Notícias do Mar n.º 426

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Notícias do Mar

Economia do Mar

Investimento em Sines

de 35 Milhões para Reexportar Gás

O Porto de Sines tem uma grande baía Até ao final do ano estarão a sair de Sines navios metaneiros de pequena dimensão, em direção aos portos do centro e Norte da Europa, carregados de gás natural liquefeito reexportado e reduzir dependência energética da Europa à Rússia.

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Zona de descarga para os depósitos 2

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om uma verba de 35 milhões de euros, Portugal vai criar um “hub” de reexportação de gás natural liquefeito (GNL) para colmatar a dependência europeia do gás natural russo. Até estar concluído, o desenvolvimento da iniciativa vai demorar vários anos, no entanto, a etapa mais demorada do processo é a construção de um novo depósito de gás no Terminal da REN, Redes Energéticas Nacionais, que poderá demorar até dois anos e custará cerca de 30 milhões de euros.


Notícias do Mar

O gás natural pode ser transbordado ao largo ou para depósitos

Navio a descarregar gás

Transbordo para dois navios 2022 Junho 426

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Notícias do Mar

Vai aumentar em 6,3 mil milhões de metros cúbicos a capacidade do Porto de Sines

Como em Sines é descarregado gás de várias origens, principalmente da Nigéria e dos EUA, em grandes navios, para depósitos em terra, a ideia é trazer mais navios, mas já não descarregam tudo para os depósitos, de parte será feito um transbordo para outro navio mais

pequeno. Esta operação, na baía de Sines, pode fazer-se facilmente ao largo, com o navio maior fundeado. Agora, o projeto vai começar com esta solução simples e que pode ser feita num curto prazo. A otimização da capacidade desta operação de trans-

bordo de navio para navio é facilmente atingida, porque o porto de Sines é o que tem as águas mais profundas do país e dispôe de uma imensa baía abrigada, onde podem fundear muitos navios ao mesmo tempo. O projeto deverá exigir um primeiro investimento

de cerca de 4,5 milhões de euros, tendo assim como objetivo enviar navios metaneiros de pequena dimensão com gás natural liquefeito para o resto da Europa dentro de seis meses, segundo a previsão Esta solução vai aumentar também em 6,3

REN vai investir cerca de 30 milhões de euros 4

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Notícias do Mar

Portugal vai consumir mais gás natural

mil milhões de metros cúbicos a capacidade do Porto de Sines. Portugal importa anualmente, para consumo próprio, 5,5 mil milhões de metros cúbicos (bcm) de gás natural. Com o processo a funcionar, vai aumentar o número de navios metaneiros de grande dimensão que chegam por mês a Sines, passando depois o GNL para navios mais pequenos que seguirão para os outros países europeus do norte da Europa, que não têm capacidade para receber os navios grandes.

Transbordo para um navio

Navio a descarregar gás 2022 Junho 426

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Notícias do Mar

Notícias da Universidade de Aveiro

Futuro traz inundações,

mas sem os exageros até agora divulgados

Os investigadores Magda Sousa, Humberto Pereira, Carina Lopes, Américo Ribeiro e João Miguel Dias É caso para dizer que as notícias sobre o impacto da subida do nível médio do mar decorrente das alterações climáticas nos principais estuários do país são manifestamente exageradas. Praça do Comércio, Algés e Vila Franca de Xira debaixo de água? Marginal da Figueira da Foz alagada? Aveiro, Troia e todo o litoral algarvio submersos?

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Ria de Aveiro 6

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um exagero conclui estudo da Universidade de Aveiro (UA). A investigação integrou pela primeira vez modelos numéricos de elevada resolução espacial e adaptados a cada local para concluir que o nível da água vai subir, sim, mas sem catastrofismos. No estuário do Tejo, no ano de 2055, 10,9 quilómetros quadrados de zonas urbanas (onde para além de zonas habitacionais se incluem áreas industriais, estradas, etc) serão alagadas devido ao efeito combinado da maré, da subida


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do nível médio do mar e em consequência de fenómenos meteorológicos extremos que podem ocorrer uma vez a cada 100 anos. Até 2100 esse valor será de 14,9 quilómetros quadrados. Os investigadores preveem que estejam cerca de 66 quilómetros quadrados de áreas agrícolas e de pastagem inundadas em 2055. Em 2100 serão 95 quilómetros quadrados. Atendendo à densidade populacional, na UA estima-se que mais de 6500 pessoas possam ser afetadas pela subida da água do estuário do Tejo em 2055. Em 2100 o número de pessoas afetadas será superior a 12500. Do mesmo modo, no que às áreas urbanas diz respeito, na Ria de Aveiro (6,4 km2 de área inundada em 2055 e 8 km2 até 2100), na foz do Mondego (1,4 km2 em 2055 e 1,7 até 2100), no estuário do Sado (5,6 km2 em 2055 e 6,7 até 2100) e na Ria Formosa (3,6 km2 em 2055 e 4,4 km2 até 2100) os nú-

meros não são alarmantes, apesar de todos os prejuízos decorrentes da perda de território. Relativamente às áreas agrícolas e de pastagem alagadas, e ao número de habitantes afetados, os cálculos da equipa de investigação falam por si:

Ria de Aveio Com 57 km2 em 2055 e 62,6 em 2100 e com mais de 10500 pessoas afetadas em 2055 e de 13100 até 2100. Foz do Mondego Com 33 km2 em 2055, 36 km2 até 2100 e cerca de 600 pessoas afetadas em

2055 e de 800 até 2100. Estuário do Sado Com 43,5 km2 em 2055 e 44,9 até 2100 com mais e 2500 pessoas afetadas em 2055 e cerca de 5000 até 2100. Ria Formosa Com 3,6 km2 em 2055 e 4,4

Foz do Rio Mondego 2022 Junho 426

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até 2100 com cerva de 2200 pessoas afetadas em 2055 e 2500 até 2100. Múltiplos fatores envolvidos O valor do nível máximo da água nos estuários, derivado

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da subida do nível médio do mar decorrente das alterações climáticas, depende de vários fatores. O nível médio do mar subir meio metro, por exemplo, não implica necessariamente uma subida de meio metro do nível máximo da água em todo o estuário.

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“As previsões de inundação nos estuários nacionais que têm sido divulgadas na comunicação social são exageradas e consideravelmente superiores às obtidas neste estudo, pois decorrem de trabalhos que desprezam os processos

físicos que determinam a propagação da onda de inundação ao longo dos estuários”, esclarece o investigador do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) e do Departamento de Física (DFis) João Miguel Dias, um dos autores


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do estudo (https://www.nature.com/articles/s41598-02212122-7 ) publicado na revista Scientific Reports. Carina Lopes, Magda Sousa, Américo Ribeiro, Humberto Pereira, João Pinheiro e Leandro Vaz, todos investigadores do CESAM/DFis, assinam igualmente o trabalho. Neste estudo, aponta Carina Lopes, “verificámos que a energia da onda de inundação é fortemente dissipada durante a inundação de planícies de maré e aluviais, e que essa dissipação se traduz numa redução do nível máximo da água, e consequentemente da extensão de inundação”. Este mecanismo é particularmente importante na Ria de Aveiro e nos estuários do Tejo e do Mondego, que possuem extensas planícies de maré e aluviais. A dimensão da embocadura dos estuários é outro fator que determina a ampli-

Estuário do Sado tude da onda de inundação. Neste caso, apontam os investigadores, “verificámos que a onda de inundação é fortemente atenuada du-

rante a sua propagação ao longo de embocaduras estreitas e pouco profundas, como é o caso da Ria de Aveiro e estuário do Mon-

dego”. Os investigadores da UA verificaram ainda que “a onda de inundação é amplificada nas regiões a

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Notícias do Mar

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Ria Formosa

montante da entrada dos estuários do Tejo e Sado, devido à sua configuração geométrica divergente”. No entanto, “esta amplificação não resulta num aumento da área inundada, uma vez que as regiões adjacentes à entrada destes estuários apresentam cotas relativamente elevadas”. Por tudo isto, “concluímos que os modelos de inundação simplificados projetam extensões de inundação particularmente exageradas na Ria de Aveiro e nos estuários do Mondego e Tejo”. Este estudo fornece uma visão global dos mecanismos físicos que determinam

Foz do Tejo

a extensão da inundação em estuários com características geomorfológicas distintas e aconselha a aplicação de modelos numéricos em vez dos modelos de inundação simplificados em sistemas estuarinos. As previsões alarmistas, consideram os investigadores da UA, “tendem a desmobilizar a população e a gerar desconfiança na ciência, sendo por isso urgente disponibilizar ao publico previsões fidedignas de forma a garantir o seu envolvimento e compromisso na proteção das regiões costeiras e no combate às alterações climáticas”.


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Pesca Submarina

Notícias da Federação Portuguesa das Actividades Subaquáticas

Campeonato Regional de Pesca Submarina Madeira 2022

Participação de 7 clubes e 32 atletas inscritos Realizou-se no passado dia 07 de Maio de 2022 a prova a contar para o Campeonato Regional de Pesca Submarina – Madeira 2022, organizada pelo Clube Desportivo e Cultural de Porto Moniz em parceria com o Centro Treino Mar e a Associação Natação da Madeira.

A

prova contou com a participação de 7 clubes e 32 atletas

inscritos. A prova a nível individual foi ganha pelo atleta Már-

A nível individual a prova foi ganha pelo atleta Márcio Cardoso 12

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Márcio Cardoso arreca


Pesca Submarina

O atleta Cláudio Vieira em segundo lugar

Tiago Mota em terceiro lugar

cio Cardoso pertencente ao Clube Desportivo e Cultural de Porto Moniz, arrecadando também o troféu de Mais Espécies Capturadas. O resto do pódio foi ocupado pelo atleta Cláudio Vieira do Clube Centro Treino Mar em segundo lugar e pelo atleta Tiago Mota do GD Estoril Praia–Marisco na Praça em terceiro lugar. O atleta Salvador Silva do Centro Treino Mar obteve o primeiro lugar no escalão Sub-24. O pódio de clubes foi ocupado pelo Centro Treino Mar em primeiro lugar, pelo Clube Desportivo e Cultural de Porto Moniz em segundo lugar e pelo Clube Naval da Nazaré em terceiro lugar. O troféu do maior exemplar foi para o atleta Cláudio

adou também o troféu de Mais Espécies Capturadas 2022 Junho 426

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Pesca Submarina

Salvador Silva obteve o primeiro lugar no escalão Sub-24

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Vieira do Centro Treino Mar, com um exemplar de Preguiçosa com 3.895 gramas de peso. A FPAS congratula todos os participantes e clubes que estiveram presentes, em especial aos clubes organizadores Clube Desportivo e Cultural de Porto Moniz e Centro Treino Mar e a Associação de Natação da Madeira, bem como aos voluntários que se deslocaram a título benévolo para ajudar na organização da prova e a todos os presentes. As classificações e resultados podem ser consultados na integra em formato PDF no site da Federação Portuguesa das Actividades Suaquáticas, www.fpas.pt/ noticia/875-classificacaodo-campeonato-regionalde-pesca-submarina-madeira-2022.

No pódio de clubes o Clube Centro Treino Mar ficou em primeiro lugar

Clube Desportivo e Cultural de Porto Moniz em segundo lugar

Clube Naval da Nazaré em terceiro lugar

O troféu do maior exemplar foi para Cláudio Vieira, com um exemplar de Preguiçosa com 3.895 g

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Pesca Submarina

Notícias da Federação Portuguesa das Actividades Subaquáticas

Campeonato Regional de Pesca Submarina Continente 2022, Zona Centro

Realizou-se no passado dia 28 de Maio o Campeonato Regional do Continente de Pesca Submarina 2022 – Zona Centro, organizada pelo Clube Naval de Peniche e a FPAS.

O pódio individual

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prova contou com a participação de 8 clubes e 43 atletas

inscritos. A prova a nível individual foi ganha pelo atleta Humberto Silva pertencente ao Clube Naval de Portimão. O resto do pódio foi ocupado pelo atleta Erik Carva16

lho do Clube Naval da Nazaré em segundo lugar e pelo atleta Rui Antunes do Clube Estoril Praia - Marisco na Praça em terceiro lugar. Nas atletas femininas o primeiro lugar foi obtido pela atleta Rita Teixeira do Clube Vasco da Gama – Suzuki Marine.

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O atleta Erik Carvalho do Clube Naval da Nazaré obteve também o primeiro lugar no escalão Sub-24. O resto do pódio foi ocupado pelo atleta Henrique Stehn do Clube Estoril Praia - Marisco na Praça em segundo lugar e pelo atleta João Setério do Clube Vas-

co da Gama – Suzuki Marine em terceiro lugar. O pódio de clubes foi ocupado pelo Clube Estoril Praia – Marisco na Praça em primeiro lugar, pelo Clube Vasco da Gama – Suzuki Marine em segundo lugar e pelo Clube Naval de Portimão em terceiro lugar.


Pesca Submarina

O pódio de clubes O troféu do maior exemplar foi para o atleta Erik Carvalho do Clube Naval da Nazaré, com um exemplar de Abrótea com 3.460 gramas de peso.

A FPAS congratula todos os participantes e clubes que estiveram presentes, em especial ao clube organizador Clube Naval de Peniche, bem como aos voluntários que se

Nas atletas femininas o primeiro lugar foi obtido para Rita Teixeira

Erik Carvalho obteve o primeiro lugar no escalão Sub-24 deslocaram a título benévolo para ajudar na organização da prova e ao Juiz de prova Luís Veríssimo. As classificações e resultados podem ser consultados na integra em formato

PDF no site da Federação Portuguesa das Actividades Suaquáticas, www.fpas. pt/noticia/876-classificacaocampeonato-regional-do-continente-de-pesca-submarina2022-zona-centro.

O troféu do maior exemplar foi para o atleta Erik Carvalho 2022 Junho 426

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Pesca Desportiva

Pesca Lúdica Embarcada

Está na Hora de Ir à Procura de Pargos!

Há alturas do ano mais favoráveis que outras para pescarmos peixes a sério. Esta altura em que estamos é boa!

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uando as águas estão quentes, por vezes acima dos 21ºC, o peixe encontra-lhes menos oxigénio dissolvido, e reduz substancialmente a sua actividade, restringindo-a a períodos mais crepusculares, o início da manhã, o final da tarde. A meio do dia, com o sol alto, aquilo que acontece numa saída de pesca normalmente tem pouco significado. Não se trata de não ha18

ver oportunidades, porque as há. Nem todos os peixes encontram comida durante o período crítico em que estão mais activos. Isso prolonga, para alguns, a necessidade de procurar algo fora da “hora dos lobos”. É sim verificar que a tendência de maior actividade vai toda para os momentos de início e final de dia. E dentro destes parâmetros, as marés cheias em dias de luas grandes, com correntes

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fortes, são sempre os melhores dias. Quem pesca com jigs, tem a missão facilitada, porque está a oferecer ao predador um “peixe vivo” sob a forma de uma placa metálica animada de movimentos que simulam o comportamento habitual das presas. Natação irregular, desorganizada, pouca discrição, são ingredientes que fazem tocar as campainhas a peixes como os robalos,

os sarrajões, as bicas, os pargos. O click que o passa de um peixe calmo, inactivo, passivo se quiserem, a um predador nervoso, que sulca as águas de boca aberta direito ao nosso jig, que morde com convicção, é muitas vezes uma técnica apurada, um saber fazer, um jeito que se aprende. Com tempo, com paciência, não conheço ninguém que não seja capaz de ferrar uns peixes com jigs ligeiros.


Pesca Desportiva

Texto e Fotografia Vitor Ganchinho (Pescador conservacionista) https://peixepelobeicinho.blogspot.com/

Todos vós sabem o quanto me bato pela utilização de jigs de pesos ligeiros. Não me canso de explicar aos meus alunos dos cursos que, se achamos ser necessário um jig de 120 gramas, devemos tentar primeiro com um de 60 gr. Na maior parte dos

casos, é possível. Temos tantos factores sobre os quais podemos actuar, que não há necessidade de tomar como ponto de partida um jig pesado. Essa é de resto a última opção. Posso enumerar alguns dos itens que nos permitem

pescar fundo sem recorrer a peso exagerado: 1- O diâmetro da linha do carreto. Não necessitamos de linhas grossas! Porque estamos a pescar

na vertical, não é necessário mais que içar o peixe, puxálo à superfície. Os primeiros metros são críticos, mas não esqueçam que estamos num barco, e o espaço que isola o peixe do fundo não necessita de ser grande. Quantas vezes eles próprios seguem

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Pesca Desportiva

o jig uns quantos metros antes de decidirem morder, ajudando-nos nessa tarefa de os retirar da proximidade de rochas, plantas, gorgónias, etc. Depois de afastados das estruturas que podem romper a nossa linha, o peixe passa a debater-se no azul, sem outra possibilidade que não a de partir a linha. E isso só pode acontecer por inépcia nossa, por descuido, ou por falta de conhecimento dos limites de rotura do nosso multifilamento, ou baixada. Apostar em materiais de boa qualidade, e não em productos baratos, ajuda a sentir segurança quando os momentos de “aperto” chegam. No fim, a qualidade da linha prevalece sobre o preço, porque se paga a si própria em “mais peixe”.

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2- O diâmetro do fluorocarbono. Nunca entenderei a razão pela qual as pessoas que já deram o primeiro passo, o de acertar no multifilamento correcto, adequado ao peixe standard que existe na zona onde pescam, lançam mão de uma baixada grossa, mais forte que a linha madre. Qual é a ideia?! Se pensarmos friamente, estamos a expor o nosso multifilamento a um risco desnecessário. Em caso de rotura, deixem-me adivinhar que o multifilamento ou parte junto ao nó com o fluorocarbono, ou... muito pior que isso, parte junto aos passadores da cana. Se estamos a pescar numa zona com 60 metros de fundo, e se já não é o primeiro peixe que morde, então já sentimos necessi-

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dade de pressionar a linha junto à ponteira da cana. Fazemos isso para ferrar o peixe, para assegurar que o peixe não se irá descravar. Quando sentimos a picada, normalmente junto ao fundo, o braço bloqueia a cana, impedindo a sua descida, e mais que isso, exercemos força vertical, no sentido ascendente. É isso que irá garantir-nos que o anzol penetra na carne ou osso do peixe. A alternativa, não o fazer, significa que deixamos ao destino aquilo que possa vir a acontecer durante o trajecto de subida. E quantos peixes bons saltam fora do anzol precisamente por não terem sido ferrados, por não termos exercido essa pressão extra. Ora se o fazemos, e devemos fazer por defeito, isso também quer dizer que a dada altura, houve um es-

ticão na linha, junto à ponteira. Não vem mal ao mundo que aconteça, mas se por norma pescamos na mesma zona, ou seja, à mesma profundidade, ao mesmo tipo de peixe, (e por consequência com um padrão de comportamento muito similar, a morder de forma padronizada à mesma profundidade) então existe um padrão de desgaste na linha. Quando o fluorocarbono é mais forte que o multifilamento, ...a linha irá partir no sítio mais fraco. Já entenderam o resto. Não vamos perder 1 metro de linha, vamos perder 60 metros de linha. A seguir, com sorte, teremos pelo menos outro tanto que nos permita continuar a pescar, mas já anda um peixe a passear no fundo com um jig cravado. Atrás dele, e até encon-


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Pesca Desportiva

trar um ponto de fixação que lhe permita partir, (normalmente uma rocha com buracos por onde o peixe entra e sai, ou uma gorgónia, irá estar a nossa linha... Tudo isto porque não fomos suficientemente previdentes, calculando a taxa de esforço possível a cada um dos componentes da nossa baixada, do carreto ao jig. O sentido é decrescente, o multifilamento deve ter uma carga de rotura superior ao fluorocarbono. As excepções a esta regra são muito poucas, e passam por pescar meros à porta das tocas, onde a ausência de uma linha de nylon muito forte pode significar a perda do peixe. Aí, 22

o que se faz é apertar tudo e com tudo. Nylon grosso, zero embraiagem, e força no braço. O mero morde junto ao buraco, e se conseguir meter a cabeça lá dentro... já o perdemos. Se subir 6/ 10 metros, é nosso. Mas este é um caso extremo, e muito especial. Por norma, aplica-se o padrão normal: multifilamento suficiente, e fluorocarbono quanto baste, de resistência inferior. Até porque não temos vantagens em tornar a baixada demasiado visível, nem em querer fazer com que o nosso jig tenha um comprimento superior à medida total da peça metálica. Uma linha demasiado grossa provoca vibrações na água que

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são entendidas pelo peixe através da sua linha lateral. O nosso jig não tem três metros de comprimento. O foco de atenção é o jig, e só isso, não os metros de linha que o precedem. 3- O formato do jig. Já aqui expliquei que o tempo de descida dos jigs não é todo igual. Pode haver diferenças muito significativas em termos de comportamento de um formato para outro, embora com o mesmo peso, e por isso os tempos de descida são diferentes. Um pouco “en passant”, repito que um jig comprido e fino, terá um tempo de queda muito mais rápido que um jig curto

mas largo. Tem a ver com a aplicação da força de impulsão da água, que num caso é muito inferior ao outro. Os jigs formato moeda, largos, oferecem à água uma resistência muito superior, e por isso planam na horizontal, enquanto que as “agulhas” estreitas descem como uma flecha por menor atrito, menos pontos de aplicação de força. Assim, para um mesmo peso, digamos 40 gramas, podemos ter comportamentos muito diferentes, e isso irá influenciar a nossa capacidade de pescar fundo com menos peso. No caso de termos alguma corrente, a opção é evidente: a solução certa será a de pescar com agulhas.


Pesca Desportiva

4- O armamento dos nossos jigs. Pode parecer um detalhe pouco significativo, mas o atrito provocado pelos anzóis e linhas dos nossos assistes serve de travão à descida do jig. Se tivermos aplicados dois assistes duplos, ou seja dois anzóis à cabeça e dois anzóis à cauda, teremos quatro linhas a travar a descida do jig. Podemos reduzir este efeito paraquedas ao aplicar menos carga na peça. Está por provar que um jig com quatro anzóis pesque mais e melhor do que um outro com um assiste simples à cabeça e um duplo na cauda. Na verdade, aquilo que é indispensável é mesmo que exista um anzol. Sem isso temos picadas mas não ferramos. Daí para cima, temos a possibilidade de colocar dois assistes simples à cabeça, um à cauda

e outro à cabeça, enfim, é dar largas à imaginação. Eu pesco com jigs até aos 20 gr com um triplo, ou um assiste duplo na cauda, e a partir daí, a mesma receita na cauda, mas com um assiste simples à cabeça. Não sinto falta de mais. A chamada de atenção é a seguinte: não é por carregarmos de anzóis a nossa peça metálica que ela vai pescar mais. Mas vai, em caso de insistirmos em fazer de um jig uma árvore de Natal com muitas coisas penduradas, levar mais tempo a descer. 5- A colocação do barco perante a pedra que pescamos. Se nos parece que estamos um pouco mais ligeiros que aquilo que seria ideal, então temos a opção de começar a pescar a pedra um pouco

antes, dando tempo a que o jig desça ao fundo. A solução mais prática é a da bomba atómica: mandamos um jig pesado, e vai lá abaixo num instante. Mas pesca menos bem. Com um pouco mais de técnica, podemos começar a deriva alguns metros antes, e isso dará tempo suficiente à peça para atingir o fundo. E temos assim o melhor de dois undos. 6- A utilização de um paraquedas. Quando já fomos suficientemente cuidadosos para observar todos os parâmetros acima, ainda nos resta uma última opção para conseguir pescar ligeiro, em zonas mais fundas: a utilização de um paraquedas. Já aqui vos falei deles, e estou seguro que conseguirão encontrar vários artigos publicados sobre o tema. Por isso passo

adiante, dizendo-vos que eu, cada vez mais, prefiro utilizar o paraquedas e reduzir no peso do jig. Os resultados são francamente animadores, há efectivamente uma relação directa entre o peso do jig e a quantidade de picadas que temos. Já levei comigo por diversas vezes gente que insiste em jigs pesados, 150, 200 gr, e ao fim de horas têm uma picada. E mesmo relutantes, aos poucos, acabam por me pedir emprestada uma das minhas canas, equipadas com jigs ligeiros, entre os 20 e os 40 gramas. Mas nessa altura eu já tenho 15 peixes... Porque a partir do momento em que o nosso jig chega ao fundo na vertical, não tenham dúvidas de que o jig mais ligeiro pesca muito mais que o jig mais pesado. Desejo-vos a todos uma boa época de pargos!

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Notícias do Mar

Transportes Cruzeiros

Portos dos Açores na Transeureopeia

Porto de Ponta Delgada A totalidade dos Portos dos Açores, estão na Rede Transeuropeia dos Transportes.

O

s portos dos Açores passaram a integrar, na sua totalidade, a Rede Transeuropeia dos Transportes, acendendo assim a verbas comunitárias do Fundo de Coesão, anunciou a secre-

tária regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas, Berta Cabral. A secretária regional salvaguardou que já havia quatro portos naquela rede europeia, “faltando integrar os restantes”.

“Esta semana estivemos em contacto com a Comissão Europeia, de forma a integrar todos e, neste momento, já temos todos os portos integrados na rede transeuropeia dos transportes, uns na rede principal –

Nos Açores todos os portos passaram a integrar a Rede Transeuropeia 24

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os que já estavam (Ponta Delgada, Praia da Vitória e Horta) – enquanto os restantes ficam na rede geral”, declarou Berta Cabral. A governante falava à saída de uma reunião da Federação Ibérica dos Ope-


Porto da Praia da Vitória radores Portuários e dos Agentes de Navegação, em Ponta Delgada. Portos dos Açores é responsável pela gestão de 14 portos e sete marinas nos Açores. De acordo com Berta Cabral, esta adesão dos portos dos Açores é “fundamental para garantir a coesão económica da região e facilitar o acesso aos fundos comunitários visando obras nas infraestruturas portuárias, através do Fundo de Coesão”. A região, não estando integrada na rede transeuropeia dos transportes, tinha que recorrer, em alternativa ao Plano Operacional dos Açores, sendo que, para

Fotografia: Duarte Lourenço/MarineTraffic.com

Notícias do Mar

além do FEDER, agora pode concorrer-se ao Fundo de Coesão, que tem um grande montante para as infraestruturas, que são fundamentais para a região. A secretária regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas referiu a intenção de canalizar os fundos comunitários para fazer face ao programado no capítulo da manutenção, reestruturação e reordenamento dos portos dos Açores, a par de equipamentos. Berta Cabral anunciou, a propósito, o lançamento do concurso para a aquisição de uma nova grua para o Porto de Ponta Delgada, no valor de quatro milhões de euros.

Porto da Horta 2022 Junho 426

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Notícias do Mar

Notícias da Universidade de Coimbra

Investigadores Reutilizam Subproduto do Biodiesel em Rações para Peixes de Aquacultura

Investigador Ivan Viegas Uma equipa de investigadores portugueses e franceses, liderada por Ivan Viegas, do Centro de Ecologia Funcional da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), testou, com sucesso, uma nova dieta para peixes de aquacultura, utilizando glicerol como ingrediente alternativo, que pode ajudar a solucionar um dos grandes desafios desta área de negócio.

A

tualmente, as rações comercializadas são demasiado dispendiosas e, muitas vezes, pouco sustentáveis, já que são produzidas à base de ingredientes de origem animal. Por isso, explica Ivan Viegas, torna-se urgente encontrar «ingredientes alternativos cujo conteúdo nutricional e energéti26

co, mas também a sua pegada ecológica, garantam uma produção mais rentável, segura, sustentável e resultando num produto final nutritivo. Neste contexto, o desenvolvimento de rações para aquacultura deve apostar no aproveitamento de subprodutos de outras indústrias, com base na reutilização,

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recuperação e reaproveitamento de nutrientes como postulado no princípio da economia circular». O projeto, que, além da Universidade de Coimbra, integra investigadores do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR) e do Instituto Nacional da Agricultura, Alimentação e Ambiente de

França (INRAE), apostou no glicerol, «um subproduto da indústria do biodiesel cujo aumento de produção global levou o glicerol a tornar-se num ingrediente abundante, disponível e atestado como seguro, pelas autoridades europeias para a segurança alimentar, para utilização em rações animais. Com a crise


Notícias do Mar

Em aquacultura, as rações são demasiado dispendiosas de combustíveis que se avizinha, será até expectável que a produção de biodiesel aumente. Urge, portanto, encontrar utilizações para os seus subprodutos», afirma o líder do estudo. «O glicerol é uma molécula que é estrutural para os humanos, presente, por exemplo, nos triglicerídeos. Tem sido utilizado com sucesso como ingrediente alternativo para a suinicultura e avicultura, no entanto, o seu potencial como ingrediente em rações para peixes de aquacultura tem ficado por explorar», acrescenta. Para avaliar a fiabilidade, performance e limitações na utilização de rações suplementadas com glicerol, assim como as suas consequências, foram testadas duas importantes espécies de peixes de viveiro em Portugal, a truta arco-íris e o robalo. As dietas experimentais preparadas pelos cientistas,

suplementadas com 2,5% e 5% de glicerol, foram digeridas de forma eficiente por ambas as espécies. As várias análises efetuadas permitiram concluir que «a performance no crescimento [dos peixes] poderá ser afetada na percentagem mais alta, no entanto, uma

suplementação intermédia até 2,5% não altera substancialmente a performance e eficácia na utilização metabólica e perfil nutricional do filete», sublinha Ivan Viegas. Isto significa, esclarece o investigador da UC, «que há margem para a incor-

poração do glicerol na dieta destas espécies». Além disso, realça, «analisámos o fígado das espécies testadas, o principal órgão de regulação de toda a “maquinaria metabólica”, e, com a ajuda dos nossos parceiros do INRAE, em França, verificámos não

Na aquacultura, utilizar glicerol como ingrediente alternativo 2022 Junho 426

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Notícias do Mar

O estudo foi desenvolvido nos últimos quatro anos

haver alterações da regulação enzimática do metabolismo hepático destes peixes pelo glicerol». O estudo, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), foi desenvolvido nos últimos quatro anos e originou várias publicações científicas, a última na revista Frontiers in Marine Science, na edição dedicada ao tema “Feeding a Sustainable Blue Revolution: The Physiological Consequences of Novel Ingredients on Farmed Fish” (https://www.frontiersin. org/research-topics/19059/ feeding-a-sustainable-bluerevolution-the-physiologicalconsequences-of-novel-ingredients-on-farmed).

Há margem para a incorporação do glicerol na dieta destas espécies 28

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Electrónica

Notícias Nautel

Nova Série de Guinchos Enroladores (Windlasses) A gama Prince expande-se com o modelo mais pequeno e compacto, perfeito para pequenas embarcações.

vez de fundição por fusão e co-moldagem plásticometal, que se aplicava a algumas partes do estrutura o que favorece o desempenho mecânico e funcional do dispositivo, além de reduzir ( de um ponto de vista da fabricação) as etapas da cadeia produtiva.

Dimensões DP2L de 350W

Novo Giroestabilizador X75 A gama de giroestabilizadores da QUICK foi projetada para responder a todos os tipos de necessidades, desde o barco mais pequeno (cruzeiro diurno ou semírigido de consola central) até o super-iate, sem limites de instalação; na verdade, eles podem ser facilmente instalados mesmo durante a remontagem . O Quick Gyro X75 é o

O

s Prince Windlasses são o resultado de uma pesquisa criteriosa, visando a criação de uma linha de produtos de alta qualidade, com base em processos de fabricação ecoinovadores, capazes de promover um uso eficiente de recursos e uma redução de desperdício. São usados os melhores materiais, como o aço inoxidável AISI 316, e foram tomados cuidados especiais na escolha dos processos, que incluem repuxo feito com chapas de metal em 30

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DP2P


Electrónica

www.nautel.pt

MC2X Controlo Remoto Touch

Giroestabilizador X75 maior produto de todos os tempos a entrar na gama: ‘Graças à sua potência, somos agora capazes de estabilizar barcos até 400 toneladas, diferente das 250 toneladas abrangidas pela gama pré-existente antes da sua entrada. Projetado e fabricado para atender às necessidades de barcos de 75 pés a 90 pés, o novo estabilizador giroscópio MC² Quick Gyro X75 é pequeno, mas poderoso ‘. O produto é até 30% menor do que o oferecido pelos concorrentes. O MC² Quick Gyro X75 também vem com uma aplicação que fornece um relatório sobre o desempenho do estabilizador durante os testes de mar. O aplicativo está disponível nas plataformas iOS e Android e, claro, pode ser acedido em tablets e smartphones. QSY – Novos Propulsores de Proa/Popa (Trusters) A BT QSY é uma nova gama de propulsores movidos por motores elétricos QSY Quick Synchronous Motors para propulsores de proa e popa movidos pelos inovadores

motores de relutância síncrona de ímã permanente que representam uma importante evolução tecnológica no mercado náutico. Possuem características extraordinárias que significam melhor eficiência ener-

gética geral, ausência total de atividades de manutenção, facilidade de uso, silêncio e são caracterizados por IP68 e inversor de potência integrado. A gama, concebida para o uso diário em todos os tipos de barcos, inclui 8 propulsores para barcos até 100 ‘que se diferenciam nas diferentes dimensões do túnel (desde o menor com 140 de

diâmetro e 12 VDC, até o maior com 300 de diâmetro 48 VDC e atinge desempenho de força de até 300Kgf. Todos os propulsores QSY Quick Synchronous Motors são caracterizados por uma taxa estendida de 10 minutos de operação contínua em condições ambientais padrão e são compatíveis com os novos controlos Quick QNC-T e QNC-PCS.

QSY 185

QSY 300 2022 Junho 426

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Notícias do Mar

Tagus Vivan

Crónica Carlos Salgado

Um Tesouro Histórico na Falência

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Notícias do Mar

C

antado por Camões, Pessoa e tantos outros poetas, pintado por grandes pintores, presente em muitos romances como personagem e metáfora, inspirador de músicos, figurado em esculturas, o Tejo é para nós portugueses, uma referência constante da nossa história e da nossa cultura. Foi do Tejo que partiram, para a descoberta do Mundo, as caravelas portuguesas e junto a ele estão situados os Jerónimos e a Torre de Belém, símbolos dessa aventura. O rio é inseparável da

imagem de Lisboa, seu espelho e sua marca de identidade. Meio de comunicação entre dois países da Península Ibérica, o Tejo ao mesmo tempo caracteriza e revela as diferenças. O Tajo de Toledo é, simultaneamente o mesmo e muito diferente do Tejo de Vila Franca de Xira. Este rio é bem um símbolo do desafio moderno de harmonizarmos as necessidades do desenvolvimento económico e do aproveitamento das riquezas com a exigência de preservarmos o património natural para as gera-

ções futuras. A gestão da água é, como sabemos, uma questão capital do nosso tempo. Jorge Sampaio, Presidente da República Portuguesa O nosso tesouro histórico na falência, é obviamente, o tejo A Natureza, após a ocupação humana da Terra, sofreu uma modificação para criar as melhores condições para a sobrevivência desses ocupantes, ao longo dos tem-

pos, modificação que foi alterando o Planeta e criando uma falsa noção de domínio na relação entre a espécie humana e o meio natural, à qual os rios não escaparam. O ser humano nunca deixou de ir criando novos habitats dominados pelas suas culturas, e essa dominação da Natureza, foi gerando uma falta de consciência ambiental, sobretudo a partir de quando o homem, insatisfeito com o que já tinha modificado, em seu benefício, começou a explorar os recursos naturais até quase à sua exaustão, para criar riqueza, por vezes descontrolada e excessiva, para

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Notícias do Mar

poder satisfazer os desejos das novas sociedades de consumo, emergentes, com um estilo de vida orientado para o prazer, o sucesso e a felicidade, simbolicamente incentivadas pelos média. Mas ao mesmo tempo essas sociedades, nesse seu regalo, foram ignorando os elementos naturais, biológicos e culturais que coexistem e interagem entre si, porque os ventos, as chuvas, os rios, que mesmo poluídos continuam a existir, devido às alterações climáticas que provocaram o aquecimento global, alterações que foram igualmente provocadas pelo homem, foram-se modificando para pior, quer por excesso quer por carência, e a perda daquela noção do domínio da relação entre o homem e o meio natural, levou-o a ignorar estas alte-

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Notícias do Mar

rações climáticas que foramse agravando, ao ponto de atingirem a atual situação, deveras preocupante, a que chegámos. A bem da verdade, este nosso valioso Tesouro histórico encontra-se no atual estado de falência, porque os nossos responsáveis máximos, andaram sucessivamente de costas voltadas para o nosso maior rio, movidos por um conceito de progresso e de desenvolvimento, reprovável. Para que uns recordem e outros conheçam, não podem nem devem, ignorar aquilo que os nossos eruditos foram tecendo sobre o Tejo português, ao longo dos tempos, que vai reproduzido nas imagens ilustradas, que acompanham os supracitados textos de opinião. 2022 Junho 426

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Notícias do Mar

O voo do guarda-rios

O Apelo do Tejo

O Guarda Rios é um persistente Amigo do Tejo, como tal é um bom colaborador nosso, mantendo-nos a nós Cidadãos Portugueses Amigos do Tejo sempre bem informados daquilo que ele vai vendo, escutando e lendo nos média, durante os seus voos, mais ou menos rasantes, sobre o Tejo. Por ele ter vindo a sentir que as populações ribeirinhas do Tejo, andam a ficar mais distantes ou menos interessadas no seu Rio, alertou-nos para essa realidade, que não compreende porque é que isso está a acontecer.

S

e o ser humano, quando surgiu na Terra, começou a dirigir-se preferencialmente para a beira-rio, devido a poder garantir ali a sua subsistência, pela abundância de peixe, por a caça procurar a água, e porque as várzeas são ótimas para a agricultura, e mais tarde, após ter criado o barco para deslocar-se para mais longe, permitiu-lhe fazer as trocas comerciais de produtos, entre tribos ribeirinhas. Nós todos, cidadãos portugueses, não podemos esquecer também que o rio Tejo, o nosso, o português, atraiu sempre para a sua foz, Lisboa, desde a Antiguidade, as civilizações da Mesopotâmia, os mercadores fenícios e gregos, entre outros, tendo inclusivamente os fenícios fundado em Santarém, o principal porto da Ibéria da navegação comercial do Arco Latino, de todo o mar mediterrâneo. Para além disso, foi o Tejo que posteriormente esteve na origem dos Descobrimentos Portugueses. A campanha de sensibilização e esclarecimento das populações ribeirinhas do Tejo, que estamos a empreender é, objetivamente, na tentativa de conseguirmos que essas comunidades, voltem a conviver com o seu Rio. É também importante saber que, para que uns conheçam e outros relembrem, o Tejo que corre em território 36

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Notícias do Mar

português está dividido em cinco regiões, cada uma delas é diferente das outras devido à sua geografia e ao próprio clima, que influenciaram a cultura, os usos e costumes, e até algum sotaque diferente, de cada uma delas, sendo essas regiões as seguintes, a partir da foz para montante: o Estuário, rodeado da Área Metropolitana da grande Lisboa; a Lezíria do Tejo; o Médio Tejo; o Alto Tejo Português e o Tejo Internacional, cuja margem direita é portuguesa e a margem esquerda é espanhola. Como ninguém ama ou proteje aquilo que desconhece! Caros Cidadãos Ribeirinhos do Tejo, O Tejo precisa de vós, mas vós precisais dele também!? Começamos por desafiarvos, caros amigos, a fazerem um simples autoteste, extensivo aos amigos que vos rodeiam, para darem uma resposta sincera, ao seguinte questionário: Quantas vezes, cada um de vós vai à borda d´água ver o rio Tejo? X Dia ou, x Semana ou, x Quinzena ou, x Mês? Pelo resultado das vossas respostas, com verdade, podemos todos concluir então, qual é o verdadeiro interesse, que vós e eles, ainda vão sentindo pelo rio de todos nós, o Tejo! Devido a estarmos perante uma situação deveras preocupante do estado a que os responsáveis deixaram e foram contribuindo para que o nosso maior Rio, chegasse à triste e preocupante situação decrépita a que chegou, ninguém pode ficar indiferente a esta realidade, deveras preocupante, do rio Tejo ter perdido a capacidade de ser capaz de continuar a

criar vida e a contribuir para o bem-estar e o crescimento económico das suas populações, como fez no passado, principalmente quando ele foi navegável e por isso, era um rio Vivo e Vivido, que já deixou de o ser entretanto,

como se sabe. Nós, cidadãos portugueses “Amigos do Tejo”, não podemos suportar nem admitir sequer, que ele, por estar a ser vítima das malfeitorias que são conhecidas, e de quem as comete, esteja

a leva-lo por este andar a correr para a morte, inevitavelmente. Mas também, se por um lado não podemos sequer crer, que as suas comunidades ribeirinhas possam ficar indiferentes a tudo aquilo

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Notícias do Mar

que está a acontecer ao seu Rio, até porque elas são as primeiras que, pela sua proximidade, podem vê-lo passar diariamente à sua porta, não é verdade? Por outro lado, as respostas obtidas naquele supracitado inquérito, do teste de avaliação sobre o número de visitas efetuadas ao Tejo por cada cidadão ribeirinho, serve para ficarmos todos com a noção da realidade dos factos. Nós sentimos desde que

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abraçámos há seis décadas, esta causa em prol do Tejo, perante a situação preocupante em que ele foi sendo vilipendiado, até chegar ao atual estado deplorável em que se encontra hoje, tornase premente e inadiável, de todos nós em conjunto, encontrarmos uma maneira de atrair e convencer as populações ribeirinhas, para incentiva-las a visitarem mais vezes a “borda d´água”, e até desafia-las a conviverem com o seu Rio, para

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que passem a fruí-lo de fora para dentro e de dentro para fora, aliás, o que já foi uma tradição genuína e histórica dos cidadãos ribeirinhos, no tempo em que a navegação fluvial aportava aos cais das localidades, quer de dia quer de noite, para as cargas e descargas, na sua árdua labuta até aos anos 50/60, o que também mobilizava o povo local a dar a mão a essas tarefas, que era uma maneira de mantê-lo sempre em contacto com o Rio, o que criava emprego, negócios e a fixação de pessoas. Mas voltando àquilo que nos levou a dirigir-vos estas linhas, porque a nossa intenção é, prioritariamente, incentivar o Cidadão Ribeirinho a sentir-se mais interessado pelo seu Tejo, para voltar como aconteceu no passado, a identificar-se melhor com ele, a afeiçoarse-lhe mais, e até a senti-lo como seu, para a partir daí, à medida que vai ficando a conhece-lo melhor, passar a interessar-se mais por ele, para além de sentir o de-

ver e a vontade de querer ir mais além na sua defesa e proteção, mas para isso este cidadão precisa de ficar mais a par das matérias, ações ou caminhos a seguir, podendo contar connosco para o ajudar. E quanto mais ele ficar interessado, esclarecido e sensibilizado para, individualmente ou em conjunto com os outros concidadãos da sua Freguesia e do seu Concelho, passar a vigiar o Tejo, e a poder reportar aquilo de anormal que detetar, à presidência do seu Município e/ou à respetiva Tutela, no pleno exercício da sua própria cidadania. Para além desta atitude, pode e deve também, passar a exigir aos políticos que foram eleitos por si, para terem assento na Assembleia da República, para que este Órgão de Soberania passe a legislar no sentido de que essa legislação passe a ser mais eficaz, assertiva e inadiável, para conseguir mitigar ou até inverter tudo aquilo que de mau e prejudicial, que foi sendo causado a este nosso Rio, para conseguir-se então dar início à sua revitalização e revalorização, que o torne mais sustentável, para o podermos deixá-lo nas melhores condições, às gerações futuras. Mas em boa verdade, deve reconhecer-se que o Homem, por ser insaciável na sua ganância, não tem tido limites para explorar este ou qualquer outro filão, até à sua exaustão, enquanto não for reprimido, por Lei, e mesmo assim, não pode deixar de ter uma fiscalização competente e mais eficaz. “Na Natureza, Nada se Cria, Nada se Perde, Tudo se Transforma” (Lavoisier) Ora bem, se por um lado é preciso apelar às consciências individuais e cole-


Notícias do Mar

tivas, porque é premente acreditar na ciência, aplicar no quotidiano os seus ensinamentos, contar com a participação e o envolvimento de todos, na luta para a defesa e preservação do ambiente, por outro lado, há outros desafios como as alterações climáticas, que impõem a adoção de medidas urgentes de mitigação, assim como mudanças profundas de comportamentos. Os modelos económicos, associados à geração de produtos e de valor, que têm evoluído no sentido de incorporar os objetivos da sustentabilidade, tem levado a sociedade a melhorar através do conhecimento e da capacidade inovadora e criativa, transformando os recursos naturais em produtos que contribuem para a qualidade de vida das populações. Mas os seus detratores nunca deixarão de dizer que o transporte fluvial é o mais lento, o que é verdade, mas se deixarmos de ser comodistas, ao optar por tratar de tudo à ultima hora, em vez de fazermos um planeamento competente e rigoroso, para poder passar a economizar-se muito mais no preço do transporte que, por sua vez, é ele que vai onerar mais ou menos o custo dos produto final ao consumidor, não é verdade, para além do transporte fluvial ser muito menos poluidor, e até contribuir para ligar o litoral ao interior e também servir para descongestionar os portos de mar. O que os nossos governantes devem fazer é, porem os olhos nos países mais desenvolvidos da Europa, para reconhecerem os benefícios de que todos eles estão a conseguir obter, porque nunca deixaram de manter e até incrementar a navegação

fluvial nos seus rios, o que está a ser reconhecido pela EU, que até criou fundos para a incrementação deste tipo de transporte. Não foi por acaso também que, todos aqueles rios principais desses países mais prósperos, com os

quais o nosso Tejo pode vir a equiparar-se, estão hoje a contribuir também para a expansão do turismo, tanto o fluvial como o local, o que cria mais emprego e novos negócios, e até é a chave do crescimento económico dessas regiões interiores e

da fixação de mais pessoas. Caros Amigos, vale bem a pena lerem os Lusíadas de Luis de Camões. “Vamos portanto, caros cidadãos ribeirinhos, lutar todos pela revitalização do nosso tejo“

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Notícias do Mar

O Tejo a Pé

Tejo a Pé Serviço ao Próximo

Texto Hugo Silva e Carlos Cupeto Fotografia Inês Santiago e Carlos Cupeto

Amigos para sempre Mais de 15 anos depois, milhares de quilómetros andados e de participantes, o Tejo a pé teve a sublime experiência do verdadeiro serviço ao próximo.

H

á muito que sabemos da significativa dimensão social e emocional do nosso passeio mensal no campo, mas foi na Ericeira – Ribamar – Ribeira de Ilhas que tudo foi secundário face à presença de uma dezena e meia de pessoas da APERCIM, uma Instituição Particular de Solidariedade Social, que primordialmente presta apoio a Pessoas com Deficiência 40

e crianças com Necessidades Educativas Especiais no Concelho de Mafra. Esta Associação apoia 500 pessoas nas suas cinco Respostas Sociais: Centro de Atividades Ocupacionais (123 utentes), Centro de Recursos para a Inclusão (129 crianças e jovens), Creche (48 crianças), Lar Residencial (51 residentes) e Projeto de Intervenção Precoce (166 crianças). Tem ainda intervenção no

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âmbito do apoio a pessoas carenciadas, mediando a distribuição de produtos alimentares a perto de 150 pessoas. Quanto mais sabemos mais venerados ficamos. Este Tejo a pé foi enriquecido pela presença de cerca de 15 residentes do Lar Residencial. Os amigos de longa data Hugo Silva, Luísa Roque e Ana Rebelo, técnicos altamente qualificados da APERCIM, foram os responsáveis por

esta enorme experiência de caminhar e conviver com pessoas fascinantes que a cada passo nos surpreenderam com o seu mundo, muito diferente em cada um deles: emoções, medos, partilhas, vivências, desafios, amor, etc. etc. Uma soberba experiência, também lição, para cada um dos restantes, cerca, de 40 participantes. A Associação, além das respostas sociais, desenvolve inúme-


Notícias do Mar

Alegria permanente e contagiante

ros projetos, onde se inclui o Projeto Sai Prá Rua, que pretende proporcionar a

prática de atividade física e desportiva privilegiando o contexto de Natureza. É

A soberba paisagem ajudou e fez parte da festa

neste Projeto que se enquadrou a caminhada do Tejo a pé. Em 2022 este

projeto visa Capacitar para Incluir pelo Desporto e Aventura, tendo apoio fi-

Assim é o Oeste. Lá ao fundo está Sintra 2022 Junho 426

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Notícias do Mar

Rochas que contam uma página de uma história, a da Terra

O Oeste também é isto, sempre surpreendente

nanceiro do Instituto Nacional para a Reabilitação, I.P. e do Programa Nacional de Desporto para Todos do IPDJ, I.P. para desenvolver um conjunto de ações de formação/sensibilização e de prática desportiva integrada em atividades como o Pedestrianismo, o BTT, os Desportos de Montanha, o Surf, o SUP, a Canoagem e o FitnessUma experiência a repetir. O dia não acabou sem antes se alinhavar uma próxima atividade do Tejo a pé e da APERCIM. De resto, cerca de 12 quilómetros de paisagens únicas. Até breve na Arrábida a 26 de junho.

A hora do almoço (Ribeira de Ilhas) foi também um agradável momento de convívio 42

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PS: O Tejo a pé é um grupo informal de amigos que se junta para andar. Para ser convidado basta enviar um email: cupeto@ uevora.pt


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Electrónica

Notícias Nautiradar

Defina o tom com os altifalantes wake tower da Série XS da Fusion

Estes altifalantes wake tower de 6.5” oferecem uma experiência de áudio de elevada qualidade, apresentando iluminação LED RGB, opções versáteis de instalação e mais.

P

roporcionando um som cristalino e iluminação LED multicor para uma experiência de entretenimento a bordo envolvente, os altifalantes wake tower da Série XS da Fusion tem um preço acessível e foram concebidos para diversas aplicações, desde barcos para wakeboard, até consolas centrais e pontões – os Altifalantes Wake Tower da Série XS assentam na gama existente de altifalantes e subwoofers

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da gama XS, fornecendo uma reprodução potente de áudio e clareza, mesmo com alto volume, assim como um design compacto para uma versatilidade adicional de instalação em toda a embarcação. Amplifique o momento Quer desfrute da música a partir do interior da embarcação ou no exterior, os Altifalantes Wake Tower da Série XS são otimizados

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para oferecer uma reprodução de áudio nítido e acústica de elevado desempenho, mesmo com alto volume. Com um design calculado, especificamente concebido para aplicações de wakeboard, os altifalantes Wake Tower da Série XS possuem uma estrutura calculada com precisão, tweeters de cúpulas em alumínio e potência pico de 200W para um som mais claro e potente enquanto na água.

Da caixa para a embarcação Os altifalantes Wake Tower da Série XS oferecem múltiplas opções de instalação, incluindo novos suportes de montagem em tubo e suportes de montagem em superfície, para que os navegadores possam passar menos tempo a trabalhar na sua instalação e mais tempo a desfrutar do momento. Além disso, graças à aplicação Fusion-Link, os navegadores podem facilmente configurar e sintonizar os seus


Electrónica

altifalantes Wake Tower da Série XS ao selecionar perfis DSP pré-configurados para otimizar o seu sistema de áudio a bordo. Defina o tom Para uma experiência de entretenimento melhorada a bordo, opções vibrantes de iluminação em vermelho, verde e azul (RGB) permitem aos navegadores selecionar

a iluminação que melhor combine com a sua disposição e música. Pode ainda controlar, e em qualquer lugar a bordo, as opções de iluminação dos altifalantes Wake Tower da Série XS utilizando o intuitivo e versátil controlo remoto sem fios da Fusion MS-RGBRC. Concebidos de acordo com o padrão True Marine da Fusion e suportados por

uma garantia de 3 anos, os altifalantes Wake Tower da Série XS são desenhados para resistir ao exigente ambiente marítimo, temporada após temporada a bordo. Os altifalantes Wake Tower da Série XS possuem proteção IP67 contra entrada de poeiras e água e defesa contra raios UV e nevoeiro salino. Disponíveis nas versões Sport White e Sport Black,

os altifalantes Wake Tower da Série XS estão disponíveis com opções adicionais de personalização, com grelhas substituíveis em Branco Desportivo e Preto Desportivo. Para mais informações sobre este novo produto por favor visite o site www.nautiradar. pt ou contacte através do 21 300 50 50.

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Notícias do Mar

Notícias da marinha

O NRP Rio Minho participou em exercício conjunto com a Armada Espanhola

O NRP Rio Minho

O

navio da Marinha, NRP Rio Minho, participou no exercício MARSEC 22, organizado pela Armada Espanhola, que terminou a 19 de maio de 2022, e que contou com a participação de diversas entidades Portuguesas e

Espanholas, permitindo treinar a coordenação e cooperação da resposta a incidentes que ponham em causa a segurança marítima/fluvial, no Troço Internacional do Rio Minho. ​​​Por se constituir como uma zona transfronteiriça e com caraterísticas particulares, o exercício desenrolou-se em três vertentes fundamentais nesta zona, a Busca e Salvamento Marítimo, manutenção da segurança marítima e realização de operações de Scooping para apoio no combate aos fogos florestais. O NRP Rio Minho e a sua guarnição, através dos seus meios e em cooperação com as diversas entidades, sob coordenação da Capitania do Porto de Caminha, participou no exercício apoiando no salvamento de náufragos de uma embarcação de recreio, na detenção de uma embarcação com relações ao narcotráfico e garantiu ainda a área de segurança para operações de Scooping por parte de uma aeronave, junto a Vila Nova de Ceveira.

O exercício permitiu treinar a coordenação e cooperação da resposta a incidentes que ponham em causa a segurança marítima/fluvial, no Troço Internacional do Rio Minho

Participação de diversas entidades Portuguesas e Espanholas 46

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Realização de operações de Scooping para apoio no combate aos fogos florestais


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Notícias do Mar

Notícias da Marinha

Tartaruga Marinha é Libertada no Mar

A Marinha, em parceria com o Zoomarine, realizou a libertação de uma tartaruga marinha. O evento fez parte das celebrações do Dia da marinha na Capital Algarvia, que coincidiu com o Dia Europeu do Mar.

​​​​​​N

a ocasião estiveram presentes o Chefe do EstadoMaior da Armada, almirante

Gouveia e Melo, o Presidente da Câmara Municipal de Faro e o professor Rogério Bacalhau.

A tartaruga foi resgatada, há meses, após ter sido encontrada em estado débil, presa em redes de pesca

O animal foi libertado a cerca de 10 milhas a sul de Faro 48

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ao largo de Albufeira, sendo posteriormente cuidada e reabilitada pelo Zoomarine. Uma tartaruga-comum (Caretta caretta) foi libertada ao final da manhã de quintafeira, 19 de maio, a cerca de 10 milhas a sul de Faro, onde a temperatura do mar é considerada ideal para esta espécie. O animal marinho foi transportado a bordo do NRP Hidra, embarcação de patrulha de costa, comandada pelo tenente Lopes Ferreira. A data e o local são simbólicos, pois este ano a capital algarvia acolhe as celebrações do Dia da Marinha, que coincide também com o Dia Europeu do Mar (20 de Maio). Esta foi também uma forma de assinalar a já longa parceria


Notícias do Mar

entre o Zoomarine e a Autoridade Marítima Nacional em missões de conservação da natureza. Baptizada “Tortuga” pelos cuidadores, o quelónio deu entrada a 02 de março no Porto de Abrigo do parque para reabilitação. Pesava apenas 3,7 quilogramas e tinha 28,1 centímetros de comprimento, horas antes da chegada, havia sido recolhida ao largo de Albufeira, após ter sido encontrada presa e parcialmente submersa, em redes de pesca. O armador, sabendo que estava em perigo pelos ferimentos e pelo risco de pneumonia por aspiração, procedeu ao seu resgate e transportou-a de imediato para observação em terra no Zoomarine, aquando do internamento, a “Tortuga”, além de pequena, revelou estar bastante parasitada, anémica, e com

A tartaruga foi resgatada em estado débil, presa em redes de pesca ao largo de Albufeira consideráveis alterações eletrolíticas. A reabilitação, contudo, foi rápida. Dois meses mais tarde, este juvenil de

sexo ainda indeterminado, estava pronto para regressar ao meio selvagem, para mais uma oportunidade de vida in-

dependente. Competiu ao Chefe de Estado-Maior da Armada, Almirante Gouveia e Melo,

A tartaruga foi cuidada e reabilitada pelo Zoomarine

Aquando do internamento a “Tortuga”, além de pequena, revelou estar bastante debilitada, a reabilitação contudo foi rápida

O animal marinho foi transportado a bordo do NRP Hidra 2022 Junho 426

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Notícias do Mar

Dois meses após ter sido resgatada estava pronta para regressar ao meio selvagem

Este juvenil de sexo ainda indeterminado é uma tartaruga-comum (Caretta caretta) devolver o animal ao seu habitat natural. “Esta atividade tem a ver com a preservação dos recursos marinhos que é algo absolutamente essencial. O mar é futuro

da sustentabilidade do planeta e o regulador do clima”, disse Gouveia e Melo, também elogiou o trabalho da equipa do Porto de Abrigo “estas pessoas estão a tra-

O Chefe de Estado-Maior da Armada, Almirante Gouveia e Melo devolveu o animal ao seu habitat natural, para mais uma oportunidade de vida no meio selvagem balhar para garantir a sustentabilidade do oceano, a garantir que com políticas e com atitudes certas nós não destruímos uma coisa que é essencial à nos-

Tiago Pierotti, Pedro Lavia, Rogério Bacalhau e Gouveia e Melo 50

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sa vida. Têm uma grande experiência e fizeram um grande percurso. A preservação do oceano é preservação da vida humana”, afirmou aos jornalistas. Também Pedro Lavia, fundador do Zoomarine, acompanhado pelo filho Tiago Pierotti, agradeceu as palavras e lembrou que ao longo dos últimos 30 anos, muitos foram os animais devolvidos ao meio marinho, “A nossa função é dar educação ambiental e também uma componente de alegria e felicidade, que é algo que muito falta no mundo de hoje”. A bordo da NRP Hidra esteve também Rogério Bacalhau, presidente da Câmara Municipal de Faro, que viajou até ao ponto de encontro no mar numa lancha rápida da Marinha.


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Notícias do Mar

Ecoturismo Náutico

“Bandeira Azul” para Algarve Sun Boats

Bandeira Azul da Europa para Algarve Sun Boats Ao assinalar 35 anos de atividade, a Associação Bandeira Azul da Europa, sob o lema “Ajudar o Mar a contar outras histórias”, anunciou a atribuição daquele galardão às embarcações ecoturísticas da ALGARVE SUN BOATS, um ecoturismo náutico a operar a partir da Marina de Portimão, projeto apoiado por Fundos Europeus geridos na Região do Algarve.

A

Frota exclusivamente composta por embarcações electro solares 52

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Presidência da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve saúda esta distinção e felicita os empreendedores pelo seu espírito de iniciativa, que contribui para transformar e qualificar o Turismo, em linha com as prioridades de desenvolvimento sustentável e integração de quadros altamente qualificados em empresas da Região. Fundada em 2017, como a primeira empresa algarvia com uma frota exclusivamente composta por embarcações electro solares (também elas produzidas no Algarve), a Algarve Sun Boats promove o “turismo náutico sustentável, sem causar impacto na natureza” e beneficiou de apoios do Programa Operacional


Notícias do Mar

Embarcações electro solares a navegar no Algarve Regional para dotar a aquisição de uma embarcação marítimo-turística e para a contratação de técnico especializado na área comercialmarketing. Estes investimentos estão em linha com a estratégia regional de requalificação e desenvolvimento da atividade turística sustentável e mais resiliente, cujo plano de ação será operacionalizado e reforçada com o apoio de

fundos europeus no âmbito do próximo quadro comunitário Algarve 2030. Consulte este e outros projetos aprovados no âmbito do Programa Operacional do Algarve - CRESC ALGARVE 2020, com o apoio dos fundos da União Europeia. Para mais informações contactar o Gabinete de Comunicação da CCDR ALGARVE (comunicacao@ccdr-alg. pt / TLM 96 95 37 047).

Algarve Sun Boats promove o “turismo náutico sustentável

Algarve Sun Boats contribui para transformar e qualificar o Turismo 2022 Junho 426

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Notícias do Mar

Pescas

Pescas um Mar de Oportunidades

Maria do Céu Antunes, Ministra da Agricultura e Alimentação considera que o sector das pescas em Portugal é “Um Mar de Oportunidades”.

Pesca da Sardinha

F

alar do sector das pescas em Portugal diz Maria do Céu Antunes “é, sem dúvida, falar de um mar de oportunidades e de projeção do país e da sua identida-

de. Aliás, sendo o peixe português considerado o melhor do mundo, temos de continuar a apostar no crescimento deste setor”. Os números e o desempenho corroboram isso mes-

mo, sendo que nem os mais recentes desafios vergaram a resiliência de um setor chave na economia nacional. A tendência de crescimento da procura de produtos da pesca tem sido espelhada

Pesca local de palangre 54

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no crescimento das exportações da fileira do pescado registado na última década. Destaco em particular o subsetor das conservas de peixe, cujas exportações em 2020 subiram 13,8%, face ao ano anterior, mesmo em contexto de Pandemia. Aliás, segundo o Instituto Nacional de Estatística, as conservas de peixe foram, em valor, os produtos que mais se destacaram nas exportações (cerca de 244 milhões de euros) em 2020. Já em 2021, as exportações retomaram a trajetória de crescimento, aumentando 22,1%, em termos homólogos (+199 milhões de Euros). Registaram-se acréscimos em todas as componentes, com destaque para “Crustáceos, moluscos e outros invertebrados aquáticos” (+106,4 milhões de Euros) e “Peixe” (+82,9 milhões).


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Notícias do Mar

Turismo

Lisboa Nomeada

“Melhor Destino Metropolitano à Beira-Mar” Lisboa está nomeada para “Melhor Destino Metropolitano à Beira-Mar.

Melhor Destino Metropolitano à Beira-Mar

L

isboa poderá conquistar, no dia 1 de Outubro deste ano, o título de Melhor Destino

Metropolitano à beira-mar na 29.ª edição dos prémios World Travel Awards (WTA), um dos poucos títulos que

Terminal de Cruzeiros de Lisboa 56

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lhe falta receber. Além disso, a capital portuguesa está ainda nomeada para as categorias de Melhor Destino de Cidade, Melhor Destino City Break, Melhor Destino de Cruzeiros e Melhor Porto de Cruzeiros da Europa. Já o Turismo de Lisboa está nomeado para Melhor Organismo de Turismo de Cidade. Para o diretor-geral do Turismo de Lisboa e presidente da Entidade Regional de Turismo da Região de Lisboa, Vítor Costa, “é com enorme honra e satisfação que Lisboa recebe estas nomeações, fruto do di-

namismo, capacidade de inovação e enriquecimento da qualidade da oferta no desenvolvimento da estratégia regional”. Desta forma, a cidade das sete colinas volta a ser um dos destinos a concorrer em várias categorias em mais uma edição dos “Óscares do Turismo”, como reconhecimento da oferta turística e das melhores práticas do setor. As votações decorrem até dia 8 de agosto no site oficial do concurso e podem votar nestes prémios o público em geral e os profissionais de turismo.


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Vela

44Cup Cascais

Fotografia Nico Martinez / 44Cup

A Equipa de Álvaro Marinho Venceu a Etapa Portuguesa

A Etapa Portuguesa da 44Cup foi em Cascais Terminou no passado dia 15 de maio, disputada em Cascais, a Etapa Portuguesa da 44Cup, com a vitória da equipa de Álvaro Marinho, no Circuito Internacional 44Cup.

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A equipa Charisma foi a vencedora 58

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lguns dos melhores velejadores do mundo estiveram em competição em Portugal. A equipa Charisma, treinada pelo velejador olímpico português Álvaro Marinho, venceu o 44Cup Cascais, depois quatro dias sempre a liderar o campeonato. Os campeonatos da 44Cup normalmente são tão renhidos que apenas são decididos na última regata, mas este foi exceção. O monesgasco Charisma estabeleceu a fasquia alta depois de vencer as três provas no dia de abertura e, ao longo de todo o campeonato, manteve-se na liderança, culminando com a vitória, com 26


Vela

Alguns dos melhores velejadores do mundo estiveram em Cascais pontos. Aquando da regata final, o Charisma só precisava de terminar para vencer o evento. No entanto, foram implacáveis e venceram a última prova com estilo enfático. Sobre a vitória no evento, o timoneiro Nico Poons refletiu: “É uma sensação boa – vencemos! Estou surpreendido, especialmente porque na última jornada

não estivemos bem [terminaram em oitavo lugar], e agora vencemos com uma vantagem tão grande, foi espetacular!”. Álvaro Marinho realçou, mais uma vez, o trabalho da equipa - “foi mais um campeonato fantástico para a equipa, onde arranjaram sempre soluções para as adversidades. Hamish Pepper está de volta à equipa

A Baia de Cascais é das melhores do Mundo para regatas e tomou decisões fantásticas o que, alinhado com uma equipa espetacular, dos trimmers aos proas, resulta numa tripulação sólida, com muita experiência”. Quanto aos restantes lugares do pódio, a equipa eslovena Ceeref manteve o segundo lugar, com 38 pontos, e a equipa Team Nika, também ela do Mónaco, fe-

chou o pódio com 47 pontos, depois de um ótimo último dia do campeonato, que o catapultou de sexto para terceiro lugar. Álvaro Marinho realçou, mais uma vez, o trabalho da equipa - “foi mais um campeonato fantástico para a equipa, onde arranjaram sempre soluções para as adversidades. Hamish Pepper está de volta à equipa

Houve sempre bom vento 2022 Junho 426

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Vela

Os franceses do Aleph e tomou decisões fantásticas o que, alinhado com uma equipa espetacular, dos trimmers aos proas,

resulta numa tripulação sólida, com muita experiência”. A 44Cup Cascais foi o se-

O Team Nika ficou em 3º gundo evento de umas das principais competições mundiais de vela, que trouxe a Cascais alguns dos melho-

Os RC44 são barcos de alta competição

O Peninsula 60

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res velejadores do mundo, e esteve a ser disputada durante quatro dias por oito embarcações de alto desempenho, os RC44. A competição prosseguirá posteriormente em Marstrand, na Suécia, entre 29 de junho e 03 de julho, e terminará em Oman, entre 07 e 11 de dezembro. Os RC44 são barcos de alta competição, com os cascos construídos inteiramente em carbono e velas de última geração, o que os torna extremamente rápidos a velejar em todas as condições de vento e mar. O barco trata-se de um modelo ‘Onedesign’, isto é, todos iguais, o que assegura a equidade competitiva entre todos os barcos. Este projeto foi idealizado por Russel Coutts, velejador que venceu quatro vezes a América’s Cup, a mais emblemática prova de vela do mundo.

O Artemis


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Surf

Big Waves Tour

Nazaré dá Novo Recorde para o Guinness

O Alemão Sebastian Steudtner Alemão Sebastian Steudtner entra para o Guinness pela maior onda já surfada do mundo, o atleta recebeu um certificado após a aventura em 29 de outubro de 2020 ao surfar uma onda de 26,21 metros.

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É o quinto recorde da maior onda do mundo batido na Nazaré 62

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surfista alemão teve o seu recorde da maior onda já surfada reconhecido pelo Guinness World Records, o atleta do Big Wave Tour recebeu o certificado numa cerimônia na Nazaré, A sua conquista é referente a uma onda de 26,21 metros que ele surfou em 29 de outubro de 2020. Este foi o quinto recorde de maior onda do mundo batido na praia do Norte. Pela mesma onda, Steudtner recebeu o “Oscar” do surf, Red Bull Big Wave Awards 2021, na categoria Maior Onda do Ano.


Surf

Antes dele, o americano Garrett Mcnamara, em 2011, cuja onda surfada foi de 24 metros, o brasileiro Rodrigo Koxa, em 2017, de 24,38 metros, e a brasileira Maya Gabeira, única mulher a ter recorde reconhecido nesta categoria. Maya já bateu recordes do Guiness duas vezes: em 2018, com uma onda de 20,72 metros, e em 2020, superando a si mesma, com uma de 22,4 metros. Para o recorde ser reconhecido, alguns fatores são importantes, a qualidade do vídeo enviado para análise, as condições atmosféricas, ângulos e distância entre a câmera e a onda. Steudtner disse que o que torna a Nazaré especial: “é a consistência das ondas grandes, a quantidade de tempo que se pode passar na água é o que a torna muito especial. Além disso, é o lugar mais desafiador, não é como o Havaí ou qualquer outro lugar do mundo. É cinco vezes mais intenso por causa da força e complexidade das ondas”, afirmou. “Tudo se correu bem naquele dia”, disse Steudtner. “É também a maior velocidade que já senti em cima de uma prancha de surf. Eu tinha lágrimas a sair dos meus olhos por causa do vento, foi de loucos. Eu não imaginava que isso pudesse acontecer no surf até aquele dia.” Walter Chicharro, presidente da Câmara Municipal da Nazaré, também mostrou a sua satisfação por mais um recorde batido na praia desta vila piscatória. “Para nós é uma satisfação enorme e começa a ser normal serem batidos recordes na Nazaré. Este é o sexto recorde batido aqui. É fabuloso para a a Nazaré e para Portugal”, disse.

A 29 de outubro de 2020 Sebastian Steudtner entra para o Guinness com uma onda de 26,21 metros

Steudtner afirma que não há lugar no mundo tão intenso como a Nazaré e o seu canhão

Sebastian Steudtner recebeu o certificado numa cerimônia que contou com Walter Chicharro, presidente da Câmara Municipal da Nazaré 2022 Junho 426

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Surf

Notícias do Surf Clube de Viana

Viana do Castelo Recebe Projeto Europeu INCLUSEA

Parceiros na praia do cabedelo O Centro de Alto Rendimento de Surf de Viana do Castelo recebeu, nos passados dias 27, 28 e 29 de abril, o segundo encontro transnacional INCLUSEA, projeto europeu cujo objetivo principal é “criar e desenvolver uma metodologia inovadora para o ensino do surf adaptado”.

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Praia do Cabedelo considera excelente 64

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ste meeting de Viana do Castelo marcou o início da fase de estruturação do ensino de surf adaptado na Europa, que trará uma alavancagem muito importante à modalidade, melhorando os benefícios de saúde e bem-estar dos participantes e promovendo uma maior inclusão no surf para pessoas com deficiência, seja para fins competitivos, recreativos e/ou terapêuticos, e uma maior igualdade de oportunidades. A praia do cabedelo e o CAR Surf Viana foram considerados pelos parceiros como palcos perfeitos para se testar e aperfeiçoarem as metodologias e boas prá-


Surf

ticas identificadas pelo projeto. “Pudemos partilhar conhecimentos e experiências de surf adaptado com os parceiros europeus de cinco países diferentes. Pela primeira vez, colocámos em prática as bases teóricas sobre as quais esta metodologia inovadora está sendo desenvolvida para treinar pessoas com deficiência física e sensorial e, através do surf, ajudá-las a conetarem-se com o ambiente marinho e os benefícios que as ondas proporcionam”, refere Javier Cantera, chefe de fila do projeto. “Conhecemos e conversámos com alunos do CAR Surf, desde surfistas iniciantes com deficiência mental a competidores como a atual campeã mundial de Para Surfing, Marta Paço. Surfámos às cegas e vivenciámos as dificuldades e desafios enfrentados pelos surfistas adaptados e seus instrutores, tendo que readaptar os nossos sentidos e descobrir novas habilidades e sensações”, explica. Segundo Javier Cantera, estes encontros transnacionais ajudam a enriquecer o projeto, confirmam novas conquistas e estabelecem novas metas. “Viana colocou a fasquia muito alta.” O próximo meeting será na Alemanha e, no próximo ano, irá realizar-se um evento internacional em Somo, na Cantábria, Espanha. O INCLUSEA, cofinanciado pelo Erasmus+ Sport, está na segunda fase de desenvolvimento, procurando uniformizar a formação do surf adaptado, com base em evidências científicas e na experiência prática recolhidas na primeira fase, de forma a que, no futuro, possa beneficiar os indivíduos com

Reunião dos Parceiros no CAR deficiência e também os clubes, as escolas e os treinadores de surf que pretendam aprofundar o seu conhecimento nesta área desportiva com forte componente de inclusão social. A primeira fase do projeto centrou-se num estudo sobre o estado da arte relativo ao conhecimento e metodologias aplicadas no ensino/ formação de surf adaptado

a nível mundial. Neste sentido, foram trabalhadas duas vertentes, uma teórica/académica, através de uma revisão da literatura científica, outra mais prática, apoiada em dois questionários destinados a instituições e especialistas que trabalham, regularmente, na área do surf adaptado. O INCLUSEA é liderado por La Sociedad Regional de

Educación Cultura e Deporte do Governo da Cantábria (Espanha), em parceria com o Município de Ribamontán al Mar (Espanha), o Surf Clube de Viana (Portugal), a Universidade de Trás-osMontes e Alto Douro (Portugal), a Association Nationale Handi Surf (França), a Liquid Therapy Foundation (Irlanda) e o Deustcher Wellenreitverband EV (Alemanha).

Surf às cegas 2022 Junho 426

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Náutica

Rio Boat Show

Rio Boat Show Retorna à Marina da Glória

A 23ª edição do Rio Boat Show gera crescimento de 15% de negócios no setor.

Os Stands montados sobre flutuantes foram um sucesso

Barcos de até 100 pés estiveram em exposição 66

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Náutica

Texto Inpress/Rio Boat Show / Copydesk Gustavo Bahia / Fotografia Cortesia Rio Boat Show/Rogerio Pallatta

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uperando a expectativa de público e de geração de negócios, a 23ª edição do Rio Boat Show alcançou ótimos resultados. Além de expor os melhores fornecedores e estaleiros do mercado brasileiro, o evento também recebeu autoridades do setor, reafirmando a importância do evento para o turismo náutico do país. Mercado aquecido com negócios girando R$253 milhões Durante oito dias, mais de 35 mil visitantes passaram pela feira, movimentando R$253 milhões em negócios, com 174 embarcações vendidas, o que representa um crescimento de 15% em relação à edição anterior. “O Boat Show é um evento que impulsiona o setor náutico e toda a sua cadeia produtiva. Durante a pandemia percebemos um crescimento expressivo que se confirmou nesta edição”, afirma Ernani Paciornik, presidente do Grupo Náutica. “Ter um barco como opção de lazer para a família, te dá a oportunidade de mudar o visual e isso é um atrativo. Com a possibilidade de se trabalhar de qualquer lugar, viver sob águas se tornou uma realidade”, completa Ernani. Governo participa com foco no Turismo A programação do Rio Boat Show foi dinâmica e trouxe, além de novidades do setor, a visita da comitiva do Governo Federal capitaneada pelo Ministro do Turismo, Carlos Brito, o Presidente da Embratur, Silvio Nascimento, e o Secretário adjunto do Ministério do Turismo, José Medeiros, puderam conferir de perto a grandiosidade do evento. Em um grande es-

paço de 700m², o visitante do Rio Boat Show pode ter uma pequena amostra do que o turismo Brasileiro tem a oferecer. Por meio de grandes painéis de led, o público pode ter uma experiência imersiva nos destinos Brasileiros, e ter a dimensão do potencial náutico no país. A dinâmica do Test-Drive fomentou vendas Além de negócios, a feira também proporcionou aos visitantes muita interação e experiências a bordo. Os interessados em adquirir uma embarcação, puderam realizar um test drive, o que fomentou muitas vendas. Essa foi a percepção de André Maranhão, executivo da NHD Boats, “Com apenas quatro anos de operação ativa e pela primeira vez com um estande flutuante, pudemos realizar test drive com nossos clientes, efetivando a venda de oito unidades.”, comemora. Já para quem foi à feira conhecer um pouco mais sobre o mundo náutico, o projeto “Minha primeira velejada” trouxe a oportunidade de

A Igreja de Nossa Senhora do Outeiro dando proteção ao evento

Marcelo Giardi, o “Marreco”, com uma V220 SURF 2022 Junho 426

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Náutica

Uma NHD 370 participante do Desfile noturno viver essa experiência pela primeira vez. Os visitantes saíram do passeio com gostinho de quero mais, consagrando a iniciativa como um grande sucesso. De acordo com a CL Velas, responsável pela realização da experiência, várias pessoas se matricularam em cursos da escola náutica, seja para lazer, ou até para obter a habilitação náutica.

NHD 370 da NHD Boats 68

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Desfile noturno foi uma beleza digna do Rio de Janeiro Na noite de sexta-feira, dia 8, o tradicional desfile de barcos entrou no clima da folia e animou os visitantes. A poucos dias do carnaval carioca, a bateria da premiada escola de samba Beija-Flor de Nilópolis abriu alas para as belíssimas embarcações que desfilaram pela Baía de Guanabara.

O mais importante evento do ano no Setor Náutico Misturando lazer, negócios e exposição institucional dos estaleiros e demais marcas, o Rio Boat Show é considerado por parceiros e expositores, o evento mais importante do ano no setor náutico. “O Rio Boat Show é onde iniciamos e fechamos ótimos negócios, como um ciclo. Apresentamos pela primeira vez ao público a Schaefer 450, e vendemos três unidades dessa lancha durante o salão. Só aí, já se demonstra o grande potencial do evento”, frisa Rodrigo Loureiro, gerente de Marketing da Schaefer Yachts. Os veleiros e catamarãs também se destacaram durante a feira. Cecília Avena, sócia da Aloha Náutica, distribuidora exclusiva da francesa Beneteau, contou ter vendido o luxuoso veleiro


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Náutica

As luzes dão um charme especial Oceanis 51.1 e tem outros dois catamarãs e um monocasco em negociações avançadas. “Ficamos muito satisfeitos com o resultado obtido na feira. Além do

agradável clima da Baía de Guanabara, pudemos fechar bons negócios e expor a nossa marca, gerando leads de qualidade para negócios futuros”, comemora.

Para além das águas: evento se consolida como fomentador de negócios Além de movimentar o mer-

Mais um barco curtindo a noite com clientes 70

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cado náutico, o Rio Boat Show também se consolidou como um hub de oportunidades e geração de negócios para além do setor. A Ademicon, a maior administradora independente de consórcios do Brasil, conseguiu fechar na feira, além de consórcios náuticos, negócios em diferentes segmentos. Foram vendidos no estande, consórcios imobiliários e também comerciais. Já a Boatlux, empresa de compartilhamento de embarcações por cotas, performou para além do seu consumidor final. Além de cotas, o estande da marca realizou muitos negócios B2B e revelou ter vendido duas franquias e tem outras dez unidades em negociações avançadas. O Rio Boat Show 2022, maior salão náutico da América Latina, foi realizado entre os dias 3 e 10 de abril, na Marina da Glória, no Rio de Janeiro.


Náutica

Uma ARMATTI 37 desfila soberba

Os grandes Iates sempre recebem muitos convidados

Um público de 35 mil em 8 dias de evento 2022 Junho 426

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Notícias do Mar

Última

Turismo Cruzeiros

Mais 4 Itenerários no Novo MSC Virtuosa

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MSC Cruzeiros adiciona 4 Itinerários Lisboa-Lisboa no novo MSC Virtuosa, para Julho e Outubro. Nos meses de Julho e Outubro realizar-se-ão quatro cruzeiros com partida e chegada a Lisboa a bordo do MSC Virtuosa. Os dois primeiros partem nos dias 13 e 27 de Julho, ao passo que os dois últimos saem da capital lisboeta a 13 e 26 de Outubro. O preço mais baixo começa nos 789€ com a Promoção Tudo Incluído, a que acresce 120€ TSH +220€ em taxas portuárias durante 12 noites com partida no

dia 26 de Outubro. 2 Itinerários de 14 noites em Julho A MSC Cruzeiros terá mais quatro itinerários com partida e chegada a Lisboa na sua oferta. Com partida no dia 13 de Julho, o MSC Virtuosa sairá de Lisboa num itinerário de 14 noites, com preços que se iniciam nos 1229€ com a Promoção Tudo Incluído, a que se junta 140€ TSH e 250€ de taxas portuárias. O navio seguirá para Southampton onde cada passageiro poderá encontrar o melhor da antiguidade e do presente, uma vez que nesta cidade poderá encontrar uma mistura de marcas medievais

com zonas modernas. No outro itenerário, a cidade de Cádis é a próxima paragem. Esta é uma das mais antigas povoações de Espanha O navio passa depois por Málaga, conhecida por ser o local onde nasceu Picasso, e onde poderá encontrar o seu museu. Depois passará por Alicante e Palma de Maiorca Depois de passar por Palma de Maiorca, os passageiros irão conhecer França, Villefranche sur Mer. um dos portos mais importantes da Côte d´Azur. Antes de regressar a Lisboa, o navio passará ainda por Barcelona.

2 Itinerários de 13 e 12 noites em Outubro e Novembro Em Outubro e Novembro serão realizados um cruzeiro em cada mês com partida e chegada a Lisboa. O primeiro, que sairá de Lisboa no dia 13 de Outubro, passará por Southampton, antes de ir para La Rochelle, cidade costeira no sul de França. De seguida, irá para Bilbau, cidade conhecida pela sua arquitetura de ponta e com o Museu Guggenheim. O navio seguirá depois para La Coruna. O destino de excursões para Santiago de Compostela.

Director: Antero dos Santos - mar.antero@gmail.com Paginação: Tiago Bento - tiagoasben@gmail.com Director Comercial: João Carlos Reis - noticiasdomar@media4u.pt Editor de Motonáutica: Gustavo Bahia Colaboração: Carlos Salgado, Carlos Cupeto, Hugo Silva, José Tourais, José de Sousa, João Rocha, João Zamith, Federação Portuguesa de Actividades Subaquáticas, Federação Portuguesa de Motonáutica, Federação Portuguesa de Pesca Desportiva do Alto Mar, Federação Portuguesa Surf, Federação Portuguesa de Vela, Associação Nacional de Surfistas, Big Game Club de Portugal, Club Naval da Horta, Club Naval de Sesimbra, Jet Ski Clube de Portugal, Surf Clube de Viana, Associação Portuguesa de WindSurfing Administração, Redação: Tlm: 91 964 28 00

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