abolsamia 105

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MÁQUINAS AGRÍCOLAS

abolsamia.pt

A revista da mecanização agrícola

Nº 105

Manutenção bem feita

Condução Eficiente

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MARCAS DE TRATORES MAIS VENDIDAS NA EUROPA

Ano XXIV . Nº 105 março / abril 2017 Diretor Nuno de Gusmão Preço: € 6,00 Cont. ISSN 2183-7023

NOVAS RUBRICAS Provitis VSE430 Puxar as vides sem pré-poda

Tratores não são carros !

QUESTÕES FUNDAMENTAIS NO NEGÓCIO DAS MÁQUINAS AGRÍCOLAS

aPPS para agricultura TESTES EM CAMPO • Massey Ferguson 5711 • Zetor Forterra HD 140

oficina

restauro

Vicon FastBale Enfardar e embalar sem paragens

lei da terra




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NOVO T5


Sumário MARÇO / ABRIL 2017 ANTIGAMENTE ERA ASSIM

12 Sir Harry Ferguson ESTATÍSTICAS

20 Vendas de tratores na Europa caíram 6,7% 29 Barómetro do setor agrícola TECNOLOGIA

GESTÃO DE NEGÓCIO

49 “Tratores não são carros”

Entre o negócio de venda de tratores e de automóveis está “um mundo” de diferenças. Quem o diz é Gilles Dryancour, ex-presidente do Comité Europeu das Máquinas Agrícolas, e aponta como fundamentais os clientes, a dimensão da indústria e a complexidade dos veículos.

32 Silagem, trabalho com paixão

TESTES EM CAMPO

38 Massey Ferguson 5711 e Zetor Forterra HD 140 42 Condução eficiente

TECNOLOGIA

A grande maioria dos tratores consome 10 a 20% mais do que o necessário. Onde se pode poupar? Deixamos-lhe 5 pontos importantes que não deve descurar na manutenção da sua máquina.

42 Condução eficiente 49 “Tratores não são carros” 52 ABS nos tratores faz sentido?

PRODUTO

37 Manipuladores

telescópicos Manitou

54 Nova Série BCS K105 66 Prémios Machine of the Year 2017

78 Enfardar e embalar

sem paragens com Vicon FastBale

CULTURAS ESPECIALIZADAS

58 Provitis VSE: puxar as vides GESTÃO DE NEGÓCIO

TESTES EM CAMPO

Leonel Pires, agricultor na zona de Avis, é especialista na produção de silagem própria e para terceiros. Fomos conhecer a sua exploração e perceber como tem equipado o seu parque de máquinas para garantir a qualidade da produção.

Conduzimos estes dois tratores nos campos de França e da República Checa. O MF 5711 concorreu à categoria de Melhor Utilitário na última edição do Trator do Ano, e o Zetor Forterra HD 140 fez parte da lista de finalistas na categoria de Campo Aberto.

32 Silagem, trabalho com paixão

38 MF 5711 e Zetor Forterra HD 140

de forma rápida, sem pré-poda

OFICINA

80 Triturador dianteiro com deservagem adaptada

ABOLSAMIA · março / abril 2017

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Sumário

-6,7%

MARÇO / ABRIL 2017 FLORESTA

84 Oferta de Forwarders em expansão 91 Elmia Wood 2017 95 A Nokian está de volta APPS SMARTPHONES

ESTATÍSTICAS

20 Vendas de tratores na Europa caíram 6,7%

Nos últimos 5 anos, as vendas de tratores na Europa caíram 20.000 unidades. Países como a Alemanha, Polónia, França e Áustria mostram uma tendência continuada de quebra. Por marcas, a John Deere continua a ser a mais vendida, mas é a Kubota a que mais tem crescido. Em Portugal os “Azuis” teimam em continuar à frente.

ANTIGAMENTE ERA ASSIM

98 Agri Precision

12 Sir Harry Ferguson

RESTAURO

O engate de três pontos foi um sistema que veio revolucionar o trabalho dos tratores e das alfaias. A autoria desta invenção é de Harry Ferguson e data de 1928. Mas, apesar de ter sido a sua obra-prima, não foi a única…

102 Massey Ferguson 135 LEI DA TERRA

100 O aumento da unidade

de cultura como obstáculo à venda de prédios rústicos

AGENDA

104 Calendário de março e abril EMPRESAS

82 Manuel Fialho 106 New Holland 108 Agrogaspares 110 Irrifarm REGIÕES

112 Concessionários CORREIO DO LEITOR

130 Partilhe as suas ideias connosco

130 Ficha Técnica

ESPECIALIZADAS

PRODUTO

Puxar as vides de forma rápida, sem pré-poda, com possibilidade de trituração simultânea, é o que propõe a nova máquina Provitis VSE 430 que já venceu vários prémios em feiras internacionais pela inovação.

A Vicon Fastbale é uma máquina combinada que junta uma enfardadeira de fardos cilíndricos com pré-ccmara com uma embalado de duplo satélite, permitindo enfardar e embalar sem interrupção.

58 Puxar as vides de forma rápida

RESTAURO

APPS-SMARTPHONES

Começamos esta nova rubrica, dedicada ao restauro de tratores “velhinhos” com um Massey Ferguson 135.

A Agri Precision é uma aplicação para Smartphone que permite uma gestão inteligente de terrenos agrícolas. Conheças as suas principais funcionalidades.

102 Massey Ferguson 135

6

78 Enfardar e embalar sem paragens

março / abril 2017 · ABOLSAMIA

98 Agri Precision


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Assinale com X uma das seguintes opções: Agricultor Empregado de exploração Assinale o tipo e a área da exploração: Agrícola Pecuária Mista Florestal Tamanho da exploração - hectares: Fabricante Prestador de serviços Importador/Concessionário Estudante Professor Técnico Especializado Outro - Especifique qual:

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março / abril 2017 · ABOLSAMIA


Editorial por Francisca Gusmão

Pela Vida!

E

stamos na era dos robots e da agricultura de precisão. Já existe tecnologia que permite que quase tudo no campo se faça sem a intervenção direta do homem. Por isso, é fácil supor que já faltará pouco tempo para que o tema da segurança com as máquinas agrícolas deixe de ser uma preocupação. Entretanto, e enquanto esse dia não chega, o número de acidentes causados pela má utilização destes equipamentos continua a ser demasiado alto, como quase todos os dias ouvimos, em histórias que raramente acabam bem. É fácil falar quando se passa a maior parte dos dias num escritório mas foi assim, lendo os estudos que outros fizeram que fiquei a saber que os acidentes com máquinas agrícolas acontecem maioritariamente por estas razões: os utilizadores conhecem mal as máquinas com que operam; ou conhecem-nas tão bem que “facilitam”; não conseguem avaliar bem os riscos que correm em determinadas situações; e trabalham muitas vezes sob stress (é verdade, no campo há muitos dias de stress relacionado com a falta de tempo, por não ser ainda possível controlar o tempo que faz) o que os leva a agir de forma precipitada e arriscada. As entidades que nos governam estão a par da gravidade dos números e já anunciaram medidas para breve. A nós, abolsamia, como principal meio de comunicação que somos para o setor da mecanização agrícola no nosso país, cabe-nos contribuir da maneira que sabemos para chamar a atenção para uma questão cuja solução entendemos que passa sobretudo pelo investimento consciente na formação das pessoas. Por parte dos próprios, que deverão ser sempre os principais interessados, mas também das entidades empregadoras, das empresas que vendem e dão assistência aos equipamentos, e também das próprias marcas que deverão sempre disponibilizar manuais de operação e segurança dos seus equipamentos. Só assim se conseguirá um dia, até que os robots assumam o comando total das máquinas, que os operadores estejam mais conscientes dos riscos que correm quando trabalham com as suas máquinas. Passa hoje pela cabeça de alguém não usar o cinto de segurança quando conduz o automóvel? Há pouco mais de quarenta anos esse hábito não fazia sequer parte do dia-a-dia das pessoas... Pois é, tudo se muda, e tudo muda.

ABOLSAMIA · março / abril 2017

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por Nuno de Gusmão

1884

SIR HA RRY

Growell

FERGUSON N

o dia 4 de Novembro de 1884 nasceu em Growell, na Irlanda do Norte, condado de Down, o britânico Henry George Ferguson — mais conhecido por Harry Ferguson —, que veio a fazer parte do grupo das grandes personalidades da História, no sector da mecanização, pelo legado de novos conhecimentos que deixou às gerações futuras, com a invenção e desenvolvimento de produtos em áreas como a aeronáutica, o automobilismo e, maioritariamente, as máquinas agrícolas. Em 1902, Harry Ferguson foi trabalhar como mecânico na oficina de bicicletas do seu irmão Joe, tendo participado, com sucesso, em corridas de motos durante o ano de 1904. Simultaneamente, resolveu construir uma avioneta, fascinado com as novas tecnologias emergentes sobre aeronáutica, e em particular com os irmãos Wright, pioneiros da aviação ao realizarem, em 1903, o primeiro voo numa aeronave, na Carolina do Norte, E.U.A.. Depois de muito estudar sobre o assunto, em 1909 nasceu a avioneta monomotor Ferguson e nesse ano Harry Ferguson tornou-se no primeiro irlandês a tripular um avião e no primeiro cidadão inglês a construir o seu próprio avião. De 1911 até ao fim da Primeira Guerra Mundial, Harry Ferguson fundou uma empresa para a venda e reparação de tractores. Filho de um lavrador e por isso conhecedor do atraso dos meios de produção para a prática da agricultura da época, a partir de 1917 seguiu um percurso

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março / abril 2017 · ABOLSAMIA

Harry Ferguson (1884 - 1960) no portão da casa onde nasceu, com a sua ferramenta de trabalho na mão.

de vida dedicado ao melhoramento da mecanização dos campos, com o objectivo de aumentar a produtividade, a rentabilidade e o conforto de operação em trabalho. Por essa altura, começou por melhorar as alfaias accionadas a tractores, o que levou o Ministério da Agricultura da Irlanda a contratá-lo para melhorar a eficiência da utilização de máquinas agrícolas na Irlanda, a fim de combater a carência de alimentos causada pela Grande Guerra. Nesse tempo, não havendo uma standardização no engate de alfaias (cada marca de tractores tinha as suas alfaias próprias), Harry Ferguson criou uma nova charrua e um sistema de engate de 2 pontos mais adequados para os tractores Fordson, o que levou a relacionar-se pessoalmente com Henry Ford. Continuando a aperfeiçoar o modo de combinar as alfaias aos tractores, à procura da qualidade ideal de trabalho, o inventor, depois de experimentar na prática, até à exaustão, uma série de estudos realizados com alfaias e seus engates, acabou por concluir e patentear, em 1928, o que viria a ser considerado como a sua obra prima: o Sistema de Engate de 3 Pontos.


Antigamente era assim...

Harry Ferguson, nos anos 90,

como aviador da sua próproia avioneta e corredor de motas de corrida

Harry Ferguson explica a Henry Ford o princípio de funcionamento revolucionário do seu engate

O Engate de 3 Pontos O sistema de engate, anterior ao engate de 3 pontos, para além de servir unicamente para puxar a charrua provocava, por vezes, graves ou mortais acidentes nas tarefas em terrenos acidentados. Quando a ponteira da charrua chocava com um obstáculo radicado no solo, o tractor parava de repente e a sua frente levantava, originando o tombo do tractor. O pedido do governo do Reino Unido a Harry Ferguson, para que inventasse um processo de engate que oferecesse maior segurança ao sistema, encontrava-se implícito nos requisitos da invenção que acabou por surgir: por meio do hidráulico e através de um terceiro ponto: sempre que a charrua encontrasse um obstáculo levantava automaticamente, provocando uma transferência de peso da alfaia para o tractor. Como resultado, o tractor deixava de empinar-se, o maior peso exercido por cima do tractor aumentava-lhe a tracção, a eliminação das paragens traduziam-se por economia de tempos, conforto de operação e menor desgaste da máquina, em suma, numa incomparável maior produtividade. O engate Ferguson foi inicialmente montado, em 1936, nos modelos A dos tractores David Brown, com a marca Ferguson-Brown, numa joint venture que durou cerca de 2 anos. Em 1938, Henry Ford, impressionado com as notícias de sucesso relacionadas com o revolucionário engate Ferguson, convidou seu

ÊMBOLO CONTROLO BRAÇO ELEVAÇÃO 3º PONTO

MOLA CONTROLO

CILINDRO RAM HIDRÁULICO CYLINDER

HASTE ELEVAÇÃO

BRAÇO INFERIOR GARFOS CONTROLO

VÁLVULA CONTROLO BOMBA HIDRÁULICO

Tractor Fordson 8N com engate Ferguson montado

“O engate Ferguson foi inicialmente montado, em 1936, nos modelos A dos tractores David Brown” ABOLSAMIA · março / abril 2017

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conterrâneo irlandês Harry Ferguson a fazer uma demonstração do seu invento na propriedade agrícola que possuía no estado de Fairlane, em Michigan, E.U.A. E, com o resultado esperado, o entusiasmo do multimilionário construtor americano, prevendo o sucesso imediato do sistema aplicado nos seus tractores, decidiu fazer um acordo de cavalheiros, com um simples aperto de mão, dispensando ambos de tornar o acordo legalmente por escrito. Assim, de meados de 1939 a 1947 foram produzidos pela fábrica americana de Detroit 300.000 tractores Ford-Ferguson.

Em 1947, o neto de Henry Ford (Henry Ford II), na altura responsável pela Companhia, resolveu eliminar a designação Ferguson do nome composto da marca dos seus tractores, o que resultou numa contenda judicial que deu brado na imprensa mundial de então. É assim................. e por isso que o nome Ferguson acaba por aparecer, isolado, como marca de tractores agrícolas, através do seu primeiro exemplar : o lendário “TE 20”, apelidado no seu país de origem como Little Grey Fergie.

TRACTOR FERGUSON TE 20 O tractor Ferguson modelo TE 20 (T = Tractor – E = England – 20 = 20 cv), foi começado a ser construído em série desde 1946, em Coventry, Reino Unido, pela Standard Motor Car Co., um ano antes dos tractores Ford-Ferguson terem sido descontinuados de fabrico em Detroit, E.U.A. Os primeiros modelos da série TE20 equipavam com motor a gasolina de 4 cilindros, transmissão de 4 velocidades + 1 marcha atrás, dispondo dos demais requisitos exigidos na época e primavam por serem máquinas compactas, simplificadas em termos de operação para todo o género de trabalhos. A produção de Coventry referente a tractores Ferguson TE 20 terminou em 1956, tendo atingido o número de 517.651 unidades, 66% das quais exportadas para todo o mundo e terminou em 1956. A soma total de tractores fabricados, equipados com o sistema Ferguson, ultrapassou 1 milhão de unidades. Entretanto, Harry Ferguson começou a ter problemas de saúde e, numa altura em que os seus principais concorrentes começaram a utilizar o seu grande trunfo, resolveu vender a sua empresa de tractores à canadiana Massey-Harris. Em 1953 a marca passou a chamar-se Massey-Harris

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Harry Ferguson ao volante de Ferguson TE20, durante o seu lançamento em 1946


Antigamente era assim... Ferguson, encurtando o nome em 1958 para Massey Ferguson. Como em todo o historial do génio em foco, “Ferguson” continua a manter o seu bom nome no universo dos tractores agrícolas, pertencendo agora ao grupo americano que detém a marca: AGCO. Como feito digno de constar no historial de carros de corrida, Harry Ferguson surge de novo a surpreender-nos quando, no fim da sua vida, concebe e constrói o primeiro automóvel destinado à Fórmula 1, equipado com tracção às 4 rodas: o Ferguson P99. Sir Harry Ferguson, tendo falecido em 25 de Outubro de 1960, não chegou a assistir às vitórias do seu P99, conduzido por famosos corredores de automóveis como, entre eles, Stirling Moss.

O génio de Harry Ferguson reaparece e surpreende no fim da sua vida ao conceber e construir o primeiro automóvel destinado à Fórmula 1 equipado com tracção as 4 rodas.

Como nota final para remate da compilação que fizemos sobre a biografia de Harry Ferguson, registámos duas passagens curiosas do quotidiano da vida deste ilustre inventor.

Ferguson P99

A mansão de Harry Ferguson situada em Abbotswood na região de Gloucestershire (R. Unido), que veio a pertencer ao famoso futebolista David Beckham, a partir daí conhecida como New Beckingham Palace.

Curiosidades Nas horas vagas, Harry Ferguson costumava dar passeios de automóvel por regiões onde os seus tractores eram vendidos, para se inteirar do seu comportamento e da forma como eram manobrados. Num certo dia parou o carro ao pé de um terreno a ser lavrado por um dos seus TE 20. Apercebendo-se da pouca experiência do tractorista, foi ter com ele fazendo sinal para parar. Apresentando-se como “treinador” de operadores de tractores, começou por afinar a charrua e por dar meia dúzia de conselhos de condução. Quando o tractorista, recomeçando a lavrar, notou a diferença de qualidade do trabalho e a maior simplicidade de condução a seu favor, parando o tractor para agradecer, perguntou como se chamava o intruso. E quando a resposta foi : eu sou o Harry, dono da fábrica de tractores Ferguson, o outro respondeu: e eu sou Jesus Cristo...

Sir Harry Ferguson vivia numa propriedade agrícola perto da fábrica dos tractores, para onde todas as manhãs o seu motorista o transportava. Em alturas onde havia muita hortaliça e fruta pronta para colher, o seu Rolls Royce trazia o porta-bagagens repleto de legumes, batatas e até galinhas. Chegado à fabrica, havia já uma fila de operários no local de paragem do Rolls Royce, à espera de serem aviados. O patrão seguia para o seu local de trabalho e o motorista abria a porta traseira do carro e começava a vender, de uma forma racionada para chegar para todos, a preços módicos, a mercadoria. Esgotada a última couve, o dinheiro era enfiado num saco próprio, com um rótulo escrito em letras garrafais: FOR CHARITIES (Para Instituições de Caridade).

ABOLSAMIA · março / abril 2017

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Empresas Novo importador pode estar para breve

Empresa tem novo sócio

MASSEY FERGUSON Em entrevista à nossa revista no SIMA, Paul Dowdeswell, responsável da marca pelos mercados da Europa ocidental e central, afirmou que “ainda não existe uma decisão definitiva quanto ao futuro da Massey Ferguson em Portugal”. Questionado sobre o porquê da demora, explicou. “Temos tido várias reuniões e existem boas perspectivas. Queremos um parceiro estável em Portugal, isto significa um compromisso de pelo menos cinco anos. A par disto, o parceiro escolhido tem também de ter capacidade porque, se 10% do mercado português são 500 tratores, então são quase 50 tratores por mês. Estamos a trabalhar no assunto e queremos resolvê-lo tão rápido quanto possível”.

ANTONIO CARRARO Maurizio Maschio e Enrico Polo, donos do grupo Milleuno-Imoco, presente em diversas áreas, desde editoras ao desporto, passando pela restauração ou a produção de prosecco, são os novos accionistas da Antonio Carraro spa. A colaboração visa valorizar a sociedade, tendo em vista um significativo aumento de capital destinado à financiação de um plano industrial a cinco anos que tem como objectivo um importante aumento da faturação. O presidente Antonio Carraro afirmou que a abertura do capital a um sócio industrial privado, ao contrário do que aconteceria com um fundo, permitirá outro tipo de relação.“(o sócio industrial) Participará na direção e no risco da empresa, conduzindo a um crescimento significativo da empresa ao nível da potenciação das linhas produtivas, desenvolvimento de novos produtos,

Pré-apresentação de máquinas autónomas KUBOTA

Num evento realizado em Quioto no início deste ano, a Kubota fez uma pré-apresentação de máquinas de funcionamento autómomo, que tem vindo a desenvolver. Foi inclusive feita uma demonstração de três equipamentos:

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março / abril 2017 · ABOLSAMIA

um trator no segmento dos 60 cv, uma plantadora de arroz e uma ceifeiradebulhadora de 100 cv. A Kubota informa que tenciona iniciar, em fase experimental, a comercialização de um trator autónomo no mercado japonês, já no decorrer de 2017.

conquista de novos mercados e segmentos da indústria de tratores compactos. Não se trata de uma operação financeira passageira, mas sim de uma colaboração a longo prazo”. Também Maurizio Maschio se mostrou “satisfeito” com o desenlace, ele que é cliente da marca há vários anos, cujos tratores utiliza nas suas vinhas de prosecco.

A New Holland conclui a aquisição da Kongskilde NEW HOLLAND

No seguimento do anúncio feito em outubro, a New Holland Agriculture vai aumentar a sua ampla oferta com novas linhas de alfaias após a CNH Industrial ter adquirido a unidade de negócio agrícola de Erva e Solo da Kongskilde Industries, parte integrante da Danish Group Dansk Landbrugs Grovvareselskab (DLG A.m.b.A.). A CNH Industrial vai assumir o comando desta unidade de negócio, que inclui duas fábricas na Europa, situadas na Polónia e na Suécia, e outras instalações nas regiões EMEA, APAC e NAFTA, a 1 de Fevereiro de 2017. Consequentemente, a New Holland Agriculture vai ampliar a sua oferta para incluir soluções de Lavoura, Sementeira, e Feno e Forragem sob várias marcas, incluindo a Kongskilde, Överum, Howard e JF. A marca e as organizações de vendas, os concessionários e os importadores da Kongskilde vão continuar a funcionar sem interrupções, garantindo a continuidade do apoio aos seus clientes. A New Holland vai integrar gradualmente as novas alfaias agrícolas na sua própria oferta de produtos.



Empresas ADeus a José de Oliveira

Inaugurado novo centro de testes AMAZONE

Entre a construção de edifícios e a aquisição de equipamentos, a Amazone investiu 2 milhões de euros para pôr a funcionar um novo centro de testes na sua fábrica de Hasbergen-Gaste, na Alemanha. Por ocasião da inauguração, em dezembro de 2016, Rainer Resch, responsável pela área de I&D da Amazone, salientou que este novo centro contribuirá para o reforço das competências técnicas da marca. O novo edifício inclui uma ala de 2.400 m²

onde serão construídos protótipos, e outra de 600 m² composta por laboratórios de eletrónica e escritórios. O centro de testes fica localizado junto ao centro de tecologia, onde desde 2014 estão instalados os engenheiros de desenvolvimento desta fábrica que está virada para a produção de charruas, fertilizantes, semeadores, pulverizadores e componentes de eletrónica. A Amazone dedica atualmente 5% do retorno financeiro à área de I&D.

Índice de Imagem

AGCO adquire Kepler Weber AGCO O Grupo Agco reforça a sua posição no setor dos equipamentos para armazenamento de cereais. Além de deter a companhia norte-americana GSI desde 2011, e de ter completado a aquisição da companhia dinamarquesa Cimbria no final de 2016, há agora uma outra empresa deste setor que vai passar para o universo Agco. Falamos da Kepler Weber, um player do Brasil, o que contribuirá para uma maior penetração nos mercados da América do Sul.

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DLG A DLG Intermarketing publicou o seu ranking de marcas do ano 2016 relativo à categoria de Engenharia Agronómica. Pelo 17º ano consecutivo a Fendt Global é líder de Imagem, mantendo os mesmos pontos de 2015 (60). Em segundo lugar surge a Claas France (57 pontos), e em terceiro a John Deere (53 pontos). O índice de marcas é calculado com base em quatro factores: conhecimento do mercado, lealdade à marca, rendimento da marca e imagem de marca. O estudo foi realizado através de um inquérito telefónico feito a mais de 700 agricultores alemães.

Partiu no passado dia 23 de fevereiro uma pessoa importante do mundo português das máquinas e tratores. José de Oliveira, conhecido pelos amigos por “Zé Paposseco” era um vendedor da velha guarda que deixou a sua marca a todos que consigo conviveram. Grande entusiasta das máquinas agrícolas, começou a sua vida profissional na empresa Bento e Baptista, tendo passado depois pela Bragança & Bastos. Fez por fim parte, como sócio, da Agripóvoa de Santarém. Não tendo nunca privado com José de Oliveira, vamos guardar na memória e no coração os bons momentos em que convivemos durante as feiras e festas ligadas ao nosso setor. Mas, sobretudo, o seu sorriso sempre amável e a boa disposição.

Claas mantém motores MTU CLAAS A Rolls-Royce e a Claas assinaram um acordo que prevê o fornecimento de motores MTU, destinados a equipar as ceifeirasdebulhadoras Lexion e Tucano, as ensiladoras Jaguar e os tratores da linha Xerion. A Claas deverá adquirir entre 4.000 a 5.000 motores MTU por ano. A partir de 2019, estes motores serão fornecidos à Claas com tecnologia de emissões Fase V. Recorde-se que nestas linhas de produto a Claas já equipa com motores MTU, comercializados sob marca Mercedes-Benz. Em 2014, a Daimler vendeu à Rolls-Royce a participação que detinha na MTU, pelo que é apenas o fornecedor que se altera. Os motores são os mesmos.



Estatísticas

Qual é a marca de tratores mais vendida na Europa? Que grupo obtém a maior fatia do mercado?

por Heliodoro Catalán Mogorrón (Doutor Engenheiro Agrónomo) e João Correia (abolsamia)

Vendas de tratores

na Europa continua a baixar A Organização Europeia do Comércio de Maquinaria Agrícola, CEMA divulgou uma quebra nas vendas de tratores de 6,7% em 2016 em relação ao ano anterior.

Visão global de 2016 A Organização Europeia do Comércio de Maquinaria Agrícola, CEMA divulgou uma quebra nas vendas de tratores de 6,7% em 2016 em relação ao ano anterior; mas salienta os comportamentos díspares, dependendo do país em causa (foram 27 os países considerados: Áustria, Bélgica, Bósnia-Herzegovina, Croácia, Dinamarca, Estónia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Islândia, Irlanda, Itália, Letónia, Lituânia, Moldávia, Holanda, Noruega, Polônia, Portugal, Sérvia e Montenegro, Eslováquia, Eslovénia, Espanha, Suécia, Suíça e Reino Unido). O CEMA destaca ainda como, devido à alteração nos requisitos de emissões de escape, ocorreu uma “perturbação” nos números habituais de vendas, nos tratores entre 75 e 175 cv com motores Fase IIIB que tiveram que ser matriculados antes de 1 de outubro de 2016. Na análise por países observam-se comportamentos muito diferentes. Para este artigo, selecionámos os dados relativos aos 19 países europeus

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março / abril 2017 · ABOLSAMIA

com “mais peso” na venda de tratores novos, embora para o comparativo histórico de 2012 a 2016 tenham sido considerados apenas 13 países. Numa visão global que posteriormente se individualizará por países, verifica-se que tanto a Alemanha como a França, os países com mais vendas registadas na Europa, não têm parado de baixar as suas vendas desde 2012. Comparativamente com 2015, a Alemanha apresentou uma quebra de 11% e a França de 6%; outro dos “grandes” que tem vindo a baixar o número de tratores matriculados é a Polónia (no ano passado teve um declínio de 27%). Outros dos “grandes”, como a Itália e o Reino Unido, também apresentaram quebras em 2016, embora pouco acentuadas, não tendo ainda conseguido recuperar após os anos de crise. No mercado ibérico, Espanha e Portugal, as coisas correram melhor o ano passado com subidas comedidas.

Vendas de tratores na Europa 2016 ALEMANHA FRANÇA

ITÁLIA

POLÓNIA

CASE IH+STEYR

2.391

2.163

523

635

NEW HOLLAND

1.970

4.461

4.010

1.290

GRUPO CNH

4.361

6.624

4.533

1.925

JOHN DEERE

5.222

4.759

1.330

1.105

MASSEY + CHALLENGER

1.156

2.650

512

260

VALTRA

716

1.757

161

261

FENDT

4.602

3.136

795

110

6.474

7.543

1.468

631

GRUPO AGCO SAME/LAMBOR/HURLIMAN

613

676

2.750

98

2.743

1.406

715

619

GRUPO SDF

3.356

2.082

3.465

717

CLAAS

2.048

3.326

535

388

KUBOTA

2.021

2.001

1.095

895

DEUTZ FAHR

GRUPO ARGO OUTROS TOTAL ANO

207

703

2.179

234

5.057

0

3.736

3.712

28.746

27.038

18.341

9.607


JOHN DEERE 17,3%

01

NEW HOLLAND 14,7%

02

FENDT 7,9%

03

CASE IH + STEYR 7,7%

04

KUBOTA 6,5%

05

CLAAS 5,9%

06

19 PAÍSES CONSIDERADOS

Selecionaram-se os 19 países que mais tratores vendem na Europa e por isso são os mais representativos neste mercado específico.

REINO UNIDO* ESPANHA

ÁUSTRIA

PORTUGAL NORUEGA

SUÉCIA BÉLGICA DINAMARCA FINLÂNDIA REP. CHECA HUNGRIA ESLOVÉNIA BULGÁRIA LITUÂNIA CROÁCIA

TOTAL

1.019

815

1.044

120

140

231

300

242

89

228

204

121

103

237

40

10.645

2.264

2.067

612

920

344

312

573

341

204

260

239

161

138

127

28

20.321

3.283

2.882

1.656

1.040

484

543

873

583

293

488

443

282

241

364

68

30.966

3.655

2.641

490

472

755

793

484

302

215

338

594

97

251

313

105

23.921

nd

603

404

135

632

525

153

173

125

130

69

2

22

118

11

7.680

nd

241

179

115

467

832

95

131

864

55

35

13

13

94

6

6035

nd

532

438

57

307

215

263

84

76

104

157

41

40

33

5

10.995

2.577

1.376

1.021

307

1.406

1.572

511

388

1.065

289

261

56

75

245

22

27.287

nd

820

182

773

0

2

53

5

0

49

61

124

98

0

55

6.359

nd

590

296

443

124

185

304

60

23

110

61

78

38

95

52

7.942

284

1.410

478

1.216

124

187

357

65

23

159

122

202

136

95

107

14.585

583

346

145

14

88

42

83

142

103

66

131

14

32

107

15

8.208

810

883

112

772

45

73

0

3

0

20

53

16

129

4

10

8.942

289

616

33

389

43

14

50

1

7

27

90

67

59

6

8

5.022

631

1.211

638

1.067

140

296

16

45

94

494

1.030

376

299

481

211

19.534

12.112

11.365

4.573

5.277

3.085

3.520

2.374

1.529

1.800

1.881

2.724

1.110

1.222

1.615

546

138.465

* Dados do Reino Unido relativos a 2015.

ABOLSAMIA · março / abril 2017

21


13 PAÍSES CONSIDERADOS

Evolução das vendas de tratores nos principais mercados europeus

Evolução das vendas nos principais países europeus 2012 a 2016 160.000

158.077

157.034

155.000

141.687

UNIDADES

150.000

POR PAÍSES Treze países considerados: em relação às vendas de 2016, dispomos de dados relativos aos 19 países europeus com “mais peso” nas estatísticas de venda de tratores novos. No entanto, para estudarmos a evolução 2012-2016 selecionámos apenas os 13 países mais representativos, por não dispormos de estatísticas de outros anos ou por estas não estarem segmentadas por potências ou por marcas.

março / abril 2017 · ABOLSAMIA

129.099

140.000 135.000 130.000

ALEMANHA FRANÇA ITÁLIA POLÓNIA REINO UNIDO ESPANHA ÁUSTRIA PORTUGAL SUÉCIA NORUEGA BÉLGICA FINLÂNDIA DINAMARCA TOTAL

Análise global: os 13 países que considerámos totalizam 129.099 unidades. Em 2016, o mercado global europeu situou-se proximo das 145.000 unidades, efetivamente, longe das 158.077 de 2012.

22

136.550

145.000

125.000 2012

Concretamente, os valores recolhidos são relativos aos seguintes países (ordenados do maior para o menor em número de vendas de tratores novos): Alemanha, França, Itália, Reino Unido, Polónia, Espanha, Áustria, Portugal, Suécia, Noruega, Bélgica, Finlândia e Dinamarca.

2013

2014

2015

2016

ANOS

2012

2013

2014

2015

2016

36.264 33.577 19.456 19.315 15.382 8.655 7.169 3.986 3.859 3.649 2.142 2.828 1.795 158.077

36.248 37.848 19.017 15.129 13.490 8.894 6.945 4.938 3.425 3.810 2.236 2.556 2.498 157.034

34.611 28.905 18.313 14.472 12.433 10.004 5.434 4.668 3.252 3.136 2.489 2.095 1.875 141.687

32.220 28.834 18.428 13.096 12.112 10.587 4.805 4.544 3.028 3.071 2.207 1.854 1.764 136.550

28.746 27.038 18.341 9.607 11.844 11.365 4.573 5.277 3.520 3.085 2.374 1.800 1.529 129.099

40.000

35.000

30.000

Alemanha França

25.000 UNIDADES

Em 2016 continuou a mesma tendência descendente na venda de tratores novos que já se tinha iniciado em 2013. Em países como a Alemanha, Polónia, França e Áustria, a linha mostra uma franca tendência de quebra. O importante mercado inglês, ainda que sempre em linha descendente, tem vindo a cair de forma equilibrada; algo parecido acontece em Itália que mantem o seu equilíbrio em torno das 18.00019.000 unidades. Por outro lado, os países ibéricos, Espanha e Portugal, iniciaram uma tímida subida que se manteve em 2016. Os fabricantes dão conta de como os tratores especializados (para vinhas e pomares) continuam em alta, de igual modo que os tratores polivalentes ou multitarefas.

Para estudarmos a evolução 2012-2016, selecionámos os 13 países mais representativos e para os quais dispúnhamos de dados.

20.000

Itália 15.000

Reino Unido Espanha

10.000

Polónia Portugal Áustria Suécia Noruega Bélgica Filândia Dinamarca

5.000

0 2012

2013

2014

2015

2016 ANOS


OUTROS 13,0%

A John Deere é o líder europeu com 22.223 unidades vendidas em 2016.

JOHN DEERE 17,2%

LANDINI+MCCORMICK 3,7% SAME, LAMBO., HÜRLIMAN 4,6%

Quotas de mercado 2016

VALTRA 4,8% DEUTZ FAHR 5,8%

POR MARCAS

CLAAS 6,1%

A John Deere continua a ser a marca mais vendida na Europa. Nos 13 países considerados, “os verdes” venderam 22.223 tratores, o que representa cerca de 17,2% do mercado. No entanto, desde 2012, ano em que a marca vendeu 31.363 tratores (20% de quota de mercado) tem vindo a diminuir as vendas, tendo perdido desde então cerca de 9.000 unidades e 2,6 pontos de quota de mercado.

A Fendt, como terceira marca, também cai em número de vendas, mas a par com o mercado, e mantém a sua quota de penetração em 8-9%.

KUBOTA 6,7% MASSEY+CHALLENGER 6,7%

CASE IH+STEYR 7,5%

Evolução das quotas do mercado por marca 2012 a 2016 25

20

John Deere New Holland

15

210

A Kubota foi a única marca que subiu todos os anos desde 2012, tanto em número de unidades vendidas como em penetração; em 2016 vendeu, nos 13 países considerados, 8.710 tratores, um número muito positivo (ainda que uma grande parte corresponda a tratores pequenos que talvez nem devessem figurar nas estatísticas).

Fendt Case IH+Steyr Kubota Massey+Challenger Class Deutz Fahr Valtra Same/Lambor./Hurliman Landini+McCormick

5

0 2012

2013

2012 JOHN DEERE NEW HOLLAND FENDT CASE IH+STEYR MASSEY+CHALLENGER CLAAS DEUTZ FAHR KUBOTA VALTRA SAME/LAMBOR/HURLIMAN LANDINI+MCCORMICK OUTROS TOTAL

FENDT 8,8%

UNIDADES

A segunda marca é a New Holland com 19.368 tratores (15,0%) que manteve a sua penetração nos 15-16%. Os “azuis” também têm baixado o número de unidades vendidas, uma vez que em 2012 atingiram 26.021 tratores; a quebra foi, no entanto, mais ligeira que no caso da John Deere.

NEW HOLLAND 15,0%

2014

2013

2015

2014

2016 ANOS

2015

2016

UNID.

QUOTA (%)

UNID.

QUOTA (%)

UNID.

QUOTA (%)

UNID.

QUOTA (%)

UNID.

QUOTA (%)

31.363 26.021 12.237 13.590 11.747 9.610 9.862 5.262 6.734 5776 5384 20.491 158.077

19,8 16,5 7,7 8,6 7,4 6,1 6,2 3,3 4,3 3,7 3,4 13,0 100,0

30.372 24.805 13.946 12.978 11.511 10.644 9.555 5.781 6.621 5.992 5.301 19.528 157.034

19,3 15,8 8,9 8,3 7,3 6,8 6,1 3,7 4,2 3,8 3,4 12,4 100,0

25.424 23.286 12.619 12.695 10.143 8.716 8.675 7.664 6.008 5.808 5.037 15.612 141.687

17,9 16,4 8,9 9,0 7,2 6,2 6,1 5,4 4,2 4,1 3,6 11,0 100,0

25.201 20.637 12.046 10.710 9.586 8.800 8.509 8.106 6.016 5.398 5.017 16.524 136.550

18,5 15,1 8,8 7,8 7,0 6,4 6,2 5,9 4,4 4,0 3,7 12,1 100,0

22.223 19.368 11.311 9.712 8.682 7.843 7.508 8.710 6.241 5.972 4.765 16.764 129.099

17,2 15,0 8,8 7,5 6,7 6,1 5,8 6,7 4,8 4,6 3,7 13,0 100,0

ABOLSAMIA · março / abril 2017

23


Estatísticas POR GRUPOS Ao agrupar as marcas nos seus respetivos grupos empresariais, a “cor” do mercado varia bastante e atualmente o grupo CNH lidera com uma quota de 22,5%, seguida pelo grupo AGCO que se posiciona de forma folgada na 2ª posição com algo mais que 20,3% do mercado global. A marca líder, a John Deere, fica em 3ª posição na análise por grupos, com uma quota de 17,2%.

CNH é o líder europeu com uma quota de 22,5%.

Evolução de vendas por Grupos 2012 a 2016 30

25 QUOTA DE MERCADO (%)

Grupo CNH Grupo AGCO

20

John Deere 15

Grupo SDF

10

Kubota Claas

5

Grupo ARGO

0 2012

2012 GRUPO CNH GRUPO AGCO JOHN DEERE GRUPO SDF CLAAS KUBOTA GRUPO ARGO OUTROS TOTAL

2013

2014

2013

2015

2014

2016 ANOS

2015

2016

UNID.

QUOTA (%)

UNID.

QUOTA (%)

UNID.

QUOTA (%)

UNID.

QUOTA (%)

UNID.

QUOTA (%)

39.611 30.718 31.363 15.638 9.610 5.262 5.384 20.491 158.077

25,1 19,4 19,8 9,9 6,1 3,3 3,4 13,0 100,0

37.783 32.078 30.372 15.547 10.644 5.781 5.301 19.528 157.034

24,1 20,4 19,3 9,9 6,8 3,7 3,4 12,4 100,0

35.981 28.770 25.424 14.483 8.716 7.664 5.037 15.612 141.687

25,4 20,3 17,9 10,2 6,2 5,4 3,6 11,0 100,0

31.347 27.648 25.201 13.907 8.800 8.106 5.017 16.524 136.550

23,0 20,2 18,5 10,2 6,4 5,9 3,7 12,1 100,0

29.080 26.234 22.223 13.480 7.843 8.710 4.765 16.764 129.099

22,5 20,3 17,2 10,4 6,1 6,7 3,7 13,0 100,0

Ranking de vendas por países ALEMANHA É verdade que continua a ser o país que mais tratores matricula, mas a quebra chama a atenção: em 2012 chegou às 36.264 unidades, em 2015 baixou para 32.220, e em 2016 para 28.746, uma descida de quase 11% que já dura há cinco anos. Os fabricantes: apenas a Kubota se salvou de descer as suas vendas. A maior quebra pertence à John Deere que perdeu 17% em 2016, ainda que mantenha uma quota de mercado de 18,2%, com 5.222 tratores. Também o grupo AGCO teve uma quebra de 13,6%, ficando em 6.474 tratores (dos quais 4.602 são Fendt), embora em vendas continue

24

março / abril 2017 · ABOLSAMIA

ainda a liderar, com 22,5% do mercado teutónico. O grupo Same Deutz Fahr também baixou mas em menor proporção que o mercado alemão (9% face a 11%) Dentro do grupo é a marca Deutz Fahr que representa a maioria dos tratores vendidos (2.743 dos 3.356 de todo o grupo).

FRANÇA Após o trambolhão que sofreu em 2014, o mercado francês não voltou ainda a recuperar e inclusive em 2016 voltou a perder 1.800 unidades ficando nos 27.038 tratores (recorde-se que em 2013 estava nas 38.000). Os fabricantes: a John Deere perdeu o domínio das vendas pois, ainda que continue a liderar

com 4.759 unidades, a New Holland já começa a pisar-lhe os calcanhares com 4.461 tratores. Na terceira posição, a par e passo, a Claas com 3.326 unidades e a Fendt com 3.136. Por grupos, a AGCO mantém a liderança conquistada em 2014, após tê-la arrebatado à CNH. Em 2016, a AGCO alcançou as 7.543 unidades e a CNH as 6.624. Como é habitual neste país, os tratores especializados, vinhateiros e pomareiros, têm uma enorme percentagem do mercado. Este ano venderamse 4.078 unidades nesta categoria das 27.038 totais, o que representou uma subida de 10% (3.666 unidades em 2015).

ITÁLIA Olhando para os resultados de França e da Alemanha, os de Itália nem são maus. Desde 2014, o mercado transalpino tem registado quebras e em 2016 chegou às 18.341 unidades, dando ideia que o “fundo” do mercado italiano se situa em torno dos 18.500 tratores. Os fabricantes: o líder indiscutível continua a ser o grupo CNH (4.533 tratores) que continua a perder quota de mercado de forma suave (24,7% em 2016) a favor do segundo no ranking, o grupo SDF (3.465 tratores) com 18,9%. A medalha de bronze cabe ao grupo ARGO com 2.179 unidades e 11,9%.


A Alemanha é o principal país em número de vendas de tratores novos.

REINO UNIDO Baixa pela primeira vez em muitos anos para menos de 12.000 unidades com o ano de 2016 a fechar com 11.844 tratores. Os fabricantes: o mercado anglo saxónico é um mercado repartido sobretudo entre os 3 grupos dominantes (John Deere, CNH e AGCO) perfazendo, entre os três, 78% do total. A John Deere continua a liderar mas ficou pelos 3.655 tratores (30,2%); a CNH 3.283 tratores (27,1%) e a AGCO com 2.472 unidades (20,4%).

POLÓNIA Curioso caso o deste país com tanta projeção agrícola mas que após o boom da “tratorização” após a sua entrada na UE vê o seu mercado descer ano após ano. Os polacos que no ano 2012 chegaram a matricular 19.315 tratores, terminaram 2015 com 13.096 unidades e 2016 com 9.607, uma descida de 27%. Os fabricantes: a marca ganhadora foi a New Holland (1.290) seguida pela John Deere e a Zetor que “calcam” os seus resultados (1.105 para o primeiro e 1.103 para o segundo).

ESPANHA No país vizinho continua a retoma após a terrível crise de 2012. Em 2016 matricularam-se 11.365 tratores. Os fabricantes: por marcas, praticamente todas sobem em unidades vendidas com exceção da John Deere que continua a baixar em penetração; também não foi um bom ano para a Valtra e para a Fendt ainda que nestes casos as quebras tenham sido muito pouco significativas em número de unidades. Apesar da descida, a John Deere continua a ser a marca mais vendida, mas perdeu 2% de penetração passando de 25% em 2015 para 23% em 2016. A segunda marca continua a ser a

New Holland que não aproveitou a descida da John Deere e mantem 18,2% de quota de mercado. Por grupos, a CNH é, pelo terceiro ano consecutivo, o líder de vendas (2.882 tratores) mantendo a sua quota de mercado em 25,4%. A medalha de bronze vai para o grupo AGCO.

ÁUSTRIA O caso do mercado austríaco é muito semelhante ao do mercado alemão, continua a cair. Em 2016, os austríacos venderam 4.573 tratores o que representou uma quebra de 36,2% relativamente às 7.169 unidades de 2012. Os fabricantes: todas as marcas baixaram por comparação a 2015 salvo a Valtra, a Claas e a Kubota. O líder das marcas continua a ser a Steyr com 959 tratores, seguida pela New Holland e Lindner (com 668 e 612 unidades respetivamente). Por grupos, a medalha de ouro vai para a CNH com 36,2% do mercado, a que se segue o grupo AGCO 22,3%.

NORUEGA, SUÉCIA Os mercados sueco e norueguês são praticamente idênticos. Em 2016, ou se mantiveram muito ligeiramente acima das 3.000 unidades, como a Noruega ou aumentaram até às 3.500 como no caso sueco (em 2015 tinha matriculado 3.028 tratores). Os fabricantes: nota-se una preferência clara pelo grupo AGCO que, com a soma das suas três marcas (Massey Ferguson, Valtra e Fendt) duplicam o resultado do 2º classificado que, em ambos os países, é a John Deere. Por marcas, destaca-se a Valtra na Suécia com 832 tratores à frente das 793 da John Deere. Na Noruega a primeira escolha recai na John Deere (755) seguida da Massey Ferguson (632).

ABOLSAMIA · março / abril 2017

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Estatísticas Mercado Português

Os fabricantes: a marca mais vendida, um ano mais, foi a New Holland que subiu significativamente até às 920 unidades, quase 200 unidades mais que em 2015. A segunda marca foi a Kubota com 772 tratores. Por grupos, a SDF continua em primeiro lugar com 1.216 unidades (recordemos que tomou esta posição em 2012), seguindo-se a CNH com 1.040 e a Kubota com 772.

Matrículas de tratores agrícolas novos 2012 a 2016 1.000

New Holland

900 800

Kubota

700 600 UNIDADES

Foi um bom ano para o mercado português que chegou às 5.277 unidades, após 5 anos de perdas no seu mercado interno. Ainda que estas 5.277 unidades incluam 1.099 tratores muito pequenos (potência abaixo de 39 cv).

500

John Deere Deutz Fahr

400

Same

300

Landini Massey-Fergunson LS Daedong/Kioto

200

Lamborghini

100 0

Em Portugal a marca mais vendida de tratores agrícolas novos, em 2016, foi a New Holland.

2012

OUTROS 30,3%

Quotas de mercado por marca 2016

LANDINI 4,6%

KUBOTA 14,6%

JOHN DEERE 8,9%

LAMBORGHINI 4,9% SAME 6,2%

2014

2015

2016

Evolução das marcas em Portugal 2012 a 2016

NEW HOLLAND 17,4%

DAEDONG/KIOTI 4,5%

2013

DEUTZ FAHR 8,4%

NEW HOLLAND KUBOTA JOHN DEERE DEUTZ-FAHR SAME LANDINI MASSEY-FERGUSON LS DAEDONG/KIOTI LAMBORGHINI HURLIMANN MC CORMICK ISEKI CASE IH VALTRA BRANSON TYM SHIBAURA FENDT YANMAR DONG FENG CNH ANTONIO CARRARO SOLIS CLAAS FERRARI OUTROS TOTAL

ANOS

2012

2013

2014

2015

2016

TOTAL

714 448 465 263 265 248 180 180 145 154 131 155 81 49 57 80 63 71 38 35 39 0 12 2 23 9 79 3.986

868 506 622 339 321 311 224 221 198 187 139 160 101 102 84 86 76 56 64 51 34 30 30 4 19 19 86 4.938

742 589 454 367 274 248 234 211 220 176 157 151 104 86 95 62 78 42 60 38 43 90 22 12 26 18 69 4.668

726 612 487 375 240 181 246 180 203 180 153 126 102 100 100 74 58 59 54 34 35 22 23 30 27 31 86 4.544

920 772 472 443 329 245 135 220 239 257 187 144 120 120 115 61 67 61 57 33 34 0 29 68 14 26 109 5.277

3.970 2.927 2500 1.787 1.429 1.233 1.019 1.012 1.005 954 767 736 508 457 451 363 342 289 273 191 185 142 116 116 109 103 429 23.413 Fonte: ACAP

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Estatísticas

Matrículas de tratores agrícolas novos por escalões de potência em 2016 < 40 CV

Matrículas de tratores novos em Portugal, por marcas e escalões de potência 2016 [Nº Unidades]

Em Portugal o escalão de potência mais vendido em 2016 foi dos 40-80 cv.

KUBOTA 297

OUTROS 383 < 40 CV

1109

40-80 CV

TOTAL 1109

2543

80-120 CV

SHIBAURA 61

1252

120-200 CV > 200 CV

LS 99 NEW HOLLAND 88

DAEDONG/KIOTI 69

307

ISEKI 112

NEW HOLLAND 424

66 OUTROS 606

nº total de unidades vendidas

5277

Quotas de mercado por escalões de potência 2005 a 2016

QUOTA DE MERCADO (%)

50.00

40-80 CV

40.00

30.00

< 40 CV

DEUTZ-FAHR 259 SAME 251 NEW HOLLAND 324

80-120 CV

TOTAL 1252

20.00

120-200 CV

<29 kW (<40 cv) 30-59 kW (40-80 cv) 60-88 KW (80-120 CV) 89-147 kW (120-200 cv) >148 KW (>200 CV) TOTAL

NEW HOLLAND 72

TOTAL 307 JOHN DEERE 71

FENDT 30

>200 CV 2006

DEUTZ-FAHR 136

120-200 CV

DEUTZ-FAHR 28

0 2005

JOHN DEERE 217

OUTROS 30

CASE IH 17 KUBOTA 18

80-120 CV

10.00

TOTAL 2543

LAMBORGHINI 198 OUTROS 192 HURLIMANN 63 LANDINI 64 CASE IH 68 SAME 72 KUBOTA 116

60.00

KUBOTA 341

40-80 CV

JOHN DEERE 129 LANDINI 165 DAEDONG/KIOTI 170

2007

2012

2013

2014

2015

VALTRA 41

2016 ANOS

2005

2006

2007

2012

2013

2014

2015

2016

1.771 3.018 1.180 246 nd 6.215

1.348 2.625 1.186 236 nd 5.395

1.544 2.830 1.429 287 nd 6.090

923 1.932 844 254 33 3.986

713 1.416 695 201 38 3.063

809 1.621 691 198 49 3.368

911 2.018 1.048 309 56 4.342

1.109 2.543 1.252 307 66 5.277

Nota: Até à data de saída da edição não nos foi possível obter os dados em falta relativos aos anos de 2008 a 2011.

DEUTZ-FAHR 6 CASE IH 8

FENDT 11

OUTROS 2

JOHN DEERE 15 > 200 CV

TOTAL 66

NEW HOLLAND 12 VALTRA 12

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Novos Semirreboques GALUCHO MG

Mais leves, mais independentes e ainda mais resistentes

Um objetivo, uma meta: Facilitar a vida dos agricultores A nova gama MG nasce da inovação tecnológica da engenharia GALUCHO. Uma tonelada a menos que o torna mais leve. Os novos MG superam na capacidade de transporte ao disponibilizarem até 28 m3 de caixa. O sistema hidráulico independente impede as misturas de óleos entre tratores e o sistema de eixos direcionais facilitam as manobras. Personalize ainda o equipamento com a vasta oferta de acessórios disponíveis.

GALUCHO, Soluções Eficientes.

A GALUCHO juntou-se ao BPI no financiamento à agricultura portuguesa.

www.galucho.com


Estatísticas por João Freire, Diretor de Marketing da Galucho

Galucho e abolsamia divulgam

barómetro do setor agrícola A Galucho desenvolveu em conjunto com a Revista abolsamia um barómetro para a agricultura. O estudo tem como objetivo avaliar o sentimento dos portugueses relativamente ao setor. Os portugueses envolvidos no estudo são aqueles que têm um interesse direto nesta área de atividade.

A agricultura é um setor fundamental cujo desempenho, positivo ou negativo, afeta a economia nacional. Sobre ela recai a atividade de empresas que atuam em ramos tão diversificados como: o trabalho dos solos, a venda de equipamento, os serviços de apoio à agricultura, a investigação ao nível universitário, entre outros. Assim, verifica-se que a população interessada neste setor é bastante diversificada e numerosa. Perante a relevância desta área para a Galucho e para a revista abolsamia, as duas organizações avançaram com um estudo que as auxiliasse a compreender, de uma forma mais clara, qual o sentimento que o setor agrícola provoca junto dos indivíduos que são impactados por este setor. Utilizou-se a base de dados da abolsamia para realizar o estudo. A base de dados tem 20.000 utilizadores, sendo composta por indivíduos com interesse no setor agrícola, tais como: agricultores, comerciantes, prestadores de serviços, professores, entre outros. Realçase que, do total da amostra, 76% dos participantes do estudo são investidores ativos no setor agrícola. LICENCIADOS MESTRADO Obtiveram-se 875 respostas DOUTORAMENTO válidas ao questionário. A dimensão da amostra permitenos dizer que a margem de erro é de 3,24% para um nível de confiança de 95%. 9º ANO OU MENOS

O barómetro tem como objetivo avaliar o sentimento dos portugueses relativamente ao setor agrícola.

DADOS PARA O ESTUDO

20.000 utilizadores [875 respostas válidas]

SETOR AGRÍCOLA

COM INTERESSE NO SETOR AGRÍCOLA Agricultores, Comerciantes, Prestadores de serviços, Professores, entre outros.

76% investidores ativos

Planos de investimento para 2017 47% VÃO MANTER

< 54 ANOS visão positiva

29% VÃO AUMENTAR 24% VÃO DIMINUIR

58% 42%

visão negativa

> 55 ANOS

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Estatísticas Utilizaram-se três medições para avaliar o sentimento dos portugueses relativamente ao setor agrícola PERSPETIVA DO SETOR AGRÍCOLA PARA OS PRÓXIMOS 3 ANOS Perguntou-se aos participantes do estudo se têm uma “muito boa”, “boa”, “má” ou “muito má” perspetiva relativamente à agricultura para os próximos 3 anos.

VISÃO POSITIVA OU NEGATIVA PARA OS

PRÓXIMOS 3 ANOS? MUITO BOA

5%

A maioria dos inquiridos (58%) tem uma visão positiva do setor para os próximos 3 anos. De facto 5% têm uma muito boa perspetiva e 53% uma boa perspetiva para o setor. Contudo, 7% da amostra tem uma perspetiva muito negativa e 35% negativa. Assim, 42% dos participantes tem uma visão negativa para a agricultura para os próximos 3 anos.

MUITO MÁ

7%

35%

BOA

Os participantes de uma faixa etária mais elevada são os mais pessimistas. Até aos 54 anos, as respostas positivas representam sempre a maioria. Contudo, a partir dos 55 anos, há uma maior descrença no setor, com a maioria das respostas a manifestar uma perspetiva negativa para os próximos três anos.

53%

PERSPETIVA DE ACORDO COM A

FAIXA ETÁRIA VISÃO PREDOMINANTEMENTE NEGATIVA

VISÃO PREDOMINANTEMENTE POSITIVA

> 55 anos < 54 anos

visão positiva

58%

visão negativa

42%

100% 80% 60% 40% 20%

PERSPECTIVA DE ACORDO COM O

GRAU ACADÉMICO

0% Muito boa Boa Má Muito má

18-25

26-34

35-54

55-64

65 ou mais

7% 66% 20% 6%

5% 53% 37% 5%

5% 53% 34% 8%

3% 44% 47% 6%

0% 49% 41% 11%

Mestrado/Doutoramento Licenciatura 12º ano 9º ano ou menos

Muito boa Boa Má Muito má

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9º ano ou menos

12º ano

Licenciatura

Mestrado Doutoramento

2.62% 50.26% 37.17% 9.95%

4.53% 52.57% 36.56% 6.34%

5.16% 53.17% 35.71% 5.95%

10.81% 59.46% 24.32% 5.41%

As respostas também divergem consoante o grau de escolaridade. Neste ponto, 58% dos licenciados respondem ter uma perspetiva positiva, todavia, o número sobe para os 70% para os participantes que têm mestrado/doutoramento. Inversamente, como grupo, quem tem menor escolaridade apresenta a opinião contrária. Ou seja, quanto maior o grau académico maior a tendência para perspetivar positivamente o futuro da agricultura.


Estatísticas Conclusão

PERSPETIVAS DE INVESTIMENTO NO PRÓXIMO ANO Perguntou-se, apenas aos investidores ativos no setor agrícola, quais os seus planos de investimento para o próximo ano: aumento, manutenção ou redução de investimento. No panorama geral, a perspetiva positiva da maior parte dos inquiridos é suportada pelo indicador relativo aos planos de investimento para 2017. Do total dos investidores ativos, 29% indicaram que irão aumentar o seu nível de investimento e 47% afirmaram que irão manter. Menos de um quarto da amostra afirma que irá diminuir os seus níveis de investimento. Com estes dados, depreende-se a existência de um dinamismo positivo na agricultura com um potencial de investimento considerável. 47 %

IREI MANTER O MEU NÍVEL DE INVESTIMENTO 29 %

IREI AUMENTAR O MEU NÍVEL DE INVESTIMENTO 24 %

IREI DIMINUIR O MEU NÍVEL DE INVESTIMENTO

PERSPETIVA DE LONGO PRAZO Perguntou-se aos participantes se recomendam o setor agrícola enquanto atividade profissional atrativa e de futuro. Esta questão foi baseada na metodologia Net Promoter Score (NPS). O inquirido dispõe de uma escala de 0 a 10. Se responder com 10 ou 9 é classificado como promotor, 8 ou 7 é neutro/passivo. De 6 até zero é classificado como detrator. Alcança-se o valor de NPS utilizando a seguinte fórmula: NPS = (% dos que responderam 10 + 9) - % dos que responderam 6+5+4+3+2+1+0) PROMOTORES NEUTROS

9%

A perspetiva geral para o setor é positiva no curto/médio prazo, especialmente entre as camadas mais jovens e academicamente mais habilitadas. Assim, pode-se concluir que o fulgor desta área de atividade reside junto dos mais jovens. Existe uma intenção de investimento considerável para o setor. Todavia, a carreira agrícola não é percecionada como uma opção profissional recomendada, algo que deve ser trabalhado no futuro. Relativamente ao NPS do setor agrícola, para ter um melhor entendimento sobre o resultado, seria relevante aplicá-lo a outros setores de atividades para servirem de comparação. Este barómetro será aplicado novamente em 2018 com o objetivo de traçar tendências e comparar resultados.

21 % 70 %

DETRATOR

O indicador com a pior performance é o que avalia a recomendação da atividade agrícola enquanto profissão, um parâmetro que obteve -61 como resultado através da metodologia Net Promoter Score (NPS). De acordo com os resultados, 70% dos inquiridos são detratores, ou seja, apresentam reservas na altura de recomendar um futuro profissional ligado à agricultura. Somente 9% recomendaria a atividade agrícola como profissão. Este é um dado preocupante que sugere a necessidade de uma aposta na promoção da atividade agrícola como opção de carreira de futuro.

18-25

26-34

35-54

55-64

65 OU MAIS

-38

Porém, uma vez mais, a idade mostra ter um impacto ao nível no indicador. A população mais jovem tem uma perspetiva mais positiva do que a mais velha. Por exemplo, o NPS da faixa etária 18-25 anos é de -38, ou seja, é muito superior ao NPS global que é de -61. Este último dado mostra concordância com a tendência positiva a curto/médio prazo perspetivada pelo grupo mais jovem.

-52 -64 -70 -77

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Gestão de negócio Texto Sebastião Marques Fotos Francisco Marques

Silagem, trabalho com paixão Leonel Pires é agricultor na zona de Avis e um apaixonado por máquinas. Para além de uma exploração própria onde faz milho em terrenos de regadio e cria vacas Limousine, presta serviços vários a agricultores vizinhos. Leonel Pires foi sempre um apaixonado por máquinas. Filho de um agricultor da zona de Avis, de seu nome José Luís Correia da Silva, cresceu a ajudar o pai na sua exploração (uma herdade com 40 hectares de área de regadio) e prestando serviços a vizinhos. Foi através desta aprendizagem e da formação académica que entretanto adquiriu em produção animal que ganhou conhecimentos para estabelecer a sua própria empresa em 2002. Hoje, para além de uma exploração própria onde faz milho em terrenos de regadio e cria vacas Limousine, assegura o abastecimento de silagem a uma das mais conceituadas vacarias do País, e continua a realizar vários trabalhos para agricultores vizinhos.

A empresa Em 2002, Leonel e a sua mulher assumiram as rédeas do negócio. Até 2013, mantiveram a atividade centrada na própria exploração mantendo as colaborações com agricultores vizinhos na àrea dos fenos, preparação de terras e algumas sementeiras. É por esta altura que uma parceria, existente desde o início da empresa em 2002, com um amigo dos tempos académicos muda por completo o rumo da sua vida profissional. Luís Gomes era, já à época, proprietário de uma das mais conceituadas vacarias do País, em Alter-do-Chão, hoje com 600 vacas (300 em lactação),

mas não possuía terras de regadio onde produzir toda a silagem de que necessitava. Assim, Leonel passou a produzir para ele.

PERFIL DA EXPLORAÇÃO Proprietário: Leonel Pires Nome da empresa: Sociedade Agro Pecuária do Rabaço, Lda. Localização: Avis, Alentejo Área semeada (milho): 180 ha Área cortada (milho): 300 ha Área cortada (erva): 250 ha Nº animais: 100 vacas Limousine Pessoal efetivo: 3/5 Cultura principal: Milho Outras culturas: Luzerna, Azevém

Comprar Leonel e o seu parceiro continuavam, no entanto, dependentes de terceiros para assegurar o corte e o transporte. A necessidade de ter uma máquina disponível em intervalos de tempo específicos para assegurar uma silagem de qualidade, e o surgimento de novas oportunidades de prestação de serviços ajudaram na decisão de aquisição de uma picadora. A partir daqui, todo o parque de máquinas teve que ser redimensionado à medida do trabalho desenvolvido pela picadora, que obrigou à aquisição de reboques, tratores John Deere 6170M com cisterna Jeantil de 18500 litros, equipada com braço hidráulico Turbomax.

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Gestão de negócio

Um dos John Deere 6170M, irrepreensivelmente limpo e acondicionado no armazém.

problema. Depois, é um trator com que qualquer pessoa consegue trabalhar. Por vezes pode ser um pouco grande, por exemplo para andar com o junta-pastos, mas compensa no trabalho com a charrua ou com o reboque”, referiu.

LOCALIZAÇÃO

Avis

mais potentes e respetivas alfaias. “Em 2013, quando comprámos a picadora, comecei a achar que os tratores que tínhamos não tinham a capacidade necessária, para andar com o reboque”, disse Leonel Pires.

Tratores: 4, e verdes “Não nos interessa ter tratores muito grandes. Atualmente temos três John Deere 6170M e um 6130M. Optámos pelos tratores que temos por serem extremamente simples e fiáveis. Um deles fez dois anos em Janeiro e tem quase 3000 horas sem ter tido nenhum

Picadora John Deere 7380 “Decidimos investir numa picadora John Deere 7380 no final de 2013 porque não conseguíamos ter o serviço a tempo e horas, o que era prejudicial para nós (porque o milho de silagem a partir de determinada altura começa a

Carregador telescópico Manitou 840.

perder peso), e , principalmente, para o nosso parceiro porque perdia qualidade como alimento”, explicou. “Para uma boa silagem influem o dia do corte, o corte e o esmagamento. Quando esta máquina veio para cá não havia em Portugal nenhum ‘corn cracker’ como o nosso. É um ‘corn cracker’ de discos, e não de rolo, e permite esmagar o grão como nenhum outro. Mesmo que só faça 500 ou 600 hectares, faz um serviço com uma qualidade inigualável. No final, para citar o meu parceiro, ‘todos os pormenores se notam na

teta da vaca’. Ele tem 25 das 50 melhores vacas do país, não por acaso.”

Manitou “Quando comprámos a picadora, tivemos também de adquirir um carregador telescópico para carregar os camiões, apesar de serem apenas 20 e poucos quilómetros até à exploração do nosso parceiro. Fazemos o transporte em camião: colocamos o milho no chão, e carregamos os camiões com o carregador telescópico. Optámos por um carregador telescópico em vez de carregador frontal pois este não tem altura suficiente. A verdade é que é uma máquina muito versátil para o trabalho diário, na nossa exploração de vacas, praticamente nunca mais utilizámos o carregador frontal. Seja a dar comida às vacas, a rebocar, é uma ferramenta muito útil. Para dar uma ideia, comprámos a primeira em 2014 e no final de 2016 trocámo-la, ao fim de

Picadora John Deere 7380 com frente para silagem de erva.

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PARQUE DE MÁQUINAS Tratores 3 John Deere 6170M 1 John Deere 6130 M

Outros Equipamentos Picadora John Deere 7380m Carregador telescópico Manitou 840 Enfardadeira New Holland BB9050 4 Gadanheiras condicionadoras Kuhn (2 frontais + 2 traseiras) 4 Junta pastos Claas

Reboques 3 banheiras Herculano 2 taipais de 16 toneladas Herculano 1 plataforma Herculano 1 reboque pequeno Herculano

Alfaias 2 charruas Gregoire-Besson e Kverneland 3 grades Galucho 1 chísel Galucho 2 Rototerras Maschio (3 e 4 metros) 1 escarificador 1 vibrocultor Noli 6 metros 1 pulverizador Tomix 1000 litros, de barras hidráulicas, 12 metros.

2500 horas, por um modelo maior. Passámos de uma Manitou 634, para uma Manitou 840, com um balde bastante maior.”

Suporte financeiro Para aquisição do seu parque de máquinas, Leonel Pires não recorreu a subsídios, optou antes pelo financiamento oferecido pela John Deere Finance que em Portugal opera através do BPI e, segundo Pires, “oferece um juro bastante atrativo. Temos a máquina e dois dos tratores nesse esquema. Foi importante. A nossa empresa tem crescido do trabalho que faz e pagamos as máquinas com esse mesmo trabalho que fazemos. Infelizmente não herdei nada, ninguem me deu nada. Temos investido na nossa empresa todos os apoios que a nossa exploração tem recebido ao longo dos últimos anos. Não há tempo para férias nem para fins-de-semana fora.”

proximidade da assistência são fatores decisivos na escolha da marca: “Desde que me lembro de mim, sempre gostei de máquinas e cresci no meio de máquinas de várias marcas diferentes. No entanto, como costumo dizer ao meu filho, que tem 16 anos e já vai trabalhando comigo, eu aprendi a conduzir num John Deere 2020 sem tração à frente, sem cabine e sem direção assistida. Depois, trabalhei com um 2130, que já tinha direção hidráulica, e belíssimos travões. A minha ligação com a marca

vem desde esses tempos. Não é por isso que eu digo que a John Deere é melhor ou pior que as outras. No nosso caso concreto, a nossa ligação com a Tractomoz é muito boa e dão-nos uma excelente assistência estando, o que é muito importante, bastante perto. Por outro lado, a John Deere, em comparação com todas as outras marcas, é a que tem melhor relação qualidade preço. Para nós, mais importante que comprar e vender é a confiança que existe com quem nos relacionamos no nosso negócio. Tenho muito respeito por isso.”

“HÁ CERCA DE UM ANO ATRÁS CONSTRUÍMOS UM ARMAZÉM PARA PODER TER AS MÁQUINAS BEM GUARDADAS E LIMPAS, PODENDO AINDA FAZER AQUI UMA MANUTENÇÃO OU UMA REVISÃO. PARA MIM ERA IMPENSÁVEL TER ESTE PARQUE DE MÁQUINAS SEM TER UM ESPAÇO PARA AS ACOMODAR. TEMOS QUASE TODAS AS NOSSAS ATIVIDADES CENTRADAS NUM RAIO DE 20 KM. PENSO QUE É UMA GRANDE VANTAGEM PARA NÓS.”

Placa trazida por Leonel da Agritechnica, em Hannover.

Verdes porque... Para Leonel Pires a competência do concessionário e a

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Leonel Pires e sua mulher Ana Luísa.


Gestão de negócio Rentabilizar e gerir Apesar de, para rentabilizar os equipamentos, ter aumentado a prestação de serviços externos, Leonel coloca como prioridades o trabalho na sua exploração e a parceria com a vacaria de Luís Gomes. Importa-lhe primeiro a qualidade da silagem que produz, como nos disse: “É que isto da silagem exige uma logística algo complexa, uma grande coordenação entre quem corta, os camiões que transportam, a pessoa que calca no silo, e tudo isto consome o seu tempo. De que adianta cortar muito se depois os camiões não chegam, ou necessitamos de estar à espera que calquem no silo? Tudo exige muita coordenação e ritmo. Daí que eu não nos queira comparar com o alugador habitual, em que a ideia é fazer muita quantidade no menor tempo possível, a nossa forma de trabalhar não é essa.”

Comprar ou recorrer a terceiros? O crescimento da vacaria de Luís Gomes e o aumento de requisitos de qualidade ligados à produção de silagem tiveram influência direta na aquisição da picadora que também permitiu captar novos clientes para prestação de serviços. Como nos contou Leonel Pires: “Fizemos uma

análise àquilo que significariam os serviços daquele cliente e era, praticamente, o encargo da máquina. A nível de investimento (máquina e frentes) foi um investimento superior a 300.000 euros, mas a máquina também nos permitiu fazer outras coisas, nomeadamente contactar as explorações aqui na zona que consomem silagem,

mesmo aquelas que não produzissem milho. O ano passado surgiu a possibilidade de alugarmos um outro pivot também aqui na zona, de 60 hectares, e que permitiu aumentar ainda mais a área de milho que fazemos e a possibilidade de fornecer silagem a mais um ou dois clientes. Este ano, se tudo correr como o esperado, será o ano em que produziremos e cortaremos mais milho: deveremos semear à volta de 180 hectares e cortar perto de 300.” Também em relação às alfaias, Leonel prefere ter tudo em casa. “Mas a ideia é rentabilizá-las”, diz-nos, “Por exemplo, a enfardadeira, se fosse apenas para a nossa área, nunca mais se pagava. Assim, prestamos

serviços às pessoas aqui perto e temos sempre as máquinas à nossa disposição para quando precisamos delas. Fazemos tudo nos nossos timings, sem estarmos dependentes de ninguém.”

“JÁ HOUVE MUITO MAIS TRABALHO PARA A ENFARDADEIRA NESTA ZONA. EM 2005, QUANDO COMPRÁMOS A PRIMEIRA, UMA CLAAS, EXISTIA MUITO MAIS SERVIÇO. DESDE HÁ ALGUM TEMPO PARA CÁ, TRANSFORMOU-SE QUASE TUDO EM OLIVAL. PARA ALÉM DISTO, HOJE EM DIA, QUASE TODA A GENTE TEM UMA ENFARDADEIRA, SE NÃO FOR DESTAS, É DE FARDOS REDONDOS.”

Enfardadeira New Holland para fardos retangulares, adquirida nova em 2011.

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Gestão de negócio Trocar de equipamento Até hoje, em que já possui um parque de máquinas adequado às necessidades, não havia uma política predefinida para trocar os equipamentos, como nos conta Leonel: “No caso do John Deere 6920, tinha quase 10 mil horas e nunca tinha tido nenhum problema, ainda tinha um bom valor de retoma (uma das grandes vantagens da John Deere), foi uma oportunidade de negócio. Daí para a frente, foi mais uma questão de adaptação àquilo que iam sendo as nossas necessidades. Atualmente, considero que estamos em velocidade cruzeiro em relação às máquinas necessárias para o serviço que temos de fazer, e temos material para muito tempo. Pela experiência que tenho dos outros tratores, diria que cerca das 10 mil horas, quando ainda têm um bom valor de retoma e sem problemas, está na altura de trocar.”

CALENDARIZAÇÃO DE TRABALHOS Janeiro e Fevereiro “Vamos fazendo alguns serviços externos, por exemplo, neste momento temos uma cisterna a despejar fossas de explorações de porcos e fizemos, em janeiro, alguma silagem de erva. Como o tempo tem andado meio seco, estamos já a preparar alguns pivots que estão livres. Na nossa exploração, como temos animais (vacas limousines) aproveitamos para tirar sangue, arranjar cercas e pouco mais.”

Março

“Fazemos silagem de erva outra vez, e preparamos terra para o milho.”

Abril

“Voltamos a cortar erva para silagem.”

Agosto

“Depois começam os fenos e semear milho, sachar e regar, em agosto cortar.”

Setembro

“Começamos a preparar para semear o azevém”

Novembro

“De novembro para a frente, depois de tudo semeado e as mondas aplicadas, é que começamos a parar.”

Manutenção e limpeza Tecnologia “Todos os nossos tratores, tirando o primeiro John Deere 6170, têm pré-instalação para a antena GPS. O primeiro trator que tive com GPS foi o JD 6930 e desde essa altura que não abdico. Foi uma ferramenta que me facilitou muito o trabalho e que vale bem o seu preço. Utilizo-a em todas as operações, com exceção do trabalho na luzerna porque o pivot é circular e cortamos em caracol. Mas de longe que a operação onde a considero mais imprescindível é a espalhar adubo. Faz-me confusão como é que alguém pode trabalhar com um espalhador que trabalha a 20 ou 30 metros sem a ajuda do GPS. Hoje posso afirmar que nunca espalhei adubo em condições até ter acesso a esta tecnologia. Equipámos também os três tratores JD 6170 com o monitor 1800 porque esse monitor já permite trabalhar com a enfardadeira. Interessa-me que qualquer trator possa trabalhar com qualquer uma das nossas alfaias. Num deles, apesar de não vir de origem, montei o sistema ISOBUS para ligar o comando da enfardadeira que instalei no trator, e também um sistema de barra de luzes. Dos monitores retiramos vários proveitos, não só ao nível dos consumos (que já são dados no mostrador do tablier), mas sobretudo a medição de áreas e marcação de linhas, direitas ou curvas, e o trabalho com a enfardadeira. O JD 6130 tem o mesmo ecrã 1800.” E condução automática?, perguntámos: “Gostávamos de vir a adquirir um trator mais pequeno para outro tipo de trabalhos, que envolva andar dentro do milho, e, para esse trator, ponderamos seriamente o Autotrac.”

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Na maioria das vezes fazem as manutenções nas instalações do concessionário, (mudanças de óleo, etc.), como explica Leonel: “Em algumas ocasiões foi necessário mudar o óleo ou o filtro aqui, por uma questão de urgência mas logo depois a manutenção é completada pelo concessionário. Na picadora sou eu que mudo as facas, outras coisas é a própria marca. Ao nível das limpezas sou exigente e gosto de manter todos os equipamentos em bom estado e preparados para trabalhar.”

E daqui a 5 anos? Leonel não espera vir a aumentar muito a dimensão da empresa, mas quer aprofundar as parcerias que tem com os seus clientes, aumentando a qualidade do serviço que presta, para que também eles possam continuar a desenvolver a sua atividade o melhor possível. A finalizar, confessou-nos: “Estava muito longe de imaginar que as coisas tomassem o caminho que tomaram e que pudesse ter um parque de máquinas tão completo e moderno como temos hoje.”


Produto

Manipuladores telescópicos Manitou Talhados para a exploração agrícola e com assistência facilitada A gama NewAG da Manitou de manipulares telescópicos para a agricultura, entre 101 e 136 cv, foi projetada a pensar nos vários trabalhos de uma exploração agrícola. As novas máquinas com quatro transmissões diferentes, das quais destacamos a M-Vario-Plus, continuam a apresentar bons níveis de conforto e visibilidade.

Ao nível da assistência, o fabricante francês apresenta uma novidade importante para quem depende destes equipamentos no seu dia-a-dia: o Easy Manager. Esta ferramenta possibilita que o seu concessionário aceda remotamente ao sistema da máquina, permitindo fazer um diagnóstico e reduzindo assim os tempos de paragem. De forma sucinta, destacamos os seguintes pontos:

Trasmissões Modelos

Powershuttle MLT 630-105

Potência (cv)

MLT 733-105

Powershift Plus MLT 635-130 PS+

101

MLT 737-130 PS+ 130

Alt. elevação (m)

6,00

6,90

6,08

6,90

Capac. máx. (kg)

3.000

3.300

3500

3700

3,90

3,20

Desvio (m)

3,34

Hidráulica (l/min)

104

Trasmissões Modelos

M-Varioshift MLT MLT 630-105 V CP 630-105 V

Potência (cv) Alt. elevação (m) Capac. máx. (kg) Desvio (m)

M-Vario Plus MLT 635140 V+

101 5,85

3,44

3,34 104

MLT 741- MLT 940-140 140 V+ V+ 136

6,00 3000

Hidráulica (l/min)

3,90 150

6,08

6,90

9,00

3500

4100

4000

3,20

4,90

3,90

170

CABINA ÉCRAN HARMONY OU VISION*, PAINEL DE INSTRUMENTOS CLARO E ADAPTÁVEL, CABINA SILENCIOSA, BONS ESPAÇOS DE ARMAZENAMENTO

DIAGNÓSTICOS REMOTOS ATRAVÉS DO SISTEMA EASY MANAGER

MULTITAREFAS OS SERVIÇOS QUE PRESTA NA EXPLORAÇÃO SÃO FACILITADOS PELA VASTA GAMA DE ACESSÓRIOS ORIGINAIS

E AINDA REBOCA TODOS OS NEWAG ESTÃO HOMOLOGADOS COMO TRATOR AGRÍCOLA. TÊM 3 OPÇÕES DE ENGATE: STANDARD, AUTOMÁTICO E HIDRÁULICO.

LIMPEZA DO RADIADOR COM SISTEMA AUTOMÁTICO *, QUE AJUDA, DE ACORDO COM O FABRICANTE, NA REDUÇÃO DO CONSUMO * Dependendo dos modelos e/ou versões

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M E S E T S E T O P CAM Funcional e com soluções contemporâneas

MASSEY FERGUSON 5711 A série Global da MF foi projetada para oferecer tudo o que é essencial num trator contemporâneo, mais sem pretender ser uma referência a nível tecnológico. Dentro deste enquadramento, o leque de funcionalidades com que vem apetrechado não desilude. O MF 5711 foi um dos modelos finalistas da última edição do prémio Trator do Ano, onde concorreu à categoria Melhor Utilitário. Experimentámo-lo em França, perto de Orléans, em setembro do ano passado. Destacamos as características principais, com base numa experiência breve, que contemplou apenas condução.

Motor

O motor Agco Power de 4,4 litros, com ventoinha Viscotronic, adequa-se ao nível de emissões Fase IV/Tier 4Final. Recorre ao mesmo pack SCR+DOC (sistema tornado) usado no MF 5713 SL, que foi distinguido pelo TOTY no passado ano.

Uma solução criativa foi a colocação do módulo de ureia (AdBlue) no vão da roda traseira direita, fazendo uso desse espaço livre.

Transmissão

O escalonamento de caixa, com 6 relações e 2 gamas, merece elogio. É mais cómodo ter 6

relações que não obrigam a mudar de gama, em vez das tradicionais caixas com as mesmas 12 velocidades, mas distribuídas por 4 relações e 3 gamas. O desempenho da caixa revelou-se cómodo, inclusive a passagem de gamas, que também conta com sincronização.

Motor Fabricante / Modelo Nº de Cilindros/ cilindrada

MÓDULO DE UREIA INSTALADO NO VÃO DA RODA TRASEIRA.

Agco Power / 44 MD 4 / 4,400 cm³

Potência nominal / máxima EPM

105 cv / 110 cv

Nível de emissões

Fase IV / Tier 4F

Binário máximo / reserva

417 Nm / 33%

Hidráulico Capacidade máx. de elevação

Traseira: 4.300 kg

Fluxo da bomba (opcional)

58 (42+58) L/min

Transmissão Configuração Velocidade máx.

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Mecânica 12/12 40 km/h


por João Sobral

Tecnologia contemporânea

Pondo de lado o inversor sincronizado (pode ser eletrohidráulico, em opção) e a tradicional alavanca de travão de mão, tudo o resto é mais contemporâneo do que à partida o ambiente sóbrio no interior da cabine faz aparentar. Repare-se no leque de funções acionadas por comando elétrico: 4RM, bloqueio do diferencial, ligar/desligar a TDF e selecionar o seu regime, travão elétrico da TDF (para uma paragem de emergência), hidráulico de controlo eletrónico, e super redutor (opcional). A série MF 5700 é um produto posicionado abaixo dos MF 5700 S, para quem procura um trator mais acessível e com

um pack de tecnologia que não indo muito além do que é essencial, não deixa de estar atualizado.

A CAIXA DE FERRAMENTAS ESTÁ BEM POSICIONADA E É ROBUSTA.

A SENSIBILIDADE DO INVERSOR É REGULADA NUM BOTÃO DE RODA

31 cv, câmbio 8+4, TDF 540 rpm sincro; capacidade de levante 850 kg; 30 km/h

50 cv, câmbio 12+12, TDF 540 rpm sincro; capacidade de levante 2200 kg; 30 km/h

38 cv, câmbio 8+4, TDF 540 rpm sincro; capacidade de levante 1000 kg; 30 Km/h

Tigre 4000, TC 5800 F e Tigre 4400 F compõem uma familia de tratores compactos de última geração, que oferecem o melhor mix de aderência, e manobrabilidade nos espaços estreitos. Quatro rodas motrizes, motores eficientes e econômicos até 50 cv, um assento super-cómodo e a grande estabilidade do chassi ACTIOTM são os pontos em comum destes tratores, perfeitos para todos os tipos de usos profissionais e semi-profissionais.

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ZETOR FORTERRA HD 140 Simplicidade combinada com conforto As suas dimensões e potência revelam uma vocação que tanto pode prestar apoio às explorações ganadeiras como às operações em campo aberto. A suspensão frontal de braços independentes, a gestão de cabeceiras, ou o powershift automático são soluções que o Forterra HD inclui. Foi nos arredores de Brno que testámos o modelo da Zetor que fez parte da lista de finalistas para Campo Aberto, na última edição do prémio Trator do Ano. É em Brno, na Repúbica Checa, que a Zetor está sediada e foi a poucos minutos da fábrica que o pessoal da marca nos proporcionou condições exemplares para experimentarmos este modelo.

Os Forterra na gama da Zetor

A linha Forterra situa-se entre os Zetor Proxima e os Zetor Crystal, e desdobra-se em três variantes: CL, HSX e HD. Esta última é constituída por três modelos entre os 127 e os 147 cv, e além de um nível superior de equipamento, apresenta ainda uma mecânica reforçada.

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Esse reforço é visível também nas dimensões. Os Forterra HD são tratores mais encorpados, com uma distância entre eixos de 2720 mm, um valor que está acima do é habitual neste segmento.

Motor Fabricante / Modelo

Motor made by Zetor

Este modelo é propulsionado por um bloco de 4 cilindros de fabrico Zetor, com 4156 cm³ de cilindrada, que fornece 136 cv de potência. A alimentação é assegurada por uma bomba injetora mecânica, controlada eletronicamente. O sistema de tratamento de gases (composto por dispositivos EGR+SCR+DOC+DPF de regeneração ativa) permite o enquadramento no nível de emissões Fase IV/Tier 4F. Apesar de ligeiramente ruidoso, o que está relacionado com o

NOS GUARDA-LAMAS DO FORTERRA HD 140 ESTÃO INSTALADOS BOTÕES PARA CONTROLO DO ELEVADOR E DA TDF.

Nº de Cilindros/ cilindrada

Zetor / 1617 4 / 4,2 L

Potência nominal

136 cv

Nível de emissões

Fase IV / Tier 4F

Binário máximo / reserva

607 Nm / 43%

Transmissão Configuração Velocidade máxima

Semi-Powershift 30/30 40 km/h

Hidráulico Capacidade máx. de elevação Fluxo da bomba

Traseira: 8.500 kg Ft: 3.500 kg 85 L/min


TOTY

CONSOLA DE COMANDOS

O EIXO DIANTEIRO POSSUI SUSPENSÃO INDEPENDENTE A CADA RODA, E LIGA E DESLIGA AS 4RM EM FUNÇÃO DA VELOCIDADE E DO ÂNGULO DE VIRAGEM.

sistema de injeção empregue, o motor evidenciou um desempenho bastante agradável.

Transmissão AutoPowershift

Tal como o motor, a transmissão é desenvolvida e fabricada internamente pela marca. Apresenta uma configuração de cinco velocidades, duas gamas, e três níveis de powershift. O powershift pode funcionar em modo manual ou automático, sendo dada ao operador a possibilidade de definir a que regime do motor o sistema sobe ou desce automaticamente o nível de powershift. O inversor eletrohidráulico e a embraiagem elétrica fazem parte do equipamento standard.

Eixos reforçados e suspensão na frente

A unidade que testámos estava equipada com suspensão no eixo dianteiro, independente a cada roda. Este eixo suspendido é um dos raros componentes adquiridos a fornecedores, neste caso à Carraro.

Já o eixo dianteiro rígido, empregue nas versões sem suspensão, é de fabrico Zetor. O mesmo acontece com o eixo traseiro, que na variante HD apresenta maiores dimensões, +15% de reforço estrutural, e travões mais resistentes.

existe espaço adicional suficiente para um passageiro e para arrumação. A cabine pode ser configurada com suspensão. E para os Forterra que tenham sido adquiridos sem este opcional, a Zetor fornece kits de suspensão que podem ser instalados posteriormente.

PAINEL DE INSTRUMENTOS COM COLUNA DE DIREÇÃO AJUSTÁVEL EM INCLINAÇÃO E PROFUNDIDADE, E INVERSOR ELETRO-HIDRÁULICO

Hidráulico e TDF

O sistema hidráulico é de origem Bosh e possui tecnologia Hitchtronic, para controlo eletrónico, com programação de sequências para virar na linha de cabeceira. Pode ser configurado com 4 distribuidores (8 vias) + 1 via de retorno livre. O elevador frontal faz parte da lista de opções. A bomba fornece um fluxo de 85 L/min, dedicados só ao hidráulico. A TDF de 4 regimes conta com arranque modulado e com uma funcionalidade pouco usual: é possível reverter o sentido de giro.

Cabine

O interior ostenta um aspeto sóbrio, em cor cinza claro, e os materiais são de qualidade razoável. Além de uma boa habitabilidade para o condutor,

Apreciação Comecei por conduzir o Forterra HD 140 com um reboque de 20 toneladas do fabricante checo WTC Písečná, totalmente carregado de terra. Num percurso de forte descida, em piso escorregadio, o trator demonstrou um comportamento estável e seguro. A ampla base de contacto com o solo, e a boa resposta do motor e da transmissão, permitiram transpor também com facilidade a subida de regresso. De seguida, passei para o trabalho de solo com uma charrua Kverneland de 4 ferros. Numa longa torna onde o solo alternava entre zonas fáceis e outras mais resistentes, foi possível comprovar o correto funcionamento do sistema hidráulico e da função automática dos níveis de powershift. Num trator que se apresenta robusto e equilibrado, a cabine é o elemento que destoa um pouco do conjunto. Seria bem-vinda uma melhoria ergonómica de alguns comandos, como é o caso da alavanca de passagem das gamas, em posição difícil de alcançar, ou da consola do lado direito, que está a uma altura e distância desenquadradas face ao assento do condutor. Em síntese, o Forterra HD é uma interessante escolha para quem privilegia o preço, e que sem necessitar de tecnologia de ponta não ponha de lado o conforto.

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Condução Eficiente PARTE 2 Ver parte 1, em abolsamia nº 103, página 30

O objetivo de realizar uma condução eficiente do trator agrícola é reduzir o consumo de utilização nos trabalhos habituais. Reduzir o consumo, reduzindo os custos de operação que, por sua vez, contribuem para baixar as emissões de gases poluentes.

N

a primeira parte deste artigo centreime em dois pontos importantes como são a tração (com base na escolha de pneus e condições de lastragem) e as condições reais de trabalho (regulação e escolha de alfaias, seleção da profundidade de trabalho). No presente artigo, irei incidir na correta manutenção do trator, que contribui sobremaneira para baixar o consumo de combustível, para além de prolongar a vida do nosso trator. A manutenção é tão importante que, na hora de comprar um trator, um dos pontos fundamentais reside na questão da simplicidade e comodidade da manutenção: acessibilidade à mudança de filtros; facilidade do sistema de limpeza do filtro de ar; verificação de níveis; decantador de combustível; sistema de refrigeração; ventoinha com pás ajustáveis; inversão da direção de ventilação…

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MANUTENÇÃO do trator A correta manutenção do trator é uma condição importante para a transformação ótima da energia do combustível. Um dado: a grande maioria dos tratores consome entre 10 e 20% a mais do que o necessário devido a uma manutenção incorreta. A sujidade no filtro de ar, sistema de refrigeração e injetores, e também a incorreta regulação da bomba injetora são fatores que podem aumentar o consumo em valores superiores a 15%. Isto representa dinheiro e isto é a “vida” do nosso trator.

FILTRO DE AR A grande maioria dos tratores consome entre 10 e 20% a mais do que o necessário devido a uma manutenção incorreta.

Para a correta combustão no motor do trator é necessária uma determinada proporção entre ar e combustível. Aproximadamente, por cada litro de gasóleo, um motor moderno precisa de 15.000 a 20.000 litros de ar. Dado o enorme volume necessário

percebe-se que seja necessário facilitar ao máximo a passagem de ar para dentro dos cilindros. A importância de manter um filtro limpo é máxima na utilização do trator agrícola, porque o ambiente de trabalho pode por vezes estar carregado de pó (trabalhos de mobilização de solos, colheitas, caminhos…)


Tecnologia por Heliodoro Catalán Mogorrón, Doutor Engenheiro Agrónomo

A importância de uma boa limpeza. Cortesia da Twins’ Farm.

Um filtro de ar sujo em 10-15 % limita a quantidade de ar que passa para o motor, provocando um aumento do consumo de 5 a 10 %. Um filtro preenchido a 20 % aumenta o consumo em cerca de 25 % comparativamente a um filtro limpo.

Até 70% dos tratores têm um consumo 10-20% mais elevado, devido a uma combustão deficiente causada por falta de ar, o que tem origem na sujidade acumulada nos filtros e na incorreta regulação da bomba injetora.

Para além do aumento que provoca no consumo, quando um filtro está danificado pode permitir a passagem de pequenas partículas que danificarão consideravelmente o motor. Se um utilizador detetar fumo negro na saída do escape, deve ficar de sobreaviso, uma vez que a combustão poderá estar a fazer-se de forma

incorreta. Mais precisamente, o combustível estará a queimar mal. Nos tratores, o habitual é encontrar filtros de ar a seco, mas se o do nosso trator for em banho de óleo, o problema é o mesmo. Também é habitual que os fabricantes instalem no painel de instrumentos dos seus tratores, avisadores de obstrução do filtro. Sempre que a luz avisadora se acender, há que desmontar, sacudir e limpar o filtro; mas ainda que a luz não acenda, esta manutenção deve ser feita periodicamente. Se o ambiente de trabalho tiver muito pó, deve ser feita diariamente. No caso de o filtro de ar ser a seco (tipo cartucho), o mais

Limpeza do filtro de ar. Cortesia Twins’ Farm.

habitual, a limpeza faz-se com ar à pressão, com um compressor, dirigindo o ar do interior para o exterior (sentido contrário ao da circulação). Deve verificar-se a pressão de sopro já que uma pressão excessiva pode danificar o componente de filtragem que é uma espécie de papel ou celulose. A pressão não deve ultrapasar os 7kg/cm2.

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Tecnologia FILTRO DE GASÓLEO Os filtros de gasóleo converteram-se, nos tratores modernos com sistemas common rail, num componente crítico. Se nos tratores de há 20 anos se podia permitir o uso de gasóleos “menos limpos”, hoje os sistemas common rail, os injetores multiponto e as altíssimas pressões de injeção, requerem um gasóleo completamente limpo. Se há alguns anos atrás bastava colocar um pré-filtro e um filtro com decantador, agora, em tratores modernos, é habitual existirem vários cartuchos de filtragem em série para se conseguir um gasóleo totalmente limpo. Um bom filtro de gasóleo tem como objetivo evitar que qualquer impureza possa passar para o sistema de injeção. O problema é que, ao ser um componente tão crítico no seu desenho e funcionamento, basta que esteja levemente obstruído para deixar passar pouco gasóleo para o motor, o que faz com que o tratorista sinta falta de potência. Quando isto acontece, há que proceder à limpeza ou à substituição imediata do filtro.

BOMBA DE INJEÇÃO E INJETORES Tanto a bomba de injeção, como a bomba de alta pressão nos sistemas common rail, e os injetores, são os responsáveis por regular e dosear o combustível. A precisão destes elementos é muito importante para a poupança de combustível. Com o normal funcionamento do motor e com o tempo, aparecem desgastes e deformações nos injetores e nas tubagens, ou desregulações na bomba, provocando uma série de disfunções e um

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Os filtros de combustível são um componente a que se tem de dar hoje mais atenção.

aumento do consumo de gasóleo. Ambos devem estar afinados e controlados ainda que, infelizmente, este não seja um trabalho que se possa fazer “em casa” e precise da intervenção de uma oficina especializada. Ainda que se recomende a consulta do manual de utilização do trator, é aconselhável que se revisionem os injetores e os sistemas de injeção a cada 1000 horas. E a cada 5000 horas deve ser feita a revisão de abertura e fecho das válvulas.

LUBRIFICANTES ADEQUADOS O óleo mantém uma película entre os componentes para evitar o roçamento, o aquecimento e os desgastes, e assim reduz as perdas de energia. Um consumo excessivo de

Um trator de 100 CV que esteja a queimar mal o combustível aumenta o consumo entre 10-15% Além disso, o nível de fumos emitidos é maior e com um elevado conteúdo de elementos contaminantes.

óleo provoca o aparecimento de fumo no tubo de escape (branco-azulado). Há que ser muito cuidadoso com a escolha dos óleos recomendados para garantir que tenham a viscosidade adequada. A escolha errada ou o desleixo na manutenção podem provocar, em primeiro lugar, perdas de energia por fricção e, depois, estragos no motor e na cadeia de transmissão. Da mesma forma, é importante conseguir uma adequada lubrificação nos órgãos externos protegidos pelas massas lubrificantes. O tratorista deve fazer todas as lubrificações recomendadas pelo fabricante, escolher a massa lubrificante adequada

Manutenção dos radiadores.

e garantir que os copos de lubrificação admitem corretamente a massa.

SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO Utilizar um bom líquido de refrigeração e manter as superfícies dos radiadores em bom estado e limpas ajudará a cuidar do trator e a reduzir consumos desnecessários. Recorde-se que no circuito de refrigeração do motor deve utilizar-se um líquido de refrigeração anticongelante adequado. A escolha acertada protege o circuito da corrosão. Deve ter-se muita atenção ao tipo de radiador, pois não é o mesmo proteger um radiador de alumínio ou de ligas de alumínio-magnésio ou de cobre.



Tecnologia A limpeza dos radiadores é feita com ar à pressão e quando já estiverem limpos pode também usar-se água. Em tratores com ventiladores reversíveis lembrese de inverter a direção de ventilação, inclusivamente a meio da jornada de trabalho. O uso de ventoinhas viscosas, ou, de velocidade variável, diminui a exigência de potência do trator, conseguindo-se também baixar o consumo. Este tipo de ventoinha trabalha em função da temperatura do motor, pelo que não é necessário que esteja em funcionamento desde que se arranca o trator. O funcionamento não se faz através de uma correia mas sim mediante uma embraiagem “viscosa” que contém um líquido de alta viscosidade, à base de silicones; somente quando é exercida pressão sobre a embraiagem é que as pás se movem. A sua velocidade depende da própria temperatura. A poupança de energia consumida face a uma ventoinha convencional pode ser de aproximadamente 2 a 3%.

Ventoinha de embraiagem viscosa.

CONCLUSÕES Benefícios que se podem obter pelo uso eficiente do trator agrícola MOTOR

• Os motores avaliam-se pelas suas curvas características. • Apesar de dois tratores poderem ter a mesma potência nominal, podem ter potências distintas e consumos específicos com carga parcial. • Uma faixa de potência constante ampla facilita a condução eficiente.

REGIME

• O menor consumo de combustível acontece a um regime de 1300-1700 rpm. • Um bom condutor tentará conduzir nesse regime. • Alguns tratores modernos alcançam a potência máxima com um regime reduzido. Isto aumenta as possibilidades de um estilo de condução eficiente. • Quanto maior é o regime do motor, maior é o consumo de combustível.

• Uma caixa de velocidades gradual é adequada para reduzir o consumo. • Com uma transmissão “powershift” ou uma transmissão de variação contínua, o motor pode trabalhar sempre no ponto de operação ótimo. • Quanto maior for o leque de operações em carga parcial, maior será a economia. • Ao conduzir em estrada com um regime de rotações limitado, uma velocidade alta e uma transmissão contínua, o consumo pode diminuir (não é possível para todas as caixas de velocidade). • Para trabalhos com carga parcial, é melhor usar a tomada de força “ECO”.

• Os sistemas hidráulicos com com sensor de carga (Centro Fechado Load Sensing) podem reduzir o consumo de combustível.

PNEUS

• Há que adaptar a pressão dos pneus à tarefa e à velocidade.

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PESO E LASTRAGEM

• O trator deve-se lastrar apenas até ao peso necessário. • Há que evitar deslocações em vazio com lastros e pesos mortos. • Os lastros devem-se poder colocar e retirar fácil e rapidamente. • Uma tonelada de lastro incrementa o consumo em 1 litro por hora.

MANUTENÇÃO TRANSMISSÃO E TDF

SISTEMAS HIDRÁULICOS

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• No campo, baixa pressão e em estrada, alta pressão. • No campo, quando a pressão dos pneus é baixa, a necessidade de potência e a profundidade da banda de rolagem podem reduzir-se. • Uma alta pressão em estrada diminui a resistência e o consumo. • Os sistemas de enchimento podem adaptar a pressão à exigência de cada situação.

• A manutenção é uma condição importante para a ótima transformação da energia do combustível em energia das rodas. • Uma manutenção inadequada que origine a insuficiência de ar na mistura combustível-ar acarreta uma perda imediata de potência (deve prestar-se especial atenção à cor dos gases de escape). • A melhor forma de manter a potência de um motor passa pela manutenção preventiva. • A lubrificação ótima do motor, caixa de velocidades e eixo traseiro, reduz a fricção e contribui para evitar danos caros e de reparação difícil. • Vigiar a lubrificação dos pontos recomendados pelo fabricante. Não esquecer os diferenciais e os “cubos” de roda do eixo dianteiro. • Manter sempre limpos os radiadores e utilizar refrigerantes, anticongelantes antioxidantes adequados. Também são preferíveis os ventiladores de tipo viscoso ou de velocidade variável pela poupança que representam no consumo.




Tecnologia Fonte CEMA

“Tratores não são carros!” O Comité Europeu das Máquinas Agrícolas (CEMA) colocou 5 perguntas a Gilles Dryancour acerca das principais tendências estruturais com impacto no negócio atual de máquinas agrícolas. CEMA Quais são as diferenças entre o negócio de venda de tratores e máquinas agrícolas e o negócio de venda de automóveis? GILLES DRYANCOUR Estamos a falar de um mundo de diferenças! As fundamentais são provavelmente os clientes, a dimensão da indústria, e a complexidade dos veículos.

Quando falamos acerca dos clientes e das suas necessidades, com exceção talvez dos condutores de táxi, a maioria das pessoas que possui um automóvel não são investidores profissionais e a sua segurança económica não está ameaçada pelo colapso do seu veículo. Em contrapartida, os clientes de tratores e de máquinas agrícolas são praticamente todos investidores profissionais, sejam agricultores ou prestadores de serviços. A máquina agrícola é a sua ferramenta vital de trabalho. Se se avariar, por exemplo, durante a campanha de colheita, o seu rendimento poderá ficar comprometido. Por isso, os nossos clientes estão muito mais dependentes da fiabilidade dos seus equipamentos do que a maioria dos condutores de automóveis. Assim, as principais exigências do agricultor são: a máquina não deve avariar. Se tal acontecer, o meu concessionário terá que concertá-la imediatamente. Os nossos concessionários têm por isso que estar disponíveis 24/7 e nós, como fabricantes, temos que ser capazes de enviar peças para todas as explorações agrícolas em qualquer parte da UE no mínimo tempo possível. Por contraste, os proprietários dos automóveis não esperam do concessionário da sua viatura que o arranjo da mesma seja feito de forma imediata. Podem recorrer a uma viatura de substituição ou utilizar um segundo veículo que

A máquina agrícola é a sua ferramenta vital de trabalho. Se se avariar, por exemplo, durante a campanha de colheita, o seu rendimento poderá ficar comprometido. possuam. Na maioria dos casos, os condutores de veículos poderão recorrer aos transportes públicos para as suas deslocações. A segunda maior diferença reside na dimensão das duas indústrias. Na UE, vende-se um automóvel novo a cada dois segundos. Isto significa que a indústria automóvel vende tantos carros em três dias e meio na Europa, como a nossa indústria vende tantos tratores num ano inteiro! Por consequência, os nossos custos de distribuição e logística são muito mais elevados do que os da indústria automóvel. Nós não conseguimos amortizar esses custos em grande escala. Isto reflete-se claramente no volume de negócios. O volume de negócios das empresas concessionárias de equipamento agrícola, na Europa, é cerca de metade do das concessões automóveis. Na

prática, isto quer dizer que a gestão de uma concessão de máquinas agrícolas é duas vezes mais cara do que a de uma concessão de automóveis. Por fim, os tratores não são comparáveis aos automóveis porque têm uma complexidade muito maior: um trator de especificações médias tem de 6000 a 9000 peças diferentes, comparativamente com cerca de 4000 peças de um automóvel de passageiros típico. Os tratores também contêm tecnologias muito mais avançadas que os automóveis. Em resultado, nós temos que investir muito mais em recursos humanos do que a indústria automóvel. Quer os nossos concessionários quer os nossos clientes têm que receber formação especial, enquanto que apenas algumas marcas de automóveis como por exemplo a Ferrari ou a Lamborghini, oferecem lições especiais aos seus clientes para a condução dos seus automóveis.

Num estudo seu divulgado recentemente, sublinha que o número de agricultores na Europa caiu de forma marcada, enfraquecendo a base de clientes da indústria. Esta tendência vai continuar? Se sim, que impacto terá nos fabricantes? No meu ponto de vista, trata-se de uma

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Tecnologia tendência estrutural de longo prazo que, se as coisas se mantiverem iguais, dificilmente pode ser revertida. Esta tendência teve início no século 19 com a industrialização da Europa e o êxodo rural. Desde essa altura, as cidades começaram a oferecer melhores empregos, oportunidades de negócio, infraestruturas, educação, acesso à medicina e ao lazer...Foi assim que alguns países da Europa alcançaram um nível de urbanização sem precedentes.

Gilles Dryancour

Em 2014, a população urbana representava 79% da população total em França, 82% na Alemanha e 98% na Bélgica. Também é uma tendência global. Em 2015, a população urbana atingiu 81.7% da população total nos EUA. Na China, passou de 50% em 2010, para 54% em 2014. Espera-se que chegue aos 60% em 2018. Na Europa, esta tendência vai acelerar por causa do envelhecimento da população rural. De acordo como Eurostat, 31% dos agricultores da UE têm mais de 65 anos, enquanto apenas 6% tem menos de 35. Hoje, não conseguimos prever que porção da geração acima dos 35 anos de idade (94% da população dos agricultores) será substituída. Mas é seguro assumir que uma grande parte desses agricultores não será substituída. Por isso, na nossa opinião a população dos agricultores na Europa vai diminuir bastante nas próximas décadas. (...).

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Número de tratores vendidos por ano e por área de 100 km2

Sobre o impacto desta tendência demográfica de longo prazo, há que diferenciar entre os países muito e pouco urbanizados. Em países como a França ou a Alemanha, a população rural irá sofrer lentamente um decréscimo acentuado. O mercado para equipamentos de especificações médias irá provavelmente encolher. Os agricultores irão preferir tecnologias mais avançadas e equipamentos de melhor desempenho. O volume de equipamentos vai certamente ser mais baixo mas de maior valor. Em países como a Polónia, Hungria, Bulgária e Roménia, a população rural deverá diminuir mais rapidamente do que na Europa Ocidental a par com uma maior consolidação das explorações agrícolas. O segmento de mercado para equipamentos de especificações médias e altas poderá ter um potencial crescimento. No entanto há que ter em mente que estas circunstâncias existem há muito tempo na Europa de Leste e contudo não trouxeram um novo Eldorado para a nossa indústria.

Um capítulo do seu estudo foca concretamente o conceito da “densidade de clientes”. O que significa exatamente esse conceito e até que ponto tem um impacto direto na estrutura do mercado das máquinas agrícolas? Comecei a desenvolver este conceito para sublinhar a diferença entre a estrutura do mercado dos automóveis de passageiros e a do mercado de tratores. Ambos os mercados são frequentemente percebidos como idênticos pela entidade reguladora da UE. Alguns números convincentes podem ajudar, neste caso, a perceber as diferenças. A área total da UE é de 4,4 milhões de km2. A indústria automóvel vende cerca de 16 milhões de unidades na UE por ano. Nós vendemos cerca de 170.000 tratores por ano.

1950

Área de 100 km2

7 TRATORES VENDIDOS 210 AGRICULTORES

Portanto, se só considerarmos o número de unidades vendidas por ambas as indústrias por km2, obtemos um rácio 3,7 unidades para indústria automóvel e de 0,03 para a indústria de máquinas agrícolas. Claro que estes valores são muito teóricos uma vez que incluem florestas, montanhas, lagos, etc. Contudo, estes dois rácios já nos dizem que as duas estruturas de mercado não podem ser as mesmas. Imediatamente, algumas questões vêm à nossa mente. Por exemplo: como é que construímos a nossa concessão quando temos uma área tão vasta para cobrir e tão poucas unidades para vender? Como é que organizamos a nossa logística e a que custo? Como é que amortizamos os nossos investimentos comerciais? Como é que chegamos aos agricultores? Se a estes factos juntarmos a densidade dos clientes, podemos perceber um contraste ainda maior entre as duas estruturas de mercado. A este ponto, referiria os números que partilhei no estudo: em 1950, venderam-se 7 tratores novos numa área de 100 km2 habitada por 210 agricultores. Em 2010, este número caiu para 3 tratores novos vendidos em 100 km2 habitados por apenas 34 agricultores. (ver infografia acima) Simultaneamente, a indústria automóvel assistiu à concentração dos seus clientes nas áreas urbanas e ao crescimento contínuo do seu número. Em algumas capitais europeias, como por exemplo Paris, a densidade ultrapassará facilmente 20.000 pessoas por km2. Alguns académicos comparam

2010 3 TRATORES VENDIDOS 34 AGRICULTORES

o nosso mercado com o mercado dos automóveis de passageiros e afirmam que a nossa indústria tem adotado uma estratégia adversa que resultou na concentração das nossas concessionárias, forçando os nossos clientes a pagarem preços excessivamente elevados pelos serviços que precisam. Correlativamente, esses académicos propõem aumentar o número das empresas concessionárias de equipamentos agrícolas, pelas mesmas medidas de regulação coercivas que foram adotadas para a indústria de automóveis de passageiros. Como compreendemos, este tipo de raciocínio demonstra uma total ignorância das realidades do nosso mercado. Como é que alguém consegue imaginar que nós conseguiríamos aumentar o número de empresas concessionárias quando a densidade de clientes diminui ano após ano? É um contrassenso. De facto, estudos internacionais tendem a mostrar que o número médio de empresas concessionárias, para uma mesma área, é mais elevado na Europa do que noutros países ocidentais como os EUA, Austrália ou Nova Zelândia.

Como é que o regulamento da UE de tratores e máquinas agrícolas mudou, nos últimos anos? Desde 1974, a Unidade administrativa da UE responsável pelo desenvolvimento de normas técnicas para tratores tem sido a mesma que tem estado responsável pelo setor automóvel. Esta ligação nasceu


Tecnologia duma lógica interna da Comissão Europeia, baseada na pressuposta proximidade estrutural entre as duas indústrias. Não obstante, entre 1974 e 2003, este arranjo administrativo não exerceu efeitos adversos na indústria de máquinas agrícolas. De facto, ao criar pela primeira vez um mercado interno para tratores, o regime de homologação único harmonizado estabelecido pela Diretiva 74/150/EEC trouxe benefícios consideráveis à indústria e aos seus clientes. Apesar de, desde 1974, a regulamentação europeia ter conduzido a um aumento gradual e constante da conformidade e, por conseguinte, dos custos de produção, a indústria de máquinas agrícolas conseguiu compensar estes custos adicionais graças aos benefícios resultantes da unificação gradual do mercado europeu de tratores. Durante este período, os tratores foram reconhecidos pelo que eles são: bens de capital para o trabalho agrícola. E o esforço da UE focou-se essencialmente na harmonização técnica. Esse foi o fundamento subjacente ao Grupo de Trabalho em Tratores Agrícolas (Working Group on Agricultural Tractors WGAT). Além disso, manteve-se a possibilidade de homologação de tratores a nível nacional, que era um mecanismo de salvaguarda para manter a legislação focada nas especificidades dos tratores.

Precisamos de uma verdadeira viragem no regulamento da UE e da política industrial. Mais especificamente, precisamos de regulamentação da UE para máquinas agrícolas. Em 2005, ocorreu uma repentina mudança de paradigma na abordagem regulamentar da UE em relação à indústria de máquinas agrícolas: uma mudança para tratar os tratores como automóveis. Assim, nasceu a ideia de que a regulamentação automóvel da UE deveria, em geral, aplicar-se também aos tratores - apesar de a utilização das máquinas e as economias de escala em ambas as indústrias serem inteiramente diferentes. As consequências desta nova abordagem foram inesperadas e graves. Como resultado, os custos de produção explodiram nos últimos anos. Tendo em conta as fortes preocupações da indústria, a Comissão Europeia propôs uma “simplificação” e propôs a revisão da nova diretiva-quadro para os tratores (2003/37/CE), alegando que a indústria seria o principal beneficiário de tal reforma. No entanto, rapidamente se tornou

evidente que não só todas as obrigações da Diretiva 2003/37/ CE seriam mantidas no novo regulamento-quadro (agora o Regulamento 167/2013/CE), mas que para além disso, novas restrições seriam acrescentadas. . Consequentemente, os custos regulamentares excederam os benefícios (o aumento percentual dos custos regulamentares excedeu os ganhos de produtividade) e o mercado europeu dos tratores diminuiu drasticamente.

Olhando para a frente, como é que um futuro regulamento da UE poderia ter melhor em conta as realidades e mudanças estruturais na indústria que identificou no seu estudo? Precisamos de uma verdadeira viragem no regulamento da UE e da política industrial. Mais especificamente, precisamos de regulamentação da UE para máquinas agrícolas: - para reconhecer e entender as especificidades estruturais e aquilo que faz mover o setor; - abandonar a lógica distorcida e prejudicial decorrente da utilização de uma abordagem regulamentar para tratores e máquinas agrícolas baseada no setor automóvel; - adotar uma abordagem regulamentar prospetiva que permita que a indústria europeia de máquinas agrícolas defina as suas próprias normas técnicas e caminhe na direção de uma maior auto-

certificação. Também precisamos de uma viragem em termos de políticas agrícolas por forma a que as mesmas: - suportem a chegada da Agricultura 4.0 através da alocação dos meios orçamentais apropriados para os programas de I&D da UE; - desenvolvam as infraestruturas de comunicação necessárias (5G); - facilitem a transição para uma agricultura lucrativa e sustentável (o CEMA propõe o estabelecimento de um bónus de sustentabilidade como alternativa às medidas ambientais da PAC); - encorajem a adoção de tecnologias de agricultura de precisão por todos os agricultores. Talvez os recentes acontecimentos políticos possam ajudar a aumentar o nível de consciência dos profundos desafios que a indústria tem de enfrentar na Europa. O argumento agronómico, ambiental e social para máquinas agrícolas avançadas mais inovadoras está claramente presente: os agricultores precisarão delas para trabalhar as suas terras de forma mais produtiva, sustentável e rentável, e para alimentar uma crescente população mundial. A regulamentação da UE deve fazer o seu melhor para apoiar esta jornada transformadora na agricultura e na maquinaria agrícola nos próximos anos e transformá-la numa história de sucesso para a Europa. A indústria está pronta para ajudar no processo.

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Tecnologia por João Sobral

A UE quer que os tratores abaixo dos 60 km/h tenham ABS

A obrigatoriedade de ABS nos tratores faz sentido? A Comissão Europeia pretende tornar obrigatória a inclusão de sistemas ABS em tratores novos que atinjam velocidades entre 40 e 60 km/h. Perante este cenário, o CEMA emitiu um comunicado onde explica por que é que tal ideia deve ser abandonada.

cerca de 170.000 tratores que são anualmente vendidos no espaço da UE, atualmente são configurados para este intervalo de velocidade (40 a 60 km/h), menos de 13.000, ou seja, apenas 8%.

Ciclo de utilização

Os tratores agrícolas são usados maioritariamente fora de estrada ou em estradas não pavimentadas, ambiente onde não se retira proveito do ABS, daí que o CEMA alerte para o facto de os tratores não serem carros, como fez relativamente ao crescendo das exigências em matéria de emissões poluentes.

O

s tratores com velocidade superior a 60 km/h que se destinem a países membros da UE, têm de incluir de fábrica sistema de travagem anti-bloqueio (ABS). É uma obrigatoriedade que se aplica desde 2016. Mas a Comissão Europeia não quer ficar por aqui e está a avaliar a possibilidade de vir a impor às marcas a instalação de sistemas ABS também nos tratores com velocidade entre 40 e 60 km/h, já a partir de 2020 ou 2021. O CEMA, comité que agrupa as associações de fabricantes a nível europeu, pronunciouse sobre este tema num

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comunicado recentemente tornado público. Apresentamos de seguida uma síntese dos argumentos apontados.

Benefícios estatísticos

No comunicado é dito que os sistemas ABS não trazem ganhos significativos a nível da redução de acidentes rodoviários com tratores. A nível europeu, as duas principais causas dos acidentes registados estão identificadas. São a baixa velocidade a que estas máquinas se deslocam, comparativamente com os restantes veículos, e é a sua fraca visibilidade. Além disso, do universo de

Custo/benefício

Incluir tais sistemas nos tratores iria aumentar o seu custo de produção, o que se refletiria num aumento do preço final, entre 2,5 a 10% (cerca de 5.000 Eur por unidade), a ser suportado pelos agricultores e pelos alugadores, e sem que daí retirassem benefícios assinaláveis. O mesmo acontece com os reboques agrícolas, nos quais o preço de ABS como um opcional anda entre os 3.000 e os 4.000 Eur. Apesar de o ABS ser uma tecnologia útil para os veículos rodoviários em diversas situações inesperadas, o CEMA

entende que as máquinas agrícolas estão muito pouco expostas a esse tipo de ocorrências e que, devido às suas características especiais, como por exemplo o seu considerável peso, é necessário fazer uma avaliação dos benefícios do ABS antes de se pensar na sua obrigatoriedade nos tratores configurados para aquele intervalo de velocidade.

PROPOSTA APOSTAR NA ILUMINAÇÃO E NA SINALÉTICA O CEMA alerta que há medidas bem mais simples e menos dispendiosas que podem contribuir para reduzir o número de acidentes rodoviários com tratores agrícolas. Fazendo referência a um estudo divulgado em 2011 pela Associação de Seguradoras da Alemanha, sugere que poderia ser alcançada uma redução de acidentes rodoviários envolvendo tratores, na ordem dos 16%, através de uma melhoria da iluminação e da sinalética utilizada, e através da verificação de que esses dispositivos se mantêm totalmente operacionais.



NOVA SÉRIE K105 Com o lançamento oficial da série K105 pelo Grupo BCS, chega ao mercado o primeiro trator isodiamétrico acionado por um motor Kubota homologado em conformidade com a norma Tier 3B, graças ao conhecido sistema de injeção Common Rail.

A

novíssima série K105 é a grande aposta do Grupo BCS para o ano de 2017. Ultrapassada a fase de provas do primeiro protótipo saído de fábrica, o K105 está pronto e preparado para fazer brilhar em Portugal, as duas cores que por cá, identificam o grupo industrial italiano: o azul BCS e o verde FERRARI. Além destes detalhes estéticos, a série K105 partilha nas duas marcas as mesmas especificações mecânicas e idêntica motorização. O novo trator está equipado com motores Kubota de quatro cilindros e 3800 CC, com 98 CV de potência a 240 rpm e 330 N/m de binário a 1500 rpm. Um dos pontos fortes desta máquina é o seu sistema de injeção Common Rail, que proporciona um consumo muito reduzido, uma menor emissão de gases contaminantes e uma redução considerável do nível

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de ruídos. Este trio de melhorias transforma o K105 no primeiro trator isodiamétrico do mercado a cumprir a norma comunitária Tier 3B, um aspeto em que a BCS está a centrar uma grande parte dos seus esforços, com o objetivo de adequar toda a gama de tratores às novas exigências sobre legislação relativa meio ambiente. Por outro lado, os tratores da série K105 são os únicos a adotar uma embraiagem multidisco em banho de óleo com comando hidráulico controlado eletronicamente. Uma opção tecnológica que traz como resultado uma série de vantagens específicas: durabilidade, ausência de manutenção e máxima manobrabilidade graças a dimensões mais compactas. Por isso, esta nova série de tratores converte-se como o pioneiro de uma nova era, em especial no que se refere à homologação Tier 3B, mas também no que diz respeito ao próprio Grupo BCS, já que traça o caminho pelo qual seguirão as futuras estratégias comerciais das máquinas BCS e Ferrari de alta potência. Os profissionais da agricultura já têm à sua disposição máquinas classificadas em dois segmentos de potência, o K105 que se assume como o elemento destacado da gama, e o novo V800 de 74 CV apresentado na passada feira agrícola de Verona (Itália).


Produto PUBLI-REPORTAGEM

O FUTURO É AGORA ABOLSAMIA · março / abril 2017

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Produto Alta Tecnologia BCS

Motor Fabricante Modelo Emissões

Kubota V3800 CR-TE4 Stage IIIB

Nº cilindros

4

Alimentação

Turbo

Válvulas Cilindrada (cc)

8 3769

Injeção

Direta

Potência (kw/CV)

72,1/98

Regime nominal

2400 rpm

Binário máximo

330 Nm@1500 rpm

Refrigeração

Água

O K105 está equipado com uma caixa de 32 velocidades (16 para a frente + 16 para atrás), com inversor mecânico sincronizado que funciona sobre a base de uma embraiagem em banho de óleo independente da tomada de força. Também conta com transmissão integral (4x4) que se pode desconectar, passando assim a tração unicamente às rodas posteriores. Nos eixos dispõe de um robusto redutor epicicloidal capaz de transmitir ao terreno toda a potência dos motores, permitindo ainda assim, manter um espaço muito reduzido entre os eixos anterior

e posterior, o que favorece a manobrabilidade do trator. Opcionalmente o utilizador tem à sua disposição uma versão com o sistema de direção Dualsteer, um sistema patenteado pelo Grupo BCS, que permite às rodas frontais movimentarem-se de forma sincronizada com a articulação central, uma combinação capaz de alcançar ângulos de viragem até 70 graus. Com este sistema não é necessário fazer nenhuma manobra para passar de uma linha para a outra em culturas de alta densidade. É importante destacar também as prestações dos sistemas hidráulicos, formados por dois

circuitos com bombas independentes e intercâmbio de calor. Uma das bombas alimenta a direção hidráulica, com uma capacidade de aproximadamente 29 litros por minuto, enquanto a outra fornece óleo aos restantes elementos (distribuidores e elevador) com um caudal que pode alcançar os 49 litros por minuto. Desta forma consegue-se aumentar a eficácia e a rapidez do sistema de elevação traseiro, com capacidade até 2300 kg de carga nas rótulas, além de contar com a possibilidade de instalar um elevador frontal de três pontos adicional.

Novas Cabinas e Novo Painel de Controlo

Máximo Conforto e tecnologia avançada O novo volante com desenho e tacto ergonómico é regulável, tanto em altura como em inclinação ajustando-se a cada condutor, facilitando o acesso ao trator. Além de tudo isto, o novo painel de comandos é um desenvolvimento completo de tecnologia digital. Os isodiamétricos de alta potência do Grupo BCS podem ser equipados com dois tipos diferentes de cabinas, a versão “Standard” ou a versão “Compact”. A primeira favorece a comodidade e o conforto, mantendo ainda assim dimensões reduzidas em altura e largura. A segunda, em contrapartida, foi criada para conseguir dimensões mínimas, sobretudo para conter ao máximo a

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altura total desde a base ao topo, com a finalidade de permitir a utilização da máquina em cultivos onde as tarefas a realizar possam ser debaixo da copa de árvores, de ramagens baixas ou estufas. Ambas as cabinas são montadas sobre uma plataforma suspensa em relação à transmissão por meio de “silent-blocks”. A série K105 dispõe de um novo painel de comandos digital que futuramente pode servir como “interface” entre o homem e a máquina. Destaca-se também a presença pela primeira vez de luzes de posição LED, que se antecipam a sistemas de iluminação completos com luzes desta tipologia. O novo painel de comandos, de tipo automobilístico, é um completo

desenvolvimento de abundante tecnologia digital e está desenhado para ter sempre sob controlo cada função e cada dado da máquina com a máxima precisão: desde a velocidade de trabalho (em km/h ou milhas/h) ou as rotações do motor, até a velocidade de rotação da tomada de força, passando pelo consumo instantâneo de combustível, o nível de obstrução do DPF, bem como todos os indicadores que permitem um eficiente diagnóstico integral, como a notificação de anomalias, tudo através de um moderno ecrã TFT multifuncional e a cores. Os indicadores analógicos de leitura imediata incluem as rpm do motor, velocidade de alimentação, temperatura da água e nível de combustível.


Produto Maior acessibilidade para facilitar todas as operações de manutenção. Novo painel de comandos digital

Nova Série K105 do Grupo BCS

Caixa de 32 velocidades com inversor sincronizado

Motor Kubota V3800, 4 cilindros Turbo com eixos de equilíbrio, 72,1 kw/98 CV, 2400 RPM

Dois tipos diferentes de cabinas (Standard ou Compact), para uma maior comodidade e conforto.

TDF traseira independente de duas velocidades 540/540E rpm/min com embraiagem multidisco.

Vasta gama de pneumáticos com rasto agrícola, XTC, ou SGT Jardim

Funcionalidade, Comodidade e Altas prestações No seu conjunto, esta nova série combina as qualidades que sempre caracterizaram os produtos do grupo BCS e que convertem a experiência de trabalhar com um trator da série K105 numa sensação única. O seu desenho combina funcionalidade, elegância e agressividade graças à “máscara” de luzes LED da grelha do radiador e à linha curva do capô, que agora é maior e mais “musculada “para acomodar o novo motor, mas, assegurando ainda assim a máxima visibilidade para o condutor. O conforto da condução vem acompanhado pelas novas cabinas ergonómicas, homologadas na

Os tratores da série K105 são os únicos equipados com uma embraiagem multidisco em banho de óleo com comando hidráulico, controlado eletronicamente. Uma opção tecnológica que oferece uma série de vantagens específicas: durabilidade, ausência de manutenção e máxima manobrabilidade, graças ao seu tamanho mais compacto.

Tração às quatro rodas motrizes, comando electro-hidráulico de desacoplamento da tração frontal.

Categoria IV e de um ambiente de trabalho mais silencioso, com um som do motor mais similar ao de um automóvel, graças à injeção Common Rail de alta pressão, enquanto os eixos de equilíbrio do motor eliminam vibrações. A gestão eletrónica das rotações do motor, desenvolvida pelo Grupo BCS, proporciona uma vantagem em trabalhos em linha, onde é importante poder mudar rapidamente para uma velocidade mais lenta e passar logo depois a regime de trabalho. A gama completa da nova série K105 oferece versões isodiamétricas com articulação central (AR), rígidas (RS) e duplo sistema de viragem Dualsteer, além da opção SDT com rodas diferentes, e também, a versão SKY JUMP com rastos traseiros.

Consumo e Emissões

O novo joystick multifuncional com controlo eletrónico proporcional, disponível como opção, permite controlar com um só dispositivo o sistema de elevação hidráulica. Um potenciómetro integrado no apoio de braços permite ajustar a sensibilidade do sistema.

A nova série K105 está equipada com motor Kubota V3800 de 98 CV de potência, com vários dispositivos que permitem reduzir significativamente o consumo de combustível e ao mesmo tempo reduzir as emissões de gases contaminantes. A nova homologação Tier 3B limita o consumo de combustível à máxima potência a um nível de 230 g/kw/h, quinze pontos abaixo das especificações anteriores. Relativamente a gases contaminantes, reduzem-se as emissões de hidrocarborantes, óxidos nitrosos e partículas sólidas. Tudo isto é possível graças à ação conjunta de vários dispositivos. · Sistema de injeção Common Rail System (CRS) · Recirculação de gases de escape (EGR) · Catalisador de oxidação diesel (DOC) · Filtro Diesel antipartículas (DPF)

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Puxar as vides de forma rápida, sem pré-poda, com possibilidade de trituração simultânea.

PROVITIS VSE430 Jopauto testa a primeira máquina em Portugal

A Jopauto, importador exclusivo da Provitis para o nosso país, testou a primeira máquina de tirar vides Provitis VSE430 em Portugal na herdade do seu cliente Luis Pato, em Anadia. A Provitis VSE430 é um equipamento especificamente construído para poda Guyot, reproduzindo, num tempo muito menor, o processo normalmente realizado à mão. Possui a particularidade de puxar os sarmentos pelo lado, permitindo uma redução dos custos sem contudo pôr em causa o modo de condução da vinha e os paus.

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Veja a reportagem em imagens www.flickr.com/abolsamia

Idealizada por um agricultor de Bordéus que apenas utilizava poda Guyot e tinha dificuldades em retirar as vides, este equipamento foi especificamente construído para esse efeito. Desde a sua criação, em 2013, a máquina sofreu diversos melhoramentos, tendo já vencido vários prémios em feiras internacionais, como por exemplo o prémio inovação no Sitevi em Montpellier (2013).

Funcionamento

O princípio de funcionamento da máquina é bastante simples: um disco horizontal encaminha os sarmentos lateralmente para uma corrente de extração.

Os sarmentos são então agarrados por pneus que ajudam a retirá-los do espaldar e os depositam no solo na zona do rodado do trator. Ao contrário de algumas marcas concorrentes que puxam os sarmentos verticalmente, a abordagem lateral aos sarmentos reproduz o processo manual e reduz as dificuldades com os arames da vinha.

Puxar os sarmentos de forma rápida, sem prépoda, com trituração simultânea O objetivo desta máquina é, sem pré-poda, substituir a puxada manual dos sarmentos. Isto, depois de as


Culturas especializadas Texto Sebastião Marques Fotos Francisco Marques

nomeadamente, deixar as vides do lado interior do bardo, onde passarão os pneus agarradores. Assim: é importante evitar que a vara se enrole em torno do arame de suporte. A ligação é feita em dois pontos: perto da cepa e na ponta da vara. No ano seguinte, deve-se cortála na sua base, deixando-a ligada à sua extremidade, de modo que a máquina puxe todos os sarmentos a partir da vara e não um conjunto de

pequenas pontas cortadas. Os sarmentos cortados na poda como a antiga vara, devem ser orientados para a entre-linha na qual passa o trator para que a inclinação induzida pelo puxão da máquina seja feito no lado certo, sem prender o fio condutor. Deve-se evitar a todo o custo a formação de ganchos entre a madeira velha e os ramos do ano. Estes poderiam ficar presos quando a máquina puxa os sarmentos. É possível aumentar o número de sarmentos retirados do espaldar, distanciando-os dos paus: o disco trá-los mais facilmente para a corrente de extração. Finalmente, dependendo do comprimento das varas determinado na poda, regula-se a largura da plataforma metálica sob os rolos de modo a não prender as cepas.

Um investimento elevado mas com retorno garantido Com um custo inicial na ordem dos 24.000 euros (sem suporte), a Jopauto estima que esta permite uma redução de custos na ordem dos 50% por hectare. Na opinião de Virgílio Lopes, gerente da empresa, “a principal vantagem desta máquina é mesmo a sua velocidade de trabalho: a uma velocidade de avanço de 2 a 5 km/h, demora 3 a 4 horas a fazer um hectare. Manualmente, demoram-se 75 horas”. Tomando por base um valor horário da máquina + trator de 30 euros, o custo por hectare rondará os 90 euros. Se o custo da mão de obra for de 5 euros/ hora, o valor total da operação ficará em 375 euros/hectare. Assim, contas redondas, a utilização da VSE 430 pode permitir poupanças na ordem dos 285 euros/ hectare.

Veja o vídeo no nosso canal www.youtube.com/abolsamia

operações da poda terem sido feitas: seleção da vara, seleção da estaca, seccionamento da estaca do ano precedente. A trituração dos sarmentos pode ser realizada de forma simultânea. A máquina utilizada no teste equipava com um grupo hidráulico porque o trator não tinha débito suficiente. No entanto, num trator moderno com débito de 50 l/min, é possível ter a máquina de tirar vides montada à frente e um triturador de vides atrás, o que permite fazer as duas operações na mesma passagem.

Preparação da vinha

Para uma utilização ótima deste equipamento, é indispensável respeitar meticulosamente a preparação da vinha,

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A máquina está montada sobre um suporte central duplo polivalente (a Provitis tem suportes universais onde todas as máquinas da marca podem ser acopladas - o cliente em questão tinha já uma desfolhadora Provitis que trabalha com esse suporte e comando eléctrico).

CARACTERÍSTICAS PESO 350 KG DÉBITO 25 L/MIN (COM SUPORTE 35 A 40 L/MIN) BAIXO CUSTO DE MANUTENÇÃO VELOCIDADE DE AVANÇO 2 A 5 KM/H PREÇO 24.000 EUROS (SEM SUPORTE)

PROVITIS VSE430 | ESTUDO REALIZADO EM FRANÇA Um estudo realizado em França pelo Institut Français de la Vigne et du Vin (IFV) – Pôle Sud-Ouest, da autoria de Christophe Gaviglio, apresenta alguns valores relativamente aos custos de amortização da VSE 430 e aos tempos de trabalho, partindo de um preço total de 28.000€ (máquina + suporte universal).

AMORTIZAÇÃO O quadro seguinte representa o custo de amortização da máquina (em euros por hectare) em função do número de anos e das superfícies de utilização anuais (em hectares).

TEMPOS DE TRABALHO (horas/hectare): O custo de utilização da máquina tem em conta o tempo de trabalho, que representa o tempo de tração (combustível, amortização e manutenção do trator) e tempo de mão de obra. Em demonstração, a máquina trabalhou entre 2,5 e 3 km/h. De acordo com a velocidade real e a densidade das vinhas em questão, os tempos de trabalho por hectare serão os seguintes: Exceptuando as situações extremas com base num tempo de trabalho médio de duas horas por hectare,

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Velocidade km/h

Custo €/ha

5

7

9

20

280

200

156

50

112

80

62

70

80

57

44

100

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40

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Espaçamento entre linhas

Superfícies

Anos Horas/ha

2

2,5

3 2,0

2

3,0

2,4

2,2

2,7

2,2

1,8

2,5

2,4

1,9

1,6

3

2,0

1,6

1,3

a máquina permite limpar 3 a 4 hectares por dia. Com um custo de tração de 13 euros/hora e de mão de obra de 18 euros/hora, o trabalho da máquina ascende a 62 euros/hectare [2h x (13+18)]. Se considerarmos que o engate simultâneo do triturador gera um consumo superior, a passagem combinada da máquina + triturador aumenta o custo de tração para um valor máximo de 70 euros/hectare.

“Em 2013 a PROVITIS VSE430 recebeu o prémio inovação no Sitevi em Montpellier.”


Culturas especializadas VIRGÍLIO LOPES gerente da Jopauto

RESPONDE A PROVITIS VSE430 funciona em vinhas com arames pareados? Sim, é o que temos neste caso.

E em vinhas mais enleadas no arame? Não, as vides não devem estar enleadas no arame.

Se tiver arame ao meio, limpa bem? Sim, porque a altura de puxo é regulável hidraulicamente. Logo, se tiver arame ao meio a máquina não trabalhará em cima do arame, trabalhará por cima ou por baixo (neste caso, o ideal), para que se possa “imitar” o que se faz à mão. De facto, o puxar as vides por baixo é mesmo uma das grandes vantagens desta máquina em relação às suas concorrentes, visto ser bastante mais fácil para retirar as vides (recria exatamente o movimento feito pelos homens e mulheres).

E junto aos paus, limpa bem? Para uma melhor performance convém, na poda, afastar um pouco as vides dos paus. No entanto, a máquina tem um sistema semelhante ao da pré-podadora (através de comando eléctrico a máquina abre e fecha). Caso não se pretenda utilizar o comando eléctrico, a máquina tem também um sistema automático em que após o contacto contorna o esteio e continua a limpar.

Que afinações permite fazer? Em altura, correção de inclinação, abrir e fechar, aperto dos pneus (trabalham a 0,8 bares cada um, de forma a poderem agarrar bem e puxar).

A que ponto é que a máquina afeta a estabilidade do trator? Apesar de o suporte ser central, a máquina trabalha descentrada para a direita em relação ao trator. Será idêntico àquilo que é uma pré-podadora. Em zonas muito inclinadas convém utilizar contra-pesos atrás ou então ser um trator com massa suficiente para evitar desequilíbrios.

Manutenções? Não tem manutenção, visto não ter órgãos de desgaste.

Requisitos do trator? Nenhum em especial, bomba de óleo (preferencialmente de 50 l/ min mínimo) e um ponto de electricidade (12 volts).

Para que tipo de exploração faz sentido? Para explorações com ou sem declives, que utilizem uma poda Guyot, acima de 20 hectares.

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Culturas especializadas Produzir eletricidade via TDF TRACTELEC

Para locais onde surge a necessidade de uma utilização pontual de corrente elétrica e que não estão servidos pela rede de distribuição, um gerador é a solução mais viável. A firma Tractelec propõe uma alternativa aos geradores móveis com motor de combustão acoplado. Trata-se de um gerador com estrutura de engate no hidráulico de um trator, e que é acionado pela TDF. A marca refere que o gerador possui uma tecnologia de regulação da tensão, para filtrar as irregularidades da TDF, e assim fornecer uma corrente estável e compatível com as instalações mais sensíveis. Na cabine, é instalado um painel composto por um voltímetro e por um frequencímetro, para leitura do desempenho do dispositivo.

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Krypton com rastos ComfortTrack SAME

Concebido para trabalhar tanto entre fileiras como em campo aberto, o Krypton³ F é um trator preparado para enfrentar condições muito distintas. Apresenta um posto de condução rebaixado e a possibilidade de ser equipado com rastos estreitos ou largos, em ambos os casos com 5 rolos por rasto, para uma ampla superfície de apoio. Além das lagartas em ferro, o cliente pode agora optar pela versão de lagartas de borracha ComfortTrack. Sendo permitida a circulação por estrada, ficam facilitadas as deslocações da máquina, e segundo a Same, os danos provocados pela compactação do solo também são minimizados. Adicionalmente, a versão ComfortTrack apresenta ganhos de conforto para o operador, dada a redução das vibrações e do ruído.

A nível de hidráulico, o Krypton³ F prevê uma duplicação das tomadas hidráulicas também na zona dianteira direita, permitindo um engate fácil das alfaias laterais e dianteiras, o que é útil em caso de utilização de despontadoras, pré-podadoras ou bate-estacas.


Culturas especializadas O multiusos de lagartas Cingo MERLO

Conhecemos a Merlo pelos seus telescópicos, mas na gama é também proposta aos clientes uma pequena máquina com rastos de borracha, modelo Cingo, destinada a diversos fins. Pode ser utilizado em ambiente de obra, ou espaços verdes, em viveiros ou em explorações agrícolas, nomeadamente onde o espaço é exíguo e há necessidade de fazer deslocação de carga. Dependendo do modelo, a capacidade de carga pode variar entre os 500 e os 1200 kg. Os modelos mais pequenos equipam com motores Honda a gasolina e os maiores com motor diesel Kubota até 33 cv. A

Acelerar a drenagem do solo

transmissão é hidrostática, para uma velocidade de avanço até 7 km/h. Entre outros acessórios, pode ser configurado com uma lança elevatória e extensível (onde podem ser engatados diferences acessórios, como balde ou forquilha), uma betoneira, um pulverizador, uma caixa de carga, um destroçador ou uma gadanheira.

TRATORES | 21 CV - 74 CV

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VSS AGRO

A Holanda é conhecida pelo seu forte setor agrícola mas também pela dificuldade de trabalhar a terra em condições de muita humidade. Para melhorar a drenagem dos terrenos, o departamento agrícola do fabricante VSS Machinebouw, originário daquele país, concebeu uma alfaia que possibilita a abertura de vias para escoamento da água sem fazer reviramento do solo. É constituída por um trem de rodas de ferro de grande diâmetro, e de extremidade pontiaguda, que, mediante o acionamento de um cilindro hidráulico, levanta o eixo traseiro do trator. Desta forma, o trator segue pela parcela impulsionado apenas pela tração das rodas dianteiras, e deixando abertos dois canais de drenagem. É uma alfaia que pode ter aplicação útil também em Portugal, sempre que ao aproximar-se a fase de instalação da cultura, for necessário acelerar a drenagem das parcelas.

GAMA COMPLETA PARA A SUA EXPLORAÇÃO

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Culturas especializadas

Automotriz para recolha de frutos de casca rija GIAMPI A automotriz Futura 100 é fabricada em Itália e destina-se à recolha de avelãs, castanhas, amêndoas, nozes ou mesmo azeitonas, e todo o tipo de frutos de casca rija que devam ser apanhados do solo. Possui uma velocidade lenta, para um avanço até 8 km/h e uma segunda velocidade, para deslocações rápidas, até 35 km/h. Para maior desempenho em pendentes, está equipada com quatro rodas motrizes (4RM), sendo as traseiras direcionais. O sistema que faz a limpeza dos frutos é constituído por vários elementos, entre os quais um ventilador. A frente de recolha pode ser encomendada à Giampi com diferentes larguras, para se adaptar a cada exploração, e segundo a marca tem bom um bom desempenho mesmo em terrenos com erva molhada. É propulsionada por um motor Kubota de 4 cilindros, com 3,4 litros de cilindrada e 75 cv de potência. Em termos de altura, a máquina tem apenas 1,52 m, o que permite passar com facilidade debaixo das copas. A capacidade de trabalho ronda os 0,8 hectares/hora. A Giampi comercializa diversas alfaias destinadas a todo o ciclo de produção dos frutos de casca rija. Por enquanto não tem presença direta no nosso país, e procura um representante oficial para Portugal.

Eliminação manual de rebentos DABAYMA A firma Dabayma, de Borja (Saragoça), inventou um desbrotador manual para eliminar os rebentos e folhas que crescem nos troncos das videiras, oliveiras, amendoeiras, ou em árvores ornamentais. Esta operação de poda em verde é realizada por arraste da ferramenta ao longo do tronco, de cima para baixo. A Dabayma está representada em Portugal.

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Tractor XL (de 280 a 400 CV)

JCB FASTRAC 8000

PRÉMIOS Trator XXL (> 400 CV)

MACHINE OF THE YEAR 2017 POR HÉLIO CATALÁN

JOHN DEERE 9RX Um “monstro” que atinge 620 CV (existem 4 modelos com 470, 520, 570 e 620 CV de potência) cujo coração é um Cummins de 15 L (os dois modelos mais pequenos equipam com um John Deere de 13,5 L) com SCR, filtro de partículas DPF e válvula EGR, e um depósito de até 1500 litros! O 9RX é manobrado através de uma caixa de velocidades eletrónica e sustentado por 4 rastos de borracha que suportam as suas 27 toneladas, e pode deslocar-se a uma velocidade máxima de 25 km/h.

O Fastrac 8000 pode orgulhar-se de muitas coisas mas antes de tudo é um trator “rápido” capaz de alcançar uma velocidade de 65 km/h (foi homologado nesta classe) graças a uma suspensão hidropneumática e da tração Activ. O Fastrac está disponível em 2 modelos, 280 e 340 CV, e até 1440 Nm (a 1500 rpm) e é alimentado por um motor AGCO Power de 8,4 L Tier 4f com 2 turbo-compressores em série. A transmissão é uma CVT que se pode programar com diferentes preferências, inclusivamente simulando uma powershift.

Os prémios Machine of the Year 2017, atribuídos em 14 categorias por um júri independente de 28 publicações especializadas da Europa, foram revelados durante o SIMA que decorreu de 26 fevereiro a 2 de março.

Trator L (de 180 a 280 CV)

JOHN DEERE 6230 E 6250 R Efetivamente, o trator “L” (Large) entra já dentro de uma categoria muito mais “convencional” que as duas anteriores (XL e XXL). O motor é de 6 cilindros e 6,8 L, Tier 4f com DPF e SCR com gestão eletrónica de potência e duplo turbo, permitindolhe alcançar 230 e 250 CV. Uma distância entre eixos de 2,9 m e um peso em vazio de 9500 kg (com una MMA de 15000 kg) não o impedem de conseguir alcançar uma velocidade cruzeiro de 40 km/h a apenas 1300 rpm. O eixo dianteiro é uma ponte Dana com suspensão TLS e também a cabina está dotada de suspensão hidropneumática. O apoio de braço CommandPro deixa ao alcance da mão o controlo de funcionamento do trator através do joystick e das restantes alavancas, botões e potenciómetros. A consola é, obviamente, compatível com ISOBUS.

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Trator M (120 a 180 CV)

MASSEY FERGUSON 6700 S Um motor AGCO Power de 4 cilindros e 4,9 L é do que necessita a série 6700, de até 6 modelos, para desenvolver entre 120 e 175 CV. Os motores incorporam gestão de potência (mais cerca de 20-25 CV permitindo chegar, no modelo mais potente da gama, o 6718 S, aos 200 CV e 840 Nm). Acredito que será uma série de que a Massey venha a disfrutar durante os próximos anos e se torne numa das suas principais gama de vendas. Os tratores estão homologados cumprindo a normativa vigente em questão de emissões, fase IV final, através de tecnologia de agente redutor SCR e catalisador de oxidação DOC. As transmissões são as já conhecidas e reconhecidas powershift Dyna 4 e 6 e a CVT Dyna VT. Estas tornam os 6700 tratores ágeis, mesmo tendo uma distância entre eixos de 2,67 metros, que lhes confere uma boa estabilidade, para além de potentes, num setor do mercado com muita procura. O posto de condução está englobado numa cabina com vários acabamentos possíveis.

Trator S (<150 CV)

VALTRA A 104 HI TECH O Valtra A104 HiTech (100 CV e 410 Nm) é um dos 7 modelos da Valtra na série A e abarca uma potência entre 75 e 130 CV que se consegue através de um motor de 3 (A74, A84 e A94) ou 4 cilindros (A104, A114) e que cubicam, respetivamente, 3,3 L e 4,4 L. Ambos em Tier 4 f através de SCR (os modelos A93 e A103 não estão no mercado) A transmissão é assegurada por uma caixa mecânica manual 6*2 com inversor (12+12) desenvolvida por engenheiros da casa, capaz de proporcionar um leque de velocidades de deslocação entre 140 m/h a 40 km/h, com até 6 velocidades entre 4 e 12 km/h e opção de superlentas.

Trator especializado

SAME FRUTTETO ACTIVE DRIVE Na minha opinião, havia poucas dúvidas de que o Frutteto fosse o candidato idóneo a este prémio de trator especializado. A sua suspensão independente ativa do eixo dianteiro, ActiveDrive, tornava-o um candidato muito forte.

Ceifeiras debulhadoras

NEW HOLLAND EVEREST Esta ceifeira gosta de trabalhar em zonas declivosas. Impressiona, impressiona ver as fotos da máquina em pendentes de até 20 % e com barras de corte que superam os 9 m. Um módulo eletrónico e um giroscópio calculam constantemente a inclinação para variar a posição das rodas e colocar a máquina na melhor posição para absorver a pendente. Sem dúvida um bom prémio para a New Holland.

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PRÉMIOS MACHINE OF THE YEAR 2017 Manipulação

JCB AGRIPRO DUAL TECH VT A JCB quis fazer-se notar neste segmento de manipuladoras telescópicas com a sua transmissão DualTechVT que é uma “mescla” de uma caixa powershift com uma hidrostática. Entre 0 e 19 km/h funciona-se com uma caixa hidrostática, e de 19 a 40 km/h seleciona-se a powershift, mas a “escolha” faz-se sem que o condutor intervenha, (nem sequer o note), de forma automática, pelo que no final o resultado é como se se manejasse uma CVT.

Gadanheiras-condicionadoras

VICON EXTRA 736 T A Vicon extra 736 T é capaz de “colar-se” ao terreno graças à suspensão Quatrolink que dispõe de um cilindro e dois acumuladores de azoto que permitem um movimento de até 70 cm na vertical e 30º na horizontal.

Tratamentos

BERTHOUD VANTAGE O pulverizador rebocado da Berthoud destaca-se por ter um desenho compacto inclusivamente para a sua enorme capacidade (entre 2800 e 6700 L) e por dispor de suspensão.

Trabalho do solo

LEMKEN KARAT 12 O Lemken Karat 12 é um cultivador que se oferece em várias larguras de trabalho (máxima 7 m), pensado para a mobilização mínima. Os braços estão montados em 4 filas com um chassis em tubo estrutural de 100*100*8 mm e uma altura livre de 80 cm e 23 cm de distância entre braços (90 cm na mesma fila) podendo trabalhar até 30 cm de profundidade e com a possibilidade de usar até 6 tipos de relha.

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Sementeira

AMAZONE CATAYA O semeador Amazon com depósito de até 830 L dispõe de um distribuidor elétrico e de múltiplos sensores (velocidade, nível do depósito...) SmartCenter que permitem fazer as regulações sem sair do posto de condução.

Transporte

JOSKIN VACU STORM Trata-se de um distribuidor misturador para estrume líquido. Uma bomba de vácuo succiona o estrume e uma outra bomba encarrega-se do espalhamento. A contribuição de Vacu está no dispositivo projetado para reduzir os custos de instalação, criando um diferencial de pressão que ajuda a encher e esvaziar o tanque.

Enfardadeiras

KRONE BIG PACK VARI CUT Uma barra de corte tipo estrela com 50 facas para produzir fardos de 90* 120 cm.

100 95 75

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MaxiTraction 65 188mmX120m A Bolsa Mia FINAL quinta-feira, 16 de Fevereiro de 2017 23:35:34

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Produto Novidades Valtra desvendadas no SIMA Série A entra na 4ª geração com 7 modelos

Um modelo mais potente na linha X7.6 MCCORMICK

Na linha X7.6, a McCormick propunha 4 tratores, dos 150 aos 226 cv. No SIMA 2017, desvendou um 5º modelo, que passa a posicionar-se no topo desta série. Mais potente do que os restantes, o novo X7.690 recorre ao mesmo motor Beta Power de 6 cilindros, neste caso com preparação para chegar aos 230 cv. A adequação ao nível de emissões Fase IV/Tier 4F foi conseguida através de um sistema SCR+DOC e abrange toda a série X7, incluindo os X7.4. Foram introduzidas inovações também na transmissão PS-Drive (powershift), que surge numa configuração de 5 gamas e 6 velocidades, com passagem robotizada. Esta transmissão possui um modo automático (Smart APS), que define as relações de caixa e o regime do motor, e ainda a funcionalidade de paragem ativa (Stop & Action), características que em termos de comportamento a assemelham à versão VT-Drive (CVT), também disponível. Nesta atualização dos X7, a nível software a McCormick atualiza funcionalidades, relacionadas nomeadamente com a câmara traseira e com a gestão de cabeceiras.

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A linha de tratores convencionais da série A acaba de ser remodelada e surge com uma oferta mais alargada. Na 3ª geração existiam dois modelos A, e nesta 4ª geração são sete. Isto porque a série A entra num segmento até agora servido pelos tratores mais pequenos da série N. Passam a preencher uma faixa entre 75 e 130 cv e, consoante o modelo, são propulsionados por motores Agco Power de 3 cilindros, com 3,3 litros, ou de 4 cilindros e 4,4 litros. São ambos motores Fase IV/Tier 4F, agora montados num chassis totalmente novo, que apresenta três diferentes tamanhos, dependendo do modelo. Na transmissão também foram introduzidas alterações. Mantém-se o total de 12 velocidades, mas apenas em dois grupos, para se alternar menos entre gamas. A cabine é totalmente nova, sendo o assento de passageiro um opcional. Todos os modelos A vêm com cabine e 4RM e entram em produção já este verão, em Suolathi, na Finlândia.

Série S transpõe os 400 cv A Valtra acrescenta um novo modelo à série S. Posicionado acima do S374, que era o trator mais potente da marca, o novo S394 equipa com um bloco Agco Power que fornece 400 cv de potência máxima (405 cv com boost). O S394 inclui um novo interface de comandos. Num apoio de braço redesenhado, surge um joystick multifunções revestido a borracha, e um monitor tátil de 9 (Valtra SmartTouch) onde é possível memorizar configurações de alfaias, perfis de utilizador, e diversas outras funcionalidades.


Produto Mais um trator autónomo com tecnologia NHdrive Reboques espalhadores de estrume CHEVANCE A marca francesa alargou a oferta de reboques espalhadores de estrume da linha Sniper. Apresentada na Agritechnica 2015, esta linha conta agora com um modelo mais pequeno, o 12 08, com capacidade de carga de 12 m³ ou 8 toneladas. De estrutura compacta, adequa-se ao trabalho em encostas ou em zonas semimontanhosas. Pode fazer uma aplicação entre 2 a 50 toneladas de estrume por hectare. A potência mínima aconselhada é de 90 cv.

NEW HOLLAND

No Verão de 2016, a New Holland desvendou pela 1ª vez um protótipo de trator autónomo baseado num T8. Foi na Farm Progress Show, uma das mais importantes feiras dos Estados Unidos. Agora, em França, no SIMA 2017, volta a exibir esta tecnologia a que dá o nome NHdrive, mas aplicada num T7.315. A New Holland mostra assim que a tecnologia NHdrive pode ser aplicada em diferentes produtos da marca. O protótipo exposto no SIMA estava equipado com cabine, continuando a ser possível que um operador o conduza, por exemplo em transporte, mas sendo também possível o funcionamento autónomo, se bem que para isso deva ainda haver uma maturação da tecnologia, e a criação de regulamentação que preveja esta forma de funcionamento. Na frente, onde se costuma pôr um bloco de lastragem, este protótipo tem instalados sensores LIDAR para se posicionar e para se auto-conduzir, bem como câmaras para o mesmo fim, posicionadas no topo da cabine. A tecnologia de condução autónoma em tratores começa agora a ser revelada, e é um assunto de que certamente vamos ouvir falar muito de ora avante.

MF 8740 é o detentor do trono MASSEY FERGUNSON

No reino da MF, o modelo mais potente era o MF8737, que atingia os 370 cv (400 cv com boost), mas deixou de o ser. A marca adiciona agora à sua gama o MF 8740, que atinge os 400 cv seja qual for o tipo de tarefa a realizar. Com boost, alcança os 405 cv. Este modelo equipa com um terminal Datatronic 5 de 9”, compatível com ISOBUS, para monitorização e programação de todas as funcionalidades associadas à agricultura de precisão. Uma interessante característica neste trator é que apesar de um peso de 10,8 toneladas – relativamente leve para a sua categoria – a carga máxima admissível é de 18 toneladas. Na série MF 8700, a marca propõe seis modelos, a começar nos 270 cv de potência.

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Produto Comandar a direção com dois dedos EIKSTEER

Kubota apresenta Série M5001 São dois os modelos apresentados pela Kubota na nova Série M5001. Leia aqui a errata à notícia que publicámos na última edição da Revista. KUBOTA A marca japonesa continua o seu forte investimento no sector agrícola e apresenta agora os sucessores dos modelos M8540 e M9960. A nova série, denominada M5001, é constituída por dois modelos, o M5091 de 95 cv, e o M5111 de 113 cv, ambos com motor de 4 cilindros, com 3,8 litros de cilindrada e adaptados ao nível de emissões Tier 4Final. A transmissão tem uma configuração de 6 velocidades, com HI-LO, distribuídas por três gamas, num total de 36 velocidades, sendo o inversor eletro-hidráulico. A TDF, na versão standard, é de duas velocidades, 540 e 540E. Opcionalmente está disponível uma TDF 540/1000. O elevador traseiro levanta até 4.100 kg. Os novos tratores, fabricados e montados no Japão, chegam primeiro em versão cabinada mas no início de 2017 será disponibilizada uma versão plataforma. A cabine está maior em relação ao seu antecessor, com ar condicionado de série e banco pneumático. Para melhorar a visibilidade quando em utilização do carregador frontal pode optar-se por uma cabina com teto em vidro. Em simultâneo a este lançamento, a Kubota renovou também a gama MGX.

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Ao realizar tarefas fora de estrada, o operador tem a mão direita ocupada com os vários comandos no apoio de braço. Por norma, é à mão esquerda que o volante fica entregue. A firma dinamarquesa Thorsen-Teknik lança agora um pequeno dispositivo através do qual se pode controlar a direção com apenas dois dedos da mão esquerda. Está ligado ao sistema CAN-BUS do trator, instala-se num apoio de braço do lado esquerdo do banco, e é uma alternativa ao volante. Em tarefas que impliquem muito uso da direção, como a movimentação de cargas com carregador frontal, o EIKsteer permite uma posição de condução mais cómoda. Uma vantagem adicional é que ao deixar de pressionar um dos dois botões, que fazem virar as rodas para a esquerda ou para a direita, o sistema coloca a direção automaticamente em trajetória reta, dispensando o condutor de procurar essa posição. Por razões de segurança, o sistema desliga-se assim que se atinge uma velocidade de 30 km/h.

Oferta alargada de unifeeds KUHN A oferta de reboques misturadores da Kuhn alarga-se em 2017, com a introdução de 26 novos modelos da gama Profile 2.DL-CL-Plus. Os modelos DL possuem distribuição direta, com boca de descarga e cinta lateral inclinável. Os modelos CL possuem distribuição com cinta transversal, que pode ser colocada na dianteira ou na traseira, e os modelos Plus possuem turbina. Dependendo do modelo, o volume de carga varia entre os 18 e os 34 m³. Todos possuem dois senfins verticais, cuja construção em aço inoxidável K-NOX lhes confere grande durabilidade. Este material é resistente mesmo às misturas de rações mais abrasivas. Possuem ainda um sistema de pesagem com cinco pontos de medição, que transmite a um terminal KDW 341 uma informação precisa, inclusive com pesos consideráveis.

Charruas montadas reversíveis Cayros AMAZONE

Em resultado de ter adquirido a fábrica de charruas da Vogel & Noot na Hungria, a Amazone expande a sua oferta com as charruas montadas reversíveis Cayros. À já existente série de charruas Cayron, juntam-se agora 5 modelos Cayron. Na versão M, têm uma configuração de 3 ou 4 ferros, e são aconselhadas para tratores até 120 cv. Nas versões XM, XMS e XS, destinam-se a potências de 140, 200 e 260 cv, respetivamente. No topo da série estão ainda as Cayros XS Pro, com o número de ferros a variar entre 4 e 6 e destinadas a tratores até 380 cv. Em termos de regulação da largura de trabalho, todos os modelos podem equipar com um sistema mecânico ou com ajuste hidráulico. No que respeita à proteção contra embate em pedras, o sistema pode ser mecânico, semi-automático com molas em espiral, ou hidráulico, com acumuladores.


Produto Debulhar e enfardar numa passagem BALE DIRECT

Colhedora automotriz de 4 linhas DEWULF A marca belga apresentou ao público a nova Kwatro Xtreme, uma colhedora destinada aos produtores de batata que plantam em quatro linhas com espaçamento de 90 cm. Vem substituir o modelo Kwatro para três linhas também a 90 cm. Possui uma tremonha com capacidade de armazenamento de 17,5 m³, e um sistema de

tração arquitetado para suportar todo esse peso sem compactar o solo em demasia, inclusive em situações de muita humidade. É constituído por três elementos: dois rastos de borracha de 900 mm de largura na frente, e uma única roda de grande dimensão na traseira. A unidade de recolha está instalada à frente dos rastos, para manter intactos os camalhões. É composta por relhas independentes, discos de corte de acionamento hidráulico e controlo automático de profundidade através de patins. O sistema de limpeza integra dois tapetes de maior largura (1760 mm cada), para um funcionamento fluido mesmo a velocidades de avanço mais altas. A propulsão é assegurada por um motor Scania Tier 4F de 500 cv.

As máquinas que só por si, ou em conjugação, realizam mais do que uma tarefa numa só passagem, são uma tendência. O sistema Bale Direct, que consiste em engatar uma enfardadeira numa ceifeiradebulhadora, é disso exemplo. Surgiu na Austrália, associado à necessidade de recolher os sobrantes para não devolver ao solo as sementes das infestantes. Mas está também a ser comercializado nos Estados Unidos, por um pequeno fabricante do Oregon, a GK Machine, embora neste país a sua utilização esteja mais virada para

o aproveitamento da palha, de forma mais eficiente, aproveitando o momento da debulha. O funcionamento da enfardadeira é assegurado por um motor hidráulico alimentado pela debulhadora, e a ligação entre as duas máquinas faz-se por via de uma lança própria, através da qual também é transferida a palha. O sistema Bale Direct prevê a ligação entre enfardadeiras de fardos retangulares da MF e ceifeiras-debulhadoras da Claas. Mas têm surgido sistemas alternativos, envolvendo outras marcas, e com diferente designação comercial, inclusive envolvendo enfardadeiras de fardos redondos.

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Produto Linha Quantum recebe melhorias CASE IH Os especializados Quantum foram alvo de uma atualização e, tal como na geração anterior, são propostos nas versões V (vinhateiros), N (estreitos) e F (pomareiros). No total são 12 diferentes modelos, com potências entre os 75 e os 107 cv. Entre as novidades, surge um novo bloco de distribuidores hidráulicos ventrais, mais compacto e mais prático, e bombas com maior débito. Na cabine, o interior foi redesenhado e é agora proporcionada filtragem de categoria 4 (que pode ser comutada para categoria 2 quando apenas for necessário proteger o operador de poeiras). Equipam com motores FPT de 3,4 litros, que fazem uso de EGR com arrefecimento e catalisador DOC para cumprir a Fase IIIB/Tier 4i). A manutenção é feita a cada 600 horas. A nível de transmissão, há várias opções. A mais sofisticada apresenta uma configuração 32/16 com inversor eletro-hidráulico. A estética surge alinhada com a restante gama Case IH. O elevador e a TDF frontais estão na lista das opções.

Novo Mitas para máquinas agrícolas MITAS

A Mitas apresentou no SIMA de Paris o 1000/50 R 25 SFT (Super Flexion Tires), um novo pneu para maquinaria agrícola como colhedoras de batata e distribuidores de adubo automotrizes. Este pneu possui flancos flexíveis e ultra-fortes permitindo pressões de enchimento baixas para elevada capacidade de carga e baixa compactação do solo. O novo Mitas 1000/50 R 25 172 A8 (166 D) SFT com índice de velocidade D, permite velocidades até 65 quilómetros por hora. À velocidade de 10 quilómetros por hora (cíclico) com 2.4 bar de pressão, permite transportar cargas de 10.080 quilogramas. Este pneu possui um diâmetro de 1,65 metros.

Rodado duplo asa de gaivota PEECON Se por acaso vir um trator com um par de rodas às costas, é sinal de que a firma holandesa Peecon está metida no assunto. Em certas tarefas, é preciso instalar rodas duplas nos tratores, mas pô-las e retirá-las não é dos passatempos mais interessantes, sobretudo devido ao peso que têm. E põese ainda o problema de, uma vez instaladas, inviabilizarem as deslocações em estrada por excederem a largura permitida. Ora, o que a Peecon inventou foi um par de rodas que podem ser postas e retiradas em poucos minutos e só por uma pessoa. Impressionante, não é? Acima do sistema hidráulico, na traseira da cabine, é colocada uma estrutura de suporte das rodas que inclui cilindros hidráulicos de duplo efeito. Para acoplar as duas rodas exteriores o operador só necessita de as fazer descer hidraulicamente, e de apertar um perno com a ajuda de uma chave. Este sistema denominado Gull Wing (asa de gaivota) foi premiado na Agritechnica 2015 e presentemente já se encontra em comercialização. Adequa-se a tratores de diferentes marcas e com diferentes medidas de pneus. A próxima etapa poderá passar por adaptar este equipamento a outras máquinas, como por exemplo as ensiladoras automotrizes.

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Gamas BKT para trabalho do solo BKT A BKT desenvolveu gamas de pneus especificamente pensadas para as operações de preparação e trabalho do terreno, onde se destaca a Agrimax Force, ideal para equipar tratores de potência elevada. Desfrutando da tecnologia IF, reinterpretada pela BKT, a Agrimax Force trabalha a baixas pressões, reduzindo o fenómeno de compactação do solo. São treze as medidas disponíveis para este pneu. Outras gamas da família Agrimax: Fortis, RT 855, RT 765, RT 857, RT 657, em várias medidas. A BKT é distribuída em Portugal pela empresa S. José – Logística de Pneus Website: bkt-portugal.pt


Produto Ventilador para limpeza contínua BEDNAR Ao fim de poucos minutos de trabalho, é normal que se acumulem detritos e sobrantes das culturas na parte superior dos trituradores de restolho. A pensar na limpeza dos seus trituradores, de forma automática e contínua, através de fluxo de ar, a firma francesa Bednar criou um ventilador para adicionar a estas alfaias, que é acionado pelo circuito hidráulico do trator. Fica a notícia, e também a dúvida sobre a necessidade e eficácia de um tal invento

Encordoar e enfardar numa passagem STIRMOT

O fabricante espanhol Stirmot, sediado em Valladolid, propõe uma alfaia inovadora: um encordoador para ser utilizado na mesma passagem em que se faz a enfardação. Este modelo HEV pode ser instalado em qualquer conjunto trator/enfardadeira e está disponível em duas versões: 509, para uma largura de trabalho de 8,80 m, e 511, para uma largura de trabalho de 10,75 m. A marca comunica que concebeu este encordoador de acordo com critérios de leveza, rigidez e resistência a apontar para uma utilização intensiva. Possui um sistema de suspensão hidropneumática, para maior estabilidade, e é recolhido por comando hidráulico.

PARA PROFISSIONAIS • O Melhor em Conforto e Visibilidade

O modelo mais pequeno pesa 1610 kg, e o maior mais 80 kg. A altura de transporte é de 3,85 m. A grande mais-valia da alfaia é reunir dois ou três cordões de feno ou palha num único, para tirar maior proveito da enfardadeira. A marca anuncia uma produtividade de trabalho que pode ir até aos 18 hectares/ hora.

NOVO LUXXUM

100 - 120 CV

• Grande Capacidade Hidráulica • Transmissão Full Powershift

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Grades rotativas para potências mais altas MASCHIO GASPARDO

As grades rotativas das gamas Orso, Toro e Jumbo, recebem agora caixas de velocidades de maior resistência, para dar resposta às solicitações dos clientes que têm vindo a adquirir tratores mais potentes. Estas novas caixas têm agora veios de maior diâmetro (85 mm) outras peças reforçadas, e reservatório de óleo com o dobro da capacidade, o que resulta numa refrigeração mais eficaz e numa maior longevidade. Com esta melhoria, a gama Orso passa a adequar-se a potências até 300 cv, a gama Toro até 400 cv e a gama Jumbo até 550 cv.

App Mitas encontra a pressão certa MITAS A Mitas, que faz parte do grupo Trelleborg, apresentou uma nova aplicação para telefones móveis que ajuda a escolher a pressão certa dos pneus. Os agricultores só têm que selecionar a medida, a velocidade de trabalho, e a carga dos pneus que estão a utilizar, e a pressão adequada aparece imediatamente no ecrã do seu telemóvel. A aplicação da Mitas pode ser descarregada aqui: www.mitas-info.com

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Renovação nos tratores de rastos NEW HOLLAND A linha de tratores de rastos TK da New Holland chega ao mercado com atualizações e uma nova designação. O nome TK4 sucede ao nome TK4000, anteriormente usado. Esta séria passa a ter três modelos em vez de cinco. São eles o TK4.80, o TK4.90 e o TK4.100, todos com motor FPT de 4 cilindros, 3,4 litros de cilindrada e sistema de injeção common rail. Dependendo do modelo, este motor fornece potências de, respetivamente, 75, 85 e 99 cv. Para cumprir o nível de emissões Fase IIIB/ Tier 4i, o sistema de pós-tratamento de gases foi redesenhado e reúne uma combinação cEGR+DOC+DPF. Os três modelos estão disponíveis nas variantes especializadas TK4V, TK4N e TK4F, e ainda nas variantes para campo aberto TK4 e TK4M. É essencialmente a nível de dimensões que estas versões se diferenciam. A marca também introduziu melhoramentos no posto de condução. O painel de instrumentos passa a incluir uma área digital e o cliente pode optar por um assento pneumático da Grammer. De referir que a direção é controlada através do sistema Steering-O-Matic Plus, que ocupa apenas uma das mãos, tendo-se conseguido uma redução significativa das vibrações nesse ponto do trator. Nos modelos sem cabine, o arco de proteção foi reforçado e inclui agora uma espécie de barreira

metálica que protege o operador face a poeiras e ao calor emitido pelo motor. De destacar ainda a estética, que segue a tendência das outras séries da New Holland, o depósito de combustível com bocal redesenhado para facilitar o enchimento, e a possibilidade de configurar qualquer das variantes com rastos de borracha SmartTrax. Em opção, a marca passa a disponibilizar suportes para instalar blocos de lastragem na frente, em posição lateral. O cliente pode optar por um suporte para 4 pesos de 40 kg (num total de 200 kg incluindo as fixações) ou por um suporte para 10 pesos de 40 kg (num total de 500 kg incluindo as fixações). Até aos 150 kg, o cliente pode dispensar os suportes e aparafusar 5 pesos diretamente na secção frontal. Em ambas as formas de arrumar os pesos, o ângulo de ataque é superior ao dos TK4000. A par da renovação dos TK, a New Holland atualizou também os especializados de rodas da linha T4, nas variantes F, N e V.

Produtos em destaque dos fabricantes portugueses no SIMA

GALUCHO No stand da Galucho destacamos o novo cultivador Geosol, destinado ao mercado francês, e a grade GDM 720.

Reportagem em imagens www.flickr.com/abolsamia

HERCULANO No fabricante de Oliveira de Azeméis, já com a nova imagem, destacavam-se o corta-milhos — versão própria para cortar as linhas de polinização na cultura de milho de semente — , o reboque cisterna de 16.000 litros com barra localizadora Vogelsang, e os reboques preparados para os mercados da Europa.


Produto Toldo de comando hidráulico JOSKIN

App com tutorial sobre tratores CLAAS A marca germânica lançou no SIMA 2017 uma app gratuita que explica ao utilizador as várias funções disponíveis na cabine de um trator Claas. A marca alerta que este guia virtual não substitui o manual de utilizador mas fornece respostas sobre o funcionamento da máquina de uma forma prática. A app faz uso da tecnologia de realidade aumentada, para localizar cada comando e apresentar um tutorial, de modo a que os operadores possam retirar o máximo proveito da utilização dos tratores Claas. Por enquanto, está disponível para os modelos Arion e Axion com transmissão CMatic, mas com mais modelos a serem incluídos futuramente. As línguas disponíveis são o alemão, o inglês e o francês.

A firma belga comercializa vários modelos de coberturas para os compartimentos de carga dos seus reboques. A essa gama, junta agora um novo sistema, denominado Telecover. O carregamento de alguns produtos requere um acesso desimpedido pela parte de cima do reboque, e o que esta cobertura Telecover tem de diferente é dispensar a colocação de barras de suporte no interior da caixa, tanto nos modelos convencionais como nos modelos monocoque. O toldo, de 690 g/m², é resistente, impermeável, e acionado hidraulicamente a partir da cabine do trator. É enrolado por um motor hidráulico em redor de um eixo longitudinal que vai de uma ponta à outra do reboque, e por dois braços articulados que asseguram a movimentação desse eixo na

abertura e no fecho. Outra particularidade deste sistema é que permite a abertura da porta traseira de descarga, mesmo quando o toldo está em posição de cobrir a carga.

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Vicon FastBale

Enfardar e embalar sem paragens A máquina que marca o regresso da Vicon às enfardadeiras de fardos cilíndricos — a FastBale — é uma máquina combinada que junta uma enfardadeira de fardos cilíndricos com pré-câmara com uma embaladora de duplo satélite, permitindo enfardar e embalar sem interrupções.

A

FastBale possui duas câmaras de compressão fixas montadas em série que partilham parte dos rolos de formação. O material recolhido é primeiramente encaminhado para a pré-câmara, onde se produzem dois terços do fardo. Assim que a pré-câmara está cheia, o fluxo de alimentação é desviado para a câmara principal ao mesmo tempo que o fardo continua a ser formado até atingir a densidade requerida. Este processo de dupla compressão do material resulta em fardos com uma densidade superior à dos produzidos pelo processo convencional.

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Rotor de ø 800 mm

A FastBale equipa com um rotor de ø 800 mm com 50 dentes Hardox. A localização próxima do pick-up e do rotor elimina zonas mortas quando se trabalha em culturas baixas, e para além disso o sistema de corte Super-Cut permite escolher grupos de 6, 12, 13 ou 25 facas, e possui sistema de segurança em caso de obstrução.

Pick-up de 2,2 m

O pick-up da FastBale tem 5 barras de dentes reforçadas. Um sistema de transmissão patenteado mantém a largura total no mínimo de forma a que as rodas-guia do pick-up não precisam de ser removidas ou recolhidas para o transporte, poupando tempo.


Produto ESPECIFICAÇÕES Diâmetro do rotor de admissão

Ø800mm

Eliminação de obstruções

Porta rebatível hidráulica - usada pelas 2 câmaras

Sistema de pré-corte

25 facas, seleção manual do grupo – 6/12/13/25

Nº de rolos

17 câmara principal, 14 pré-câmara (11+3 rolos partilhados)

Rácio da capacidade da câmara

Aprox. dois terços/um terço

Dimensão da câmara de compressão

1.23m largura x Ø1.22m (p/ fardo de Ø1.26 – 1.27m)

Sistema de controlo

Totalmente compatível ISO 11783

Capacidade do fio

2 rolos (1 a uso, 1 suplente)

Capacidade do filme

10 rolos (2 a uso, 8 suplentes)

Sistemas de atamento

Rede std., filme opc.

Potência mínima do trator

150 cv

Alimentação hidráulica

Load sensing + 1x válvula duplo efeito

EM OPERAÇÃO 1

2

3

4

5

6

DIMENSÕES DA MÁQUINA Comprimento

5.85m

Largura

2.76m pneus std. (2.94m pneus opc.)

Altura

3.05m

Peso

7500 kg

Peso barra de puxo

1100 kg

1. No início do enfardamento, o fluxo de material colhido enche a pré-câmara a ser atingida a densidade pré definida. 2. fluxo de material e o fardo préformado são transferidos para a câmara principal. 3. O fardo continua a ser formado na câmara principal até que a densidade pré-definida é atingida.

Transferência dos fardos para a embaladora

Descarga dos fardos

Os fardos terminados são descarregados diretamente da câmara principal para a embaladora que, simultaneamente levanta permitindo que o satélite duplo embale o fardo. O chassis principal da embaladora envolve o fardo, evitando que o mesmo escape quando se trabalha em zonas declivosas.

Novo conceito de embalamento O sistema de embalamento da FastBale incorpora um satélite duplo com capacidade até 50 rpm que gira no eixo vertical, sendo a rotação do fardo assegurada por dois rolos. Esta disposição reduz o espaço necessário para a aplicação do filme, o que permite ter uma máquina mais compacta e uma operação mais rápida.

Assim que o embalamento está concluído, o rolo traseiro é levantado. O fardo é colocado suavemente no solo, em vez de rolar para fora da mesa de embalamento como acontece numa máquina convencional. Reduzem-se desta forma os riscos de que o fardo rebole em trabalhos em zonas de pendente.

4. Quando o fardo que está na câmara principal está concluído, o fluxo de material é desviado para a pré-câmara e o fardo é atado. 5. O painel traseiro abre e o fardo acabado rola diretamente por gravidade para a embaladora. 6. A embaladora levantada para a posição de trabalho e começa a processar-se o embalamento.

O sistema de carregamento dos rolos de fio é hidráulico, sendo possível o armazenamento de um rolo extra. Um terminal IsoMatch Tellus mantém o operador informado em tempo real sobre o estado dos fardos na câmara e pré-câmara, e na embaladora, permitindo ajustar o rendimento à capacidade da máquina e às condições da colheita.

Conforto do operador melhorado O trabalho da FastBale é completamente automatizado. A supressão das paragens e arranques diminui muito o desgaste da transmissão do trator.

Manutenção

Os rolos da câmara de compressão e os rolamentos do rotor são lubrificados de forma automática, e as correntes têm um sistema de lubrificação ajustável individualmente.

A EXPANSÃO É O IMPORTADOR EXCLUSIVO DA VICON EM PORTUGAL

A empresa sediada em Benavente é representante da marca no nosso país há 44 anos. Expansão - Gestões Comerciais, Lda • T: 263 516 573 • E: expansaolda@net.sapo.pt

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DOIS EM UM

Triturador dianteiro com deservagem adaptada Nesta edição da Oficina fomos até ao concelho do Cadaval ter com Ângelo Gonçalo Maurício, dono de uma exploração com 14 hectares de pomar em exploração intensiva e 24 hectares de vinha. A escassez de tempo e a contenção de gastos levaram-no a desenvolver uma solução diferente daquelas que encontrou no mercado, permitindo-lhe fazer duas operações numa única passagem, gastando praticamente o mesmo combustível.

“No início esta máquina foi idealizada para a vinha, entrava no campo e o terreno estava mole, a janela temporal era muito curta e tínhamos duas operações lentas para fazer, deservar e triturar. Tendo um trator com TDF à frente, lembrei-me de combinar as duas operações.”

ABOLSAMIA

O que é esta máquina?

ÂNGELO G. MAURÍCIO

Um triturador montado à frente, com um sistema de deservagem adaptado.

O que faz? Destroça, e aplica imediatamente a seguir o herbicida na linha. Quando funciona em vinha, usam-se as duas campânulas ligadas ao mesmo tempo, fazendo a linha toda de uma vez; se for no pomar (como quando a vimos trabalhar) faz apenas um dos lados de cada vez.

Como é que surgiu a ideia? Na altura em que comprei este trator, comprei-o logo com tomada de força à frente. Existia, e existe, também a necessidade de “poupar operações” porque andamos a colocar herbicida nesta altura do ano, às vezes chove e cada vez temos menos tempo para fazer as operações. Como eu tinha um trator que permitia montar um tanque atrás e um triturador à frente, lembreime que talvez fosse possível conjugar os dois. Comecei então por tentar construir uma barra de herbicida para o triturador. Fomos ter com um serralheiro, surgiram algumas ideias e lá se fez. Completa agora a sexta campanha.

Não existia já esta solução no mercado? Que eu conhecesse, não. Já existia para trituradores montados atrás com sistemas com uma bomba eléctrica que já faziam alguma deservagem.

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R

VA A O IC N UBR

Oficina

Adaptou a sua máquina? Gostava de ver a sua história aqui? Escreva-nos para: redacao@abolsamia.com

“Numa passagem faço duas operações, gastando praticamente o mesmo gasóleo. Feitas as contas isto acaba por gastar mais um litro à hora do que se estivesse apenas a triturar.”

que se estivesse apenas a triturar. Assim, existe uma considerável poupança de custos e de tempo. Até ao nível da compactação do solo temos vantagens, porque podemos escolher a melhor altura para entrar quando o terreno está nas melhores condições de trabalho.

Foi feita em casa ou recorreu a serviços externos? Quais as vantagens? A verdade é que desta forma consigo ter um tanque de 600 litros atrás o que me dá uma autonomia muito maior, com muito menos paragens e tempos mortos. Numa passagem faço duas operações, gastando praticamente o mesmo gasóleo. Feitas as contas isto acaba por gastar mais um litro à hora do

Idealizei tudo aqui em casa. A montagem foi feita fora. Comprei os macacos hidráulicos e outros componentes, alguns que já estavam feitos- como a barra de herbicida da Rocha recorrendo a especialistas da área. No fundo, adaptei o chassis ao triturador. Tudo o que era serralharia foi feito numa casa aqui perto.

Quanto tempo demorou entre idealizar e construir? Umas duas semanas. Entre pensar, ir buscar o material e começar .

Quanto é que lhe custou? Contabilizando apenas a parte que é adaptação, retirando o triturador, à volta de 1500 euros.

Que melhoramentos lhe fez? As afinações feitas foram realizadas no ano passado e estão sobretudo ligadas à largura da máquina para que esta possa trabalhar em linhas um pouco mais estreitas. A regulação em altura é algo que já ponderámos mas não existe uma grande necessidade: quanto mais levantamos maior risco existe de queimarmos as culturas.

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Profissional, moderno, Promodis.

Máquinas e equipamentos para a agricultura Uma recente parceria com a Promodis, uma cooperativa que junta empresas do ramo, foi o motor de arranque para este investimento que se traduz num espaço muito amplo de loja com uma exposição de produtos organizada por sectores, com em que o cliente pode procurar aquilo que precisa, contando com o atendimento especializado dos funcionários. Não obstante, continua a existir

o balcão de atendimento onde o cliente pode encomendar peças mais específicas, para além de um serviço “na hora” de fabrico e reparação de mangueiras hidráulicas e transmissões agrícolas inserido dentro da própria loja. A assistência de máquinas em campo continua a ser outro dos pontos fortes da empresa que conta para isso com veículos totalmente equipados.

A EMPRESA MANUEL FIALHO IMPORTA E REPRESENTA PARA O NOSSO PAÍS MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS


Visite as novas instalações A empresa Manuel Fialho inaugurou novas instalações no Parque Industrial e Tecnológico de Évora. A ideia não foi apenas dispor de uma maior superfície e de mais comodidades, mas sobretudo oferecer aos clientes um conceito diferente e mais abrangente na área da maquinaria agrícola.

MANUEL FIALHO, LDA. PITE - Rua Dionisio Aires Moleiro, nº 9 a 15 7005-513 Évora T. 266 759 300 | F. 266 759 309 info@manuelfialho.pt www.manuelfialho.pt

PARA AGRICULTURA, DE CONCEITUADAS MARCAS DE FABRICO EUROPEU.


floresta Oferta de forwarders em expansão A EcoLog atualizou uma das suas linhas de forwarders, a Rottne alargou a oferta e entra no segmento das 20 toneladas, a Komatsu lança uma nova funcionalidade, e há projetos em andamento que não se sabe ainda bem no que vão dar. Mas tendo em conta as entidades envolvidas, é praticamente certo que deem em qualquer coisa interessante para quem trabalha no setor madeireiro.



Linha E atualizada com motor Volvo ECOLOG A marca sueca está a lançar os novos forwarders da linha E, que substituem a linha D. Os dois modelos, 574E (14 toneladas) e 594E (20 toneladas), estarão no mercado em meados deste ano. Uma alteração significativa a registar é que a Ecolog deixa de equipar com motores Mercedes, optando agora por outro fornecedor. Os blocos de 6 cilindros instalados sob o capot destas máquinas são provenientes da Volvo (modelo Penta D8) e estão preparados para o nível de emissões Tier 4F. Numa cabine que foi aperfeiçoada, o sistema para controlo da grua recebe novas funcionalidades e é supervisionado através de um monitor DASA, instalado ao centro, com ambiente de trabalho semelhante às processadoras de corte Ecolog. Já as informações sobre o motor e a transmissão, são exibidas num painel digital de 7”, com função touch, instalado do lado esquerdo. Ainda na cabine, foi melhorada a visibilidade sobre as rodas da frente, uma crítica apontada pelos utilizadores das anteriores gerações destes forwarders. No compartimento de carga, o malhal possui ajuste hidráulico em altura, e os fueiros podem ser levantados e alargados desde a cabine. No campo dos opcionais, o cliente pode adquirir um sistema de suspensão CushionDrive, constituído por quatro cilindros hidráulicos, um em cada canto da cabine, e dotados de acumuladores independentes, e pode adquirir ainda uma caixa de refrigeração de alimentos, ou um pack de luzes mais completo, que inclui pontos de iluminação na zona do malhal e na própria grua.

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Forwarder F20D para longas distâncias ROTTNE O F20D da Rottne é um forwarder desenvolvido com base no modelo F18D, mas preparado para uma capacidade de carga superior, na categoria das 20 toneladas (24 m³), o que significa que é o novo topo de gama da marca sueca. É propulsionado por um motor John Deere PowerTech Tier 4F, com 278cv de potência, e possui transmissão hidrostática/mecânica, capaz de atingir uma velocidade de 20 Km/h. O circuito hidráulico (separado da transmissão) fornece 270 L/min de fluxo. O compartimento de carga possui uma área variável, até 8,4 m², ajustada por comando hidráulico. Associado a pneus largos de grande dimensão, permite uma arrumação da carga com menor altura, o que garante maior estabilidade durante a deslocação em percursos longos. Na cabine, a Rottne instalou um sofisticado sistema de climatização, um assento ventilado, e apoios de braço ajustáveis. O operador beneficia da informação fornecida por dois monitores, o maior deles dedicado ao controlo das operações de carga e descarga.


Controlo individual do eixo dianteiro KOMATSU A elevação do eixo (bogie lift) dianteiro é uma funcionalidade opcional que a Komatsu Forest disponibiliza nos seus modelos de forwarder 835 e 845. Permite apoiar a frente apenas sobre um dos rodados, de modo a manter a máquina mais nivelada quando no final de uma descida a pique, e ao chegar a uma zona plana, existe a tendência para afundar o ‘nariz’ contra o chão. Ao levantar a secção frontal do forwarder, faz-se mais facilmente a transposição desse tipo de obstáculo. Esta funcionalidade passa a estar também disponível no modelo 855, e com uma novidade relevante. Até agora, a elevação do eixo era acionada em ambos os lados da máquina em simultâneo, e a partir de agora passa a ser possível controlar individualmente cada um dos lados, podendo o operador optar por desencontrar a inclinação que aplica a cada par de rodas. Esta possibilidade melhora ainda mais a manobrabilidade destes forwarders e a sua capacidade para transpor obstáculos.

Forwarder em fase de protótipo EXTRACTORS E SKOGFORSK Da Suécia, chegam notícias de um novo conceito de forwarder, desenvolvido por um consórcio em que participam a firma eXtractors e o instituto de investigação florestal Skogforsk, e fazendo uso de componentes Rexroth, uma submarca do Grupo Bosch. Uma característica em evidência no XT28 – assim se designa a máquina – é o chassis, devido a possuir dois pontos de articulação, para uma melhor manobrabilidade. A primeira articulação divide a cabine do compartimento de carga, como em qualquer outro forwarder, e a segunda articulação está a meio da secção traseira. Na prática, o compartimento de carga mantém a posição rígida, e só o chassis é que se movimenta. Com seis rodas instaladas em braços pendulares hidráulicos, o XT28

permite transpor obstáculos, como topos de árvores e rochedos, de um modo em que cada roda faz uma abordagem independente a esses obstáculos, mantendo a máquina estável. Ao operador é ainda dada a possibilidade de abordar zonas de encosta na lateral, já que pode controlar cada secção de braços (3 de cada lado) de modo independente, mantendo a máquina nivelada. As entidades envolvidas apontam três objetivos: reduzir os impactos sobre o solo resultantes do trabalho de rechega, e reduzir as vibrações a que os operadores estão expostos, e reduzir o consumo por m³ de madeira transportada. O consórcio pretende testar o desempenho dos componentes utilizados, e avaliar o potencial de comercialização de uma máquina com estas características.

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Forwarder de lagartas a caminho PONSSE E PRINOTH

A firma italiana Prinoth fabrica máquinas com sistema de rastos, de ferro e de borracha, para vários fins, desde a movimentação de terras, à manutenção de linhas elétricas ou mesmo para trabalhos florestais. Em 2009, com a aquisição da canadiana Camoplast, que comercializa os sistemas de rastos Camso (ex-Tidue), a Prinoth reforçou ainda mais a competência a nível de sistemas de tração por rastos. Por seu lado, a finlandesa Ponsse tem intenção de desenvolver um forwarder equipado com rastos (provavelmente de borracha), destinado ao

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trabalho em solos sensíveis e em condições de muita humidade. Em países onde os invernos são mais rigorosos, por vezes os prestadores de serviços florestais são obrigados a parar os seus forwarders durante semanas. Consciente desta limitação, a Ponsse pretende criar uma solução que contribua para diminuir os períodos de paragem e para que se retire uma maior rentabilidade das máquinas. O know-how detido pela Prinoth e os planos de desenvolvimento de produto da Ponsse levaram as duas empresas a firmarem uma parceria estratégica. Ambas participam num projeto, denominado OnTrack, que envolve também institutos florestais a nível

europeu. O objetivo é partir do conceito de rastos utilizado nas máquinas Prinoth Panther e aplicá-lo aos forwarders Ponsse. As máquinas Panther são conhecidas pela baixa pressão exercida sobre o solo, mesmo com carga, e a experiência consiste em aplicar o mesmo sistema de rastos em forwarders Ponsse, de modo a limitar as rodeiras deixadas no terreno. O projeto OnTrack é financiado pelo programa Horizonte 2020 por um período de dois anos. Findo esse tempo, e acreditando que o objetivo é alcançado, é bem provável que a Ponsse venha a disponibilizar no mercado um forwarder com sistema de rastos.


Floresta Expoflorestal celebra a 10ª edição Albergaria-a-Velha, 5 a 7 de Maio de 2017 A Expoflorestal celebra este ano o importante marco da sua 10ª edição. Desde o início, a feira pretende criar um espaço de reunião entre os agentes da fileira e envolver a sociedade civil nas problemáticas florestais. “Por uma Floresta Sólida e Sustentável” é o slogan escolhido para balizar as diversas iniciativas que, em Albergaria-aVelha irão juntar os diversos players da indústria madeireira e do ramo da engenharia florestal, bem como proprietários e gestores florestais, prestadores de serviços, e fornecedores de equipamentos para este setor. No recinto, será possível assistir a demonstrações em tempo real das soluções tecnológicas mais atuais. A estes profissionais, unem-se ainda as autarquias, as escolas e as corporações de bombeiros. A organização anuncia um total de 200 expositores provenientes de Portugal, Alemanha, Canadá, Eslovénia, Espanha, Finlândia, Holanda e Suécia. São esperados 30.000 visitantes. Os profissionais que se inscrevam até 31 de março, beneficiam de um desconto. Para mais informações, visite o site oficial em www.expoflorestal.pt

Expobiomasa em edição inaugural

Valladolid, 26 a 29 de setembro de 2017 Serão 23 os países representados na primeira edição da Expobiomasa, entre os quais Portugal, diversos países europeus, e do continente americano, o Brasil, o Canadá e os Estados Unidos. A feira realiza-se em Valladolid e estará de portas abertas durante 4 dias, de 26 a 29 de setembro de 2017. Além de equipamentos para uso doméstico, estarão em exibição as tecnologias para aproveitamento de biomassa agrícola e florestal e equipamentos para a trituração e transformação em aparas de biomassa agrícola e de madeira, bem como, entre outros, os equipamentos para a fabricação de pellets e briquetas. A organização do certame está a atribuir descontos aos visitantes profissionais e aos expositores que se registem até 31 de março. Para mais informações, visite o site oficial em www.expobiomasa.com

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2017

e ano de

d o o W Elmia

ELMIA 2013 EM NÚMEROS A última edição da Elmia Wood realizou-se em 2013 e atraiu 54.215 visitantes, provenientes de

50 diferentes países 31% dos visitantes chegaram do exterior A maquinaria e as inovações tecnológicas destinadas ao trabalho florestal foram expostas por mais de 500 empresas

A feira florestal de referência a nível mundial Aquela que é a feira mais aguardada pelos profissionais do setor madeireiro, a Elmia Wood, volta a realizar-se este ano. Irá decorrer de 7 a 10 de junho, em Jönköping, na Suécia, e contará com diversas demonstrações dinâmicas de maquinaria e acessórios para o setor florestal. Quando se realizou a última edição da Elmia Wood o calendário indicava o ano de 2013. Como é necessário esperar quatro anos até que expositores e visitantes se voltem a encontrar em Jönköping, isso significa que estamos novamente muito perto. Este ano, haverá três novas áreas de exposição em destaque no recinto da feira: uma área dedicada ao uso de drones, outra dedicada à carga e transporte, e uma terceira dedicada à gestão cinegética, pois a gestão da vida selvagem é também um elemento que faz parte de uma gestão ativa da floresta. A organização informa que, comparativamente com anos anteriores, a disposição no

A feira está desenhada para ser o lugar onde os profissionais ligados à indústria florestal descobrem as mais recentes aplicações e tecnologias. Jakob Hirsmark, Diretor de Exposição na Elmia Wood.

recinto estará mais dividida por temas, de modo a que os visitantes possam encontrar mais facilmente os expositores que procuram.

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drone zone

O uso de drones na gestão de áreas florestais Na ‘Drone Zone’, a área da Elmia dedicada a drones, a organização pretende que os visitantes regressem a casa com a ideia de que estes utensílios aéreos não são uma visão futurista mas sim uma tecnologia amadurecida, e pronta para ser usada na indústria florestal. Além de serem explicadas as suas utilidades, haverá lugar a diversas demonstrações com drones. “Para mim, um drone é como um par de binóculos que pode ver para lá das esquinas”, explica Hans Thunander, um produtor florestal da Suécia. “É um auxílio tão natural como qualquer outra tecnologia que estamos a usar”. São usados para ter uma perspetiva de conjunto de vastas áreas de floresta. Através de sensores é possível sinalizar zonas afetadas por pragas ou doenças, ou ainda por temporais, bem como fazer contagem de árvores. Como é fácil perceber, esta forma de monitorizar

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vastas manchas de floresta, poupa ao produtor florestal demoradas e dispendiosas deslocações. Ao conseguir localizar eventuais problemas através de um drone, pode mais facilmente dirigir-se ao local exato que foi sinalizado e concentrarse naquilo que verdadeiramente interessa, que é fazer uma boa manutenção do seu arvoredo. A área dedicada aos drones resultará de uma organização conjunta entre a Elmia Wood e o UAS Forum da Suécia, país onde a utilização de drones na floresta se está a generalizar, inclusive com funções de vigilância através de câmaras. No caso de Portugal, onde o verão é sempre calamitoso, fica a que questão: além de outras valências, de que modo é que estes dispositivos nos poderão ser uteis para reduzir custos de vigilância, e melhorar a deteção precoce de focos de incêndio.

Foto feita por um drone após um temporal que provocou queda de árvores. Sinalização feita com base em sensores.


e a g r Ca te r o p s n tra zone A zona dedicada à Carga e Transporte vai incidir sobre a abertura de estradas florestais, e a logística e manuseamento de madeira. Entre os grandes nomes que vão exibir os seus produtos nesta área de exposição, contamos a MAN, a Liebherr, a Volvo e a Tatra. Olhando em concreto para a MAN, este fabricante vai fazer a apresentação de camiões propositadamente pensados para transporte de madeira. Além da camioneta TGE, na categoria das 3,5 a 5 toneladas, serão levados à ELMIA as séries TGS e TGX, com motores de 6 cilindros que vão até aos 640 cv. Mas a parte mais interessante é a transmissão controlada por GPS. “Os camiões sabem antecipadamente que se estão a aproximar de uma subida ou descida e mudam de forma automática para a mudança mais adequada, para que se mantenha um regime ótimo do motor” explica John-David Schnackenberg, diretor do segmento florestal da MAN.A marca dispõe ainda de vários opcionais como a tração no eixo dianteiro e um eixo traseiro direcional.

Presente no mercado desde há 25 anos LOGSET

Fundada em 1992, em Koivulahti, na Finlândia, a Logset celebra em agosto deste ano o seu quarto de século de presença no mercado. O primeiro produto que lançou, logo em 1993, foi uma processadora de corte (modelo 500H) e daí para cá foi não só conquistando mercado, mas também investindo em I&D.

Atualmente, a sua máquina mais inovadora é a processadora híbrida Logset 12 H GTE Hybrid, mas também comercializa forwarders, cabeças de corte e software. A Logset é representada em Portugal pela empresa Auto Henrique Braz & Filhos Lda.

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Floresta Posição da UNAC face à reforma da floresta No passado mês de fevereiro, a UNAC (União da Floresta Mediterrânica) promoveu um seminário para debater o processo de reforma da floresta, que esteve em fase de discussão pública. No evento, a associação traçou um enquadramento acerca do estado atual do uso do solo, onde se mostra que a floresta ocupa 35% do território, a agricultura 24%, e os matos e pastagens 32%, e apontou críticas construtivas às alterações que estão a ser preparadas no âmbito da floresta.

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A UNAC alertou para o perigo de municipalização da política florestal, já que as autarquias não possuem “estrutura nem competências técnicas para a exigência e dimensão das funções que lhe estão a ser propostas”. Pronunciou-se também acerca da pretensão do governo no sentido de restringir a instalação do eucalipto. Os promotores da medida anunciam que ela criará “condições mais adequadas para a implantação e expansão de espécies florestais autóctones diversas e para a melhoria da respetiva produtividade, designadamente do pinheiro-

bravo e do sobreiro e da azinheira”, e a UNAC esclarece que não é assim, pois a implantação e expansão das espécies florestais autóctones depende, entre outros fatores, da dinâmica de mercado e da sua rentabilidade. Além disso, segundo a UNAC, na reforma faltam várias coisas, entre elas “uma utilização adequada do Fundo Florestal Permanente, direcionando-o para a floresta, como foi criado, e não deixando que se dilua no Orçamento de Estado” e ainda “um sistema de incentivos fiscais que promova o investimento”.

A UNAC é uma estrutura associativa que representa os interesses dos produtores florestais do espaço mediterrânico português junto das instituições nacionais e europeias.

A apresentação pode ser consultada na íntegra em www.unac.pt


Nokian está de volta! A finlandesa Nokian voltou a Portugal. Agora pela mão da VTS, uma empresa formada por cinco homens com muita experiência no negócio dos pneus. José Saraiva, responsável da Área Agroflorestal da VTS, contou-nos como pretendem projetar a marca em Portugal. Como surge a VTS?

que é possível fazê-la renascer. Nesta fase inicial da empresa entraremos com toda a gama turismo, SUV, 4x4 e comerciais, e com o produto agroflorestal. Trabalharemos só com os verdadeiros profissionais destes dois importantes segmentos. Daremos proteção a esses clientes que nos queiram representar nas diversas parcelas do território nacional.

Vão comercializar a Nokian em exclusividade? Efetivamente. A marca entregou-nos a importante responsabilidade de a representar em todo o território continental e Ilhas. Tentaremos em cada zona do país encontrar o(s) melhor(es) parceiro(s) para este nosso desafio.

A VTS nasce nasce com a oportunidade que surgiu da distribuição da marca Nokian para Portugal. Cada inicial do nome da empresa corresponde a cada um dos sócios: o V de Vivas (o pai Manuel Vivas com 83 anos na altura e uma vontade enorme de fazer coisas, e o filho Jorge que é o seu seguidor natural); o T de Taveira (Augusto), um profissional com larga experiência no sector dos pneus; e o S: de Simões (Mário) com muitos anos na área do aftermarket e de Saraiva (José) nos últimos anos maioritariamente dedicado à área dos pneus agroflorestais.

A Nokian está de volta a Portugal. Porquê agora?

Num mercado tão concorrencial como o dos pneus, que motivações vos levaram a avançar com este projeto? Com que argumentos é que a VTS, com a Nokian, vai conseguir criar o seu “espaço” no mercado?

A Nokian é líder mundial de pneus florestais e portanto tem tudo para se impor no mercado português, onde se diga em abono da verdade, nunca deixou de ter uma presença importante, mas que a marca agora quer ver consolidada e aumentada. É provavelmente a marca mais cara mas somente no ato da compra, porque depois torna-se claramente a mais rentável.

A Nokian é uma marca de primeira linha em todas as classes de produto e isso em si mesmo já é um grande desafio para qualquer profissional da área. A marca tem um passado no nosso mercado e achamos

É provavelmente a marca mais cara mas somente no ato da compra, porque depois torna-se claramente a mais rentável.

Já há alguns anos que a marca estava completamente esquecida praticamente em todo o sul da Europa. Algumas alterações a nível interno fizeram com que os novos responsáveis voltassem para esta zona da Europa e escolhessem parceiros, um dos quais a VTS.

No setor da agricultura e da floresta, ainda há espaço no nosso mercado para mais uma marca? Como se posiciona a Nokian em preço?

Porquê? Basicamente pela duração, logo muita rentabilidade, e depois pela qualidade da carcaça. E consequentemente são pneus com um alto nível de recauchutabilidade.

Como é percebida a marca Nokian em termos de notoriedade comparativamente com as marcas de maior prestígio no mercado? Falando genericamente, o afastamento da marca fez com que a notoriedade baixasse nos últimos tempos. A alta qualidade de

José Saraiva, Responsável da Área Agroflorestal da VTS

todos os seus produtos fará com que essa notoriedade aumente nos próximos tempos. Se falarmos da qualidade intrínseca do produto, não fica a dever nada a nenhuma marca.

A questão da qualidade da assistência é frequentemente referida como um fator que influencia fortemente a escolha da marca no ato da compra. A VTS vai ser capaz de fazer a diferença neste ponto? Como? Pelo conhecimento do mercado das pessoas da empresa e, neste caso concreto (passe a falta de modéstia), dos meus conhecimentos.

E quais os objetivos da VTS com a Nokian para os próximos 5 anos? O objetivo principal é reimplementar a marca e fazer com que aumente as suas vendas duma forma gradual mas consolidada.

Vão marcar presença nas principais feiras agrícolas e da floresta? Dedicaremos maior atenção ao sector florestal. Estaremos presentes já na próxima edição da Expoflorestal em Albergaria-a-Velha.

Também se vão dedicar às peças auto. Como irá funcionar esse sector? Temos uma parceria com uma importante empresa, a Europeças, e venderemos nos nossos clientes todas as gamas e tipos de produto que este nosso parceiro detém.

SOBRE A MARCA NOKIAN A Nokian é o fabricante de pneus europeu com a sede mais a norte, a Finlândia. A empresa tem cerca de 4.400 trabalhadores e no ano de 2016 atingiu vendas no valor de 1,4 mil milhões de euros. Produz pneus ligeiros, SUV, 4x4, comerciais, camião, industriais, agrícolas e florestais. Está atualmente cotada na bolsa de Helsínquia.

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Floresta Atualização nos WF Trac 2460 6x6

Medição de diâmetro por laser NESTLE Precisa de medir o diâmetro das árvores ou de troncos já cortados? A firma alemã Nestle, especializada um instrumentos de medição, lança uma solução inovadora como alternativa aos compassos de calibre mecânico, que também comercializa. Trata-se de um laser de medição – modelo FH-50 –, que pode ser manuseado apenas com uma mão. A medição é feita sem cotato com a madeira, apenas por aproximação. Este instrumento vem simplificar a medição de madeira, seja em pé ou abatida. Tanto pode ser usado para selecionar as árvores para corte, como no cálculo do volume de madeira abatida, ou ainda para apoia nas tarefas de inventário florestal. O FH-50 recebeu um prémio de inovação na feira florestal KWF, realizada na Alemanha.

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WERNER FORST A firma alemã fez recentemente uma atualização das suas máquinas combinadas WF Trac 2460, que conciliam as funcionalidades de um forwarder com as valências de um skidder. O motor, de origem Mercedes-Benz, é um 6 cilindros com 238 cv que surge agora adequado às mais recentes exigências em matéria de emissões. Já a transmissão, é hidrostática-mecânica, podendo alcançar a velocidade de 40 km/h, o que é assinalável neste tipo de máquina. Estão entre as características merecedoras de destaque, a direção dupla (no eixo da frente e na articulação do chassis), e diversos sistemas que podem ser controlados remotamente, guincho incluído, para maior segurança do operador. A marca disponibiliza ainda em opção uma função SOS que pode ser ativada em caso de emergência, para garantir um socorro mais célere. Nesta gama, o fabricante comercializa também as versões 4x4 (só skidder) e 8x8 (skidder+reboque de transporte).


Indicador laser para motosserra STIHL A provar que há sempre espaço para inovar, a Sthil disponibiliza um interessante acessório para moto-serras. É composto por um adaptador que se encaixa na pega da frente da máquina, e por um apontador com feixe de laser que se instala naquele. O laser é alimentado por 3 pilhas AAA (semelhantes às dos comandos de chave dos automóveis) e o manuseamento é bastante simples. Tem um botão on/off e um ajuste para definir o sentido em que aponta.

A esta hora estará o leitor a questionar qual é a utilidade deste acessório. Pois bem, serve para definir a posição de corte no tronco, em função do sentido que se pretende para a queda da árvore. Na verdade, é o que até agora se faz a olho. Mas terá utilidade como meio de auxílio, para quem trabalha horas a fio e, já perante muita fadiga, esteja menos desperto para fazer uma avaliação correta. Mas o laser tem uma outra utilidade que não é menos relevante. Serve para auxiliar a medição quando se pretende traçar vários troncos com o mesmo tamanho. Basta tirar a primeira medida e ajustar o feixe de laser. A partir daí, o motoserrista já pode arrumar a fita métrica e só tem de posicionar a motosserra de acordo com a posição do laser. Para este acessório, o preço de catálogo anunciado pela marca é de 93 Eur, já com IVA.

Guincho de rastos por controlo remoto PFANZELT

A companhia bávara, especialista em equipamentos para floresta, disponibiliza na sua gama uma máquina para rechega de madeira, equipada com guincho e comandada através de controlo remoto. Possui um sistema de tração por rastos de borracha (com ajuste de largura de via), e apresenta dimensões compactas aliadas a um baixo centro de gravidade. É um equipamento destinado ao trabalho em zonas de corte seletivo ou desbaste, onde não é possível entrar com uma máquina grande sem danificar as árvores selecionadas para ficar. Ou para zonas de difícil acesso onde se torna perigoso entrar com uma máquina tripulada Este modelo PS RH - 1135/5 é propulsionado por um motor Kubota de 35 cv, pesa 1,4 toneladas e pode arrastar um peso de 5 toneladas. A velocidade máxima de avanço é de 6,5 km/h.

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RU O BR V IC A A por Pedro Carvalho, Engenheiro Eletrotécnico, Mestre em Engenharia Mecatrónica

A tecnologia chegou para ficar! Em casa, no carro, no trabalho, é impossível alhearmo-nos desta realidade, e a agricultura, claro, não foge a esta tendência de modernização. Há cada vez mais sistemas e aplicações. Desde o agricultor profissional até ao agricultor de fim-de-semana, todos encontram uma solução à sua medida. Apresentamos neste número, uma aplicação para telemóvel bastante útil na gestão do bem mais precioso de uma propriedade, o solo. A Agri Precision é uma aplicação para Smartphone que permite uma gestão inteligente e eficaz de terrenos agrícolas, desde terrenos de pequena, até uma maior dimensão, não havendo limitações no que respeita a área e/ou número de parcelas. O seu ambiente atractivo e

As Apps na agricultura

Agri Precision intuitivo torna-a numa ferramenta ideal para qualquer utilizador que possua um Smartphone com o sistema operativo Android (mínimo ver. 2.2). Realizei um pequeno teste para explorar ao máximo as funcionalidades anunciadas e perceber até que ponto pode ser uma ferramenta útil e fiável dentro das limitações de uma ferramenta “não profissional”. A aplicação permite a criação de vários projetos e, dentro de cada projeto, podem ser criadas as respectivas parcelas de terreno. No final deste pequeno teste, a impressão com que fico é bastante positiva, não só pelas funcionalidades básicas utilizadas, mas também porque cada utilizador pode fazer a gestão da aplicação do modo que mais lhe convier e que vá de encontro às suas necessidades, havendo sempre a possibilidade de explorar as funcionalidades apresentadas e poder, por exemplo, criar uma base de dados relativa a fertilizações realizadas, ou até mesmo mapas de produtividade, apelando assim à criatividade de cada um.

PRINCIPAIS FUNCIONALIDADES DESTA APLICAÇÃO • • • • • • • •

Cadastro de propriedades e/ou parcelas de terreno (Talhões); Geração dos limites das parcelas; Cálculo da área de cada parcela; Geração do Índice amostral para recolha de amostras de solo; Gestão dos pontos de captação das amostras; Navegação ponto a ponto para recolha de amostras; Criação de bases de dados com informação das análises às várias amostras; Possibilidade de exportar toda a informação relativa a áreas, análises de amostras, etc. (p/ex. envio por email).

1 AMBIENTE INICIAL DA APLICAÇÃO

Para a criação e medição da área de uma parcela de terreno, existem 2 opções: Manual: marcação de pontos no mapa, representativos dos limites de cada parcela, que, quando unidos automaticamente, formam o contorno da parcela; GPS: uma vez activado o GPS, basta percorrer os limites da parcela e o contorno é gerado automática e instantaneamente.

4 LISTA DE ELEMENTOS QUE COMPÕEM O SOLO

A correspondência entre os elementos constituintes e as suas quantidades por amostra de solo é também preenchida manualmente.

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A App pode ser descarregada na Play Store (https://play. google.com/store), sendo necessário efectuar o registo com uma conta Google, bastando pesquisar por Agri Precision. Está disponível em vários idiomas, entre as quais o Português (BR).

2 CONTORNO GERADO ATRAVÉS DE PONTOS NO MAPA

A aplicação permite a construção e manutenção de uma base de dados relativa à área, tipo e composição dos terrenos, com base em análises de amostras de terreno. O número de amostras a retirar em cada parcela é calculado automaticamente consoante o índice amostral escolhido, sendo que quanto maior o Índice amostral, menor será o número de amostras a recolher. As amostras são distribuídas geograficamente de forma automática, no entanto, é também possível arrastar, de forma manual, os pontos geográficos onde são recolhidas, possibilitando ao utilizador escolher de forma precisa o local de onde quer realizar a recolha. A profundidade de recolha de cada amostra é também um dado que pode ser registado.

3 EXEMPLO DE ÍNDICE AMOSTRAL GERADO

Com base no número de amostras gerado, é criada uma base de dados para cada parcela, preenchida manualmente, com base na informação da análise a realizar, de acordo com os elementos genéricos que compõem uma amostra.

5 DADOS RELATIVOS A % DE MATÉRIA ORGÂNICA PRESENTE EM CADA AMOSTRA DE SOLO

Esta base de dados pode facilmente ser gerida e actualizada, sem necessidade de grandes recursos em termos de equipamentos e/ ou tempo.



RU O BR V IC A A

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Lei da terra

Fracionar

O aumento da unidade de cultura como obstáculo à venda de prédios rústicos É proprietário de vários terrenos aptos para cultura contíguos entre si e pretende vender um deles? Nesse caso, antes de negociar a venda com o interessado atente à questão que aqui suscitamos. A questão coloca-se face à proibição legal de fracionamento de terrenos aptos para cultura em parcelas de área inferior a determinada superfície mínima, que corresponde à Unidade de Cultura fixada para cada zona do país. Não é permitida a venda de terrenos para cultura que sejam confinantes com outros prédios rústicos, pertencentes ao mesmo proprietário e com área inferior à área mínima de cultura, considerando-se que essa operação corresponde a fracionamento proibido. Para melhor enquadrar o problema, consideremos o proprietário de 2 ou mais terrenos para cultura (prédios rústico) contíguos, que pretenda vender um dos terrenos a um terceiro. A possibilidade de venda do referido terreno irá depender da Unidade de Cultura do prédio e da área geográfica em que o prédio se insere. Assim, mantendo o exemplo dado, se o terreno tiver por afetação uma Unidade de Cultura de sequeiro e uma área correspondente a 15 hectares e o terreno estiver localizado na região do concelho de Portalegre, pergunta-se: o proprietário pode vender o seu terreno? Ora, a resposta na presente data é distinta daquela que seria dada antes da entrada em vigor da Lei n.º 115/2015, de 27 de agosto, que estabelece o Regime Jurídico da Estruturação Fundiária e da Portaria n.º 219/2016, de 9 de agosto, que veio definir a Unidade de Cultura para Portugal continental e por NUT III.

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Assim, se anteriormente à entrada em vigor destes diplomas a resposta seria afirmativa, visto que a Unidade de Cultura fixada era de 7,5 hectares para as zonas de Portalegre, Évora, Beja e Setúbal, atualmente, com as alterações introduzidas à Unidade de Cultura para Portugal Continental, diríamos que não é possível, visto que a Unidade de Cultura para os concelhos do Alto Alentejo (com algumas exceções) é de 48 hectares. Tal sucede porque o Regime Jurídico da Estruturação Fundiária, teve como objetivo criar melhores condições para o desenvolvimento das atividades agrícolas e florestais, de modo compatível com a sua gestão sustentável nos domínios económico, social e ambiental, através da intervenção na configuração, dimensão, qualificação e utilização produtiva das parcelas e prédios rústicos. Neste pressuposto, com o emparcelamento rural, pretende-se concentrar e corrigir a configuração dos prédios rústicos, garantir o aproveitamento dos recursos e dos valores

por João Fitas, Advogado na DLA Piper ABBC

naturais, bem como valorizar a biodiversidade e a paisagem. Sem prejuízo do exposto, estas alterações podem criar impedimentos aos proprietários de prédios rústicos de pequena dimensão, caso sejam proprietários de vários terrenos contíguos e pretendam vender um dos terrenos. A questão aqui assinalada ocorre com maior frequência nas situações em que o comprador não pretende continuar a desenvolver a unidade cultura no terreno e pretende alterar a afetação do prédio rústico, nomeadamente, através da construção de um empreendimento turístico, promoção de um parque industrial ou outra operação similar. Nestes casos, entendemos que a solução terá que ser analisada casuisticamente, mas poderá implicar uma alteração da natureza do prédio antes da transmissão do mesmo. Coloque-nos as suas questões por e-mail: joao.fitas@dlapiper.com



Restauro Texto Sebastião Marques Fotos Francisco Marques

IDENTIFICAÇÃO NOME PROPRIETÁRIO: ANTÓNIO AI MARCA: MASSEY FERGUSON

GRELHA DE PROTEÇÃO CONSTRUÍDA PARA PROTEGER A PARTE DIANTEIRA DO TRATOR (SOBRETUDO OS FARÓIS), DOS ANIMAIS DA PECUÁRIA ONDE TRABALHAVA (GADO BOVINO). DESDE O SEU EMPREGO NUNCA MAIS NENHUM FAROL FOI DANIFICADO.

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MODELO: 135 ANO: 1973 / Nº HORAS: NÃO SABE NO ATIVO: SIM / ONDE? TORRES NOVAS

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Massey Ferguson 135

Restaurado para trabalhar Corria o ano de 2015 quando António Ai, agricultor da Rexaldia, Torres Novas, decidiu que necessitava de arranjar um trator mais prático e mais compacto de forma a fazer face aos trabalhos agrícolas mais pequenos. A solução estava em casa: um Massey Ferguson 135 do ano de 1973, comprado usado pelo seu pai em 1983.

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trator, que tinha sofrido um arranjo de relativa dimensão ao motor e ao hidráulico por volta do ano 2000, necessitava no entanto de ver melhorados dois aspetos para que pudesse voltar a ser uma opção válida: os travões e a pesada direção. Para os primeiros, a solução foi engenhosa e é explicada mais abaixo. Já para a direção, optou-se por um kit de direção assistida.

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Resolvidas ambas as questões, António decidiu dar uma nova vida ao trator: as chapas, desgastadas pelo trabalho de espalhar adubo e da pecuária, levaram um arranjo, feito por um amigo da casa. Também a parte eléctrica foi toda renovada. O trator ficou pronto em Outubro de 2015. Sendo um modelo que foi bastante popular no mundo inteiro, a dificuldade para reunir as peças necessárias foi mínima, bem como o tempo de

espera pelas mesmas. O custo total do arranjo, entre kit de direção assistida, parte elétrica, e pintura terá ficado perto dos 1500 euros. Não completando já as 1000 horas de trabalho por ano, continua a ser um trator bastante ativo. Atualmente, passa a maior parte do tempo com a fresa, com o pulverizador, e o compressor (na apanha da azeitona), fazendo ainda algumas horas no rachador de lenha. Não há registo de quantas horas possa ter.


R

VA A O IC N UBR

Também é um apaixonado do restauro das máquinas agrícolas? Escreva-nos a contar a sua história para: redacao@abolsamia.pt

Travões

A solução para colocar o 135 a travar melhor foi uma alteração da posição dos tirantes, tal como explicou António. “Como nós sabíamos desde o início que estes tratores travam muito mal, são travões a seco, fizemos uma alteração: temos o tirante que vai ao travão de mão, e temos os tirantes que vão aos pedais para travar cada roda. O do travão de mão trava as duas, nos dos pedais, cada um trava a sua. O que fizemos foi alterar a posição dos tirantes do travão de mão com o dos pedais. O travão de mão aproveitava mais força para o calço dos travões do que os pedais . De forma que hoje, utilizando os travões dos pedais, quase que parece um trator com travões a óleo”.

Farolins

A ideia por detrás deste restauro era tornar o trator um pouco melhor e mais seguro do que era, e não puramente estética. Assim, nem sempre se obedeceu àquilo que era o 135 original. Um dos exemplos foram os farolins. Os originais, nomeadamente os traseiros, não faziam luzes de stop. Por isso, foram equipados farolins que equipavam já tratores mais modernos, da Massey Ferguson e de outras marcas, em que o farolim já faz mínimos, stop e pisca. À frente, no mesmo grupo, faz mínimos e pisca.

Pneus

“Não são os originais. Os de trás foram colocados novos no ano 2000. Os pneus direcionais, para além de não serem os originais, estão com uma medida um pouco acima do suposto. Os pneus deste trator são 650/16, e ele está equipado com 700/16. Não sendo um eixo de tração não é fatal. É um pneu de equipamento militar, com um desgaste muito lento. Estavam montados numa cozinha móvel do exército que eu tinha”, contou António. 5

1. Terminais de direção

O kit de direção foi a principal inovação do restauro. Para além de a ter tornado mais leve permitiu ainda renovar as peças que já se encontravam desgastadas. “O trator tinha muitas folgas, mas o novo kit de direção já trazia todas as componentes novas que permitiram solucionar também esta questão. Mudámos todos os tirantes, tudo... A única parte que o trator não tem novo no sistema de direção é a caixa de direção.”, notou António Ai.

2. Matrícula

É nova mas feita à imagem da sua antecessora (preta com as letras brancas).

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3. Caixa de ferramentas Tanto o local como a própria caixa foram alterados.

4. Barra de puxo

Costuma estar desmontada apesar de ter sido de grande uso quando o trator era utilizado na vacaria, chegando a puxar reboques de sete toneladas.

5. Manómetro da temperatura Foi colocado um novo.

6. Tinta

Foi escolhida a referência original da Massey Ferguson.

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agenda The DroneShow Recinto de Montjuïc, Pabellón 1 22- 23 de Marzo de 2017

Um aliado na agricultura de precisão, na topografia e cartografia. Os drones têm atraído muita atenção em todo o mundo e atualmente tornaram-se um aliado em inúmeros setores, entre eles o da Agricultura de Precisão. O DroneShow Barcelona vai reunir, numa área de 2.500 m2, todos os sectores com potencial para aplicações de drones e contará com diversas atividades paralelas relacionadas com as últimas tendências da indústria.

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Mais informação: http://the-droneshow.com

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Luas

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Old Tjikko

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21 de março

Nada melhor do que comemorar o dia do pai em família e de uma maneira saudável. Porque não ir até ao Porto correr a Corrida do Dia do Pai 2017? Inscreva-se já e garanta o seu lugar. Mais informação em: www.runporto.com/pt/eventos/corrida-dia-dopai/corrida-dia-do-pai-2017

A árvore mais antiga que se conhece em Portugal é uma oliveira com 2850 anos e chama-se “Portugal”. Está em Santa Iria de Azóia (Loures) e tem 10,15m de diâmetro e, apesar da idade, ainda dá azeitonas! Já a mais velha do mundo está na Suécia e tem 9550 anos e apenas 4 m de altura. A “Old Tjikko” é um exemplar da espécie Picea abies, popularmente chamada de “Árvore de Natal”.

Dia do Pai

Dia Mundial da Árvore

20 março Dia Internacional da Felicidade Felicidade é:

Felicidade é uma escolha sua. Escolha ser feliz!

FEIRAS AGRÍCOLAS

www.expodireto.cotrijal.com.br

7 a 10 Março Expoagro Argentina Buenos Aires www.expoagro.com.ar

10 a 12 Março Expojardim Portugal - Batalha www.exposalao.pt

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27 de março

às 17h00 Santiago do Cacém Abertura ao mar da Lagoa de Santo André

- comer pipocas no cinema - um encontro com os amigos - um abraço apertado - um dia de sol - dar um passeio na natureza - dançar uma boa música - correr na praia - ver um por do sol...

6 a 10 Março Expodirecto Cotrijal Brasil - Não-me-toque

É uma oliveira, tem 2850 anos e chama-se “Portugal”.

Um acontecimento de rara beleza que ocorre anualmente próximo do equinócio da primavera e que traz muitas pessoas ao local. Assim, faz-se a renovação da água da lagoa, a limpeza e lavagem do seu fundo e a entrada de algumas espécies piscícolas, com destaque para os alvins e enguias.

10 a 12 Março Frutitec / Hortitec Fruticultura / Horticultura Portugal - Batalha www.exposalao.pt

15 a 19 Março Giardina Zürich Espaços Verdes Suiça - Zurique www.giardina.ch

17 a 19 Março Agrotech Polónia - Kielce www.targikielce.pl

17 a 19 Março Sant Josep (Fira de Mollerussa) Espanha - Lleida www.fira.com

23 a 26 Março Agro Braga Portugal - Braga www.peb.pt

23 a 27 Março FIAPE Agricultura Portugal - Estremoz www.cm-estremoz.pt

28 a 31 Março Wasser Berlin (Indústria da Água) Ambiente Alemanha - Berlim www.wasser-berlin.de

31 Mar a 2 Abr Agriumbria Produção Animal Itália - Úmbria nd Feira de Garvão Feira do Porco Alentejano Portugal - Garvão/ Ourique


abril 5 a 7 Abril Agri World Osaka Agricultura Japão - Osaka

Forst Live Nord Hermannsburg Alemanha - Offenburg

9 a 12 Abril Enolitech Vitivinicultura Itália - Verona

www.forst-live.de

www.enolitech.com

7 a 9 Abril Autotrac Máquinas e Equipamentos Espanha - Lleida

10 a 12 Abril AgraME Emirados Árabes Agri Business Expo Middle East Agricultura Unidos - Dubai

FEIRAS AGRÍCOLAS

www.agritechjapan.jp

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5 a 7 Abril Expo Agro Sinaloa Agricultura / Estufas / Irrigação / Máquinas e Equipamentos México - Sinaloa www.expoagro.org.mx

7 a 9 Abril

(Traktorama) Máquinas e Equipamentos Alemanha - Sinsheim www.agri-historica-messe.de

www.fira.com

9 a 12 Abril SOL&Agrifood Olivicultura Itália – Verona www.solagrifood.com

www.agramiddleeast.com

22 a 23 Abril Agri Historica

27 Abr a 1 Mai Ovibeja Agricultura Portugal - Beja www.ovibeja.com Feira de Palmela 22º Festival Queijo, Pão e Vinho Portugal - Palmela

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Luas

Dia das Mentiras Um filme hilariante a não perder: “O mentiroso compulsivo” com Jim Carrey no papel principal.

13 de abril Dia do Beijo

A todos os beijoqueiros: saiba que beijar melhora a circulação, previne as rugas, aumenta a imunidade, reduz o stress, estimula os sentidos, promove o bem-estar e ainda melhora a autoestima. Então, do que é que está à espera?

19 abril

Venha até Esposende comemorar o Dia Mundial da Bicicleta no Encontro de Bicicletas Antigas de Marinhas, Esposende

Para inscrições e informações: Carlos Amaro, Tel. 913 119 821 www.facebook.com/events/897673770336291

29 de abril

Dia Mundial da Dança Já ouviu falar da Biodanza, a dança da Vida? Segundo Rolando Toro, criador da Biodanza, “a Dança da Vida é um caminho para reencontrar a alegria de viver”... “é a intenção de dançar o que está vivo dentro de nós.” Se está perto de Lisboa, porque não experimentar? No Espaço Biodanza da Fernanda e do Nuno a próxima aula aberta terá lugar no dia 7 de Abril. Mais informações: www.biodanza-fernanda.pt

dias especiais MARÇO

19 DOM · Dia do Pai (Dia de São José) 20 SEG · Equinócio da Primavera 20 SEG · Dia Internacional da Felicidade 20 SEG · Início da Primavera 21 TER · Dia Mundial da Árvore 25 PARA 26 · Hora do Planeta: os relógios devem ser adiantados uma hora, das 00:00 para as 01:00 horas. Uma hora de sono a menos.

ABRIL

01 SÁB · Dia das Mentiras 13 QUI · Dia do Beijo 19 QUA · Dia Mundial da Bicicleta 29 SÁB · Dia Mundial da Dança

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Momentos New-Holland 2017

New Holland 2017

Retratos do Mundo New-Holland em Portugal de lés-a-lés.

Momentos

New-Holland

Etelgra New Holland TD5.85

Jopauto

Na foto: Esq. para a dir.: Paulo Fontes (Cliente) e Mário Cananão (Etelgra)

New Holland T4.75V Cab.

Cliente: Symington Vinhos S.A. Na foto: Tratoristas da Quinta da Ribeira e mecânico da Jopauto

A. A. Sobralense 2 New Holland T4.95 Cab.

Cliente: Adega Antiga do Juncal Na foto: Paulo (Empreitorres), João Paulo (cliente) e Francisco Penedo (Gerente da A.A.Sobralense).

DB Tractores Agrícolas New Holland T4.75 Powerstar

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Na foto: Esq. para a dir.: Paulo Almeida (sócio gerente da Queijaria Almeida e José Francisco (funcionário DB Tractores). março / abril 2017 · ABOLSAMIA

Varanda & Cordeiro New Holland T4.105

Na foto: Esq. para a dir.: José Manuel Pereira (cliente) e Nuno Pereira


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New Holland 2017

A. A. Sobralense New Holland T7.210 AC

Cliente: Hugo Alves Unipessoal Lda Na foto: João Rego (New Holland), Hugo Alves (cliente), Alfonso Tuttolomondo (New Holland PLM) e João Penedo (comercial A.A.Sobralense)

Varanda & Cordeiro New Holland T4.85

Cliente: Coutry Flower Na foto: Esq. para a dir.: Joaquim Santos, Nuno Correia (operador) e Gonçalo Santos

Jopauto New Holland TD4.70F

Cliente: Sérgio Pereira Na foto: Sérgio Pereira (filho).

Etelgra New Holland T4.115 Dual Command

Cliente: Castro e Almeida Na foto: Luis Abóbora (operador), José Miguel e Virgílio Almeida (clientes), José Beiçola (operador) e Mário Cananão (Etelgra).

Jopauto New Holland T3.65 F Cab.

Cliente: Quinta da Rede – Soc. Agricola, Lda Na foto: Manuel (operador). ABOLSAMIA · março / abril 2017

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A Agrogaspares foi fundada em 1989 pelos irmãos João e Fernando Gaspar.

Equipa da Agrogaspares com os fundadores ao centro e família, acompanhados por João Pimenta e Vasco Pombas (Valtractor).

Agrogaspares Nova filial em Muge

E venham mais 25!

Aproveitando a comemoração dos seus 25 anos de existência, a Agro Gaspares inaugurou, em fevereiro, uma filial em Muge, Salvaterra de Magos onde compareceram mais de 500 convidados. Para poder prestar ainda melhor assistência aos agricultores, a empresa investiu em novas instalações onde conta com escritórios, oficina e parque de exposições. Agro Gaspares, Lda. é uma empresa especializada na comercialização, manutenção e reparação de máquinas e alfaias agrícolas, florestais e industriais, representando atualmente as marcas de tratores Valtra, Massey Ferguson e Kioti, máquinas JCB e quipamentos das mais prestigiadas marcas.

Bolo comemorativo dos 25 anos de trabalho de excelência da equipa AGrogaspares.

AgroGaspares, Lda • T: 243 605 054 • E-mail: geral@agrogaspares.pt // Filial: Zona Industrial de Muge • T: 243 589 069 • E-mail: muge@agrogaspares.pt

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P E Ç A S

PARA TRATORES

DE TODAS

AS MARCAS

PEÇAS DE SUBSTITUIÇÃO

ACESSÓRIOS PARA TRATORES

CONSUMÍVEIS E ACESSÓRIOS

BEPCO IBÉRICA S.A.

C/ Torrent de Vallmajor, 82 • 08915 Badalona (Barcelona) • Espanha T +34 933 810 062 • F +34 933 813 345 • info.es@bepcoparts.com • www.bepcoparts.com SANTIAGO DE COMPOSTELA

Pol. El Tambre, Via Faraday, 36 15890 Santiago de Compostela T +34 981 560 012 · F +34 981 557 753

ALMENDRALEJO

Ctra. Badajoz - Pol. «Rayvaz» Nave 21 06200 Almendralejo (Badajoz) T +34 924 664 890 · F +34 924 664 576

DOS HERMANAS

Pol. Ind. La Isla, C/ Hornos, 11 41703 Dos Hermanas (Sevilla) T +34 954 931 546 · F +34 954 930 130


Equipamentos Agrícolas

Resultado de um trabalho de equipa Cliente: Portugados. Entrega do segundo trator CaseIH Farmall C 85 com carregador frontal Massil e grade de discos Galucho • Na foto, esq. p/ dir.: António Hermínio (proprietário) e João Sousa (comercial Irrifarm) • Montijo.

Cliente: João Almeida. •Segunda entrega de trator CaseIH Farmall C 85 • Na foto, esq. p/ dir.: João Almeida (cliente) Daniel Pacífico (gerente Irrifarm) e António Cação (Entreposto Máquinas) • Alcochete.

Cliente: Raporal • Entrega simultânea de 3 equipamentos: CaseIH Quantum F 75, Unifeed Seko e Carregadora compacta Case • Montijo.

Cliente: Joanifrut • CaseIH Maxxum 125 • Na foto, esq. p/ dir.: Daniel Pacífico (gerente Irrifarm) e João Alves (proprietário) • Arranhó, Arruda dos Vinhos.

Cliente: Agofema • Entrega de dois tratores CaseIH Quantum 95F com pulverizador e barra Stagric• Na foto, da esq. p/ dir. : Aires Alves (proprietário) e Luís (encarregado) • Pegões. nda Freitas Cliente: Casa Ermeli F com chísel 95 tum an Qu H seI Ca foto, esq.p/ vinhateiro Joper • Na ifarm) e Pedro (Irr o ífic Pac l dir.: Danie • Fernando Pó. o) ad reg Petrónio (encar

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Cliente: Custódio Roque • CaseIH Quantum F 95 • Na foto, esq. p/ dir.: Hilário Roque (proprietário), João Sousa (comercial Irrifarm)e Custódio Roque • Agualva, Poceirão.

Cliente: Sociedade Agrícola da Malhada, SA (Herdade da Malhada de Meias) • Retroescavadora Case e CaseIH Puma 215 (foto acima). Na foto: Daniel Pacífico (gerente Irrifarm) e Engº. Amaro (responsável pela Herdade).

• Cliente: Câmara Municipal do Montijo • CaseIH Farmall C 75 com carregador frontal Massil, reboque Galucho, limpa-bermas Maschio • Na foto: Presidente da Câmara e Comitiva • Junta de Freguesia de Sarilhos.

Cliente: Câmara Municipal da Moita • CaseIH Farmall U 115 • Na foto, esq. p/dir.: Pedro Rodrigues (responsável Dpto. Compras C.M.M.), Técnico da C.M.M., Manuel Pacífico (gerente Irrifarm), Técnico C.M.M. e Cláudio Dias (técnico Irrifarm) • Pegões.

Cliente: José Luís Gomes Dias • CaseIH Farmall U 115 Pro • Na foto, esq. p/ dir. : Luís Dias (filho), João Sousa (comercial Irrifarm) José Luis G. Dias (proprietário) • Faias, Montijo.

Cliente: Maria João M. T. Silva (Herdade do Vale da Balsa) • CaseIH Farmall C 95 ROPS, com carregador frontal Massil. • Na foto, esq. p/dir.: Jaime Chambel (tratorista), Maria João Silva e João Sousa (comercial Irrifarm) • Canha.

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Braga USADOS: Tractor Kubota B7100 DT (bom estado) s/ matrícula • Tractor corta-relvas Kubota GR-2100 (2008) (muito bom estado) c/ cesto de recolha, deck de corte e motor Kubota diesel.

USADOS: Tratores: Agrifull • Iseki TX 1500 F • Kubota 185 • Lamborghini Crono 55450 • Massey Ferguson 188 • Motocultivador Bertolini MTC 318

+ Usados no Microsite

+ Usados no Microsite www.abolsamia.pt/clientes/mecagriminho

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USADOS: Tractores: Ford 4610 DT (1980) • John Deere 1640 DT • Kubota M1-75 DT • McCormick CX95 DT (2004) • Same Delfino 35 DT (1977)

+ Usados no Microsite

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USADOS: Tratores: Ford Super Dexta 3000 • New Holland TS110A c/ cabina (2006) • Valtra A75 c/ cabina (2007) • Unifeed Nasi 6 m3

+ Usados no Microsite

www.abolsamia.pt/clientes/adj

USADOS: Tractor Carraro Agri Up 80 • Charrua (2x) Vogel & Noot 3 Ferros • Cisterna Rates 8000 L • Fresa Agrovil 1.80 m

+ Usados no Microsite

www.abolsamia.pt/clientes/repoutiz

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Braga • Vila Real • Bragança • Porto

USADOS: Tractores: Deutz-Fahr Agrokid 230 (2013) c/ 936 horas • Fendt 275 S (1994) • John Deere 2450 (1988) • Kubota M128X (2010) c/ 5086 horas • Massey Ferguson 3050 (1993) • Massey Ferguson 4345 (2002) • Massey Ferguson 699 (1986) • Retroescavadoras: Caterpillar 438B turbo c/ balde multifunções e lança extensível • Volvo BL71B (2012) c/ 2800 horas + Usados no Microsite www.abolsamia.pt/clientes/alonsosebranco

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TRACTORES USADOS • Fiat 566 • Ford 3910 • Hinomoto E 250D • Hürlimann 445 • Landini 8860 • Massey Ferguson 240 • Massey Ferguson 396 TC (rastos) c/ buldozer • New Holland 35-66 DT • New Holland 4835 • New Holland 50-66 DT (1993) • New Holland 70-56 DT (1998) • New Holland TCE 40 (2002) • New Holland TK65V (rastos) • New Holland TL 80

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Bragança • Porto

+ Usados no Microsite www.abolsamia.pt/clientes/adelinolopes

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1.200

VISITAS/DIA

Porto • Aveiro

TRACTORES USADOS: Ford 1210 • Landini Powerfarm 75 • Massey Ferguson 3640F • Massey Ferguson 5465 • Renault R60

USADOS: Tractor Massey Ferguson 1529 c/ 30 horas • Cisterna Joper 6000 L c/ equipamento Garda

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Aveiro • Viseu • Guarda

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Guarda • Coimbra

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Tractores Deutz-Fahr D5006 • Fiat 45-66 DT • Ford 1920 DT • Ford 6600 • Lamborghini R784 • Same Solaris 45 DT • Same Titan 160 DT • Reboque espalhador de estrume Herculano H4 5000

+ Usados no Microsite

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USADOS: Tractores: Ford 6600 • John Deere 6200 DT • Pulverizador Hardi 600 L • Sachador adubador Gaspardo HP • Semeador Gaspardo SP520 c/ 4 linhas • Subsolador Galucho 3D

MOTO-SERRAS NOVAS CAMPANHA - €175

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Coimbra • Castelo Branco • Leiria

USADOS: Tractores: Same Corsaro DT (1984) (bom estado) • Same Frutteto 75 DT (1998) (bom estado) • TYM T273 DT (2008) (muito bom estado) c/ carregador frontal + balde + porta paletes • Fresa 1,30 mts c/ abre regos • Empilhador Nissan TX420 (muito bom estado)

TRATORES USADOS: John Deere 1030 • Kubota 2550 • Kubota 2550 • New Holland 1720 • New Holland 1720 • New Holland 1920 DT • New Holland T4030 DT c/ 74 horas • New Holland TD350 • New Holland TD4.80

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200 € POR ANO

Leiria • Santarém

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USADOS: Tractores: BCS Volcan 750SDT (2011) - €17.500 • Case IH 2140 DT - €9.500 • Ford 2000 - €2.400 • Ford 3000 - €3.750 • Goldoni 3445 DT - €9.500 • Lamborghini RF 100 (2010) - €25.000 • Massey Ferguson 5465 Dina 4 (2007) - €28.500 • New Holland TC21 (2004) • New Holland TN75V (2003) - €20.000 • Same Dorado 60 (1997) - €13.500 • Pulverizador Rocha Ellegace AP Alpha 10 - €3.000 • Reboques agrícolas: Galucho PB5000 B3 - €1.800 • Galucho PB7500 B3 - €3.250 • Rototerra Maschio Drago DC3000 (2000) - €5.000

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USADOS: Tractores: Hürlimann XT909 (2001) c/ grua Costa 2500 • Iseki 2160 • Iseki 3210 F • Iseki 4320 (1986) • Kubota L1801 • Kubota L5040 • Massey Ferguson 4270 (2001) c/ grua Costa G3000 • Shibaura SE2540 DT

Vasto stock de máquinas usados em bom estado. Consulte-nos antes de comprar

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USADOS: TRATORES: Barreiros 70 • Case IH: 284 - 285 - JX1060C DT • DF: 5506 - D8006 DT • Fendt 309 DT • Ford 4600 • JD: 2030 - 2250 DT - 3040 • MF 3630 DT - 2640 DT - 3050 DT - 390 DT - 399 DT • NH TN85A DT • Same: Explorer 90C (rastos) - Explorer II TOP 90 - Explorer TOP 90 DT - Frutetto 75 DT - Silver 80 DT • Universal 445 • MINI-ESCAVADORA: Bobcat LS170 • RETROESCAVADORAS: Case 580 Super K • MF 50 • EMPILHADORES: Isuzu 2,5t (diesel) • Manitou: 2t (diesel) - MB 3t (diesel) • TRACTORES P/ PEÇAS: Carraro Agroplus 85 DT • DF: Agrotron 130 - DX 3.50 DT • Ebro 6079 DT • Fendt: 280 - 307 DT - 308 DT • Fiat: 100-90 DT - 110-90 DT - 35-66 DT - 45-66 DT - 60-66 DT - 80-66 DT • Ford: 1710 - 1720 DT - 2600 - 5640 DT - 6610 - 7740 DT • Hinomoto: C144 DT - C174 • Hürlimann: Prince 45 DT - XA306 DT • Iseki 4320 DT - 4270 • JD: 3040 DT - 3350 DT - 4400 DT - 5500 DT - 6100 - 6300 DT - 6620 DT - 6800 - 946 DT • Kubota: L2550 DT - L285 • Lamborghini: 235 - 847-90 DT - Premium 950 DT • Landini: 65 DTF - 8860 DT - Globus 60 Trekker 55 (rastos) • MF: 1030 - 174 DT - 2640 DT - 3090 DT - 3650 DT - 396 TC (rastos) - 4270 DT - 6180 DT • NH: M100 DT - M160 DT - TDD90D - TL90 DT - TNF95 DT - TS115A DT • Renault 120-54 DT • Same: Argon 50 DT - Delfino 35 DT - Dorado 70 DT - Laser 110 DT - Laser 150 DT - Minitaurus - Rock 60 (rastos) - Solar 60 DT Solaris 45 DT • Steyr: 9094 DT - 975 DT • Valmet 455 DT - 6400 DT - 655 DT - 8000 DT - 805 DT - T130 DT • Yanmar: 241 - 336D DT • Telescópicas: JCB 525-67 • Manitou MLA 627 Maniscopic • Retros: Case: 580 G - 580 Super K • Caterpillar 428 • Fermec 860 DT • JCB 3CX • Komatsu WB97 R • NH LB110 DT • Volvo BL71 • Eixos tracção: Carraro • Sige • ZF • Hurth • Spicer • Dana • Merlo

Tractor Fendt 415 Vario c/ hidráulico frontal • Ceifeira debulhadora Laverda 3350 • Grade de discos Galucho GVL 28 (2016)

VISITE O NOSSO SITE:

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Santarém

NOS ANÚNCIOS COM ESTE SÍMBOLO

Consulte todos os usados no MICROSITE da empresa

MÁQUINAS USADAS: Tractores: Fiat 1180 DT (1996) c/ 5957 h. - €8.500 • Ford 8240 DT c/ cab. - €12.500 • John Deere 6420 - €27.500 • John Deere 8200 - €40.000 • New Holland M135 (1998) c/ cab. - €12.500 • New Holland TD95D c/ 9350 h. - €14.500 • Same Explorer 95 - €15.000 • Valtra T190 - €48.000 • Ensiladoras: JF FH1450 - €2.500 • 2 linhas - €1.000 • Pulverizadores: Fitosa 3000 L - €10.000 • Stagric 1200 L - €4.000 • Semeadores: 25 linhas - €2.500 • rebocado - €350

USADOS: Tractores: Massey Ferguson 274C (rastos) • Massey Ferguson 374 • Ceifeira debulhadora New Holland 8055 (T/M) • Charruas: Galucho 1F-90º • Maschio 3” Lelio • Juntador/transportador de fardos Gaspardo Golia Pro 4,60 mts • Rototerras: Agric 2,50 mts • Maschio 4,00 mts

| USADOS | • Charruas: Galucho 1F-17” • Galucho 2F12” • Galucho 3F-13” hid. • Galucho 3F-16” • Grades de discos: Galucho A2CP 24-24” c/ rodas • Galucho GLHR 24x24” • Galucho GVL 28x26” • Safisal 20 discos • vinhateira 4 corpos em X • Pulverizadores: Bargam 2500 L c/ manga de ar • Tomix 600 L c/ barras • Rototerras: Agrator 2,50 mts • Maschio Cobra 2,80 mts (2006) • Maschio Super Cobra 3,0 mts (2000) • Pegoraro LD230

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USADOS • Balde para carregador frontal Stoll 160 • Carregador frontal El Lion

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1.200

VISITAS/DIA

Santarém

VENDA OS SEUS USADOS EM www.abolsamia.pt

USADOS: Tractores: Fendt 816 (1997) c/ caixa 50 km/h, cabina • Fendt 936 Profi (2011) c/ 4500 h. e caixa 65 km/h • Charrua Galucho CHF 3/4F • Depósito Rau 200L p/ Fendt GTA • Enfardadeira New Holland BB9060 Crop Cutter (2009) • Ensiladora Claas Jaguar 685 (milho) • Pulverizador Hardi MAS1800FLE c/ barra 18 mts • Reboque Galucho 12000 kg • Semeador Agricola Italiana 2 linhas pneumático • Subsolador Pegoraro 7 ferros

+ Usados no Microsite

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+ Usados no Microsite www.abolsamia.pt/clientes/agrimagos

USADOS: Tractores p/ peças: Fiat 100-90 DT • Fiatagri 70-90 DT • John Deere 4455 (1990) • Ceifeira debulhadora p/ peças John Deere 1075 • Colhedora de batata Barigelli Universal T - €6.500 • Frente de milho Moresil MT2090 6L • Pulverizadores: Hardi Master 1200 • Hardi NV600 • Furgão Mercedes Sprinter 212 (1999)

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+ Usados no Microsite www.abolsamia.pt/clientes/mecagricola

www.abolsamia.pt/clientes/tecnolavra

Tractores usados: Lamborghini RF 90 Target • Leyland 154 • Massey Ferguson 135 • New Holland L 65 • Shibaura 3000 (1981) • Shibaura SE3000 • Yanmar 330

Tractores: Branson 2100 (2009) • Kubota 7000 DT c/ fresa • Same Argon 70 Classic • Same Explorer 90 C (rastos) • Same Solaris 55 (2007) • Same Solaris 55 DT • Same Titan 145 (1998) • Yanmar 1300 DT c/ fresa

+ Usados no Microsite

www.abolsamia.pt/clientes/alburitelense

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NOS ANÚNCIOS COM ESTE SÍMBOLO

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Santarém • Lisboa

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USADOS: Tractores: John Deere 6310 Premium • John Deere 7530 Premium • John Deere 7820 Premium • John Deere 8430 Premium • New Holland T4040F • New Holland TN95FA • Enfardadeiras: McHale Fusion 3 • New Holland BB9060R • Escavadora de rastos Takeuchi TB180FR • Telescópica JCB 531-70 Farm Special

VISITE O NOSSO SITE:

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ABOLSAMIA · março /abril 2017

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1.200

VISITAS/DIA

Lisboa

USADOS: Tractores: (2x) Deutz-Fahr Agroplus F420 (2014) - €30.000 • Deutz-Fahr Agrotron K610 c/ cabina - €30.500 • John Deere 5500N c/ car. fr. - €18.000 • John Deere 5510N - €16.500 • Lamborghini 90 c/ cab. e car. fr. - €14.500 • Massey Ferguson 8130 - €16.000 • Renault • Vindimadora Alma

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USADOS: Tractores: Ford 3000 • Renault R60 (vinhateiro) • Cavadoras: Tortella • Gramegna • Fresa Galucho • Pulverizador Tomix 300 L • Varredora Agric WUM18-J (1,80 mts) c/ recolhedor USADOS: Tractor Agrifull 80 DT (1987) c/ 5900 horas • Charrua Galucho 1F-17” hid. • Pulverizador Tomix Gondomar 400 Z7 • Rotorfresa Joper RF 2R260 c/ rolo de tubos e barra niveladora

Usado: Reboque 2000 (como novo) com semfim, nunca trabalhou. USADOS: Tractor Landini 5530 Fruteto 5530 • Pulverizador 1500 L (rebocável) • Triturador Joper 1,65 mts

+ Usados no Microsite

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Tratores: Fiat 480 - €4.000 • Massey Ferguson 35 X - €2.750 • Caixas de carga para tractor CCA100 - €295 • CCA150 €400 • Charrua vinhateira 1,60 mts - €750 • Vibrocultor VTR7 - €540

+ Usados no Microsite www.abolsamia.pt/clientes/litoralpecas

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• Tractor Case IH 845 DT • Tractor New Holland L75 DT c/ cabina • Tractor New Holland TNF90 F


Lisboa • Setúbal • Portalegre

USADOS: Corta-mato 1,8 mts (2015) • Destroçador T1000L • Gerador Briggs & Stratton 3,8 kVA monofásico • Telescópica JCB 525-67

USADOS: Tractor Hürlimann XF90 - €14.500 • Caixa de carga p/ tractor Galucho CC-G 2 mts - €480 • Carregador frontal Tenias S300 B-0 - €3.500 • Charrua Galucho 1F-13” 45º • Despampanadeiras: Ero LK/UE - €3.500 • Industrias David corte lateral - €2.000 • OMD corte lateral - €800 • Porta-paletes Tecnoagri 1500 kg - €2.000 • Pulverizadores: Fantini 500 L - €600 • Rocha 400 L - €2.300 + Usados no Microsite www.abolsamia.pt/clientes/agriagua

ABOLSAMIA · março /abril 2017

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Setúbal • Portalegre • Évora

USADOS Tractor Fiat 640 • Gadanheira condicionadora Kuhn 250RG (rebocável) • Semeador Rau 6 linhas p/ milho c/ abertura hidráulica e sistema informático

+ Usados no Microsite www.abolsamia.pt/clientes/autoalvaladense

+ Usados no Microsite

www.abolsamia.pt/clientes/etelgra

USADOS: Tractores: Deutz-Fahr Agrotron 1160 TTV (2003) c/ cab. A/C • Fiat 666 DT c/ carregador frontal + balde + forquilha • Lamborghini C674 (rastos) • Massey Ferguson C294 (rastos) • New Holland TN90F (2002) c/ carregador frontal • Escarificadores: Galucho 13D • Galucho 9D • Galucho 9D • Grades de discos: Galucho A2CP 18x24” • Galucho GLHR 24x24” • Galucho GPR 16x28” • Galucho A2CP 20x24” • Galucho GRLCH 24x28” • Semeadores: 21 linhas • Solá 25 linhas • Vibrocultores: Kongskilde 17 braços • 34 braços + Usados no Microsite

www.abolsamia.pt/clientes/maquidiana

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março / abril 2017 · ABOLSAMIA


Évora • Beja

NOS ANÚNCIOS COM ESTE SÍMBOLO

Consulte todos os usados no MICROSITE da empresa

USADOS: Tractores: Deutz-Fahr DX 90 c/ cab. • Lamborghini C653 L (rastos) • Hürlimann 90 cv c/ carreg. frontal Ténias USADOS: Tractores: Claas Celtis 446 RC (2005) • Massey Ferguson 174C (rastos) • Massey Ferguson 210 (2RM) • Vindimadora Alma (rebocável) • Atomizador Tomix 1500 lts (rebocável)

USADOS: • Processador Timberjack 1270B

USADOS: Tractores: Deutz-Fahr DX 4.50 - €11.500 • Deutz-Fahr DX 4.70 - €12.000 • Landini Legend 145 - €19.500 • Landini Legend 145 ∆6 - €28.500 • Massey Ferguson 4270 - €11.000 • Atomizador Tomix 1500 L - €3.500 • Charrua de discos Galucho 3D hid. - €1.890 • Enfardadeira Deutz-Fahr GP 2.12 - €7.000 • Vibrador para colheita de azeitonas Berardinucci Tornado • Volta-fenos Fella 456 DNA - €3.650 + Usados no Microsite

www.abolsamia.pt/clientes/agrivilhena

ABOLSAMIA · março /abril 2017

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Beja • Faro USADOS: Tractores: Deutz-Fahr DX.6.30 • Lamborghini 874-90 • Ceifeiras debulhadoras: New Holland TX62 (1999) • New Holland TX66 (2000) (rastos) • Charrua Galucho CH3/4 – 14H3 • Destroçador Belafer Tineo-200 (2007) • Distribuidor de adubo Vicon RS-M 900 kg • Enfardadeira Vicon LB 8000 Vario • Ensiladora John Deere 5820 • Escarificador Galucho 15B • Giratória de rastos Caterpillar 229D • Máquinas de rega Ocmis 90R2 (1998) 300 mts • Reboque espalhador de estrume Reboal RB12 (2008) • Retroescavadora New Holland NH85 (1996) • Semeadores: Gaspardo (1998) • Kverneland Accord Pneumatic DT

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TRACTORES: Agrifull: 110 DT - 12.500€ • 140 - 8.000€ • 65 DT - 8.500€ • 80 - 6.500€ • 80 DT • 80 DT - 12.000€ • Carraro 920 - 7.500€ • Case-IH: 1125 - 7.500€ • 1394 DT - 5.000€ • 70 cv c/ car. fr. Galucho - 8.000€ • 7455 7.500€ • 90 cv - 9.000€ • 955 - 6.000€ • Caterpillar: D3 (rastos) - 9.000€ • D4D (rastos) - 7.000€ • D5D (rastos) - 10.000€ • Deutz-Fahr: 110 cv c/ car. fr. - 10.000€ • 130 cv c/ cab. - 8.000€ • 70 cv - 8.000€ • 7806 DT - 7.000€ • D40 S - 1.500€ • Ebro: 1025 - 7.000€ • 684 - 1.000€ • Fiat: 110-90 c/ cab. A/C - 17.000€ • 140-90 c/ cab. A/C 17.500€ • 420 - 2.000€ • 55-65 R • 80-66 - 10.000€ • 80-66 DT • 90-90 - 11.000€ • 90C (rastos) - 15.000€ • Fiatagri 140-90 c/ cabina • Ford: 5000 - 2.500€ • 5610 DT - 10.000€ • 5610 DT - 10.000€ • 6600 - 3.000€ • 6610 - 7.000€ • 6610 DT - 6.000€ • 6810 DT - 6.000€ • 7600 DT - 5.500€ • 7610 • 7610 DT - 6.000€ • 7610 DT - 10.000€ • 8210 • 8210 - 10.000€ • TW 25 - 5.000€ • International 745-S • Itma 80 cv (rastos) - 5.500€ • John Deere: 2030 • 2130 - 2.500€ • 2850 • 3040 - 5.000€ • 3150 • 3350 - 10.000€ • Lamborghini: 106 - 7.500€ • 80 cv (rastos) - 10.000€ • 874-90 - 12.000€ • Landini 7680 - 7.500€ • Massey Ferguson: 390 DT - 10.000€ • 4370 DT • New Holland: 6640 • 80-66 DT - 15.000€ • 8670 • 8670 c/ cab. A/C - 30.000€ • TD90D • TK100 (rastos) - 20.000€ • TL100 - 17.500€ • TL100 c/ cab. A/C - 20.000€ • TM165 • Renault: 120 cv - 10.000€ • 95 cv c/ cab. A/C - 10.000€ • Same: 100 - 6.000€ • 70 cv - 5.000€ • 80 cv - 5.000€ • 85 cv - 5.000€ • 95 cv - 7.500€ • Valmet 1180 - 15.000€ • Zetor: 70 cv - 5.000€ • 80 cv - 5.000€ • CEIFEIRAS DEBULHADORAS: Case-IH 1440 - 20.000€ • Claas 68 (rastos) (A) 7.500€ • Fiatagri 3500 (rastos) (A) - 10.000€ • John Deere: 1055 - 12.500€ • 1075 - 12.500€ • Laverda: 112 (rastos) (A) - 7.500€ • 132 (rastos) (A) - 7.500€ • 3400 - 15.000€ • 3650 - 15.000€ • M100 - 10.000€ • M120 - 4.000€ • M132 - 10.000€ • M152 - 10.000€ • New Holland: 8040 - 10.000€ • 8050 - 12.500€ • 8050 (rastos) (A) - 7.500€

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março / abril 2017 · ABOLSAMIA


Faro • Açores • Europa • Industriais

USADOS: Tractor New Holland TL90A (2004) • Arrancadores de batata: Spedo CPB130 - €6.850 • Spedo CPB130 - €1.500 • Distribuidor de adubo G2R-1200 (2013)

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ABOLSAMIA · março /abril 2017

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Correio do leitor

Qual é a sua opinião sobre este assunto? Escreva-nos para: redacao@abolsamia.com

Segurança na condução de tratores

por José Miguel F. Oliveira

A propósito do nosso artigo sobre a importância do uso de estruturas de segurança em tratores, publicado no nº 104 d’abolsamia (págs. 61 a 65), recebemos a opinião de um leitor preocupado com o tratamento que este assunto tem merecido no nosso país, que abaixo transcrevemos. “A revista abolsamia nº. 104 trata de um assunto que considero da máxima importância - Segurança na condução de tratores. Em minha opinião, este artigo deveria ser publicitado a nível nacional e exposto em letras bem grandes nos meios frequentados por tratoristas, para que todos o lessem e refletissem. Mais, deveria ser feito um folheto gratuito, a distribuir por exemplo no abastecimento de gasóleo verde, pois é de informação completa como esta que carecemos. E o Estado, que deveria ser o primeiro a fornecêla publicamente alheia-se completamente do assunto pois só lhe interessa cobrar mais taxas e impostos. Discordo em absoluto da lei criada para

que só os tratores matriculados a partir de 01.01.1994 sejam obrigados a possuir estrutura de proteção. Todos deveriam ter e se assim tivesse sido, quantas vidas se teriam poupado, pelo menos daí para cá? Quando o problema se começou a agudizar, o Estado deveria ter criado modelos de estruturas, incentivos adequados e campanhas de sensibilização para que todos os tratores, independentemente da sua idade fossem dotados de tais meios, criando métodos simples e desburocratizados, para que as pessoas pudessem cumprir a obrigação sem dificuldades acrescidas. Chorar sobre o leite derramado, agora não adianta nada. Provavelmente estarão a delinear medidas

tendentes a corrigir este mal, mas veremos o que aí vem porque certamente quem vai fazer essas leis, está sentado à secretária, nunca conduziu um trator, nunca sujou as mãos, e da realidade que se vive nada sabe. Acredito que a exemplo de outras normas anteriormente aprovadas, os agricultores não serão ouvidos e cada vez mais problemas se irão levantar ao exercício da atividade com normas redutoras que não nos servem. Agradeço a vossa preocupação e empenho acerca deste assunto pois para mim, como condutor de máquinas agrícolas, pelo perigo que representam, a segurança está sempre presente e felizmente até hoje, consegui não ter qualquer acidente.”

FICHA TÉCNICA Diretor Nuno de Gusmão Propriedade Nugon - Publicações e Representações Publicitárias, Lda. Contribuinte 502 885 203 Registo 117122 Depósito legal 117.038/97 Sede R. S. João de Deus, 21, 2670-371 Loures • Escritórios R. Nelson Pereira Neves, Lj.1 e 2 2670-338 Loures T. 219 830 130 | F. 219 824 214 Email: abolsamia@abolsamia.pt Redação Nuno de Gusmão, Francisca Gusmão, João Sobral e Sebastião Marques Colaboraram nesta edição Heliodoro Catalán Mogorrón, Luís Alcino Conceição, João Fitas, João Freire e Pedro Carvalho

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março / abril 2017 · ABOLSAMIA

Publicidade Francisca Gusmão, Américo Rodrigues e Catarina Gusmão Design e Pré-impressão Sílvia Patrão, Ana Botelho e Rita Pissarra Multimédia Francisco Marques Cartoonista Nelson Martins Assinaturas João Correia Impressão Jorge Fernandes, Lda Rua Quinta Conde de Mascarenhas, Nº9, Vale Fetal - 2825-259 Charneca da Caparica, Tel. 212 548 320 Tiragem média 10.000 exemplares ISSN 2183-7023 Distribuição nas bancas Distrinews II - Rua 1º de Maio - C. Empresarial da Granja – Junqueira 2625 – 717 Vialonga

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