9 - 68 anos de história

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Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações no Estado de São Paulo

EM REVISTA

www.sintetel.org sintetel@sintetel.org.br

JULHO 2010 - 9ª edição - ANO IV - TRIMESTRAL DISTRIBUIÇÃO GRATUITA - VENDA PROIBIDA

68 anos de história O Sindicato comemorou seu aniversário com um grande evento. Nesta edição você conhecerá um pouco mais a história da entidade, suas lutas e suas vitórias

Passeata realizada em 1985 pelos trabalhadores da categoria pelas ruas do centro de São Paulo

ENTREVISTA O resposável pelo Instituto Apse, Joel Ricci, fala sobre a parceria de sucesso que firmou com o Sintetel na qualificação e requalificação profissional


Sintetel no

Agora o Sintetel tem o seu próprio canal no Youtube. Essa é a mais nova ferramenta para você assistir aos nossos vídeos e acompanhar os programas de web produzidos pela entidade. O canal foi criado com o objetivo de estender a comunicação e atualizar os trabalhadores sobre as novidades do Sindicato. Lá você pode acompanhar de forma interativa entrevistas e eventos da instituição. Para entrar em nosso canal, basta acessar o link http://www.youtube.com/user/Sintetel ou entrar no site da entidade e clicar no botão em miniatura que está localizado na margem superior da homepage.

Acesse: http://www.youtube.com/user/Sintetel


ÍNDICE

EM REVISTA

Entrevista -

“Uma parceria vitoriosa”.................................

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Joel Ricci fala sobre as conquistas da parceria do Sintetel com o Instituo Apse.

Fique por dentro - A tecnologia 3D veio para ficar ............ 9 Especialista acredita que recurso não é um modismo.

Saúde - Voz é coisa séria ..................................................... 13

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Campanha de conscientização sobre os cuidados com a voz chega à sua oitava edição.

Economia - A nova classe média brasileira ........................... 16 Nos últimos anos, mais de 20 milhões de brasileiros deixaram a pobreza.

Capa - Sintetel completa 68 anos de história ........................ 20

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Sindicato comemora trajetória de lutas e dedicação à classe trabalhadora.

Sindicalismo - Revivendo o passado .................................. 24 Movimento sindical se une e organiza grande evento da Classe Trabalhadora.

Conquista -

Trabalhadores das Lojas Vivo aprovam atuação

do Sintetel ...................................................................................

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Funcionários deixaram de ser terceirizados e foram contratados diretamente pela

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operadora de telefonia móvel.

Artigos

Editorias 4 8 10 18

Editorial Mulher Subsedes Aposentados

28 Notícias 30 Cultura 33 Passatempo

27 A mídia partidária - Coluna da imprensa 32 Coisas boas - João Guilherme Vargas Netto 34 Adeus, Zanganor - Paulo Rodrigues LINHA DIRETA em revista  3


Editorial

Não podemos perder o foco Após o término da Copa do Mundo de Futebol, o Brasil volta seus olhos para as eleições que ocorrerão no mês de outubro. O movimento sindical está unido em torno de claros objetivos determinados no dia 1º de junho, durante a Conferência Nacional da Classe Trabalhadora. Queremos Almir Munhoz * que o próximo presidente da República preze pelo desenvolvimento com soberania, democracia e valorização do trabalho. Por isso não podemos perder o foco em nossa luta. As eleições gerais de 2010 serão um momento decisivo para o Brasil e para a democracia que ajudamos a construir. A campanha eleitoral vai começar e teremos uma disputa bastante acirrada entre diferentes projetos políticos. A classe trabalhadora e os sindicalistas têm a responsabilidade de participar ativamente deste processo. Não esqueçamos que além das eleições majoritárias (presidente e governador) teremos votação para senador e deputados federais e estaduais. Nosso compromisso é eleger aqueles candidatos que se alinham aos nossos anseios, à nossa expectativa e à nossa luta. É com muito pesar que informo a perda dos companheiros Bráulio Moura da Silva e Gonçala Cruvinel, que tanto contribuíram para o crescimento do Sintetel nas últimas décadas. Somos solidários às famílias dos nossos amigos e, certamente, guardarei um espaço especial para eles em meu coração. Mas é com alegria que eu recomendo a leitura da 9ª edição de Linha Direta em Revista que chega, mais uma vez, em suas mãos. Ressalto a importância de responder, sem qualquer custo, a pesquisa que segue encartada nesta edição. Será muito importante saber a sua opinião e tê-lo como leitor. Boa leitura. * Almir Munhoz é presidente do Sintetel.

Cartas Colabore com a revista. A sua opinião é muito importante para o Sintetel.

Você pode enviar as suas sugestões, opiniões e comentários para a redação de Linha Direta em Revista. Basta encaminhar um e-mail para sintetel.imprensa@gmail.com, ligar para (11) 3351-8892 ou mandar uma carta para o seguinte endereço: Rua Bento Freitas, 64 – Vila Buarque CEP: 01220-000 - São Paulo- SP A/C do Depto. de Comunicação

4  LINHA DIRETA em revista

DIRETORIA DO SINTETEL Presidente: Almir Munhoz Vice-Presidente: Gilberto Rodrigues Dourado Diretoria Executiva: Cristiane do Nascimento, Fábio Oliveira da Silva, José Carlos Guicho, Joseval Barbosa da Silva e Marcos Milanez Rodrigues. Diretores Secretários: Alcides Marin Salles, Ana Maria da Silva, Aurea Meire Barrence, Germar Pereira da Silva, José Clarismunde de Oliveira Aguiar, Kátia Silvana Vasconcelos de Barros, Maria Edna Medeiros e Welton José de Araújo. Diretores Regionais: Elísio Rodrigues de Sousa, Eudes José Marques, Jorge Luiz Xavier, José Roberto da Silva, Ismar José Antonio, Genivaldo Aparecido Barrichello e Mauro Cava de Britto. Jurídico: Humberto Viviani juridico@sintetel.org.br OSLT: Paulo Rodrigues oslt@sintetel.org.br Recursos Humanos: Sergio Roberto rh@sintetel.org.br COORDENAÇÃO EDITORIAL Diretor Responsável: Almir Munhoz Jornalista Responsável: Marco Tirelli MTb 23.187 Revisão Geral: Amanda Santoro MTb 53.062 Redação: Amanda Santoro, Emilio Franco Jr., Marco Tirelli e Renata Sueiro Diagramação: Agência Uni (www.agenciauni.com) Fotos: J. Amaro (www.jotamaro.com.br) Colaboradores: João Guilherme Vargas Netto, Paulo Rodrigues e Theodora Venckus Impressão: Gráfica Unisind Ltda. (www.unisind.com.br) Distribuição: Sintetel Tiragem: 25.000 exemplares Periodicidade: Trimestral Linha Direta em Revista é uma publicação do Sindicado dos Trabalhadores em Telecomunicações no Estado de São Paulo | Rua Bento Freitas, 64 Vila Buarque | 01220-000 | São Paulo SP | 11 3351-8899 www.sintetel.org | sintetel@sintetel.org.br SUBSEDES ABC: (11) 4123-8975 sintetel_abc@uol.com.br Bauru: (14) 3231-1616 sintetel_bru@uol.com.br Campinas: (19) 3236-1080 subtel.cas@terra.com.br R.Preto: (16) 3610-3015 subribeirao@sintetel.org.br Santos: (13) 3225-2422 subsede.santos@terra.com.br S.J.Rio Preto: (17) 3232-5560 sindicato.sp@terra.com.br V. Paraíba: (12) 3939-1620 sintetel_sjc@uol.com.br O Sintetel é filiado à Fenattel (Federação Nacional dos Trabalhadores em Telecomunicações), à UNI (Rede Sindical Internacional) e à Força Sindical. Os artigos publicados nesta revista expressam exclusivamente a opinião de seus autores.


ENTREVISTA

“Uma parceria vitoriosa” Da redação Joel Ricci é empresário com formação em economia e ciências comportamentais. Foi professor na ADVB – Associação dos Dirigentes de Venda e Marketing do Brasil – sobre técnicas de liderança para supervisores e gerentes da área comercial. No final dos anos 90, ele foi apresentado ao Sintetel para desenvolver um trabalho com os diretores e funcionários. Diante do sucesso da empreitada e seguindo o ritmo natural dos acontecimentos, deu-se início a uma parceria de sucesso com o Sintetel que completa mais de uma década. A seguir, os principais trechos da entrevista concedida à publicação Linha Direta em Revista.

Linha Direta em Revista: Quando surgiu a ideia de firmar parceria com o Sintetel para ministrar cursos de qualificação profissional? Joel Ricci: Foi em dezembro de 1999. Nessa ocasião, o presidente Almir Munhoz desejava que seus diretores e funcionários desenvolvessem todo o potencial e tivessem conhecimentos do seu crescimento pessoal e profissional. Até 2006 realizamos treinamentos sobre as características universais de sucesso, ou seja, na área comportamental. Alguns dos módulos desses treinamentos eram: sobre Comunicação e Motivação, Identificando Sentimentos e Emoções, Como Potencializar a Criatividade, Como ter Iniciativa Objetiva e Conceitos de liderança transacional e Empatia. LD: O que é o Instituto Apse e quais são seus objetivos? JR: O APSE é uma OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), empresa sem fins lucrativos. O objetivo é realizar vários treinamentos e cursos que preparem as pessoas para enfrentar o mercado de trabalho. Todos esses programas são subsidiados pelo Sintetel, Telefônica, TGestiona, Atento do

Brasil, entre outras empresas. Dentro de pouco tempo receberemos verba do governo federal para realizar cursos avançados de teleatendimento. Essa atividade é a que mais emprega e se expande no Brasil e em boa parte do mundo. Os participantes receberão esse curso gratuitamente, além das despesas de condução e lanche. Desejamos também prepará-los para as futuras entrevistas de recrutamento e seleção. Os candidatos precisam saber como devem se comportar diante dos entrevistadores e psicólogos, que roupa vestir, quais atitudes devem transmitir, e assim por diante. LD: Quantos trabalhadores já foram qualificados pela parceria Sintetel e Instituto Apse? JR: Recebemos diariamente cerca de 100 a 120 candidatos e alunos. Eles passam por triagem e por cinco testes. Os aprovados vão ao treinamento e são encaminhados às empresas parceiras. A relação Sintetel / Instituto Apse já colocou no mercado de trabalho, em um ano e meio, aproximadamente nove mil pessoas. Formou, em Elevação de Escolaridade, cerca de 180 alunos. A Fundação Telefônica em parceria com o Sintetel LINHA DIRETA em revista  5


ENTREVISTA

“Mão de obra existente nem sempre possui a qualificação exigida pelas empresas” / Instituto Apse é uma ferramenta que orienta o futuro profissional de acordo com sua aptidão.

incumbiu o Instituto Apse para a realização do PREJAL – Programa de Empregabilidade de Jovens para a América Latina, com recursos da OIT (Organização Internacional do Trabalho) da Europa. Esse programa, além de empregar todos os participantes, recebeu o prêmio de melhor desempenho na área de Responsabilidade Social. Aqueles que não são aprovados de imediato permanecem no nosso Banco de Talentos para futuras oportunidades. Atualmente damos orientação vocacional e profissional aos que não foram admitidos na primeira entrevista. Procuramos mostrar alternativas profissionais, escolas e faculdades de acordo com o perfil de cada um. Esse trabalho aumenta consideravelmente a

“Dentro de pouco tempo receberemos verba do governo federal para realizar cursos avançados de telemarketing” 6  LINHA DIRETA em revista

autoestima deles. LD: Qual curso pode ser considerado “carro chefe” da parceria com o Instituto Apse? JR: A OVP – Orientação Vocacional e Profissional. Esse programa orienta as pessoas sobre suas reais competências e habilidades. A OVP mostra com clareza e objetividade em quais áreas, carreiras, especialidades e nível de aptidão cada aluno/candidato tem no mercado de trabalho. Esse instrumento é inédito. Encontramos em todas as empresas, em todos os níveis hierárquicos, pessoas dominadas por um forte sentimento de insegurança e frustração. Pessoas que se sentem infelizes no seu trabalho, em sua função. Após pesquisas verificamos que muitas delas trabalham numa atividade para a qual não tem aptidão. Como eles se formaram? Por que realizaram determinado estudo ou faculdade? Os pais muitas vezes influenciam seus filhos a se tornarem o que eles próprios não conseguiram ou não puderam ser. Eles não se dão conta que seu filho não tem aptidão para aquela área. A mídia influencia os jovens. A escola e as pessoas de sucesso também. São pessoas que passam anos estudando para, num determinado momento, perceber em que não é aquilo o que querem. A OVP do Sintetel

LD: Qual a porcentagem de absorção das pessoas treinadas pelo Centro Profissionalizante no mercado de trabalho? JR: Varia entre 20% a 50%, dependendo das exigências de cada parceiro. Em função desses percentuais orientamos os candidatos a seguirem outras alternativas de acordo com suas características profissionais. LD: Quais os principais cursos ministrados por vocês? JR: Telemarketing – preparamos pessoas para o mercado de callcenter; Proauto – Programa Motivacional de Auto Conhecimento, um curso sobre autoconhecimento; OVP – Orientação Vocacional e Profissional; e Liderança Transacional. Atendemos com carinho especial os jovens com necessidades especiais. Eles fazem curso de Elevação de Escolaridade (ensino médio), são diplomados e encaminhados ao mercado de trabalho. Outros frequentam nosso laboratório de informática. Temos cursos de informática avançada e para iniciantes. LD: Como está constituída e como funciona a estrutura do Instituto Apse? JR: Sendo uma empresa sem fins lucrativos, podemos realizar cursos com verbas da iniciativa privada e governamen-


ENTREVISTA tal. Quatro diretores e três conselheiros compõem a nossa estrutura total. LD: Como funciona a parceria entre o Sintetel e o Instituto? JR: O presidente Almir Munhoz deseja que o Centro de Formação Profissional Sintetel seja uma escola que prepare profissionais para enfrentar o futuro mercado de trabalho. Ele incumbiu a Apse de realizar todos esses programas. A Apse elabora os cursos, treinamentos e demais programas segundo orientação do presidente, que aprova ou modifica o planejamento anual. A Apse / Sintetel contrata os melhores profissionais para ministrarem seus cursos e treinamentos. São profissionais que possuem perfil e especialização em sua área de atuação. Atualmente dispomos de quatro psicólogas, uma pedagoga, um professor universitário, seis coordenadores de RH, um departamento de convocação com seis estagiárias, três recepcionistas, um professor de informática e uma programadora.

de novos cursos e programa que atendam ao mercado. Assim, será possível aumentar o percentual de colocação no mercado de trabalho. LD: Então existe a perspectiva de crescimento com a possível implantação de novos projetos? JR: Sem dúvida nenhuma. O presidente Almir deseja ampliar a atuação no mercado e a Apse está elaborando novos projetos para associados e familiares que também atendam o mercado de maneira geral. LD: Qual a avaliação que o Sr. faz da trajetória desta parceria desde a inauguração, em 2006, do Centro de Formação Profissionalizante Sintetel?

“Recebemos diariamente cerca de 100 a 120 candidatos e alunos” JR: É só analisar os resultados alcançados e já divulgados. Essa parceria é vitoriosa. A Apse, sem dúvida, cumpriu com sua obrigação, porém, a visão estratégica daquilo que poderia e deveria ser realizado com sucesso é do presidente Almir Munhoz.

LD: Com o aquecimento do mercado de trabalho brasileiro quais os reflexos diretos no trabalho desenvolvido pela parceria? JR: Sensível aumento na demanda. Esse aquecimento trouxe à tona uma realidade: a mão de obra existente nem sempre possui a qualificação exigida pelas empresas. Em função dessa realidade, o Sintetel e Apse estudam a abertura

“Após pesquisas verificamos que muitas pessoas trabalham numa atividade para a qual não tem aptidão” LINHA DIRETA em revista  7


MULHER

ELAS

São que darão as cartas? Pela primeira vez, o Brasil tem chances reais de eleger uma mulher presidente da República Emilio Franco Jr. Que as mulheres conquistaram seu espaço no mercado de trabalho ninguém duvida. Até mesmo profissões antes dominadas pelo sexo masculino já contam com forte presença delas, como é o caso das frentistas. Da mesma maneira, não causa estranheza a crescente participação feminina em cargos de liderança e também na política.

A jovem Mariana Lanfranchi, de 21 anos, é prova de que o raciocínio do sociólogo está correto. Ela afirma que já decidiu seu voto em Dilma Rousseff e que isso nada tem a ver com o fato de ela ser mulher. “Fiz essa opção pelas propostas e porque Dilma representa a continuidade de um governo que eu aprovo, não pelo fato de ser mulher”, explica.

E isso já não ocorre mais em função da obrigatoriedade prevista na legislação de que cada partido tenha, pelo menos, 30% de seus candidatos do sexo feminino. Com o passar do tempo, a mentalidade da população e dos próprios políticos mudou e, em 2010, elas aparecem com força no cenário eleitoral.

Do ponto de vista sociológico, a chegada da mulher ao cargo de maior poder do País representa um avanço nas lutas pela igualdade de direitos e emancipação social. “Acredito que com o quadro político que se desenha, as mulheres terão muito mais espaço na vida política nacional”, afirma o sociólogo Lejeune referindo-se à dianteira de Dilma Rousseff nas pesquisas de intenção de voto. “Deveremos ter avanços incomparáveis em questões como o direito de decidir sobre ter filhos não planejados e o aborto como uma questão de saúde pública”, pondera. “Tenho certeza de que os negros, idosos e as mais distintas orientações sexuais terão assegurados seus direitos na sociedade, ainda marcada por discriminações”.

O Brasil se depara com uma situação inédita: duas mulheres concorrem à presidência com chances reais de serem eleitas. A candidata petista, a ex-ministra Dilma Rousseff, aparece na liderança das recentes pesquisas de intenção de voto, seguida de perto por José Serra. Mais atrás vem a também ex-ministra Marina Silva, reconhecida por sua luta em defesa do meio ambiente no período em que chefiou o ministério dedicado à causa. O discurso das candidatas não se prende ao fato de serem mulheres. Elas pretendem transmitir confiança ao eleitor no que diz respeito às suas competências para gerir o País. Para o sociólogo Lejeune Mirhan, as mulheres têm uma elevada sensibilidade, a mais importante delas é a social. “As mulheres fazem gestões voltadas para auxiliar os mais desfavorecidos na sociedade”, afirma. “Existem muitas experiências positivas de administrações com mulheres à frente do executivo municipal, como são os casos de Marta Suplicy e Luiza Erundina em São Paulo e Luciana Santos em Olinda”, pontua. Ele explica que a marca dessas gestões foi olhar para aqueles que mais precisam. A maioria do eleitorado brasileiro é composta por mulheres, portanto, o voto feminino pode decidir por si só quem serão os ocupantes dos cargos legislativos e executivos. “O eleitor vota de acordo com programas, com emoção, com identificação de histórias de vida. Pode ser homem ou mulher, branco ou negro, hétero ou homossexual. Ele vota com sua consciência”, explica. “Se o candidato possui uma proposta com a qual o eleitor se identifica, o voto está assegurado”, sentencia. E ao analisar os dados que mostram a preferência momentânea do eleitorado feminino por um candidato homem, ele garante: “é uma besteira dizer que mulher não vota em mulher”. 8  LINHA DIRETA em revista

Mariana acredita que existem diferenças entre governos de homens e mulheres, mas pondera que essa distinção não é tão gritante. Mesmo assim, ela diz que a vitória de Dilma ou de Marina significará mais um avanço e será sinal de que o povo está preparado para novas mudanças. É exatamente isso o que concluiu o sociólogo Lejeune Mirhan. “A escolha do presidente Lula pelo nome de Dilma é emblemática. O primeiro operário a presidir o Brasil poderá eleger a primeira mulher presidente da República”.

Sociólogo mostra o significado de eleger mulheres para cargos políticos


FIQUE POR DENTRO

A tecnologia 3D veio para ficar Renata Sueiro A primeira exibição do recurso tridimensional, em meados dos anos 20, foi do filme “The Power of Love”, dos diretores Nat G. Deverich e Harry K. Fairall. Nos anos 50, com o declínio do cinema, os cinematógrafos evoluíram a tecnologia com o objetivo de conter a crise. Nesta década, a tecnologia tridimensional conquistou o patamar de destaque na indústria do entretenimento. Os professores de Eletrônica e Telecomunicações da ETEC Getúlio Vargas, Carlos Henrique Faria e Nelson Zaragoza Júnior, afirmam que o segmento da tecnologia 3D vai se consolidar no mercado e que a evolução trará amplas possibilidades na captação e reprodução de informação. “O tridimensional é um desejo do ser humano. Ele apresenta vantagens como buscar detalhes e a projeção do volume aproxima a imagem do real”, declara Zaragoza. “Acredito que o advento do tridimensional é excelente, não é um modismo, ele vai ficar e vai continuar em função das necessidades que as pessoas têm de ter um retorno visual, uma análise mais profunda do que está assistindo. O 3D proporciona ao indivíduo uma visão mais assertiva”, diz Carlos Henrique. A Sony é uma das empresas a dar suporte e orientar a expansão da tecnologia. Algumas ações promovidas pela marca proporcionaram a captação e geração de sinal em 3D no Brasil em situações especiais, como o Carnaval, no Sambódromo do Rio de Janeiro e a Fórmula Indy, em São Paulo. Segundo o gerente de Comunicação e Propaganda da Sony Brasil, Lúcio Pereira, a empresa tem como objetivo alcançar a liderança em todos os aspectos do tridimensional. “O patrocínio da Copa do Mundo nos permitiu avançar nesta tecnologia. Espectadores de todo o mundo se sentiram na África do Sul”, declara.

Como funciona o 3D A tecnologia é produzida a partir de duas câmeras cinematográficas que registram a mesma ação com o tempo igual de exibição para ambas, porém, com distâncias distintas. Dessa forma cada câmera é referente a um olho humano. A junção das filmagens é feita e o restante depende de qual processo será utilizado.

3. Óculos shutter ativo – As perspectivas são projetadas alternativamente sobre a tela, um sinal é enviado para os óculos que escurecem uma lente por vez, conforme a perspectiva exibida na tela, projetando uma visualização diferente para cada olho. 4. Paralaxe – Nesse sistema uma barreira divide a luz em diferentes direções permitindo que cada olho veja uma imagem diferente. As duas perspectivas são exibidas na tela e dispensa a utilização de óculos. Pessoas que apresentam deficiências como estrabismo (perda do paralelismo entre os olhos) ou ampliopia (redução ou perda da visão em um dos olhos) não conseguem visualizar a projeção em 3D.

Contra Indicações A tecnologia tem apresentado alguns desconfortos para os telespectadores. Entre os sintomas estão vertigens, náuseas, cansaço ocular, dor de cabeça, visão turva, irritação e tontura. Segundo o professor Nelson Zaragoza Júnior, alguns desses sintomas podem aparecer devido à falta de costume. “As pessoas devem se adaptar. Os enjoos e ânsias diminuem com o tempo. Creio que seja um transtorno inicial, depois virá uma acomodação e a adaptação ao 3D”, explicita Zaragoza.

Lançamento Em agosto chegou ao mercado a maior aposta da Sony: a TV Bravia XBR-LX905, primeiro modelo 3D da marca no Brasil, em 60 e 52 polegadas. Dois óculos para visualização em 3D acompanham o equipamento. O aparelho chega com o preço que varia entre R$ 12 a 15 mil, dependendo do tamanho do televisor. Como todo lançamento, o valor ainda é alto e não cabe no bolso da maioria dos brasileiros, mas tende a reduzir com o tempo.

Os principais sistemas de reprodução da tecnologia 3D são: 1. Anáglifo - Duas imagens com diferentes cores são exibidas e cada uma delas mostra uma perspectiva diferente. Os óculos com lente vermelha e azul têm a função de filtrar as diferentes cores. 2. Óculos polarizados – Duas imagens têm polarizações distintas e os óculos polarizados filtram a imagem permitindo que cada olho visualize uma imagem. LINHA DIRETA em revista  9


SUBSEDES

Sindicato mais perto do trabalhador O Sintetel, por meio da subsede de Campinas, instalou dois escritórios avançados para melhor atender o trabalhador de uma das maiores regiões representados pela entidade. Conheça como funciona e quem são os responsáveis pelos postos de Jundiaí e Sorocaba Marco Tirelli

Sintetel na terra da uva Quando se fala em Jundiaí, logo vem à mente as famosas festas do morango e da uva. Mas a região é muito mais do que isso. Os arredores de Jundiaí, até início do século XVII, eram habitados exclusivamente por povos indígenas de origem tupi-guarani, que se dedicavam à produção de milho e mandioca. O nome Jundiaí é um vocábulo de origem tupi e vem da palavra “jundiá”, que significa “bagre” e “y” significa “rio”. Alguns estudiosos também consideram o termo “yundiaí” como “alagadiços de muita folhagem e galhos secos”. Os primeiros colonizadores chegaram à região em 1.615. Apesar das controvérsias dos historiadores, a versão mais aceita sobre a fundação do município remete à vinda de Rafael de Oliveira e Petronilha Rodrigues Antunes que, por motivações políticas, fugiram de São Paulo e refugiaram-se nos arredores, fundando a Freguesia de Nossa Senhora do Desterro, que foi elevada à categoria de Vila em 14 de dezembro de 1.655. A partir da segunda metade do século XIX a produção cafeeira ganhou força para o oeste e isso promoveu o crescimento da cidade, e junto com o café vieram a ferrovia e as indústrias. Neste contexto, os grandes produtores rurais passaram a buscar novos trabalhadores e teve início o amplo processo de imigração, com a participação direta do Governo Federal. Os primeiros foram os italianos. Depois, outros europeus foram instalados no comércio e na lavoura e alguns passaram rapidamente de colonos a proprietários, incrementando a atividade agrícola. A imigração estimulou o crescimento comercial e industrial e, ainda, do segmento de serviços e infraestrutura urbana. Atreladas ao ciclo do café, a chegada da ferrovia e a urbanização impulsionaram Jundiaí ao desenvolvimento industrial. A Estação Ferroviária de Jundiaí (hoje tombada pelo patrimônio histórico do Estado de São Paulo) foi inaugurada após sete anos de obra, em 1867. Denominada de São Paulo Railway, ela ligava a cidade portuária de Santos a São Paulo e Jundiaí. Aos poucos, tanto os imigrantes como seus descendentes foram se integrando à comunidade jundiaiense, destacando-se principalmente pela força de seu trabalho, herança dos primeiros colonos. Hoje, mais de 75% da população de Jundiaí é descendente de imigrantes italianos, ajudando a constituir uma das maiores colônias da raça em todo o Brasil. Jundiaí destaca-se, atualmente, no desenvolvimento das áreas cultural, educacional, tecnológica e ambiental. A indústria do lazer também está incrementando a economia da cidade, com a instalação de parques temáticos que atraem 10  LINHA DIRETA em revista


SUBSEDES turistas e geram empregos. Foi nesta importante região que o Sintetel instalou seu escritório. O posto avançado de Jundiaí funciona quase como uma subsede. “Fazemos homologações, agendamos colônia de férias e uma vez por mês temos a Comissão de Conciliação Prévia, a CCP”, destaca Cássia Maria Kohler Turquetto, responsável pelo escritório. Além disso, Cássia conta que, além de atender todos os trabalhadores, até algumas empresas que desejam se instalar na região solicitam informações. O atendimento é feito não só para os trabalhadores de Jundiaí como para toda região. O local foi criado há quatro anos e em dezembro completará mais um ano de existência. “O escritório está localizado em uma área de fácil acesso e com grande espaço para estacionamento”, destaca Cássia. A representação de uma grande empresa de teleatendimento na cidade de Jundiaí em 2006 foi um dos principais motivos que levaram o Sintetel a instalar-se lá com o objetivo de atender o grande número de trabalhadores.

de fiscalização da Telefônica”. Além de trabalhar na empresa, Cássia foi também diretora da Fenattel e da Força Sindical. Quando saiu da empresa, ela ficou por oito meses distante do meio sindical até ser chamada pelo atual presidente do Sintetel, Almir Munhoz, para assessorar a entidade na área de segurança do trabalho. “Sou técnica de segurança do trabalho e o presidente do Sindicato me chamou para ajudá-lo com isso”, conta. Quando a direção do Sindicato criou o escritório de Jundiaí, Cássia foi destacada para coordenar o trabalho na região. “Hoje dou expediente na sede do Sintetel às segundas e terças-feiras e de quarta à sexta-feira fico no escritório de Jundiaí”, explica.

O escritório de Jundiaí é maior que muitos sindicatos da região. Para se ter uma ideia existem sindicatos com dois mil representados enquanto a pequena regional de Jundiaí representa mais de quatro mil trabalhadores.

Rua Comendador Vicente Rossi, 35

Quem responde pelo escritório de Jundiaí

Tel. (11) 4586-4892 – e-mail: cássia@sintetel.org.br

Cássia Maria Kohler Turquetto nasceu em Jundiaí, em 10 de fevereiro de 1962, e trabalhou na Telefônica durante 24 anos. “Na empresa eu atuei em diversas áreas, comecei como telefonista e o meu último cargo foi o de assistente de suporte de gestão, no setor

Escritório de Jundiaí Jardim Morumbi – Cep: 13209-205 Atendimento das 9h às 17h sem intervalos, de quarta à sexta-feira. O escritório abrange 30 cidades (Bragança Paulista, Itu, Atibaia, Campo Limpo, Várzea Paulista, Cabreúva, entre outras), 8 empresas e cerca de 3.500 trabalhadores.

Sindicato está no berço do tropeirismo Sorocaba é famosa pela tradicional festa dos tropeiros que foi tema de uma série do programa Globo Rural. Nos Séculos XVII e XVIII, os tropeiros eram parte da vida da zona rural e cidades pequenas no sul do Brasil. Vestidos como gaúchos, com chapéus, ponchos e botas, os tropeiros dirigiram rebanhos de gado e levaram bens por esta região para São Paulo, comercializados na feira de Sorocaba. De São Paulo, os animais e mercadorias iam para os estados de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.

Um pouco de história Em 1654, o capitão Baltazar Fernandes mudou-se para a região e fundou um povoado, ao qual deu o nome de Sorocaba, que na linguagem Tupi-Guarani significa “Terra Rasgada”. Como incentivo para o povoamento da região, doou terras aos monges beneditinos de Parnaíba, com a condição de que estes construíssem um convento e uma escola, que funcionaria como centro gerador de cultura. Na época, o comércio de índios era a principal fonte de renda, que a partir do século XVII foi substituída por outra atividade ligada ao comércio: as feiras de muares. A primeira tropa passou pelas ruas de Sorocaba no ano de 1733, conduzida pelo Coronel gaúcho Cristóvão Pereira de Abreu, um dos fundadores do Rio Grande LINHA DIRETA em revista  11


SUBSEDES do Sul. Sem saber, Pereira de Abreu estava fazendo história e inaugurando um novo ciclo, o do Tropeirismo.

os trabalhadores”, conta Laura da Glória Tristão, responsável pelo escritório.

Sorocaba, com o passar dos anos, devido a sua posição estratégica, tornou-se marco obrigatório para os Tropeiros, eixo econômico entre o Norte, o Nordeste e o Sul. A cidade, com o fluxo de tropeiros, ganhou uma Feira de Muares, onde brasileiros de todos os Estados reuniam-se para comprar e vender animais.

A rotina diária do escritório não é diferente das subsedes. Resumese no atendimento aos trabalhadores da ativa e aos aposentados, homologação e agendamento de períodos nas colônias. “Aqui eu faço praticamente tudo, pois assim como a Cássia do escritório de Jundiaí, eu também trabalho sozinha”, explica Laura.

O grande fluxo de pessoas e de dinheiro proporcionou desenvolvimento do comércio e da indústria caseira, baseado na confecção de facas, facões, redes, doces e objetos de couro para montaria.

Quem responde pelo escritório de Sorocaba

Novos ciclos de desenvolvimento marcaram a história de Sorocaba, incrementando a partir de 1875, com a inauguração da Estrada de Ferro Sorocabana. Indústrias têxteis de origem inglesa instalaram-se na cidade e tornaram-na conhecida como a Manchester Paulista. Foi pelos trilhos da velha Sorocabana que chegou o progresso e logo o pequeno vilarejo desdobrou seu espaço, multiplicou sua população, passou a cidade, chegou a município e acabou investida na condição de Comarca.

Laura da Glória Tristão é uma antiga conhecida da categoria. Iniciou sua carreira no setor de telecomunicações em 3 de abril de 1965 na antiga Cia. Telefônica Brasileira – CTB. “Meu primeiro cargo foi de telefonista e o último, antes de me aposentar, foi de auxiliar administrativo II”, conta.

Há dez anos era criado o escritório de Sorocaba

Laura nasceu em Porto Feliz, mas foi criada em Pereiras. Em 1965, mudouse para Sorocaba e nunca mais deixou a cidade. Foi em 1993 que Laura se aposentou e, posteriormente, em 1999 se desligou da empresa. “Fiquei durante seis meses trabalhando para uma empreiteira e lecionando Inglês e Português nos ensinos médio e fundamental”, lembra.

No dia 5 de dezembro completará dez anos da criação do primeiro escritório avançado do Sintetel. Ele foi criado mediante as dificuldades que a subsede de Campinas encontrava para fazer as homologações e os demais trabalhos sindicais. “A distância era o grande obstáculo. Ficava muito longe para os diretores visitarem com frequência a região e havia necessidade em atender

Foi então que o atual presidente do Sintetel, Almir Munhoz, formalizou o convite para que Laura comandasse a nova empreitada do Sindicato na região de Sorocaba. “Antes de vir para cá atuei no Sintetel como delegada sindical convidada pelo então presidente Geraldo de Vilhena Cardoso e o último cargo foi o de diretora da região de Sorocaba”, comenta.

A história de Sorocaba está presente em edifícios seculares, verdadeiras relíquias da arquitetura, como o Mosteiro de São Bento, com suas paredes de taipa; a Igreja Catedral, a Casa da Marquesa de Santos (Museu Histórico Sorocabano), o Casarão de Brigadeiro Tobias, Estação Ferroviária, entre outros.

Na ABET Laura faz parte do conselho administrativo e, segundo ela própria, o cargo ajuda no auxílio do pessoal que procura o Sindicato. “Acabo passando orientação para muita gente, inclusive na procura de médicos que atendam pelo convênio na região”, destaca. Sócia do Sintetel desde maio de 1965, Laura sente-se realizada. “A impressão que tenho é que sempre trabalhei aqui. Sinto-me em casa, gosto de ajudar o povo e gosto de trabalhar para o Sindicato”, complementa.

Escritório de Sorocaba Rua Sarutaiá, 220 – Centro – Cep: 18035-190 Tel. (15) 3233-8586 ou 3212-4800 e-mail: lauragtristao@hotmail.com Atendimento das 8h30 às 17h30, de segunda à sexta-feira. O escritório abrange 15 cidades (Itapetininga, Porto Feliz, Araçoiaba da Serra, Tatuí, entre outras), cinco grandes empresas, além das telefonistas particulares e representa cerca de 1.500 trabalhadores. 12  LINHA DIRETA em revista


SAÚDE

Saúde vocal é coisa séria A campanha de conscientização intitulada Dia da Voz chega à sua oitava edição com repercussão mundial Renata Sueiro A voz é um fenômeno próprio produzido pelo homem, que identifica não somente a sua idade, sexo e tipo físico, mas também age como um dos meios mais fortes para identificar as nossas características de personalidade e estado emocional. Ela é a forma mais comum de comunicação.

Segundo a fonoaudióloga especialista em voz Márcia Karelisky, esse predomínio de doenças da voz em mulheres é comum devido à anatomia da laringe feminina. “A corda vocal da mulher tem espessura mais fina e vibra 200 vezes por segundo”, explica a fonoaudióloga.

Por ser um dos sustentáculos das relações sociais e da vida profissional, a voz, desde 1999, conta com uma campanha mundial anual realizada todo dia 16 de abril. O Dia Mundial da Voz, uma iniciativa do Dr. Nédio Steffen, da Sociedade Brasileira de Laringologia e Voz (SBLV), surgiu quando ele percebeu que a população, independente da classe social, era muito carente de informações sobre o tema. Em 2003, o Dia Mundial da Voz foi oficializado. Atualmente, países sul-americanos e europeus como Portugal, Espanha, Suíça, Itália, Argentina, Chile, Venezuela e EUA também estão envolvidos na campanha, trazendo mais credibilidade e popularidade ao projeto.

As pesquisas também revelaram que as alterações mais frequentes encontradas em homens e mulheres foram edema, nódulos vocais e hiperemia, que são disfonias causadas pela utilização indevida da voz. Os sintomas são inchaço, vermelhidão e irritação, respectivamente.

O evento tem como objetivo orientar os cidadãos sobre os cuidados que devem ter com a voz, pois muitos mitos, como o de que a rouquidão é algo normal ou uma característica própria, são amplamente divulgados pela sociedade. Contrariando esta crença, tais alterações na voz podem eventualmente ser uma mutação grave na saúde do paciente. Os distúrbios são consequências de doenças ou alterações na estrutura responsável pela emissão da fala – as pregas vocais. Muitas vezes, essas doenças se dão graças ao mau uso da voz.

Profissionais em teleatendimento do Estado de São Paulo declaram ser portadoras de alterações na voz e solicitam melhores condições na área da saúde. “Trabalho em callcenter há sete anos e, em 2005, comecei a sentir dores e rouquidão constante. O diagnóstico revelou que eu tinha nódulos vocais”, afirmou D.S.S, 31, teleatendente da empresa Atento. “Posteriormente o médico solicitou repouso e, meses depois, voltei a trabalhar. Até hoje tenho os problemas”, completou. “Os sintomas se agravaram gradualmente, das dores à ausência da voz. Cheguei a tomar antibiótico e, seis meses após o tratamento, ainda sinto

Pesquisas apontam que cerca de 40% da população ativa utiliza a voz como instrumento de trabalho, especialmente os operadores de callcenters. Para eles, a fala é indispensável e, por isso, deve receber atenção intensificada. Estima-se que de 5% a 8% desses profissionais são portadores de alguma dificuldade vocal que possa atrapalhar a comunicação, como rouquidão, esforço e cansaço ao falar. Um estudo feito pela Universidade Federal de Santa Catarina na área de teleatendimento revelou que, dos 562 trabalhadores entrevistados, apenas 180 (31,67%) não mostraram alterações nos exames de videolaringoestroboscopia. As outras 384 pessoas apresentaram alterações na laringe. O estudo revelou que houve predomínio de nódulos vocais em teleatendentes mulheres.

Márcia Karelisky, fonoaudióloga e diretora da Comunicato, fala sobre os cuidados com a saúde da voz

LINHA DIRETA em revista  13


SAÚDE cansaço e dores”, finalizou D.S.S. “Acho um descaso com o trabalhador a falta de prevenção e orientação dessas doenças, afinal a voz é a nossa ferramenta de trabalho”, disse V.R.A, 35, também teleatendente da Atento.

Produção vocal Para tratar corretamente a sua voz é preciso entender como ela é produzida. O processo, que é feito a partir dos sistemas respiratório e digestivo, emite a voz em função da corrente de ar que é fornecida pelos pulmões. Este ar passa pela laringe permitindo a vibração das pregas vocais (cordas vocais), produzindo o som que é amplificado pela laringe, boca e nariz. Por fim, esta voz é articulada na boca, transformando-se em sons claros e inteligíveis. Mudança no timbre, fazer força para falar, voz fraca no final do dia, cansaço vocal, falhas, ardências, perda e rouquidão por mais de 15 dias são alguns dos indicativos de que algo não vai bem. Caso esses sintomas persistam, a pessoa deve procurar um médico otorrinolaringologista ou um fonoaudiólogo para obter diagnóstico sobre sua laringe e qual a melhor atitude a ser tomada. Se houver alguma alteração, o especialista irá auxiliar em hábitos vocais mais propícios para a saúde da voz.

Cuidados Para prevenir e manter a voz saudável existem alguns cuidados diários que devem ser tomados. Veja abaixo: Hábitos diários • Não grite; • Não pigarreie; • Evite alimentos que causem azia e má digestão; • Fale em volume moderado, evitando usar um som forte; • Evite conversar em ambientes ruidosos, com cheiros fortes, poeira e mofo; • Evite o fumo, bebidas alcoólicas e drogas, pois fazem mal para o corpo e afetam a voz; • Beba água diariamente, pelo menos oito copos, principalmente durante as atividades que usam a voz; • Repouse a voz durante 15 minutos após o período do uso profissional; • Durma a quantidade de horas adequada para recuperar as energias diárias; • Siga diariamente as orientações das atividades de aquecimento e desaquecimento vocal passadas pelo médico especialista em voz.

Atenção! A Norma Regulamentadora 17 foi elaborada para contribuir na prevenção, redução e erradicação da incidência de doenças relacionadas ao trabalho. O anexo II presente na NR 17 estabelece os parâmetros mínimos para o trabalho em atividades de teleatendimento, com o objetivo de proporcionar conforto, segurança, saúde e desempenho eficiente dos profissionais em telecomunicações. A norma entrou em vigor dia 2 de julho de 2007. Veja o resumo do anexo II: O anexo determina a obrigatoriedade da capacitação dos trabalhadores incluindo: • Conhecimento sobre os fatores de risco para a saúde; • Métodos de prevenção para a redução dos riscos no trabalho; • Informações sobre sintomas de adoecimento no trabalho; • Treinamento de 4 horas para a admissão; • Reciclagem a cada seis meses com entrega de material impresso; • Ações realizadas durante a jornada de trabalho. Programa de saúde ocupacional e prevenção de riscos: • Detecção precoce de doenças vocais e auditivas no trabalho; • Modelos de diálogos que evitam a carga vocal intensiva; • Estimulo à ingestão freqüente de água; • Redução de ruído de fundo no ambiente de trabalho.

Durante o frio: Cubra-se. Mudanças súbitas de temperatura podem causar choque térmico – que provoca uma descarga de muco e inchaço na região que produz a voz. 14  LINHA DIRETA em revista

Claúdia Leite celebra campanha mundial da voz


SAÚDE

Teste seu conhecimento: 1. Chá de gengibre ou mel são opções de tratamento para a voz ( ) VERDADE ( ) MITO 2. Beber pelo menos 2 litros de líquidos por dia ajuda a manter a voz saudável ( ) VERDADE ( ) MITO 3. Os profissionais em teleatendimento devem aquecer, com exercícios, a voz antes do uso profissional ( ) VERDADE ( ) MITO 4. Pastilhas e spray de farmácia ajudam a melhorar os problemas de voz ( ) VERDADE

( ) MITO

5. Operadores em teleatendimento devem repousar diariamente a voz por no mínimo 15 minutos depois do uso profissional ( ) VERDADE

( ) MITO

6. Os exercícios de aquecimento e desaquecimento, acompanhados por um profissional especializado, ajudam na saúde da voz ( ) VERDADE ( ) MITO 7. Voz cansada, ardência ou rouquidão por mais de 15 dias, que não seja gripe e alergia, pode ser indício de problemas na voz ( ) VERDADE ( ) MITO 8. A mudança brusca na temperatura de alimentos ou líquidos durante a alimentação não prejudica a voz ( ) VERDADE ( ) MITO 9. Comer maçã não ajuda na saúde da voz. A fruta tem como função apenas limpar a cavidade oral devido a sua adstringência ( ) VERDADE

( ) MITO

10. Café e leite prejudicam a voz. A cafeína diminui a produção de líquidos que umedecem a laringe e o leite causa viscosidade na laringe diminuindo a qualidade da voz ( ) VERDADE

( ) MITO

Veja as respostas certas: Resp.: 1.Mito / 2.Verdade / 3.Verdade / 4.Mito / 5.Verdade / 6.Verdade / 7.Verdade / 8.Mito / 9.Verdade / 10.Verdade.

LINHA DIRETA em revista  15


ECONOMIA

A nova classe média brasileira Nos últimos anos, mais de 20 milhões de brasileiros deixaram a miséria Emilio Franco Jr. e Amanda Santoro

Durante o segundo mandato do presidente Lula, muito se falou sobre a nova classe média brasileira – resultado direto da ascensão de 20 milhões de pessoas das camadas D e E para a C. Foi para compreender melhor este fenômeno que a Fecomercio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo) organizou um painel de debates com o intuito de auxiliar o entendimento da nova situação da sociedade brasileira. Inevitavelmente a análise esbarra em questões como o ajuste fiscal, estabilização da economia, expansão da educação, política de aumento do salário mínimo, extensão da aposentadoria e retomada do emprego – todos esses fatores que influem diretamente na formação deste novo cenário. Paulo Rabello de Castro, presidente do Conselho de Planejamento Estratégico da Fecomercio, abriu o painel explicando que os frutos colhidos agora não são apenas resultados das políticas governamentais implantadas pelo Partido dos Trabalhadores (PT). Desde 1994, o País começou a registrar gradativas quedas nos índices de pobreza, consequência direta da estabilidade econômica atingida com a implementação do Plano Real. Aliado a isso, explica Rabello, está o combate sistemático à inflação, fator reconhecido como o grande trunfo para a diminuição das desigualdades. A escalada desenfreada dos preços, principalmente dos alimentos, é o grande vilão para os mais pobres.

Paulo Rabello de Castro coordena painel sobre a nova classe média brasileira

16  LINHA DIRETA em revista

Além do controle da inflação, outro elemento destacado pelo representante da Fecomercio é a devolução da capacidade de consumo da população. Entretanto, Rabello critica a carga tributária. “Aumentar tributos para distribuir renda à população em forma de auxílio não é bom”, afirma. “É repetir o mesmo erro do passado, pois se injeta dinheiro na economia de forma desordenada, o que acaba por gerar uma falsa ilusão da realidade”. Quando afirma isso, Rabello refere-se a esse modelo de consumo no qual todas as camadas da população pagam altos impostos, principalmente os mais pobres – mesmo que eles não percebam que são atingidos pelas cobranças feitas sobre as mercadorias.


ECONOMIA Amaury de Souza, sócio da MCM Consultores Associados, concorda que o resgate das classes mais baixas ainda não é um feito consumado deste governo. Para ele, os principais méritos de Lula foram a valorização dos salários e a correção da aposentadoria. Nesta década, a renda das classes mais baixas subiu 9%, enquanto a dos mais ricos foi elevada em 1%. Isso mostra que a política governamental de transferência de renda não está tirando dos ricos para dar aos pobres, mas sim que a carga tributária que sustenta esse sistema está promovendo uma espécie de achatamento das classes A e B. “Esses impostos são piores ainda para a classe E, pois força com que muitos não saiam da informalidade”, afirma. “São taxações invisíveis porque são pagas por meio de IPI (Imposto sobre Produto Industrializado) e ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviço)”. Quanto à nova classe C, ele questiona se esse é um crescimento sustentável. “Essa classe média é um agente de mudanças? Acredito que estamos longe de ter uma classe média consolidada”, pontua. Uma das características que faz com que Amaury adote este fio condutor de pensamento é a linha tênue entre a formalidade e a informalidade. A classe C acomoda milhões de trabalhadores autônomos, que conseguiram chegar a este patamar por meio da profissão não regulamentada, mas é justamente esta situação que não permite a eles serem elevados às categorias A e B. O nível educacional dos 57 milhões de brasileiros que integram esta faixa social também é um fator de entrave ao seu próprio crescimento. São pessoas que estão com mais dinheiro no bolso, mas em contrapartida possuem apenas oito anos de estudo. Isso acaba por limitar a ascensão no mercado de trabalho que cada vez mais opta por profissionais qualificados que se destacam da mão de obra regular. “A ascensão da classe média já deveria ter ocorrido nos anos 90 e até agora não aconteceu”, sentencia Amaury. “Isso só vai se realizar quando a classe média conseguir poupar, não apenas consumir”, explica. “Quando fizermos a revolução da poupança e moderarmos os gastos públicos, poderemos dizer que resgatamos o País da pobreza, pois não teremos mais as classes D e E”. Luciana Trindade Aguiar, sócia da Plano CDE Consultoria, empresa especializada na camada da população correspondente a essas letras, conta que tem aumentado no Brasil o número de pessoas na classe C e B. De acordo com os dados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), a classe C é formada pelas pessoas com renda familiar entre R$ 1.500 e R$ 3.000, enquanto a B recebe entre R$ 3.000 e R$ 5.999. Já a classe A é formada por aqueles que ganham mais de R$ 6.000. Estes critérios, no entanto, variam de acordo com o órgão de análise, que adota os números mais convenientes para a sua

realidade ampliada de estudo. Além da renda familiar, outros fatores como padrão de consumo, ocupação, autoidentificação e educação definem a classificação. A classe C, aliás, é a detentora da força de mão de obra brasileira, o que explica a grande mobilidade social, pois é composta em sua maioria por pessoas com idade entre 15 e 40 anos. Enquanto isso, as faixas A e B concentram cerca de 26 milhões de adultos na casa dos 40 anos, em vias de se aposentar. Os 100 milhões de brasileiros restantes compõem as categorias D e E, que são representadas em sua maioria por jovens com idade inferior a 15 anos. Com a ascensão de milhões de pessoas a um novo padrão de vida e com o desenvolvimento da economia, o Brasil tende a entrar em um ciclo de diminuição dos índices de disparidades nos próximos anos. O atual GINI – índice criado pelo matemático italiano Corrado Gini – deixa o País à frente somente da África do Sul, Índia e México. “Esperamos alcançar o patamar em que hoje se encontra Portugal”, afirmou Luciana. O índice de GINI mede a desigualdade social existente em um país. O Brasil está em um patamar hoje de 0,53%, sendo que quanto mais próximo de zero melhor. “Devemos aproveitar o momento favorável, pois percebemos que a economia de um país só passa por este processo uma vez na história e nós estamos vivendo isso agora”, completou Amauri. A estimativa é que o porcentual de Portugal, hoje em 0,3%, seja alcançado pelo Brasil em 2030. É unanimidade entre os debatedores que o Brasil vive um bom momento, consequência das políticas públicas adotadas no governo Lula, algumas delas baseadas em projetos iniciados por seu antecessor, Fernando Henrique. O principal entrave, concordam, são os altos gastos públicos. As previsões para o futuro são boas. O PIB (Produto Interno Bruto) para 2010 deve ficar entre 6% e 7%, o crescimento se consolida e o mal da inflação parece controlado. Assim, o país do futuro começa a construir os degraus para, enfim, ser o país do presente. LINHA DIRETA em revista  17


APOSENTADOS

Um brasileiro nascido em Nova Iorque Conheça a trajetória do companheiro Germar Pereira da Silva, diretor de aposentados do Sintetel Marco Tirelli Nascido em 30 de agosto de 1941 no Maranhão, no município de Nova Iorque, Germar morou 10 anos no Piauí e em 1963 mudou-se para Brasília, onde permaneceu até 1967. “Naquele ano eu me casei. Tenho três filhos e seis netos e hoje estou em meu segundo casamento, agora com Maria das Graças”, conta. Sua trajetória profissional, em São Paulo, começou em outubro de 1967. Antes de entrar para o setor de telecomunicações, Germar foi alfaiate, servente de pedreiro e auxiliar de escritório. “Como não gostava de ser alfaiate, eu fui procurar outra profissão, mas quando cheguei em São Paulo muitas coisas mudaram”, lembra. Germar nasceu no município maranhense de Nova Iorque, fundado em homenagem ao engenheiro Edward Burnett, que ali desembarcou com o intuito de executar obras para o transporte hidroviário de carnaúba, babaçu e outros produtos de exportação. Em 1886, a cidade homenageou o engenheiro e mudou definitivamente de nome, adotando o da terra natal de Edward Burnett, New York e, posteriormente, aportuguesaram o nome e ficou Nova Iorque. Hoje, a principal fonte de receita do município é o turismo, pelas lindas praias de água doce às margens do rio Parnaíba. As águas deste mesmo rio foram responsáveis pela cidade ter mudado várias vezes de lugar, a primeira em decorrência das enchentes e a outra devido a construção da Barragem de Boa Esperança.

Germar em sua sala quando administrava o Sintetel nos anos 80

todos eles e me apresentei novamente em 2 de janeiro de 1968”, conta. Um fato interessante aconteceu naquele dia. “Havia três candidatos para a mesma vaga e eu só fui escolhido porque estava vestindo paletó e os outros dois estavam em manga de camisa”, recorda-se. Segundo Germar, o rapaz que fazia o recrutamento e seleção disse literalmente: “dê a vaga para aquele ali que está de paletó”. Por conta da vestimenta, Germar começou a trabalhar na CTB no dia 3 de janeiro de 1968 e no dia 3 de março do mesmo ano tornou-se sócio do Sintetel.

Salvo por um paletó

Gosto pela participação social é coisa de família

Assim que chegou a São Paulo, em 1967, Germar foi informado que havia uma oportunidade na Companhia Telefônica Brasileira – CTB. Rapidamente se dirigiu para lá para fazer sua inscrição e realizar a entrevista. “A princípio passei em todos os testes, mas faltavam alguns documentos. Consegui

Germar conta que sua família sempre teve uma veia participativa nos diversos segmentos da sociedade. Seu pai fazia parte da União Operária e sua irmã organizava os festejos de Santo Antônio na cidade. “Quanto a mim e aos meus irmãos, éramos cinco, fazíamos parte da União Estudantil,

18  LINHA DIRETA em revista

do Grêmio da escola e dos times de futebol. Toda a família estava envolvida de alguma forma nos eventos públicos”, recorda. No final de 1968, Germar foi indicado para ser delegado sindical. Por acreditar na entidade e ver que o caminho para o trabalhador reivindicar os seus direitos era o sindicato, começou a atuar no movimento.

A vida na empresa Em 1968, na CTB, Germar trabalhava no setor de interurbano. “Nós cuidávamos da transmissão de rádio para o interior e conservávamos as linhas físicas”, pontua. Depois de dois anos, ele passou a trabalhar no setor de engenharia de energia com implantações de quadros e equipamentos. “Fizemos o trabalho em cerca de 40 cidades do interior do estado”, recorda. Germar conta que após dois anos foi promovido a técnico e, depois, transferido para o setor conhecido como “passo-a-passo”, que eram as antigas centrais telefônicas. Logo em seguida, seguiu para trabalhar em


APOSENTADOS Ao retornar ao Brasil, Germar começou a participar na luta pelo adicional de periculosidade para os trabalhadores que atuavam em áreas de risco. Naquela época, a Telesp emitiu 40 laudos afirmando que não havia riscos nas áreas levantadas.

No comando da animação dos encontros de aposentados

CPA’s, local em que ficou até 1986. Neste mesmo ano, foi requisitado pelo Sintetel para exercer somente trabalhos sindicais como diretor liberado. Sua requisição foi feita pelo então presidente da entidade, Rubens de Biasi.

Trajetória sindical Como delegado sindical, em 1981, Germar fez o curso no ICT (Instituto Cultural do Trabalho), no qual trabalhadores de todo o país participavam. “As pessoas que lá estavam foram convidadas a fazer parte do Encontro das Classes Trabalhadoras (Enclat), que foram os embriões para a grande Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat)”, destaca. Germar lembra que em dezembro de 1985, já como diretor de base, engajou-se na histórica greve daquele ano. “Sob os resquícios da ditadura militar, o Sintetel conseguiu mobilizar a categoria e realizar uma

grande greve”, conta. A mobilização entrou para a história porque o então Ministro das Telecomunicações, Antônio Carlos Magalhães, achavam absurdo só São Paulo estar em greve, quando os outros estados tinham aceitado o aumento que o governo oferecia. “Foi uma luta que valeu a pena, pois o Sintetel saiu deste movimento reconhecido e fortalecido na categoria e no cenário sindical”, comemora. Germar destaca ainda que foi naquela greve que surgiram vários líderes sindicais que até hoje fazem parte da diretoria do Sintetel. Como diretor sindical e trabalhando exclusivamente para o Sintetel, Germar iniciou sua trajetória na Secretaria Social, em 1986, passou a ser o administrador do Sindicato, mas também seguia firme em sua formação. “Em 1989 fiquei 40 dias em Israel participando de um curso de negociações coletivas promovido pela Organização Internacional do Trabalho – OIT”, recorda.

A diretoria do Sintetel não se conformou e contratou a perita engenheira Beatriz para contestar os laudos da empresa. “Nossos laudos nos deram respaldo para negociar com a Telesp e depois de muita luta conquistamos o adicional de 30% por conta da periculosidade. Isso foi marcante”, comemora.

A criação do Centro de Convívio Germar se aposentou em 1994 e se desligou da empresa em 1997. Foi destacado para organizar o setor de aposentados do Sintetel. No início, o departamento ficava no mesmo prédio da sede da entidade, em uma pequena sala. Após muito esforço e com todo o apoio da diretoria do Sindicato, em 1999 foi criado o Centro de Convívio dos Aposentados, Geraldo de Vilhena Cardoso. “Foi uma conquista para os aposentados, pois nos transferimos para um local amplo, de fácil acesso e que fica em frente à sede do Sintetel”, recorda. O Centro de Convívio completou 11 anos de existência no mês de agosto. Germar destaca outra conquista importante, que foi a criação do plano de saúde sem limite de idade para os aposentados. “Muitas pessoas não tinham condições de arcar com as despesas do plano F da Telefônica e assim puderam optar por um outro plano”, explica. Além do plano de saúde, o Centro de Convívio também oferece cursos, palestras, viagens, ioga e outras opções de lazer aos aposentados.

Germar junto com sua equipe no comando do Centro de Convívio. Da esq. para dir. Maria, dona Odette e Alexsandra

Germar Pereira da Silva, com muita calma, diz que chegará aos 69 anos com a sensação do dever cumprido. Nas horas vagas não dispensa uma leitura ou uma boa música que vai do jazz ao forró, mas o que importa mesmo é a qualidade do som. LINHA DIRETA em revista  19


CAPA

Momento histórico: Almir Munhoz discursa no Ato pela Qualidade Real dos Salários realizado em São Paulo no ano de 1995

Sintetel completa 68 anos de história O sindicato comemorou, no dia 15 de abril, 68 anos de lutas e de dedicação à classe trabalhadora Marco Tirelli e Renata Sueiro

Fundado em 15 de abril de 1942, o

bro do mesmo ano. O resultado de toda

nal de Periculosidade para os trabalha-

Sintetel acumulou no decorrer de sua

essa mobilização veio em seguida com a

dores da Telesp em 1989. “No início do

história diversas conquistas, tornando-se

manutenção de todas as conquistas ante-

processo existiam 40 laudos emitidos

pioneiro em muitas delas como Abono

riores, além de transformar em realidade

pelos engenheiros da Telesp informando

de Natal em 1956, quando não existia

a chamada Curva Salarial que significou

que não existia risco para os trabalha-

13º salário, redução da jornada de tra-

aumento real nos salários da categoria.

dores. O Sindicato não se conformou

balho das telefonistas para seis horas diárias em 1960, aumento de férias para 30 dias em 1962, vale-refeição em 1980 e a gratificação de férias para os trabalhadores da antiga Telesp.

Diversos benefícios para os trabalhadores foram adquiridos pelo Sintetel em 1987, como conquista das 40 horas semanais, turno de seis horas para fone e/ou vídeo - dentro do escritório de serviço,

e fizemos uma comissão para derrubar os quarenta laudos. Coletamos os dados reais e formulamos o processo que deu respaldo para as negociações com a empresa. Conquistamos o Adicional

anuênio retroativo a 1978, diária de 15

de Periculosidade de 30%, ganho que

km, cesta básica e gratificação de Férias

perdura até hoje e foi um marco para o

para todos.

Sindicato”, declara Germar.

meio a isto, o Sintetel conseguiu grande

Germar Pereira da Silva, diretor de apo-

Em maio de 1995, o Sindicato realizou

mobilização. Em princípio com passea-

sentados, responsável pelo Centro de

um ato histórico defronte ao prédio sede

tas e assembleias até a deflagração da

Convívio, associado desde 1967 ao Sin-

da antiga Telesp, na rua Martiniano de

primeira grande greve no mês de dezem-

tetel, auxiliou na conquista pelo Adicio-

Carvalho, em São Paulo. O movimento

Em 1985, houve um forte arrocho salarial que gerou um crescente clima de descontentamento na categoria. Em

20  LINHA DIRETA em revista


CAPA

Histórica greve de 1985. Sindicato mobilizou milhares de trabalhadores em todo o estado de São Paulo, na foto a paralisação na Rua Sete de Abril.

ficou conhecido como Ato Pela Quali-

comunicações. Em 1997, o atual presi-

tação do PCS na Telefônica em 2002,

dade Real dos Salários, reuniu milhares

dente do Sindicato, Almir Munhoz,

redução da jornada de trabalho na em-

de trabalhadores e resultou em vitória

compareceu ao Senado para debater

presa Atento de 44 para 40 horas sema-

política da categoria obtendo um maior

na Comissão de Ciência e Tecnologia a

nais (para trabalhadores do administra-

respeito por parte dos patrões.

Lei Geral de Telecomunicações. Nesta

tivo) em 2003, implantação de PLR na

ocasião, Almir foi muito elogiado pelos

Teleperformance em 2004 e periculosi-

senadores presentes por demonstrar pro-

dade para trabalhadores das empresas

fundo conhecimento sobre o setor.

prestadoras de serviços em 2005.

Infelizmente, em 1998, o então governo

Em setembro de 2009, por intermédio

Das recentes lutas históricas que o Sintetel enfrentou, é importante destacar a atuação contra a privatização do setor de Telecom. Na época, o Sintetel elaborou um projeto alternativo de gestão com responsabilidade. Este projeto previa

de FHC bateu o martelo e entregou o patrimônio público brasileiro à inicia-

do Sintetel, a proposta de Internalização dos trabalhadores terceirizados da Vivo

tiva privada.

foi aceita pela empresa. Com isso, todos

mação das mesmas em estatais estaduais.

Em 2000, o Sintetel firmou com a Telesp

ção, auxílio creche, previdência privada,

Assim, cada empresa aplicaria seus recur-

um Acordo Coletivo que garantiu o

além de contarem com a representação

sos próprios de acordo com a necessidade

mínimo de 16 salários no ano para tra-

do Sintetel, maior sindicato da América

de cada região. Em 1993, a direção do

balhadores da empresa, o acordo é válido

Latina no setor.

Sindicato já previa o desastre que seria

até hoje.

a autonomia de gerenciamento para a diretoria de cada empresa e a transfor-

a privatização.

foram beneficiados com vale-alimenta-

Neste ano, após longas negociações para

Em 2002, o Sindicato alcançou a as-

a Convenção Coletiva 2010/2011, o

O Sintetel combateu em várias frentes

sinatura da 1ª Convenção Coletiva no

Sintetel conquistou aumento real para

na tentativa de defender o setor de tele-

setor de telecomunicações, implemen-

os trabalhadores das prestadoras, reajuste LINHA DIRETA em revista  21


CAPA de 6% nos salários e nas cláusulas financeiras previstas na Convenção anterior; vale-refeição de R$ 12 ao dia; convênio médico familiar com pagamento máximo de R$ 25,97 por pessoa, caso haja aumento nos custos do convênio médico. O Sintetel continua a luta com as bandeiras a favor da classe trabalhadora, diversas reuniões de negociações foram realizadas este ano, assembleias para a composição de pauta para reivindicações do Acordo Coletivo 2010/2011 e atividades de acompanhamento as necessidades do trabalhador.

O presidente do Sintetel, Almir Munhoz, ressalta que a principal conduta é respeitar o passado da entidade, valorizando aqueles que antecederam e dedicaram suas vidas para construir uma sólida estrutura e para conquistar o respeito do qual desfrutamos hoje no mundo sindical. “Nós, felizmente, contamos com um grupo de muita raça, trabalho e dedicação; nós aprendemos com o passado a defender e ampliar as conquistas dos trabalhadores do presente”, discursa. Para Luiz Antonio de Medeiros, exSecretário Nacional das Relações de Trabalho do Ministério, as lutas e conquistas levaram o Sindicato para um patamar de tradição, adquirindo respeito e tornando-se um guia do movimento. “O Sintetel tem os melhores acordos coletivos para área de telecomunicação. Isso é um exemplo para todo o Brasil”, destacou.

Uma luta recente ocorreu no final do ano de 2009. O Sindicato realizou nas cidades de Jundiaí, S.J. Campos e Mogi das Cruzes uma grande e vitoriosa greve na empresa Tivit pelo cumprimento da Convenção Coletiva.

Festejo Sintetel

Atualmente o Sindicato é o maior da categoria na América Latina e representa cerca de 150 mil trabalhadores de empresas como Telefônica, Vivo, Embratel, Claro, Tim, Atento, Contax, Tivit e Icomon.

Para comemorar essa caminhada de sucesso, no dia 24 de abril, o ginásio da Portuguesa recebeu cerca de 1.200 trabalhadores de todo o estado de São Paulo para a festa do aniversário de 68 anos do Sintetel. O evento, que teve início

às 14h e só terminou às 22h, apresentou aos trabalhadores diversas atrações, como grupo de dança da TV Bandeirantes, a dupla sertaneja Lucas e Luan, Grupo Nuwance, Luiz Henrique e Gabriel e Água na Boca. O evento deu continuidade às festividades dos 68 anos de lutas em defesa dos trabalhadores em telecomunicações. “É fundamental a realização desse tipo de evento para os trabalhadores, porque o Sindicato não existe sem eles. O trabalhador merece esse momento para exprimir seus sentimentos, pois na hora da luta ele deve ter garra, e na festa alegria e diversão”, declarou Almir Munhoz, presidente do Sintetel. Durante a comemoração, o vice-presidente do Sindicato, Gilberto Dourado, expôs que o trabalhador deve ser defendido em várias frentes. “Nós continuaremos a atuar principalmente na questão das prestadoras de serviço e no setor de teleatendimento, que parece uma carvoaria, já que a exploração é muito grande. Nós temos que batalhar para melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores,” enfatiza.

Em 1997, o presidente do Sintetel, Almir Munhoz, debate a Lei Geral de Telecomunicações no Senado

22 LINHA DIRETA em revista


CAPA

Parabéns ao Sintetel “Conheço a trajetória do Sintetel há 16 anos. Conheci o Almir, o Guicho e o Gilberto quando eles faziam negociações. Em 2008 sai da Telefônica e este ano o Almir me convidou pra vir para o Sintetel. Estou muito feliz, otimista, gostando bastante e com a expectativa de fazer um trabalho muito bom”. Maria de Fátima Pereira Santos (Secretária da Presidência)

“É com prazer que a gente participa dos 68 anos do Sintetel. A festa organizada para os trabalhadores foi linda e é com alegria que eu trabalho no Sindicato há quatro anos”. Hellen Paula Ferreira de Souza (Secretária da diretoria)

“É muito bom fazer parte da história do Sintetel. É legal para os trabalhadores novos conhecer a trajetória do Sindicato que está há tantos anos lutando pelo bem da categoria” Juliana Vieira de Lima (Diretora de base)

“Entrei na Telesp em 12 de abril de 1971. Já trabalhei na CTB (Companhia de Telefonia Brasileira), na Telesp e na Telefônica. Em 1999 saí da Telefônica e hoje pertenço à Ability. Estou contente por ter vindo comemorar os 68 anos do Sintetel” Maria Alice (Trabalhadora da Ability Osasco)

“Estou no Sintetel há dez anos e vou me formar em Direto graças ao Sindicato, que valoriza o trabalhador e aquele que busca crescer dentro da sua carreira e seus departamentos. Fazer parte de dez dos 68 anos de história do Sintetel é muito gratificante.” José Amaral Cravo (Funcionário da subsede Campinas)

Atrações musicais agitaram o público

Grupo Nuwance

Lucas e Luan

Nosso Agito

Ricardo Braga

Tony Francis

Banda Água na Boca

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SINDICALISMO

Em busca da unidade Movimento sindical se une e organiza grande evento da Classe Trabalhadora Emilio Franco Jr. O movimento sindical aguardava com ansiedade a chegada do dia 1º de junho, data marcada para a reedição da histórica CONCLAT (Conferência Nacional da Classe Trabalhadora). Vista de longe, a Praça Charles Miller, localizada em frente ao Estádio Municipal do Pacaembu, passava a impressão de que era dia de clássico do futebol paulista. Bandeirões tremulavam ao mesmo tempo em que uma quantidade cada vez maior de pessoas caminhava em direção à entrada principal do estádio.

será escolhido nas eleições de outubro deste ano. O documento apresentado possuía seis eixos estratégicos principais: crescimento com distribuição de renda e fortalecimento do mercado interno; valorização do trabalho decente com igualdade e inclusão social; Estado como promotor do desenvolvimento socioeconômico e ambiental; democracia com efetiva participação popular; soberania e integração internacional; e direitos sindicais e negociação coletiva.

Nem a chuva e o frio daquela manhã tipicamente paulistana

No início, as lideranças das centrais discursaram sobre a

foram capazes de afastar a multidão de trabalhadores disposta

necessidade de que o próximo presidente da República esteja

a dar voz aos seus anseios. O encontro tinha uma meta clara:

comprometido com as reivindicações dos trabalhadores. A

analisar e submeter à aprovação do povo brasileiro uma série

deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP) disse que é preciso,

de reivindicações para o próximo presidente da República, que

ainda, união para eleger políticos comprometidos com as

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SINDICALISMO causas trabalhistas. “Somos poucos parlamentares para representar os trabalhadores”, afirma. “É preciso confiar o voto aos candidatos comprometidos com essa causa”, destaca. Para Hugo Perez, organizador da 1ª CONCLAT, as centrais demonstram que é possível a unidade na prática. “O que vivemos hoje é aprovação de uma importante pauta para a sociedade brasileira”, diz. “Burro será o governo que não chamar os trabalhadores para conversar”, pontua. Nas arquibancadas, os presentes eram divididos em setores que representavam suas respectivas centrais sindicais. A medida foi tomada apenas para auxiliar a organização do evento, que celebrava justamente a união na luta de Força Sindical, CUT, Nova Central, CTB e CGTB. “Esse momento é o ápice da trajetória das centrais sindicais e isso será um marco. Não há registro mais significativo na luta dos trabalhadores brasileiros do que este evento”, celebra Erundina. Resgatando o espírito que levou a realização da 1ª CONCLAT, ocorrida no início da década de 80, o movimento sindical demonstrou a unidade de todas as centrais e organizou um evento grandioso, que acabou por aprovar o documento. Trabalhadores do vários cantos do Brasil, como Belém, Bahia e Rio Grande do Sul, marcaram presença.

A primeira CONCLAT demonstrava que, apesar de coesos em torno da ideia de uma Central Única dos Trabalhadores e da defesa da unidade do movimento sindical, existiam propostas diferentes entre os dirigentes. Essas diferenças já tomavam a forma de tendências sindicais e, às vezes, representavam grupos políticos. Como não houve consenso, o movimento sindical acabou se ramificando em várias correntes com a criação de centrais distintas. Agora, anos mais tarde, o sindicalismo fortaleceu sua luta por meio da sonhada união. “Se não é possível fazer essa junção organicamente, vamos fazê-la na ação. Estamos dando o nosso recado para o próximo presidente, dizendo o que pensa o trabalhador brasileiro”, afirma Antônio Neto, que preside a CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil).

O encontro resgatou o princípio histórico da CONCLAT, conforme explicado na matéria de capa da última edição de Linha Direta em Revista. Durante o regime militar brasileiro, diversos sindicatos sofreram intervenções e foram proibidos de realizar encontros interssindicais. A 1ª CONCLAT aconteceu de 21 a 23 de agosto de 1981, mesmo sem o aval dos militares, e reuniu cerca de 1.200 entidades e pouco mais de cinco mil delegados sindicais na Praia Grande, litoral de São Paulo, para discutir a organização nacional dos trabalhadores. LINHA DIRETA em revista  25


CONQUISTA

Vivo Lojas: agora com auxílio-creche, vale-alimentação, Previdência Privada e PPR Trabalhadores deixaram de ser terceirizados e foram contratados diretamente pela operadora de telefonia móvel A luta contra a precarização das condições de trabalho sempre foi uma das principais metas do Sintetel em sua trajetória de conquistas. Os novos contemplados por esta reivindicação são os trabalhadores da Vivo Lojas, que deixaram de ser terceirizados e foram contratados diretamente pela operadora de telefonia móvel. A transição – fruto de muitas rodadas de negociação agendadas pelo Sintetel – aconteceu em setembro de 2009. A decisão foi corroborada pelos trabalhadores, que votaram maciçamente nas assembleias realizadas em diferentes lojas da Vivo. Com a conquista, estes funcionários passaram a receber alguns benefícios extras, como o auxílio-creche,

“Conheço muito pouco sobre o Sindicato, mas o pouco que conheço consigo identificar comprometimento com o trabalhador” – Edinei Silva dos Santos, 23 anos, consultor de negócios I

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vale-alimentação, Previdência Privada e PPR (Programa de Participação nos Resultados). Segundo Patty Amancio Miyajima, trabalhadora da empresa, os adicionais acabam por complementar a renda familiar e auxiliam nas despesas da casa. “Os benefícios conquistados pelo Sintetel são excelentes”, afirmou. “Eu tenho dois filhos, então o auxílio-creche e o vale-alimentação sempre ajudam muito”, finalizou. Agora, os trabalhadores da Vivo Lojas, que eram contemplados por outro sindicato, passam a integrar a base do Sintetel. Em meados de junho, inclusive, o Sindicato realizou diferentes ações nos

“Depois da internalização na Vivo, a organização do trabalho melhorou e o contato com o RH tornou-se possível”. – Fernando Ubelar de Oliveira, 22 anos, consultor de negócios II

Amanda Santoro

locais de trabalho para apresentar os direitos que eles possuem, além de fazer uma introdução para o valor da sindicalização. “É muito importante que este primeiro contato com os trabalhadores aconteça de maneira aprofundada e com muita informação”, afirmou Cristiane do Nascimento, diretora-secretária do Sintetel que participou das negociações com a empresa. “Os trabalhadores da Vivo Lojas não estavam acostumados com este relacionamento de proximidade com o Sindicato, então é uma ótima oportunidade para que eles compreendam melhor o trabalho da entidade”, finalizou.

“Com a mudança de Sindicato a comunicação melhorou. As conquistas foram bastante positivas, o VA ajuda muito” – Líbia Pinheiro Cardoso Rhirayama, 35 anos, consultora de negócios I

“Espero que o Sintetel continue a realizar este trabalho, conseguindo melhores reajustes na remuneração” – Celso Eduardo Moreira Corrêa, 25 anos, consultor de negócio I


IMPRENSA

A mídia partidária Emilio Franco Jr. Ao entrar em uma faculdade de jornalismo ou iniciar a carreira na área, o estudante/ profissional logo aprende os preceitos básicos da atividade, entre os quais a tão falada imparcialidade. Entretanto, a notícia que chega às pessoas é feita por seres humanos comuns, com opiniões pessoais sobre os mais diversos assuntos. Portanto, nem sempre é possível o afastamento total do fato noticiado. Na abordagem, o repórter imprime, ora inconscientemente, ora de propósito, suas interpretações e impressões sobre o tema, ou o que é mais comum, a opinião dos editorialistas e dos donos dos grandes conglomerados de comunicação. Esse tratamento levemente parcial é problemático, principalmente em anos de eleição como este, no qual o País irá às urnas com a missão de votar para presidente, governador, senador e deputados. O primeiro passo para solucionar este impasse, que compromete o compromisso do exercício jornalístico com a verdade, é mais simples do que parece: basta, a princípio, que os meios de comunicação estampem, em seus editoriais, o nome do candidato ou do partido que decidiram apoiar. A revista semanal Carta Capital, por exemplo, adotou esta medida como regra, a fim de respeitar os seus leitores, e já declarou abertamente em suas páginas que prefere ver eleita como presidente da República a candidata petista Dilma Rousseff. Seguindo linha semelhante, o jornal O Estado de S. Paulo não costuma esconder suas preferências. Nas últimas duas eleições, preferiram apoiar os candidatos do PSDB, fato que deve se repetir no atual pleito com o alinhamento à candidatura de José Serra para a presidência. O jornal, ao anunciar isso de forma aberta, joga limpo com os leitores

e pratica, portanto, um jornalismo que não pode ser classificado como tendencioso. Mas são poucos veículos de comunicação que têm a coragem de assumir a identificação com X ou Y. A grande maioria prefere viver na escuridão e se travestir de donos da verdade. Assim, revistas líderes de mercado, como a Veja, e jornais que se vendem modernos, caso da Folha de S. Paulo, apoiam candidatos sem dizer isso de forma aberta, o que é ruim por enganar o leitor, principalmente o que acredita na inexistente independência. Essa prática é comum no exterior, e não abala de forma alguma a credibilidade dos veículos de comunicação. Esse é o caminho mais honesto. Vale ressaltar um ponto importante: assumir uma posição não significa realizar uma cobertura mentirosa e distorcida. O fato é um só, mas as interpretações são múltiplas e não necessariamente se anulam. No Brasil, a cobertura política é, na maioria dos casos, favorável às candidaturas conservadoras, mas sem que isso seja dito abertamente. O pior é que em nosso País poucas famílias controlam os conglomerados de comunicação e a soma de suas vozes, muitas vezes em torno de uma mesma visão política, transforma opiniões pessoais em verdades absolutas, o que é perigoso também para o processo democrático. Se a imparcialidade jornalística é inexistente, fica mais honesto quando o leitor sabe a posição política das publicações que lê, já que um mesmo fato pode receber tratamentos distintos, mas, ao mesmo tempo, verdadeiros. O maior problema é quando a parcialidade é confundida com a mentira. Em época de eleições, Linha Direta em Revista não esconde sua preferência pelos políticos comprometidos com a classe trabalhadora. LINHA DIRETA em revista  27


NOTÍCIAS

Transição da Estação Engenharia para a TEL Os trabalhadores da Estação Engenharia foram pegos de surpresa em diversas localidades do Estado com a notícia do fim do contrato da empresa com a Telefônica. Mediante a atuação do Sintetel, o emprego da maioria absoluta dos trabalhadores foi preservado na transição da prestação de serviço da Estação Engenharia para a TEL. A situação ocorreu na Baixada Santista, Vale do Ribeira, Campinas e região, como é o caso de Piracicaba.

Sintetel apoia programa Mamãe Nota 10 para trabalhadoras gestantes No dia 15 de julho, a Atento realizou evento para apresentar o programa piloto “Mamãe Nota 10”, que visa orientar funcionárias gestantes, além de prover assistência de qualidade e derrubar preconceitos e paradigmas em torno da trabalhadora no período de gravidez. No evento foram realizadas palestras dirigidas pela psicóloga Ivete Soares, da empresa Bayer Health Care, e Heleny Gomyde, do Programa HCG, além do sorteio de brindes. “Temos interesse no sucesso do programa, pois beneficia a mulher trabalhadora. A espectativa do Sindicato é que o projeto seja ampliado para todos os sites”, afirma Maria Edna Medeiros, secretária da mulher.

Orientação é sempre bem vinda. Eu estava perdida, mas muitas questões foram esclarecidas aqui. Isso aumentou minha autoestima.”, Letícia Santos Nazário da Silva, gestante.

Convenção Coletiva com aumento real nas prestadoras Após longas negociações para a Convenção Coletiva 2010/2011, o Sintetel conquistou aumento real para os trabalhadores das prestadoras. A conquista é um marco histórico para a categoria desde a privatização de 1998. Entre os principais benefícios estão reajuste de 6% nos salários e nas cláusulas financeiras previstas na Convenção anterior; vale-refeição de R$ 12 ao dia; convênio médico familiar com pagamento máximo de R$ 25,97.

28  LINHA DIRETA em revista


NOTÍCIAS

Dia da Telefonista A primeira comemoração do Dia da Telefonista foi em 29 de junho de 1956. A data foi criada com base na frase bíblica dita por Jesus Cristo ao apóstolo Pedro. “E dar-te-ei as chaves dos Céus, e o que ligares sobre a terra será ligado nos Céus, e o que desligares sobre a terra será desligado também nos Céus”. No dia 2 de julho, o Sintetel homenageou as telefonistas com confraternização na sede do Sindicato. O evento contou com a presença de 192 profissionais da área. Durante a comemoração as homenageadas puderam participar de várias atividades como sorteios de prêmios e música ao vivo da Banda Grafit. Houve também homenagem às telefonistas nas subsedes.

Falecimentos É com pesar que o Sintetel informa o falecimento de dois antigos companheiros. A exsecretária da mulher Gonçala Aparecida Cruvinel morreu na madrugada do dia 16 de junho. Nascida em 15 de novembro de 1945, Gonçala foi uma grande militante sindical. Entrou para o Sintetel em 1984 e veio a ser a primeira secretária da mulher da entidade. Mais tarde, viria a ocupar o cargo de diretora-secretária. O ex-diretor Bráulio Moura da Silva faleceu na madrugada do dia 1º de julho. Nascido em 25 de junho de 1956, Bráulio traçou uma bela trajetória como militante sindical. Entrou na antiga Telesp em 1979. Participou de várias manifestações políticas. Em 1985, apoiou a greve dos Telefônicos de São Paulo. Filiou-se ao Sintetel em 1988 e em 1993, foi eleito suplente de diretor de base. Em 1996, assumiu o cargo de secretário executivo de relações de trabalho e, posteriormente, a secretaria de patrimônio. O Sintetel lamenta a perda de companheiros tão queridos e se solidariza com a dor de suas famílias. LINHA DIRETA em revista  29


CULTURA

Musical também é coisa de jovem “O Despertar da Primavera” dribla dificuldades financeiras e volta à capital paulista, em curta temporada, para o deleite dos adolescentes Emilio Franco Jr. e Amanda Santoro

Os musicais da Broadway estão cada vez mais presentes na cena cultural paulistana e, por conta disso, as montagens que chegaram em 2010 acabaram por ganhar recomendação na edição passada de Linha Direta em Revista. À época, a nota recomendava os espetáculos “O Despertar da Primavera”, “Hairspray”, “Cats” e “O Rei e Eu”. Porém, o tempo disponível para assistilos foi menor do que o previsto. A explicação é simples e estarrecedora: faltaram empresas culturalmente comprometidas e dois espetáculos foram obrigados a encurtar suas temporadas. Talvez o caso mais emblemático seja de “O Despertar da Primavera”. Produzido por Charles Möeller e Cláudio Botelho, conhecidos como os reis dos musicais, o espetáculo foi cancelado um mês antes da data prevista. Isso aconteceu porque, nesses casos, a arrecadação com a bilheteria não é suficiente para viabilizar projetos desta magnitude. Outro fator atenuante é o público-alvo da peça composto majoritariamente por jovens. Em razão disso, o ingresso mais caro custava R$ 60, bem diferente dos R$ 220 cobrados daqueles que optam por “Cats”. Embalado pela temática e por preços acessíveis, “O Despertar da Primavera” desponta como sucesso inquestionável entre os 30  LINHA DIRETA em revista

jovens na casa dos 20 anos, o que representa uma mudança significativa do público que costumeiramente prestigia as apresentações de teatro musical. O estudante Felipe Gonçalves Guimarães, de 16 anos, assistiu diversas vezes ao espetáculo e acredita que a dificuldade para achar patrocinador relaciona-se aos tabus mostrados na peça. “A maioria das empresas são conservadoras e pregam a moralidade. Achar uma empresa liberal é difícil, mas espero que isso aconteça”, afirma. E aconteceu. Pouco tempo depois de deixar o teatro Sérgio Cardoso, o musical adaptado por Möeller e Botelho retornou aos palcos de São Paulo para uma curta temporada – julho e agosto – no Teatro Shopping Frei Caneca. O retorno do espetáculo foi viabilizado pelo patrocínio da Telefônica, mas também contou com amplo apoio popular no Twitter. Os fãs da peça organizaram uma mobilização no microblog, e graças à repetição constante da frase “voltadespertar”, o musical ganhou apelo e notoriedade nas redes sociais. “O Despertar da Primavera” conta a história de um grupo de jovens em meio às dificuldades e tabus da Alemanha conservadora no final do século XIX. Melchior (Pierre Baitelli) é o primeiro a questionar os valores castradores da sociedade em


CULTURA que vive, levantando as dúvidas quanto à proibição do livre pensamento, do amor e do sexo. Wendla (Malu Rodrigues), personagem que divide o protagonismo com Melchior, é a exemplificação desta juventude com “vida no escuro”: a garota insiste em perguntar à mãe como os bebês são gerados, mas sempre obtém uma resposta vaga que não a permite conceber a ideia. No calor deste tumultuado contexto, os dois jovens se apaixonam e acabam por esbarrar nas questões éticas e morais da sociedade vigente. Outros assuntos polêmicos são retratados no espetáculo, como suicídio, incesto, libertinagem e homossexualidade. E por abordar temas já recorrentes no século XIX, mas ao mesmo tempo tão atuais, “O Despertar da Primavera” acerta em cheio no gosto popular. A história conquistou, além do público, a crítica especializada. O prêmio Shell, o principal do teatro brasileiro, indicou o musical em cinco categorias e o APTR (Associação dos Produtores de Teatro do Rio de Janeiro) foi além, com sete indicações, incluindo melhor espetáculo do ano. Nos Estados Unidos, Spring Awakening, nome original da peça, foi nomeada a oito Tony’s Awards, que é uma espécie de Oscar para o teatro. Além de possuir uma trama sobre a quebra de preconceitos, o próprio musical sofreu com o conservadorismo. A jovem atriz Malu Rodrigues, de 16 anos, protagoniza uma cena em que mostra os seios no palco. Seu papel chamou a atenção do

Ministério Público paulista e fluminense. De acordo com os órgãos, o fato de a menina mostrar os seios infringe o Estatuto da Criança e do Adolescente. O pai e o agente da garota rebatem dizendo que têm autorização judicial, além de Malu ser emancipada. Apesar disso, a justiça censurou a cena. Um aspecto quebrado pela peça é em relação ao preço das entradas. Musicais são grandes espetáculos, que envolvem muitos atores e despesas altas com montagem de cenário e, por isso, são caros. Mas o Despertar voltou com ingressos a R$ 70, sendo que a meia-entrada para estudantes e idosos sai por R$ 35. Para proporcionar ingressos a preços mais reduzidos o apoio de patrocinadores é fundamental, conforme afirmaram os produtores em seu blog conjunto. Para Felipe, a empresa que apoia esse tipo de espetáculo passa a ganhar a preferência dos clientes. “Quem patrocina, passa a ter mais atenção das pessoas que prestigiam o tipo de evento patrocinado”, acredita. Por meio de sua assessoria de imprensa, a Telefônica afirmou que recebe com muito entusiasmo a informação de que o público prefere empresas comprometidas com a cultura. “A Telefônica busca democratizar o acesso da população à cultura. ‘O Despertar da Primavera’ é um musical de grande sucesso de público e crítica e tem um tema central que a empresa considera atual, relevante e importante para a sociedade”, afirma.

Dica de música

Lágrima Flor

Pop-rock com o toque clássico de um violino e na voz de uma herdeira da música popular brasileira. Essa é Lagrima Flor, banda formada em 2006 por estudantes de letras da PUC-Rio, que tem Lua Blanco, neta do cantor e compositor Billy Blanco, como vocalista. Lua é também atriz; na Rede Globo fez as novelas “Três Irmãs” e “Malhação”, apresentou o programa “TV Globinho” e integrou recentemente o elenco de “As aventuras do Didi”. No teatro, está atualmente em cartaz com o musical da Broadway “O Despertar da Primavera”, da dupla Möeller & Botelho (leia reportagem acima). O nome da banda foi inspirado numa canção de Billy Blanco que ganhou nova roupagem com os jovens: “Adaptamos a canção da Bossa Nova para o Rock com toda a permissão do meu avô. Quando começamos a pensar em ideias para o novo nome, essa música surgiu como uma opção, pois é muito apreciada pelos membros da banda. É uma forma de resgate e reciclagem do passado e da geração antiga, e de trazer um pouco daquela época para a juventude de hoje”, explica Lua Blanco. Além de Lua, a banda conta com André Sigaud, guitarrista que divide a autoria das composições com a vocalista, com Rique Meirelles, violinista que toca inspirado pela música folk irlandesa, além de Carol Cabral, no baixo, e Nando Velloso, na bateria, completando o quinteto. LINHA DIRETA em revista  31


EM PAUTA

Coisas boas João Guilherme * Algumas características são fundamentais na situação atual do movimento sindical brasileiro: a conjuntura econômica favorável, o protagonismo do movimento sindical na sociedade e os avanços e o dinamismo da Força Sindical. O ciclo virtuoso de desenvolvimento que se materializa em várias situações e se quantifica de diversas maneiras é evidente. Para descrever uma delas e numerar resultados positivos basta dizer que no primeiro semestre de 2010 foram criados 1.413.320 novos empregos formais cujos salários médios de admissão tiveram aumento real de 4,86% na comparação com o primeiro semestre de 2009. Sobre esta base, a atuação do movimento sindical tem se desenvolvido com impetuosidade reforçando seu protagonismo social. Basta mencionar as grandes vitórias obtidas com os aumentos reais do salário mínimo e das aposentadorias e a realização da CONCLAT, no Pacaembu, em 1º de junho. A chave destas realizações, frutos de mobilização e organização da luta dos trabalhadores, foi a unidade de ação das centrais sindicais e de todo o movimento. A participação nos embates eleitorais em 2010 com candidaturas expressivas e alianças efetivas reforça ainda mais o papel dos sindicatos e de todas as entidades. Em especial, em uma situação de crescimento e fortalecimento generalizados, destaca-se a dinâmica adquirida pela Força Sindical e o prestígio de seu presidente (agora licenciado) Paulinho da Força, candidato à reeleição como deputado federal do PDT. Estas características positivas fizeram que o presidente em exercício da Força Sindical, Miguel Torres, propusesse à sua entidade e a todos os dirigentes sindicais a realização, neste segundo semestre, de uma campanha salarial unificada capaz de, preservando a autonomia, as experiências e os ritmos de cada categoria, potencializar os esforços unitários, economizar recursos e os reorientar para a disputa político-eleitoral e tornar vivas as orientações da CONCLAT e das suas 282 cláusulas reivindicatórias. Como as coisas boas acontecem encadeadas, o movimento realiza um grande esforço de qualificação e formação; vamos citar a criação da Universidade do Trabalho, do Dieese, do Instituto Superior de Ensino Tecnológico, do Sindicato dos Engenheiros de São Paulo e o cumprimento de inúmeras cláusulas referentes à formação sindical em várias categorias (com destaque para os metalúrgicos do ABC em algumas montadoras).

* João Guilherme Vargas Netto é assessor sindical do Sintetel e de outras entidades.

32  LINHA DIRETA em revista


PASSATEMPO

Você sabia que... ... além do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), que é uma medida comparativa que avalia o bem estar da população, existe também o FIB (Felicidade Interna Bruta). O FIB é uma medida que calcula a riqueza de um país e que abrange análises de observação do ambiente e qualidade de vida das pessoas. Criado em 1972, a avaliação sofisticada do método atenta-se a detalhes como bemestar psicológico, meio ambiente, saúde, educação, cultura, padrão de vida, uso do tempo, vitalidade comunitária e boa governança.

PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

www.coquetel.com.br Gosto por certo jogo de tabuleiro

6 de janeiro Vítima do parricida

Material estatuário de Aleijadinho

© Revistas COQUETEL 2010 O crime do atropelador fugitivo (jur.) O herói (?) nenhum caráter: Macunaíma

Velocidade marcada Tipo de pelo metrônomo guloseima (Mús.) recheada 12, em romanos Defensivo agrícola

Tyrone Power, ator Roedor silvestre (pl.) O pão com que se fazem torradas

El. comp. de "osteoma": osso

Luta pela reforma agrária (sigla) Adora

Maior ave da fauna brasileira

Grito de súplica

Curiosidades da Copa do Mundo para você! A Copa do Mundo é um evento que reúne muitos fatos curiosos. Idealizada na fundação da FIFA, em 1904, a Copa do Mundo só foi realizada após a reconstrução da Europa da Primeira Guerra Mundial. O primeiro torneio foi disputado em 1930 no Uruguai. Os anfitriões foram os primeiros campeões mundiais. O Brasil ganhou as Copas de 1958 na Suécia, 1962 no Chile, 1970 no México, 1994 nos Estados Unidos e 2002 na Coreia do Sul e Japão.Veja alguns dados interessantes: Gol mais rápido 11 segundos. Hakan Sukur (Turquia) no jogo Coreia do Sul 2 x 3 Turquia (2002). Maiores goleadas

Herói do Dilúvio Universal (Bíblia)

Semivogal de "troféu" (Gram.)

O estado de JiParaná (sigla)

Cêcedilha Orgulho, em inglês

Deputado (abrev.) Filtro do sangue

Objeto para aguçar o lápis (bras.)

Seguida pelas vias de um processo Agência da ONU para a saúde O material como a esponja (?) do Triunfo, cartãopostal de Paris

Botão de flor, em inglês

Boato; notícia Cadastro anterior ao CPF (sigla) Confiscou as aplicações financeiras dos brasileiros

Sensação de repulsa ou nojo

Com, em espanhol Cruel; perversa Palavra, em francês (?) qual: igual

Sobrara; sobejara Dentro, em inglês Cálcio (símbolo) Segunda consoante

(?) Stewart, cantor britânico

Hungria 10 x 1 El Salvador (1982), Hungria 9 x 0 Coréia do Sul (1954), Iugoslávia 9 x 0 Zaire (1974).

Austrália 31 x 0 Samoa Americana (2001).

A B R T A D R O

CO

O I S M R E I M S S MA Ã O D E S

O S T E O

Jogador com mais gols num único jogo de Copas

IM

Jogador com mais gols em Copas Ronaldo - Brasil - 15 gols (1998, 2002 e 2006).

C D R D E T P E A S U M I Ç P O

A P O N T A

Pelé - Brasil - 17 anos e 249 dias (1958).

RI

R

Jogador mais jovem numa final de Copa do Mundo

OD

Cafu - 3 finais (1994, 1998 e 2002).

D A M O E S T A R C A R C O L L O

Jogador com mais finais

Solução X A I A I P D R O E R A M S I D O A R I C N O

BANCO

A E N D P A M P E N T O M B U S I C P LA

9

2/in. 3/bud — con — mot. 5/pride — soada. 9/tramitada. 10/crepe suíço.

Maior goleada nas eliminatórias

Oleg Salenko - Rússia - 5 gols no jogo Rússia 6 x 1 Camarões (1994). LINHA DIRETA em revista  33


OLHO DA RUA

Adeus, Zanganor Paulo Rodrigues *

Enfim meu amigo Zanganor conseguiu o que mais sonhava: uma aposentadoria digna. Por ser um personagem de ficção, para ele tudo é possível, até mesmo viver num lugar tranquilo com um salário de aposentado. Da vidraça do aeroporto internacional vejo decolar o imenso Boeing levando em suas asas meu amigo Zanga, que vai merecidamente descansar em Canoa Quebrada, Fernando de Noronha ou Periperi. Em verdade, democrata convicto, o que o Zanganor queria mesmo era abrir este espaço para outros companheiros amantes da literatura. Como seu representante legal, apresentei a proposta aos editores do Linha Direta em Revista que aceitaram sem pestanejar. Em parte porque já estavam cansados das chorumelas do Zanganor, mas, principalmente, porque gostaram da ideia de incentivar o gosto dos trabalhadores em Telecom pela palavra escrita. Assim, se você tem contos, crônicas ou poemas latejando em sua veia criativa, ou guardados numa gaveta, envie para a revista. Desde que obedeçam aos critérios estipulados, os editores terão muito prazer em publicá-los.

Com esse breve relato, as histórias de Zanganor se despedem de Linha Direta em Revista. Nós, da redação, gostaríamos de reforçar o convite feito por nosso amigo e colaborador Paulo Rodrigues. Se você tem bons textos e procura um espaço de grande visibilidade para publicá-los, não perca essa chance. Com o propósito de ouvir as reflexões da categoria sobre os mais variados assuntos, a partir da próxima edição, abriremos este espaço para que você divida com os leitores seus contos, crônicas, poemas e dissertações. Aproveite a oportunidade! Basta enviar seu texto para o e-mail imprensa.sintetel@gmail.com Especificações: O texto deve ter no mínimo 2.000 caracteres e, no máximo, 3.500. Envie também uma foto sua em alta resolução.

* Paulo Rodrigues é assessor do Sintetel e autor de três livros: À Margem da Linha (Prêmio APCA), editado em Portugal, Espanha e França, Redemoinho (Contos) e As Vozes do Sótão (Romance).

34  LINHA DIRETA em revista


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Alinhado com as novas tecnologias e aderindo de vez às mídias sociais, o Sintetel inaugurou em dezembro de 2009 o seu Twitter oficial. O mecanismo, que funciona como uma espécie de microblog da entidade, é a nova sensação da web e tem sido amplamente adotado por usuários e empresas. O maior sindicato de telecomunicações da América Latina não podia ficar de fora dessa novidade! O Twitter é mais um canal importante para a divulgação dos nossos conteúdos. Quem acessar a nossa conta irá se deparar com informações diárias sobre a instituição, além de obter dados essenciais sobre os campos da economia, política e telecomunicações no Brasil e no mundo. A ferramenta ainda permite um contato mais estreito entre a entidade e seus trabalhadores, facilitando a comunicação e a acessibilidade. Para interagir com a gente, basta seguir o nosso perfil. Acesse agora mesmo!

Entre lá agora mesmo: http://twitter.com/Sintetel


Visite nossas colônias! As colônias de férias do Sintetel estão à sua disposição. Aproveite para visitá-las no tranquilo período de baixa temporada. Ligue e faça sua reserva: (11) 3351-8899 para capital e grande São Paulo ou em nossas subsedes • ABCD e Alto Tietê: (11) 4123-8975 - sintetel_abc@uol.com.br • BAIXADA SANTISTA: (13) 3225-2422 - sintetel.santos@terra.com.br • BAURU: (14) 3231-1616 - sintetel_bru@uol.com.br • CAMPINAS: (19) 3236-1080 - sintetel.cas@terra.com.br • RIBEIRÃO PRETO: (16) 3610-3015 - subribeirao@sintetel.org.br • SÃO JOSÉ DO RIO PRETO: (17) 3232-5560 - sindicato.sp@terra.com.br • VALE DO PARAÍBA: (12) 3922-3392 - sintetel_sjc@uol.com.br


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