Notícias do Mar n.º 416

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Pesca Desportiva

Pesca Lúdica Embarcada

Algumas variáveis que devemos considerar, quando saímos à pesca Diz-se por vezes: “ Hoje não está mar para peixe”...

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uita gente tem do mar uma visão exterior/

interior, terra/ água e isso propicia um número infinito de erros, crenças e fan-

tasias que quase sempre são infundadas. As pessoas não têm mesmo ideia

daquilo que é o fundo do mar, do ambiente em que o peixe vive, e das condi-

O autor com um pargo capturado com um jig da Xesta de 20 gr. 2

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Pesca Desportiva

Texto e Fotografia Vitor Ganchinho (Pescador conservacionista) https://peixepelobeicinho.blogspot.com/

ções que são necessárias e indispensáveis para que os peixes se fixem num determinado pesqueiro. É muito corrente que se pense ”onde há água há peixe”, e isso é incorrer no primeiro dos erros. Na verdade, há zonas absolutamente desertas, sem vida, e que raramente assistem à passagem de um cardume de peixes. Ou porque há excesso de pressão de pesca, profissional e amadora, ou pura e simplesmente porque o local em si não oferece condições de habitabilidade, leia-se quantidade de comida e segurança em níveis suficientes para justificar a presença contínua de espécies. E outras zonas existem, por oposição, em que a presença de peixe é recorrente, sistemática, e por isso, expectável. É aí que procuro levar as pessoas que me confiam um dia das suas vidas para sairmos a pescar. Faço-o com gosto, com o ânimo de quem gosta de conhecer pessoas, de lhes mostrar mundos que não conhecem. Mas pedem-me demais. Dificilmente haverá possibilidades de encontrar zonas virgens, nunca pescadas. Isso é um mito que convém esclarecer: existem pescadores profissionais que descem da Figueira da Foz para vir pescar a Setúbal, pescadores de Setúbal que vão ao Algarve, logo esqueçam a possibilidade de haver pesqueiros nunca pescados. Há sim zonas com menos pressão de pesca, e quase sempre por exigi-

rem deslocações longas, com consumos de combustível elevado. Pescar aí, é quase sempre muito melhor que pescar junto às cidades, onde toda a gente vai, todos os dias, todas as noites, a toda a hora, e que raramente têm um momento de sossego. Aquilo que me pedem é algo paradoxal: que faça saídas a zonas menos pescadas, (logo bastante longe das cidades, com

consumos de combustível substancialmente mais elevados), que garantam peixe de elevada qualidade, com peso, com idade, de espécies nobres. Querem trazer para casa muito peixe, para assim justificar o investimento feito numa saída. Acresce que eu, (que por acaso prefiro pescar sozinho, ou no máximo com uma pessoa ao lado, porque controlo muito melhor as varian-

tes daquilo que se está a passar, não faço ruídos, respeito os tempos de descanso dos peixes, não passo mais de duas a três vezes sobre esta ou aquela pedra, liberto peixes de tamanho inferior, faço uma gestão rigorosa da quantidade de visitas mensais a cada pedra, etc), vejo-me quase que forçado a ter de levar uma “ranchada de gente”, porque uma só pessoa não tem capacida-

Uma dupla de pargos que foi a um isco vivo. Foram ambos libertados. 2021 Agosto 416

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Um pargo capatão fêmea, com 7 kgs de peso.

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de financeira para pagar todas as despesas que acarreta uma saída a um desses lugares. Porque para além de tudo, ainda me pedem, já agora, que seja barato. Vão muitos para que a cada um fique mais barato. Mas muitos estragam a pesca a todos e ninguém na verdade faz grande coisa. Na verdade não fazem nada. Insistem comigo para que os leve a sítios milagrosos, que tenham peixes enormes, fáceis, e que lhes saltem para o colo à chegada. Não tenho disso, nem ninguém tem. Isso não existe e não imaginam a pressão que se sofre para que eu lhes diga que sim, que é possível. Não há milagres, não há truques de magia, não há coelhos para tirar de uma cartola quase vazia, onde toda a gente pesca e ninguém põe lá peixe.

conseguem fazer nada. Mas os equipamentos são caros, e quando alguém, que de pesca sabe o que eu sei de construir foguetões, parte uma cana, por não saber manobrar com ela, encolhe os ombros e diz que “eu” tive azar… eu o dono da cana, eu a pessoa que pagou 700 euros por ela. A cana que permite pescar da forma que possibilita os resultados. E que por azar meu,

…partiu, nas mãos de um “zarolho” que normalmente pesca com canas de 12 euros. Muitas vezes os peixes estão no pesqueiro, mas porque já comeram, não precisam de o fazer de novo, pelo menos naquele momento. A multiplicidade de factores que influencia a tomada de decisão de morder ou não um isco ou amostra é tanta que apenas uma reduzida franja

de pessoas consegue dominar uma parte significativa das variáveis. Vejamos algumas, sem critério de ordenamento por prioridades. Como habitualmente, dou-vos pistas para que possam fazer o vosso próprio raciocínio. Incomoda-me a ideia de dizer tudo, não deixando a cada um a possibilidade de ser crítico, de ajustar à sua realidade cada uma destas minhas ideias.

Os peixes estão no pesqueiro, mas porque já comeram... Hoje em dia o peixe está cada vez mais caro, e mais que isso, as experiências de pesca ímpares, os dias incríveis, não podem ser banalizados ao ponto de terem de acontecer todos os dias. Porque na verdade não os têm quando fazem pesca vertical, pesca comum, em que raramente conseguem um dia de excepção. Há é técnicas que permitem fazer, utilizando métodos diferentes, capturas um pouco mais significativas onde as outras técnicas regularmente utilizadas, tradicionais, já não 2021 Agosto 416

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A qualidade da água: não é indiferente a temperatura da água. Os peixes são animais de sangue frio, e por isso apresentam uma temperatura corporal muito próxima, ou igual à temperatura da água que os rodeia. Algumas espécies, por exemplo os atuns, elevam o nível de temperatura corporal alguns graus acima do meio circundante, mas pagam uma factura elevada por isso, sendo forçados a ingerir uma maior quantidade de comida, adoptando um estilo de natação contínuo, etc. Mas na sua generalidade, se a água está fria, os peixes estão frios. E isso é desde logo um problema. As funções vitais dos peixes

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ficam condicionadas pelas condições do meio em que habitam. Com águas muito frias, invernais, é frequente a redução do metabolismo basal, o peixe resguarda-se, não tem muita actividade, poupa as suas reservas de gordura. Na Primavera e Verão, as condições de mar alteram, e há que recuperar peso e energia. Há uma superior procura de alimento, e isso são boas notícias para quem anda no mar com uma cana na mão. Cada espécie tem um padrão de condições óptimas Se há uma faixa de tolerância de altas ou baixas

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temperaturas, em que parece ser a temperatura algo de inócuo, ela ocorre muitas vezes apenas durante um período curto, no qual o peixe não chega a ter um estímulo exterior suficientemente duradouro para se obrigar a reduzir a actividade, ou a aumentar exponencialmente essa actividade. Já entenderam que dependendo da quantidade de dias em que temos uma nortada que gele as águas, ou um vento sul que as aqueça, podemos ter peixe mais ou menos disposto a morder as nossas amostras. Também não é indiferente o tipo de espécie que procuramos. Há alguns tipos de peixes que “navegam” bem em águas

frias, e outros, por oposição, que apenas aceitam ter uma actividade regular em águas quentes. Falamos de faixas de conforto térmico. É a existência regular de águas adequadas à espécie em questão que determina o seu nível de alimentação, de crescimento, de reprodução e deslocação entre pesqueiros. Para cada espécie há um padrão de condições óptimas. E já entenderam que isso influencia a existência de outras espécies,… se não temos condições para ter cavalas, não temos no pesqueiro quem come as cavalas, certo?! Também a quantidade de oxigénio dissolvido na água influencia, e muito,


Pesca Desportiva

Uma pescaria mista de pargos e robalos, feita com jigs entre 20 e 30 gr. Pescar ligeiro dá resultados.

a actividade dos nossos peixes. Se houve ou não uma borrasca em dias anteriores, …isso não é indiferente em termos de actividade. Existem espécies que são mais exigentes que outras. Falei-vos há alguns meses atrás de um cliente da GO Fishing que lançou uma amostra no “Pulo do Lobo”, Guadiana, perto de Mértola, a dezenas de quilómetros da foz, e pescou um… robalo. Isto aconteceu no Verão, numa altura em que as águas estão muito quentes e por isso com menos oxigénio dissolvido. Outras espécies nunca poderiam estar ali, naquele local. Temos muitas espécies que toleram pouquíssi-

mo a ausência de níveis confortáveis de oxigénio. E para nós, parece indiferente se a massa de água onde pescamos tem maior ou menor nível de oxigénio. Ou se tem mais ou menos quantidade de água doce, se o Tejo e o Sado viram os seus caudais empurrados para sul, e encheram a baía onde pescamos de água com mais sedimentos do que o habitual. Para nós é-nos indiferente, mas eu sei de uns bichinhos para quem isso não é de facto indiferente. Os peixes! A concentração de oxigênio dissolvido na água é sempre diretamente proporcional à pressão atmosférica, ou seja, maior pressão mais oxigênio. No caso da 2021 Agosto 416

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temperatura, a relação é inversamente proporcional, ou seja, quanto mais elevada a temperatura menor a concentração de oxigênio na água. Se as taxas de oxigénio são inferiores, estes grandes sobreviventes que são os nossos peixes de mar deixam de se alimentar regularmente, e nós sentimos isso na ponta das nossas linhas. Sabendo que a presença do oxigénio é um elemento fundamental na regularização do metabolismo dos peixes, é incrível como as pessoas desvalorizam esse dado, e muitos outros, quando planeiam as suas saídas de pesca. O mar está parado, tem muito sedimen-

to, está menos oxigenado, a temperatura está muito alta, a pressão atmosférica é baixa, ou a pressão atmosférica é muito alta, mas quem é que quer saber disso?! Nós queremos mesmo são peixes aos pulos, alegres e contentes, em grande azáfama de alimentação. Desde que chegamos até que decidimos vir embora, queremos peixes de boca aberta a comer tudo o que lhes lançamos. Nós não sabemos da missa nem a metade. Um dia, haverá quem consiga relacionar a pesca a efeitos como o PH da água, condutividade eléctrica, nutrientes, (nitrogénio, carbono, fósforo, oxigénio,

azoto) etc. Sabemos que a pressão atmosférica e a temperatura influenciam decisivamente o teor de oxigénio na água, e por isso o comportamento dos peixes. Mas não queremos saber disso no dia que escolhemos para ir à pesca. Nesse dia, isso não vale. Se pagamos para ir pescar, nenhum factor conta verdadeiramente, que não seja o facto de termos de regressar a casa com uma geleira cheia de peixe. Porque pagámos a saída. Mesmo que estejamos a pagar apenas parte do valor do combustível gasto, e que é apenas parte das despesas fixas de uma embarcação. Na verdade, estabelecemos uma rela-

ção directa entre o valor pago e a quantidade de peixe que exigimos pescar. Queremos ir, pagar apenas parte das despesas fixas e esquecemos os milhares de horas que a pessoa que está à nossa frente levou a olhar para o mar. Esquecemos os milhares de euros gastos em barcos, motores e combustível para adquirir experiência. E essa pessoa, que considera todos estes factores, que sabe um pouco mais de pesca, que a pensa nas suas inúmeras variantes, e que até sabe que hoje não é o dia de encher as caixas, (por esta ou aquela razão), é obrigada a …inventar soluções. A ser Jesus Cristo.

Os robalos de Sines são famosos pela sua capacidade de combate. Na foto um com 6 kgs. 8

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Electrónica

Notícias Nautel

Vitória para HUMMINBIRD MEGA Live Imaging “Best of Category” no ICAST 2021 A Nautel, importador oficial da HUMMINBIRD para Portugal, anunciou que o MEGA Live Imaging, ganhou o prémio do melhor produto de eletrónica no ICAST 2021, o maior Salão de Produtos de Pesca, do mundo, que se realizou nos dias 20 a 23 de julho em Orlando, Flórida, após votação da imprensa especializada.

ou num painel de popa com adaptação, proporcionando uma rápida implementação na água e um controle fácil da direção das visualizações do sonar ao vivo.

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Humminbird está também extremamente honrada com este galardão que a tecnologia MEGA Live Imaging recebeu no ICAST 2021, durante a apresentação dos novos produtos. Esta nova tecnologia de sonar, que completa a OneBoat Network, com a finalidade de fornecer aos pescadores os barcos mais bem equipados na água, oferece os detalhes do MEGA Imaging ao vivo, da realidade sub-aquática no momento. A tecnologia MEGA Live Imaging permite que os utiliza10

dores vejam os peixes e a estrutura de fundo em tempo real, observando até mesmo os peixes a movimentaremse no ecrã, ou mesmo a morder o isco. Veja em ação Com o lançamento desta tecnologia, os pescadores da Humminbird têm acesso ao pacote mais completo de tecnologias e produtos líders de mercado, oferecidos por uma única marca. As visualizações do sonar MEGA Live Imaging são fornecidas num equipamento multifunções da Hummin-

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bird, compatível, e um transdutor de última geração, projetado para ser montado num eixo de motor elétrico,

Modo para baixo


Electrónica

www.nautel.pt

O transdutor MEGA Live Imaging vem com um suporte de várias posições que fornece três opções de visualização do sonar, cada uma adequada para diferentes aplicações e técnicas de pesca. Modos de visualização mega ao vivo Modo para baixo Imagens ao vivo olhando diretamente por baixo do transdutor. Veja tudo na vertical ao barco. Este modo de visualização é ideal para ver imagens detalhadas da estrutura e dos peixes a nadar por baixo do barco, permitindo que se lhes atire uma linha mais facilmente. Modo para a frente Imagens ao vivo olhando para a frente e para longe do transdutor. Aqui está algo por que ansiar. O Modo Para a frente (Forward) é ótimo para ver e lançar à frente ou ao redor do seu barco. Esta visão para a frente ajuda a obter mais mordidas do peixe, através do rápido revelamento dos mesmos, permitindo-lhe observar o isco e peixe a movimentar-se durante a sua recolha. Modo panorâmico Imagens ao vivo a partir de uma ampla visão panorâmica, olhando para fora e ao redor do barco. Fique atento. Este modo é perfeito para obter informações em águas rasas. Este ângulo do transdutor faz pleno uso da sua apresentação panorâmica, mostrando-lhe uma visão aérea do que está à frente e ao redor do barco com detalhes nítidos.

Modo para a frente os cabos Ethernet e de alimentação incluídos e conecte o transdutor MEGA Live de três posições ao seu motor elétrico e estará pronto para pescar. Ajuste entre os três modos de visualização girando o transdutor. Graças aos detalhes do MEGA Imaging, terá sempre uma visão

clara de ponta a ponta, independentemente da visualização que selecionar. O MegaLive pode operar nas séries Humminbird Helix G3N, G4N, SOLIX e APEX. Imagens mega ao vivo, estarão disponíveis em novembro de 2021

Acessório do transdutor mega live Atualizar para MEGA Live Imaging é simples. Conecte

Modo panorâmico 2021 Agosto 416

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Notícias do Mar

Notícias do Ministério do Mar

Ministro do Mar Visitou Novo Quebra-Mar de Angeiras Obra de 4,1 milhões de euros garante melhoria de segurança dos pescadores.

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Ministro do Mar, Ricardo Serrão Santos, visitou hoje o novo Quebra-Mar de Angeiras, infraestrutura construída pela DGRM (Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos) para aumentar a segurança

da navegação neste porto. Acompanharam a visita a Secretária de Estado das Pescas Teresa Coelho, a Presidente da Camara Municipal de Matosinhos Luísa Salgueiro, a Deputada à Assembleia da República Ana Paula Vitorino, e o Diretor-

Geral da DGRM José Carlos Simão. Ricardo Serrão Santos destacou que «face às anteriores condições de acesso marítimo à zona piscatória da Praia de Angeiras, muito desfavoráveis em termos de agitação e fun-

Velho quebra-mar do Porto de Angeiras 12

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dos, com implicações no número de dias de inoperacionalidade para a frota ou de operacionalidade em condições de grande risco, a Obra Marítima de Abrigo da Zona Piscatória de Angeiras provou ser uma obra fundamental para os pescadores desta região». Já o Diretor-Geral da DGRM referiu que «o novo Quebra-Mar de Angeiras é uma infraestrutura construída sobre os afloramentos rochosos existentes, o que lhe dá uma solidez superior, cujo prisma de enrocamentos ToT (todo o tamanho), está revestido por submantos e por mantos em enrocamentos selecionados e, na cabeça, protegido por blocos Antifer de 100 kN. O Quebra-Mar foi selado através de uma coroa em betão em toda a sua extensão e a sua vida útil será de 50 anos». O novo Quebra-Mar de Angeiras representou um investimento de 4,1 milhões de euros, contando com financiamento de 75% pelo PO MAR2020, tem 448 metros de cumprimento e permite proteger os pescadores na saída e regresso da faina, através da redução do efeito da agitação marítima nas embarcações. Esta nova infraestrutura tem uma quota de 6,8 metros ao Zero Hidrográfico em toda a sua extensão de cerca de meio quilometro e uma quota de oito metros na zona da cabeça, onde tem instalado um farolim.


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Notícias do Mar

Notícias do Ministério do Mar

Dragagens Já Não Vão Faltar

Porto de Esposende Ministro do Mar homologou contrato plurianual para dragagens no valor de 4,12 milhões de euros.

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Porto de Vila do Conde 14

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Ministro do Mar, Ricardo Serrão Santos, na cerimónia de assinatura do Contrato Plurianual de Dragagens disse, “Estou convencido que, nos anos que temos pela frente, de alterações climáticas, as exigências de assegurar as condições de acesso aos portos, salvaguardando a segurança das embarcações e respetivos tripulantes e da navegação em geral, irão aumentar. A realização de dragagens de manutenção, que assegurem a navegabilidade nos portos de pesca e de náutica em geral tem relevância acrescida”. O evento da assinatura do Contrato Plurianual de Dra-


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Assinatura do contrato gagens dos Portos do Norte decorreu no passado dia 26 de julho, em Vila Praia de Âncora. Este é o primeiro contrato de base plurianual, o que permite maior previsibilidade, melhor planeamento e realização orçamental, sendo esta a maior autorização de despesa do Estado à DGRM, através de uma Resolução do Conselho de Ministros, para efeitos de dragagens. As intervenções serão realizadas entre 2021 e 2023, nos portos de Vila Praia de Âncora, Esposende, Póvoa do Varzim e Vila do Conde, com um orçamento global de 4,12 milhões de euros, tendo o contrato sido homologado pelo governante na cerimónia em que esteve acompanhado pela Secretária de Estado das Pescas, Teresa Coelho, e na qual participaram vários autar-

cas, autoridades e associações de pescadores. “A relevância da celebração de contratos plurianuais, vai permitir que as operações de dragagem possam ser executadas nos períodos mais favoráveis do ano ou sempre

que exista uma situação de assoreamento que prejudique o acesso a determinado porto”, acrescentou o Ministro do Mar. “Este é também um sinal claro de que o Governo está investir no Mar com impactos positivos no setor

da pesca. Pretende-se que este setor seja moderno e competitivo, interligado e dependente da sustentabilidade dos recursos, capaz de construir soluções viáveis e atrativas para as futuras gerações de pescadores em Portugal”, afir-

Porto de Póvoa de Varzim 2021 Agosto 416

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Notícias do Mar

Porto de Vila Praia de Âncora mou o governante na sessão onde estiveram presentes muitos dirigentes do sector das pescas. Para além das intervenções programadas em dragagens de manutenção, estão ainda previstos investimentos, a realizar pela Do-

capesca, nos portos do Norte, para 2021 e 2022, tendo em vista a modernização, requalificação dos espaços e a melhoria das condições de trabalho. Estes investimentos em portos, nas suas acessibilidades e nas estruturas de

apoio reflete-se positivamente em todos os utilizadores do mar. pesca, turismo, transporte de pessoas e bens. E tantos outros setores, clássicos ou inovadores, beneficiam destas valências e do seu bom funcionamento.

O contrato foi assinado, por parte da DGRM pelo seu diretor geral, Eng. José Carlos Simão e a sub-diretora Susana Batista, e por parte da empresa Rhode Nielsen, que ganhou o concurso internacional, pelo Eng. Eduardo Gomes.

Draga da Rhode Nielsen 16

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Notícias do Politécnico de Leiria

Estudo Publicado na “Nature”

Um quarto dos habitats dos tubarões estão em zonas de pesca ativa O investigador André Afonso, do MARE (Centro de Ciências do Mar e do Ambiente) do Politécnico de Leiria, integra a equipa de especialistas que acaba de publicar na secção “Matters Arising” da revista Nature, dois artigos sobre o impacto da pesca na sustentabilidade de diversas espécies de tubarões.

A

s publicações, segundo uma nota divulgada pelo Politécnico de Leiria,

surgem no seguimento de um outro artigo publicado em 2019, que concluiu que cerca de “um quarto

dos habitats dos tubarões estavam em zonas de pesca ativa, o que ameaçava grandemen-

É preciso medidas de gestão que assegurem a conservação destes predadores 18

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te os tubarões, cujas populações têm vindo a declinar em todo o mundo”. Essa investigação recorreu a métodos de telemetria via satélite, e estimou a sobreposição espacial dessas espécies com a distribuição e tipo de atividade pesqueira, a qual foi estimada através dos dados de AIS – Automatic Identification System, obrigatoriamente presente nessas embarcações para geolocalização das mesmas, lê-se no


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comunicado. As principais questões levantadas pelos autores que originaram estes dois novos artigos prenderamse, em primeiro lugar, com o facto de a suscetibilidade dos tubarões à pesca não poder ser inferida somente pela sobreposição espacial entre a distribuição de tubarões e a distribuição do esforço de pesca, e em segundo lugar pelo facto de os algoritmos informáticos que processam os dados de AIS fornecidos pelas embarcações e que identifi-

Tintureira

Tubarão branco

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Tubarão anequim, frequente nas águas portuguesas

cam a atividade pesqueira não apresentarem um nível de precisão adequada, levando a que a atividade pesqueira seja erradamente classificada em algumas situações.

Para atender a estas questões os investigadores envolvidos no estudo realizaram diversas análises, tendo concluído que se verifica uma “correspondência direta signi-

ficativa entre a captura por unidade de esforço de tubarões e as áreas com maior sobreposição espacial entre tubarões e esforço de pesca”, indicando que a

Tintureira 20

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“sobreposição espacial entre tubarões” e a “atividade pesqueira é um indicador fiável de suscetibilidade à pesca”. Segundo o Politécnico de Leiria, a reanálise dos dados utilizando dados de AIS mais recentes, disponibilizados após a publicação do trabalho original, resultou numa “diminuição do tamanho das áreas de refúgio da pesca” relativamente à estimativa inicial, indicando que “os valores calculados no trabalho original estavam sobrestimados”. A utilização desses novos dados de AIS não alterou as estimativas iniciais de sobreposição espacial mensal (24%), e as simulações baseadas na eliminação aleatória de dados e na reclassificação aleatória da atividade pesqueira não alteraram os padrões


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descritos de sobreposição e suscetibilidade de tubarões relativamente à atividade pesqueira. De acordo com o investigador André Afonso, “a publicação destes estudos revela-se de extrema importância, dado que a análise foi conduzida numa escala global e utilizou tecnologia de ponta que permitiu monitorizar simultaneamente os movimentos e a distribuição de várias espécies de tubarão e das embarcações de pesca que operam em águas internacionais. O acompanhamento da atividade piscatória nesses ambientes remotos

Os tubarões têm vindo a declinar em todo o mundo

é extremamente insipiente, pelo que os resultados aqui apresentados fornecem-nos um panorama inédito e real

sobre o atual nível de exposição dos tubarões oceânicos à pressão humana, contribuindo assim para o desenvol-

vimento de medidas de gestão que assegurem a conservação destes importantes predadores marinhos”.

Atividade pesqueira é um indicador fiável de suscetibilidade à pesca 2021 Agosto 416

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Notícias do Ministério das Infraestruturas e Habitação

Portos Comerciais Crescem Os portos com a movimentação de contentores: atingiram 1,27 milhões de TEU e cresceram 113,4% até Maio.

Os portos cresceram +13,4% até Maio

S

egundo dados compilados pela Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT), nos primeiros cinco meses de 2021 foram movimentados nos portos do Continente um total de 787,62 mil contentores(+14%) que correspondeu a um volume de cerca de 1,27 milhões TEU (a uma média de 1,61 TEU por unidade) que excedeu em +149,5 mil TEU (+13,4%) o registo efectuado no período homólogo de 2020. Para este desempenho do ecossistema portuário do con-

tinente contribuiu a maioria dos portos onde este tráfego se processa com regularidade, sendo Leixões a única excepção, ao recuar –2,7% face ao períodohomólogo do ano anterior (onde se situa o valor mais elevado de sempre, explicou a AMT no seu relatório que analisa os dados referentes ao período Janeiro-Maio. Um dos grandes destaques é o Porto de Sines. O porto alentejano, líder do segmento dos contentores, totalizou +114,4 mil TEU (+18,2%),seguido pelas performances positivas dos por-

tos de Lisboa, com +32,5 mil TEU (+29%), Setúbal com +8,74 mil TEU (+12,9%) e Figueira da Foz, com +1,98 mil TEU (+27,8%). Avaliando a totalidade movimentada – em volume de TEU – assinala–se que Sines mantém uma quota maioritária absoluta,cifrada em 58,7%, superior em +2,2 pontos percentuais (pp) à que detinha no período homólogo de 2020 e encurtando para –0,9 pp a distância à sua quota mais elevada de sempre, apurada em 2017. Segue–se o Porto de Lei-

Porto de Lisboa registou um aumento de +28,1% 22

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xões, com 23,1% (–3,8 pp do que em 2020), Lisboa, com 11,4% (+1,4 pp), Setúbal, com 6% e Figueira da Foz com uma quota residual de 0,7%. O comportamento de Sines éfortemente sustentado nas operações de transhipment que representa 71,3% do volume de TEU movimentado no próprio porto (e 41,8% do total geral), tendo no período em análise registado um acréscimo de +108,6 mil TEU (+25,8%). Tal como refere a AMT, este tipo de tráfego “transhipment” não tem significativa expressão nos portos de Lisboa e Leixões. No que concerne ao tráfego com o hinterland, a AMT destaca oregisto de um acréscimo global de +39,25 mil TEU (correspondente a +5,9%), com contributo mais relevante prestado pelo Porto de Lisboa, que regista um acréscimo próximo de +31,1mil TEU (+28,1%), seguido por Setúbal, com +8,74 mil TEU (+12,9%), por Sines, com +5,82 mil TEU (+2,8%), e pela Figueira da Foz, cujo acréscimo é de +1,98 mil TEU (+27,8%). No período de Janeiro a Maio de 2021, o movimento com o hinterland no Porto de Leixões reflecte uma diminuição de 8,4 mil TEU (–3%), não obstante, frisa ainda a AMT, o «significativo acréscimo apurado no próprio mês de Maio (+7 mil TEU ou +13,7%)». Em termos de quotas de mercado no tráfego com o hinterland assinala–se que a liderança é detida peloPorto de Leixões, com 37,9%, seguido de Sines, com 30%, Lisboa com 20%, Setúbal com 10,8% e Figueira da Foz com 1,3%.


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Notícias do Mar

Ambiente Marinho

Cidade Flutuante para a ONU A ONU pretende cidades resistentes às alterações climáticas e uma ideia será serem construídas flutuantes, como a “Oceanix City”, que poderá acolher 10.000 habitantes.

O

famoso estúdio de arquitetura Bjarke Ingels Group (BIG) pro-

jectou para a ONU um conceito de cidade flutuante capaz de resistir a desastres naturais como

enchentes, tsunamis e furacões. Composta por um conjunto de plataformas hexagonais atracadas no

A Oceanix City pode ter 10.000 habitantes 24

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fundo do oceano, a cidade pode acolher 10.000 habitantes e possui instalações para produzir a sua própria energia. Chama-se “Oceanix City” e está projetada para crescer, transformar e adaptar-se organicamente ao longo do tempo, com capacidade para evoluir de catástrofes: este é o protótipo de cidade que a ONU quer que vá para a frente. Bjarke Ingels, fundador da BIG diz: “nove em cada dez das maiores cidades do mundo estarão expostas ao aumento do nível do mar, algo


Notícias do Mar

O mar pode ser o nosso futuro

que será catastrófico até 2050. O mar é a nossa origem e também pode ser o nosso futuro”.

A cidade irá produzir a sua própria energia

Assim se verá desde as profundezas 2021 Agosto 416

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Notícias do Mar

Tagus Vivan

Crónica Carlos Salgado

O Tejo é Sem Dúvida uma Infraestrutura Nacional!

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ara fazer face à “mais profunda crise desde a II Guerra Mundial” a União Europeia (UE) dotou-se de um novo “Plano Marshall”, um pacote de recuperação de 1,8 biliões de euros, cabendo a Portugal mais de 45 mil milhões de euros. Este pacote conjuga o orçamento plurianual para

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2021-2027 de 1,07 biliões de euros, e o Fundo de Recuperação de “750 mil milhões de euros”. A adoção desta “bazuca” financeira, ganha ainda mais significado dado o Fundo de Recuperação ser financiado como dívida comum contraída pela Comissão Europeia nos mercados em nome dos

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27, e mais de metade da verba (390 mil milhões) ser destinada a Estadosmembros a fundo perdido, incluindo Portugal. Mas o nosso atual governo já veio anunciar que vai voltar a investir na rede ferroviária mas também que continuará a investir na rede rodoviária do país, e relativamente ao rio Tejo,

sabico “disse nada”. Na realidade, o que é bem evidente é que para os nossos governantes o rio Tejo continua a ser o parente pobre, enquanto a vizinha Espanha está cada vez mais a utilizar a água deste rio lusoespanhol para o seu crescimento económico, como se ela fosse exclusivamente sua, e nós por cá serenamente vamos tolerando esta desigualdade diariamente, na partilha dessa água que por direito também é nossa. Mas é estranho que as nossas cabeças ainda não tenham compreendido que a vizinha Espanha, como nunca conseguiu fazer deste rio uma estrada navegável, não obstante o sonho de Filipe II quando reinou também em Portugal, de querer ligar Madrid a Lisboa por via fluvial, com o objetivo de viabilizar


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a sua expansão marítima através deste rio, e até também porque este monarca já tinha nesse tempo a noção de que os transportes por via fluvial eram mais vantajosos do que por via terrestre, mas como esse projeto quimérico falhou, restou à nossa vizinha Espanha obviamente, stão a ver? a solução de basear o seu crescimento económico sustentável, explorando até à exaustão a água da bacia do Tejo do seu território, aproveitando a vantagem dele ter nascido lá, água essa que também é nossa por direito, enquanto os nossos políticos e governantes serenamente, vão continuando de costas voltadas para o Tejo, recusando a compreender, em boa consciência que, nós por cá sempre tivemos a vantagem de ter neste rio grande, um filão para criar riqueza e progresso, à imagem do passado, graças à sua navegabilidade que é possível e exigível, porque ele quer queiram quer não, não deixa

de continuar a ser uma infraestrutura natural e viva, um verdadeiro filão que volta a

ser mais uma vez ignorado e desperdiçado, devido ao governo, para além de apli-

car os fundos da Bazuca na via ferroviária, e ainda bem, só peca por tardia, continuar

O Tejo em Vila Velha de Ródão, próximo da fronteira de Cedillo 2021 Agosto 416

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Notícias do Mar

teimosamente a desviar parte desses fundos para a rede viária, quando deviam ter melhor aproveitamento para resolver outras insuficiências estruturais do país, mas não pense que os cidadãos portugueses, não deixam de legitimamente desconfiar de que “Aqui há gato”, por terem a memória bem viva dos crimes sob suspeita que essas grandes obras viárias foram as grandes geradoras do enriquecimento indevido de alguns, senão de muitos, caso que veio recentemente a lume, e que vai continuar a arder ainda por mais alguns tempos. Notícia Escaldante: A espanha está prestes a não cumprir caudais no rio tejo “Segundo o Jornal de Notícias”, Devido aos níveis 28

de precipitação verificados atualmente no seu território, estarem abaixo dos níveis previstos e desta forma, a nossa vinha tem o direito de ficar liberta para não cumprir os caudais mínimos semanais na bacia do Tejo (que já não tem vindo a cumprir como nós sabemos, o que até já foi admitido pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) O nosso ministro do Ambiente negou que existe um problema relativamente a esta notícia da “Espanha está mais perto de ver declarada a condição de exceção prevista na convenção de Albufeira, invocando que tem falta de água no Tejo, ponto”, mas entretanto, João Matos Fernandes já anunciou que quer reunir-se com o governo espanhol de forma a renegociar os valores de descarga conforme acordados na Convenção de

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Albufeira, e anunciou que no verão de 2020 vai estar concluído o estudo prévio para uma nova barragem no lado português do rio Tejo. Segundo o ministro, esta albufeira, vai dar um contributo para reduzir a escassez do caudal pelo incumprimento das autoridades espanholas, (afinal sempre admite que há incumprimento). Não foi por acaso... Nós cidadãos portugueses amigos do Tejo, não foi por acaso que já desde alguns anos temos vindo a sugerir com insistência, por meio de imagens, exemplos e argumentos bem fundamentados, neste jornal, que provam que o Tejo português deve ser navegável como acontece nos países mais desenvolvidas da Europa

e do mundo, e que é cada vez de mais inadiável que ele passe, prevenidamente, a ser autosuficiente, devido a poder vir a estar em causa a Independência Nacional, porque esta situação decorrente da falta do cumprimento dos caudais suficientes do Tejo por parte da Espanha, torna-se até exigível que o nosso governo passe a encarar com carater de urgência, investir alguns trocos da “Bazuca” que aí vem, para avançar com um programa e projeto de uma obra hidráulica a valer, usando tecnologias mais avançadas, hoje disponíveis, para revitalizar e aproveitar devidamente o nosso maior rio, assumindo e reconhecendo que ele não pode deixar de ser também considerado e tratado como uma “Infraestrutura” nacional, cuja importância para o futuro desenvolvimento do


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nosso país não é inferior à das rodovias e das ferrovias, tomando o exemplo da preferência que a EU tem dado aos transportes fluviais dos Estados-membros, ao apoiar a incrementação do transporte fluvial, com fundos específicos. Partindo dos projetos de navegabilidade no tejo, já existentes e adaptando-os à actualidade... Como é sabido existem projetos quer do passado quer mais recentes, sobre a navegabilidade do nosso rio Tejo, com um âmbito de multiusos, que adaptados à realidade atual, sobre os quais temos vindo a falar neste jornal, e até por isso surgiu-nos entretanto a ideia de criar uma Plataforma Cívica em Rede, a NAVTEJO, para incentivar ao debate cívico, sobre as vantagens de uma obra hidráulica capaz de transformar o nosso rio Tejo, quer como autossuficiente quer numa verdadeira Infraestrutura viária, comprovadamente mais económica e menos poluente relativamente às outras, com a vantagem também, quer de criar mais vida natural e riqueza, quer como meio de transporte que contribui para descongestionar os portos de mar, as estradas e as ruas das cidades e as aldeias portuguesas… Projetos de navegabilidade do rio tejo Retomando as conversas que tivemos com os dois amigos que entrevistámos para este jornal, especialistas dos mais qualificados em hidráulica e em gestão de recursos hídricos, o Eng.º Américo Nunes dos Santos, que foi o último diretor da

Hidráulica do Tejo e que depois participou na formação e até como quadro técnico da primeira ARH do Tejo, de boa memória, e o Eng.º Miguel Azevedo Coutinho, doutorado (PHD) em Hidráulica Fluvial e Recursos Hídricos, tendo o primeiro destes especialistas numa entrevista que nos deu em 2012, e na continuação dos seus considerandos do número anterior deste Notícias do Mar, para além de fazer referência genericamente ao projeto da navegabilidade no Tejo apresentado pelo Grupo Mendes Godinho nos anos 80 do século passado,

comentou mais o seguinte: “Devemos estudar cuidadosamente as necessidades atuais do país (*) em relação à economia e contabiliza-las com as melhores condições técnicas e ambientais, sendo preciso também acautelar que a obra não seja capturada por interesses que, à semelhança do que aconteceu anteriormente, a transformem, não numa fonte de progresso mas numa sobrecarga para a economia. (*) “ e nós cidadãos portugueses amigos do Tejo não podemos deixar de alertar mais uma

vez os portugueses e o governo para, quer o que na realidade temos vindo a constatar de que a Espanha não tem cumprido os caudais regulares, quer diários quer semanais sequer, para além do recente anúncio, supracitado, saído nos jornais, sobre a tentativa anunciada da Espanha estar prestes a não cumprir os caudais no rio Tejo, para futuro, o que tudo leva a crer que o nosso Tejo tem de estar preparado para ser autossuficiente” Mas prosseguindo, o segundo especialista entrevistado, Miguel Azevedo Coutinho, em 2016, respondeu o seguinte: “A navegação no rio Tejo é tecnicamente viável, a minha experiência como projetista da navegabilidade do rio Douro, e em outros projetos em que a Hidrotécnica Portuguesa esteve envolvida, levou-me a visitar alguns dos principais sistemas fluviais e

O Tejo em Santarém 2021 Agosto 416

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Notícias do Mar

canais da Europa e dos Estados Unidos da América, mas a primeira questão que se coloca é a da definição do tipo de navegação que se pretende estabelecer, e isso requer um conjunto de estudos aprofundados. Como já referi, considero que a navegação no Tejo é tecnicamente viável e que é possível alcançar escalas semelhantes às dos principais sistemas de navegação interior, fluvial e interfluvial do mundo e, particularmente, inseri-la no contexto da política europeia para os transportes, que considero altamente vantajoso, tanto do ponto de vista económico como ambiental, o transporte aquático face aos modos rodoviários e ferroviários,

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sabendo-se que todos os cursos água que na prérevolução industrial foram navegáveis, mantiveram essa navegação na época, mesmo com as autoestradas de comunicação de pessoas e bens, e que, prosperaram, modernizaram-se para que esses cursos de água navegáveis continuem a ser atualmente a espinha dorsal dos sistemas de transportes pesados na Europa, porque esses rios continuaram a evoluir muito e fazem hoje parte da principal estrutura verde ambiental (Green Infraestructures)”. Mas acresce que, tendo o rio Tejo condições morfológicas adequadas para o estabelecimento da navegação, enquanto que o ordenamen-

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to do território e o usufruto dos seus principais recursos tem estado, em certa medida em Portugal, de costas voltadas para as nossas linhas de água, em particular para o rio Tejo, é fundamental potenciar as capacidades deste rio e enobrecê-lo como recurso, ao retorná-lo navegável. Deveria fazer parte do conjunto de políticas para o território, devolver a navegabilidade ao Tejo e ordená-lo como estrutura da maior valia ambiental e como suporte primordial de infraestrutura do sistema de transporte que deve ser desenvolvido um projeto de estabelecimento da navegabilidade, baseado em diferentes hipóteses e ambições para o alcance e desenvolvimento da nave-

gação. Uma navegabilidade circunscrita apenas ao lazer e ao turismo seria redutora no alcance das capacidades e potencialidades do rio. Mas nós cidadãos amigos do Tejo não deixamos de considerar que esta complementaridade constitui também uma mais valia, para além da pesca e da aquacultura, da água para a rega e do consumo humano e também para outros beneficiários e para as comunidades ribeirinhas, contribuindo também para travar a subida da língua salina, que está a contaminar a água naturalmente doce do rio.


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Notícias do Mar

Voo do Guarda-rios

Mais Tejo, Com o Valtejo…

Dando continuidade ao artigo do mês passado sobre as requalificações das frentes ribeirinhas do Tejo, desde Alhandra até Abrantes, vamos continuar a descrever os projetos que foram idealizados, desenhados e materializados, de montante para jusante, a partir de Abrantes.

Ancoragem 1 – Abrantes – Constância – Chamusca – VN Barquinha elativamente ao projeto “AQUAPOLIS” de requalificação das frentes ribeirinhas de Abrantes, já concretizado, começando pelas Barreiras do Tejo, na margem direita, bem assim como no Rossio ao Sul da Tejo, o Rossio de Abrantes, na margem esquerda, que constaram da construção de um açude para formar um espelho de água de aproximadamente 2Km de extensão e 500m de largo, com

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uma profundidade média de 3m, que viabiliza a prática de várias atividades náuticoturísticas, de animação e de lazer. A par desta grande obra de hidráulica, foi à partida previsto abrir um passeio ribeirinho e uma ciclovia na margem direita até ao parque desportivo expandido para jusante da cidade, requalificação que foi completada com outros equipamentos de animação cultural na margem esquerda, no Rossio, tendo sido também previstos diversos equipamentos e outros meios para o êxito deste projeto, como uma carreira de mini-bus entre o Rossio e a cidade, para

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visitas a centros históricos. Quanto a Constância, nesta Vila-Poema situada na margem direita, foi construído um exemplar parque ribeirinho no qual são realizadas as mais variadas atividades de animação lúdica, desportiva e cultural, destacando-se um Centro de Ciência Viva, e não deixou de materializar um novo projeto na margem direita do rio Zêzere com um Centro Náutico de multiusos. Como é evidente esta Vila Poema não deixou de ser recheada e valorizada pelas memórias do nosso grande épico, Luis Vaz de Camões. Na Chamusca, para além

de uma requalificação no Arripiado - Aldeia do Tejo, na margem esquerda, com um novo parque ribeirinho, um cais com rampa e um ancoradouro da barca que faz a travessia para o fronteiriço cais de Tancos, sendo de destacar também, estar integrado no novo Parque do Almourol, um passeio ribeirinho que vai desde o Arripiado até ao destacado Miradouro do Almourol, na margem esquerda do Tejo. No concelho de Vila Nova da Barquinha, para além do famoso e mítico ícone do Tejo, o histórico Castelo de Almourol, as requalificações levadas a


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cabo pelo programa Valtejo neste conselho foram diversificadas, na própria sede do concelho todo o amplo esteiro que a separava do rio Tejo foi transformado num grande espaço verde, o “jardim dos caminhos de água”, um verdadeiro parque multiusos. Desde parque se merendas, treino de canoagem e outras atividades desportivas e de ar livre, passeio pedonal e de convívio familiar, dotado dos mais variados equipamentos artísticos e criativos, desde o jardim infantil até ao novo Clube Náutico e outros pontos de diversão, convívio social e de lazer, muito bem conseguidos. Na Baixa Ribeirinha tem cafés, restaurantes e residenciais, encontram-se o edifício da Câmara Municipal e um Centro Cultural, um espaço quer museológico quer de debates, fóruns e congressos, e

também de promoção e divulgação cultural regional. Para além da requalificação da sede do concelho, outras

de interesse foram efetuadas nalgumas das suas freguesias, com destaque para o célebre Porto de Tancos.

Estas requalificações do Programa Valtejo efetuadas na Ancoragem Estratégica 1, na nova região do Médio

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Notícias do Mar

Tejo, estão reconhecidamente a ser mantidas nas melhores condições e vividas intensamente pelas suas

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populações, o que tem sido e continua a ser uma mais valia para o Tejo e um ativo que está a criar novos ne-

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gócios, emprego e contribui também para o crescimento económico da região. Lamentavelmente, nou-

tras Ancoragens Estratégicas a jusante, na Ancoragem 3 nem todas as requalificações estão a ser conservadas e vividas, umas pelos projetos originais não terem sido cabalmente cumpridos ou não chegaram ainda a ser concretizados ou até terem sido desaproveitadas devido à falta de manutenção, para além de outras que foram vítimas de vandalismo e abandono, salvo a Ancoragem Extra, a relativa ao concelho de Vila Franca de Xira, que tal como aconteceu à Ancoragem 1, foi cumprida cabalmente, e continua a ser vivida pelas populações, mas à medida que chegarmos a falar delas, logo ficam esclarecidas as tais insuficiências. . As ancoragens estratégicas que se seguem, vão sendo abordadas neste jornal, pela sua ordem numérica.


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Náutica

Notícias Touron

Freedom Boat Club

Anuncia Compra do Fanautic Club, Incorporando 23 Bases em Espanha para Acelerar Expansão na Europa O Freedom Boat Club, o maior operador de clubes de boat-sharing e uma divisão da Brunswick Corporation (NYSE: BC), anunciou, no passado dia 9 de Julho, a adquisição do Fanautic Club, um dos maiores clubes náuticos da Europa com 23 bases nas principais cidades costeiras e centros turísticos de Espanha.

E

sta adquisição acelera a expansão do Freedom na Europa, sendo o terceiro país europeu onde se estabelece o Freedom Boat Club, despois de França e do Reino Unido. “Espanha é um dos grandes destinos náuticos da Europa, pelo que estamos entusiasmadas com a oportunidade de servir os membros do Fanautic Club e implementar o nosso crescimento ao longo da costa 36

espanhola”, comentou Jason Worthy, Vice-presidente do Boating Services, EMEA. “Alargando a nossa presença nos mercados europeus mais importantes está implícito no ambicioso plano de crescimento grupo delineada pela nossa equipa de direcção na Brunswick no Dia do Investidor que se comemorou recentemente.” Das 23 bases, seis serão própias, operadas como bases corporativas, e 17 continuarão como propriedade de franchi-

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sados e operarão como tal. Actualmente, o Fanautic Club tem mais de 600 membros, continuando a crescer à medida que aumenta o número de clientes que se optam por um estilo de vida na náutica através do modelo de utilização partilhada. Diego Orallo, co-fundador do Fanautic afirmou que “há muitas sinergias entre o Fanautic Club e o Freedom Boat Club”. “Freedom é a marca de clubes náuticos mias conhecida

no mundo, pelo que lhe damos as boas-vindas a Espanha e apostamos na consolidação do seu sucesso.” A adquisição do Fanautic é já a quarta compra efectuada pelo Freedom Boat Club Corporate Team em pouco mais dum ano, após a compra da área de Nova York (no início de Abril), da área de Chicago (no início de Março e da área de Charleston, Carolina do Sul (na Primavera de 2020).


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Pesca Desportiva

Pesca Lúdica Embarcada

Beco dos inválidos

Normalmente saio ao mar a partir de Sesimbra, ou Setúbal. Há uma tradição milenar na pesca nesta região, há gente a saber muito bem o que faz, a pescar muito bem. E há os outros.

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or cada pescador conhecedor, existe uma centena de curiosos, que fazem o que veem fazer, que pescam como os outros pescam. Não que isso traga mal ao mundo, afinal de contas, se conseguem divertir-se, já alcançaram o maior objectivo que se pode conquistar quando saímos a pescar. É desta gente rija e madrugadora que vos falo hoje. Eles também merecem ter um espaço no blog, porque também contam, também pescam, e sobretudo também se divertem. E isso é tudo! Muitos deles, se não a maior parte, apenas procu38

ram um escape para uma semana dura de trabalho, uma pressão que os mói, que os massacra, e que alivia bastante quando estão em grupo, com os seus amigos do costume, a contar as suas histórias, umas mais verdadeiras que outras. Pescar também é isso, é esticar o peixe para tamanhos que ele nunca teve, é aumentar o peso de todos aqueles que escapam, é imaginar que algo que prendeu o anzol no fundo seria “seguramente” o tal peixão que se procurava há anos. Ainda que seja apenas uma ponta de rocha, ainda que seja uma rede velha e abandonada. Sobre estas,

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aquilo que é mais frequente escutar é algo como ”o velhaco está entocado no buraco, consigo puxá-lo um pouco, mas não sai nem à lei do cacete”… A maior parte dessas redes perdidas, (às centenas por esse mar fora), é responsável por enganches de anzóis em baixo, junto ao fundo, e por desesperados ataques cardíacos à superfície. Porque as pessoas confundem a subida do barco com a onda, e o por isso obrigatório esticar de linha, com mais um esforço do “peixe” para se libertar. E acreditam piamente que aquilo é assim mesmo, que é o “peixe” que faz força.


Pesca Desportiva

Texto e Fotografia Vitor Ganchinho (Pescador conservacionista) https://peixepelobeicinho.blogspot.com/

A falta de experiência, a pouca rodagem, fazem o resto. São pessoas com noções muito difusas daquilo que se passa no fundo do mar, e que normalmente estão mal equipadas, com materiais de baixo custo, com pouca sensibilidade, que transmitem pouca informação. Aquilo que vi em termos de equipamentos é algo de aterrador. E acontece a toda a linha, é da vestimenta ao balde do peixe, do calçado aos chapéus. Deixando de lado a questão da qualidade dos materiais de pesca, canas, carretos, verdadeiros “atafais” surrealistas, saídos de uma zona de promoções de …promoções de um armazém chinês, aquilo que mais aparece é gente com trajes e vestimentas que confirmam um dress-code de sem abrigo. Se está frio e nublado vão de galochas, de capas de oleado, de trajes “des-

portivos” que assustam as criancinhas. Se está calor e sol, vão de galochas, de capas de oleado, de trajes “ desportivos” que assustam as criancinhas. Haja alegria Consigo entender que quem vai aos chocos, não tenha de caprichar demasiado, e que um fato de treino velho faça a função. Meias brancas de raquetes por cima das calças de fato de treino pretas, e sapatos pretos de cabedal velhos… um casaco colorido meio tapado de tinta de choco de outros dias em que a sorte sorriu. Haja alegria. Tudo isto faz parte de um folclore que apenas surpreende quem não está habituado a vê-lo. É passar de madrugada pelo Clube Naval em Setúbal e apreciar o “drama” que ali se desenrola todos os dias. É a pesca no seu extrato baixo, do pessoal que não sabe o suficiente

para obter resultados, mas que não deixa de ir. Como que os corredores de maratona que participam, mesmo sabendo que serão dos últimos a chegar, e que irão cortar a meta muitas horas depois dos atletas de topo. Que interessa isso dos tempos, quando o objectivo não é ganhar a corrida, mas sim chegar ao fim? Que diferença faz pescar um peixe grande se com duas dúzias de pequenos se tem o mesmo peso? Porque os chocos têm muito mais actividade nocturna que diurna, e há que aproveitar as primeiras horas do dia antes de o sol estar alto, formam-se filas à porta do Clube Naval Setubalense com dezenas de barcos. Esqueçam o Covid. Afinal não existe nada disso, a julgar pela displicência com que os grupos se formam em círculo fecha-

do, a comentar pescarias passadas. Sem máscara, claro. Inventam-se regras no instante, a saída de atrelados passa afinal a ser a entrada para alguns, cruzam-se e espremem-se barcos e carros por nesgas de espaço para um onde objectivamente não cabem dois, grita-se com quem dificulta a vida, e os impede de sair. Porque o importante é sair. No fim, os pacientes funcionários do Clube Naval, onde conto com alguns bons amigos, fazem o que podem para tentar harmonizar a enorme confusão que se gera pela manhã. Todos saem, uns mais cedo que outros, embora haja quem se levante às 4 da manhã para garantir que vai ser o primeiro a colocar o barco na água. Já se sabe que todos querem sair cedo, querem ser os primeiros a chegar aos pesqueiros, que são

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Pesca Desportiva

a…um minuto de distância da doca. Se há uma saída de esgoto mesmo em frente, …azar do esgoto, é ali que andam os chocos, é ali que se pesca. O sucesso é medido em número de peças. Há choco todo o ano no Sado, embora seja evidente um acréscimo nos primeiros meses do ano, Fevereiro a Abril. Porque navegar dentro do rio não exige pe40

rícia e embarcações por aí além, é ver a incrível panóplia de objectos a que se consegue chamar de …“barco”. Sair e navegar é preciso, e se tiver de ser numa banheira a remos, tanto se dá. Importante mesmo é…sair! Outros aventuram-se a sair “mar fora” Mas nem todos vão aos

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chocos. Há quem deixe isso para quem não consegue fazer mais nada que malhar nos desgraçados dos choquinhos com as suas toneiras coloridas. E esses são os pescadores a sério, os de “peixe de escama”, aqueles que irão sair para as pedras em frente à desembocadura do Sado. Pedras e peixes que assistem impávidas a gera-

ções e gerações de gente que os pesca, à linha, com redes, com covos, e tudo aquilo que possa trazer algum peixinho para casa. O polvo e o choco são abundantes nesta zona, e isso dá sustento a toda uma indústria. Já vos expliquei que, infelizmente, o choco frito de Setúbal é uma farsa. Comem-se muitas centenas de quilos de choco


Pesca Desportiva

O estuário do Sado é rico em choco. Mas o tamanho do choco de Setúbal é pequeno, (também é verdade que não lhe dão muito tempo para crescer…) apenas pode ser assado, e por isso, aquilo que efectivamente se come em Setúbal é choco importado em contentores frigoríficos, ...da Índia. Existem os “apanhadores de chocos” e os outros. Os pescadores de “peixe” têm-se desde logo por uma classe à parte. Na verdade, enquanto que uns se ficam por um tempo de navegação curto, que apenas os leva ao meio do rio, os outros

à mesa dos restaurantes, todos os dias. Não seria por aí que não seria possível abastecer a cidade.

aventuram-se a sair “mar fora”, para zonas que não distam mais de 3 ou 4 milhas do porto de abrigo. As pedras são sempre as mesmas, os iscos os mesmos, e os peixes pouco mudam. Existem milhares de pequenos peixes, de bocas curtas e dentes afiados que rapam as iscadas mal presas num ápice. É uma luta titânica entre a sagacidade dos pequenos peixes e a paciência e incapacidade técnica de quem está acima deles, desesperado no barco por não conseguir ferrar aquelas “douradas”, sargos, e outros monstros. Se a pescaria não resulta (porque não pode mes-

mo resultar….), lá vem o costumeiro lamento “ isto hoje está cravado de murraça miúda!”…. Mas eles estão a pescar com iscas minúsculas que são comidas por peixe miúdo, à saída da foz de um rio que é um criadouro de peixe miúdo, em pedras em que já só existe peixe miúdo, e querem pescar o quê??!! Os resultados de uns, os que ficam dentro do rio, são meia dúzia de chocos, os resultados dos outros, os aventureiros do “mar aberto”, são meia dúzia de cavalas, duas sarguetas e um carapau. Venha o diabo e escolha. Na verdade, o importante é ir, é sair ao mar

Uma gaivota, mesmo trôpega das asas, pode perfeitamente, ao fim do dia, ter conseguido mais peixe que os ocupantes de alguns dos barcos que saem ao ...”peixe de escama”...

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Pesca Desportiva

e, mesmo que por breves horas, deixar pelas costas, em terra, preocupações que terão de ser resolvidas sim, mas mais tarde. Tenho um carinho muito especial por quem, mesmo sabendo que não irá

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pescar grande coisa, ainda assim tem a coragem de sair cedo da cama, de enfrentar o frio e o vento, para ir pescar. A ninguém nego um conselho, uma informação, um detalhe técnico. Dentro das mi-

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nhas limitações, a todos procuro ajudar. Os resultados não são melhores, são piores, ….mas são. Importante mesmo é ir, é manter viva a esperança de que um dia, aquele peixe grande que sabem que

anda lá fora no mar, vá calhar no seu anzol. A minha homenagem, o meu abraço sentido a todos eles, aos últimos do pelotão, essa massa anónima de gente que … acredita.


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Notícias do Mar

Economia do Mar

Em Leixões Escala Inaugural do World Navigator

Fotografia: Diogo Conceição/APDL

O navio de Cruzeiro World Navigator fez a sua escala inaugural no Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões.

Viagem inaugural do World Navigator

N

o domingo, dia 25 de julho, realizouse a Escala Inaugural do navio World Navigator, que deixou o Porto de Viana do Castelo no sábado, com destino ao Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões, para o embarque de

passageiros, com destino à Grécia. Este foi o primeiro cruzeiro pós-pandemia com saída do Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões e para celebrar a Escala Inaugural do World Navigator, realizou-se a habitual cerimónia

Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões 44

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de troca de placas, com a presença de Joaquim Gonçalves, Administrador da APDL, de Mário Ferreira da Mystic Cruises e das autoridades locais, assinalando a primeira escala do navio em Leixões. Durante a tarde realizouse o embarque dos passageiros, na sua maioria de nacionalidade Portuguesa e, ao final da tarde, o World Navigator rumou com destino a Lisboa, fazendo ainda parte do itinerário, paragens em Gibraltar, Formentera, Ibiza e Capri, finalizando esta viagem inaugural em Atenas, na Grécia. Este exclusivo navio, de construção totalmente nacional, foi encomendado pela Mystic Cruises aos Estaleiros Navais da West Sea em Viana do Castelo. Faz parte da gama “Ex-

plorer” e foi construído com base no código polar (classe de gelo), sistema de propulsão híbrida, encontrando-se preparado para navegar nos mares gelados da Antártida e do Ártico. Tem capacidade para acomodar 200 passageiros e 112 tripulantes, de acordo com os mais elevados padrões de qualidade e conforto. Está ainda prevista a construção de mais quatro navios de cruzeiro, passando a Mystic Cruises a deter uma frota de sete navios de cruzeiros de expedição. Depois do World Explorer e do World Voyager, que iniciaram operação em agosto de 2019 e em novembro de 2020, respetivamente, é agora a vez do World Navigator. Recorda-se que a APDL tem apoiado o desenvolvimento do cluster da indústria naval em Viana do Castelo, um setor que marca historicamente esta cidade. A empreitada de Aprofundamento do Anteporto e do Canal de Acesso aos Estaleiros Navais que representou um investimento da APDL de cerca de 20 milhões de euros, e a primeira fase de reparação e reforço do molhe Norte, num investimento de 2,1 milhões de euros, são disso exemplo. Após mais de um ano sem poder receber navios de cruzeiro, a APDL congratula-se com a retoma da atividade e por acolher a escala inaugural e o primeiro embarque do World Navigator, um navio de construção totalmente nacional.


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Pesca Submarina

Campeonato Nacional de Pesca Submarina

André Domingues Campeão Nacional Realizou-se no passado fim de semana de 26 e 27 de Junho a prova a contar para o Campeonato Nacional de Pesca Submarina, organizada pelo Clube Naval da Nazaré e a FPAS.

A

prova contou com a participação de 11 clubes e 52

atletas. A prova a nível individual foi ganha pelo atleta André Domingues pertencente ao Clube SPEARLAND, sagrando-se Campeão Nacional. O resto do pódio foi ocupado pelo atleta Jody Lot do Clube Naval de Portimão em segundo lugar e pelo atleta Rui Antunes do Clube Estoril Praia - Marisco na Praça em terceiro lugar. Foram ainda atribuídos troféus às meninas participantes, tendo o primeiro

O pódio, 1º André Domingues, 2º Jody Lot 3º Rui Antunes 46

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lugar sido entregue à atleta Rita Teixeira do Clube Naval da Nazaré, sendo os restantes lugares atribuídos a atleta Catarina Santos do Clube Estoril Praia - Marisco na Praça com o segundo lugar e a atleta Beatriz Lopes do Clube Naval da Nazaré com o terceiro lugar. Aos atletas Sub-23 o primeiro lugar ficou entregue ao atleta Diogo Machado do Clube Naval da Nazaré sendo os restantes lugares do pódio entregues ao atleta Erik Carvalho do Clube Naval da Nazaré, com o segundo lugar e em terceiro lugar o atleta

Pódio Feminino 1ª Rita Teixeira, 2ª Catarina Santos, 3ª Beatriz Lopes


Pesca Submarina

Pódio Sub-23 1º Diogo Machado, 2ª Erik Carvalho, 3º Henrique Rosa

Henrique Rosa Stehn do Clube Estoril Praia - Marisco na Praça. Em Masters o pódio ficou para o atleta Paulo Alves do Clube Estoril Praia - Marisco na Praça, sendo o segundo lugar do atleta Jorge Torres do Clube Naval de Sesimbra e o terceiro lugar do atleta Paulo Silva do Clube Vela de Lagos. Os troféus do melhor e do maior exemplar foram para o atleta Humberto Silva do Clube Naval de Portimão. A classificação por equipas devido a ter sido apresentado um protesto sobre a mesma foi apresentada posteriormente. Após deliberação final por parte do concelho de arbitragem sobre protesto apresentado refe-

rente a classificação de clubes do Campeonato Nacional de Pesca Sub-

Humberto Silva troféus do melhor e do maior exemplar

marina 2021, as classificações finais relativas a classificação de Clubes para o

Campeonato Nacional de Pesca Submarina do ano 2021 foi a seguinte.

Pódio Masters 1º Paulo Alves, 2º Jorge Torres, 3º Paulo Silva 2021 Agosto 416

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Pesca Submarina

Equipa do Clube Estoril Praia – Marisco na Praça, ficou 1º lugar

1º lugar Clube Estoril Praia – Marisco na Praça 2º lugar Clube Vasco da Gama – Suzuki Marine 3º lugar Clube Naval de Portimão. A FPAS congratula todos os participantes e clubes que estiveram presentes, em especial ao clube organizador na pessoa do Sr. Nuno

Gaudêncio, bem como a quem se deslocou a título benévolo para ajudar os atletas (barqueiros e comissários presentes), ao Juiz Árbitro Ricardo Martins, ao Wildcard Luís Duarte, e por último ao excelente trabalho que tem vindo a ser realizado pelo Diretor Técnico Nacional, Paulo Moreira.

Luís Duarte participou como Wildcard

Equipa Vasco da Gama – Suzuki Marine ficou em 2º lugar 48

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Equipa do Clube Naval de Portimão ficou em 3º lugar


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Notícias do Mar

Notícias do Ministério do Mar

Cavalo marinho

Espécies Marinhas

Mais Preservadas em Portugal Com as medidas do Decreto-Lei n.º 38/2021, a DGRM vai aplicar a vigilância e controle da preservação de espécies marinhas no espaço marítimo nacional.

A

Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos I.P. (DGRM)

apoia a vigilância e fiscalização com o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas I.P. (ICRN)

para aplicação das medidas do Decreto-Lei n.º 38/2021, de 31 de maio, sempre que estejam em causa espécies

Pepino do mar 50

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marinhas ocorrentes em espaço marítimo nacional, nos termos do nº 2, do artigo 13º deste diploma.


Notícias do Mar

Coral vermelho O novo decreto-lei, aprovado no Conselho de Ministros de 31 de maio de 2021, estabelece o regime jurídico aplicável à proteção e à conservação da flora e da fauna selvagem e dos habitats naturais das espécies enumeradas nas Convenções de Berna e de Bona, conferindo proteção a algumas espécies (Grupo I e Grupo II, em baixo) não abrangidas pelos anexos das Convenções de Berna e de Bona, mas igualmente necessitadas de medidas de proteção, como são os casos do coral-vermelho, do cavalo-marinho ou do pepino-do-mar. Além deste apoio ao ICRN, a DGRM fica com competências de fiscalização e regime sancionatório, nos termos do Nº1 do Artigo 14º, em matérias relativas às espécies marinhas em

espaço marítimo nacional, no âmbito do Decreto-Lei n.º 38/2021. Espécies que passaram a estar protegidas com o Decreto-Lei n.º 38/2021: Grupo 1 - Fauna: Invertebrata; Cnidaria; Anthozoa spp. (coral-vermelho, coraisnegros, corais-duros). Grupo 2 - Flora: Angiospermae; Asteraceae; Cirsium welwitschii Coss; Cynara tournefortii Boiss. & Reut; Lamiaceae; Thymus albicans Hoffmanns & Link; Fauna: Invertebrata; Annelida; Hirudinidae; Hirudo spp. (sanguessugas); Echinodermata; Holothuroidea (pepinos-do-mar); Chordata; Actinopterygii; Syngnathiformes; Syngnathidae (cavalos-marinhos e marinhas).

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Vela

Vela

Mirpuri Foundation Racing Team

homenageada pelo Ministro do Mar e Secretário de Estado do Desporto A Mirpuri Foundation Racing Team, que se consagrou campeã na The Ocean Race Europe, que teve início a 29 de maio e que terminou a 19 de julho, acaba de ser hoje homenageada pelo Ministro Português dos Assuntos Marítimos, Ricardo Serrão Santos e pelo Secretário da Juventude e do Desporto, João Paulo Rebelo.

O

barco de bandeira portuguesa VO65 “Racing for the Planet”, que integrou na tripulação o skipper francês Yoann

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Richomme e três velejadores lusos - Bernardo Freitas, Frederico Melo e Mariana Lobato, alcançou uma dupla vitória ao vencer a regata costeira

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em Génova e o título de grande vencedor da prova da The Ocean Race na Europa, colocando Portugal sob os holofotes da vela internacional, numa

prova que teve este ano a sua primeira paragem em Cascais (Portugal), seguida de Alicante (Espanha). Na cerimónia realizada em Lisboa, onde esteve


Vela

presente o Presidente da Fundação Mirpuri, Paulo Mirpuri, o Ministro do Mar, Ricardo Serrão Santos, dirigiu homenagens aos velejadores portugueses Frederico Melo, Bernardo Freitas, Mariana Lobato e ao boat captain António Fontes, afirma: “A Mirpuri Foundation Racing Team foi brilhante e conseguiu obter uma vitória histórica para o nosso país. É de louvar que o tenha feito com a mensagem subjacente de consciencialização para a proteção dos oceanos. Efetivamente vivemos numa corrida para salvar o nosso planeta e os nossos oceanos.” Já o Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Rebelo, salienta que “A Fundação Mirpuri tem contribuído

bastante para a evolução do desporto nacional, bem como tem alertado para preocupações ambientais relacionadas com os oceanos, o que é da maior relevância para um país como Portugal, que tem uma forte ligação ao mar. Os atletas partiram com um espírito vencedor e efetivamente alcançaram o marco histórico de ser primeira equipa portuguesa a vencer esta regata.” A The Ocean Race é reconhecida internacionalmente como a regata mais difícil do mundo, na qual os melhores velejadores do mundo não só lutam pela vitória como testam o trabalho de equipa, a habilidade e a resistência individual. Esta prova tem assumido como uma priori-

dade nos últimos anos, as questões de sustentabilidade e neste caminho a organização tem contado com o apoio da Fundação Mirpuri, nomeadamente em 2017,

onde a Fundação se constituiu como parceira principal de sustentabilidade como parte de uma estratégia global contra a poluição dos plásticos nos oceanos.

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Notícias do Mar

Notícias do Ministério do Mar

Pesca Lúdica em Estudo

A Direção -Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM) está a realizar um estudo da atividade de Pesca Lúdica, com colaboração do Instituto de Marketing e Research.

Pesca lúdica apeada

O

estudo visa melhorar o conhecimento da atividade de Pesca Lúdica praticada em Portugal Continental, e a caracterização dos pescadores recreativos, para melhor proteger os recursos e melhorar as condições de prática desta importante atividade de lazer. A DGRM recorda que a pesca lúdica é uma atividade económica e socialmente relevante, mas que, com

uma gestão inadequada, pode causar perturbações nos sistemas ecológicos das áreas marinhas, costeiras e outras. Para evitar uma gestão inadequada fica o desafio DGRM, para resposta ao estudo até ao próximo dia 25 de julho. Foram contudo já remetidos convites, por SMS, apelando à participação dos titulares de licença de pesca lúdica, de forma a ser possível reunir informa-

Pesca lúdica submarina 54

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ção que permita garantir o uso sustentável dos recursos pesqueiros.

Participe, respondendo ao inquérito disponível em: https://pescaludica.imrsurvey.pt/

Pesca lúdica embarcada


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Notícias do Mar

Notícias da MSC

Navio a Hidrogénio

Primeiro Navio de Cruzeiro a Hidrogénio MSC, Fincantierie e SNAM com parceria para o primeiro navio de cuzeiro marítimo do mundo a Hidrogénio.

A

parceria irá inicialmente realizar um estudo de viabilidade para examinar os requisitos para construir o navio e a sua infraestrutura de abastecimento. O objectivo é chamar a atenção para a necessidade de utilizar combustível de hidrogénio no transporte marítimo, para atingir a descarbonização e atrair os investimentos públicos e privados, tão necessários para tornar isso possível em escala. Iniciativa parte da jornada da MSC para alcançar operações neutras em carbono até 2050. A Divisão de Cruzeiros do 56

Grupo MSC, a Fincantieri e a Snam, anunciaram a assinatura de um Memorando de Entendimento (MoU), para determinar em conjunto, as condições para o projecto e construção do que tornarse-á no primeiro navio de cruzeiro marítimo movido a hidrogénio do mundo. O dono da terceira maior companhia de cruzeiros do mundo e parte do conglomerado marítimo e de logísticas líder mundial MSC Group, um dos maiores grupos de construção naval do mundo e uma operadora de infraestrutura energética internacional líder, juntou forças para realizar inicialmente um estudo que avaliará a viabili-

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dade de projectar e construir o primeiro navio de cruzeiro oceânico do mundo movido a hidrogénio, o que permitiria operações com emissões zero em certas áreas, e o desenvolvimento da infraestrutura de abastecimento de hidrogénio relacionada. O hidrogénio verde pode ser produzido sem combustíveis fósseis, usando energia renovável para dividir a água num processo chamado eletrólise e, portanto, pode ser livre de emissões num ciclo de vida completo. Pode ser usado para gerar energia elétrica através de uma célula de combustível, emitindo apenas vapor de água e calor. Este tipo de hi-

drogénio “verde” possui um grande potencial para contribuir para a descarbonização da indústria naval, incluindo os cruzeiros, seja na sua forma pura ou como combustível derivado de hidrogénio. Pierfrancesco Vago, Executive Chairman da divisão de cruzeiros do MSC Group disse, “Como uma empresa que há muito faz da sustentabilidade ambiental o seu foco, queremos colocar-nos na vanguarda da revolução energética para o nosso sector e o hidrogénio pode contribuir muito para isso. No entanto, hoje, os níveis de produção permanecem baixos e o combustível de


Notícias do Mar

hidrogénio ainda está longe de estar disponível em grande escala. Com este projecto, estamos a assumir a liderança para trazer essa tecnologia promissora para a nossa frota e para a indústria, enquanto enviamos o sinal mais forte possível ao mercado sobre o quão sério levamos os nossos compromissos ambientais. À medida que avançamos com o desenvolvimento da tecnologia marítima necessária, também veremos que os fornecedores de energia tomem nota e aumentem a produção para desbloquear isso, e que os governos e o sector público entrem em acção para fornecer o apoio necessário para um projeto que é crítico para a descarbonização de cruzeiros e cargas.” Giuseppe Bono, CEO da Fincantieri afirmou: “Cada oportunidade para novas soluções e tecnologias é uma fonte de crescimento para nós. Isto permite-nos oferecer aos nossos clientes o melhor da inovação para ajudar a minimizar o impacto ambiental.” Marco Alverà, CEO da

Navio da MSC Snam disse: “O hidrogénio pode ser um facilitador chave para atingir a meta de emissões zero net no transporte marítimo, sendo responsável por aproximadamente 2,5% das emissões globais de CO2, bem como em todos os sectores difíceis de reduzir. A Snam está fortemente comprometida com iniciativas concretas para o transporte pesado sustentável - rodoviário, ferroviário e marítimo - promovendo o uso de gases renováveis como hidrogé-

nio e bioLNG. Este acordo, para nós, insere-se numa estratégia mais ampla de alavancar a nossa experiência, competências e tecnologias em gases verdes e eficiência energética, de forma a contribuir para a descarbonização total da cadeia de valor do transporte marítimo, incluindo portos e logística, que será cada vez mais crucial na nossas economias. ” De acordo com os termos do MoU, durante os próximos 12 meses, as três empresas estudarão os principais fac-

tores relacionados ao desenvolvimento de navios de cruzeiro movidos a hidrogénio. Isso inclui a organização de espaços em navios para acomodar tecnologias H2 e células de combustível, parâmetros técnicos de sistemas de bordo, cálculo de potencial economia de emissões de gases de efeito estufa e uma análise técnica e económica do fornecimento de hidrogénio e infraestrutura. A Divisão de Cruzeiros do Grupo MSC está comprometida em alcançar operações neutras em carbono

Navio da MSC 2021 Agosto 416

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Notícias do Mar

Navio da MSC até 2050. Para cumprir este objectivo, a Empresa está a trabalhar em parceria com uma ampla série de estaleiros, fornecedores, fabricantes e outras organizações e a investir em diferentes tecnologias e soluções futuras para a sua frota. A implementação da cooperação acima descrita possivelmente será objecto de futuros acordos vinculativos a serem discutidos pelas Partes a respeito dos mesmos. Sobre a MSC Cruzeiros A MSC Cruzeiros, marca contemporânea da Cruises Division do MSC Group, é a terceira maior marca de cruzeiros do mundo, bem como líder na Europa, incluindo Portugal, na América do Sul, na região do Golfo e no Sul de África com mais market share, bem como maior capacidade do que qualquer outra marca nestas regiões. 58

É também a companhia de cruzeiros com maior crescimento no mundo, com forte presença nos mercados das Caraíbas, América do Norte e Extremo Oriente. A frota dispõe de 18 modernos navios juntamente com um considerável futuro portfólio de investimento global para novos navios e está prevista crescer para 23 navios de cruzeiro até 2025, com opção para seis pedidos de navios actualmente em vigor, até 2030. A MSC Cruzeiros oferece aos seus hóspedes uma experiência de cruzeiro segura, envolvente e enriquecedora inspirada na tradição europeia da companhia, onde poderá desfrutar de gastronomia internacional, entretenimento de classe mundial, programas familiares premiados e a mais recente tecnologia “user-friendly” a bordo. Para obter mais informações sobre os itinerários

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e a experiência da marca contemporânea a bordo dos navios. Enquanto isto, a marca de luxo a ser lançada em breve deverá começar a operar em 2023 com uma frota com as mais recentes e avançadas tecnologias ambientais e marítimas disponíveis. A primeira delas terá uma arqueação bruta de 63.900 GT e contará com 461 das maiores suítes no mar, todas elas com varandas ou terraços com vista mar. Estes requintados navios introduzirão no segmento de luxo uma amplo leque de novas experiências para os hóspedes, assim como, outras actividades, bem como um amplo rácio de espaços públicos, para além de apresentarem um design altamente inovador. A prioridade número um da MSC em todas as suas operações sempre foi a saúde, segurança e o bem-estar dos hóspedes e tripulantes,

bem como das comunidades nos destinos onde os seus navios operam. Em Agosto de 2020, a MSC Cruzeiros implementou um novo abrangente e robusto protocolo de Saúde, Higiene e Segurança para se tornar na primeira grande companhia de cruzeiros a regressar ao mar. Para saber mais sobre o nosso protocolo de Saúde e Segurança. A MSC Cruzeiros está há muito comprometida com a gestão ambiental com o objetivo a longo prazo de atingir emissões zero para as suas operações. A companhia é também um investidor significativo em tecnologias marinhas ambientais navais de próxima geração, com o objetivo de apoiar o desenvolvimento acelerado e disponibilidade para toda a indústria. Mais informações sobre os nossos procedimentos de Gestão Ambiental.


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Notícias do Mar

Última

Notícias do Ministério das Infraestruras e Habitação

Melhoria dos Acessos Ferroviários ao Porto de Setúbal

Melhoria da ligação ferroviária aos terminais portuários

A

Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra (APSS) e a IP Infraestruturas de Portugal assinaram, na passada segunda-feira, 9 de Agosto, um acordo de cooperação para a Empreitada de Melhoria dos Acessos Ferroviários da “Linha do Sul” A obra trata-se da modernização das infraestruturas e eliminação de constrangimentos na ligação ferroviária ao Porto de Setúba e Praias – Sado, dando continuidade à parceria entre as duas entidades e reforçando a importância deste modo de transporte nas cadeias logísticas intermodais que utilizam o

Porto de Setúbal. O projeto de melhoria dos acessos ferroviários à zona do porto, abrange um conjunto de intervenções de melhoria operacional da ligação ferroviária aos terminais portuários e tem como objetivo maximizar a operacionalidade das infraestruturas e a eletrificação das linhas até ao interior dos terminais, permitindo o aumento da capacidade de receção e do tamanho dos comboios de e para o porto, com redução dos custos de operação, redução de manobras, reforço da segurança da circulação ferroviária e consequente diminuição do tráfego rodoviário e do impacto ambiental. Com este projeto dá-se

continuidade à estratégia de modernização do Porto de Setúbal, cujos principais investimentos consistiram na Melhoria das Acessibilidades Marítimas e na implementação da JUL – Janela

Única Logística permitindo consolidar e alargar o hinterland do Porto de Setúbal a Espanha tirando partido da Melhoria do Corredor Sul Ferroviário na ligação à fronteira de Elvas/Badajoz.

Modernização da infraestrutura ferroviária ao Porto de Setúbal

Director: Antero dos Santos - mar.antero@gmail.com Paginação: Tiago Bento - tiagoasben@gmail.com Director Comercial: João Carlos Reis - noticiasdomar@media4u.pt Colaboração: Carlos Salgado, Carlos Cupeto, Gustavo Bahia, Hugo Silva, José Tourais, José de Sousa, João Rocha, João Zamith, Federação Portuguesa de Actividades Subaquáticas, Federação Portuguesa de Motonáutica, Federação Portuguesa de Pesca Desportiva do Alto Mar, Federação Portuguesa Surf, Federação Portuguesa de Vela, Associação Nacional de Surfistas, Big Game Club de Portugal, Club Naval da Horta, Club Naval de Sesimbra, Jet Ski Clube de Portugal, Surf Clube de Viana, Associação Portuguesa de WindSurfing Administração, Redação: Tlm: 91 964 28 00

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