Notícias do Mar n.º 397

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Notícias do Mar

500 anos da Volta ao Mundo de Fernão de Magalhães

“Sagres” na Volta ao Mundo de Fernão de Magalhães

O navio-escola “Sagres”, o mais emblemático da Marinha Portuguesa O navio-escola “Sagres”, o mais emblemático da Marinha Portuguesa, iniciou no passado dia 5 de Janeiro, uma viagem de circum-navegação, com partida em Lisboa, no ponto alto das celebrações dos 500 anos da circum-navegação de Fernão de Magalhães, vai fazer um percurso de 371 dias, juntando ainda projectos científicos a bordo para medir a saúde dos oceanos, missão que acontece pela primeira vez.

A

guarnição da “Sagres” é constituída por 142 militares, aos quais se juntaram 50 elementos da Aporvela, Associação Portuguesa do Treino de Vela e dois investigadores, que irão desen2

volver uma série de projectos científicos a bordo, em vários pontos dos oceanos, com o objectivo de medir a sua saúde. Antes de largar, a “Sagres” recebeu o Presidente da República, Marcelo

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Rebelo de Sousa e diversos elementos do Governo também para uma cerimónia de entrega da bandeira portuguesa que vai ser usada nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020, durante os quais, num dos

momentos mais importantes da viagem, a “Sagres” será em Tóquio a Casa de Portugal. Esta viagem que agora se iniciou, levou um período de preparação que foi superior a um ano e meio,


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envolvendo a montagem de equipamentos, tratar dos aspectos logísticos e a organização dos materiais, porque, para além da tripulação o navio leva agora um número considerável de pessoas. A “Sagres”, serve para a instrução dos cadetes da Marinha e tem bandeira portuguesa há quase seis décadas. A viagem de circum-navegação será muito semelhante aquela que Fernão de Magalhães fez há 500 anos, mas vai demorar um ano e não três anos que demorou a viagem de Fernão de Magalhães e Sebastião Elcano. O capitão-de-fragata Maurício Camilo, comandante da Sagres leu quase todos os livros sobre a viagem de Fernão de Magalhães. Segundo o comandante da “Sagres”, “hoje sabemos exatamente para onde temos de ir. Mas mais do que isso é a capacidade que actualmente existe de termos informação sobre a meteorologia no mar e sobre o que vai acontecer nos próximos dias nas áreas onde vamos navegar. Isso vai permitir-nos tentar evitar ou mitigar as condições mais desfavoráveis para o navio navegar e manobrar. Nem sempre será possível”.

Fernão de Magalhães

Nautel Instalou um Sistema de Comunicação por Satélite

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ara a viagem que o navio escola-escola “Sagres” está a empreender a Nautel foi a empresa escolhida para conceber a solução, apoiar a instalação e configurar, um sistema de comunicações por Satélite para internet de alto débito com redundância, meios de suporte em caso de falha da energia principal, e meios de adaptação ao navio. O sistema tem por base o terminal de comunicações por satélite da Intellian, representada da Nautel e líder mundial neste segmento. O projeto foi em parceria com a Inmarsat , o operador global de serviços de comunicação por satélite. A Inmarsat, tendo pois sido parceira profundamente envolvida vai colaborar na divulgação mundial desta viagem. https://www.inmarsat.com/service/fleet-xpress/ https://www.intelliantech.com/Satcom/gx/gx100

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Será em função das condições meteorológicas que se desenrolará a vida a bordo. A tripulação tem as suas tarefas habituais e desde a alvorada, pequeno-almoço, almoço e jantar, há trabalho para todos.

A viagem de circum-navegação de Fernão de Magalhães

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa com a guarnição da “Sagres” 4

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Uma Embaixada de Portugal Como “Embaixada de Portugal”, ao longo da viagem a “Sagres” irá atracar em vários portos onde a embarcação vai estar à disposição de público, do qual são esperadas muitas pessoas, dispostas a visitar o navio e a conhecer o que nele está a ser organizado. Como navio-escola de Portugal a “Sagres” desperta muita curiosidade e interesse, por esse motivo vai passar por mais de 20 portos de 19 países diferentes. O Ministro do Mar, Ricardo Serrão Santos, realçou: “Magalhães desfez a quadratura do círculo. Deu-nos um mundo redondo e abriu horizontes a novos mundos, povos, culturas, motivado pela riqueza das especiarias das índias e pela possibilidade do comércio em que o cravinho,


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Ponte de comando

Vão ser feitas cerca de 400 recolhas de água para investigação

o arbusto de sementes aromáticas, providenciava o incentivo para uma economia mundial emergente”. Investigação científica feita a bordo É a primeira vez que o navio vai ser utilizado como plataforma para a realização de experiências científicas, missão que assume uma grande importância nesta volta ao mundo. Vão ser feitas amostragens ao longo do percurso para permitir colheitas e determinar mais conhecimentos. Vai haver eventos relacionados com a divulgação e comunicação dos oceanos e a poluição pe-

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A “Sagres” vai fazer um percurso de 371 dias, será Casa de Portugal e procede a projectos científicos

los plásticos. Todas as experiências têm o objectivo de medir a quantidade de microplásticos na água, medir parâmetros da água e da atmosfera. Vão-se pescar peixes para perceber como estão em termos de saúde, se têm ou não os microplásticos. Vão ser feitas cerca de

400 recolhas de água ao longo da viagem. O oblectivo é o de tentar medir um pouco a saúde dos oceanos. O Ministro do Mar disse ainda “A viagem envolve uma série de protocolos científicos para conhecer melhor as correntes, a influência do clima, a biodiversidade e a poluição

Vinhos à experiência, o Moscatel de Setúbal e o Generoso de Carcavelos. 6

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dos plásticos e microplásticos, ela é.também uma viagem de sensibilização da população a nível global”. Outras experiências que se vão fazer, é o que acontecerá aos vinhos, o generoso de Carcavelos, de Denominação de Origem Contolada e ao Moscatel de Setúbal, que vão em barris em cima do convés, ao sol e ao frio.

Comemorar o feito de um génio O navegador português Fernão de Magalhães, considerado por muitos historiadores um génio, era um estudioso, tinha experiência em navegação e a ideia de fazer a travessia do Pacífico até ao Atlântico. Tentou vender o projecto primeiro a D. Manuel I, mas não o convenceu.

Isaltino de Morais, presidente da Câmara Municipal de Oeiras ofereceu o Vinho de Carcavelos


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Mapa que indica as datas, da passagem de Fernão de Magalhães, pelo estreito que ficou com o seu nome

Conseguiu persuadir a Coroa de Espanha a financiar a expedição, porque nos seus cálculos as Ilhas Molucas, as Ilhas das Especiarias, encontravam-se no lado de Espanha, definido pelo meridiano do Tratado

A “Sagres” leva a bandeira portuguesa que vai ser usada nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020 8

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O Cabo Horn é o ponto mais ao Sul do continente Sul-Americano

de Tordesilhas. A frota foi comandada por Fernão de Magalhães, mas teve que levar Sebastião Delcano e também marinheiros espanhóis. A expedição, depois de deixar Sevilha, zarpou em Setembro de 1519 de Sanlúcar de Barrameda no Sul de Espanha, com cerca de 240 homens distribuídos em cinco caravelas, numa rota bem conhecida pelos portugueses para o Brasil, onde chega em Dezembro. A frota foi descendo a costa e passa pelo Rio da Prata em Janeiro de 1520, com menos um barco que ficou encalhado.

Passaram alguns meses até encontrarem um estreito entre as muitas ilhas no sul do continente, em Abril estão na Terra do Fogo e Fernão de Magalhães concluiu o seu objectivo de passar para o Oceano Pacífico e demonstrar a esfericidade da Terra. Foi o primeiro a alcançar a Terra do Fogo no extremo Sul do continente americano e atravessar o estreito que hoje tem o seu nome. A missão de Fernão de Magalhães, ao serviço do rei de Espanha, era provar que as Ilhas das Especiarias, situavam-se no domínio espanhol, mas cometeu um erro de cálculo e

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as Ilhas Molucas não eram dos espanhóis. Em vez de regressar a Espanha, envolveu-se em lutas tribais nas Fillipinas até ser morto em Abril de 1521. A expedição, posteriormente chefiada por Juan

Sebastián Elcano conseguiu regressar apenas com um navio e 18 homens em 1522. A Viagem da “Sagres” Após a partida em Lisboa a primeira paragem é em Te-

nerife, seguem-se a cidade da Praia a19 de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil a 10 de Fevereiro, Cidade do Cabo na África do Sul a 27 de Março, Maputo a 9 de Abril, chegada a Singapura a 20 Maio, Jacarta a 29 de Maio, 9 de Junho Chegada

A “Sagres” à partida de Lisboa 10

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a Dili, em Timor-Leste, a 7 de Julho chegada a Shangai na China e finalmente Tóquio a 18 de Julho, onde será a Casa d Portugal, durante os Jogos Olímpicos. Depois partirá para Honolulu no Havai, nos Estados Unidos a 27 de Agosto e a 18 de Outubro será a chegada a Punta Arenas no Chile onde se efectuarão algumas das cerimónias das Comemorações dos 500 anos da descoberta do Estreito de Magalhães e onde permanecerá até 23 de Outubro. Depois inicia-se o regresso com partida de Punta Arenas, e passagem por Valparaíso no Chile, Callao no Peru, Cartagena das Índias na Colômbia e chegada a 30 de Dezembro a Ponta Delgada, para terminar a viagem em10 de Janeiro de 2021 com a chegada a Lisboa


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Náutica

Notícias Yamaha

Este Ano É Hora de Trocar o seu Motor! De1de Janeiro a 31de Março

Está na hora de aproveitar uma ótima Campanha de Remotorização para os motores do F115 ao F200. Na compra de um novo motor fora de borda Yamaha do modelo escolhido, para além da vantagem financeira, ganha um Saco Yamaha à prova de água de oferta, no PVPR de aproximadamente 100€.

S

aiba mais na sua Loja Yamaha Marine habitual. Todos os valores apresentados já incluem IVA à taxa em vigor, atualmente de 23%. Preço de 2020 é a designação de Preço de Venda ao Público RECOMENDADO 2020 nos Concessionários 12

Autorizados Yamaha Marine, que sejam aderentes à campanha, que é válida de

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2 de Janeiro a 31 de Março de 2020 e exclusiva para a rede de distribuição Yamaha

Marine, nos modelos mencionados nos materiais promocionais, desde que sejam modelos disponíveis para entrega durante a validade da campanha. A presente campanha não é acumulável com outras campanhas, packs, ofertas ou descontos. Só é válida na compra de motores fora de borda isola-


Náutica

em www.cleanthesea4yamahamarine.pt e entre na nossa Campanha de Res-

Saco à prova de água

dos e não com preço de pack com barco. A retoma de um motor antigo é aceite para qualquer motor fora de borda, independentemente da cavalagem, estado ou marca. A oferta da Campanha será limitado ao stock existente e é da responsabilida-

de do Concessionário onde o Cliente adquirir o motor novo e entregar a retoma. A Yamaha não se responsabiliza pela falta de stock da oferta ou pela não entrega da mesma por parte do Concessionário, caso a Yamaha não receba do Concessionário toda a documentação necessária (comprovativo de compra e retoma do motor antigo) até à data limite de 15 de Abril de 2020. Depois de adquirir o seu motor Yamaha, registe-se

ponsabilidade ambiental. Visite a Loja Yamaha Marine mais próximo de si!

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Náutica

Notícias Yamaha

YAMAHA com Grande Área na Nauticampo de 12 a 16 de Fevereiro 2020 O ano que se avizinha será um ano muito especial para a Yamaha, por isso chamamoslhe #YAMAHA2020!

Yamaha F300B

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m termos de novidades na área marine, nos motores fora de borda poderão já ter visto o XTO F375A, um motor de potência, torque, controlo, fiabilidade e inovação,

que poderá ver ao vivo na Nauticampo 2020. Yamaha F300D Mas existe uma ótima novidade, cuja estreia europeia será em Portugal - o Novo

F300D, uma versão comercial do motor fora de borda F300, o qual entre muitas vantagens competitivas Yamaha, foi desenhado para ter uma performance profissional de alto rendimento.

Yamaha-FX-SHO CR 14

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Motores de Transmissão Elétrica (ED) Nos motores de transmissão elétrica (ED), existem 3 novos modelos – o MX18 (com velocidade variável), o M32 (com 24V, velocidade variável e o sistema Digital Maximizer – para uma utilização energética muito mais eficiente e que faz durar a energia até 5 vezes mais.) e o MS20 Salt Water, modelo especialmente concebido para água salgada com 4 camadas de proteção, componentes eletrónicos protegidos, 42A e com o sistema Digital Maximizer – um modelo perfeito para motor de


Náutica

apoio numa embarcação. Em 2020, temos 7 modelos ED (motores de transmissão elétrica) à escolha de cada Cliente para uma vivência adequada a todas as exigências, sem comprometer as suas crenças ou e a utilização. Área de 1.368m2 Powered by Yamaha A par destas grandes novidades, nos motores fora de borda, na Nauticampo vai poder ter à sua disposição uma área de 1.368m2 com grandes marcas EmPowered by Yamaha. Vão ser 14 marcas parceiras que estão a trabalhar diariamente para ter os melhores produtos para si. Vão ser cerca de 50 embarcações e quem sabe chegaremos próximo dos 100 motores! Grande desafio! “Estamos certos que qualquer visitante vai encontrar na #YAMAHA2020 o seu produto de sonho, o produto necessário à sua atividade profissional ou o produto perfeito para a sua necessidade específica. Visite-nos e participe nas ações de marketing que estamos a desenhar.” Visite-nos no lado esquerdo do Pavilhão 1 na Nauticampo, com os mais variados produtos à sua escolha e para satisfazer as expectativas e necessidades de cada Cliente. Motores Fora de Borda Motores ED (de transmissão elétrica)

Yamaha-YAM

Sirius

WAVERUNNERS As nossas estrelas de diversão, contam em 2020 com uma vasta gama com cores desafiantes, vibrantes e estilosas. Venha ver a VX Limited ou o topo de gama FX SVHO Cruiser ou ainda a GP1800R HO, um modelo de alta cilindrada e com con-

Obe Fisher 625 2020 Janeiro 397

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Náutica

sumos de combustíveis sem rivais. YAM A marca da casa, este ano terá um stand próprio como os seus pneumáticos e os semi-rígidos de pequena dimensão e casco em alumínio ( entre os 2,4m e os 3,80). Estamos a preparar muitas novidades e promoções atrativas.

Dipol d400

Capelli Tempest 625

SIRIUS A conhecida marca Portuguesa estará no nosso stand com alguns modelos da sua gama desenhada a pensar nas águas nacionais e construídos com a qualidade com que já nos habituaram, trazendo um novo modelo surpresa e mais alguma novidade. A marca é construída pelo Estaleiro Obe&Carmen e é comercializada nos Concessionários Yamaha Marine, de forma exclusiva. OBE FISHER É provavelmente a mais antiga marca de barcos de pesca Portuguesa, construída pelo Estaleiro Obe&Carmen e comercializada também pelos concessionários Yamaha Marine. Teremos os modelos mais recentes para que possa vê-los mas também verificar a capacidade de personalização que a marca apresenta. DIPOL O estaleiro Espanhol Dipol, de Huelva, terá um stand repleto de modelos populares muito conhecidos e mostrar a capacidade de inovação, com pormenores que fazem toda a diferença. Venha ver toda a gama Dipol, incluindo o modelo mais apetecível para a iniciação à náutica, o D-F1RST.

Sunchaser 8520 16

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CAPELLI A prestigiada marca italiana, representada em Por-


Náutica

tugal pelo Concessionário Yamaha Marine ANGEL PILOT/BG/PORTINAUTA, terá algumas soluções bastante criativas, sempre com o glamour com que já nos habituou. Este ano vai ter um modelo de luxo – o Tempest 850 WA com o novíssimo F375A, bem como as novidades 650BR, inovador semi-rígido bowrider e o Tempest 625 Pro Fishing. SUNCHASER A marca americada de jangadas ou pontoon boats perfeitas para águas interiores e para uma navegabilidade totalmente versátil, representada em Portugal pelo Concessionário Yamaha Marine ANGEL PILOT/BG/ PORTINAUTA, apresenta a nova Geneva Fish 22.

Riamar 550 open tarem. O modelo D28 Xplorer equipado com um twin set de F200G, vai fazer as maravilhas dos visitantes,

representada em Portugal pelo Concessionário Yamaha Marine ANGEL PILOT/BG/PORTINAUTA.

CRANCHI Marca italiana de elegância e luxo, que mostra um dos seus modelos com motor

RIAMAR Uma marca Portuguesa, com certeza, que fabrica na região de Aveiro e que conta com uma singular qualidade de acabamentos e modelos que poderão encontrar os visitantes. SEAGAME Procura um barco de pesca desportiva à séria? Então venha ver o Seagame 250CC com personalização Yamaha Pro Fishing, especialmente concebido para a pesca desportiva e com grande capacidade para a pesca do Big Game. Uma marca italiana com uma performance notável e um comportamento na água ideal, representada pelo Concessionário Yamaha Marine, Neptune Pirate.

Seagame

DE ANTONIO Marca espanhola de luxo e vanguardismo. Embarcações modernas, nas quais os motores fora de borda estão guardados. Vamos ver quem adivinha onde eles estão, quando nos visi-

De Antonio 2020 Janeiro 397

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Náutica

da na fábrica da Yamaha na Finlândia, terá a mesma embarcação com 2 estilos de motorização, para mostrar ao visitantes a versatilidade desta marca, comercializada em toda a rede de distribuição Yamaha Marine. GRAND A marca ucraniana de semirígidos distribuída em Portugal, pelo Concessionário Yamaha Marine Nauticolour, marcará presença com alguns dos seus modelos. Cranchi fora de borda. Uma amostra perfeita da tendência de evolução dos motores fora de borda nas embarcações

de luxo e de maior dimensão, representada em Portugal pelo Concessionário Yamaha Marine ANGEL PI-

LOT/BG/PORTINAUTA. BUSTER A marca da casa, construí-

ZODIAC A conhecida marca francesa de semi-rígidos estará representada pelo seu importador, a Yachtworks, loja autorizada Yamaha Marine, na Marina de Cascais, estará presente com alguns modelos, entre eles a novidade 650 PRO. BENETEAU A grande novidade no mundo EmPowered by Yamaha e com uma ótima promoção na Nauticampo. Visite as áreas do barco a motor e a área de Vela e fique a conhecer um mundo com-

Buster

Grand Golden line G580 18

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Acompan #YAMA #yamaham #mundoya #yamaha #motorforade #yamahaw #RevsY #EmPower #yamah #yamaham #yamaham

Para informação mais de Yamaha Motor Europe N R. Cidade de Córdova, Phone: +351 Email: infomarine Web: www.yam Facebook: @Port Instagram: @yam


Náutica

pletamente novo. A marca Beneteau é importada pelo Concessionário Yamaha Marine ANGEL PILOT/BG/ PORTINAUTA. RX Pacific Craft Pela primeira vez em Portugal e no stand EmPowered by Yamaha, a gama racing da Pacific Craft – RX, vai trazer 2 dos seus topos de gama. Esta marca é importada pelo Concessionário Yamaha Marine ANGEL PILOT/BG/PORTINAUTA. Mais uma grande novidade no mundo EmPowered by Yamaha!

Zodiac Pro 5.5

Mas as novidades não acabam aqui! Na feira poderá ainda visitar outras marcas parceiras que contam com stand próprio, como a JEANNEAU, a CAP FERRET ou a BRIG e outros. Todas estas marcas parceiras da Yamaha podem ser comercializadas em toda a rede Lojas Yamaha Marine. Esperamos por si!

nhe-nos em AHA2020 marineworld amahamarine aoutboards ebordayamaha waverunners YourHeart redbyYamaha hamarine marineeurope marineportugal

Beneteau Flyer 6.6Sundeck

etalhada, por favor contate: N.V. Sucursal em Portugal n.º 1, 2610-038 Amadora 1 214 722 100 e@yamaha-motor.pt maha-marine.eu/pt tugalyamahamarine mahamarineportugal

Pacific Craft 2020 Janeiro 397

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Notícias do Mar

Ambiente

Na Noruega Baleias em Observação Antes de Serem Mortas

Noruega vai ter um museu semi-submerso, no norte do país, para observação de baleias, mas continua a matá-las.

Andenes é considerado um dos melhores locais do mundo para observação destes mamíferos marinhos e recebe, anualmente, a visita de 50 mil pessoas que procuram ver baleias, esperando-se com a inauguração do novo museu um aumento dos visitantes.

Museu de Baleias

O

novo museu vai permitir a observação da passagem migratória de baleias a partir de um edifício camuflado pela natureza e semi-submerso. The Whale situa-se em Andenes, no Norte da Noruega e tem a inauguração prevista para 2022. O nivo museu e observatório tem o formato de uma

pequena colina, bem integrado na paisagem. O telhado será construído com pedra e musgo, permitindo uma melhor camuflagem do espaço, e funcionará como miradouro privilegiado numa zona de passagem migratório de baleias-anãs. Com cerca de 4500 metros quadrados, semi-submerso, com paredes de vidro, o edifício permite uma vista

Noruega quer mostrar baleias e continua a matá-las 20

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panorâmica para o oceano e restante paisagem natural da ilha. The Whale irá conter também um café, uma loja, escritórios e diversas exposições com artefactos relacionados com baleias. O objectivo é ao ver as baleias criar consciencialização e inspirar a sua conservação e o seu ambiente. The Wale é uma obra arquitectónica que venceu um concurso internacional de designno passado mês de Novembro, disputado por 37 equipas. Os promotores deste projecto dizem “que vai ser parte de um esforço de aumento do conhecimento sobre as baleias e a preservação da vida marinha, além de poder vir a ser um marco arquitectónico numa paisagem já de si extraordinária”,

Noruega é o país que mata mais baleias A Noruega é o país com mais mortes de baleias registadas em todo o mundo em 2019, matando mais animais da espécie do que a Islândia e o Japão juntos, os únicos países que permitem a caça à baleia, além do país escandinavo. A Noruega faz parte do grupo de três países (juntamente com o Japão e a Islândia) onde a caça à baleia-anã é permitida legalmente. Em Junho último, o Governo do Japão voltou a abrir a caça e venda de baleia após 31 anos de proibição e de ter abandonado a Comissão Baleeira Internacional. Estudo recente, liderado por um economista do FMI revela que se as baleias pudessem voltar a números anteriores ao da baleação industrial, o planeta ganharia capacidade de fixação de CO2 equivalente ao de quatro florestas como a da Amazónia.


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Náutica

Notícias GROW IBÉRIA

Ano Novo, MOTOR NOVO

Campanha de Retomas Honda Marine

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Honda Marine panha de retomas, em converter-se em des- desconto poderá ir até inicia 2020 com que a valorização do conto na aquisição de aos 7.590€ caso seja uma nova cam- motor usado, poderá um motor novo. Este adquirido um BF250. Praticamente todo a gama desde o 10HP até ao 250HP será abrangida por esta

Grow Iberia Rua Fontes Pereira de Melo 16 2714-506 Abrunheira SINTRA – PORTUGAL Tel. +351 211 303 000 Fax. +351 211 303 003 Mail: geral@grow.com.pt WWW.GROW.COM.PT 22

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Náutica

competitiva campanha que durará até ao final Fevereiro.

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Notícias do Mar

Economia do Mar

Quotas de Pesca Mais Uma Vez a Perder As quotas de pesca atribuídas a Portugal para 2019-2020, no âmbito das negociações internacionais, mais uma vez aumentam para o peixe de reduzido valor e reduzem no peixe de maior valor.

Aumentos de quota de pesca na cavala e no carapau

O

Ministério do Mar afirma que, no Conselho que define as quotas para 2020, Portugal defendeu a fixação dos TACs e quotas em linha

com os melhores pareceres científicos. Portugal está, naturalmente, alinhado com a defesa dos princípios da Política Comum das Pescas, nas suas vertentes

ambiental, social e económica, e partilha do objectivo da COM, quanto a atingir o Rendimento Máximo Sustentável em 2020 para o máximo de stocks possíveis.

Barcos de pesca obrigados a estarem parados 24

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Portugal tem um histórico, que foi abater barcos de pesca para entrar para a CE e agora está a pagar por isso. Peixes como o bacalhau, o atum e a pescada, de grande valor económico, reduzem-nos as quotas. Mas aumentam no carapau, na cavala, no verdinho ou no biqueirão, peixes dos quais há frotas que nem os querem pescar. No que respeita ao bacalhau, espécie em que as capturas por pesqueiros portugueses só representam 4% do consumo, foi aprovado um ligeiro aumento (1%) nas águas norueguesas de Svalbard, mas uma redução de 51% na zona NAFO (Atlântico Noroeste). As quotas para a cavala e o verdinho, que resultaram de consultas com a Noruega, Islândia e Ilhas Faroé, foram aumentadas, respectivamente, em 41% e 2%. Finalmente, verificaram-se aumentos da quota de atum-rabilho em 10%, e de atum-voador do norte em 14%, enquanto a quota do atum patudo foi reduzida em 21%. No que respeita ao carapau, a quota aprovada para 2020 foi de 86.634 toneladas, correspondendo a um aumento de 24% face ao TAC de 2019. Quanto à pescada, verificou-se uma redução de 5%, que substitui a proposta de decréscimo de 20% da COM.


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Electrónica

Noticias Nautel

HUMMINBIRD com Nova Tecnologia da MEGA 360 IMAGING Depois dos inúmeros lançamentos em 2018, neste ano a Humminbird consolida esse novos modelos, aportando-lhes a nova tecnologia da MEGA 360 IMAGING.

O

u seja, com a frequência mais discriminativa de 1200KHz a HUMMINBIRD consegue o al-

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cance de 70m a toda a volta da embarcação. O sonar 360 nestas gamas tem sido um exclusivo da HUM-

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MINBIRD, sendo adquirido como um extra para as séries Helix8, 9, 10, 12 e todas as SOLIX, MSI+. A Humminbird® e Minn Kota® compartilham mais do que apenas um endereço físico. A paixão pela pesca e a missão de criar equipamentos que permitem que os utilizadores aproveitem ainda mais seu tempo na água. Por isso, criaram a “One-Boat Network™” um compromisso de melhorar ainda mais as artes de pesca mais avançadas, trabalhando juntas. Nossas equipes de engenharia procuram constantemente maneiras pelas quais nossos produtos podem se integrar e se comunicar perfeitamente, desbloqueando mais recursos, capacidades e potencial para pescadores em qualquer lugar.


Electrónica

www.nautel.pt

Agora, com Minn Kota e Humminbird, temos uma rede em que a integração trás uma grande vantagem, porque os vários sistemas Humminbird, Autochart e Minn Kota e Talon se comunicam e compartilham dados. Isso resulta no pescador ser capaz de fazer mais do que se estivesse apenas a usar os produtos individualmente. A Rede One-Boat é mais visível na forma do i-Pilot Link, que une os sonares Humminbird, os mapas Autochart , motores Minn Kota, para um controlo sem precedentes do barco e dos recursos do barco. Com a Humminbird, criam-

se ou acedem-se a dados de mapas personalizados de densa batimetria do Auto-Chart Live que são compartilhados entre a unidade Humminbird e o Minn Kota por meio do sistema i-Pilot Link, permitindo que o barco siga os contornos de profundidade, de vegetação e de dureza de fundo, e até use uma função de piloto automático.

O detalhe obtido é impressionante 2020 Janeiro 397

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Notícias do Mar

Economia do Mar

A Polémica Dragagem no Sado Contrariando as associações ambientalistas, as dragagens no Rio Sado já começaram e as areias estão numa primeira fase a ser colocadas junto ao terminal “Roll on-Roll off” da Autoeuropa, no cais do Porto de Setúbal.

Dragagens no Sado em Setúbal

O

s trabalhos arrancaram, pouco depois do levantamento da suspensão provisória decretada pelo Tribunal Fiscal de Almada no âmbito da provi-

dência cautelar interposta pelo movimento cívico SOS Sado. O projecto tem como objectivo a melhoria das acessibilidades marítimas ao

Porto de Setúbal, para receber navios de carga maiores. Prevê a retirada de cerca de 6,5 milhões de metros cúbicos de sedimentos do estuário do Sado, que deve-

A Restinga de Troia 28

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rão ser depositados em três locais distintos: uma parte junto ao terminal ro-ro, para expansão dos terminais portuários de Setúbal, outra a sul da barra e uma terceira, a mais polémica, na zona da Restinga. Tem sido difícil o acordo com os pescadores sobre o local da deposição dos dragados na zona da Restinga, perto de Tróia, muito sensível para a actividade piscatória, considerada pelos pescadores como a maternidade de espécies como o choco, linguado, raia, polvo, pregado e salmonete. Informação avançada pela autarquia, referia a deposição de 20% do volume inicialmente previsto na Restinga e outros 80% no canhão de Setúbal, afastado da costa.


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Notícias do Mar

Limpar o plástico no mar

Tecnologia de Recolha na “Ilha do Lixo” Testada com Sucesso

A The Ocean Cleanup está a recolher plástico de forma eficiente Plástico no mar não tem solução? Depois de um teste que durou um ano, a The Ocean Cleanup afirma que a tecnologia está finalmente a recolher plástico de forma eficiente, inclusive detritos de 1 mm.

H

Uma ilha de lixo com plástico 30

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á já muitos anos que os plásticos invadiram os mares, nalgumas zonas, manterndo-se à superfície, formando grandes ilhas com quilómetros. Tem-se tomado as mais diversas iniciativas, para reduzir o lixo amontoado nessas, mas todas sem resultados. Surgiu agora um sistema que está a recolher com sucesso detritos de plástico na conhecida Ilha do Lixo no Oceano Pa-


Notícias do Mar

A montar o sistema

tónomo, que recorre às forças naturais do oceano para concentrar e capturar o plástico. Numa nova operação, ou seja, numa segunda

cífico. A garantia é dada pela organização não-governamental The Ocean Cleanup que desenvolve uma nova tecnologia com o intuito de ajudar a diminuir este problema mundial. O sucesso surgiu depois de um ano com testes do um sistema au-

tentativa conseguiu-se provar o conceito de recolha de plásticos no oceano que permitiu reter pedaços de detritos de plástico visíveis a olho nu e redes

de pesca comercial, mas também capturou microplásticos de 1 mm. A The Ocean Cleanup garantiu até ter ficado surpreendida com este resul-

Um sistema montado

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Notícias do Mar

Ilhas de lixo

tado, com microplásticos tão pequenos. Na publicação onde explica esta tecnolo-

gia, o fundador da The Ocean Cleanup, Boyan Slat refere “que este primeiro ano de testes

Ilha de lixo plastico

no oceano indica que a visão da empresa é viável e que o início da missão de livrar o oce-

ano do lixo plástico, que se acumula há décadas, está ao nosso alcance”.

The ocean lixo

Um navio da Ocean Cleanup em operação 32

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Náutica

Notícias MOTEO

Novo Suzuki DF300B

Chega a Portugal nos próximos meses o novo Motor Fora de Borda da Suzuki, o Suzuki DF300B.

A

Suzuki Motor Corporation anunciou em Novembro de 2019 a introdução do novo DF300B, que é o mais recente modelo de motor de fora de borda a juntar-se à série “GEKI”, composta pelos motores de fora de borda com hélice dupla, da Suzuki. O novo DF300B tem 34

uma potência máxima de 300PS e apresenta muitas das tecnologias de topo, já de renome mundial da Suzuki, que incluem: O sistema de Dupla Hélice, exclusivo da Suzuki, que converte eficientemente a potência do motor em impulso para frente, combinando duas hélices contra-rotativas.

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Redução de engrenagem de 2 tempos, na qual a relação de engrenagem é reduzida primeiro entre o eixo de manivela e o eixo de transmissão (redução do 1º estágio) e depois reduzida novamente dentro da caixa de engrenagens (redução do 2º estágio), para proporcionar uma propulsão po-

derosa ao girar as hélices de grande diâmetro, com elevada eficiência. Motor V6 compacto de 4.390 cm3 a quatro tempos e uma potência máxima de 300 cv. O DF300B é um motor externo de grande capacidade que foi desenvolvido para atender às necessidades dos clientes que desejam ter as mesmas tecnologias avançadas que o motor de borda de


Náutica

como combustível, ele pode ser usado por clientes em ainda mais regiões à volta do mundo, apoiando numa ampla gama de utilizações, que vão desde os negócios ao lazer. Daisuke Kawatari, Director Geral da Suzuki Motor Corporation para a Europa, disse: “O DF300B é a mais recente adição à nossa série de motores de fora de borda de duas hélices GEKI, reforçando a posição da Suzuki na vanguarda do mercado dos grandes motores de popa. Estamos confiantes de que o DF300B será um modelo popular no mercado europeu, ao disponibilizar os benefícios da tecnologia de hélice dupla a uma nova gama de barcos e ainda mais clientes.” Este novo motor passará a ser comercializado em Portugal, no final do primeiro trimestre de 2020, através da rede de concessionários da Suzuki Marine, no nosso país.

topo da Suzuki, o DF350A, mas numa unidade com 300 cavalos de potência. O principal benefício da combinação destas hélices em contra-rotação altamente eficientes com uma Engrenagem Compacta de 2 tempos é a capacidade de fornecer alta potência de propulsão, o que significa que o DF300B pode ser montado em barcos mais pesados. Com o uso regular de gasolina (91 RON) 2020 Janeiro 397

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Notícias do Mar

Economia do Mar

Em 2020 5% do PIB e Emprega 140.000 Pessoas

Em 2020 a Economia do Mar, em Portugal, deverá empregar 140 mil pessoas, mais 42 mil postos de trabalho do que em 2017, segundo as últimas previsões do Instituto Nacional de Estatística (INE).

Terminal XXI de Sines do Porto de Sines

O

sector tem apresentado uma trajectória ascendente no que se refere ao

número de trabalhadores, pelo menos, desde 2015, ano em que se registavam 80 mil pessoas a desenvolver acti-

vidades ligadas ao mar. Os últimos dados disponíveis revelam ainda que desde 2016 e até ao primeiro tri-

Porto pesca Matosinhos 36

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mestre de 2019, o programa Portugal 2020 foi o principal financiador do investimento na economia do mar, com 736 milhões de euros. Só em Outubro deste ano, através do Mar 2020, que integra o Portugal 2020, foram pagos mais de quatro milhões de euros aos beneficiários, sendo que, no total, são apoiados por este programa 3.604 projectos que envolvem um investimento de 542 milhões de euros. O conjunto dos pagamentos já realizados no âmbito deste programa ultrapassa os 170 milhões de euros de apoio público e representa quase metade (47%) do valor dos apoios aprovados. A economia do mar, segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), gera, anualmente, um VAB em torno dos 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial e representa entre 1% a 1,5% dos postos de trabalho mundiais. Já em Portugal, a contribuição do mar para o PIB corresponde a cerca de 5%, com o sector marítimo-portuário a representar uma parte significativa desse valor. De acordo com as estimativas do Governo, apresentadas na anterior legislatura, o volume de investimento público neste sector, desde 2016 e até 2020, será superior a 540 milhões de euros, com os portos comerciais a afirmarem-se como o principal motor com mais de 370 milhões de euros de investimento público.


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Pesca Desportiva

Viagens de Pesca

Texto e Fotografia Vitor Ganchinho

Pesca Rija à Perca Rija Estancia de sky com projectores. De notar que a luz ambiente diurna é de curta duração e não permite actividades ao ar livre durante mais do que algumas horas. Não estou aqui para enganar ninguém! Por norma vocês sabem que procuro encontrar motivos de interesse para escrever artigos de pesca diferentes daquilo que é mais corrente.

V

Aparentemente frias, as casas de madeira são na verdade quentes, e têm chão aquecido. Lá dentro, é mesmo manga curta e pé com meia. 38

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ocês sabem disso. O que sai da pena dos nossos lusos escritores são as habituais seis páginas sobre a bóia de pião, uma resma delas sobre a técnica de amassar o asticot na pesca à carpa, mais uma dúzia e meia de páginas a explicar como fazer um nó direito. Poupem-me a vulgaridades. Eu escrevo sobre temas originais, coisas que saem fora do trivial das revistas da especialidade. Ou não escrevo. Pese embora a fraca aceitação da generalidade dos meus artigos, e do já habitual e dispensável coro de assobios e lançamento de tomates, penso que nem sempre foram justos. Foi miserável a vossa análise a um


Pesca Desportiva

dos meus melhores textos: “ A pesca à rã nas valas dos pomares de Pinhal de Frades”. Ainda assim, e a pedido de várias famílias, volto desta vez à carga com algo de novo: a pesca no gelo. O cenário desta vez são os bonitos lagos finlandeses. A Finlândia é o país com mais lagos na União Europeia, com cerca de 188.000 reservas de água, ou seja, superfícies de água parada com uma área superior a 500 m2. Com mais de 10.000 m2 eles têm cerca de 55.000 lagos, o que diz bem da importância que estas massas de água têm para este país. E todos os lagos têm peixes! A perca é o peixe mais comum. Temperatura ambiente de dia a rondar os -12ºC, céu cinzento chumbo, e neve. Muita neve! Neve até cair de costas, um manto branco até perder de vista, a sugerir que alguém se diverte lá em cima a polvilhar de farinha tudo aquilo que podemos ver, nas poucas horas de dia que temos. Na Finlândia temos agora cerca de cinco a seis horas de luz, sem sol visível. Trata-se de um país frio, com um registo mínimo de -51.2 ºC, o que impõe algum respeito a um alentejano de Moura como eu, sem o tradicional capote de lã de ovelha à mão. Os lagos,

Salmão feito em gelo. As estátuas em gelo fazem sentido, já que são preservadas durante meses. gelados durante grande parte do ano, escondem uma surpresa agradável: têm peixes. Logo, fomos a eles! Enchouriçado em roupa até mal conseguir dobrar os braços, com uma colecção de pares de meias até caber nas botas de neve, feitas em pele de rena, lá fui marchando sobre o gelo até meio do lago. O nosso guia, o simpático Joonas Hokkanen, nascido na zona de Oravi, é um optimista por natureza. Porque só um individuo muito optimista consegue

Reunião preparatória, para estabelecer a táctica.

Detalhe das pegadas no gelo. Dado que a primeira camada cede com facilidade, os pés enterram-se e ficam molhados. 2020 Janeiro 397

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Pesca Desportiva

O artista a abrir buracos no gelo com o driller. Se ao menos valesse a pena… encontrar motivos para sair à pesca num dia em que a sensação térmica ronda os – 20 ºC, com vento. Um vento

cortante, que gela os ossos em segundos, que nos faz amaldiçoar este vício pela pesca, pelos peixes. Pior

O pesqueiro. O gelo começa de imediato a formar-se, pelo que é necessário um peso na linha para vencer a primeira barreira. do que tudo…o vento. É ele que nos gela o nariz vermelho, que bloqueia as articulações e nos faz pensar que

Conjunto de cana e carreto. Parece mais uma brincadeira, mas não é necessário mais. 40

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a qualquer momento algo se vai partir. Mas cair uma orelha será sempre apenas mais um contratempo a juntar a todos os outros, e por isso, adiante. Tem a ver com o aquecimento global Falo-vos do material se prometerem não rir: a cana, carreto e demais equipamento, cabem no bolso do fato de neve. E na verdade não faz falta mais, a cana de 30 cm é mais do que suficiente. O carreto em plástico poderia ter saído em qualquer máquina de brindes para miúdos, e tem pouco mais do que 10 metros de linha de nylon 0.30mm, um anzol mosca e um peso para levar aquela tranquitana para o fundo, que é logo ali. A profundidade não excede os 2 metros. Como isca, um anestesiado asticot bran-


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Pesca Desportiva

A famosa perca rija! O crescimento anual é diminuto, dadas as condições agrestes de alimentação e luz em que estes peixes vivem. co que, de tão enregelado, não sente sequer ser cra-

vado pelo anzol. E perguntam vocês sem curiosidade

Um individuo pode virar estátua em segundos, se não for pescar bem abrigado. 42

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nenhuma: _Então e a essa profundidade, para que ser-

ve o peso? Pois, …tem a ver com o aquecimento global. Eu explico: há uns anos atrás a camada de gelo teria em algumas zonas do lago uns bons 80 a 90 cm de espessura. Agora, e dadas as mais altas temperaturas médias essa camada não terá mais de 40 a 50 cm, sendo que a parte de cima, a que fica em contacto com o ar acumula uma camada de 10 cm de neve que derrete e forma poças de água por onde temos de caminhar. Esta camada abate sob o peso dos nossos pés, e molha-nos as meias, os pés e a alma. Os buracos fecham ao fim de algum tempo, e o peso serve para vencer a primeira barreira de flocos de gelo, que se acumulam no “pesqueiro”. Onde pescamos? Todo o lago é potencialmente pescável. Recorrendo a um driller, uma maquineta manual que mais não é que um

A Maria Teresa a experimentar sem luvas, para ter mais sensibilidade. Não resulta, não há é picadas.


Pesca Desportiva

abre buracos afiado, cortamos gelo até conseguir um buraco com cerca de 15cm de diâmetro, por onde iremos pescar. O nosso guia animou-nos: “o peixe nesta altura tem um período de actividade de cerca de 10 a 15 minutos por dia. Acontece e não se sabe nem quando, nem onde, nem porquê”. É reconfortante saber isto, sobretudo para quem faz da pesca uma boa razão para correr mundo com a família. As minhas filhas, a Maria Teresa de 14 anos e a Mafalda, de 10 aninhos, olhavam para mim a abrir buracos com um frenesim só comparável a um empenhado cabo-verdiano das obras. O critério é nenhum, é tudo gelo por todo o lado, logo aplica-se um princípio de fé, toda a fé que se pode ter naquele cenário dantesco. Mais cépticos ficámos quando o guia nos disse: Vocês abrem um buraco

e experimentam durante uns cinco minutos. Se não der nada, voltam a abrir outro a alguns metros. Eu ontem estive aqui e abri uns 100 buracos. Não tive nenhuma picada. Finalmente um peixe! Convenhamos que para quem está habituado a pescar em Setúbal, terra de peixe, não deixa de ser desolador. E explica o ar extasiado dos finlandeses quando contratam os serviços de guias de pesca da GO Fishing Portugal. Connosco, eles fazem uma centena de peixes, e param quando estão cansados. Ao fim de uma hora e meia de pesca, o resultado era de uma simplicidade olímpica: zero peixes. Explicação do guia: É o que dá estes calores…os peixes deslocam-se um pouco mais debaixo do gelo e por isso nunca sa-

Mafalda Ganchinho em estilo a não pescar nada. Mil vezes os robalos de Setúbal, que ela pesca bem.

A penitente da minha mulher. É por estas coisas que ela quer o divórcio há mais de 20 anos…

O único peixe pescado. Uma “fartura” a dividir por 10 pessoas. 2020 Janeiro 397

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Pesca Desportiva

Levantamento do pano de rede, com 2x 30 metros. Tem cerca de 80 cm de altura. moral mais em baixo do que a gelada temperatura ambiente, perguntei o que iria ser o almoço. Vamos comer peixe. Qual peixe? O peixe que pescarmos hoje... O famoso “Sputnik”, a peça que permite esticar a rede por baixo do gelo. Muito engenhoso. A cor amarela e vermelha tem a ver com a facilidade de o ver de cima , quando a altura de gelo é menor. bemos onde estão. Podem estar em qualquer lado e podem estar todos juntos. Ao fim de mais meia hora, o nosso guia levantou os braços e exclamou: Finalmente um peixe! Fomos todos a correr na sua direcção. Eu não via nada. Aproximei-me mais

uns metros e não via nada. A menos de dez metros continuava a não ver nada. Já disse à minha Lena que tenho de mudar as lentes, que tem de me marcar uma consulta para o oftalmologista. Quando cheguei junto do eufórico Joonas, vi então o “peixe”. Ora bolas! Com o

O sucesso foi o “Sputnik” de madeira Tenho corrido o mundo de cana na mão e não me lembro de sentir tamanha sensação de desconsolo. A Mafalda pregou um grito: um peixe, pensei. Afinal não, ela tinha apenas espetado o anzol no dedo. Mas o nosso guia tinha uma cartada na manga: Como nos últimos dias as

Como pode um peixe destes ser feliz naquele habitat? 44

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pescarias têm sido menos boas, ( ….!), nós deixámos umas redes estendidas, para garantir o sucesso da pescaria. A palavra sucesso fez tilt na minha mente, como se de uma máquina de flippers se trata-se. Afinal íamos mesmo ter algo para o almoço, algo mais do que aquele “saramugo” minúsculo de 30 gramas, para dez pessoas. Porque quer queiramos quer não, mesmo comendo as barbatanas e as espinhas, um peixe de 30 gramas a dividir por 10 pessoas dá…3 gramas a cada um. Não é caso para termos de tomar uma pastilha Rennie a seguir, para auxiliar a digestão. Fomos então levantar as redes. Digo-vos que se trata de um super engenhoso sistema de colocação da rede, debaixo do gelo, com séculos de utilização. Um “Sputnik” de madeira com um grampo circular de ferro é lançado a partir de um buraco. O grampo faz de mola, e impulsiona a tábua. Esta, porque flutua, vai sempre encostada à camada de gelo inferior, fazendo barulho. É esse ruído que diz onde se encontra o sistema. Quando se conseguem deslocações de cerca de 60 metros, é aberto um novo buraco, na zona de localização do ru-


Pesca Desportiva

Tira isto e tira aquilo. No fim, não fica…nada. ído. A madeira, com uma ponta da corda atada, permite depois puxar a rede, que fica esticada entre os dois pontos. Os buracos são sinalizados com um ramo de cada lado. Os buracos não

fecham porque é colocada uma prancha de madeira grossa, que o impede. O almoço iria ser curto... Há porém um senão: en-

Vai a grelhar peixe para dez pessoas!

Mais que nouvelle cuisine. 2020 Janeiro 397

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Pesca Desportiva

Isto sim ! Estes cães fazem cerca de 250 km por dia a correr. A primeira refeição, pela manhã, é …água. São atletas incríveis.

O vizinho do lado não leva a mal… quanto no nosso mar existem correntes, ventos, marés, que fazem deslocar os cardumes, ali, naquele mundo congelado e escuro como breu, nada acontece, nada mexe. Logo, as deslocações de peixes são menores, lentas e isso dificulta muito a acção da rede. As capturas são diminutas. E foi isso mesmo que se passou:

Espirito de Natal. 46

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depois de recolhidas as redes, apenas dois peixes pequenos, de cerca de 25 cm, estavam presos. No espirito de cada um de nós uma ideia começou a formar-se: o almoço iria ser curto e minguado. A Lena, preocupada com as crianças, disse-me: eu estou sem muito apetite, deixo a minha parte para as meninas…

Incríveis paisagens de neve.


Pesca Desportiva

Retornámos à cabana de apoio. Assistimos a seguir a uma exibição de escortanhar peixe digna de um samurai japonês. Golpe daqui e dali, e reparei como ainda se pode reduzir mais aquilo que já é pouco. Ficou em nada. A minha gata Carlota iria certamente protestar daquele almoço reduzido à sua expressão mínima: um belisco de peixe a cada um. Esqueçam os Alka Seltzers, os bagaços digestivos, as voltinhas a pé para desmoer… O famigerado guia diziame: _ Nunca sabemos quan-

do é que vão picar. Amanhã até pode ser melhor…. Pedir um desejo para o Natal de 2020 Sim abelha, que eu agora vou ficar aqui de ameijoada à espera que os ditos comecem a picar desenfreadamente. Ir ali sofrer aquela inclemência de tempo, fazer 2500 km para aquilo… No dia seguinte fomos todos fazer ski, conduzir trenós com cães, com renas e tudo aquilo que se pode fazer longe dos lagos gelados.

A Mafalda a fazer bolinhos na Lapónia, em casa do Pai Natal.

Um momento que dura uma vida. Saber os nossos filhos felizes…vale tudo. Deixámos a pesca rija para os finlandeses de barba rija.

Vão-se lá catar com a pesca no gelo, os pés embolados

A felicidade por vezes resume-se a um estado de espirito. Estava ali tudo o que fazia falta.

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Pesca Desportiva

Massa de bolo e passas. O resto é inspiração de criança, que continua a ser o mais puro que existe.

A Teresa a pedir ao Pai Natal para escrever cartas aos seus amigos de Palmela. E as cartas chegam mesmo ao destino, com carimbo finlandês e tudo. 48

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em neve, água a entrar por tudo o que é lado, … Nem pensar em ir pescar outra vez, até porque tínhamos um encontro marcado com uma pessoa que vocês provavelmente também conhecem: o Pai Natal. Porque estávamos a 11 km da Rússia, em Kuusoma, na Lapónia, junto ao Circulo Polar Árctico, pareceu-me por bem fazer uma visita a casa deste amigo de longa data. Pese embora seja das pessoas mais viajadas do mundo, tivemos sorte: estava em casa. Trocámos presentes: nós oferecemos sorrisos e alegria, e ele retribuiu com amizade e paciência com estes portugueses que não param de fazer fotos de tudo e todos. Enquanto as miúdas faziam bolachinhas com a Mãe Natal, eu comentava aquilo em que se tornou o Natal hoje um dia: consumo e consumo. Ainda assim, e porque estávamos

ali, no sítio certo, todos recebemos prendas e tivemos a possibilidade de escrever um postal a pedir um desejo para o Natal de 2020. A título de curiosidade, aqui têm o resultado dos pedidos de prendas da família: Vitor Ganchinho: um carreto Stella 8000, da Shimano. Mafalda Ganchinho: um pai novo. Teresa Ganchinho: um pai novo. Helena Neves Ganchinho: um marido novo. De retorno a casa, em Palmela, dei por mim a pensar que finalmente iria dormir num sítio mais quentinho do que aquele paraíso finlandês: ocorreu-me o congelador do meu frigorífico… Na próxima oportunidade vou escrever-vos um artigo que também pode ter muito interesse para vocês: como retirar um anzol cravado na retina do olho.

As prendas entregues pelo próprio têm outro valor. Na circunstância eram renas, de peluche.


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Notícias do Mar

Notícias Docapesca

Docapesca Comemorou 59 Anos A Docapesca fez anos no dia 10 de Janeiro e comemorou 59 anos, com excelentes objetivos alcançados. Entre outros, salientamos o recorde de 212 milhões de euros de valor de vendas em lota.

- Aprofundar o relacionamento com a Academia - Manter um relacionamento de excelência com as autarquias O ministro do Mar, Ricardo Serrão Santos, acompanhado pelo secretário de Estado das Pescas, José Apolinário, interveio na cerimónia, durante a qual foi homenageado Marcelo Vasconcelos, antigo Secretário de Estado das Pescas (1995-98) e expresidente do IPIMAR.

N

a cerimónia que teve lugar na manhã do dia 15, na Gare Marítima de Alcântara, a presidente da Docapesca, Teresa Coelho, salientou a importância do trabalho realizado e os principais eixos

de orientação para o ano de 2020: - Obter um total de 10 lotas certificadas e transitar para a norma ISO 220000:2018 - Implementar o projeto “A Pesca por um Mar sem Lixo” em todos os portos

- Dar continuidade às campanhas de valorização de espécies sustentáveis - Apostar na autoprodução de energia com fontes renováveis - Implementar um novo sistema de leilão eletrónico

Teresa Coelho, presidente da Docapesca destaca o trabalho a realizar em 2020 50

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Mensagem do Conselho de Administração “Com os seus quase 60 anos de atividade, a Docapesca - Portos e Lotas, S.A. celebra hoje o seu aniversário e tem desempenhado um papel essencial no setor das pescas e do mar e em toda a sociedade portuguesa, através da excelência do serviço público prestado no âmbito da primeira venda de pescado e atividades conexas. Um serviço fundamental para toda a fileira do pescado, tendo também, mais recentemente, atribuições na náutica de recreio, nas suas diferentes vertentes. A Docapesca tem uma presença indelével na história do setor das pescas, trabalhando permanentemente na sua modernização, pelo que tem apostado na melhoria da sua performance económico-financeira e na qualificação do seu capital humano, com o objetivo de servir mais e melhor o setor das pescas em Portugal, hoje e no futuro.”


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Notícias do Mar

Tagus Vivan

Crónica: Carlos Salgado

Até Quando?

C

om todas as insuficiências, crimes ambientais, irregularidades, mentiras, incompetências e os “faz de conta” de que o Tejo está a ser vítima, até quando conseguiremos continuar a ver a paisagem da imagem de abertura da presente crónica? Em boa verdade temos de reconhecer que não há nada pior ou mais adverso para acabar com o Tejo do que aquilo que tem vindo

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a acontecer-lhe como, a falta de água, as descargas poluidoras, a falta de monitorização regular do rio, a falta de fiscalização, as descargas imprevistas da barragem de Cedillo, a indefinição de caudais regulares nos Acordos de Albufeira, as enxurradas inesperadas, etc, etc, etc,… Enfim, perante estes cenários, pouco mais nos falta ver de negativo e constrangedor, pelo que

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é caso para perguntar: Que mal terá feito o Tejo, a Deus? Como as páginas mais adiante deste jornal vão abordar estas desgraças, passamos a falar sobre o quanto nos temos esforçado ao longo de décadas pela construção de um Tejo melhor, mas devemos reconhecer que as “forças do mal” têm contrariado sobremaneira o nosso esforço, contudo vamos continuar a persistir! Passamos portanto a dar continuidade ao relato mensal dos últimos Notícias do Mar sobre o Ciclo de Conferências Regionais Preparatórias do Congresso do Tejo III, desta vez sobre a 5.ª e última Conferência, sobre o Estuário do Tejo. A força da Natureza neste Estuário é tal que permite que um santuário da biodiversidade como a Reserva Natural do Estuário do Tejo, cuja importância é reconhecida internacionalmen-

te entre as dez principais da Europa, que tem uma produtividade extraordinária ao criar muita vida que, extraordinariamente, consegue sobreviver, coexistindo e co-habitar com a pressão da indústria pesada, a agricultura intensiva, três aeródromos, as atividades portuárias, duas pontes, três aeródromos e toda a mega-urbanização da cintura metropolitana de Lisboa, situação esta tão complexa que será, provavelmente, um caso único no continente europeu. A Tagus Vivan considera que o Estuário do Tejo é um recurso natural e um “ativo” que ainda tem potencialidades para alavancar o crescimento económico do nosso país, desde que o seja de uma forma sustentável, respeitando o meio ambiente e o capital humano. Regozijamo-nos pelo facto desta 5.ª Conferência ter sido, mais uma, em que trabalhos decorreram rigorosamente de acordo com o pro-


Notícias do Mar

grama temático anunciado. Na Mesa de Abertura estiveram presentes o Presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, Sr. Alberto Mesquita, a Sr.ª Deputada Maria da Luz Rosinha, Vice-Presidente da Comissão Parlamentar do Ambiente da Assembleia da República, o Dr. Rui Magina da Administração do Porto de Lisboa, em representação da Presidente Dr.ª Lídia Sequeira, e o Presidente da Tagus Vivan, Sr. Carlos Salgado. O Painel 1, foi moderado pelo Prof. Miguel de Azevedo Coutinho, sendo o 1.º Tema: O Porto de Lisboa e o Futuro, com uma comunicação da Dr.ª Fernanda Pereira da Silva da APL, baseada no Ciclo de Debates da APL “O Futuro Faz-se Hoje”; o 2.º Tema: Uma metrópole, duas margens: o efeito do estuário na Área Metropolitana de Lisboa da autoria dos Professores do IST, Jorge Baptista e Silva e Jorge Gonçalves, tendo comunicado Jorge Gonçalves. O Painel 2, foi moderado pelo Eng. João Rocha, sendo o 1.º Tema: Caracterização física do Estuário e ferramentas de apoio à gestão do risco de inundação, com as comunicações dos investigadores do LNEC, Dr.ª Paula Freire e do Eng.º André Fortunato; 2.º Tema: A Construção Naval e a ati-

vidade marítimo-turística, tradicionais, com uma comunicação do Sr. Jaime Costa, construtor naval; 3.º Tema: A Náutica de Recreio, com uma comunicação do Sr. An¬tero Santos, editor do jornal Notícias do Mar; 4.º Tema: Tejo Vivo e Vivido, um exemplo videográfico apresentado por Carlos Salgado, na qualidade de velejador e fundador do tradicional e genuíno Cruzeiro do Tejo, que teve a sua 1.ª edição no ano de 1966, quando a náutica de recreio ainda estava ativa, e que foi ao tempo, o maior festival náutico de águas interiores do país. O Painel 3, foi moderado pelo Dr. Pedro Ribeiro, presidente da Câmara Municipal do Cartaxo, que também fez a comunicação do 1.º Tema: O Turismo na Região do Estuário, em representação da CIM Lezíria do Tejo; 2.º Tema: O Ambiente e a biodiversidade do Estuário, com uma comunicação do Dr. António Antunes Dias, ex-diretor das Reservas Naturais dos Estuários do Sado e do Tejo; 3.º Tema: Aproximação ao Rio, o Porto de Vila Franca de Xira e o Turismo, com uma comunicação da Dr.ª Maria João Carraça da direção de Turismo da CM-VFXira. Seguiu-se, por esta ordem: O debate e as Conclusões da Conferência do Estuário, estando presentes na Mesa o Vice-Presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, Dr. Fernando Paulo Ferreira, Carlos Salgado, presidente da Tagus Vivan, e os relatores Eng. João Rocha e o Prof. Miguel Azevedo Coutinho que apresentaram as conclusões e recomendações relativos a esta conferência.// Com a mesma Mesa procedeu-se às Conclusões e recomendações do Ciclo

de Conferências Regionais preparatórias do Congresso do Tejo III, que foram comunicadas pelos relatores Eng. João Rocha e Prof. Miguel Azevedo Coutinho, tendo a seguir tomado a palavra para dar por encerrados a Conferência do Estuário do Tejo e o Ciclo de Conferências Regionais, o Dr. Fernando Paulo Ferreira, Vice-Presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira. Tudo o que foi abordado nas cinco Conferências Regionais Preparatórias foi bastante útil para elaborar o programa do Congresso do Tejo III, que se realizou na Gare Marítima da Rocha Conde d´ Óbidos, em Lisboa, nos dias 17 e 18 de Fevereiro de 2018, cuja

qualidade dos temas, dos comunicadores e dos debates, excedeu as expectativas. É de lamentar que um Congresso do Tejo deste nível onde, para além das Conclusões que foram ao pormenor, e que contou também com a proclamação da “Carta de Lisboa”, que constituiu um contributo muito significativo para a construção de Mais Tejo, Mais Futuro, um compromisso nacional, pouco tempo volvido todo este esforço tenha vindo a ser contrariado/ bloqueado por tantos reveses e crimes lesa Tejo português, ainda durante o ano de 2018 e por todo o ano 2019.

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Notícias do Mar

O Voo do Guarda-Rios

Os Deuses Devem Estar Loucos

O Guarda Rios (GR) recorda-se de um amigo seu, investigador coordenador do LNEC, quando das nossas conversas sobre a falta de água no Tejo, ele dizer sempre: nunca vai deixar de haver cheias nem azielas no rio Tejo. Mas em boa verdade o que aconteceu neste fim do ano foi uma grande “enxurrada” vinda de montante, cuja maior parte dessa água, designadamente a do Tejo, foi parar ao mar, mas os campos continuam secos.

O Tejo a passar à Ponte de Santarém

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e facto, após um longo período do ano em que foi mais do que preocupante, dirse-á até alarmante, a falta de caudal ecológico regular no Tejo português, aconteceu sem que fosse esperado, primeiro aquela descarga desproporcionada de água vinda da barragem de Cedilho que secou rios, e sobreveio-lhe após um curto período de tempo, a grande enxurrada vinda também de montante. Estes fenómenos levam-nos, numa reação espontânea, a pensar que “Os Deuses devem estar Loucos”.

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Um rio grande como o Tejo nasceu para ser um “rio perene”, o que significa ter sempre água suficiente e necessária no seu leito, mas na realidade o que está a acontecer atualmente, por ser um rio internacional que nasce noutro país a montante, o Tejo em Portugal está a ficar cada vez menos perene e a transformarse num “rio intermitente” que, por este andar, pode acabar por ser um “rio de estiagem”. // Estas ocorrências e insuficiências não deviam acontecer à luz do direito internacional, ou seja, o direito à água, equitativamente, de um rio de

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águas partilhadas, o que não tem acontecido e, como tem vindo a ser demonstrado na prática, os Acordos de Albufeira não têm sido cumpridos, o que aparentemente, só servem para “inglês ver”, mas não só. É por isso que o GR não acredita que o problema venha a ser resolvido, alguma vez, sem ser encontrada uma outra forma mais eficaz que consiga resolver esta situação insuportável, de vez. // Porque estes acontecimentos desmedidos devem ser levados a sério para o futuro e não se pode apenas continuar a encolher os ombros e

a atribuir as culpas às alterações climáticas, porque tratase de uma clara falta de gestão competente da água, dos dois lados da fronteira, e desrespeito da Lei. Perante situações destas e outras, de grande desequilíbrio de caudais, que vão acontecendo cada vez com mais frequência, que são bastante lesivas dos recursos naturais e causadoras de prejuízos significativos, quer para a natureza e o ambiente, quer para a economia nacional, a Sociedade Civil não pode “assobiar para o lado”, abdicando de dar o seu contributo interessado e participativo para a defesa e preservação da água que corre nos rios, porque a água doce é um bem finito e indispensável à sobrevivência da humanidade. É premente que todos os portugueses despertem para este problema, antes que seja tarde, para que o território nacional no seu todo, passe a ser realmente independente, pelo que todos os portugueses devem despertar para o que está a ocorrer no Tejo, e não só, desde o Presidente da República ao mineiro. É compreensível que alguns técnicos e cientistas


Notícias do Mar

que estudaram a fundo os rios, cursos de água, e recursos hídricos, merecem crédito para defender o conceito de que um rio perene ao ser represado deixa de ser perene, mas deve reconhecer-se que hoje a realidade é outra, porque lamentavelmente o nosso Tejo já deixou de ser esse rio perene para ser um rio intermitente até ver, dada a mudança do clima por um lado, e por outro, dada a forma incorreta como o homem está a explorar e a poluir, por ganância, os recursos hídricos. Este exemplo leva-nos, inevitavelmente, a voltar a insistir que devem ser encontradas soluções eficazes para resolver definitivamente este grande problema, antes que seja tarde, porque a obstrução ou a falta de água regular no Tejo, está a levá-lo a caminhar para a morte, porque um grande rio está para o país que atravessa como a circulação sanguínea está para o corpo humano, senão vejamos: quando uma ou mais artérias que irrigam o coração ficam bloqueadas e este órgão não recebe sangue e oxigénio nas quantidades de que necessita, ocorre um enfarte do miocárdio, um “ataque cardíaco”, porque as células afetadas da área do coração morrem, mas se atempadamente for feita uma intervenção cirúrgica, recorrendo ao uso de stents ou bypass, o paciente pode sobreviver e prolongar a sua existência! O GR está convicto de que, se já estivesse implementado o Projeto Tejo de Jorge Froes, toda esta água que causou danos e acabou por perder-se para o mar em grande parte, tinha sido gerida e aproveitada para os fins mais convenientes, e até servir para constituir reservas para serem utilizadas nos períodos de seca que vão intensificar-se no futuro, porque o referido Projeto Tejol, da Quinta da Lagoalva de Cima, em Alpiarça, pode

ser a solução para o problema em causa. Este projeto que começou a ser divulgado no início do passado ano de 2018, já lá vão dois anos, e que passou a ser logo a partir daí apresentado, progressivamente, com todos os pormenores pelos seus promotores à comunicação social, aos partidos políticos da Assembleia da Republica, ao Presidente da República, à EDP e a outros parceiros e entidades que depois de a ouvirem com atenção começaram a alterar a sua opinião inicial, mas o anterior Governo que começou a mostrar algum interesse, exige para tomar uma decisão definitiva, um estudo prévio de avaliação do projeto, mediante o anúncio de um concurso internacional, que não sabemos ainda, nesta altura, em que situação se encontra. Lembramos que este Projeto Tejo abrange as regiões do Ribatejo e Oeste, e pode ser extensivo à Península de Setúbal, e já formalizou entretanto uma associação denominada “+ Tejo”, e pretende ser uma referência a nível ambiental, por permitir a recuperação das linhas de água e possibilitar a recuperação de zonas ambientais sensíveis, nomeadamente, pauis e salinas, e a nível agrícola pretende combater a desertificação a que se tem assistido nos últimos anos, no Ribatejo e no Oeste, onde, entre 1999 e 2009, a área das explorações agrícolas baixou 25%, de 720.000 para 550.000 hectares, fruto da falta de condições para uma agricultura rentável, o que só se consegue contrariar mediante a facilitação de acesso à água, para o que este projeto pretende equipar um sistema de rega em pressão e distribuição a pedido, numa área que poderá ir até aos 300.000 hectares, dos quais 260.000 no Vale do Tejo, e 40.000 na região Oeste, integrando e modernizando, caso os mesmos o pretendam, os

regadios coletivos já existentes, nomeadamente, Sorraia, Lezíria Grande, Carril, Alvega, Cela, Alvorninha, Sobrena, Óbidos e Liz. Para além disso, está prevista também a construção de novas barragens, nos rios Ocreza (Alvito), Ponsul e outros, e com a construção de 6 açudes insufláveis no Tejo desde Vila Franca até Abrantes, equipados com eclusas que permitem um controlo imediato de caudais, enxurradas e cheias, e garantem também que a língua salina que está a subir para montante seja impedida de ir adulterar a qualidade da água para o consumo urbano e para o regadio, e torne possível a navegação para o transporte de mercadorias em

navios mais ligeiros, construídos para o efeito, e tenham um calado adaptado à profundidade do canal e anavegação para fins turísticos, de lazer e desportivos, bem assim como, possibilitando a atividade da aquacultura no habitat natural, preferencialmente em associativismo, uma vantagem para os pescadores a montante, que se queixam cada vez mais da falta de peixe motivada pela insuficiência de água corrente. Caros leitores e leitoras, outras vantagens desta solução para a revitalização e independência do Tejo português serão abordadas no próximo número deste Notícias do Mar

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Notícias do Mar

O Tejo a Pé

Andar como a Sede “Tão natural como a sua sede”, foi durante anos a comunicação de uma conhecida marca de água. Andar é o mesmo, é muito natural. Todavia, o modo de vida atual empurra-nos para o contrário; andamos muito pouco, paradoxalmente temos um

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país fantástico para andar. Temos uma enorme diversidade paisagista, um clima ameno, boas infraestruturas (rotas, trilhos, acessos, alojamento, informação) e segurança. Andar é do melhor que cada um pode fazer por si próprio. Se andarmos

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na natureza ainda melhor. É isso que fazemos no Tejo a pé, um grupo informal de amigos- conhecidos, ou não, que se junta uma vez por mês para andar. A distância e o ritmo é acessível a todos. A conversa é sempre boa. Curiosamente a pé é a

forma de chegarmos mais longe, onde nenhum outro meio nos leva, perto ou muito longe de casa. Muito mais do que lazer, andar é uma terapia natural que nos dispõe bem, é por isso, mesmo os que não caminham regularmente, depois de uma ca-


Notícias do Mar

Texto e Fotografia Carlos Cupeto (Universidade de Évora – Escola de Ciências e Tecnologia)

minhada todos nos sentimos bem. Assim é o Tejo a pé, andar porque nos sentimos bem; andar porque sim. Monsanto A mais das vezes a “boa caminhada” está à porta de casa. O Parque Florestal de Monsanto (PFM), provavelmente o melhor parque verde urbano do mundo, é um

excelente exemplo. Sonhamos com Hyde Park, Central Park e tantos outros, e temos muito melhor à porta de casa e não conhecemos. No dia 26 de janeiro o Tejo a pé volta a Monsanto. Vamos fazer um percurso circular acessível a todos, como sempre percorridos muito tranquilamente. O PFM é um exemplo de gestão do

território, recuperação ambiental, e quase tudo o mais que se queira, que nos deve orgulhar como portugueses. O percurso vai incluir o atravessamento do reservado Espaço da Biodiversidade, um magnífico exemplo do que muito económica e eficazmente o país deveria fazer em todo o seu território, designadamente nas

áreas ardidas. No Tejo a pé o tempo está sempre bom, com sol ou chuva, com ou sem vento, quente ou frio..., é só uma questão de irmos adequadamente vestidos e calçados. PS: O Tejo a pé é um grupo informal de amigos que se junta para andar. Para ser convidado basta enviar um mail: cupeto@uevora.pt

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Náutica

Notícias Maré Alta

Novo Distribuidor “Sealine Portugal” É com muita satisfação e orgulho que temos o prazer de anunciar a Maré Alta como distribuidor exclusivo da prestigiada marca Sealine para Portugal.

Sealine C330V

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undada em 1972 em Inglaterra, a Sealine é uma marca sinônimo de construção robusta, engenharia de vanguarda e design luxuoso. Adquirida em 2013 pela Aurelius SE, empresa do

grupo HanseYachts AG, é na moderna fábrica de Greifswalt – Alemanha onde atualmente produz embarcações dos 10 aos 16 metros, com diversas nomeações recentes para os “Motor Boat Awards”.

EVO R6 2 58

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O acordo firmado em dezembro último com a empresa espanhola Probrava Group prevê ainda a representação em território nacional das embarcações das marcas Evo Yachts e Pacific Craft.

A alta distinção das nossas representadas aliado á dinâmica da nossa equipa permitirão assegurar a prestação de serviços de elevada qualidade aos nossos clientes, como aliás primamos desde 1993.

Pacfic Craft 670 Open


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Surf

Notícias do Surf Clube de Viana do Castelo

A “Náutica nas Escolas” Tem um Forte Impacto Social

Apresentação por Marco Areias O programa “Náutica nas Escolas” é importante para a promoção da atividade física, potencia a experimentação de sensações de felicidade e liberdade, melhora a autoestima e potencia a aquisição de hábitos saudáveis.

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Náutica nas Escolas favorece as relações sociais e de amizade, melhora alguns valores e compromissos sociais, possibilita uma maior consciencialização ambiental, melhora o espírito de equi-

pa e o trabalho em equipa. A experimentação de diferentes modalidades desportivas é importante para tomar decisões informadas e foi decisivo para aumentar o número de crianças que começou a praticar mais frequentemen-

te atividade física. Estes são os principais resultados qualitativos do primeiro estudo realizado sobre o impacto social da “Náutica nas Escolas” e que foram apresentados pelo Surf Clube de Viana (SCV),

Workshop Toolkit 62

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a 21 de dezembro, no Centro de Alto Rendimento de Surf de Viana do Castelo. No âmbito da categorização dos resultados, este estudo evidencia que após o projeto, no que respeita a “outros benefícios”, para 80% dos participantes, “estar no mar os faz sentir revigorados e revitalizados” ou “estão preocupados com os danos ao meio marinho” e para mais de 53% houve uma melhoria da consciência ambiental e dos seus sentimentos em relação ao meio ambiente. Afirmaram 78% que a sua “cidadania ativa” melhorou; a nível de “comportamento antissocial”, para 75% dos participantes o seu “comportamento geral” foi aprimorado em “educação e aprendizagem ao longo da vida”. Para 74% as atividades náuticas escolares melhoraram a sua


Surf

educação geral e para mais de 70% este programa levou a uma melhoria significativa na sua “saúde mental”, sendo que 73% afirmaram “sinto-me bem comigo mesmo” e 70,4% “sinto-me alegre e de bom humor”. No que respeita à “saúde física”, 40% disseram que a sua saúde está muito melhor. Também foi determinante para reduzir de 14,6% para 2,5% o número de crianças que “nunca” pratica atividade física e demonstra que as atividades náuticas correspondem a 77,2% da atividade física geral dos participantes. Na apresentação que realizou dos resultados, Marco Areias, da direção do SCV, referiu que as principais citações foram “mais respeito pelo meio ambiente”, “mais enérgico e ativo” e “mais conhecimento sobre o oceano, o meio ambiente e o que a cidade oferece”. Este estudo envolveu alunos beneficiários da “Náutica nas Escolas”, especialistas, pais dos alunos participantes, técnicos superiores de desporto da Câmara Municipal de Viana do Castelo e professores de Educação Física. O processo contemplou três fases. A primeira incluiu a análise inicial pelos parceiros do projeto BOSS – Benefits of Outdoor Sports to

Society de 17 mil 560 estudos científicos em diferentes línguas. Após esta triagem, 133 estudos, a sua maior parte produzida nos últimos cinco anos e os restantes datados até 10 anos, foram selecionados para extração de dados. Esta etapa foi coordenada pela Universidade Técnica de Munique, com a forte colaboração de Andreas Thomann. A segunda fase incidiu no desenvolvimento do modelo de monitorização dos benefícios sociais do desporto outdoor ─ questionário. A terceira fase foi a aplicação do questionário. Este estudo foi elaborado no âmbito do BOSS, cujo objetivo era a criação de um método que permitisse às organizações medirem o impacto social das atividades outdoor. Trata-se de um projeto de investigação europeu cofinanciado pelo Erasmus+ Sport e que envolveu 12 parceiros, entre os quais o SCV. A “Náutica nas Escolas”, para João Zamith, presidente do SCV, “não é apenas um programa único no mundo mas também excelente. Capitaliza os clubes, além de todos os seus benefícios sociais agora demonstrados.” Ricardo Rego, em representação da Câmara Municipal de Viana do

Mike McClure, Yves Le Lostecque e João Zamith Castelo, considerou que “esta primeira avaliação da Náutica nas Escolas é extremamente importante e necessária para refletirmos sobre o que há a melhorar, pois este deve ser um programa estratégico do Município”. O projeto BOSS, que teve uma duração de três anos, foi desenvolvido pelos seguintes parceiros: CREPS ─ Auvergne-Rhône-Alpes

Vallon-Pont-d’Arc; Universidade de Sheffield Hallam; Universidade Técnica de Munique; UCPA; European Outdoor Group; FITE ─ Fédération Internationale de Tourisme Equestre; Sport Northern Ireland; SCV; HCA ─ National Sports Academy (Sófia); INEFC ─ Instituto Nacional de Educação Física da Catalunha; Governo da Catalunha; e Região da Lombardia.

Intervenção de Ricardo Rego

Parceiros BOSS 2020 Janeiro 397

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Surf

Notícias do Surf Clube de Viana do Castelo

Ângela Fernandes em 9º no Circuito Mundial de SUP Ângela Fernandes, atleta do Surf Clube de Viana (SCV), fez uma excelente prestação no Paris SUP Open, da APP World Tour, que se realizou de 7 a 8 de dezembro, em França.

Ângela Frenandes

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Ângela Fernandes no final 64

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sua melhor prova foi a de “Distance” no Sena, na qual foi 9ª classificada. Na de “Sprint”, que se realizou “indoor”, ficou em 10º lugar. “Estou muito contente com os resultados que consegui nesta competição final. O nível das minhas adversárias era muito alto. A partida foi uma loucura na Distância. O local era muito estreito e estavam mais de 300 pranchas na água”, conta.Angela No ranking geral do Cir-

cuito de 2019, Ângela Fernandes conquistou o 9º lugar. Para esta fantástica classificação final contou o seu 8º lugar no ranking mundial geral em “Distance” e o seu 10º lugar geral no ranking de “Sprint”. Em ano de estreia no Circuito Mundial de SUP, a atleta do SCV, que participou apenas em três provas, fez história, atingindo com distinção os seus objetivos. “Estava a lutar para ficar no Top 10 e consegui. Portugal, em ano de estreia, ficou no Top 10 mundial. É muito positivo!”, disse, acrescentando “se existissem mais apoios, a modalidade poderia desenvolver-se muito mais no nosso país, pois, para além de mim, existem outros atletas com capacidade para fazerem boas prestações”. Com esta prova, Ângela Fernandes encerrou mais uma época de muito trabalho e de êxito desportivo, na qual também arrecadou três títulos nacionais. “Gostaria de fazer um agradecimento especial ao Surf Clube de Viana, à Supxperience, à Onda Wetsuits, à clínica CMEP, à Structural Research, do Grupo SHAY MURTAGH, e a todas as pessoas que me apoiaram ao longo de mais um ano”, refere.no final Ângela Frenandes


Surf

Parasurfing Team do SCV Estagia em Fuerteventura A equipa de parasurfing do Surf Clube de Viana (SCV) realizou um estágio em Fuerteventura, nas Canárias, entre 13 e 17 de Dezembro.

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sta equipa, composta por Marta Paço, Tomás Freitas, Lucas Borges e Hugo Madruga, tem vindo a realizar treinos regulares desde o verão passado. Os principais objetivos deste estágio em Espanha eram potenciar o desenvolvimento técnico dos atletas e fazer a preparação para o Campeonato Mundial de Surf Adaptado, que se irá realizar de 11 a 15 de março de 2020, em La Jolla, Califórnia. Marta Paço considera que “foi muito positivo. Termos podido surfar em sítios diferentes, com ondas diferentes pode-nos ser muito útil em competição. Também o convívio entre os elementos da equipa foi muito bom”. Tomás Freitas refere, “Esta atividade foi ótima. Consegui melhorar muito no surf, como na direção da onda, além da forte vertente de socialização e de ter feito novas amizades”. Para Gonçalo Cruz, treinador do SCV, “os objetivos foram cumpridos e superados pela qualidade do surf praticado pelos atletas, que puderam experienciar diferentes situações, ter novos estímulos, aos quais corresponderam com grande qualidade. Este estágio foi muito importante para a evolução técnica da equipa”. “A nossa aposta pas-

Parasurfing Team SCV atletas e treinadores

sa por introduzir jovens com deficiência na modalidade e fazer de Viana do Castelo uma referência mundial de parasurfing”, explica João Zamith, presidente do SCV. Fuerteventura foi o palco escolhido, pois o clube vianense já lá havia realizado atividades, conhece bem os picos que existem também para parasurfing e sabe que, nesta altura do ano, a água do mar está a uma temperatura ótima. O SCV aproveita para agradecer à associação Play&Train pelo apoio prestado na organização desta

atividade e no seu acompanhamento. Este estágio teve o apoio da Fundação do Desporto

ao abrigo do Programa de Desenvolvimento Desportivo do Centro de Alto Rendimento de Surf de Viana.

Marta Paço e Tiago Prieto 2020 Janeiro 397

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Notícias do Mar

Últimas

Ondas Grandes

Sete Surfistas Disputam Bateria New Generation no Capítulo Perfeito

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categoria “New Generation” é uma das principais novidades da sétima edição do Capítulo Perfeito, campeonato que decorre no melhor dia de ondas do inverno, na Praia de Carcavelos, com as.Esperanças a competirem por uma viagem às ilhas Mentawai Antes da final da competição principal, terá lugar a bateria “New Generation”, disputada pelos sete surfistas sub-18 escolhidos pela Comissão de Notáveis e pelos jornalistas internacionais:

Afonso Antunes (POR), Ulisses Pereira (BRA), Noa Dupouy (FRA), Martim Carrasco (POR), Lennox Chell (AUS), João Mendonça (POR), e Guilherme Ribeiro (POR). O vencedor da bateria “New Generation” receberá uma estádia no Hidden Bay Resort, nas ilhas Mentawai, Indonésia, e um contributo para a viagem até ao destino oferecido pela Globalis Viagens e Eventos Corporativos. “A Indonésia é um bom palco para treinar a manobra rainha do surf, e aquela que conta no Capítulo Per-

Afonso Antunes

feito: o tubo. Queremos dar esta oportunidade à nova geração para aperfeiçoar a sua perícia nos tubos, pois é também uma “arma” essencial para quem quer vingar na cena competitiva no surf mundial,” afirmou Rui Costa, organizador do Capítulo Perfeito. “Um surfista que seja escolhido para o Capítulo Perfeito já virá com uma boa bagagem técnica para as ondas das Mentawai, e temos a certeza que irão encontrar aqui um bom palco para evoluir: serão acompanhados pelos nossos treinadores para a parte técnica e pelo nosso instrutor de pilates para garantirem que tiram o máximo proveito e aperfeiçoar a sua técnica nos tubos”, comentou Alexandre Ribas, responsável do Hidden Bay Resort. “A nossa parceria com o Capítulo Perfeito inclui também esta dimensão de formação: Queremos desenvolver o culto e a perfor-

mance nos tubos. Tanto a Indonésia como Carcavelos são palcos ideais para isso”, concluiu. “As viagens são uma dimensão importante do crescimento dos surfistas. Como parceiros do Capítulo Perfeito, queremos estar envolvidos nesse crescimento,” afirmou Fátima Silva, Diretora da Globalis Viagens e Eventos Corporativos. Em paralelo, o público votou na inclusão de Afonso Antunes, recentemente medalha de bronze nos Mundias Junior da ISA, na competição principal. Veja aqui a apresentação do Afonso Antunes: https://youtu.be/ q2wwfrS9jkU O período de espera do Capítulo Perfeito decorre entre 17 de Novembro de 2019 e 31 de Janeiro 2020. O evento tem um pré-aviso de 72h, para permitir aos surfistas poderem viajar para Portugal e chegar a tempo do arranque do evento.

Director: Antero dos Santos – mar.antero@gmail.com Director Comercial: João Carlos Reis - noticiasdomar@media4u.pt Colaboração: Carlos Salgado, Gustavo Bahia, Hugo Silva, José Tourais, José de Sousa, João Rocha, João Zamith, Mundo da Pesca, Federação Portuguesa de Actividades Subaquáticas, Federação Portuguesa de Motonáutica, Federação Portuguesa de Pesca Desportiva do Alto Mar, Federação Portuguesa Surf, Federação Portuguesa de Vela, Associação Nacional de Surfistas, Big Game Club de Portugal, Club Naval da Horta, Club Naval de Sesimbra, Jet Ski Clube de Portugal, Surf Clube de Viana, Associação Portuguesa de WindSurfing Administração, Redação: Tlm: 91 964 28 00 - noticias.mar@gmail.com

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