abolsamia 106

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MÁQUINAS AGRÍCOLAS

abolsamia.pt

A revista da mecanização agrícola

Claas

Nº 106

Herculano A fábrica e a nova

com nova organização em Portugal

estrutura da empresa

Quanto mais baixo, melhor

Enfardadeiras de fardos cilíndricos

Gerir um parque de máquinas na cultura do kiwi

COMO ESCOLHER?

segurança

Ano XXIV . Nº 106 maio / junho 2017 Diretor Nuno de Gusmão Preço: € 6,00 Cont. ISSN 2183-7023

Com enfardadeiras

LELY RPC445 TORNADO

Fardos à medida

aPPS

GESMÁQUINA

Esqueça a folha Excel Gerir um parque de máquinas

TESTES EM CAMPO • Deutz-Fahr 6215 RCshift • Steyr 4145 Profi CVT

RESTAURO

oficina

Escolha do óleo do motor

Nuffield Universal DM4 + Debulhadora e Enfardadeira Tramagal



maio | junho 2017 SUMÁRIO

ANTIGAMENTE ERA ASSIM

10. O cavalo EMPRESAS

18. Herculano 22. Iseki/ Moviter 50. Claas Ibérica 83. Stihl 100. New Holland TECNOLOGIA TECNOLOGIA

62. Escolher uma enfardadeira de fardos cilíndricos Quais os principais fatores a ter em conta na escolha de uma enfardadeira de fardos cilíndricos? Estes aspetos vão desde o tipo de câmara, até pequenas evoluções/adaptações dentro de cada uma, com impacto direto no seu desempenho e rendimento.

24. Lubrificação do motor

24. Lubrificação do motor 62. Escolher uma

enfardadeira de fardos cilíndricos

GESTÃO DE PARQUE DE MÁQUINAS

30. Quanto mais baixo, melhor

Qual o melhor óleo para a lubrificação do motor do seu trator? Analisámos as especificações mais comuns para os óleos (API, ACEA, SAE) e também os aspectos do sistema de lubrificação do motor para que possa fazer a escolha que mais se adequa às suas necessidades.

TESTE EM CAMPO

40. Steyr 4145 Profi CVT 42. Deutz-Fahr 6215 RCShift ENTREVISTA

60. Bas Van Hattum: A

criatividade holandesa no desenvolvimento de alfaias

GUIA DE MERCADO

68. Enfardadeiras de fardos cilíndricos

OFICINA

70. Manutenção de

enfardadeiras de fardos cilíndricos

GESTÃO DE PARQUE DE MÁQUINAS

30. Quanto mais baixo, melhor Vítor Araújo é o maior produtor de kiwi da Península Ibérica. Os seus pomares, na zona do Minho e Douro Litoral são, na totalidade, em pérgula, obrigando a que o parque de máquinas se adapte às limitações de altura deste tipo de pomar.

TESTES EM CAMPO

40. Steyr 4145 Profi CVT e Deutz-Fahr 6215 RCShift Sim, voltámos a experimentar o Deutz-Fahr 6215 RCShift, desta vez em Amesterdão, e mais preparados para testar a transmissão RCShift. Também na Holanda testámos o Steyr 4145 Profi CVT, que se revelou uma solução interessante para explorações mistas e clientes com requisitos tecnológicos elevados. ABOLSAMIA maio / junho 2017

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SUMÁRIO maio | junho 2017

SEGURANÇA

74. Riscos mais frequentes no trabalho com enfardadeiras de fardos cilíndricos

82. Salvamento em acidentes com tratores agrícolas PRODUTO

78. Fardos à medida – Lely RPC 445 Tornado APPS NA AGRICULTURA

84. Gesmáquina

SEGURANÇA

FLORESTA

74. Riscos mais frequentes no trabalho com enfardadeiras de fardos cilíndricos

86. Elmia Wood 2017 90. 26.000 horas em trabalho

Conselhos para aumentar a segurança quando estiver a trabalhar com enfardadeiras de fardos cilíndricos.

de rechega de madeira

RESTAURO

94. Âncoras históricas de um Oeste ligado aos cereais

AGENDA

98. Calendário de maio e junho CONCESSIONÁRIO EM FOCO

103. Eventos REGIÕES

104. Concessionários

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EMPRESAS

50. Claas Ibérica: Nova organização em Portugal A marca passou a ser distribuída, desde o início de outubro, diretamente em Portugal através da filial Claas Ibérica, e tem vindo, desde então, a reestruturar a sua organização no nosso país. Esta mudança tem como grande objetivo, nas palavras dos responsáveis da empresa, “satisfazer as necessidades dos seus clientes atuais e desenvolver o crescimento que a marca está a alcançar no resto do mundo.”

PRODUTO

78. Fardos à medida – Lely RPC 445 Tornado Enfardadeiras de câmara variável permitem um maior número de afinações que as de câmara fixa mas também exigem uma maior preparação do operador. Foi com o intuito de perceber o que leva um cliente a procurar uma máquina com estas características que falámos com Luís Barbeiro, criador de cavalos lusitanos na Coudelaria Flôr de Lis e dono de uma Lely RPC 445 Tornado.

RESTAURO

FLORESTA

94. Âncoras históricas de um Oeste ligado aos cereais

90. Vinte e seis mil horas em trabalho de rechega de madeira

Um sistema para debulha e enfardação, constituído por três máquinas, foi restaurado ao detalhe, por iniciativa da Cooperativa Agrícola de Alcobaça. Fomos ver o resultado dessa obra, e contamos-lhe como é que ela evoluiu e se concretizou.

As tarefas florestais são das mais exigentes para um trator. No caso deste Valtra 6850, que ao fim de 10 anos de trabalho neste setor já fez um número de horas muito respeitável, há uma pergunta que sobressai: a que se deve ter chegado tão longe?


Nunca se trabalhou tanto para alterar tão pouco Nesta nova etapa Juan Carlos Delgado, acionista e administrador da empresa, continua com as mesmas marcas, recursos • M o d e r n i z a r a n ova e m p re s a co m humanos e rede de distriuidores, que na processos de trabalho eficientes. etapa anterior de Deltacinco. • Ampliar a rede de distribuição e melhorar a nossa comunicação com a mesma. Co m o d e s e j o e i l u s ã o d e s e g u i r • Potenciar a nossa capacidade comercial e crescendo, a Farming Agrícola continuará a nossa equipa. a apostar pelo sector agrícola da • Fortalecer a relação com as nossas Península Ibérica com um maior apoio, marcas. se possível, das suas marcas Krone, Amazone, Tanco, BvL e Kramer. As novas instalaçoes já projetadas Nos últimos anos trabalhámos intensamente para:

num lote de 17 ha nos arredores de Palencia, vão impulsionar o crescimento da empresa e proporcionar um melhor serviço à sua rede de distribuidores e clientes. Abrir-se-ão novas linhas de negócio dentro do sector agrícola, incorporarse-ão algumas marcas de prestígio ao portfólio de produtos e reforçar-se-ão algumas áreas internas com mais recursos humanos. A Farming Agrícola nasce com 37 anos de experiência e com um futuro prometedor.

Para mais informação, visite o nosso web site www.farmingagricola.com

agora é


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EDITORIAL por Sebastião Marques

Caro Leitor,

O

s últimos anos não têm sido fáceis para a maioria dos agricultores. Desde o preço dos cereais até ao do leite, são vários os fatores que têm contribuído para os muitos exemplos que todos conhecemos de pessoas e explorações que enfrentam situações difíceis. Ser pessimista é diferente de ser sensato e, por isso, procurar o otimismo é melhor do que ficar no marasmo de que tudo vai correr mal. Então pergunto: qual é a direção certa para o otimismo? Talvez esta edição d’abolsamia tenha algo a dizer sobre esta questão. Na nossa rubrica do Restauro, falamos de máquinas que são a prova de que o Oeste já foi uma região de cereais. Aquela que é hoje uma região de excelência de fruticultura dedicava-se, até há algumas décadas, à produção de um produto completamente diferente, com métodos de trabalho em nada iguais. O trigo e o centeio deram lugar às pêras, às maçãs e às vinhas, e o Oeste e as suas pessoas mudaram também, tendo hoje produtos que são reconhecidos em todo o Mundo pela excelência. Não mudar, nem sempre é o melhor caminho. Também na Gestão de Parque de Máquinas existe um bom exemplo de alguém que nos inspira a ser otimistas. Vítor Araújo é o maior produtor de kiwi da Península Ibérica, e um dos maiores da Europa. Não começou com muitos hectares de terra, tão pouco tinha muita experiência mas teve a audácia de fazer diferente. E bem feito. O kiwi não era, à data, uma cultura muito desenvolvida em Portugal, mas Vítor teve a coragem de não fazer o mesmo que todos os outros faziam à sua volta: quando quase todos ainda faziam pomares em cruzeta, ele fez em pérgula; quando ninguém usava plástico, ele começou a usar; e quando todos faziam rega por aspersão, ele montou um sistema misto. Investigou, imaginou e foi criativo. Não fez como os outros “só porque sim”, nem meteu a cabeça no buraco, à espera que as coisas mudassem porque, acima de tudo, tem paixão pelo que faz. E será que é otimista em relação ao futuro? Absolutamente. As melhores oportunidades surgem em tempos de adversidade. Por isso, olhos abertos, ouvidos bem atentos e espírito genuinamente aberto.

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ANTIGAMENTE ERA ASSIM…

Alfaias de tracção: arados, charruas, grades, assulcadores, escarificadores, carroças …

Alfaias animadas com rodado (rebocadas, apeadas ou montadas) para maior peso à tracção e conforto do operador: volta-fenos, distribuidores de adubo, semeadores ...

A máquina “Four-Horse Double-Gered Power”, accionada por dois pares de cavalos, foi mais uma das pioneiras formas de motorização existentes.

Por Nuno de Gusmão

O Cavalo O Antepassado mais importante da Mecanização Agrícola

S

egundo reza a História, o Homem (ou a Mulher, porque não?), nas primeiras tentativas para encontrar a melhor forma de cultivar o solo, procurando um auxiliar que dispensasse ou aliviasse o trabalho manual, recorreu ao cavalo. E é porque a tracção animal foi a força motriz que primeiro nos deu uma ajuda nesse sentido, a razão porque justamente chamamos Cavalo à unidade de força. Foi por isso, embora tardiamente, que resolvemos fazer o Antigamente Era Assim com todas as honras para o Antepassado mais importante da Mecanização Agrícola. A prestação de serviços agrícolas do nobre animal teria começado quando, depois de ser indispensável e único como veículo

de transporte de pessoas e cargas, o agricultor começou por pensar que, se puxava a carroça, porque não o arado? E é assim que o primeiro arado, de pau, que começou por ser traccionado pelo cachaço da besta humana, de súbito passou para o cabresto da besta animal. Primeiro tratou-se de ensinar o cavalo a trabalhar com alfaias de tracção para a mobilização do solo e, depois, para a preparação do mesmo. Com o andar dos tempos, alguém descobriu que a tracção de implementos equipados de rodado criava uma energia capaz de ser aproveitada e, a partir daí, nasceu aquilo a que chamamos alfaias animadas. O revolucionário princípio deu lugar, em 1918, ao aparecimento da tomada de força dos actuais tractores —, mérito

Ceifeira-dedulhadora Sunshine de 5 cv.

atribuído à americana International Harvester, no seu modelo “IH 8-16”. Sem a intervenção do sistema, os actuais tractores deixariam de ter a polivalência de aplicações que hoje oferecem e o vasto leque de máquinas assim equipado passaria a ser automotriz, de custo substancialmente mais elevado. Um outro processo de conseguir que a força motriz oferecida pelo Cavalo resultasse em trabalho, residia no engenho inventado, formado por uma série de veios de transmissão ligados entre si por rodas e coroas dentadas, que prestaram excelentes serviços à Lavoura, bem como noutras actividades: na agricultura em máquinas que exigiam maiores potências e noutras actividades mormente na elevação de cargas. Posteriormente, com o mesmo princípio mas com aplicação

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em máquinas estacionárias, da deslocação dos animais de puxo o Homem tirou igual partido através da energia cinética, criada pelo sistema de transmissão por polia. O sistema foi largamente montado em máquinas estacionárias: debulhadoras, enfardadeiras, moinhos de farinha.... O princípio deu lugar, em plena época do motor a vapor, 1850, à inclusão da polia de transmissão nas locomóveis (locomotivas agrícolas), por dificilmente poderem deslocar-se em campo, dado o seu enorme peso e volume. De resto, até cerca dos anos 30, a polia para o accionamento de máquinas agrícolas continuou a ser um componente indispensável na nova era dos tractores com motores de combustão interna. No que respeita à evolução das primitivas alfaias de tracção animal, o seu desenvolvimento foi


Enfardadeira fixa de baixa pressão.

Grua de descarga de mercadorias do fabricante americano Dederick.

Sabia e j o H e qu Nos EUA,

a comunidade dos Amish, profundamente conservadora, dispensam o uso dos motores, sempre que possível...

exponencial após ter sido descoberta a possibilidade de moldar o ferro. As partes em contacto com a terra, dos utensílios usados, passaram a não estar sujeitas a constantes desgastes e rupturas; as aivecas, rabiças, rodados e os demais componentes foram melhor e mais agilmente ajustados às várias exigências de cada região; e os bons ferreiros passaram a poder disponibilizar de meios, inclusive para servir a sua clientela a la carte, como a facilidade de execução lhes permitiu mais e melhor desenvolver os seus produtos, melhorando-os com inovações ou inventando novas soluções. Por último, máquinas combinadas, mais complexas e exigentes em potência, como a ceifeira-debulhadora, também foram concebidas nesse tempo, para trabalharem no campo a reboque dos cavalos . Contudo, a sua tiragem de fabrico foi diminuta, na medida em que para conduzir a quantidade de cavalos

necessária e controlar em simultâneo o trabalho da máquina, era raro o “tractorista” que o fizesse... Para além do que ainda hoje o Cavalo nos oferece, é a todos os níveis louvável o que ele representou para a Humanidade durante o longo período em que nos serviu de motor. O número de favores que lhe devemos é impressionante: o nobre animal não só foi insubstituível no constante dia-a-dia dos conflitos bélicos de então, como serviu de veículo de recreio, de transporte, na agricultura e até na própria indústria ao funcionar como motor de moagens, de prensor de uvas para vinho ou para azeite... Custa muito acabar este meu texto, ao ter de admitir que em vez de formularmos o nosso agradecimento ao Cavalo, tenhamos de aceitar que, em vida, acaba muitas vezes por ser morto, para ser vendido aos bocados nos talhos das cidades mais civilizadas do mundo. ABOLSAMIA maio / junho 2017

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EMPRESAS controlo do comércio internacional.

Carraro Drive Tech SpA recebeu certificado AEO-F A Carraro Drive Tech SpA, empresa do Grupo Carraro especializada na concepção e produção de transmissões para maquinaria agrícola e equipamento de construção, recebeu o certificado AEO-F (Operador Económico Autorizado - Completo) da Agência Aduaneira. Esta certificação garantirá uma maior eficiência na gestão da exportação e importação.

O grupo Carraro obteve um volume de negócios consolidado de 593,7 milhões de euros em 2016. As atividades do Grupo dividem-se em duas áreas de negócio: A acreditação AEO da Carraro atesta que a empresa cumpre com todos os requisitos de fiabilidade administrativa, financeira e aduaneira, bem como com as normas de segurança de importação e exportação de mercadorias, em conformidade com as leis da Comunidade Europeia que regem as relações entre entidades privadas e as autoridades responsáveis ​​pelo

- Sistemas de transmissão: através das filiais Carraro Drive Tech e SIAP, o Grupo projeta, fabrica e comercializa sistemas de transmissão (eixos e transmissões) principalmente para equipamentos agrícolas e de construção, e também comercializa uma ampla gama de engrenagens para setores diversos. - Tratores: através da filial Carraro

Agritalia, o Grupo projeta e fabrica tratores especiais (para vinhas e pomares de 60 a 100 cv) para marcas de terceiros, nomeadamente a John Deere, a Massey Ferguson e a Claas, bem como uma gama especializada de marca própria; A Agritalia também presta serviços de engenharia para a concepção de gamas inovadoras de tratores. A holding Carraro SpA está cotada na Bolsa de Valores Italiana desde 1995 (CARR.MI) e tem a sua sede em Campodarsego (Padova). No ano passado tinha 2.979 empregados - dos quais 1.289 em Itália e restantes nas fábricas da Índia, China, Argentina e Brasil.

AGCO Anuncia intenção de comprar Lely

Italmix tem novas instalações fabris A empresa italiana Italmix, especializada no fabrico de reboques misturadores, inaugurou uma unidade fabril que lhe permitirá aumentar a produção e expandir a gama de produtos No mercado desde 1995, a empresa adquiriu em 2008 a marca Gilioli e um ano mais tarde lançou a sua linha topo de gama, a Matrix. Atualmente, com instalações mais amplas, novas linhas de montagem, robots de soldadura e estufas de acabamento, a capacidade de produção poderá aumentar até 400 máquinas por ano. Novos projetos contemplam a incorporação de tecnologias inovadoras na gama Matrix que deverá ficar posicionada como marca Premium. A Italmix está atualmente presente em toda a Europa, Japão, África do Sul e Austrália, que confirmam a liderança neste mercado de unifeeds. Apesar do contexto internacional desfavorável a empresa tem crescido nos últimos anos. Em Portugal, a Matrix é representada pela Harker XXI.

Cooperativa de Alcobaça representa a Munckhof As máquinas para pomares da Munckhof são representadas no mercado português pela Cooperativa Agrícola de Alcobaça. No catálogo desta marca holandesa encontramos as plataformas para apanha de fruta, e os atomizadores com ou sem manga de ar.

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A holding norte-americana que detém várias marcas de renome do setor da maquinaria agrícola, – entre elas a MF, a Valtra e a Fendt – anunciou que pretende concretizar uma nova aquisição. Em causa, a divisão forrageira do fabricante holandês Lely. As duas companhias assinaram um acordo de princípio onde são especificados os contornos de um negócio que deverá ficar concluído até ao final deste ano. “A Lely tem a intenção de se focar inteiramente no seu papel de agente de inovação no campo da robotização, dos sensores e dos sistemas de dados para uso em explorações leiteiras”, explicou Alexander van der Lely, CEO da companhia. As fábricas da Lely localizadas na Holanda, onde são produzidas gadanheiras, volta-fenos e encordoadores, deverão encerrar até

março de 2018, isto porque são alfaias que se sobrepõem à gama da Fella, também pertencente ao universo AGCO. Já a fábricas da Lely em território alemão, de onde saem as enfardadeiras e os reboques auto-carregadores, passarão a ser propriedade do Grupo AGCO. É essencialmente este segmento de produtos que determinou o interesse pela aquisição.



Campeonato europeu de operadores John Deere e Michelin No próximo mês de junho, dezasseis candidatos provenientes de vários países do Velho Continente, disputarão em França o título de melhor operador europeu de tratores. Esta competição conta com o patrocínio da John Deere e da Michelin, e será realizada no centro de testes desta marca de pneus, situado em Clermont-Ferrand.

Herculano tem nova imagem A Herculano, fabricante de reboques e maquinaria para a agricultura lançou uma nova imagem de marca. A apresentação da sua nova Identidade Corporativa foi feita num evento que decorreu na sede empresa em março passado, e na feira internacional SIMA Paris onde a Herculano expôs a sua gama de produto. Esta nova identidade reforça o posicionamento da Herculano aliada a um novo claim “Consigo no terreno”, que expressa “a promessa de confiança, fiabilidade e

proximidade, conhecimento técnico e prático que possuímos na apresentação das suas soluções robustas e de qualidade,” referiu a administração da empresa. A nova imagem será implementada numa primeira fase em todos os produtos da empresa, instalações e redes sociais e, numa segunda fase, na criação de uma nova plataforma web onde, aliada à nova identidade corporativa, irá ser definida uma nova estratégia de comunicação.

Mercado dos reboques agrícolas em recuperação (Comunicado Galucho) As vendas cresceram 9,4% no mercado nacional no primeiro trimestre de 2017 comparativamente com o período homólogo. Este valor positivo representa uma aceleração nas vendas de reboques agrícolas e sinaliza a recuperação do mercado, após um crescimento de apenas 3,3% em 2016. Deste modo, verifica- -se um sentimento positivo relativamente à recuperação dos níveis de investimento no setor. A Galucho tem sido a empresa que mais tem aproveitado a nova dinâmica de mercado.

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A empresa aumentou as vendas em 71% em 2016, atingindo uma quota de mercado de 23%. Já em 2017, o desempenho da marca é ainda mais notável, com um crescimento de vendas de 78% face ao período homólogo. Consequentemente, a Galucho é atualmente o líder de mercado incontestável na venda de reboques agrícolas em Portugal, com mais de 30% de quota de mercado de reboques agrícolas em território nacional.

Serão colocados à disposição dos participantes oito tratores John Deere 6250R, a fazer conjunto com reboques Joskin de eixo em tandem e capacidade de carga de 29 toneladas. Naturalmente,

tratores e reboques equiparão com pneus Michelin. Caberá a cada concorrente definir a sua estratégia de condução, bem como os ajustes do trator e a pressão dos pneus que considere mais adequados. Depois, tem de completar um percurso que inclui campo e estrada, e será avaliado em função de diferentes parâmetros, como: velocidade, consumo obtido, compactação do solo e habilidade de manuseamento. O objetivo da competição é demonstrar que os operadores que possuem uma boa formação, ao definirem os ajustes mais corretos, podem poupar tempo e dinheiro, e aumentar a produtividade dos seus tratores. Esta premissa estende-se aos pneus; a carga, a velocidade, e a pressão usada, influenciam o consumo, a compactação e o desgaste do piso. Mais informações em http://pt.edc.lightstrongsmart.com

MaterMac Expectativas em alta para 2017 Apesar da contração geral do mercado em 2016, a MaterMacc fechou o ano com um faturado de 21.029.000 euros, representando um aumento de 10,3 por cento em relação aos resultados de 2015. E prevê atingir este ano um novo crescimento superior a 10 por cento. Andrea Bedosti, presidente da MaterMacc e diretor-gerente da Lovol Arbos Group S.p.A. mostrava-se otimista com as previsões já que em fevereiro o volume de encomendas ultrapassava 10 milhões de euros, estando previsto para a segunda metade do ano o início da comercialização da nova gama de semeadores e pulverizadores.


A nova gama TM1060 da Trelleborg proporciona uma maior eficiência para tractores de 80 CV a mais de 300 CV. Preserve o seu terreno de compactação e torne as suas operações agrícolas mais produtivas. Proteja os seus cultivos como se fossem pedras preciosas. www.trelleborg.com/wheels/es


Resultados satisfazem Antonio Carraro

Claas vence iF Design Awards 2017 Na cerimónia do Prémio Design Award deste ano, a Claas arrebatou dois prémios: a colhedora de forragem Claas Jaguar 900 ganhou um iF Design Award na categoria “Produto”, enquanto o transmissor GPS móvel, RTK FIELD BASE, ganhou um prémio iF gold. Ambos os produtos, que concorreram com mais com 5.575 inscrições de 59 países, se destacaram na opinião do júri pela harmonia da conjugação da tecnologia e da estética. “A Jaguar 900 deve o seu sucesso à colaboração estreita e eficaz entre a Claas e a empresa Budde Industrie Design de Münster”, disse Dirk Lahmann, Project Manager. De acordo com o veredicto do júri, os seus contornos seguem o fluxo de material e maximizam o seu desempenho até ao sistema de corte. Referiu também que a máquina oferece um local de trabalho confortável com um bom

campo de visão, que todas as áreas de manutenção são facilmente acessíveis e voltadas para as necessidades do utilizador, e que as amplas saídas de ar na parte traseira permitem a dissipação ideal do ar quente do motor. No que se refere ao transmissor GPS móvel, o RTK Field Base que sintoniza sinais GPS normais, transmite-os até seis quilómetros de distância e orienta automaticamente frotas agrícolas completas no campo com uma precisão de 2 a 3 cm. De acordo com a opinião do júri, comparativamente com os produtos concorrentes o ecrã Claas RTK Field Base permite que todos os ajustes se façam diretamente no ecrã sem recurso a ferramentas externas. Também os outros elementos de design do transmissor móvel contribuem para tornar o uso do transmissor tão fácil quanto possível.

A sede da Antonio Carraro em Campodarsego (Pádua), fechou o balanço de 2016 com um volume de negócios de mais de 83 milhões de euros relativo a um Ebitda de cerca de 10% e um lucro líquido de 2 milhões. O fabricante italiano de tratores especializados produz 40 modelos de base que podem ser modificados em 80 versões diferentes. As exportações representam mais de 50% e têm como principais mercados a França, Península Ibérica, Turquia, Irão, América do Sul, Canadá, Califórnia, e até mesmo a China. Segundo um comunicado da empresa, a carteira de encomendas aumentou nos primeiros meses de 2017 cerca de 30% em relação ao mesmo período de 2016. Este ano prevê-se um crescimento do

volume de negócios de mais de 5%. O presidente executivo Marcello Carraro não esconde a sua satisfação pessoal pelos resultados obtidos e pelo reforço patrimonial e financeiro que se seguiu ao aumento de capital registado no final de 2016 graças à inclusão do grupo Milleuno Imoco na estrutura acionista, o que permitirá realizar, com segurança e estabilidade, o plano estratégico de cinco anos que está a decorrer (2017/2021). Já em 2017, deverá começar o programa de investimento, tanto para a melhoria dos departamentos de produção, como em termos de recursos humanos, tecnologia e máquinas, para além do reforço da estrutura comercial e sistema de controles internos, incluindo a gestão das filiais na Turquia, Espanha, França e Austrália.

John Deere fabrica pulverizador automotriz número 1000 Horst, a fábrica John Deere situada na Holanda, fabricou o seu pulverizador automotriz número 1000. O pulverizador, do modelo R4040i, foi entregue a uma exploração agrícola na República Checa com 1800 hectares de superfície, no passado mês de fevereiro. Localizada a 40 km ao norte de Praga, as principais culturas

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que se fazem nesta exploração são o trigo, a cevada e a beterraba açucareira. O R4040i está equipado com um depósito de 4000 litros e uma barra de pulverização de dobragem tripla de 24/36 metros com geometria variável e controlo automático do peso da inclinação da barra. Também inclui funções como o ajuste da largura de via hidráulico, que permite ajustes mais fáceis para as diferentes larguras de tramos ou filas. O sistema de controlo por válvula electrónica SolutionCommand do pulverizador garante um enchimento preciso, uma fácil dissolução dos produtos químicos e um sistema de lavagem automática com vários modos de trabalho.

Grupo Trellborg tem um novo presidente na área de negócios Paolo Pompei substituiu Maurizio Vischi no cargo de presidente da área de negócios da Trelleborg Wheel Systems. Paolo Pompei, nascido em 1971, trabalha na Trelleborg Wheel Systems em vários cargos de gerência desde 1999 e, durante os últimos anos, tem sido responsável pelas operações globais de pneus agrícolas.



A Herculano é uma das 22 empresas que integra o Grupo Ferpinta. O seu fundador, o Comendador Fernando Pinho Teixeira, mantém ainda a sua atividade nas empresas que se dividem por três áreas distintas: o aço, a agricultura e o turismo.

Texto Sebastião Marques Fotos Francisco Marques

Herculano Tempos de inovação Veja a reportagem em imagens www.flickr.com/abolsamia

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O fabricante de reboques e maquinaria para a agricultura Herculano apresentou uma nova identidade corporativa, através de uma imagem renovada que procura refletir os seus valores, missão e posicionamento da marca. A par desta renovação, a Empresa está a introduzir novas metodologias no seu processo de fabrico para conseguir “ganhar flexibilidade, consolidar a presença nos mercados atuais e crescer internacionalmente” como nos disse Ricardo Teixeira, membro do Conselho de Administração da Herculano, numa visita que fizemos à fábrica da Herculano.


Herculano EMPRESAS Reboque cisterna de 16.000 litros com barra localizadora Vogelsang.

três áreas distintas: o aço, a agricultura e o turismo. Orgulhamo-nos de constatar que o Grupo Ferpinta é hoje uma instituição de referência no setor metalomecânico europeu, reconhecida pelos elevados padrões de qualidade de produto, serviço e dinâmica comercial. Esta posição de referência deve-se sobretudo à competência, dedicação e experiência dos seus colaboradores. Reflexo disso mesmo é o facto de ter sido considerada uma das 20 melhores empresas em Portugal e a melhor no seu setor.

Recentemente, a Herculano apresentou a sua nova imagem corporativa, assente na máxima “Consigo no terreno”. Em que se projeta, na prática, esta mudança?

Fernando Jorge Teixeira, administrador da Herculano e seus filhos, Ricardo e Gonçalo Teixeira.

Entrevista a Ricardo Teixeira, membro do Conselho de Administração da Herculano Como se enquadra atualmente a Herculano no Grupo Ferpinta? A Herculano é uma das 22 empresas que integra o Grupo Ferpinta. O seu fundador, o Comendador Fernando Pinho Teixeira, mantém ainda a sua atividade nas empresas que se dividem por

Partimos de um inquérito aos clientes e de uma auscultação ao mercado, e percebemos que há a necessidade de apostar cada vez mais no serviço e na relação de proximidade com o cliente, e alinhar a estrutura da empresa com esta visão: a nossa proposta de valor é estar ao lado dos agricultores apresentando produtos fiáveis e serviço de qualidade, onde a liderança será uma consequência natural. Esta estratégia passa por consolidar a presença nos mercados atuais e crescer internacionalmente; e em simultâneo, trabalhar para uma melhor gestão dos recursos para apresentarmos as melhores soluções aos nossos clientes. Nesse sentido, estamos a implementar novas metodologias no processo de fabrico. Com esta nova filosofia vamos produzir por encomenda para podermos reduzir os stocks e os prazos de entrega. Ao nível da produção, teremos mais produto em pré-acabamento, e mais peças em armazém para podermos responder de forma mais rápida aos pedidos. Até porque o mercado está a exigir cada vez produtos mais complexos, com mais opcionais, e era impossível ter um stock extensivo a toda a nossa gama de produtos. A ideia é ganhar flexibilidade, qualidade e serviço.

Qual o investimento da empresa em I&D?

processamos a informação recebida do mercado e a transportamos para o produto. E desta forma a empresa utiliza uma metodologia própria de criação de um novo produto desde a ideia, estudo do mercado e conceção no qual são envolvidos todos os departamentos com etapas de planeamento bem definidas no tempo e em conteúdo no qual recebemos não só inputs internos como externos do mercado, clientes e parceiros com um contributo fundamental durante toda a fase de criação, investigação, conceção e testes.

Quais são os vossos principais mercados de exportação? Atualmente exportamos cerca de 70% da nossa produção, sobretudo para Espanha, mas também para França, Bélgica, Roménia e Bulgária. Também exportamos para o mercado neozelandês e para vários países do continente africano – Angola e Moçambique, onde já estamos há 25 anos, Argélia e Marrocos. Reforçámos recentemente a equipa comercial para estarmos presentes nos países de África inglesa e francesa. As estruturas Ferpinta Angola e Ferpinta Moçambique permitem suportar toda a logística dos mercados envolventes, temos o stock e a assistência pós-venda, por isso podemos ser competitivos e prestar um melhor serviço. Em termos de produto, em Espanha vendemos basicamente o mesmo

tipo de produtos que em Portugal, reboques, grades e cisternas; nos restantes mercados europeus destacam-se principalmente os reboques. O nosso objetivo para os próximos dois anos é consolidar os mercados onde estamos e continuar a crescer na Europa.

Nos reboques, quais são as tendências de fabrico seguidas pela Herculano? O nosso plano no âmbito dos reboques segue a tendência da internacionalização e é desta forma que a empresa tem crescido nos últimos anos. Temos apresentado reboques com maior carga útil, rodas de maiores dimensões, eixos autodirecionais e direcionais forçados, travagem mista ou pneumática, tudo soluções que permitem poupança de combustível e um aumento de rentabilidade em trabalho. Paralelamente, a equipa procura olhar a longo prazo e neste campo temos um parceiro estratégico que, em conjunto, nos permitirá apresentar equipamentos que serão pioneiros no mercado.

Somos hoje reconhecidos no mercado europeu como um dos maiores fabricantes de reboques.

É no fabrico de reboques que a Herculano é mais reconhecida no mercado interno e externo.

O foco do investimento é essencialmente na forma como ABOLSAMIA maio / junho 2017

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boggie, tandem ou tridem. Também existe uma diversidade de rodas e pneus, desde roda 32 e pneu 600, permitindo não exceder a circulação legal e fornecer ao agricultor um produto que se adapte às suas necessidades e aos diferentes terrenos, (húmidos, secos, planos e inclinados). A sua construção reflete uma preocupação cada vez maior com o conforto do operador, facilitando Reboques-cisternas: é sentida as operações e o manuseio e permitindo uma maior economia uma aposta neste produto, de combustível: foram aplicadas como a caracteriza? tecnologias como eixos direcionais As cisternas são atualmente um forçados, suspensões hidráulicas, dos produtos mais populares da Herculano e têm vindo a adaptar-se braços com aceleradores de carga e comandos multifunções hidráulicos. às exigências cada vez maiores do Visando a proteção do meio mercado. ambiente, as nossas cisternas Preservamos a simplicidade e equipam com um sistema operacionalidade apresentando de distribuição localizada do diversas soluções e opções extra, chorume, que é distribuído no como bombas Garda e sistema de vazio total, aplicadores Vogelsang, solo a baixa pressão, reduzindo eixos ADR, bombas Jurop e Bationi. substancialmente as perdas de As capacidades das nossas cisternas azoto, os aerossóis, e a proliferação de odores devido à incorporação vão desde 3.000 a 24.000 litros, e direta no solo em vez da distribuição de acordo com estas capacidades por aspersão. os eixos podem variar de simples, Devido à nossa flexibilidade de adaptação do produto aos mercados, conseguimos apresentar soluções condizentes com as necessidades mas com valor acrescido, queremos distinguir-nos pela qualidade, robustez, eficiência e preocupação ambiental. Somos hoje reconhecidos no mercado europeu como um dos maiores fabricantes de reboques.

Vista panorâmica da fábrica da Herculano, situada no Loureiro.

A Fábrica

Produção anual • 3000 Reboques e Cisternas • 1000 carregadores frontais • 700 grades de disco • 800 fresas

220 empregados

48.000 m2

Área total da fábrica

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Prevê vir a fabricar algum tipo de reboque que ainda não tenham?

Que planos e que novos produtos têm em projeto para estas áreas?

A curto prazo, iremos apresentar um novo reboque com foco na exportação, que será uma novidade no mercado.

Decorrente do que é a nossa estratégia de apresentar um portfólio completo ao cliente, desenvolvemos um equipamento direcionado para pomares, vinha e olival. Trata-se de um espalhador de estrume/composto que trabalha localizado na linha, com velocidade regulável. É um equipamento que se encontra em fase de testes e está prestes a ser apresentado no mercado em resultado de um trabalho rigoroso da equipa Herculano.

No SIMA de Paris, a Herculano apresentou um corta-milhos desenvolvido em parceria com um cliente francês. Qual é a abertura da marca para este tipo de iniciativas “taylormade”? A nossa iniciativa é total para este tipo de parcerias pois também nos permite aprender e estender este conhecimento para os nossos produtos. Este equipamento nasce de um trabalho de investigação e desenvolvimento de 10 anos em parceria com a marca austríaca Pottinger que aproveita o knowhow da Herculano para desenvolver e contruir alguns dos seus produtos.

O olival, a vinha e a fruta são sectores que continuam a crescer na Península Ibérica.

Têm atualmente outras parcerias empresas estrangeiras ou nacionais? Procuramos parcerias com entidades que acrescentem valor à nossa estrutura e aos nossos produtos. Nesta linha, e porque queremos estar na liderança, celebrámos recentemente um acordo com um parceiro de investigação e tecnologia, que divulgaremos na altura certa, e


Herculano EMPRESAS

No 1º trimestre de 2017 recebemos tantas encomendas como no total do ano passado, em Portugal e Espanha.

um dos principais fatores a que o agricultor presta atenção no momento da compra. Esse aço é todo proveniente da empresa do Grupo Ferpinta?

que nos permitirá lançar para o mercado verdadeiras inovações no setor e apostar em equipamentos com ferramentas de apoio à decisão do utilizador numa perspetiva de rentabilidade e precisão. Num outro âmbito, que reflete a preocupação da Herculano com o meio ambiente, mantemos também uma parceria com uma empresa alemã que nos fornece tintas de base aquosa, isentas de COV’S, não poluentes.

O principal negócio do Grupo Fertpinta é o aço, transforma cerca de 300 a 350 mil toneladas de aço por ano e é o principal fornecedor da Herculano. Na construção duma alfaia, o peso do aço ronda os 60%, uma parte desse volume é fornecido pela Ferpinta que possui um apertado controlo laboratorial da matéria-prima rececionada e de todo o processo; tudo o que a Herculano compra ao exterior passa pelos laboratórios da Ferpinta para testar e garantir a qualidade (discos das grades, correntes, etc.). Sendo a Ferpinta a nossa casa mãe e líder no seu setor com reconhecimento em todo mundo, é para nós um fator competitivo na garantia de qualidade que incorporamos no produto.

O aço utilizado na construção das alfaias e equipamentos é

Que visão tem sobre a evolução do mercado de

implementos e reboques em Portugal? E numa perspetiva global? Os nossos clientes procuram produtos capazes de responder às exigências do seu trabalho e que lhes tragam rentabilidade, com um serviço próximo e eficaz. Portanto, o caminho dos implementos vai seguir naturalmente a tendência tecnológica, com uma maior incorporação de eletrónica e robótica assente na procura de maior produtividade de controlo, transporte e deposição. O nosso departamento de inovação e investigação está orientado para desenvolver produtos que respondam a este desafio da precisão e da conservação do solo, aliado a sistemas intuitivos de controlo e ação no terreno. Em termos de vendas, globalmente é notória uma melhoria no mercado como comprovam os recentes barómetros do CEMA, com a previsão de tempos animadores, mas sem grandes acentuações. Especificamente

em Portugal e Espanha, os nossos principais mercados, o ano passado foi muito positivo, em Espanha foi mesmo o melhor de sempre. No primeiro trimestre deste ano já tivemos tantas encomendas como no total do ano passado, muito por via dos projetos. Embora também estejamos a crescer em outros produtos, é nos reboques que somos mais reconhecidos, nomeadamente em Espanha onde já temos três comerciais no terreno. Temos tido um crescimento muito acentuado nas cisternas, um produto a que o cliente reconhece qualidade ao nível das melhores marcas. É um mercado onde há pouca concorrência, pelo menos ao nosso nível. Temos crescido a reboque do que o mercado nos exige, paralelamente com um plano estratégico de antecipação de necessidades e inovação no mundo agrícola. Atualmente, exportamos cerca de 70% e, parte da produção destinase a grandes marcas de tractores e equipamentos agricolas.

A maior parte do aço é fornecido pela Ferpinta cuja produção ronda anualmente 300 mil toneladas.

A Herculano mantém uma parceria com uma empresa alemã para o fornecimento de tintas de base aquosa, não poluentes.

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EMPRESAS Iseki / Moviter

com pequenas áreas aráveis é extremamente importante, centrando-se geograficamente no centro e norte do país, no entanto, assumem um crescente peso os segmentos de mercado especializados, como os frutos vermelhos ou as culturas que recorrem a estufas, presentes de norte a sul. Os modelos com maior procura são os que o mercado define. No caso da Iseki as vendas concentram-se em torno de cinco modelos, a saber TG6370 (39cv), TG6490 (49 cv), TH4335 (34 cv), TM3215 (20 cv) e TM3245 (24 cv).

Tratores Iseki estão com a Moviter

Como é que, preveem que venha a ser a performance da marca a partir daqui?

A Moviter Equipamentos, SA, empresa do Grupo Movicortes é atualmente distribuidora exclusiva, para o território português, de tratores, produtos e serviços da marca Iseki. Para percebermos como é que a Iseki vai ser integrada no conjunto das marcas que a empresa detém, entrevistámos Arnaldo Sapinho, administrador da Moviter S.A.. Qual a razão de a Moviter ter ido buscar mais uma marca de tratores cuja gama se sobrepõe em parte com outras marcas que já representam em vez de alargar o seu leque de produto a outros equipamentos? A Iseki é uma marca de origem Japonesa, com forte tradição no mercado nacional, dispondo de uma gama de produtos diferenciada relativamente aos produtos que a Moviter já comercializa com origem no mesmo país. Assim sendo, não estamos perante uma sobreposição, mas antes perante um complemento de oferta no segmento dos tratores compactos com origem no Japão. Por outro lado, a marca Iseki será distribuída através de uma rede de concessionários dedicada à marca, sem qualquer sobreposição com as restantes marcas distribuídas pela Moviter, no segmento dos pequenos tratores.

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Que cobertura a nível nacional é que vão atribuir à Iseki? A Iseki terá uma cobertura de âmbito nacional, potenciando a presença da marca em todo o território, com maior expressão nas zonas em que os tratores compactos e subcompactos têm maior procura.

Que modelos irão vender mais? Quem é o cliente que procura Iseki e porquê? Todos os segmentos do mercado utilizadores dos tratores compactos e sub-compactos são igualmente importantes para a Moviter. O tradicional pequeno agricultor,

Mais em certos segmentos ou tudo é igualmente importante? A gama Iseki é conhecida no mercado e tem uma penetração preferencial até aos 60 cv. Será essa a aposta a manter numa fase inicial, de forma a tornarmos a marca mais consistente e a explorar o seu potencial de crescimento. O mercado nacional tem um forte peso dos segmentos de sub-compactos e compactos e a Moviter quer reforçar a sua presença nesses segmentos de mercado, contando com a nova marca Iseki para aumentar a sua quota de mercado.

Arnaldo Sapinho, Administrador da Moviter S.A.

Nos últimos quatro anos a Iseki tem tido as suas vendas estabilizadas em torno da centena de tratores. A primeira prioridade da Moviter é assegurar uma transição adequada do antigo importador para o novo importador, disponibilizando um apoio qualificado, consistente e flexível quer aos seus concessionários quer aos proprietários de tratores Iseki. Depois de assegurar essa consistência, acreditamos que, se a procura em Portugal não sofrer perturbações significativas, haverá condições para fazer crescer a quota de mercado da marca.


EMPRESAS

MARCA DE QUALIDADE NA AGRICULTURA EM PORTUGAL

‘Relançamento’ dos MF série 100 Massey Ferguson

Por iniciativa da Fingal Vintage Society, que promove o interesse por veículos clássicos, na Irlanda foi realizada uma cerimónia alusiva à mítica série 100 da MF. Foram exibidos vários exemplares destes tratores das décadas de 60/70, em excelente estado de conservação, como se de uma cerimónia de lançamento de modelos novos se tratasse. No passado ano, a mesma sociedade já tinha promovido o relançamento de uma outra série mítica: os 3000/4000/5000 da Ford.

Fundada em 1929, a Hürlimann foi sempre associada a tratores agrícolas de qualidade. A atenção nos pormenores e nos acabamentos, o conforto superior, o rigor mecânico,

O motor que venceu o Diesel of the Year 2017

a qualidade dos materiais e a tecnologia, entre outras,

Liebherr

modelos, dos 35cv aos 130cv, divididos em diferentes séries

são algumas das principais características da marca. A Hürlimann apresenta-se no mercado com cerca de 28 e soluções, para vários tipos de trabalhos.

O comité editorial da revista italiana Diesel nomeou o motor Liebherr D9812 como vencedor do prémio Diesel of the Year 2017. Esta revista especializada em motores atribui o prémio com uma

periodicidade anual, de forma a distinguir as mais relevantes inovações desenvolvidas pelos fabricantes. Este bloco de 12 cilindros em V, com uns impressionantes 60 litros de capacidade, é o primeiro modelo de uma nova série de motores denominada D98XX. Segundo a marca, o motor assenta num sistema modular, com componentes que podem ser ajustados em função do tipo de aplicação e dos requisitos exigidos pelo cliente. A cobrir uma faixa de potência entre os 1700 e os 3670 cv, é um produto destinado ao setor industrial e mineiro. Em breve, à mesma série a Liebherr irá acrescentar modelos mais potentes, em configuração V16 e V20.

Conheça a gama de tratores Hürlimann na Moviter ou no concessionário da sua região.

Parque Movicortes, 2404-006 Azoia, Leiria T 244 890 180 / F 244 872 164 moviter@movicortes.pt / www.moviter.pt

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TECNOLOGIA

Analisamos neste artigo as especificações mais comuns para os óleos (API, ACEA, SAE) e também os aspectos do sistema de lubrificação do motor para a melhor escolha, de acordo com as necessidades.

Lubrificação do motor

Sabe escolher o melhor óleo? Por Heliodoro Catalán Mogorrón

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CULTURA COM SABER PASSADO E FUTURO EM PORTUGAL

No motor só há uma opção: lubrificar bem É necessário lubrificar os elementos do motor que estão em movimento e sujeitos a fricção, caso contrário a “gripagem” está garantida. Num motor moderno, o sistema de lubrificação recorre à lubrificação por pressão que garante o abastecimento constante de óleo aos elementos que dele necessitam, rolamentos, chumaceiras, válvulas, pás das turbinas do turbo…a função do óleo é interpor-se entre as superfícies de contacto formando um amortecedor hidráulico que consegue diminuir a fricção. Mas atenção, um óleo não serve apenas para lubrificar, tem muitas outras funções: • Lubrificar: Se observarmos uma superfície metálica, mesmo que esteja muito bem polida, ao microscópio, vemos que na realidade é rugosa e contém altos picos e profundos vales. Se essas superfícies com “picos” e “vales” estivessem em fricção a alta velocidade e embatendo uma na outra, o aquecimento e a “gripagem” aconteceriam rapidamente. • Refrigerar: Independentemente de outros sistemas de refrigeração (circuito de refrigeração: água, ar, misto), o calor gerado nos pistões durante a combustão é transferido para as camisas do cilindro através da capa lubrificante que ali se encontra. O óleo tem que conseguir resistir a temperaturas extremas e ainda assim manter a sua viscosidade. • Estanqueidade: Para uma boa compressão o óleo encarrega-se de “fechar” as fugas entre o pistão e a camisa do cilindro (os segmentos do pistão necessitam da ajuda do óleo). • Limpeza e proteção: No processo de combustão produzem-se “desperdícios” como cinza, ou resíduos de óleo oxidado. O óleo deve encarregar-se de evitar que esses resíduos formem capas ou depósitos. • Anti-oxidação: Um bom óleo deve evitar que as peças do motor sofram corrosões. Se o vapor se chegasse a condensar os danos no motor seriam grandes. Deve-se ter em conta que a oxidação é diretamente proporcional à temperatura, quer dizer, quanto mais alta é a temperatura mais rapidamente se produz a oxidação.

De origem japonesa e com uma grande tradição no mercado nacional dos tratores compactos, a Iseki é distribuída pela Moviter, uma empresa do Grupo Movicortes com larga experiência no setor. Com uma gama completa e diferenciada, com soluções dos 16 aos 49 cv, os tratores Iseki são indicados para pequenas propriedades agrícolas, culturas especializadas, manutenção de espaços verdes,municípios, entre outros trabalhos e aplicações. Conheça a gama de tratores compactos Iseki, na Moviter ou no concessionário da sua região.

Mineral ou sintético? Escolher o óleo de acordo com a sua origem Um óleo é composto por uma base à qual se juntam aditivos que são os ingredientes que lhe conferem determinadas propriedades para melhorar a base. A origem da base dá lugar a uma classificação do óleo, mas podem-se fazer outras classificações em função de diferentes normas ou pelo método de ensaio, etc. Mineral ou sintético? Refere-se à origem do óleo base. Se forem óleos obtidos nas torres de destilação das refinarias, então denominam-se “minerais”; se a sua origem não for direta do petróleo mas provier de subprodutos petrolíferos combinados e preparados em laboratório denominam-se

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TECNOLOGIA Lubrificação do motor

EVOLUÇÃO DO MERCADO DE LUBRIFICANTES NA UE Veículo industrial – Período 2008-2012 EURO 4

Volume de óleo (TM)

120000

EURO 5 ACEA E2, E3, E5 E4 E6 E7 E9

100000 80000 60000 40000 20000 0

2008

2009

2010

2011

2012

Euro 5: Homologação desde 01-09-2009. Matriculação e venda desde 01-01-2011 Euro 6: Homologação desde 01-09-2014. Matriculação e venda desde 01-01-2015

As classificações mais universais do óleo

“sintéticos”. No entanto, esta classificação cada vez está mais “diluída” porque o que em Portugal pode considerar-se “sintético”, em França ou em Espanha pode não sê-lo, havendo ainda os chamados semi-sintéticos que são uma mistura dos anteriores. Em qualquer caso, o leitor deve ter claro que um óleo obtido em laboratório (sintético) tem uma elaboração mais complexa e é mais caro do que o mineral. O sintético tem uma maior duração que o mineral e atualmente vem referido na maioria das recomendações dos fabricantes de tratores para poder dar serviço aos motores com common rail e em Fase III, IV e superior que trabalham com temperaturas mais altas e exigem óleos capazes de lhes resistir sem se degradarem nem oxidarem, e com menores perdas por volatilidade, pelo que o consumo de óleo do motor é menor.

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Quando um cliente se depara com a escolha de um óleo deve seguir escrupulosamente as indicações do fabricante da sua máquina, mas isto não significa que deva escolher “marca” porque na realidade não é a marca o que mais importa mas sim a especificação de qualidade exigida pelo fabricante. As classificações mais universais são as SAE (Society of Automotive Engineers), API (American Petroleum Institute) e ACEA (European Automobile Manufacturers´ Association), mas existem muitas mais, inclusivamente cada fabricante “importante” costuma ter as suas normas de qualidade. É por isso que este mundo dos lubrificantes é tão complicado, porque existem as denominações próprias de cada fabricante difíceis de discernir para um utilizador comum.

SAE

É uma norma europeia e provavelmente a mais conhecida, ainda que se deva ter atenção que a classificação SAE só faz referência à viscosidade, um utilizador não deve pensar que por pedir na sua loja habitual um SAE 15W40 está a seguir a qualidade exigida

pelo fabricante do motor, recorde-se que um índice SAE indica viscosidade mas não indica qualidade. Os graus de viscosidade SAE estão listados na norma SAE J 300.

número, melhor é a adequação a temperaturas baixas, ao passo que quanto maior é o segundo número, melhor é a adequação a temperaturas elevadas.

Uma divisão importante definida pela norma SAE é a de óleo monograu ou mutigrau.

API

São monograus os óleos que se produzem para trabalhar a uma temperatura específica. Atualmente apenas são usados em veículos mas também em motores estacionários como os dos grupos eletrogéneos com funcionamento uniforme. No total estabelecem-se 8 marcações diferentes na norma 8, correspondendo a 8 viscosidades diferentes. (SAE 30, SAE 40...) Multigrau são óleos aos quais à base se juntam aditivos para evitar que percam viscosidade com a temperatura. A marcação comercial faz-se com um primeiro número que indica as propriedades em frio, o W (do inglês, winter) se existe, indica que é apto para temperaturas inferiores a 0ºC, e um segundo número que representa a sua adequação a temperaturas elevadas. No total, estabelecem-se 6 marcações diferentes (SAE 15W 40, SAE 20W 50…). Quanto mais pequeno for o primeiro

É uma classificação norte americana e talvez a mais utilizada para identificar a qualidade. Na realidade, a API utiliza 3 classificações conforme o motor seja a gasolina ou a diesel ou seja óleo para a transmissão. Deixando para mais tarde a classificação de gasolina e óleos de transmissão, no caso dos motores a diesel que equipam as nossas máquinas agrícolas, a classificação API marca o óleo com a letra C (compressão) à qual se seguem outras letras e/ou números (CA, CB, CC, CD, CE, DF4, CG4, CH4, CJ4) e que indicam a qualidade ou exigência (por ordem crescente). Atualmente já é difícil encontrar um óleo marcado com CA, CB, CC e apenas algum óleo CD poderá ser usado em tratores antigos e com motor atmosférico. O ideal são os óleos a partir de CE para motores turbo; CF com melhores propriedades antioxidantes; CH4 para motores de alto rendimento a partir de Euro I e com combustíveis


G ER AÇ Ã O “ X” NOVOS TRATORES McCORMICK

com enxofre inferior a 0,5%; CJ4 válidos para motores a partir de Euro III e com combustível com enxofre inferior a 500 ppm (0,05%). O leitor deve considerar que um óleo de maior qualidade ou de formulação mais recente, por exemplo um CJ, pode ser utilizado num veículo velho para o qual se recomendavam especificações inferiores.

ACEA

É uma associação recente, criada em 1996, e que provém da antiga CCMC (Comité de Construtores do Mercado Comum). Reflete a classificação API mas junta-lhe algumas exigências. De modo semelhante ao API também se estabelecem categorias pelo tipo de motor. Como considero que a classificação ACEA vai ser a mais recomendada nos próximos anos na Europa, alargar-me-ei um pouco mais sobre ela. As categorias ACEA identificamse com uma letra seguida de um número (do 1 ao 9) que indica, por ordem crescente, o nível de qualidade do óleo. As 4 séries estabelecidas são: • A: para motores a gasolina (A1, A2, A3, A4, A5…); • B: motores diesel “ligeiros”;

• C: motores que cumprem a normativa Fase IV. A série C aparece pela necessidade de cumprir com a norma Fase ou Euro IV. A solução para a exigente Fase IV passa por dispor de filtros ativos de partículas (FAP ou DPF). Os veículos que incorporam dispositivos como os filtros de partículas, independentemente de serem a gasolina ou diesel, necessitam de usar um óleo específico; • E: motores diesel de serviço pesado. Para o caso concreto do nosso trator, as letras que o óleo deve ter são C ou E. Um óleo que na classificação ACEA esteja marcado como C5 denota um bom óleo com intervalos de substituição grandes; um E2 é um óleo para uso normal com intervalo de substituição normal; um E3 um óleo para uso intensivo com normativa Euro I e II; um E4 já é um óleo de prestações muito elevadas (UHPD); o E5 é um óleo de última geração para um trator com SCR (adição de ureia) e com intervalos prolongados; um E6 é um óleo E4 mas com um limiar SAPS (cinzas) muito baixo e é recomendado para os motores SCR com filtro DPF; o E7 é para motores de prestações muito elevadas (UHPD) e com aplicações exigentes; o E9 é o E7 mas com um limiar SAPS baixo.

Os tratores da geração “X” da McCormick estabelecem novos padrões de qualidade no setor. Modernos, robustos e tecnologicamente desenvolvidos, têm mais produtividade, com menos consumo de combustível e menos emissões. Com uma gama completa, novos motores, transmissões, hidráulicos e outras inovações, estes tratores garantem uma resposta eficiente em qualquer trabalho - campo aberto ou fechado, culturas especializadas, indústria, entre outros. Conheça a nova geração de tratores “X”, na Moviter ou no concessionário McCormick da sua região.

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TECNOLOGIA Lubrificação do motor

PRODUTO

Novo botão de atalho ISOBUS A funcionalidade ISB (ISOBUS Shortcut Button) estava em desenvolvimento mas passa agora a fazer parte dos testes de conformidade da AEF, o que significa que o seu correto funcionamento, quando usada em equipamentos de diferentes fabricantes, já pode ser certificado por esta entidade independente.

Alguns exemplos Motor moderno de altas prestações: Para um trator de recente aquisição, com intervalos de substituição do óleo prolongados (500 ou 600 horas), dotado de turbo-compressor e com pós-tratamento de gases de escape a partir de Euro IIIb deve-se escolher um óleo de muito elevadas prestações. Obviamente, a primeira coisa a escolher é o índice de viscosidade que, para as nossas latitudes, deve ser 10W40 o 15W40. Depois procura-se a especificação API ou ACEA que deverá ter a uma marcação CH4/CI4/CJ4 (API) y/o E4/E6/E7/E9 (ACEA). Com esta marcação asseguramos um lubrificante multigrau, quase com a segurança dum sintético, que garante a máxima proteção tanto do motor como do turbo e são os óleos recomendados para os motores a partir de 2008 com sistema SCR (ureia) e também para motores com EGR e DPF já que são óleos com tecnologia baixa em cinzas (SAPS) e assim atrasa-se a obstrução dos filtros DPF/FAP. Estão pensados para motores que utilizam gasóleo de baixo conteúdo em enxofre (inferior a 0,05%).

Motor “antigo” ou “semi-moderno”: Pode-se baixar a especificação dos óleos para motores que foram desenhados há mais de 20 anos. Podem-se utilizar especificações CG4/CF4/CF/SL/SJ (API) e/ou A3/B3/B4/E3 (ACEA) e sempre com o grau de viscosidade marcado pelo fabricante em função da zona e da época em que nos encontremos. Estes óleos são muito bons ainda que não estejam indicados para motores com SCR ou DPF, quer dizer, utilizam-se para os motores Euro I, II e III e também anteriores. Os intervalos de mudança de óleo estão entre as 150 e as 200 horas.

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Através de uma tecla (ISB) na consola de comandos do trator é possível desativar funções de uma alfaia que tenham sido ativadas por meio de um terminal ISOBUS (monitor). Mostrase útil quando a alfaia em questão não aparece em primeiro plano no monitor. Concretamente, se operador ativou

uma função de uma alfaia via terminal ISOBUS e depois navegou para outro menu, para controlar outro equipamento que esteja a utilizar em simultâneo, ou para consultar informações relativas ao trator, chegado aqui, para desativar funções da primeira alfaia teria de voltar manualmente ao primeiro menu. A funcionalidade ISB dá-lhe acesso direto à desativação dessas funções sem ter de procurar o respetivo menu. A AEF comunica no entanto que o atalho ISB não foi desenvolvido como um botão para efetuar paragens de emergência e que caberá a cada fabricante definir que funções podem ser desativadas deste modo.

Tratores Fendt com condução automática desde os 100 cv A marca de Marktoberdorf desvendou algumas atualizações que está a fazer à sua gama de tratores. A mais relevante é a inclusão do sistema de condução automática VarioGuide nos 300 Vario com nível de equipamento ProfiPlus. Nesta variante, os tratores estarão equipados ainda com gestão de cabeceiras Variotronic, monitor Varioterminal de 7”, e ISOBUS. A linha 300 Vario cobre uma faixa de potência entre os 101 e os 132 cv. Os clientes que pretendam soluções mais básicas, podem optar pelas variantes Power ou Profi. Já as linhas 500 e 700 Vario passam a poder ser configuradas com VarioGuide na variante de equipamento PowerPlus. Isto significa uma maior flexibilidade de escolha, porque se pode associar

condução automática a um nível mais baixo de outras especificações. Uma terceira novidade é a que Tomadas de Face Plana passam a estar disponíveis nos 800 e 900 Vario. Estas podem ser conectadas sob pressão e evitam os derrames de óleo, além de sere mais fáceis de limpar, prevenindo a entrada de sujidade no circuito hidráulico. Até agora, só a linha 1000 Vario é que trazia estas tomadas.


PEQUENOS GIGANTES IDEAIS PARA A AGRICULTURA NACIONAL

Enfardadeiras automotrizes, a exceção Como vulgarmente as conhecemos, as enfardadeiras são máquinas rebocadas cujo funcionamento depende de um trator. Mas num mundo tão vasto como é o da maquinaria agrícola, também existem as enfardadeiras automotrizes. Na nossa edição nº 97 falámos da Deuz-Fahr PowerPress, que esteve em comercialização entre 1994 e 1998, e se aparentava muito a uma ceifeira-debulhadora. Em 2000, a Krone apresentou um conceito de automotriz que juntava as funções de enfardadeira e de embaladora, mas ficou pela fase de protótipo. No mercado americano, a New Holland também se aventurou neste segmento, com as autopropulsionadas Hay Cruiser, uma linha que esteve no ativo desde os anos 60 até aos anos 80. Na América, a marca comercializou ainda uma outra enfardadeira fora do comum. Apesar de ser rebocada, não dependia da força transmitida pela TDF de um trator, já que tinha um motor para garantir o funcionamento de todas as engrenagens. É sobretudo na América que este conceito tem vingado. Há notícia de algumas máquinas de construção artesanal mas, relativamente à produção em série, atualmente é o fabricante Allied Systems, do Estado do Oregon, que está posicionado

Com modelos dos 30 aos 60 cv, com uma excelente relação custo/eficiência e vários tipos de soluções, os tratores LS estão muito bem adaptados às necessidades da agricultura em Portugal. Fáceis de operar e preparados para trabalhar com qualquer alfaia ou acessório, são a solução ideal para vinhas e pomares, pequenas explorações agrícolas, manutenção de espaços verdes ou trabalhos municipais, entre outras aplicações. Conheça a gama de tractores LS, na Moviter ou no concessionário da sua região.

neste nicho. Sob a insígnia Freeman, propõe modelos de entrada de gama, com motor John Deere de 99 cv e especificações relativamente básicas, e uma enfardadeira mais sofisticada, a 1592S SPII, que resulta de uma parceria com a firma Kelderman, do Iowa. Este modelo de maior capacidade equipa com um motor originário da mesma casa, mas com 375 cv de potência, e integra uma transmissão hidrostática Danfoss, com motores hidráulicos instalados em cada uma das rodas. A partir da cabine, que conta com suspensão pneumática, é possível monitorizar o processo de enfardação graças a câmaras de vídeo instaladas em três pontos distintos da máquina. Por fim, todas as rodas são direcionais, o que segundo o fabricante torna este equipamento mais ágil nas viragens do que um tradicional conjunto trator/enfardadeira.

Parque Movicortes, 2404-006 Azoia, Leiria T 244 890 180 / F 244 872 164 moviter@movicortes.pt / www.moviter.pt

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Quanto mais baixo, melhor Vítor Araújo é o maior produtor de kiwi da Península Ibérica. Os seus pomares, na zona do Minho e Douro Litoral são, na totalidade, em pérgula, obrigando a que o parque de máquinas se adapte às limitações de altura deste tipo de pomar. Da altura dos tratores ao tipo de pulverizadores, da dimensão dos pneus ao posto de condução reversível, ou aos reboques “feitos à medida”, cada centímetro conta nas plantações da sua empresa, a Kiwi GreenSun. Texto Sebastião Marques Fotos Francisco Marques

P

rovou o seu primeiro kiwi em 1980, um kiwi que foi o único que frutificou na primeira plantação do seu pai. Foi quase amor à primeira vista o que sentiu por esta fruta, já que, passados mais de 30 anos, Vítor Araújo tem hoje 214 hectares em plantações num raio de 35 quilómetros que se estendem pelos concelhos de Amarante, Felgueiras, Guimarães, Póvoa do Lanhoso, Amares e Braga. Atualmente, é o maior produtor de kiwis da Península Ibérica. Numa cultura tão especial, onde todos os pomares são em pérgula e se ficam, na altura da colheita, pelo metro e meio de altura, o

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parque de máquinas é também ele, diferente de quase todos os outros.

A EMPRESA Sediada em Briteiros, Guimarães, está a Kiwi GreenSun, empresa criada por Vítor Araújo e pelo seu pai, em 2004 e da qual detém 55% do capital social. Dedicada à produção e comercialização do kiwi, com um entreposto com capacidade para 6000 toneladas em frio, a expandir brevemente, a GreenSun apresenta médias de produtividade entre 25 a 30 toneladas por hectare, dobrando a média nacional, que se cifra

entre as 12 e as 14. As plantações em produção estendem-se por 176 hectares, mas estão mais 40 a caminho. Tudo num raio de 35 quilómetros. “Somos o maior produtor de kiwi da Península Ibérica e, mesmo em Itália, só existem duas empresas com uma área semelhante à nossa”, afirmou Vítor. Esta área obriga a uma gestão pensada dos equipamentos com os quais trabalha nos pomares.

Perfil da exploração

COMPRAR

Pessoal efetivo no campo: 58

Tratores? Baixos

Questionado sobre aquilo que procura num trator, Vítor explicou:

Proprietário: Vitor Araújo Nome da Empresa: Kiwi GreenSun Localização: Minho e Douro Litoral Cultura: Kiwi Área plantada: 214 hectares Países de exportação: Espanha (exporta 70% do que produz)


Entrevista a Vítor Araújo, produtor de kiwi GESTÃO DE PARQUE DE MÁQUINAS

Trator equipado com reboque de apoio às operações de limpeza dos pomares.

Um automotriz que esteve quase “Em primeiro lugar está a marca e a pessoa da Concessionária. A nível de especificações técnicas, o trator tem que ser o mais baixo possível. Temos as ramadas a 1,80 m que, quando têm a carga da fruta (a partir dos finais de junho), ficam a 1,50m ou menos do chão. Têm de ser, de facto, tratores muito baixos. Os últimos Antonio Carraro TRX 9800 que vieram para nós, tiveram inclusivamente de vir equipados com as rodas mais baixas. A nível de potência, têm-se mantido sempre entre os 87 e os 90 cv.”

“As principais funções são pulverizar, sempre com pulverizadores de 2000 litros, e trabalhar com o destroçador, entre 2m, 2,20m. São destroçadores já pesados e trabalhamos sempre com o posto de condução invertido, dado que, sendo o trator tão baixo, necessitamos que primeiro passe o destroçador e só depois o trator. Para já, seis dos nossos tratores já têm o posto reversível e, no futuro, a ideia é que todos venham a ter. Evita-se muito desgaste no trator trabalhando desta forma”.

... e “reversíveis”

Pulverizadores: 2000 litros e mecânicos

Tal como a maioria dos tratores que trabalham em pomares, as duas operações habituais são com o pulverizador e o destroçador. A segunda, dada a reduzida altura do trator ao chão, obrigou a tratores com o posto de condução reversível.

Tratando-se de áreas relativamente grandes e com janelas de oportunidade curtas para realizar as operações, quanto maior o pulverizador, menores os tempos de paragem.

Há algum tempo atrás, Vítor Araújo esteve quase a adquirir uma máquina fora do comum, que lhe permitiria aplicar algumas técnicas de agricultura de precisão e conferir uma maior comodidade ao operador. Tratase de um pulverizador muito vendido para o mercado neozelandês, o automotriz da Andreoli. No entanto, acabou por preferir a versatilidade do conjunto trator + pulverizador, como explicou: “Fazemos muitas adubações foliares ao longo da campanha, doze no total, e embora não seja preciso um grau muito elevado de precisão, esta máquina teria como grande vantagens ser cabinada e extremamente baixa, o que nos permitiria talvez conseguir aplicar algumas técnicas de agricultura de precisão e conferir uma maior comodidade ao operador. Por outro lado, tratava-se de um valor elevado, entre 50 e 60.000 euros, e acabámos por optar por um conjunto trator e pulverizador normal. No fundo, era um motor que estaria preso a um pulverizador, não podendo fazer outras tarefas. Já tive uma má experiência com um pulverizador eléctrico, que estava constantemente avariado, agora opto sempre pelos mecânicos”, acrescentou.

Parque de máquinas Tratores 8 Antonio Carraro TRX 9800 1 New Holland TN90F 1 Landini Trekker 85 2 Deutz-Fahr DX3900F e D4507

Pulverizadores 4 Andreoli 2000 L 3 Florida 2000 L 1 Tifone 2000 L

Destroçadores 4 CAB 4TMC Cancela

Reboques De fabricante local

Conjunto Antonio Carraro TRX 9800 com pulverizador rebocado Andreoli 2000 litros. ABOLSAMIA maio / junho 2017

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GESTÃO DE PARQUE DE MÁQUINAS Entrevista a Vítor Araújo, produtor de kiwi

A utilização do plástico e um sistema de rega misto Para combater as infestantes, Vítor adotou a utilização de plástico, algo que não tinha visto na cultura do kiwi até então. Esta opção obrigou a que alterasse o sistema de rega que tinha até então, por micro-aspersão. Hoje, combina dois sistemas de rega: “Optei por colocar plástico, cobrindo a faixa do solo junto às plantas, por causa das infestantes. O plástico fez com que a rega por micro-expressão não entrasse, então tive que colocar gota a gota que, veio-se a provar, funciona bastante bem. Nunca tinha visto esta técnica ser utilizada nos kiwis, apenas algo parecido nos pêssegos, em Itália, mas com uma faixa bastante estreita de plástico negro. Eu não utilizo o plástico negro para não queimar as plantas (utiliza branco por cima e preto por baixo), utilizo uma faixa mais larga para proteger das infestantes, e coloquei gota a gota. Pensei no sistema para os primeiros dois a três anos da planta, mas a verdade é que desde 2008 que o utilizo em todos as plantações que faço. O plástico mantém-se por 4 ou 5 anos. Se a filtragem for boa, o sistema gota-a-gota dura bastante. Num pomar de kiwis, se a rega falhar nota-se de imediato, as folhas começam logo a murchar. Os cuidados que temos são com a filtragem que instalamos, e a cada 10,12 dias passamos a purgar os fios de linha (abrir, limpar, deixar sair alguns resíduos acumulados). Nos últimos pomares que fiz, optei por colocar os dois sistemas de rega em simultâneo: micro-expressão e gota a gota. Nesta zona temos necessidade de fazer anti-geada, então utilizo a micro-aspersão como nebulizador e, ao mesmo tempo, para climatizar se estiver muito seco; o gota a gota não consegue climatizar, ao aplicar a micro-expressão por baixo da rama (sem molhar a folha) refresca logo o ambiente. Chega a cair 10 graus. Quando está acima dos 34 graus, ponho a fazer dois a três arranques por dia, dez minutos em cada sector, aumentando a humidade, reduzindo a temperatura; o reflexo nas plantas é imediato, ficam logo de folha esticada. Não o fazemos por carolice, um momento de stress numa planta de kiwis pode implicar uma perda potencial de uma a duas gramas por fruto, falamos de 1 ou 2%. Fazendo contas, é muito dinheiro”, concluiu.

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No entanto, tal como nos explica Fernando Carlos, gerente da empresa 16 Irmãos e concessionário da marca Antonio Carraro, existem algumas condicionantes que limitam a capacidade máxima dos pulverizadores a utilizar. “As limitações de espaço nas cabeceiras não permitem a utilização de depósitos extra à frente, e a altura dos pomares (1,50 m quando se aproxima a altura da colheita) impede que se utilizem pulverizadores com capacidades superiores a 2000 litros. A colocação do pomar a uma altura superior para permitir a entrada de máquinas maiores também não é solução, visto que criaria enormes dificuldades na altura da poda”.

A exceção, de rastos

Um ano com condições climatéricas muito severas levou ao aparecimento no parque de máquinas da empresa de um trator diferente de todos os outros, um Landini Trekker 85. “A compra desse trator de rastos coincidiu com um ano em que plantámos quase 50 hectares. As condições atmosféricas eram tão más que não conseguíamos entrar com as máquinas no campo. A solução foi um trator de rastos que estava disponível. Experimentámos, agradou e acabámos por adquiri-lo. Basicamente, utilizamo-lo em dois tipos de situações: ou quando estamos a fazer novas plantações, que são trabalhos mais agressivos, ou em alturas de muita chuva, com o terreno muito

pesado onde os outros tratores não conseguem entrar. Já tive situações durante a colheita de o ter como recurso para rebocar os outros tratores”.

RENTABILIZAR E GERIR Não presta serviços

Apesar do aconselhamento técnico que fornece a outros produtores de kiwi, Vítor Araújo não presta serviços com a suas máquinas a ninguém, nem mesmo a quem lhe vende a fruta.

Lavoura “alugada”

Só existe uma operação em que Vítor recorre a terceiros: o trabalho de lavoura no momento da instalação de um novo pomar. Tal deve-se ao facto de não ter pessoal com knowhow para tal operação (apesar de ter equipamentos para tal). Assim, aproveita para alugar um trator de maior potência que lhe faz o serviço de forma mais rápida. Depois de completadas as operações de mobilização para instalação do pomar (subsolagem, gradagem e lavoura, para fazer as amontoas) não mais mobiliza o solo.

Manutenções

O trabalho de base como lubrificação, mudanças de óleo, filtro de ar, etc., é feito pelo próprio tratorista, em casa. Intervenções mais sérias são feitas no concessionário, a empresa 16 Irmãos.

Pneus: Para colocar a potência no chão temos de dar secção ao pneu. É um factor que condiciona muito o desempenho do trator. Pneus maiores têm um melhor rendimento mas, no nosso caso, é sempre a altura que manda.


Os reboques de colheita são plataformas muito baixas, que levam quatro paloxes de cada vez, cerca de 1500 kg de kiwis, construídos num serralheiro-mecânico de precisão. Foram feitas algumas adaptações para se tornarem mais práticos, funcionais e duradouros.

TROCAR DE EQUIPAMENTO Tratores de museu

“Não os troco, vão para o museu”, foi assim, em jeito de brincadeira, que Vítor respondeu à nossa pergunta sobre qual o momento em que trocava os seus tratores. “Mantemos os tratores até ao final da sua vida. Os mais antigos, quando começam a ser menos capazes, ficam de reserva e utilizamo-los para trabalhos secundários ou, na altura da colheita, para andar com o atrelado de colheita, aí qualquer trator serve desde que seja baixo. Tenho o caso de um trator que tem carregador frontal, já bastante antigo e até um pouco alto, mas mantêmo-lo precisamente por ter o carregador. É ainda o trator suplente na altura da colheita. Na fase da colheita, é sempre necessário ter um suplente. Colhemos em bloco, com dez tratores e dez reboques”, contou.

como o próprio admite, “poderá ajudar a uma futura aquisição”. Em relação aos sistemas de telemetria, assume que ainda não retira partido mas tem em mente poder vir a fazê-lo. Finalmente, a agricultura de precisão é uma área que desperta bastante interesse mas as condições de trabalho, bem como a falta de profissionalismo de muitos operadores, não ajudam. “Temos muito interesse, sobretudo na área da pulverização. No entanto, as condições em que trabalhamos, com pomares muito baixos, lenha, tratores muito baixos e sem cabine... Ter equipamento que nos permita fazer isso, nestas condições, não vejo que seja viável. Mesmo em Itália, ou na Nova Zelândia, não se vê muito e apenas para os tratamentos fitossanitários”, disse.

O maior desejo tecnológico

Perguntámos a Vítor Araújo qual seria o maior desejo que a indústria das máquinas agrícolas lhe poderia concretizar. A resposta foi imediata: “Máquinas de colher kiwis, que ainda não existem!”. A vontade é tal que Vítor até já desenvolveu uma solução intermédia. “Tenho um projecto há já cerca de dois anos, em conjunto com a pessoa que nos fabrica os reboques. É uma máquina de tapetes que enche os paloxes, desloca-se, quando está cheia encarta-se, fecha e puxa à frente para ir descarregar. Muito parecida com as da maçã mas mais baixa. Ainda não foi testada, está quase pronta”. Ficamos à espera, Vítor.

Minho e Douro Litoral

TECNOLOGIA Telemetria e agricultura de precisão: há vontade, não há condições

Com os tratores a ficarem na exploração até ao final das suas vidas, o surgimento de novas tecnologias não influencia Vítor Araújo no sentido de trocar de trator, no entanto, tal

Vítor Araújo (ao centro), sócio gerente da Kiwi GreenSun com a sua mulher Claúdia Leite e Fernando Carlos, sócio gerente da 16 Irmãos.

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PRODUTO

Lastragem e sinalização Agribumper Têm surgido no mercado vários acessórios para suporte de lastragem frontal e sinalização dos limites do trator. O Agribumper é mais um a somar à lista, mas com uma característica inovadora: pode andar sempre instalado no elevador dianteiro, mesmo quando se engata uma alfaia, e permite inclusive que a TDF seja utilizada. Trata-se de uma espécie de chassis constituído por vários elementos: caixa de ferramentas, lugar para lastragem (variável), balizas e

refletores para sinalizar o limite do trator, e iluminação LED. De fabrico holandês, este acessório é fornecido com acabamentos na cor desejada pelo cliente, a condizer com marca do trator a que se destina. Está disponível em três diferentes modelos: Base-Line, com 220 cm e capacidade de suporte de lastragem entre 350 e 1000 kg, Weight-Line, com a mesma largura mas capacidade entre 400 e 1600 kg, e Easy-Line, com 250 cm e capacidade entre 1000 e 2800 kg.

Lança dianteira com rotação de 360° Joskin Para dar resposta às situações mais complexas de bombeamento, a Joskin passa a disponibilizar uma nova lança dorsal para cisternas. Com fixação na parte dianteira do depósito, o movimento de rotação de 360° desta lança é feito a partir desse ponto, o que permite uma maior visibilidade por parte do operador. Em posição de transporte, esta lança fica integralmente compartimentada por cima do depósito.

Rolos condicionadores Novacat RCB Pöttinger O novo sistema de rolos condicionadores Novacat RCB vem equipado com transmissão através de duas correias dentadas em vez das habituais correntes. A principal vantagem é que rolo superior beneficia de 25 mm extra de movimento, deixando passar mais forragem, o consequentemente resulta num melhorado condicionamento. Além disso, a transmissão por correias não requer manutenção. Basta apenas que o operador verifique e ajuste a tensão das correias, o que se pode ser feito sem abrir a tampa. O mesmo acontece com a lubrificação das engrenagens, que é feita através de um de massa acessível do exterior. A lubrificação com óleo deixa de ser necessária, o que também contribui para uma menor contaminação da forragem. Este novo sistema está disponível para as gadanheiras Novacat Alpha Motion, Novacat 262, 302, 352 e A10.

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Engate rápido Combi-Hitch Siwi Da Dinamarca chega a notícia do desenvolvimento de um novo automatismo. Trata-se de um dispositivo para engate rápido de reboques que incluam ligações hidráulicas, e uma ligação de TDF, como reboques espalhadores de estrume, cisternas ou unifeeds, entre outros. Composto por dois módulos, um do lado da alfaia e outro do lado do trator, permite o engate de todas as conexões sem que seja necessário o operador descer da cabine. A marca disponibiliza uma versão destinada ao engate de reboques forrageiros em ensiladoras.



PRODUTO

Um chassis, duas aplicações Krampe O fabricante alemão desenvolveu um mecanismo que permite alternar o uso de dois diferentes compartimentos de carga num mesmo chassis. Uma pessoa, sozinha, pode retirar uma caixa de tipo monocoque e instalar sobre a mesma base uma cisterna de 26.000 litros. O elemento que se retira fica assente em quatro esperas metálicas próprias. A operação é realizada com o auxílio de um sistema de suspensão a ar, que faz variar a altura do chassis.

Auxílio elétrico em reboques misturadores Peecon De uma parceria entre o fabricante Peecon, da Holanda, e a Continental Engineering Services, da Alemanha, surgiu uma inovação que pode agora ser disponibilizada em qualquer reboque misturador Peecon. Falamos do sistema Power Booster, que é constituído por um motor elétrico destinado a

fornecer um impulso adicional de potência, para auxiliar a TDF na fase de arranque do misturador, quando este já se encontra com carga. Este motor fornece uma potência adicional de 30 cv durante 5 minutos, permitindo usar tratores mais pequenos nos reboques misturadores, pois

assim que é ultrapassada a fase de arranque a solicitação de potência é menor. O Power Booster também pode ser usado no final do trabalho, para esvaziar o reboque mais rapidamente. Ou então durante a mistura, como gerador para reabastecer as baterias que alimentam o motor elétrico.

Alfaias para tração animal VitiMeca A oferta de alfaias destinadas à tração animal tornou-se rara, mas em França o fabricante VitiMeca tem vindo a posicionar-se nesse nicho de mercado. Para além de uma gama de alfaias para tratores, pensada sobretudo para vinhas, desenvolve e comercializa alfaias para as explorações onde algumas operações são realizadas com animais, nomeadamente cavalos.

Para vinha, tem um pouco de tudo, desde charruas, escarificadores, e intercepas, e ainda um equipamento denominado Multi Track, que é uma espécie de um porta-alfaias. Este pode ser equipado com rodas ou com rastos de borracha, e possui uma plataforma para que o trabalhador não tenha de seguir apeado. Na gama para tração animal encontramos ainda um

semeador de linhas com transporte da semente por gravidade. Neste semeador, os elementos em contacto com o solo são levantados e arreados por comando hidráulico, através de um dispositivo manual semelhante ao dos macacos usados para levantar os carros quando precisamos de trocar uma roda, e a abertura e fecho das linhas de sementeira faz-se através de uma caixa de comandos elétricos.

Proxima recebe atualizações Zetor A marca checa acaba de atualizar a linha Proxima, que cobre um segmento entre os 80 e os 120 cv. Os motores, de fabrico Zetor estão preparados para o nível de emissões Tier 4F graças a um sistema combinado DOC+DPF+SCR. Os clientes podem optar por transmissões mecânicas sem inversor, ou por transmissões com 3 níveis de powershift e inversor eletro-hidráulico.

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Semeadores e-drill Compact e e-drill Maxi Kverneland À gama para sementeira, a Kverneland adiciona os novos semeadores e-drill Compact e e-drill Maxi, que substituem os modelos S-drill e I-drill. O primeiro apresenta uma tremonha de 1.200 litros (1400 se levar extensão na parte superior), e o segundo uma tremonha de 1.600 litros (2.000 com extensão). Em configuração montada, o que lhes confere um centro de gravidade muito próximo do trator, adequam-se ao trabalho coordenado, numa só passagem, com grades rotativas dos modelos H ou NGS 101.

Tecnologia de mãos livres Voice Control Grupo Kverneland A ideia foi apresentada na Agritechnica 2015 mas num futuro próximo o Grupo Kverneland deverá vir a implementá-la na prática. Através da tecnologia IsoMatch Voice Control, será possível executar alguns comandos de máquinas e alfaias que possuam um terminal universal (monitor) compatível com ISOBUS. Os comandos de voz serão configurados através de um smartphone que estará conectado à máquina via Bluetooth. As ordens de comando serão dadas pelo

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operador ao falar para o telemóvel em alta voz ou através de um auricular. Com esta inovação, o fabricante pretende garantir uma maior segurança de trabalho, já que o operador passará menos tempo a manusear o monitor, ficando mais liberto para se focar na tarefa, o que naturalmente traz também benefícios a nível de conforto. Os pulverizadores automotrizes Vicon iXdrive poderão ser das primeiras máquinas a equipar com esta nova aplicação de software.

Equipam com sistema de distribuição de semente ELDOS, capaz de fazer variar a aplicação

de semente entre 1 e 400 kg/ hectare, e com um controlo de profundidade de trabalho da grade rotativa que não afeta a profundidade a que a semente é colocada. As unidades de sementeira empregues são as CX-II, que combinam um disco em aço de 325 mm e um disco de plástico, para prescindir de raspadores. A pressão de trabalho destes discos pode atingir os 35 kg, mediante um sistema de molas de ajuste individual e centralizado. O cliente pode associar a estes modelos diferentes tipos de terminais de controlo, consoante necessite de soluções básicas ou mais sofisticadas, com tecnologia ISOBUS.


Telas de cobertura hidráulicas Krampe A colocação de toldos sobre a carga é uma tarefa trabalhosa e arriscada, sobretudo quando se trata de reboques de maiores dimensões. Por este motivo, como equipamento opcional, a Krampe passa a poder equipar os seus reboques com telas de coberturas fornecidas pelo fabricante holandês VBK. Funcionam através de motores hidráulicos, e são compostas por duas peças inteiriças, uma para cada lado do reboque, que dobram para os lados no momento de descarregar. São acionadas a partir da cabine. Segundo o fabricante, a abertura ou fecho realiza-se em menos de 15 segundos. Um dispositivo de segurança garante que a porta traseira do reboque não abra enquanto as telas estiverem em posição fechada.

Ceifeiras com tecnologia Extra Balance Deutz-Fahr O percurso da Deutz-Fahr no segmento das ceifeiras debulhadoras é longo, e segue em frente com o lançamento de novos modelos. A marca está a expandir a gama com a introdução de ceifeiras dotadas de tecnologia Extra Balance (XB), para o trabalho em terrenos com muita inclinação. Os modelos C 7205 TSXB e C 7206 TSXB, que têm por base a série C7000, e os modelos C 9205 TSXB / C 9206 TSXB, que têm por base a série C9000 possuem um novo sistema de assistência em subidas que compensa inclinações de até 28%, declives laterais de até 22% e descidas de até 5%.

O sistema é operado a partir da cabina e permite nivelar a máquina, distribuindo o peso de modo uniforme sobre as rodas, para garantir maior estabilidade. Adicionalmente, estes modelos possuem 4RM e controlo antipatinagem. Já o motor que as propulsiona é um MercedesBenz de 7,7 litros, que cumpre os regulamentos de emissões Tier4 Final. A cabine é a Commander V, que já equipa outros modelos, mas na qual foram introduzidas novidades. A marca estreia um novo joystick e um monitor com ecrã tátil de 7” que oferece diversas possibilidades de monitorização e configuração.

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Veja a reportagem em imagens

Por João Sobral

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M E E T TES PO CAM A evolução natural de uma linha sofisticada

STEYR 4145 PROFI CVT Este modelo da marca austríaca está dotado de um apreciável pack tecnológico, e de características que apontam para uma utilização em operações muito diversificadas. Experimentámo-lo em Noordwijk, na Holanda, e damos-lhe a conhecer quais são os seus traços distintivos. É só de longe em longe que surge a oportunidade de experimentarmos um Steyr, mas volta e meia acontece. O 4145 Profi CVT estava na lista de candidatos ao TOTY 2017 e foi nesse âmbito que a marca nos endereçou um convite para contactarmos de perto com este modelo. Comparativamente com a geração anterior, além de outras

melhorias, foi atualizado em matéria de emissões poluentes e ganhou uma linha estética arrojada.

A linha Profi

Posicionada entre as linhas Multi e Terrus, a linha Profi CVT é composta por quatro modelos de 4 cilindros, com potências entre os 116 e os 145 cv, e transmissão

de variação contínua. Nas variantes Profi Classic e Profi com transmissão mecânica, a marca propõe ainda um modelo de 6 cilindros, o 6145 Profi, cujas especificações de motor são praticamente idênticas às deste 4145 Profi CVT, mas com vantagem essencialmente na disponibilidade de binário.

Motor

O bloco que o propulsiona é um 4 cilindros de origem FPT, com 4,5 litros de capacidade. A potência nominal situa-se nos 145 cv, mas a potência máxima com boost chega aos 175 cv. A tecnologia HieSCR, que o certifica como Tier 4F, implica o consumo de AdBlue mas dispensa que seja empregue um filtro de partículas.

A linha Profi foi alvo de uma grande evolução estética.

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Transmissão CVT

A transmissão de variação contínua pode ser ajustada de acordo com três diferentes níveis de agressividade, quer o operador opte por uma condução por pedal, quer opte por utilizar a manete Multicontroller posicionada no apoio de braço. A velocidade de 50 km/h pode ser alcançada a um regime económico do motor de 1700 rpm.

Hidráulico e TDF e tecnologia

A nível do sistema hidráulico, o operador beneficia de um vasto leque de ajudas, onde se inclui o software de Gestão de Cabeceiras Easy-Tronic II e a tecnologia ISOBUS Classe III. A TDF é de acionamento eletro-hidráulico sob carga, para um arranque mais suave, e pode contar com um regime económico, ou nas 540 rpm ou então nas 1000 rpm. De referir ainda que a Steyr disponibiliza um serviço de


Steyr 4145 Profi CVT TESTE EM CAMPO acabamento em pele e oscilação lateral do encosto lombar. Pode ainda escolher entre um teto normal ou um teto rebaixado. Também como extra, o eixo dianteiro pode contar com sistema de amortecimento, o qual permite um curso de suspensão de 105 mm.

telemetria, denominado S-Fleet Telematics. Através do S-Fleet os dados relativos ao funcionamento do trator podem ser partilhados em tempo real via wireless.

A instrumentação reparte-se pelo apoio de braço, onde está instalado o monitor touch, e pelo pilar direito da cabine. A utilização simultânea de alfaias acionadas pela TDF na traseira e na frente.

OS MODELOS DA STEYR PODEM SER ENCOMENDADOS EM PORTUGAL POR MEIO DA REPRESENTAÇÃO DA CASE IH NO NOSSO PAÍS, QUE ESTÁ A CARGO DA ENTREPOSTO MÁQUINAS.

Cabine e conforto

A coluna de direção é sóbria e inclui uma caixa para arrumações.

O monitor touch S-700 e o equipamento de som com sistema de mãos livres através de Bluetooth são só dois exemplos da tecnologia empregue. Numa configuração de 4 pilares e painel único na frente, a cabine pode contar com suspensão (com ajuste de 5 níveis), acesso por ambas as portas e espelhos eletricamente ajustáveis. A nível de opções, ao cliente é dada a possibilidade de escolher entre três diferentes assentos, tendo o mais evoluído

Motor Fabricante / Modelo

FPT / NEF

Nº de Cilindros/ cilindrada

4 / 4,5 L

Potência nominal /máxima

145 / 175 cv

Nível de emissões

Fase IV / Tier 4F

Binário máximo /Reserva

650 Nm / 40 %

Transmissão Configuração

Variação contínua

Velocidade máxima Eco

50 km/h às 1700 rpm

Hidráulico Capacidade máx. de elevação

Traseira: 7.864 kg Ft: 3.100 kg

Fluxo da bomba

125 L/min

Dimensões Distância entre eixos

2684 mm

Carga máxima admissível

9500 kg

APRECIAÇÃO Fabricados em St Valentin, na Áustria, os Steyr Profi CVT distinguem-se dos modelos equivalentes comercializadas pelas marcas irmãs dentro do Grupo CNH, sobretudo graças a uma diferenciação de acabamentos. No caso concreto do 4145 CVT, experimentei-o com alfaias de preparação de solo e sementeira, disponibilizadas pela Kuhn, e com um carregador frontal. A movimentar fardos, notei que proporciona uma boa visibilidade e que é ágil nas manobras. Em campo demonstrou uma progressão sem dificuldades, mesmo com duas alfaias engatadas, uma na frente e outra atrás, embora se tratasse de uma parcela fácil de trabalhar. Apercebi-me ainda que a cabine está corretamente insonorizada. Este modelo representa uma boa solução de compromisso para explorações mistas. Pode fazer muito do que um convencional mais pequeno faz, e também tem posses para se aventurar em campo aberto. Devido ao pack de equipamento, é um modelo adequado a clientes que precisam de um nível tecnológico de topo aplicado num trator que não é demasiado grande.

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DEUTZ-FAHR 6215 RCSHIFT

Automatização e ergonomia na renovada série 6

O modelo de topo da recém-lançada série 6 encerra detalhes estéticos e ergonómicos que lhe valeram uma importante distinção de design. Mas entre as inovações, os holofotes focam-se na transmissão RCshift, que se aproxima do modo de funcionamento de uma transmissão de variação contínua. A Deutz-Fahr convidou-nos a experimentar este modelo à beira do aeroporto de Amesterdão, em trabalho de solo com um cultivador Amazone Cenius 3002, e em transporte na via pública com um reboque Beco de 20 toneladas. Foi no âmbito dos Testes em Campo para o TOTY, onde viria a vencer a categoria Melhor Design. O 6215 é o modelo mais potente de uma série que foi alvo de profundas alterações.

A série 6

Chegam agora ao mercado seis modelos com motor de 6 cilindros, e potência entre 156 e 226 cv. Podem ser configurados com três diferentes transmissões: powershift manual, variação contínua (TTV), ou powershift robotizada (RCshift). Mais tarde, a este lote juntam-se os modelos de entrada de gama, com motor de 4 cilindros.

Motor

É impulsionado por um bloco Deutz de 6 cilindros, com 6,1 litros e esconde ainda sob o capot um pack de refrigeração redesenhado e totalmente construído em alumínio. O nível de emissões Tier 4F é alcançado graças à

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combinação de um sistema SCR+EGR+FAP (filtro de partículas passivo).

Nova transmissão RCshift

Muita coisa mudou na transmissão, a começar pelo escalonamento. A caixa empregue na anterior geração, a Cshift, era uma 24/24, com 6 gamas e 4 relações powershift, que atuavam de igual modo para a frente e para trás. Mais relações em menos gamas A nova RCshift é uma 30/15, com 5 gamas e 6 relações powershift para a frente e 3 relações powershif para trás. O operador passa a ter um menor número de relações para trás, mas compensado com um maior número de relações para a frente, o que naturalmente corresponde à maior utilização. É menos uma gama, mas são mais duas relações dentro de cada gama,

o que na prática significa menos passagens entre gamas. Nos modelos com super-redutoras, a configuração é 54/27 relações. Automatização A RCshift é uma full-powershift robotizada, na qual o condutor tem à disposição três diferentes estratégias de condução: manual, semi-automático, e automático. Neste último, é o sistema que gere todo o funcionamento da transmissão, fazendo inclusive a passagem entre gamas. Todos os modos beneficiam

Uma zona envidraçada, situada abaixo do painel traseiro da cabine, proporciona uma correta visibilidade sobre a barra de puxo.


Deutz-Fahr 6215 RCshift TESTE EM CAMPO Cabine e conforto

A transmissão RCshift é controlada através da manete MaxCom, semelhante aos modelos TTV, de variação contínua.

de uma função Cruise, na qual se podem programar velocidades diferenciadas para avanço e para recuo. 40 km/h às 1158 rpm Por estar preparada para velocidades de 60 km/h, esta caixa permite deslocações em estrada a regimes muito baixos. Os 40 km/km podem ser atingidos às 1158 rpm e os 50 km/h às 1447 rpm. Fuzzy logic A introdução da tecnologia fuzzy logic significa na prática que a intervenção humana é reduzida ao mínimo. Através de sensores, a caixa permite adaptar o funcionamento

em função de parâmetros como o estado do motor (carga, binário, regime) e os sinais dados pelo condutor, pelo modo como interage com o pedal de condução ou com o joystick, que revelam intenção de acelerar, manter a velocidade ou desacelerar. Em síntese, as intenções do condutor são antecipadas, o que, segundo a marca anuncia, permite reduzir o consumo até 15% em transporte e até 5% na generalidade das aplicações.

A meio do painel de instrumentos, o visor digital de 5” Info CenterPro fornece informações sobre o funcionamento da transmissão e permite algumas programações.

No habitáculo, é fácil encontrar uma posição de condução confortável e a disposição de comandos é correta. Tem vários pequenos compartimentos para arrumos, espaço atrás do assento, e uma notável visibilidade sobre a zona de engate. Ao descer, no escuro, o operador beneficia de uma luz de cortesia, e ao subir, a existência de uma pega do lado direito é um bom amparo até alcançar o varão da porta. A unidade que conduzimos estava equipada com um iMonitor2 de 12”, mas um monitor de 8” também é disponibilizado. O sistema de refrigeração foi redesenhado e é inteiramente construído em alumínio.

Hidráulico, TDF e travões

A nível do hidráulico, pode ser configurado com sistema de centro fechado ou de centro aberto, entre diversas outras especificações. A TDF traseira conta com 4 velocidades e a dianteira com 2 velocidades. Os travões de disco externos no eixo dianteiro são um extra. É anunciado um ganho em capacidade de travagem na ordem dos 30%.

Motor Fabricante / Modelo

Deutz / TCD 6.1 L06

Nº de Cilindros/ cilindrada

6 / 6057 cm³

Potência nominal /máxima

214 / 226 cv

Nível de emissões

Fase IV / Tier 4F

Binário máximo /Reserva

889 Nm / 29 %

Transmissão Configuração

Full-powershift robotizada

Velocidade máxima Eco

50 km/h às 1447 rpm

Hidráulico Capacidade máx. de elevação

Traseira: 9690 kg Ft: 5480 kg

Fluxo da bomba

170 L/min

APRECIAÇÃO De ouvido, o motor aparenta um funcionamento mais suave e silencioso. E à primeira impressão o estilo revela-se imponente. Na cabine há detalhes que fazem a diferença. Já o limpa para brisas, sem ser um dos piores, também não é um dos melhores da sua classe, por não se prolongar até à metade inferior do vidro. A unidade ensaiada tinha travão de parque mecânico, o que me fez ter saudades da tecnologia Power Brake usada noutras séries da marca. Sem a suavidade de uma TTV, a transmissão releva um funcionamento agradável e cómodo. Sendo um trator já de considerável dimensão, conserva ainda assim bastante agilidade, o que comprovei nas voltas de cabeceira e num exigente percurso feito com reboque, numa estrada com muito tráfego automóvel, e com cruzamentos, rotundas e passagens estreitas a cada cinco passos.

Dimensões Distância entre eixos

2848 mm

Carga máxima admissível

12500 kg

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PRODUTO

Painel EasySet para distribuidores ZA-V Amazone Os distribuidores de fertilizante Amazone ZA-V podem agora ser configurados com um novo painel de controlo denominado EasySet. Este painel concentra todas as funcionalidades elétricas da alfaia e permite controlar a abertura e fecho de cada unidade de distribuição de modo independente. Desta forma, é possível aplicar o fertilizante em cada um dos lados (esquerdo e direito) com doses diferenciadas, sendo o ajuste feito a partir de simples teclas +/-, e em movimento. Uma vez que dispensa conexões as hidráulicas, o engate e desengate da alfaia também fica facilitado. A gama pode ainda ser configurada com ISOBUS, para ligação a tratores com terminal próprio. Dependendo do modelo, os distribuidores da série ZA-V alcançam uma largura de trabalho, com precisão na distribuição, entre os 10 e os 36 m. Já a capacidade da tremonha pode variar entre os 1400 e os 4200 litros. Em termos de taxa de distribuição, podem ir até aos 385 kg/minuto, para velocidades de avanço até 30 km/h.

Extensões hidráulicas nos reboques Drakkar Joskin Quatro extensões de 80 cm com acionamento hidráulico é o que propõe a marca belga nos seus reboques da linha Drakkar. A partir da cabine, o operador pode elevar ou recolher estas extensões em altura, que cobrem os quatro lados do compartimento de carga. Com este novo dispositivo, é possível transportar um maior volume de materiais de baixa densidade. Dependendo do modelo, obtém-se entre 13 e 19 m³ de volume extra. E quando as extensões são recolhidas, os painéis laterais ficam mais baixos, facilitando a aproximação com um telescópico ou carregador frontal. Os reboques Drakkar estão preparados para volumes de carga entre os 23 e os 58 m³, e têm uma vocação multifuncional. Podem transportar produtos tão diferentes como silagem, cereais, beterraba, batata, ou esterco, entre outros.

Vidros transparentes que escurecem Continental Os fabricantes de máquinas agrícolas começam a dar ao cliente a possibilidade de optar por vidros escurecidos, como acontece já de forma habitual nos automóveis, o que não deixa de ser útil em países com muita radiação solar. Todavia, a escolha é sempre entre ficar definitivamente com vidros escurecidos ou com vidros transparentes. Mas, e se fosse possível ter ambas as variantes no mesmo veículo? A Continental, que além de pneus fabrica componentes de eletrónica para automóveis, desvendou uma viatura de demonstração na qual os vidros podem ser escurecidos mediante o toque num botão. O efeito obtém-se com a inserção de uma tela especial no interior do vidro, a qual altera o nível de transparência através de sinais elétricos.

Para a reparação de caminhos rurais, que no final do Inverno quase sempre se encontram danificados, surge uma alternativa às niveladoras automotrizes. Desenvolvida em Espanha, a niveladora Chaptools é uma alfaia rebocada que faz, em simultâneo, a nivelação da via e a limpeza de valetas. Inclui um reservatório para vazar água sobre a via e em opção pode ser instalado um rolo cilíndrico para fazer compactação. ABOLSAMIA maio / junho 2017

Aguardamos com expetativa se estes vidros virão a ter aplicabilidade em maquinaria agrícola.

Niveladora de caminhos rurais Chaptools

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Ao permitir que o habitáculo se conserve mais fresco, a intenção é poder reduzir a capacidade dos sistemas de ar condicionado, tornando-os mais eficientes a nível de consumo energético, e ainda que as palas de sol se tornem dispensáveis. Além disso, o software poderá vir a aperfeiçoarse no sentido de a transparência dos vidros se adaptar automaticamente às condições de luz.


PRODUTO

Série XP transpõe barreira dos 100 cv

Um reboque feito por encomenda

LS Para além dos modelos mini e compactos, a marca coreana comercializa tratores convencionais. Neste segmento, a série XP é a mais recente e também a de maior potência. Conta com três modelos, XP7086, XP7095 e XP7102, com respetivamente 86, 95 e 102 cv. O motor é fornecido pela FPT, tem 3,4 litros litros de capacidade. Em termos de emissões poluentes, enquadra-se no nível Tier 4F.

Equipa com transmissão manual sincronizada de 20 relações e inversor eletro-hidráulico. Nos modelos configurados com super lentas, as relações são 40, sendo que em ambos os casos a velocidade de deslocação é de 40 Km/h. Nesta série, que está disponível em versão cabinada ou com arco de proteção, a marca adotou um design mais arrojado e contemporâneo.

Smyth Trailers

Caixa de ferramentas Field Seal Ag Storm Encontrar espaço num trator para instalar uma caixa de ferramentas a sério, é por vezes um desafio que requer criatividade. Uma pequena firma dos Estados Unidos, a Ag Storm, criou uma caixa de ferramentas que se instala na frente do trator, num dos lados, que além da sua generosa dimensão e formato tipo armário, tem a particularidade de estar isolada para proteger as ferramentas do pó e da chuva.

Os fabricantes têm as suas gamas, mas por vezes o que propõem não serve por completo ao cliente, e é-lhes posto o desafio de produzirem produtos à-medida. Foi o que aconteceu na Irlanda. Um agricultor dinamarquês que produz cereais, encomendou à Smyth Trailers um reboque com capacidade superior aos que esta marca produz em série, o que resultou num modelo com 35 m³ de capacidade de carga, báscula elevada através de dois cilindros hidráulicos, e chassis assente em 4 rodados.

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PRODUTO

Ajuste automático da pressão dos pneus TractAir Usar uma pressão adequada nos pneus é crucial para poupar combustível, para realizar as tarefas nas melhores condições, e também para prolongar a vida dos pneus. E quando é preciso alternar muito entre campo e estrada, este fator ganha ainda mais importância.

desenvolvimento de sistemas de travagem a ar para máquinas agrícolas, desenvolveu um sistema de ajuste automático da pressão para máquinas agrícolas, quer se trate de tratores, reboques, ceifeiras-debulhadoras ou pulverizadores e ensiladoras automotrizes.

A firma britânica TractAir, que está focada desde há vários anos no

O ajuste é feito no monitor da máquina, ou então num monitor dedicado que se instala na cabine, e pode realizar-se mesmo em andamento, a qualquer velocidade. Algumas marcas já disponibilizam esta tecnologia como um opcional que pode ser incluído de fábrica. O que a TractAir propõe é instalar o sistema em tratores e outras máquinas que não o trouxeram de origem.

Reboque multicoque telescópico Gyrax Nos reboques para silagem, surge uma inovação, desenvolvida pelo fabricante francês Gyrax. Sem tapete rolante para descarga, o compartimento de carga deste modelo BMXXXL é constituído por três caixas telescópicas. No momento de descarregar, as duas caixas frontais deslizam pelo interior da caixa traseira, empurrando a carga para fora do compartimento, que tem capacidade de 22 toneladas. A Gyrax anuncia que este modelo também pode ser usado no transporte de cereal.

Serviço Tierra para gestão de frotas Topcon No catálogo da marca, passa a estar disponível uma versão mais desenvolvida do serviço de telemetria Topcon Tierra, para gestão de frotas. Através da instalação ‘a bordo’ de um novo processador AM53, é possível obter dados sobre diversos parâmetros de funcionamento das máquinas. Fabio Isaia, CEO da Topcon Agricultura explica que este dispositivo de hardware “é robusto o suficiente para ser operado mesmo em condições extremas, com necessidades de manutenção mínimas”. Consoante o plano de assinatura escolhido, o Topcon Tierra pode permitir desde um serviço básico de localização, até à mais avançada solução de diagnóstico remoto. O utilizador acede ao serviço através de um portal ou app móvel, onde pode visualizar menus e relatórios em tempo real, ou configurar alertas. Com base neste tipo de informação, é possível tomar decisões mais fundamentadas, e aumentar a rentabilidade de trabalho.

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PRODUTO

Agrupador de fardos Quadro Pac Technische SystemeS

Os agrupadores de fardos retangulares não são um tipo de equipamento inédito. Mas o fabricante alemão TST Technische Systeme GmbH desenvolveu um modelo de agrupador adequado a fardos deste formato e dimensão, e destinado a trabalhar em conjunto com uma enfardadeira. Este modelo Quadro Pac recolhe e empilha 4 fardos no solo, o que representa um bom avanço para a operação de recolha e transporte. Pode ser adaptado a diferentes marcas de enfardadeira de fardos retangulares.

Tratores para movimentação de terras MTS

A MTS (Mobile Track Solutions) é uma companhia dos Estados Unidos, especializada em equipamentos para movimentação de terras. Ao não encontrar no mercado dos tratores agrícolas um produto adequado às exigências das obras que executa, avançou para o desenvolvimento de tratores com marca própria. Os MTS baseiam-se em tratores articulados de rastos da Versatile nos quais foram introduzidas diferenciações. A maior delas é o motor. Em vez do bloco Cummins, que no modelo mais potente da Versatile fornece 591 cv, os MTS surgem equipados com motores Caterpillar que vão até aos 630 cv de potência.

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Uma espécie de canivete suíço Diverto

Telemetria em máquinas e em alfaias Claas A telemetria é um serviço dirigido aos clientes que possuem uma grande frota e necessitam de uma ferramenta que os ajude a monitoriza-la e a geri-la. A Claas passa a disponibilizar este serviço, de série, nos tratores Axion 800 e 900, e Xerion, nas ensiladoras Jaguar e nas debulhadoras Lexion e Tucano, em três versões – basic, advanced e professional – que se diferenciam em termos de funcionalidades e preço. A telemetria proporciona ao gestor da frota o acesso remoto à localização da máquina, a dados relativos ao seu funcionamento, a diagnósticos

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de aviarias, entre outros. A versão profissional oferece acesso ilimitado ao histórico de dados, abrindo caminho a uma análise mais apurada sobre a utilização de cada máquina ao longo de um período de tempo alargado. A partir da análise dos dados, o gestor pode alterar os processos de trabalho de modo a alcançar uma maior otimização. A Claas está ainda a trabalhar na difusão a telemetria em implementos (TONI), que torna possível obter e tratar dados recolhidos das alfaias que sejam compatíveis com ISOBUS. Neste campo, a marca está a cooperar com fabricantes como a Amazone, a Horsch e a Lemken.

De fabrico holandês, a QS 100 tem valências para operar em várias frentes. Possui cabine giratória, elevador de três pontos, e um braço articulado que pode trabalhar com baldes, para realizar escavações ou efetuar cargas, ou com um destroçador, para limpar bermas, entre uma variedade de outras aplicações.

É impulsionada por um bloco John Deere (Tier 4F) de 115 cv, a que a marca juntou uma transmissão hidrostática Linde, e tem a particularidade de se poder controlar remotamente. Após vários anos de desenvolvimento, em 2016 a Diverto Technologies BV deu início à produção em série.


Novo design do sistema de refrigeração New Holland A rejeição de calor de alta eficiência (HEHRS) é um novo desenvolvimento apresentado pela New Holland ao nível do sistema de refrigeração. Baseia-se em dois circuitos: um de temperatura alta, para arrefecer o motor, e um de temperatura baixa para arrefecer outros componentes da máquina.

O atual sistema

O novo sistema

O tradicional pack de refrigeração junto à ventoinha passa a ter apenas dois módulos, um para arrefecer o motor e outro para o circuito de temperatura baixa. Os módulos da transmissão, do intercooler e o condensador do ar condicionado podem ser deslocalizados para outra parte da máquina, trate-se de um trator ou não, tornando mais felexivel a disposição dos componentes. A diminuição da potência requerida pela ventoinha e a instalação de radiadores de menor dimensão são outras vantagens associadas a este sistema. O caudal do fluido de refrigeração pode ser equilibrado de forma dinâmica com uma bomba elétrica, o que permite gerir a distribuição do fluido com válvulas específicas e abastecer os componentes que funcionam nas condições de temperatura mais críticas, em vez de aplicar o mesmo esforço de refrigeração a todos os componentes por igual.

Dispositivos para agricultura de precisão Topcon Através da Topcon, chegam ao mercado três novos dispositivos para agricultura de precisão: uma barra de luzes, um painel tátil, e um volante elétrico para condução automática. A lightbar SI-21 é uma nova barra de luzes que inclui um mostrador gráfico onde se pode ver o número da linha, erros de cruzamento, velocidade, área coberta e área remanescente. É compatível com todos os painéis Topcon da gama X. Com 12,1”, o painel X35 é uma evolução do modelo X30. Oferece funcionalidades remotas para comunicação e diagnóstico e controlo de taxa variável, para até oito produtos, entre outras inovações. Preparado para veículos que não foram equipadas de série com auto-guiado, o voltante elétrico AES-35 pode ser aplicado numa variedade de máquinas como tratores, pulverizadores automotrizes, picadoras ou ceifeiras-debulhadoras.

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EMPRESAS Claas Ibérica Teragricola

Claas tem nova organização em Portugal Por Francisca Gusmão

C

Em março passado, fomos conhecer a Claas Iberica, que fica em Meco, uma localidade espanhola a nordeste de Madrid, e falar com as pessoas envolvidas nesta reestruturação.

Agritractores Socimavis Agrovergeira Pulvilava Autoalvaladense

Por agora, o plantel está formado e as posições definidas. Está na hora de avançar no terreno e de pôr a Claas numa posição que faça jus ao seu lendário nome em território luso. omo noticiámos no final do ano passado, a marca Claas passou a ser distribuída, desde o início de outubro, diretamente em Portugal através da filial ibérica, e tem vindo, desde então, a reestruturar a sua organização no nosso país. Esta mudança tem como grande objetivo, nas palavras dos responsáveis da empresa, “satisfazer as necessidades dos seus clientes atuais e desenvolver o crescimento que a marca está a alcançar no resto do mundo.”

Manuel Meles Agros Comercial

Diretamente em Portugal “É o momento de restruturar os sistemas e canais de distribuição para estar melhor preparado no futuro”. Assim pensa José Ignacio Vega, diretor da filial ibérica da Claas a respeito da decisão da marca de estar diretamente no nosso país pois, como refere, “os volumes dos diferentes tipos de máquinas caíram a mínimos mas começam agora a mostrar uma certa recuperação.” Para além disso, considera que esta é a melhor forma de a Claas conseguir estar mais próxima do agricultor português e de oferecer os melhores produtos e serviços face às mudanças que têm vindo a acontecer na gestão e modelos de negócio, em todo o mundo.

Samuel Salgado

Nove Concessionários Oficiais Claas

É o momento de restruturar os sistemas e canais de distribuição para estar melhor preparado no futuro. José Ignacio Vega

Também Vitor Raposo, responsável comercial da marca em Portugal, sente que é cada vez mais necessária uma maior proximidade dos agricultores: “o cliente exige-nos mais relação e mais contacto. Isto acontece porque, como no resto do mundo, o agricultor está a crescer profissionalmente e a utilizar mais tecnologia e não pode ser abandonado no seu trabalho diário.”

Concessionários Oficiais Como começámos por anunciar, já existe uma estrutura definida para trabalhar a marca em território português: Vitor Raposo, responsável comercial; José Manuel Fortes Silva,

Edifício da Claas Iberica Meco, Madrid Superfície total: 6239 m2 Superfície edificada: 3500 m2

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Claas EMPRESAS

O cliente exige-nos mais relação e mais contacto. Isto acontece porque o agricultor está a crescer profissionalmente e a utilizar mais tecnologia e não pode ser abandonado no seu trabalho diário. Vitor Raposo

responsável pelos serviços pósvenda e técnico; e uma rede de distribuidores, constituída por nove empresas concessionárias que reportam à Claas Iberica. “Escolhemos estes nove Concessionários Oficiais Claas que nos permitem ter uma cobertura quase total do território. Com outros sub-agentes que irão aparecendo conseguiremos a capilaridade necessária para que todos os que quiserem trabalhar com ferramentas Claas tenham a atenção e o serviço adequado”,

esclareceu Domingo Bárbaro, Diretor de Vendas da filial que considera que este sistema de distribuição, através de concessionários oficiais é, hoje em dia, o mais adequado para trabalhar em Portugal. E explica: “A nossa filosofia tem por base a atenção ao cliente mas sempre de um ponto de vista duplo. Por um lado existe a relação pessoa e de confiança para concretizar a venda e, por outro, o cuidado constante para que o cliente possa desenvolver o seu trabalho com as soluções mais rápidas a qualquer problema que possa surgir. Ou seja, valorizamos mais o pós-venda (serviço técnico e peças) por ser a via que nos identifica e nos une aos nossos clientes.”

CLAAS Columbus: o fabrico deste modelo começou no ano 1959.

Sala multiusos e exposição da Claas Iberica, que fica em Meco, uma localidade espanhola a nordeste de Madrid.

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EMPRESAS Claas Ibérica

Formação Para a Claas, a formação é fundamental tanto no conhecimento dos produtos e suas aplicações como no serviço técnico e peças. Por isso, como nos contou Javier Mesa, diretor pós-venda da CLAAS Ibérica, S.A., os Concessionários Oficiais em Portugal já iniciaram um programa intensivo de formação por especialidades e já estão suficientemente preparados para desenvolver o melhor trabalho para os clientes. “A maioria deles provêm do próprio setor e demonstraram um elevado grau de conhecimento e profissionalismo que obviamente facilitou a integração na marca Claas“, referiu. Durante a nossa conversa, os responsáveis pela filial fizeram questão de vincar o facto de a Claas continuar a trabalhar internamente com relações muito familiares tanto entre os seus empregados como com os seus parceiros, concessionários e clientes. Para Arturo Castaño, diretor de Marketing é esta a forma de atuar que a diferencia de outras marcas.

Máquinas usadas, assistência de origem A Claas não vê no mercado de usados uma ameaça séria. Ou

O serviço de assistência e peças em máquinas e tratores tem que ser excelente em tempo e na forma.

Armazém de Peças

Javier Mesa

acha que pode tirar vantagem da situação, uma vez que é sabido que Portugal tem uma quota de máquinas e tratores de importação bastante elevada. Para Javier Mesa, esta foi uma consequência natural do empobrecimento económico que tem afetado a Europa do Sul e que levou ao aumento das importações de material usado e semi-novo. Porém, na sua opinião, a Claas pode transformar esta situação numa oportunidade através da oferta de diagnósticos e reparações de qualidade com a garantia da marca: “o serviço de assistência e peças em máquinas e tratores tem que ser excelente em tempo (envio direto dos nossos armazéns para o Concessionário) e na forma (qualidade de produto

original)”. E remata com uma consideração: “A mentalidade dos profissionais do campo está a mudar, o Concessionário Oficial é um verdadeiro parceiro de trabalho, e outros canais podem gerar mais problemas a médio e longo prazo.”

Uma gama apetecida “A nossa ideia desde o começo passa pela introdução de todos os possíveis produtos úteis no mercado português. Realmente existe uma procura e necessidade dos produtos Claas em Portugal”, disse-nos Vitor Raposo que se confessou surpreendido por ver superadas todas as suas expectativas até ao momento presente. Arturo Castaño corroborou esta ideia e explicou que a gama

atual da Claas cobre quase todas as necessidades no que respeita a recoleção e tratores: “Há séries de produto, por exemplo Lexion, Tucano, Jaguar, Quadrant, Rollant, que são muito apreciadas pela sua qualidade de trabalho e por tanto são líderes nos mercados. Não esquecemos toda a completa oferta em máquinas forrageiras, a nossa linha verde. Os tratores, desde a sua introdução nos mercados em 2003, mostraram o seu contínuo crescimento e aceitação. Existe um trator para cada necessidade, especiais, ligeiros, versáteis, potentes e sabemos aconselhar os nossos clientes sobre qual o mais indicado para os seus trabalhos”. E, por fim, referiuse aos produtos tecnológicos ligados à agricultura de precisão como o controlo e diagnóstico à distância, o posicionamento e condução automática, ou a comunicação Isobus.

Oficinas de Formação Maquinaria e Tratores

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Mais informação em www.claas.pt • E-mail: claas.iberica@claas.com ABOLSAMIA maio / junho 2017



CURIOSIDADES

E AINDA ...

Um trator com telhado incluído Numa das deslocações que fazemos pelo país, deparámo-nos com este veterano Ursus engatado num rachador de lenha. Foi perto de Torres Novas e não tivemos oportunidade de conversar com o proprietário, para ouvir de viva voz o que o levou a instalar um telhado em cima do trator. Mas não é difícil supor por que foi. Sendo o trabalho com rachador feito em modo estacionário, para onde quer que o trator seja mudado, o operador fica mais protegido face às mudanças de humor que vêm dos céus, e o conjunto trator/rachador fica sempre “dentro da garagem”. Talvez as serralharias tenham aqui um nicho de mercado por explorar.

Campeonato mundial de Lavoura Quénia – 1 e 2 de Dezembro 2017

O grande evento que reúne em competição, a nível mundial, os praticantes da lavoura como modalidade desportiva, realiza-se este ano em África. Os Estados Unidos, o Canadá, a Austrália, a Nova Zelândia, e vários países da Europa, têm sido as localizações mais frequentes a acolher estas provas. Mas a organização do Campeonato Mundial de Lavoura no continente africano não é um feito inédito. Para além de duas edições realizadas em Harare, no Zimbabwe, também o país anfitrião das provas em 2017, o Quénia, acolhe o campeonato mundial pela segunda vez. As datas já estão definidas. Será nos dias 1 e 2 de dezembro.

horas 4 2 m e s e r a t 502 hec Väderstad Tempo estabeleceu um novo recorde mundial 502,05 hectares semeados a alta precisão, em apenas 24 horas. Este foi o recorde estabelecido pelo semeador de precisão Väderstad Tempo, a uma velocidade de trabalho média superior a20 km/hora, em abril passado, na Hungria. O Väderstad Tempo fez “parceria” com um trator Case IH Magnum CVX 380. Durante as 24 horas de concurso, dois campos foram plantados com dois tipos diferentes de sementes de milho. Juntamente com as sementes, o Tempo aplicou adubos e pesticidas. O recorde anterior para a sementeira de milho era de 448,29 hectares em 24 horas, com um semeador de 24 linhas e um depósito central de enchimento. O Tempo bateu este recorde com 16 linhas e depósitos individuais de sementes e pesticidas. “O mais importante — referiu Mattias

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Hovnert, Diretor de marketing e Vendas da Väderstad — é que apesar de o Väderstad Tempo ter semeado a uma velocidade superior a 20km/h, conseguiu uma excelente precisão.” Lars Thylén, especialista em produtos de plantação da Väderstad acrescentou:

Imparáveis durante 24 ho

ras

“Uma coisa é semear a alta velocidade, mas fazê-lo com elevada precisão é algo muito diferente. Graças à tecnologia de medição de sementes patenteada Väderstad PowerShoot, que beneficia de um sistema pressurizado que sopra a semente no tubo de sementes, o Väderstad Tempo é capaz de combinar uma velocidade muito alta com uma precisão excecional.” A sementeira de recorde mundial foi monitorizada pela Universidade Gödöllő, que mede a precisão e acompanhará os resultados das colheitas.

Equipa Väderstad


Um outro tipo de geringonça Swincar É certo que há diferentes tipos de geringonças, sendo esta originária de França, onde é fabricada pela companhia Mecanroc. Com nome comercial Swincar, este veículo é totalmente movido a eletricidade e tem aptidão para transpor obstáculos em fora de estrada. Graças ao facto de assentar num chassis pendular com quatro braços independentes, apresenta uma interessante particularidade: mesmo ao ultrapassar grandes desníveis ou valas, a plataforma onde segue o condutor mantem-se em posição nivelada. Todas as rodas possuem um motor elétrico e suspensão, e todas são direcionais e possuem travões. Tem uma autonomia de quatro horas e pode atingir os 35 km/h de velocidade máxima. Uma vantagem

adicional é tratar-se de um produto que inclusive está pensado para pessoas com mobilidade reduzida. O preço, esse não é muito convidativo. Quem quiser ter um Swincar, tem de pôr de parte cerca de 12.500 Eur.

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CULTURAS ESPECIALIZADAS

Colhedora de batata de 2 linhas Grimme A marca alemã reviu a sua colhedora automotriz Varitron 270 Platinum, destinada à cultura da batata. O motor empregue é um Mercedes-Benz de 6 cilindros que fornece 354 cv de potência, mais 28 do que na geração anterior. Surge preparado para o nível de emissões Tier 4F. A máquina possui nivelamento hidráulico e um novo eixo traseiro com ajuste da largura de via a partir do posto de condução, para maior estabilidade de trabalho, e para melhor se adequar a diferentes espaçamentos de

linhas (75 ou 90 cm). O tegão non-stop tem capacidade para 7 toneladas e pode ser esvaziado em 45 segundos quando em modo estacionário. Em termos de comandos, o sistema ErgoDrive foi aprimorado, apresentando benefícios para o operador em termos de facilidades de navegação e memorização de parâmetros de trabalho. A tração no eixo traseiro pode ser assegurada por rastos de borracha Terra Trac, fornecidos pela Claas, ou por rodas, para velocidades de transporte de 20 ou 25 km/h.

Renovação nos tratores estreitos Kubota Recentemente, a Kubota renovou a série de tratores convencionais M5001, composta pelos modelos M5091 de 95 cv, e M5111 de 113 cv. E estão também a caminho as variantes estreitas desta série, destinadas às vinhas e aos pomares. Vêm substituir os especializados da série M40 e deverão cobrir um segmento de potência entre os 73 e os 105 cv. Entre outros melhoramentos, ostentam uma linha estética inovadora, muito semelhante à dos modelos M5001 convencionais.

Vibrador semi-montado para olival SICMA srl Os vibradores automotrizes e os vibradores para carregador frontal são produtos bem conhecidos da SICMA srl, mas a marca italiana comercializa ainda modelos semi-

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montados para trator, como é o caso do TR50 e do TR80. Engatam-se nos três pontos do hidráulico, possuem duas rodas de apoio, e um circuito hidráulico independente para servir a

lança – extensível e direcionável para os lados e em altura –, o dispositivo de vibração, e o apára-frutos. Este equipamento é manobrado através de um painel de controlo remoto.


CULTURAS ESPECIALIZADAS

Rastos de ferro ou de borracha nos TK4 New Holland Na gama de tratores especializados de rastos da linha TK4, a New Holland disponibiliza ao cliente dois tipos de soluções: rastos tradicionais com ‘telhas’ em ferro, e rastos com bandas de borracha SmartTrax.

Renovação nos T4 especializados New Holland A adequação à mais recente norma de emissões poluentes foi aproveita pela marca para refrescar a estética dos seus especializados, e para introduzir diversos melhoramentos. Graças a uma combinação CEGR+DOC, os motores FPT com tecnologia common rail ganham o selo Tier 4i. Além disso, o operador pode agora fazer a memorização de dois diferentes regimes, num motor onde foi conseguida uma redução de ruído de 5dB. Comparativamente com a anterior geração, estes tratores disponibilizam mais 10% de potência para a TDF, foram introduzidas melhorias no sistema de travagem, e nos modelos com elevador frontal foi reforçada a capacidade de elevação. A cabine é pressurizada e passa de uma proteção de categoria 2, que protege o

operador de poeiras, para uma proteção de categoria 4, que reduz a contaminação do habitáculo relativamente a poeiras, vapores e gases. Ainda no interior, a consola lateral de comandos foi redesenhada, assim como o painel de instrumentos. As versões com distribuidores eletro-hidráulicos podem ser configuradas com bomba Super Mega Flow de 34+80 L/min. Para as versões com distribuidores mecânicos, está disponível a bomba Mega Flow de 34+64 L/min. A TDF frontal é um opcional que pode ser adicionado a todos os modelos, nas suas diferentes variantes – F, N, V e LP – e o eixo SuperSteer figura também na lista de equipamentos extra. Esta gama já se encontra disponível para encomenda no mercado português.

Num evento da New Holland em que participámos, aproveitámos o encontro com Federico Condini, Diretor de Marketing e Produto, para que nos explicasse o que na generalidade diferencia os dois sistemas. “As vantagens que os clientes está a obter com as bandas de borracha são enormes”, avançou. “Em termos de vibração, em termos de performance lateral, a firmeza é muito superior com as bandas de borracha. Mas quando se trabalha pique acima, os rastos de ferro continuam a ser um pouco melhores”, assinalou.

Questionámos ainda Federico Condini sobre os custos, pensando a médio/ longo prazo. “Custa mais do que os rastos metálicos, mas quando se faz muitas horas de trabalho compensa bastante. Praticamente, ainda estamos a começar com este produto mas acreditamos que cerca de 40% dos clientes irão usar rastos de borracha nos próximos anos”, disse. Por fim, quisemos saber qual a duração média das bandas de borracha em condições de trabalho mais exigente. “Cerca de 3.000 horas, o que no fundo são alguns anos, já que neste tipo de máquina, dependo das zonas, faz-se por ano, cerca de 500/600 horas, ou no máximo 800 horas”, esclareceu este responsável da New Holland.

A borracha leva vantagem também a nível das deslocações. “Com as bandas de borracha, pode-se ir para a estrada. Não é para fazer grandes distâncias, mas pode-se mudar de uma parcela para outra. Com as bandas metálicas, é preciso passar a máquina em cima de um reboque, senão danifica-se o asfalto”.

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Gama Frutteto recebe atualizações Same

Enfardadeiras para zonas de montanha CAEB International No mercado das enfardadeiras, também encontramos oferta direcionada à agricultura de pequena escala e às zonas de montanha onde o acesso com máquinas convencionais não é praticável. A marca italiana CAEB International dispõe de vários modelos de enfardadeiras forrageiras de fardos redondos (linha Mountaipress), para ligação a mini-tratores, a motocultivadores, ou a miniplataformas com rastos de borracha. À parte os modelos para mini-tratores, que

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funcionam à semelhança das enfardadeiras maiores, com expulsão automática do fardo. As outras são bastante básicas, cabendo ao operador a tarefa de retirar o fardo do interior da máquina através da abertura de uma tampa da câmara de prensagem. Dependendo do modelo, estas alfaias podem contar com sistema de lubrificação automática e travagem própria, para maior segurança. A marca produz ainda mini-enfardadeiras para pomares e vinhas (linha Quickpower), destinadas à recolha dos sobrantes de poda.

Os novos modelos da gama Frutteto, apresentada ao público pela primeira vez na EIMA 2016, já estão disponíveis para encomenda no mercado português, devendo as primeiras unidades ser entregues ainda na Primavera. Equipam com motores FARMotion, que surgem agora adequados ao nível de emissões Fase IIIB/ Tier 4i. A nível estético, foi feita uma atualização,

e foram introduzidos alguns melhoramentos de pormenores, entre eles a redução do raio de viragem. Nesta gama, que é composta por três modelos de 3 cilindros, e outros tantos modelos de 4 cilindros – com potências entre os 75 e os 113 cv – a oferta de equipamento é diversificada. No topo da oferta estão os Frutteto S e os Frutteto V, na variante ActiveDrive, com

suspensão independente a cada roda no eixo dianteiro, transmissão com inversor eletro-hidráulico, e comando eletrónico do elevador e dos distribuidores hidráulicos. Os clientes que necessitam de um trator mais básico e apenas com arco e plataforma, podem optar pela versão Frutteto Classic. Esta gama é disponibilizada também com as cores e os emblemas das outras três marcas do Grupo SDF.


CULTURAS ESPECIALIZADAS

Colhedora de tomate de 2 filas Corima Especializada em maquinaria para a cultura do tomate, a marca italiana Corima disponibiliza uma nova colhedora automotriz para duas filas. Este modelo C/RP 150, equipa com um motor John Deere Tier 4F de 6 cilindros, com 254 cv de potência, possui 4 rodas direcionais, e dupla tração. A transmissão hidrostática, fornecida pela

Danfoss, permite alcançar os 26 km/h em deslocação e os 7,5 km/h em trabalho. A partir da cabine, de origem Claas, o operador pode monitorizar o funcionamento da máquina através de imagens fornecidas por um kit de câmaras. A marca aponta para este modelo um rendimento de trabalho na ordem das 65 a 70 toneladas/hora.

Limpeza e transvase de legumes Downs A marca Downs tem origem britânica, e um longo percurso ligado à mecanização da cultura da batata. Mas em 2006 foi adquirida pelo grupo francês Dubrulle, e a linha de montagem mudou-se para França. A gama de produtos também se tem vindo a expandir, e inclui agora equipamentos para outras variedades de hortícolas como a cenoura, a cebola ou a beterraba. É disso exemplo o reboque Geo DTX-18, que foi pensado para efetuar o transvase de legumes. Com capacidade de carga de 18 m³, pode ser usado de duas formas distintas: em modo estático, transfere carga de um reboque para outro; em movimento, acompanha uma colhedora

e depois transfere a carga para outro veículo. Para trabalhar em modo estático, entra em ação um mecanismo patenteado pela Downs, através do qual o chassis se desloca para trás, via comando hidráulico, até que o compartimento de carga fique em contacto com o chão e assim possa receber a colheita despejada diretamente de um outro reboque. Depois, os legumes são deslocados através de um tapete rotativo de borracha instalado no fundo, e postos, através de um elevador instalado na frente, a uma altura de até 4 metros. Possui sistema de limpeza dos legumes e é controlado através de um monitor touch. ABOLSAMIA maio / junho 2017

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ENTREVISTA Bas Van Hattum

A criatividade holandesa no desenvolvimento de alfaias Nos campos da Holanda trabalham muitos equipamentos desenvolvidos em pequenas oficinas. Por que é que existe esta dinâmica de invenção caseira, foi o que procurámos saber junto do editor da Trekker, uma reconhecida revista holandesa de máquinas agrícolas. abolsamia: Com muita frequência, surgem-nos notícias de máquinas e alfaias feitas na Holanda, com aspeto e funcionalidades fora do comum…

Bas Van Hattum, editor da revista Trekker

Bas van Hattum: Há coisas que são muito específicas da Holanda. Não as encontramos em mais nenhum outro sítio. Não podemos ficar à espera dos grandes fabricantes, até que eles apareçam com uma nova solução.

O que é que dita essa necessidade?

A Holanda em síntese • O território é um pouco maior do que o Alentejo e acolhe 17 milhões de habitantes. • O setor agrícola, com cerca de 60.000 empresas, é muito dinâmico e obtém altas produtividades. • Aproximadamente 27% do território está abaixo do nível do mar. • São impostas à agricultura regras ambientais muito exigentes. • Os preços da terra para uso agrícola é dos mais altos do mundo.

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Os profissionais estão à procura de uma maior capacidade mas também querem um menor impacto a nível do solo. E esta combinação, juntamente com algumas regras espaciais que existem na Holanda, está a forçar muitos agricultores e alugadores a pensarem eles próprios em novas ideias. Na Holanda temos muita água, e há solos onde é muito difícil entrar com máquinas pesadas. Vem daí também a necessidade de pensar em soluções criativas, o que muitas vezes passa pelo uso de pneus que provoquem menor impacto no solo e que permitam obter culturas com o máximo possível de produtividade. Os concessionários costumam ter um papel importante no desenvolvimento destas soluções?

Alfaias montadas por cima do trator Há muitos prestadores de serviços que fazem eles próprios esse trabalho. A Holanda é um país onde há muitos prestadores, cerca de 2500, o que é bastante, e costumam ser muito inventivos.

Pensa que os fabricantes prestam atenção a estes desenvolvimentos, por assim dizer caseiros, para desenvolverem depois os seus modelos? Eu sei de fabricantes que costumam ter a perspectiva de que se uma determinada coisa funciona na Holanda, também vai funcionar no resto do mundo. Por exemplo a New Holland presta muita atenção ao que se passa na Holanda. Penso que tem a ver com o intenso uso que se dá às máquinas. O trator de um alugador faz em média cerca de 800 a 1.000 horas por ano, mas há casos extremos de quem faz 2.000 horas por ano.

Este trabalho de invenção é feito também em busca de maior eficiência? Também. porque o preço da terra na Holanda está ao nível do que mais alto se pratica em toda a Europa. Depende da região, mas os preços andam entre os 60.000 e os 100.000 Euros por hectare. Ao termos a terra a este preço, temos de encontrar formas eficientes de trabalhar.

Como exemplo de uma alfaia especial concebida na Holanda, temos este distribuidor de palha, usado para criar uma cobertura do solo após a plantação dos bolbos de tulipa. A instalação desta alfaia por cima da cabine do trator é impressionante. Mas alfaias com este aparato avistam-se habitualmente nos campos agrícolas daquele país. A colocação da alfaia por cima da cabine do trator tem as suas razões de ser: permite obter uma melhor distribuição do peso ao longo da máquina; permite conservar o conjunto compacto em termos de comprimento, de modo a facilitar as viragens na linha de cabeceira; e em consequência disso, possibilita ainda que se otimize ao máximo a área de solo que é aproveitada para a cultura.



Escolher

uma enfardadeira de fardos Cilíndricos Texto Pedro Carvalho

Numa altura em que, no setor agrícola, se fala cada vez mais da modernização de práticas de mecanização agrícolas com vista à redução de tempo, a decisão da compra de um novo equipamento assume um papel importante neste processo constante de otimização do rácio custo/trabalho realizado. Neste artigo focarei os principais aspetos a ter em conta na escolha de uma enfardadeira, em particular na escolha de uma enfardadeira de fardos cilíndricos. Estes aspetos vão desde o tipo de câmara, até pequenas evoluções/ adaptações dentro de cada uma, com impacto direto no seu desempenho e rendimento.

Quais as razões que levam a essa escolha?

A

ntes de mais importa identificar as razões que levam à escolha de uma enfardadeira de fardos cilíndricos em vez de fardos retangulares, pequenos ou grandes. Quando o volume de trabalho é relativamente baixo e não existam meios para o manuseamento de fardos Retangulares/Cilíndricos grandes, a escolha recairá normalmente sobre uma enfardadeira de fardos retangulares pequenos. Quando se justifique a compra de uma máquina de grandes dimensões, torna-se importante perceber se é viável a compra de uma enfardadeira de fardos

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retangulares grandes ou optar por uma de fardos cilíndricos. A compra de uma enfardadeira de fardos retangulares grandes é justificada com um grande volume de trabalho, sendo normalmente a escolha da grande maioria dos prestadores de serviços. Este tipo de enfardadeiras tem um preço substancialmente mais elevado, bem como os seus custos de operação e manutenção, quando comparado com uma enfardadeira de fardos cilíndricos. Tendo em conta a realidade da agricultura em Portugal, e com a necessidade da mecanização de alguns processos, as enfardadeiras de fardos cilíndricos são cada vez mais a escolha na hora da compra.

Tendo em conta a realidade da agricultura em Portugal, e com a necessidade da mecanização de alguns processos, as enfardadeiras de fardos cilíndricos são cada vez mais a escolha na hora da compra.

Enfardadeira de fardos retangulares grandes vs fardos cilíndricos VANTAGENS

• Menor investimento inicial; • Não necessita um trator de potência tão elevada; • Facilidade de operação e manutenção (custos mais reduzidos); • Ideal para produção de Fenosilagem.

DESVANTAGENS

• Maiores perdas de matéria; • Maior dificuldade no transporte dos fardos; • Dificuldade no aproveitamento do espaço de armazenamento dos fardos. Contudo, estas desvantagens podem ser minimizadas através de uma mais cuidada operação da máquina e também com a contínua evolução por parte dos fabricantes.


Escolher uma enfardadeira TECNOLOGIA

Fatores determinantes na escolha de uma enfardadeira de fardos cilíndricos tipo de câmara Existem dois grandes tipos de enfardadeiras de fardos cilíndricos: enfardadeiras de câmara fixa, em que o tamanho do fardo é sempre o mesmo, ou enfardadeiras de câmara variável, em que é possível ao operador definir o tamanho do fardo, em termos do seu diâmetro. Uma enfardadeira de câmara fixa é a solução mais económica em termos de aquisição e manutenção, sendo também máquinas bastante fáceis de operar. Com base na gama de dimensões da câmara disponibilizadas por cada fabricante, é necessário perceber qual a medida que mais se adequa à realidade de cada exploração ou prestador de serviços.

CÂMARA VARIÁVEL

Possuem correias/rolos que expandem o volume da câmara até que o fardo tenha o tamanho definido pelo operador. Estas enfardadeiras fazem fardos relativamente densos e uniformes, sendo designados por fardos de “núcleo apertado”, tradução do Inglês Hard Core. Esta maior densidade e uniformidade do fardo apresenta grandes vantagens em termos da redução de desperdicio de matéria, aumentando a sua produtividade, e tem como consequência directa a diminuição do número de fardos, mantendo a quantidade de matéria processada. Esta diminuição do número de fardos é vantajosa em termos de transporte, e armazenamento.

CÂMARA FIXA

Os rolos ou correias não permitem a expansão da câmara, pelo que o fardo terá sempre o mesmo tamanho. Neste caso, e como desvantagem em relação a uma câmara variável, os fardos têm um núcleo suave (Soft Core em Inglês) uma vez que só é criada pressão no fardo na fase final da sua formação. Devido a esta perda de densidade, um problema pode ser a deformação do fardo no transporte e armazenamento, bem como o risco de perda de qualidade da matéria quando “enfardada em verde”.

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POTÊNCIA Um fator determinante na escolha é a potência mínima que cada enfardadeira necessita para trabalhar na sua capacidade máxima. As potências mínimas vão desde 40cv em modelos de menores dimensões, até potências acima de 100cv em modelos de maiores dimensões e equipadas com sistemas adicionais, como facas de corte, sistema non-stop ou sistema plastificador.

SISTEMA DE “ATAMENTO” Um outro fator a considerar na escolha é a possibilidade da utilização de rede, como complemento ao tradicional fio, ou até mesmo a utilização de um sistema misto, diminuindo assim ainda mais as perdas de matéria. Vejamos as características de cada um destes sistemas:

Fio • Baixo custo do fio; • Mais lento o processo de “atamento”; • Mair tendência para deformações aquando do armazenamento.

Rede • Maior resistência a deformações (maior facilidade no transporte e armazenamento); • Minimização das perdas de matéria; • Maior rapidez no processo de “atamento” comparativamente ao fio; • Investimento adicional ao custo da máquina.

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PICADOR O sistema de corte da matéria através de um rotor de facas é, normalmente opcional, com grandes vantagens na utilização final com a diminuição do desperdício, uma vez que há um melhor aproveitamento por parte dos animais se a matéria tiver uma textura homogénea. Também a distribuição do fardo é facilitada. Com este sistema, a densidade do fardo aumenta até 10%, havendo mesmo fabricantes que anunciam um aumento da densidade até 25%, assim como a homogeneidade da matéria processada, aumentando a produtividade da enfardadeira, bem como a facilidade do armazenamento.

Vantagens • Aumento da densidade dos fardos; • Maior facilidade no manuseio da matéria aquando da utilização; • Melhoria no processo de fermentação da silagem devido à maior compactação e homogeneidade. Como desvantagens deste sistema, é necessário, em média, um aumento de potência entre 30-40cv em relação a uma enfardadeira sem picador e o tempo de trabalho pode aumentar cerca de 5%. Também os custos de manutenção aumentam com este sistema, sendo necessária uma maior atenção ao sistema de corte. Este sistema não é aconselhado em zonas onde possam existir pedras ou outros materiais que possam ser puxados pelo Pick-up.


Escolher uma enfardadeira TECNOLOGIA

SISTEMA NON-STOP Quando é necessário realizar um grande volume de trabalho num curto espaço de tempo, ou mesmo ao longo do ano, torna-se imperativo verificar se é viável a compra de uma enfardadeira com sistema Non-Stop. Uma enfardadeira com este sistema não necessita paragens para o atamento, conseguindo uma redução de até 50% do tempo do processo de enfardamento. Assim, este sistema permite a produção de mais fardos em menos tempo. Isto tem um impacto direto na redução de combustivel e desgaste das máquinas.

Vantagens • Enfardamento contínuo e sem paragens; • Aumento de até 50% da produtividade; • Não compromete a qualidade dos fardos nem a máquina; • Agilização da operação da máquina, com beneficios para o operador e trator;

• Disponível também para aplicação de rede; • Expulsão suave do fardo. Este sistema introduz um aumento do custo inicial da máquina, compensado pelo enorme aumento da sua produtividade. Por todas estas razões, este tipo de máquina é a escolha certa para prestadores de serviços ou produtores com um volume de trabalho acima da média.

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TECNOLOGIA Escolher uma enfardadeira

PLASTIFICADOR Quando a intenção é o armazenamento dos fardos no mesmo local, ou local próximo do local de produção, ou a produção de feno-silagem, a plastificação é uma opção a considerar. Este processo pós-enfardamento é normalmente demorado e complicado em termos de logistica. Algumas enfardadeiras mais recentes têm como opção um sistema de plastificação de fardos integrado. Este sistema, quando combinado por exemplo com uma enfardadeira non-stop, não introduz qualquer tempo adicional na plastificação do fardo, pois todo o trabalho é feito em simultâneo, sendo claramente uma aposta ganha em termos do aumento da produtividade. Neste tipo de combinação há um aumento bastante grande do custo de aquisição da máquina, mas com redução do tempo da sua amortização quanto maior o volume de trabalho.

LUBRIFICAÇÃO AUTOMÁTICA Em todas as enfardadeiras é necessária uma manutenção cuidada, sendo a lubrificação uma das actividades que mais importância tem no aumento da vida util da máquina. Existem marcas e modelos que possuem, ou têm como opcional, sistemas de lubrificação automática, que poderá ser bastante util para o operador, pois poderá conseguir um maior periodo de trabalho sem paragens. Vantagens • Ganho de 30 a 45 minutos por dia de aumento da produtividade; • Aumento da vida útil do equipamento; • Redução dos custos de manutenção devido à melhor gestão de materiais; • Lubrificação adequada, independentemente do ambiente ou das condições meteorológicas; • Fator favorável em caso de futura venda.

SISTEMA DE MONITORIZAÇÃO A maioria destas enfardadeiras vêm já com um sistema de monitorização do processo de enfardamento. Esta ferramenta é util para o acompanhamento em tempo real e com maior precisão da formação dos fardos, podendo a partir daqui controlar todos os parâmetros da máquina sem sair do trator.

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TECNOLOGIA Escolher uma enfardadeira

GUIA DE MERCADO Enfardadeiras de fardos cilíndricos Empresas distribuidoras de enfardadeiras de fardos cilíndricos, de câmara fixa e variável, por marcas e modelos.

Câmara fixa

Claas Claas Claas Claas Claas Claas Claas Claas

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Câmara fixa

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Tractores Ibéricos T. 210 009 730 • www.tractoresibericos.pt

Câmara variável

Claas Claas Claas Claas

Moviter T. 244 890 180 • www.moviter.pt

Variant 460 Variant 465 Variant 480 Variant 485

Claas Ibérica T.+34 918 307 950 • www.claas.pt

C441R F441M F441R

Câmara variável

John Deere John Deere John Deere John Deere

842 852 854 864

John Deere Ibérica • www.deere.pt Tractomoz • T. 268 337 040 www.tractomoz.com

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Câmara fixa

Câmara variável

John Deere John Deere John Deere

Câmara fixa

CNH Industrial Portugal T. 263 279 220 • www.newholland.pt Kuhn FB119 Kuhn FB2130 Kuhn FB3130 Kuhn FBP3135 Kuhn I-BIO+

Câmara fixa

RP 205 RP 245 RP 245 Profi RPC 245 Tornado Câmara variável Lely Welger RP 160 V Lely Welger RP 160 V Master Lely Welger RPC 445 Tornado

Câmara fixa

Kubota Kubota Kubota

Kuhn VB2255 Kuhn VB2285 Kuhn VB2265 Kuhn VB2295 Kuhn VBP2265 Kuhn VBP2295 Auto Industrial • T. 263 519 800 http://divisaoagricola.autoindustrial.pt

Câmara fixa

McHale F5400 McHale F5400 C McHale F5500 McHale F5600 McHale Fusion 3 McHale Fusion 3 Plus Câmara variável

McHale McHale McHale

V640 MKIII V660 MKIII Fusion Vario

Forte, Lda T. 210 009 752 • www.forte-lda.pt

Câmara fixa

Vicon FastBale Vicon RF4325 R NT Vicon RF4325 RT Vicon RF4325 SC 14 NT Vicon RF4325 SC 14 NT Expansão T. 263 516 573 • www.expansaolda.pt



dicas de oficina

para manutenção iras de enfardade de fardos cilíndricos

lho Por Pedro Carva

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Dicas para manutenção de uma enfardadeira OFICINA

H

á, muitas vezes, a tendência para encarar os custos de manutenção preventiva das máquinas como um investimento sem qualquer retorno, sendo esta uma ideia totalmente errada e desfasada da realidade. Uma manutenção deficitária tem efeitos graves, sendo por isso importante seguir um plano de manutenção completo e adequado a cada caso, e ter a noção de que a poupança desse valor, muitas vezes até baixo, pode resultar em custos bastante mais elevados devido à redução de rendimento da máquina e mesmo avarias.

Manutenção preventiva Exemplo de acumulação de poeiras em local de difícil acesso.

Muitas vezes são lançadas pelos fabricantes melhorias para determinados modelos cuja implementação pode trazer vantagens na utilização da máquina, pelo que é vantajoso verificar periodicamente o lançamento destas atualizações. Uma enfardadeira, pelo seu investimento inicial e potencial produtivo, é um equipamento que necessita cuidados ao nível da sua manutenção de modo a manter os niveis de produtividade.

Uma manutenção preventiva apresenta as seguintes vantagens: • Aumento da produtividade do equipamento; • Redução dos tempos de paragens não programadas; • Menores custos de operação da máquina; • Aumento da eficiência energética com redução do consumo de combustível. O operador deverá seguir um plano de manutenção diária, bem como uma revisão pré e pós campanha, de forma a reduzir ao máximo a probabilidade de falhas em períodos críticos do seu funcionamento. Deverá ser prestada toda a atenção ao manual da máquina e seguir todas as indicações que nele constam no que diz respeito à sua operação e manutenção.

Limpeza do equipamento Antes de quaisquer ajustes, afinações ou inicio de trabalhos com a enfardadeira deve ser realizada uma limpeza geral, principalmente se a máquina tiver permanecido no exterior. O meio mais seguro e eficiente de limpeza é a utilização de ar comprimido ou ventiladores/sopradores. Devem ser limpos todos os locais onde haja

acumulação de poeiras ou outros materiais por forma a que, em caso de existência de humidade, não haja corrosão do equipamento. Em caso de utilização de água deverão ser tomadas precauções, pois a acumulação de água poderá acelerar a corrosão e a deterioração de peças como rolamentos ou correntes, dificultando também posteriormente a sua lubrificação (aconselhável a utilização de parafina no final da lavagem com água em rolamentos e correntes).

Lubrificação A lubrificação deve ser realizada de acordo com os intervalos recomendados pelo fabricante. Também os materiais a utilizar devem ser os recomendados: • Identificar e limpar todos os pontos de lubrificação existentes e verificar o tipo de lubrificante a aplicar em cada ponto. • Remover todos os excessos de lubrificante aplicado, por forma a evitar a acumulação de sujidade.

Notas importantes Todos os procedimentos de manutenção devem ser feitos em segurança, com a máquina parada e utilização dos meios e materiais recomendados para cada ação. É imprescindível a consulta do manual da máquina para verificar quais os intervalos e procedimentos de manutenção. Caso não exista, será útil elaborar uma checklist com as actividades realizadas em cada serviço.

Exemplo de pontos de lubrificação.

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OFICINA Dicas para manutenção de uma enfardadeira

Manutenção geral / Inspeção Vista geral do sistema de transmissão. Exemplo de marcas de fricção.

Pick-up

Sistema de transmissão (CARDANS, CORRENTES, RODAS DENTADAS...) • Verificar que não há desgaste no cardan, por forma a prevenir vibrações; • Verificar a integridade e estado de todas as correntes; • Verificar o estado de todas as rodas dentadas para confirmar que não há deterioração nem desalinhamentos entre elas; • Verificar que todos os rolamentos estão em bom estado por forma a que não haja danos noutros componentes por exemplo devido a fricções.

Vista genérica do interior de uma câmara.

• Verificar e substituir “dentes” quando necessário; • Verificar desalinhamentos e fricções existentes que possam dar origem a ruídos ou sobreaquecimentos; • Verificar todas as protecções de segurança do operador e dos equipamentos; • Se aplicável, regular a altura do Pick-up numa superficie plana por forma a que a distância dos dentes ao chão seja de 2-3cm.

Equipamento de transporte • Verificar o estado e pressão dos pneus (pressão dos pneus desajustada pode originar balanços e vibrações indesejadas).

Sistema hidráulico • Verificar e corrigir eventuais fugas no sistema hidraulico, desde tubos aos cilindros.

Câmara • Verificar folgas e tensões em todos os rolos, correias ou correntes; • Verificar que não há pontos de fricção entre componentes; • Eliminar qualquer lixo que exista entre mecanismos, e que possa afectar o seu movimento.

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Sistema de atamento/rede • Assegurar que todos os mecanismos de corte estão afiados e que não existem componentes desgastados que comprometam o desempenho da aplicação do fio/rede.

Exemplo de facas em mau estado.

Sistema de corte/picador Um sistema de facas de corte que não estejam em perfeitas condições compromete seriamente a prestação da máquina e aumenta o consumo de combustível. Existem sistemas que avisam o operador da necessidade de execução desta operação. Independentemente do número de fardos realizados, é importante verificar o seu estado regularmente.


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SEGURANÇA Trabalhar com uma enfardadeira

+

em segurança Os riscos Trabalhar com enfardadeiras frequentes de fardos cilíndricos Fonte: HSE (Health and Safety Executive)

Máquina em movimento

Medidas de controlo

Muitos acidentes graves e fatais acontecem quando os operadores são puxados para o interior da câmara de compressão. O maior risco provém do contacto com as partes da máquina em movimento:

É extremamente perigoso fazer alguma intervenção numa máquina em funcionamento. A medida mais importante a tomar é seguir o procedimento de paragem em segurança antes de levar a cabo algum tipo de manutenção ou ajustes, inclusivamente quando se trata de lidar com algum bloqueio ou outro problema:

• ser puxado na zona do pick-up para o interior da enfardadeira; • ser puxado para os rolos de compressão ou outras partes da máquina quando se reabastece de fio — o fio pode-se enrolar no pulso ou no braço do operador; • ser apanhado pelas várias partes da transmissão ou de componentes em movimento tais como correias de transmissão, polias, correntes, etc.; • ser atingido pela porta traseira; • ficar preso pelo veio de tomada de força indevidamente protegido.

Outros riscos inerentes à operação de enfardamento incluem: • ser atingido por fardos que são ejetados da máquina; • ser atingido ou atropelado pelo trator e a enfardadeira; • trabalhar em terrenos declivosos.

PICK-UP COM PROTEÇÃO À FRENTE DOS DENTES

• Ligue o travão de mão; • Coloque os comandos na posição neutra; • Desligue o motor; • Retire a chave da ignição. Ocorrem muitos acidentes graves e fatais quando os operadores tentam resolver obstruções na máquina, corrigir o atamento ou reabastecer de fio, ou quando fazem manutenções na máquina com o motor em funcionamento ou a máquina ligada.

CÂMARA DE COMPRESSÃO

Atenção às

Zonas de risco

MECANISMO DE AMARRAÇÃO DO FIO

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ABOLSAMIA maio / junho 2017

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SEGURANÇA Trabalhar com uma enfardadeira

Lidar com bloqueios

Coloque sempre as proteções

• Nunca aceda à zona do pick-up com a mão ou o pé, nem tente resolver um bloqueio na máquina sem proceder à paragem em segurança.

• As proteções servem para evitar o contacto com algum componente perigoso da máquina quando a mesma está em utilização ou movimento. As proteções devem ser colocadas na frente, lados e traseira da máquina para impedir o acesso às correntes, rodas dentadas, rolos e outras peças que possam causar ferimentos.

• Siga um procedimento de trabalho seguro para resolver quaisquer problemas que surjam na máquina. Como mínimo, deverá definir um procedimento seguro para resolver bloqueios que aconteçam na máquina ou com o reabastecimento de fio e rede. • Evite grandes bocados de material nos cordões por forma a que estes sejam homogéneos, para evitar bloqueios.

• A proteção do cilindro do pick-up deve ser colocada na frente das facas. A proteção também deve impedir o acesso aos lados e ao espaço entre a proteção do cilindro do pick-up e o topo da câmara de compressão.

• Ocorrerão bloqueios se existir incompatibilidade entre o pick-up e as larguras dos cordões.

• O veio da tomada de força deve estar totalmente envolvido numa proteção, em todo o seu comprimento, desde a tomada de força do trator até à conexão de entrada de alimentação na enfardadeira.

• Evite embalar feno e palha molhados ou húmidos, ou silagem excessivamente molhada, uma vez que podem dar origem a núcleos de fraca densidade e a bloqueios na máquina.

• Todas as proteções devem estar colocadas e corretamente ajustadas antes de se iniciar o trabalho. A máquina não deve ser utilizada se as proteções não existirem ou estiverem danificadas.

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PORTA TRASEIRA COM SUPORTE

Zonas de risco


PERIGO DE MORTE Nunca faça intervenções com a máquina em funcionamento. PROTEÇÃO SOBRE OS MECANISMOS DE TRANSMISSÃO

Utilização segura

Trabalhar em terrenos inclinados

• Evite enfardar material leve se estiver vento e quando começar a formar um fardo novo. Isto pode levar à formação de fardos com núcleo mal formado e assimétricos.

• Escolha um trator adequado ao tamanho da enfardadeira e às condições de trabalho. Tração insuficiente em encostas com erva podem ocasionar deslizamento das rodas e perda de controlo da máquina.

• Os operadores devem receber instruções e prática adequada.

• Fardos cilíndricos grandes podem rolar se forem ejetados da máquina em terrenos declivosos. Deve ter esta questão em conta e decidir onde pode ejetar os fardos para minimizar o risco de rolarem.

• Frequente os cursos/formação dados pelos fabricantes/concessionários. • Disponibilize o manual de instruções da máquina ao operador. O manual deve ser informativo em relação a desobstrução de bloqueios, reposição de fio e rede, e como lidar com a formação de núcleos pouco densos. • Mantenha as pessoas afastadas da traseira da máquina. • Assegure-se de que os espelhos retrovisores estão bem ajustados.

PROTEÇÃO DO VEIO DA TOMADA DE FORÇA

• Use a rampa da porta traseira, ou os calços de segurança, de todas as vezes que trabalhar debaixo da porta traseira aberta.

• Oriente a enfardadeira corretamente antes de ejetar o fardo da câmara. Pode precisar de inverter posição da máquina para obter uma posição onde o fardo possa ser ejetado de forma a ficar estável na encosta. • Em encostas íngremes pode ser mais seguro transportar o fardo no interior da enfardadeira até uma zona plana no campo antes de o ejetar. Isto também facilitará a recolha. • Nunca tente parar um fardo que vai a rolar, mesmo com um trator. Um fardo cilíndrico pode pesar até 500 kg e ganha velocidade quando se desloca. Pode matar uma pessoa se embater nela. • Siga as instruções do manual de operador da sua máquina no que se refere à segurança de operação em zonas declivosas.

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PRODUTO Lely RPC 445 Tornado

Fardos à medida Por Sebastião Marques

A procura por máquinas enfardadeiras de câmara variável começa, a pouco e pouco, a crescer. Equipamentos mais avançados tecnologicamente do que os de câmara fixa, permitem um maior número de afinações mas também exigem uma maior preparação do operador. Foi com o intuito de perceber o que leva um cliente a procurar uma máquina com estas características que falámos com Luís Barbeiro, criador de cavalos lusitanos na Coudelaria Flôr de Lis e dono de uma Lely RPC 445 Tornado.

Um pedido pouco habitual Corria o ano de 2012 quando José Manuel, especialista da Moviter em produtos forrageiros, foi confrontado com um pedido, até aí, pouco habitual. “O Luís foi a primeira pessoa que nos pediu uma máquina com tantas exigências a nível de afinações e

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tratamento da erva. Queria uma máquina de rolos que conseguisse fazer fardos bastante pesados e de diâmetros variáveis. A questão mais importante era a qualidade do feno e a rentabilidade que pretendia ganhar no transporte. As outras máquinas com que trabalhava encareciam muito o transporte, pois faziam fardos com grande volume e pouco peso.”

Clientes diferentes, fardos diferentes Luís faz entre 30 a 40.000 fardos por ano, a maioria deles para fora (apenas 2000 fardos ficam “em casa”). Todos os clientes são diferentes, logo à cabeça no número de cavalos que têm, e, como tal, o transporte, o tamanho e a densidade do fardo ganham

ainda mais relevância para as contas finais. “A nossa exploração tem três vertentes: criação de cavalos lusitanos, prestação de serviços (recebemos cavalos de clientes para os pormos em pastagem) e produção de feno para os nossos cavalos mas também para vender para fora.“ Foi a vertente da venda de fardos


CONTROLOS Os controlos do trator servem apenas para operar o pick- up, levantar e baixar hidráulicos e, por exemplo em zonas de declive, controlar manualmente a porta traseira (também pode ser feito de forma automática). Todos os outros sistemas são controlados a partir do ecrã táctil da Lely. A RPC 445 Tornado vem equipada de série com o ecrã Pro-Link Baler. Este mantém o operador informado sobre as principais funcionalidades da máquina e o estado de cada uma, permitindo ajustar parâmetros como densidade do fardo, camadas de plástico e seleção de grupo de facas, entre outras.

Especificações Técnicas RPC 445 Tornado

que levou à escolha da RPC 445 Tornado. “O Luís tem clientes que só têm um cavalo. Se abrissem um fardo com 1,25 m de 600 ou 700 quilos, rapidamente o feno se deterioraria. Com esta enfardadeira, foi possível fazer fardos mais pequenos, de 1 m, para este tipo de cliente, algo que seria impossível com uma de câmara fixa”, explicou José Manuel.

Mais opções exigem mais do operador Outra das grandes vantagens da Lely RPC 445 Tornado é que permite enfardar e embalar numa só passagem: um trator, uma máquina, duas operações ao mesmo tempo. Juntando a

este factor o facto de ter câmara variável, quisemos perceber a dificuldade de operar com este equipamento. “Para quem nunca tenha tido contacto, exige um tempo maior de adaptação”, respondeu Luís. José Manuel, especialista na marca, aprofunda o tema: “Quando passamos de um campo para outro, em que a qualidade e o tipo da erva não são os mesmos, é necessário alterar o set da máquina e é aqui que, por falta de conhecimento do operador, por vezes as coisas falham. Ela pode ser ajustada electronicamente para trabalhar melhor em verde ou em seco, mas exige mais do operador do que uma enfardadeira dita “normal”.

Diâmetro da câmara (m)

0.90-1.60

Largura da câmara (m)

1.23

Volume da câmara (m3)

2.50

Largura do pick-up (m)

2.25

Largura do ancinho do pick-up (m)

1.86

Sistema de corte (facas)

13-25

Peso (kg)

6100

Velocidade TDF (rpm)

540

Potência mínima requerida (kW/cv)

97/130

A importância de um bom juntador Outra questão muito importante é a preparação dos cordões. Perguntámos então se as cabeceiras, onde o voltador acaba por fazer cordões mais “irregulares”, podem influenciar a formação de um fardo uniforme quando utilizamos uma máquina de câmara variável. José Manuel respondeu “essa questão existe, não vamos mentir. Agora, mais uma vez, estará muito dependente do operador. As situações são completamente diferentes consoante o rolo é iniciado ou terminado na cabeceira. O trabalho de preparação que é conveniente fazer, em máquinas de alta performance como esta, ganha ainda mais importância”.

Foi também por isto que Luís adquiriu um juntador Lely 745 Vario, que lhe permite formar cordões mais homogéneos consoante o material que está no chão. “É um juntador que, para uma enfardadeira de câmara variável, tem a vantagem de, a partir da cabine, poder passar de 6,85m para 7,45m. Isto permite ao operador, que conhece o campo, que o cortou, alternar entre larguras maiores para onde exista menos erva e larguras menores para onde exista mais, conseguindo assim cordões mais homogéneos. Este é um factor extremamente importante. Veja que, com as condições ideais, já conseguimos fazer um fardo por minuto mas tudo está dependente do cordão e do tipo de terreno”, explicou. ABOLSAMIA maio / junho 2017

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PRODUTO Lely RPC 445 Tornado

Pick-up sem partes móveis Um outro ponto a favor da Lely RPC 445 Tornado é o seu pick-up, o Hybrid 2, colocado mais perto do rotor. Um sistema camless, sem partes móveis, com 2,25 metros de “fora a fora” (o DIN é de 1,86m), e uma barra fixa de cinco dentes com 5.6mm de espessura espaçados a 64 mm. A ausência de partes móveis permite reduzir a necessidade de manutenções e reparações, assegurando na mesma uma boa recolha da colheita. Os pick-ups utilizados pela Lely na RPC 445 Tornado são basicamente os mesmos que utiliza nos seus reboques forrageiros.

Facas “Duracell” A qualidade do feno, sem qualquer tipo de bolores e desperdícios, e a densidade do fardo, estão também dependentes de um bom sistema de corte. Luís fez questão de equipar a sua enfardadeira com o Xtracut25, o topo de gama da marca. “O sistema de facas que aqui temos equipado é o de 25 facas. Podemos escolher, a partir da cabine (para máquinas com E-link), trabalhar sem facas, com 12 ou 13, e ainda com 25 (que trabalhámos apenas uma vez, na lezíria e só para experimentar). Neste caso, sente-se a necessidade de

potência do trator”, referiu Luis. Com todas as 25 facas em trabalho, o comprimento de corte é de 45 mm, passando para 90 mm com 12 facas ativadas. O Xtracut tem um sistema de proteção hidráulica das facas, através de um amortecedor a gás e a óleo que está sempre carregado (a 40 bar de pressão). De acordo com o fabricante, esta tecnologia permite aumentar a longevidade das facas. Luís confirma: “Até hoje (desde 2012, com 4 campanhas feitas) partimos zero facas. Neste momento já estão gastas e a precisarem de ser trocadas mas nunca nenhuma se partiu.”, concluiu. Ainda assim, convém referir que a manutenção e mudança de facas é um processo bastante fácil e simples.

A vantagem de ser (hydro)flexível Usualmente, Luís enfarda imediatamente depois de cortar, logo, com uma colheita bastante pesada e de difícil maneio para a enfardadeira. Nestas condições, bloqueios e empapamentos podem surgir com maior frequência. Para fazer face a situações como esta, bem como a terrenos pedregosos, que Luis também enfrenta, a Lely criou um sistema chamado Hydroflexcontrol. A designação Hydroflexcontrol descreve duas funções: um fundo “flex”, de flexível, feito em borracha e colocado sob o rotor, consegue dobrar assegurando que uma pedra ou um bocado de material menos solto consiga passar; e a parte “hydro”, de hidráulico, que permite que a parte de trás da mesa de alimentação baixe hidraulicamente a partir da cabine do trator para limpar

A Lely disponibiliza três larguras de pick ups. O standard de 2,25m (DIN 1,86m), um de 2m (DIN 1,60m) e um de 2,40m (DIN 2,11m), o mais largo do mercado em enfardadeiras de rolos.

qualquer bloqueio, resolvendo-o facilmente quando, ainda assim, possa ocorrer. Quando a mesa de alimentação baixa, também as facas baixam assegurando que não exista nenhum desperdício de colheita até que o operador volte a colocar a máquina em operação. José Manuel explica ainda outra das vantagens deste sistema. “Habitualmente, surgindo um bloqueio maior, o rotor dispara e é necessário parar a tomada de força e ir depois, pouco a pouco, “alargando” a TDF para arrancar e desbloqueá-la, algo que é extremamente nocivo para o trator. Neste sistema, o bloqueio faz com que uma primeira fase da garganta ceda alguns centímetros por efeito de um sistema de amortecimento, permitindo que passe o bloqueio. Passando este, a parte da frente da garganta volta a fechar. Visto que apenas a parte da frente foi aberta,

a máquina continuou a cortar. É uma patente Lely que não pode ser copiada”.

Tranca mecânica e densidade dos rolos A Lely opta por um mecanismo de tranca mecânica na porta traseira ao invés de hidráulica. Defende o fabricante que tal assegura que os fardos sejam sempre iguais, o que não seria possível num sistema hidráulico devido a descalibrações, fugas, etc. Este é um dos mecanismos que fazem parte do sistema de controlo da densidade do fardo; outro é a activação de um sistema hidráulico depois do “núcleo” do fardo estar formado. Este sistema hidráulico vai aumentando a pressão sobre as camadas exteriores até a densidade prédefinida ser alcançada.

Sistemas de corte- A Lely disponibiliza dois sistemas de corte: o Mastercut para máquinas de 13 facas, e o Xtracut para máquinas de 17 e 25. Nas máquinas com E-link o número de facas é selecionado a partir da cabine.

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FUNCIONAMENTO DO HYDROFLEXCONTROL

Embalamento Fundo Flex

Bloqueio

O fundo da mesa de alimentação abre completamente e as facas são retraídas.

A transferência do fardo da enfardadeira para o embalador é feita de forma suave. Ainda assim, em operações em zonas declivosas, convém não esquecer de que a enfardadeira tem “apenas” 2,8 metros de largura e, apesar de assentar em pneus bastante largos, continua a pesar perto de 6 toneladas, por isso, é necessário algum cuidado. O diâmetro do fardo é medido durante o atamento e passado ao sistema de embalamento, que ajusta imediatamente a altura correta do anel de embalamento. Depois disso, a centralina calcula o numero de rotações necessárias para envolver o fardo no plástico. O embalador pode ser desligado quando assim for desejável. Finalmente, para ajudar nesta operação, o Pro-link baler control vem equipado com duas câmaras na parte de trás da máquina que mostram a transferência e o embalamento do fardo.

APRECIAÇÃO “Passadas quatro campanhas, estamos convictos de que tomámos a melhor opção. A Lely RPC 445 Tornado realiza duas operações (enfardar e embalar) numa só passagem: um trator, uma máquina. Deixa-nos menos expostos ao clima: aqueles fardos que já estão feitos, estando embalados, já não se vão estragar. A qualidade do feno também é melhor, perdem-se menos vitaminas, entra menos ar (porque é logo enfardado), e está menos sujeito a ganhar fungos. Ao nível das manutenções e assistência, apenas uma ou outra afinação numa corrente, ou numa roda mas nada de especial. Tivemos uma situação dum tensor que foi rapidamente resolvida pela própria marca e sem qualquer tipo de custos para nós”. Luís Barbeiro

Lubrificação e Transmissão A RPC 445 Tornado equipa de série com um sistema de lubrificação automática, que assegura a lubrificação de todos os rolamentos da máquina à excepção dos dois rolamentos do pick-up. A lubrificação das correntes é feita a óleo, sendo a quantidade ajustável,

em contínuo (ao contrário de outras marcas que optam por lubrificar quando a porta abre e fecha). Esta enfardadeira equipa com uma transmissão Powersplit que divide igualmente a potência requerida pelo rotor e a câmara, permitindo que todos os veios rodem imediatamente na direção correta.

A transmissão é engatada e o bloqueio passa para a câmara

O fundo da mesa de alimentação é fechado e prossegue-se o enfardamento.

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SEGURANÇA Ações de formação

Salvamento em acidentes com tratores agrícolas

“O treino é a ferramenta que separa o improviso da competência técnica” Renato Marques, Formador

Rescue Days Portugal – Póvoa de Lanhoso

N

o dia 8 e 9 de Abril, a Póvoa de Lanhoso foi palco do Rescue Days, o primeiro evento de salvamento e desencarceramento deste tipo a ser realizado em Portugal. Foram criadas oportunidades de treino, recorrendo a cenários de sinistros com vários tipos de veículos, incluindo tratores agrícolas. Cerca de 150 bombeiros de várias regiões do país, e do estrangeiro, estiveram no Minho para participar numa iniciativa que foi realizada por intermédio das empresas Weber Rescue Hydraulik e Interfire. “Os Bombeiros Voluntários da Póvoa de Lanhoso e a Câmara Municipal, tiveram o privilégio de colaborar na organização deste 1º Rescue Days, que visou promover a atualização de conhecimentos e treino no âmbito do salvamento e desencarceramento”, afirmou Célia Morais, membro da corporação de B.V. da Póvoa de Lanhoso.

Elevação e criação de espaço nas ações de salvamento

No que aos tratores agrícolas diz respeito, “os riscos associados à sua condução encontram grande expressão na elevada percentagem de condutores mortos e feridos graves, na sequência de despistes com capotamento”, sublinhou Renato Marques, da Heavy Rescue Portugal, que participou no evento como formador. À revista abolsamia este profissional alertou para o facto de a formação atual dos bombeiros portugueses contemplar “um conjunto de técnicas normalizadas de criação de espaço, orientadas na sua generalidade para os veículos automóveis ligeiros e pesados”, o que nem sempre se pode aplicar de igual modo nos sinistros com tratores. “A criação de espaço com recurso a técnicas de elevação é uma lacuna existente na formação atualmente ministrada. Importa colmatar esta lacuna procurando fazer evoluir os processos de salvamento existentes com claros benefícios para as vítimas”, advertiu.

Nos acidentes em que a vítima se encontra viva, mas encarcerada debaixo do trator, o desafio que se põe às equipas de salvamento é, avançou Renato Marques, “criar espaço, em segurança, no menor período de tempo possível”. Adiantou ainda que “os acidentes envolvendo tratores agrícolas não foram até recentemente objeto de formação dedicada”. Por isso, desde 2014, tem vindo a promover ações de formação e treino muito focadas nestas técnicas, em cooperação com diversas corporações de bombeiros um pouco por todo o país. “Esta formação centra-se no trabalho prático, na realidade dos cenários criados e num conjunto de ferramentas diversificado, para que os participantes constatem, por eles próprios, as vantagens e desvantagens da utilização de diferentes tipos de equipamentos, e assim melhor compreenderem a utilização das diferentes ferramentas e a evolução das diferentes técnicas” concluiu.

Pela nossa parte, congratulamo-nos muito com a realização deste género de ações direcionadas em concreto aos acidentes com tratores estarem a ser promovidas. E damos voz a este apelo: para que as equipas de bombeiros possam treinar no âmbito destas ações, é essencial que que lhes sejam disponibilizados tratores agrícolas em fim de vida. Se porventura tiver algum trator já inutilizado que possa disponibilizar, é uma grande ajuda que dá aos bombeiros e a todas as pessoas que futuramente irão beneficiar da sua ação de salvamento.

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Stihl no Top of Mind EMPRESAS

Stihl no Top of Mind 14º Encontro Nacional de Distribuidores Oficiais Stihl e Viking A Stihl continua a ser a primeira marca que vem à cabeça dos consumidores quando o produto são motosserras. Em notoriedade espontânea, a marca alemã continua bem destacada das suas concorrentes, como foi referido no 14º Encontro Nacional de Distribuidores Oficiais da Stihl e Viking que decorreu em março passado durante a Expojardim, na Batalha. Antes de apresentarem as novidades de produto, os responsáveis pela Andreas Stihl Portugal destacaram os bons resultados que a empresa obteve, uma vez mais, no ano passado. Concretamente em Portugal, a faturação obteve mais um recorde, ultrapassando os 17 milhões de euros.

Novas apostas

Ao longo deste ano, são vários os produtos novos a serem introduzidos no mercado, a gasolina, elétricos e a bateria. Nova é também a parceria que a Stihl fez com a Felco para a comercialização de tesouras e tesourões manuais, num total de 12 modelos.

Mas a aposta, cada mais forte, é nos produtos a bateria, com que o grupo espera duplicar as vendas este ano. Para a Stihl, no futuro a preferência dos utilizadores no mundo vai concentrar-se maioritariamente nos equipamentos a bateria. Para isso a marca oferece 3 gamas Lithium-Ion para clientes com diferentes tipos de exigências.

Recém chegados ou a chegar

Os novos produtos Stihl e Viking a introduzir este ano no mercado incluem a Motosserra elétrica Stihl MSE 141 C; Podadoras Stihl a gasolina e a bateria; Roupa de trabalho Stihl; Tesouras e tesourões; Foices a motor a

Demostração de novos equipamentos.

Stand da Stihl na Expojardim, na Batalha.

bateria Stihl; Baterias; Cortador de relva a bateria; Sopradores, aparadores e podadoras a bateria; Corta-Relva montado a gasolinaViking Rider MR 4082.2.

A nova motosserra elétrica Stihl MSE 141 C Indicada para utilizadores hobby/ocasionais, esta nova motosserra elétrica da Stihl possui guia de corrente Rollomatic E Mini, canal 1,1 mm, corrente de corte 3/8 PMM3, travão de corrente QuickStop Super (Q), abertura do tanque do óleo colocada no topo, janela de visualização para controlo do nível do óleo.

Dados Técnicos

Grupo presente no 14º Encontro Nacional de Distribuidores Oficiais Stihl e Viking.

Modelo

MSE 141 C-Q

Potência (kW)

1.4

Peso (Kg)

4.1

Potência Sonora [dB(A)]

101

Vibração [m/s²]

3.3 / 4.2

Tensor lateral de corrente

sim

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APPS NA AGRICULTURA por Pedro Carvalho, Engenheiro Eletrotécnico, Mestre em Engenharia Mecatrónica

Esqueça a folha de Excel Gesmáquina facilita a gestão do seu parque de máquinas Na gestão de um parque de máquinas é importante manter registos atualizados de todos os serviços realizados, de modo a que a manutenção de cada máquina seja programada e efetuada atempadamente. Ficheiros Excel, blocos de notas, ou até simples apontamentos deixados em cada máquina são métodos bastante utilizados para o registo de dados importantes, contudo pouco práticos. Neste número apresentamos uma aplicação que permite registar informação importante relacionada com

cada máquina, de forma fácil e organizada. A GesMáquina é uma aplicação gratuita que promete ser uma grande ajuda para quem faz essa gestão de um parque de máquinas, equipamentos ou veículos. Desde a listagem de máquinas por grupos ou tipos, passando pela listagem de serviços realizados, até a notas importantes, é possível construir e gerir uma base de dados bastante completa e acessível em qualquer lado a partir de qualquer Smartphone ou Tablet, com o sistema operativo Android (mínimo ver. 4.0.3).

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PRINCIPAIS FUNCIONALIDADES DESTA APLICAÇÃO • • • • •

Criar grupos de máquinas (sem limitações em termos de número); Adicionar máquinas em cada grupo, com os respetivos detalhes; Criar uma base de dados detalhada de serviços e notas para cada máquina; Exportar listagens e enviar por email; Exportar/Importar a base de dados para segurança da informação.

Se, inicialmente possa parecer algo trabalhosa a construção da base

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dados para um parque de máquinas com alguma dimensão, à medida que vamos utilizando a aplicação vamos percebendo que se trata de uma ferramenta que vale a pena manter atualizada.

A aplicação está disponível de forma gratuita na Play Store (https://play. google.com/store), bastando pesquisar por GesMáquina. Uma conta Google é suficiente para a sua instalação, não sendo necessário qualquer registo adicional, pois o backup da base de dados é feito através do servidor Google Drive (gratuito).

1 AMBIENTE INICIAL DA APLICAÇÃO Não é necessária qualquer configuração inicial. A língua é o Português (PT) e todos os menus são bastante intuitivos.

2 MENU DE IMPORTAÇÃO/ EXPORTAÇÃO DA BASE DE DADOS No menu Definições, acessível a partir do ecrã inicial, é possível fazer a importação de uma base de dados já existente (apenas se a mesma já tiver sido criada anteriormente pela aplicação). É também possível fazer uma cópia de segurança dos dados, sendo aconselhável realizar esta operação regularmente para que não haja perda de informação.

3 LISTAGEM DE GRUPOS EXISTENTES É possível a adição de grupos de máquinas com base no seu tipo, sendo por isso bastante fácil encontrar uma determinada máquina, não sendo, no entanto, possível pesquisar uma máquina por marca ou modelo. No canto superior direito existem, em alguns menus, opções adicionais (ícones). A edição/ remoção de itens é feita através de um long press no item a editar/remover.


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DETALHE DA ADIÇÃO DE UMA NOVA MÁQUINA Dentro de cada grupo podemos adicionar as respectivas máquinas, preenchendo os detalhes que se entendam necessários, não sendo obrigatório o preenchimento de todos os campos.

LISTAGEM DE MÁQUINAS DENTRO DE UM GRUPO A listagem das máquinas dentro de um grupo é feita por ordem de adição, com Marca, modelo e foto. Uma opção bastante útil e interessante é a possibilidade de associar notas/fotos a uma determinada máquina. Apontamentos importantes podem ser assim guardados e acedidos facilmente.

OPÇÕES DISPONÍVEIS EM CADA MÁQUINA A partir deste ponto, as funcionalidades desta aplicação passam pela adição de serviços realizados em cada máquina, com a listagem através da data e descrição genérica e, dentro de cada serviço, os seus detalhes e peças utilizadas. Estas funcionalidades são bastante úteis no que à preparação de um serviço diz respeito, pois é possível obter um histórico de referências e marcas de peças utilizadas para proceder a novas compras.

LISTAGEM DE SERVIÇOS DE UMA MÁQUINA

EXEMPLO DE DETALHE DE UM SERVIÇO

Apesar de não ser uma ferramenta profissional, e de alguns pontos que poderiam ser melhorados como alguns aspectos visuais, importação/exportação automática da base de dados, ou a necessidade de adaptações por exemplo, para a sua utilização não só para máquinas agrícolas, a impressão que deixa é bastante positiva.

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floresta ELMIA WOOD 2017 Por João Sobral

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É já no início de junho, de 7 a 10, que se realiza na Suécia a feira florestal Elmia Wood 2017. Uma das atrações mais apreciadas pelos visitantes são as provas de perícia com forwarder, que determinarão quem vai arrecadar o título de campeão da modalidade.

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á diversas atrações que dão forma a esta importante feira florestal, como as conferências temáticas, as novidades expostas nos muitos stands, ou as demonstrações dinâmicas de maquinaria, em operação de abate e rechega. Também o Campeonato do Mundo de Forwarders despertará a atenção dos visitantes. Será disputado por competidores de oito países, que irão demonstrar a sua habilidade de manuseamento destas máquinas.

Cada prova será disputada em simultâneo por dois concorrentes, lado a lado. Primeiro terão de carregar toros de madeira no menor tempo possível, mas alguns deles terão obstáculos pelo caminho. Uma outra prova consiste em construir uma torre com vários cepos de madeira. Ganha quem fizer a torre mais segura e em menos tempo. A generalidade das provas pretende testar a rapidez de cada operador, a sua precisão de manuseamento, e o seu modo de trabalhar em segurança. Para além do reconhecimento, o

vencedor irá arrecadar um prémio de 15.000 Euros. “As provas são uma boa maneira de despertar o interesse das pessoas pela profissão de operador de forwarders”, disse Karl-Magnus Hembjer, da Associação Sueca de Alugadores Florestais, que é a entidade responsável pela organização deste campeonato. “Queremos mostrar que a floresta é um lugar de trabalho com interesse. Entre os visitantes da Elmia Wood estarão alguns dos operadores de forwarders do futuro”, e a ideia é cativá-los a seguirem a atividade.

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Medição de madeira em pilha Timbeter

Um corta-mato de características únicas Fransgård Numa observação rápida, esta alfaia desenvolvida pela Fransgård Maskinfabrik parece uma gadanheira, mas na verdade é um corta-mato, de modelo FKR-1501.

vertical, afastado do solo.

De fabrico dinamarquês, pode trabalhar até cerca de 4,55 metros deslocado para a direita relativamente ao centro do trator, o que desde logo o diferencia de outros equipamentos destinados ao mesmo fim.

É acionado pela TDF, sendo a transmissão feita através de uma forte correia de três vias. Opcionalmente, pode ser equipado com uma função adicional para abertura e fecho de comporta dianteira, para melhor adaptação a maiores ou menores fluxos de vegetação. Pesa 910 kg, abarca uma área de 1,50 m, e requer um trator de pelo menos 5 toneladas.

Outra particularidade é que pode bascular até 90° para fora e até 35° para dentro, possibilitando a limpeza de ambos os lados de uma vala, ou o alcance de zonas muito desniveladas. Pode inclusive trabalhar em posição

A marca também comercializa modelos de formato convencional, igualmente acionados pela TDF e para trabalho centrado com o trator, e modelos acionados por motor hidráulico, para ligação a lanças telescópicas.

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Com esta aplicação instalada num smartphone ou num tablet, basta tirar uma fotografia à madeira em pilha, esteja ela no chão ou em cima de um veículo, para obter o volume exato em metros cúbicos.Mesmo em pilhas com forma irregular, este software determina a quantidade de toros, bem como o diâmetro e volume de cada um, calculando depois o volume total. Ao utilizador é dada a possibilidade de filtrar os dados

por diâmetro, para determinar a quantidade de toros dentro de cada intervalo, por exemplo entre 15 e 25 cm. Em locais onde não seja possível obter uma ligação à Internet, pode-se recolher os dados na mesma e a app fará o cálculo logo que uma ligação à rede seja estabelecida. Os dados ficam armazenados no serviço Cloud e podem ser partilhados com outras pessoas envolvidas no negócio e na logística de transporte.


Máquinas para povoamentos jovens Usewood A firma finlandesa Usewood Forest Tec desenvolve e comercializa máquinas para manutenção de povoamentos florestais em fase de arranque. De dimensões compactas e peso contido, são uma alternativa à maquinaria convencional, sobretudo para levar a cabo algumas operações entre filas enquanto as árvores ainda são pequenas e sensíveis.

Recolha de madeira

Para as ações de poda de encaminhamento ou desbaste nos povoamentos jovens, em que se procede à retirada da madeira e rama de dentro do povoamento, ou mesmo para trabalhos de corte seletivo, a Usewood propõe o forwarder compacto Log Master. Assenta numa estrutura de oito rodas, e pesa apenas 2300 kg, o que minimiza os estragos provocados nas raízes, e o tornam fácil de transportar. Combina uma articulação a meio do chassis com um sistema de direção na secção traseira, por debaixo do compartimento de carga. Esta especificação de dupla direção permite que as rodas de trás sigam a mesma trajetória das rodas da frente, concedendo-lhe agilidade. A cabine é rotativa

(e não apenas o posto de condução), o hidráulico, com bomba de 100 L/min, é fornecido pela Rexroth, e o motor, com 26 cv de potência, é fornecido pela Kubota. Já a transmissão é hidrostática e permite velocidades até 14 km/h. Tem capacidade para 3 m³ de carga, e um comprimento total de 5,3 m. A capacidade de elevação da grua é de 350 kg.

Limpeza de matos

Uma operação determinante para que os povoamentos jovens tenham sucesso é a seleção de árvores e o controlo da vegetação espontânea. Para este tipo de trabalho, a Usewood propõe o acessório de corte que pode ser aplicado na lança do forwarder Log Master, ou na lança de um outro modelo de máquina que também comercializa, o Forest Master. Este assenta sobre a mesma base de oito rodas do forwarder, mas tem apenas 3,8 m de comprimento, pois na 2ª secção, em vez de ter um compartimento de carga, tem a base de apoio de uma lança à qual podem ser acoplados acessórios como cabeças de corte ou cabeças de limpeza. Estas últimas (modelos UW40 e UW50) seguem o mesmo princípio de funcionamento das moto-roçadoras mas a uma diferente escala. A lâmina é em formato de disco, com 80 cm de diâmetro e diferentes possibilidades de recorte, podendo cortar em todas as direções. Estas cabeças equipam com “dedos” de plástico que servem para proteger o disco do embate em pedras e são adequadas para vegetação até 30 mm de diâmetro. ABOLSAMIA maio / junho 2017

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FLORESTA 26.000 horas juntos... Texto João Sobral Fotos Rui Almeida

Um trabalho imprevisível

26.000 horas em trabalho de rechega de madeira As tarefas florestais são das mais exigentes para um trator. No caso deste Valtra, que ao fim de 10 anos de trabalho neste setor já fez um número de horas muito respeitável, há uma pergunta que sobressai: a que se deve ter chegado tão longe? também a ver com a maneira de trabalhar: “O kit do assento também conta muito”, diz com algum orgulho. “Nesta arte, o pessoal começa a despachar mais cedo”, disse, apresentando o exemplo do trator com que andava antes, um Valtra 6400, vendido às 13.000 horas. No painel digital, a contagem já vai para lá das 26.000 horas. É um feito de assinalar, sobretudo se tivermos em conta que os dias são passados a trabalhar em cima de lenha e topos, com carga, e em zonas montanhosas.

O trator já é um elemento da família

Ao fim destas 26.000 horas que passaram juntos, Rui Almeida diz que é como se o trator já fizesse parte da família. Qualquer mínimo barulho, qualquer mínima coisa estranha que surja, de tão habituado que está à máquina, apercebe-se logo. E o facto de procurar resolver as pequenas anomalias antes que ganhem outras proporções, é apontado como um dos motivos para o trator ter chegado tão longe. Por outro lado, terá

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Intervencionado às 22.000 horas

O atual, por ter ficado na casa muito para lá desses números, já fez paragens para trocar peças de desgaste, porque a mecânica também tem os seus limites. A maior intervenção foi às 22.000 horas quando procederam à substituição da embraiagem, do turbo, e de algum material de desgaste da caixa de velocidades. De resto, não têm surgido problemas de maior. “Temos outros tratores a que damos assistência, que já atingiram este número de horas. Mas não estão em tão boas condições como este está”, referiu Sérgio Cruz, responsável pela casa que presta assistência à frota da FTS Biomadeiras, e que nos adiantou ainda que até agora o trator não precisou de ser mexido de motor.

Rui Almeida, o único responsável pela extensa coleção de horas, conta-nos que estima o trator como se fosse seu. “Não é meu mas eu faço como seja meu porque tenho gosto pelo que faço”. Ainda assim, não é uma vida propriamente fácil: “Andamos nove horas aqui dentro, quando não chegam a ser onze horas”, e “é um trabalho imprevisível”, porque, como diz, anda muito tempo sozinho e quando surgem dificuldades tem de arranjar maneira de se desenrascar. Em contrapartida, dispõe de meios. “A empresa dá-nos as condições todas. O resto vai no brio do maquinista”, refere. Na pick-up em que se desloca, há um pouco de tudo. “Se me avariar qualquer coisa, só tenho de chegar à carrinha. Tenho ferramentas, parafusos, casquilhos, óleo, e tento manter isto direito para chegar ao fim do dia e mostrar trabalho feito”.

Só trabalho de rechega

Embora tenho matrícula de 2006, o trator só entrou ao serviço da firma no início de 2007, o que significa que está agora a completar 10 anos de trabalho contínuo. Não fez outra coisa que não fosse trabalhar de reboque e grua. Ou quase. “Só algumas asneiras de vez em quando”, aponta Rui. Perguntámos que tipo de asneiras. “Puxar carros com reboque de zorra, coisitas assim que a gente por aqui faz”, revela, que é como quem diz que quando as coisas do lado dos camiões não correm bem, é o trator que tem de puxar do peito. É sobretudo em áreas de eucalipto que trabalha, embora também faça algum pinho. “Um dia a correr bem, faço umas dez ou onze cargas, se for em sítio bom e com rechega para perto”, mas parte do tempo também é passado a tirar rama.

Um Valtra N154 a caminho Muito em breve o trator vai ser

substituído por outro Valtra, um N154 que já está a ser preparado por Sérgio Cruz. Foi Rui Almeida que escolheu as especificações do novo trator. No reboque optou por dois faróis que apontam para o chão, que iluminam junto às rodas, para facilitar as manobras quando tem de entrar pela noite dentro. Mas a principal encomenda foi a suspensão na cabine: “Acabamos por chega à noite menos cansados”. Além disso, vai levar película nos vidros e uma proteção em rede do lado direito da cabine. Quanto ao trabalho de preparação feito pela Auto Henrique, comenta: “É muito recorte, é muita solda, mas fica bem feito e bonito”, conclui. Ainda relativamente ao concessionário, elogia o facto de conseguirem solucionar muitas coisas por telefone, o que evita a deslocação de um mecânico.

O HOMEM Chama-se Rui Almeida, tem 33 anos, e está na profissão de que gosta. Passa a maior arte do tempo aos comandos deste trator e desta grua. Em outubro, completa 17 anos ao serviço da empresa.

A MÁQUINA É um trator Valtra 6850 de 2006, equipado com motor de 4 cilindros, de 120 cv. Marca mais de 26.000 horas feitas em 10 anos, sempre em trabalho de rechega de madeira.

A EMPRESA A FTS Biomadeiras Lda, com sede em Arouca, tem produção florestal própria e faz prestação de serviços em empreitadas de corte e rechega de madeira. Tem outros dois conjuntos Valtra+reboque e três giratórias com cabeça processadora de corte.

O CONCESSIONÁRIO O trator foi vendido pela Auto Henrique Braz & Filhos Lda, o concessionário da Valtra em Arouca, e tem sido assistido por esta casa.



Proibição de plantação de novas áreas de eucalipto A CELPA (Associação da Indústria Papeleira), emitiu uma posição pública onde se pronuncia sobre a alteração da legislação, que aponta para o impedimento de plantar eucalipto em áreas que até agora não estejam ocupadas com esta espécie.

Máquinas compactas em tarefas florestais Bobcat A Bobcat é muito conhecida pelas suas máquinas de utilização em ambiente de obra, mas também propõe diversos acessórios destinados à floresta. As mini-escavadoras podem realizar algumas tarefas, nomeadamente limpeza com destroçador, ou carregamento de pequenos toros de madeira com pinça. Mas as máquinas Bobcat com mais aptidão para este setor são as mini carregadoras de rastos, cujo

modelo mais potente possui motor de 100 cv. Estas podem operar por exemplo com os recém-lançados cortamato RC150HT e FRC200HT, para larguras de trabalho de, respetivamente, 1,5 e 2 metros. Ou ainda com destroçadores de largura semelhante.

possibilidade de selecionar melhor o que é para deixar e o que é para cortar, com a vantagem adicional de a área de trabalho estar no campo de visão do condutor. Além de que se trata de uma máquina ágil, em que as lagartas permitem uma boa progressão em zonas difíceis.

Por ser um equipamento mais compacto do que as máquinas habitualmente usadas em trabalhos de limpeza de matos, dá ao operador a

Para as mini-carregadoras, a Bobcat propõe ainda destroçadores de topos, pinças para recolher raízes, moinhos para estilha, entre outros.

Combater incêndios à distância Segundo uma notícia avançada pelo Novo Jornal, de Angola, a Universidade de Coimbra tem em mãos o desenvolvimento de um dispositivo acionado remotamente, que tem por fim o combate a incêndios florestais. A ideia partiu do inventor angolano Guilherme Mogas, que já registou a patente em Portugal, junto do INPI, e que entregou a concretização do dispositivo àquela Universidade. Em traços gerais, trata-se de um depósito a que é acoplado um sistema de bombeamento, capaz de fazer a dispersão de água ou líquido. Detalhes mais concretos ainda não são conhecidos, mas estamos em crer que se destinará a proteger a zona envolvente ao local onde está instalado, num certo raio de ação.

A reforma do setor florestal, iniciada após os incêndios de 2016, “parte do princípio de que, proibindo a plantação de eucalipto, se resolvem os problemas dos fogos, se inverte a perda de área e de produtividade que se verifica na floresta portuguesa nas últimas décadas e se resolve o problema das demais espécies”, começa por referir o comunicado. Contudo, no entender desta associação, a “ideia é errada e preconceituosa” e carece de fundamentação técnico-científica válida. “Como é sabido, o eucalipto tem sido a espécie que permite aos produtores florestais libertar fundos mais rapidamente, financiando o investimento nas demais espécies e garantindo o seu equilíbrio económico”. Relativamente à questão dos incêndios, refere o comunicado que 49% da área ardida nos últimos 15 anos corresponde a matos ou incultos e 13% a eucalipto, e que “a proibição de plantação de novas áreas de eucalipto reduz as áreas com gestão, promove o abandono e o crescimento de áreas de matos e incultos” o que terá como consequência um aumento do risco de incêndio. Esta medida não prejudicará apenas os produtores florestais mas também os prestadores de serviços que atuam neste setor, condicionando as oportunidades de trabalho em zonas do país onde “as alternativas de emprego são muito limitadas”. O comunicado pode ser lido na íntegra em www.celpa.pt

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FLORESTA

Segurança na proximidade de máquinas Comnovo

Apicultura em foco A FAZBEERURAL, Lda. é uma empresa 100% portuguesa, dedicada à Apicultura. Empenhada em contribuir para o crescimento e desenvolvimento do sector apícola, foi uma das 10 finalistas do concurso Ideias de Origem Português, da Fundação Calouste Gulbenkian de 2015. A sua marca, BeeRural, foi criada em 2013 e a empresa fundada em 2015, tendo como proposta de valor garantir a qualidade dos produtos apícolas, aliada ao rigor do controlo de produção. A empresa presta serviços na área de formação e consultoria, onde se dedica ao desenvolvimento e acompanhamento de projetos de apicultura, à medida dos seus clientes, onde se inclui o Apoio e aconselhamento apícola e a Elaboração de Projetos. Mais ainda, a FAZBEERURAL, LDA, procede a Limpeza de terrenos, Remoção de Enxames, Instalação

e Gestão de Apiários, Embalamento e rotulagem de mel, e Atividades Educativas. Em relação a este ultimo ponto, já durante este ano realizaram-se formações sobre Criação de Rainhas ou Desdobramentos de colónias apícolas, com a colaboração de personalidades importantes como André Halak ou Filipa Almeida, arquitecta paisagística de formação e apicultora profissional. Para além disto, a empresa dispõe ainda de loja on-line, onde vende todo o tipo de material apícola, sempre com acompanhamento de técnicos especializados para assegurar que os produtos utilizados são os mais adequados.

Consulte a agenda das próximas formações e fique a conhecer melhor a empresa em em http://beerural.pt

O sistema D2Forest foi concebido para garantir maior segurança às pessoas que trabalham apeadas em ambientes onde também há máquinas em funcionamento, como tantas vezes acontece na floresta. Está pensado para os trabalhos combinados, por exemplo quando a madeira é cortada por moto-serristas e anda um forwarder nas proximidades a fazer rechega, ou quando a madeira é cortada por uma processadora mas anda uma pessoa a inventariar, que

corre o risco de ser atingida durante o abate de uma árvore. O sistema é composto por beepers, a serem usados pelos trabalhadores que andam apeados. Esses aparelhos emitem um alarme sonoro, luminoso e de vibração no caso de a máquina e a pessoa que o usa se aproximarem para lá de um determinado limite. Também o operador recebe o sinal de alarme num dispositivo instalado na cabine, o que permite criar um perímetro de segurança em redor da máquina.

Massa lubrificante biodegradável Kajo Uma massa lubrificante que é rapidamente biodegradável é o que propõe a marca alemã de lubrificantes Kajo-Schmierstoff-Technik. Desenvolvida a pensar em ambientes sensíveis, foi distinguida na última edição da feira florestal KWF como um produto adequado a máquinas florestais, depois de testes realizados após a sua aplicação se terem revelado convicentes. Este é também o primeiro lubrificante a ter sido distinguido pela Comissão Europeia com o selo Ecolabel, devido à elevada percentagem de recursos renováveis empregues no seu fabrico, e com distinção Blauer Engel, atribuida na Alemanha, por ser um material com baixo impacto ambiental.

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RESTAURO

Trator Nuffield

Debulhadora Tramagal

1 e 2. Registos fotográficos

Um dos primeiros sistemas de debulha que esteve ao serviço da CAA.

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Âncoras históricas de um Oeste ligado aos cereais Um sistema para debulha e enfardação, constituído por três máquinas, foi restaurado ao detalhe, por iniciativa da Cooperativa Agrícola de Alcobaça. Fomos ver o resultado dessa obra, e contamos-lhe como é que ela evoluiu e se concretizou. Texto João Sobral Fotos Francisco Marques

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a Cooperativa Agrícola de Alcobaça (CAA), as três máquinas estão expostas de forma alinhada, na posição em que trabalham ligadas entre si. Um trator Nuffield, uma debulhadora Tramagal, e uma enfardadeira da mesma marca, formam este conjunto para debulha e enfardação. Num passado já longínquo, que remonta à 1ª metade do século XX, esta cooperativa teve um papel muito importante na mecanização da agricultura da

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região. Chegou a possuir um parque de máquinas significativo, que alugava aos sócios, para que estes pudessem desenvolver a sua atividade. Desse parque, perduraram estas três peças históricas, que a CAA decidiu restaurar para assinalar uma década de trajeto consolidado, após um difícil período de recuperação financeira, e também para conservar uma âncora de ligação a um período áureo do passado. Em Alcobaça fomos recebidos por Ricardo Santos, o Diretor de

Serviços da CAA. “As máquinas eram da cooperativa e são representativas de uma época em que na região se produzia muito cereal”, começou por nos explicar.

Tentámos manter a maquinaria fiel à sua época em todos os pormenores. Ricardo Santos

3. Conservação e restauro

A debulhadora esteve na rua durante vários anos. Por se encontrar num estado muito adiantado de degradação, e inclusive por já lhe faltarem alguns componentes, das três, é a máquina que veio a representar o desafio de maior grandeza a nível de restauro. As obras de recuperação contaram com o envolvimento de quatro diferentes empresas do Concelho de Alcobaça. Duas delas ocuparam-se conjuntamente do restauro da debulhadora.

4 e 5. Grafismos

Os grafismos foram reconstruídos a rigor. Não só os grandes logotipos mas também as pequenas placas com instruções sobre o funcionamento da máquina.

6. Peças

Pormenor de um ponto de lubrificação da debulhadora.


Calços com alavanca para deter a debulhadora imobilizada em posição de trabalho.

A primeira debulhadora

esteve ao serviço da CAA e foi comprada em Inglaterra. Posteriormente, com o desenvolvimento da Metalúrgica Duarte Ferreira, no Tramagal, a escolha passou a recair sobre estas máquinas de fabrico nacional. A CAA chegou a possuir em simultâneo cinco sistemas de debulha.

Enfardadeira Tramagal

DURANTE PARTE DO SÉCULO XX, OS SISTEMAS DE DEBULHA TIVERAM UMA PRESENÇA SAZONAL CERTA NAS REGIÕES ONDE ABUNDAVA A PRODUÇÃO DE CEREAIS. TRABALHAVAM NAS EIRAS, EM MODO ESTÁTICO.

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Debulhadora Todas as peças de madeira foram substituídas

Uma debulhadora Tramagal da década de 30 ocupa a posição central neste conjunto. Era alimentada a braços por uma equipa de trabalhadores, e no interior, as suas múltiplas engrenagens faziam a separação do grão, que saía por um dos lados diretamente para sacos, e da palha, que saía para a outra extremidade e era transferida para a enfardadeira. Por se encontrar num estado muito adiantado de degradação, e inclusive por já lhe faltarem alguns componentes, das três, é a máquina que veio a representar o desafio de maior grandeza a nível de restauro. “Quando começámos a procurar máquinas antigas para ver como eram as peças que faltavam, deparámo-nos com uma quantidade incrível de diferentes

versões”, afirma Ricardo Santos. “Foi um trabalho de muita persistência, inclusive de pesquisa, até porque esta é uma das versões mais antigas”, acrescenta. Em busca de informação, Ricardo Santos, juntamente com o pessoal das duas casas a quem foi entregue a renovação da debulhadora, chegou a deslocarse ao Tramagal, onde visitou a junta de freguesia e o Museu da Metalúrgica Duarte Ferreira. Mas os avanços não foram assinaláveis, uma vez que na altura os processos não eram muito documentados e cada modelo tinha as suas particularidades. Acabaram por ver também muitas fotografias de máquinas da época, e foi através da junção de elementos de diferentes fontes que conseguiram completar o puzzle. “A máquina foi desmontada peça a peça. Foi um trabalho de grande minúcia, e ficou tão bem como se fosse nova a sair da fábrica”, afirma Ricardo Santos. As partes metálicas foram desmontadas

A transmissão de potência para a debulhadora é feita através de correias ligadas a uma polia. Todas as correias foram substituídas por material novo talhado à medida.

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e recuperadas, e as muitas peças em madeira foram todas substituídas por material novo modelado à medida. O restauro de componentes foi feito até ao mais mínimo pormenor, o que incluiu os logotipos e toda a sinalética com instruções sobre o funcionamento da máquina. “As placas que existiam estavam indecifráveis. Foi um arquiteto

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que desenhou estas placas com o mesmo tipo de letra que foi depois gravado a laser”. A debulhadora está inclusive equipada com calços nas rodas para ficar estabilizada porque “ao trabalhar ginga muito”. Devolver o brilho de nova a uma máquina que tinha as ferragens oxidadas e a madeira apodrecida foi um trabalho que demorou dois anos a ser concretizado.

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7. Recurso à origem

Várias peças do trator, como por exemplo a grelha e os logotipos, vieram de Inglaterra.

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Trator Uma atenção minuciosa aos pormenores originais É o trator que através de uma longa correia de transmissão ligada a uma polia, transmite potência a todo o conjunto. Em termos de ADN, trata-se de um mítico e vistoso Nuffield Universal, modelo DM4. Nesta variante, é animado pelo pulsar de um motor BMC (British Motor Corporation) de 3,4 litros de capacidade e 53 cv de potência. Por ter permanecido coberto, ainda se encontrava relativamente bem conservado e em condições de funcionamento, pelo que na parte mecânica não houve necessidade de grandes intervenções. De resto, foi

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todo desmanchado e pintado, a instalação e cablagens elétricas foram renovadas, e recebeu um jogo completo de pneus novos. Como nos conta Ricardo Santos, “o maior desafio foi ir buscar os pormenores de origem”. Assim, vários componentes, como logotipos, a grelha, o volante, e até mesmo a polia, vieram de Inglaterra. Uma particularidade deste modelo é que só possuía um farol na frente, do lado direito do capot. Isto acontecia devido a estar equipado com uma polia posicionada na zona ventral do lado esquerdo. Como tal, esse lado ficava completamente desimpedido para que a correia para transmissão de potência a outros equipamentos, neste caso à debulhadora, pudesse funcionar livremente.

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8. Painel de instrumentos

Foi reconstruído com elementos o mais próximo possível dos utilizados na época.

9. Farol

Originalmente, este modelo só tem um farol do lado direito, para que a correia trabalhe livremente do lado esquerdo do capot.

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Um sistema para debulha e enfardação RESTAURO

Enfardadeira

O começo de um museu rural?

10. Sistema de engrenagens

O desafio mais ligeiro em termos de restauro

Pormenor do sistema de engrenagens da enfardadeira, que recebia motricidade transferida da debulhadora através de correias.

O grão foi separado pela debulhadora, e ensacado. A palha, é à enfardadeira que vai parar, da qual sai em fardos prontos a serem acondicionados. Tal como o trator, a enfardadeira permaneceu coberta, motivo por que não estava muito degradada. “Esta máquina foi o desafio mais ligeiro, porque que estava em melhor estado de conservação, e porque não é tão complexa. Tem apenas quatro peças em madeira, e mesmo essas foram reaproveitadas”, esclarece Ricardo Santos. Embora não exista documentação que ateste o ano exacto em que foi construída, pelas suas características julga-se que será do final da década de 40. A maior parte do trabalho de recuperação feito neste equipamento foi ao nível da pintura.

Atualmente, este conjunto para debulha e enfardação é exibido aos sócios da CAA por ocasião de reuniões e eventos, e também podem ser mostrado aos não sócios que manifestem esse interesse junto dos serviços da instituição. Um aspeto a realçar é que as máquinas estão em condições de funcionamento, o que ficou demonstrado no evento de apresentação aos sócios realizado em 2015. Nessa ocasião, a CAA pôs as máquinas a funcionar, em jeito de simulação de trabalho real.

11. Transportador de palha A palha expelida pela debulhadora era colocada dentro da enfardadeira através de um sem-fim transportador, instalado entre as duas máquinas.

No salão onde os equipamentos estão expostos, a sensação com que ficamos é de estarmos num museu de máquinas agrícolas de época. Inclusive porque alguns painéis de fotografia, expostos em pano de fundo, ajudam a perceber o ambiente que envolvia estes sistemas de debulha. Se os observarmos com desprendimento em relação à data que o calendário marca, remetem-nos para o alvoroço das eiras, onde se levava a cabo um trabalho duro, sob o ruido matraqueado das engrenagens, e debaixo de um ar quente, repleto de pó e moinha. Em sentido figurado, num universo onde a estrela principal já existe, o que faltaria era pôr a gravitar em seu redor alguns outros astros. Em sentido real, estas são três peças de grande impacto, representativas de uma época, com interesse pedagógico e turístico para potenciais visitantes que a elas possam ter acesso, e que ganhariam ainda maior relevo se rodeadas de outras peças de menor porte, que fossem igualmente representativas da vivência rural da região. Fica a ideia! 10

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A Cooperativa Agrícola de Alcobaça A data da sua fundação remonta ao ano de 1932, o que a torna uma das cooperativas agrícolas mais antigas do país. Passou por um período áureo, quando nos campos envolventes se produzia maioritariamente cereais. Nessa época, desempenhou um papel de relevo na dinamização agrícola da região, inclusive através da introdução de processos mecanizados. Nos anos 90 enfrentou um processo de insolvência e a estabilidade só regressaria em 2006. Mais recentemente, em 2014, procedeu à inauguração da Granja de Cister, um show room onde se mostra e comercializa uma variedade de produtos agrícolas da região de Alcobaça.

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Dia da Mãe

AGENDA maio / junho

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Dia Internacional Sem Dieta

Dia do Sol Sintra, Cascais, Ericeira, Mafra e Lisboa

Nada melhor do que um passeio turístico por Sintra para comemorar o Dia do Sol, visitando castelos, monumentos, jardins e praias. A WonderVan leva-o aonde quiser a bordo de um dos seus carros clássicos nos Tours com partidas desde Sintra, Cascais, Ericeira, Mafra e Lisboa. Parta à aventura, hoje! Mais informação: T. 910 225 257 / 966 817 455 www.wondervan.pt

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6 de maio

1 de junho

Dia Internacional sem Dieta

Dia Mundial da Criança

Neste dia celebra-se a aceitação do corpo tal como ele é e a sua diversidade. Há que ter atenção aos perigos de seguir dietas rigorosas que podem ser prejudicias à saúde. Nós sugerimos uma visita a este site que tem ótimos restaurantes onde pode ser feliz à mesa. http://nit.pt/buzzfood

7 de maio

Dia da Mãe

“Ser mãe é carregar no corpo o dom da criação, a dádiva da vida, e no coração um amor que não conhece limites pela vida toda.”

18 a 20 maio

Dia Internacional dos Museus e Noite dos Museus

Ser criança é… …acreditar no momento presente com tudo o que oferece; ter o dia mais feliz da vida, todos os dias; gostar de fantasias e acreditar nelas … é acreditar que tudo é possível!

MAIO

JUNHO

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7 a 10

Agrishow Brasil - Ribeirão Preto www.agrishow.com.br

Elmia Wood Suécia - Jonkoping www.elmia.se/wood

18 junho

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7 a 10

Dia Internacional do Piquenique

Este ano o Dia Internacional do Piquenique até calha num domingo. Do que é que está à espera? Comece já a pensar em convidar os amigos e nos petiscos que vai levar para ir comemorar este dia ao ar livre.

21 junho

Dia mundial da girafa

Como é o animal mais alto do planeta escolheu-se o dia mais longo do ano para celebrar este animal. Pretende-se promover a Celebra-se anualmente a 18 de proteção das girafas pelo mundo maio, através da organização inteiro, que no continente africano de diversas atividades. A Noite Europeia dos Museus irá decorrer já são só 90.000. a 20 de maio e Portugal associou- E já agora, fica a saber que por apenas 50 dólares pode adotar se a este evento. www.patrimoniocultural.gov.pt.dia uma girafa e contribuir para a conservação da espécie, em África. https://giraffeconservation.org/adopt-a-giraff

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Feiras agrícolas

Agra Leipzig Alemanha – Leipzig www.agra2017.de

5a7 Expoflorestal Portugal - Albergariaa-Velha www.expoflorestal.pt

10 a 12 infoAgro Exhibition Almeria Espanha - Almería

www.infoagroexhibition. com

Agroi Kiev Ucrânia - Kiev

www.agro-expo.com

9 a 11 Opolagra Polónia - Opole www.opolagra.pl

10 a 18 Feira Nacional de Agricultura Portugal - Santarém

feiranacionalagricultura.pt

12 a 15 EUBCE Suécia - Estocolmo www.eubce.com

14 a 17 Fieldays Nova Zelândia - Hamilton www.fieldays.co.nz

14 a 15 Cereals Reino Unido - Lincolnshire www.cerealsevent.co.uk

20 a 22 Salon du Végétal França - Angers

www.salonduvegetal.com

29 Junho a 2 Julho Inter Agrar Áustria - Wieselburg

11 a 13

www.messewieselburg.at

Demopark Alemanha - Eisenach

29 Junho a 9 Julho

www.demopark.de

Feira de S. Pedro Portugal - Torres Vedras www.promotorres.pt

5 a 7 maio Expoflorestal Albergaria-a-Velha

29 Junho a 9 Julho Feira de São Pedro Portugal - Porto de Mós www.festas-saopedro.pt


Dia Mundial da Criança

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maio. 06 SÁB

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Dia do Sol

Dia Internacional Sem Dieta Dias especiais

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Potato Europe 2017 - Holanda – 13 e 14 de Setembro O maior evento europeu dedicado à mecanização na cultura da batata, realiza-se este ano em Emmeloord, na Holanda. Numa área de 30 hectares, serão feitas demonstrações em campo, onde se abordará o emprego de técnicas de Agricultura de Precisão. Através da Case IH, que é um dos patrocinadores, foram criados mapas de prescrição para determinar variações na plantação, em função da resistência do

solo. Estará em exibição o drone Precision Hawk, que através de câmaras high-tech, numa fase mais avançada da cultura, é capaz de monitorizar o desenvolvimento das plantas, de modo a que também a fertilização se faça de forma diferenciada ao longo da parcela. Uma outra técnica que estará em demonstração neste evento, com uma área do recinto especialmente dedicada, é a Agricultura de Tráfego Controlado.

abolsamia patrocinou a 2ª Poule da Quinta da Brasileira Oitenta cavaleiros participaram em abril passado na segunda Poule da Quinta da Brasileira. Organizada pelos jovens Francisco Paim e Manuel Coimeiro, esta segunda edição incluiu Provas de Gincana e Saltos até 1,20m. Apesar do tempo frio e do vento forte que se fez sentir, foram muitos os familiares e amigos que estiveram presentes nas provas equestres. A banda Gordo e o Resto animou a tarde onde o convívio e boa disposição não faltaram.

Dia Mundial da Criança

Agro Innovation Summit

A digitalização aplicada à agricultura A Agro Innovation Summit 2017 vai realizar-se em Oeiras, no INIAV, durante dois dias, em Outubro deste ano. A digitalização aplicada à agricultura, é uma iniciativa do Governo português, em parceria com a União Europeia. Vão estar envolvidos no projeto grupos operacionais desta área e o evento terá ainda uma vertente dedicada às startups agrícolas.

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1. Esq. p/ dir.: Francisco Paim (Organizador), João Bacatelo com Beny Fortunuz a receber o prémio de 1,30m, Presidente da C. de Benavente e Manuel Coimeiro (Organizador). 2. Madalena Braz a receber o prémio, com Manuel Coimeiro e o Presidente da Câmara de Benavente. 3. Em prova, Madalena Braz com Xuxa, João Bacatelo con Fina. ABOLSAMIA maio / junho 2017

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Momentos

Momentos New-Holland 2017 Retratos do Mundo New-Holland em Portugal de lés-a-lés.

New-Holland

Tractorusseira New Holland T4.105F cab. Cliente: Salustiano Hermenegildo Lda Na foto: Daniel Santos (Tractorusseira) e Paulo Oliveira (cliente)

Auto Agrícola Sobralense New Holland T4.95F (Entrega 6 Tratores) Cliente: Adega Antiga do Juncal Na foto: Diogo Penedo (AAS) e Filipe (responsável do parque de máquinas)

Auto Agrícola Igreja Nova New Holland T7.315HD (1º vendido em Portugal)

Cliente: Agroleite de Canha, Lda Na foto: João Rego (CNHI Portugal), Pedro Carrasqueira (AM Igreja Nova), Cristina Duarte (AM Igreja Nova), Hélder (cliente) e David (fuuncionário Agroleite)

Américo Pousa New Holland TD4.90F

Na foto: Paulo Félix e André (comercial A.Pousa)

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Auto Agrícola Sobralense New Holland T3.55F

Na foto: Carlos Alberto Filipe Ferreira (cliente) e José Carlos (vendedor da AAS)


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MOMENTOS NEW HOLLAND Auto Agrícola Igreja Nova New Holland T4.95F Cab. Na foto: Romário Oliveira (cliente) a namorada e a avó.

Auto Agrícola Igreja Nova New Holland TD4.90F

Na foto: Júlio Oliveira (cliente)

Américo Pousa New Holland T4.85LP

Cliente: Casa Agricola Cerdeira Lopes Na foto: Miguel a esposa, Carla Cerdeira e o sogro Cerdeira, José Maria (funcionário) e André (comercial A.Pousa)

Auto Agrícola Sobralense New Holland T4.95N Cab. (Entrega 2 Tratores)

Na foto: António Joaquim Costa Silva Rego (cliente) e João Penedo (comercial AAS-Sobral)

Tractorusseira New Holland Boomer 50 Cliente: Jose Rodrigues

Varanda & Cordeiro New Holland TD4.70F

Na foto: Sandra Lopes e marido (cliente) ABOLSAMIA maio / junho 2017

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Pol. Ind. La Isla, C/ Hornos, 11 41703 Dos Hermanas (Sevilla) T +34 954 931 546 · F +34 954 930 130


CONCESSIONÁRIO EM FOCO

Maquicorredoura tem novo espaço em Vila Viçosa A Maquicorredora Lda, concessionário Lamborghini para o Distrito de Évora e Portalegre, inaugurou instalações em Vila Viçosa. O novo espaço, que começou a funcionar em abril passado irá, segundo Inácio Mira, gerente da empresa, alargar os horizontes nas secções de mecânica, pintura, eletricidade, lavagens e venda de equipamento novo e usado. A Maquicorredoura tem vindo a ganhar importância no ramo agrícola, nomeadamente através da concessão da marca Lamborghini, que tem tido, com referiu Inácio Mira, resultados muito interessantes nas vendas de tratores dos 50 aos 200 cv de potência.

A empresa Agromondego inaugurou novas instalações A empresa Agromondego inaugurou novas instalações, em Abril passado, no Alqueidão. Esta iniciativa, que acolheu cerca de 450 pessoas, teve por objetivo poder prestar um melhor serviço aos seus clientes/parceiros. A Agro Mondego dedica-se à comercialização, reparação

e assistência de máquinas agrícolas e atualmente representa em exclusivo a marca New Holland nos concelhos de Figueira da Foz, Pombal e Ansião.

Primeiro encontro nacional de Concessionários Iseki A rede de concessionários dos tratores Iseki reuniu-se no final de março, na sede da Moviter, em Leiria, num primeiro encontro nacional desde que a marca é representada pelo Grupo Moviter. Tratou-se, segundo os responsáveis da empresa, de uma reunião de trabalho para

falar do modelo de negócio, procedimentos (comercial e após-venda), mostrar a empresa e apresentar as pessoas. Para os concessionários ficarem a conhecer os seus interlocutores em cada tipo de serviço. No fim, houve um almoço e uma visita às empresas do Grupo Movicortes.

Viagem Herculano 2017 Foi em março que teve lugar a habitual viagem de incentivo que a Herculano realiza todos os anos com os seus clientes premium. Este ano, o destino foi a Ilha do Sal, em Cabo Verde. Fica a fotografia do Grupo, para mais tarde recordar. ABOLSAMIA maio / junho 2017

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Concessionários Classificados por distrito Anuncie os seus equipamentos no site que vende mais máquinas agrícolas em Portugal

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Braga REGIÕES

USADOS: Tractores: Massey Ferguson 188 • Kubota 185 • Lamborghini Crono 554-50 • Agrifull • Motocultivadores: Bertolini MTC 318 • Goldoni c/ reboque tracção

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USADOS: Massey Ferguson 135 • Kubota L2550 • Kubota L2250 • Tractor corta-relvas Kubota GR2100 (2008) c/ cesto de recolha, deck de corte e motor Kubota Diesel

USADOS: Same Delfino 35 DT • Ford 4610 DT • McCormick CX95 DT • Case IH 385 DT • Charrua Galucho CH2-14M180

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USADOS: Ford 1910 • Deutz 4007 • Deutz 4507 • Ford Super Dexta 3000 • NH TS110A (2006) cab. • Valtra A75 (2007) cab. • Deutz 4007 (1981), car. frontal

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USADOS: Tractor Renault 70 • Charruas: Vogel & Noot 3F • Vogel & Noot 3F • Unifeeds: Gilioli 5 m3 • Luclar 19 m3

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REGIÕES Braga • Vila Real • Bragança

USADOS: Tractores: Fendt 275 S (1994) • MF 4345 (2002) c/ PowerShuttle • MF 390/4 (1990) c/ car. frontal Herculano + balde • Shibaura S325 c/ 1895 h. • Kubota M128X (2010) c/ 5086 h. e car. frontal MX T10 • MF 3050 (1993) • Goldoni C75L (rastos) • Enfardadeira Enorossi RB-120 (2016) • Grade de discos Herculano HRM 18x24” • Retroescavadora Volvo BL71B (2012) c/ 2800 horas • Braço retroescavadora Optimal OP 03C (2007) c/ kit de martelo - €5.490

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Hinomoto E250D • Fiat 566 • New Holland 50-66 DT (1993) • Ford 3910 • Landini 8860 • New Holland TD4030F (2013) • Massey Ferguson 396 TC (rastos) c/ lamina • Fendt 275 S (1992) • New Holland TK65V (rastos) • New Holland TK65 F (rastos) • New Holland 70-56 DT (1998) • Hürlimann 445 New Holland TL80 • Massey Ferguson 240

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Bragança • Porto REGIÕES

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REGIÕES Porto • Aveiro

Landini Powerfarm 75 • MF 5465 c/ grua florestal Costa G3000X + reb. florestal tracção Costa RF12000X + pá front. inclinável Costa 2mts • Renault R60

USADOS • Tractor MF 1529 c/ 30 horas • Cisterna Joper 6000 L c/ equip. Garda

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Aveiro • Viseu REGIÕES

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REGIÕES Viseu • Guarda • Coimbra

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USADOS: Deutz D5006 • Fiat 45-66 DT • Ford 1920 DT • Ford 6600 (2RM) • NH 35-66 DT • Same Titan 160 DT • Zetor 6211 (2RM)

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USADOS: Tractores: Ford 6600 • John Deere 6200 DT • Pulverizador Hardi 600 L • Sachador adubador Gaspardo HP • Semeador Gaspardo SP520 (4 linhas) • Subsolador Galucho 3D


Coimbra • Castelo Branco • Leiria REGIÕES

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USADOS: Tractores: TYM T273 DT (2008) c/ carregador frontal + balde + porta paletes e fresa c/ abre regos 1.30 mts • Same Frutteto 75 DT (1998) • Same Corsaro DT (1984) • Empilhador Nissan TX420

abolsamia EM TODAS AS PLATAFORMAS Consolidação da marca além do papel Usados: Goldoni 30 RS • Goldoni 714 • Goldoni 716 • Goldoni 921 DT (1992) - €3.750 • MF 1260 • (3x) MF 240 • MF 355 • MF 390

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REGIÕES Leiria

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USADOS: A. Carraro 3200 - €5.000 • BCS Volcan 750SDT (2011) - €17.500 • Case IH 2140 DT - €9.500 • Fiat 35-66 DT - €9.500 • Ford 3000 - €3.750 • Goldoni 3445 DT - €9.500 •JD 2345F - €12.000 • Lamborghini RF 100 (2010) - €25.000 • MF 1030 DT (1989) - €8.000 • MF 390 DT - €9.500 • MF 5465 Dina 4 (2007) - €28.500 • NH 55-86 DTF - €12.000 • NH TC21 (2004) • Same Dorado 60 (1997) - €13.500 • Espalhador de estrume Herculano H4R5 - €1.500 • Pulverizador Rocha Ellegace AP Alpha 10 - €3.000 • Reboque agrícola Galucho PB-5000 B3 - €1.800 • Rototerra Maschio Drago DC3000 (2000) - €5.000

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USADOS: Ensiladora Claas Jaguar 860 • Grade discos Galucho GVL 28 (2016) • Semeador Monosem NG Plus 6L monoshox (2015)

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USADOS: Tractores: Ford 1710 • Hinomoto E23 • Hürlimann XT909 (2001) c/ grua Costa 2500 • Iseki 4320 (1986) • Kubota L245 • Massey Ferguson 4270 (2001) c/ grua Costa G3000 • Shibaura S445c/ Forquilha e carregador frontal • Shibaura SE2540 DT

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Santarém REGIÕES

USADOS: TRATORES: Barreiros 70 • Case IH: 284 - 285 - JX1060C DT • DF: 5506 - D8006 DT • Fendt 309 DT • Ford 4600 • JD: 2030 - 2250 DT - 3040 • MF 3630 DT - 2640 DT - 3050 DT - 390 DT - 399 DT • NH TN85A DT • Same: Explorer 90C (rastos) - Explorer II TOP 90 - Explorer TOP 90 DT - Frutetto 75 DT - Silver 80 DT • Universal 445 • MINI-ESCAVADORA: Bobcat LS170 • RETROESCAVADORAS: Case 580 Super K • MF 50 • EMPILHADORES: Isuzu 2,5t (diesel) • Manitou: 2t (diesel) - MB 3t (diesel) • TRACTORES P/ PEÇAS: Carraro Agroplus 85 DT • DF: Agrotron 130 - DX 3.50 DT • Ebro 6079 DT • Fendt: 280 - 307 DT - 308 DT • Fiat: 100-90 DT - 110-90 DT - 35-66 DT - 45-66 DT - 60-66 DT - 80-66 DT • Ford: 1710 - 1720 DT - 2600 - 5640 DT - 6610 - 7740 DT • Hinomoto: C144 DT - C174 • Hürlimann: Prince 45 DT - XA306 DT • Iseki 4320 DT - 4270 • JD: 3040 DT - 3350 DT - 4400 DT - 5500 DT - 6100 - 6300 DT - 6620 DT - 6800 - 946 DT • Kubota: L2550 DT - L285 • Lamborghini: 235 - 847-90 DT - Premium 950 DT • Landini: 65 DTF - 8860 DT - Globus 60 Trekker 55 (rastos) • MF: 1030 - 174 DT - 2640 DT - 3090 DT - 3650 DT - 396 TC (rastos) - 4270 DT - 6180 DT • NH: M100 DT - M160 DT - TDD90D - TL90 DT - TNF95 DT - TS115A DT • Renault 120-54 DT • Same: Argon 50 DT - Delfino 35 DT - Dorado 70 DT - Laser 110 DT - Laser 150 DT - Minitaurus - Rock 60 (rastos) - Solar 60 DT - Solaris 45 DT • Steyr: 9094 DT - 975 DT • Valmet 455 DT - 6400 DT - 655 DT - 8000 DT - 805 DT - T130 DT • Yanmar: 241 - 336D DT • Telescópicas: JCB 525-67 • Manitou MLA 627 Maniscopic • Retros: Case: 580 G - 580 Super K • Caterpillar 428 • Fermec 860 DT • JCB 3CX • Komatsu WB97 R • NH LB110 DT • Volvo BL71 • Eixos tracção: Carraro • Sige • ZF • Hurth • Spicer • Dana • Merlo

USADOS: Tractores: Massey Ferguson 274C (rastos) c/ lamina • Massey Ferguson 374 • Ceifeira debulhadora New Holland 8055 (T/M) • Charruas: Galucho 1F-90º • Maschio 3" • Juntador/transportador de fardos Gaspardo Golia Pro 4,60 mts • Rototerras: Agric 2,50 mts • Maschio 4,00 mts

USADOS: Charrua de discos Galucho vinhateira • Charruas: Galucho 1F-17” • Galucho 2F-12” • Galucho 3F-13” hid. • Galucho 3F-16” • Chisel 7 Braços • Grades de discos: Galucho A2CP 24x24” c/ rodas • Galucho GLHR 24x24” • Galucho GVL 28x26” • Safisal 20 discos • Em X c/ 4 corpos (vinhateira) • Rototerras: Agrator 2,50 mts • Maschio Cobra 2,80 mts (2006) • Maschio Super Cobra 3,0 mts (2000) • Pegoraro LD230

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MÁQUINAS USADAS: Fiat 1180 DT (1996) c/ 5957 horas - €8.500 • Ford 8240 DT c/ cabina - €12.500 • JD 6420 €27.500 • JD 8200 - €40.000 • NH M135 (1998) c/ cabina - €12.500 • NH TD95D c/ 9350 horas - €14.500 • Same Explorer 95 - €15.000 • Valtra T190 - €48.000 • Ensiladoras: JF FH1450 (rebocada e para erva) - €2.500 • 2 linhas (rebocada) - €1.000 • Pulverizadores: Fitosa 3000 L (rebocável e com barra de 21 metros) - €10.000 • Stagric 1200 L - €4.000 • Semeadores: 25 linhas - €2.500 • (2x) rebocado - €350

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REGIÕES Santarém

USADOS: Tractor Case IH MX110 (1998) • Charrua Galucho CHF 3/4F • Depósito Rau 200L P/ Fendt GTA • Enfardadeira New Holland BB9060 Crop Cutter (2009) • Ensiladora Claas Jaguar 68 (milho) • Pulverizador Hardi MAS1800FLE c/ barra 18 mts • Subsolador Pegoraro 7F

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USADOS: Tractor New Holland T8020 (2010) c/ 5000 horas - €70.625 • Colhedora de batata Barigelli Universal T (rebocável de 1 linha com tegão) - €6.500 • Frente de milho Moresil MT2090 6L • Pulverizador Hardi Master 1200 c/ barra 15 mts - €6.500 • Tractores p/ peças: Fiat 100-90 DT • Fiatagri 70-90 DT • John Deere 4455 (1990) • Ceifeira debulhadora p/ peças John Deere, 1075 • Furgão Mercedes Sprinter 212 (1999) c/ caixa forrada + prateleiras

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TRACTORES USADOS:

• New Holland L65 • Shibaura 3000 (1981) • Yanmar 330 • Massey Ferguson 135 • Ford 3055 • Leyland 154

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Santarém • Lisboa REGIÕES

USADOS: Tractores: Kubota M9580 c/ cabina • Lamborghini 774-70N c/ carregador frontal Herculano • Lamborghini Racing 165 (2002) • New Holland 1920 S • Same Argon 55 Classic (2007) • Same Explorer3 100 (2010) • Same Titan 145 (1998) • Gadanheira condicionadora John Deere 6 Discos; 2,50m (condicionador de rolos)

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USADOS: Tractores: JD 6230 Premium • JD 6320 Premium • JD 6830 Premium • JD 7820 Premium • JD 8430 Premium • NH T4040F • NH TN95FA • Enfardadeira NH BB9060R c/ RottoCutter • Escavadoras de rastos Takeuchi TB180FR • Telescópica JCB 531-70 Farm Special

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USADOS: Tractor Agrifull 80 DT (1987) c/ 5900 horas • Charrua Galucho 1F-17” hidráulica • Pulverizador Tomix Gondomar 400 Z7 c/ bomba APS 41 • Rotorfresa Joper RF 2R260 c/ rolo de tubos e barra niveladora

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USADOS: Tractor Landini 5530 Fruteto • Pulverizador 1500 L (rebocável) • Triturador Joper 1,65 mts

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REGIÕES Lisboa

USADOS: • Ebro 30cv articulado USADOS: (2x) Deutz Agroplus F420 (2014) €30.000 • Deutz Agrotron K610 c/ cabina - €30.500 • JD 5500N c/ car. fr. - €18.000 • JD 5510N - €16.500 • Lamborghini 90 c/ cab. e car. fr. - €14.500 • MF 8130 - €16.000 • Renault • Vindimadora Alma

• Ford 3000 • Renault R60 vinhateiro • Cavadoras: Gramegna 1.50 mts 2V • Tortella 1,35 mts

• Tractor Case IH 845 DT • Tractor New Holland L75 DT c/ cabina • Tractor New Holland TNF90 F

ASSINE A REVISTA + ANUÁRIO 38€/ano USADOS: Tractores: Fiat 480 - €4.000 • Massey Ferguson 35 X - €2.750 • Caixas de carga para tractor: CCA100 1,00 mts - €295 • CCA150 1,50 mts - €400 • Charrua vinhateira 5F 1,60 mts - €750 • Vibrocultor R VTR7 - €540

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Lisboa • Setúbal • Portalegre REGIÕES

USADOS: Corta-mato 1,8 mts (2015) • Destroçador T1000L • Gerador Briggs & Stratton 3,8 kWA monofásico • Telescópica JCB 525-67 • Retroescavadora Fermec 860 LE

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USADOS: Tractor Hürlimann XF90 c/ cabina (2006) - €14.500 • Carregador frontal Tenias S300 B0 (2003) c/ amarras - €3.500 • Charrua Galucho 1F-13” 45º • Despampanadeiras: Ero LK/UE em U invertido (2003) - €3.500 • Industrias David corte lateral (2000) - €2.000 • OMD corte lateral (1990) - €800 • Pulverizadores: Fantini 500 L (2000) - €600 • Rocha 400 L T720 (2012) - €2.300 • Caixa de carga p/ tractor Galucho CC-G 2 mts (2007) - €480 • Porta-paletes Tecnoagri 1500 kg (2002) c/ balde inox - €2.000 + Usados no Microsite

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REGIÕES Évora

USADOS: • Tractor Fiat 640 • Chisel Same 7/9 braços • Gadanheira JD GMD400 c/ 4 discos • Gadanheiras cond.: Feraboli de discos c/ rolos de borracha • Kuhn FC250RG (rebocável)

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USADOS: Tractores: Deutz-Fahr DX90 c/ cabina • Hürlimann 90 cv c/ carregador frontal Ténias • Lamborghini C653 L (rastos)

USADOS: Tractores: Deutz-Fahr Agrotron 1160 TTV (2003) • Lamborghini C674 (rastos) • Massey Ferguson 390 c/ carregador frontal + balde + forquilha e porta-paletes • Massey Ferguson C294 (rastos) • Enfardadeira Fiatagri Heston 4700 • Escarificador Galucho 13D • Gadanheira Claas WM250F • Grades de discos: Galucho GPR 14x28” • Galucho GRLCH 24x28” • Pá niveladora Fialho 2,00 mts • Reboque agrícola Fialho 6500 kg basculante de rodado duplo • Rolo-destorroador Fialho 3,50 mts • Rototerra Kuhn M-EL-201-300 • Semeadores: Prolavra 21 linhas • Solá 25 linhas • Vibrocultor 34B • Volta-fenos: Krone Swadro 38 • Pottinger Eurotop 771A

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Évora • Beja REGIÕES

• Processador Timberjack 1270B

USADOS: • Tractores: Claas Celtis 446 RC (2005) • MF 174C (rastos) • MF 210 (2RM) • Vindimadora Alma (rebocável) • Atomizador Tomix 1500 lts (rebocável)

USADOS Deutz Fahr 4.50 • Deutz-Fahr 10006 • Hurlimman H478 • NH 70-56 • Landini Top Legend 145 • Gadanheira Condicionadora Fella 3,20mts - Ano 2015 • Ceifeira MF 34 frente 5,20mts - Ano 2000

MÁQUINAS USADAS: Tractores: Agrifull 80 DT • Agrifull 80C (rastos) • Deutz-Fahr • Deutz-Fahr 2850 • Fiat 1000 • Ford 4000 • Ford 5610 • Ford 5610 (2RM) • Ford 6610 • Ford 6810 • Ford TW15 • John Deere 6220 • John Deere 6420 • John Deere 6430 • John Deere 6620 • Massey Ferguson 290 • Massey Ferguson 294C (rastos) • Massey Ferguson 390 • Massey Ferguson 390 DT • New Holland 7840 • New Holland 80-66 S • New Holland 8340 c/ cabina A/C • New Holland 8340 s/ cabina • New Holland T6020 • New Holland TK 100 • New Holland TL100 • New Holland TM155 • New Holland TNF 90 • New Holland TNF 95 • New Holland TS110 • Renault • Same 100 c/ cabina • Same 90 s/ cabina • Ceifeiras debulhadoras: Case IH 1440 (pick-up 4,20 metros) • Claas 78 (pick-up 5,00 metros) • Claas 98 (pick-up 6,00 metros) • Fiatagri 3350 (arroz) • Fiatagri 3400 (arroz e pick-up 4,20 metros) • Fiatagri 3630 • John Deere 1052 (pick-up 4,00 metros) • John Deere 1055 (pick-up 4,20 metros) • John Deere 1175 (pick-up 6,00 metros) • Laverda M152 • New Holland 8040 • New Holland TC54 (pick-up 4,50 metros) • New Holland TX32 (pick-up 5,00 metros) • Lasa (pick-up 4,50 metros) • WHCX 840 (pick-up 7,60 metros) • Frentes de milho: John Deere • Laverda • New Holland p/ New Holland TC56 • Enfardadeiras: Claas de rolos c/ recorte • New Holland 544 de rolos • New Holland BR 8090 c/ recorte • 80/70 • de rolos • Dedra 50/70 • Gadanheira condicionadora Vicon 2,40 mts (rebocável) • Gadanheiras: 4 discos • 6 discos • Reboques cisterna: 4000 L • 6000 L (p/ água) • Vindimadora: Alma • Colhedoras olival: Braud 6090 c/ 4,35 metros • Gregoire

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REGIÕES Beja • Faro USADOS: Tractores: Deutz DX6.30 • Ford 7610 c/ 71.250 horas • Ceifeiras debulhadoras: NH TX62 (1999) • NH TX66 (2000) (cereal) • Charrua Galucho CH3/4 – 14H3 • Destroçador Belafer T1NEO-200 (2007) • Distribuidor de adubo Vicon RS-M de 900 kg • Enfardadeira Vicon LB8000 Vario • Ensiladora John Deere 5820 • Escarificador Galucho 15B • Giratória de rastos Caterpillar 229D • Máq. de rega Ocmis 90 R2 (1998) c/ 300 mts • Reboque espalhador de estrume Reboal RB12 (2008) • Sachador Fialho FI/SCT/1/2000 • Semeadores: Gaspardo MT6 (1998) • Kverneland Accord Pneumatic DT c/ 6 mts

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TRACTOR DO ANO

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Faro • Açores • Europa • Industriais REGIÕES

USADOS: • Tractor New Holland TL90A (2004) c/ carregador frontal Galucho + balde e pneus dianteiros novos • Enfardadeiras: Deutz-Fahr MP125 • Vicon RF119 • Gadanheiras: BCS Silver 5 (2016) • Fella 5 discos - €1.500

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FICHA TÉCNICA Diretor Nuno de Gusmão Propriedade Nugon - Publicações e Representações Publicitárias, Lda. Contribuinte 502 885 203 Registo 117122 Depósito legal 117.038/97 Sede R. S. João de Deus, 21, 2670-371 Loures • Escritórios R. Nelson Pereira Neves, Lj.1 e 2 2670-338 Loures T. 219 830 130 | F. 219 824 214 Email: abolsamia@abolsamia.pt Redação Nuno de Gusmão, Francisca Gusmão, João Sobral e Sebastião Marques Colaboraram nesta edição Heliodoro Catalán Mogorrón, Luís Alcino Conceição e Pedro Carvalho

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Publicidade Francisca Gusmão, Américo Rodrigues e Catarina Gusmão Design e Pré-impressão Sílvia Patrão e Ana Maria Botelho Multimédia Francisco Marques Cartoonista Nelson Martins Assinaturas João Correia Impressão Jorge Fernandes, Lda Rua Quinta Conde de Mascarenhas, Nº9, Vale Fetal 2825-259 Charneca da Caparica, Tel. 212 548 320 Tiragem média 10.000 exemplares ISSN 2183-7023 Distribuição nas bancas Distrinews II - Rua 1º de Maio - C. Empresarial da Granja – Junqueira 2625 – 717 Vialonga

Os textos e fotos, bem como os anúncios registados com “a bolsa m.i.a.®” são propriedade da Nugon,Lda., não podendo ser reproduzidos sem autorização, por escrito, da mesma. O conteúdo dos anúncios e das publi-reportagens dos clientes é da sua exclusiva responsabilidade. abolsamia segue o AO90, embora nem todos os colaboradores que integram a redação tenham adotado a nova grafia. O “Estatuto Editorial” pode ser consultado no nosso site em: www.abolsamia.pt/whoarewe.php

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