TUNGA - Cooking, o filme.

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Ruth Chindler

COOKING

TUNGA

“O extraordinário poliformismo das manifestações da sexualidade humana, mesmo em suas formas mais extravagantes ou aberrantes, legitima a questão de saber se é possível, realmente, isolar a perversão a partir de uma estrutura específica que a distinguiria da neurose ou da psicose, pois, do ponto de vista fenomenológico, esta distinção parece praticamente impossível de se fazer.” Valas, Patrick in Freud e a Perversão pg.7. Pode a psicanálise comentar uma obra de arte a partir dos seus fundamentos, no caso, uma erótica? Iniciaremos então com alguns comentários sobre a obra de Tunga, ”Cooking” a partir de uma leitura psicanalítica onde ressaltaremos diversos 1


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momentos da psicanálise e a validade dessa leitura em relação à obra em questão. Se acompanharmos Freud passo a passo em sua trajetória, veremos uma constante modificação e acréscimos em seu percurso evolutivo. Ainda bastante influenciado por uma época em que vigorava o pensamento clássico, e não querendo entrar em conflito com a comunidade científica de então, vemos um Freud ser levado a assumir uma postura clássica muito em voga naquele momento, mas que em breve a abandonaria. Não é de se admirar, portanto, que nos Estudo Sobre A Histeria opunha ainda, “ao cérebro anormal dos degenerados e desequilibrados”, o “cérebro sadio das histéricas” (Valas, Freud e a Perversão) São pontos de vista parciais que acompanham Freud ainda por um tempo, mas que sua genialidade faz com que rompa com essas idéias porque rapidamente percebe que critérios, morais e/ou sociais invalidarão quaisquer compreensão, sejam da perversão ou outras abordagens teóricas. Valas, P, in “Freud e a Perversão” pg.19 Ao assistirmos ao belíssimo filme de Tunga, “Cooking”, vemos um casal “passeando” pela multiplicidade de todas as zonas erógenas – oral - anal genital - escópica - escatológica. Várias são as vias por onde podemos pinçar as linhas teóricas a serem abordadas, mas optamos pelo objeto fetiche – perversão - tema atraente que nos ocorreu imediatamente num primeiro instante. Vamos então seguí-lo temporalmente em nossa leitura sobre a obra “Cooking” Se esse tema suscita qualquer dúvida quanto à anormalidade em relação a uma leitura leiga, Freud trata de dissipá-la ao longo de vários momentos em sua obra. Já em 1905, nos “Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade”, o termo perversão só “é introduzido explicitamente por Freud num capítulo dos desvios relacionados com o fim sexual” Kaufmann, Pierre in “O Legado de Freud e Lacan” Além disso, Freud vê neles uma inflação do processo sexual normal. “No entanto, no processo sexual mais normal, já encontramos germes cujo desenvolvimento levará a desvios que são descritos sob o nome de perversões” (Freud, S. “Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade” 1905) Na interpretação dos sonhos, (1900), Freud dá à perversão um estatuto original, totalmente novo em relação ao que vinha sendo escrito anteriormente: ele ainda é prudente, e acrescenta que o único motivo que o faz....”evitar interpretar sonhos de conteúdo abertamente sexual é que seria necessário para explicar os sonhos sexuais, aprofundar-se nas questões ainda obscuras das perversões e da bissexualidade – coloquei, então, tudo isso de lado” ((Interpretação dos Sonhos 1900). Mas persegue, como lhe é peculiar, a questão das perversões até descobrir que em todo 2


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sujeito, no sonho, onde a censura falha, encontram-se motivos fantasmáticos que se assemelham à perversão. Em o “Caso Dora” escrito em 1901 e publicado em 1905, Freud refuta todas as teorias degenerativas das perversões... “As perversões não são nem bestialidades, nem a degeneração, na acepção patética do termo” (Freud, S. in “Um Caso de Histeria”) vai assim perpetuando a idéia de que não há mais normas sexuais, e sim apenas normas sociais, o que é absolutamente escandaloso para a época. (Valas, P in Freud e a Perversão p19) ... “Os psiconeuróticos são todos seres de tendências perversas fortemente desenvolvidas, mas recalcadas e tornadas inacessíveis no decorrer de sua evolução. Seus fantasmas inconscientes apresentam o mesmo conteúdo das ações autênticas dos perversos”; (Um Caso de Histeria Vol.VII p.36) Acrescenta neste momento uma diferenciação tópica entre a neurose e a perversão ao afirmar que “as psiconeuroses são, por assim dizer, o negativo das perversões”. “Dora, Um Caso de Histeria” Vol.VII p.36 Freud percebe como ninguém, a particularidade do objeto das pulsões sexuais, (se todo objeto é parcial, então qualquer um serve) e, assim, “a”(1ª)rranca definitivamente o processo perverso do campo das discriminações que o inscreviam como um desvio em relação às normas. “Com Freud, a perversão se inscreve na própria norma” (Kaufmann, P.in O Legado de Freud e Lacan. 1ª- “a” objeto pequeno “a”- conceito lacaniano que designa um resto não simbolizável, um resíduo; objeto como vazio, ”estilhaços do objeto a”. Ele é o objeto “primeiro”, que Lacan definiu como o “objeto de que não se tem idéia” (O Legado de Freud e Lacan, Kaufmann. P. p.378). Uma falta que leva ao desejo; a falta que fala.

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“Cooking” - o filme

Ou “Cozinhando o Cozido” Levy Strauss em um dos seus geniais textos sobre a distinção entre Natureza e Cultura, batiza seu escrito como o ”Cru e o Cozido” (mel=cru/ cinzas=cozido) e Tunga nos oferece uma erótica já inscrita na cultura. A começar pelo instigante convite - uma bandeja de prata onde nos são oferecidos “canapés” de cristais que serão saboreados ao longo do filme.

A perfeita escolha dos atores que, em momento algum lembram profissionais, mais parece íntimos amantes deslizando os corpos sem pudor, usufruindo da eroticidade através do manuseio do objeto/ fetiche/ falo 4


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Transitam através de instalações onde alguns dos elementos fazem parte da historicidade do Poeta/Poato - e servem de décor. Se, para Freud o pé, a calcinha ou o sapato de salto, representam um deslocamento do órgão genital feminino “perdido”, (falo da mãe), e uma recusa a abandoná-lo preservando-o da extinção, Tunga não faz por menos: vai direto ao órgão/penis.

Denunciando a passagem do tempo, Tunga faz a transposição das peças do vestuário para ir direto ao corpo: ora pênis/falo/ que se transforma em cristal, ora cristal que se traveste de penis/falo numa renovação/transformação incessante. É de se notar que o órgão penis, em nenhum momento comparece como tal no filme, mas, no entanto, se presentifica ao longo de toda a performance.

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Também não passa em branco a veiculação do fetiche com o prazer de cheirar – urinar –defecar e degustar fezes; a atriz a saboreia com tal eroticidade que chega a fechar os olhos num pós orgasmo (sabemos do prazer que as crianças, bebês ainda, sentem ao comer fezes e do choro quando as mães, na tentativa de educá-las, se desfazem das mesmas). Esta cena nos faz lembrar um exemplo encantador do que é o para VelhoMestre - Freud, o modelo de satisfação sexual. ... “Quando se vê a criança saciada, abandonar o seio voltar a deitar no colo da mãe e, com as faces rosadas e um sorriso feliz, adormecer, não se pode deixar de dizer que esta imagem permanece o modelo e a expressão da satisfação sexual que ela virá a conhecer mais tarde” (“Três Ensaios Sobre a Teoria da Sexualidade” primeiro ensaio: “As Aberrações Sexuais”, p17 V VII) Esse filme nos remeteu a Paris, quando, passeando pelas ruas, nos deparamos com enorme escultura do artista - peça única - exposta na vitrine de uma galeria não por acaso chamada “Pièce Unique”, sem acesso a qualquer entrada. Mais tarde, explicaria o artista, era mesmo essa a idéia, impedir o acesso do espectador à visitação para que se lhe acirrasse desejo. Desejo acirrado continuou nossa tragetória à procura de qualquer entrada e finalmente encontramos outra (outra? a mesma?) galeria. Um confortável “divã”, nos retira da tarde fria e chuvosa das ruas e convida a nos acomodarmos. O olhar é logo capturado. São desenhos que se a princípio chamam atenção pela suavidade, logo a força e o vigor das obras eróticas vão tomando corpo e no corpo do espectador permanecem. Força/vigor/erotismo, uma tríade sempre presente na obra de Tunga ao longo dos anos.

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Se por um lado a indignação nos acossa ao sabermos da proibição de os desenhos serem expostos na vitrine de uma galeria pela eroticidade, por outro, a sensação de estarmos “altos”, a alma “apaziguada e o desejo de lá permanecer sem voltar para a vida real” como descreve Freud, faz-nos “baixar as armas”. Soubessem os zelosos censores - protetores dos cidadãos e sua prole em plena Paris do século XXI, - que são exatamente essas criancinhas as primeiras a experienciar e usufruir do polimorfismo da sexualidade humana. Essa mostra nos remete a outros desenhos – particularmente os das Irmãs Xifópagas, onde imensos cabelos/Rapunzel entram e saem de orifícios do próprio corpo para o mesmo movimento em outro corpo: dentro/fora, uma Banda de Moebius – figura topológica evocada por Lacan para falar da estrutura do inconsciente. Também nos leva a uma viagem à Kassel quando Tunga exibiu em 1997 a performance cujo título “Inside Out, Upside Down” já sintetiza o funcionamento dessa mesma estrutura do inconsciente - “processo primário”. Assim, como diz o título da obra, é o inconsciente, que por sua atemporalidade, não pode ser geograficamente localizado. Ele está acima/abaixo/dentro/fora: todos um só e mesmo lugar, que é como Freud se refere de várias maneiras para falar da estrutura da psiquê do aparelho humano. Voltemos então de nossa digressão ao filme. Gostaria de fazer uma analogia entre duas obras do autor que evoluem em sua teoria sexual/arte: “Nosferatu Spectrum” e “Cooking”, pois não podemos deixar de associar as cenas de intenso prazer que, se num primeiro instante causam surpresa, - por não expressarem sofrimento nos orgasmos do casal, - com as cenas alegres vivenciadas pelo vampiro através do viés da bela francesa no final da performance “Nosferatu Spectrum” de 2002 ao ensaiar passos do samba “Aquarela do Brasil”. Concluímos então naquele momento, como agora, um saber que só os poetas detêm: um saber sobre o inconsciente. Quando Tunga retrata uma alegria do vampiro - sem deixar, no entanto de nos mostrar uma sinfonia do terror no início com sons assustadores da cantora lírica e também ao quebrar os vidros - pelo viés da bela francesa no final da performance “Nosferatu Spectrum”, assim como quando no filme de agora exibe as trepadas sem constrições em “Cooking”, não estará o poeta trazendo o recalcado à tona? É bem possível que nem tenha conhecimento do texto freudiano de 1910 “o Sentido Antitético das Palavras Primitivas”. E precisa? Se o próprio Freud é o primeiro a proclamar os poetas e os romancistas como os mestres do conhecimento da alma humana...

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Ao estabelecer uma relação direta entre neurose e perversão (“a neurose é o negativo da perversão”), isto é, o que o neurótico “sonha” em realizar, e não consegue, mas estes traços, não obstante, estão ativamente presentes nele sob formas disfarçadas: os sintomas, o perverso atua. No texto “O Fetiche” (1927), Freud analisa o fetiche como o substituto do falo da mulher (mãe) onde a criança ao mesmo tempo em que acredita, sabe que não existe, mas, também não quer renunciar a ele, Falo. Ao se recusar à percepção de que a mãe não tem penis, ela própria, criança, se vê exposta à ameaça de castração por isso, a perfeita expressão “eu sei” (que a mãe é castrada, ou seja, não tem penis), “mas mesmo assim”, (tradução da palavra alemã “verleugnun” para “renegação”) renega esse fato. Portanto, são duas concepções contraditórias (“eu sei, mas mesmo assim”) e justapostas: “por um lado, sobrevive a crença na ausência do penis feminino, e por outro esta ausência é renegada” (Kaufmann, p. In o Legado de Freud e Lacan, p 207). Então, “essa atitude contraditória em relação a uma realidade -o fetiche - é uma formação de compromisso. entre duas correntes psíquicas conflitantes: uma que consigna a ausência do penis na mãe, e outra que lhe atribui imaginariamente o penis que supostamente lhe falta na forma de fetiche.” (Kaufmann, P.in O Legado de Freud e Lacan) Essa operação evidencia que duas representações psíquicas mutuamente incompatíveis podem perfeitamente coexistir no aparelho psíquico, sem se deixar influenciar reciprocamente. Isto porque no inconsciente - processo primário - não existe negativa.

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Tunga exibe exemplarmente essa dupla operação: por um lado o fetiche/cristal é como que uma carta na manga a ser utilizada ao bel prazer da mulher. Fica evidente o “mas mesmo assim” da estrutura perversa, quer dizer, “mas mesmo assim” quero lá eu saber da castração, por isso utilizo-o (o fetiche) como bem desejo. Mas quando a amante estilhaça o fetiche/falo e repete a cena (como quando o artista quebra os vidros em “Nosferatu Spectrum”) espatifando-o no chão, não seria a primeira parte da operação “eu sei”= eu sei da castração por isso destruo esse falo imaginário para entrar na ordem simbólica. Eis aí um primeiro passo na utilização igualitária do Nó Borromeano, outro objeto topológico que Lacan lança mão para se referir aos três registros da estrutura do falante: Real, Simbólico e Imaginário. E Freud, bem antes de Lacan, extrai dessa operação contraditória e perfeitamente possível, uma conclusão favorável a uma “clivagem do eu, que vem, de maneira mais geral, reforçar a dimensão da clivagem psíquica claramente já mostrada no limiar da descoberta freudiana” Os Estudos Sobre a Histeria (1895). Freud percebe que as pulsões sexuais são parciais, já que se apóiam todas num desvio em relação ao seu fim, (estádio oral: sucção; - sádico-anal: retenção/expulsão; - fálico: masturbação). Desta forma, toda criança é dotada de uma perversidade polimorfa da própria sexualidade dita normal... ”nesse sentido, a sexualidade infantil é necessariamente perversa, uma vez que impõe outros objetos e outros fins que não o objeto e o fim sexual normal” (Kaufmann, p, in Legado de Freud e Lacan). Essas pulsões parciais, ou atos perversos, podem permanecer nos adultos como prazeres preliminares, e são exatamente esses prazeres preliminares (não tão só preliminares assim) que assistimos na poética de Tunga ao longo das cenas eróticas que se sucedem ininterruptas e terminam no mesmo ponto onde se iniciam, deixando ao espectador a liberdade de finalizá-la, e/ou continuar, como bem entende. Quando Tunga finaliza seu filme do ponto onde a inicia, é a evocação do circuito pulsional que Freud descreve em “As Pulsões e suas Vicissitudes” - texto metapsicológico de 1915.

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A pulsão repete ad infinitum seu circuito, mas a cada repetição um elemento novo, um novo significante comparece nessa repetição, assim como quando Tunga finaliza seu filme deixando no ar um possível reinício, essa possível repetição jamais será a mesma; o mesmo se dá em relação ao cristal: se a estrutura do cristal é a mesma, ela passa pela cadeia simbólica, e a cada par ordenado é o mesmo/outro cristal: mesmo componente mesmo formato. Todos sabem do grande interesse de Freud pelas artes; por isso incluiremos algumas de suas preciosas citações, de grande valia para nós psicanalistas: ... “Quando contemplamos algo da ordem do belo, nosso conflito interior tende a se acalmar”. Sabemos que somos acossados por conflitos que fazem parte da estrutura do falante e temos de saber conviver com eles e não extirpar seus sintomas. Mais ainda: compara a arte com a paixão:...“Assim como quando nos apaixonamos experimentamos certo grau de enebriamento, isto é, ficamos um pouco altos e isso, é claro, estimula nossos apetites a encontrar uma fórmula de ficar ali, sem voltar para a vida real” (Edmonson, M. In “A Morte de Freud”). Lacan, sempre bebendo na fonte de Freud, vai dizer também que o artista é anterior ao psicanalista, e é a sua arte que vai nos ensinar a melhor compreender o inconsciente. Citando o mesmo autor, no Seminário XI... “A função do quadro (da arte,) tem uma relação com o olhar... Como se o artista dissesse assim... Queres olhar? Pois bem, veja então isso!... E ele oferece algo como pastagem para o olho e convida aquele a quem o quadro (a arte) é apresentado, a depor ali seu olhar, como se depõem as armas. Aí está o efeito pacificador, 10


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apolíneo da arte. Algo é dado não tanto ao olhar quanto ao olho, algo que comporta abandono, deposição do olhar” (Lacan, j. Seminário XI, p99) E Freud, quando compara a arte com as drogas no sentido de... “Assim como depois da euforia do álcool vem a ressaca, depois da contemplação vem o tédio” (Edmondson, M. In A Morte de Freud” p.43 e 101. • Numa conversa informal, Tunga relata exatamente isso: que ao terminar um trabalho, o grau de esvaziamento é tão grande que sente necessidade de fazer algo simples, como cuidar de plantas, ler um livro leve, para tentar contornar esse buraco, o Real. Finalizo esse texto encaminhando o pensamento de Lacan que encontramos nas páginas finais do Seminário XI, no que se refere ao final de uma análise. Se a transferência é condição sine qua para que haja uma análise, aliás, Freud já o dizia muito antes de Lacan, também ela, transferência, é impeditiva, não só porque afasta o analisando do lugar da pulsão, o Real, mas também por se tratar de uma identificação, que é registro do imaginário, onde ela, transferência, é também resistência. Portanto, diferentemente da transferência imaginária que, por excesso de amor e/ou ódio, impede que se atinja o recalcado, portanto um obstáculo ao desejo, o amor na transferência não é o amor ao analista, e sim um tipo particular de amor dirigido ao saber (Transferência Estrutural); o amor ao saber, o saber sobre o inconsciente, o saber que sabe, mas não sabe que sabe sobre o seu sintoma, o que significa saber falar bem sobre o seu sintoma. (Freud e Lacan ao longo de suas obras.) É o saber sobre e do inconsciente que Tunga orquestra com maestria deixando essa marca nas suas obras. Se o desejo do analista é de um final de análise que aponte para uma radical diferença, onde o manejo da transferência jamais poderá ser deixado de lado, significa que o desejo do analista não é puro, pois o analista tem sim desejo, mas um desejo específico que, diferentemente de outras leituras, é desejo da diferença absoluta, e esta, não dizem respeito a qualquer identificação ao analista (Lacan, J. Seminário XI). Cito essa passagem para apontar a diferença absoluta do Artista/Poeta/Tunga em relação a seus pares/ímpares, onde essa diferença absoluta o distingue em sua singularidade. Ruth Chindler Lisboa – 2010-10-19 Rio de Janeiro - 2011-01-20 Espaço Psicanálise & Arte Escola Brasileira de Psicanálise Movimento Freudiano. 11


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