Notícias do Mar n.º 424

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Náutica

Notícias Touron

Quicksilver 705 Pilothouse

Recebeu o Prémio “Best of Boats 2021”

A Quicksilver Boats, divisão da Brunswick Corporation (NYSE: BC) foi galardoada nos prémios anuais mais importantes para embarcações a motor da Europa, recebendo o prémio “Best of Boats” pelo segundo ano consecutivo. A embarcação Quicksilver Pilothouse 705 ganhou o prémio na categoria de pesca “Best for Fishing” (Melhor barco para a pesca), entre centenas de barcos testados e 17 finalistas representados.

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Está equipado para os piqueniques náuticos 2

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ylvain Perret, Director da gama de produtos e relações com os meios de comunicação do European Venture Group, Brunswick Boat Group, disse: “Em nome de toda a equipa da Quicksilver, é uma honra receber, uma vez mais, o prestigiado prémio “Best of Boats”. O Pilothouse 705 é o modelo mais recentemente incorporado na nossa popular linha de modelos Pilothouse, pelo que estamos muito felizes que o júri internacional tenha reconhecido o nível de detalhe e atenção da nossa equipa para criar a


Náutica

Cabina de pilotagem

Quicksilver 715 Pilothouse

embarcação ideal para os amantes da pesca, tenham eles mais ou menos experiência. Agradecemos ao júri este importante reconhecimento e felicitamos

a nossa equipa por esta merecida honra”. O prémio “Best of Boats”, lançado em 2014, foi criado por jornalistas da náutica de diversos paí-

ses e diferentes grupos editoriais, representando o maior prémio anual para embarcações a motor da Europa e contando com um grande número de pa-

Quicksilver 715 Pilothouse tem um casco marinheiro 2022 Abril 424

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Náutica

Fácil o acesso à água

íses participantes, revistas e testes das embarcações. Sendo o único prémio de embarcações a motor em todo o mundo, o prémio BOB tem em conta fundamentalmente o ponto de

vista dos utilizadores, com todas as categorias definidas através do uso real e cumprimento dos objetivos estabelecidos, independentemente do comprimento dos barcos.

O júri do prémio declarou: “O Quicksilver 705 Pilothouse é uma nova versão, de maior tamanho, do barco Pilothouse da Quicksilver ganhou o prémio “Best of Boats”

Posto de comando com porta de saída 4

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em 2020. Como única embarcação de pesca fechada a concurso no Prémio “Best of Boats” 2021, a construção em Poliéster Reforçado com Fibra de Vidro segue também a tendência duma embarcação híbrida. Sendo que, neste caso, híbrida significa multifuncional: ideal para a pesca no


Náutica

Criado para os mais exigentes pescadores da pesca lúdica embarcada

mar, mas também como pequena embarcação familiar para passeios de fim-de-semana com os mais pequenos.” A cerimónia do prémio “Best of Boats” teve lugar em Berlim, na exposição de embarcações Boat & Fun Berlin. Os prémios constam de seis categorias exclusivas para embarcações a motor: “Best for beginners” (Melhor barco para principiantes), “Best for family” (Melhor barco para a família), “Best for fun” (Melhor barco para diversão), “Best for Fishing” (Melhor barco para pesca), “Best for travel” (Melhor barco para viajar) e “Best for future” (Melhor barco para o futuro).

Painél de instrumentos 2022 Abril 424

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Náutica

O poço tem uma borda alta para os pescadores

Quicksilver 705 Pilothouse O Quicksilver 705 Pilothouse é um barco criado para os mais exigentes pescadores da pesca lúdica em-

barcada. Dedicado aos que querem a máxima satisfação nas suas jornadas de pesca no mar, que podem agora com a Carta de Marinheiro sair para a pesca,

para pesqueiros que se encontrem até 5 milhas náuticas da costa e a 10 milhas de um porto de abrigo. O Quicksilver 705 Pilothouse é uma embarcação

Tem cabina de pilotagem estilo pesqueiro profissional com portas de correr laterais 6

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com um desig ergonómico, de utilização prática, dispondo dos principais equipamentos para a pesca muito acessíveis e duma cabina de pilotagem de estilo pesqueiro profissional e com portas de correr laterais, para facilitar as saídas ao acesso à proa e ao poço.Tem também uma porta de correr atrás para o poço. Uma característica muito importante da cabina é a enorme visibilidade que oferece com amplas janelas e o párabrisas numa peça única. O casco tem um design elegante desportivo e foi projetado para oferecer o máximo de conforto a navegar em mar aberto. A cabina de pilotagem tem dois bancos confortáveis ergonómicos e estofados e o do piloto permite duas posições de condução, em baixo ou em cima.


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Náutica

O poço

Viveiro

Com estas condições o piloto vai numa ex celente posição de condução, comodamente sentado ou em pé. Para as manobras de pesca, o piloto dispõe de um segundo comando no poço para o controle de precisão para uma pesca

Banco a popa

O motor Mercury FourStroke V6 200 CV forma um bom conjunto 8

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Náutica

suave e mais segura O barco tem uma borda alta que oferece muita segurança e deixa o poço seco. O poço está muito bem organizado para facilitar a sua utilização com comodidade, aos pescadores ou nos passeios familiares o maior conforto. Assim, para sentar-se no poço, existem assentos laterais convertíveis e na hora dos piqueniques, monta-se uma mesa ao meio. Para os pescadores fazerem o corrico, a borda tem dois porta canas de cada lado. Na popa existe um viveiro para peixe. Os equipamentos podem ir todos guardados com segurança, nos muitos compartimentos integrados.

O ferro tem guincho elétrico

Porta canas no teto da cabina

Motor Mercury FourStroke V6 200 CV É um motor de 3.4L de cilindrada com 200 CV FourStroke de Mercury. Tem uma grande cilindrada e pesa apenas 216 Kg, sendo o motor mais leve da sua classe. Com um design de dupla árvore de cames e quatro válvulas, idealizado para máximo rendimento, o motor alcança, mais rapidamente, velocidades mais elevadas. Por outro lado, este fora de borda é o único do seu segmento que mantem as RPM independentemente das alterações na carga e nas condições, proporcionando sensações mais desportivas. Este motor foi desenvolvido na plataforma V-6 de 3,4 litros da Mercury, projectada para ser potente, leve, compacta e de baixo consumo. Esta plataforma é aplicada em motores para embarcações tanto de recreio como comerciais O motor de 3.4L V-6 é de aspiração natural e com a secção media muito reforçada. Apesar da sua grande cilindrada, o motor é excepcionalmente leve, ágil e eficiente. O fora de borda FourStroke 3.4L V-6 conta com a melhor aceleração da Mercury e com elevado binário. O seu baixo consumo é uma das suas características mais relevantes.

Outras características - Registo de serviço na parte superior da carcaça que facilita a verificação do nível de óleo e o seu enchimento (caso necessário) sem necessidade de tirar o capot, pelo que a manutenção regular fica mais simples e fácil. - Capacidade de gestão da bateria com carga inactiva que impede que se gastem as baterias quando se utilizam múltiplos dispositivos electrónicos. Com a maior saída de carga de rede da sua classe: 20 amp a 650 RPM. - Controlo adaptativo da velocidade que mantem as RPM independentemente das mudanças na carga ou das condições, melhorando a experiência de navegação. - A admissão de ar em múltiplas câmaras reduz o ruido de indução. - As coberturas dos injetores de combustível reduzem o ruido de alta frequência. - As características específicas da carcaça impedem que o ruido se transmita. - A admissão de ar em múltiplas câmaras reduz o ruido de indução. - As coberturas dos injetores de combustível reduzem o ruido de alta frequência. - As características específicas da carcaça impedem que o ruido chegue ao nauta. - A unidade de controlo do motor (ECU) ajusta o consumo de combustível de forma automática quando as condições sejam as adequadas.

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Náutica

Cabina com cama

WC marítimo

São simples as manobras de fundear

Características Quicksilver 705 Pilothouse Comprimento total

6,63 m

Comprimento do casco

6,45 m

Boca

2,54 m

Pontal

2,27 m

Peso sem motor

1.627 kg

Calado

0,54 m

Carga máxima

820 kg

Lotação

7

Camas

2

Capacidade tanque de combustível

200 L

Tanque de água doce

45 L

Potência máxima

225 cv

Categoria CE

C

Motor apresentado

Mercury FourStroke V6 200 CV

Preço barco/motor

A partir de 41.360 € + IVA

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Para pernoitar o Quicksilver 705 Pilothouse tem uma cabina à frente com entrada junto ao posto de comando. Dentro tem uma cama de casal e também um wc marítimo. Após uma viagem confortável no Quicksilver 705 Pilothouse, ou no meio duma pescaria, pode-se tomar uma bebida fresca,pois existe um frigorífico de 50 litros As jornadas de pesca no Quicksilver 705 Pilothouse têm um grande apoio do equipamento instalado, a começar por poder-se manter a isca nas máximas condições no viveiro e todo o peixe capturado ficar o mais fresco possível no grande compartimento para peixes, que tem um sistema de água oxigenada.Também podem-se limpar todas as captura e o barco no local com um chuveiro de água do mar. Como o Quicksilver 705 Pilothouse tem um casco espaçoso é fácil organizar todo o equipamento pois dispõe de muitos compartimentos de armazenamento. Também integrado possui um sistema de guincho elétrico para a âncora à proa. As opções de motor são até 225 cv.


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Notícias do Mar

Economia do Mar

Adega do Mar

para Aumentar o Valor do Vinho

A ECOALGA, Centro de Mergulho da Costa Alentejana, desenvolveu um projeto, Adega do Mar, que é uma adega subaquática com instalações em Sines e em Peniche, no porto de recreio e na Docapesca respetivamente.

O

objectivo da ECOALGA é envelhecer o vinho engarrafado, por um processo subaquático, a uma temperatura média de 13 graus, a uma profundidade em repouso dos vinhos entre os 10 e os 40 metros, para aumentar o valor do vinho, criando mais valor nos lotes dos vinhos submersos, Os organismos marinhos que se agarram às garrafas, fazem o seu trabalho natural, de um envelhecimento por fora no vidro e como a pressão não altera o conteúdo das garrafas, o vinho vai envelhendo com o tempo de imersão. Como 12

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Notícias do Mar

as águas de Sines e de Peniche fazem pouca diferença de temperatura na água, a média de 13 graus ajuda

de certeza na qualidade do vinho assim envelhecido. O efeito plástico das garrafas e a imagem de

envelhecimento que apresentam é espectacular e ajuda a carimbá-las como um selo de qualidade.

Com este processo, procura-se diferenciar também o produto e obter uma caracterização única nas gar-

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Notícias do Mar

rafas. Como resultado, representar Portugal em todas

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as esferas. Pretende-se valorizar o vinho Nacional com uma evolução do produto acentuada e a caracterização da garrafa com a vida marinha local,envelhecendo durante 2 anos. A ECOALGA consegue assim criar um produto exclusivo que representa Portugal, vinho e mar, trabalhando com diversas adegas de todo o País. As principais adegas que colaboram com a ECOALGA, são Brejinho da costa, Quinta da Ferreira de Baixo, Quinta da Casaboa Para além dos vinhos, também são envelhecidos aguardentes, medronho e outras bebidas espirituosas de diversos produtores. No que respeita à comercialização: dos vinhos ela é da responsabilidade da adega dona do vinho.


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Náutica

Notícias Yamaha

Yamaha Motor Europe formou uma parceria com a Windy Boats no mercado de embarcações de cruzeiro desportivas

SR44 Blackhawk com fora de borda XTO V8 de 425 hp da Yamaha A Yamaha Motor Europe é há muito uma força dominante no mercado marítimo global, tendo desenvolvido motores de alta qualidade que utilizam a mais recente tecnologia e os melhores materiais disponíveis. A Yamaha Motor conquistou a reputação de fornecer os melhores motores fora de borda a todos os clientes, seja para grandes embarcações de cruzeiro ou pequenos botes.

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os últimos anos, assistimos a novos avanços tecnológicos que fizeram evoluir a marca de um fabricante de motores marítimos para um fornecedor de sistemas náuticos completos que oferece aos clientes um sistema completo de propulsão marítima, controlo e informação. No anúncio mais recente, a Yamaha Motor Europe confirma esta colaboração com a Windy Boats, um construtor escandinavo de embarcações topo de gama, que vem consolidar a posição da Yamaha Motor como 16

marca preferencial para os sistemas náuticos no mercado das embarcações de cruzeiro desportivas. Esta parceria de 5 anos permitirá à Yamaha Motor Europe e à Windy Boats partilhar conhecimentos, bem como fornecer motores fora de borda para várias embarcações. Luxo discreto, qualidade inquestionável A marca Windy Boats foi criada em 1966 por Hugo Vold. Hugo, filho de um pescador norueguês, tinha uma compreensão e um respeito ine-

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rentes pelas águas agitadas que rodeavam a sua cidade natal, onde o seu pai trabalhava. Este conhecimento e respeito pelo oceano tem prevalecido no design e no fabrico de cada embarcação Windy, desde o original 24 CabinCruiser até às recentes linhas Sports Cruiser e SR premiadas. Atualmente, cada produto Windy mantém-se fiel ao seu espírito original, não só nos padrões e na qualidade sem compromissos das embarcações, mas também no património integral do nome da marca, “Windy”, cujo nome remete

para o barco de pesca original e mais fiável do pai de Hugo, o “Vindy”. Tendo conquistado a sua reputação pela qualidade e a resistência, a Windy Boats empenhou-se no desenvolvimento de uma vasta gama de embarcações, cada uma criada para oferecer a melhor performance na água e assente em valores em que os clientes confiam e aos quais se mantêm fiéis. Como resultado, a marca multipremiada está habituada a ter os seus produtos no pódio. Recentemente, foi finalista no prémio Melhor cruzeiro


Náutica

desportivo (até 45 pés) nos Motorboat Awards de 2022 como SR44 Blackhawk. No quadro do novo acordo, o SR44 estará disponível com o emblemático motor fora de borda XTO V8 de 425 hp da Yamaha Motor, que oferece um binário incrível em toda a gama de rotações, um controlo rigoroso e uma excelente eficiência do motor de 5,6 litros de injeção direta. O SR28 CC da Windy Boats também estará disponível com uma seleção de motores fora de borda Premium e de alta potência da Yamaha Motor, incluindo o mais recente V6 de 300 hp, que proporcionará uma performance emocionante a esta espaçosa embarcação de 28 pés para passeios de um dia. Uma solução completa de propulsão para embarcações Os sistemas de navegação Yamaha contam agora com melhorias que facilitam especificamente a utilização

O Windy SR44 e a manutenção das configurações de vários motores, essenciais para a Windy Boats. Nos últimos 12 meses, com o lançamento dos novos motores V6 de

300/250/225 hp, os clientes da Yamaha Motor podem desfrutar de uma direção ainda mais suave e controlada nas grandes embarcações monomotor e de vários

motores fora de borda. Isto é possível graças à Direção Elétrica Digital (DES), que está agora disponível em todos os motores nos segmentos Premium e High

Bancos do posto de comando do Windy SR44 2022 Abril 424

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Náutica

Posto de comando do Windy SR44 Power, desde os motores XTO V8 de 425 hp até aos fora de borda de 150 hp. A DES assegura uma respos-

ta mínima da direção, o que poderá ser mais vantajoso nas grandes embarcações de cruzeiro desportivas de

alta potência. Graças ao posicionamento da Yamaha como fornecedor de sistemas de nave-

gação, os clientes também beneficiam agora de uma experiência fluida, uma vez que as tecnologias inovadoras da Yamaha Motor abrangem cada ponto de contacto, desde os controlos até aos motores e aos indicadores. Cada elemento dos sistemas da embarcação funciona em sinergia para proporcionar níveis inéditos de conforto e controlo na água. Os proprietários podem desfrutar de várias vantagens: a excecional qualidade do sistema de controlo Helm Master EX, com controlo por joystick, indicadores multifunções com cores, Steer By Wire e piloto automático. Para desfrutar de uma experiência sem stress ao regressar à doca, a exclusiva função TotalTilt™ da Yamaha permite inclinar totalmente o motor com o simples toque de um botão. Isto, combinado com a lavagem do motor com água doce por um único ponto single nas embarcações de vários motores, significa que as gamas V6 da

O Windy SR44 dispõe de um amplo solário 18

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Náutica

Cama na proa do Windy SR44 Yamaha permitem aos capitães concentrarem-se no tempo de lazer, sabendo que os seus motores fora de borda tiveram a manutenção adequada. Uma parceria para oferecer a experiênciade cliente perfeita Uma das principais vantagens da parceria para os clientes

O Windy SR44 pode ser equipado com uma variedade de equipamentos

O equipamento pode ser totalmente personalizado 20

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da Windy Boats é a integração perfeita a bordo e da maior variedade de opções, desde o equipamento totalmente personalizável até à coordenação entre os sistemas do barco e a restante embarcação. Trevor Fenlon, DiretorGeral da Windy Boats, explica: “A WINDY conhece a Yamaha Motor há muitos anos e estamos muito en-

tusiasmados por voltarmos a trabalhar com a equipa de engenharia da Yamaha para inovarmos na água. Temos o orgulho de dizer que todos os nossos novos WINDY SR44 SX estarão equipados com três XTO V8 de 425 hp da Yamaha, e que já vendemos o primeiro casco!” A parceria também permite ao cliente desfrutar da melhoria da performance. Durante a fase de conceção e produção, os parceiros partilham um grande volume de conhecimentos, como os testes exaustivos às hélices, que permitem melhorar a performance global da embarcação final. Além disso, cada cliente poderá adaptar na perfeição a embarcação aos seus requisitos. Além disso, é garantido ao cliente o melhor sistema de propulsão de embarcações possível graças à formação em instalação, dada pela Yamaha ao fabricante

Espaço é o que não falta abordo do Windy SR44 2022 Abril 424

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Náutica

O Windy SR28 CC de embarcações, o que assegura que cada elemento está otimizado para propor-

cionar a melhor experiência de navegação possível. As vantagens da parceria não

terminam quando a embarcação é entregue. O suporte pós-venda líder do setor per-

mite que esta parceria tenha um impacto global. “Tal como a Yamaha Mo-

O Windy SR28 CC com motorização Yamaha vai proporcionar a melhor experiência de navegação possível. 22

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O Windy SR28 CC vai ser equipado com uma seleção de motores fora de borda Premium e de alta potência da Yamaha Motor, incluindo o mais recente V6 de 300 tor, a Windy Boats é uma marca verdadeiramente emblemática no setor. O anúncio assinala o início do fornecimento pela Yamaha Motor Europe à Windy Boats da melhor tecnologia em sistemas de propulsão marítima, por exemplo, o controlo Helm Master EX e a gama Premium de motores fora de borda. A harmonização destas duas marcas consolidadas e de prestígio potencia uma parceria que irá oferecer o melhor dos dois mundos. Estamos ansiosos para proporcionar ao cliente uma experiência única e maravilhosa.” Fabrice Lacoume, Diretor de Sistemas Marítimos, Yamaha Motor Europe. A Yamaha Motor Europe e a Windy Boats têm muito em comum, como uma paixão por tornar cada experiência do cliente agradável e intuitiva. A reputação de

Entrada para o interior do Windy SR28 CC 2022 Abril 424

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Náutica

Com o Helm Master EX o Windy SR28 CC vai ganhar uma navegabilidade suberba qualidade e performance da Yamaha está perfeitamente alinhada com os designs de

qualidade superior da Windy, que contribuirão para o seu compromisso de manter

a lealdade e a confiança dos seus clientes durante várias gerações.

Valoriza um mercado em crescimento Cada vez mais clientes reconhecem as vantagens dos motores fora de borda no mercado de cruzeiros desportivos: redução de custos de manutenção, e performance mais suave e silenciosa que geraram um crescimento da procura neste segmento. A parceria entre a Yamaha Motor Europe e a Windy Boats é mais um passo importante no caminho a percorrer. A Yamaha Motor continua a melhorar as suas parcerias com fabricantes de embarcações e a oferecer aos clientes não só uma vasta gama de soluções de motores fora de borda, mas também um amplo portefólio de parcerias com empresas de renome mundial que abrangem todos os tipos e estilos de embarcações.

O interior do Windy SR28 CC 24

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Pesca Desportiva

Pesca Lúdica Embarcada

O Famoso Parasita Anisakis…das Lulas

A foto que veio colocar tudo em causa. Perante isto, a primeira reacção foi de prudência, o que em situações de saúde pública é a primeira medida a tomar Todos nós, antes de sabermos, ...não sabíamos.

A

formação de mar é contínua e dura até ao último dia de pesca da nossa vida de pescadores. Por mais que concentremos os nossos esforços em abarcar o máximo de informação, por mais que estudemos detalhes relativos a assuntos marinhos, há sempre algo que pode acontecer que é novo, que sai fora do âmbito das nossas competências e conhecimento. E isso aconteceu-me bem recentemente, com um episódio que não resisto a contar-vos, pela sua singularidade. Fiz uma saída com dois simpáticos alemães, gente de Munique que tem no seu palmarés pescas feitas em lagos, a lúcios. E nada mais que isso. Uma saída de mar feita 26

na zona de Setúbal é sempre agradável para quem vem de fora, e mais ainda quando o hábito é pescar um peixe a cada 8 horas (leram bem, esse é o ritmo habitual deles…) de pesca. Nós fazemos peixe a uma cadência infinitamente mais rápida, por mau que esteja o dia. E estava. O vento persistente e a água fria, a 14ºC, não prenunciavam nada de extraordinário. Mas manda a pesca que o pescador trate de se adaptar às condições que tem diante de si, e que faça o melhor que lhe é possível. E foi o que fizemos, utilizando jigs de 30 a 40 gr, aproveitando os peixes activos do fundo: pargos, bicas, sargos, e lulas. Por sinal, um simpático besugo resolveu morder o meu jig, facto de não deixa de ser estranho.

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O besugo não é um alvo declarado da pesca jigging em lado nenhum, mas quando se pesca com algo que imita uma pequena sardinha, … tudo pode acontecer. As lulas eram de bom tamanho, e lançavam-se aos nossos jigs com entusiasmo. Se uma ou outra escapava, outras não tinham tanta sorte e acabavam na caixa de peixe. Um dos meus convidados alemães levantou uma delas com cerca de 1 kg. E tratou de a levar para casa, para um jantar a dois. E a história começa aqui, nesta lula atrevida que se lançou a um jig e teve pouca sorte. Estava eu a limpar os equipamentos de pesca do dia, lavar as linhas, os jigs, lubrificar os carretos, etc,

quando nisto recebo uma mensagem WhatsApp com uma foto e um pedido de esclarecimento: “Isto é algo de preocupante?”… A foto que podem ver acima acompanhava a frase, que, vinda de um estrangeiro no nosso país, exigia uma resposta clara e imediata. Porque não gosto de inventar, antes prefiro sustentar as minhas opiniões em dados concretos, “método científico oblige”, resolvi enviar a foto a um especialista em peixes e doenças de peixes da Europa. Nem mais nem menos que o António Pradillo, de Valência, meu amigo pescador e de quem tanto já tenho falado nestas páginas. Ele trabalha para um instituto espanhol e faz controlo de espécies invasoras, doenças, etc.


Pesca Desportiva

Texto e Fotografia Vitor Ganchinho (Pescador conservacionista) https://peixepelobeicinho.blogspot.com/

Mas a resposta tardou. E na falta dela, outra pessoa que costuma sair com ele poderia eventualmente ter já visto algo parecido: o Raúl Gil, outro dos monstros sagrados da pesca europeia. A contestação à minha foto não tardou: “ Vitor, isto é um parasita Anisakis!! “... Dizia-me ele: ”Não é preocupante, mas exige que não se coma o peixe em cru, tem de ser cozinhado, tem de passar pelo fogo. Ou a lula tem de ser congelada, porque isso também mata o bicho. Mas não tenho dúvidas de que se trata de uma lula infectada com um parasita”! Perante tal evidência, e porque os meus amigos tinham pescado mais lulas, apressei-me a dar a informação de que deveriam deitar esta fora. Fora de questão aproveitar uma lula que pa-

recia infectada, quando eles tinham muitas outras sem qualquer problema. A mensagem seguiu, e recebi o ok da parte dos alemães. A última coisa que queria naquele momento era que pensassem que o peixe em Portugal está todo infectado com doenças, o que nem é verdade. Porém, passados uns minutos, António Pradillo ligame e diz-me: “Olá Vitor! Eu estava a conduzir na autoestrada e por isso não podia parar. Agora entrei numa estação de serviço e já posso colocar os olhos nisto. Estive a ver isto com atenção e não há aqui nada de estranho. Isto é o sistema reprodutor da lula, que é um macho, e que está a formar os espermatóforos! Estes são os sacos brancos que contêm o esperma”.

Esta uma das minhas lulas, também conseguida com um jig armado com um triplo à cauda, na circunstância um “Little Jack” de 40 gr. Mesmo por um único tentáculo, a verdade é que as lulas sobem, quando recolhemos linha com a devida calma, devagar. Até porque o frio da manhã aperta...

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Pesca Desportiva

Como dizer agora aos alemães que afinal...? Enchi-me de brios e procurei explicar que sim, afinal a lula era comestível, (depois de ter dito que deveriam deitar fora!...), mas que seria bom limparem bem. E cozinharem na base de um grelhado feito em brasa forte. A última coisa que me con-

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vinha na circunstância era que um deles, ou os dois, tivessem qualquer tipo de intoxicação alimentar, ou necessidade de recorrer a um hospital com problemas de estômago. Estava um incidente diplomático germânico em causa, com repercussões negativas para o nossos país e para o turismo nacional. E tudo à

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conta de uma lula. Fui ler algo sobre as consequências da ingestão de alimentos contaminados com Anisakis. E o que é isso? Anisakis é um parasita do trato gastrintestinal de mamíferos marinhos. Ovos excretados evoluem e liberam larvas de nado livre, que são ingeridas por peixes e lulas; a infecção humana é adqui-

rida pela ingestão desses hospedeiros intermediários crus ou mal cozidos. Assim, a infecção é particularmente comum em locais como Japão, Coreia e outras regiões em que tradicionalmente peixe cru é consumido. As larvas escondem-se no estômago e no intestino delgado dos seres humanos. É seguro comer sushi comercialmente preparado nos Estados Unidos e em outros lugares em que o peixe é congelado sob condições que matam as larvas de anisaquídeos. Fiquei um pouco mais descansado. Se o resultado final de um problema deste tipo, e que decorre da ingestão de peixe de água salgada cru, ou mal cozinhado, e não passa de dores abdominais, vómitos e pode ser tratado através da remoção cirúrgica das larvas,... do mal o menos. Fui um pouco mais fundo: A anisaquíase, parasitose em humanos, atinge cerca de 2000 indivíduos por ano e está relacionada com os hábitos alimentares. Assim, é mais frequente em países Asiáticos, em particular o Japão, e em comunidades piscatórias europeias e sul americanas. A Europa contribui com cerca de 3,5% para o total de casos. Contudo, devido ao aumento de popularidade da culinária exótica, nomeadamente o aumento do consumo de sushis e sashimis a nível mundial, esta parasitose tem tido um aumento de incidência. A. simplex e P. decipiens, são vulgarmente referidos como o verme do arenque e o verme do bacalhau, respectivamente. São vermes redondos e não segmentados apresentando-se com 1 a 6 cm de comprimento. A sua epiderme segrega uma cutícula que protege o para-


Pesca Desportiva

sita dos sucos digestivos do hospedeiro. O seu ciclo de vida é complexo envolvendo vários hospedeiros. A morfologia detalhada é variável dependendo do hospedeiro e da fase do ciclo de vida em que se encontra. Principais sintomas de infecção por Anisakis Os humanos são hospedeiros acidentais das larvas de nemátodos. Quando ingeridas, estas larvas não conseguem atingir o estado adulto. Os seus movimentos provocam ulcerações nas paredes do estômago ou do intestino e eventualmente atingem o fígado, os pulmões ou outros tecidos. As manifestações clínicas mais frequentes são distúrbios gástricos (infecção com a larva) ou reacções alérgicas (químicos libertados pelo parasita no peixe). Os sintomas da infecção com a larva surgem normalmente uma a duas horas após o consumo do peixe contaminado e incluem cólicas abdominais e vómitos. No estômago a larva em movimento provoca ulcerações com náuseas, vómitos e dor epigástrica, algumas vezes com hematémese (vómito com sangue). As larvas podem migrar para a parte superior atacando a orofaringe e causando sensação de formigueiro ou prurido e tosse podendo mesmo ocorrer a excreção de nemátodos. No intestino delgado, causam granulocitose eosinófila (aumento anormal do número de eosinófilos no sangue) e os sintomas podem ser semelhantes aos de uma apendicite. Os casos severos implicam a remoção física do nemátodo por intervenção cirúrgica. No caso das reacções alérgicas, mesmo depois de bem

cozinhado um peixe contaminado pode colocar em risco a saúde humana uma vez que, durante a infecção do peixe, os parasitas produzem compostos aos quais alguns indivíduos são alérgicos. Estes indivíduos podem apresentar reacções anafiláticas severas após consumo de peixe que foi infectado por estes parasitas. Estas reacções são difíceis de identificar, confundindo-se, por exemplo, com as reacções alérgicas ao peixe ou ao marisco. Evitar o consumo de peixes e de frutos do mar crus ou mal cozinhados é uma

das formas importantes de prevenção da infecção. O parasita é inactivado no peixe por cozedura a 60ºC durante 10 minutos, por congelação durante pelo menos 7 dias e por irradiação. A evisceração imediatamente após a captura é recomendada para evitar a migração das larvas da cavidade intestinal para o músculo. E assim sendo, continuaremos a comer os nossos queridos peixes, na certeza de que eventualmente alguns deles poderão mesmo ser portadores de algum…Anisakis.

Uma informação segura, vinda de gente com responsabilidades na matéria, dizme que o bacalhau, um peixe que é profusamente utilizado na nossa lusa culinária, está infectado com Anisakis a…100%. Todos têm, não há um único peixe que esteja livre deste parasita. E nós iremos continuar a comer bacalhau, seja assado na brasa, em caldeirada, à Braz ou à fragateira. Pois ficam a saber que o fiel amigo, está SEMPRE infectado com este dito Anisakis. Bom apetite!

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Notícias do Mar

Notícias da Secretária do Estado das Pescas

Compensação ao Setor da Pesca

No âmbito do aumento dos custos de produção a Secretária do Estado das Pescas comunicou a decisão no Agrifish. A Comissão propõe medidas de compensação ao setor da Pesca, Agricultura e Indústria de Transformação com efeitos retroativos a 24 de fevereiro até 31 de dezembro de 2022.

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ortugal esteve no passado dia 21 de março representado pela Secretária de Estado das Pescas, Teresa Coelho, na reunião do Conselho de Ministros da Agricultura e Pescas. Durante o Conselho, os Ministros solicitaram

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a adoção de medidas europeias destinadas a mitigar os efeitos do aumento dos custos de produção e de exploração comercial no setor das pescas, aquicultura e indústria, provocados pela agressão da Rússia à Ucrânia. Portugal apelou para que

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fossem adotadas medidas urgentes ao nível da União, tal como sucedeu aquando da crise dos combustíveis em 2008 e da crise provocada pela pandemia COVID-19. Estas medidas deverão evitar a imobilização das frotas de pesca e garantir o abaste-

cimento da cadeia alimentar, compensando os operadores pela perda de rendimentos e pelos custos adicionais que têm incorrido. Esta linha de atuação mereceu o apoio de 21 EstadosMembros. Em resposta, a Comissão anunciou que irá propor a autorização da utilização do mecanismo previsto no artigo 26.º do Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos, Pescas e Aquicultura, com efeitos retroativos desde 24 de fevereiro de 2022 e a vigorar até 31 de dezembro de 2022. As medidas de compensação poderão ser utilizadas pelo setor da pesca, aquicultura e indústria de transformação. Estas medidas fazem parte de um pacote transversal e deverão ser submetidas a Colégio de Comissários brevemente.


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Notícias do Mar

Tagus Vivan

Crónica Carlos Salgado

O Tejo Não Pode Secar!

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que entretanto viemos a saber pela televisão, que nos dá alguma esperança, foi que o Estudo da Viabilidade Técnica, Económica e Ambiental do Projeto Tejo, que o ministério da Agricultura lançou a concurso, foi finalmente adjudicado a um consorcio de empresas da especialidade em Julho do ano passado, e será entregue ainda este ano, lá para Setembro. Entretanto, os promotores deste projeto fizeram uma

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Associação sem fins lucrativos, a “Associação+Tejo”, que já avançou com 2 estudos de iniciativa própria, um sobre o Balanço hídrico de longo prazo, até 2.100, que prova que o Tejo terá sempre água para o que se pretende, e outro sobre a solução de distribuição de água a partir de canais e condutas com inicio na barragem de Castelo de Bode, o que permitiu saber que o custo desta água será metade da do Alqueva. Soubemos também por uma

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informação mais recente, que alguns presidentes de câmara da Lezíria, no baixo Tejo, vão começar a fazer pressão a nível político, ao futuro governo, para que se construa o primeiro açude, frente à Azambuja, para retenção da água doce e controlo da intrusão salina, que será munido de eclusa para barcos, permitindo começar o projeto da navegabilidade do Tejo!

Diagnóstico: Morte lenta do rio Tejo O PROJETO TEJO surge devido à constatação de que estamos a assistir à morte lenta do rio Tejo, em resultado de muitas décadas de falta de vigilância e abandono das diferentes infraestruturas e intervenções efetuadas ao longo dos séculos (a primeira das quais na OTA, pelos Monges de Cister, a mando de D. Afonso Henriques!), de que resulta: 1- A Retenção de caudais a montante, do avanço

da intrusão salina a jusante, do assoreamento progressivo do leito, dos acidentes poluidores recorrentes, e do desaparecimento da fauna fluvial e ribeirinha. 2- Fenómenos com tendência para agravar em resultado das alterações climáticas expectáveis – aumento da temperatura do ar, redução e concentração da precipitação, do escoamento e da recarga dos aquíferos. 3- Solução – a) Água em permanência no rio Tejo, para os diferentes usos possíveis. b) Na perspetiva dos Promotores do PROJETO TEJO e dos seus apoiantes, a recuperação do rio Tejo passa pela intervenção integrada e global no mesmo, já que pequenas obras localizadas, que pretendam responder às necessidades de determinada zona, não resolvem os problemas globais nem locais. c) Assim, a solução passa por: Distribuição de água para rega, abastecimento urbano e industrial e caudais ambientais, a partir de uma Rede de Canais e Adutoras com ori-


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gem na barragem de Castelo de Bode, Estações Elevatórias primárias e Reservatórios de Encosta. d) Rega a partir de Redes em Pressão Gravíticas ou associadas a Estações de Bombagem. e) Açudes de baixa altura (4 <m) entre Azambuja e Almourol, sem inundação marginal e rebatíveis no Inverno, criando uma “estrada de água” continua de Lisboa a Almourol e açudes de altura média (10 m) entre Almourol e Belver, rebatíveis no Inverno, prolongando a “estrada de água” até Belver. f) Eclusas para Barcos e Escadas de Peixes nos novos açudes e nos açudes existentes (Belver e Fratel) tornando o rio Tejo navegável entre Lisboa e a Barragem Espanhola de Cedillo (na fronteira). g) Caudais em falta nos meses de Verão garantidos pelas barragens existentes (geridas pela EDP mas em fim da concessão) e a construir nos afluentes do rio Tejo, nomeadamente a Barragem do Alvito/Ocreza, que permite responder a uma eventual falha de caudais vindos de Espanha. 4- Objetivo – a) Desenvolvimento do Interior, Preservação de Recursos, Controlo da Salinidade, o repovoamento Piscícola, Navegabilidade, Turismo, Regadio. b) A gestão integrada das infraestruturas referidas, permitirá responder aos diversos anseios das populações locais e obviar a problemas regionais que se tendem a agravar, a saber: Expansão da Área Regada e Abandono Progressivo do uso de Águas Subterrâneas. c) Resposta à eventual falha dos Caudais vindos de Espanha, a preservação dos Recursos Hídricos, Agroflorestais, Piscícolas e Ambientais. d) Controlo da Intrusão

Salina, Redução dos Danos das Cheias, minimização dos Prejuízos de Fenómenos de Poluição Hídrica, Recuperação da fauna fluvial e das atividades lúdicas e económicas a ela associadas. e) Restabelecimento da Navegabilidade ao longo do rio e Desenvolvimento do

Turismo Fluvial e Regional, produção de Hidroeletricidade, promoção do Mosaico Agroflorestal, minimização de Incêndios e Ajuda ao seu Combate. f) Combate à Interioridade e à Desertificação Agrícola e Rural, desenvolvimento da Economia Regional, criação

de Emprego e ajuda à Fixação das Populações. Não há duvida de que, se este projeto tejo não for implementado pelo próximo governo que vai entrar, o rio tejo caminhará a passos largos para a morte!

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Notícias do Mar

Voo do Guarda-rios

Sirgadouros do Tejo 1

- Não podemos ficar indiferentes a um dos meritórios trabalhos da Associação de Estudos do Alto Tejo, sobre um património histórico da navegação no Tejo, que é desconhecido por muitos: Sirgadouros, ou Muros, ou Caminhos da Sirga, uma Obra Monumental do Tejo Internacional, e outras Ocorrências de Interesse Cultural (Idanha-a-Nova) “Sirgadouros, obra monumental no Tejo Internacional, e outras ocorrências de interesse cultural (Idanha-aNova)” Francisco Henriques, Mário Chambino, José Henriques e João Caninas. Graças ao meritório e competente trabalho da Associação de Estudos do Alto Tejo, que aproveitando a descida significativa do nível da água do Tejo Internacional, devido à desproporcionada enxurrada de água que secou os rios a montante da Barragem de Cedillo, em setembro de 2019 até ao fim desse ano, que inundou aldeias em Portugal, causou vários prejuízos do lado de cá, e 34

ainda porque, mais de metade dela foi parar ao mar, devido a uma decisão do governo da vizinha Espanha, alegando cinicamente, que era para cumprir os Acordos de Albufeira, enquanto andou na maior parte do ano, a racionar ao mínimo o caudal de água do Tejo, para o nosso lado, nas barbas de todos nós. O grupo de especialistas daquela Associação de Estudos do Alto Tejo, de Portugal, disponibilizou-nos, simpaticamente, o relatório deste trabalho levado a cabo pelos especialistas supracitados, publicado na AÇAFA-on-line N.º 13 (20192020). Estes chamados Sirgadouros, são vulgarmente conhecidos na gíria popular, pelos nomes de muros ou caminhos da Sirga. Introdução No final do verão de 2019, início de um novo ano hidrológico (2019-2020), ocorreu uma descida abrupta da albufeira da barragem de Cedilho. Esta albufeira abrange território espanhol e português, numa

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vasta região conhecida por Tejo Internacional. A descida do nível da água observou-se no leito do rio Tejo e, obviamente, em todos os seus afluentes da margem direita, o Ponsul (Castelo Branco, Vila Velha de Ródão), o Aravil, (Idanha-a-Nova), o Erges (também em Idanha-aNova) e também na margem esquerda o rio Sever (Nisa). Este facto motivou uma onda de indignação geral, ao nível da imprensa, das gentes locais, das associações de defesa do ambiente e dos políticos, de ambos os lados da fronteira, abrangidos por aquela albufeira. Segundo a Agência Portuguesa do Ambiente a situação “resultou de descargas extraordinárias verificadas da barragem de Cedilho, com o objetivo de Espanha cumprir o regime de caudais estabelecido na Convenção de Albufeira para a bacia hidrográfica do Tejo”. Foi neste ambiente de escassez de água no rio Tejo que visitámos, enquanto meros curiosos, algumas áreas deste território por nós conhecidas há

várias décadas e sempre submersas. Mas não é fácil, senão mesmo impossível, para quem sente na pele, de quem ama o Património, independentemente da tipologia, cronologia e estado de conservação dos sítios. Hoje lamentamos o facto de não termos feito incursões semelhantes nas margens do rio Tejo compreendidas pelas freguesias de Monforte da Beira e Malpica do Tejo, aproveitando esta rara janela de oportunidade. Estamos certos que outras surpresas arqueológicas nos aguardariam nesse trecho do Tejo internacional. Entre 22 de Setembro e 16 de novembro de 2019 realizaram-se sete visitas em vários troços do rio Tejo, no sentido de acompanhar a descida e subida do nível das águas da albufeira. Os participantes foram mudando, exceto Mário Chambino, que esteve presente em todas as ocasiões. O registo de sítios foi executado apenas em duas das visitas, porque não se tratou de uma prospeção programada. Todos os troços observados integram a freguesia de


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Rosmaninhal. No rio Tejo, não é possível ficar indiferente à monumentalidade do trabalho braçal observado nas superfícies rochosas da margem direita e fomos, inevitavelmente compelidos a fazer os registos que se impunham. Os locais são de muito difícil acesso, do ponto de vista físico e pela passagem através de grandes propriedades cujos funcionários dificultam, frequentemente, a travessia. Os muros de sirga e a navegabilidade do rio Tejo Neste capítulo pretende-se abordar a importância e o papel dos muros de sirga na navegabilidade do rio Tejo. Pela generosidade dos recursos naturais, os grandes rios são caracterizados como polos catalisadores de gentes, além de importantes vias de comunicação e deslocação entre um interior e uma periferia. O rio Tejo não foi exceção e enquanto via de comunicação e deslocação ganhou especial destaque nos séculos XVI e seguintes, até definhar no final do século XIX. O grande objetivo era ligar o interior peninsular com a beira-mar, mais propriamente Madrid a Lisboa e vice-versa. Com a deslocação, permanente, da corte espanhola de Valladolid para Madrid, por Filipe II, na senda de uma política mais centralizadora, passou-se a valorizar todo um novo território e respetivos recursos, no triângulo Madrid Aranjuez – Toledo. Com a incorporação de Portugal no reino de Espanha, o rei Filipe II foi também coroado rei de Portugal, nas Cortes de Tomar em 1581. O engenheiro italiano ao serviço de Filipe II, Giovanni Battista Antonelli, acompanhou as tropas que escoltaram o rei a Tomar, e parece ter sido nessas cortes que Antonelli solicitou autorização para implementar este projeto faraónico, de

modo a tornar as acessibilidades com a corte, mais rápidas e fluidas. O projeto de navegabilidade do Tejo apresentado por Antonelli era acompanhado por planos de apoio aos viajantes, como a construção de embarcadouros, vendas, hortas, hospedarias e até igrejas. Não sabemos se muitas das obras imaginadas foram realizadas, mas o sonho era grande. Se na descida do rio a tarefa era facilitada pela corrente, logo que eliminados alguns obstáculos, subir o rio era tarefa mais árdua e demorada. Em muitos troços o rio era facilmente navegável, situação propiciada, em parte, pelos açudes existentes que alimentavam moinhos e pesqueiros, mas noutros pontos foi necessário construir nas suas margens os chamados caminhos de sirga. (aproveitamos nós, CAT, para lembrar que afinal naquela época o rio Tejo, já tinha açudes para beneficiar as populações ribeirinhas, o que é considerado contranatura hoje, pelos ecologistas.) Durante as obras, Antonelli escreve regularmente ao seu soberano, Filipe II, dando-lhe conhecimento da evolução dos trabalhos. Na correspon-

dência mencionada, mais de uma vez, que Antonelli se queixava dos trabalhadores portugueses, escrevendo que era difícil encontrar homens e que trabalhavam pouco. No entanto, só em 27 de outubro de 1582 dá por terminado o troço entre Abrantes e Alcántara espanhola. Na altura, dá informação ao rei do seu término e custos, e avançou com trabalhos no segundo troço, de Alcántara espanhola a Toledo, chegando a realizar mais de 100 intervenções em simultâneo, em açudes, rápidos, caminhos de sirga e outros. Para tornar possível a navegabilidade do rio, diversas estruturas piscatórias e moageiras, como pesqueiros e açudes, foram destruídas, ou adaptadas, contra vontade dos seus proprietários. Houve também diversos tramos do rio que foram aprofundados, noutros foram eliminadas rochas e noutros ainda construíram-se canais alternativos, desviando o leito do rio. Durante alguns anos o tráfego foi-se realizando, mas em 1594 reconhecia-se que a navegação estava em crise, havia mais de quatro meses que não passava nenhum barco por Alcántara espanhola e no reinado do descendente, Filipe III, em 1610, só

era praticada entre Alcántara espanhola e Abrantes. Para esta crise muito contribuíram a morte de Antonelli em 1588 e a de Filipe II em 1598, fortes impulsionadores do projeto. (Mas nós CAT, também sabemos que o principal entrave deste projeto, foi o facto de Filipe II ter declarado guerra à França e à Inglaterra, que para além de acabar por ser derrotado, levou o tesouro da Espanha à “Banca Rota”, até por ter cometido a loucura de avançar com a chamada Invencível Armada, que foi destroçada pelos corsários ingleses, muito mais experientes e sagazes, e até a própria Armada Portuguesa foi obrigada a integrar a tal “Invencível”, também ficou destroçada. Seja como for, os barqueiros portugueses puderam posteriormente usar os muros da sirga, que foram especialmente construídos para aquele quimérico projeto, sempre que faltava o vento ou o vento era muito forte e contrário, para progredirem no troço do rio entre Lisboa e Vila Velha de Ródão, quando navegavam contra a força da corrente descendente, a partir de Santarém para montante.).

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Notícias do Mar

O Tejo a Pé

Serra de Carnaxide

Texto Carlos Cupeto Fotografia Fernando Reis e C. Cupeto

As boas-vindas ao Parque Urbano Municipal Serra de Carnaxide

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Pedro Neves, biólogo na CMO, mostrou com muita mestria alguma da biodiversidade do Parque (fotografia Fernando Reis) 36

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nde menos se espera, mesmo para os que por ali habitam, surgem uns surpreendentes cerca de 600 ha de geobiodiversidade. Foi isso que o Tejo a pé e o Rotary Club de Oeiras viveram numa solarenga manhã de domingo em finais de março. Escreva-se, que grande parte do sucesso desta visita à serra de Carnaxide se deve ao excelente biólogo Pedro Neves, da Câmara Municipal de Oeiras (CMO), a quem muito agradecemos. Na verdade, é um privilégio, e, a mais das


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Em poucos metros quase tudo muda (fotografia Fernando Reis)

vezes não damos por ele, viver num país com joias como esta junto à capital, na maior área metropolitana de Portugal. Acresce que durante toda a manhã praticamente não encontrámos ninguém, o que

prova o desconhecimento da serra, mas também a mais-valia de estarmos completamente tranquilos na natureza; não devemos esquecer que a principal característica e problema do planeta Terra é a hiper-

Às vezes esquecemos que os humanos sempre interagiram com a natureza em busca dos recursos necessários à vida

demografia. Como sempre esta natureza precisa de ser conservada e valorizada, desejamos que o Parque Urbano Municipal S. de Carnaxide atinja estes objetivos. No fim, os cerca 60 participantes ficaram

A vista leva-nos ao vale do Jamor e ao rio Tejo

com vontade de voltar. Até já. PS: O Tejo a pé é um grupo informal de amigos que se junta para andar. Para ser convidado basta enviar um e mail: cupeto@uevora.pt

Dois novos amigos cumprimentam-se (fotografia Fernando Reis) 2022 Abril 424

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Notícias do Mar

Notícias do Politécnico de Leiria

Salsicha de pescado e algas

Projeto “ProReMar” de Inovações Alimentares O Politécnico de Leiria valoriza recursos marinhos de Peniche, com criação de salsicha e afiambrado de pescado e hambúrguer vegan, com o Projeto “ProReMar” que foi desenvolvido na unidade de investigação do MARE.

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Afiambrado de pescado 38

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ão produtos inovadores, totalmente diferentes daqueles que os consumidores estão habituados, nutricionalmente ricos e saborosos. Falamos de uma salsicha de pescado e algas, um afiambrado de pescado e um hambúrguer vegan, produtos desenvolvidos na unidade de investigação do MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente do Politécnico de Leiria, em Peniche, no âmbito do “ProReMar” - Produtos Alimentares com base em Recursos Marinhos, um projeto que visa a valorização sustentada de recursos alimentares marinhos provenientes da costa de Peniche. «No desenvolvimento

destes novos produtos alimentares utilizamos recursos marinhos pouco explorados, nomeadamente pescado com baixo valor comercial, como o carapau negrão, e as macroalgas marinhas, ricas em compostos bioativos e elementos minerais. A nossa costa é bastante rica nestes recursos, no entanto, muitos deles não são utilizados ou apresentam baixo valor comercial. O que é desfavorável não só para os pescadores, para a economia local, mas também para o próprio ecossistema, isto porque se utilizam mais determinados recursos em prol de outros, em vez de existir um equilíbrio. O nosso propósito é, neste sentido, valorizar


Notícias do Mar

e aproveitar os recursos marinhos da zona de Peniche e apostar na economia circular», afirma Filipa Pinto, uma das investigadoras envolvidas no projeto. Sobre os três produtos desenvolvidos, a investigadora refere que «são nutricionalmente equilibrados e direcionados para o público em geral, incluindo pessoas com restrições alimentares optativas, como os vegans». «A nossa intenção passava por desenvolver produtos que, por um lado, já pudessem ser familiares aos consumidores, e que por outro lado fossem totalmente diferentes. A salsicha é sobretudo associada a carne e, por isso, quisemos diferenciar. Nutricionalmente a salsicha de pescado e algas desenvolvida acaba por ser muito mais rica que as de carne presentes no mercado. Pensámos também no afiambrado porque nunca se tinha ouvido falar de um feito à base de pescado (na altura de submissão do projeto) e porque as pessoas começam a querer alternativas saudáveis ao que normalmente adicionamos no pão. O terceiro produto queríamos que fosse ao encontro das pessoas que não comem animais, recorrendo às macroalgas», explica Filipa Pinto. O projeto está agora na fase de estudo do tempo de vida útil dos produtos. «Já conseguimos atingir um tempo alargado, o que é bastante positivo. Consideramos que estes produtos serão bem acolhidos no mercado. Isto porque, além da avaliação sensorial com um painel interno, temos feito também testes de aceitação, ao consu-

Hambúrguer Vegan

midor e, até ao momento, temos registado uma elevada aceitação. São produtos com grande potencial, não só em termos de sabor e inovação, mas também nutricionalmente, destacando-se dos demais no mercado», acrescenta a investigadora. O projeto foi iniciado em setembro de 2020 e tem término previsto para agosto de 2022, sendo o objetivo colocar os três produtos no mercado, através da celebração de uma parceria com uma empresa interessada em produzir e comer-

cializar os produtos. Para a coordenadora do MARE – Politécnico de Leiria e investigadora responsável pelo projeto, Maria Manuel Gil, o projeto «atesta o dinamismo do MARE e confirma o potencial da economia do mar. Este é um projeto que, além do elevado impacto a nível regional, posiciona-se como uma mais-valia na busca por alternativas ambientalmente sustentáveis e para o futuro da economia nacional». Além de Maria Manuel Gil e Filipa Pinto, partici-

pam no ProReMar as investigadoras Sónia Barroso e Susana Mendes, a chef Patrícia Borges e o bolseiro de investigação Wilson Fernandes. O projeto é cofinanciado pelo Programa Operacional MAR 2020, que tem por objetivo implementar em Portugal as medidas de apoio enquadradas no Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos e das Pescas (FEAMP). Mais informações sobre o projeto estão disponíveis em https://proremarproject. wixsite.com/my-site.

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Pesca Desportiva

Pesca Lúdica Embarcada

Como Escolher uma Cor de Jig

Os fabricantes japoneses de equipamentos de pesca sabem muito bem aquilo que estão a fazer.

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e por vezes nos parece que a gama de cores de uma determinada linha de jigs, ou amostras de superfície, 40

nos parece menos feliz nesta ou naquela cor, digamos menos enquadrada naquilo que é a nossa percepção de cor ideal, isso tem a ver com

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um facto que nós europeus nunca levamos em conta: a universalidade das vendas de uma Shimano ou Daiwa, por exemplo.

São marcas de grande dimensão, e cresceram sustentadas na sua tremenda qualidade. É difícil que lhes possamos imputar um erro.


Pesca Desportiva

Texto e Fotografia Vitor Ganchinho (Pescador conservacionista) https://peixepelobeicinho.blogspot.com/

Têm, como todas as marcas, uma necessidade comercial de chegar a um mercado imenso, de uma heterogeneidade incrível, com pessoas que querem gastar muito pouco, quase nada, e pessoas que não se importam de gastar muito. Os objectivos de pesca de cada um de nós são tão diversos que só ter a veleidade de agradar a todos já é uma missão quase impossível. Produzir o mais barato possível, ou produzir o melhor possível. Preço ou qualidade? A categoria de uma marca não se mede por aquilo que de mais barato consegue fazer, certamente. O mercado exige de quem trabalha numa fábrica a tomada de decisões verdadeiramente complexas, algo que podemos descrever como agradar a gregos e a troianos.

Mas não terminam por aqui as agruras de um fabricante conceituado. Também é necessário atender a que nós estamos em Portugal, mas há quem pesque na África do Sul. Ou na Noruega, ou na Malásia, ou nos Estados Unidos, ou... E quando alguém desenvolve uma gama de productos, está a fazê-lo no sentido de providenciar a todas estas pessoas um equipamento que lhe seja útil, que lhe sirva para o desempenho da sua ocupação favorita: a pesca. O problema é que as espécies de peixe forragem, ou comédia, não são as mesmas em todos os oceanos. E se de um lado temos uma sardinha, com as nossas cores cinza azulado, do outro temos um arenque cinza branco, ou qualquer outra coisa.

O nosso jig não seja algo que passa incógnito A verdade universal é esta: peixe grande come peixe pequeno. A questão é que esse peixe miúdo não é o mesmo, logo, a única forma de conseguir chegar a todos os locais com um mínimo de probabilidades de êxito é produzir o mais possível de acordo com toda a informação que chega ao departamento de Pesquisa e Desenvolvimento da marca. Porque há soluções que a natureza adoptou como boas para a maior parte dos peixes, sabem à partida que o dorso dos peixes é mais escuro que o ventre. Já aqui explicámos isso no blog, pelo que não vamos voltar ao tema, mas en-passant digo-vos que um peixe visto de cima tem vantagens

em ser escuro, pois as suas costas confundem-se com o fundo. E o oposto também é verdade, a barriga branca passa melhor quando o predador está por baixo e confunde esta cor clara com a entrada de luz da superfície. Nada é por acaso, e se por causas de evolução das espécies chegámos a este nível de solução, (Charles Darwin explicou-o perfeitamente no seu livro A Origem das Espécies, em 1859), é porque essas são as melhores características a garantir por quem vive no mar. Se é verdade que os ramos evolutivos são o resultado de uma selecção natural, e sexual, então devemos entender que os mais aptos, leia-se relativamente aos pequenos peixes... os mais discretos, mais capazes de passar despercebidos aos omnipresentes predadores,

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Pesca Desportiva

são aqueles que prolongaram a sua existência até aos dias de hoje. Por outras palavras, não ser branco num mundo que garante mais sucesso aos castanhos e azuis. Devemos ter em consideração estes princípios quando escolhermos a cor dos nossos jigs. Nós pescamos e não tem qualquer interesse para nós que o nosso jig seja algo que passa incógnito, despercebido. Se queremos que a selecção natural funcione, se queremos estimular a predação por parte daqueles que têm

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como função natural fazer o desbaste dos incautos alevins, então teremos forçosamente de dar aos nossos jigs um toque de “menor discrição”, algo que torne a nossa amostra notada num mundo em que todos procuram não ser notados. Se ambicionamos que os robalos venham a morder os nossos anzóis, não adianta esconder a nossa amostra. Não queremos que não a vejam. Por outro lado, teremos de ter em consideração que os predadores estão lá todos os dias, não aparecem apenas no dia em que saímos a pescar. E todos os dias comem,

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e sabem muito bem onde procurar e o que comer. Sabem o que é um peixe vivo, e que cores apresenta. Assim, para termos sucesso nas nossas pescarias teremos de considerar vários parâmetros - A técnica de animação do jig queremo-la o mais próximo possível de um peixinho debilitado, fraco e indefeso. É isto que irá dar o sinal ao predador, o clique, o sinal de que existe uma presa dispo-

nível e fácil de capturar. - Dar esticões violentos e rápidos promove o desinteresse do caçador, pela impossibilidade de conseguir rentabilizar a energia captada pelo consumo da presa, versus o dispêndio de energia necessário para a sua captura. - Também teremos de conseguir fazer interessar o predador no nosso jig, em detrimento de outras presas que eventualmente passem no local ao mesmo tempo. Isso conseguimos produzindo algo que chame a atenção do peixe: uma vibração, ou ruído mínimo, num mundo de silêncio, onde os mais discretos vivem mais um dia. Por acaso já pensaram no efeito sonoro que produzem os anzóis dos nossos assistes? Se deixamos cair o jig para o fundo, por uma questão de massa crítica, o corpo do jig, mais pesado, precede sempre os anzóis, mais ligeiros. O atrito da água faz isso, sempre. Repito: quando o jig cai, as linhas dos assistes apontam para cima, os anzóis ficam num plano superior ao corpo do jig. Quando a peça cai no fundo, é tempo de inverter a posição. Sabemos que bateu no fundo porque o nosso carreto deixa de largar a linha multifilamento. Bloqueamos o carreto e a seguir damos um impulso vertical. Nessa altura, a “cabeça” do nosso jig, se quiserem leiam “o lado a que está ligado o nosso leader”, à baixada, sobe, fica vertical, e os anzóis sofrem o atrito da água e colam ao jig. Nesse momento, …temos dois metais a tocaremse, bruscamente. Acham que num mundo de silêncio isso é feito sem ser notado …? A seguir, nós deixamos baixar um pouco o jig, voltamos a dar um impulso, e o


Pesca Desportiva

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Pesca Desportiva

Este modelo da Zeake é mortífero quando as águas estão limpas, porque imita na perfeição uma presa natural. À venda na GO Fishing Portugal

processo repete-se. Os solavancos que a nossa cana imprime ao jig são o suficiente para que ele seja detectado. Já temos o nosso factor de notoriedade. Este “peixe” chama a atenção por ser ruidoso demais, quando todos os outros o não são. Juntem a isto a enorme capacidade de os peixes predadores conseguirem na perfeição detectar vibrações na água. Os nossos jigs são uma banda de música em termos de sinalização, mesmo à noite é possível que possam ser detectados. Não é pois por falta de diferenciação que os predadores não vão notar que o nosso jig anda por ali. - Mas se estivermos a pescar com um jig demasiado diferente daquilo que é entendido pelo caçador como sendo uma presa habitual, também podemos estar a passar ao lado da hipótese de o fazer interessar pela nossa amostra. Os nossos homens do mar têm um ditado que en44

cerra em si uma grande verdade: “nem muito ao mar nem muito à terra”... Estamos a aproximar-nos da definição do nosso jig ideal: algo que seja parecido em termos de comportamento com uma presa natural, que seja diferente em termos de discrição, que tenha uma atitude de fraqueza e debilidade que estimule a captura, que não seja tão diferente em termos de cores de uma presa natural, ….já estamos capazes de começar a desenhar a peça com que queremos pescar, certo? Muitos destes elementos são executados por nós, com a nossa acção de cana e pulso. Mas ainda falta algo. Cores mais flash, mais garridas Quando temos uma arribada de caranguejo pilado, é isso que os nossos robalos comem. Os pilados são pelágicos, vivem na coluna de água e são muito apreciados por serem “tenros”, algo frágeis, e uma boa fonte de proteína. São fáceis de caçar e têm uma cor acastanhada, escura. Vamos pescar com cores amarelas, ou brancas?

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Mas se temos a entrada massiva de um contingente de pequenas lulas, o peixe concentra nesta espécie as suas atenções. E já temos aqui diferença de cores. A nossa sonda marca um cardume de pequenos peixes, uma bola a meia água, ou até mais próximo do fundo? Então temos um cardume de comédia, eventualmente sardinha, ou carapau miúdo, ou cavalinhas, ou biqueirão, ou galeotas, a passar sobre a pedra. Acham que um cardume de carapauzinhos de 10 cm pode passar numa extensão de pedra carregada de pargos sem sofrer o inevitável desbaste?! Se temos peixe miúdo por baixo, se por sorte até conseguimos capturar um pequeno carapau, será de bom-tom tentar fazer com que os robalos que procuramos ataquem um dos nossos jigs na cor mais próxima de um carapau. Algo como isto: A seguir ainda temos de nos preocupar em saber algo mais. Choveu ou não? Estamos a pescar na vazante ou na enchente? Estamos em mar aberto ou dentro/ próximo de um rio?

Qual a percentagem de sedimentos que a água onde pescamos pode ter diluídos? Porque a visibilidade é importante para o predador, no sentido de conseguir caçar à vista. Se não vê, perde metros de reacção, pois passa a guiar-se pelos sensores da sua linha lateral. Sendo muito afinados e sensíveis, não detectam cores, logo não resulta aproximar o nosso jig das cores naturais das presas, mas sim dar-lhe cores mais flash, mais garridas, que garantam que, para além das vibrações, estamos ainda a dar ao peixe a possibilidade de visibilidade máxima, em condições de visibilidade mínimas. Isso ajuda-o a definir o nosso jig como alvo. Dá-lhe mais alguns centímetros, ou até mais um metro para que perceba que há ali algo que pode valer a pena morder. E isso pode ser a diferença entre ter a percepção de algo passou, mas que infelizmente já não está visível, ou ser capaz de seguir com os olhos durante uma fracção de segundos mais, e ainda dar tempo para que seja possível tentar correr atrás. Percebem a lógica?


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Electrónica

Notícias Nautel

Novidades Humminbird

Para 2022 a HUMMINBIRD nada muda nas séries HELIX (a partir das 8” para cima), nas SOLIX e APEX. Onde há novidades é nas séries Helix 5 e 7.

Helix 7 e CHIRP DI GPS passam a ter como base de sonda o DualSpectrum CHIRP, da Humminbird. O modelo CHIRP SI GPS deixa a existir na gama Helix 5, passando a existir só na gama Helix7 ao preço

Helix 5

N

a gama Helix 5 surge a sua 3ª geração (G3) com as seguintes melhorias : Os modelos CHIRP GPS

que era na Helix5. Os modelos Helix 5 Sonar G2 (só sonda), Helix5 GPS Chartploter G2, e Helix5 DI G2 (sonda/sonar vertical) ficam como estão. Na gama Helix 7 surge a sua 4ª geração (G4 e G4N) com as seguintes melhorias: Maior definição do ecrã : 1024x600 pixels. Três teclas programáveis para acesso direto a funções/apresentações preferidas. Nas G4N : dupla ranhura para cartões microSD, compatibilidade com sonar MegaImaging360 , MegaLive, porta direta a NMEA2000 e WiFi para comando remoto manual. No resto, destaques para : Transdutor MegaLive, chegado ao mercado em finais de 2021 Transdutor de observação frontal (forward looking) , panorâmica, e sonar vertical (DownImaging). Trata-se de um novo transdutor concebido exclusivamente para este efeito e compatível com as seguintes séries : Helix G4N, SOLIX, APEX.

Transdutor MegaLive

Observação frontal 46

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Panorâmica, e sonar vertical


Electrónica

www.nautel.pt

Apex Series Trata-se de Multifunções de qualidade Premium, com ecrã Full-HD, sonar de primeira classe e opções de ligação de rede. É o próximo nível em tecnologia de Multifunções e de deteção em pesca, ou até em ciência subaquática.

tomapeamento de fundos) complementa toda a coleta de informação necessária à boa tomada de decisões. Além disso, a série APEX oferece um conjunto de opções de navegação e rede, líder no setor, permitindo a personalização do multifunções de acordo com suas necessidades específicas de utilização. Com GPS integrado e opções adicionais de cartas Navionics haverá toda a confiança e as informações de uma cobertura completa das cartas e informações à navegação.

O

seus ecrãs fullHD de 1920x1080 permitem a visualização de imagens de sonar, carta e radar, com detalhes incríveis, garantindo que nenhum detalhe passe despercebido. Tem opções de ecrã de 13,3”, 15,6” ou um enorme 18,5”. O comando combinado Cross Touch™ da APEX (tátil e teclas) é alimentado por um poderoso processador “dual core” que fornece controlo

intuitivo ultrarrápido, bem como a personalização e opções de ecrã tátil ou das teclas “softkey”. Graças ao seu design de baixo perfil, a série APEX oferece uma aparência elegante e personalizada, com a possibilidade de montagem embutida no painel, garantindo uma harmonia perfeita em qualquer instalação. Os pescadores podem tirar proveito da tecnologia de renome Humminbird

Dual Spectrum CHIRP (2D) e MEGA Imaging + ™ sonar agora com o o MEGALIVE, incluídos em todos os modelos, bem como transdutores de sonar Airmar TrueCHIRP 2D opcionais para aplicações específicas, sempre com máximo desempenho. E há opção exclusiva da Humminbird, do sonar 360graus A função de Autochart (au-

Particularidades: - HDMI In/Out para conexão com entradas de vídeo ou monitores compatíveis HDMI. - A compatibilidade One-Boat Network oferece integração e controle exclusivos de motores elétricos MinnKota i-Pilot Link/âncoras eletrónicas como downriggers Cannon Optimum. - Compatível com radar CHIRP Humminbird, áudio Kicker,Fusion, piloto automático, sistemas de rádio VHF e dispositivos de comutação digital CZone Contact 6/Contact 6 Plus.

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Notícias do Mar

Notícias da Universidade de Coimbra

Projeto Aposta na Valorização do Sargaço

Uma equipa de investigadores da Universidade de Coimbra (UC) lidera um projeto que visa desenvolver produtos inovadores a partir do sargaço, denominação dada na costa litoral norte à mistura de diferentes algas que crescem nas plataformas rochosas e são desprendidas dos rochedos com o movimento das ondas, depositando-se na beira-mar.

E

m particular, o projeto “ValSar: Valorização do Sargaço da Costa Litoral Norte”, financiado por fundos europeus (FEAMP) através do MAR2020 – GAL Costeiro Litoral Norte, propõe desenvolver novos biofertilizantes e bioestimulantes (produto natural orgânico, geralmente po48

bre em nutrientes, mas rico em compostos bioativos que estimulam processos naturais de uma cultura, como, por exemplo, a absorção de nutrientes, entre outros) para aplicação na agricultura, bem como avaliar a potencial aplicação de compostos bioativos do sargaço no setor farmacêutico e de cosmética.

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O projeto, realizado com a colaboração da Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC) e do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR), e com o apoio dos municípios de Vila do Conde e da Póvoa do Varzim, pretende identificar oportunidades de negócio que permitam promover o

desenvolvimento local no âmbito da economia do mar e é constituído por três fases – caracterização do sargaço; estudo, seleção e ensaios com os compostos extraídos do sargaço; e disseminação do conhecimento produzido, não só junto da comunidade científica e do público em geral, como também junto de in-


Notícias do Mar

As algas possuem muitos compostos bioativos

Desenvolver novos biofertilizantes e bioestimulantes

vestidores. «A apanha do sargaço foi uma atividade económica muito relevante no passado, sobretudo na agricultura, mas atualmente é uma prática quase extinta no litoral norte, entre Viana do Castelo, Póvoa do Varzim e Vila do Conde, zona do país onde a apanha do sargaço era mais comum. Queremos valorizar este conjunto de algas que abundam na nossa plata-

forma continental e que estão subaproveitadas. O sargaço é uma mistura orgânica muito rica, quer em termos de compostos minerais quer em termos de compostos bioquímicos», contextualiza Cristina Rocha, investigadora do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) e coordenadora do projeto.

Para alcançar os objetivos do projeto, a equipa começou por caracterizar sazonalmente a diversidade, quantidade e composição química e bioquímica da mistura de algas. Esta caracterização, explica Cristina Rocha, «permite identificar os diferentes compostos bioativos do sargaço e selecionar os mais promissores para os produtos que pretendemos desenvolver, isto é, para a valorização que

Sargaço na praia 2022 Abril 424

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Notícias do Mar

Valorizar este conjunto de algas que abundam na nossa plataforma continental

Pradarias marinhas 50

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Notícias do Mar

propomos». Com base nesta informação, os investigadores vão agora avançar para a preparação dos extratos. Para o setor agrícola, o projeto aposta no desenvolvimento de um substrato corretivo fertilizante, misturando o sargaço com «resíduos sólidos urbanos para tentar obter um composto mais rico, que potencie melhor o crescimento das culturas, pois estas algas possuem muitos compostos minerais, alguns deles, por exemplo, o iodo, que não conseguimos ter num composto só à base de biorresíduos. Vamos também desenvolver bioestimulantes», conta a investigadora do MARE-FCTUC. Estes fertilizantes e bioestimulantes vão depois ser testados num conjunto de culturas de interesse económico para a região Litoral Norte, tais como culturas de couve, alface, feijão e pimento. Em paralelo, a equipa vai explorar a outra linha de produtos dirigida ao setor farmacêutico e de cosmética. Sabendo-se que as algas possuem muitos compostos bioativos, «com diferentes ativida-

des biológicas, como, por exemplo, antivirais, antibacterianas, antifúngicas e antitumorais, nós vamos preparar extratos e testar os compostos bioativos desses extratos em ensaios de exposição de células do sistema imunitário e em linhas celulares que representam a pele – a epiderme e a derme. Através destes ensaios, que vão ser realizados no Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC-UC), vamos poder identificar o potencial dermatológico do sargaço, ou seja, vamos estudar propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes, regeneradoras, antienvelhecimento e antialérgicas, entre outras», detalha a líder do projeto Iniciado há um ano, o projeto ValSar, conclui Cristina Rocha, apresenta «um elevado interesse coletivo, uma vez que visa promover a valorização de uma atividade económico-social e de um recurso natural da região Litoral Norte, centrando-se na inovação de produtos e biotecnologia e criando condições para o empreendedorismo».

Maré-vazia na Costa Vicentina 2022 Abril 424

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Electrónica

Novidades Nautiradar

Attwood apresenta nova bomba de fundo Sahara MK2

É com orgulho que a Attwood apresenta a nova bomba de fundo Sahara Mk2, a única bomba de fundo automática que elimina bloqueios de ar. O que torna a Sahara MK2 inovador é o patenteado rotor X-Air.

do que a concorrência líder. Para mais informações sobre estes novos produtos da ATTWOOD por favor visite o site www.nautiradar.pt ou contacte através do 21 300 50 50.

O

seu desempenho foi desenvolvido para forçar a saída de bolhas de ar presas na mangueira e debaixo da bomba, para que a bomba não funcione a seco e queime. Esta tecnologia inovadora torna a Sahara MK2 a mais fiável bomba de fundo, para aplicações de água

doce ou água salgada. SAHARA MK2 é a única bomba de fundo que elimina bloqueios de ar. - O patenteado rotor X-Air ejeta qualquer ar alojado na bomba e sistema de tubagem. SAHARA MK2 é a bomba

de fundo mais simples de instalar e manter. - Suporte externo de montagem e tomada integrada reduzem o tempo e esforço. - Padrão universal de montagem torna a sua substituição simples. - Manutenção do cartucho da bomba em áreas de difícil acesso usando apenas uma mão. SAHARA MK2 é a bomba de fundo mais fiável em aplicações de água doce e água salgada - O SteadySwitch da Attwood reduz os ciclos e prolonga a vida da bomba. - 40% melhor proteção contra entrada de água e eletrólise versus a MK1. - 2x melhor proteção contra entrada de água e eletrólise

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Electrónica

Fisher Panda apresenta novo motor elétrico

A Fischer Panda desenvolveu um novo motor elétrico subaquático para veleiros e pequenas embarcações para motor elétrico, onde o foco não é a velocidade, mas sim uma operação livre de emissões e ruido.

D

ependendo da tensão da bateria, o cliente poderá escolher entre duas versões: • 1.7 kW a 2300 rpm (24 V) • 3.8 kW a 3000 rpm (48 V) “Com estes motores, o movimento vai ser praticamente silencioso, uma vez que não é necessária qualquer caixa de mudanças. A drive direta minimiza o ruido e vibrações”, explica Martin Mews, responsável pelo departamento de desenvolvimento de drives elétricas na Fischer Panda. “Pode desfrutar da natureza e tranquilidade a bordo. Em simultâneo, vai estar a proteger o ambiente ao navegar de forma neutra ao clima e, tem ainda mais flexibilidade com o seu motor elétrico, na medida em que pode usá-lo para navegar em corpos de água onde embarcações com motores de combus-

tão interna não são permitidos.” Os novos motores elétricos tipo pod possuem torque máximo em qualquer velocidade e desde a primeira rotação. Isto torna as manobras em porto numa brisa. Não existe qualquer eletrónica no motor. As baterias e a Easybox da Fischer Panda, que contém a eletrónica de controlo, são instaladas na embarcação. O motor está localizado abaixo do casco. Este motor é arrefecido com água, não possui escovas ou sensores e tem tecnologia de íman permanente. É caracterizado pelo seu elevado nível de eficiência. O motor elétrico pod é feito de aço inox e integrado numa caixa compacta e à prova de água. Opcionalmente, pode também ser rodado. É robusto e fiável. Graças ao seu vedante tri-

plo, oferece o mas elevado nível de segurança e manutenção mínima, sendo de extremo interesse para utilizadores profissionais e companhias de aluguer de

embarcações. O motor elétrico é também fácil de usar. Arranca com um simples premir de botão. A velocidade da embarcação pode ser facilmente regulada com um controlo contínuo de potência. Pode alternar entre marcha avante ou à ré sem alterar a mudança. O novo motor da Fischer Panda está equipado com um propulsor de 3 pás do tipo Yamaha DELTA, feito de alumínio. Os propulsores da Yamaha estão disponíveis a nível global. Sob pedido, a Fischer Panda pode fornecer os suportes apropriados com os quais o motor pode ser usado como fora de borda. A Fischer Panda produz ainda motores de maior potência desde os 7.5 kW (48V) até 100 kW (420V). A pedido a Fischer Panda pode fornecer apoios adequados para o motor elétrico ser usado como um motor fora de borda. A Fischer Panda também produz sistemas de elevada potência desde 7.5 kW (48 V) até 100 kW (420 V). Para mais informações visite www.nautiradar.pt

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Notícias do Mar

Economia do Mar

Governo Vai Lançar Leilão Eólico Marítimo

O Governo vai lançar um leilão de energia eólica marítima (offshore) que pode vir a ser de uma potência entre os dois e os cinco gigawatts, para aproveitar bem o vento no mar em Portugal.

Energia eólica marítima

O

Ministro do Ambiente e da Ação Climática Matos Fernandes disse “Queremos também aproveitar a experiência de leilão do

solar flutuante (temos 12 concorrentes para 7 lotes) e fazer igual no mar, mas agora com eólica. Se estamos a falar de potências entre os 2 e os 5 GW, já não

Matos Fernandes, Ministro do Ambiente e da Ação Climática 54

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será em terra que os vamos conseguir, e fica num grande leilão eólico para o mar português” Ao fazer um balanço, Matos Fernandes afirmou que “no último ano, entraram em funcionamento centrais solares que representam 700MW de potência.”Este ano, serão 1200MW. Em conjunto, três centrais do Pego de energia limpa, sem emissões e sem importações”. “Até ao final do próximo ano, haverá um acréscimo de 500 MW por via do repowering do sistema eólico nacional. Na lista de aprovações da DGEG, existem 2,5 GW de solar. Portanto, vamos mesmo antecipar as metas e conseguir, em

2026, o que prevíamos atingir apenas em 2030”, acrescentou o Ministro Matos Fernandes também destacou que o porto de Sines pode vir a ser uma porta da entrada para a energia na Europa, de forma a ser uma alternativa à Rússia. “A guerra, a agressão brutal da Ucrânia pela Rússia, causando a morte e a destruição, mostrou que a Europa se deixou embalar num risco energético sem justificação. Portugal e Sines querem e podem ser a porta atlântica de energia para a Europa, investindo em infraestruturas pensadas para os gases renováveis que servirão, para já, o transporte de gás natural”.


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Notícias do Mar

Notícias do Porto de Lisboa

Gares Marítimas Selecionadas pelo World Monuments Fund APL garante painéis de Almada Negreiros na lista dos 25 monumentos icónicos mundiais.

Trabalhos de conservação

A

s Gares Marítimas de Alcântara e Rocha do Conde d’Óbidos foram selecionadas pelo programa Watch 2022, do World Monuments Fund (WMF), como um dos

25 lugares com importância cultural extraordinária, que enfrentam desafios globais e requerem uma preservação urgente e vital para as comunidades locais. A seleção do projeto português,

apresentado pelo Porto de Lisboa, atesta o alcance mundial do seu valor histórico e artístico. A convocatória para a edição de 2022 do WMF resultou em mais de 225 candi-

Painéis de Almada Negreiros na lista dos 25 monumentos icónicos mundiais 56

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daturas, que passaram por uma ampla revisão interna e externa pelo Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS) e um painel independente de especialistas em património internacional, que foram responsáveis ​​pela lista da seleção final de 25. As Gares Marítimas de Alcântara e Rocha Conde de Óbidos constituem um património ímpar que testemunha a condição multicultural profundamente arraigada na população de Lisboa. Como espaço de inter-relação com outras culturas, a construção destes edifícios na área portuária de Lisboa coincide com o fim da Segunda Guerra Mundial. O World Monuments Fund vai trabalhar com o Porto de Lisboa, não só na conservação dos murais de Almada de Negreiros, mas também na estruturação de uma estratégia de gestão cultural das gares, prevendo a sua abertura ao público e a sua programação cultural, dentro e fora de portas, em colaboração com as empresas da área e outras instituições culturais que se pretendam associar ao projeto. Ricardo Medeiros, administrador do Porto de Lisboa destaca que «a inclusão das Gares Marítimas na seleção de 2022 do World Monuments Fund é motivo para grande satisfação e orgulho para a Administração do Porto de Lisboa. Uma distinção que irá contribuir para o apoio na conservação dos murais e na reabilitação destas es-


Notícias do Mar

truturas que outrora serviram de porta de entrada marítima em Lisboa». O mesmo responsável do Porto de Lisboa adianta que «a revitalização destes edifícios do Porto de Lisboa contribuirá para que se contem histórias e reencontrem memórias que, ao longo dos anos, foram passando ao lado das narrativas oficiais: interessamnos as Gares que assistiram às vagas migratórias do século XX, ao embarque dos soldados para África, à chegada de refugiados ou ao regresso das populações portuguesas no pós-descolonização. Tratase também de uma grande oportunidade para estreitar relações com as múltiplas culturas com quem partilhamos uma história e uma língua em comum». O Projeto será desenvolvido por uma equipa constituída pela Administração do Porto de Lisboa, o World Monuments Fund Portugal, a Associação ANSA (Almada Negreiros Sarah Affonso), a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa nomeadamente o Instituto de História de Arte e o Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais, o Laboratório Hércules, no âmbito também doProjeto O desvendar da Arte da Pintura Mural de Almada Negreiros, aFaculdade de Ar-

Salão da Gare Marítima de Alcântara quitectura de Lisboa e a empresa Nova Conservação. A candidatura contou ainda com o apoio da DOCOMOMO, da Fundação Oriente e da Freguesia de Alcântara. A intervenção do World Monuments Fund não se limita à angariação de fundos, a organização assume total responsabilidade pela realização dos seus projetos. A sua abordagem prática, que parte de pressupostos de grande rigor, quer do ponto de vista científico quer de gestão financeira, tem resultado num fator de credibilidade e de confiança junto de diversas instituições, de especialistas e dos mecenas que continuadamente a têm apoiado, na certeza de uma administração transparente e tecnicamente competente dos fundos angariados. Para a realização desse objetivo congregam-se contri-

Gare da Rocha do Conde d’Óbidos

butos financeiros internacionais angariados pelo World Monuments Fund em Nova Yorque, contributos de mecenas privados nacionais e internacionais e o apoio do Estado Português. Criado em 1965, o World Monuments Fund (WMF) é uma organização independente dedicada a proteger património de relevo em todo o mundo, para enriquecer a vida das pessoas e construir pontes de entendimento mútuo entre culturas e comunidades. Desde o seu início, o programa Watch tem sido uma ferramenta de sensibilização para o património que concede proteção e apoio para a sua preservação. Até ao momento, o WMF já contribuiu com mais de 110 mi-

lhões de dólares para projetos, em mais de 300 lugares, e a visibilidade concedida pelo Watch ajudou as comunidades locais a alavancar 300 milhões de dólares adicionais, de outras fontes. A filial portuguesa do WMF foi criada em 1993 como uma instituição sem fins lucrativos, reconhecida de utilidade pública, que tem como objetivo a conservação do património histórico e artístico português. Desde 1994 conduziu já a grandes obras de conservação e restauro, de alguns dos mais emblemáticos monumentos de Portugal, tais como a Torre de Belém, o Mosteiro dos Jerónimos, a Estátua Equestre de D. José I, os Jardins do Palácio de Queluz, entre outros.

Salão da Gare Marítima da Rocha do Conde d’Óbidos 2022 Abril 424

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Notícias do Mar

Notícias da NOVA School of Science and Technology

NOVA Lança primeiro Mestrado em Logística Marítima

O curso ministrado pela FCT NOVA, com a duração de um ano, em parceria com a Escola Naval da Marinha Portuguesa, é o primeiro Mestrado em Logística Marítima em Portugal.

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Master in Maritime Logistics (MML) é um mestrado de Logística, Engenharia, e Gestão Industrial, uma formação multidisciplinar que pretende formar profissionais para um setor em crescimento. É um curso de Mestrado Internacional especificamente

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focado no tema da Logística Marítima que arranca no próximo ano letivo 2022/2023, em parceria com a Escola Naval da Marinha Portuguesa. Reunindo um conjunto fundamental de conhecimentos na área da Logística, com domínios adicionais em Engenharia e Gestão Industrial,

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trata-se de um curso que permitirá aos profissionais da indústria marítimo-portuária desenvolver competências relevantes nas áreas de investigação, inovação, técnicas, digitais e soft skills, incluindo o raciocínio crítico e uma predisposição proativa. “A procura das denominadas Blue Skills deverá aumentar no próximo ano de forma mais significativa nas áreas de transporte marítimo, construção naval e serviços de transporte marítimo. Os jovens profissionais sem formação específica prévia terão, por exemplo, a oportunidade de ingressar na indústria marítima que se espera que conte com uma elevada procura de especialistas qualificados”, ex-

plica Helena Carvalho, Professora da NOVA School of Science and Technology | FCT NOVA e Coordenadora do Mestrado. O Mestrado dirige-se a profissionais com o mínimo de cinco anos de experiência que pretendam obter novas competências em operações e logística marítima, ou mesmo requalificar as suas competências profissionais, formando especialistas dotados de uma elevada compreensão, otimização e operação de esquemas de logística intermodal, valor e cadeia de abastecimento; ou a criação de estratégias que permitam enfrentar a complexidade de setor e prever mudanças na procura. Os participantes deste curso terão ainda a oportunidade de realizar um estágio com a duração de três meses, ou implementar um projeto final numa das principais empresas do cluster de logística marítima. No dia 18 de março decorreu um workshop em modelo híbrido (presencial e virtual), que contou com dois momentos: o primeiro, no âmbito do projeto MarLEM (Maritime Logistics Engineering and Management), co-financiado pela U.E, que divulgou o Mestrado a potenciais candidatos e empresas nacionais e europeias. No segundo workshop, no âmbito do projecto M4ML, financiado pelos EEA Grants, foram realizadas ações de mobilidade de professores, investigadores e alunos do MML entre Portugal e a Noruega.


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Notícias do Mar

Economia do Mar

Aposta na Inovação e Sustentabilidade

Talharins de pescada com molho de tomate Eurest pretende aumentar o consumo de peixe nas escolas com produto inovador o Fish Revolution, um novo conceito de comer peixe em forma de massa: Talharim de pescada, um produto inovador e sustentável exclusivamente produzido pela Pescanova para a Eurest. Com 70% de pescada do Cabo certificada, os talharins de pescada são uma excelente fonte proteica e são isentos de glúten, sendo uma boa alternativa para os celíacos.

C

om o intuito de influenciar positivamente os hábitos alimentares das crianças em idade escolar, a Eurest, em parceria com a Pescanova, lança o projeto Fish Revolution junto das escolas e das instituições de Ensino Superior onde opera, oferecendo aos alunos um produto inovador à base de peixe - talharins de pescada - que tem como base 70% de pescada do cabo certificada. O talharim de pescada promove uma nova forma de consu60

mir pescado – peixe em forma de massa talharim - para além de aliar o valor nutricional do peixe ao gosto que as crianças e jovens têm por massas. Talharins de pescada salteados com legumes, Talharins de pescada com molho de tomate e Talharins de pescada com queijo parmesão, foram os pratos que Ángel León, chef espanhol que detém três estrelas Michelin, criou e desenvolveu em exclusivo para a Eurest. O projeto Fish Revolution foi apresentado ontem, dia

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22, durante a Conferência “O almoço do futuro sabe a mar”, que contou com o apoio de Manuel Pizarro, Eurodeputado membro da comissão das Pescas e da Comissão do Emprego e dos Assuntos Sociais, e a participação de Conceição Calhau (Nutricionista. Investigadora e Professora Catedrática na NOVA Medical School), Rute Dinis de Sousa (Psicóloga. Diretora Executiva da Unidade de I&D Comprehensive Health Research Centre (CHRC)

Nova Medical School), Susana Fonseca (Representante da Associação ZERO), Ana Vazquez Rabuñal (I+D Nueva Pescanova) e Henrique Leite (CEO da Eurest Portugal), como moderação de Fernanda Freitas. “Como se costuma dizer, os olhos também comem e é o caso! Quem não sabe do que se trata, diz que é massa. Mas, na verdade não é massa, é peixe em forma de massa talharim”, diz Beatriz Oliveira, Nutricionista e Diretora


Notícias do Mar

da Qualidade da Eurest Portugal. “É com este conceito inovador que queremos promover a ingestão de proteína do peixe nos menus escolares, apresentando pratos com texturas, sabores e formatos atraentes para os mais pequenos. Acreditamos que este novo conceito de ingerir peixe é perfeito para as crianças no que diz respeito ao aspeto, aroma e sabor”, refere Beatriz Oliveira. “A componente da sustentabilidade também está bem presente no desenvolvimento do produto, desde a seleção de matéria-prima com certificado de sustentabilidade, ao processo de produção, culminando com a redução do desperdício alimentar inevitavelmente associado aos pratos de peixe”, remata a diretora da Qualidade.

Henrique Leite, CEO da Eurest Portugal, diz que “o Fish Revolution é isso mesmo, uma nova tendência, uma nova forma de ingerir peixe! O consumo de peixe traz variados benefícios para a saúde, queremos aumentar o seu consumo, mas é importante que o seu consumo também seja feito de forma responsável. Por isso, decidimos inovar e apostar neste novo conceito em conjunto com a Pescanova e o Chef Ángel León com o objetivo de promover uma alimentação mais equilibrada junto das crianças, mas sem esquecer o propósito de tornar o planeta mais sustentável através de opções alimentares também elas mais sustentáveis”.

Talharins de pescada com queijo parmesão

Pescada do Cabo

Talharim de pescada 2022 Abril 424

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Notícias do Mar

Notícias do Porto de Lisboa

Lisboa recebeu viagem inaugural do “Silver Dawn”

O navio de cruzeiros “Silver Dawn”, um navio ultraluxuoso, veio ao Porto de Lisboa em viagem inaugural e de batismo.

Silver Dawn em Lisboa

O

novo navio de cruzeiros “Silver Dawn” foi batizado em Lisboa, no passado dia 31 de março, na sua viagem inaugural que teve início no1 de abril. Numa viagem que ligouLisboa a Civitavecchia, com escala em Cádis, Málaga, Cartagena, Valência, Palma de Maiorca, Barcelona, Port Mahon, Pálamos, Port-Vendres, Marselha, SaintTropez, Monte Carlo, Livorno e Portofino. O “Silver Dawn” incorpora a certificação Green Star 3 Design, uma notação de classe adicional da empresa de serviços marítimos RINA, cuidadosamente atribuída a navios que são projetados, construídos e equipados com o ambiente em mente. Ricardo Medeiros, administra-

dor da Administração do Porto de Lisboa, S.A. (APL), referiu a propósito que «o porto de Lisboa e a Lisbon Cruise Port congratulam-se com a escolha, pela terceira vez, da cidade de Lisboa para o batismo de um navio de cruzeiros, o que destaca a importância crescente do Porto de Lisboa na eleição das companhias de cruzeiro para a realização de um momento tão importante. Um evento desta natureza tem um impacto muito grande em termos de visibilidade do destino onde se realiza, e será, por isso, mais uma oportunidade marcante na promoção de Lisboa no segmento de cruzeiros». O “Silver Dawn” chegou a Lisboa pela primeira vez no dia 17 de março, para base de três minicruzeiros, realizados entre

Silver Dawn 62

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17 e 31 de março. Nesse dia decorreu a habitual cerimónia de boas-vindas a bordo, durante a qual o porto de Lisboa presenteou o Comandante com a habitual placa comemorativa da ocasião, sendo o Navio escoltado por rebocadores da empresa Portugs até ao Terminal de cruzeiros de Lisboa. O “Silver Dawn” foi batizado na noite de 31 de março, numa cerimónia que se realizou a bordo do navio e que contou com a presença de executivos da Silversea e da Royal Caribbean Group. Após a cerimónia houve um espetáculo pirotécnico, lançado a partir da cobertura do Terminal de Cruzeiros de Lisboa, que foi observado daquela zona da Cidade. Uma nova era de cruzeiros O “Silver Dawn” é o 10º navio da Silversea Cruises, companhia líder em cruzeiros ultraluxuosos, e o terceiro navio a juntar-se à frota desde o início de 2020 (“Silver Origin” em 2020, “Silver Moon” em 2021), o que demonstra a força e a resiliência da indústria global de cruzeiros. Em 2023 será lançado o “Silver Nova”, um dos navios de cruzeiro mais espaçosos já construídos e, graças às suas soluções tecnológicas inova-

doras, impulsionará a Silversea para uma nova era de cruzeiros sustentáveis. Com base no sucesso do programa inovador Sea And Land Taste (S.A.L.T.), um conceito culinário envolvente que permite aos hóspedes viajarem mais fundo numa variedade de experiências gastronómicas baseadas em destinos, lançado a bordo do “Silver Moon”, o “Silver Dawn” apresenta um novo programa de bem-estar pioneiro, o Otium, inspirada na natureza descontraída do antigo estilo de vida romano. Curiosidades sobre a construção do Silver Dawn Construído nos estaleiros Fincantieri, em Ancona, em Itália, e entregue no dia 12 novembro de 2021, o “Silver Dawn” é o terceiro navio da série Museclass e baseia-se nas inovações dos seus navios irmãos “Silver Muse” (2017) e “Silver Moon” (2020), que visitaram o Porto de Lisboa em agosto de 2017 e novembro de 2021, respetivamente. Com 212,8 metros de comprimento, 40 844 toneladas, 298 suítes com vista para o mar, 97% das quais com varanda privativa, o “Silver Dawn” tem capacidade para 596 passageiros e 411 tripulantes, o que lhe confere um rácio de tripulantes/ passageiros de 1:1,45. No total, mais de 390 empresas contribuíram para a construção do “Silver Dawn”. Nos meses de pico, uma média de 1 000 profissionais trabalhavam simultaneamente no navio. Mais de 15 000 chapas e perfis de aço foram cortados para a sua construção, aproximadamente 95 500 litros de tinta foram aplicados e 18 empreiteiros instalaram aproximadamente 1 690 000 metros de cabos elétricos.


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Surf

Notícias Surf Clube de Viana

Altas Ondas na 3ª Etapa

Altas ondas em Viana do Castelo Altas ondas e performances top marcaram a 3ª etapa do Circuito Regional de Surf do Norte em Viana do Castelo.

N

úria Maganinho, em Sub 18 Feminino, Maria Silva, em Sub 16 Feminino, Lucas França, em Sub 14, e Duar-

te Rego, em Sub 12, foram os grandes vencedores da 3ª etapa do Circuito Regional de Surf do Norte, que se realizou no fim-de-semana

de 19/20 de Março na praia do Cabedelo, em Viana do Castelo. Segundo Diogo Marques, diretor técnico da prova, esta

Teresa Pereira 64

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competição registou excelentes condições de ondas e um elevado nível de surf apresentado pelos atletas. “Teve as melhores ondas do circuito e performances top.” Teresa Pereira, atleta do Surf Clube de Viana (SCV), terminou em 2º lugar na final Sub 18 Feminino. Foi-lhe assinalada uma interferência que cortou em 50% a sua segunda onda pontuada. Núria Maganinho, da AON, venceu esta categoria. Em 3º ficou Miriam Julião, da ASV, e em 4º Matilde Baptista, da CPS. Núria Maganinho ficou contente com a sua prestação. “Voltámos a ter em Viana boas ondas e bom tempo. E correu bem: um 1º lugar em Sub 18 e um 3º em Sub 16.”


Surf

Maria Silva, da AME, venceu em Sub 16 Feminino, seguida pela atleta da casa Teresa Pereira, por Núria Maganinho e por Miriam Julião. Maria Silva sublinhou que esta etapa “teve ondas incríveis. Foi a primeira vez que fiz um 9 e consegui logo dois.” Teresa Pereira, nesta 3ª etapa, conquistou dois segundos lugares, um em Sub 16 Feminino e outro em Sub 18 Feminino. Considera que, neste fim-de-semana, conseguiu mostrar o seu surf. “Na final Sub 16, estive a ganhar, mas a Maria com uma onda virou o resultado. Em Sub 18, também fiquei contente com a minha prestação.” Na 1ª etapa deste Circuito, em Aveiro, Teresa subiu ao 1ª lugar do pódio em Sub 16 e foi às meias-finais em Sub 18. Recentemente, esta atleta do SCV, que se sagrou vicecampeã nacional em Sub 16 no ano passado, foi chamada à Equipa Nacional. Lucas França, da AON, ocupou o 1º lugar em Sub 14, seguido do colega de equipa Guilherme Moreira,

Lucas França de Heitor Ribeiro, da AME, e de Guilherme Caetano, da ASA. Para Lucas França esta “competição correu muito bem. Consegui fazer muitas ondas boas e acabei por ganhar.” Duarte Rego, do CSCabedelo, subiu ao primeiro lugar do pódio em Sub 12. Em 2º lugar ficou Heitor Ribeiro, em 3º Sebastião Neves, da ASA, e em 4º Levi Forst, também do CSCabedelo. Segundo Duarte Rego, a prova correu bem e conseguiu ganhar ao Heitor.

Para João Zamith, presidente do SCV, além de Viana ter mostrado mais uma vez ser um grande spot de surf com ondas de grande nível, o facto da organização ter uma estrutura amovível que permite adaptar os campeonatos às ondas, potencia bons espetáculos. “Esta flexibilidade existe, pois temos uma excelente equipa por trás”. Segundo João Zamith, durante esta prova deu para sentir um sentido de comunidade crescente, com respeito, diversão e partilha

entre clubes, treinadores, atletas e pais, “o que é muito importante nestes escalões de formação. Muitos destes atletas são filhos de surfistas, muitos deles também atletas. Muitos encaram o surf, além da vertente desportiva, como uma ferramenta de desenvolvimento pessoal, familiar e ambiental”.

Resultados Sub 18 Fem Núria Maganinho AON Teresa Pereira SCV Miriam Julião ASV Matilde Baptista CPS Sub 16 Fem Maria Silva AME Teresa Pereira SCV Núria Maganinho AON Miriam Julião ASV Sub 14 Lucas França AON Guilherme Moreira AON Heitor Ribeiro AME Guilherme Caetano ASA

O pódio com os Vencedores

Sub 12 Duarte Rego CSCabedelo Heitor Ribeiro AME Sebastião Neves ASA Levi Forst CSCabedelo

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Economia do Mar

GALP Investe 700 Milhões de Euros em Setúbal

com o Porto de Setúbal que dispõe de todas as condições para a movimentação de cargas associadas a esta unidade produtiva, nomeadamente com a utilização dos terminais de serviço público existentes no porto. A unidade receberá cerca de 200 mil toneladas por ano de concentrado de espodumena por via marítima, a que acrescem mais de 110 mil toneladas de outros componentes, estimando exportar 25 mil toneladas de lítio processado para os fabricantes internacionais de cátodos de baterias e mais 260 mil toneladas de subprodutos. Este projeto beneficia-

rá ainda das privilegiadas condições oferecidas pela região, nomeadamente de mão-de-obra qualificada, da proximidade ao Aeroporto de Lisboa e da proximidade de outras unidades industriais que beneficiarão do contex-

to da economia circular. A GALP prevê a candidatura do projeto para financiamento no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), com uma taxa de financiamento de 15%. Fotografia: Leonardo Negrão/Global Imagens

A

GALP escolheu o Porto de Setúbal para nova unidade de processamento de Lítio. A GALP, em parceria com a Northvolt, escolheu Setúbal para a localização da sua nova unidade de processamento de lítio, no contexto da cadeia de abastecimento de produção de baterias para veículos, telemóveis e outros equipamentos, um importante investimento de 700 milhões euros que irá criar 200 novos empregos diretos altamente qualificados e 1300 postos de trabalho indiretos. A localização selecionada beneficia da integração

Assinatura do contrato entre a GALP e a Northvolt

Director: Antero dos Santos - mar.antero@gmail.com Paginação: Tiago Bento - tiagoasben@gmail.com Director Comercial: João Carlos Reis - noticiasdomar@media4u.pt Editor de Motonáutica: Gustavo Bahia Colaboração: Carlos Salgado, Carlos Cupeto, Hugo Silva, José Tourais, José de Sousa, João Rocha, João Zamith, Federação Portuguesa de Actividades Subaquáticas, Federação Portuguesa de Motonáutica, Federação Portuguesa de Pesca Desportiva do Alto Mar, Federação Portuguesa Surf, Federação Portuguesa de Vela, Associação Nacional de Surfistas, Big Game Club de Portugal, Club Naval da Horta, Club Naval de Sesimbra, Jet Ski Clube de Portugal, Surf Clube de Viana, Associação Portuguesa de WindSurfing Administração, Redação: Tlm: 91 964 28 00

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