - 17.000€ • John Deere 1446F - 12.000€ • Lamborghini RF 80.4 - 18.500€ • New Holland TL 70 Cab. - 15.000€ • New Holland TS 110 - 15.000€ • Trator p/ peças NH TS115A - 5.500€

Usados: • Deutz-Fahr 420S, Agrotron 90 • McCormick F90 Cab. • Lamborghini 660F • NH TNF 90, M100 c/cab. • Hu¨rlimann XF 880 • Same Rubin 120, Vigneron 62 • Landini Rex 90 F • Krone (2x) Gad. reb. 3mts. e 2,5 mts. • Alma (2) reb. XL (2017), Selecta 30HL • Hardi reb. 1000L • Rocha reb. 1500L • Stagric reb. 1000L

Usados: New Holland TCE50 / TN55 4WD

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LISBOA MAIS USADOS NO MICROSITE

MAIS USADOS NO MICROSITE

MAIS USADOS NO MICROSITE

Usados: Cisterna Joper 4.000 L com rodado simples

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LISBOA | SANTARÉM CONSULTE O MICROSITE

MAIS USADOS NO MICROSITE

Usados: Reboques: Galucho 12.000Kg / PB 5.000Kg • Herculano 8.000Kg c/taipais • Grade discos: Galucho (x2) NA2C 20-22, NA2C 22-22 • Pijuca vinh. 4 c. - 2.250€ • Rototerras: Pegoraro Pegolama 2,5 - 5.750€ • Maschio Super Cobra 2,5Mts. e 3,0Mts. - 5.500€ • Charruas: Galucho 2F-10"- 900€ • Galucho 3F-14" • Escarif. Galucho E7D - 800€ • Tesoura Pellenc Vinion • Chisel XL5-7 3.250€ • Despamp. corte horiz./ vert.- 3.250€

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MAIS USADOS NO MICROSITE

Usados: Tratores: Massey Ferguson 7619 DYNA 6 • New Holland, M160 • Renault, 815 RZ • Case-IH MX110 • Fendt 939 PROFI PLUS • John Deere 6910 • John Deere 7230R • Lamborghini rastos 774 80 • Landini rastos 7800 • Landini rastos 7830 • Enfardadeira Claas Rollant 255 Roto Cut • Fresa Maschio multi facas Super Cobra 3mt • Fresa Maschio A180 • Juntador de fenos Fendt351 DN • Pulverizador Bargam, Fox 3700 c/rodas e rastos

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SANTARÉM CONSULTE O MICROSITE

MAIS USADOS NO MICROSITE

Usados: Tratores: Lamborghini, 774-70 N • Same Titan 145 • Same SOLARIS 45 • Same SOLARIS 55 • Lamborghini 874-90 DT • Leyland 154 • International 644AH 4RM

MAIS USADOS NO MICROSITE

MAIS USADOS NO MICROSITE

Usados: Carraro 5.1000-4F (1994) • Kubota L7 (2012) • Lamborghini R2 86 (2007), R1 45 2007) • M.Ferguson 265

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SANTARÉM | PORTALEGRE | ÉVORA

SOUSEL USADOS • Massey Ferguson 133V, 1980 • New Holland TL80DT, 1999 • New Holland TL90DT, 1999 • Fiat 640, 1981 • New Holland 35-66 DT, 2000 • Massey Ferguson 3660F cab. e A/C, 2016

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ÉVORA | SETÚBAL

MAIS USADOS NO MICROSITE

Usados: Case IH JX60 • Deutz Fahr Agroplus 85 • Abre regos Ribatejo AR-3G • Destroçador Serrat 1.80MTS • Enfard. Fiatagri Heston 4700 • Escarif. relvados 11/15 • Gadanheiras: Claas WM-250F • Vicon 6 discos - Extra 428 • Krone EASY CUT R 320 CV • JD 324 • Krone EASY CUT R 280 • Grade-discos Galucho: GPR 20x26 / A2CP 20X24 / GPR 14X28 • Grade Amazone Castros 3003 XL • Pulv. Tomix, P9 600 • Reb. Galucho PB-5000 • Tritur. palha Fialho • Volta-fenos Vicon RS/4V • Volta-fenos Krone SWADRO 42

Usados: Renault 340 Ceres, Renault 60S

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Usados: Fiat 70-66 DT

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SETÚBAL | BEJA MAIS USADOS NO MICROSITE

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BEJA | FARO | AÇORES

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MAIS USADOS NO MICROSITE

USADOS: Tratores: Claas Celtis 446 • Fendt 307C • Landini 5090H • NH T5050, T5120 • Enfard. Welger AP 500 • Ensil. NH SX450 • Plastif. fardos Tanco 580 S • Pulverizador Rocha

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CONCESSIONÁRIOS // entrega

José Duarte F. Esteves fez entregas da Gaspardo para os campos de Angeja A José Duarte Figueiredo Esteves, Lda fez uma importante entrega de maquinaria agrícola, no final de maio, à Sociedade Agropecuária Angejense, de Angeja, Albergaria-a-Velha, máquinas que de imediato entraram ao serviço agrícola. A empresa de Eixo, em Aveiro, que comercializa e representa máquinas e alfaias agrícolas de várias marcas, procedeu à entrega de um semeador Maschio Gaspardo Maga Isotronic de oito linhas, equipado com um adubador PA1. Trata-se de um semeador pneumático de precisão com quadro hidráulico e distâncias entre

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linhas ajustável (45-75 cm), que trabalha combinado com um adubador PA1 com perfil inclinado da tremonha frontal, que melhora significativamente a visibilidade do operador para a frente quando combinado com o semeador. Este destaca-se pelo facto de ter chassis telescópico e o sistema Isotronic. O cliente também adquiriu um sachador HS da marca italiana para equipar com o semeador. De acordo com João Esteves, da empresa José Duarte Figueiredo Esteves, Lda, neste tempo de pandemia o trabalho tem sido normal, “talvez até

com mais afluência de clientes do que na mesma altura do ano passado, embora estejamos a notar que o pequeno agricultor tem estado a desistir do setor.” Com o comércio centrado em todo o tipo de alfaias, e mais concretamente da marca Maschio Gaspardo, disponibilizando a gama completa do construtor de Pádua, a tendência da clientela da região tem apontado mais para as charruas de três e quatro ferros, notando João Esteves que têm tido boa saída os chísel, rototerras e semeadores/sachadores de milho.

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FEIRAS E EVENTOS // notícias

AGROGLOBAL SÓ EM JULHO DE 2021 O adiamento da edição deste ano da maior feira de campo nacional, a Agroglobal, que deveria realizar-se de 9 a 11 de setembro, foi considerado como inevitável pela organização, que anunciou a sua transposição para julho de 2021, entre os dias 6 e 8. Em comunicado, os responsáveis pela feira sublinham que “a crise atual é muito relevante para o setor agrícola e a Agroglobal poderia ser um momento de relançamento empresarial e um espaço de debate para muitas questões que nos preocupam. “Esperámos, até ser possível, que chegasse uma notícia de esperança que pudesse trazer normalidade à vida das pessoas

e das empresas. Infelizmente para todos, os receios e as limitações mantêm-se e, nesse contexto, a atitude de muitas empresas e visitantes é de dúvida e hesitação relativamente a uma presença na Agroglobal, tendo em conta que esta é preparada com antecedência”, lê-se no comunicado. Face ao exposto, e classificando o adiamento como “inevitável”, no próximo ano a realização do evento terá lugar no espaço habitual, em Valada do Ribatejo, no concelho do Cartaxo. O comunicado adianta ainda que a organização irá desenvolver uma ação, “pelos meios possíveis”, para assinalar a data prevista de setembro, desconhecendo-se, ainda, em que moldes.

FNA FOI ONLINE A Feira Nacional de Agricultura / Feira do Ribatejo (FNA), adiada para junho de 2021, entre os dias 5 e 13, entendeu continuar a honrar esta força de trabalho criando uma FNA online, que pretendeu ser uma representação simbólica do certame, entre os dias 6 e 14 de junho último. Com mais de meio século de existência, a FNA tem como missão divulgar e celebrar o trabalho realizado neste grande sector, de norte a sul do país. O formato digital desta edição contou, igualmente, com a presença possível das entidades oficiais, reforçando a importância e credibilidade do certame. O Presidente da República, através da plataforma criada pelo CNEMA, dirigiu uma mensagem aos agricultores. www.abolsamia.pt

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MOMENTOS NEW HOLLAND

1 1 A.A. SOBRALENSE | NEW HOLLAND BOOMER35 entregue ao cliente José Vieira

2 ETELGRA | NEW HOLLAND

ROLL BELT 150 CROPCUTTER entregue à empresa Maria da Graça

2

Nunes Mexia Castelo Branco Soc. Unip. Lda. Na foto: Clientes com Pedro Rita (comercial Etelgra) e equipa de profissionais técnicos, Luis Profeta e Nuno Bernardino

3 VARANDA &

CORDEIRO | NEW HOLLAND TD3.50 Cliente: Laurindo Carvalho - Paradela -Mogadouro

4 MATOS & PRATA |

NEW HOLLAND T4.110F entregue à empresa Heart Plant

5 PARREIRA AZOR |

NEW HOLLAND T4S.75 ARCO entregue a Nelson Martins, Ilha Terceira – Açores

6 TRACTORUSSEIRA | NEW HOLLAND T5.115 CAB Cliente: J. Fregesia da Maceira

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CONCESSIONÁRIOS

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7 DB TRACTORES | NEW HOLLAND T5115 DC CAB Cliente: Miguel Gaspar 8 CAMEIRINHA | Cliente: TAHORA - Herdade de Medeiros 9 JOPAUTO | NEW HOLLAND T4.90N CAB (2º à esq.) acompanhado do seu filho, pai e avô (4 gerações).

Cliente: Symington vinhos S.A, na Quinta dos Canais. Na foto: Ricardo e a sua equipa

10 A.A. SOBRALENSE | NEW HOLLAND T4.110F versão Centenário com o número 40, entregue ao cliente Jorge Carvalho. Na foto, os operadores de máquinas Fábio e Paulo

11 BRÁS & VASCONCELOS | NEW HOLLAND T4.90LP Cliente: Quinta de 12 BRÁS & VASCONCELOS | NEW HOLLAND TT6.145 DYNAMIC

Curvos, Esposende

COMMAND Cliente: David Rodrigues, Famalicão

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NOVA RUBRICA

GARAGEM GLÓRIA

São peças de culto, umas já musealizadas, outras a aguardar carinho dos seus proprietários, e muitas com menos sorte, à mercê da inclemência dos elementos. Uma época houve em que todas foram glórias, de mecânica pura e zero de eletrónica. Todas cumpriram a sua missão. É só tempo de descanso, pois que os tratores, simplesmente, não morrem. Respeito!

Porsche Diesel 108 Junior

E

nquanto idealizava o “carro do povo” (Volkswagen), popularizado pelo modelo “Carocha”, Ferdinand Porsche, encarregue por Adolf Hitler para o conceber, trabalhava também para produzir um trator que servisse ao mais simples agricultor. Estávamos no início dos anos 30, e para isso serviu-se de um revolucionário motor diesel. Ficaria pela criação de três protótipos, pois o início da II Grande Guerra não tardou e Hitler desviou o seu génio para a produção o esforço de guerra. Em 1952, aqueles protótipos começaram a operar e em 1956/57 entraram para a linha de montagem. O modelo chegou ao mercado em quatro versões: Junior, com 14 cv; Standard, com 25 cv; Super, com 38 cv; Master, com 50 cv. As vendas internas superaram as 11.000 unidades no primeiro ano, sendo exportados cerca de 6000 exemplares. Até 1963, ano em que cessou a produção, aqueles modelos venderam mais de 125.000. Ainda hoje não há colecionador de modelos Porsche que não queira ter um daqueles tratores na sua coleção. São vendidos em leilões por valores que podem facilmente chegar aos 50 mil euros.

Toda a história em

https://silodrome.com/porsche-tractor

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS Motor diesel, arrefecido a ar (um, dois, três ou quatro cilindros). Mais pequeno, simples e popular, o 108 Junior tem um único cilindro, com 822 cc de capacidade, com 14 cv às 2250 rpm, com tração 4x2 e caixa de três velocidades de acoplamento hidráulico. Dispunha de TDF traseira de 540 rpm. Direção mecânica e travões de tambor. Peso: 1168 kg; 153 cm de distância entre eixos.

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INTERNATIONAL 574 Este avô dos Case IH não era uma maria-vai-com-as-outras. Tinha um olhar inconfundível, uns quantos pormenores fora-da-caixa, e em estrada parecia um foguete. Muito emblemático em algumas zonas de Portugal, era facilmente reconhecido ao longe pelo seu zunir muito característico. Não era um trator que lá vinha. Era um ‘internacional’. Cruzámo-nos com este muito bem conservado 574 numa casa agrícola da Áustria, a tomar conta de um trabalho ligeiro, enquanto os seus netos se ocupavam das tarefas pesadas.

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DOIS DEDOS DE CONVERSA COM... Nome Ricardo Jorge Moreira Rocha Idade 21 anos Onde trabalha? Fábio Almeida Unip. Lda. (Santa Maria da Feira, Aveiro) Por conta própria ou por conta de outrem? Por conta de outrem Qual é a atividade da exploração/ empresa? Produção de leite Usa as redes sociais para divulgar o dia-a-dia no campo? Sim, bastante, Facebook e Instagram

[ JOVEM AGRICULTOR DE SANTA MARIA DA FEIRA, AVEIRO ]

RICARDO ROCHA Bem-vindo à “Dois dedos de conversa com”, uma rubrica onde conhecemos um pouco melhor os agricultores e tratoristas do nosso país. Porque “se o campo não planta, a cidade não janta”. Desta vez estivemos à conversa com Ricardo Rocha, que trabalha no sector da produção de leite. Entre outros afazeres, espalhar chorume nos campos é uma das tarefas que mais tem a seu cargo

Tem ligação familiar à agricultura? Sim, nasci no meio das máquinas e dos campos, pois o meu pai tem uma oficina e o meu avô paterno era agricultor e prestador de serviços.

ser mecânico e tratores não faltarem na oficina, eu prefiro trabalhar com eles na terra. Então, desde muito novo acompanho o meu tio no campo e na prestação de serviços.

Com que idade se começou a interessar pelas máquinas? Desde muito novo a minha vida foi passada em cima de tratores. O meu avô foi um dos primeiros a ter tratores na zona de Santa Maria da Feira, os Ford, ainda me lembro vagamente, mas pouco. Em 2002 chegou o primeiro John Deere a casa e desde então não se voltou a mudar de marca. O meu tio, aquele que agora toma conta das máquinas e dos campos, foi o que me meteu no corpo a febre dos tratores. Apesar de o meu pai

Como descreve a sensação de as manusear? É uma loucura tão grande poder andar com um trator ou uma máquina que eu acho que não existem palavras. A que me melhor descreve se calhar é fanatismo.

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O que lhe facilita a vida nas máquinas com que trabalha? Uma coisa que me facilita a vida é o conforto. É para mim um dos fatores mais importantes, pois é no trator que passo o dia todo e preciso de con-

forto para me sentir bem após horas de trabalho. Quanto ao resto, acabo por dar menos importância porque ando com alguns tratores que têm muita tecnologia e com outros que têm pouca. Que atividade desenvolve e o que gosta particularmente nesse setor? Em 2018 comecei a trabalhar numa vacaria. Adoro tratar dos animais mas os ferros são a minha perdição. Estou mais ligado à manutenção das máquinas e aos serviços de trator. Mas tudo o que for preciso fazer, faço. Não tenho problemas em sujar as mãos. E comecei o ano de 2020 em grande. Comprei um Kioti de 35cv para fazer a minha prestação de serviços nas hortas dos vizinhos. www.abolsamia.pt


Ricardo Rocha // DOIS DEDOS DE CONVERSA COM...

A agricultura de hoje obriga a uma aprendizagem permanente. Já sentiu isso em alguma situação no seu trabalho? Sim, muitas vezes. Nas sementeiras reparo que, de ano para ano, muitas vezes é preciso alterar certas coisas para que tenhamos maior produtividade. Tem intenção de procurar trabalho noutro ramo? Não, acho que nasci para ser agricultor. E para lá da agricultura? O que faz quando não está a trabalhar para a exploração/empresa? Quando não estou na exploração, tento arranjar sempre alguma coisa para fazer. Se não for mais, lavar e limpar o meu carro. O que é que o faz rir? Normalmente ando sempre bem disposto. Mas uma boa piada é a coisa que mais me faz rir.

Pensa alargar a outras culturas/atividades? Neste momento não. Mas talvez um dia venha a implantar um pomar de actinídeas. Quais as tarefas que mais gosta de realizar? A preparação de solo, desde lavrar a fresar. Fascina-me ver a terra fresca. Quando está no trator, o que prefere ouvir? [o barulho do motor, música…]? Tem dias que ouço música, tem outros que ouço o motor. Tudo depende da disposição.

Dar massa e limpar o filtro fica para outro dia? Não. Acho que isso é fundamental para a duração das máquinas. Sempre que acho necessário, lubrifico e limpo as alfaias e os tratores. Qual é a melhor parte de trabalhar na agricultura? A liberdade, a natureza e o ar puro. Qual é a parte mais frustrante de trabalhar na agricultura? Para mim não tem pontos frustrantes.

O que é que o chateia? Acordar cedo, para começar a trabalhar cedo, com tudo preparado no dia anterior, para começar um dia em grande, e após o começo, uma máquina avariar. Estraga-me o dia. Se ganhasse a lotaria, qual seria a primeira coisa em que ia investir? Num trator. É leitor da revista abolsamia? Mais a edição em papel ou online? E de que rubricas? Tento ler todas as edições. Mas em épocas de campanha, a leitura tem de ficar para depois. Acompanho a revista na edição em papel desde há dois anos.

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