Notícias do Mar n.º 431

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O Palco do Mediterrânio

Génova é a capital desta região e o Mar corre-lhe nas veias. Possui um dos maiores portos de carga de Itália, uma Marina em franca remodela ção (o projecto Waterfront Le vante), que acolhe anualmente o Salão Náutico de Génova.

A Associação Italiana da Indústria Marítima (Confin dustria) representa a indús tria náutica de lazer Italiana e é a força por trás do Salão Internacional de Génova, que teve a 62.ª edição este ano. O maior evento náu tico do Mediterrâneo teve

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Notícias do Mar
A Riviera Italiana tem algo de único e belo. A oferta desta região vai muito além das belas paisagens e das amáveis pessoas que encontramos. O sector da Náutica tem destaque na economia e uma presença clara na região da Ligúria, o que se reflecte um pouco em tudo o resto, de forma directa e indirecta.
62º Salão Náutico Internacional de Génova Texto e Fotografia João Carlos Reis Salão Náutico cheio Salão Náutico de Génova 2022

um layout renovado, que antecipa a requalificação do Waterfront Levante em exe cução e que irá redesenhar completamente a zona. Com projecto do Arquitecto italia no Renzo Piano, a partir do próximo ano, o evento ficará dotado de novas docas, no vos espaços de exposição no terreno, novas acomoda ções, novos serviços e esta cionamento subterrâneo.

“Com a inconfundível posição de autoridade conquistada em 2020, ano em que fomos o único evento na Europa a ser realizado e apoiados na liderança mundial da indústria italiana”, disse a CEO do I Saloni Nau tici, Carla Demaria “a nossa ambição como construtores deve ser virada para o futuro. A nova Waterfront permitir-nos-á mostrar o resultado de uma nova for ma de pensar o futuro. Por isso, hoje, anunciamos o primeiro Fórum Mundial de Sustentabilidade Yachting a ter lugar em 2023 com a apresentação do primeiro Relatório Europeu de Sustentabilidade Yachting”

Saverio Cecchi, Presiden te da Associação Italiana

da Indústria Marítima e da I Saloni Nautici: “A beleza e a capacidade artesanal inigua lável são Made in Italy, mas a economia náutica ainda está ausente do debate pú blico: o nosso país precisa de uma política industrial que privilegie tal excelência que também produz riqueza e empregos.”

Os barcos bandeira do Salão Na área da Vela, o título de monocasco emblemático foi para o Mylius 80 da Mylius Yacht, com um comprimen to de casco de 23,43 me

tros. Nos iates e superiates foi o SD 118 da Sanlorenzo Yachts, com os seus 35,75 metros de comprimento, o maior casco a apresentar o design assimétrico, imagem de marca do estaleiro. Para os superbarcos, foi o Black Shiver 160 da SNO Nova marine, com 16,70 metros de comprimento. Entre os RIBS, destacaram-se o Ca pelli Tempest 50 e o Prince 50, ambos com 15,05 metros de comprimento total.

A Sanlorenzo apresen tou uma frota de mais de 10 embarcações, incluindo dois novos modelos, a estrear em Itália, nascidos da abor

dagem responsável da em presa: SD90 e SP110.

Na procura permanente de um futuro mais verde e consciente, a Sanlorenzo apresentou duas embarca ções extremamente inova doras, fruto de um extenso estudo de soluções que visam reduzir ao máximo o consumo e minimizar o im pacto ambiental através da utilização de materiais reci clados, sem nunca perder de vista da exclusividade dos produtos confecciona dos e da importância da ex periência em alto mar.

Prosseguindo a investi gação no desenvolvimento

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Alguns dos iates acessíveis aos visitantes Doca dos superiates

de tecnologias de baixo impacto ambiental, mas nunca descurando a importância da experiência de condução e navegação, a Sanlorenzo apresentou o SP110. O pri meiro coupé aberto do es taleiro, a abrir as portas ao mundo dos iates desportivos, faz parte da gama “Smart Performance” que combina inovação e sustentabilidade com um design que privile gia o máximo conforto.

O SP110 é um projecto,

nascido da experiência de Tilli Antonelli, que visa ga rantir o mais alto desempe nho com a máxima eficiência energética, graças ao uso de motorização fraccionada, ao desenvolvimento de um casco optimizado para pro pulsão a hidrojato e ao uso de materiais leves. Os exte riores foram projectados por Bernardo Zuccon, para esta embarcação que combina atenção à sustentabilidade com a habitabilidade.

Os interiores desenhados por Piero Lissoni caracteri zam-se por espaços decididamente inesperados e estão dispostos em dois ní veis não separados entre si, criando um “loft vertical” que facilita e simplifica o conví vio, para uma habitabilidade interior e exterior inigualá vel num barco deste tipo. O layout é composto por grandes áreas que podem ser utilizadas de várias ma neiras e é caracterizado por um minimalismo que abra ça perfeitamente a filosofia geral de design do SP110 e incorpora a visão de Sanlo renzo em que os princípios fundadores de sustentabili dade, conforto e exclusivida de convergem.

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O SP 110 by Sanlorenzo Yacht ganhou o Design In Mylius 80 da Mylius Yacht A doca dos grandes veleiros

novation Award 2022 para a categoria dos superiates com mais de 24m LH.

Boating Economic Forecast

No Boating Economic Fore cast de 2022 foi apresentada a nova edição da publicação da “Nautica in Cifre”, com os últimos dados do sector.

Os números são claros. A construção de unidades novas cresceu +14,7%. A facturação global do sector passou de 4,6 mil milhões de euros em 2020 para 6,1 mil milhões em 2021. Um aumento de +31,1%: um nú mero que compensa a ligei ra queda registada em 2020, mas também trará o volume de negócios do sector para quase o mesmo nível do bié nio recorde de 2007-2008.

Os números das expor tações em 2020 cresceram apesar de tudo, em 2021 aumentaram 34% e nos pri meiros seis meses de 2022 cresceram mais 72%.

A contribuição do sector náutico para o PIB nacional foi superior a 5,1 mil milhões de euros em 2021, um au mento acentuado (+31,4%) face ao valor de 2020. O peso do contributo do sector náutico para o PIB nacio

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SP 110
San Lorenzo
Novidades em destaque

nal também aumentou de 2,37‰ em 2020 para 2,89‰ em 2021, espelhando a expansão do sector.

No biénio 2019-2021, como revela o Relatório ela borado pela Fundação Symbola, as empresas do sector náutico aumentaram o va lor acrescentado a preços correntes em +7,8% (com segmentos como a constru ção naval que registou um aumento de +27,9 %) em comparação com -1,3% para o total da economia e -0,2% para o sector Made in Italy, os chamados “4As” de Ali mentos, Vestuário, Mobiliário e Automação (em italiano, Alimentare, Abbigliamento, Arredo e Automazione). O emprego também apresen tou resultados positivos, com crescimento para o conjunto da Cadeia de Abastecimen to de +3,2% (+10,3% para a produção naval).

De grande interesse tam bém são os números relati

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Fotografia: SN62/Fabio Taccola
Boating Economic Forecast Dias concorridos no Salão

vos aos multiplicadores da Cadeia de Abastecimento de iates - 9,2 para o emprego e 7,5 para o valor acrescenta do - os mais altos entre as economias marítimas.

Um Mar a perder de vista A presença do Salão Náuti co na Marina e os barcos na água permite uma dinâmica única, que dá a oportunidade

a todos os que o desejem, de agendarem um teste ou uma simples ida ao mar. As novi dades, as embarcações, os motores têm aqui uma prova às suas capacidades e uma forma de evidenciarem as suas características.

Testar um barco no Mediterrâneo é uma das coisas mais emocionantes que se pode fazer no Salão de Gé nova e sente-se isso logo à

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Catamarãs perfilados na doca Azáfama
nas docas

entrada da doca, onde se respira esse ambiente. As embarcações disponíveis vão dos RIBs, aos Superiates. As novidades também fazem testes e este ano o San Lorenzo SP 110 também foi para o mar. A Yamaha, a Honda e a Suzuki são algumas das marcas parceiras que ofereceram este tipo de solução. O frenesim à volta das idas ao mar foi grande e todos dias saíram imensos barcos cheios de pessoas para o mar. Este ano foram feitos 4.463 testes no mar.

Os prémios do “Design Innovation Award” estão de volta

A cerimónia do “Design In novation Award” foi durante o Jantar de Gala do 62.º Ge noa International Boat Show, promovido pela Associação Italiana da Indústria Marítima e I Saloni Nautici, que este ano realizou a sua terceira edição. O Prémio, dedicado aos últimos designs a serem exibidos no Salão Náutico de Génova, promove os me lhores produtos que foram

apresentados e que se des tacam a cada ano pela pes quisa, inovação, qualidade formal e técnica e sustenta bilidade. Os vencedores das nove categorias foram anun ciados por um júri internacio nal independente, composto por especialistas do mundo do design, pesquisadores universitários, armadores e representantes da indústria náutica, juntamente com jornalistas especializados.

“O Genoa International Boat Show e o Instituto Giannina Gaslini represen-tam duas excelências re-conhecidas internacio nalmente” , disse Saverio Cecchi. “Estamos honrados em apoiar este im portante evento inspirado pela solidariedade mais uma vez este ano, porque apoiar investimentos em pesquisa científica signi fica doar e planear o futuro de uma indústria com visão profunda de sua própria responsabilidade social.”

Os vencedores dos Design Innovation Award 2022 foram:

Dufour 37 da Dufour Ya

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Os entusiastas visitaram as embarcações

chts para veleiros de até 10m LH, pela capacidade do desempenho e conforto de ponta num barco de tamanho e custo limitados;

SQ 240i da Capoforte Bo ats para barcos a motor até 10m LH para a proposta de um barco aerodinâmico com propulsão eléctrica;

Inagua S by Rio Yachts para RIBs pela linha elegan te, a simplicidade das solu ções e a atenção aos deta lhes;

Grand Soleil 72 Performance by Cantiere del Par do para veleiros com mais de 10m LH pela sua capa cidade de combinar a ex periência de construção da marca numa embarcação equilibrada em termos de

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Os veleiros e multicascos juntos representaram 15% Design Innovation Award com Jantar de Gala

desempenho náutico e qua lidade do espaço interior.

Nos multicascos o ven cedor foi o Prestige M48 da Prestige Yachts pela busca de uma nova tipologia que alia conforto e eficiência no desempenho.

O Design Innovation Award também foi concedido à Lascala Art. Spe 607 de Besenzioni para a categoria de equipamentos e compo nentes náuticos para pes quisas tecnológicas relacio nadas à operação eléctrica

com uso simplificado;

Ferretti Yachts 860 novi dade da Ferretti Yachts para barcos a motor a partir de 10m LH pela elegância das linhas exteriores e design interior condizente com a qualidade que a marca re

presenta;

SP 110 by Sanlorenzo Ya cht para a categoria dos su periates com mais de 24m LH pela capacidade contí nua de inovar espaços, lin guagens e formas de viver o mar, inspirando emoções.

Foram ainda premiados a Betty Buoys, o Instituto Hi drográfico da Marinha Italia na e a Permare.

A “Grand Finale” da Ocean Race em Génova

No Genoa International Boat Show deste ano, foi anunciada a atribuição pela primeira vez da “Grand Finale” da Ocean Race a decorrer em Génova, a regata de circunavegação vai assumir um papel central com eventos e actividades. A histórica re gata levará Génova “à volta do mundo”, desde o próximo dia 15 de Janeiro até à che

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Doca com veleiros e semi rígidos Vencedores do Design Innovation Award

gada prevista para o final de Junho de 2023. Ficámos a saber mais sobre o Genova Process, uma jornada que levará à elaboração do pro jecto de declaração sobre os Direitos dos Oceanos, que será apresentado à ONU. Os visitantes puderam assi nar a petição “One Blue Voi ce” e experienciar a experi ência câmara imersiva. Um dos grandes protagonistas da regata, o VO65 da Team Sailing Poland, recebeu campeões e personalidades do desporto.

Uma Onda Portuguesa de 30m em Génova No EBERHARD & CO. THE ATRE assistimos à apre sentação “Surfar entre os gigantes do oceano: uma entrevista com Hugo Vau”, do livro escrito pelo jornalis ta Fabio Pozzo, convidado

do Salão Náutico de Génova e que contou com o próprio Vau. Este livro de 208 pá ginas centra-se no feito al cançado a 17 de Janeiro de 2018, por Hugo Vau, surfista

de ondas grandes que surfou em tow-in uma onda de 30m na Nazaré, a Big Mama, que se forma em frente à falésia do famoso farol. De seguida houve ainda espaço para

Os RIBS representaram 34% das embarcações

uma conversa e debate com o Hugo Vau.

Os números falam mais alto Alguns dados a fixar. 998

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The Ocean Race

marcas presentes e mais de 1.000 barcos em exposição. Compradores e jornalistas de 35 países. Um aumento de +37,3% na venda de in gressos em relação a 2021 e +5,2% de ganho em espa ço de exposição na água.

Os barcos a motor repre sentaram 51% do total de unidades expostas, os RIBS 34%, os veleiros e multicascos juntos representaram 15%.

O evento teve este ano 168 estreias mundiais, con tou com convenções, semi nários, workshops técnicos, conferências, apresentações e 4.463 testes no mar.

Saverio Cecchi, Presi dente da Associação Italia na da Indústria Marítima e I Saloni Nautici: “Este não foi apenas um incrível Boat Show, mas acima de tudo eficiente: num momento excepcional para a indústria de iates, tendo crescido 31,1%, com uma facturação de 6,1 mil milhões de Euros e uma força de trabalho com 27 mil empregos directos. O número de pessoas a trabalhar na produção em 2021 aumentou 10% e com a Cadeia de Abastecimento chegará a 190 mil pessoas: somos o sector que mais cresceu. As exporta ções da construção naval estão a registar números recordes com um valor de 3.370 milhões de euros.” Acrescentou ainda “Os visitantes aumentaram 10,7% em relação ao ano passado para 103.812. O trabalho em equipa foi fundamental porque é isso que nós somos. Todos nós. Toda a Asso ciação Italiana da Indústria Marítima, as Feiras Navais Internacionais de Génova, o Conselho Regional da Li gúria, a Câmara Municipal de Génova e a Câmara de Comércio de Génova”

O 63.º Salão está já marca do para 21 a 26 de Setembro de 2023.

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Os visitantes entraram nas embarcações Os veleiros em destaque Os barcos a motor representaram 51% do total de unidades expostas

Universidade de Aveiro Vai Receber Dois Inovadores Laboratórios

Acriação do novo Centro de Inova ção e Tecnologia em Aquacultura (CITAQUA), que vai incorporar dois ino vadores laboratórios, foi fi nanciada em sete milhões de euros, verba que chega do Plano de Recuperação e

Resiliência (PRR).

A apresentação pública do Projecto aconteceu no passado dia 15, dia nacional do mar, e teve como convi dados o ministro da Econo mia e do Mar, o Secretário de Estado do Mar e outros membros envolvidos no de

senvolvimento desta nova unidade.

Depois da visita às insta lações do ECOMARE, por parte dos membros do go verno, Ricardo Calado, in vestigador do Centro de Es tudos do Ambiente e do Mar (CESAM), apresentou o pro jeto referente ao CITAQUA, “uma infraestrutura focada na bioeconomia azul” que combina duas qualidades: a conservação e a utilização de recursos biológicos.

Ricardo Calado explicou que este “é um projeto que tem vindo a ser maturado ao longo de vários anos” e que tem como objetivo prestar serviços a empresas e autoridades com responsabilidade no setor do mar e dos recursos aquá ticos. O Centro será instalado na antiga depuradora

de bivalves, recinto da Do capesca e, como salientou o investigador, a “requalificação do edifício é uma tentativa de valorizar o que já existe, aproveitando uma infraestrutura com uma localização privilegiada”.

“Espera-se que em 2025 os Laboratórios estejam já operacionais para prestar serviços “às empresas, aos setores do estado que têm essa necessidade e, acima de tudo, prontos para dar o seu contributo para a re siliência que procuramos para a nossa economia”, disse Ricardo Calado.

Aqui está a ser feita aquilo que é a economia do mar

O Ministro da Economia e do Mar, António Costa Sil

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Notícias do Mar Economia do Mar
Na Universidade de Aveiro vai nascer uma unidade do ECOMARE para impulsionar a Economia do Mar. Instalações do ECOMARE Ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva em visita à Universidade de Aveiro

va, discursou de seguida e realçou o papel que a Uni versidade de Aveiro (UA) tem tido na área do mar, considerando que a “UA é uma das grandes instituições que temos no país e o ECOMARE é sem dúvida um projeto emblemático de grande valor, conhecido no espaço europeu e internacional”

António Costa Silva expli cou que o Governo tem tra balhado para ter uma “eco nomia mais sustentável e resiliente” e, por isso, tudo o que está relacionado com a “economia do mar é ab solutamente decisivo para o futuro”. Quanto ao novo projeto, diz ver “um poten cial imenso no trabalho que está a ser realizado” e que este projeto será “construtor do futuro”

Com os olhos postos no fu turo, o Ministro disse acreditar

que “aquilo que vai salvar a espécie humana contra as alterações climáticas é a nossa capacidade de criar, inovar, desenvolver ideias

novas”, deixando uma mensagem final: “temos que trabalhar sempre todos em conjunto, construir platafor mas colaborativas, como a

Universidade de Aveiro tem feito em múltiplas áreas. O ECOMARE é um exemplo, e é assim que faremos face aos problemas do futuro”

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Instalações do ECOMARE

Nova Parceria Yamaha com Embarcações Salpa Nautica

AYamaha Motor Eu rope é há muito tem po líder no mercado marítimo global, desenvol vendo motores de alta qua lidade e sistemas integra dos, equipados com a mais recente tecnologia de topo. A Yamaha Motor conquistou a reputação de fornecer mo tores fora de borda excecio nais à sua base de clientes internacionais, que impulsio nam uma grande variedade de embarcações, desde os grandes cruzeiros até às pe quenas lanchas. Nos anos recentes, a marca investiu fortemente em sistemas ele trónicos para se tornar num

fornecedor de sistemas de navegação completos com tecnologia de ponta que ofe recem ao cliente um ponto único para obter sistemas marítimos de propulsão, controlo e monitorização.

A Yamaha Motor Europe irá colaborar com o estaleiro Salpa Nautica, o que confir ma a marca como líder em soluções náuticas no mer cado de embarcações aber tas. Graças a esta parceria, a Yamaha Motor Europe irá fornecer motores fora de borda ao Salpa Nautica para várias embarcações popu lares do estaleiro ao longo dos próximos cinco anos.

Os clientes irão apreciar a integração dos sistemas e a coerência entre eles, uma vez que a Yamaha irá dar a formação necessária ao construtor de embarcações no mesmo local para os ins talar com a precisão de um especialista, o que assegura também a otimização do po tencial de desempenho.

Tradição italiana com visão para o futuro por uma marca familiar A marca Salpa Nautica foi fundada em 1984 por Anto nio e Enza Pane, um casal de origem napolitana. Com

uma fábrica nas encostas do Monte Vesúvio e com sede em Nápoles, o estalei ro levou a tradição local de construção artesanal de em barcações a uma grande es cala. As primeiras embarca ções construídas pelo Salpa Nautica eram pequenos bar cos abertos impulsionados por motores fora de borda, o complemento natural da propulsão da Yamaha, que já oferecia tecnologia topo de gama quando iniciaram esta relação como conces sionário em 1987.

Desde os primeiros pas sos, cada modelo Salpa foi desenhado, fabricado e

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Notícias Yamaha A Yamaha Motor Europe assinou um novo contrato de 5 anos para o fornecimento de motores fora de borda no mercado de embarcações abertas com o célebre construtor de barcos italiano Salpa Nautica. Salpa Avantgarde 35 com 2 motores Yamaha V6 de 300 HP

equipado na própria fábrica da marca, sem concessões ou subcontratações, preser vando a interpretação mais pura da tradição regional num construtor verdadeira mente independente, e ca paz de iniciativas rápidas e dinâmicas.

30 anos após a criação da empresa e oito anos após a entrada no mercado de semi-rígidos (RIB), o Salpa Nautica não parou de inovar nos populares cascos RIB e de embarcação aberta, o que se traduziu num aumen to tanto da produção como

dois motores Yamaha V6 de 300 HP do segmento Premium

da faturação. Atualmente, os RIBs são uma categoria de inegável importância, muito apreciados por uma vasta base de clientes internacio nais.

Desde os primeiros dias, este construtor com visão de futuro já estava determi

nado a estabelecer relações duradouras com parceiros excecionais para assegurar uma sólida reputação, sem problemas de fraca perfor mance ou fiabilidade espo rádica.

Hoje, o Salpa Nautica assina um novo contrato,

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Os Os barcos Salpa são fabricados e equipados com os motores Yamaha no próprio estaleiro

que fará da Yamaha Motor Europe o único fornecedor de motores fora de borda da gama de embarcações abertas do Salpa, incluindo os novos e emocionantes Avantgarde 35 e RIBs, dos 18 aos 42 pés e dos 40 aos 850 HP. Em concreto, os motores fora de borda utili zados incluem os motores XTO V8 e V6 de 425 HP no segmento Premium, uma ampla gama de motores do

segmento Alta Potência (200 HP – 90 HP) e o Supreme de 40 HP, que se adaptam às necessidades únicas de cada modelo.

Os sistemas completos sob uma única marca trazem novos benefícios

A Yamaha Motor lançou re centemente os seus mais recentes motores V6 de

300/250/225 HP, o que pro porciona uma direção ainda mais suave e mais controla da às grandes embarcações de motor único e de múltiplos motores fora de borda. Isto é possível graças à Direção Elétrica Digital (DES) e ao Helm Master EX que está agora disponível em todos os motores nos segmentos Pre mium e High Power, desde os motores XTO V8 de 425 HP até aos motores fora de

borda de 150 HP. A DES as segura uma resposta mínima da direção, o que poderá ser mais vantajoso nas grandes embarcações de cruzeiro de alta potência, um aspeto essencial para o Salpa Nau tica.

Graças ao posicionamen to da Yamaha Motor como fornecedor de sistemas de navegação totalmente inte grados, os clientes bene ficiam de uma experiência fluida, uma vez que as tec nologias inovadoras da Ya maha Motor abrangem cada ponto de contacto, desde os lemes até aos motores e aos indicadores. Cada elemento dos sistemas da embarcação funciona em sinergia para proporcionar níveis inéditos de ergono mia e controlo na água. Os proprietários podem desfrutar de várias vantagens: a exce cional qualidade do sistema de controlo Helm Master EX, com controlo por joysti ck, indicadores multifunções com cores, Steer-By-Wire e piloto automático. Para des

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A Yamaha Motor vai equipar as embarcações da Salpa Nautica, desde os motores XTO V8 de 425 HP até aos motores de 150 HP Os sistemas Yamaha permitem a direção ainda mais suave e mais controlada nas grandes embarcações

frutar de uma experiência sem stress ao regressar à doca, a exclusiva função TotalTilt™ da Yamaha per mite inclinar totalmente o motor com o simples toque de um botão. Isto, combinado com a lavagem do motor com água doce por um úni

co ponto single nas embar cações de vários motores, significa que as gamas V6 da Yamaha permitem aos capitães concentrarem-se no tempo de lazer, sabendo que os seus motores fora de borda tiveram a manutenção adequada.

Uma célebre alma marítima italiana impulsionada por motores modernos avançados Uma das principais vanta gens da parceria para os

clientes é a integração per feita a bordo e da maior va riedade de opções, desde o equipamento totalmente personalizável até à coor denação entre os sistemas do barco e a restante embarcação.

Antonio Pane, Diretor-Ge-

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Ao longo dos próximos cinco anos, os clientes irão apreciar a integração dos sistemas Yamaha nos barcos Salpa O estaleiro da Salpa Nautica levou a tradição local de construção artesanal de embarcações a uma grande escala

ral do Salpa Nautica, expli ca: “Além de ser certamen te uma grande emoção, este novo acordo é apenas

Os motores Yamaha asseguram também a otimização do potencial de desempenho das embarcações Salpa

a nossa mais recente aventura juntos, uma vez que dá continuação a uma parceria de várias décadas que sem-

pre se traduziu numa grande satisfação, tanto para as nossas partes interessadas como para os nos-

sos clientes. A reputação é tudo neste setor e, para nós, enquanto representantes da tradição napolitana de construção de embarcações, é também profun damente pessoal. Por isso, insistimos em equipar as nossas embarcações com soluções apenas das mar cas mais fiáveis e reconhecidas. Em termos de propulsão, isto significa tra-balhar com a Yamaha. E se a nossa longa história de êxitos conjuntos servir de indicador, tem tudo para durar!”

A parceria também per mite ao cliente desfrutar da melhoria da performance. Durante a fase de conceção e produção, os parceiros partilham um grande volume de conhecimentos, como os testes exaustivos às hélices, que permitem melhorar a performance global da em

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O benefício de uma experiência fluida, uma vez que as tecnologias da Yamaha Motor abrangem desde os lemes até aos motores e aos indicadores

barcação final. Além disso, cada cliente poderá adaptar na perfeição a embarcação aos seus requisitos.

Além disso, é garantido ao cliente o melhor sistema de propulsão de embarca ções possível graças à for mação em instalação, dada pela Yamaha ao fabricante de embarcações, o que as segura que cada elemento está otimizado para propor cionar a melhor experiência de navegação possível. As vantagens da parceria não terminam quando a embar cação é entregue. O suporte pós-venda líder do setor per mite que esta parceria tenha um impacto global.

“A Yamaha Motor vê no Salpa Nautica um com panheiro de viagem, não apenas pela longa história comum, mas também pelo respeito por uma marca com uma tradição e uma reputação que cumprem e excedem os estritos padrões que estabelecemos para nós mesmos. O anúncio de hoje marca a próxima etapa

do nosso percurso conjunto, em que a Yamaha Motor Europe irá fornecer ao es taleiro napolitano a melhor tecnologia em sistemas de propulsão marítima, como o controlo Helm Master EX e a gama Premium de motores fora de borda. Os clientes que escolherem embarcações Salpa Nauti ca com propulsão Yamaha vão desfrutar do que há de melhor”, comentou Fabrice Lacoume, diretor do depar tamento marítimo da Ya maha Motor Europe.

A reputação de qualidade e performance da Yamaha está perfeitamente alinha da com os designs de qua lidade premium da Salpa, que contribuirão para o seu compromisso de manter a lealdade e a confiança dos seus clientes durante várias gerações.

Lideramos num mercado em pleno crescimento para melhorar

a experiência náutica

A parceria da Yamaha Motor Europe com o Salpa Nautica estabelece mais uma refe rência em matéria de inte resse crescente em grandes embarcações com motores fora de borda. Os reduzidos custos de manutenção e a performance mais suave e mais silenciosa impressio naram inclusivamente uma gama cada vez mais ampla de proprietários de embar cações, sobretudo porque a tecnologia continua a melhorar a facilidade de utilização graças a uma integração per feita. A Yamaha Motor ofere ce aos clientes mais do que apenas uma ampla gama de soluções de motores fora de borda. A marca dos 3 diapa sões está permanentemente a expandir o seu portefólio de parcerias com empre sas de renome mundial que abarcam todos os tipos e es tilos de embarcações, com instalações por especialistas para proporcionar a melhor experiência.

23 2022 Novembro 431 Náutica
A Yamaha será o único fornecedor de motores fora de borda na gama de embarcações abertas e de semi-rígidos

Os Robalos Andam Aí Cheios de Fome

Quando pescamos demasiado pesado, digamos jigs a partir dos 80 / 100 gramas, perdemos capacidade de animar as nossas peças de forma eficaz. Ganhamos outras coisas, como a velocidade de descida, a facilidade de desenrolamento da linha, a certeza de que o jig irá ficar na vertical perfeita em relação ao barco, mas de facto perdemos tudo o resto.

Falo de dar um as pecto real ao jig, de o pôr a “saltar” aos olhos dos nossos pre dadores de forma realista, credível. E o que é isso de ser…”credível”?!

Um peixe em dificuldades move-se de todas as formas menos aquilo que faz um jig pesado a cair para o fundo, em jeito de “pedregulho”. Falo de uma queda livre, recta. Isso é muito pouco in teressante para um peixe.

Da experiência que tenho de ver cardumes de comédia, aquilo que fica é isto: os peixes saudáveis formam cardumes compactos, com movimentos coordenados, regulares, e deslocam-se com um determi nado rumo. Apostam no efeito de grupo para detectar preda dores e procuram evitá-los.

O peixe debilitado não faz nada disto. Desde logo não consegue manter-se no meio do cardume, porque os outros evitam-no, não lhe

permitem uma marcha em grupo.

A razão é simples: o peixe ferido ou doente tem um tipo de natação deficiente, inter mitente, arritmada, e isso atrai predadores. Não é do interes se do grupo ter um elemento debilitado nas suas fileiras, porque atrai “azar” sobre to dos.

Na natureza, impera a frieza e a pouca complacên cia que, por exemplo, nós humanos dedicamos a pes

soas com limitações. Num cardume, ninguém espera por quem se atrasa, um pei xe limitado é deixado para trás, entregue à sua sorte.

Aquilo que acontece é que esse peixe debilitado chama a atenção sobre si a todos aqueles que têm dentes e fome. E os robalos e todos os outros procuram-nos avi damente, porque são presas mais fáceis que todas as ou tras.

A mesma quantidade de

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Pesca Desportiva
Este robalo engoliu o meu jig da Shimano na descida, ficando com um triplo e um assiste duplo dentro da boca. Deu trabalho a desferrar, mas também muita segurança a trabalhar o peixe
25 2022 Novembro 431 Pesca Desportiva
Texto e Fotografia Vitor Ganchinho (Pescador conservacionista) https://peixepelobeicinho.blogspot.com/ Equipamento ligeiro permite-nos pescar várias horas, sem cansaço. Mais ainda: Temos muito mais toques!

alimento para uma mobili dade mais reduzida. Isso faz sentido, e não prenuncia vida longa a quem precisa de tempo para curar feridas, ou ultrapassar qualquer tipo de doença. Morre-se muito rapidamente e ponto final.

Aquilo que os nossos jigs procuram imitar não são os peixes de cardume, os sau dáveis. Esses são os difíceis, aqueles que têm vitalidade e argumentos para tornar cara a sua captura. Que obrigam a alto dispêndio de energia.

Pelo contrário, os debilita dos não conseguem sequer manter uma postura direita, uma natação devidamente sincronizada. Movem-se a espasmos, com arranques e quebras bruscas de veloci dade no seu deslocamento.

Pior que tudo, inclinam-se para os lados, bamboleiam sem nexo, exibem os flan cos, e ainda pior …o ventre branco. Isso é um sinal de fraqueza, de falta de energia vital e só por si basta para condenar à morte quem o faz. Mostrar o branco do ventre é algo que aciona to dos os alarmes, e significa “estou a morrer”.

Robalo capturado com um jig de 30 gramas da Shimano

Os nossos jigs em queda para o fundo são algo que é tomado pelos nossos pre dadores como um elemento fraco, que está nessas con dições.

Num mundo onde a com petição por alimento é imen sa, algo que tomba em folha seca a fazer vibrações aca ba por tocar todas as cam painhas. Os predadores das proximidades entendem-no rapidamente e aprontam-se de imediato para dar conta do assunto.

E é aí que entra a ques tão do jig que vibra, que faz patamares, que desliza late ralmente suportado pela coluna de água, que mostra to das as suas cambiantes de cores, eventualmente espe lhados metálicos, e o outro jig, aquele que afunda em queda livre, recto, sem qual quer tipo de estimulo ou se quer algo que dê ao predador uma ténue ideia de que se pode tratar de um peixe

em dificuldades. Um jig pe sado não encontra qualquer tipo de sustentação na água, apenas cai como um prego. A acção expectável é toda ela desenrolada na subida, onde de facto é mais fácil que o toque do peixe seja detectado.

Mas que faz perder gran de parte dos ataques que ocorrem no sentido descen dente. O que é uma pena, pois dá um prazer imenso conseguir perceber a subti leza destes toques.

Vejam um robalo que pes quei na descida, com um jig de 30 gramas da Shimano:

É verdade que a profun didades muito significativas, digamos a partir dos 100 metros, não chegamos lá com jigs demasiado leves.

26 2022 Novembro 431 Pesca Desportiva
Um jig muito curioso este, da Shimano, estou a obter resultados muito interessantes com ele. Na circunstância equipei com um assiste duplo da Daiwa, e um triplo à cauda. E como os robalos estavam a engolir o jig, cada toque era uma captura.

Mesmo um pouco acima disso, na casa dos 70 a 90 metros, em condições mais difíceis, muito vento, dema siada corrente, a exigência por mais chumbo faz-se no tar.

Mas ainda assim, tenho para mim que devemos ex plorar tudo aquilo que está ao nosso alcance para pes car o mais leve possível. As vantagens são evidentes e traduzem-se em mais facilidade de manejo da cana, menos esforço físico para quem pesca e muito mais ataques. E é disso que se trata: ter mais contactos.

Podemos ter uma incrí vel técnica de pesca, pode mos estar no melhor sítio do mundo, mas se o peixe não entra, nem vale a pena. Ne cessitamos de ter a certeza de que o peixe estará inte ressado em morder o nosso jig, porque sem isso, esta mos apenas a fazer “figura de corpo presente”...

Os jigs ligeiros, dos 20 aos 60 gramas como peso de referência mais comum, dão-nos isso: mais reactivi dade por parte dos predado res. Não é por acaso.

Quando pescamos com jigs mais longos, por norma o peixe vem preso por um ou dois anzóis de um dos assistes duplos do jig. Em

lutas muito violentas, por vezes acabam por se espe tar também no anzol da ou tra ponta do jig, mas não é algo que tenha de acontecer sempre. Tem a vantagem de raramente a linha entrar em contacto com os dentes do peixe, muito abrasivos para a nossa baixada de nylon ou fluorocarbono.

Com jigs ligeiros, o com primento e volume é fran camente menor, e por isso aquilo que é habitual é que sejam “aspirados” por com pleto. São engolidos. Disso resulta o facto de a prisão ser sempre muito efectiva, dando poucas possibilida des de fuga.

Um robalo bem ferrado passa a contar apenas com a possibilidade de poder romper a linha. E isso pode de facto acontecer, quando os dentes a raspam durante muito tempo.

O peixe ao dar com o barco dá um último esticão para se libertar Aí, sejamos francos, se pes camos com linhas baratas, por exemplo o nylon de bai xa qualidade à venda em ar mazéns chineses, mais vale pensar em optar por diâme tros um pouco acima. Mas já

estamos a perder algo, quer em termos de visibilidade, quer do trabalho do próprio jig.

A outra opção é avançar por um fluorocarbono de boa qualidade, e deixar que raspem aquilo que quise rem, porque no fim, acabam sempre dentro da geleira.

A minha opinião é a de sempre: prefiro gastar mais 3 ou 4 euros numa linha boa que perder um peixe de boa qualidade. Não o valorizo em euros, porque não vendo peixe, mas valorizo em emo ções, em desempenho, e aí a perda é muito maior que aquilo que gasto a mais na linha. Sempre. Não conhe ço ninguém que não fique desapontado por perder um peixe grande. E já agora… também perde a amostra/ jig que estava a utilizar.

Por isso mesmo, prefiro jogar pelo seguro e não ar riscar uma rotura que pode ser evitada no momento da aquisição da linha. Há quem opte pelo mais barato que encontra no mercado e por isso mesmo acaba por ter muitos motivos de lamenta ção.

No meu caso, isso é bem difícil, utilizo o fluorocarbono Ti da Varivas, no diâmetro de 0.33mm. Trata-se de uma linha com protecção de titâ

nio, que resiste enormemen te a esforços de raspagem.

É a resposta que os ja poneses encontraram para situações limite, em que há peixes a roçar linhas nas pedras, ou aqueles que, fer rados muito fundo, ou a dar luta durante mais tempo, passam os dentes no fluoro carbono repetidamente.

É inglório que se pesque um peixe a 90 metros de fundo e se venha a perdê-lo a 2 metros, com o barco à vista. É natural que o peixe, ao dar com o barco, tente dar um último esticão para se libertar.

E nunca são os pequenos que partem a linha, são ape nas aqueles que têm peso e força os que vão embora. Se quisermos entender, ….os grandes, os que nos interes sam mais.

A linha é esta:

Ao fim de algumas horas e depois de umas quantas capturas com peso acima da média, é conveniente cortar alguns centímetros de linha e voltar a fazer o nó.

Com poucas capturas, ou peixes de tamanho corrente, nem vale a pena.

Esta linha é algo a que cha mo de “seguro de vida” quan do saio aos robalos e quero ter certezas. Por vezes quem

28 2022 Novembro 431 Pesca Desportiva

pesca a meu lado perguntame “mas tu nunca ficas nervoso com os arranques dos peixes?! Não achas que algo pode partir? ”…

Na verdade, quando te mos material a sério, canas adaptadas ao nosso estilo de pesca, carretos bem lu

brificados, e linhas de alta qualidade, não precisamos de ficar nervosos. Apenas temos de cumprir com aqui lo que deve ser feito, por que tudo foi e previamente testado pelos fabricantes. Tudo foi pensado antes, até à exaustão, e por isso os im

previstos são muito poucos.

Vejam aqui o filme deste robalo com o jig bem dentro da sua boca.

Nem só os pargos e roba los atacam os nossos jigs, por vezes, outros peixes aparecem, mesmo os mais inconvenientes, tal como o

venenoso peixe aranha.

Neste caso, aquilo que faço é aproveitar um jig que a Shi mano desenvolveu para um outro tipo de pesca, retiro os anzóis que vêm de origem, e aplico outros, mais adaptados ao tipo de peixes que temos na nossa costa. É um tipo de

29 2022 Novembro 431 Pesca Desportiva

bricolage que faço com gosto em minha casa, antecipando momentos futuros. Explicovos o meu ponto de vista: Frequentemente, os pei xes vão aos assistes de ca beça, tentando interromper o movimento de ascensão do jig. Por isso, temos de conseguir conjugar o tama

nho, a resistência mecânica a esforços de abertura, e também muito importante, a questão do afiamento dos anzóis. Falamos de agulhas, não de martelos. Uma ponta de anzol deve espetar sem esforço, deve penetrar facil mente na carne ou osso do peixe, sem ser necessário

fazer demasiada pressão. Porque muitas vezes temos toques ligeiros, subtis, e nada pior que perdê-los por falta de qualidade do afia mento.

É muito importante que estes anzóis tenham as ca racterísticas certas. Disso depende o sucesso da nos

sa saída. Os que podem ver na imagem são estes:

Existe um tamanho aci ma, o L, que pode também ser utilizado, quando temos peixe com peso nos pes queiros. Mas este tamanho M já resolve bem a maior parte dos casos, e sendo muito afiado, nunca abre.

O triplo tem a ver com a minha obsessão por trazer umas lulas para casa. São muito apreciadas pelas minhas filhas e por isso eu sa crifico um pouco a acção de vibração do jig, e substituo o assiste de cauda pelo anzol triplo. No fim, a cada um a sua decisão.

Uma pequena peça pode, nas condições certas, proporcionar-nos momentos de incrível felicidade.

Bem sei que muitos de vós nunca experimentaram pescar com artificiais, mas acreditem que é bastante di vertido. E produtivo!

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Pesca Desportiva
O peixe ao dar com o barco dá um último esticão para se libertar Pormenor do jig da Anzóis Shimano

Lançamento Motores Elétricos ELCO Mobilidade

Aempresa reforça as sim a aproximação das embarcações ao universo elétrico, livre de

elétrica, com propulsão convencional

emissões CO2, ruídos e po luição química em geral.

Tudo, tal como se assis te já na mobilidade elétrica

automóvel.

A ELCO é uma empresa americana líder no desen volvimento e fabrico de so luções de propulsão elétrica para embarcações, “inboard” ou “outboard”.

Começa agora a estender a sua atividade à Europa.

Saiba mais em: https:// www.elcomotoryachts.com/

Motores

Elétricos

Marítimos

Fora de Borda e de Interior

A ELCO é uma empresa da indústria de propulsão elétri ca que tem como missão de produzir motores elétricos para as embarcações.

A sua fábrica produz mo tores fora de borda (outbo ard) e de interior (inboard),

com sistemas de propulsão totalmente elétricos ou híbridos, que permitem manter as águas do mar mais lim pas e seguras para a vida marinha e para a humanidade, evitando a emissão de gases poluentes.

Os motores da ELCO pos suem uma construção fiável e durável com necessidade mínima de manutenção. De sign tradicional, tendo como padrão o encapsulamento em alumínio. Sistema de ar refecimento por água. Pre cauções de segurança múlti pla e sistema de alarme “Get Home Safe”.

Os motores de popa da Elco podem parecer moto res convencionais de com bustão, mas, sob o seu ex terior robusto e durável está um comprovado design de

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Electrónica
ELCO: Motores Elétricos de Propulsão Marítima. A Nautel tem o prazer de apresentar e introduzir no mercado nacional os motores elétricos de propulsão convencional, ELCO. Notícias Nautel Uma vasta gama de motores elétricos desde 5CV a 50CV EP-20 Elétrico fora de borda

tecnologia de propulsão elétrica de ponta, que tornou os seus motores fora de borda líderes em potência e de sempenho.

Em termos comparativos de desempenho em Cv/Hp a gama compõem-se de mo delos em: 5 – 9,9 – 14 – 20 – 30 – 50 Cv

Os motores de popa Elco estão disponíveis numa am pla gama de opções de po tência, com caixa de coman

EP-50 Elétrico

do ou de cana de leme e, eixo longo ou curto para caberem em barcos de todas as formas e tamanhos.

Os motores de popa da Elco podem parecer moto res convencionais de com bustão, mas, sob o seu ex terior robusto e durável está um comprovado design de tecnologia de propulsão elé trica de ponta, que tornou os nossos motores fora de borda líderes em potência e desempenho.

A produção da ELCO in clui também motores de in terior, para veio, com mode los dos 6 aos 100Cv.

Seja equipando uma nova construção ou modernizan do um barco de propulsão tradicional, os sistemas “in board” da Elco são projeta dos tendo em mente a fácil instalação. Os motores são adequados para veleiros, lanchas, traineiras, catama rãs, barcos de trabalho e tá

xis aquáticos de 15 pés a 85 pés, com uma faixa de substituição de potência a diesel de 2 HP a 125 HP. O sistema de propulsão interior da Elco usa motores de indução AC altamente confiáveis, poten

tes e fáceis de manter, com uma vida útil estimada de mais de 50.000 horas.

Para além da significativa poupança em custos de com bustível, terminam as despe sas com manutenção, revi

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www.nautel.pt
EP-9.9 Elétrico fora de borda EP-50 Elétrico fora de borda
fora de borda EP-40 Motor elétrico de interior

sões, mudança de óleo etc.

A Nautel pode apresentar soluções de propulsão híbri ca para prolongar a autono mia das baterias.

Com a sua gama de ba terias de lítio LiFE04 (com BMS, Bluetooth e App de controlo) a componente de energia para alimentar os motores está também asse gurada.

Naturalmente fazem tam bém parte do conceito geral, os carregadores de bateria da marca Sterling.

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A Elco junta-se a Nautel para proporcionar aos seus clientes uma gama de motores que são mais benéficos para o meio ambiente

Gama de motores elétricos

“outboard” complementar à ELCO, para propulsão Alguns motores da marca Minnkota têm especifica ções que lhes permitem ser também considerados para motorização de propulsão, em painel de popa.

Se a gama da ELCO co meça no motor elétrico com equivalência a 5Cv (Hp), diríamos que os a seguir

apresentados compõem a gama abaixo deste nível de “potência”.

Dado que a marca Minnko ta, há mais de 25 anos com a Nautel, tem também al guns motores de painel de popa que se podem incluir na categoria da propulsão embora com menos Cv, jun tamos a tabela de preços da sua gama que oferece Solu ções entre os 1 e 3Cv.

Uma seleção de motores ELCO chegará ao nosso stock durante Dezembro.

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Motores de popa da MinnKota, há mais de 25 anos com a Nautel

1ª Edição do Algarve Sailing Summit 2022

A Associação Regional de Vela do Sul (ARVS), foi criada há 41 anos em Faro e tem como principais objetivos, coordenar, promover e desenvolver o desporto da vela nas suas múltiplas formas, nos distritos de Évora, Beja e Faro.

Sendo na nossa perspe tiva um Evento de grande relevância para a região e para o futuro sustentável da nossa modalidade, estamos certos de que o mesmo irá merecer o melhor interesse e participação ativa de toda a comunidade em geral.

Com o apoio do IPDJ Algarve, propusemo-nos organizar um Evento diferen ciador a nível Nacional, de modo, juntar todo o capital de conhecimento dos vários agentes desportivos da mo dalidade, tendo em vista a partilha experiências, a sen sibilização do poder decisor, a potenciação da prática da modalidade e definição de estratégias para captar mais e melhores eventos náuticos para a região do Algarve.

Com base nestes pressu postos a Associação regional de Vela do Sul irá realizar no

próximo dia 14 de novem bro de 2022, no Auditório do IPDJ Algarve, em Faro, a primeira edição do ‘Algarve Sailing Summit 2022’.

O Evento terá dois perío dos distintos, o primeiro dos quais na parte da manhã, com um conjunto de deba tes sobre várias temáticas, tais como:

a) Perspetivas do despor to Vela, com a presença de vários velejadores regionais e nacionais;

b) O turismo náutico e os eventos, com a presença de várias individualidades do setor náutico;

c) Mais e melhores apoios e investimentos para a modalidade, com a presença de vários responsáveis de organismos públicos.

No período da tarde con tamos ter uma demonstração na água, de algumas das vá rias classes da modalidade, junto à Doca de Faro e em estreita colaboração do Gi násio Clube Naval de Faro.

No final do dia realizarse-á a “Gala dos Campeões” para premiar os velejadores algarvios e proceder à entre ga dos trofeus do Campeo nato do Algarve, referente à época 2021/2022 que agora terminou.

Contamos lançar neste Evento a marca VELA AL GARVE a qual pretende ser um veículo aglutinador entre o desporto vela e as Entida des que promovem o turismo náutico, com vista a criar si nergia de grupo e potenciar as excelentes condições para a prática da modalidade que a região oferece, assim como atrair negócio e ajudar a combater a sazonalidade.

Segundo o Presidente da ARVSul, Ricardo José “Será uma iniciativa diferenciadora, que abrirá um novo capítulo na vida desta Associação. Vamos reunir em torno desta modalidade, um conjunto de atores, com provas dadas, quer na competição, na or ganização de grandes eventos desportivos, nos apoios aodesenvolvimento do des porto, quer na promoção da modalidade além-fronteiras. Estamos certos, que com esta abertura à sociedade ci vil, vamos conseguir dar uma imagem forte, de valor acres cido ao Turismo Náutico e irá permitir demonstrar todo o potencial e dinâmica deste desporto. Este é um caminho que queremos navegar jun tos, entre o trabalho meritório dos clubes algarvio e as insti tuições, vamos alcançar bons ventos. No final, vamos ter a oportunidade de uma vez mais, estar com os nossos atletas algarvios na Gala do Campeões do Algarve, para homenagear os vencedores do Campeonato do Regional, e todos aqueles que realiza ram grandes prestações em provas internacionais. “

A inscrição no maior Con ferência da vela Regional, é obrigatória, e através do link: https://www.arvelasul.com/ algarvesailingsummit.

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Notícias do Mar
da Associação Regional de Vela do
Notícias
Sul

Fomos Deixando História Feita!

1ª Crónica deste ciclo

Oleitmotiv desta nova série das nossas crónicas mensais neste jornal a partir do próximo mês de novembro até ao fim deste ano de 2022, em princípio, é o de recordar aos leitores que nos acompa nham, bem assim como, para os outros das gerações posteriores à nossa, passarem a conhecer tudo aquilo que nós cidadãos Amigos do Tejo da AAT temos vindo a realizar e a divulgar sobre as mais va riadas atividades que empreendemos no sentido da sensibilização, formação e treino quer dos jovens quer dos mais adultos, de-

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Tagus Vivan Crónica Carlos Salgado

vido a termos entendido logo à partida da nossa formalização oficial no ano de 1984, quer dirigida aos jovens oriundos das populações ribeirinhas do Tejo português quer aos docentes convocados para o primeiro projeto-programa oficial de “O Tejo Na Escola” de 1986/87/88, de trazer o Tejo à Escola e de levar a Escola ao Tejo, no Vale do Tejo, que foi viabilizado a partir de um protocolo celebrado entre os seguintes parceiros: A Secretaria de Estado do Ambiente e dos Recursos Naturais, durante a tutela do Engº. Carlos Pimenta, a Secretaria de Estado do Ensino Básico e Secundário e a AAT- Associação dos Amigos do Tejo, a quem coube obter o apoio logístico indispensável dos municípios ri-

beirinhos, para além da di namização no terreno em colaboração com os docentes convocados para

este programa oficial, que foi o tema mais debatido no 1.º Congresso do Tejo de 1987, integrado nas co-

memorações do Ano Euro peu do Ambiente.

Mas nesta presente cró nica, entendemos dar prio

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ridade a outro projeto que brotou das conclusões do II Congresso do Tejo de 2006, o de uma Candidatura do Tejo luso-espanhol, intitula do “Tagus Universalis”, a Pa trimónio Mundial da Huma nidade da UNESCO, que foi entendido logo à partida que caberia à AAT, avançar com

o processo deste projeto Ta gus logo a partir do ano de 2007, começando por pro curar encontrar uma ONG espanhola que pugnasse também pelo Tejo/Tajo, para futura parceira, que ao cabo de algumas tentativas foi encontrada, a “TAJO SOS TENIBLE”, coordenada pela

Barbara Palomares a enca belar um grupo de especia listas e até de Professores da Universidad de Castilla La Mancha, ONG esta cuja primeira sede situava-se em Toledo, onde teve lugar o nosso primeiro Encontro entre as duas ONGs Amigas do Tejo.

A partir daí outros encon tros presenciais acontece ram quer em Espanha quer em Portugal, para além de continuar a ser mantido um diálogo permanente pelo correio entre os dois prin cipais dinamizadores, a Barbara Palomares por Es panha e o Carlos Salgado por Portugal, até que nos foi aberta a possibilidade de proclamar a nossa Declara ção de Intenções conjunta, internacionalmente, desta candidatura luso-espanhola, no Pavilhão de Portugal na Expo Mundial de 2008 de Saragoça, Espanha.

Dando continuidade a este projeto durante os anos de 2008 e 2009, estas duas ONGs prosseguiram de mãos dadas a pugnar pela divulgação e a creditação da Candidatura “Tagus Univer salis”, através de uma es tratégia, ou melhor, de uma operação diplomática para obter o apoio e a adesão à causa por parte das enti dades oficiais relacionadas com o Tejo/Tajo, tanto da Espanha como de Portugal, para além de irmos procu rando fazer uma relação das realidades potenciais mais credíveis, realistas e sobretudo mais evidentes e destacáveis, relativas às competências naturais do

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Tejo/Tajo, para além dos seus atributos e valências, quer materiais quer imate riais, desde a Pré-História, que pudessem justificar ple namente que a Unesco entenda por bem dedicar a sua melhor atenção para avaliar se esta nossa Candidatu ra Luso-Espanhola do Tejo Ibérico a Património Mundial da Humanidade, segundo o conceito da Paisagem Cul tural, tem possibilidades de ser reconhecida para apro vação.

Após a dita “Proclamação Internacional” desta Can didatura na Expo-Mundial 2008 em Saragoça, as duas ONGs luso-espanholas pro motoras desta Candidatu ra, graças ao significativo número de respostas rece bidas entretanto das mais variadas entidades oficiais contactadas durante aquela operação diplomática, quer da Espanha quer de Portu gal, aderindo à causa e até estimulando-nos ainda mais para avançarmos com este projeto, levou-nos a ir mais além daquilo que entretanto já estávamos a desenhar, ao programarmos e até con firmarmos a preparação da realização no ano de 2009, de mais dois Encontros Ibé ricos, o primeiro no mês de junho em Vila Franca de Xira

e o segundo em setembro em Talavera de La Reina, onde acabou por ser cele brado um protocolo de geminação entre a AAT e a Tajo Sostenible, como Candida tura TAGUS UNIVERSALIS IBÉRICA

Tanto nestes últimos En contros Ibéricos como o re sultado inesperado daquilo

que se lhe seguiu será conti nuado no próximo jornal.

Só mais uma Nota: Se o caro leitor se recordar ou tiver interesse de reler o arti go do Guarda Rios do mês passado, outubro, o que recomendamos vivamente, encontrará nele uma rela ção, digamos íntima ou re lacionada, com a crónica do

NM 431, do corrente mês de novembro de 2022.

O texto de opinião do corrente mês de novembro, refere-se a um dos primeiros episódios da dinamização da aat, que fez história, que vai ter continuação no próximo número deste jornal…

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Amplia Gama de Pontões Flutuantes em Betão

ALindley Marinas, empresa do gru po especializada no fabrico de equipamentos flutuantes, está a expandir a sua linha de pontões de be

tão armado com atenuado res de ondulação e pontões de flutuação contínua em módulos até 6 metros de lar gura e 20 metros de compri mento. O catálogo incorpora

também o recente desenvol vimento da sua nova extru são de alumínio com perfil de 26 kg/metro destinada a estruturas pedonais fixas.

Desde a construção inte gral de marinas e portos até pequenos ancoradouros, a Lindley Marinas fornece todo o tipo de soluções flutuantes, colaborando em Espanha com a sua associada Alma rin. A empresa possui uma das mais extensas gamas de pontões flutuantes do mer cado, incluindo pontões em betão, aço, alumínio e ma deira, complementados com equipamento e componentes

acessórios. Recentemente, a capacidade técnica e comer cial das empresas foi reforça da com a aquisição da unida de de produção de marinas da empresa Aister.

A Lindley Marinas esta rá presente na METS em Amsterdão, de 15 a 17 de novembro próximos, para apresentar o seu novo ca tálogo e vídeo promocional, divulgar ao mercado as suas soluções fruto de mais de 30 anos de actividade no sec tor, e ainda efectuar contac tos para novos projectos e clientes, e procurar agentes e distribuidores.

42 2022 Novembro 431
Notícias do Mar
O GRUPO LINDLEY, através da sua empresa LINDLEY MARINAS, acaba de lançar o novo catálogo de equipamentos flutuantes para marinas, docas de recreio e portos de pesca. Notícias do Grupo Lindley Póvoa de Varzim

Mapeamento do Mar Português

ONRP D. Carlos I, atualmente nos Açores, realizou, nos primeiros dois meses de missão, análise a uma área de 47.997 km2, sendo a mesma equivalente a metade das áreas de Portugal Continental e dos Arquipélagos juntas.

Na atual missão o navio hidrográfico da Marinha já navegou 6.263 milhas náu ticas, o equivalente a mais de 11 mil quilómetros.

O NRP D. Carlos I tem como objetivo, durante esta missão, sondar diversas áreas de interesse defini das pelo Instituto Hidrográ fico, para efetuar o levan tamento hidrográfico com vista a uma maior extensão

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Notícias do Mar
Navio da Marinha acrescenta 48 mil km2 ao projeto do mapeamento do mar português. Notícias da Marinha O objetivo, durante esta missão foi sondar diversas áreas de interesse definidas pelo Instituto Hidrográfico Navio hidrográfico da Marinha NRP D. Carlos I

de mapeamento do fundo marinho e também para atualização cartográfica.

O navio da Marinha tem uma guarnição de 35 militares e é comandado pelo capitão-de-fragata Pedro Aires de Castro.

Desativado em 1995, foi transferido para a Mari nha em 9 de dezembro de 1996, passando ao estado de armamento com o atual nome em 28 de fevereiro de 1997. Após a chegada a Portugal foi adaptado às atuais funções de navio hidrográfico e oceanográ fico no Arsenal do Alfeite, tendo posteriormente efe tuado duas novas adap tações, entre 2001/04 e entre 2008/10.

O NRP D. Carlos I é um navio hidrográfico que tem como missão apoiar a exe cução das atividades de

Na atual missão o NRP D. Carlos I, navio hidrográfico da Marinha já navegou 6.263 milhas náuticas

investigação e desenvolvi mento tecnológico relacio nadas com as ciências e as técnicas do mar, tendo em

vista a sua aplicação prio ritária em operações milita res navais, designadamen te nas áreas da hidrografia,

da cartografia hidrográfica, da segurança da navega ção, da oceanografia e da defesa do meio marinho.

45 2022 Novembro 431 Notícias do Mar
O navio da Marinha tem uma guarnição de 35 militares

Instituto Hidrográfico e Instituto Português do Mar e da Atmosfera Celebram Protocolo

Foi celebrado no dia 11 de outubro de 2022, um protocolo de cooperação entre o Insti tuto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) e o Insti

tuto Hidrográfico (IH).

Este protocolo visa atingir vários objetivos, entre eles, desenvolver esforços para edificar, de forma coordenada, o Centro Nacional de dados

Oceanográficos e as articula ções necessárias ao respetivo funcionamento e manutenção; partilhar recursos, dados, in formação e infraestruturas no âmbito do Centro Nacional de

dados Oceanográficos e me lhorar a cooperação na Inves tigação Científica através de estudos, programas ou proje tos considerados com interes se de realização conjunta.

46 2022 Novembro 431
Notícias do Mar
Notícias da Marinha O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) e o Instituto Hidrográfico (IH), celebram um protocolo de cooperação conjunta para vários objetivos.

Navio da Marinha Conclui Missão Internacional Durante a qual Contribuiu para o Resgate de 47 Pessoas

Onavio efetuou 331 horas de navegação, percorrendo 3 518 milhas náuticas, o equivalente a mais de 6 500 quilómetros.

O NRP Mondego dete tou, tanto pela sua ação de patrulha na área de operações, como através da colaboração com o ICC Madrid, que solicitou

várias vezes o seu empe nhamento na interceção de possíveis embarca ções de migrantes, um to tal de 47 migrantes.

Todos elementos res gatados foram, poste riormente, recolhidos por embarcações do serviço de salvamento marítimo espanhol, nomeadamen te, as SALVAMAR SPICA

E DRACO.

Durante estas ações de salvamento, o navio de monstrou uma rápida res posta e um elevado senti do de colaboração com as autoridades locais. Real çando-se, o resgate efe tivo de 11 migrantes para bordo do NRP Mondego, dos quais 3 eram meno res, prestando-lhes assis

tência médica e forneci mento de mantimentos.

Navio da Marinha resgatou migrantes em Espanha

O NRP Mondego, integra do na operação INDALO 22 que é coordenada pela agência Europeia da Guar

48 2022 Novembro 431
Notícias do Mar
O NRP Mondego regressou à Base Naval de Lisboa, após concluir a participação na Operação INDALO 2022, sob égide da Agência Europeia da Guarda de Fronteiras e Costeira – FRONTEX, onde esteve integrado desde o dia 4 de outubro. Notícias da Marinha O NRP Mondego na Base Naval de Lisboa, de regresso depois da participação na Operação INDALO 2022

da de fronteiras e costeira FRONTEX, resgatou 11 migrantes de uma embar cação, a Sul de Espanha, no dia 31 de outubro.

Na realização da patru lha à área o navio, junta mente com a aeronave C295 da Força Aérea Por tuguesa (FAP), integrada na mesma operação, intercetou uma embarcação com 11 migrantes a bor do, dos quais cinco eram do sexo masculino, três do sexo feminino, incluin do uma mulher grávida de 5 meses, e três crianças, entre os 5 e 16 anos.

O navio, em estreita coordenação com o ICC Madrid, efetuou o resga te para bordo de todos os migrantes , de seguida, o NRP Mondego deslocouse até ao porto de Carta gena, para transferir

49 2022 Novembro 431 Notícias do Mar
to dos os migrantes para a embarcação SALVAMAR DRACO, que os transpor tou até terra. O ICC Madrid e a agên cia FRONTEX agradece ram o empenho e rápida resposta do NRP Monde go nesta ação. O NRP Mondego, integrado na operação INDALO 22 Foi intercetada uma embarcação com 11 migrantes a bordo O navio, em coordenação com o ICC Madrid, efetuou o resgate de todos os migrantes

ISQ Sopra a Favor da Economia Azul

O ISQ trabalha como um agente ativo num dos setores mais produtivos e promissores da economia azul: a energia renovável.

de CO2 e, por conseguinte, pela diminuição do efeito de estufa.

Por esta razão, a ener gia eólica – sobretudo, em offshore - está em expansão e tem sido a grande aposta dos países que necessitam de produzir energia elétrica com maior rapidez, aprovei tando o regime de alta velo cidade do vento característi co do oceano.

Esta mudança de pa radigma da energia eólica onshore para offshore prevê um aumento da capacidade eólica global de 64 GW/ano, registados em 2019, para 370 GW/ano, em 2050.

Windfloat Atlantic, a versão pré-co mercial de uma plataforma eólica flutuante ao largo de Viana do Caste lo, é o projeto em que o ISQ participa na exploração do potencial eólico marítimo para um maior aproveitamento da energia do vento, nomeada mente, na garantia e controlo de qualidade (QA/QC) de 2 plataformas Windfloat.

A energia renovável com maior crescimento mundial, a par da energia solar, é a energia eólica. Uma energia cujo impacte vem melhorar o meio ambiente e o clima pela redução das emissões

“Com um crescimento assinalável, a energia eólica apresenta-se cada vez mais como uma fonte de energia elétrica alternativa às energias fósseis e mais poluentes. Nesta trajetória, destaca-se a aposta política e a evolução tec nológica que o ISQ tem acompanhado e na qual tem desempenhado um papel importante, sobretu do, na área do fabrico e da instalação.”, destaca David Pereira, Business Develop ment Manager do ISQ.

O projeto Windfloat Atlan tic surge nesse sentido e veio revolucionar o registo offsho re da produção de ener gia. Coordenado pela EDP Renováveis – integrando a Principle Power, a Repsol e a Portugal Ventures como parceiros tecnológicos – o ISQ desempenha um papel significativo no controlo por ensaios não destrutivos e no controlo dimensional, assim como nos ensaios de estan quicidade e de equipamen tos e, ainda, na coordenação de segurança em obra.

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Notícias do Mar
do Instituto da Soldadura e Qualidade
Notícias
Plataforma eólica flutuante Windfloat Atlantic David Pereira, Business Development Manager do ISQ

Esta nova tecnologia – em substituição das tradicionais torres fixas no fundo do mar - é representada por três plataformas semi-submersas, cada uma das quais com uma eólica V164 MHI-Ves tas, que permitem o aprovei tamento do potencial eólico do mar em profundidades superiores a 40 metros para produção de energia limpa.

O Windfloat está otimiza do para a utilização de tur binas até 8MW, estando em aberto a possibilidade de instalação, num futuro pró ximo, de turbinas com maior potência.

O Projeto faz parte da Estratégia Industrial para as Energias Renováveis Oceâ nicas, cujo principal objetivo é a criação de um “cluster” industrial exportador destas tecnologias energéticas lim pas com um potencial para gerar 254 milhões de euros em investimento, 280 milhões de euros em valor acrescen tado bruto, 119 milhões de euros na balança comercial e 1.500 novos empregos.

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Criar um cluster industrial exportador destas tecnologias Plataforma Windfloat Atlantic a ser rebocada

Estuário do Tejo Carece de Melhorias para Potenciar a Presença de Golfinhos

ONG alerta que há ainda intensas pressões decorrentes de atividades humanas tan

to nas suas margens como ao longo da sua bacia hidro gráfica e muito para fazer se queremos potenciar a

presença dos golfinhos no estuário, recomendando a criação de uma Comissão de Acompanhamento do Es tuário do Tejo.

A monitorização do Bom Estado Ambiental do es tuário do Tejo é uma peça chave para melhor compre ender as necessidades de conservação do estuário e, em particular, dos grupos de golfinhos que o visitam.

O estuário do Tejo é o maior e mais ameaçado es tuário nacional, mas apre senta nos últimos 30 anos

sinais de melhoria da qua lidade ambiental, aumento da abundância de algumas espécies de peixe e recu peração de alguns habitats importantes – fatores que podem favorecer a presença de golfinhos no rio Tejo, de acordo com o primeiro es tudo nacional “Golfinhos no Tejo, por um estuário mais saudável”, apresentado na Biblioteca de Alcântara, em Lisboa. O estudo, realizado pela ANP|WWF, conta com apoio da Fundação Ocea no Azul, em parceria com

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Notícias do Mar
ANP/WWF apresentou um relatório sobre o Estuário do Tejo e os golfinhos que o visitam, analisando as alterações ambientais neste ecossistema ao longo do tempo e como algumas melhorias podem justificar as visitas dos golfinhos, como a maior disponibilidade de alimento. Golfinhos do Tejo É preciso melhorar fatores que podem favorecer a presença de golfinhos no rio Tejo ANP|WWF apresenta um relatório sobre o Estuário do Tejo e os golfinhos

investigadores do MAREULisboa e MARE-ISPA e o financiamento da platafor ma Probably Better Now, da Carlsberg, e mostra como a saúde deste ecossistema pode melhorar a sua atrativi dade para os golfinhos.

“Como sistema altamente complexo e dinâmico que é, para compreender as visitas dos golfinhos, temos de conhecer primeiro o estuário e as várias fontes de pressão ambien tal a que está sujeito. Só assim poderemos perceber que tipo de impactos e alterações estão a ocorrer devido às atividades hu manas, e definir ações efetivas para minimizar esses impactos, melhorar a sua saúde e permitir que as visitas dos golfinhos continuem. Como ponto de partida recomendamos a criação de uma Comissão de Acompanhamento do

Estuário do Tejo, alicerçada na Área Metropolitana de Lisboa, que inclua todos os stakeholders rele vantes”, afirma Ângela Mor gado, Diretora Executiva da ANP|WWF.

Ana Henriques, Técnica de Oceanos e Pescas, partilhou

Queremos potenciar a presença dos golfinhos no estuário

que “apesar de algumas melhorias ambientais muito ainda há a fazer pela saúde do estuário do Tejo. As medidas de conservação a aplicar devem considerar o sistema estuarino como um todo e, no caso dos gol finhos, como um conjunto

de habitats dinâmicos que vão desempenhar diferentes papéis influenciando a sua presença e forneci mento de alimento. Os golfinhos ocupam um lugar no topo da cadeia alimentar e a observação destes no es tuário mostra que existem

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A ANP|WWF recomenda a criação de uma Comissão de Acompanhamento do Estuário do Tejo

condições ecológicas favo ráveis à sua presença e que devem ser preservadas. No entanto, a intensa utilização do estuário do Tejo por parte de atividades humanas constitui uma ameaça para as populações de golfinhos com consequências a médio e longo prazo”

Este é o primeiro grande relatório sobre o Estuário do Tejo e os seus golfinhos, agregando dados sobre a qualidade ambiental, comu nidades de peixes, molus cos, crustáceos e aves, e principais pressões, como a poluição, tráfego marítimo e pesca. Reunindo informação

de diferentes fontes, numa análise compreensiva do passado e do presente do Estuário, o relatório aponta os caminhos para a sua pro teção e para a valorização da presença dos cetáceos. O estuário do Tejo, sendo um dos maiores da Euro pa, desempenha um papel

fundamental para a con servação da natureza e da biodiversidade. É zona de maternidade para muitas espécies, fonte de alimenta ção e porto abrigo para mi lhões de aves migratórias e juvenis de peixes, inclusiva mente de espécies comer cialmente importantes para a sobrevivência das comuni dades piscatórias. Apresen ta uma excepcional riqueza paisagística, elevada produtividade biológica, grande capacidade de sequestro de carbono e reciclagem de nutrientes, entre outros serviços de ecossistema tanto na área do turismo e bemestar como outros serviços essenciais à Natureza e às pessoas desde há milénios, sendo historicamente uma área preferencial para o es tabelecimento de comunidades humanas.

Para Ângela Morgado, “este relatório demonstra o compromisso que a ANP|WWF assume para com o estudo e proteção do Estuário do Tejo, mas a boa saúde do estuário e a sua biodiversidade de pendem do envolvimento e compromisso de múltiplos stakeholders, entre os quais incluímos empresas. As empresas que dele be neficiam têm não só a responsabilidade de diminuir a pressão sobre este sistema natural, como de apoiar o desenvolvimento do conhe-

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Para compreender as visitas dos golfinhos, temos de conhecer primeiro o estuário Há muito ainda a fazer pela saúde do estuário do Tejo

o compromisso que a ANP-WWF

cimento científico sobre o estuário, colaborando ativamente para garantir a sua proteção.”

É neste contexto que a Carlsberg, ao abrigo da plata forma “Probably Better Now”, apoiou a realização deste re latório. Para Bruno Albuquer que, Diretor de Marketing, Cervejas e Patrocínios do Su

per Bock Group, “a Carlsberg tem pautado a sua atuação pela procura da melhoria continua propondo-se a encontrar soluções inovadoras que ajudem a mitigar o impacto da sua atividade, nomeadamente no caso do plástico que, globalmente, é um material que afeta a saúde do ecossistema cos-

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Este relatório demonstra assume para a proteção do Estuário do Tejo Queremos potenciar a presença dos golfinhos no estuário

teiro. Surge assim esta par ceria, por acreditarmos que a união de entidades públi-

cas e privadas em torno de um objetivo comum permite gerar efeitos positivos

na sociedade e, neste caso específico, na proteção do meio ambiente.”

Para além da Comissão de Acompanhamento do Es tuário do Tejo, a ANP|WWF apresenta mais 22 reco mendações para a proteção do Estuário, nas áreas da Governança, Conservação e Restauro Ecológico, Co nhecimento/Investigação e Sensibilização e Educação Ambiental, sendo a monito rização do Bom Estado Am biental uma peça chave para melhor compreender as necessidades de conservação do estuário e, em particular, dos grupos de golfinhos que o visitam.

No relatório são ainda apre sentados resultados prelimi nares sobre ocorrência de ce táceos no Estuário, recolhidos durante os primeiros 6 meses de funcionamento do Ob servatório Golfinhos no Tejo, instalado no Centro de Coor denação e Controlo de Tráfe go Marítimo e Segurança do Porto de Lisboa (Torre VTS), em Algés.

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O estuário do Tejo, é um dos maiores da Europa e desempenha um papel fundamental para a conservação da natureza A Carlsberg tem pautado a sua atuação pela procura da melhoria do Estuário do Tejo

Aprovado o Plano para a Aquicultura em Águas de Transição

A Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM), informa que foi publicada a Resolução do Conselho de Ministros n.º 76/2022, de 12 de setembro, que aprova o Plano para a Aquicultura em Águas de Transição (PAqAT) para Portugal Continental, instrumento indispensável à execução da estratégia de desenvolvimento da aquicultura, contribuindo para o seu ordenamento e crescimento.

Aimplementação deste Plano vai permitir dispor de cerca de 4,6 mil hectares de áreas potenciais aquíco las em Águas de Transição, proporcionando condições para a instalação de novos estabelecimentos ou reati vação de alguns atualmente inativos, de modo a atingir a meta, em 2030, de uma pro dução na ordem das 25 mil toneladas.

Trata-se de um plano es truturante e fundamental, que teve como objetivo a identificação dos espaços com maiores potencialidades para a aquicultura, sal Estuário do Tejo

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Notícias do Mar Notícias da DGRM
A mariscar na Ria Formosa Fotografia: Paulo talhadas dos Santos/Casa das Ciências

vaguardando os impactos ambientais, nas águas superficiais na proximidade da foz dos rios, que têm um caráter parcialmente salga do em resultado da proximidade de águas costeiras, que influenciam os cursos de água doce, e por isso são designadas por Águas de Transição. A título de exem plo refira-se, as lagoas cos teiras da ria Formosa, ria do Alvor, lagoa de Santo André, lagoa de Albufeira, lagoa de Óbidos e barrinhas de Es moriz

O PAqAT resulta de um trabalho conjunto, no qual foi assegurado a compatibili zação com os outros Planos Territoriais e com usos marí timos e marinhos, em linha com as orientações e metas para 2030 relativas à promo ção de uma aquicultura mais sustentável e competitiva na União Europeia.

O Plano identifica os atuais recursos hídricos e as áreas de maior potencial aquícola, cujos trabalhos foram coor denados pela DGRM e pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera, I. P. (IPMA), em estreita colaboração com as Comissões de Coorde nação e Desenvolvimento Regional, a Agência Portu guesa do Ambiente, I. P., o Instituto da Conservação da

Natureza e das Florestas, I. P., e a APP – Associação dos Portos de Portugal, en tidades com competências técnicas e científicas consi deradas adequadas, em razão da matéria, bem como a auscultação das organiza ções associativas e coope rativa do setor aquícola

O PAqAT foi, igualmente, apresentado em sessões de esclarecimento e submetido a um forte processo de con sultas públicas, abertas a to dos os interessados.

Águas de transição

Abrange as águas superfi ciais na proximidade da foz dos rios, que têm um caráter

parcialmente salgado em re sultado da proximidade de águas costeiras, mas que são significativamente influencia das por cursos de água doce.

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Estuário do Tejo Estuário do Tejo Ria Formosa

Bóia Salvavidas Portuguesa U Safe Distinguida em Prémio Internacional de Inovação

Uma empresa de Torres Vedras, a U SAFE, que cons trói um equipamento de salva mento controlado de forma re mota, inteiramente inventado, desenvolvido e fabricado em Portugal, está nomeada para um prémio internacional de inovação, na categoria “Segu rança Humana”, distiguindose entre mais de 2.100 can didaturas de âmbito mundial. O anúncio foi feito em Nova Iorque, com vista aos CES In novation Awards 2023, o mais influente evento de inovação tecnológica do mundo, que decorre de 5 a 8 de janeiro, em Las Vegas.

Desenvolvida pela empresa portuguesa Noras Performan ce, com o objetivo humanitário

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Notícias do Mar Economia do Mar
Invenção tecnológica 100% portuguesa que revoluciona o salvamento no mar está a conquistar o mundo. Esta é a 1ª vez que uma empresa portuguesa recebe esta distinção nos CES Innovation Awards. Bóia U SAFE nomeada para a CES 2023

de preencher a lacuna existen te nos meios de salvamento no mar, a U SAFE é uma bóia autopropulsionada, controlada remotamente, projetada para ser um “robot aquático” rápido e preciso, capaz de alcançar, de forma eficaz, uma pessoa em perigo.

Sendo já utilizada em vá rias marinhas e guardas cos teiras de todo o mundo, a mais importante vantagem da U SAFE reside na capacidade de possibilitar resgates nas condições mais adversas, com o mar agitado ou zonas rocho sas, evitando que, tanto o so corrista como a embarcação, corram perigo. Foi concebida para uma utilização simples e intuitiva, de forma a permitir que qualquer pessoa, mes mo sem treino prévio, realize um resgate, lançando a bóia a partir de terra, de embarca ções ou de meios aéreos.

De acordo com Jorge No ras, CEO e Fundador da Noras Performance “Após sermos reconhecidos em 2019 como o melhor produto na Indústria Naval Mundial, é uma grande honra e um marco muito importante para a U SAFE sermos agora considerados como um dos melhores Produtos Tecnológicos para a Segurança Hu mana. Temos muito orgulho em ajudar a resolver problemas do mundo real, utili zando tecnologia avançada para desenvolver soluções simples com aplicações globais. A U SAFE provou ser uma solução extremamente fiável com um histórico operacional notável.”

Este inovador produto por tuguês, que está a despertar grande interesse a nível inter nacional, estará em exibição no Booth 9863, Hall Robotics, de 5 a 8 de Janeiro em Las Vegas, NV.

Sobre a Noras Performance: A equipa Noras e o fundador

Jorge Noras, têm mais de trinta anos de experiência acumulada no desenvolvimento de soluções de engenha ria de alto desempenho, com várias patentes e desenvolvimento de produtos, inclusi ve na área medica. A visão empreendedora de Jorge Noras, combinada com o seu know-how em engenharia, conduziram o resgate e a segurança marítima para o nível seguinte.

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O equipamento de salvamento é controlado de forma remota A bóia pode ser lançada a partir de terra, de embarcações ou de meios aéreos

Circuito Nacional de Bodyboard Crédito Agrícola - 3ª Etapa

Miguel Adão e Filipa Broeiro em Ondas Épicas da Nazaré Lançam Candidatura aos Títulos Nacionais

O Circuito Nacional de Bodyboard Crédito Agrícola (CNBBCA) veio à Nazaré pegar fogo. Miguel Adão e Filipa Broeiro venceram, respetivamente, o open e o feminino e baralharam as contas do Circuito Nacional de Bodyboard, lançandose na luta pelos títulos nacionais.

Depois de no pri meiro dia, o Na cional ter passa do pela Praia do Norte, com ondas incríveis que propor cionaram mesmo a nota mais alta do campeonato, um dez para o ex-campeão nacio nal Daniel Fonseca, e várias pontuações excelentes, o se gundo e decisivo dia de ação decorreu na Praia do Sul com ondas pesadas na casa dos dois metros, a proporcio nar tubos e rampas.

E foi com uma onda des tas que Miguel Adão, na final, garantiu um 9,75 (para um total de 15,45). Um tubo com um rollo numa das maiores ondas do dia e que permitiu ao figueirense bater Daniel Fonseca, mais os açorianos Pedro Correia e Rodrigo Rijo. Daniel teve 12,35, Pedro Cor reia 11,80 e Rijo 8,75.

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Surf
Fotografia: viagensecaminhos.com Miguel Adão Praia Grande na Nazaré

“Estou muito contente. Desde a última vitória, na Póvoa de Varzim, há dois anos, que andava a conse guir bons resultados, mas sem vencer. Aconteceu aqui na Nazaré, que considero a minha segunda casa”, co meçou por dizer Miguel Adão, que descreveu assim a onda fundamental para o triunfo: “Estive 10 minutos à es pera de uma boa onda pois sabia que a final tinha 30 minutos e podia jogar com o tempo. Tive muita sorte em me aparecer esta onda e aproveitei-a da melhor maneira.”

Com este resultado, Mi guel Adão ascende à lideran ça do “ranking” masculino, com Daniel Fonseca a seguir em segundo e o campeão em título Manuel Centeno, eliminado nas meias-finais, a ser relegado para o terceiro lugar da corrida.

Na competição feminina, Filipa Broeiro conseguiu so mar duas ondas importantes face à concorrência e a on das muito pesadas que con

dicionaram muito a atuação das atletas em prova, somando 11 pontos, batendo Joana Schenker (9.75), Te resa Almeida (5.35) e Teresa Padrela (3.65).

Filipa Broeiro não escon deu a felicidade pela vitória e assumiu as pretensões ao título: “Foi muito importante para mim ganhar aqui pois era esse o objetivo: ven cer e lutar pelo título. Foi

importante e emocionante, não só ganhar com estas condições e frente a estas atletas. Gosto deste tipo de mar, mas confesso que estava algo receosa de levar com uma destas em cima (risos). Repete-se agora o que aconteceu o ano passado, ir a Peniche para a última etapa com hipóteses de ser campeã e vou tentar corrigir os erros que cometi

então e conquistar o a lycra verde do Crédito Agrícola [que distingue os campeões nacionais].”

Com este resultado, Filipa ascende ao primeiro lugar do “ranking” nacional, seguida de Joana Schenker e com Teresa Padrela em terceiro.

O circuito nacional segue agora para a quarta e der radeira etapa, em Peniche, dias 12 e 13 de Novembro.

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Boas ondas para o Bodyboard Filipa Broeiro

SCV Contribui para o Desenvolvimento da Indústria do Surf Basca

Elementos da direção do Surf Clube de Viana (SCV) participaram no VI Surf Business Meeting, que se realizou no País Basco, de 19 a 21 de outubro. Este evento reuniu profissionais de referência da indústria do surf e dos desportos de “deslize” com o objetivo de promover o intercâmbio e a partilha de boas práticas e potenciar a competitividade das empresas em Getxo e Sopela. A comitiva vianense também aproveitou para conhecer o Centro de Aperfeiçoamento Técnico “Basque Team” e o Drop Indoor Sopela.

Oprograma do dia 20 de outubro centrou-se em quatro conferências internacionais sobre biomateriais, sustenta bilidade, mercado e inovação, no Kurtzio Aretoa, em Sope la. João Zamith, presidente do SCV, proferiu a conferên cia “Indústria Surf, Economia Azul e Projetos Europeus”. Iker Aguirre, conferencista de renome com uma experiência superior a 25 anos na indús tria do surf e no mundo em presarial, protagonizou a con ferência intitulada “Segredos empresariais para surfistas em tempo de crise”. Do programa das conferências também fez parte uma entre

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Surf
Notícias do Surf Clube de Viana Surf Business Meeting Getxo Itsas Hub

vista ao surfista basco Kepa Acero.

No dia anterior, três direto res do SCV tinham participa do no “Networking Profissio nal” dirigido a empresas do setor, no Centro de Inovação e Empreendimento Getxo It sas Hub, em Bizkaia.

Para Jokin Arroyo, da or ganização do evento, “a par tilha da experiência do Surf Clube de Viana com a nossa comunidade local empresarial e institucional ligada ao surf foi muito importante e inspiradora. Este clube é parceiro em vários projetos de referência ao nível eu ropeu, como o INCLUSEA, focado na criação e desenvolvimento de uma metodologia inovadora para o ensi no do surf adaptado, ou o SEE − Sustainability and Environmental Education in Outdoor Sports, que pre tende criar metodologias pedagógicas que levem ao aumento das competências em sustentabilidade e edu cação ambiental dos agentes do desporto outdoor. E também se destaca ao nível local com projetos de êxi to, como o Blue Gym ou o SOL – Surf, Ondas e Liberdade.”

O VI Surf Business Mee ting foi promovido pela Câ mara Municipal de Sopela através da Área de Emprego e Promoção Económica.

A comitiva vianense tam bém visitou o Centro de Aper feiçoamento Técnico “Basque Team” do Governo Basco, em Fadura-Getxo. Tendo contado com Julen Erauzkin, gestor técnico desportivo, como anfi trião na apresentação destas instalações.

O “Basque Team” visa pro mover o desenvolvimento do desporto basco de alto nível e de alto rendimento em to das as modalidades reco nhecidas pelo Comité Olím pico Internacional, aumentar a participação dos desportis

tas bascos nas grandes com petições desportivas interna cionais e melhorar os seus resultados.

Os elementos do SCV ain da conheceram o Drop Indoor Sopela, um espaço multidisci plinar com mais de 2000 m2 onde se desenvolve a prática do skateboarding e do surfskate. Estas são as maiores instalações de surfskate da Europa.

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Dirigentes do SCV com Jokin Arroyo João Zamith João Zamith

Reunião Internacional ICCAT 2022

Organizada pela DGRM

Sob organização da Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM), Portugal acolhe este ano a reunião anual da In ternational Commission for the Conservation of Atlantic Tunas (ICCAT) que decorre de 14 a 21 de novembro de 2022, em Faro, no Algarve.

A ICCAT é uma impor tante Organização Re gional de Pesca que re gulamenta a gestão dos atuns e espécies afins no Atlântico, em todo o Medi terrâneo e no Mar Negro.

Dada a grande abrangên cia geográfica, para além de toda a Equipa de Gestão desta Convenção Regio nal, participam na reunião os 52 Países Contratan

tes, incluindo a DGRM em representação de Portugal, bem como as cinco entidades com estatuto de “cooperantes”: Bolívia, Taipé, Suriname, Costa Rica

A sessão de abertura contou com a Ministra da Agricultura e Alimentação, Maria do Céu An tunes, que se fez acom panhar pela Secretária de Estado das Pescas, Teresa Coelho, e pelo Presidente da CCDR Algarve, José Apolinário.

Nesta reunião anu al, estão em discussão regras de gestão sobre stocks muito relevantes para Portugal, nomea damente, do atum patu do, atum rabilho e espa darte.

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Notícias DGRM
Director: Antero dos Santos - mar.antero@gmail.com Paginação: Tiago Bento - tiagoasben@gmail.com Director Comercial: João Carlos Reis - noticiasdomar@media4u.pt Editor de Motonáutica: Gustavo Bahia Colaboração: Carlos Salgado, Carlos Cupeto, Hugo Silva, José Tourais, José de Sousa, João Rocha, João Zamith, Federação Portuguesa de Actividades Subaquáticas, Federação Portuguesa de Motonáutica, Federação Portuguesa de Pesca Desportiva do Alto Mar, Federação Portuguesa Surf, Federação Portuguesa de Vela, Associação Nacional de Surfistas, Big Game Club de Portugal, Club Naval da Horta, Club Naval de Sesimbra, Jet Ski Clube de Portugal, Surf Clube de Viana, Associação Portuguesa de WindSurfing Administração, Redação: Tlm: 91 964 28 00 e República Cooperativa da Guiana.
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