32 em Movimento - Dezembro

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32 em Movimento São Paulo, 31 de Dezembro de 2.011

"Do culto da epopéia máxima surge das trincheiras do tempo o Jornal 32. Celebrando nossos mortos São Paulo estará mais vivo do que nunca." Paulo Bomf im

Edição número 12 - Sociedade Veteranos de 32 - MMDC

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Com a palavra, O Presidente de Honra por Cap. Gino Struffaldi

A canção italiana, “Quando m' innamoro”, de autoria de Emilio Pericoli e cantada por Gigliola Cinquetti, cuja letra reproduzo parcialmente a seguir, em dois idiomas, diz: Dicono che non só trovare un f iore E che non hó mai niente da regalare Dicono che c'e un chiodo dentro Il mio cuore E che per questo non puó palpitare. Dizem que não sei achar uma flor E que nunca tenho nada para presentear Dizem que tenho um prego em meu coração E que por isso não pode palpitar. Nas palavras seguintes, a cantora desmente o que dizem as más línguas e declara que sabe retribuir o amor que lhe dedicam.- Gigliola Cinquetti, quando lançou a canção era, além de ótima cantora, uma linda adolescente que tinha gentileza até no nome, pois Gigliola deriva-se de 'Giglio' que é a flor símbolo da pureza. No entanto, há no mundo muitas pessoas que respondem perfeitamente à descrição contida no início da canção. A maioria por não ter recebido ensinamentos adequados de parte dos pais, em geral pessoas que também não receberam qualquer informação a respeito desse importante assunto. Incluo-me nesta última categoria. Em 1930,

adolescente, fui levado para a Itáiia, onde já havia morado, porque minha mãe estava muito doente e lá veio a falecer em 1931. Durante meses, ao levantarme pela manhã, saía de meu quarto e atravessava um hall de uns 4 metros para ver minha mãe, acamada com doença grave que a castigava com dores terríveis. Buon giorno mamma, come stai? – Dizia isso já pensando em sair e, após uns dois ou três minutos, descia para o café da manhã e só aparecia no dia seguinte para o mesmo procedimento. Não me lembro quantos meses isso durou, pois fui estudar numa cidade a 30 quilómetros de minha casa, em co l é g i o i n te r n o , o n d e me encontrava quando ela faleceu. Muitos anos mais tarde aprendi que as pessoas idosas, especialmente as doentes, precisam

de atenção, contato, apôio e carinho. Uma simples telefonada pode tirar um doente de grande sufoco emocional. Não pensem que eu esteja carente: embora idoso e com problemas sérios de saúde, tenho toda a assistência de meus familiares, f ilho, f ilhas, netos, netas, nora e genros, maridos e esposas de netas e netos e, especialmente, de minha querida esposa com quem estou casado há mais de 72 anos. O que sinto é um grande arrependimento por não ter f icado mais tempo com minha mãe, mesmo sem ter qualquer tipo de obrigação a cumprir fora de casa. Se fosse hoje, após o café, subiria para o quarto dela e f icaria horas curtindo minha mãezinha, procurando amenizar-lhe o sofrimento, contando-lhe estórias da minúscula aldêia de montanha onde vivíamos, nos apeninos toscanos, ou da ensolarada cidade de Santos, onde nasci e havíamos morado durante 10 anos. Meu sobrinho médico, que dirigia um departamento de oncologia do hospital de uma universidade federal, disse-me haver lutado muito até conseguir uma seção para idosos, o que não existe em grande número de hospitais, ao passo que em muitos deles há departamentos exclusivos para crianças. Como vemos, o idoso é ainda um ser descartável. Não é incomum vermos idosos mal vestidos, sujos e mal a l i m e n ta d o s re s i d i n d o em quartinhos desconfortáveis nos fundos de residências luxuosas e cujos f ilhos estão bem de f inanças. Questão de informação, de mentalidade, de bom senso e de altruísmo.


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Índice MMDC Acontece

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Personagens

13

Itapetininga às Armas

7

Paixão Paulista

15

Piracicaba às Armas

8

PM em Destaque

16

Itapira às Armas

9

Reserva Cultural

17

Memorial

10

Cartas

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Com a palavra, O Presidente por Cel. Mário Fonseca Ventura

Ao completar cem dias na presidência, reunimos, no dia 15 de outubro, a COFAM, num sábado chuvoso e frio. Ao chegar à sede da Sociedade Veteranos de 32MMDC pensava que poucas pessoas compareceriam para essa reunião. Para minha s u r p re s a , a C a s a e s tav a literalmente tomada pelos familiares dos heróis de 32. Muito mais do que isso, contamos com a presença do nosso presidente de honra, GINO STRUFFALDI. Narramos as dezenas de solenidades que tivemos nesses três meses, começando por aquelas comemorativas do 79º Aniversário do Movimento Constitucionalista de 1932, como as últimas de outubro. Condecoramos of iciais e civis nesse memorável 15 de outubro e vimos a reunião de gerações diversas: crianças de tenra idade, jovens tenentes e capitães e as f iguras marcantes dos nossos provectos v e t e r a n o s : G I N O S T RU F FA L D I , ALFREDO PIRES e sua esposa dona NAIR, AMADO RÚBIO e sua f ilha. Em 17 último f izemos uma palestra sobre o “Sentido Nacional da Revolução Constitucionalista” para 250 jovens recrutas, na Escola Superior de Soldados Bombeiros, em Franco da Rocha. No dia 19, em CAMPINAS, revitalizamos o Núcleo “ALDO CHIORATO”, com a entrega de Medalhas “GOVERNADOR PEDRO DE TOLEDO”. Nesse encontro em CAMPINAS pudemos abraçar um dos veteranos de 32 (só existem 45 vivos), o

PAULO BARROS CAMARGO, que durante anos cuidou do núcleo da Sociedade Veteranos de 32-MMDC naquele município e que, por uma deferência toda especial, foi-lhe dada a presidência do “ALDO CHIORATO”. A atuação do Professor BIAJONE, presidente do “Núcleo de Correspondência”, é digna de m e n ç ã o. E m C A M PI N A S , quando nós comemorávamos o evento, ele cuidava de escanear documentos históricos ali e x i s te n tes. E s tava s i m p l es m e n te imortalizando uma parte da revolução para os pósteros. Conto com uma equipe jovem e muito atuante. Não posso me furtar de citar a ef iciente funcionária MARINEI, sempre atenciosa, anotando todos os nossos compromissos, cuidando da parte contábil com muito zelo, prestimosa para com nossos associados, suprindo as faltas de nossa Diretoria Executiva, enf im, sendo o “braço direito” do presidente. Assim, o sucesso é tranqüilo e somente quem ganha é o MMDC. Meus cumprimentos aos senhores diretores dos núcleos “CADETE RU Y T E M B E RG RO C H A”, “A L D O CHIORATO”, “GINO STRUFFALDI”, “MMDC – LESTE”, “NÚCLEO DE GUARULHOS”, “CAPACETES DE AÇO”, “NÚCLEO DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO”, pelo grande apoio que está nos dando nessa nossa empreitada de divulgar os feitos e os f atos do Movimento Constitucionalista de 1932. Concito aos

dirigentes dos demais núcleos, afastados de nós por problemas diversos, venham a somar nessa nossa luta, principalmente agora que iremos comemorar os 80 anos da Revolução de 32. Estamos pensando seriamente nas comemorações dos 80 Anos do Movimento Constitucionalista. Já está marcada a Pré-Abertura do JUBILEU DE CARVALHO com a escolha de temática da Revolução no lançamento do Prêmio DONOVAN KIGAR, dia 8 de dezembro de 2011, na Câmara Municipal. A Abertura propriamente dita deverá acontecer no dia 22 de janeiro de 2012, em magistral solenidade na Praça da Sé, às 10 horas. Vamos também lembrar dos nossos entes queridos em FINADOS, com missa que será rezada pelo padre CARLOS ALBERTO CIRTO DE OLIVEIRA, da Pa ró q u i a N O S S A S E N H O R A D E LOURDES, do Planalto Paulista, às 10 horas. O coral do MAESTRO RICARDO abrilhantará esse nosso encontro. Nossa diretoria de Comunicação Social, com CAMILA GIUDICE, e MARKUS RUNK, estão empenhados em comemorar no Monumento Mausoléu o NATAL ILUMINADO, um dos fatos inusitados da nossa atual gestão. Também merece um elogio todo especial o carinho que eles têm para com o nosso Jornal Eletrônico “32 EM MOVIMENTO”. Acreditamos que estamos no caminho certo e que muita coisa poderemos produzir para a grandeza da nossa Sociedade Veteranos de 32-MMDC. A devoção no slogan “A UNIÃO FAZ A FORÇA” é o nosso escopo principal.


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Mega-projeção: boas-vindas a 2012 Nos dias 28 e 29 de Dezembro ocorreu um evento impactante na paisagem da cidade de São Paulo: uma mega-projeção nas paredes do Obelisco do Ibirapuera, idealizado em parceria com a Maxi Audio e Imagem. Dando as boasvindas a 2012 e abrindo as comemorações do Jubileu de Carvalho do Movimento Constitucionalista de 1932. “Para brindar o ano de 2012 em grande estilo e chamando a atenção do povo paulista sobre o Movimento Constitucionalista e o signif icado do Obelisco do Ibirapuera”, diz Cel PM Mário Fonseca Ventura, presidente da Sociedade Veteranos de 32 – MMDC. Visite o site para conhecer os outros trabalhos da Maxi Audio e Imagem: www.maxionline.com.br

Foto Sergio Diniz

Concerto de Natal no Obelisco do Ibirapuera

Veja o video do concerto em: www.tinyurl.com/concerto_obelisco

A Sociedade Veteranos de 32 – MMDC, juntamente com a Polícia Militar do Estado de São Paulo, presentearam a cidade de São Paulo com um Concerto de Natal no Obelisco do Ibirapuera, no Sábado, dia 10 de Dezembro, às 19 horas. “O evento é para celebrar esta época de ano tão especial e nós da Sociedade pensamos neste presente simbólico dos heróis de 32 para São Paulo”, af irma Camila Giudice, Diretora de Comunicação Social. O evento deve durar cerca de 2 horas e a programação conta com atrações de grande força musical para encantar o povo paulista e surpreender com suas vozes e estilos únicos. 19 horas - Soprano Ariane Testa e Tenor Jackson Klébio. Há quatro anos esta dupla tem se apresentado em diversos eventos e shows, se destacando com vozes insuperáveis e um ref inado gosto musical. A Soprano Ariane possui um timbre que toca os céus e o Tenor Klébio com seu timbre forte e inconfundível alavanca o potencial desta dupla.

19h30 - Banda do Corpo Musical da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Fundada em 1857, preserva as tradições da música regimental brasileira. O Corpo Musical realiza concertos, apresentações e projetos sociais com foco no bem estar das pessoas. São policiais militares que além de trabalharem no serviço operacional, também se dedicam à música. 20 horas – Tenente PM Tenor Bruno César Sobral e Coral de 50 crianças do Centro Social Bom Jesus. Atuando nos distritos de maiores Índices de Exclusão Social da Cidade de São Paulo, o Centro Social Bom Jesus de Cangaíba tem o desaf io de contribuir efetivamente para a reversão destes dados, a partir de uma atuação comprometida, sendo um deles a formação e apreciação musical dos jovens. 20h30 – Yasmin Amaral e Velask Brawm. Uma dupla de jovens artistas com grande talento para a música, carisma e personalidade. Tiveram um início precoce e desde cedo engrandecem as apresentações por onde passam.


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Homenagem a Cásper Líbero no Monumento Mausoléu fonte http://www.fcl.com.br/outras_paginas/historia1.htm Nesta data, 16 de dezembro de 2011, na cripta do Monumento Mausoléu foi homenageado uma das mais ilustres personalidades do Movimento Constitucionalista de 1932, CÁSPER LÍBERO, cujos restos mortais ali estão imortalizados. A FUNDAÇÃO CÁSPER LÍBERO, na pessoa de seu presidente, Doutor CARLOS FRANCISCO BANDEIRA LINS, levou uma coroa de flores ao herói da Epopéia de 32, pronunciando memorável discurso. Cásper Líbero - Uma das mais brilhantes personalidades da imprensa brasileira em todos os tempos - nasceu em Bragança Paulista, interior de São Paulo, em 2 de março de 1889. Inteligente e inquieto, já aos 20 anos entrava no mercado de trabalho, ao se formar na tradicional Faculdade de Direito do Largo São Francisco. Dois anos depois, fundava o jornal "Última Hora", vespertino de grande circulação na cidade do Rio de Janeiro e, aos 23 anos, criava a primeira agência de notícias do estado de São Paulo - a Agência Americana. Dotado de genial visão de marketing e ampla sensibilidade jornalística, revolucionou o conceito de jornalismo no país. Em 1918, aos 29 anos, tornou-se diretor e proprietário do vespertino A Gazeta, transformando-o num dos maiores órgãos de imprensa da

época.

Modernizou o jornal, ao importar rotativas da Alemanha, substituir o telégrafo pelo teletipo e implantar novas técnicas de gravura, composição e impressão gráf ica - a primeira em cores, no Brasil. Implantou, ainda, nova dinâmica no transporte e distribuição do jornal, possibilitando que os exemplares chegassem às mãos dos leitores em tempo recorde. Em 1939, inaugurou o Palácio da Imprensa, como viria a ser chamada a sede própria do jornal A Gazeta na antiga Rua Conceição, atual Avenida Cásper Líbero. Foi o primeiro prédio construído no Brasil com todas as características apropriadas para redação, gravura, composição,

impressão e distribuição de um jornal. Idealizou, ainda, A Gazeta Esportiva, inicialmente, publicada como encarte de A Gazeta, que viria a ser considerado o mais completo jornal de esportes da América Latina, batendo recordes de tiragem durante a realização da Copa do Mundo de Futebol de 1970. O sucesso de A Gazeta, contudo, não era suf iciente para o ainda jovem jornalista. Sua meta era criar um complexo de comunicações. Na década de 40, adquire a Rádio Educadora - que passou a s e c h a m a r R á d i o Ga z e t a , tornando-se uma das mais respeitáveis emissoras da época, chegando a ser chamada de "Emissora de Elite", por sua programação diferenciada. Em 27 de agosto de 1943, Cásper Líbero falece, vítima de um acidente aéreo, no Rio de Janeiro. Conforme sua vontade, expressa em testamento, é constituída a Fundação Cásper Líbero - um complexo de comunicações que reúne, hoje, a TV Gazeta, Rádio Gazeta AM/FM, os jornais A Gazeta e A Gazeta Esportiva, hoje gazetaesportiva.net, a FCLNet, além da Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero e o Grupo Cidadania Empresarial.

Fu n c i o n a m e n to d a S o c i e d ad e

Aco m pa n h e as n o t í c i as d o M M D C

Senhores (as) Associados, Comunicamos aos senhores (as) que a Sociedade estará fechada de 19 de dezembro de 2011 até 16 de janeiro de 2012. Aproveitamos o ensejo para desejar a todos um Feliz Natal e Próspero Ano Novo. Vamos retornar em 2012 com disposição redobrada para as comemorações do Jubileu de Carvalho (80anos) do Movimento Constitucionalista de 1932.

Acompanhe as notícias sobre a Revolução Constitucionalista de 1932 no twitter www.twitter.com/MMDC32 E no site of icial: www.sociedademmdc.com.br


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São Silvestre exalta povo uruguaio e 120 anos da Avenida Paulista por Marcelo Belpiede

Torne-se um associado Participe deste grande ato paulista: a Revolução Constitucionalista de 32! Seja um associado da Sociedade! Não deixe que a memória destes nossos heróis seja esquecida no tempo. Você pode sim fazer a diferença e manter sempre vivo o espírito que comandou os nossos antepassados. Consulte o site da Sociedade: www.sociedademmdc.com.br

Paulo. Para Marión Blanco, o esporte é um dos fatores que mais aproxima brasileiros e uruguaios. A Cônsul Adjunta aponta o talento dos dois países no futebol e torce pelo sucesso na organização do Brasil na próxima edição da Copa do Mundo.

Marcelo Ferrelli/Gazeta Press

A 8 7 ª ed i ç ã o d a Co r r i d a Internacional de São Silvestre também traz espaço para a rica história da cidade de São Paulo. No almoço comemorativo da prova na tarde deste sábado, a Fundação Cásper Líbero (FCL) lembrou de um dos principais logradouros do município, a Avenida Paulista, que completou 120 anos no dia 8 de dezembro de 2011. O atual centro f inanceiro do país foi idealizado pelo engenheiro uruguaio Joaquim Eugênio de Lima, que participou, inclusive, da aquisição do terreno da área no f im do século 19. Por isso, o presidente do Conselho Curador da FCL, doutor Carlos Francisco Bandeira Lins, promoveu uma homenagem à Cônsul Adjunta do Uruguai, Marión Blanco. "O fato de o Brasil ter sido colonizado por portugueses não nos afasta de um país importante como o Uruguai, colonizado por espanhóis", discursou Carlos Francisco Bandeira Lins, que ainda citou outro motivo de comemoração: o bicentenário do início do processo de independência do território uruguaio. Marión Blanco demonstra extrema satisfação pela lembrança promovida pela FCL. "É motivo de muito orgulho estar aqui para celebrarmos essas datas importantes, estou muito feliz", disse a Cônsul Adjunta, que observou a bandeira uruguaia hasteada ao lado das bandeiras do Brasil e do estado de São

presença de muitas personalidades desembargadores, representantes da Polícia Militar e autoridades políticas, como o Secretário de Esporte, Lazer e Turismo do Estado de São Paulo, José Benedito Fernandes. O evento ainda apresentou uma homenagem da Associação Paulista Viva à FCL, além de um vídeo de celebração a Cásper Líbero, que tem seus restos mortais no Mausoléu dos Heróis da Revolução Constitucionalista de 1932, no Obelisco do Ibirapuera, local escolhido para a chegada do novo percurso da São Silvestre.

"Tomara que a gente consiga outro Maracanazzo na f inal de 2014", brincou Marión Blanco. "Nós vemos como os brasileiros têm carinho por jogadores uruguaios, como o Forlán e o Lugano", emendou. Por f im, Marión Blanco destaca a proximidade da São Silvestre com um evento de peso do esporte uruguaio, a Corrida de San Fernando, marcada para o dia 6 de janeiro, na cidade de Punta del Este. "São lindas festas que unem os povos dos dois países", comemorou. Regrado a música tocada no piano e vinhos uruguaios, o almoço realizado no décimo andar do prédio da FCL contou com um clima agradável e a

QUER VISITAR O OBELISCO? Visite o Obelisco com especialistas sobre a história da Revolução Constitucionalista de 1932 e a simbologia do Mausoléu. Agendamentos para visitas escolares, grupos de turismo ou familiares. Entre em contato com a Sociedade Veteranos de 32 - MMDC. veteranos32@gmail.com ou 11 3105 - 8541.

Novos Associados Apresentamos os novos associados da Sociedade de Veteranos de 32 - MMDC. DANIEL CHADA LUCAS NUNES DE FRANÇA JAIRO SOARES DOS SANTOS ADRIANO MARCOS RONDELLO GABRIEL LEIVAS MÜLLER HOFF BENEDITO DOS SANTOS ARLETE ACCAUI PAGLIALONGA


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Entrega do VIII Prêmio Paul Donovan Kigar emocionou convidados por Ânggulo Comunicação Estratégica

Pelo oitavo ano consecutivo realizou-se na Câmara Municipal de São Paulo o Prêmio Paul Donovan Kigar, uma premiação de honra ao mérito por realizações de vida incorporada of icialmente aos calendários de comemorações da cidade e do estado de São Paulo. A cerimônia realizada na última quinta-feira, 8 de dezembro 16h40, reconheceu cidadãos por suas iniciativas capazes de modif icar o rumo da história. A emoção tomou conta do evento. Participaram da cerimônia de gala

os Lanceiros, a Banda da Polícia Militar de São Paulo que executou o Hino Nacional Brasileiro, o Hino à Bandeira na entrada e saida solene do Pavilhão Nacional, e a marcha Paris-Belfort, memorial da Epopéia Constitucionalista de 1932. Malcolm Forest, apresentador do evento iniciou citando o lema do Prêmio: “ Et Lux in tenebris lucet e a Luz brilhou nas trevas.” Em seguida o tradicional ato interreligioso reuniu para uma benção de ação de graças e paz representantes das religiões budista, católica, hinduísta, judaica e protestante. O Salão Nobre do 8° andar da mais antiga casa democrática das Américas iluminou-se de paz. Durante o evento f oram homenageadas com medalhas de honra ao mérito quatro pessoas que se destacaram por iniciativas e exemplos de vida de grande valor social, humanitário e cultural para a sociedade: Ozires Silva, líder na fundação da Embraer que projetou a imagem do Brasil na indústria da aviação internacional. Professor Paulo Saldiva, médico da Faculdade de Medicina da USP, por sua vida dedicada a pesquisas, palestras e conferências sobre Saúde Pública e qualidade do ar, propondo sempre que a

Universidade, seus corpos docentes e diretores assumam a liderança dando exemplos de sustentabilidade à sociedade. Gaetano Brancati Luigi, pelo Marco da Paz que promove a Cultura da Paz em vários países do mundo um sino sob um arco romano, accessível a todos que queiram tocá-lo lembrando a comunidade da importância da paz. Foi primeiramente edif icado no Pateo do Collegio, em São Paulo. Hoje existe em muitas cidades nos quatro continentes. In memoriam foi homenageado o Beato Papa João Paulo II por seu monumental trabalho pela paz no mundo, pela fraternidade e diálogo entre as religiões. Recebeu o Prêmio, representando o Cardeal Arcebispo de São Paulo, monsenhor Darío Bevilacqua. Em homenagem ao Papa João Paulo II, Malcolm Forest, mestre de cerimônias na premiação e f ilho de Paul Donovan Kigar, apresentou pela primeira vez no Brasil a canção PAPA DELLA PACE de sua autoria. A música teve sua première mundial na cidade de Assisi, terra natal de São Francisco, onde em 1986 o saudoso papa iniciou seu trabalho de vida pelo diálogo inter-religioso e pela paz. A première na Itália se deu por ocasião da inauguração do monumento Marco da Paz naquela cidade. A música foi também apresentada em Roma, em uma confraternização da missão de paz

que em novembro prestou tributo ao papa atual. O maestro Edmundo Côrtes-Villani, renomado compositor brasileiro, referindose à obra musical de Malcolm Forest, declarou recentemente: "...nunca houve em toda a história uma homenagem musical de tanta grandeza a um papa." A canção foi recebida com muitas palmas e emoção por todos que estavam presentes na solenidade do dia 8.

É tradição do Prêmio prenunciar uma comemoração marcante do próximo ano. Assim, durante a cerimônia foram descortinadas as comemorações do 80º Aniversário do Movimento Constitucionalista de 32 para 2012. Para marcar a pré-abertura, em parceria com a Sociedade Veteranos de 32-MMDC, as medalhas Governador Pedro de Toledo, MMDC e Constitucionalista, foram oferecidas pelo Coronel PM Mario Ventura, presidente da sociedade. Condecorados foram os vereadores Aurélio Nomura, proponente do Prêmio Paul Donovan Kigar, Dr. Gilberto Natalini, Roberto Tripoli, José Police Neto, presidente da Câmara Municipal de São Paulo; o deputado estadual Major Olímpio Gomes; Odir Pereira, presidente do ILB Instituto de Liderança do Brasil, cujo pai foi combatente em 32, Pedro Paulo Penna Trindade, escritor e orador, promotor da memória paulista, e o historiador e memorialista de 32, Comandante do Policiamento Metropolitano de São Paulo, Coronel PM Luiz Eduardo Pesce de Arruda. Todos os condecorados tem expressiva atuação na promoção da memória do Movimento Constitucionalista Brasileiro. Foram oito medalhas no dia 8 de dezembro, simbolizando o oitavo aniversário do Prêmio Paul Donovan Kigar, e o 80° aniversário do Movimento pela Constituição Brasileira e pelo estado de direito em nosso país. Comentou o Coronel Mário Ventura: “... a entrega do Prêmio Paul Donovan Kigar e a pré-abertura do 80° Aniversário do Movimento Constitucionalista de 32 foram uma verdadeira aula de civismo e cultura”. Congratulou os organizadores do evento. Cobertura completa no site: tinyurl.com/premiokigar


Itapetininga às Armas! São Paulo, 31 de Dezembro de 2.011

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Cabo “blindado” Durvalino de Toledo - Veterano de 32 da legião negra por Ten. Jefferson Biajone

Parte 1 Quando em uma das conversas realizadas com o veterano de 32 de Itapetininga, o Sr. Francisco Vieira Trindade, viemos a descobrir, por informações prestadas por seu f ilho, o Sr. Wilson Vieira Trindade, que além de seu pai e do veterano de 32 de Itapetininga, o Sr. Osvaldo Raphael Santiago, que outro veterano de 32 de Itapetininga havia que ele próprio tinha ouvido falar, mas que sabia ser falecido, mas cujo primeiro nome ele não se esquecera, qual fosse a sua graça, Durvalino. Por não sabermos de nenhum outro detalhe a respeito da pessoa de Durvalino, deu o Sr. Wilson encerrado o assunto e mês e pouco se passou desde o nosso último encontro, sem que nada mais ouvíssemos dele sobre a pessoa desse veterano até então para nós imerso no desconhecimento. Não obstante, quando de nossa visita ao Cemitério Municipal de Itapetininga para o levantamento de maiores dados sobre o veterano Francisco Fabiano Alves em f ins de julho de 2011, viemos a conhecer as pessoas do Sr. Wilson Gomes de Almeida Júnior e do Sr. Walter Luiz de Oliveira, sendo o primeiro funcionário público lotado no cemitério e o segundo ferroviário aposentado. Ambos mostraram-se muito solícitos à nossa busca por informações e nos ajudaram desde o primeiro momento que nos conhecemos, sendo que o Sr. Walter ofereceu-se para apresentar-nos a pessoa de Francisco Manoel Soares, o "Seu Chiquinho" como ele o chamava, funcionário aposentado da Prefeitura que tinha a particularidade de guardar tudo o que lhe caísse em mãos: revistas, documentos antigos e livros raros sobre a história da cidade. Se alguma coisa a mais sobre o professor Fabiano quiséssemos elucidar, talvez o “Seu Chiquinho” poderia nos ajudar em face dos documentos e outras coisas que Walter sabia ter ele guardado em sua casa. Assim sendo, partimos para a casa dele.

Foi o que uma vez lá constatamos, a bem da verdade, até além do que esperávamos. De fato, chiquinho nos recebeu em sua casa e pressurosamente nos levou para conhecer a sua biblioteca. Ali, de imediato, retirou ele uma cópia do número 4 da Revista Câmara Aberta, ano 2, edição de janeiro de 1987, na qual constava uma foto que nos levou a conhecer Francisco Fabiano Alves sem o uniforme de capitão da Coluna Sul na Revolução de 24, e logo em seguida, nos emprestou Chiquinho o livro "ITAPETININGA ONTEM- HOJE" (1986) do célebre escritor e historiador itapetiningano Carlos Fidêncio. Foi ao folhear esse livro que as surpresas que nos aguardaram emergiram de forma incisiva, porquanto tais páginas não só nos revelaram um pouco mais sobre a vida de até de uma das irmãs de Fabiano, a D. Juliana Fabiano Alves, como no Apêndice II da obra, intitulado REVOLUÇÃO DE 32, viemos a nos deparar com texto biográf ico relativo à pessoa de Durvalino de Toledo, o mesmíssimo veterano de 32 que o Sr. Wilson Vieira Trindade havia nos mencionado da existência, mas sem maiores e precisos detalhes. Que enorme e satisf atória surpresa havia se tornado a nossa visita à casa do nosso mais novo amigo Chiquinho! Com efeito, ao chegarmos em nossa casa, lemos de uma só tomada a totalidade do capítulo "BLINDADO, O HERÓI ITAPETININGANO", constante na página 371 de "ITAPETININGA ONTEM- HOJE" (1986) e, tomando por base as informações ali existentes, que colhidas foram por Carlos Fidêncio em depoimentos a ele prestados pelo próprio Durvalino de Toledo, em meados de 1985, elaboramos o ensaio biográf ico que a seguir desenvolveremos, como tentativa de lançar luzes sobre a história de vida desse veterano, cujos contornos e desenlaces realmente demonstram quão feliz e apropriada foi a escolha do título " B L I N DA D O, O H E RÓ I

ITAPETININGANO" feita por Fidêncio para o capítulo que escreveu em seu livro. Um goleiro da Força Pública

Segundo "BLINDADO, O HERÓI ITAPETININGANO", o nosso veterano de 32, D u r va l i n o d e To l e d o, n a s ce u e m Itapetininga a 29 de janeiro de 1907, f ilho do Sr. Eugenio de Toledo e da Sra. Brasilia Maria do Espírito Santo, casal oriundo de família local humilde, honrada e trabalhadora, cujos membros gozavam de excelente saúde, otimismo, iniciativa, garra e desprendimento, porquanto o jovem Durvalino, desde os mais ternos anos, já demonstrava não só esses atributos, mas exibia no largo sorriso, um enorme e generoso coração. Nesse ambiente prenhe de valores sadios, Durvalino cresceu e sua expressiva complexão atlética, altura e largas espáduas denunciavam uma força física incomum, que aliada a um profundo senso de responsabilidade, não tardaram para fazer dele destaque não só na prof issão de pedreiro que abraçou, como também na prática desportiva enquanto goleiro do time de futebol do bairro. Sua desenvoltura física não passou desapercebida dos colegas mais chegados, que o apelidaram de "onça" e que mais tarde não deixaram de recomendá-lo para fazer parte o time de futebol do 8º Batalhão de Caçadores Paulistas (8º BCP) da então Força Pública do Estado de São Paulo (atual Polícia Militar do estado). Continua na próxima edição


Piracicaba às Armas! São Paulo, 31 de Dezembro de 2.011

Edição número 12 - Sociedade Veteranos de 32 - MMDC

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João Bottene: inventor e voluntário piracicabano na revolução de 32 por Egydio Tisiane

João Bottene (Piracicaba, 5 de maio de 1902 - 7 de outubro de 1954) foi um pioneiro do uso do álcool combustível no Brasil. Cônjuge: Maria Giusti Bottene; Ocupação: Mecânico, empresário, músico, Veterano da Revolução Constitucionalista, aviador.

Co n s t i t u i ç ã o, " re p re se n to u u m a importante economia de combustível para os revolucionários que já contavam com poucos recursos. Ainda durante a revolução, com a aprovação do comando revolucionário, retornou à Piracicaba e passou a fabricar granadas em sua of icina. Gazol: criação de João Bottene

O álcool combustível Nos anos 20, com a chegada dos primeiros automóveis, tornou-se o principal prof issional manutenção automotiva da região. As dif iculdades para obtenção de peças para reposição eram grandes. Nas of icinas de sua família, juntamente com sua equipe, ele fabricava uma série de componentes e peças para suprir as necessidades dos proprietários de veículos. João Bottene era dono de um automóvel Ford 1929 que foi adaptado por ele para usar álcool como combustível. Apresenta-se em São Paulo como voluntário para participar da Revolução Constitucionalista a bordo de seu carro à álcool. Servindo como Sargento, desenvolveu um combustível à base de álcool com 5% de óleo de mamona como aditivo. Esta mistura, batizada por e l e c o m o n o m e " C o m b u s t í ve l

O gênio de João Bottene antecipa o uso do á l co o l co m o combustível. Quando o Brasil volta a se empolgar com o biocombustível e o álcool retoma a revolução energética provocada ainda nos 1 9 7 0 , é e ss e n c i a l recuperar essa história e rememorar. Essa revolução começou em P iracicaba. O escritor João Chiarini honrou a memória dos seus idealizadores: primeiro, o professor José Vizioli, da Esalq, o criador do álcool como combustível automotivo; ao mesmo tempo, o grande inventor piracicabano, João Bottene, que o adpatou aos motores de veículos. Essa rememoração, João Chiarini já a havia feito em reportagem na Folha de São Paulo,em 1º de Fevereiro de 1980.

Cu r i o s i d ad es d o E g yd i o Egydio com a bandeira paulista - brasileira - salva pela heroína Odila Diehl na Revolução de 1932- no Museu Prudente de Moraes http://voluntariosdepiracicaba.blogspot.com/

Sabe-se que João Bottene fez experiências com álcool em seu próprio automóvel, um Ford modelo 1929, utilizando o óleo de mamona como aditivo, alcançando muito sucesso. Na revolução de 1932, Bottene engajou-se como voluntário e, em São Paulo, na garagem da Prefeitura. ele transformou a frota de automóveis e caminhões para o uso do álcool como combustível. A idéia de João Bottene era utilizar um aparelho "Gazol" para ser adaptado no motor de seu automóvel, para vaporizar o álcool diretamente no motor em um aparelho distribuidor, substituindo o carburador. Este aparelho João já utilizava nos motores automotivos movido a gazogênio. Apenas substituiria o gás do carvão para o gás do álcool. Uma caldeira provida de uma tampa de enchimento e válvula de segurança, onde é colocado o álcool. Na base da caldeira, é colocado uma lamparina alimentada por um reservatório de álcool. O álcool aquecido gera o gás vaporizado para um tubo de aço perfurado que fornece a chama ao longo do torrador tubular. O processo é rápido, tem a vantagem de queimar a película que envolve os grãos do café e não deixa cheiro. O Gazoal, do torrador original, home com 74 anos, faz parte da coleção de Cláudia B.Bottene, em seu bar e restaurante Mestre Zucca, em Águas de São Pedro.


Itapira às Armas! São Paulo, 31 de Dezembro de 2.011

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O Núcleo de Correspondência Cel. Francisco Vieira por Eric Lucian Apolinário

O Núcleo de Correspondência Cel. Francisco Vieira é o primeiro na Região, depois de Campinas a iniciar seus trabalhos como Representante dos Familiares e Viúvas dos Veteranos da Revolução Constitucionalista de 1932, voluntários das cidade de Itapira, Mogi Mirim, Amparo e região. Nossa missão é trabalhar para a preservação da memória desses bravos soldados que, no inverno de 1932, cavaram trincheiras na divisa com o estado de Minas Gerais, e lutaram contra o exército federalista de Getúlio Vargas, por um São Paulo e um Brasil mais democrático. Hoje, apresentamos nosso blog: nucleommdcitapira.blogspot.com/ Espaço criado para a divulgação de

nosso trabalho, cadastro de famílias de veteranos da Revolução, informações sobre os acontecimentos ocorridos em nossa região em 1932. Se você tiver dúvida, crítica ou sugestão, favor entrar em contato através deste mesmo e-mail. Logo menos, publicaremos a agenda 2012, com toda a p ro g ra m a ç ã o d e e ve n to s referentes à comemoração dos 80 anos do Movimento Constitucionalista. E s p e r a m o s sinceramente, o apoio e a aceitação de todos vocês, assim também como a divulgação de nosso blog para os amantes de História, e interessados no maior conflito armado de

toda a História da América Latina, do maior movimento revolucionário que se tem notícias, no Brasil e na América do Sul. Das pessoas curiosas em saber como tudo isso aconteceu, os lugares, as histórias, relatos, tudo isso contado por nosso blog, através de fotograf ias, artigos e matérias exclusivas. Caso você seja descendente de algum voluntário que lutou nesta Guerra, conheça ou tenha informações sobre familiares que possuem documentos, registros, mapas, fotograf ias ou qualquer outro tipo de informação, favor entrar em contato.

Famílias... Preservar a sua memória por João Paulo Marquezini Machado

Preservar a História dos acontecimentos do inverno de 1932 no Setor Leste, é preservar a historia da própria Itapira. A Revolução passou por aqui, um dos principais campos de batalha, Dezenas de Batalhões, Paulistas e Federalistas, passaram por aqui, venceram, perderam, sobreviveram e morreram. Muitos de nós, Itapirenses, temos pais, avós ou parentes que lutaram em 1932, escrevendo assim, mais um capítulo na nossa História. Homens se voluntariaram como combatentes, mulheres costuraram uniformes, trabalharam em fábricas e serviram a São Paulo como enfermeiras. Alguns fotógrafos, que mantinham estúdios por toda a região mantiveram o ideal da guerra se recusando a fotografar tropas federais, inimigas na ocasião. Outros, porém, obrigados a fazê-lo, muitas vezes com a arma apontada em sua cabeça, também preservaram a História, nos deixando imagens preciosas daqueles tempos. Soldados chegaram a Itapira para lutar contra os paulistas e daqui nunca mais saíram. Chegaram, lutaram e f icaram. Construíram suas casas, famílias e vidas aqui. Preservar a história destas famílias é ser Itapirense. Ser Itapirense é zelar pela história de sua família. Esta é a função do Núcleo Cel. Francisco Vieira, pesquisar, catalogar, zelar e preservar a Memória de muitas famílias

Itapirenses ou não, que aqui passaram e combateram. Meu avô, Sr. Elbe Marquezini, que viveu a vida toda no Bairro dos Limas, próximo aos Prados, me contava sempre sobre as Batalhas. Ele mesmo não combateu, mas produzia como agricultor, o alimento para os Bravos Paulistas. E nos Limas, que não foi uma das passagens da guerra, mas sentiu e viu de perto a Revolução. Ao f inal da tarde, contava meu avô, que se viam pequenos pontos luminosos, indo e vindo pelos céus. Eram as balas de fuzil trocados pelos combatentes. Minha avó. Dona Elidia Cima, tem suas raízes no Bairro do Machadinho e Tanquinho. Ela não se lembra de muitas coisas da Revolução. Mas se cansou de achar no meio da terra, depois da Guerra, balas, pedaços de fardas, capacetes e até armas inteiras. Com a família também de agricultores, toda a vez que seu pai, Sr. Jacomo Cima, revirava a terra preparando-a para o plantio, vinha à tona uma série de artefatos. Minha mãe, Maria Goreti Marquezini, conta que quando era em um destes preparos da terra de seu avô, apareceu um capacete com um furo de bala. Pobre combatente que o usava na ocasião em que o furo foi feito. E os restos deste combatente devem estar ainda perdidos na terra, ou já ter se deteriorado completamente. Infelizmente nunca saberemos a quem ele

pertencia, para dar uma medalha de bravura ao bravo que morreu pelo seu ideal. Minha família sempre foi uma família de agricultores modestos, e na época não entendiam a importância de tais artefatos e eles se perderam no tempo, foram dados a pessoas que tinham algum interesse ou simplesmente jogados fora. Espero que, estas histórias de minha família sirvam como base e incentivo para nossos leitores, e que assim, conheçam e reconheçam a importância do Núcleo Cel. Francisco Vieira. Já não podemos saber quem foi combatente dono daquele capacete encontrado por minha mãe em sua mocidade, seus ideais, seus sonhos, suas virtudes, sua história... Não devemos deixar que isso se perca com o tempo... Não precisamos deixar essas histórias para depois... Devemos fazê-lo agora! Vamos preservar! Vamos levantar o nome desses bravos voluntários! Levantar o nome do Turismo Itapirense! E reconhecer por toda a eternidade, a geração de 1932, que lutou e fez a democracia e a história acontecer. Escrevendo hoje, preservaremos a História, não só de Itapira, mas da sua Família!


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Outorga de medalhas no 33. Batalhão da Polícia Militar do Interior - Barretos por Cel. PM Antonio Carlos Mendes

Relação das autoridades, civis e militares, indicados para a outorga da “Medalha Governador Pedro de Toledo” Luís Antônio Batista da Rocha Cap PM Valdeci Silva Júnior Cap PM Mauro Alves dos Santos Júnior Cap PM Vinícius Cláudio Zoppellari 1º Sgt PM José Valério de Mastro Dias 1º Sgt PM Waldemar Graboschi Cb PM Ronaldo Sílvio dos Santos 1º Sgt PM Aparecido Donizeti Alves Cipriano Guilherme Henrique de Ávila Dr. José Henrique de Freitas Cyro Ferreira Penna Júnior

Hugo Resende Filho André Luis Peroni Angelo José Carlos Firmino da Silva Luiz Carlos Diniz Buck Giovane Barroti Renato Reis José Roberto Del´Arco Júnior Rogério de Souza Vaz Físico Antônio Vilela de Queiroz Dr. Celso Spadácio Sérgio Carneiro Filho

Dr. Roberto Arutim José Jesus de Faria Dr. Rogério Ferreira da Silva Dr. Wagner Abdala Tomé Thiago Chiesa Ribeiro Luís Carlos Silva Dr. Charles Stevan Prieto de Azevedo Cap PM Rodrigo Renato Carmona Roberto Perosa José Kioshi Iquegami

Outorga no Pêmio Paul Donovan Kigar por Cel. PM Antonio Carlos Mendes

Evento de pré-abertura do Jubileu de Carvalho da Revolução Constitucionalista na Câmara de Vereadores de São Paulo Medalha MMDC

Medalha Governador Pedro de Toledo

Cel PM Luiz Eduardo Pesce Arruda

Deputado Estadual Sérgio Olimpio Gomes Vereador José Police Neto Vereador Aurélio Nomura Vereador Gilberto Natalini Vereador Roberto Tripoli Doutor Odir Pereira

Medalha Constitucionalista Doutor Pedro Paulo Penna Trindade

Outorga de medalha durante reunião do COFAM de Dezembro por Núcleo MMDC Leste

Outorga de medalha “Governador Pedro de Toledo” às seguintes personalidades 2º Ten QOPM Egydio João Tisiani Sra. Jucimara de Jesus Brito Sr. Benedito Martins Professora Janaina de Oliveira Drawanz 1º Tenente R/2 EB Jefferson Biajone Sr. Malcolm Forest

Evento de outorga de lançamento das medalhas MMDC Leste por Núcleo MMDC Leste

Evento realizado em 14 de Dezembro no Colégio Tobias de Aguiar. Foram entregues o Colar Cruz de Honra Constitucionalista, Medalha Esplendor de São Miguel Paulista e Medalha Mérito Constitucionalista.


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A Fonte Milão Por Douglas Nascimento

História Há quase 50 anos atrás, em março de 1962, através de um acordo entre as prefeituras de São Paulo e Milão, ambas as cidades declararam-se por decreto como “gêmeas”. E, através deste decreto em comum, as duas cidades iniciaram uma série de ações com o objetivo de estreitarem ainda mais seus laços. O primeiro gesto, ainda no primeiro semestre, partiu da “irmã” italiana com a inauguração do Largo Brasilia, uma bela e arborizada praça em um bairro requintado da cidade. O gesto paulistano de retribuição viria poucos meses depois em outubro do mesmo ano, quando na ocasião da visita do prefeito milanês, Gino Cassini, à cidade foi inaugurada uma praça como o nome Praça Cidade de Milão. O ato foi muito noticiado à época pelos grandes jornais paulistanos e a visita de Cassini bastante festejada pela grande comunidade italiana de São Paulo. Na ocasião da inauguração da praça o prefeito de São Paulo, Prestes Maia, ainda anunciou a inauguração no local da Fonte Milão que viria a ser um grande monumento para unir def initivamente as cidades “irmãs”. A obra consistiria em uma

réplica, em tamanho dobrado, das famosas esculturas de Michelangelo para o túmulo dos Médicis em Florença. Ao centro, o monumento seria adornado com os brasões de São Paulo e Milão. Apesar da praça ter sido inaugurada em 1962, o monumento só foi instalado no local quase uma década depois em 1971. Constantes restaurações De 1971 até os dias atuais a praça e especialmente a Fonte Milão, alternaram altos e baixos. Como parece ser uma praxe nos monumentos em São Paulo, os mesmos são inaugurados e depois

ampla restauração, com recursos oriundos da iniciativa privada, no ano de 1988 durante a gestão da então prefeita Luíza Erundina. No entanto, o monumento seria deixado à própria sorte novamente e iria necessitar de uma nova restauração mais recentemente em 2004. Neste novo restauro, foram gastos (segundo o jornal O Estado de S. Paulo) aproximadamente R$450mil com a total recuperação dos sistemas elétricos e hidráulicos, como também a restauração do conjunto de esculturas. A reforma foi resultado de uma parceria entre a Prefeitura de São Paulo e o Instituto Italiano de Cultura, que entrou com parte do capital. A fonte e a praça, hoje www.saopauloantiga.com.br

Praça Cidade de Milão. O nome para quem não conhece o local impressiona, af inal, dar o nome de uma das mais elegantes cidades da Europa a uma praça em São Paulo não deve ser por acaso. No entanto uma rápida visita ao local, localizado em Moema bem atrás do Parque do Ibirapuera, é suf iciente para nos depararmos com uma triste realidade. Apesar da praça ser bem cuidada, a Fonte Milão que está localizada neste mesmo local está desativada e sofre com o abandono. Mas antes de falar sobre isso, vamos voltar um pouco no tempo para entender a origem desta praça e de sua fonte.

deixados à própria sorte, deteriorand0-se rapidamente. Ao invés de gastar menos com a constante manutenção e limpeza das obras em logradouros públicos, esperam elas f icarem completamente deterioradas para se fazer alguma coisa. Gastando-se assim, muito mais. Assim sendo, menos de duas décadas depois da instalação da Fonte Milão, foi necessária uma primeira e

Passado apenas 7 anos da segunda restauração da fonte, ela está mais uma vez largada à própria sorte. A constante e notada ausência de guardas civis nos monumentos paulistanos fez com que novamente o vandalismo entrasse em ação. A vítima ? A Fonte Milão.


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Medalha do Cinquentenário da Revolução Constitucionalista por Ricardo Della Rosa

Até há pouco tempo, era possível ver no desf ile de 9 de Julho alguns ve te ra n o s u s a n d o e s ta m e d a l h a orgulhosamente ao redor do pescoço. Infelizmente neste ano não pude

encontrar nenhum. Certamente São Paulo está novamente precisando dos seus melhores homens. Desta vez lá em cima, ao seu lado.

www.tudoporsaopaulo.com.br

Trago aos leitores do blog a vistosa Medalha do Cinquentenário da R e v o l u ç ã o Constitucionalista, outorgada pela Assembléia Legislativa no ano de 1982 aos excombatentes de 32. A medalha de módulo grande traz no anverso um combatente e seu fuzil e no verso a entrada do Mausoléu do Ibirapuera. Cunhada pela extinta Esmaltarte, tradicional fabricante de condecorações nos anos 1970-1980.

Berg recebe “Diploma de Gratidão” por Assessoria imprensa da Câmara Municipal de Cordeirópolis

O escritor cordeiropolense receberá no dia 08 de novembro às 20:00horas, no Plenário “Vereador Irio Alves” o “Diploma de Gratidão”. O Decreto Legislativo nº 01 de 10 de agosto de 2011, é de autoria da vereadora Fátima Marina Celin. Para a vereadora é uma forma em agradecer o excelente trabalho que o jovem desenvolveu no município e reconhecer o seu grandioso talento. Tiago José Berg, natural de Cordeirópolis-SP, 28 anos, é f ilho de José Carlos Berg e Luzia Cristina Ozello Berg. Estudou nas escolas estaduais coronel José Levy e Jamil Abrahão Saad, onde concluiu o ensino fundamental e médio. Desde os 15 anos tem se dedicado à pesquisa sobre a história e a cultura das nações, em especial ao estudo dos s í m b o l o s n a c i o n a i s, re g i o n a i s e provinciais, entrando em contato com governos, embaixadas e consulados no Brasil e no exterior (com destaque para as r e p r e s e n t a çõ e s d i p l o m á t i c a s d e Washington, Londres, Paris, Bruxelas e Buenos Aires), levando o nome de Cordeirópolis em suas correspondências para os quatro cantos do mundo. Aos 18 anos entrou para o curso de Geograf ia da Universidade Estadual

Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP), graduando-se nas modalidades licenciatura e bacharel, respectivamente, nos anos de 2005-2006. Na mesma universidade, como aluno do Programa de Pós-Graduação em Geograf ia, defendeu em 12 de novembro de 2009 sua dissertação de mestrado, intitulada: “Território, cultura e regionalismo: aspectos geográf icos em símbolos

estaduais brasileiros”. Considerado por especialistas como tema inédito na área de geograf ia, sua pesquisa recebeu destaque na revista UNESP Ciência do mês de julho de 2010 e foi reproduzida em jornais de circulação nacional, como o Correio Braziliense e o Diário de Pernambuco. Atualmente continua a trabalhar em sua tese de doutorado, abordando a representação geográf ica nos símbolos nacionais e regionais, além de ministrar a disciplina de História Econômica do Brasil para o curso de graduação em Geograf ia, na modalidade de professor bolsista. Em 2008 publicou seu primeiro livro: “Hinos de todos os países do mundo”, pela editora Panda Books da cidade de São Paulo – resultado de 10 anos de pesquisa e um dos quatro livros existentes no mundo sobre o assunto, sendo o primeiro a fazê-lo em língua portuguesa e na América Latina. Seus novos projetos pretendem resgatar a cultura cívica no Brasil na perspectiva educacional, bem como a produção de um CD com os hinos nacionais ao som do piano, previsto para os Jogos Olímpicos de Londres, em 2012. Leia a íntegra no site www.camaracordeiropolis.sp.gov.br


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Migalhas de Dezembro por Cel. Mário Fonseca Ventura

Nasce o GENERAL MIGUEL COSTA: - (3 de dezembro de 18852 de setembro de 1959). Nasce ANTÔNIO AMÉRICO DE CAMARGO ANDRADE, um dos heróis de 23 de maio de 1932, imolado na Praça da República, por esbirros da ditadura GETÚLIO VARGAS, juntamente com MARTINS, MIRAGAIA E DRÁUSIO. Originou-se então a sigla MMDC, uma organização secreta que foi um dos pilares mestres da Revolução Constitucionalista de 1932. Nasce o ex-combatente da revolução de 32, ETTORE DE TOLEDO SANDRESCHI, em 3 de dezembro de 1916. Falece AL ARICO FRANCO CAIUBI, ex-combatente de 32, em 3 de dezembro de 1949. Nasceu no ESPÍRITO SANTO DO PINHAL em 5 de fevereiro de 1896. Fez seus primeiros estudos em sua terra natal e, em 1911, formou-se pela Escola Normal de CAMPINAS. Em 1919 completou seu curso de advogado pela Faculdade de Direito de São Paulo e foi um dos fundadores da LIGA NACIONALISTA. Eleito vereador pela legenda do antigo PARTIDO REPUBLICANO PAULISTA, durante o período de 1926 a 1929, foi presidente do diretório do CAMBUCI, do antigo PRP, até 1930. Em 1932 prestou re l e va n tes se r v i ço s a Re vo l u ç ã o Constitucionalista, sendo um dos fundadores do MMDC, onde serviu até 14 de julho, quando ingressou no Batalhão SALDANHA, participando de diversas operações de guerra. Nos últimos dias da revolução paulista serviu como MAJORCOMANDANTE da Praça de ARARAS, onde permaneceu até 1º de outubro de 1932. Em 1945 candidatou-se a deputado f ederal. Fazia parte de diversas

Associações entre as quais a dos Ex-Alunos da Faculdade de Direito e do Instituto de Advogados. Escreveu em diversas revistas, sendo autor de vários trabalhos jurídicos e literários. Falece o excombatente da Revolução de 1932 JOSÉ MACHADO DE LIMA, em 4 de dezembro de 1999. A viúva, OLÍMPIA DE JESUS QUITSCHAL, batalhou junto ao Governo para receber a pensão de trezentos reais deixada pelo veterano. Ele era sócio do MMDC desde 9 de agosto de 1973 (sócio número 8107). Falece o ex-combatente da Revolução Constitucionalista de 1932, WALDYR RAMOS BRANDÃO, em 5 de dezembro de 1972. Nasceu em 11 de outubro de 1912. Familiares procuraram a Sociedade Veteranos de 32-MMDC em setembro de 2006, pleiteando pensão especial para a viúva. Apenas trouxeram uma foto de 31 de julho de 1931, onde WALDYR aparece rodeado de vários companheiros da TURMA DE NUPORANGA. A viúva MÁRCIA MARIA BARBOSA BRANDÃO não tem outras provas. Na s ce o ve t e ra n o d e 3 2 , LEANDRO ZANCHETTA, em 10 de dezembro de 1914. Na época, trabalhava na fazenda SANTA MARTA, em SÃO JOSÉ DO RIO PARDO. Sob as ordens do CAPITÃO SODRÉ, abriu trincheiras e ajudou na cozinha, transportando alimentação para os soldados. Terminada a revolução, f ixou residência em CASA BRANCA. Na s ce o C A PI TÃO R e f. OCTACÍLIO COELHO DE ARAÚJO SALDANHA, veterano da Revolução de 1932, no dia 14 de dezembro de 1913. Lutou na região de ITARARÉ, BURI, pela 2ªCEP.

Nosso velho conhecido, morador na Rua TA B AT I N G U E R A , f r e q ü e n t av a assiduamente a Associação dos Of iciais da Reserva. Era comum encontrá-lo no “SOLAR DA TABATINGUERA”, onde gostava de jogar com os amigos um dominó. Sempre alegre, conheci-o nas f ilas de pagamento do BANESPA, onde costumava contar suas piadas. OC TAC Í L I O CO E L H O D E ARAÚJO SALDANHA alistou-se na FORÇA PÚBLICA em 8 de janeiro de 1937. Passou para a inatividade em 1958. Freqüentador assíduo da AORPM, mestre no jogo de dominó e profundo conhecedor das ruas, becos e vielas da cidade de SÃO PAU L O. S A L DA N H A , c o m o e r a conhecido, era cearense de nascimento, serviu como praça o Exército Brasileiro no CEARÁ, na BAHIA e em outros Estados. Participou das revoluções de 1924, 1930 e 1932. Em SÃO PAULO, engajou-se no Corpo de Bombeiros, onde se destacou pelo conhecimento da cidade, projetando a Corporação nas gincanas do programa “O CÉU É O LIMITE”, da TV TUPI, respondendo a todos as perguntas do entrevistador, demonstrando profundo conhecimento dos assuntos da pauta da produção. Era sócio da AORRPM e da SOCIEDADE VETERANOS DE 32MMDC. Viveu até os 91 anos de idade. Faleceu vítima de infarto do miocárdio, na CRUZ AZUL, no dia 7 de fevereiro de 2004. Fo i s e p u l ta d o n o Ce m i té r i o d o TREMEMBÉ. Nasce o ex-combatente de 1932, A N T Ô N I O C H A RY B D I S C O S TA SAMPAIO, no dia 14 de dezembro de 1913. Falece no dia 24 de agosto de 2001. Leia a íntegra no site

TENHA SUA HISTÓRIA PRESERVADA E PERPETUADA! Você ou um familiar participou da Revolução Constitucionalista de 1932? Perpetue seu feito, conte para nós, que publicaremos no nosso jornal 32 em Movimento. Pode ser uma carta, artigo, foto, poema, livro, quadro, etc. Se tem relevância com a revolução de 32 nós e nosso leitores temos interesse! Entre em contato com nossa redação: veteranos32@gmail.com ou 11 3105 - 8541.


Personagens São Paulo, 31 de Dezembro de 2.011

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José Marcelino da Fonseca por Cel. Mário Fonseca Ventura

Nasce JOSÉ MARCELINO DA FONSECA, na cidade de SANTA RITA DE CÁSSIA (MG), em 23 de dezembro de 1890. Ingressou na FORÇA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO em 28 de setembro de 1910. Promovido a 2º Tenente em 5 de março de 1914; 1º Tenente em 18 de março de 1924. Participou do movimento revolucionário de 1924, sendo condecorado com a Medalha de Ouro da LEGALIDADE. Promovido a CAPITÃO em 12 de julho de 1925. Na Revolução de 32, concebeu ele um novo tipo de morteiro, de maior alcance. Foi testado num sábado, 23 de julho de 1932, no então município de SANTO AMARO (exatamente no local

onde hoje está situado o aeroporto de CONGONHAS). Estava presente o COMANDANTE GERAL da FORÇA PÚBLICA, CORONEL JÚLIO MARCONDES SALGADO, acompanhado de seu Estado-Maior. O Cmt. Geral aproximou-se do engenho, a f im de inteirar-se de seu funcionamento. Após vários disparos realizados com êxito, acionado o detonador, rompeu-se o tubo do morteiro. O General BERTOLDO KLINGER, presente aos testes, feriu-se l e v e m e n t e . O Te n e n t e - C o r o n e l SALVADOR MOYA recebeu ferimentos no rosto. O Capitão HELIODORO DA ROCHA MARQUES foi ferido seriamente.

O CAPITÃO MARCELINO tombou fulminado e JÚLIO MARCONDES SALGADO teve a carótida seccionada por um estilhaço. O Governador do Estado, PEDRO DE TOLEDO, como última homenagem of icial a MARCELINO, promoveu-o ao posto de MAJOR. Seu corpo foi velado no Palácio do Governo, no PÁTIO DO COLÉGIO. Seus restos mortais estão no MonumentoMausoléu do Soldado Constitucionalista, no IBIRAPUERA. Dentre as várias homenagens que recebeu, empresta seu nome à escola pública na área da invernada do BARRO BRANCO.

Comandante Alfredo Pires Filho recebe o diploma “Amigo do 8o BPE” por Camila Giudice

A Sociedade Veteranos de 32 - MMDC parabeniza nosso comandante do Exército Constitucionalista de 32, sr. Alfredo Pires Filho pelo recebimento do diploma “Amigo do 8o BPE” concedido pelo Exército Brasileiro Comando Militar do Sudeste Oitavo Batalhão de Polícia do Exército.


Paixão Paulista São Paulo, 31 de Dezembro de 2.011

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Profissão: Político por Arthur Francisco de Souza Paschoal

Em uma reunião de um dos vários Conselhos de Segurança (CONSEG) de São Paulo, tive a oportunidade de conhecer um vereador eleito pelo PT, que além de chegar atrasado e deixar o recinto à francesa, quando indagado quanto a sua prof issão na triagem da recepção ele prontamente respondeu VEREADOR. A atendente então perguntou, sim, mas qual sua formação? E ele prontamente respondeu: POLÍTICO. Eu modestamente, perguntei-lo no intuito de esclarecer-lhe, caso não houvesse entendido o teor da pergunta quanto a sua formação prof issional, então ele me sacou sua carteira funcional. Não satisfeito, o mesmo me perguntou e você, quem é? E da mesma forma respondi-lhe: Um cidadão paulista, que não é melhor que qualquer outro dado o princípio constitucional de que todos são iguais perante a lei. Ou deveriam ser. Minha análise após o “conflito” foi de que se tratava de alguém que não tinha formação acadêmica nenhuma, que

Sá curso secundário, e se escondia por detrás de uma carteira f uncional de vereador, que em suma é, ou deveria igualmente ser, uma posição temporária, exercida voluntariamente, sem remuneração como era antes da revolução de 1932. Uma honra, um privilégio, a verdadeira prática do civismo e patriotismo, ou ao menos, receber um salário condizente com a realidade socioeconômica do Brasil. Com Calma agora, enquanto escrevo, penso comigo mesmo, qual a vantagem de gastar MILHÕES em uma campanha para eleger-se “autoridade” política? Será pelo bem do povo?, pelo prazer de ajudar seus eleitores e cidadãos? Ou por ter um emprego extremamente bem remunerado, diga-se de passagem, com privilégios e contatos empresariais, licitações e comissões fruto da corrupção e etc., que se tornou rotina e não abala mais ninguém? Penso comigo mesmo, qual o interesse em uma empresa privada,

“DOAR” quantias exorbitantes em dinheiro para a campanha eleitoral de uma determinada pessoa? Não há, ou não haverá futuramente uma possível troca de interesses? E quanto aos políticos donos de empresas? Eles vão gerir e favorecer suas empresas, ou trabalhar na função para qual foi eleito com todas suas forças, para honrar o lema de nossa bandeira, símbolo máximo da pátria, com os dizeres “ORDEM E PROGRESSO”. Como haver progresso sem ordem? Como haver ordem sem disciplina, ética e outros adjetivos que fazem alusão à palavra? Será que alguém notou que estamos retrocedendo ao feudalismo, ou ao sistema de Capitanias Hereditárias? Será que o povo sabe o que foram esses sistemas de governo? Ouço dizer que o Brasil é o país do futuro desde a década de 1950, e pode vir a ser, mas não por mérito, mas pelo colapso das economias estrangeiras e nossa vasta fauna, flora e riquezas sem f im. Proíba o futebol, cachaça, e acabe com os feriados, prolongados, aí sim, haverá luta por “direitos” e uma revolução como nunca se viu antes na história da humanidade.

Década de Trinta Foi na década de trinta, De maneira bem distinta, O grande acontecimento Que nos trouxe novo alento! A tirania reinando Foi aos poucos, com vigor, Nos Estados se espalhando, De modo avassalador! Nossa lei esfacelada, Nosso povo angustiado Refém da vil derrocada Com o o governo usurpado! Mas, eis que a doce esperança Ressurge naquele outono Com jovens na liderança À causa dão seu abono!

Foto: thewettingenpost.com

por Frances de Azevedo


Polícia Militar em destaque São Paulo, 31 de Dezembro de 2.011

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Polícia Militar completa 180 anos em 15 de dezembro Por Semanário da Zona Norte

Em 15 de dezembro de 1831, por lei da Assembléia Provincial, proposta pelo presidente da Província, brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar, foi criado o Corpo de Guardas Municipais Permanentes, composto de cem praças a pé, e trinta praças a cavalo; eram os “cento e trinta de trinta e um”. Estava fundada a Polícia Militar do Estado de São Paulo, em atendimento ao decreto Imperial baixado pelo regente Feijó. Rafael Tobias de Aguiar, se tornou o patrono da corporação. Dentro do Província e, futuramente do Estado de São Paulo, a Polícia Militar, assim como o Corpo de Bombeiros, a Guarda Nacional, a Marinha e Exército Fixo, faziam parte da Força Pública de São Paulo. Brasão de Armas O Brasão-de-Armas da Polícia Militar do Estado de São Paulo é formado com as seguintes características: escudo português, perf ilado em ouro, tendo uma bordadura vermelha carregada de 18 (dezoito) estrelas de 5 (cinco) pontas em

prata, representando marcos históricos da Corporação; no centro, em listras vermelhas verticais e horizontais, as cores representativas da Bandeira Paulista, também perf iladas em ouro; como timbre, um leão rampante em ouro, apoiado sobre um virol em vermelho e prata, empunhando um gládio, com punho em ouro e lâmina em prata; à direita do brasão, um ramo de carvalho e à esquerda, um ramo de louro, cruzados em sua base; como tenentes, à direita, a f igura de um bandeirante, com bacamarte e espada, e à esquerda um soldado da época da criação da Milícia, empunhando um fuzil com baioneta; ambos em posição de sentido; num listel em azul, a legenda em prata “Lealdade e Constância”. Estrelas representativas dos marcos históricos da corporação: 1ª Estrela - 15 de dezembro de 1831, criação da Milícia Bandeirante; 2ª Estrela - 1838, Guerra dos Farrapos; 3ª Estrela - 1839, Campos dos Palmas; 4ª Estrela - 1842, Revolução Liberal de Sorocaba; 5ª Estrela 1865 a 1870, Guerra do Paraguai; 6ª Estrela - 1893, Revolta da Armada (Revolução Federalista); 7ª Estrela - 1896, Questão dos Protocolos; 8ª Estrela - 1897, Campanha de Canudos; 9ª Estrela - 1910, Revolta do Marinheiro João Cândido; 10ª Estrela 1917, Greve Operária; 11ª Estrela - 1922, “Os 18 do Forte de Copacabana” e Sedição do

Foto: pilotopolicial.com.br

Criada em 1831, a Polícia Miliar do Estado de São Paulo completará 180 anos de existência no dia 15 de dezembro. A Polícia Militar do Estado de São Paulo ( PMESP ) tem por função primordial o policiamento ostensivo e a preservação da ordem pública paulista. Para f ins de organização é uma força auxiliar e reserva do Exército brasileiro, assim como suas coirmãs e integra o Sistema de Segurança Pública e Defesa Social brasileiro e está subordinada ao Governo do Estado de São Paulo através da Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP). Seus integrantes são denominados militares estaduais (artigo 42 da CRFB), assim como os membros do Corpo de Bombeiros Militar de São Paulo (CB PMESP).Atualmente, em efetivo, é a maior polícia do Brasil e a terceira maior da América Latina, contando com 100.000 militares.

Mato Grosso; 12ª Estrela - 1924, Revolução de São Paulo e Campanhas do Sul; 13ª Estrela - 1926, Campanhas do Nordeste e Goiás; 14ª Estrela - 1930, Revolução Outubrista-Getúlio Vargas; 15ª Estrela 1932, Revolução Constitucionalista; 16ª Estrela - 1935/1937, Movimentos Extremistas; 17ª Estrela - 1942/1945, 2ª Guerra Mundial; e 18ª Estrela - 1964, Revolução de Março. Revolução Constitucionalista de 32 Às vésperas da Revolução de 1930 a Força Pública do Estado de São Paulo era o segundo maior corpo armado da América Latina, somente atrás do próprio Exército brasileiro. Possuia desde infantaria até a recém criada aeronáutica militar. No entanto, a oposição de São Paulo contra essa Revolução levou a cortes drásticos no poderio bélico da Força por parte do Governo Provisório de Getúlio Vargas, devido ao medo do presidente de uma possível reação paulista ao Golpe dado contra o Governo de Washington Luis. Com São Paulo ocupado pelo Governo Provisório, Vargas nomeava interventores militares de outros lugares do país para comandar o Estado e a Força Pública, que retiravam destacamentos, armas e veículos da mesma. Com o descontentamento da população, Vargas auxiliado por Góis Monteiro e Miguel Costa - chegou a forjar revoltas dentro da Força Pública para ter justif icativas para os cortes. Mesmo com seu poderio drasticamente reduzido, a Força Pública, hoje Polícia Militar, não se rendeu, e foi, com seus 10 mil homens restantes, o cerne do exército revolucionário paulista durante os três meses de Guerra Civil do Levante Constitucionalista de 1932, de forma heroica. Leia a reportagem na íntegra no site: www.semanariozonanorte.com.br


Reserva Cultural São Paulo, 31 de Dezembro de 2.011

Edição número 12 - Sociedade Veteranos de 32 - MMDC

E xp o s i ç ã o V i r t ua l Pe r s o n a l i d ad e s I P T Aldo Andreoni (no centro e com cachimbo na foto ao lado) foi idealizador e criador da área de Engenharia Naval do IPT. Era amante da tecnologia e especialista em tudo o que fazia. Sua persistência e entusiasmo resultaram na construção do primeiro tanque de provas da América do Sul – antes mesmo da existência do curso de Engenharia Naval no Brasil – e tornaram o IPT pioneiro em ensaios de modelos físicos reduzidos. Os 25 anos de trabalho no Instituto contribuíram para o desenvolvimento das hidrovias nacionais e consolidaram a Seção de Ensaios de Modelos de Embarcações, atual Centro de Engenharia Naval e Oceânica do IPT. Aldo trabalhou arduamente não só para estruturar o laboratório, mas também para construir a sua credibilidade, demonstrando à indústria brasileira que os estudos feitos aqui nada deviam àqueles realizados por laboratórios estrangeiros. Confira no site a trajetória de Andreoni e a galeria de fotos: www.ipt.br

120 anos de Av. Paulista No dia 8 de Dezembro de 2011 a Av. Paulista completou 120 anos de existência. Para saber mais sobre este cartão postal tão importante e idealizado por Joaquim Eugênio de Lima, acesse o site: www.prefeitura.sp.gov.br

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Cartas São Paulo, 31 de Dezembro de 2.011

Edição número 12 - Sociedade Veteranos de 32 - MMDC

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B a l a n ço d e 2 0 1 1 Por Camila Giudice

Aniversariantes de Dezembro 01/12 02/12 03/12 07/12 07/12 08/12 09/12 11/12 13/12 13/12 16/12 18/12 18/12 19/11 21/12 23/12 27/12 27/12 27/12 28/12 28/12

Fernando Lopes David Olímpia de Jesus Quitschal Afrânio Franco De O. Mello Jiselda Oliveira “GiGi” Mario Sérgio Nunes Da Costa Elza Barbosa Maia Jair Francisco Gomes Junior Fernando Cesar Lorencini Maria José Vieira Bucciarelli Ronaldo Madio Pereira Cap PM Giovani Eduardo Marinei A. Chalub de Oliveira Ricardo de Goes Correia Vitor Egydio Bicudo Tisiani Camila Lourenço Giudice Jefferson Biajone José Canavó Neto Cel Mario Fonseca Ventura Manoel Abissi Nogueira Marcelo da S. Nogueira Vladimir Goulart de Carvalho EXPEDIÇÃO: Publicação: Sociedade Veteranos de 32 - MMDC Endereço: Rua Anita Garibaldi, 25 - 01018-020 - São Paulo - SP Telefone: (11) 3105-8541 E-mail Sociedade: mmdc.32@terra.com.br E-mail para contribuições: comunicacao@sociedademmdc.com.br Site of icial: www.sociedademmdc.com.br Twitter: www.twitter.com/MMDC32

2011... Perdemos pessoas inesquecíveis, mas também ganhamos grandiosas amizades! Arriscamos, batalhamos, inovamos, erramos, aprendemos, e muito! Conquistamos!!! Novas idéias, novos parceiros, novos projetos, ousadias! Críticas, tivemos! Nos f izeram crescer mais com a experiência, af inal, sabemos que não podemos agradar a todos! Mas foram muitos os elogios! Muita força, muito apoio, muito incentivo! Só nos deu mais coragem e vontade de continuar e lutar pelo que nós acreditamos: o ideal de 32! Manter viva a história de nossos heróis, aproximar o povo paulista dela! Viver 32 com intensidade! Viver seus direitos! Viver sua honra! E honrar nossos heróis! Levamos nossos heróis aos céus! Cantamos para nossos heróis! Oramos pelos nossos heróis! Movimentamos a energia do Mausoléu! Agraciamos e festejamos nossos heróis da atualidade! Sentimos nossos heróis honrados, que são lembrados a todo instante! São homenageados! Seguimos o epitáf io para que eles vivam para sempre! Somente temos que agradecer por tudo que foi nos proporcionado em mais este ano! São 79 anos de luta! São mais 79 anos de vida e amor que acrescentamos aos nossos heróis! Nossos irmãos e companheiros de vida! De paixão! Nosso exército está cada vez maior! Está presente no mundo todo! E enquanto houver uma semente lançada cultivaremos! A todos nossos amigos e heróis da atualidade, renovamos nossa paixão a cada dia! Fortaleçamos nosso exército! Avançamos a cada trincheira e juntos caminharemos! Parabéns a todos e muito obrigado! Viva São Paulo! Viva os heróis de 32! V iva o exército de 2012 80 anos da Revolução Constitucionalista de 32! Aliste-se! Faça a sua parte!

Publicação: 31 de Dezembro de 2011 Produção executiva: Camila Giudice - Diretora de Comunicação Social Redação: Diversos autores Criação e diagramação: Markus Runk Agradecimentos: A todos nossos colaboradores que possibilitaram a criação deste jornal e o apoio que tivemos de todos nossos amigos. Tiragem: Eletrônico


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