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MÁQUINAS AGRÍCOLAS

abolsamia.pt

A revista da mecanização agrícola

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IDEAL

A nova promessa da AGCO para a colheita

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ESPECIAL

O PNEU AGRÍCOLA

Ano XXIV . Nº 108 outubro / novembro 2017 Diretor Nuno de Gusmão Preço: € 6,00 Cont. ISSN 2183-7023

PRÉMIOS AGRITECHNICA CEIFEIRAS FENDT

Chegam a Portugal

John Deere 6250 R New Holland T6.175 Dynamic Command

GESTÃO DE PARQUE MÁQUINAS Uma frota de reboques Herculano

Testámos 2 finalistas do TOTY® 2018

NOVIDADES GRIMME

Maior precisão na batata e beterraba

AMAZONE Produtos para a próxima campanha



SUMÁRIO

OUTUBRO NOVEMBRO 2017 AGENDA

132. Calendário de feiras ANTIGAMENTE ERA ASSIM...

8. Amazone, na família

82. O que faríamos sem o pneu agrícola?

A importância dos pneus no desempenho do trator agrícola é tão significativa que achámos útil dedicarlhes um artigo. Desde a simples invenção da roda até aos fabrico do pneu, passando pelas diferentes tecnologias que lhe estão associadas (diagonal, radial e baixa pressão) há um conjunto de características que proporcionam melhor tração e performance possíveis e determinam as opções no ato de compra.

desde 1883

APPS NA AGRICULTURA

130. AgriSync

CONCESSIONÁRIO EM FOCO

126. Momentos New Holland

20. Uma combinação

CONCURSO FOTOGRÁFICO

A AGCO já mostrou a Ideal, o novo argumento para a colheita de trigo e de milho, uma ceifeira-debulhadora com 650 cv que servirá tanto “verdes” como “encarnados”.

EMPRESAS

Ideal

66. Ganhei o Machinery Guide! 64. Gêbêcê - Tecnologia de

armazenamento da batata. Uma etapa desprezada

FEIRAS

24. Prémios Inovação Agritechnica 128. Carapinheirense Máquinas, lda,

marca presença na 1ª Feira das Culturas 129. New Holland na feira de Campo no Biscaínhos

24. Prémios Inovação

Agritechnica

Fique por dentro de todas as inovações premiadas na maior Feira de maquinaria agrícola da Europa. São duas medalhas de ouro e vinte e nove de prata.

FLORESTA

100. Melhorar a produtividade das manchas de eucalipto

104. Segurança: Que é feito das

8 medidas anunciadas pelo governo?

GESTÃO DE PARQUE DE MÁQUINAS

40. Quando é para atacar

é de noite e de dia

OFICINA

106. Regulação dos braços inferiores do elevador traseiro PRODUTO

54. Chuva de novidades

em todas as frentes

Para além de uma nova geração de distribuidores de adubo rebocados, e pulverizadores montados e rebocados, novas charruas, cultivadores e semeadores fazem parte da gama que a Amazone comercializará na próxima campanha.

60. Maior precisão na

batata e beterraba

São 5 as grandes novidades que a Grimme apresentou em Damme, Alemanha, em antecipação à Agritechnica (uma delas tem 530 cv e um tegão de 15 toneladas).

15.

Ceifeiras Fendt chegam a Portugal 20. IDEAL, a nova promessa da AGCO para a colheita 52. Fendt, plantel ainda mais completo 54. Novidades na Amazone

ABOLSAMIA outubro / novembro 2017

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SUMÁRIO

OUTUBRO NOVEMBRO 2017 PRODUTO

58. Modelos New Holland

T7 LWB com melhorias 60. Novidades Grimme 68. Grupo Maschio Gaspardo Dia de Campo 72. Alliance - Gigantes gentis 73. Walterscheid - Eixo de transmissão e terceiro ponto são novidade 74. Stihl - carrega baterias para as novidades que estão a chegar 76. Claas, enfardadeiras melhoradas 96. Bridgestone reforça aposta Premium nas ceifeiras debulhadoras

15. Ceifeiras Fendt

chegam a Portugal

Numa altura em que muitos preconizam a crise dos cereais, João Coimbra decide avançar para a compra de uma nova ceifeira, e logo de uma marca que não tinha nenhuma no nosso país. Fomos saber porquê.

REGIÕES

108. Concessionários

TECNOLOGIA

82. O que faríamos sem

o pneu agrícola?

TESTES EM CAMPO

78. John Deere 6250 R 80. New Holland T6.175

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Dynamic Command

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40. Quando é para atacar é de noite e de dia

Na lezíria do Tejo são abundantes as culturas de melão, uva, tomate e milho e em Almeirim o telefone da Juncos Silvestres, Lda não para desde 1977. Se é uma vasta clientela que solicita os serviços da família Justino, também a resposta é dada na hora e em força.

68. Dia de campo

Maschio Gaspardo

“Crescendo juntos” foi o lema da 5ª edição do Dia Nacional da Maschio Gaspardo, que juntou na Casa Cadaval, em setembro, mais de 480 agricultores, concessionários e fornecedores.



EDITORIAL edição 108

EDITORIAL Desfile de tendências Brilhos, peles falsas, cores berrantes, ombros estruturados a lembrar os anos 80 e a continuação dos tamanhos XXL a contrastar com texturas fluídas, a par com muitas transparências e mistura de padrões. Goste-se ou não, acredite, estas são as tendências para a próxima estação que os grandes costureiros anunciaram há umas semanas atrás, na Semana da Moda, em Paris. Noutra arte, e um pouco mais a norte, na capital do estado alemão da Saxónia vai acontecer, de 12 a 18 de novembro, mais uma edição da maior e mais importante feira de máquinas agrícolas da Europa: a Agritechnica, onde os principais construtores mundiais vão mostrar ao mundo as grandes orientações que vão continuar a ditar a evolução dos equipamentos que servem a agricultura. O júri que decide sobre os importantes prémios a atribuir aos novos produtos apresentados a concurso nesta edição da Feira já se pronunciou, e nós divulgamos neste número todas as 31 inovações premiadas. De sistemas e processos próprios de uma agricultura do futuro, e ainda em fase de “arranque”, até outros ditos convencionais sobressaem algumas tendências que importa destacar: as máquinas e os equipamentos têm cada vez mais automatismos que pretendem simplificar a vida aos utilizadores, como é o caso de um sistema instalado numa ceifeira debulhadora que é capaz de substituir o operador no processo complexo de configuração da máquina; sensores e câmaras para a captação de imagens em tempo real integrados nos equipamentos são cada vez mais usuais e possibilitam uma interpretação precisa do estado das culturas, para que os tratamentos possam ser feitos o mais possível “à medida”; e, não menos importante, começam a surgir plataformas de trocas de dados universais, para agricultores e prestadores de serviços, que combinam máquinas e software agrícola de todos os fabricantes para melhorar a eficiência das operações. Chamou-nos ainda a atenção o retorno de alfaias quase tradicionais, vocacionadas para o controlo das infestantes nas culturas em linha, em alternativa aos tratamentos químicos. Mas há muito mais para ver naquela feira gigante, se puder, não deixe de ir; senão, no próximo número da revista contamos-lhe mais. Também em novembro, vai ter lugar a primeira edição duma feira dedicada aos setores das frutas e hortícolas. Chama-se TecFresh, acontece em Santarém dos dias de 16 a 18 e promete mostrar novidades relacionadas com o mercado, assim como conferências e seminários especializados. Esperamos lá por si! FRANCISCA GUSMÃO

Equipa abolsamia redacao@abolsamia.pt

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O NOVO 5R. OS TRATORES COMPACTOS SÃO MAIS VERSÁTEIS

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Este é o novo trator série 5R. Até agora, este trator compacto só existia na sua imaginação. O trator está equipado com características de alta gama. Forte e ágil. O trator que pode mover montanhas, mas que é altamente ágil. O trator para tudo aquilo que tem de fazer e tudo aquilo que sempre sonhou. Agora é de verdade. Ligue para o concessionário John Deere da sua zona e comprove por si mesmo.

NOTHING RUNS LIKE A DEERE


ANTIGAMENTE ERA ASSIM... ­

Amazone, a centenária marca alemã de máquinas agrícolas que, a par com as suas congéneres, tem contribuído para o desenvolvimento do nosso universo rural, no tocante ao aumento da produtividade do campo como à melhoria das condições de operacionalidade — apanágio da Mecanização Agrária no que respeita a trabalho — tem servido o nosso país de há 30 anos a esta data.

NA FAMÍLIA DESDE 1883 Por NUNO DE GUSMÃO

A Amazone foi fundada por Heinrich Dreyer em 1883 e desde então tem mantido uma posição cimeira no nicho do sector de máquinas agrícolas a que se dedica, ao acompanhar as inovações do mercado no que se refere aos meios fabris de produção e à inclusão, nos seus produtos, das últimas novidades tecnológicas. A circunstância da Amazone ter sido sempre gerida por sucessores do seu fundador, com igual determinação e conhecimento, dão à marca a garantia de continuidade que rege a grande maioria das empresas do tipo familiar. A actual administração da Amazonen-Werke é constituída pela 4ª geração dos descendentes directos de Heinrich Dreye: Heinrich Christian Dreyer e Justus Dreyer.

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Heinrich Dreyer 1862 – 1939

A empresa começou a sua actividade a construir, sucessivamente e em pleno, alfaias de tracção animal para a mobilização e preparação de solos, como charruas e cultivadores, passando em seguida a dedicar-se ao fabrico de motores a vapor. Como marcos de maior importância, a partir da primeira década do século passado a Amazone destacou-se no sector de máquinas estacionárias de motorização a vapor, por polia de transmissão, destinadas à calibragem, limpeza e ensacamento de batata; bem como outras, também com o mesmo propósito, para os cereais. Posteriormente, numa constante procura de ir ao encontro das solicitações do mercado, a Amazone lançou uma série de máquinas para a colheita da batata, rebocadas e accionadas pela tomada de força dos tractores. Com o recurso aos novos meios de aplicação dos tractores, a empresa alemã passou a tirar partido da tecnologia de então, especializando-se no fabrico de alfaias animadas, como semeadores, distribuidores de fertilizantes e de máquinas rotativas de mobilização e preparação de solos. Enfoque que resultou nos produtos que hoje oferece, a nível mundial, à agricultura de precisão.


ANTIGAMENTE ERA ASSIM...­

Depois da Primeira Guerra Mundial

1904 Cultivador Amazone de tracção animal, tendo como novidade o ferro em bico com duas medidas de largura de perfuração.

1912

1942

Máquina estacionária de debulha, limpeza e ensacamento de cereais. A imagem de baixo diz respeito à calibragem, limpeza e ensacamento da batata.

1914

Cerimónia que ocorreu para celebrar a 50.000ª máquina estacionária de debulha e limpeza de cereais a sair da fábrica Amazone.

Evolução ocorrida na Amazone, de 1942 a 1957, na área das máquinas rebocadas por tractores de colheita, calibragem, limpeza e recolha da batata.

1957

1947

O primeiro semeador Amazone, da série “01”. O modelo em questão, depois de desenvolvido atingiu um volume de vendas que ultrapassou as 200.000 unidades até ser descontinuado.

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EMPRESAS

Claas Liebherr fornece telescópicos Scorpion Em dezembro de 2017 termina o acordo entre a Claas e a Kramer, mediante o qual esta última fabricava e fornecia à primeira a linha de telescópicos Scorpion. Em muitas explorações agrícolas, este tipo de máquina não serve apenas para fazer as vezes de um trator com carregador frontal. Já conquistou um lugar próprio, em especial naquelas situações em que é preciso movimentar e armazenar cargas a grande altitude, e onde também uma maior performance é necessária. Posto isto, é objetivo da Claas continuar a disponibilizar aos seus clientes uma gama de telescópicos, pelo que celebrou com a Liebherr um acordo de parceria. A nova gama de carregadores telescópicos Claas Scorpion de origem Liebherr será apresentada na Agritechnica 2017 e chegará ao mercado no início de 2018.

Esquadrão da Arbos em campo Pouco tempo após a feira de Santarém, onde a Arbos expôs a sua gama, foi-nos feito o convite para irmos até Piacenza experimentar em campo os tratores da linha 5000 em conjunto com a gama de alfaias comercializada pelo grupo. Esta marca de origem italiana, agora recuperada pelo Grupo Lovol, organizou uma demonstração em campo onde pudemos experimentar os novos tratores da série

5000, que não tarda chegam ao mercado, e a gama de alfaias herdada da Matermacc. Para a demonstração, a marca mobilizou 5 tratores da Arbos da Série 5000, nas 2 versões, 5100 com 110 cv e 5130 com 136 cv, que foram testados com diferentes alfaias: subsolador, grade rotativa com semeador, cultivador rebocado combinado com semeador pneumático, distribuidor de fertilizante e pulverizador.

Produtos Challenger passam para a Fendt Já é oficial. A marca Challenger vai estar exclusivamente direcionada para as Américas, Ásia e África. Devido a esta mudança de estratégia, os produtos que até agora fazem parte da sua gama, passam a ser comercializados na Europa e no Médio Oriente sob a marca Fendt. Falamos sobretudo dos tratores de rastos de borracha e da linha de pulverizadores. Esta alteração implica o encerramento da linha de produção da Challenger em Grubbenvorst, na Hollanda, e a sua deslocalização para Hohenmölsen, na Alemanha, onde atualmente a

Fendt fabrica a sua linha de alfaias forrageiras. Em Grubbenvorst serão mantidos apenas alguns serviços ligados ao setor de I&D. Peter-Josef Paffen, Chairman da Fendt, explicou que esta alteração vai no sentido de reforçar a posição da Fendt como um fabricante fullliner, “com um portfólio alargado, desenhado para disponibilizar aos clientes e aos concessionários uma completa e complementar gama de máquinas”. Está previsto que os primeiros pulverizadores e tratores de rastos sob marca Fendt cheguem ao mercado no início de 2018.

Galucho premeia Ribeiro & Carapinha como “Agente do Ano 2016” No passado dia 4 de julho a Galucho comerou 97 anos de existência e aproveitou a ocasião para premiar o concessionário em Beja, Ribeiro & Carapinha como “Agente do Ano 2016” pelos melhores resultados em vendas de equipamento e peças Galucho. Foram também homenageados os funcionários que contam já com 10, 20, 30 e 40 anos de trabalho dedicado à empresa. Abolsamia felicita-os a todos!

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TECNOLOGIA PARA IRRIGAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE CHORUME

dade qualvi ação Eino DESDE

1930

Importador exclusivo para Espanha e Portugal

Consulte a nossa rede de distribuidores 964 442 249 - www.farmingagricola.com


EMPRESAS

ATG tem nova página web Com um aspeto e funcionalidades completamente renovados, a nova página web da Alliance Tire Group (www.atgtire.com) permite descobrir de um modo mais interativo toda a gama de produtos , bem como encontrar de modo rápido e simples qual o pneu que mais se adequa às necessidades de cada cliente.

John Deere Kramer será fornecedor preferencial A Kramer e a John Deere celebraram recentemente uma parceria, que incide sobre a estratégia de comercialização de equipamentos para movimentação de cargas. As máquinas da chamada linha verde da Kramer estão vocacionadas para o setor agrícola e são fabricadas em Pfullendorf, na Alemanha. Desta linha verde fazem parte as pás carregadoras compactas articuladas (9 modelos), as pás articuladas com lança telescópica (4 modelos), os convencionais carregadores telescópicos (9 modelos), e uma vasta gama de acessórios. A John Deere não fabrica equipamentos deste tipo. Nesse sentido, irá recomendar a Kramer

como fornecedor preferencial junto da sua rede de distribuição. Esta aliança prevê que, a breve prazo, a John Deere se torne acionista daquela companhia e que os equipamentos da Kramer continuem a ser comercializados sob marca própria. Note-se que a Kramer vem de um acordo com a Claas, no âmbito do qual fornecia ao construtor alemão os telescópicos que chegavam ao mercado sob a designação Claas Scorpion. Este acordo, que vigorava desde 2005, chega ao seu termo no final deste ano, o que deixa a Kramer livre para comercializar com as suas cores, sob marca própria.

FederUnacoma tem novo presidente A federação italiana de fabricantes de máquinas agrícolas, implementos e componentes para agricultura e jardinagem, a FederUnacoma, tem um novo presidente. Alessandro Malavolti, CEO da AMA S.p.A., empresa especializada no fabrico de componentes, sucede então a Massimo Goldoni no cargo, num mandato de dois anos renovável por mais dois.

Primeiro trator Arbos na Península Ibérica

Comissário da UE visita Claas Phil Hogan, Comissário da UE para o Desenvolvimento Rural e da Agricultura visitou as instalações da Claas, em Harsewinkel, na Alemanha. Os principais temas em discussão foram a digitalização e as alterações climáticas, tendo o Comissário ficado a conhecer o software que equipa a maquinaria da Claas.

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O primeiro exemplar da marca vai “espalhar magia” nos relvados do Marbella Football Center, propriedade do Grupo Football Impact, e centro de treinos onde várias equipas de nível mundial preparam as suas épocas desportivas. O modelo é um 3050, de 50 cv, equipado com pneus turf. O trator foi escolhido por ser “polivalente e muito manejável”, nas palavras de Andres Roldan, Gerente do Grupo Football Impact.

Bøgballe muda de mãos Especializada no fabrico de espalhadores de fertilizante, a firma dinamarquesa Bøgballe foi adquirida pelo fundo de investimento Erhvervsinvest, também sediado naquele país. Ao fim de 83 anos de existência, a Bøgballe deixa de ser controlada pela família Laursen, que a fundou, e é dado início a uma nova fase na história da empresa. Atualmente, os mercados externos são responsáveis por 95% do retorno financeiro desta marca, que conta com representação no nosso país. Esta é a segunda aquisição feita pela Erhvervsinvest no setor da maquinaria agrícola depois de ter comprado a Agrometer, fabricante de equipamentos para manuseamento e incorporação de chorume.




Ceifeira-debulhadora Fendt 5275c PRODUTO

CEIFEIRAS FENDT CHEGAM A PORTUGAL

LOCAL Quinta da Cholda, na Azinhaga, (Santarém).

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PRODUTO Ceifeira-debulhadora Fendt 5275c

Assistência Será prestada pelo concessionário que cuida dos tratores da exploração, a Agripóvoa de Santarém.

CEIFEIRA FENDT 5275c Por SEBASTIÃO MARQUES

João Coimbra e a sua exploração na Quinta da Cholda, na Azinhaga, distrito de Santarém, são nomes incontornáveis no negócio do milho e, sobretudo, da agricultura de precisão em Portugal. As parcerias com as mais diversas instituições, académicas e não só, são várias e todas com o mesmo objetivo de desbravar caminho numa área que, especialmente na Europa, continua com muito por descobrir. Por isso, quando alguém na vanguarda do setor decide fazer um considerável investimento na compra de uma ceifeira quando muitos preconizam a “queda” dos cereais, surge a inevitável questão: porquê?

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“As pessoas pensam, numa altura em que já ninguém faz milho, em que os cereais estão a desaparecer, não faz muito sentido, parece um contrassenso comprar uma ceifeira. Este homem deve ser maluco”. Foi assim que João Coimbra, agricultor e empresário, nos introduziu à nova ceifeira que equipa o parque de máquinas da exploração agrícola que gere. No entanto, tal como todas as decisões tomadas no seu negócio, a compra não foi feita por acaso, ou de ânimo leve. “Fazermos um investimento desta natureza numa altura em que os cereais estão a ficar fora do mercado tem uma explicação simples: eu continuo a acreditar neste negócio, e tenho dados que suportam a minha opinião. No final do dia, continuamos a conseguir ganhar dinheiro”. “Os dados”, ou data, a informação, que vale mais que o ouro dizem alguns, é tema central para esta exploração, e está intimamente ligada à compra de uma nova ceifeira. “Eu tinha uma ceifeira já muito velha, com 15 anos, que estava já com grandes

João Coimbra, agricultor e empresário.

problemas. Tenho mais área do que tinha, quero ter ainda mais área, e isso obrigava-me a investir pois não podemos parar. E o milho acaba por ser para mim uma cultura interessante na forma como nós aqui a temos desenvolvido, com cada vez mais tecnologia e cada vez mais eficiência, cada vez mais produção e continuando a haver rentabilidade. Essa rentabilidade tem que ser suficiente para gerar rendimento para comprar máquinas destas, que têm um valor enorme mas que são completamente necessárias para que todo o ciclo seja, também ele, fechado com máquinas com qualidade e com capacidade de se associar ao projeto de agricultura de precisão que nós temos na quinta. Esta era uma peça que faltava”, concluiu. Quisemos saber o porquê de ir buscar uma marca que, neste tipo de equipamentos, não estava presente em Portugal. Um misto de oportunidade


Ceifeira-debulhadora Fendt 5275c PRODUTO

“A informação, o tratamento dos dados é, como já referido, ponto fulcral nesta exploração e influencia todas as decisões tomadas, mesmo a escolha de prestadores de serviço.”

e necessidade esteve na base da decisão. “Fomos desafiados a sermos parceiros na introdução deste produto em Portugal e, este é também para nós um desafio interessante. A outra ceifeira tinha sido adaptada mas já estava muito antiquada e, com esta máquina vamos, como já referi, tentar fechar o ciclo: tudo em autocondução, desde a sementeira até à colheita, para não haver desperdício. Foi uma oportunidade porque a Fendt quis trazer a máquina para Portugal e nós associámo-nos a esse investimento, mesmo sabendo que é tudo novo: eletrónica nova, uma máquina nova em Portugal e, tudo o que é agricultura de precisão, os conhecimentos andam perto do zero. E eu já tenho experiência de que com tudo o que são máquinas novas é sempre uma aflição. Nem tanto em termos de assistência mas, sobretudo, ao nível da configuração. É, repito, muita eletrónica, e é tudo novo. A própria Fendt está a passar isso para esta marca, que era uma marca italiana que compraram há quatro ou cinco anos, a Laverda. Asseguraram-nos que a qualidade da assistência será impecável, tal como nos tratores, onde contamos com o apoio da Agripóvoa. Na Fendt temos as coisas muito bem organizadas porque é uma marca já consolidada. Nas ceifeiras é uma novidade, vamos ver como é que funciona. Um dos receios maiores que eu tinha era não haver uma base de stock que

fosse suficiente, o que numa altura em que a ceifeira precisa de trabalhar e as avarias são constantes, poderia ser um problema. No entanto, tal como nas outras marcas, também aqui existe a lógica de stock zero e todas as peças são enviadas em 24 horas”. Relativamente à carga de trabalho prevista para a máquina, esta deve rondar os 400 a 500 hectares, permitindo uma redução do trabalho feito por terceiros. No entanto, a razão mais importante nem é esta mas sim a tal informação que nem sempre se consegue quando se recorre a prestadores de serviço. “Em termos de área, estamos a contar que uma ceifeira faça 400 ou 500 hectares, apesar de nós termos mais. Normalmente temos sempre uma alugada e uma própria. Com esta vamos tentar fazer cerca de 80% da área que temos. Vamos assim tentar reduzir uma parte do aluguer a que recorríamos. Uma das razões é que neste tipo de equipamento, a prestação de serviço tem alguns problemas de cariz técnico, principalmente os mapas de rentabilidade, os mapas de produtividade. Com esta máquina esperamos que as coisas se resolvam, para que não haja falta de informação

depois da colheita, que é aquilo que a nós nos interessa muito. Queremos uma boa qualidade de colheita, eficaz, com baixos níveis de desperdício e, depois, os registos técnicos dos mapas de produtividade, tendo ainda esta máquina uma outra novidade que é o facto de ser autoguiada, não havendo assim desvios em relação aos alinhamentos que já foram feitos na própria sementeira”. A informação, o tratamento dos dados é, como já referido, ponto fulcral nesta exploração e influencia todas as decisões tomadas, mesmo a escolha de prestadores de serviço. “Aqui, na nossa casa, há já três anos que temos tudo mapeado. O que nos interessa é ter o máximo de dados possíveis ao longo dos vários anos para podermos comparar. Tenho o 2014, 15, 16 e agora vou para o 17. Por exemplo, vem uma empresa de prestação de serviços, se não tiver mapas de rendimentos já não entra cá em casa. É fundamental que os agricultores exijam esta informação para que os operadores peçam estes equipamentos para as suas máquinas. Eu acredito

muito nos prestadores de serviço. O agricultor não tem dimensão para ter este esforço. É um esforço brutal. Tenho aqui um técnico muito bom, licenciado, tenho ainda um outro também licenciado e só fazem isto. A maioria das casas não tem isto. Primeiro temos que convencer os operadores, criar apetência pelo produto. Os prestadores de serviço

EM DESTAQUE

DRONES com o drone faço fotografias sobre o milho, isto na fase de emergência, depois tenho uma máquina que mede a área que está entre as linhas de milho. A partir do momento em que está numa determinada percentagem faz-se um desenho e o pulverizador vai lá e cura só naquele espaço. Portanto, não só o operador leva um mapa no trator e sabe perfeitamente onde é que tem de curar. Poupámos 90% do tempo e à volta de 30% de matéria ativa. Foi espetacular.

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PRODUTO Ceifeira-debulhadora Fendt 5275c

“Eu hoje consigo saber perfeitamente, graças aos mapas, onde é que estou a ganhar dinheiro.” têm muitos clientes e podem fazer concorrência. Tenho dito a todos os agricultores. “Peçam mapas de produtividade. Se houver um prestador que tem e outro não, peçam ao que tem”. Os operadores que cobrem alguma coisa por isso, para que também eles se sintam interessados. Nos EUA é quase obrigatório, porque lá é utilizado para controlar. Aquilo apareceu para faturar. O prestador fatura logo o serviço ao cliente. No início foi feito só para isto, não era para saber o mapa de rendimentos. Na Europa ainda há muito pouca coisa sobre isto, ao contrário dos EUA. Eu trabalho com uma empresa ucraniana na gestão das imagens de satélite. Nunca os vi, trabalhamos sempre por Skype. Estamos a detetar e prever quando e quanto vamos ter ao nível das produções. Esta é a grande revolução, as tecnologias de informação. Que nos permitem trocar e obter informação no momento com pessoas que estão noutra parte do mundo”. Mas não será tudo isto ainda demasiado complexo também para os prestadores de serviço do nosso país? João Coimbra tem também na sua exploração uma equipa que se prepara para os poder ajudar. “Nesta nossa equipa, temos membros que estão a formar uma equipa que farão assessoria aos prestadores de serviço. Aquilo que está a acontecer é um ciclo vicioso: como os agricultores não pedem, os operadores não têm. Há máquinas que vêm com este equipamento de série mas os operadores não afinam, não calibram, ao final de dois dias já ninguém retira de lá os dados. Assim, estes membros

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da nossa equipa vão formar uma empresa para ajudar neste campo. Se uma pessoa precisar de qualquer ajuda nesta área, esta empresa fará a assessoria durante todo o processo de migração para a agricultura de precisão. É que esta migração de uma quinta da agricultura tradicional para a agricultura de precisão tem tantos problemas e tantos bugs que vai ser preciso assessoria. Se não existir esta ajuda, ao terceiro dia as pessoas mandam tudo para o lixo e desistem. Não querem nem ouvir falar em agricultura de precisão. Nós estamos há três anos com muita insistência minha, com muitos bugs, com muitos prejuízos e, mesmo assim, ainda não estamos a 100%. É preciso uma insistência louca, eu também adoro informática, é preciso acreditar, e é preciso ter a sensação de que vai haver uma mais valia. Há pessoas que veem menos valia nos riscos porque há acidentes, não é? Também há acidentes nos carros sem condutor mas qualquer dia serão todos assim. Eu acredito que cada vez mais os passos que estão a ser dados são neste sentido. Não há forma de voltar atrás, só que há uma resistência sempre da parte agrícola porque é um ciclo vicioso: não há pessoas a ajudar, o agricultor tem medo. Tem medo, é conservador, prefere fazer aquilo que já sabe. E quando se mete em áreas como eu estou, em que não se sabe bem onde se anda, andamos a apalpar... Depois as pessoas desistem. O espaço, o timing... o agricultor anda sempre aflito, sempre atrasado, e então imagine esperar um dia para que alguém lhe mande um ficheiro... Vai de qualquer maneira. Tem que se ser muito persistente e ter alguma capacidade de investimento. Se há um acidente, a pessoa no ano seguinte já não quer e diz: “vai tu à frente, nós quando isso estiver tudo feito, vamos lá ver e copia-se”. Como ninguém quer ir à frente... Se houvesse 50 agricultores a fazer isto, era facílimo”, finalizou. E será que todo este esforço vale a pena? Não valeria mais seguir a tendência de muitos agricultores

e mudar para outras culturas que não o milho? “Eu daqui a dois anos posso estar a dizer tudo ao contrário. Só os burros é que não mudam de opinião. Quando eu não acreditar nisto e vir que os acréscimos crescentes começam a ser decrescentes, vamos ver para onde é que vai... Tenho ido a todos os colóquios, visitado todas as explorações de outras culturas, e aquilo que eu vejo na minha exploração continua a fazer-me acreditar no milho. E vejo muitas pessoas que não têm sucesso na cultura do milho e o problema não é o milho. É o processo produtivo, a maneira como se produz. Há muita gente que está a abandonar o milho com terras belíssimas, de primeira qualidade, e a passar para outras culturas, e acham que isto é de modas, “vamos todos para o não sei o quê agora”. No meu caso, é a agricultura de precisão que me vai dizer. Eu já abandonei imensas parcelas, cantos de pivots, nalguns vamos colocar ervas aromáticas, frutos vermelhos, e isso pode ser a solução. Com o mapa de rendimento, se eu tiver cinco anos seguidos rendimento negativo naquela parcela, então sim, abandono. Agora, se a minha exploração ganha dinheiro é sinal que há umas que ganham muito e outras perdem, e a média dá para ganhar dinheiro. Há muita gente que me diz, “quantos mais hectares fizer, melhor, porque divido os custos fixos”, é verdade, se não eu punha-me só a fazer 10 hectares onde as minhas produções têm vinte toneladas

PROCESSO DE MIGRAÇÃO PARA AGRICULTURA DE PRECISÃO Começámos pela rega, onde hoje já está completamente dominado, depois foi a auto-condução, que é isto que estamos a falar, e os mapas de produtividade. E agora as prescrições, começámos a fazer este ano, que é adubar também com diferenciação. Ou seja, eu digo que ali adubo 100 quilos, ali adubo10, ali não adubo nada. Também na sementeira, fazemos ao nível da densidade. Nos EUA já existe com duas variedades de sementes diferentes, se estou numa areia ponho uma variedade, se estou num barro ponho outra. Nós o que testamos aqui é só população.

mas isso não me chegava para os custos fixos. Mas dentro de cantos de pivots, pequenas parcelas, cantos de parcelas, parcelas muito afastadas... Eu hoje consigo saber perfeitamente, graças aos mapas, onde é que estou a ganhar dinheiro. Assim, este mapa de produtividade é a ferramenta número um para entrar na agricultura de precisão e, felizmente, os cereais são os únicos que fazem isso. Nos olivais ainda não há máquinas para ver o que é que se está a produzir, no vinho também não, e, portanto, as pessoas ainda andam às cegas. Aqui eu sei quanto é que cada metro quadrado produziu e isso é um avanço extraordinário para depois ter coisas também diferentes”, concluiu João.

CARATERÍSTICAS TÉCNICAS Ceifeira-debulhadora Fendt 5275c

Sistema de debulha

Diâmetro dos batedores: 380 mm; Largura do cilindro de debulha: 1,340mm; Diâmetro do cilindro de debulha: 600 mm; Área côncava: 0.83 m2.

Limpeza

4.67 m2 de área total do crivo.

Tegão

9.000 litros, 105 litros/segundo de velocidade de descarga.

Motor

AGCO Power, Tier 4 Final, 6 cilindros, 7.4 l, 306 cv de Potência Máxima com power boost, depósito de combustível 620 litros, depósito de AdBlue de 80 litros

Pneus

Dianteiros: 800/65R32; Traseiros: 460/70R24



UMA COMBINAÇÃO “IDEAL” AGCO Por CARLOS BRANCO

Interior da cabina O terminal Tech Touch pode agora mover-se 90 graus para a direita do condutor e a consola informativa é integralmente nova.

A AGCO já mostrou a Ideal, uma nova ceifeira-debulhadora para a Fendt e a Massey Ferguson. Posicionada no topo da gama de ambas as marcas, a Ideal desdobra-se em três diferentes modelos: 7, 8 e 9. A ante-estreia foi em Breganze, Itália, no início de Setembro, e a revelação foi tão impressiva quanto musculada – 650cv no coração de um corpo todo negro.

Rotor Veja a Galeria de Fotos em: www.flickr.com/abolsamia

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O design em expiral dos dedos do rotor é uma das suas características inovadoras.


Ceifeira-debulhadora combinada Ideal PRODUTO

A primeira prova de fogo da Ideal está marcada para a Agritechnica (12 a 18 de Novembro), em Hannover, Alemanha, mas os primeiros trunfos exibidos pela AGCO já estão a ser acenados: uma gigante área de debulha, com rotor simples ou duplo e o maior tegão com capacidade até 17.100 litros de grão e velocidade máxima de descarga de 210 l/m. Se é o reboque que deve ir à máquina e não o contrário, tal capacidade de armazenamento reduzirá o número de descargas para o veículo de acompanhamento para recolha, em prol da fluidez da colheita, evitando mais paragens e/ ou acidentes na operação de

trasfega. Assegura o grupo construtor norte-americano que as inovações patentes na Ideal resultam de seis anos de pesquisa e desenvolvimento e incontáveis horas de engenharia. Segundo Martin Richenhagen, presidente e CEO da AGCO, a Ideal é o corolário de intensos esforços para “encontrar as mais inovadoras soluções para os agricultores alimentarem o mundo.” Advoga o comunicado da Massey Ferguson que aquele tanque de recolha do grão é o de maior capacidade de todos quantos estão disponíveis no mercado europeu, da mesma forma que o rácio de descarga e a área de debulha não têm paralelo entre a mesma concorrência. É sabido que máquinas similares da Claas e da New Holland têm exercido alguma hegemonia a nível europeu, e que esta última, na versão CR10.90, ostenta desde

2014 o galardão “Guinness” para o recorde mundial de uma colheita de trigo em oito horas (797 toneladas, ou 135 toneladas/hora), algo que a AGCO diz poder superar, não só pelo volume, mas agora, também, pela melhor qualidade da colheita.

O maior coração é da MAN Sustenta, igualmente, que a potência poderá ajudar esse propósito: o propulsor da Ideal 7 (451cv e 9,8 litros de capacidade) é da responsabilidade da AGCOPower, enquanto os da 8 (538cv, 12,4 l) e 9 (647cv 15,2 l) são produzidos pela MAN. Mais cavalos são importantes, mas se o produtor e os agricultores estão cientes que não fazem todo o trabalho, a casa norte-americana diz ter estado muito atenta à “voz do cliente”, e que foi a partir das

inúmeras sondagens que decidiu partir do zero, de uma folha branca de papel no estirador, até chegar à Ideal, na cor grafite (tanto para a Fendt, como para a Massey Ferguson, e haverá ainda de explicar porquê), o modelo que combinou as melhores qualidades dos 50 protótipos testados no laboratório e no campo, nos mais variados ambientes e condições atmosféricas. Em suma, enfatiza o construtor que a nova gama de produtos demarca-se das demais pelo tratamento e qualidade do grão e da palha obtidos, pela otimizada condução e descarga do grão em todo o processo e pela significativa potência dos motores. Até o tubo de descarga tem um novo comando de controlo (ScrollSwing, uma pequena roda do joystick), podendo mover-se, com grande precisão, para diante e para trás.

PowerFlow

EVENTO

O sitema de acoplamento automático (AutoDock), promete fazer aumentar a eficiência e reduzir o tempo de colheita.

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PRODUTO Ceifeira-debulhadora combinada Ideal

Tão ou mais importante que o processo de selecção e tratamento do grão é o cuidado com o solo e a sua desejada menor compactação possível. Nesse sentido, com caráter opcional, o eixo dianteiro pode ser equipado com rastos (lagartas) de borracha, suspensos, de geometria triangular (sistema TrakRide), de 26’ ou 30’ (660mm/762mm), para melhor tração em todas as situações e conforto do operador. O eixo traseiro está provido com pneus 800/70 R38. A área de contacto com o solo atinge assim 2,55m2, o que faz dispersar a pressão sobre o terreno.

Longos rotores A AGCO assume que para a qualidade do grão obtido muito contribui o desempenho dos dois rotores, com 4,84 metros de comprimento, de dupla hélice que equipam as versões 8 e 9 (um só rotor e hélice singular na Ideal 7), fazendo com que a área de debulha seja a maior de toda a indústria (tal área, em metros quadrados, diz superar em 31% a apresentada pela concorrência mais próxima). Outro destaque, este agora expresso no comunicado da Fendt, sublinha que os grãos são separados da forma mais limpa possível, sem impactes negativos na qualidade da palha, ficando a devê-lo à dimensão do rotor, com 600mm de diâmetro. Para assegurar o constante abastecimento de cereal ao rotor, as barras de debulha e dedos do rotor têm um design em espiral em torno do mesmo, num padrão semelhante ao do ADN. Para facilitar a operação, um autoajustamento da debulha será feito pela aplicação “Ideal Harvest”, um opcional (já patenteado) que corrige automaticamente o processo, com recurso a uma câmara que permite ao operador supervisionar a qualidade do grão enquanto vai sendo feita

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A área de debulha supera em 31% o record atual, segundo a AGCO .

a debulha, para além de 52 sensores de detecção acústica de massa. Os ajustes dos rotores e velocidade da ventoinha de separação e limpeza de palhas são também regulados pelo operador para assegurar a melhor performance. Através de um iPad, aquele operador pode verificar se há grãos perdidos no processo, ou se se estão a acumular na frente ou em um dos lados do processador. Ao constatar que há grãos partidos ou não integralmente limpos

pode dar ordem à aplicação para que esta processe, automaticamente, o necessário ajuste para a separação daqueles grãos.

Rastos e pneus 800 Outra das inovações anunciadas para as versões 8 e 9 é o exclusivo desenho das mesas de recolha dos grãos. Denominado “Ideal balance”, aquelas mesas podem compensar até 15% os declives (subidas e descidas, consoante a orografia do campo de cultivo), fazendo com que a elevação da colheita seja o mais homogénea possível quando é dirigida para os rotores.

O eixo dianterio pode ser equipado com rastos de borracha de geometria triangular, de 26’ ou 30’, para melhor tração e conforto do operador.


no que se refere ao seu acoplamento automático (sistema AutoDock), que diz fazer aumentar a eficiência e reduzir o tempo de colheita. As uniões elétrica e hidráulica entre a Ideal e a barra são realizados em cinco segundos, de forma automática, mediante a simples pressão de um botão, cabendo à memória do sistema informático (com recurso ao código RFID) gerir o tipo de barra, as dimensões e a sensibilidade desejada para o trabalho de colheita.

A barra de corte (PowerFlow) pode variar a sua largura entre os 7,70m e os 12,20m.

Mas se para chegar aos campos de cultivo a Ideal terá que circular pela estrada - podendo atingir a velocidade máxima de 40km/h -, as suas dimensões estão em concordância com os regulamentos rodoviários europeus, uma vez que a largura de via do conjunto variará entre 3,30m e 3,50m, consoante o rasto adotado. Para atingirem estes valores admissíveis na via pública, os projetistas cuidaram de emagrecer o conjunto, partindo de um chassis com apenas 1,40m de largura.

5s para a acoplagem Já a barra de corte (PowerFlow) pode variar a sua largura entre os 7,70m e os 12,20m e é outra das principais caraterísticas destacadas pelo construtor,

A melhor ergonomia de trabalho pode contribuir para o melhor desempenho do operador, reduzir o desconforto e a fadiga após horas de colheita. Daí que os projetistas tenham dedicado especiais cuidados ao seu estudo. A começar pelo posto de comando e cadeira da cabina Vision, agora ventilada. Uma unidade frigorífica está à mão do condutor, há mais espaço para arrumação e a visibilidade para a linha de corte foi amplamente aumentada. O terminal Tech Touch pode agora mover-se 90 graus para a direita do condutor e a consola informativa é integralmente nova. A iluminação LED e o pacote de câmara melhoram a visibilidade para o trabalho noturno.

PRINCIPAIS CARATERÍSTICAS MODELO

IDEAL 7

IDEAL 8

IDEAL 9

Barra

7,7m-10,7m

9m-12,2m

9m-12,2m

Rotores

1

2

2

1 Hélice

*

-

-

2 Hélices

-

*

*

-

*

Debulha

Gestão limpeza IdealBalance

*

IdealHarvest Tegão (litros) Descarga (l/seg) Motor (CV/fabrico) Capacidade (litros) Emissões Pneus Unidade rastos Cabina

opcional 12.500

12.500/17.100

140/210

140/210

451/AGCO

530/MAN

647/MAN

9,8

12,4

15,2

Tier4final 800/70R38 opcional Vision

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AGRITECHNICA

Prémios Inovação Agritechnica por FRANCISCA GUSMÃO

2 Ouro + 29 Prata A digitização e o networking da cadeia de valor estão a tornar-se cada vez mais importantes. A automatização de processos está a aumentar na agricultura.

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Os mais de 320 produtos que concorreram este ano ao concurso de inovação da Agritechnica confirmam que a tendência para uma maior automatização de processos - juntamente com sistemas inteligentes de gestão de dados para otimizar a configuração e o controlo dos equipamentos, logística, documentação, garantia de qualidade e rastreabilidade – veio para ficar na Agricultura. Cloud Computing(1) e Big Data(2) são termos que entraram na linguagem comum

e, além da Agricultura 4.0, entendida como a mais recente evolução na agricultura de precisão baseada em informação digital e gestão de dados, conceitos como a digitização(1) e o networking(2) da cadeia de valor estão a tornar-se cada vez mais expressivos no setor da Agricultura. Por isso, não é de espantar que um dos Prémios Inovação Ouro tenha sido atribuído a um sistema de debulha tangencial totalmente automático que utiliza sensores para se ajustar às condições da cultura e alcançar os melhores resultados. A engenharia clássica, por seu lado, continua a resultar em produtos com benefícios para todo o setor agrícola: o

segundo Prémio de Inovação Ouro deste ano vai para uma frente milho que integra um mulcher que destrói o restolho antes deste ser pisado pela ensiladora ou pelo trator e o reboque. Este desenvolvimento ajuda a controlar a broca do milho, uma praga significativa que afeta as culturas de milho, e resulta numa redução geral no uso de pesticidas. Entre as soluções premiadas há ainda uma clara tendência para a adaptação à agricultura, de soluções existentes e inovadoras já utilizadas noutras indústrias. Alguns exemplos incluem os prémios Inovação Prata para e-mobility, a cabine ajustável em altura, veículos em rede inteligentes e aplicações de realidade aumentada.


A SABER...

ALGUNS CONCEITOS DE FORMA ABREVIADA Networking: rede de contactos que consiste num sistema de suporte onde existe a partilha de serviços e informação entre indivíduos ou grupos que têm um interesse em comum Digitização: o processo de criar uma versão digital (bits e bytes) de um objeto analógico ou físico, como um papel, um documento ou uma foto. Quando dizemos que um processo de negócio foi digitalizado, por exemplo, queremos dizer que ele passou de um estado 100% dependente de papel para um estado onde informações digitais são tramitadas.

Outras ideias apresentadas para desenvolvimentos novos e futuros, que receberam apreciação especial do Júri DLG Innovations, focaram-se em novas formas de facilitar os trabalhos dos operadores. Graças a soluções inovadoras, tem havido de forma consistente uma redução progressiva nas horas de trabalho monótono, cansativo e complexo, tarefas essas que acabarão por ser totalmente realizadas pelas novas tecnologias. No total, o Júri DLG Innovations reconheceu duas inovações com o Prémio Inovação Ouro 2017 Agritechnica e 29 inovações com o Prémio Inovação Prata 2017 Agritechnica.

Cloud computing é a capacidade de computação infinitamente disponível e flexível através de Internet. Big Data é a quantidade enorme de informação nos servidores de bancos de dados (Microsoft SQL Server + Oracle MySQL, por exemplo) que funcionam dentro de diversos servidores de rede de computadores (Intel, HP, IBM, Dell,Cisco, Samsung, etc) utilizando um sistema operacional de rede (Microsoft Windows Server 2008 + Red Hat Linux, por exemplo), interligados entre si, que hoje em dia funcionam dentro de um sistema operacional Cloud Computing (Microsoft Windows Azure, por exemplo), cujas informações são acessadas pela internet por pessoas utilizando um computador comum para ler essas informações ou para incluir mais informações dentro do banco de dados via Cloud Computing.

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2 premiadas

CEMOS Auto Threshing Sistema autónomo de debulha para ceifeiras debulhadoras de sacudidores e híbridas Claas Atualmente, os operadores têm que descobrir por si próprios quais as configurações que atingem o melhor equilíbrio entre a velocidade ótima do tambor, a folga ótima do côncavo, a agressividade certa da debulha e a qualidade do grão. Para alguns operadores, esse processo é muito difícil de entender. Consequentemente, muitas vezes

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Tecnologia destruidora de restolho StalkBuster Kemper | John Deere Desde que a broca do milho se espalhou na Alemanha, há cerca de 15 anos, que se tornou na praga mais conhecida na cultura de milho para silagem, no país. Provoca perdas no rendimento e na qualidade, porque as espigas não se desenvolvem bem, e ficam infestadas com Fusaria que pode depois propagar-se à próxima cultura de trigo. Um dos métodos mais eficazes para lutar contra a praga, juntamente com opções químicas e biológicas, é cortar o restolho do milho completa e imediatamente após a cultura ser colhida. O Kemper StalkBuster é a primeira tecnologia destruidora de restolho que faz parte integrante de uma frente de milho. É a única máquina no mercado que destrói a totalidade do restolho antes de ser encaminhado pela ensiladora ou pelo trator e o reboque.

a configuração da ceifeira não está corretamente adaptada às condições da cultura. O Cemos Auto Threshing é o primeiro sistema que configura o sistema de debulha tangencial automaticamente em máquinas de sacudidores e híbridas. Dependendo da estratégia introduzida no sistema pelo operador, define a velocidade do tambor e a folga do côncavo para resultados ótimos nas condições atuais da colheita. Neste sistema, todos os controladores comunicam entre si, por exemplo, o controlador de transferência funciona através de um módulo

de comunicação especial para determinar o rendimento do controlador de debulha assim como os controladores de separação e limpeza. Outro módulo do sistema é o Auto Threshing, que pela primeira vez implementa a debulha totalmente automatizada. Com ele, os operadores não precisam mais de saber quais as configurações a fazer para obter os resultados desejados. Em vez disso, introduzem a estratégia de colheita, que é depois usada pelo sistema de auto-aprendizagem para otimizar todos os parâmetros. Esta inovadora tecnologia de automação permite que as ceifeiras debulhadoras trabalhem continuamente com a máxima eficiência.

29 premiadas

MEDALHAS DE OURO

MEDALHAS DE PRATA

AGRITECHNICA


Fliegl Büffel Estação de transfega para culturas com restolho Fliegl Para fazer a recolha de forragem a partir do campo, os reboques forrageiros autocarregadores podem oferecer melhor eficiência e desempenho de combustível do que a utilização de ensiladoras automotrizes equipadas com pick-up. Mas têm uma desvantagem: enquanto estão em deslocação, na estrada, não se faz nenhuma recolha no campo. O Fliegl Büffel é uma plataforma de carregamento com um rotor e uma tremonha intermédia, que combina vários componentes: um pick-up com rotor de corte, uma tremonha intermédia, e um sistema de descarga. Este sistema inovador apanha o restolho, corta-o e envia-o para a tremonha intermédia de

onde o material é carregado para um reboque. Ou seja, tem como função transferir a forragem para dentro de um reboque forrageiro que poderá nem ter sistema de autocarregamento. O Büffel nunca está parado e nunca está envolvido no trabalho de transporte. Corta a forragem de forma muito eficiente e reduz a compactação do solo. O carregamento da colheita para os reboques de transporte permite que os gestores das explorações adaptem a frota ao trabalho rodoviário que for necessário, e que adaptem a capacidade do rotor de corte/plataforma do carregador. Consequentemente, o Fliegl Büffel é uma alternativa eficiente aos reboques forrageiros com rotor de corte e às picadoras automotrizes.

Rodas de lastragem EZ John Deere Para que os tratores desenvolvam tração suficiente em operações exigentes, é necessário lastrá-los de forma otimizada. O eixo dianteiro é lastrado anexando pesos no engate dianteiro, o que geralmente é fácil e seguro nos tratores atuais. No eixo traseiro, a lastragem é feita com pesos de roda até 1000kg.
A desvantagem desta solução é que estes pesos são difíceis de colocar e remover, e muito pesados, tornando a tarefa demorada e perigosa.
 As rodas de lastragem EZ são uma solução muito mais simples. Os pesos são adaptados às rodas com um garfo de paletes e sem ter que colocar primeiramente as rodas na posição adequada, o que elimina a necessidade de levantar o trator. Uma vez colocados, os pesos das rodas são fixados com alavancas articuladas, em vez de aparafusados. O que significa que são rápidos de anexar e remover por uma única pessoa.

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AGRITECHNICA

VarioPull - Sistema de engate com distância variável ao trator

Preparação da cama de sementeira com suporte de imagem fotográfica

AGCO - Fendt

Pöttinger | New Holland

A distribuição do peso sobre os eixos traseiro e dianteiro do trator é definida pela carga da barra de puxo, força da barra de puxo, lastragem e reforço de tração quando instalado. Com uma alfaia específica engatada, a distribuição de peso é sempre a mesma. O VarioPull altera o ponto de engate da alfaia - em movimento, num plano horizontal, trazendo-o a uma distância flexível de até 80 cm do eixo traseiro do trator. À medida que o ponto de engate se aproxima do eixo traseiro, a distribuição do peso é otimizada e a estabilidade em estrada aumenta. Por exemplo, o operador pode deslocar o engate mais para a traseira para criar mais espaço para a barra de puxo para fazer as cabeceiras. O sistema permite que os operadores reduzam o peso da frente e, portanto, o peso do trator, o que, por sua vez, aumenta a economia de combustível e protege o solo.

Quando os operadores pretendem que o seu semeador cultivador combinado com fresa produza uma camada superficial do solo homogénea e fina, precisam de configurar manualmente a velocidade do trator e da fresa, tendo ainda de intervir manualmente durante o trabalho, o que exige bastante esforço e não é muito eficaz em solos extremamente variáveis. A tecnologia introduzida pela Pöttinger usa câmaras que captam imagens em tempo real da camada superior do solo e do “entorroamento”. O operador introduz um valor alvo e o “entorroamento” real é medido atrás da fresa. A leitura é transmitida para o processador que a envia à centralina do implemento. O sistema controlará automaticamente a velocidade do trator e a velocidade da tomada de força (“controlo de circuito fechado”) para conseguir a mobilização da camada superior do solo pretendida. Este sistema cria uma cama de sementeira uniforme, mesmo em solos não homogéneos. Ao mesmo tempo, reduz significativamente a fadiga do operador.

AXION 900 Terra Trac Tratores com semi-rastos e suspensão integral Claas Os tratores de rastos e semi-rastos são raramente usados para viagens a velocidade elevada por estrada porque oferecem muito pouco conforto para o operador. Embora os tratores de rodas ofereçam um conforto significativamente melhor, não conseguem oferecer o mesmo nível de proteção do solo que os de rastos.
 O semi-rastos Claas Axion 900 é o primeiro trator que tem os eixos dianteiro e traseiro com suspensão, o que proporciona uma melhoria significativa para o conforto do operador, em comparação com tratores semi-rastos de design triangular. Tem também uma área de contacto substancialmente maior em comparação com aqueles, o que resulta em grande estabilidade direcional, tanto no campo como em viagens rápidas. A adaptação máxima aos contornos do solo é a chave para uma baixa compactação. Isso consegue-se através de uma amplitude de articulação de 15°, e pelo facto de o peso da máquina ser distribuído hidraulicamente para todos os rolos do rasto. O ponto de articulação foi movido para a frente, o que transfere mais peso para o eixo traseiro. Como tal, a área de contato é maior bem como a transferência de potência do trator para o solo, mantendo a compactação baixa.

Gestão de cabeceiras SmartTurn Holmer Maschinenbau | Reichhardt Control Technology

Os sistemas de gestão de cabeceiras do trator gravam sequências de funções repetitivas e permitem que os operadores as “chamem” automaticamente pressionando um botão ou com base no posicionamento do GNSS quando se aproximam de uma área específica no campo. As empresas envolvidas neste projeto desenvolveram uma solução de software integral que automatiza a volta completa de cabeceira duma colhedora de beterraba, incluindo a elevação e o abaixamento do arrancador e volta completa da cabeceira. Para isso, as duas empresas combinaram o sistema de condução mecânica na linha, incluindo a gestão de cabeceiras, com a versão com controlo GNSS, e adaptaram o novo sistema a uma colhedora de tegão automotriz - neste caso a Holmer Terra Dos T4. A solução otimiza todas as manobras de volta de cabeceira no campo de colheita, minimizando assim o tráfego no campo e, portanto, reduzindo a compactação, perdas e custos. O seu maior benefício é, no entanto, reduzir o stress do operador - não apenas durante o trabalho noturno.

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e

LiftCab – Maior visibilidade no corte dos milheirais Maschinenfabrik Bernard Krone À medida que as variedades de milho modernas e de alto rendimento atingem alturas de crescimento de 4,0 m e mais, os operadores de ensiladoras queixam-se da sensação de estarem a conduzir as suas máquinas “contra uma parede de plantas de milho” durante todo o dia. A Krone desenvolveu uma funcionalidade, nova em ensiladoras — LiftCab — que permite aos operadores elevar totalmente a cabina até 70 cm. Este recurso não só reduz a tensão do operador como possibilita uma visão geral conveniente da cultura e da frota de colheita. O espaço sob a cabina também permite fácil acesso aos pontos de serviço e manutenção.

MARS - Mobile Agricultural Robot Swarms Pequenos grandes exércitos na sementeira do milho AGCO - Fendt Tem-se discutido muito sobre se a tendência na fabricação de máquinas agrícolas continuará em direção a máquinas individuais cada vez maiores e mais potentes, ou a soluções robóticas de “enxame” (muitas máquinas pequenas). O sistema Fendt MARS é a primeira aplicação comercializável com tecnologia de “enxame” na engenharia agrícola. Consta de uma série de pequenas unidades auto-guiadas e elétricas que são implementadas para a sementeira de milho. Estas unidades autónomas são atestadas com sementes por um operador, que também monitoriza a sua operação e as transporta para o campo num reboque. Operando a níveis de ruído muito baixos e sem luzes noturnas, estas unidades são adequadas para a sementeira de campos perto de localidades, 24 horas por dia. Fabricados sob um conceito

de economia de custos e pesando até 40kg cada uma, as unidades de enxame coordenam o seu trabalho no campo, reduzem a compactação e minimizam os perigos que as grandes máquinas representam para os seres humanos e para o meio ambiente. Os robôs registam todos os dados do trabalho na “Nuvem” e comunicam entre si e com o operador.

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AGRITECHNICA

Tratamento de sementes MultiCoater CM 300 PETKUS

SwingStop pro – Pulverização controlada Amazonen-Werke | Rometron B.V. Na pulverização química, a precisão da aplicação é fundamental. Quanto maior a precisão, melhor é a cobertura da planta ao nível da concentração de produto desejado. O movimento horizontal da barra para a frente e para trás, e paralelamente ao solo, tem um efeito particularmente bom na precisão da pulverização. O SwingStop combina o sistema ativo de absorção de choque da barra com um controlo muito dinâmico do débito de cada bico, atingindo um

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grande nível de precisão na direção de deslocamento e em toda a largura total da pulverização. A especificação “pro” possui novas válvulas em cada bico que controlam constantemente a taxa de aplicação atual, equilibrando-a. O SwingStop pro controla a dosagem usando sensores que medem a taxa de aplicação relativa em cada bico e relacionam as medições com a velocidade em relação ao solo do pulverizador, em tempo real.

A humidificação no revestimento de sementes, que deve ser tão uniforme quanto possível, é conseguida através de revestimentos tradicionais à base de misturas de sementes e fertilizantes. Com a passagem do tempo, o revestimento corre o risco de “descascar”, o que leva a altas taxas de Heubach que acarretam a elevados níveis de pó de tratamento no ar. O MultiCoater CM 300 é um sistema que trata e seca as sementes revestidas de uma forma muito suave dentro da câmara de mistura. Isto é possível graças a uma tecnologia especial de amortecimento a ar em combinação com defletores não-metálicos. O MultiCoater cobre e seca as sementes simultaneamente, melhora o seu espalhamento e garante um tratamento suave através do humedecimento uniforme das mesmas. Simultaneamente, reduz drasticamente o stress das sementes devido ao atrito, reduzindo substancialmente a presença de pós de tratamento. Como resultado, as taxas de Heubach caem significativamente abaixo dos limites legais. Desta forma, o sistema contribui para implementar as regras rigorosas sobre resistência à abrasão e proteção do meio ambiente.


AGRITECHNICA

E100 Vario Tratores mais verdes AGCO - Fendt As bicicletas e os automóveis movidos a eletricidade estão cada vez mais implementados no mercado, mas até ao momento a tecnologia não está disponível para veículos comerciais. Isto atribui-se ao desafio de desenvolver tecnologia de baterias de alto desempenho que se adapte às necessidades. O trator e100 Vario a bateria foi desenvolvido para desempenhar uma ampla gama de aplicações.

Com base no grupo motopropulsor de um modelo Vario de 50kW, substituiu-se o motor de combustão, os sistemas de escape, ar e combustível e o radiador por um bloco de bateria, um motor elétrico compacto e um sistema de controlo elétrico. A bateria de alta tensão, de 100kWh, é carregada rapidamente e armazena energia suficiente para trabalhar por quatro horas com uma carga de trabalho média. Um inovador sistema de gestão térmica que compreende uma bomba de calor garante o controlo eficiente da temperatura da cabina. A bateria de pilhas também pode servir como armazenamento intermédio para a energia gerada na exploração. Esta modificação não afeta a adequação do trator a qualquer tipo de alfaia. Por não produzir gases de escape e ser muito silenciosa, é ideal para uso em edifícios e também para trabalhos de transporte nas cidades.

Válvula de corte elétrico ESV Lechler A melhor solução em pulverização de precisão consiste, atualmente, num sistema de controlo individual dos bicos que atua em função da sua posição GPS atual. As válvulas pneumáticas são tecnicamente muito difíceis de fabricar e exigem um sistema de ar extra no trator. A unidade Lechler ESV (válvula de corte elétrico) compreende uma válvula, uma linha elétrica e um conector para instalação direta e à prova de falhas em todos os suportes regulares de bico único e multi-bico. O bico abre e fecha rapidamente controlado por CANbus . A sua rápida capacidade de resposta e excelente precisão de aplicação permite que a ESV seja facilmente integrada em sistemas de agricultura inteligentes, para ser usada, por exemplo, em secções de 25 cm com bicos com espaçamento uniforme. A ESV é instalada de forma fácil e rápida através da ligação das linhas elétricas.

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AGRITECHNICA

Câmara estereoscópica CULTI CAM para culturas em linha em sachadores mecânicos Claas| Einböck, Thomas Hatzenbichler Agrotechnik | Bednar FMT | Carre SAS A pulverização química é cada vez menos bem vista pelo público em geral, consumidores e decisores políticos. Neste contexto, o controlo mecânico de ervas daninhas nas culturas em linha está experimentando um retorno. A qualidade e eficácia do trabalho mecânico são conseguidas pelo chassis de deslocamento lateral do sachador que é controlado na linha por um sistema robusto. Até agora, esse tipo de controlo tinha sido implementado através de câmaras com visor a cores 2D. O sistema CULTI CAM da Claas utiliza apenas uma câmara com duas lentes (câmara estéreo) para imagens 3D das culturas. Ao mesmo tempo, os

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algoritmos de segmentação de cores 2D foram refinados e foi também implementado um recurso automático de deteção de altura e ângulo. Ao acionar uma válvula proporcional no chassis hidráulico, o chassis alinha os sachos em paralelo com as linhas. Os benefícios da CULTI CAM incluem um controlo mais preciso da linha em zonas com muitas ervas daninhas, em toda a largura. O sachador também pode ser usado em clima ventoso e em pequenas culturas. Reduz o stress do operador e o uso de produtos químicos, ao mesmo tempo em que permite rendimentos de trabalho mais elevados e a antecipação da sacha.

Ceifeira debulhadora IDEAL AGCO International | AGCO – Fendt | AGCO Deutschland – Massey Ferguson Conseguir níveis máximos de produção mantendo as perdas e a percentagem de grãos danificados em níveis aceitáveis, é um enorme desafio para os operadores de ceifeiras debulhadoras que passam o dia inteiro no interior da cabina. Num esforço para reduzir a fadiga do operador, a New Holland introduziu uma ceifeira debulhadora capaz de se auto-programar. Para isso, é necessário introduzir primeiramente vários dados na máquina: rendimentos das colheitas anteriores, topografia de campo e todas as configurações da ceifeira com base em dados de posicionamento GPS. Durante a primeira passagem da campanha de colheita seguinte, o sistema pode então interpolar esses dados para se adaptar rapidamente a condições variáveis. Esta inovação baseia-se em sensores tradicionais e sistemas de controlo que foram complementados por um novo sensor de pressão no sistema de limpeza que mede indiretamente a carga nos crivos. A quantidade de tempo que o material passa dentro das zonas de debulha e triagem nas estruturas do rotor é controlada ajustando os ângulos dos carris guia. Esta tecnologia tem um impacto maior na velocidade do rotor e na eficiência duma ceifeira debulhadora axial flow do que a substituição da folga do côncavo. Oferece aos operadores três estratégias de colheita diferentes. Usando os dados armazenados no sistema, a ceifeira otimizará as suas configurações por si só – antes da frente de corte começar a cortar.


AGRITECHNICA

AutoTrac Implement Guidance - Sistema de direção ativo para sachadores de linhas, controlado a partir do trator John Deere| MONOSEM O controlo mecânico de pragas em culturas em linha é cada vez mais importante, pois a pulverização química é vista de uma forma cada vez mais critica pelo público em geral. O que tem levado a que repensar os conceitos de máquinas existentes. O AutoTrac Implement Guidance é um sistema de direção ativo para sachadores de linhas, controlado a partir do trator que fornece um controlo preciso entre as linhas sem utilizar um chassis deslizante tradicional. Em vez disso, o sachador é deslocado pelos estabilizadores hidráulicos do engate de três pontos do trator. Esses estabilizadores são controlados por um circuito de controlo integrado do trator que fornece informação sobre a sua posição atual. O sistema de controlo utiliza o sinal da câmara

do sachador e calcula a distância entre o sachador montado e as linhas da cultura detetadas. Além disso, as relhas hidráulicas são baixadas no solo atrás do trator para absorver a tração lateral que se desenvolve quando o sachador se move para cada lado, melhorando assim a funcionalidade do sistema, especialmente em zonas de pendente. Dependendo da qualidade do sinal, o sistema também controla a velocidade do trator. Também possui um interface para monitorizar e registar os parâmetros de posicionamento do sistema. Ao melhorar o chassis deslizante foi possível mover os implementos para mais perto do trator o que, por sua vez, melhorou a estabilidade do mecanismo de controlo de deslocamento lateral.

Sistema de descarga Flexwave Grain Silo GSI Hungary Kft Os silos de cereal de piso plano oferecem maior capacidade de armazenamento do que os de funil de descarga com alturas semelhantes. A desvantagem dos silos de piso plano, porém, é que nunca se esvaziam completamente, ficando sempre um cone de grão residual. Para remover todo o grão é necessário recorrer a semfins móveis que, por sua vez, precisam em alguma altura de alimentação manual - um trabalho pesado devido à poeira, que também é perigoso porque os sem-fins em movimento apresentam risco de acidentes. O sistema de descarga Flexwave Grain Silo, composto por duas almofadas de ar, propõe uma nova abordagem ao problema. No momento da instalação do silo, as almofadas são colocadas, vazias, no seu interior de ambos os lados do alimentador de descarga alcançando as paredes do silo. Cobrem o chão e alcançam

a parede até uma altura nivelada com a ponta do cone de grão que é formada durante o esvaziamento. Durante a descarga, o grão flui inicialmente por gravidade para o alimentador de saída. No entanto, quando pára de fluir a primeira almofada enche-se de ar. Ao fazê-lo, empurra a pilha de grão encostada à parede para o meio do silo. Após a primeira metade do silo estar completamente vazia, o processo começa no outro lado do compartimento. Antes, o ar da primeira almofada é libertado. No final do processo, as duas almofadas vazias são puxadas de volta à posição inicial por cintas lastradas. O processo de esvaziamento é monitorizado remotamente e, portanto, é possível recarregar os silos de cereal sem que as pessoas tenham que aceder para assegurar o esvaziamento completo. O sistema pode ser adaptado a silos existentes sem funil de descarga com piso plano.

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CEMOS para tratores - Sistema de assistência ao operador otimizando a configuração trator/implemento Claas

LevelTuner - sistema de deslocamento do centro de gravidade nas cisternas de chorume Landmaschinen Wienhoff O centro de gravidade varia muito nas cisternas de chorume quando estas estão equipadas com aplicadores diferentes, de diferentes pesos. Isso também afeta a carga da barra de puxo. Como resultado, esta pode rapidamente tornar-se negativa nas deslocações em vazio, situação responsável por acidentes graves em estradas públicas quando os operadores se esquecem de fixar os engates de bola. Nas cisternas de chorume multi-eixos, o LevelTuner altera automaticamente a pressão do ar dentro dos foles no eixo dianteiro,

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ajustando-a em relação à carga da barra de puxo que é medida pelo sistema de suspensão da mesma. Desta forma, a carga da barra de puxo é sempre adequada e a estabilidade na estrada aumenta. Além disso, o sistema garante que a tração em campo seja sempre suficiente durante o espalhamento à medida que o tanque está sendo esvaziado. Ao contrário das opções existentes (por exemplo, eixos de largura variável), este sistema de deslocamento do centro da gravidade opera automaticamente sem a intervenção do operador.

A complexidade de um trator moderno pode ser um obstáculo para operadores inexperientes. Isto acontece especialmente quando um menu de software não tem uma navegação muito intuitiva. O Claas CEMOS é um sistema interativo que oferece uma abordagem fácil de usar para otimizar a configuração de combinações tradicionais de alfaias. O sistema orienta o operador através do menu de configurações - antes e durante o trabalho - usando a linguagem agrícola todos os dias, levando em consideração as configurações inseridas pelo operador e as recomendadas pelo fabricante. Em trabalho, procura constantemente otimizar as configurações atuais do trator e do implemento, fazendo sugestões ao operador que pode aceitá-las ou rejeitá-las de acordo com a qualidade de trabalho pretendida e de outros fatores que possam estar em causa.


O primeiro sistema de configuração combinado pró-ativo e automático New Holland Agriculture Conseguir níveis máximos de produção mantendo as perdas e a percentagem de grãos danificados em níveis aceitáveis, é um enorme desafio para os operadores de ceifeiras debulhadoras que passam o dia inteiro no interior da cabina. Num esforço para reduzir a fadiga do operador, a New Holland introduziu uma ceifeira debulhadora capaz de se autoprogramar. Para isso, é necessário introduzir primeiramente vários dados na máquina: rendimentos das colheitas anteriores, topografia de campo e todas as configurações da ceifeira com base em dados de posicionamento GPS. Durante a primeira passagem da campanha de colheita seguinte, o sistema pode então interpolar esses dados para se adaptar rapidamente a

condições variáveis. Esta inovação baseia-se em sensores tradicionais e sistemas de controlo que foram complementados por um novo sensor de pressão no sistema de limpeza que mede indiretamente a carga nos crivos. A quantidade de tempo que o material passa dentro das zonas de debulha e triagem nas estruturas do rotor é controlada ajustando os ângulos dos carris guia. Esta tecnologia tem um impacto maior na velocidade do rotor e na eficiência duma ceifeira debulhadora axial flow do que a substituição da folga do côncavo. Oferece aos operadores três estratégias de colheita diferentes. Usando os dados armazenados no sistema, a ceifeira otimizará as suas configurações por si só – antes da frente de corte começar a cortar.

SmartService 4.0 – Apoio técnico na hora Amazonen-Werke Máquinas cada vez mais complexas também necessitam de formação cada vez mais especializada dos técnicos de serviço. Nesta perspetiva, o Amazone SmartService 4.0 usa as tecnologias de “realidade virtual” e “realidade aumentada” para desenvolver os processos de aprendizagem e formação para o cliente final e serviço ao cliente e para apoiar os clientes e técnicos de manutenção durante a assistência. O Amazone Smart-Service 4.0 permite o apoio técnico em tempo real e baseado em multimédia, dado por especialistas para técnicos de serviço, bem como no campo da tecnologia de aplicações, dado por consultores de serviços a clientes finais. Com suporte em tempo real, o especialista de serviço/consultor de serviço vê as atividades do técnico de serviço/cliente final e pode fornecer os avisos e/ou as instruções de trabalho correspondentes.

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Agrirouter - Plataforma de troca de dados universal Sensosafe – Vida selvagem protegida Pöttinger Landtechnik O início das estações de colheita traz um grande risco para as crias de veados e gamos no geral, porque a altura do primeiro corte marca geralmente o início da temporada de reprodução. Porém, as técnicas e métodos desenvolvidos até agora para salvar os animais não se mostraram muito eficazes. Um novo sistema agora desenvolvido pela Pöttinger promete ser eficaz: chama-se Sensosafe e consiste numa barra de sensores, instalada na frente da máquina, que detecta qualquer vida selvagem escondida no campo. Os sensores são infravermelhos óticos com luzes LED integradas capazes de detetar os animais enquanto a máquina está em andamento. Assim que um animal é detectado, o sistema hidráulico da frente da máquina é sinalizado para levantar a frente de corte. A vida selvagem é protegida e a cultura não é contaminada. Os sensores infravermelhos são desenvolvimentos personalizados para esta aplicação específica e são capazes de detectar animais efetivamente também à luz solar, ignorando outro tipo de obstáculos.

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AGCO International | Amazonen-Werke | Grimme Holding | Maschinenfabrik Krone | Kuhn S.A. | Lemken | Pöttinger | Rauch | Same Deutz–Fahr No decurso da digitalização adicional da agricultura, a maioria das grandes empresas tenta garantir a fidelidade do cliente com soluções próprias. Por contraste, as pequenas e médias empresas dificilmente são capazes de dominar esse desafio técnico por conta própria. No entanto, para os próprios agricultores, a segurança e propriedade de dados estão no centro das suas preocupações. O Agrirouter é uma plataforma de troca de dados universal, para agricultores e prestadores de

serviços, que combina máquinas e software agrícola de todos os fabricantes para simplificar os procedimentos operacionais e melhorar a eficiência económica. Somente o utilizador pode especificar quem troca quais dados, com quem, e por quanto tempo. O seguinte princípio aplica-se sempre: o Agrirouter transporta dados, não os armazena. Como resultado, todos os dados disponíveis são reunidos pela primeira vez em cooperação com os sistemas de gestão de exploração correspondentes.


AGRITECHNICA

Beacon+GPS+Sigfox COUNTER SX / Pöttinger PÖTPRO Guide - Traçabilidade dos trabalhos de campo Fliegl | Pöttinger

Sistema de alerta telemático para veículos de grandes dimensões Claas Os veículos agrícolas têm geralmente má reputação entre os utilizadores de estradas não-agrícolas. Muitos condutores de automóveis e camião ficam desconfortáveis quando encontram máquinas agrícolas ou tratores com reboques ou implementos em estradas estreitas ou em curvas cegas - independentemente do potencial de acidentes de tais situações. O sistema de alerta telemático para veículos de grandes dimensões da Claas é o primeiro sistema de segurança de trânsito que informa proativamente os motoristas de veículos em rede sobre o posicionamento e status das máquinas agrícolas na sua rota. Para isso, a localização das máquinas agrícolas é transmitida via telemática ou através de um aplicativo Claas para os sistemas de assistência de automóveis e camiões, virtualmente, em tempo real. Com o sistema de dados aberto, uma ampla gama de sistemas de navegação pode aceder os dados armazenados pela Claas, permitindo que denunciem avisos aos utilizadores da estrada.

Para que os fabricantes de alimentos possam ter acesso à traçabilidade dos produtos , de acordo com os regulamentos da UE, há muitos anos que a Fliegl se concentrou na tecnologia “beacons” que, na sua forma original, são transmissores Bluetooth pequenos e baratos para o reconhecimento de máquinas. Com o Fliegl COUNTER SX, a tecnologia beacon foi amplamente expandida com funcionalidades adicionais, permitindo uma entrada pouco onerosa e flexível em tecnologias agrícolas inteligentes que trouxeram grandes benefícios. O COUNTER SX usa a tecnologia de rádio inovadora Sigfox, sensores 3D e GPS, permitindo a comunicação automática entre as máquinas e a exploração independentemente das redes móveis. Regista os movimentos das máquinas através da avaliação inteligente dos sensores de aceleração e inclinação 3D integrados no beacon, analisando-

os de seguida com algoritmos correspondentes de uma ampla gama de processos, transmitindo depois a informação recolhida. Graças à diminuição dos custos unitários e à integração simplificada das aplicações, a tecnologia beacon é recomendada para uso em aplicações agrícolas. São exemplos de utilização a operação de enfardamento de fardos redondos em que pode gravar a descarga dos fardos e a sua localização no solo; ou a proteção contra roubo, o rastreamento e monitorização da temperatura.

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AGRITECHNICA

Sistema SmaArt Camera Darwin para desbaste automático da flor

Ventor 4150 – Colhedora de batata de quatro linhas com sistema de elevação que duplica a capacidade

Fruit-Tec Adolf Betz A regulação da quantidade de fruta numa planta ou árvore através da poda é uma das medidas mais importantes utilizadas na produção comercial intensiva de fruta. No desbaste mecânico da flor, o maior desafio consiste na avaliação do grau de desbaste e no ajuste ideal da velocidade do eixo. Este sistema substitui a estimativa subjetiva da força de florescência pelo olho com deteção objetiva por câmara fotográfica. Para fazer isso, uma câmara instalada na frente do eixo de desbaste deteta a densidade da flor de cada árvore individual e transmite os dados para o computador de bordo em tempo real. Usando um algoritmo de desbaste, o computador calcula a velocidade máxima do eixo e controla a unidade de desbaste. Esta consiste de um eixo no qual estão dispostas seis fiadas de troços de fio que removem a flor por rotação. A intensidade de desbaste é controlada em grande medida pela velocidade do eixo. Como opção, o sistema pode ser combinado com um receptor GPS sendo possível detetar cada árvore individual e atribuir-lhe os dados respetivos, como o número de flores e a velocidade do eixo, para compará-los mais tarde com os dados da colheita. Como sistema mecânico, o sistema SmaArt Camera Darwin pode substituir o desbaste químico ou manual da flor.

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Grimme Landmaschinenfabrik

A elevação do corpo da charrua, automatizada e baseada em GPS, otimiza os resultados da lavoura Kuhn A largura de trabalho das charruas tem vindo constantemente a aumentar nos últimos anos. As larguras maiores, no entanto, deixam um padrão de lavoura em forma de “Z” nas cabeceiras, quando os corpos recolhem e a charrua é levantada. Isso dificulta a mobilização correta nas cabeceiras, bem como a incorporação adequada do restolho e das infestantes, levando ao crescimento das mesmas na seguinte cultura. O “controlo de secção” da Kuhn é um sistema de controlo eletro-hidráulico que utiliza o sistema hidráulico non-stop para controlar os corpos individuais com base nos dados de posicionamento do GPS, levantando-os e baixando-os automaticamente. O sistema consegue que a parede do rego fique completamente direita (straight furrow edge), em vez de em forma de “Z”, o que facilita as operações seguintes, como a lavoura nas cabeceiras, e garante que os resíduos das colheitas são eficazmente incorporados. No geral, o sistema reduz a fadiga do operador e retira carga do eixo traseiro, das rodas traseiras e dos engates.

Como muitas outras máquinas agrícolas, o desenvolvimento de colhedoras de batata de alta capacidade para maior desempenho e eficiência é limitado pela dimensão física das máquinas e pela restrição de largura de transporte de 3,5 m. A Grimme implementou um sistema extremamente suave de separação de solo e rama na colhedora de batata Ventor 4150, uma máquina automotriz de quatro linhas que não excede a largura limite de transporte de 3,5 m. As duas cadeias de separação que transportam as batatas para dentro da máquina são seguidas por uma primeira cadeia composta por duas cintas separadas. Estas são seguidas por uma cadeia transportadora sem fim com uma rede de remoção de lixo de malha larga e fixa. No final da linha, o fluxo de cultura é então conduzido para a extremidade direita ou esquerda do respectivo canal de triagem esquerdo, que oferecem capacidade suficiente e ajuste contínuo para garantir um elevado rendimento e um tratamento muito suave da colheita. Um mecanismo de dobragem (patenteado) dobra as duas unidades de separação de lixo na máquina, não excedendo a largura de transporte de 3,5 metros.


Smart Crop Damage Identification Sistema de identificação inteligente para danos nas culturas causados por animais Agrocom Poland A estimativa dos danos causados pela caça e tempestades (tempestades de granizo, precipitação intensa, geada noturna, lamas e inundação) é difícil, além de demorada e imprecisa. Uma estimativa pouco clara de danos é muitas vezes a causa de conflitos entre aqueles que incorrem neles por exemplo, entre companhias de seguros. No entanto, um processo de imagem tridimensional como o proposto pela Agrocom — Smart Crop Damage Identification (SCDI) — fornece uma solução para o problema. Consegue registar a caça e os danos naturais no final do período vegetativo mesmo para culturas altas, e faz uma avaliação e/ou estimativa de

danos possíveis. O SCDI trabalha com imagens 3D que são captadas por drones a baixa altitude. Para isso, são criadas linhas paralelas a altitudes estáveis com direções longitudinais fotográficas usando o software de planeamento. No SCDI, as imagens gravadas dessa forma são combinadas com dados laser LIDAR (detecção e variação de luz) existentes e os danos nas áreas são calculados automaticamente. Outras fotografias e avaliações também são possíveis. A aquisição inteligente de dados usando drones não impede o trabalho nos campos. O sistema reduz o tempo de trabalho exigido pelos agricultores na verificação de stocks.

Farmdok – Automatização de registos agrícolas com smartphones Farmdok O Farmdok é um software agrícola para a documentação móvel e automática de dados agrícolas no campo com smartphone e/ou tablet. A análise de amostras de cultivo e dados GPS permite a automatização praticamente completa da aquisição de dados. O algoritmo Farmdok TaskPrediction mede os parâmetros, incluindo materiais operacionais, quantidades e máquinas utilizadas, sendo os dados a serem coletados propostos automaticamente no início de cada trabalho. O algoritmo WorkCognition é usado para a deteção e determinação fiáveis da área cultivada, usando uma análise de padrão de condução de grande alcance sem a necessidade de geo-cercas. Isso permite que o trabalho rodoviário e o de campo sejam diferenciados e que as cargas aplicadas sejam contabilizadas. O agricultor beneficia do tempo economizado com um mínimo de esforço operacional. O sistema é fácil de operar, não requer hardware adicional e, portanto, permite uma entrada de baixo custo na digitalização dos dados da exploração a agricultores ou prestadores de serviços. ABOLSAMIA outubro / novembro 2017

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QUANDO É PARA ATACAR É DE NOITE E DE DIA

Na lezíria do Tejo são abundantes as culturas de melão, uva, tomate e milho e em Almeirim o telefone da Juncos Silvestres, Lda não pára de tocar desde 1997. Se é uma vasta clientela que solicita os serviços de maquinaria agrícola à família Justino, também a resposta é dada na hora e em força. Aos temores de uma ameaça de chuva é usual avançar toda a “cavalaria” pela madrugada dentro até que o terreno esteja devidamente preparado. Veja a Galeria de Fotos em: www.flickr.com/abolsamia

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Por CARLOS BRANCO Fotos FRANCISCO MARQUES

A Empresa Foi em 1997 que Aníbal Justino fundou a empresa familiar, hoje registada como Juncos Silvestres, Lda, mas desde a primeira hora instalada no Parque Industrial de Almeirim. Suportou com maior ou menor aperto as dores de crescimento e orgulham-se, o pai e o filho, Jorge Justino, da maquinaria que preenche uma área de 3800m2, 750 dos quais cobertos, pavilhão onde nove tratores aguardam ordem de saída para o campo. Com motorizações variadas e


GESTÃO DE PARQUE DE MÁQUINAS

porta da Juncos Silvestres. “Infelizmente há muito desemprego, e a gente nova, alguns com bastantes estudos, mesmo que não esteja disposta a seguir a via agrícola precisa de ganhar algum dinheiro. O pior é que não chega tirar a carta de tratorista. Mesmo para o transporte não é suficiente, pois é de outra envergadura, requer muito cuidado nas velocidades e manobras. É preciso calo”, afiança Jorge Justino.

Gente com ideias

potências compreendidas entre os 80 e os 220cv, a mais recente aquisição é um Massey Ferguson 7619, o oitavo da marca norteamericana que a empresa tem ao seu serviço, e também o mais potente. Um Landini 8860 é o menos musculado de todos. O serviço está a cargo de três funcionários, a tempo inteiro, a que se juntam pai e filho. A força de trabalho fica completa com a presença de um mecânico. “Por vezes metemos pessoal ao dia, mas as novas máquinas acabam por fazer dispensar mais operadores. Acontece que também

há pessoal sem experiência. Somos perfecionistas e quando algo não sai bem à primeira voltamos para corrigir”, diz Jorge Justino, aludindo a algumas “mariquices” de que o agricultor gosta, mas que na maior parte das vezes não dispõe de maquinaria adequada, ou não o sabe fazer. O pai Aníbal remata o assunto: “Pode ser apenas para cortar a erva junto ao furo, ou para não ficar um rasto torto. E para quê? É um acabamento que agrada e para o ano o agricultor volta a chamarnos.” Muita gente tem batido à

A predileção pelos MF é de longa data, “desde o início da empresa”, justifica o mais novo dos Justino, que sublinha o vínculo comercial à Agrogaspares, de Muge: “Tem sido uma boa opção, tal como a assistência técnica e os tratores não nos têm dado problemas.” Outra parceria bem sucedida assenta na Herculano, do Grupo Ferpinta, sedeada em Oliveira de Azeméis, a quem têm adquirido os reboques para transporte. Os Justino não lhes poupam elogios, como exprime Jorge: “Acabámos de adquirir aos Apolinários [a empresa dos três irmãos] um reboque para espalhar estrume da Herculano, que já vem com alterações que nós pensámos. E a verdade é que deixámos de ter alguns problemas de outrora. Os modelos que tenho visto nas feiras já têm alterações que nós por aqui temos experimentado com sucesso. Em outras marcas, quando sugerimos algo, dizemnos que o engenheiro é que sabe, portanto o engenheiro é que manda… Às vezes estragamos para aprender, mas assim que os altero o gosto pelo trabalho é outro.” Jorge Justino explica melhor esta faceta: “Sempre o fizemos e faremos. Quando a alfaia sai

da fábrica ela foi testada para determinado tipo de trabalho. Mas nós não fazemos só ‘trabalhostipo’, trabalhamos todo o tipo de terreno e acabamos por achar que é preciso alterar. No caso dos reboques admito que a Herculano dá ouvidos às pessoas, pois há material novo que eles lançam depois de verem o que nós fazemos e as alterações que introduzimos. Tiram fotografias ao que fazemos, testam e assim que verificam que é uma melhoria eles introduzem a alteração para produção futura. Fazem muito melhor que nós, mas a partir das nossas ideias.” Quase todo o trabalho de manutenção da frota e seus equipamentos é feito no pavilhão da empresa. “Temos o nosso mecânico, mas recorremos ao concessionário quando não temos equipamento adequado. Quando entra a electrónica não entra o nosso mecânico. Há coisas que só a marca pode tratar e nós respeitamos isso. Há software que só ela pode trabalhar”, admite Jorge Justino.

Ficar com a língua de fora Se o parque de máquinas da Juncos Silvestres é bastante variado, a gestão do mesmo pode proporcionar algumas dores de cabeça aos proprietários. E a hora da decisão de troca ou compra de novo equipamento não é encarada de ânimo leve. “É hora de ir embora quando já está com a ‘língua de fora’”, expressão desarmante, mas que é justificada por Jorge Justino: “Podemos perder valor de retoma, mas levamo-lo até ao final da vida útil. Honramos sempre os nossos compromissos e os valores são de monta.” Enquanto o diz, olha para uma das duas gigantes ceifeiras New Holland CR7.90 e lança outro número gigante – mais de 3500 euros de encargo mensal. ABOLSAMIA outubro / novembro 2017

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GESTÃO DE PARQUE DE MÁQUINAS

“Optamos mais pela substituição e vamos subindo a potência dos tratores devido à maior dimensão dos trabalhos. Não temos apoios, enquanto o agricultor acaba por entregar um trator à troca com duas campanhas e com 1000/2000 horas e arranja um trator maior. Nós levamo-los até ao final da vida útil e os equipamentos tentamos restaurar”, admite o filho Justino. E acrescenta: “Evitamos recorrer à banca, mesmo que tenhamos sempre a

Uma parceria bem sucedida assenta na Herculano, do Grupo Ferpinta, sedeada em Oliveira de Azeméis, a quem têm adquirido os reboques para transporte.

porta aberta. Para a agricultura, a banca tem estado sempre de porta aberta. Atualmente, temos alfaias para tudo, mas também não temos tanto medo de investir, o problema é quem se atrasa em nos pagar os serviços. E que para nós o cumprimento dos pagamentos é muito importante.” Ainda sobre a gestão da maquinaria e o controlo das horas de funcionamento, Jorge Justino diz-se perfeitamente ciente da importância que teria para o seu negócio a aquisição de telemetria específica: “É boa e faz falta, mas há coisas mais prioritárias que temos de salvaguardar.” Já quanto a outras ajudas no trabalho de campo está quase decidido a adquirir aparelhos GPS. “Minimizaria os custos e o próprio trabalho. Deixaríamos tudo ainda mais direito, não teríamos que voltar ao terreno por causa de um quilómetro que ficou torto. É que na sementeira

Reboque tandem espalhador de estrume da Herculano.

do milho o pessoal gosta de ver aquilo tudo direitinho. Já fui contactado por diversas empresas para me mostrarem esses produtos, mas se o agricultor pode fazer isso, e para tal tem ajudas, nós não”, deixa o lamento, mas que diz ter uma razão para o ser. Acima de tudo, pelos atrasos nos pagamentos dos seus serviços.

PARQUE DE MÁQUINAS ATUAL Tratores 2 Massey Ferguson 7619; 2 Massey Ferguson 6490 Dyna Shift; 1 Massey Ferguson 6485 Dyna 6; 1 Massey Ferguson 6480 Dyna 6; 1 Massey Ferguson 6270 Power Control; 1 Massey Ferguson 6255 Power Control; 1 Landini 8860.

Equipamentos

Pavilhão coberto com 750m2 onde nove tratores aguardam a saída para o campo, com motorizações variadas e potências compreendidas entre os 80 e os 220cv.

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4 reboques tridem e 2 tandem Herculano; 3 Chísel Agrator; 3 semeadores de milho Maschio Gaspardo; 2 reboques espalhadores de estrume Herculano; 2 ceifeiras New Holland CR7.90; 2 pás niveladoras (Galucho e Quinas); 2 grades Galucho; 2 grades rápidas Lemken; 2 ripper Galucho; 2 charruas Galucho (1 ferro); 2 charruas Galucho (2 ferros); 1 grade Herculano (26 discos); 1 charrua Galucho (5 ferros); 1 gadanheira Claas; 1 gadanheira Kuhn; 1 espalhador de feno Vicon; 1 destroçador Maschio Gaspardo; 1 semeador de trigo de discos Amazone; 1 grade Esperanças; 1 reboque de trasfega António Pinto; 1 espalhador de adubo Sóla; 1 reboque de 18t de taipais Herculano.



GESTÃO DE PARQUE DE MÁQUINAS

Grade Herculano de 26 discos.

Cumprir por quem não pode A quebra do negócio na Juncos Silvestres começou a sentir-se em 2007, mas falta de serviço nunca ali foi sentido. Da crise geral que diz ter assolado o país, Jorge Justino clarifica que “a única crise que notámos foi a nível dos pagamentos.” E vai mais a fundo: “O agricultor, quando sente o problema, acaba por passá-lo a outro. Mas aqui temos tido o estofo de aguentar o que o agricultor não consegue cumprir. Se ele pede para hoje temos a capacidade de resposta, temos uma equipa boa e não há horários em época de campanha. Quando é para atacar é de noite e de dia. Até às três, quatro da manhã, antes da chuva, não paramos enquanto não tratamos a terra ao cliente. Nem que enviemos a frota toda para atacarmos em grande. Não deixamos de fazer o serviço, mesmo que o agricultor não pague a tempo e horas. Acontece que hoje ninguém tem reservas e ninguém está a trabalhar com dinheiro próprio, é tudo dinheiro de banca. Isto é um ciclo vicioso. Nós também temos contas para pagar e acabamos por ter que recorrer a um crédito de campanha, ou uma livrança. É que o gasóleo tem que ser pago e os ordenados também. Muita gente se esquece, mas o compromisso não espera. A maquinaria tem que ser paga. Por vezes precisávamos

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de mais uma alfaia e não se pode. Temos o dinheiro, mas não está ao nosso alcance.” Ali estava o pai, aquiescendo, e o filho fala agora do pai daquele: “Já o meu avô falava que tem de haver sempre um ‘celeiro’, para qualquer ocorrência, ou uma avaria. Se quisermos preparar uma área de 300 ou 400 hectares, isso

já faz mossa. É muito combustível e trabalho, muitas horas de funcionários fora do período normal de serviço.” Almeirim tem mais de 222km2 de área, mas a Juncos Silvestres tem ultrapassado os limites concelhios para trabalhar. No início de outubro já tinha em agenda trabalho em Ferreira do Alentejo, para espalhar 300 carradas de lamas das ETAR em Santa Margarida do Sado. “Há muito serviço por aí e em Almeirim, onde o clima é bom – deve ser uma das melhores zonas agrícolas -, trabalha-se bem, com boa tecnologia. A tendência,

“O agricultor, quando sente o problema, acaba por passá-lo a outro. Aqui temos tido o estofo de aguentar o que o agricultor não consegue cumprir. Se ele pede para hoje temos a capacidade de resposta, temos uma equipa boa e não há horários em época de campanha. Quando é para atacar é de noite e de dia.” agora, é cada vez menos charrua – talvez apenas para o tomate -, e mais chísel e grade rápida. Em tempos, tínhamos que vir a casa trocar várias vezes de alfaia. Hoje, aquela alfaia faz tudo. E preparar uma terra para trigo era uma carga de trabalhos. Era preciso lavrar e passar com uma grade de tornos. Agora, com uma só alfaia prepara-se a terra e logo avança o semeador”.

Aníbal Justino acompanhado do seu filho Jorge Justino.



PRODUTO

New Holland T4S, um utilitário de mecânica simples

Ceifeira New Holland CR Revelation com maior desempenho A ceifeira debulhadora CR Revelation surge agora com um sistema de gestão de resíduos remodelado, fluxo de colheita ajustável melhorado e mais uma atualização, prometendo um aumento da capacidade de colheita de até 10% e o melhoramento do desempenho da gestão de resíduos.

As principais características incluídas nesta série são: • as novas pás do rotor remotas ajustáveis, controladas a partir da cabina, com posição infinitamente variável entre lenta e rápida, para um maior controlo do fluxo de colheita, disponível como opção nos quatro modelos de 22” topo de gama. • o reinício do côncavo no interior da cabina reduz o tempo de inatividade em caso de separação do côncavo: basta o operador esvaziar os rotores, parar a ceifeira-debulhadora, rearmar os côncavos automaticamente e retomar a colheita. • os 3 modelos topo de gama apresentam também rotores

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TwinPitch Plus com barras raspadoras de 3”, que proporcionam ganhos em eficiência energética desde 20 kW nos modelos CR8.90 até 28 kW nas CR10.90 topo de gama. • motorizações mais potentes. Um novo sistema de gestão de resíduos foi conseguido através de melhorias do picador, que incluem um rotor reforçado, contrafacas mais compridas e maior velocidade do picador, que resultam numa amostra mais fina e numa redução de 50% de palha longa. O espalhador de palha foi completamente remodelado com um sistema patenteado de fluxo de colheita pneumático que substitui o design tradicional baseado no impacto. A largura de espalhamento foi aumentada para 14 metros e pode ser ajustada a partir da cabina. O sistema de gestão de palha OptiSpreadTM foi melhorado com motores hidráulicos 25% mais fortes, pás em forma de V e raspadores de limpeza, garantindo um espalhamento de 14 metros.

Claas App Farm Scout para smartphone A App Farm Scout da Claas permite que o staff da exploração tenha acesso, a qualquer momento, a informações relevantes dos trabalhos que estão a ser levados a cabo na exploração. O principal objetivo desta app, que está disponível desde julho, é melhorar a comunicação entre os membros de uma equipa, proporcionando uma melhor organização dos processos de trabalho. Tem uma funcionalidade de chat, as tarefas que estão agendadas, bem como as áreas já trabalhadas. No fundo, é uma alternativa às chamadas telefónicas e permite que todos estejam em contacto e a par do que vai sendo comunicado. Dessa forma, torna-se mais fácil dar resposta a alterações de planos, por exemplo em presença de uma avaria, ou perante uma mudança do estado do tempo.

Para responder à procura crescente por tratores com uma maior simplicidade mecânica, a New Holland vai apresentar na Agritechnica a série T4S direcionada para explorações pecuárias e pequenas explorações mistas. A gama de três modelos inclui potências nominais de 55, 65 e 75 cv. As motorizações são de três cilindros e 2,9 litros S8000, Fase IIIB, com reserva de binário de até 32%, e incluem turbocompressor com interrefrigerador. De série, os modelos T4S estão equipados com uma transmissão de 8 velocidades para a frente e 8 velocidades para trás, com quatro velocidades sincronizadas divididas entre as gamas altas e baixas. Opcionalmente, uma transmissão 12 x 12 será disponibilizada para toda a gama, podendo ser otimizada com a adição do inversor hidráulico, para além de uma variante de velocidades extra-lentas desde 0,108km/h. A capacidade de elevação traseira da T4S oferece 3000 kg com dois cilindros auxiliares externos. Estão disponíveis até três controlos hidráulicos remotos, proporcionando um fluxo standard de até 48 l/min. Todos os tratores T4S estão equipados com uma TDF 540/540E de 2 velocidades e, opcionalmente, de tomada de força proporcional ao avanço. A cabina de quatro pilares foi desenvolvida especificamente para a série T4S, visibilidade de 360º e tejadilho de abrir. No que toca a dimensões, o TS4 tem uma distância entre eixos de 2130 mm e uma altura total de 2520 mm. Dependendo do equipamento de pneus e rodas, as larguras de funcionamento ao longo da traseira do trator situam-se entre 1440 mm e 1950 mm. A Série T4S estará disponível em Portugal a partir de 2018.



PRODUTO

Krone Frente de milho para diferentes marcas

Estreias BKT na Agritechnica 2017 Estas são as principais novidades de produto que a BKT vai apresentar no seu stand na Agritechnica: Na família Flotation, o FL 637 faz a sua estreia (no tamanho 520/50 R 17), como pneu desenvolvido em particular para espalhadores, reboques e camiões-cisterna. O desenho direcional do piso garante uma excecional tração, enquanto a estrutura com cintura em aço assegura uma maior durabilidade associada a uma capacidade de carga superior. Excelentes propriedades de flutuabilidade, baixa resistência ao movimento e ótimas capacidades de autolimpeza que o tornam numa boa solução para o transporte combinado tanto no campo como na estrada. Indicado para os tratores de grande potência, o Agrimax V-Flecto é a resposta da BKT aos requisitos atuais e futuros da agricultura moderna, aumentando liquidamente os desempenhos das máquinas, como refere a empresa “um pneu capaz de gerir os constrangimentos mais elevados e a velocidade do trator, mesmo em estradas asfaltadas.” No stand da BKT estará também o BK-Loader 53 (no tamanho 405/70 R 20), um pneu lançado recentemente no mercado e especializado em operações de reciclagem. Dotado de cinturas em aramida, foi concebido para equipar as pás carregadoras usadas em aplicações industriais, para as quais é particularmente adequado.

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A frente para milho EasyCollect desenvolvida pela Krone e empregue até agora apenas nas suas ensiladoras automotrizes, passa a estar disponivel também com compatibilidade de engate em ensiladoras de outros fabricantes. Estamos a falar de três marcas: Claas, John Deere e New Holland. A Krone assinala que reduziu o número de componentes e engrenagens desta frente, o que a torna mais ligeira comparativamente com as frentes de corte de outros fornecedores. Isto resulta num manuseamento mais fácil, e torna-se possível fazer uso de frentes de corte mais largas em ensiladoras de segmento de potência mais baixo. A EasyCollect está disponível para larguras de trabalho de 4,5 m, 6 m, 7,5 m e 9m (6, 8, 10 e 12 linhas).

Antonio Carraro Série 10900 R com motores Fase IIIB A nova série R representa a atualização de modelos já existentes a um novo patamar de emissões poluentes. Desdobra-se em sete diferentes versões – TRX, TRG, TGF, TTR, SRX, Mach4 e Mach2 – que partilham a mesma denominação 10900 R. Ainda que sejam todos tratores pertencentes a uma categoria comum, a diferenciação está sobretudo na configuração do chassis, plataforma e sistema de tração. Há versões de chassis rígido, com baixo centro de gravidade, com maior largura de via, articuladas, ou ainda com sistema de rastos de

borracha no eixo traseiro ou em ambos. O motor, comum a todas as variantes, é um 4 cilindros com 3769 cm³, fornecido pela Kubota. Desenvolve 98 cv de potência e cumpre agora o nível de emissões IIIB/Tier 4i com recurso a um sistema DPF+DOC+EGR. O elevador hidráulico conta com sistema de suspensão Uniflex, para circulação em estrada com alfaias engatadas no elevador traseiro. Em termos de cabine, o cliente pode optar pela versão Protector 100 ou então pela nova Air, pressurizada e com certificação de categoria 4.

Ajuste de largura de via em reboques Rosier Greidanus Esta firma holandesa é mais do que um simples concessionário. Além de comercializar máquinas agrícolas e de prestar assistência, também dá forma às suas próprias invenções. Um exemplo é a transformação que tem vindo a fazer em reboques de eixo duplo, independentemente do que tenham em cima do chassis e da função a que se destinem. Seja uma cisterna para incorporação de chorume ou um reboque autocarregador de forragem, desde que tenha eixo duplo, a Rosier Greidanus disponibiliza uma transformação que tem em vista enfrentar terrenos encharcados, minimizando a formação de rodeiras e a compactação. O eixo traseiro é mantido fixo, e no eixo dianteiro é instalado um dispositivo para ajuste de via mediante comando hidráulico. Desta forma, chegado ao campo, o condutor pode deslocar as rodas do eixo dianteiro alguns centímetros para fora, aumentando a largura de via. As rodas dianteiras ficam a pisar fora da via das rodas traseiras, proporcionado assim uma distribuição mais uniforme do peso do reboque.



PRODUTO

Propulsão a gás e uma visão de futuro New Holland Foi na feira Farm Progress Show 2017, realizada no Illionois, EUA, que a marca apresentou o mais recente protótipo de trator movido a metano. Com motor FTP de 6 cilindros a gás metano, e equiparável a um diesel em termos de performance e autonomia, vale a pena olha para outras propostas incluídas neste protótipo para além da propulsão.

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Salta à vista o arrojo do design. Em vez de fazer uma derivação a partir de um modelo de série, como nas gerações anteriores também movidas a metano, a marca optou por uma estilização exclusiva, em que a arrumação dos depósitos de gás surge integrada na estrutura convencional do trator. “Vão ver que este é um trator muito diferente dos que estão

em utilização hoje em dia. Redesenhámos o trator para integrar elementos icónicos fortes”, explicou Carlo Lambro, Presidente da New Holland Agriculture. Nesta montra que pode servir de inspiração a futuros modelos de série, o painel de instrumentos é composto por um monitor instalado no centro do volante. Outro monitor, de maiores dimensões, está posicionado na zona superior da cabine. Segundo a visão apontada pela marca, o operador

poderia fazer deslizar uma área do monitor grande para que fosse visualizada no monitor pequeno. E poderia depois voltar a deslizá-la, transferindo-a novamente para esse monitor maior. Esta visão de futuro inclui também controlo por voz, por exemplo para ajustar o nível de climatização, e uma simbiose entre trator e smartphone. Através deste dispositivo seria possível controlar o elevador hidráulico, bem como bloquear ou desbloquear o trator.


Em parceria com

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ódig com o c

Os modelos maiores da linha Puma – desde o Puma 185 Multicontroller ao Puma 240 CVX – vão surgir no mercado em 2018 com algumas melhorias. No passado mês de julho, conduzimos um dos primeiros Puma 240 CVX a sair de St. Valentin já com as novas configurações. Num contexto em que cada vez mais é necessário trabalhar a velocidades altas, dado o estreitar das janelas das culturas, o sistema de suspensão ganha um acumulador adicional para proporcionar um maior conforto. O eixo dianteiro ganha ainda funcionalidades para ‘Controlo Adaptativo da Direção’. Por detrás do nome está a possibilidade de alterar o rácio entre o número de voltas do volante e o ângulo de viragem das rodas. Num evento que a Case IH organizou na Eslováquia, conduzimos em campo um Puma 240 CVX. Os Puma são tratores com um percurso bem afirmado e que têm passado por diversas evoluções. Além do comportamento habitual deste modelo, o que há a evidenciar é o seguinte. Quando, nos ajustes da direção, definimos que para o mínimo número de voltas do volante deveria corresponder o máximo de

ângulo de viragem das rodas, ficámos surpreendidos com a performance de resposta. A baixa velocidade, a direção apresenta uma rapidez que é impressionante. Depois, à medida que subimos a velocidade, para assegurar um adequado controlo da trajetória, o rácio vai-se aproximando dos valores standard. A rápida resposta da direção deve-se também ao que a Case IH chama de ‘Direção reativa’, e que previu a instalação de novos sensores de direção no eixo dianteiro, responsáveis inclusive por recentrar a trajetória do trator de forma autónoma. Outra novidade é que através do terminal AFS 700 passa a ser possível configurar todos os botões da manete Multicontroller – à excessão dos que estão dedicados à transmissão –, bem como os comandos dos distribuidores. Desta forma, o operador pode pôr a alfaia a ser comandada da maneira que lhe der mais jeito. Os retoques nos Puma incluem ainda um novo código de cores das válvulas hidráulicas, para ser mais fácil identificar os distribuidores que correspondem a cada comando na cabine. Em termos de carga massa admissível, os valores passaram dos 13.000 para os 13.650 kg nos Puma Multicontroller e para os 14.000 kg nos Puma CVX.

No centro das produções

Crédito imagens: Peopleimages.com / Gettyimages

Puma na versão 2018 com melhorias Case IH

anos 1977-2017

SERVIÇOS À MEDIDA

CRIADOS PARA SI :

Acolhimento – um clube Internacional, acompanhamento na sua língua, uma visita personalizada do salão, etc. Intercâmbios – visitas gratuitas a explorações nos arredores de Montpellier Business – encontros personalizados com os expositores Descoberta – saídas à noite e restaurantes a preços reduzidos em Montpellier

Promosalons Portugal – Leonor Bello – Tel. : +351(0) 213 241 997 – e-mail : bellol@promosalons.com CCILF- Câmara do Comércio e Indústria Luso-Francesa

28-30 NOVEMBRO 2017

PARQUE DAS EXPOSIÇÕES

MONTPELLIER - FRANCE w w w . s i t e v i . c o m VINHA

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LEGUMES

Siga-nos em :

SALÃO INTERNACIONAL DOS EQUIPAMENTOS E DO CONHECIMENTO PARA AS PRODUÇÕES VINHA-VINHO, AZEITONA, FRUTAS-LEGUMES EXPOSIMA 70, avenue du Général de Gaulle - 92058 Paris La Défense cedex Tél. : +33 (0)1 76 77 11 11 - Fax : +33 (0)1 53 30 95 09 E-mail : sitevi@comexposium.com

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PRODUTO Fendt

PLANTEL AINDA MAIS COMPLETO Por SEBASTIÃO MARQUES

Fendt 1165 MT

FENDT O período de transferências no futebol chegou ao fim e houve equipas que não conseguiram apetrechar os seus plantéis com tudo aquilo que desejavam. Se a Fendt fosse um clube de futebol, não seria um destes casos. A marca alemã que pertence ao Grupo AGCO continua a alargar a sua gama de produtos e, desta vez, nem quis esperar pela Agritechnica para apresentar as quase 40 novidades (!) que a tornam ainda mais full-liner. Mas atenção, as aquisições de outros fabricantes podem nem ficar por aqui...

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Fendt 943 MT

O plano para se tornar full-liner está traçado há algum tempo como parte da estratégia da Fendt e, segundo vamos constatando, as coisas parecem estar a correr bem. No passado mês de setembro, a marca apresentou aos jornalistas, na sua fábrica de Marktoberdorf, os 39 novos produtos da marca que estarão presentes em novembro na Agritechnica, em Hannover. Entre as novidades contam-se, por exemplo, sete novos tratores, sete pulverizadores, ou seis enfardadeiras de fardos redondos e retangulares.

Novas contratações Em boa verdade, alguns destes produtos não são verdadeiras novidades para o mercado, apenas o são na medida em que agora “vestem” de verde Fendt. Neste grupo falamos do 1100 MT de rastos de borracha e do Rogator, trator e pulverizador automotriz que na Europa e no Médio Oriente deixarão de ser Challenger para passar a ser vendidos como Fendt. Os reboques forrageiros e as enfardadeiras ex-Lely, empresa que também foi adquirida este ano pela AGCO (apenas a parte da


Veja a Galeria de Fotos em: www.flickr.com/abolsamia

Agora, também de rastos No entanto, também foram apresentados produtos completamente novos, tal como o 900 Vario MT de rastos de borracha ou a ceifeira Ideal, igualmente abordada nesta edição. Relativamente ao 900 Vario MT, vem substituir o Challenger MT700E mas, ao contrário do 1100 MT, que não é mais do que um MT800E pintado de verde, o 900 incorpora várias características da série 1000 da Fendt, não só ao nível do design. Os controlos são bastante parecidos, a transmissão Vario é a mesma com pequenas adaptações e o sistema de arrefecimento do motor é igual. O 900 Vario MT contará com três versões, o 938 MT de 380 cv, o 940 MT de 405 cv, e o 943 MT de 435 cv.

Jovens Promessas Relativamente aos projetos mais “futuristas” da Fendt, foi apresentado o e100 Vario, que não é mais do que uma versão elétrica do 200 Vario. Com 50kW (67 cv), o trator equipa com uma bateria de iões de lítio de 650 V, de fabrico austríaco, e deverá entrar em produção no ano 2020. Sem preço ainda definido será, nas palavras dos responsáveis da marca “bom e caro”. Quanto à expansão da eletricidade para outras gamas de potência esta está em estudo mas,

é crença na Fendt que os motores a diesel estarão na indústria durante, pelo menos, mais 100 anos (para as altas potências). O biogás é ainda demasiado caro. Finalmente, o projeto MARS (Mobile Agricultural Robot Swarms) esteve em demonstração, tendo sido possível observar algumas das funcionalidades que estes robots autónomos são já capazes de levar a cabo.

Mercado em aberto Apesar dos significativos acrescentos à gama da marca, a verdade é que existem “posições” ainda por preencher. Martin Richenhagen, CEO da AGCO, não se coibiu de falar sobre as ideias e, quem sabe, possibilidades que lhe vão surgindo, referindo que os novos produtos tanto podem ser fruto do departamento de I&D como de aquisições de outras marcas. Ao nível dos carregadores telescópicos, não descartou conversações com a Manitou, a Merlo ou até a JCB. Já no que se refere a equipamentos de cultivo, não escondeu que tanto a Gregoire Besson como a Lemken seriam bons acrescentos. O novo e100 Vario, vencedor de uma medalha de prata na Agritechnica 2017, não é mais do que uma versão elétrica do Fendt 200 Vario. Com base no grupo motopropulsor de um modelo Vario de 50kW, substituiu-se o motor de combustão, os sistemas de escape, ar e combustível e o radiador por um bloco de bateria, um motor elétrico compacto e um sistema de controlo elétrico.

MEDALHAS

gama forrageira) foram as outras “contratações” que já equiparam à Fendt.

Fendt PRODUTO

SISTEMA FENDT MARS O sistema Fendt MARS, medalha de prata na Agritechnica 2017, é a primeira aplicação comercializável com tecnologia de “enxame” na engenharia agrícola. Consta de uma série de pequenas unidades auto-guiadas e elétricas que são implementadas para a sementeira de milho. ABOLSAMIA outubro / novembro 2017

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PRODUTO Amazone

Uma chuva de novidades na Amazone

Mobilização do solo, fertilização, sementeira e pulverização

Já em novembro, a Amazone, representada em Portugal e Espanha pela Farming Agricola, apresentará na Agritechnica muitas novidades que mostrou em antemão à imprensa, na Alemanha. Para além de uma nova geração de distribuidores de adubo rebocados, e pulverizadores montados e rebocados, novas charruas, cultivadores e semeadores fazem parte da gama que a marca comercializará na próxima campanha. Por FRANCISCA GUSMÃO

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Amazone PRODUTO

Cayros Charruas reversíveis montadas A Amazone apresentará na Agritechnica novos modelos de charruas com um número menor de corpos, com possibilidades de combinações ampliadas e novas opções de equipamentos. Destacamos, na Série Cayros M, o novo modelo de 2 ferros indicado para tratores de cerca de 50 cv de potência. Charrua Cayros 2M de 2 corpos

CatrosXL Cultivadores de discos compactos Com a nova gama de modelos CatrosXL suspendidos, a Amazone alarga a sua oferta de cultivadores de discos, com 3 modelos, 3 a 4 metros de largura de trabalho. Nesta série, os discos têm um diâmetro de 61 cm em vez dos 51 cm das anteriores séries Catros e Catros+, e como tal podem trabalhar a maiores

profundidades, até 16 cm. O Catros XL é ideal para a incorporação de culturas intercalares, palha de milho de grão ou rama de batata, incorporação de restolho e preparação da cama de sementeira após a lavoura. Velocidades de trabalho a partir de 7 km/h. Pode ser equipado com vários rolos em função do tipo de trabalho.

O acoplamento dos braços inferiores do hidráulico é realizado através de uma cavilha Cat.3. Uma simples mudança de posição de fixação da cavilha dos braços inferiores permite escolher a Cat. 2 ou a Cat.3. Para o braço superior podem-se selecionar duas alturas diferentes.

ZG-TS 01 Distribuidores de adubo rebocados Na sua gama de distribuidores de adubo rebocados, a Amazone desenvolveu uma nova série com dois novos modelos, os ZG-TS 7501 e 10001, com tolvas de 7500 e 10000 litros e um novo sistema de espalhamento, inteiramente em aço inoxidável, no qual os kits de lâminas podem ser substituídos de forma fácil e rápida. O acionamento hidráulico do disco de espalhamento fornece uma velocidade constante do disco para uma melhor precisão. Em função do tipo de fertilizante, são possíveis larguras de trabalho de até 54 metros e

taxas de aplicação de até 10.8 kg/s ou 650 kg/min. O sistema AutoTS permite regular a ativação de lâminas de espalhamento diferentes, consoante se pretenda um espalhamento a toda a largura ou reduzir a faixa de um dos lados sem que o condutor saia do trator.

Nova aiveca em plástico mais eficaz em solos muito adesivos.

Sistema de transmissão híbrido - Para uma maior flexibilidade, a unidade de espalhamento, o tapete do fundo da tolva e a direção são acionados ou controlados hidraulicamente.

Seguimento perfeito dos rastos - Agora, os distribuidores de adubo rebocados da Amazone passam a permitir um ângulo de rotação de 28° do eixo direcional. Para uma via de 1.8 mm e uma largura de pneus de 520 mm, é possível fazer um seguimento exato dos rastos.

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PRODUTO Amazone

Cataya Special Semeador combinado por gravidade A Amazone também apresentará o semeador mecânico Cataya Special durante a Agritechnica. O irmão mais novo do Cataya Super herda muitas das suas caraterísticas, incluindo o sistema de distribuição Precis, o SmartCenter e a unidade elétrica ElectricDrive. O sistema de regulação universal também está disponível. O Cataya Special está equipado com uma tremonha com uma capacidade de 650 l (até 850 l com uma extensão), bem como discos RoTeCControl com espaçamento entrelinha de 12,5

ou 15 cm. A profundidade de sementeira pode ser ajustada diretamente em três posições diferentes. A pressão de enterramento máxima para cada RoTeC é de 35 kg. O Cataya 3000 Special pode ser combinado com uma grade rotativa KE ou um cultivador rotativo Cultimix KX / KG da série 01.

Regulação centralizada SmartCenter - a calibração da máquina é feita através do SmartCenter que se encontra num painel do lado esquerdo.

SISTEMA DE MEDIÇÃO PRECIS Conversão de sementes pequenas para sementes normais através da válvula de escoamento.

Limpeza fácil e rápida, quantidade mínima de resíduos devido ao canal de escoamento integrado.

A calibração é feita premindo um botão, graças ao acionamento elétrico

Conversão integrada da sementeira à calibração através de uma patilha de calibração ajustável

WindControl e FlowCheck Na próxima primavera, os espalhadores montados e rebocados ZG-TS podem ser equipados com o sistema WindControl. Usando um sensor que mede a direção e a velocidade do vento, este módulo monitoriza a influência do vento na curva de distribuição e compensa-a automaticamente. O objetivo é otimizar a distribuição de fertilizantes. Os modelos ZA-TS de acionamento hidráulico também podem ser equipados com o FlowCheck. Assim que é detetado um entupimento, o sistema envia uma mensagem de aviso para o terminal na cabine para informar o operador.

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UF 2002 Pulverizador montado No setor de pulverização, a Amazone apresentou o pulverizador montado UF 2002, que é composto por um depósito de calda de 2.000 litros em polietileno, uma bomba de pistão de membrana de 250 ou 300 l/ min, e um depósito de água de lavagem de 350 litros, podendo ser combinado com todas as barras Super-S2 de 15 a 30 metros. Para permitir o acoplamento

fácil do equipamento, a face frontal do depósito do novo UF está completamente liberta de tubos e suportes. Um sistema de acoplamento rápido está disponível como opção para facilitar esta operação. O dispositivo de manutenção (descanso ou, opcionalmente, rodas) também está integrado no chassis. O novo centro de comando

SmartCenter está equipado com uma porta giratória que protege todos os comandos e o depósito incorporado com um volume de 60 litros. Para proteger o utilizador do contacto com a barra, a porta do SmartCenter abre-se para a mesma. O depósito incorporador traz um novo bico de limpeza dos bidões. Também garante a limpeza do depósito uma vez fechado. O UF 2002 está equipado com uma nova válvula de descarga de 7 vias. Isso facilita a seleção de funções e evita que a calda vá para uma via não desejada durante uma mudança de função. Para facilitar a sua operação, o pulverizador pode ser equipado com o pacote Comfort. Em particular, permite o desligamento automático por aspiração, o enxaguamento de barra ou ainda a limpeza automática. O UF 2002 pode ser combinado com o tanque frontal FT 1001, elevando o volume de trabalho para 3.000 litros.


Amazone PRODUTO

Centaya Super Semeador pneumático combinado Um novo semeador pneumático faz parte das novidades da Amazone: o Centaya Super. Pode ser equipado com uma tremonha de sementes composta por material sintético, de 1.600 l ou 2.000 l. A distribuição da semente é realizada por um medidor volumétrico acionado Calibração totalmente elétrica permitindo a regulação do débito da semente através do terminal na cabine do trator ou, automaticamente, através dos mapas de rendimento. A calibração automática e a précalibração nas extremas das percelas também é possível.

eletricamente sob a tremonha. Diferentes bobinas de dosagem estão disponíveis, dependendo do tipo de sementes. O acionamento elétrico permite uma regulação fácil dos débitos através do terminal na cabine do trator ou, automaticamente, através de mapas de rendimento e de outros parâmetros. A sementeira é ajustada e calibrada através do SmartCenter. A profundidade de colocação da semente e a pressão de enterramento também são definidas independentemente uma da outra no SmartCenter. O Centaya pode ser equipado com discos duplos TwinTeC ou com monodisco RoTeC pro com entrelinha de 12,5 cm ou 15 cm. Pode também ser combinado com as novas grades rotativas KE 01 e os cultivadores rotativos Cultimix KX ou KG 01.

Centaya Super com cabeça de distribuição segmentada.

UX 01 Super Pulverizador rebocado DistanceControl e SwingStop Para as suas barras de pulverização, a Amazone desenvolveu um sistema de seguimento automático ativo da barra, denominado DistanceControl. Composto por um sistema hidráulico e por 4 sensores ultrassónicos, este sistema reduz os movimentos verticais da barra enquanto assegura a altura de pulverização desejada pelo utilizador.

Barra DistanceControl com 4 sensores ultrassónicos.

O sistema de compensação ativo das oscilações SwingStop reduz o movimento horizontal da barra, evitando assim a sobre e a sub-dosagem. Para conseguir isso, o SwingStop mede, usando sensores, as acelerações nas secções da barra. Dois cilindros hidráulicos, alojados na estrutura central da barra, em seguida, compensam as oscilações medidas pelos sensores. O SwingStop é disponibilizado também na versão Pro, combinando o amortecimento das oscilação SwingStop com uma regulação ultra-dinâmica do débito em cada bico.

Um pulverizador rebocado também é novidade na Amazone: o UX 01 Super, disponível na seguintes capacidades: 4.200, 5.200 ou 6.200 l. Tal como o UF 2002, este novo modelo está equipado com o centro de operação SmartCenter, um depósito de incorporação de 60 litros e um novo bico de limpeza dos bidões. O novo eixo direcional integrado no ZG-TS também está presente no UX. O UX 01 também pode ser equipado com o pacote Comfort e está disponível com barras de 15 a 40 m.

Pulverizador rebocado UX 5201.

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PRODUTO

New Holland

MODELOS T7 LWB COM MELHORIAS Por JOÃO SOBRAL

Torna possível definir rácios de direção menores do que o rácio standard, que é de 4.7:1. Há três configurações possíveis de rácio: 1:1, 2:1 e 3:1. À medida que a velocidade aumenta, o rácio definido aproxima-se gradualmente do rácio standard. E quando chega aos 26 km/h, o sistema define automaticamente o rácio standard. Quando a velocidade volta a descer abaixo desse limite, o sistema volta a ativar o rácio escolhido pelo operador.

Rácios distintos para avanço e recuo

Os quatro modelos da linha T7, na versão LWB, com maior distância entre eixos, vão receber melhorias. A apresentação ao público está agendada para a Agritechnica mas nós levantamos um pouco a ponta do véu. Na linha T7, a New Holland disponibiliza dez modelos. Na entrada de gama, há quatro modelos com uma distância entre eixos mais curta (SWB – Short Wheel Base). E numa faixa de potência mais alta, há outros quatro modelos com uma distância entre eixos mais longa (LWB – Long Wheel Base). No topo, a fechar a linha T7, há ainda os dois modelos Heavy Duty, a roçar os 300 cv de potência, mas estas novidades de que lhe falamos, que têm a apresentação ao público marcada para novembro, contemplam só

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Nos tratores com monitor IntelliView IV, o tipo de ajuste é ainda mais completo, podendo-se definir um rácio para quando se avança e um rácio diferente para quando se recua. Este parâmetro pode inclusive ser programável no sistema de gestão de cabeceiras Headland Turn Sequencer II. Estabelece-se um rácio para a manobra na cabeceira e um rácio diferente para a torna. Esses rácios são ativados automaticamente no sequenciamento de ordens que esteja programado.

os quatro modelos LWB: T7.230, T7.245, T7.260 e T7.270. A alteração mais substancial passa pela inclusão de um eixo dianteiro com uma geometria redesenhada, com rolamentos dos cubos de menor fricção, e ao qual estão associadas novas funcionalidades da direção.

Suspensão TerraGlide melhorada Este novo eixo funciona de acordo com o conceito ‘Skyhook’, que visa manter o trator nivelado independentemente das forças externas a que está sujeito. Significa isto que a suspensão é momentaneamente ‘endurecida’ por exemplo quando uma alfaia é levantada ou baixada, e quando se acelera ou quando se trava. O sistema de suspensão conta ainda com uma nova válvula de controlo, e os acumuladores passam a ser dois em vez de apenas um. Adicionalmente, um acelerómetro, posicionado na frente do trator, ajusta continuamente o nível de amortecimento em função das

Regresso ao centro

Os T7 LWB recebem um eixo dianteiro com geometria redesenhada e novas funcionalidades da direção

vibrações verificadas no chassis. Com esta configuração, a marca promete uma melhorada performance de suspensão quando existam variações de carga entre ambos os eixos. Na prática, a amplitude de carga sai aumentada, podendo o eixo suportar uma variação entre os 200 e os 6500 kg.

Controlo CustomSteer Esta tecnologia permite ajustar o número de voltas do volante para chegar de ponta a ponta, fazendo variar o rácio da direção.

Para reduzir ao mínimo as vezes que o operador tem de corrigir a trajetória, a direção conta com uma outra nova funcionalidade: após uma manobra, o volante regressa ao ‘centro’, isto é, volta à posição de avanço em linha reta.

Carga admissível O limite de carga máxima admissível foi revisto. Os modelos com transmissão PowerCommand passam a poder suportar 13.600 kg de carga. Já os modelos com transmissão AutoCommand podem ir até aos 14.000 kg de carga admissível.

Cores do painel de instrumentos Nesta versão dos T7 para 2018, os clientes vão encontrar ainda um pequeno retoque no interior. Os mostradores do painel de instrumentos surgem estilizados com novas cores. O fundo em preto com ponteiros analógicos a azul resulta num estilo mais contemporâneo.



PRODUTO Grimme

GRUPO GRIMME SPUDNIK | Técnica em batatas e beterrabas O fabricante norte-americano tecnologia de batata e beterraba Spudnik, fundado em 1958, faz parte do Grupo Grimme desde 2003 e possui mais de 260 funcionários. Desde 2013 que utiliza na sua tecnologia de colheita e armazenamento o separador pneumático AirSep, premiado com medalha de ouro DLG no mesmo ano.

ASA-LIFT | Tecnologia em hortícolas da Dinamarca Em 2013, o Grupo Grimme adquiriu o especialista dinamarquês de tecnologia em hortícolas, fundado em 1936, AsaLift. Desde a sua adquisição que as vendas aumentaram mais de 40%.

INTERNORM | Artigos técnicos de poliuretano A filial Internorm de Damme, fundada em 1987, produz artigos técnicos de poliuretano, um material altamente resistente ao desgaste, também alcançou um recorde de vendas com mais de 160 empregados. Graças a investimentos grandes num novo centro logístico aumentou-se a superfície de produção em cerca de 30% e a superfície de armazém em 250%.

RICON | Técnica em monitorização e transporte Desde há mais de 60 anos que a Grimme Landmaschinenfabrik desenvolve e fabrica tecnologia de calibragem e transporte, vindo a empresa a tornar-se independente sob o nome Ricon em julho de 2017. Atualmente 100 empregados trabalham na fábrica de 10.000 m3 no Niedersachsenpark em Rieste.

Filiais de distribuição e serviço em todo o mundo Uelzen (Baixa Saxônia), Inglaterra, Irlanda, França, Bélgica, Holanda, Dinamarca, Polónia, Turquia, Rússia, Índia e China.

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Novidades Grimme

MAIOR PRECISÃO NA BATATA E BETERRABA Por FRANCISCA GUSMÃO

São 5 as grandes novidades que a Grimme apresentou em setembro em Damme, Alemanha, à imprensa especializada, em antecipação à Agritechnica. Maiores rendimentos, precisão e conforto de operação são as tendências principais dos melhoramentos propostos pelo especialista saxónio nas culturas da batata e da beterraba. Para quem não sabe, a Grimme é uma empresa familiar que nasceu na 1861 na cidade de Damme, um estado alemão da Baixa Saxónia. Hoje, a empresa está presente em mais de 120 países e emprega mais de 2200 pessoas. Em Portugal, a Grimme é distribuida pela empresa Gêbêcê.

Rexor e Maxtron Colhedoras automotrizes de beterraba com inovações As colhedoras automotrizes de beterraba de seis, oito e nove linhas da série Rexor trazem alguns desenvolvimentos práticos importantes. A destacar o sistema denominado Speedtronic, que regula automaticamente a velocidade do elevador circular e das turbinas de limpeza em função da carga, Desta forma, permite que o sistema funcione a uma velocidade mais baixa, oferece maior proteção à cultura e reduz as chances de ocorrerem obstruções. Este sistema já está também implementado pela Grimmer

nas colhedoras de batata. Também de referir, como equipamento opcional, tanto na série Rexor como na Maxtron, o novo sistema digital de vigilância por vídeo ProCam. Consiste em duas câmaras grande-angular de baixa distorção e um monitor de alta resolução com ecrã dividido. Ao contrário dos sistemas convencionais, em que o condutor consegue observar a parte posterior da máquina mas não as partes laterais, com este novo sistema tem uma visão panorâmica sem ângulos mortos.


A PROCAM A ProCam oferece uma visibilidade de 360º melhorando a segurança de manobra da máquina.

SISTEMA SPEEDTRONIC O sistema Speedtronic é standard na série Rexor. Para melhorar o manuseamento da cultura, os dentes das turbinas de limpeza têm nova configuração.

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PRODUTO Grimme

PowerCombi, até 25% mais de rendimento no armazenamento A PowerCombi combina um tegão recetor de 26 ou 28m3 com três mecanismos de separação de alta eficiência, conseguindo aumentar o rendimento até 100 toneladas/hora (ou seja, +25% que os sistemas anteriores). Após a passagem por dois separadores, que ajudam a remover a terra solta, os resíduos das batatas e separam as batatas pequenas do produto principal, a colheita passa para um terceiro sistema de separação baseado num separador de elevada precisão, fabricado pela empresa especializada Tomra. Este sistema sofisticado consegue fazer o scan de todo o material e reconhecer, em frações de segundo, torrões, pedras e desperdícios expulsando-os através de pequenos “dedos”. As batatas seguem depois em direção às próximas cintas transportadoras. Escolha electrónica, por scanner, para pedras e torrões e objetos estranhos

O pente de dedos SoftFlow na passagem de um tegão recetor para um tapete transportador.

SoftFlow, descarga cuidadosa do produto nos tapetes transportadores SoftFlow é o nome dado ao “pente de dedos” em poliuretano altamente elástico e resistente ao desgaste, que se pode montar nos tapetes transportadores, inclusivamente em modelos já existentes, para amortecer a passagem das batatas entre dois tapetes.

SERVIÇOS DE ASSISTÊNCIA PREMIUM GRIMME

NOVIDADE

Com vista a aumentar o rendimento da limpeza e seleção, a Grimme lançou a PowerCombi, uma linha combinada que promete incrementar em até mais 25 % o rendimento do processo de armazenagem das linhas Combi. A introdução de um sistema de seleção eletrónica da marca Tomra, junto com outros dispositivos de limpeza e seleção tornou possível este avanço relativamente aos sistemas anteriores.

A Grimme vai disponibilizar quatro pacotes de serviços Premium para máquinas colhedora automotrizes, nos setores da batata e beterraba açucareira. Este serviço abrange as séries fabricadas a partir de 2018: Varitron, Rexor e Maxtron. Mais informação em www.?????

PLUS SERVIÇOS Premium-Check e serviço de manutenção Garantia estendida para o sistema de arranque

O sistema PowerCombi da série RH é capaz de processar até 100 toneladas por hora.

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Garantia estendida para toda a máquina Serviço completo incluindo peças de desgaste

PRO

PREMIUM PROTECT


A EVO (foto do protótipo) é a primeira colhedora de batatas rebocada com um tegão de 9 toneladas (+50% de capacidade que a SE 260). Para aumentar o rendimento, como opção, a EVO 290 pode equipar com um tegão Nonstop de 5,5 toneladas.

O sistema VarioDrive combina as vantagens da transmissão mecânica e hidráulica.

EVO, a evolução da colhedora de batatas rebocada Série SE A colhedora rebocada de tegão de duas linhas, EVO 290, é uma evolução da anterior SE 260. As características destacadas desta nova série são 3, em vez de duas rodas, para uma melhor proteção do solo e um tegão de 9 em vez de 6 toneladas. Também no interior da máquina foram implementados desenvolvimentos.

Transmissão contínua VarioDrive e mais 20% de superfície de separação A EVO 290 equipa com uma transmissão contínua VarioDrive, que combina as vantagens de eficiência

energética da transmissão mecânica com as da transmissão hidráulica (ajustamento contínuo e independente das rotações da TDF oferecendo maior conforto ao operador, e possibilidade de inverter a direção dos tapetes de separação em caso de obstrução. A superfície do segundo tapete aumentou 20% em comparação com a SE 260. O chassis de três rodas TrySys permite aumentar a superfície de contacto da máquina com o solo em 65% comparativamente com a SE 260. Todas as rodas podem ser acionadas hidraulicamente oferecendo uma melhor tração. Opções de pneus: 750/60-30.5 (à esquerda) e 1000/50 R25 (à direita).

Ventor 4150, nova colhedora de batatas aumotriz, 4 linhas, 530 cv e tegão de 15 toneladas A Ventor 4150 é a primeira automotriz de 4 linhas apta para a homologação em estrada, duplicando o rendimento por comparação com sistemas de SE de 2 linhas.

Foto de protótipo, a versão final será apresentada na Agritechnica

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EMPRESAS Gêbêcê

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outro equipamento, também da Grimme, pode retirar todo o produto armazenado nas câmaras de frio e colocá-lo em camiões. É fantástico!”, concluiu Tancredo Pedroso, porém, na sua opinião, a maioria dos agricultores profissionais em Portugal não está sensibilizado para a importância desta etapa final da mecanização da batata: “Veja, este ano o preço atual do produto, (estamos no início de junho), deveria situar-se, pelo histórico que temos, não abaixo Trata-se de uma Grimme Combi dos 28 a 30 cêntimos/kg, e tal não modelo RH20-60, com duas enchedoras duplas e automáticas acontece. Temos atualmente um preço no campo que dificilmente de palotes do modelo GBF e paga as despesas da cultura. A como disse à Revista abolsamia generalidade dos nossos produtores Tancredo Pedroso, gerente não possuem frio e têm que limpar da Gêbêcê, é o primeiro os seus campos da cultura instalada. equipamento destes vendido Assim e sem defesas, ‘entregamem Portugal. “Já há alguns anos, se’, quase que por qualquer preço vendemos um semelhante à a quem o tem. Tendo capacidade Agromais, que faz a receção do de frio, o produtor poderá esperar produto e possui um tapete que funciona de forma automática para por melhores preços. Nem eu nem fazer o enchimento de câmaras de frio. Este equipamento pode também fazer o movimento inverso, isto é, com a ajuda de um

Tecnologia de armazenamento da batata UMA ETAPA

DESPREZADA Por FRANCISCA GUSMÃO

A Gêbêcê, especializada em equipamentos para as culturas da batata e da beterraba e importador para Portugal dos equipamentos da marca alemã Grimme, entregou em maio passado, nas instalações da empresa Hortícolas Saturnino, em Alcochete, um equipamento utilizado para rececionar, limpar, escolher, calibrar e acondicionar a batata em palotes e ou big bags.

BUNKER DE RECEÇÃO Receção do produto com capacidade de 9,5 a 24 m3.

ninguém acredita que dentro de três meses o preço esteja tão baixo como atualmente.”

Grimme Combi RH20-60, com duas enchedoras duplas e automáticas de palotes GBF Estes equipamentos possuem transmissão eletro-hidráulica com variadores de velocidade e inversores de sentido, sendo necessário apenas uma tomada de corrente eléctrica para iniciar o conjunto. A Combi (conjunto do bunker com a mesa de inspeção e calibradores) é rebocável. Podendo, como neste caso, estar a trabalhar à entrada das instalações onde o cliente tem as câmaras de frio, ou no campo deixando todo o lixo longe das instalações. O seu rendimento ronda 35-38 toneladas/hora.

MESA DE INSPEÇÃO Com um tapete de lixo ao meio e capacidade para oito pessoas. Esse tapete de lixo vai descarregar no primeiro, sendo todo o lixo encaminhado em conjunto para o recetor eleito.

CALIBRADORES Dois conjuntos de calibradores, também de rolos espirais - BO, com anéis de um material super-sensível para não danificar o produto. Por baixo de cada um dos calibradores existe um tapete de transporte do produto. Este conjunto permite fazer três calibres.

SISTEMA DE LIMPEZA Sistema de limpeza do produto, com 5 fiadas rolos espirais - BO, que podemos abrir e fechar e dar-lhe mais ou menos velocidade, com um tapete por baixo para receber o lixo.

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ENCHEDORAS Enchedoras duplas e automáticas de palotes.



FACEBOOK Concurso fotográfico

OS FÃS DAS MÁQUINAS AGRÍCOLAS

Ganhei o Machinery Guide! João Martins tem 24 anos, é de Fiais, Vouzela, e é operador de máquinas numa empresa de prestação de serviços. A primeira vez que esteve ao volante de um trator foi aos três anos e daí para cá já trabalhou numa vacaria e numa casa agrícola.

L

eitor da revista “desde os tempos da escola” porque o pai é assinante desde a segunda edição da mesma, foi o vencedor do Concurso Fotográfico “Os fãs das máquinas agrícolas”, sob o tema da Agricultura de Precisão, organizado pela abolsamia e pela Construlaser, Equipamentos de Precisão, Lda. Fomos conhecer o João ao seu local de trabalho: a cabine de um trator. abolsamia: O João Martins venceu o nosso concurso de fotografia. Como conheceu abolsamia? João Martins: Já há muitos anos. Nos tempos da escola já levava a revista comigo. O meu pai é assinante da revista desde o número dois. A fotografia com enfoque no campo e nas máquinas é para si uma espécie de hobby? Sim é um hobbie. Gosto muito de fotografia e de máquinas e junto as duas coisas. Comecei mais para partilhar com os amigos, pelo facebook, instagram. E como fotografa? Só com o telemóvel. Fotografo e edito no telemóvel. Como surgiu a fotografia que nos submeteu e que acabou por ganhar o concurso? Foi um dia que andava a armar camalhões em São Mansos e na altura caiu um bocado de chuva e a terra estava cheia de pó e ficou aquela marca no vidro. Eu achei graça e tirei a foto. Estava a trabalhar

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com um trator Valtra e um armador de camalhões. O concurso que venceu tinha como tema a Agricultura de Precisão (AP). A tecnologia e as práticas de agricultura de precisão estão presentes nos trabalhos que desenvolve? Sim, em alguns trabalhos. Onde trabalhei mais com tecnologia foi lá em baixo, no Sul. Aqui não se usa tanto porque os terrenos são mais pequenos. Por exemplo, lá em baixo tinha 60 hectares. A armar camalhões se falharmos 5 centímetros em cada um, no fim, se calhar tínhamos dois ou três camalhões a mais. Se, por exemplo no tomate desse uma carga cada camalhão, dá duas cargas. Duas cargas dá 4/5 mil euros, por aí. É muita diferença. Agora aqui as terras são mais pequenas, não compensa o investimento. Como tem feito a aprendizagem para retirar proveito destas tecnologias e destas práticas? Chego ao controlo de bordo e começo a explorar até descobrir as coisas todas. Quais os maiores dificuldades com que se tem confrontado? Lá em baixo às vezes falhava a rede RTK. É difícil para um operador habituarse a trabalhar com AP? Se uma pessoa tiver vontade de aprender, mesmo que tenha 60 anos,

João Martins a receber o prémio com José Rosa, comercial da Construlaser

aprende . Agora há pessoas que chegam a uma certa altura e acham que já sabem tudo, e acabam por não evoluir. Ganhou um kit da Machinery Guide. Como vai tirar partido deste equipamento? Vou começar a usar em breve, assim que estiver familiarizado. Com que idade começou a trabalhar como operador de máquinas agrícola? Foi o meu pai que me pôs em cima de um trator aos 3 anos, ainda não chegava aos pedais, era só contornar os fardos de palha. Aos 6 anos, não me deixava lavrar, mas quando ele tinha a charrua engatada, eu agarrava no trator e ia para a terra. Mais profissionalmente, foi desde os 15 anos. Para além dos tratores, com que outras máquinas trabalha? Mexo um bocadinho com tudo. Lá em baixo trabalhava muito com pulverizadores automotrizes. Se for preciso trabalhar com retro, trabalho. Aprendo rápido, portanto é o que for preciso. Gosto do que é novo. Ser operador de máquinas é um trabalho que lhe dá prazer? Sim dá. Gosto sobretudo de ensilar, lavrar, um bocadinho de tudo. Gosto de andar na estrada, sobretudo nesta zona porque os caminhos são muito apertados e isso dá-me “pica”. A parte da manutenção também está por sua conta? Sim, eu gosto da manutenção por uma coisa: se houver algum problema ou algum barulho

estranho, sei logo de onde é. Não temos que recorrer a terceiros. Já desmontei algumas máquinas. Sente falta de mais formação para retirar ainda mais proveito das máquinas com que trabalha? Gostava de ter formação na parte da electrónica das máquinas, estou um bocado “às escuras”. As pessoas não se querem abrir para ensinar, explicar. Gostava de ter uma experiência no estrangeiro a trabalhar neste ramo? Não digo que não, mas eu sou pouco de trocar de país, gosto muito de estar cá. Até já estive para ir para a Alemanha, para um prestador de serviços mas não aconteceu. E como lida com os horários, que por vezes, a meio da campanha, implicam fazer longos turnos? Não ligo a horários, se há trabalho é para fazer. Já cheguei a fazer diretas. Antes trabalhava na vacaria do meu pai e trabalhava aqui também. Agora estou aqui a tempo inteiro. O que é mais importante para si quando tem uma proposta de trabalho? Sobretudo os patrões, se são honestos ou não. O mais importante é que haja respeito mútuo. Mais info: www.abolsamia-promo.com



PRODUTO

Grupo Maschio Gaspardo

Dia de campo

CORONA Semeador combinado com grade dianteira Esta máquina tem uma combinação de facas inteligentes para todas as condições do solo, incluindo plantação direta e mínima ou sementeira direta. Permite uma velocidade média de 8-12 km/h). Tolva de 3500 l.

Por ANA BOTELHO Fotos FRANCISCO MARQUES

“Crescendo juntos” foi o lema da 5ª edição do Dia Nacional da Maschio Gaspardo, que juntou na Casa Cadaval, em setembro, mais de 480 agricultores, concessionários e fornecedores. O programa constou de uma apresentação da empresa Maschio Gaspardo e da sua implantação no mundo, seguido de uma exposição estática das principais novidades de produto. De tarde, assistiu-se a uma grande demonstração de equipamentos no campo com máquinas para os sectores da mobilização de solos e preparação do solo para a sementeira. Nicola Franco, diretor geral da MG Ibérica, destacou a importância deste tipo de encontros para mostrar em campo as novidades e fortalecer o empenho que os clientes, fornecedores e concessionários têm na marca. Referindo-se ao desempenho

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da empresa, este responsável mostrou-se muito satisfeito com os resultados, que no último ano atingiu um valor de faturação total de 287 milhões de euros dos quais 80% provêm dos mercados externos: sendo a Europa responsável por 60%, Ásia e Oceania 16%, CIS 15%, África e Médio Oriente 2% e Américas 7%. Giovanni Milani, responsável do pós venda da Ibéria, destacou o serviço de gestão de peças que continua a ser um dos trunfos da marca. Para além do sistema de identificação de peças com gestão do stock pelo concessionário, a MG tem agora uma hora alargada na gestão de pedidos urgentes

que permitiram uma melhoria na rapidez de entrega de peças. Os responsáveis comerciais pela marca, em Portugal, Vitor Ildefonso e Sérgio Raposo falaram acerca

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da importância das várias fábricas que o Grupo detém na Roménia, China e Índia, para além das sete em Itália, e destacaram os novos equipamentos apresentados.

Lançamentos para 2018 Para a próxima campanha o Grupo MG tem novidades: • O semeador de precisão Julia, com tremonha centralizada de semente (2000 l) e adubo (7000 l), 24 linhas x 70cm. • O semeador de precisão de alta velocidade, com Ibosus com novo sistema de dosagem por acionamento elétrico. • O semeador combinado Corona X-Force com grade rápida dianteira, equipado com sistema Isobus e doseador-calibrador individual de semente, e tremonha centralizada de semente (2460 l) e adubo (1640 l). • Anunciaram-se também melhoramentos em algumas máquinas, nomeadamente nas grades rotativas e fresas.


PRODUTO

O tempo esteve de feição e as demonstrações em campo duraram toda a tarde sob o olhar atento dos participantes interessados. Foram muitas as máquinas em trabalho, das quais destamos as seguintes: 1. AQUILA - Grade rotativa dobrável (p/150 a 300 cv) Idealizada para satisfazer as exigências dos alugadores de máquinas e de empresas agrícolas de grandes dimensões. Disponível

nas versões 4, 4.6, 5, 6 e 7 metros. Profundidade de trabalho 28cm. 2. ALITALIA - Semeador pneumático para cereais e colza (p/180-250 cv) Disponível em diversas larguras de trabalho de 3 a 4 m. A ligação Quick-Match™ às grades combinadas Maschio permite um engate simples e rápido. O distribuidor Gaspardo comandado pelo sistema GENIUS permite adaptar a máquina a diversas sementeiras com poucas

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operações, simples e rápidas e com um controlo constante do posto de condução. Profundidade de trabalho 28cm. 3. ARTIGLIO - Subsolador (p/ 150 a 390 cv) A profundidade de trabalho máxima é de 55 cm com diferentes larguras disponíveis e configurações de 5 a 11 dentes. Inovações incluem um quadro completamente soldado e parafusos de cisalhamento. A alta depuração do solo (90 cm a 3 pés) e o design exclusivo da “onda” dos

flancos permite sempre um bom fluxo de solo e resíduos evitando entupimentos. O rolo traseiro duplo é ajustado hidraulicamente a partir do assento do motorista do trator. 4. MAGA MTR - Semeador pneumático de precisão, com transmissão elétrica de 6 linhas, com distâncias entre 45-80 cm. 5. PANTERA - Fresas desdobráveis (p/ 160-300 cv) Ideal para grandes culturas. Estão

disponíveis 5 larguras de trabalho (420, 470, 520, 570 e 620 cm) e profundidade de trabalho máxima de 29 cm. 6. PRIMAVERA - Semeador pneumático de fecho hidráulico para cereais e colza Ideal para a sementeira em solos com regime de mobilização mínima; caracteriza-se pelo chassis dobrável e pela distribuição pneumática, garantia de um resultado óptimo também em terrenos em declive e com diferentes tipos de sementes.

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PRODUTO GRUPO MASCHIO GASPARDO Com mais de meio século de existência, o Grupo Maschio Gaspardo detém 10 unidades de produção onde trabalham atualmente cerca de 1.800 pessoas. Em Campodarsego, Itália encontra-se o escritório principal e a fábrica-mãe. Ali produzem-se máquinas para a mobilização dos solos, fenação e sementeira. A base de toda a produção para os processos de fabricação mecânica, que conta com um considerável depósito de matériasprimas garantindo assim a continuidade de produção encontra-se em Cadoneghe (Itália), fábrica que o Grupo adquiriu em 1979.

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Em 1994 o Grupo adquiriu a Gaspardo Seminatrici, localizada em Morsano al Tagliamento (Pordenone, Itália) onde produz hoje máquinas para a sementeira e pulverização. Em 2003 a Maschio Gaspardo abriu uma fábrica de produção na Roménia, em Chisineu-Cris (Arad) onde produz equipamento de mobilização mínima para tratores de 60 a 450 cv. Com o crescimento do mercado asiático abriu uma fábrica na China, em Qingdao (Shandong), importante centro de produção no que diz respeito a máquinas para tratores até 60 cv, como pequenas fresas, corta relvas e gadanheiras. Em 2011 o Grupo passa a produzir também na Índia, em Aundh (Pune), pequenas fresas para o mercado interno. Em 2013, a Maschio Gaspardo abre a fábrica Unigreen em Portogruaro, Itália, para produzir pulverizadores e semeadores e estabelece uma parceria com a Moro, uma empresa italiana especializada na produção de charruas.

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Em 2014 dá-se a aquisição da Feraboli, empresa histórica de Cremona reconhecida mundialmente pela gama de equipamentos para fenação e a aquisição de Visini, empresa especializada na produção de reboques agrícolas, camiões tanques e basculantes. Nesse mesmo ano a MG abre uma nova fábrica em Qingdao, na China, com uma área de 34.000 m2 e 5 novas linhas de produção.

FACTOS E NÚMEROS

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7. Campo C - Pulverizador rebocado com levantamento vertical Ideal para pequenas parcelas. Entre os 4 modelos da série, o menor tem um tanque de apenas 1500 litros, ideal para produtores de horticultura. 8. Unico L - Charrua de 6 corpos com sistema de regulação por paralelograma e segurança non-stop hidráulica Para tratores entre 90 e 140.

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9. Veloce - Grade rápida de chassis fixo indicada para o tratamento superficial do terreno, até 10 cm Tem afinações ao 3º ponto, jogo de discos de 80 cm, discos com novo ângulo. Braços com nova geometria para terrenos com humidade.

A equipa Maschio Gaspardo esq. para dir.: Alvaro Valencia, Sérgio Raposo, Vitor Ildefonso, Giovanni Milani, Nicola Franco, Pedro Munar, Rudi Martin e Alberto Nuñez.

12 filiais comerciais 10 fábricas 80% do volume de negócios no exterior 1.800 funcionários 4.000 ton de CO2 de emissões reduzidas 60.000 máquinas produzidas em 2016 287 milhões de euros de faturação em 2016 50 anos de sucesso


COMPACT AIRTECH

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CABINAS

CAB CLASSIFICATION

Para as versões SDT, pressurizadas e homologadas na Categoria 4. Equipada com dois grandes filtros de carbono ativo. A pressurização, bem como a temperatura interior e exterior, são monitorizadas através de um ecrã digital. Chassis monocasco com baixo perfil e com altura total minimizada para o uso por debaixo de ramadas em cultivos de copa baixa ou estufas. Estrutura sobre suportes de goma anti vibrantes elásticos. Sistema de ar condicionado/calefação com desenho de tipo automobilístico.

POUPE desde

4.240 € até

8.510€ nas nossas promoções especiais de tratores

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PRODUTO

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Alliance

GIGANTES GENTIS Por FRANCISCO MARQUES

A Alliance, do Grupo ATG, apresentou na Holanda o 389 VF, um pneu para reboques de grandes dimensões, que promete colocar os níveis de performance destes equipamentos a par e passo com os tratores de alta potência, que equipam já há mais tempo com pneus de alta flexão (VF).

O “segredo” revelou o fabricante com sede na Índia numa apresentação realizada em Amesterdão para os jornalistas, é a combinação de tecnologia de flutuação com a chamada Very High Flexion (VF) technology, que tornam o Alliance 389 VF num verdadeiro dois em um.

Com o aumento da frequência de condições climáticas extremas, existe a necessidade cada vez maior de se desenvolverem estratégias para manter a capacidade do agricultor e do prestador de serviços para mover grandes cargas de forma rápida, eficiente e com a máxima proteção do solo. Foi por isto que a gama 389 VF foi desenvolvida.

Em estrada e no campo

A EMPRESA

Em transporte na estrada ou com condições do solo ótimas, este pneu pode carregar, de acordo com o fabricante, até 30 por cento mais carga do que um pneu de flutuação convencional. No campo, nomeadamente quando as condições não são as mais favoráveis, estes pneus permitem carregar a

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mesma carga que um pneu convencional de flutuação, mas com menos 30 por cento de pressão, com resultados diretos na compactação do solo, e tornando-os verdadeiros gigantes gentis.

Os testes ao 389 VF incluíram comparação de pegadas e nível de compactação do solo

ALLIANCE TIRE GROUP A marca Alliance faz parte do Alliance Tire Group. Com quase 60 anos de existência, está especializado nas áreas Agrícola, Florestal, Construção, Industrial e de Movimentação de terras, através das marcas, Galaxy, Primex e da já referida Alliance. Presente em mais de 120 países e 6 continentes, apresenta um portfólio que comporta uma ampla gama que vai desde pneus de superior qualidade até entry-level, fabricados nas três fábricas detidas pelo Grupo e localizadas na India.

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Construção, tamanhos e datas de entrega Utilizando materiais com bastante durabilidade, cintas de aço e outras características especiais, o Alliance 389VF assegura uma alta resistência à perfuração, baixo desgaste e uma vida útil longa. Com tamanhos desde 650/55R26, apresentado em Maio, a marca tem vindo a lançar mais tamanhos, que incluirão o VF 600/55R26.5 e o VF 750/45R26.5 entre outros.


PRODUTO

Walterscheid

EIXO DE TRANSMISSÃO E TERCEIRO PONTO SÃO NOVIDADE Por FRANCISCO MARQUES

A Walterscheid, empresa pertencente ao Grupo GKN, apresentou aos jornalistas os produtos que estarão em destaque na Agritechnica 2017 num evento realizado em Amesterdão, na Holanda. Numa lista que incluiu várias componentes, destacaram-se o novo eixo de transmissão (cardan) e um terceiro ponto hidráulico com absorção de impacto. O Grupo mundial de engenharia GKN, está especializado em diversas áreas como a aviação, veículos e fabricantes de maquinaria. Na sua divisão GKN Off-Highway Powertrain está incluída a marca Walterscheid, fundada originariamente em 1919, na altura especializada em cardans. Com vista para a Agritechnica 2017, a marca

apresentou as suas principais novidades aos jornalistas da especialidade. Destacamos as duas principais.

Sistema Ultra.Plus O eixo de transmissão equipado com o sistema Ultra.Plus é o ex libris dos eixos de transmissão da marca, tendo cada uma das suas componentes sido otimizada. A utilização do sistema Ultra.Plus distingue-se ainda por permitir uma personalização do eixo para cada aplicação, seja para fabricantes ou clientes finais. Entre as várias componentes que foram melhoradas, começamos pela nova junta universal que utiliza um selado especial, com fabricação de precisão e lubrificantes inovadores que permitem, de acordo com o fabricante, duplicar a vida útil da junta e um aumento da fiabilidade e do funcionamento. Também relacionado com este ponto, o processo de lubrificação e as perdas de massa foram revistos e

Uma das principais vantagens deste terceiro ponto é a absorção dos choques gerados pelo implemento durante o transporte em terreno em más condições.

melhorados. Outro dos conceitos renovados é o da proteção, onde ambas as metades do tubo estão conectadas de forma que não é necessária nenhuma corrente de aperto. Ainda neste âmbito, os novos cones de proteção simplificam muito a montagem e desmontagem, bem como a manutenção. A nova tecnologia de grande angular é outra inovação apresentada por este sistema. A nova junta angular compacta de 500 da Walterscheid foi desenhada para aplicações de ângulo

constante, podendo ser usada em todas as aplicações de eixo com um ângulo máximo de 500. A embraiagem também foi alvo de melhoramentos com as novas embraiagens de fricção K90TF e K90/4TF. Por fim, no que toca aos melhoramentos do eixo de transmissão, destacamos o novo sistema de lubrificação de efeito imediato dos tubos perfilados, com distribuição homogénea através de um único lubrificador.

Terceiro ponto A outra “estrela” do evento foi o novo terceiro ponto hidráulico com sistema de suspensão incorporado. O mecanismo de amortecimento está integrado diretamente no cilindro, não sendo assim necessário nenhum espaço adicional. A taxa de absorção desejada pode ser ajustada às combinações individuais de tractor-implemento por oficinas profissionais.

Um dos principais destaques é a otimização do sistema de engate. permitindo menores perdas de lubrificante e uma vida útil mais longa.

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PRODUTO

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Stihl

CARREGA BATERIAS PARA AS NOVIDADES QUE ESTÃO A CHEGAR Novas motosserras a gasolina para utilizadores profissionais e o reforço da oferta de ferramentas de corte a bateria com o sistema modular Compact são as apostas da Stihl para o mercado português até ao final deste ano e na primeira metade de 2018.

A

s novidades da Stihl para o mercado português até ao final do ano e durante o primeiro trimestre de 2018 passam pelo reforço da gama de motosserras a gasolina e de bateria e cortadores de relva com energia fornecida por acumuladores da linha Compact. Para além das ferramentas de corte, a marca alemã mostrou no dia 26 de Setembro, em Tomar, novos equipamentos de proteção e de segurança, um sistema de irrigação inteligente e o novo aspirador eléctrico para clientes profissionais. Juvenal Martins, gerente da Stihl Portugal, destacou o crescimento da faturação em Portugal – considerado o aumento de 210% do volume de negócio desde 1999. O responsável pela marca revelou as novidades durante a convenção anual para os distribuidores oficiais das marcas Stihl e Viking, e deixou subentendido que a apetência dos clientes portugueses pelas ferramentas a bateria não vai parar de aumentar. “A bateria domina o mercado e já foram superadas as melhores previsões que apontavam para os anos entre 2020 e 2030” ,justificou Juvenal Martins. Na mesma ocasião, José Bouça, diretor de marketing, destacou a maior penetração no mercado e a crescente notoriedade da marca, enaltecendo o crescimento do ritmo de vendas de motosserras em comparação com a concorrência, com foco no forte empenho que a Stihl tem exercido em publicidade nos media, mas também em outros veículos de promoção, como aconteceu ainda este ano com o patrocínio à Volta a Portugal em Bicicleta.

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Resultados com novo recorde Um forte crescimento de vendas de ferramentas a bateria e a manutenção da liderança na tecnologia a gasolina ajudaram o grupo Stihl a atingir, a nível global, 3,5 mil milhões de euros de faturação em 2016, um crescimento de 6,6% face ao ano anterior e um novo recorde no ano do 90º aniversário do grupo alemão fundado em Estugarda, em 1926, pelo suíço Andreas Stihl, engenheiro e inventor e comummente considerado o pai da motosserra. Já Bertram Kandziora, presidente do conselho executivo da Stihl, que em Abril último, na Alemanha, dera a conhecer os resultados financeiros da empresa, deixou sublinhado que a propensão dos clientes para a aquisição de equipamentos a bateria tem superado todas as expetativas, especialmente no mercado norte-americano, considerado o principal responsável pelos bons resultados financeiros, mas também com ótimos resultados de vendas nos países da Europa ocidental, razão pela qual o grupo continuará a investir no desenvolvimento desta tecnologia e dos sistemas inteligentes de irrigação e iluminação, agora com recurso a aplicações para smartphones para comunicação wireless com aqueles equipamentos.

“Força inovadora; qualidade Stihl; confiança nos distribuidores e foco no cliente” são os pontos fortes da marca enfatizados por Juvenal Martins ao longo da convenção.

Coube a Miguel Ferreira, gestor de produto, apresentar as novidades a lançar a curto prazo, destacando as suas caraterísticas, vantagens e aplicações adequadas. O grupo STIHL desenvolve, fabrica e distribui maquinaria a motor para os sectores florestal, de jardinagem e da construção. Conta com uma rede de distribuição especializada, que inclui 36 filiais de vendas, mais de 120 importadores e 45 mil distribuidores em mais de 160 países. Segundo a informação corporativa, a Stihl é a marca de motosserras mais vendida no mundo desde 1976.

Motosserra MAS 140 C (a bateria, linha Compact Lithium-Ion)

Novos produtos Motosserra MAS 140 C (a bateria, linha Compact Lithium-Ion) Destinada a utilizadores não profissionais (preferencialmente adequada a carpinteiros e artesãos), mais fácil de usar pelo reduzido peso. Destaca-se, também, pela grande performance e precisão de corte e pela reduzida emissão de ruídos, sem necessidade de recurso a auriculares.


PRODUTO

Motosserra MS 462 C-M (gasolina) Motosserra MS 362 C-M (gasolina, nova versão)

Aspirador eléctrico SE 133 ME Para utilização profissional e aplicação adequada aos sectores da construção e artesanato e para extração de resíduos provocados por ferramentas eléctricas. Principais caraterísticas: classe M de filtragem e remissão de poeiras; filtro PTFE plano; limpeza automática de filtro; monitorização automática de fluxo de volume; tomada eléctrica automática; controlo de aspiração/velocidade infinitamente variável; depósito de grandes dimensões.

Motosserra MS 362 C-M (gasolina, nova versão) Para utilizadores profissionais, tem como pontos fortes o aumento da durabilidade em aplicações exigentes, bem assim como maior facilidade de manutenção e serviço alargado. Destaca a marca que a potência máxima está disponível em todas as situações, mesmo quando em utilização em grandes altitudes, dispondo de novas calibração do M-Tronic e da unidade de controlo, com válvula solenóide mais robusta, novos cilindro, carburador e volante magnético reforçado.

Smart Garden Hub

Smart Garden Hub

Outros produtos

Destinado a irrigação/rega, de utilização mista, para aplicação em jardins privados, parques, hotéis e campos desportivos, com poupança de água até 50%. Trata-se de um sistema inteligente com programação de funcionamento através de soluções Smart Home (aplicações gratuitas para os sistemas operativos de Smartphone iOS e Android).

Foram também apresentados as novas gamas de cortadores de relva Stihl (RMA 235 E, RMA 339/RMA 339 C; RMA 443/443 C/443 TC; 448 TC/2 RT). Como equipamentos de proteção e de segurança (impermeável para profissionais), foram mostrados a nova jaqueta DuroFlex e os capacetes Function Basic (para utilizadores particulares ou semiprofissionais).

Cortadores de relva Stihl 443 TC

Motosserra MS 462 C-M (gasolina) Mais adequada a profissionais de manutenção florestal e de paisagismo e aplicação optimizada para o abate e corte de madeira forte e de grande diâmetro. Passa por ser a motosserra profissional mais ligeira da classe de 70cm3, de maior facilidade de manutenção, com destaques técnicos para a Stihl M-Tronic e a guia Rollomatic ES Light. Tem um novo e mais leve volante, com menor diâmetro, novo sistema AV. Outras caraterísticas: nova geometria da garra; tampa do carreto mais leve; filtro HD2 com vedante; bomba de óleo Ematic S; porcas da tampa do carreto imperdíveis.

Aspirador eléctrico SE 133 ME

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PRODUTO

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Claas

ENFARDADEIRAS MELHORADAS Por SEBASTIÃO MARQUES

T

al como prometido na última edição, revelamos agora as várias alterações que a Claas fez na sua gama de enfardadeiras. Começando pelas de fardos redondos, com a Rollant 400 Uniwrap e o seu novo sistema misto de embalamento, e passando pela Rollant 620 equipada com sistema de alimentação por dentes, até às novas características da gama Quadrant, de fardos retangulares, várias foram as novidades apresentadas pelo fabricante alemão. No último mês de julho, fomos convidados pela Claas para conhecer as novidades de produto para as próximas campanhas. Quase todas foram abordadas na altura, no entanto, por imposição da marca, apenas agora podemos revelar os planos no que às enfardadeiras diz respeito. E as alterações, não sendo de fundo, merecem destaque.

Fardos redondos ROLLANT 400 UNIWRAP Filme ou rede de embalar? Sim, não se preocupe, continuamos a falar de enfardadeiras. No segmento dos fardos redondos o principal destaque é o novo sistema de embalamento na câmara. Para as enfardadeiras da família Rollant 400 Uniwrap, em vez do usual processo de embalamento com rede, agora o embalamento pode também ser feito com filme. O anterior sistema, com rede, continua a estar disponível, juntamente com um sistema de troca rápida para alternar entre rede e filme sem recorrer a nenhuma operação de conversão. Outra nova característica é a rampa de rolamento para facilitar o carregamento de novos fardos. O processo de embalamento com filme é exatamente igual ao familiar embalamento com rede, apenas divergindo o material utilizado. Quando o fardo na câmara atingiu o tamanho desejado, é automaticamente embalado

Enfardadeira Rollant 400 Uniwrap de fardos redondos, onde se destaca o novo sistema de embalamento.

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em até oito camadas de filme. Durante o subsequente processo de embalamento do fardo na mesa de embalamento, isto reflete-se no facto de não ser mais necessário utilizar as tradicionais seis camadas de filme. Embalar com filme também poupa tempo e trabalho pois deixa de ser necessário separar rede e filme quando o fardo é aberto. A decisão de quantas camadas de filme à volta do fardo são necessárias pode ser feita individualmente. Quanto melhores forem as condições de armazenamento, menos camadas de filme são necessárias. O sistema permite a seleção entre 1.2 a 8 camadas, sendo facilmente selecionável a partir da cabine. Para além da vantagem já abordada da poupança de material, outra vantagem da utilização de filme para embalar em vez de rede é a menor quantidade de oxigénio que fica no fardo, com potenciais benefícios para a taxa de fermentação. A Rollant 400 Uniwrap produz fardos com diâmetros entre o 1.25 e os 1.35 m, com uma largura de 1.20 m. Os novos modelos estarão disponíveis para a época de colheita de 2018.

A largura de trabalho do pickup é de 1.85m e está agora disponível com um sitema de alimentação por dentes.

ROLLANT 620 Agora também com sistema de alimentação por dentes A partir da próxima campanha, a Rollant 620 passará a incluir um modelo adicional com um sistema de alimentação por dentes. Esta opção é destinada a explorações que utilizem a sua própria maquinaria, que regularmente necessitam de enfardar feno e palha secos e em condições difíceis, como terrenos inclinados. Uma das principais vantagens da 620 é que pode ser usada, mantendo a densidade dos fardos, com tratores de 80 cv de potência. A largura de trabalho do sistema de alimentação por dentes será de 1.85 m, tendo a câmara um diâmetro de 1.50 m. Este novo modelo também estará disponível para a época de colheita de 2018.


Fardos rectangulares QUADRANT Balança e sistema de iluminação de ponta disponíveis A Quadrant contará a partir da próxima campanha com vários upgrades. Os modelos 4200, 5200 e 5300 passarão a incluir, por exemplo, um sistema de pesagem dos fardos, um sistema de iluminação LED de ponta, bem como, na 4200, surgirá a opção de ter o conjunto de facas em gaveta. No que toca ao sistema de pesagem, usando sensores instalados na rampa do fardo, o processo ocorrerá automaticamente durante a formação do fardo, não causando nenhum atraso na operação. Os fardos podem ser pesados com o veículo a uma velocidade de até 20 km/h e o intervalo máximo de erro é de +/- 5 kg. O peso dos fardos pode ser controlado a partir do ecrã do terminal ISOBUS na cabine. De realçar ainda que, utilizando o sistema CLAAS Telematics é ainda possível utilizar o peso

dos fardos para gerar dados referentes à colheita da área total e por talhão, bem como a localização dos fardos e o nível de humidade. Como opcional, os modelos 4200, 5200 e 5300 podem ser equipados com um sistema de iluminação LED de ponta, constituído por sete lâmpadas adicionais. Estas lâmpadas ficarão instaladas em zonas chave da operação, tal como por exemplo o final da câmara. Finalmente, a Quadrant 4200 pode ser equipada com o conjunto de facas em gaveta, que é um equipamento standard nos modelos 5200 e 5300. A arrumação das facas numa gaveta extraível facilita bastante a sua limpeza e troca, reduzindo significativamente as paragens. De acordo com o fabricante, numa troca completa das facas o tempo necessário passa de uma hora para quinze minutos. Todas estas novidades estarão disponíveis em 2018. A pesagem é feita na rampa automaticamente durante a formação do fardo.

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TESTE EM CAMPO John Deere 6250 R

Teste em campo JOHN DEERE 6250 R Por SEBASTIÃO MARQUES

Talhado para o transporte O 6250 R veio completar a linha 6R da John Deere. Concebido a pensar nas necessidades de prestadores de serviço ou agricultores de larga escala, foi em tarefas de transporte que mais se destacou este trator, que tivemos a oportunidade de experimentar em Clérmont-Ferrand, França.

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Foi no ambiente competitivo do Campeonato Europeu de Condutores que tivemos a oportunidade de estar ao volante do John Deere 6250R, candidato ao TOTY 2018. Num teste maioritariamente feito em estrada e num trator equipado com os Michelin RoadBib (que apresentámos na edição passada), tivemos a oportunidade de testar algumas das principais novidades que equipam este modelo. Um boost do motor de 50 cv com

gestão inteligente de potência (IPM) aliado a um peso de 9.3 toneladas, fazem com que “poder” seja algo de que não se sinta falta.

Motor O boost de 50cv com gestão inteligente que permite ao trator alcançar os 300cv quando necessário é, talvez, o maior destaque no 6250R que equipa com um 6.8-litros PowerTech PSS com turbo compressores duplos e tecnologia DPF e


O trator tem uma capacidade de elevação de 10.4 toneladas no elevador traseiro e de 5 no dianteiro.

SCR (Stage IV ao nível dos standards das emissões). Os 300 cv associados às 9.3 toneladas de peso, permitem uma densidade de potência de 31kg/cv.

Transmissão A atualizada AutoPower , a transmissão de variação contínua da JD que equipa os 6R permite uma grande variabilidade de velocidades, de 3.5km/h para trabalhos muito pesados, até 47.2 km/h para trabalhos de transporte leve. Quando em velocidade máxima em estrada, as rotações por minuto do motor baixam automaticamente, sendo possível manter a velocidade próxima dos 50 km/h a 1630 rpm, e 40 km/h a 1300 rpm, com impactos óbvios nos consumos.

Sistema Hidráulico, manutenção e tecnologia O sistema hidráulico do trator debita um fluxo máximo de 160 litros/minuto às 1500 rpm. Pode ter até seis distribuidores com alívio de pressão individualizado e apresenta uma capacidade de elevação de 10.4 toneladas atrás e 5 toneladas à frente. Ao nível da

manutenção, os filtros de óleo do motor devem ser mudados às 750 horas. Os pontos de lubrificação e de manutenção diária são de fácil acesso. No que concerne à tecnologia disponível, destacamos o Intelligent Ag Navigation and Fleet Logistics, sistema que caracteriza todas as estradas da exploração bem como uma visão geral da frota, mostrando aos operadores o caminho mais rápido e seguro para entrar num campo de trabalho ou que caminho devem seguir entre um ponto de descarga e uma máquina que “conduza” os trabalhos, como uma ceifeira ou uma picadora.

JOHN DEERE 6250 R

Cabine e conforto

também está presente e pode ser ativado ou desativado na consola do trator, a CommandCenter. No entanto, o maior destaque na cabine é o joystick CommandPRO, com 11 botões programáveis e permitindo que a velocidade do trator seja controlada do zero à máxima velocidade com apenas um movimento da mão. Tanto o joystick como os pedais podem ser operados ao mesmo tempo, e não existe a necessidade de um joystick externo para ISOBUS.

No que à cabine diz respeito, existem vários destaques. O sistema HCS Plus, que não é mais do que uma suspensão hidro-pneumática inteligente, oferecendo maior conforto e isolamento sonoro e de vibração. A suspensão no eixo da frente, TLS Plus, ajusta automaticamente a sensibilidade e o nível de suspensão. O sistema VRS (Variable ratio steering)

MOTOR

Fabricante / Modelo

John Deere / PowerTech PSS

Nº de Cilindros/ cilindrada

6 / 6788 cc

Potência nom. /máx. com boost

250 / 300 cv

Nível de emissões

Fase IV / Tier 4F

Binário máximo /Reserva

1167 Nm / 40 %

TRANSMISSÃO

Configuração

Variação contínua (AutoPowr)

Velocidade máxima Eco

40 km/h (às 1300 rpm) ou 50 km/h (às 1630 rpm)

HIDRÁULICO

Capacidade máx. de elevação

Traseira: 10.400 kg Ft: 5.000 kg

Fluxo da bomba

160 Lpm

DIMENSÕES

Distância entre eixos

2900 mm

Carga máxima admissível

15.000 kg

O maior destaque na cabine é o joystick CommandPRO, com 11 botões programáveis

APRECIAÇÃO

Ao contrário do habitual, e porque esteve bastante mais tempo ao volante do 6250 R do que o elemento da nossa equipa, recorremos ao concorrente português no Europeu de condutores, José Roque, para nos fazer a sua apreciação ao trator. Conduzindo sempre com um Joskin de dois eixos e carregado com 19 toneladas, foi maioritariamente em estrada que pudemos testar a máquina. Equipado com os pouco habituais AgriBib, o comportamento do trator em estrada foi bastante agradável, não dando no entanto para “sentir” a suspensão. Já em terra, pudemos constatar que a suspensão é bastante macia, sendo de realçar os três níveis de regulação, automático, máximo e modo manual. O facto de o modo manual apenas estar disponível até aos 5 km/h foi um ponto menos positivo. Em relação ao motor, foi possível sentir a sua força nas subidas apesar de também se refletir no consumo. É um motor, tal como todos os John Deere, bastante equilibrado. Em relação à cabine, a suspensão da mesma continua igual, muito confortável. No entanto, para quem não esteja habituado, caso tenha as três suspensões ativadas (eixo, cabine e banco) pode dar a impressão de que o trator vai a fugir quando em velocidades mais elevadas. Finalmente, o novo joystick é, de longe, um grande upgrade. Com todos os controlos do trator ali reunidos, incluindo as superlentas, torna-se uma excelente ajuda. A caixa é também bastante rápida, sendo um ponto muito positivo.

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TESTE EM CAMPO New Holland T6.175 Dynamic Command

NEW HOLLAND T6.175 DYNAMIC COMMAND Por JOÃO SOBRAL

O conforto de uma caixa robotizada Uma nova caixa robotizada vem alargar a oferta de transmissões da New Holland na linha T6 já a partir de 2018. O T6.175 Dynamic Command, que é candidato à categoria principal do TOTY, e em simultâneo um dos primeiros tratores a estar apetrechado com esta transmissão, já foi conduzido por nós.

La Diamantina é o nome de uma organização de produtores agrícolas da região de Ferrara, em Itália. Foi nas instalações e nos campos deste consórcio que no final de julho se realizou o teste em campo da New Holland. No âmbito deste evento exclusivo para os media que integram o prémio Tractor of the Year, fomos dos primeiros a experimentar a nova transmissão Dynamic Command (DC), uma full-powershift robotizada que se posiciona na oferta da New Holland entre os dois tipos de caixa até agora propostos: a Electro Command (EC), semi-powershift, e a Auto Command (AC), de variação contínua.

A gama T6 Os T6 estão bem implantados junto dos agricultores portugueses, bem como noutros

mercados um pouco por toda a Europa. Como a atual geração desta série ainda tem pouco tempo no ativo, as alterações que recebe para 2018 são de pormenor. A grande novidade é a chegada de uma nova caixa robotizada desenvolvida internamente pela New Holland. Tanto o T6.175 como os seus irmãos T6.145, T6.155 e T6.165, podem ser configurados com esta caixa Dynamic Command de dupla embraiagem.

O que é inovador na Dynamic Command Composta por oito relações distribuídas por três gamas, nesta caixa todo o escalonamento de relações foi repensado. Os responsáveis da marca começaram por anunciar que a sua construção obedeceu a um critério: disponibilizar o número certo de relações, precisamente onde elas fazem falta.

APRECIAÇÃO Conduzi o trator engatado num reboque de tipo banheira, da marca Crosseto, sem carga. O troço de estrada era muito diverso, com algumas retas, mas também rotundas apertadas e cruzamentos que obrigaram a constantes paragens e arranques. Já a experimentação em campo foi mais breve, por causa de uma bátega de água que deixou o solo em condições impróprias. Em ambas as situações, a transmissão revelou-se muito cómoda e os gráficos disponibilizados no monitor são uma peça essencial para ‘navegarmos’ ao longo do escalonamento, inclusive para ‘pularmos alguns carretos’ sempre que dá jeito.

O layout do painel de instrumentos surge ligeiramente redesenhado.

O assento ‘Comfort’ possui encosto superior pivotante.

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No meu entender, é um importante passo que a New Holland dá ao lançar a Dynamic Command nesta série de tratores de média potência. Por um lado, porque acompanha uma tendência de mercado que aponta para soluções mais em conta que sejam uma alternativa à variação contínua, por outro porque a caixa é bastante mais configurável e mais cómoda de usar do que uma tradicional semi-powershift.


Comparativamente com a EC (de 16 velocidades), a DC (de 24 velocidades) tem menos uma gama e o dobro das relações dentro de cada gama. Na prática, isto significa que vai ser necessário alternar menos vezes entre gamas. O operador pode inclusive optar por conduzir em modo manual ou em modo automático, deixando neste caso entregue ao sistema a tarefa de definir qual é a melhor relação a ser utilizada em cada momento, em função da carga a que o trator está exposto. A DC pode funcionar em modo auto desde a primeira à última relação, porque,

Os espelhos exteriores são repartidos por duas fases, para cobrir as ‘zonas cegas’ à volta do trator, que é uma das imposições de segurança da ‘Mother Regulation’.

caso o operador assim pretenda, a passagem de gamas é também automática.

Com manete CommandGrip A CommandGrip, que é a manete multifunções conhecida da caixa AC, passa a ser usada também na DC. Mas há duas diferentes configurações: manete fixa, em que a transmissão é comandada em dois botões; ou manete móvel, em que se empurra para a frente para subir a relação e para trás para reduzir. A manete móvel tem um custo adicional de cerca de 700 Eur.

Preço competitivo A caixa Dynamic Command é controlada através de uma alavanca multifunções igual à que encontramos nos modelos de variação contínua.

Para a mesma configuração de equipamento do trator, e considerando a EC como a transmissão standard, a DC custa mais 3.000 Eur, e a AC custa mais 10.000.

NEW HOLLAND T6.175 DYNAMIC COMMAND MOTOR

Fabricante / Modelo

FPT / NEF 4.5

Nº de Cilindros/ cilindrada

4 / 4485 cc

Potência nominal /máxima

145 / 175 cv

Nível de emissões

Fase IV / Tier 4F

Binário máximo /Reserva

700 Nm / 40 %

TRANSMISSÃO

Configuração

Powershift robotizada 24/24

Velocidade máxima

40 ou 50 km/h

HIDRÁULICO

Capacidade máx. de elevação

Traseira: 7.864 kg Ft: 3.040 kg

Fluxo da bomba (opcional)

80 Lpm (113 Lpm)

DIMENSÕES

Distância entre eixos

2684 mm

Carga máxima admissível

10.500 kg

Motor e hidráulico O motor FPT de 4 cilindros está adequado para o nível de emissões Tier 4F, e o hidráulico surge com a mesma performance e possibilidades de configuração, podendo no entanto incluir ISOBUS 3, possibilidade que não existe nas caixas EC.

Cabine e conforto A outros níveis, há apenas mudanças de pormenor nesta versão dos T6 para 2018: o joystick para carregador frontal tem um novo formato, o eixo dianteiro surge reforçado, podendo incluir a funcionalidade CustomSteer para ajuste de rácio de viragem, e no exterior os espelhos apresentam um ângulo maior, para cobrir as ‘zonas cegas’ em redor do trator. A bateria e o corta-corrente estão situados na secção direita da cabine

NOVAS FUNCIONALIDADES Dynamic StartStop A baixa velocidade, para imobilizar o trator basta pisar os pedais de travão, sem ser necessário pôr a transmissão em ponto morto ou pisar a embraiagem.

SmartRange Shift Na passagem de gama, quando há uma sobreposição de rácios das relações (a gama B sobrepõe-se às gamas A e C), o sistema leva-nos diretamente para o rácio seguinte da outra gama. Um exemplo: se passássemos de B8 para C1, haveria um ‘afundamento’ porque a C1 é mais curta. Além disso, quando fazemos a passagem em modo manual, também podemos saltar relações. Há no monitor um gráfico muito útil que nos ajuda a perceber onde estamos e para onde vamos no escalonamento da caixa.

AutoShift As relações são trocadas automaticamente a um certo regime do motor que é definido pelo operador. Dependendo da tarefa, define-se a que limite podem as rotações descer, ou subir, até que a troca de relação seja efetuada.

Kick down Para uma rápida resposta da máquina, pode-se pisar o acelerador a fundo e o sistema ajusta automaticamente a relação de caixa em função das condições. A DC inclui ainda uma função cruise, para indicação de uma velocidade alvo, e ajuste de três níveis para a sensibilidade de resposta do inversor e da troca de relações. ABOLSAMIA outubro / novembro 2017

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TECNOLOGIA

O QUE FARÍAMOS SEM O PNEU AGRÍCOLA? Por HELIODORO CATALÁN MOGORRÓN

A importância dos pneus no desempenho do trator agrícola é tão significativa que achámos útil dedicar-lhes um artigo. Desde a simples invenção da roda até ao fabrico do pneu, passando pelas diferentes tecnologias que lhe estão associadas (diagonal, radial e baixa pressão) há um conjunto de caraterísticas que proporcionam a melhor tração e performance possíveis e determinam as opções no ato de compra.

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TECNOLOGIA

A RODA E A MARCAÇÃO DO PNEU A RODA E O MOVIMENTO

SABIA QUE...

MARCOS IMPORTANTES NA HISTÓRIA DA RODA COM PNEU 1736 O explorador francês Charles La Condamine fala à comunidade científica das vantagens do cauchu após as suas viagens pela América Latina.

1823 O químico escocês Charles McIntosh, de quem se diz ser o percursor da gabardina, regista a patente do fabrico de roupa impermeável com recurso ao cauchu.

Na natureza não existem rodas, tão pouco no reino animal. Sendo assim, por que razão os humanos têm feito da roda a panaceia do movimento? Se tudo se altera e nada se mantém igual, também não deixa de ser verdade que a união do trator agrícola ao pneu parece que está para durar muitos mais anos. A roda é um invento anónimo, milenar e responsável pelo grande desenvolvimento tecnológico da humanidade. Com a roda conseguiu-se reduzir o esforço de tração e o ruído, e na agricultura ela foi introduzida, gradualmente, primeiro em máquinas como a semeadora e a gadanheira. Todavia, os primeiros tratores agrícolas apenas utilizavam uma roda metálica com garras e foi só a partir de 1930 que surgiram as coberturas de roda com borracha maciça, o que deu origem ao pneu como hoje o conhecemos, mas que teve, desde então, um desenvolvimento vertiginoso. Chegados ao séc. XXI, após décadas de avanços significativos, observamos quão imutável tem sido o papel da roda: é o último elemento da transmissão.

1842

1889

1910

O inventor norte-americano Charles Goodyear realiza a primeira vulcanização de um pneu. A borracha resultante da mistura de enxofre com cauchu conservava a elasticidade, impermeabilidade e resistência ao frio e ao calor.

A invenção de Dunlop passa a ser utilizada em bicicletas e a primeira roda de com pneu furado é remendada na oficina dos irmãos Michelin. Estes ficam encantados com a maravilha que representa rodar sobre ar.

Começam a ser substituídas as telas de borracha maciça por outras com pequenos cabos torcidos e paralelos no interior.

1845

1891

O escocês Robert William Thomson desenvolve a primeira câmara-de-ar para um pneu de automóvel.

Os irmãos Michelin (André e Édouard) patenteiam o pneu desmontável. No mesmo ano, August Shrader, emigrante alemão nos EUA, incorpora a válvula de ar para pneus.

1886 Primeiro automóvel de Benz e Panhard de rodas com faixas de cauchu.

1892 O alemão Lehman regista a patente da união do pneu a uma jante.

1912 O pó de carvão passa a ser incorporado na mistura das borrachas, substituindo a argila que até então se utilizava, com o objectivo de duplicar a resistência ao desgaste.

1939-45 Durante a II Grande Guerra surgem os cauchus sintéticos que permitem o início da fabricação de pneus sem câmara (tubeless).

1835

1888

1895

1946

Charles Dietz, engenheiro alemão que se notabilizou pela construção de máquinas a vapor e hidráulicas, revestiu os aros de um trator a vapor com tiras de cortiça e cauchu.

O escocês John Boyd Dunlop reveste as rodas da bicicleta do seu filho com capas de cauchu infladas de ar, a fim de reduzir o esforço de locomoção e suprimir o ruído.

Surge o primeiro pneu para automóvel que se insere na jante com recurso a talões engrossados em forma de gancho e reforçados no interior com cabos de aço.

Surge o pneu radial.

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TECNOLOGIA

A marcação do pneu

A marcação tem sofrido alterações com os tempos, pois originalmente utilizavamse apenas duas cifras: 18,4-38. A primeira indica a largura do pneu, na sua banda de rodagem, separada de outra por um hífen, indicando este o tipo de estrutura da fabricação, no caso, do tipo diagonal, mas se fosse um “R” indicaria radial. A segunda, o diâmetro do aro (em polegadas). Atualmente, a designação é diferente, do tipo 480/80 R 50.

R5 4 8 0 / 8R0 0 -1 W

Símbolo de segurança

R 50 0 /8

W DE CAPACIDADES 0 R -1 8 CARGA E VELOCIDADE

Existem outras inscrições na marcação do pneu, como por exemplo 139 A8, ou 8 PR A8

• O número 139 representa o índice de capacidade de carga (LI) da roda. Trata-se de • Largura do pneu (480 mm); um código internacional que • Relação de percentagem entre indica a carga máxima que um a largura do pneu e a altura pneu pode suportar. Também do flanco (80). Há uns anos pode aparecer uma inscrição era muito frequente o pneu do tipo 8 PR, que não é mais de baixo perfil (marcação 75que o índice de resistência da 85%), sendo que actualmente a carcaça, sendo que PR é a sigla tendência aponta para pneus de que deriva de “ply rating” e que base extra larga (60-70%); define a capacidade de carga. • Estrutura radial (R); A denominação PR apenas se • Diâmetro do aro (50’’), que é a utiliza em pneus de estrutura distância entre os rebordos do diagonal, enquanto nos de aro onde se apoiam os talões estrutura radial é empregue o (ou calcanhares) do pneu. índice de carga; • A8 é o código de velocidade.

EXEMPLO...

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RCI Esta marcação designa o Índice de Circunferência de Rodagem e está perfeitamente adotada nos Estados Unidos, ainda que não totalmente generalizada na Europa. A sua compreensão é particularmente útil nos tratores de tração dupla com rodas de diâmetro desigual, pois em caso de substituição de algum dos pneus é importante optar por um “acasalamento” recomendado pelo fabricante, de forma a garantir a eficiência da tração.

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ABOLSAMIA outubro / novembro 2017

Se observarmos a banda lateral do pneu veremos a marcação “Mitas AC/85 480/80 R 50 139 A8 136 D Tubeless →”. Vejamos os seus significados: • Mitas – nome do fabricante • AC 85 – nome da banda de rolamento • 480 – largura do pneu (em mm) • 80 – relação da forma • R – estrutura radial • 50 – diâmetro do aro (em polegadas) • 139 A8 – índice da capacidade de carga para uma velocidade A8 • 136 D – índice da capacidade de carga para uma velocidade D • Tubeless – pneu sem câmara de ar • → - seta que indica o sentido de rotação do pneu

AC

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D

AC 8 5

DIMENSÃO DO PNEU

Sentido de rotação

OD

SW - Largura de seção SH - Altura de seção OD - Diâmetro total D - Diâmetro do aro

É importante saber qual o significado da marcação do pneu, pois assim ficamos a conhecer as suas várias dimensões, estrutura e principais características de emprego.

SH

SW

COM OU SEM CÂMARA-DE-AR A parte do pneu que se aloja na jante pode ter no seu interior uma câmarade-ar, marcando-se no flanco do pneu a inscrição TT. Se não estiver provido de câmara é designado de tubeless e marcado como TL. O pneu é formado por uma mistura de borracha sobre uma estrutura de fios metálicos tecidos em camadas. A borracha é uma mistura de cauchu (substância elástica e resistente que provém da coagulação do látex extraído de diversas plantas tropicais), a que se juntam cargas de reforço e plastificantes. Posteriormente, o conjunto é submetido a vulcanização, o que proporciona mais resistência e longa duração ao pneu. Já a fiação pode ser composta por substâncias tão diversas como algodão, rayón ou nylon, dependendo do tipo de pneu desejado, sendo que para utilização agrícola é utilizado arame de aço coberto de cobre, uma vez que este adere melhor ao cauchu.


TECNOLOGIA

As rodas Ao observar uma roda de trator distinguem-se duas partes perfeitamente Disco de fundição. diferenciadas – uma metálica, formada pelo disco e pelo aro, outra pelo pneu, acondicionamento do pneu. com ou sem câmara-de-ar. As suas dimensões de fabrico DISCO É unido com parafusos e porcas ao cubo da extremidade do eixo (último elemento da transmissão que termina na roda). O material de fabrico é usualmente o aço estampado, mas também, ainda que raramente, pode ser de ferro fundido, com a vantagem de este ser mais pesado.

ARO Na periferia do disco encontramos o aro, ou jante, cilindro metálico que de um lado é fixado ao disco, e do outro permite o

devem admitir, de forma precisa, a montagem de pneus de diferente procedência e fabrico.

MARCAÇÃO DO ARO Esta designação é apresentada por dois números (sempre expressos em polegadas): a primeira cifra indica a sua largura, a segunda indica o seu diâmetro. Este é medido na zona onde é alojado o talão do pneu e a garganta entre os rebordos que seguram o pneu inflado de ar. A letra impressa depois da primeira cifra indica o contorno do aro (este pode ser de base fundida ou semifundido, em função do acondicionamento do

talão do pneu), e o símbolo após a cifra indica se é reunido (aro reunido) ou soldado.

UNIÃO DISCO-ARO A união destes dois elementos é um fator crítico de design. Este pode ser feito por aperto com parafusos, ou mediante soldadura. É usual a opção por parafusos no caso de aros com braçadeira e disco variáveis, mas também nos casos de aros reforçados com coroa e discos variáveis. A principal razão da adoção de parafusos é que esta disposição permite variar a largura da via do trator, ainda que haja desvantagem, no caso de enormes tensões de transmissão, por poderem debilitar as braçadeiras ou as uniões do aro. Em outras situações, sobretudo no caso de tratores mais potentes, é recorrente a união por cordão contínuo de soldadura. É por isso que, quando o esforço de transmissão é elevado e se não

houver variação de via, recomendase a união de disco e aro por cordão de soldadura. As furação para os parafusos deverão ter perfil cónico de 60, 80 e 90º. Aros com braçadeiras e discos variáveis.

Aros reforçados com coroa e discos variáveis.

União com cordão contínuo de soldadura.

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DIAGONAL OU RADIAL?

E AINDA ... DIAGONAIS TINTURADOS

PNEU DIAGONAL

PNEU RADIAL

Assim denominado por ter estrutura enviesada, cruzada ou diagonal, tem na composição da sua carcaça um determinado número de coberturas de tela e lonas que condicionam a carga a suportar. As lonas são cruzadas de acordo com um ângulo maior ou menor relativamente ao plano médio do pneu. É o valor deste ângulo que determina as suas qualidades, sendo que a relação altura-largura do balão do pneu é aproximadamente de 0,85, assumindo o balão uma forma elíptica quando a roda é apoiada no solo.

A nomenclatura deriva da disposição dos cabos, de um aro ao outro, como prolongamento do raio da roda, estendidos perpendicularmente à banda de rodagem, de um lado ao outro dos talões do pneu. A relação entre a altura e a largura do balão situa-se entre 0,6 e 0,65, assumindo a aparência de baixo perfil. Assim, a superfície de contacto com o solo assume uma forma retangular e, por consequência, assegura maior aderência.

Este tipo de pneu acaba por apresentar um maior desgaste, pois aquece significativamente pelo atrito com o solo e pelo facto de ser maior a fricção entre as lonas. Também os ensaios realizados demonstram, repetidamente, um maior consumo quando comparado com o pneu radial.

Aquece menos que o convencional por não existir atrito entre as lonas da carcaça; Calca o solo melhor que o diagonal ao repartir as cargas de forma mais eficiente, deixando uma impressão retangular; Reduz o consumo de carburante; Melhora a estabilidade do veículo porque reduz a deformação da banda de rodagem; Maior duração.

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Ainda que o pneu diagonal seja recomendado para muitas tarefas agrícolas, destacando-se o comportamento em terrenos irregulares - virtude dos flancos muito fortes -, razão pela qual é aconselhado para maquinaria florestal, também existem pneus que agregam vantagens das duas técnicas de produção. Trata-se dos denominados “diagonais tinturados”, pois dispõem de uma carcaça diagonal forte, flancos resistentes e deixam uma marca plana no solo.


TECNOLOGIA

O desenho de máquinas cada vez maiores, pesadas e eficazes também proporciona o aumento do risco de compactação do solo. É por isso que o desenho do pneu tem cuidado que a pressão sobre o terreno seja a mais reduzida possível. A pressão, para um mesmo peso, diminui na medida em que aumenta a superfície de contacto. É este o princípio do desenvolvimento técnico do chamado pneu de baixa pressão.

Menor pressão = menor compactação = maior respeito pelo solo = mais rendimento = mais produtividade Uma simples fórmula matemática para um fenómeno físico: P = F/S Quer esta dizer que a pressão (P) é o quociente entre a força (F, peso) e a superfície (S), daí que a uma maior marca no solo corresponde uma menor pressão exercida para uma mesma carga.

EM CAMPO Dever-se-á utilizar a menor pressão possível nos pneus, pois reduzindo a pressão que se transmite ao solo reduz-se também a profundidade do sulco. Parâmetros médios dizem que se um pneu agrícola com pressão de 1 bar, sobre terreno macio, deixar um sulco de 6 a 8 cm de profundidade, com 4 bar esta aumentaria para 10-15 cm.

EM ESTRADA Passar-se-á o mesmo em percurso de estrada? Não. Então, o resultado da equação é ao contrário. Quando um

IMPORTANTE ...

Novos desenvolvimentos do pneu agrícola: a Baixa Pressão

trator realiza transporte em terreno duro convirá usar a maior pressão possível, já que se incrementa a capacidade de carga e se reduz a resistência à rodagem.

Fica também claro que o melhor é encontrar uma solução de compromisso, um equilíbrio (daí a importância da lastragem), pressão adequada e tipo de pneu.

RECAPITULEMOS OS PARÂMETROS QUE VÃO FICANDO CLAROS • Aumentar o peso significa aumentar a resistência à rodagem • Maior resistência ao rolamento incrementa o consumo • Quanto maior o peso, menor deslizamento • Menor deslizamento significa maior eficiência na tração e menor consumo

A nova gama TM1060 da Trelleborg proporciona uma maior eficiência para tractores de 80 CV a mais de 300 CV. Preserve o seu terreno de compactação e torne as suas operações agrícolas mais produtivas. Proteja os seus cultivos como se fossem pedras preciosas. www.trelleborg.com/wheels/es

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TECNOLOGIA

Se até agora o limite mínimo de pressão de enchimento poderia situar-se entre 1 e 1,2 bar, com pneus de baixa pressão estes valores poderão ser inferiores, sem que se corra o perigo de problemas de fadiga nos flancos do pneu, ou que este saia da jante em caso de rodagem mais rápido em situação de transporte. Com a “alta flexibilidade” conseguiu-se reduzir a pressão de trabalho entre 20/30% quando se utiliza o pneu radial tradicional, da mesma forma que a baixa pressão permite inflar pneus a apenas 0,8 bar. O objectivo desta tecnologia é maximizar a capacidade de tração limitando a compactação do solo. Trata-se de pneus que flexionam o máximo possível, suportando elevadas cargas sem que se afundem no solo. De resto, já se viu que a vantagem da extrema flexão permite aumentar a superfície

Baixa compactação do solo no campo

TECNOLOGIA ALTA FLEXIBILIDADE

de contacto e assim reduzir a compactação da terra. Esta menor pressão que se exerce no solo faz com que o pneu se mantenha sobre a superfície do mesmo, diminuindo a compactação e a resistência à rodagem, garantindo tão-só o esforço necessário para rodar. É sabido que a essa menor

resistência corresponde maior poupança energética, mas também o conforto na condução, uma vez que os pneus tornam-se mais macios e flexíveis e, por conseguinte, capazes de absorver melhor as irregularidades. Qual é o inconveniente? Obviamente, o preço, mas também o excesso de oferta de pneus que não podem ser montados nas mesmas

Diferença de profundidade do rasto de acordo com a pressão de enchimento (2 e 4 bar).

O objectivo desta tecnologia é maximizar a capacidade de tração limitando a compactação do solo. Tratase de pneus que flexionam o máximo possível, suportando elevadas cargas sem que se afundem no solo.

jantes que os convencionais. Por isso mesmo, o desafio do pneu ultraflexível é poder usar uma jante standard.

OFERTA ... DE PNEUS EM BAIXA PRESSÃO Todos os fabricantes de pneus premium dispõem já de oferta em baixa pressão, produtos a que chamam de VF (Very High Flexion), Ultraflex, SFT (Super Flexion).

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TECNOLOGIA

Escolher o melhor pneu

Compra de pneus: custo ou investimento?

A escolha do pneu condiciona em grande medida o trabalho e o custo dos trabalhos futuros. Em trabalhos agrícolas é ideal que a tecnologia radial se sobreponha à diagonal. O pneu radial reduz a compactação e aumenta a tração, pois normalmente é carregado com pressões mais baixas e proporciona maior superfície de contacto com o solo, pelo que assim reparte melhor a carga. Sempre que se possa, é preferível escolher os pneus de medida larga e de grande volume.

Nas ciências económicas, os conceitos de “custo” e “investimento” têm significados diferentes. Enquanto um custo é aquela saída de caixa com o intuito de adquirir um bem ou serviço, no caso do investimento supõe-se que, quando se compra um ativo este irá gerar um benefício para o futuro, mais imediato ou distante. Enquanto o custo corresponde à necessidade de satisfação de um desejo, o investimento é recuperado durante toda a vida útil do ativo. Um exemplo prático, respeitante à economia doméstica, tem a ver com a substituição das lâmpadas incandescentes pelas de baixo consumo. Este simples ato deverá ser considerado investimento e não custo, uma vez que permitirá poupanças anuais na fatura da electricidade.

DESENHO DOS TACOS Um desenho adequado incrementa a capacidade de tração do pneu, sendo que um bom desenho será aquele que mantém mais tacos em contacto com o solo. Já um mau desenho de taco, ou que este se ache excessivamente gasto, proporcionará uma tração ineficaz e um patinamento excessivo do pneu, aprofundando o sulco, a compactação e a rotura da estrutura do solo. Se a principal função do trator for o transporte, a melhor opção será um desenho de cobertura de tacos com um ângulo mais agudo, pois esta disposição melhora a comodidade de condução e prolonga a vida útil do pneu.

DESENHO DE BANDAS DE RODAGEM E FLANCO Os flancos do pneu sofrem particularmente pela acção das pedras. Um bom pneu deve ter uma banda de rodagem resistente às agressões geradas por solos secos e duros, mas também pelos restolhos do milho, cana-deaçúcar, girassol…

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O preço a pagar não será a única diferença entre eles.

RETORNO DO INVESTIMENTO Ainda que possa parecer que estes pneus têm a mesma aplicação, existem diferenças significativas. Qualquer dos pneus nomeados poderiam ser montados no mesmo trator, mas o desempenho ou capacidade de trabalho da máquina não seriam os mesmos. É nesta abordagem que se deve levar em conta os benefícios que um bom pneu comporta para uma específica utilização: consumo de combustível; respeito pelo solo; conforto do operador; impacto ambiental pelos componentes utilizados e pelas emissões contaminantes no processo de fabrico.

COMO SE AFEREM OS BENEFÍCIOS? De um lado estão os benefícios edáficos (relativos aos solos e suas caraterísticas físico-químicas), do outro os derivados da poupança de combustível e vida útil, tidas como essenciais para qualquer exploração agrícola. Tanto os fabricantes de pneus premium, como determinadas equipas de investigação associadas a universidades utilizam nos seus estudos canais de ensaio com diferentes tipos de solos, com restos vegetais e diferenciados por distintos estados de humidade e de compactação. Estas amostras são utilizadas para medir a superfície de contacto e a profundidade do sulco do pneu. A compactação é medida com recurso a penetrómetros, aparelho de medida de esforço para aferir a penetração no solo à medida que aumenta a profundidade do sulco. Também é vulgar medir a onda de terra que vai sendo criada pela roda, em grande parte responsável pela resistência à rodagem do veículo.

BENEFÍCIOS DE COMPRAR UM BOM PNEU A compra de um pneu diagonal 18,4-30, ou um radial 18,4R30, ou um 460/85R30, ou inclusivamente um de alta flexibilidade VF, não nos pode deixar indiferentes apenas por serem semelhantes no aspeto.

Diferentes desenhos de garra e a sua resposta ao desenlameamento (cortesia Firestone)

Análise de rodado em canal edafométrico (cortesia Bridgestone)



TECNOLOGIA

CITIUS, ALTIUS, FORTIUS Se o fabrico de um bom pneu é uma arte, este também será de excelência se a potência e o controlo da máquina são assegurados e transmitidos ao solo com plena eficácia. No mundo agrícola, o principal objetivo é conseguir a máxima aderência com a menor compactação do solo, com mínimas perdas por deslizamento e redução do consumo de combustível. Em última análise, que seja prolongada a sua vida útil de trabalho. Mas também há problemas, uma vez que os tratores são cada vez maiores, mais pesados e mais rápidos. Difícil dilema…

O DILEMA É necessário resolver a equação cujo resultado permita ao pneu agrícola transmitir toda a potência das rodas ao solo, mas minimizando a compactação deste e reduzindo o consumo energético (ecológico). Será o suficiente? Infelizmente, não. Ao pneu também se pede que tenha uma longa vida útil (economia), que maximize a segurança da condução e que seja confortável para o operador (ergonomia).

NO MUNDO AGRÍCOLA

Visto este dilema, que fazemos, que aconselhamos ?

O principal objetivo é conseguir a máxima aderência com a menor compactação do solo, com mínimas perdas por deslizamento e redução do consumo de combustível.

Desenho do pneu A começar pela composição da borracha e desenho dos tacos, passando pela carcaça de arames e pelo desenho do próprio talão, tudo tem que estar bem definido na hora do fabrico. A borracha não é apenas cauchu, mas sim um elastómero (polímero de propriedades elásticas), cuja fórmula é “guardada a sete chaves” pelos departamentos de engenharia dos fabricantes. Mas chegar a uma fórmula de material de base e os seus aditivos requer muitas horas de ensaios.

forma simplista, a subdivisão do domínio de um problema em partes menores. São programas de modelos matemáticos que ajudam a prognosticar a distribuição das tensões que poderão ocorrer no pneu. É nesta fase que se decide o modelo de tacos a adotar e o ângulo dos mesmos em função do trabalho a que estão destinados.

ENSAIO Antes de simular há que ensaiar.

Este é realizado por análise laboratorial edométrica (são interpretados parâmetros fundamentais para o cálculo de recalques por adensamento do solo) e por trabalhos de campo em condições reais. As conclusões são conduzidas ao departamento de design, onde os prognósticos e os resultados dos ensaios são levados em conta para chegar ao desenho definitivo do pneu.

PROGNÓSTICO É feito com recurso a procedimentos de análise por computador, baseada no Método dos Elementos Finitos (FEM) - que é o mesmo que dizer, de

Aumentar a superfície de contato com o solo pode ser feito de diversas formas: Utilizar tratores de tração dupla Optar por pneus de estrutura radial em vez de diagonal Aumentar a largura da secção: os chamados pneus de grande volume Substituir o pneu por faixas de borracha Optar pela geminação de rodas

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Deflexão em pneu de baixa pressão (cortesia Michelin)


TECNOLOGIA

A “arte negra” no fabrico de um pneu Já se referiu que fabricar um pneu é toda uma arte, pois a tecnologia que lhe dá origem é impressionante, do design à composição, e ao fabrico, por etapas, onde se define a qualidade que terá esse pneu e a sua adaptação ao meio e à função para que foi originalmente pensado. COMPOSIÇÃO É o segredo dos segredos. Grosso modo, e em percentagens, os materiais utilizados no processo de fabrico são estes: Cauchu, 37,5% Pode ser natural, ou sintético, ou uma mistura de ambos, que é o mais comum. O cauchu natural deriva do látex, seiva da árvore seringueira (Hevea Brasiliensis), de origem tropical. O látex

Matérias têxteis, 4,5%

sintético é obtido através de hidrocarbonetos. Quando produzido a partir da mistura de ambos – SBR (polibutadienoestireno), PBR (polibutadieno) e neopreno (policloropropeno) -, o preparado ronda 35% de cauchu natural e 65% de sintéticos, mistura esta que é altamente secreta. As proporções a utilizar variam em função da natureza do pneu. Se este for sem câmarade-ar (tubeless) são utilizadas borrachas mais estanques, para a banda de rodagem a escolha recai em misturas resistentes ao atrito e para os flancos borrachas capazes de suportar melhor os agentes atmosféricos. O cauchu é misturado com enxofre para o processo de vulcanização. Negro-de-fumo, 25% Como o pó de carvão ou a fumaça negra expelida pelo escape do motor de um veículo pesado, é um aditivo essencial que se obtém pela combustão incompleta do gás de petróleo. É responsável pela cor negra do pneu, pela elasticidade e proporciona uma maior resistência à abrasão. Cabos de aço, 16,5% São fios individuais (cobre ou latão) que se entrelaçam, tratados superficialmente e revestidos com uma capa de borracha para terem melhor aderência ao cauchu.

Pneu em processo de fabrico

Durante muito tempo foram utilizadas fibras de algodão natural, mas a sensibilidade destas ao calor e à humidade fez com que fossem substituídas por outras, sintéticas, como o rayón, poliéster e poliamidas. Produtos químicos, 17% O enxofre, utilizado para vulcanizar o cauchu, conferelhe propriedades mais elásticas que plásticas. Outras substâncias, antioxidantes e antitérmicas, também entram neste preparado. De acordo com o grau de vulcanização são obtidos diversos estádios de endurecimento, desde o mais macio, usado para as câmaras-de-ar, até ao mais rígido, para obter a ebonita, plástico termoestável e muito resistente, utilizado para fabrico de peças e isolantes. As misturas serão sempre diferentes, pois talões (muito mais reforçados), flancos e banda de rodagem não têm as mesmas caraterísticas de fabrico.

TRITURAR E MISTURAR BORRACHAS As matérias-primas são reunidas em enormes misturadoras, submetidas a calor e pressão, dali resultando um composto negro que será triturado uma e outra vez até lhe ser acrescentado o enxofre e outros aditivos que favorecem a vulcanização. Depois de baixar a temperatura, o composto é passado repetidamente por cilindros e compactado até que tenha a espessura desejada.

MONTAGEM Chegada a hora de confeccionar a carcaça, a operação é realizada sobre um tambor cilíndrico em rotação, com calandra interior. É introduzida na máquina a mistura que formará a primeira cobertura de borracha, as lonas de cabos, os aros (um de cada lado), borrachas de preenchimento interior e a proteção de flancos. Passar da forma cilíndrica para a tórica (que assume a forma

de um toro) é o passo seguinte. Os aros são aproximados um do outro, submetendo a parte central a grande pressão e juntando as várias capas de borracha até ao limite da longitude dos cabos. A banda de rodagem, ainda lisa, é a última parte a juntar. Está concluído o processo de fabrico do agora denominado “pneu verde”.

COZEDURA E VULCANIZAÇÃO Os processos anteriores, exceptuando a mistura inicial, foram realizados a baixa temperatura. O protótipo de pneu é então colocado no molde, agora aquecido por água quente sob grande pressão, que lhe dará a forma final e o desenho específico da banda de rodagem e as marcas nos flancos. No processo de vulcanização não são públicos os parâmetros de temperatura e de tempo de operação, mas é usual dizer-se que rondam os 300º C durante 12 a 25 minutos. Com a pressão adicional são comprimidas todas as partes e assim é determinada a forma final. Ao sair do molde, o pneu está cozido e curado, deixou de ser um conjunto plástico para passar a ser elástico, com resistência ao desgaste muito superior ao processo a que foi submetido anteriormente.

INSPEÇÃO Inspetores de qualidade comprovam a qualidade dos pneus e detetam quaisquer imperfeições antes da expedição para os pontos de venda. Com carácter aleatório, algumas unidades são submetidas a raios-X em busca de possíveis defeitos. Da mesma forma, outras são cortadas para verificar se o interior assume o padrão standard da marca. São detalhes que podem fazer a diferença.

Bibliografia O trator: fabricado com o material com que se fabricam os sonhos; 2014; H. Catalán; NIPO: 280-14-032-5; www.magrama.es ABOLSAMIA outubro / novembro 2017

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TECNOLOGIA

Escalada das concentrações corporativas

EUROPA E ÍNDIA DOMINAM SECTOR DA PRODUÇÃO O número de fabricantes de pneus agrícolas tem vindo a decrescer nas últimas décadas, facto a que não é alheia a escalada de concentrações corporativas, na mesma medida em que o parque de veículos continua a encolher e vai aumentando a área das explorações, que recorrem a maquinaria mais pesada e potente para realizar o trabalho de forma mais rápida. O específico mercado de fabrico de pneus para maquinaria agrícola mantém a tendência para a concentração de meios, por aquisição ou fusão de empresas, um sector industrial que está a ser dominado pelas marcas europeias e indianas, num processo de mundialização em que começa a ser difícil saber de onde vêm os pneus que equipam os nossos veículos. Foi a essa mesma conclusão que chegou a Réussir, grupo de media francês pela Internet, especializado em temas agrícolas. Ainda que a situação em Portugal não seja tão desanimadora, a avaliar pelo número de novas matriculações de tratores agrícolas, que em 2016 teve um ganho de 16,1% relativamente ao ano anterior, as alterações no mundo agrícola francês ajudam a explicar a nova realidade e podem servir de exemplo para outras latitudes. Segundo aquela publicação, é pela economia de escala que se encontram as diferenças. As concentrações corporativas

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estarão intimamente ligadas ao aumento da dimensão, em área, das explorações agrícolas, acompanhadas pela tendência do incremento da potência da mais recente maquinaria, o que faz com que parte dos tratores menos musculados seja colocada de lado. Outra tentativa de explicação para o surgimento de mais e novos aglomerados fabris terá a ver com a capacidade de canalizar avultados orçamentos para pesquisa e desenvolvimento, só possível à bolsa daqueles gigantes produtores. Um dos casos mais recentes realça a aquisição dos checos da Mitas pelos suecos da Trelleborg, em Novembro de 2015, ou a tomada do grupo israelita ATG pelos japoneses da Yokohama, e já depois de ter passado por gestão e propriedade indianas.

TITAN/GOODYEAR

ATG Distribuídos em Portugal pela Dispnal, os pneus Galaxy, que representa desde o final de 2013, são da responsabilidade da ATG, propriedade dos japoneses da Yokohama, mas que já foi israelita, onde ainda são produzidos, mas também na Índia, após processo de aquisição do capital por empresa deste país.

A brasileira Titan foi adquirida em 1938 pela norte-americana Goodyear e domina o mercado da América Latina. Está espalhada por todo o mundo, mas não tem revendedores em Portugal para o mercado agrícola. Depois de ter encerrado uma fábrica em Amiens (França), a oferta para a Europa é proveniente dos EUA (Illinois e Iowa), Brasil (São Paulo) e Volvogrado (Rússia).


TECNOLOGIA

BRIDGESTONE/FIRESTONE

BKT

VREDESTEIN

Subsidiária para a Europa do grupo japonês baseado em Tóquio, líder do mercado mundial de pneus, tem fábrica no Norte de Espanha e em Alcochete que assenta o quartel-general para o mercado português.

É a S. José Pneus, sedeada na zona industrial de Cantanhede, que distribui em Portugal os produtos da BKT, um dos mais recentes no mercado, fundada apenas em 1987, em Bombaim (Índia), onde resiste ao avanço dos mais poderosos. Com quatro unidades de produção, é em Bhiwadi, que foi inaugurada em 2004, que concentra a produção dos radiais de tração Agrimax.

Este produtor holandês foi adquirido pelo grupo indiano Apollo Tyres Limited em 2009. Os seus produtos para o mercado agrícola saem da fábrica de Enschede, na Holanda. Tudo o resto (turismo) é produzido em quatro fábricas na Índia. A RS Contreras, em Queluz de Baixo, é o distribuidor exclusivo para Portugal.

NOKIAN

TRELLEBORG/MITAS Durante dez anos e até 2014, a Mitas produziu pneus agrícolas na República Checa (três fábricas, e uma outra na Sérvia) sob licença da Continental. Pouco depois foi absorvida pela Trelleborg, especialista em pneus radiais de tração, colheita e transporte, mas também das tecnologias IF e VF, que produz nos arredores de Roma. A Garland, na Abóboda, São Domingos de Rana (Cascais) e a Novais e Ferreira, em Goios (Braga) ocupam-se da distribuição para Portugal.

MICHELIN/KLEBER/ TAURUS Pioneiro no desenvolvimento dos pneus IF e VF e número dois mundial no fabrico de pneus para todo o tipo de veículos, fabrica para as três marcas em Troyes (França), Valladolid (Espanha) e em Olztyn (Polónia). Tem uma filial portuguesa a cargo da casa-mãe.

Especializado em maquinaria agro-florestal e para reboques, este fabricante finlandês de Nokia, onde está implantada a fábrica, tem em S. Mamede de Infesta (Matosinhos) o seu importador português, a VTS- Pneus e Acessórios, Lda.

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PRODUTO

Bridgestone

REFORÇA APOSTA PREMIUM NAS CEIFEIRAS DEBULHADORAS

M

ostrado aos clientes portugueses na AgroSemana – Feira Agrícola do Norte, no início de Setembro, na Póvoa de Varzim, o pneu VTCombine da Bridgestone, empresa líder em pneus e aplicações de borracha a nível mundial, segue o trilho da nova estratégia de consolidação das gamas premium para os pesados agrícolas, iniciada em 2014 com a introdução do

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Telmo Montenegro junto do novo VT-Combine.

VF-Tractor, para tractores de elevada potência. O VT-Combine, que deu os seus primeiros passos na última edição da Eima Internationaal, em Bolonha, foi uma das estrelas no certame poveiro, promovido pela Agros, já na 5ª edição, tendo atraído, em 2016, 140 expositores e 50 mil visitantes. Para Telmo Montenegro, gestor de produto da Bridgestone Portugal para pneus agrícolas e de Engenharia Civil, “esta parceria tem como principal objetivo perpetuar a sólida relação de colaboração da marca com a maior cooperativa de leite do país, mas também dar a conhecer aos seus associados o leque de produtos

Um novo pneu agrícola especialmente desenhado para ceifeiras debulhadoras, ensiladoras e máquinas colhedoras de batata e beterraba, de elevada potência e performance, é a aposta da Bridgestone para o mercado europeu. O VT-Combine reforça a gama premium da marca e beneficia da comprovada tecnologia IF e VF que confere ao conjunto maior capacidade de carga com mais baixas pressões de enchimento, menor impacto sobre o solo, mais robustez, velocidade e conforto.

premium que a Bridgestone oferece a este setor, e que inclui soluções em todas as etapas do processo, desde a produção do leite à transformação final nos respetivos derivados.” A estratégia da Bridgestone para a área agrícola, de acordo com Telmo Montenegro, passa pelo “desenvolvimento de novos produtos, produtos VF, tanto para tratores como para ceifeiras, que são tendência no equipamento de origem, uma vez que as máquinas tendem a ser mais cada vez mais potentes e mais produtivas. Estamos aqui (na AgroSemana) com a marca Firestone (que faz parte do grupo japonês), mas sempre com o intuito de introduzir a Bridgestone, que é a nossa marca premium.” A respeito de tendências de

mercado, o gestor de produto admite que se possa assistir, nos anos mais próximos, “a uma convergência das referências /70 e /85, para /65 e pneus de baixa compactação e também para os rastos, porque os tratores estão a ficar maiores, os agricultores já perceberam que conseguem ter uma base de compactação menor, pois o pneu é mais largo e conseguem ter mais horas de uso, para além de maior segurança nos declives, maior estabilidade em estrada, maior capacidade de introduzir a potência no solo”.

Mais carga A nova gama do pneu VTCombine para ceifeiras debulhadoras pressupõe a utilização de tecnologia IF-CFO



PRODUTO Bridgestone

Operações cíclicas no terreno (CFO-Cyclic Field Operations) As condições operacionais cíclicas extra CFO são:

Máxima velocidade de 15 km/h

Pneus convencionais carga máxima Stand da Bridgestone na AgroSemana.

(para as operações cíclicas no terreno) nos rodados dianteiros, e a VF-CFO para os pneus traseiros, o que admitirá o aumento das cargas, respetivamente até 20 e 40% mais, mas à mesma pressão de enchimento, quando comparados com os pneus clássicos adaptados às mesmas operações cíclicas. Os pesos admissíveis poderão aumentar em 55% se comparados aos de baixa pressão clássicos. Para isso, os VT-Combine beneficiam de um novo e reforçado perfil do talão S-Line, que evitará descolamentos, assegurando a melhor tração. Se a Bridgestone afiança que o novo produto é de maior durabilidade, também diz que os testes comprovaram velocidade de operação mais elevada, agora nos 15km/h, quando os pneus convencionais apenas suportam 10km/h. Tudo isto, com a área de pegada aumentada, compactando

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Máxima inclinação 20%

Máxima distância 1.5 km

Pneus CFO carga máxima

A Bridgestone aumenta a sua eficácia menos o solo, reduzindo o tempo de recuperação da fertilidade do mesmo. A este propósito, Mark Sanders, director geral para a agricultura da Bridgestone Europa, explica o motivo de regozijo pelo aumento da velocidade de operação: “Durante a colheita, os agricultores e empresas prestadoras de serviços estão sob uma grande pressão para fazer as coisas de forma rápida e eficiente. Por isso mesmo, tudo foi testado até à exaustão, em três continentes, em três temporadas completas, e as respostas foram todas positivas. Com tanta capacidade de carga admissível e baixa pressão e com uma maior área de contacto do pneu, quando comparado com outros produtos standard, o Bridgestone VT-Combine permite aos agricultores, nas mais variadas condições de colheita, minimizar a compactação do solo. Ora, isto vai ter os melhores efeitos nas colheitas seguintes.”

Na estrada As cargas elevadas são transferidas para o eixo traseiro das ceifeiras modernas: • Reduzida distância entre eixos • Posicionamento lateral do motor

VF CFO

No campo Cargas extra cíclicas e standar no campo a 15 km/h: • Pneus standard de ceifeira oferecem +55% extra quando se aplicam operações cíclicas no terreno. • IF CFO oferece +20% (IF) e +55% (IF CFO) extra vs pneu standard. • VF CFO oferece +40% (VF) e +33% (VF CFO) extra vs pneu standard. IF CFO Convencional utilização no campo

utilização no campo 100% de carga

155% utilização de carga na estrada

Pneus convencionais

utilização na estrada

VF CFO IF CFO

VF CFO utilização no campo

186% utilização de carga na estrada



FLORESTA

Melhorar a produtividade das manchas de eucalipto

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FLORESTA

A Associação da Indústria Papeleira (CELPA) tem vindo a divulgar, um pouco por todo o país, conhecimento técnico sobre boas práticas silvícolas na cultura do eucalipto, com vista a um aumento da produtividade desta espécie. Nesse contexto, endereçámos a esta entidade algumas questões que nos suscitaram dúvidas e que poderão ser úteis aos leitores que estão a desenvolver a sua atividade neste setor. por JOÃO SOBRAL

Existem dados sobre a conta de cultura do eucalipto que possam ser disponibilizados, para servirem de referência aos produtores que considerem a possibilidade de investir nesta espécie? Os produtores poderão, a título informativo, recorrer ao Simulador de Produtividade e ao Simulador Financeiro disponíveis em www. celpa.pt/melhoreucalipto. Nestes simuladores pode verificar-se, por um lado, a expectativa de produtividade de acordo com a região onde se localiza o povoamento e, por outro, estimar o custo que pode vir a ter nas várias fases de desenvolvimento do eucaliptal, calculando o valor correspondente à diferença entre despesas e rendimentos. Os simuladores não apresentam, no entanto, valores pré-definidos, aconselhando-se que, no caso de não saber que valor tem a madeira, se sonde o “mercado” - empresas do sector, associações florestais ou ainda de vizinhos que tenham vendido recentemente os seus eucaliptos em pé - para se informar sobre os preços da madeira. No decorrer dos eventos sobre boas práticas promovidos pela CELPA, foi recomendada a construção de terraços quando a cultura é instalada em terrenos com maior declive. Foi também recomendada a não inversão dos horizontes do solo. Contudo, a construção de terraços não implica que se faça essa inversão? A construção de terraços implica obviamente uma total mobilização da camada de solo ao longo da curva de nível onde o trator abre os terraços. No entanto, esta operação é benéfica porque os solos em terrenos com maior declive onde os terraços

são construídos – como se verifica geralmente nas encostas e cumeadas das serras portuguesas - são quase sempre muito delgados e apresentam uma estrutura de horizontes pouco ou nada desenvolvida, ou seja, são solos com fraco potencial produtivo. Assim, a construção de terraços nestas condições (terrenos com inclinação superior a 25%, e com solos delgados e pobres) traz diversas vantagens: criação de um volume de solo explorável pelas raízes muito maior em relação à situação inicial; proteção do solo contra a erosão, uma vez que o escalonamento do terreno impede a escorrência descontrolada da água em períodos de maior precipitação; cria condições de segurança para o trabalho de pessoas e máquinas que de outra forma, em terrenos inclinados seria muito perigoso ou mesmo inviável; em suma, permite o aproveitamento florestal do terreno alternativamente ao abandono e aumento do risco de incêndio. Já em terrenos pouco inclinados ou planos, os solos geralmente são mais evoluídos e têm maior espessura, ou seja, são mais ricos e, nestas circunstâncias, atendendo à viabilidade da utilização de outras técnicas de preparação do terreno menos agressivas, devem evitar-se quaisquer métodos que impliquem a destruição dos horizontes do solo, tal como preconizamos nas sessões de informação do Projecto Melhor Eucalipto. O eucalipto é com muita frequência uma escolha de última linha, que se instala onde a viabilidade de outras espécies é baixa ou nula, o que muitas vezes significa que são terrenos em zonas montanhosas, difíceis de trabalhar. Neste cenário, a construção de terraços,

pelo acréscimo de custos de instalação que representa, comparativamente com uma ripagem simples, não tende a tornar pouco viável a instalação de eucalipto? A construção de terraços é um método mais caro de preparação do terreno comparativamente com outras soluções como a gradagem e ripagem e, como tal, até inclinações de 25% deve optar-se por estas técnicas. A própria lei, aliás, também não permite a preparação do terreno em terraços para declives inferiores a 25%. No entanto, quando estamos perante terrenos declivosos (declive superior a 2530%) os tratores bulldozer que se utilizam na preparação do terreno não têm estabilidade para efetuar estas operações, sendo necessário construir terraços. Esta operação é realmente mais cara, no entanto, isso não significa que a florestação não seja economicamente viável pois a rentabilidade do investimento deve ser pensada a dois ou três cortes de madeira, e será tanto maior quanto melhor for a aptidão edáfica e climática do local para a cultura do eucalipto, desde que acompanhada por boas práticas de gestão. As operações de limpeza não ficam também dificultadas comparativamente com linhas ao alto, onde um trator de rastos com destroçador pode trabalhar? O controlo da vegetação com métodos mecanizados (tratores) deve efetuar-se à curva de nível, pois nestas condições o trator opera com maior segurança e minimiza-se a erosão do solo. O mercado começa a valorizar a certificação. Mas, na prática, este não é um processo que

sobrecarrega o produtor, porque é ele quem paga pela certificação, e que beneficia sobretudo os outros players da fileira? Ou no caso do eucalipto o produtor já é recompensado quando fornece madeira certificada? A certificação aplica-se à gestão de propriedades florestais que seguem boas práticas e que cumprem a lei, sendo desde logo um ganho para o proprietário garantir que o seu eucaliptal tem uma gestão responsável e cuidada. Por outro lado, a madeira de eucalipto passa a ser vendida como madeira certificada e tem um preço bonificado à porta da fábrica. Os consumidores querem, cada vez mais, produtos florestais certificados e a madeira certificada tem garantias de aceitação pelos compradores finais. Nas sessões sobre boas práticas que a CELPA tem vindo a promover junto dos produtores, que anseios ou expectativas têm sido manifestados por estes intervenientes da fileira? No fundo, do lado dos produtores nota-se cautela ou optimismo? Nas dezenas de ações de informação realizadas em todo o País, os produtores têm demonstrado grande receptividade e, também, entusiasmo em relação à informação transmitida. No entanto, gostaríamos de ressalvar que o Projecto Melhor Eucalipto pretende, além de transmitir as Boas Práticas de gestão florestal, ouvir os produtores nacionais.

Recorra ao Simulador de Produtividade e ao Simulador Financeiro: www.celpa.pt/melhoreucalipto ABOLSAMIA outubro / novembro 2017

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FLORESTA

Telemetria em máquinas florestais Komatsu O sistema de gestão de frotas para máquinas florestais desenvolvido pela Komatsu é disponibilizado como um serviço acessível através da Internet. Chama-se MaxiFleet, e passa a incluir um leque mais alargado de funcionalidades. Até agora, era já possível aos proprietários das máquinas terem acesso a informação sobre o seu funcionamento em qualquer lugar e a qualquer hora. Esses dados podem ser filtrados por parâmetros como: operador, intervalo de tempo, ou área trabalhada. E também do lado do operador, era já possível solicitar assistência por via remota a um concessionário. Por esta via, além de resolver problemas, o concessionário pode ainda atualizar o

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software e ajustar algumas configurações da máquina. Este mundo de possibilidades tem, antes de mais, a vantagem de poupar deslocações e minimizar o tempo que a máquina está parada. Recentemente, a Komatsu adicionou novas potencialidades ao sistema, através de uma atualização da funcionalidade que permite a gestão das áreas, tornando possível organizar remotamente as áreas a trabalhar. Com esta informação previamente preparada e introduzida remotamente no sistema da máquina, o operador entra na cabine e começa logo a trabalhar no corte ou rechega em vez de despender tempo a organizar questões ‘administrativas’. Por outro lado, a partir do escritório o gestor de frota pode ir monitorizando a evolução do trabalho, beneficiando, à distância, de uma perspetiva concreta do que está feito e do que está ainda por fazer, o que lhe permite planear de forma mais precisa o agendamento dos trabalhos. O MaxiFleet está disponível em três diferentes níveis: Base, Advanced e Advanced Plus. Algumas das funcionalidades descritas só estão disponíveis nos dois níveis mais completos.

Medição de madeira com smartphone Katam Pegamos num smartphone, gravamos um vídeo que capte os troncos das árvores em pé que estão em nosso redor, e com base nessa gravação a app da Karam Forest calcula o volume de madeira. A tecnologia que permite realizar a medição baseia-se em processamento de imagem em 3D, inteligência artificial e sensores, e pretende servir de alternativa aos pouco rigorosos métodos tradicionais de inventário. O utilizador tem acesso á área de terreno que foi medida, ao número de árvores, ao volume de madeira por hectare, entre outros. A Katam Forest dá aos clientes a possibilidade de armazenarem os dados num servidor próprio, ou então num serviço de cloud. Este serviço foi concebido para quem trabalha no setor madeireiro e se depara frequentemente com a necessidade de inventariar manchas de arvoredo, ou para os proprietários que pretendam fazer rastreios periódicos dos seus povoamentos.


Medição através de ultrassons e laser Haglöf A firma sueca Haglöf desenvolve e comercializa instrumentação profissional para medição de madeira. Um desses equipamentos, o VL5 Vertex Laser, combina num único dispositivo a tecnologia de ultrassons e de laser. De acordo com Jonas Wijner, diretor de marleting da Haglöf Sweden, o VL5 faz medições até 700 metros com alta precisão através de laser. Mas quando a pessoa que está a medir se depara com troncos ou vegetação que impedem o alcance do alvo, pode mudar para utrassons. Dessa forma, é possível ‘atravessar’ os obstáculos e efetuar na mesma a medição. O dispositivo mede superfícies, peso e ângulo, podendo determinar com rapidez o tamanho e o volume de troncos em pilha ou em pé. Em termos de conectividade, comunica via Bluetooth e permite exportar os dados para Excel ou Google Earth.

Abate de árvores por controlo remoto SCION Um engenho robótico para fazer abate de árvores é um projeto que está a ser desenvolvido na Nova Zelândia. A intenção dos seus inventores é que, sobretudo em zonas montanhosas, se assuma como uma alternativa ao trabalho manual com moto-serra e ao trabalho mecanizado com processadora de corte. O protótipo já existente tem um alcance de 2,2 metros, pesa 50 kg, e pode mudar de árvore, usando como suporte as outras árvores nas imediações, onde apoio uma das extremidades do braço. De futuro deverá ser capaz de não só medir o diâmetro das árvores como também fazer o seu abate. E como é controlado remotamente, a ideia é que proporcione maior segurança às pessoas envolvidas nestas tarefas. O projeto resulta de uma parceria entre o centro de investigação neozelandês SCION e várias universidades, e já mereceu o reconhecimento por parte da ordem profissional dos engenheiros daquele país.

Mas há uma pergunta que se impõe. Será este um exemplo de que há laboratórios a gastarem muito dinheiro para inventar artefactos fantásticos que nunca irão servir para nada? Ou pelo contrário, virá uma coisa destas a ter efetivamente algum tipo de aplicação? A visão da equipa por detrás do projeto é que este seja o primeiro de uma frota de engenhos robóticos, cada um com a sua função, manobrados por controlo remoto, e que irão executar tarefas florestais em locais muito difíceis.

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FLORESTA

Segurança

QUE É FEITO DAS 8 MEDIDAS ANUNCIADAS PELO GOVERNO?

Escavadoras de rastos Zaxis-6 Hitachi A Hitachi renovou a sua gama de escavadoras de rastos de médio porte, que começam no modelo ZX130-6 e terminam no modelo ZX210LC-6, num total de cinco modelos. A renovação abrangeu também sobre as escavadoras de raio curto ZX135US-6 e ZX225USLC/USRLC-6, assim como o modelo ZX240LCN-6. Para além do setor da construção e movimentação de terras, esta gama Zaxis-6 apresenta versatilidade para outras aplicações. É o caso das operações de corte florestal com cabeça processadora, ou algumas operações agrícolas, como por exemplo a limpeza de valas em canteiros de arroz. Entre as melhorias inclui-se uma performance de powerboost 10% superior, e uma eficiência de consumo de combustível melhorada, que correspondente a uma poupança que pode ir até aos 12%. Estas máquinas equipam com motor de origem Isuzu com sistema de pós-tratamento de gases DOC+EGR+SCR.

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Em setembro de 2016, o governo anunciou a criação de 8 medidas para reduzir a sinistralidade com tratores e máquinas agrícolas. Passado um ano, abolsamia procurou saber junto do Ministério da Administração Interna (MAI) que avanços foram feitos. Em resposta à revista abolsamia, fonte daquele ministério esclareceu que a GNR recebeu instruções para desenvolver “um sistema de informações (plataforma) comum de registo de informação relativa a acidentes com tratores e máquinas agrícolas que irá permitir um estudo mais detalhado desta problemática”. Num segunda frente, e segundo a mesma fonte, “a GNR incrementou também a sua atividade de fiscalização à circulação de tratores agrícolas na via pública”. No que respeita às campanhas de sensibilização, “a Direção

Geral da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, em parceria com a GNR, planeou iniciativas de informação e sensibilização, que se estima que venham a alcançar 22 mil destinatários (agricultores, jovens e sénior, e alunos de estabelecimentos de ensino em meio rural) ao longo do ano de 2017, em território nacional”. Adicionalmente, e ainda no âmbito dos acidentes com máquinas agrícolas, “a Autoridade para as Condições de Trabalho planeou 160 ações inspetivas e 20 de sensibilização a realizar em 2017 no território continental”. Por fim, foi-nos transmitido que “a Direção Geral da Agricultura e do Desenvolvimento Rural está a preparar dois cursos, cum com carga horária de 50 horas e outro de 35 horas”, os quais pretendem “complementar os conhecimentos teóricos e práticos sobre condução e operação de tratores em


segurança, tendo em vista o desempenho na via pública e na exploração agrária”.

RESUMO

A partir do esclarecimento que nos foi prestado por fonte do governo, em traços gerais é possível concluir que, passado um ano, foram feitos alguns progressos no âmbito de 4 das medidas anunciadas em setembro de 2016. Essencialmente o que o governo fez foi reforçar a fiscalização e as ações de sensibilização. Todavia, no conjunto das

8 medidas estavam duas que consideramos bastante importantes: a avaliação de um plano de incentivos à modernização do parque de máquinas, por um lado, e a criação de regulamentar sobre o processo de atribuição de matrícula a máquinas agrícolas importadas em 2ª mão e sem homologação em Portugal. Solicitámos esclarecimentos adicionais em torno de ambos os temas, sem que à data de fecho desta edição tenhamos obtido qualquer resposta.

MEDIDAS ANUNCIADAS EM 2016 1. Criação de uma plataforma comum de registo de informação relativa a acidentes com tratores e máquinas agrícolas; 2. Avaliação de incentivos à modernização do parque de tratores agrícolas a nível nacional, com o intuito de eliminar ou substituir tratores sem estruturas de proteção anti-capotamento; 3. Será efetuado um controlo efetivo de máquinas e tratores no mercado de segunda mão, em especial aos veículos importados e não homologadas em Portugal, através de regulamentação do processo de atribuição de matrícula; 4. Será estudada a viabilidade de realização de inspeções obrigatórias aos tratores agrícolas; 5. Passa a ser obrigatória a frequência de ações de formação sobre segurança para todos os condutores que não possuam licença de condução de veículos agrícolas; 6. Vai ser criado um regime sancionatório associado à não utilização de sistemas de retenção e à imposição de montagem de avisador luminoso especial de cor amarela; 7. Será intensificada a fiscalização sobre os condutores dos veículos agrícolas/tratores de uma forma progressiva no que respeita ao arco de proteção, ao cinto de segurança, ao avisador luminoso e ao transporte de passageiros nos tratores agrícolas; 8. Vai ser lançada uma estratégia de comunicação e dinamização de campanhas de educação e sensibilização sobre segurança em tratores agrícolas.

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OFICINA Dinâmica de tração / Parte 2

DICAS DE OFICINA

REGULAÇÃO DOS BRAÇOS INFERIORES DO ELEVADOR TRASEIRO Por HELIODORO CATALÁN MOGORRÓN

Continuamos neste número o tema iniciado no anterior (nº 107) sobre dicas para melhorar o trabalho com o conjunto trator-alfaia. Na abordagem anterior falou-se acerca de dinâmica de tração e sobre qual a posição correta dos braços inferiores e do terceiro ponto do engate de três pontos, e neste centramo-nos na vantagem ou não de ter os braços inferiores “fixos” ou “flutuante”.

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Como prefere, na vertical ou na horizontal? Conhece a possibilidade que o seu trator tem de colocar os braços inferiores do elevador traseiro em “fixo” ou “flutuante”? Muitas pessoas responderão que não. Isto acontece apesar de os manuais do utilizador entregues pelos fabricantes fazerem normalmente uma boa referência a este ponto. É habitual que o fabricante disponibilize o trator com a cavilha na “horizontal” e, muitas vezes, o trator acaba por passar assim a maior parte da sua vida ativa. O que não está certo! Na realidade é um sistema que não demora a mudar e tem muita influência no comportamento do conjunto trator-alfaia.

Porquê e quando uma posição ou outra? A POSIÇÃO VERTICAL Os braços elevadores podem subir rapidamente e permitem que a alfaia se adapte ao contorno do terreno conseguindo uma ação de “flutuação”. A posição de “flutuação” é recomendada em alfaias montadas com rodas reguladoras da profundidade.

Com este gesto simples evitamse muitas torsões em relação ao trator. Neste caso de alfaias “grandes”, com largura superior ao trator, os braços fazem muita força e se não se permite à alfaia “ler” bem o terreno pode provocar avarias e sobretudo folgas (por exemplo, as folgas no estriado do eixo do elevador). As alfaias típicas que se colocam em “flutuação” são: o semeador montado, o triturador de restos de poda, a grade ...; e sobretudo as alfaias com larguras que excedem a largura do trator, por exemplo um rolo e de uma forma geral todas as alfaias com roda ou rolo de controlo da profundidade.


Dinâmica de tração / Parte 2 OFICINA

Exemplo de posição fixa com a cavilha na horizontal.

E AINDA ...

A

OUTROS SISTEMAS Algumas marcas ao invés de um sitema de cavilha utilizam um sistema de parafuso e, assim, em vez de “vertical” e “horizontal” falaremos em “fixo” e “móvel”.

B

B POSIÇÃO HORIZONTAL A alfaia vai “rígida”. A posição “fixa” devese eleger com o uso de cultivadores, chisel, subsolador, charrua de aivecas e, no geral, as alfaias sem rodas de controlo de altura. De facto, a posição oscilante é um “fusível” que evita muitos problemas. Na posição oscilante o elevador sofre menos desgastes. Lembrese disto da próxima vez que for para o campo. Faça-o pelo seu trator!

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USADOS: Tratores: Agrifull • Fiat 450 • Kubota L295 • Lamborghini Crono 554-50 • Motocultivadores: Bertolini MTC 318 • Goldoni c/ reboque tracção

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USADOS: Tratores: Massey Ferguson 135 (1976) • Shibaura S-330 DT (1997) diesel c/ 3 cilindros • Yanmar YM1610 DT c/ transmissão PowerShift e sem matrícula • Motocultivador SEP s/ fresa, a gasolina e arranque manual • Motogadanheira BCS 1,15 mts, a gasolina e arranque manual

Usados: Tratores: John Deere 1950 DT • Massey Ferguson 240 • Pasquali 441 DT • Shibaura ST445 DT • Charrua Galucho CH2-14M180

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Usados: Tratores: Deutz-Fahr 4007 • Deutz-Fahr 4007 • Deutz-Fahr 4507 • Ford 1910 • Ford Super Dexta 3000 • New Holland TS110A • Valtra A75 • Fresas: Agrovil 1.30 mts • Herculano LE150 • Mostratuarte 1.70 mts • Unifeed Nasi 6m3

USADOS: Trator Renault 70 • Unifeeds: Gilioli 5 m3 • Luclar 19 m3 (bom estado) • Charrua (2x) Vogel & Noot 3F

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BRAGA • VILA REAL • BRAGANÇA Regiões

USADOS:Tratores: • Fendt, 275 S (1994) c/ motor 4086 cc. • Kubota B2530 (2010) c/ 271 h. e Bi-Speed. • Massey Ferguson 165 • Massey Ferguson 240 DT (1994) (bom estado) • Massey Ferguson 3050 (1993) (bom estado) • Massey Ferguson, 355 c/ direção hidráulica • New Holland 35-66 DT (1999) (excelente estado) • New Holland TCE 50 (2002) c/1800 horas e 1 registo • New Holland TN 55 (2000) c/ 3200 horas • Enfardadeira Vicon RV 157 (excelente estado) • Retroescavadora Volvo BL71B (2012) c/ 2800 horas + Usados no Microsite www.abolsamia.pt/clientes/alonsosebranco

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USADOS: Tratores: Ford 2600 • Ford 3910 • Hinomoto E250D • Hürlimann 445 • New Holland TL 80 • Landini 5500 • New Holland 70-56 DT (1998) • New Holland 80-66 DT (2001) c/ carregador frontal • New Holland T3030 (2010) • New Holland T4.75 Powerstar (2016) • New Holland T4020V (2011) • New Holland TK65 F (rastos) • New Holland TK65V (rastos) • New Holland TL100A CC • Same Krypton 105 (rastos)

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Regiões BRAGANÇA • PORTO

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PORTO • AVEIRO Regiões

Tractores usados: Landini Powerfarm75 • Massey Ferguson 5465 c/ grua florestal Costa G3000X + reboque florestal tração hidráulica Costa RF12000X + pá frontal Costa 2,00 mts • Renault R60

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USADOS • Tractor Massey Ferguson 1529 c/ 30 horas • Cisterna Joper 6000 L c/ equipamento Garda


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USADOS: Tratores: Ford 6600 • John Deere 6200 DT • Pulverizador Hardi 600 L • Sachador adubador Gaspardo HP • Semeador Gaspardo SP520 c/ 4 linhas • Subsolador Galucho 3D


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USADOS: Tractores: TYM T273 DT (2008) c/ carregador frontal + balde + porta paletes e fresa c/ abre regos 1.30 mts • Same Frutteto 75 DT (1998) • Same Corsaro DT (1984) • Empilhador Nissan TX420

Usados: Tratores: Goldoni Star 55 • Iseki TM217 • John Deere 5500N • Kubota 2550 • Kubota B1610 • Landini Mistral 40 c/ carregador frontal Agriduarte e acessórios • New Holland 1720 SSS • New Holland TD3.50 • New Holland TD4.80F • Shibaura M330

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Usados: Tratores: Ford 1710 • Ford 4000 • Hinomoto E2304 • Hürlimann XT909 (2001) • Iseki 1910 DT • Massey Ferguson 4270 (2001) • Shibaura SE2540 DT • Reboque agrícola Herculano SIE

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Usados: Tratores: Massey Ferguson 154 • Massey Ferguson 185 c/ carregador Galucho • Massey Ferguson 365 • Massey Ferguson 274C (rastos) c/ bulldozer • Charruas: Galucho 1F-90º • Maschio 3” Lelio • Rototerras: Agric 2,50 mts • Maschio 4,00 mts

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Regiões SANTARÉM

USADOS: TRACTORES: Barreiros 70 • Case IH 285 • D-F: 5506 - D8006 DT • Fendt 309 DT • Fiat 70-66 DT • Ford: 4600 - 7610 III DT - 7610 - 7840 DT • JD: 2030 - 2250 DT - 3040 • Landini: 10000S MK II • 6830 (rastos) • MF: 2640 DT - 3050 DT - 3630 DT - 390 DT - 399 DT (1997) • NH: TD90D - TM135 - TN85A DT • Same: Explorer 90 TOP DT - Explorer 90C (rastos) - Explorer II TOP 90 (2002) - Fruteto 75 - Frutetto 75 DT - Silver 80 DT • Universal 445 • Ursus: 3512 • EMPILHADORES: Manitou: 2.000 kg (diesel) - MB 3.000 kg (diesel) • MINI-ESCAVADORA Bobcat LS170 • RETROESCAVADORAS: Case 580 Super K • MF 50 • EIXOS DE TRACÇÃO: Carraro • Fendt • Merlo • ZF TRACTORES P/ PEÇAS: Carraro Agroplus 85 DT • Case IH: 284 - 845 DT • D-F: Agrotron 130 - DX 3.50 DT • Ebro 6079 DT • Fendt: 280 - 307 DT - 308 DT - 309C • Fiat: 100-90 DT - 110-90 DT - 140-90 DT - 35-66 DT - 4566 DT - 60-66 DT - 70-75 (rastos) - 80-66 DT • Ford: 1710 - 1720 DT - 1920 - 2600 - 5640 DT - 6610 - 7740 DT • Hinomoto: C144 DT – C174 • Hürlimann: Prince 45 DT - XA306 DT - XA607 • Iseki: 4270 - 4320 DT • JD: 1950 DT - 3040 DT - 3350 DT - 4400 DT - 5500 DT - 6100 - 6110 DT - 6300 DT - 6510 - 6610 - 6620 DT - 6800 - 946 DT • Kubota: L2550 DT - L285 • Lamborghini: 235 - 847-90 DT - Premium 950 DT • Landini: 65 DTF - 8860 DT - Globus 60 - Trekker 55 (rastos) - Trekker 90F (rastos) • MF: 1030 - 174 DT - 2640 DT - 290 - 3050 - 3090 DT - 3650 DT - 396 TC (rastos) - 4270 DT - 5435 - 6180 DT - 6290 • NH: M100 DT - M160 DT - T4030 - TDD90D - TL90 DT - TNF95 DT - TS115A DT • Renault 120-54 DT • Same: Argon 50 DT - Delfino 35 DT - Dorado 70 DT - Laser 110 DT - Laser 150 DT – Minitaurus - Rock 60 (rastos) - Solar 60 DT - Solaris 45 DT • Steyr: 9094 DT - 975 DT • Valmet: 1150 455 DT - 6400 DT - 655 DT - 8000 DT - 805 DT - T130 DT • Yanmar: 241 - 336D DT • RETROESCAVADORAS P/ PEÇAS: Volvo BL71 • Case: 580 G - 580 Super K • Caterpillar 428 • Fermec 860 DT • JCB 3CX • Komatsu: WB93R - WB97 R • NH LB110 DT • TELESCÓPICAS P/ PEÇAS: JCB 525-67 • Manitou MLA 627 Maniscopic

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Usados: Abre valas Galucho vinhateiro • Armador de camalhões Agripulve - €7.500 • Charrua de discos Agripulve CDV 3+3 - €2.000 • Charrua Galucho 2F-10” - €900 • Chisel Agripulve XL5-7 - €3.250 • Despampanadeira Agripulve Corte horiz. e vert. - €3.250 • Escarificador Galucho E7DC - €800 • Grade de discos Pijuca em X c/ 4 corpos - €2.250 • Reboque agrícola Joper 5000 kg - €1.750 • Rototerras: Maschio Super Cobra 2,5 mts - €5.500 • Pegoraro Pegolama 2,5 - €5.750 • Tesoura de poda Electrocoup F3005 €750 • Triturador Herkulis BR160 - €3.500

+ Usados no Microsite

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MÁQUINAS USADAS: Tratores: Fiat 1180 DT (1996) - €8.500 • Ford 8240 DT - €12.500 • John Deere 6420 - €27.500 • John Deere 8200 - €40.000 • New Holland M135 (1998) - €12.500 • New Holland TD95D - €14.500 • Same Explorer 95 - €15.000 • Valtra T190 - €48.000 • Ensiladoras: JF FH1450 - €2.500 • rebocada 2 linhas - €1.000 • Pulverizadores: Fitosa 3000 L c/ barra - €10.000 • Stagric 1200 L €4.000 • Semeadores: 25 linhas - €2.500 • Rebocado - €350 • Rebocado - €350

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SANTARÉM Regiões

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Usados: • Trator New Holland T8020 - €70.625 • Frente de milho Moresil MT2090 6L • Pulverizador Hardi Master 1200 c/ 15 mts €6.500 • Tratores p/ peças: Fiat 100-90 DT • Fiatagri 70-90 DT • John Deere 4455 • Ceifeira debulhadora p/ peças John Deere 1075

Usados: Tratores: Ford 3930 (1990) • Kubota 7200 (1991) • Mitsubishi, s/documentos usado • New Holland, L 65 • Satoh, s750 D (1978) • Yanmar, 330

Usados: Tratores: Case IH JX90 (2008) c/ cab. A/C • Fendt 939 Profiplus c/ caixa 65 km/h • New Holland TM190 Super Steer (2006) • Charrua Galucho CHF 3/4F • Depósito Rau 200 L p/ Fendt • Enfardadeira New Holland BB9060 Crop Cutter (2009) • Grade rápida Galucho GDM 300 c/ rolo • Pulverizador Hardi MAS1800FLE c/ depósito frontal 1.000 L (2.800 L no total) e barra 18 mts • Reboque Haith p/ Big Bag • Subsolador Pegoraro 7F

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Regiões SANTARÉM • LISBOA

Tratores usados: Branson, 2100 (2009) • Kubota, 7000 c/ fresa original • Kubota, M9580 c/ cabina • Lamborghini 774-70 N c/ carregador frontal Herculano • Lamborghini Racing 165 (2002) • New Holland 1920 SSS • Yanmar 1300 c/ fresa.

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USADOS: Tractores: Fiat 480 - €4.000 • Massey Ferguson 35 X - €2.750 • Caixas de carga para tractor: CCA100 1,00 mts - €295 • CCA150 1,50 mts - €400 • Charrua vinhateira 5F 1,60 mts - €750 • Retroescavadora Fermec 860 (1998) €10.000 c/ lança extensiva

Usados: Tratores: John Deere 6230 Premium • John Deere 6320 Premium • John Deere 6430 Premium • John Deere 6510 Premium • John Deere 6930 Premium • John Deere 5515F • Enfardadeiras: New Holland BB9060P • New Holland BB940A • Giratória de rastos Takeuchi TB180FR • Telescópica JCB 531-70 Agri Plus

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USADOS: Tractores: (2x) Deutz-Fahr Agroplus F420 (2014) - €30.000 • Deutz-Fahr Agrotron K610 c/ cabina - €30.500 • John Deere 5500N c/ car. fr. - €18.000 • John Deere 5510N - €16.500 • Lamborghini 90 c/ cab. e car. fr. - €14.500 • Massey Ferguson 8130 - €16.000 • Renault • Vindimadora Alma

USADOS: Tratores: Ebro 30 cv articulado • Ford 3000 • Renault 60 vinhateiro Cavadoras: Gramegna 1.50 mts • Tortella 1,35mts • Tortella

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LISBOA Regiões

VISITE O NOSSO SITE:

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Usados: Trator Agrifull 80 DT (1987) • Charrua Galucho 1F-17” hid. • Pulverizador Tomix Gondomar 400 Z7 • Rotorfresa Joper RF 2R260

• Tractor Case IH 845 DT • Tractor New Holland L75 DT c/ cabina • Tractor New Holland TNF90 F

Usados: Tratores Landini Fruteto 5530 • Massey Ferguson 384 S • Pulverizador 1500 L • Triturador Joper 1,65 mts • Vindimadora Pellenc 3050

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Regiões SETÚBAL • ÉVORA

ASSINE a REVISTA 5 REVISTAS Boletim pág. 125

25€

Usados: • Trator Massey Ferguson 152 V - €3.000 • Carregador frontal Tenias S300 B0 (2003) - €3.500 • Charrua Galucho 1F-13” - €550 • Despampanadeiras: Ero LK/UE U invertido (2003) - €3.500 • Industrias David corte lateral (2000) - €2.000 • OMD corte lateral (1990) - €800 • Pulverizador Fantini 500L (2000) - €600 + Usados no Microsite

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MATERIAL AGRO-PECUÁRIO E ENOLÓGICO SERVIÇOS ENOLÓGICOS | ANÁLISES ENOLÓGICAS OUTRAS ANÁLISES

Usados:Tratores: JD 2650 DT c/ carregador frontal • JD 2650 DT c/ carregador frontal • JD 3650 DT • Ceifeiras debulhadoras: JD 1055 c/ cabina A/C • JD 1170 c/ cabina A/C A SUA PREFERÊNCIA, A MELHOR ESCOLHA! www.agrovisul.pt - geral@agrovisul.pt - laboratorio@agrovisul.pt Rua Stº António de Lisboa, Bairro São José da Ponte, 7005-405 Évora

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ÉVORA Regiões

USADOS: Tractores: Deutz-Fahr DX90 c/ cabina • Hürlimann 90 cv c/ carregador frontal Ténias • Lamborghini C653 L (rastos)

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USADOS: • Tractores: Claas Celtis 446 RC (2005) • Massey Ferguson 174C (rastos) • Massey Ferguson 210 (2RM) • Atomizador Tomix 1500 Lts (rebocável) • Vindimadora Alma (rebocável)

USADOS: Tratores: Lamborghini C674 (rastos) • Massey Ferguson C294 (rastos) • Balde para tractor inox 2,00 mts • Bomba tirar água • Charruas: Galucho 2F-14” • Kverneland 2F-14” • Chiseis: Agrator 9/11 bicos • Clam 9 bicos • Cultivador Kongskilde 9 molas • Depósito 8000 L • Frente de milho Moresil • Grades de discos: GLHR 24x26” • Galucho GRLCH 24x28” • Semeadores: Prolavra 21 linhas • Sicam 6 linhas • Solá 25 linhas • Triturador de palha Fialho • Volta-fenos Vicon Andex 423 c/ 1 rotor

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Regiões BEJA

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MÁQUINAS USADAS: Tractores: Agrifull 80 DT • Agrifull 80C (rastos) • Deutz-Fahr • Deutz-Fahr 2850 • Fiat 1000 • Ford 4000 • Ford 5610 • Ford 5610 DT • Ford 6610 • Ford 6810 • Ford TW15 • John Deere 6220 • John Deere 6420 • John Deere 6430 • John Deere 6620 • Massey Ferguson 290 • Massey Ferguson 294C (rastos) • Massey Ferguson 390 • Massey Ferguson 390 DT • New Holland 7840 • New Holland 80-66 S • New Holland 8340 c/ cabina A/C • New Holland 8340 • New Holland T6020 • New Holland TK100 • New Holland TL100 • New Holland TM155 • New Holland TNF90 • New Holland TNF95 • New Holland TS110 • Renault • Same 100 c/ cabina • Same 90 • Ceifeiras debulhadoras: IASA c/ 4,50 mts • WHCX 840 c/ 7,60 mts • Case IH 1440 c/ 4,20 mts • Claas 78 c/ 5,00 mts • Claas 98 c/ 6,00 mts • Fiatagri 3350 (arroz) • Fiatagri 3400 c/ 4,20 mts (arroz) • Fiatagri 3630 • John Deere 1052 c/ 4,00 mts • John Deere 1055 c/ 4,20 mts • John Deere 1175 c/ 6,00 mts • Laverda M152 • New Holland 8040 • New Holland TC 54 c/ 4,50 mts • New Holland TX 32 c/ 5,00 mts • Enfardadeiras: 80/70 • de rolos • Dedra 50/70 • Claas de rolos • New Holland 544 de rolos • New Holland BR8090 • Frentes de milho: John Deere • Laverda • New Holland p/ New Holland TC56 • Gadanheiras: 4 discos • 6 discos • Gadanheira condicionadora Vicon 2,40 mts (rebocável) • Reboques cisterna: 4000 L • 6000 L (p/ água) • Vindimadoras: Alma • Braud 6090 (p/ olival c/ 4,35 mts) • Gregoire (p/ olival).

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BEJA • FARO Regiões

• Processador Timberjack 1270B • Processador Timberjack 1270D

USADOS: Tractores: Deutz-Fahr: DX4.50 - €11.500 • DX4.70 - €12.000 • Landini Legend 145 (2001) €19.500 • Landini Legend 145 ∆6 (2001) - €28.500 • Massey Ferguson 4270 (1999) c/ cabina - €11.000

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ASSINE a REVISTA 25€

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Regiões FARO • AÇORES • EUROPA • INDUSTRIAIS USADOS: Tratores: Case IH MX 135 • Deutz-Fahr DX.6.30 • Ford 7610 c/ 71250 h • Ceifeiras debulhadoras: New Holland TX62 (1999) • New Holland TX66 (2000) • Charrua Galucho CH3/4-14” H3 • Destroçador Belafer T1NEO200 (2007) c/ martelos novos • Distribuidor de adubo Vicon RS-M de 900 kg • Ensiladora John Deere 5820 • Giratória de rastos Caterpillar 229D • Máquina de rega Ocmis 90R2 (1998) • Reboque espalhador de estrume Reboal RB12 (2008) • Sachador Fialho FI/ SCT/1/2000 • Semeadores: Gaspardo MT6 (1998) • Kverneland Accord Pneumatic c/ 6 mts USADOS: • Distribuidor de adubo G2R-1200 (2013) • Enfardadeiras: Deutz-Fahr MP125 • Vicon • Ensiladora Mengele • Gadanheira Fella 5D - €1.500

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ASSINAR Nome Data nascimento

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5 revistas - 25€ 1 ano ( 5 revistas + 1 anuário ) 38€ 2 anos ( 10 revistas + 2 anuários ) 70€ Anuário 15€ Assinale com X uma das seguintes opções: Agricultor

Fabricante

Empregado de exploração

Prestador de serviços

Assinale o tipo e a área da exploração:

Importador/Concessionário

Agrícola

Estudante

Pecuária

Professor

Mista

Técnico Especializado

Email

Florestal

Outro - Especifique qual:

NIF

Tamanho da exploração - hectares:

Morada C. P.

Tel.

Pagamento por transferência bancária IBAN PT50 0035 0365 0000 1699 8307 7

Envie comprovativo para o email: joaocorreia@abolsamia.pt | Com cheque à ordem de NUGON, LDA | Morada Rua Nelson Pereira Neves, Lj.1 e 2 - 2670-338 Loures

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4. DB Tractores Agrícolas New Holland TD4.80F 1. Apolinários Máquinas Máquina de Vindimar Braud 9040L Cliente: Luís Reguinga, Lda.

2. Jopauto New Holland T3.50F Na foto: Artur Lopes (Jopauto) e António (caseiro).

3. Américo António e Pousa New Holland T5.95 Na foto: Leopoldina Fernandes com o filho Tiago e o seu Irmão José, em Terroso.

Cliente: Paulo Gomes, em Tinalhas.

5. Etelgra New Holland TD5.115 Na foto, esq. p/ dir: Mário Cananão (Etelgra) com o cliente António Soares, em Vendas Novas.

6. Mecânica Agrícola (sub-agente da Etelgra)

New Holland T4.95 CAB Cliente: R&H Lusitanus. Na foto, esq. p/ dir: Rui Hipólito (Mecânica Agrícola), Luís Campaniço (R&H Lusitanus), José da Venda (Mecânica Agrícola).

7. Lampreia & Filhos Máquina de Vindimar Braud 8030 L

Cliente: António e José Cartaxo.

8. Brás & Vasconcelos New Holland T6.155, equipado para floresta Cliente: Madeiras Carlos Alves, em Vila Verde, Braga.

9. Lampreia & Filhos Enfardadeira New Holland BIG BALER 890 Cliente: Carlos Capucho e Isabel Pinho.

10. Jopauto 3 tratores New Holland T4.75N Cliente: Quinta de Ventozelo. Na foto, esq. p/ a dir: Eng. Tiago Maia e Artur Lopes (Jopauto).

11. Mecânica Agrícola (sub-agente da Etelgra)

New Holland TD 3.50

Cliente: Marinhave Sociedade Agro-Avícola, S.A. Na foto, esq. p/ a dir: Eng.º Luís Pereira (Marinhave), Ruslan Seredyuk (funcionário) e Rui Hipólito (Mecânica Agrícola).

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CONCESSIONÁRIO EM FOCO

MOMENTOS

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FEIRAS

CARAPINHEIRENSE MÁQUINAS, LDA Marca presença na 1ª Feira das Culturas

Esq. p/ dir.: Carlos Domingues (Entreposto Máq.), Licínio Abrunheiro (Carapinheirense), Luís Sousa (Entreposto Máq.), Bruno e André Abrunheiro (Carapinheirense).

A Carapinheirense, concessionário Case IH, esteve presente na 1ª Feira das Culturas - Mondego Agrícola 2017, no Baixo Mondego, com demonstrações de tratores em campo com potências de 55 a 300 hp.

Ceifeira Case IH 2388 na colheita.

No passado dia 7 de setembro, juntaram-se a Escola Profissional Agrícola Afonso Duarte, a Câmara Municipal a Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro e a Cooperativa Agrícola de Montemor-o-Velho e levaram a cabo a 1ª edição da Feira das Culturas, no Baixo Mondego. Esta feira tem como objetivo promover a troca de conhecimentos e tecnologias entre os agricultores da zona e técnicos do setor através de palestras e demonstrações em campo com máquinas e equipamentos agrícolas como, ceifeiras, tratores e alfaias. As culturas focadas são as que têm mais desenvolvimento na zona como a cultura do milho, arroz e hortícolas. O evento teve bastante afluência de interessados e a organização pensa já em realizar uma segunda edição em 2019. Case IH Farmall 65 C

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Case IH Farmall 105 C

Case IH Maxxum 125 Multicontroller


FEIRAS

NEW HOLLAND Feira de Campo no Biscaínho A New Holland Agriculture participou em exclusivo no seu setor, uma vez mais, na segunda edição da Feira de Campo, uma feira que se realiza ao ar livre, no Ribatejo, e nos leva ao encontro das tradições da vida ribatejana, do campo, da sua envolvente e costumes. Este ano, de 8 a 10 de setembro a equipa da New Holland Portugal esteve em força neste evento com a sua gama de tratores e máquinas industriais.

New Holland T7.315 Autocommand

A equipa New Holland Agriculture Portugal: Miguel Graça, Miguel Espogeiro, Fernando Garcia, Gonçalo Carvalho, Vanessa Marques, Elisa Pessanha e Pedro Carvalho.

New Holland T7.165 S

New Holland TD4 100F

New Holland T4 110F

New Holland T4.75 PowerStar

New Holland Boomer 50

Retro escavadora New Holland B100 C

O stand oferecia aos visitantes uma experiência com óculos de realidade aumentada que permitem uma nova forma de interação com as máquinas e um conhecimento mais profundo das mesmas. ABOLSAMIA outubro / novembro 2017

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APPS NA AGRICULTURA

AgriSync

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Se nas edições anteriores foram apresentadas aplicações de utilização simples e direta, mostramos agora algo mais que uma aplicação: uma plataforma que, quem sabe, poderá chegar em breve ao nosso país. Quem nunca, em plena jornada de trabalho, necessitou de assistência técnica para a resolução de uma qualquer avaria numa máquina? Mesmo não se tratando de uma avaria, um problema ou uma dúvida mais complexa surge e é, por vezes, complicado fazer uma descrição clara por telefone. A deslocação de um técnico ao terreno também deve ser uma solução de último recurso. A AgriSync é uma aplicação, disponível para Android e iOS, bastante utilizada nos Estados Unidos, país onde foi desenvolvida, e que começa a ter alguma expressão também noutros países. Esta aplicação é uma ferramenta de suporte remoto para agricultura, não só orientada para maquinaria agrícola mas também outras áreas onde possa haver necessidade de um suporte ou aconselhamento técnico, por exemplo, em produção animal, horticultura, fruticultura, etc. Esta aplicação permite manter uma lista de contactos de técnicos especializados em diferentes áreas, através de envio de convites, isto claro desde que esses técnicos utilizem também a aplicação. 1 Quando surge um problema, o agricultor deve abrir um ticket com a descrição do problema, e assignar o mesmo a um técnico especializado nesse tipo de problema. Há a possibilidade, para facilitar a análise inicial do problema pelo técnico, de anexar uma foto ou vídeo. 2 Através de uma funcionalidade online da App, os técnicos têm a possibilidade de manter um registo de tempos de resolução de avarias através do sistema de gestão de Tickets. A avaliação, por parte do agricultor, do serviço prestado pelo técnico em cada Ticket permite também avaliar qualitativamente cada assistência, independentemente da resolução, ou não, da avaria remotamente.

A aplicação é gratuita para os agricultores e tem um custo para cada técnico/empresa, sendo que esse custo varia, dependendo de factores como sendo um único técnico ou vários técnicos dentro da mesma empresa. Este custo para as empresas poderá ser um entrave para a utilização da aplicação, pois como é normal a assistência técnica é uma fonte de rendimento para as empresas, e poderá ser difícil quantificar o custo de todo o

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Rede de técnicos e estado dos Tickets assignados a cada técnico

Abertura de Ticket para pedido de assistência técnica

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processo desde a análise inicial do ticket até à resolução de avaria. 3 A plataforma AgriSync proporciona a agricultores e técnicos um serviço do tipo see-what-I-see, em português, “vê o que eu vejo”. A funcionalidade de video-chamada, apenas activada por iniciativa do técnico, permite ver e perceber exactamente o problema relatado por um agricultor, possibilitando um diagnóstico muito mais rápido e fiável e, quando possível, a resolução remota do problema.

Apesar de não ser possível testar a aplicação por não estar (ainda) disponível em Portugal, é possível perceber a sua potencialidade e verificar que pode ser uma ferramenta importante na simplificação do processo logístico que envolve o diagnóstico e resolução de problemas remotamente. Mesmo não sendo possível resolver remotamente o problema, há uma introdução e um diagnóstico inicial, que no caso de ser um diagnóstico fiável permite, por exemplo, que na deslocação ao local os técnicos vão munidos das peças ou materiais para a reparação, diminuindo assim tempos de espera e custos de deslocação.

Exemplo de video-chamada para resposta a pedido de assistência técnica

APRECIAÇÃO Esta ferramenta poderia ser uma mais-valia para empresas/técnicos e agricultores, pois poderia trazer benefícios para ambas as partes, com a redução do tempo de resolução de problemas e, por isso, uma maior disponibilidade das máquinas do lado dos agricultores e a redução dos custos de logística das empresas. Para que uma aplicação destas possa ter sucesso aponto outro factor, que é a consciencialização dos seus utilizadores para o acréscimo de trabalho dos técnicos, para a análise dos problemas reportados nos tickets, e depois a assistência remota. Há que ter a noção de que, antes de reportar um problema através da aplicação, deve ser feita uma análise cuidada e ter a certeza que não há possibilidade de resolução da parte do agricultor sem a ajuda técnica.

Para terem uma melhor perceção das potencialidades desta aplicação aconselho uma curta pesquisa por Agrisync no Youtube, onde existem vídeos que explicam como funciona todo o processo.


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C/ Torrent de Vallmajor, 82 • 08915 Badalona (Barcelona) T +34 933 810 062 • F +34 933 813 345 • info.es@bepcoparts.com • www.bepcoparts.com SANTIAGO DE COMPOSTELA

Pol. El Tambre, Via Faraday, 36 15890 Santiago de Compostela T +34 981 560 012 · F +34 981 557 753

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Ctra. Badajoz - Pol. «Rayvaz» Nave 21 06200 Almendralejo (Badajoz) T +34 924 664 890 · F +34 924 664 576

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Pol. Ind. La Isla, C/ Hornos, 11 41703 Dos Hermanas (Sevilla) T +34 954 931 546 · F +34 954 930 130

ZARAGOZA

Pol. Ind. Plaza, C/ Pertusa, 29 50197 Zaragoza T +34 876 903 874 · F +34 876 903 873


AGENDA outubro/ novembro

25 OUTUBRO Dia Mundial do Macarrão

CAMPEÕES NACIONAIS AGROLIMPYCS RUMO AO EUROPEU

Vencedores: Escola Profissional Agrícola Quinta da Lageosa. (esq.p/ dir.): Manuel Pinheiro (funcionário da EPAQL), Filipe Curto, Miguel Forreta, Dário Baltazar, Sérgio Baltazar, Marlene Malés e Fernando Gonçalves (professor da EPAQL).

Vamos comer uma macarronada?!

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foto: cortesia de Miguel Forreta

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CAMPEÕES NACIONAIS DE AGROLIMPYCS RUMO AO EUROPEU A Escola Profissional Agrícola Quinta da Lageosa é o vencedor deste ano do concurso Agrolympics Portugal, que decorreu durante a Agrosemana. O concurso consiste numas olimpíadas agrícolas, de caráter nacional, constituídos por uma série de provas de perícia relacionadas com competências ligadas à agricultura, visando o convívio entre Escolas Profissionais das áreas Agrícola e Agropecuária. Esta iniciativa é coordenada pela Associação Profissional de Escolas Profissionais Agrícolas (APEPA) e conta com o patrocínio da Fertiprado.

DIAS ESPECIAIS

A equipa vencedora destas provas é selecionada para representar Portugal nos Agrolympics a nível Europeu. Parabéns aos vencedores!

16 DE OUTUBRO DIA MUNDIAL DA ALIMENTAÇÃO Esta comemoração, que teve início em 1981, é atualmente celebrada em mais de 150 países como uma importante data para consciencializar a opinião pública sobre questões relativas à nutrição e à alimentação. Esta data corresponde também à fundação da FAO (Food and Agriculture Organization), Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura. 25 DE OUTUBRO DIA MUNDIAL DA MASSA (MACARRÃO) Segundo uma antiga teoria, teria sido o explorador italiano Marco Polo a levar o macarrão da China para a Itália durante o século XIII. Hoje sabe-se que as massas alimentícias já eram conhecidas na Europa muito antes disso. Em Portugal, a massa faz parte, há muitos anos, da nossa gastronomia, mesmo da mais tradicional, como a aletria. O cozinheiro da rainha D. Maria I, em 1785, terá publicado um livro com receitas de “sopa de aletria e outras massas”.

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O TRATOR VINHATEIRO DE BORDÉUS GRILLET A história da mecanização agrícola não é feita só das grandes marcas, que fabricaram modelos para diversos mercados e com versatilidade para diferentes culturas. É feita também de construtores pequenos, que tiveram uma atuação de âmbito regional, com máquinas pensadas para fins específicos. É disso exemplo a Grillett, um pequeno construtor de Bordéus, que à época, na década de 1930, deu resposta às necessidades dos viticultores daquela região. Há uns tempos, deparámo-nos com este exemplar no sul de França, ainda em razoável estado de conservação. Possui duas rodas dentadas de ferro na traseira, e a única roda dianteira, também de ferro, obedecia a uma barra de direção horizontal que atravessava o capot até ao volante. O motor a gasolina, proveniente do setor automóvel, pegava por manivela e fornecia uma potência de 19 cv. A caixa era de 3 velocidades para a frente e de apenas uma para trás. Quanto a acessórios, podia comportar alfaias de dois tipos: engatadas em posição ventral ou em posição traseira.


5 NOVEMBRO

Dia Internacional da Cerveja

22 NOVEMBRO

Dia Mundial do Cinema

Dia de dar uma volta

Visite http://alentour.pt/

A 28 de dezembro de 1895, os Irmãos Lumière, realizaram, em Paris, a primeira exibição pública e paga da arte do cinema: uma série de dez filmes, com duração de 40 a 50 segundos cada.

A Alentour é um sonho antigo que dá a conhecer o que de melhor existe no “Nosso Alentejo”. Natureza, Aventura, Gastronomia, Artes Antigas, Tradições e muito mais à sua espera... Passeios de jipe, caminhadas, passeios de canoa e até bird watching são algumas das actividades que pode desfrutar.

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NOVEMBRO

OUTUBRO 3a7 World Dairy Expo Estados Unidos – Madison www.world-dairy-expo.com

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9 a 13 Agroprodmash Rússia – Moscovo www.agroprodmash-expo.ru/en

10 a 13

Sommet de l’Elevage França – Clermont-Ferrand

SIPSA - Livestock and Agri-business show Argélia – Argel

www.sommet-elevage.fr

en.sima-sipsa.com

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11 a 13

di Agriculture Arábia Saudita – Ryadh

Agri World Japão – Chiba

saudi-agriculture.com

www.agritechjapan.jp/en/ tokyo

DIAS ESPECIAIS

Mais informações no nosso site em: www.abolsamia.pt

13 a 16

18 a 20

Feira dos Gorazes Portugal – Mogadouro

13 a 15 Expo Barcelos Portugal – Barcelos expobarcelos.pt

17 a 19 Sunbelt Ag Expo Estados Unidos – Georgia sunbeltexpo.com

Fruit Attraction Espanha – Madrid www.ifema.es/ fruitattraction_06/Informacion_ general/Fichatecnica/index.htm

24 a 29

27 a 29 Feira dos Gorazes de Sendim Portugal – Sendim

31 out. a 2 nov. Feira dos Santos Portugal - Chaves

Feira de Santa Iria

25 a 28 Feira Internacional do Bovino Leiteiro Itália – Cremona

2 a 4 Tecnoagro Perú – Lima www.tecnoagroperu.com.pe

12 a 18 Agritechnica Hannover Alemanha – Hannover www.agritechnica.com

28 a 30 Sitevi França – Montpellier www.sitevi.com

www.bovinodalatte.it

CURIOSIDADES

8 DE NOVEMBRO DIA EUROPEU DA ALIMENTAÇÃO E DA COZINHA SAUDÁVEIS A data foi lançada pela Comissão Europeia e pretende encorajar uma alimentação saudável nas crianças, a fim de travar o atual crescimento da obesidade infantil na Europa. 22 DE NOVEMBRO DIA DE DAR UMA VOLTA É um dia dedicado simplesmente a sair de casa e dar uma volta de carro, de moto ou mesmo a pé, com ou sem destino específico. Trabalhar o dia todo sentado e não fazer exercício físico constituem perigos para a nossa saúde. Sair de casa é uma forma de espairecer a cabeça e de renovar as energias. O dia 22 de novembro foi escolhido para esta comemoração por se terem feito progressos relevantes para a mobilidade nesta data.

PARA OS MAIS NOVOS: TRACTOR PARKING SIMULATOR

E porque não despertar o interesse dos mais novos para o mundo das máquinas agrícolas? Todos sabemos que hoje em dia as crianças começam cedo a utilizar os telemóveis, por isso deixamos a sugestão de um jogo super simples que pode servir para despertar os pequenos tratoristas de Portugal. O jogo Tractor Parking Simulator consiste em tentar mover um trator de um lado para o outro, com diferentes níveis de dificuldade, e possibilidade de escolha de diferentes modelos de tratores. Está disponível para instalação em https://play.google.com

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FICHA TÉCNICA

NA PRÓXIMA EDIÇÃO TESTES EM CAMPO Case IH Quadtrack 540 CVX O gigante da Case IH é um dos candidatos ao Toty 2018. Mostramos-lhe, por dentro e por fora, esta verdadeira força de tração.

108 OUTUBRO/ NOVEMBRO 2017 DIRETOR Nuno de Gusmão REDAÇÃO Nuno de Gusmão, Francisca Gusmão, João Sobral, Sebastião Marques e Carlos Branco PUBLICIDADE Francisca Gusmão, Américo Rodrigues e Catarina Gusmão DESIGN E PRÉ-IMPRESSÃO Sílvia Patrão e Ana Maria Botelho MULTIMÉDIA Francisco Marques CARTOONISTA Nelson Martins COLABORARAM NESTA EDIÇÃO Heliodoro Catalán Mogorrón PROPRIEDADE Nugon - Pub. e Rep. Publicitárias, Lda. CONTRIBUINTE 502 885 203 REGISTO 117122 DEPÓSITO LEGAL 117.038/97 SEDE R. S. João de Deus, 21, 2670-371 Loures ESCRITÓRIOS R. Nelson Pereira Neves, Lj.1 e 2 2670-338 Loures • T. 219 830 130 Email: abolsamia@abolsamia.pt ASSINATURAS T. 219 830 130 João Correia - joaocorreia@abolsamia.pt IMPRESSÃO Jorge Fernandes, Lda R. Qta. Conde Mascarenhas, Nº9, Vale Fetal 2825-259 Charneca da Caparica TIRAGEM MÉDIA 7.000 exemplares

Arbos 5130

ISSN 2183-7023

A Lovol Arbos continua o seu processo de afirmação na Europa e desta vez deixounos experimentar o 5130, em Itália.

Nº DE REGISTO ERC 117122

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ERRATA

Na passada ediçãopor lapso, na página 34 difundimos uma especificação técnica incorreta a propósito da próxima geração dos especializados Fendt 200 Vario. Ao contrário do que comunicámos, não será um motor de 4 cilindros a equipar estes tratores mas sim um motor AGCO Power de 3 cilindros, com 3300 cm³. O 211 Vario, que é o modelo de topo da série, fornece uma potência máxima de 112 cv, o que representa um ligeiro acréscimo de potência face à geração que está atualmente no mercado.

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Os textos e fotos de autor são propriedade da Nugon,Lda., não podendo ser reproduzidos sem autorização, por escrito, da mesma. O conteúdo dos anúncios e das publireportagens dos clientes é da sua exclusiva responsabilidade. abolsamia segue o AO90, embora nem todos os colaboradores tenham adotado a nova grafia. Estatuto Editorial em www.abolsamia.pt/whoarewe.php

abolsamia é membro do júri por Portugal


Um objetivo, uma meta: Facilitar a vida dos agricultores. Na base do nosso trabalho está o agricultor. Desde 1920 que trabalhamos para si. É por isso que a GALUCHO dispõe de uma ampla gama de produtos, para que tenha a melhor opção na tarefa que pretende executar. Consulte o seu concessionário para obter mais informações e consiga soluções concretas para problemas reais. www.galucho.com

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Galucho, S.A.



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