Notícias do Mar n.º 336

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Regata de Natal Lusitania Mar

Cumpriu-se a Tradição em Cascais

O Clube Naval de Cascais organizou a já tradicional Regata de Natal Lusitania Mar. A prova contou com a participação de 210 velejadores representando 27 Clubes de quatro países, nas classes Optimist, 420, Laser Radial, Laser 4.7, SB20 e Snipe.

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m Optimist Juvenis vitória de Afonso Rodrigues, do Ginásio Clube Naval de Faro, seguido de João Bolina e de Francisco Fráguas, ambos do Clube de Vela do Barreiro. Sofia Fernandinho, do Clube de Vela da Costa Nova, foi a primeira feminina. Em Optimist Infantis, triunfo de Guilherme Cavaco do Ginásio Clube Naval de Faro, com Miguel Sancho, também do GCNFaro, a ser segundo e Ricardo Alves, do Clube de Vela do Barreiro, a terminar em terceiro. Rita Borges, do Clube Naval de Sesimbra, foi a melhor feminina. Diogo Costa/Pedro Costa, do Clube de Vela Atlânti2

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co, venceram em 420. Francisco Maia/Rui Oliveira, também do CVA foram segundos e Marcos Sobrino/ Simon Gonzalez, do Real Clube Náutico de Vigo, acabaram em terceiro. Mafalda Pires de Lima/Marta Melo, do Clube de Vela Atlântico, venceram no feminino. Em Laser Radial Pedro Costa e João Rodrigues, ambos do Clube de Vela de Lagos, foram os dois primeiros. Carolina João, do Sport Algés e Dafundo, foi 3ª da geral e primeira feminino. Francisco Mourão, do Sport

Algés e Dafundo, foi o vencedor em Laser 4.7. Bernardo Loureiro e Duarte Teles, ambos do Clube Naval de Cascais, foram 2º e 3º, respetivamente. Em SB20 vitória do Animal/Mobiag-Clever Mobility, de Vasco Serpa/Joaquim Moreira/Pedro Costa Alemão, do Clube Naval de Cascais. O Dom Pedro Hotels/ Generali, de José Paulo Ramada/Gonçalo Ribeiro/Miguel Leal de Faria/António Pereira, do Clube Dom Pedro, foi segundo, enquanto o Bettertech/Bicasco, de Luís Santos/ Pedro Figueiredo/João Duarte, do Clube de Vela do Sado, com o 3º posto. Na Classe Snipe, domínio absoluto de Pedro e Sofia Barreto, do Clube Naval de Cascais/Mitsubishi. Pedro Silva/Paulo Rosa, do Clube Náutico de Almada, e Tomás Aires Pereira e Manuel Vilela, do Clube de Vela Atlântico /Associação Desportiva de Oeiras foram 2º e 3º, respectivamente. 2014 Dezembro 336

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ISAF Sailing World Cup Final 2014 – Abu Dhabi

Excelente Prestação do 49er Luso

Fotografia: Barbara Sanchez

Jorge Lima/José Luís Costa terminaram a sua participação na Final da ISAF Sailing World Cup 2014 que decorreu em Abu Dhabi. A dupla nacional foi 9ª classificada na Regata das Medalhas da classe 49er encerrando a prova na 10ª posição da geral.

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Jorge Lima e José Costa em Abu Dabhi das Medalhas da classe 49er, com pontuação a dobrar e não descartável, em que competiram apenas os dez mais bem classificados da fase de qualificação. Os portugueses foram 9º classificados, somando 18 pontos, e mantiveram a 10ª posição na geral que tinham à largada.

Os polacos Tomasz Januszewski/Jacek Nowak foram os vencedores da prova de Abu Dhabi, seguidos dos espanhóis Carlos Paz/Anton Paz Blanco e dos britânicos John Pink/Stuart Bithell. Em Laser, onde Gustavo Lima foi 14º classificado da ge-

ral, o triunfo pertenceu ao australiano Tom Burton, actual nº 1 do ranking mundial. O croata Tonci Stipanovic foi segundo e o francês Jean Baptiste Bernaz ficou com o terceiro posto. No total, competiram em Abu Dhabi 270 velejadores de 38 países.

Fotografia: Pedro Martinez

Fotografia: Mick Anderson

s frotas das dez classes olímpicas mais o kiteboard despediram-se dos Emirados Árabes Unidos com o vento soprar de Oeste entre os 8 e os 12 nós. Jorge Lima/José Luís Costa marcaram presença na Regata

Jorge Lima e José Costa em 49er terminaram em 9º lugar 4

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Gustavo Lima em Laser terminou em 14º lugar


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XVI Semana Olímpica Canária de Vela

Boa Estreia de João Villas-Boas /Miguel Nunes

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oão Villas-Boas/Miguel Nunes foram 4º classificados na classe 470 na XVI Semana Olímpica Canária de Vela, que decorreu em Las Palmas. O triunfo pertenceu aos espanhóis Onan Barreiros/Juan Curbelo. Na estreia, a nova dupla, Villas-Boas/Nunes, teve um bom desempenho, chegando a vencer uma das 10 regatas disputadas. Uma prestação regular que quase permitia chegar ao pódio. Nos Laser, Rui Silveira foi o melhor português no 13º posto. Eduardo Marques terminou no 28º lugar, Pedro Correia foi 37º e Santiago Sampaio quedou-se pela 39ª posição. O triunfo foi do espanhol Joaquin Blanco. Guilherme Marques acabou em 10º em RS:X com o espanhol Joan Cardona a ser primeiro.

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105º Aniversário do COP

Mário Gentil Quina Recebe Ordem Olímpica Mário Gentil Quina, medalhado de prata na classe Star nos Jogos Olímpicos de Roma 1960, foi agraciado pelo Comité Olímpico de Portugal com a Ordem Olímpica no âmbito das celebrações do 105º aniversário do COP que decorreram na Estufa Fria, em Lisboa.

Mário Gentil Quina Recebe Ordem Olímpica

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Estufa Fria, em Lisboa, foi o palco da Gala do 105º aniversário do Comité Olímpico de Portugal que premiou os melhores atletas de 2014 entre outras figuras do olimpismo português. Entre os prémios atribuídos, destaque para a Seleção Nacional Sénior Masculina de Ténis de Mesa, que recebeu a Medalha Olímpica, que premeia o atleta/equipa do ano. No total, foram atribuídos cinco galardões por parte do Comité Olímpico de Portugal. Para além da já referida Medalha Olímpica, foi entregue o prémio Ordem Olímpica ao medalhado de Prata nos Jogos Olímpicos de Roma 1960, Mário Gentil Quina, prémio que distingue a carreira desportiva de um atleta, enquanto Manuela Machado, célebre maratonista nacional, recebeu o prémio Medalha de Mérito, pelos seus serviços prestados ao Olimpismo.

José Manuel e Mário Quina foram medalhas de prata em Star nos Gogos Olímpicos de 1960 6

O campeão do Mundo e da Europa júnior de Perseguição em Ciclismo de Pista, Ivo Oliveira, recebeu o prémio Juventude, que distingue o melhor atleta jovem do ano. Foi ainda entregue o Prémio COI 2014, lançado pelo Comité Olímpico Internacional (COI) em 1985, um troféu baseado em diversos temas atuais. Este troféu é disponibilizado a cada Comité Olímpico Nacional (CON), o qual é responsável por identificar e escolher a entidade a galardoar com o troféu no seu território. Desde 1997 foram várias as personalidades desportivas e entidades portuguesas galardoadas com o Troféu COI, pelo que importa dar continuidade a este processo, como forma de prestigiar e valorizar o trabalho daqueles que se destacam nos mais variados domínios do fenómeno desportivo (ver lista em baixo). Em 2014 este prémio tem como tema o Desporto e a Arte e visa premiar artistas cujo trabalho tenha abordado o desporto. O galardoado foi o recentemente falecido Espiga Pinto, artista plástico que pertence à terceira geração de artistas modernistas portugueses. Repartiu a sua atividade por diversas áreas, da pintura e desenho à escultura e medalhística. Ao longo de mais de 50 anos desenvolveu trabalhos vários em que o desporto e os seus valores foram um dos temas preferenciais. O prémio foi entregue aos seus dois filhos.

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A apresentação da cerimónia esteve a cargo do jornalista Miguel Prates, numa cerimónia que teve ainda em destaque os principais eventos olímpicos do ano, os Jogos Olímpicos de inverno de Sochi e os Jogos Olímpicos da Juventude que tiveram lugar em Nanjing, e que lançou ainda os dois próximos grandes eventos, os 1ºs Jogos Europeus, que terão lugar em Baku, no próximo mês de junho e os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016. No final, houve ainda tempo para os discursos do Presidente do Comité Olímpico de Portugal, José Manuel Constantino, e do Presidente do Instituto Português do Desporto e Juventude, Augusto Baganha, em representação do Secretário de Estado do Desporto e Juventude. O Presidente do COP destacou o papel que o desporto e o olimpismo deve ter na sociedade portuguesa. “Colocar o desporto e os valores olímpicos num outro patamar de importância na sociedade portuguesa é o enorme desafio que temos pela frente. Sabíamo-lo bem quando iniciámos funções. Sabemo-lo, hoje, ainda melhor. Sabemos que para aspirar a outros níveis de desenvolvimento desportivo não nos resta outra alternativa que não a de empenharmos todos os nossos esforços e o melhor de cada um de nós no alcançar desse desígnio. Valorizar o desporto para que lhe seja atribuída uma outra

importância social.” José Manuel Constantino deixou ainda algumas questões na sua intervenção. “Onde e quem nos representa no âmbito dos órgãos de consulta em matéria de políticas de educação, de saúde, de trabalho, de fiscalidade, de turismo, de igualdade de género, de promoção do voluntariado, de empreendedorismo e inovação? O que explica que no âmbito das políticas públicas dos setores que acabei de citar exista uma ausência de representatividade institucional do desporto, inversamente proporcional à importância que lhe é amplamente reconhecida pela comunidade e pelas mais diversas instâncias internacionais como a União Europeia ou as Nações Unidos, em cuja Assembleia-Geral o Comité Olímpico Internacional tem o estatuto de observador?” A fechar, deu o exemplo dos campeões desportivos nacionais para encontrar soluções para as dificuldades que a sociedade e as instituições vivem. “Caso queiramos, como estou certo que todos aqui presentes o desejam, posicionar o movimento olímpico e desportivo no lugar que lhe pertence na sociedade portuguesa temos de ir buscar forças aos exemplos dos nossos campeões desportivos e ao modo como são capazes de vencer contrariando dificuldades e adversidades.”


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Notícias da ARVM

Apresentação ORC na Madeira

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endo como objectivo a definição do sistema de rating a implementar na época desportiva 2014/2015, a Associação Regional de Vela da Madeira irá promover diversos encontros com as autoridades nacionais. Nesta primeira fase e com a colaboração da Federação Portuguesa de Vela, representante do Rating ORC, decorrerá no mês de Dezembro a sessão de apresentação deste Rating com a presença do medidor-chefe do ORC, Nicola Sironi e do diretor técnico nacional, Pedro Rodrigues. Por questões de limitação do espaço e organização do evento, foram endereçados atempadamente convites aos Clubes Associados da ARVM, bem como aos Armadores/Skippers da frota regional da classe de cruzeiro, aguardando-se a participação interessada de muitos velejadores.

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Vela

19ª Gala do Desporto

FPVela Distingue José Maria Costa

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Confederação do Desporto de Portugal realizou a sua 19ª Gala do Desporto no Casino do Estoril. O Presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo, José Maria Costa, foi distinguido com o Prémio Mérito Desportivo Personalidade do Ano por indicação da Federação Portuguesa de Vela. Na cerimónia em que a dupla de 49er Jorge Lima/José Luís Costa estava entre os cinco finalistas na categoria Equipas, marcou presença o Presidente da Federação Portuguesa de Vela, José Manuel Leandro. Foram ainda premiados Miguel Martinho, pelo título europeu de Formula Windsurfing 2013, José Matoso/Gustavo Lima/Frederico Pinheiro de Melo, pela conquista do Campeonato da Europa de Dragão 2013 e Afonso Domingos, Hugo Rocha, Renato Conde, Gilberto Conde, Manuel Vilarinho, Pedro Patrício e Filipe Matias, tripulação do Credite EGS que venceu o Mundial de Platu25 2013. De recordar que, além dos finalistas, a Federação Portuguesa de Vela tinha indicado para votação Mafalda Pires de Lima (atleta feminino), Rodolfo Pires (atleta masculino e jovem promessa) e Pedro Rodrigues (treinador). Os ciclistas Rui Costa (Atleta Masculino) e Ivo Oliveira (Jovem Promessa), a judoca Telma Monteiro (Atleta Feminino), a Selecção Nacional de Seniores de Ténis de Mesa (Equipas) e Pedro Rufino (Treinador) foram eleitos os desportistas do ano 2014. 8

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Notícias do Mar

Economia do mar

Plano de Acção para o Atlântico

O Plano de Acção foi adoptado pela Comissão Europeia em Maio de 2013 e foi recentemente criada uma Equipa de Apoio baseada nos países abrangidos, Portugal, França, Irlanda, Espanha e Reino Unido.

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objectivo é fornecer orientação e apoio proativo a organizações públicas e privadas, instituições de investigação, universidades e investidores que procuram fontes de financiamento e parceiros para desenvolver projectos na área Atlântica, em linha com as prioridades do Plano de Acção: - promover o empreendedorismo e a inovação; - proteger, assegurar e valorizar o ambiente marinho e costeiro; - melhorar a acessibilidade e a conectividade; - criar um modelo de desenvolvimento regional sustentável e socialmente inclusivo. É extremamente importante divulgar o Plano de Acção, por forma a promover a participação de organizações portuguesas, uma vez que Portugal foi o Estado-Membro da UE que liderou o processo deste Plano de Acção.

O que é o Plano de Acção para o Atlântico?

A “economia azul” representa 5,4 milhões de postos de trabalho e um valor acrescentado bruto de quase 500 mil milhões de euros por ano. Ainda assim existe margem para mais crescimento, em vários domínios evidenciados na Estratégia Marítima para a Re-

gião Atlântica, foi lançada pela Comissão em 21 de Novembro de 2011 para identificar os principais desafios e oportunidades para a criação de emprego e crescimento sustentáveis.

Um pouco de história

A Estratégia Atlântica seguiu uma abordagem “bottom-up” para identificar prioridades de investimento e de investigação - ajudada pelo estabelecimento de um “Fórum Atlântico”, composto por autoridades e representantes do setor privado dos cinco países - bem por uma consulta pública. As prioridades foram estabelecidas no Plano para o Acção do Atlântico, adoptado pela Comissão em Maio de 2013, estabelecendo uma base comum para as zonas costeiras da Irlanda, Espanha, França, Portugal e Reino Unido trabalharem em conjunto para revitalizar as suas economias marítimas. O Plano de Acção não tem um orçamento dedicado. As

ações terão de ser financiadas com recurso a instrumentos de financiamento existentes a nível regional, nacional ou comunitário. A nível da UE isso inclui os Fundos Estruturais e de Investimento, bem como os programas Horizonte 2020, LIFE+, e outras fontes de financiamento como empréstimos do Banco Europeu de Investimento.

Atlantic Stakeholder Conference

Vai realizar-se o Atlantic Stakeholder Conference no dia 20 de Janeiro, na Alfândega do Porto. Este será o evento de lançamento oficial, que pretende dar visibilidade à iniciativa, e onde estão presentes participantes e oradores de toda a europa relacionados com o tema do mar.

Programa, inscrições e informações adicionais no link: http://ec.europa.eu/maritimeaffairs/policy/sea_basins/atlantic_ocean/atlanticforum/events-2015/porto/index_en.htm Site do Plano de Acção para o Atlântico da Comissão Europeia: http://ec.europa.eu/maritimeaffairs/policy/sea_basins/atlantic_ocean/index_pt.htm Focal Point – Portugal Support Team for the EU Atlantic Action Plan Tel: +351 931 67 69 71 E-mail: focalpointportugal@atlanticstrategy.eu

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Pesca Ilegal na Costa Vicentina

Texto Antero dos Santos

O Melhor Peixe do Mundo está a ser Destruído

Bóia a assinalar uma rede de emalhar de fundo fundeada a 90 metros Há legislação que serve bem para defender o peixe da nossa costa, o melhor do mundo, mas faltam os meios adequados para fiscalizar a sua pesca e acabar com os infractores que utilizam as redes de emalhar de fundo que o estão a destruir.

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litoral da Costa Vicentina é uma zona que tem merecido uma atenção muito especial, para preservar a sua biodiversidade e os recursos marinhos, porque está na zona mais estreita da nossa plataforma continental. Verifica-se na Costa Vicentina uma redução dramática do volume de capturas. Cada ano que passa menos peixe é pescado. Falámos com pescadores artesanais de Sagres que pescam com palangre (aparelho com anzol) e todos disseram que a culpa desta situação, são as centenas de quilómetros de 10

redes de emalhar de fundo fundeadas ao longo da costa até Sines. Muitas dessas redes estendem-se até atingirem várias milhas da costa, umas perpendiculares ao litoral, outras em Z e todas à volta de zonas de pedra. São paredes de redes com 10 metros de altura e quilómetros de comprimento.

O objectivo destas redes de emalhar de fundo é pescar peixe e também capturar lagostas. A situação é grave porque todas estas redes estão fundeadas

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permanentemente no mesmo sítio, como se fossem coutadas dos armadores, que dali não as tiram mais. Algumas estão há anos no mesmo local, visto as bóias que as sinalizam não saírem do mesmo ponto. Embora seja proibida a captura de crustáceos com redes de emalhar, dizem os pescadores que o objectivo destas redes de emalhar de fundo, em certas zonas como a Costa Vicentina, é pescar algum peixe e capturar lagostas também. Para capturar as lagostas, as redes têm que ficar dias seguidos sem serem levantadas a apanhar peixe que entretanto

morre, entra em decomposição e atrai as lagostas. Como é permitida a captura acessória de crustáceos, num valor até 5% da totalidade das capturas, há sempre umas quantas lagostas para trazer à lota. Antes desta técnica de pesca, as lagostas eram apanhadas em covos de vime ou em ferro e dentro colocava-se o isco, habitualmente sardinha. Agora nem é preciso iscar as redes, são os peixes que ficam presos que vão servindo de isco. Antigamente as redes de emalhar eram feitas de algodão e ao fim de alguns anos degra-


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davam-se. Agora são feitas em fio de nylon, são praticamente invisíveis para os peixes e não se degradam. Quando ficam presas nos fundos lá ficam na mesma a matar peixe. Ao segundo ou terceiro dia de estarem no fundo, quando são levantadas, estas redes apenas têm peixe em condições de ser levado à lota e consumido o que ficou preso na última maré. Os restantes peixes começam a ser comidos por caranguejos, ou pela pulga-do-mar e ao fim de uns dias já só resta a pele e as espinhas. Pescadores que já estiveram a trabalhar nestes barcos de pesca, dizem que por cada caixa de peixe que é levada à lota, há quatro caixas de peixe deitadas fora. E nem sempre se capturam lagostas. São toneladas de peixe deitadas fora.

A Lei manda levantar as redes ao fim de 24 Horas

Em relação à legislação que regula este tipo de pesca, no caso das redes de emalhar de fundo fundeadas, diz a Lei: “o comprimento máximo acumulado de cada caçada é de 5.000 m, devendo ser mantida uma distância entre caçadas de ¼ de milha”… “com uma altura máxima de 10 m”… “O comprimento máximo do conjunto de caçadas que cada embarcação pode usar é definido em função do tamanho da embarcação” A maioria das embarcações deste tipo de pesca, estão assim autorizadas a cobrir uma larga extensão do litoral com dezenas de quilómetros de redes e com uma parede junto ao fundo de 10 metros de altura. Porém, a legislação diz: “Tempo máximo de calagem: 24 horas, excepto redes (malha ≥ 100 mm) que operem em zonas de profundidade superior a 300 m que podem ficar caladas até 72 horas”. As redes que são colocadas na Costa Vicentina começam em profundidades entre os 20 e 30 metros e poucas são as que se prolongam para além dos 100 metros de profundidade.

Plataforma continental portuguesa Todas elas têm que ser levantadas ao fim de 24 Horas e como não são ficam em contravenção. Perante esta situação, a quem cabe fiscalizar? Para sabermos como se fiscaliza a pesca não apenas na Costa Vicentina, mas também em toda a Zona Económica Exclusiva até às 200 milhas náuticas e que meios existem para a

fazer, fizemos algumas perguntas ao Chefe do Estado-Maior da Armada e à Direcção-Geral da Autoridade Marítima. A resposta do CEMA foi: “A Marinha possui, atualmente, em permanência, nas diversas áreas marítimas do continente, dos Açores e da Madeira, várias unidades navais, a quem está cometida a atividade de vigilância e, no

aplicável, de fiscalização da pesca” Perante a constatação que uma embarcação de pesca se encontra a infringir as normas legais que regulam a atividade da pesca… deve ser levantado pelo comandante da unidade naval o respetivo auto de notícia e consoante os atos que se revelem adequados à situação, serem aplicadas as necessá-

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Barco de pesca a levantar as redes ao largo da Carrapateira, na Costa Vicentina rias medidas cautelares por determinação da Autoridade Marítima Local, entidade competente para o ulterior desenvolvimento processual.” Isto quer dizer, que a uni-

dade da Marinha, como é uma embarcação militar e não pode prender os pescadores, nem tem aladores para levantar as redes e apreendê-las, limitase a fazer o auto de notícia e

entrega-lo ao Capitão do Porto mais perto da ocorrência, a entidade competente para ulterior investigação e eventual desenvolvimento do processo. Relativamente à Costa Vicentina, respondeu-nos o Comandante António Ezequiel, da DGAM: “A Polícia Marítima de Sines efetua (até Odeceixe) a fiscalização a tudo, ou seja, não escolhe artes em concreto. Contudo não navega diariamente naquela zona (a sul do Cabo Sardão)”… “Para este efeito utilizam a embarcação S/R EAV “FRONTEIRA”… “No ato da fiscalização, na eventualidade de se encontrar uma arte daquele tipo fundeada, não se sabe desde

Fotografia: Palangreiro.blogspot.com

O pargo de Sagres tem Comprovativo de Compra em Lota (CCL)

Em deslocação à procura de outra bóia

Barco de pesca ao palangre 12

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quando é que ela lá está; caso esteja devidamente identificada, poder-se-á contactar com o armador para recolher essa informação, contudo, nunca tal aconteceu”… Se por acaso for encontrada uma arte não sinalizada, a arte é recolhida e elaborado o auto contra desconhecidos, se estiver identificada, é elaborada autuação contra o mestre da embarcação” Como a embarcação S/R EAV “Fronteira” da Capitania de Sines é um semirrígido sem aladores quisemos saber da DGAM quem fiscaliza a Costa Vicentina de Sagres até Odeceixe, com que tipo de embarcação e se têm radar. A resposta foi: “A restante zona até Sagres está atribuída à Capitania do Porto de Lagos”… “Dispomos de embarcações aladoras que conseguem recolher essas redes que não têm identificação”… “A Marinha também dispõe de lanchas de maiores dimensões que fazem a recolha das redes”…”As lanchas semirrígidas das Capitanias têm radar”… “A Polícia Marítima, para saber há quantos dias uma rede está fundeada, tem que perguntar ao armador”. Ficámos assim a saber que a Costa Vicentina é fiscalizada apenas por duas embarcações semirrígidas que não têm aladores para levantar as redes e não saem todos os dias para o mar. Também fomos informados que a Polícia Marítima não tem meios para saber se as redes


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Cada barco destes pode ter quilómetros de redes para levantar

Depois das redes levantadas ao largo vão levantar redes mais perto de terra, a 30m de profundidade

estão fundeadas ilegalmente há mais de 24 horas, pois tem que perguntar ao armador quando as fundeou.

O melhor peixe do mundo está a ser destruído

Há muito que consideramos o nosso peixe o melhor de todos, o mais saboroso e com melhor textura. Agora também são os “chefs” que dizem o mesmo. Confirmam os cientistas que Portugal tem o melhor peixe do mundo, devido à riqueza da nossa plataforma continental, e principalmente na Costa Vicentina, onde existe uma extraordinária biodiversidade marinha, devido à confluência de massas de água mediterrânea, atlântica temperada e atlântica tropical e o afloramento de águas profundas do Canhão de Sagres. Porém, na Costa Vicentina a nossa plataforma continental é mais estreita, não ultrapassando os 30 Km de largura. É esta pequena faixa, onde se encontram os pesqueiros mais importantes e se pesca para comer o melhor e mais diversificado peixe do Mundo, que é preciso defender a todo o custo. Depois de décadas com os fundos a serem destruídos pelos arrastões, não podemos deixar que o mesmo aconteça com as redes de emalhar de fundo. Para nos esclarecer sobre este assunto, solicitámos ao Prof. Jorge Gonçalves, investigador e professor na Universidade do Algarve, a resposta

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O peixe capturado pelos anzóis do aparelho de pesca ao palangre, não sofre agressões no corpo e fica sempre com a máxima qualidade a algumas perguntas e eis as suas respostas: “As redes de emalhar de fundo poderão dificultar as migrações dos peixes em função da sua localização e extensão da área

ocupada”… “Os estudos que existem são sobre as redes de emalhar de 3 panos (tresmalho) e contabilizam as rejeições de pescado, incluindo espécies sem valor comercial,

peixes abaixo do tamanho mínimo de desembarque, peixes cuja quota foi ultrapassada e peixes em mau estado de conservação.”…“Para estas redes de tresmalho e

Barco de pesca artesanal de Sagres 14

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para a costa do Algarve, as rejeições podem atingir cerca de 49% do número de indivíduos capturados, sendo que as rejeições são de sobretudo pequenos pelágicos como a sardinha e a cavala. No entanto, para algumas espécies comerciais, como a azevia, o besugo e a bica, o mau estado de conservação é responsável pela rejeição de 26, 40 e 45% das suas capturas em número, respectivamente”. Em relação às bóias das redes de emalhar de fundo, que avisos deveriam ter ou como deveriam estar sinalizadas, para se saber que a rede ao fim de 24 horas não foi mexida? a resposta do Prof Jorge Gonçalves foi: “Haverá algumas formas de o fazer, pois há tecnologias disponíveis que permitem calcular o tempo de imersão de um determinado objecto, a localização precisa do mesmo e formas de identificação/validação de artes de pesca (por ex: chips). A combinação de algumas destas tecnologias adaptadas ao modus operandi da pescaria, e associadas a uma análise dos VMS, poderia ajudar na sua fiscalização”

Existem respondedores AIS que se podem colocar nas bóias, para se saber onde estão as redes

É conhecida há muito a tecnologia adequada, para sinalizar com respondedores AIS as bóias das redes de emalhar de fundo, como se fossem embarcações associadas a um naviobase. O equipamento é simples e consiste num pequeno identificador que se coloca na bóia e que não ultrapassa os 35 cm de altura e o peso de 250 g. Este identificador, com GPS e VHF e com antenas integradas é uma solução AIS, permitindo assinalar a posição da bóia, o seu número e qual é a embarcação a que pertence. Nem é necessário identificar todas bóias de uma caçada, basta uma que representa 5.000 metros de rede.


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A Lota de Sagres já foi premiada pela qualidade do peixe que apresenta Numa área de 6.000 Km2, se houver duas dúzias de bóias assinaladas, não é complicado fiscalizá-las todos os dias. Estas bóias representam 120.000 metros de redes no fundo a matar peixe.

A Direcção-Geral de Recursos Marinhos diz

que as redes ficam em contravenção mas não consegue impedir que fiquem.

Colocámos ao Secretário de Estado do Mar quatro questões, a primeira das quais teve como resposta a confirmação que as

redes ficam em contravenção, se não forem levantadas ao fim de 24 horas. A segunda questão foi se a Polícia Marítima não deveria fiscalizar diariamente as redes de emalhar de fundo e a resposta foi: “A fiscalização constituiu uma obrigação de várias entidades tendo, todas elas, obrigações de intervenção nos diversos domínios da atividade da pesca. Dada a complexidade técnica envolvida, aliada à dimensão e diversidade das obrigações que impendem sobre as entidades fiscalizadoras, não é possível manter uma fiscalização permanente e focada exclusivamente numa determinada arte ou zona.” Esta resposta confirma o que já sabíamos. Como a fiscalização das Pescas envolve extrema complexidade técnica, as entidades que a deviam fazer acabam por não fazer nada. Se faltam conhecimentos técnicos adequados à Marinha e à Polícia Marítima para fisca-

Respondedor AIS lizarem as Pescas, deviam ser inspectores biólogos da DGRM a desempenharem esta missão.

Todas as bóias devem estar equipadas com respondedores AIS 2014 Dezembro 336

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Robalo A Marinha pouco aparece na zona. Quanto à Polícia Marítima, não sai todos os dias, nem tem instruções para fiscalizar o tempo de calagem das redes de emalhar de fundo. A terceira questão foi sobre os respondedores AIS: Não deveria ser obrigatório, os armadores colocarem respondedores AIS nas bóias, para se saber onde estão as redes? “Consideramos que a utilização de AIS na sinalização das artes não se afigura ser uma solução vantajosa e recomendável”… “É certo que também se empregam equipamentos AIS para identificar o posicionamento de bóias ou faróis num quadro de ajudas à navegação, mas essa é uma utilização em objetos isolados e de localização esporádica”… “uma utilização massiva, como seria a do assinalamento das redes caladas, contribuiria significativamente para a degradação das condições e segurança da navegação ao difundir uma multitude de sinais de identificação”… “Se a opção do operador for pela infracção ela será assumida em igual dimensão com ou sem AIS. Refira-se que o AIS apenas identifica a posição e a pertença da rede, não o seu tempo de permanência calada, Informação que o atual

sistema também permite”…” Há ainda a considerar que a solução sugerida representa um custo significativo, dificilmente suportado pela comunidade que se dedica a esse tipo de atividade, constituída por um universo maioritariamente constituído por pequenas embarcações”. Ao contrário da resposta, a colocação de respondedores AIS nas bóias, seria uma preciosa ajuda à navegação de cruzeiro, principalmente à noite, evitando muitos acidentes. Também o tempo de calagem das redes pode ser facilmente confirmado pela Polícia Marítima, principalmente se estão mais de 24 horas no mesmo local. As lanchas da Policia Marítima que operam na Costa Vicentina têm radar e certamente também o receptor AIS. Se saírem todos os dias para o mar, ou dois dias seguidos para a mesma zona, basta verificarem se os respondedores AIS das bóias já identificadas saíram do sítio ou não mexeram. Se estão no mesmo local ficaram em contravenção. No que respeita a despesas para os armadores, os que pescam legalmente todos os dias, o custo destes respondedores é amortizado num só lance. Portanto, é irrelevante. Quan-

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Safio to aos armadores que têm as redes fundeadas permanentemente e só as levantam de vez em quando, passam a pagar coimas, ou levantam as redes definitivamente. A última questão foi: Não deveria ser impedida a pesca de emalhar de fundo até às 6 mn da costa e autorizado apenas a pesca do palangre de fundo? “A zona da Costa Vicentina beneficia já da existência de uma zona protegida, o Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina (PNSACV), que se estende, no mar, até aos 2 km de distância relativamente à linha de base, e onde o acesso à atividade de pesca está especialmente condicionado”… “Salienta-se que as várias artes de pesca dirigem a captura a espécies diferentes e, nessa óptica, a diversificação da atividade com várias artes não é incompatível com uma adequada gestão dos recursos”… “importa realçar a existência de uma política de discriminação positiva relativamente à pesca com artes do grupo da pesca à linha, que se traduz na possibili-

dade de atribuição de novas licenças sem contrapartidas e na não existência de restrições à pesca relativamente à linha de costa. Refira-se que nas restantes artes existem restrições de operação relativamente à distância da linha de costa”. Muito do peixe que é exportado é pescado com o palangre na Costa Vicentina, porque é o que apresenta a máxima qualidade, capturado com poucas horas pela boca e sem estar amassado pelas redes. É por motivo que o peixe da Lota de Sagres é um pescado com “Comprovativo de Compra em Lota (CCL), logo um produto controlado desde a origem até ao consumidor final que traz benefícios não só para o consumidor, como para o ambiente”. O prejuízo das redes de emalhar nos fundos da Costa Vicentina é incalculável. Destrói o peixe que eventualmente podia ficar no palangre e não nos deixa comer nem exportar o que é de melhor qualidade. O nosso peixe melhor do mundo, precisa ser salvo urgentemente

Sargo


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Notícias do Mar

PONG-PESCA - Plataforma de Organizações Não-Governamentais Portuguesas sobre a Pesca

PONG-Pesca Reuniu com Ministra da Agricultura e do Mar A Plataforma de Organizações Não-Governamentais para a Pesca (PONG-Pesca) reuniu no passado dia 2 de Dezembro com a Ministra da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas, e com o Secretário de Estado do Mar, Manuel Pinto de Abreu, para dar conhecimento aos responsáveis do novo protocolo de entendimento da plataforma, assinado no passado dia 17 de novembro.

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Rita Sá, da WWF Portugal, Marisa Batista da LPN, Ministra Assunção Cristas, Joana Andrade da SPEA, Secretário de Estado Manuel Pinto de Abreu e Gonçalo Carvalho da Sciaena.

ste protocolo pretende adequar a ação da PONGPesca à fase de implementação da nova Política Comum de Pescas (PCP), quer em termos de orientações, quer em termos de regras de funcionamento e metodologias de trabalho. O novo protocolo mantém a promoção da exploração sustentável dos recursos pesqueiros, em todas as suas vertentes, ecológica, social e económica, tendo em vista a conservação dos ecossistemas marinhos e também 18

o desenvolvimento das comunidades ligadas a esta atividade como principal foco da plataforma, mas define também outras áreas que serão abordadas pela PONG-Pesca, tendo em conta a necessidade de lidar com as pescas de forma integrada com as restantes atividades e impactos humanos nos ecossistemas marinhos e costeiros. Visando o Conselho de Ministros Europeus das Pescas dos dias 15 e 16 de dezembro, onde serão decididas as possibilidades

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de pesca pela primeira vez ao abrigo da PCP reformada, que obriga, tanto quanto possível, a acabar com a sobrepesca até 2015, os responsáveis das ONG aproveitaram para entregar aos governantes uma carta assinada por 133 ONG de toda a Europa, incluindo 8 portuguesas. ”A carta pede que os Ministros Europeus das Pescas cumpram as metas claras que foram incluídas na PCP já no Conselho de dezembro, fixando quotas de pesca compatíveis com o rendimento máximo sus-

tentável já para 2015, para bem dos ecossistemas marinhos, dos recursos pesqueiros e das comunidades piscatórias que deles dependem”, disse Gonçalo Carvalho, representante da PONG-Pesca. No que diz respeito às Pescas, para além de algumas indicações sobre a implementação da PCP, as ONG defenderam que Portugal deve pensar e agir para além disso, pois existem princípios transversais que podem e devem ser promovidos: a Gestão Baseada em Ciência; o Con-


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trolo Efetivo das Atividades Piscatórias; e a Consulta e Integração de Todas as Partes Interessadas. Foram ainda avançadas várias posições sobre a gestão nacional das pescas, pois a plataforma pretende ser envolvida nas discussões e nos processos de decisão relacionados com tudo aquilo que ficou sob a alçada dos Estados-Membros - a pequena pesca e as zonas onde esta maioritariamente opera. Sobre o Programa Operacional MAR 2020, cofinanciado pelo Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos e das Pescas (FEAMP), foram reforçados alguns dos pontos apresentados pela PONG-Pesca no decorrer do processo de consulta pública: medidas dedicadas à pequena pesca costeira; áreas marinhas protegidas e medidas de proteção e restauração da biodiversidade; recolha de dados e indicadores; seletividade das artes e redução de impactos e composição da autoridade de gestão e dos GAL-pesca. Alertou-se ainda para a necessidade de melhorar os processos de consulta pública e de permitir às ONG um maior acesso às candidaturas no âmbito do futuro fundo, pois para além de serem representantes da sociedade civil, são também entidades com trabalho e interesse no meio marinho. Foram ainda abordados outros assuntos: i) Legislação comunitária relativa à pesca de espécies de profundidade; ii) Exploração de Gás Natural na Costa Algarvia e iii) Diretiva-Quadro “Estratégia Marinha” e Designação de Áreas Marinhas Protegidas; bem como alguns projetos de

conservação marinha e pescas liderados por ONG e que estão presentemente a decorrer. No final, Gonçalo Carvalho disse que “foi uma reunião muito produtiva em que tivemos algumas respostas e trocámos vários pontos de vista. Mas sobretudo ficou claro que a PONG-Pesca, e as organizações que a constituem,

tem um papel a desempenhar naquilo que devem ser dois objetivos fulcrais para Portugal – pescas cada vez mais sustentáveis e a conservação do meio marinho e costeiro”. *Associação Portuguesa para o Estudo e Conservação dos Elasmobrânquios (APECE), Grupo de Estudos do Ordenamento

do Território e Ambiente (GEOTA), Liga para a Protecção da Natureza (LPN), Observatório do Mar dos Açores (OMA), Associação Nacional de Conservação da Natureza (Quercus), Associação de Ciências Marinhas e Cooperação (Sciaena), Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) e WWF Portugal – World Wildlife Fund.

Exma. Sra. Ministra, Em 15 e 16 de dezembro, V. Exa. reunir-se-á com os seus homólogos para tomar uma decisão referente aos limites de pesca de unidades populacionais de peixe no Oceano Atlântico e águas adjacentes. A sua decisão será tomada no contexto da Política Comum das Pescas (PCP) reformada, a qual obriga, tanto quanto possível, a acabar com a sobrepesca até 2015 e, numa base evolutiva e gradual, o mais tardar até 2020, para todas as unidades populacionais.(1) Sabe-se que mais de 40 por cento das unidades populacionais avaliadas no Atlântico Nordeste e águas adjacentes são alvo de sobrepesca. A diferença entre os limites de pesca adotados e os níveis de pesca recomendados cientificamente aumentou significativamente nos últimos dois anos, indicando uma tendência de agravamento no que se refere à sobrepesca.(2) Além disso, constatámos com preocupação que as recentes decisões do Conselho sobre os totais admissíveis de captura para o Báltico e para as espécies de profundidade falharam o objetivo de acabar com a sobrepesca em unidades populacionais sem que tenham sido apresentadas justificações. Assim, solicitamos novamente a V. Exa. que cumpra o prazo de 2015 para todas as unidades populacionais, pois qualquer atraso em acabar com a sobrepesca irá simplesmente prolongar a degradação ambiental e as dificuldades socioeconómicas do sector das pescas. Com menos peixe, só poderá haver menos pesca. Por favor, não desperdice esta oportunidade de proporcionar, às gerações atuais e futuras, não só unidades populacionais de peixe como ecossistemas marinhos saudáveis. Um número elevado de cidadãos da UE seguiu ativamente o processo de reforma da PCP, incentivando ministros e deputados do Parlamento Europeu a acordarem metas ambiciosas com vista a acabar com a sobrepesca. E, neste momento, esperam que V. Exa. implemente esta reforma sem demora. De acordo com o regulamento de base, se V. Exa. ou qualquer um dos seus homólogos solicitar o adiamento do prazo de 2015, terá de apresentar elementos de prova específicos que demonstrem que a sustentabilidade social e económica das frotas pesqueiras envolvidas seria gravemente prejudicada pela decisão de acabar com a sobrepesca em 2015.3 Além disso, deve ser explicado como será reduzida a pressão de pesca de forma progressiva e gradual para níveis sustentáveis, o mais rapidamente possível e o mais tardar até 2020. Chegou a altura de cumprir as expectativas da PCP reformada e de acabar com a sobrepesca na UE pelo bem do ambiente marinho, dos recursos haliêuticos e das comunidades que deles dependem. (1)- Regulamento (UE) N.º 1380/2013 do Parlamento Europeu e do Conselho de 11 de dezembro de 2013 sobre a Política Comum das Pescas, Art. 2.2, http://eur/lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=OJ:L:2013:354:0022:0061:EN:PDF. (2)- Consultar Comissão Europeia, “Comunicação da Comissão ao Parlamento Europeu e ao Conselho respeitante a uma consulta sobre possibilidades de pesca para 2015 no âmbito da Política Comum das Pescas” (COM [2014] 388 final), http://ec.europa.eu/dgs/maritimeaffairs_fisheries/consultations/fishing-opportunities-2015/doc/com-2014-388_en.pdf. (3)- Regulamento (UE) N.º 1380/2013 Considerando 7.

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Notícias do Mar

Notícias Yamaha

Formação Sobre Assistência dos Novos Yamaha F115B e F175A

Sessão teórica com um grupo Durante três dias, de 25 a 27 de Novembro, na Yamaha Motor Portugal, Luís Pedroso, Marine Service Coordinator, realizou diversas sessões de formação, sobre os novos F115B e F175A, a equipas de técnicos dos concessionários, especializados na assistência dos motores fora de borda Yamaha.

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s novos Yamaha F115B e F175A são motores de uma nova geração que foram desenvolvidos pelos engenheiros da Yamaha, incorporando materiais especiais e as mais recentes inovações tecnológicas Yamaha. O objectivo principal para ambos foi colocar mais potência num maior número de embarcações, com motores mais leves e com menor consumo e oferecerem um excepcional rácio de potência-peso. O F115B com a cilindrada de 1.8 litros e 4 cilindros em linha DOHC, pesa apenas 173Kg. Este motor traz melhoramentos na eficiência no consumo de combustível, suavidade, performance e um funcionamento silencioso que se deve também a um novo design do motor, com menos componentes que simpli20

ficou a construção do motor, facilitou também a redução do peso e concebeu o motor para uma manutenção mais fácil.

Uma das sessões da formação foi o Yamaha F115B completamente desmontado

Para se compreender melhor o design inovador do F115B, Luís Pedroso tinha o motor completamente desmontado numa bancada da zona técnica, para se perceber bem a razão destas características. Com um bloco extremamente leve e fácil de desmontar e montar os vários componentes do motor, tornam-se mais simples as reparações e também as diversas operações de manutenção.

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Alem dos melhoramentos de engenharia, o F115B beneficiou de outros avanços recentes electrónicos e tecnológicos Yamaha

Antes da sessão na área técnica, foi feita aos técnicos dos concessionários, num auditório da Yamaha, uma sessão onde foram dados os diversos conhecimentos teóricos necessários, para a apresentação dos dois motores, F115B e F175A. Como este novo Yamaha F115B é uma versão ainda mais avançada tecnologicamente que o lendário F115A, foi desenvolvido pela Yamaha novo software para toda a assistência ao motor.

Assim, sobre este indispensável novo software do F115B, bem como as inovadoras características do motor e sobre os mais recentes sistemas electrónicos e tecnologias da Yamaha, que foram introduzidas no motor, Luís Pedroso apresentou e esclareceu de uma forma simples a matéria teórica. Ficou-se a saber que o Sistema Digital em Rede, traz muitas vantagens, tais como a disponibilidade de utilizar uma variedade de perceptíveis instrumentos multifunções, muito importantes para a leitura do motor. Também é fundamental conhecer o ajuste variável das RPM, que é activado por um simples pressionar do botão, que controla as RPM, precisamente em passos de 50 RPM entre as 600 e as 1000 RPM, para quando é necessário manter percursos em velocidades baixas e na


Notícias do Mar

pesca ao corrico. Neste motor foi igualmente introduzido o exclusivo sistema de Protecção Anti-Roubo Yamaha (YCOP), oferecendo a mesma segurança que se espera num automóvel, para imobilizar o motor até que se pretenda ligar de novo, basta pressionar o botão no comando remoto.

O leve e inovador Yamaha F175A beneficiou de um programa contínuo de desenvolvimento tecnológico

Durante vários anos a Yamaha desenvolveu novas características e tecnologias revolucionárias para maior poupança de peso dos motores, trazendo uma melhoria na eficiência do consumo de combustível, uma performance suave e silencioso funcionamento. O Yamaha F175A, com um bloco motor de 2.8 Litros, DOHC, 4 cilindros em linha, tem apenas o peso de 225kg. Este 175A HP é mais leve do que muitos modelos 200 HP a 2 tempos e pesa o mesmo que o Yamaha F150. A engenharia inovadora do novo F175A, com dimensões muito compactas e desenvolvendo uma faixa de potência de alta performance, atinge o objectivo principal deste motor, estar adequado a uma ampla variedade de embarcações e a uma diversidade enorme de utilizações, incluindo servir como boa proposta de remotorização de barcos com motores a 2 tempos. Em relação a estes motores, tem a vantagem de ter uma performance mais limpa, mais eficiente e mais amiga do am-

O Yamaha F175A a funcionar no tanque de ensaios biente.

O F175A teve um impressionante desempenho no tanque, com o novo Sistema de Amortecimento da Engrenagem

Na área técnica encontrava-se no tanque de ensaios um F175A que serviu para melhor se observar as inovadoras características deste motor. Foi deste modo fácil fazer-se a leitura no computador de assistência, de imensa informação que o motor foi dando a funcionar, nos arranques e nas acelerações.

A coluna do Yamaha F115B desmontada

Luís Pedroso, foi simulando diversos tipos de falhas que foram registadas também num écran para todos verem. Foi impressionante ver a suavidade do F175A a funcionar, bem como o silencioso desempenho, do motor mesmo nas altas rotações. O motor não se mexe nem vibra. Também se assinala o suave Sistema de Amortecimento da Engrenagem (SDS) que colocou um fim à pancada, associada à mudança da engrenagem. O F175A, como é um motor compacto e leve, que foi desenhado para fornecer um excepcional rácio de potência-peso, consegue uma brilhante performance com extrema eficiência de combustível, resultando em custos opera-

cionais muito reduzidos. Com este motor, o Sistema Digital em Rede tem também a possibilidade de personalizar à medida e necessidade do Cliente e a respectiva embarcação, podendo usar-se com ele uma ampla gama de instrumentos multifunções. Também está incorporado o sistema de protecção antirroubo (YCOP), tal como num carro, usando simplesmente o botão do comando remoto para imobilizar o motor. O ajuste variável das RPM está disponível com a opção do Sistema Digital em Rede Todos estes novos sistemas electrónicos e tecnológicos Yamaha foram explicados, bem como a respectiva assistência e manutenção.

O bloco do motor Yamaha F115B desmontado numa bancada 2014 Dezembro 336

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Náutica

Novo Yamaha F130A

Yamaha Reforça Potência Leve Para Mais Barcos O novo F130A reforça a missão da Yamaha de propor potência leve e elegante a ainda mais barcos.

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ste belíssimo novo F130 será a resposta a muitos proprietários de barcos que há muito tempo pediam esta cavalagem. Não apenas os clientes que compram novos motores, mas outros clientes que desejam reequipar o seu barco com um novo motor que tenha a mais recente e entusiasmante tecnologia. Encaixando perfeitamente no espaço entre os 2 modelos mais recentemente lançados - o F115 e o F150 - o F130, perfeitamente posicionado, é um exemplo impressionante da busca contínua da Yamaha para desenvolver os mais recentes 4 tempos e trazer enormes benefícios de tecnologia eletrónica ao cliente final e ao ambiente. De facto, apesar das suas ca-

racterísticas únicas em força e potência, na sua classe, este novo motor é tão compacto no seu design e leve no peso – com muitos dos avanços pioneiros no nosso recente e amplamente aclamado F115 – que se compara quase diretamente aos equivalentes motores a 2 tempos. O que é mais interessante é, que a sua leveza de peso e o facto de ser compacto, tornam o F130 versátil para, não só substituir os antigos e grandes motores da mesma cavalagem, mas também dar mais potência do que muitos motores de cavalagem inferior mas com o mesmo tamanho físico! Os engenheiros da Yamaha adotaram muitas das mais recentes tecnologias eletrónicas e facilidades de condução, que eles desenvolveram para os nossos mais recentes

Características Técnicas do Novo F130A • Pesa apenas 174kg – a melhor relação peso-potência da sua classe • Motor de 16 válvulas de grande dimensão (1.832cc formato 4 cilindros em linha com DOHC) • Design de última geração com novo capot e design elegante • Injeção eletrónica de combustível multi-ponto e controlo eletrónico do motor por micro-computador ECM • Sistema de ignição direto para melhor desempenho • Válvula de aceleração eletrónica e coletor de admissão simplificado • Consumo de combustível extremamente eficiente – menores custos de funcionamento e fiabilidade • O volante do motor tem um novo design e foi introduzido um novo tabuleiro no filtro de óleo para uma utilização e manutenção mais facilitada e amistosa • Sistema digital em rede opcional – tem os instrumentos multifunções mais recentes • Ajuste variável das RPM – ajusta a baixa velocidade em níveis de 50rpm • Exclusivo sistema imobilizador/de proteção antiroubo YCOP – para paz de espírito • Unidade Yamaha compacta, leve e de macaco hidráulico único Power Trim&Tilt • Limitador do ângulo do Tilt, disponível como opcional • Alternador de alta potência 35A – energia extra para o arranque e para os acessórios • Nova série de hélices em alumínio Talon com menos vibração e ruído – para navegação mais suave • Sistema de lavagem com água doce – basta ligar a mangueira e lavar O novo F130A estará disponível nos Concessionários Oficiais Yamaha na Primavera 2015. Para informação mais detalhada, por favor contate: Yamaha Motor Europe N.V. Sucursal em Portugal R. Alfredo Silva, n.º 10 2610-016 Alfragide Phone: +351 214 722 100 Email: infomarine@yamaha-motor.pt Website: www.yamaha-motor.eu/pt Social Media: www.facebook.com/PortugalYamahaMarine

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motores e incorporaram-nas neste novo e significante F130. Aqui estão alguns exemplos: O opcional Sistema Digital em Rede, traz muitas vantagens, tais como a disponibilidade de uma panóplia de instrumentos de fácil leitura, atrativos e multifunções • Ajuste variável de RPM para controlo de velocidade – ativado por um simples premir de botão – que controla as rpm precisamente em níveis de 50rpm entre as 600-1000rpm, para uma navegação relaxada • O exclusivo Sistema de Proteção Antiroubo Yamaha (YCOP), dando-lhe a mesma segurança que espera do seu automóvel – para imobilizar o motor até à próxima utilização, carregue simplesmente no botão do seu comando à distância • A recentemente desenvolvida série Talon de hélices em alumínio, incorporam um novo design de lâmina e o sistema único de amortecimento para reduzir ainda mais a vibração e o ruído, tornan-

do este novo motor mais silencioso e suave para navegar com ele em todos os sentidos. Tudo somado, o F130 é uma unidade extremamente versátil, proporcionando o mais alto desempenho de potência-peso da sua classe. Com os seus 1,8 litros, configuração de 4 cilindros em linha, faixa de potência muscular e engenharia inovadora, este novo motor é adequado para uma ampla gama de barcos e uma abrangente variedade de utilizações - trazendo uma melhor eficiência de combustível, desempenho suave e silencioso para tudo, desde desportos aquáticos a barcos de passeio, mas também desde barcos de trabalho marítimo-turístico a trabalho para clubes navais, marinas ou mesmo entidades.


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Náutica

Teste Quicksilver Activ 605 Sundeck com Motor Mercury 115 EFI

Texto e Fotografia Antero dos Santos

Conjunto Económico e Performante com o Novo Mercury 115 EFI

Testámos no passado dia 25 de Outubro na Marina Expo, a convite da Touron Portugal e do seu concessionário Courela Yachts, o novo motor fora de borda da Mercury, o 115, montado no Quicksilver Activ 605 Sundeck, formando um conjunto com preço económico, cujo motor se destacou com acelerações rápidas e boa velocidade de ponta.

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onstruídos agora em Portugal no estaleiro da Brunswick Marine, em Vila Nova da Cerveira, a nova linha Activ da gama Quicksilver foi redesenhada para ampliar ain24

da mais a capacidade de ser utilizada para diferentes actividades nos dias de saída e aumentar a diversão. Pretende-se ainda que os barcos Activ possam oferecer o máximo conforto nos passeios com os amigos

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e familiares. As embarcações Quicksilver Activ têm um design moderno e desportivo, caracterizando-se, pela segurança, com cascos adequados ao mar e com os interiores muito confortáveis e de

fácil circulação, dispondo também de equipamentos simples de usar. O grande trunfo destas embarcações é terem modelos Open, Sundeck e Cabin-cruiser para serem facilmente utilizadas


Náutica

O Activ 605 tem dois bancos individuais e um banco corrido à popa

No posto de comando os bancos têm duas posições

barco polivalente Quicksilver Activ 605 Sundeck

Neste barco, com 6,12 metros de comprimento, é notável a caracterização equilibrada de três

amplos espaços, cujo conjunto oferece ampla polivalência. O poço com o posto de comando, o solário, ocupando toda a área à frente do pára-brisas e a con-

para qualquer desporto aquático ou para a pesca desportiva, sem adaptações de espécie alguma. Cada embarcação tem equipamentos e os acessórios indispensáveis para qualquer tipo de utilização em qualquer momento.

O Quicksilver Activ 605 Sundeck é um óptimo

O Activ 605 Sundeck proporciona uma navegação confortável 2014 Dezembro 336

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Náutica

O novo Mercuri 115 EFI estava montado no Activ 605 Sundeck fortável e espaçosa cabina com acomodação para duas pessoas dormirem. No posto de comando, o piloto e o copiloto dispõem de cómodos bancos individuais giratórios que têm duas posições de sentado, em baixo ou em cima, que facilita ainda o piloto na condução de pé. O painel de instrumentos está em cima,

é bem visível para o piloto e comporta um espaço para se montar ao meio a electrónica com GPS/Plloter/Sonda. Para maior comodidade e reduzir o esforço do piloto, a direcção é hidráulica. A entrada para a cabina encontra-se no posto de comando, dispondo de uma porta com uma forma agradável e sem

Duche de água doce à popa 26

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arestas que corre, para abrir, atrás do posto de pilotagem, não ocupando espaço quando está aberta. A cabina, com acomodação para duas pessoas dormirem e espaço para estarem sentadas à entrada, tem duas camas, luzes e uma escotilha de arejamento no tecto. No poço atrás encontra-se um banco corrido para quatro

pessoas, com o encosto que se baixa a bombordo para facilitar o acesso directo para a plataforma de banhos que existe à popa, junto da qual encontra-se um duche de água doce. Para os que quiserem pescar, o poço tem espaço para se estar comodamente a pescar ao fundo ou ao corrico, sentados nos bancos do piloto e do

A porta da cabina é de correr para abrir


Náutica

O Activ 605 Sundeck curva com muita segurança copiloto virados para a popa. Como o posto de comando está todo encostado a estibordo, a passagem para a proa é bastante larga e fica a bombordo na continuidade da entrada para o barco à popa e simplificando a circulação dentro do barco. Assim, com facilidade e segurança é feito o acesso ao grande e confortável solário, ou até à proa para as manobras de fundear. Na proa está montada uma roldana e encontra-se o porão do ferro. Aqui também pode ser montado um molinete eléctrico. Quando chega a hora dos piqueniques, como o poço é bastante largo e amplo, ao meio do poço pode-se montar uma mesa. Para apoio dos desportos aquáticos, à popa pode-se fixar um mastro de esqui. Para arrumar e guardar equipamentos, roupa e palamenta, existe um porão sob o banco da popa, e compartimentos na cabina, com excelente capacidade de arrumação. Para os dias de muito calor e sol, o barco tem um bimini para fazer uma boa sombra sobre o poço.

O conjunto fez excelentes performances no teste

O Activ 605 Sundeck é um barco robusto que pesa 1.045 Kg e tem indicado como potência máxima os 150 HP. Isto fazianos pensar que a resposta do barco, com um motor de 115 2014 Dezembro 336

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Náutica

Com o Mercury 115 EFI o Activ 605 Sundeck teve arranques quase instantâneos HP, fosse insuficiente. Porém, o novo Mercury 115 EFI tem um elevado binário e grande poder de aceleração. A característica dos cascos Quicksilver Activ, com um V evolutivo bastante marcado à

proa e atenuado à popa que este modelo apresenta, conjugou-se bem com o poder do Mercury 115 e logo no arranque, em 2,18 segundos, estávamos a planar. No teste de aceleração o

Mercury 115 EFI em apenas 3,8 segundos chegou às 5.000 rpm com a velocidade de 15 nós, numa aceleração quase instantânea. Depois com o trim o barco rapidamente ganhou mais ve-

O encosto do banco gira para abrir a passagem para a popa 28

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locidade. Quando acelerámos ao máximo, o Activ 605 Sundeck atingiu 31,3 nós às 6.000 rpm, mostrando o conjunto muito boa velocidade de ponta. Para vermos as características do casco, colocámos o barco numa velocidade mínima a planar e navegámos apenas a 7 nós com o motor nas 3.200 rpm e confirmámos que o casco se apoia e desliza muito bem à popa. Como é cada vez mais importante a velocidade de cruzeiro, com um consumo económico, navegámos a 19 nós às 4.000 rpm. No dia dos testes, não fazia vento e a água do rio estava calma. Ensaiámos as qualidades do casco a navegar, utilizando a agitação da água provocada pelas esteiras de outros barcos. Verificámos que os planos de estabilidade laterais salientes da proa até à popa equilibram muito bem o barco a navegar a direito e a curvar agarramse bem na água, permitindo o barco curvar com segurança. A cortar as esteiras, o casco mos-


Náutica

Motor Mercury 115 EFI

A

A cabina tem espaço para se estar sentado trou ser confortável e não bate. O piloto vai confortavelmente sentado, numa excelente posição de condução e como a direcção é hidráulica, não faz qualquer esforço e domina perfeitamente o barco nas manobras. Também para os pescadores, devido às características

do casco, o barco balança pouco quando está parado, facilitando com segurança toda a circulação dentro barco e, em função do tipo de pesca, o poço tem espaço para dois ou quatro pescadores estarem com toda a comodidade. Devemos destacar o silêncio do motor a funcionar, pois qua-

Passagem larga do poço para a popa

Mercury desenvolveu três novos motores a 4 tempos com o mesmo bloco, 80/100/115 O Motor Mercury 115 EFI a 4 tempos, caracteriza-se por incorporar as últimas inovações tecnológicas da Mercury, que lhe permite uma elevada combinação de potência e força com inigualável poupança de combustível. Este novo motor fora de borda Mercury tem um bloco com 2,1 litros de cilindrada, quatro cilindros, oito válvulas e uma árvore de cames. Caracteriza-se por ser mais leve e de mais baixo perfil no seu segmento de potências e proporciona mais potência e mais binário que a sua concorrência. Os novos Mercury a 4 tempos foram desenvolvidos segundo a mesma arquitectura dos populares e de grande prestígio Mercury F150 EFI, assegurando arranque a frio, estabilidade de funcionamento e elevada durabilidade, qualquer que fossem as condições de navegação. A transmissão de design hidrodinâmico é totalmente inovadora a nível mundial, com uma relação de caixa de 2.07:1 que melhora a eficiência, reduz o consumo e aumenta as RPM Os modelos com Command Thust disponibilizam melhoria do rendimento geral, facilidade de manobra e maior potência, pois utilizam o cárter do Mercury 150 EFI e conseguem uma relação de caixa 2.38:1, excelente para embarcações pesadas e com grandes cascos. Como a carcaça superior do motor está insonarizada, o seu escape é silencioso e foram instaladas diversas partes do motor, de modo a reduzir vibrações e diminuir o ruído da admissão, o motor funciona de forma notavelmente muito silenciosa e suave. Sem manutenção de válvulas, é algo Inovador também neste motor que o torna mais simples de manter, com apenas a mudança de filtros de óleo e de combustível e através do sistema de lavagem do motor com água doce.

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Náutica

Graças ao casco com os planos de estabilidade muito salientes, o barco tem um desempenho muito estável se não se dá por ele, mesmo a quem vai sentado atrás. Em conclusão, o Quicksilver Activ 605 Sundeck com o novo Mercury 115 EFI forma um conjunto extremamente económico no que respeita ao preço de

venda, atinge óptimas performances e oferece a oportunidade aos apaixonados pelas actividades aquáticas de se divertirem e até pernoitarem na cabina, para prolongarem mais os dias com satisfação.

Características Técnicas Comprimento total

6,12 m

Comprimento do casco

5,75 m

Boca

2,40 m

Peso em seco

1.045 Kg

Calado com motor

0,44 m

Capacidade combustível

110 L

Depósito água doce

45 L

Lotação

7

Potência máxima

150 HP

Categoria de desenho CE

C

Motor

Mercury 115 EFI

Preço barco /motor

23.380 e + IVA

Performances

Amplo solário à proa

Na proa tem um roldana e pode levar um molinete eléctico 30

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Tempo de planar

2,18 seg.

Aceleração às 5.000 rpm

15 nós em 3,8 seg.

Velocidade máxima

31,3 nós às 6.000 rpm

Velocidade de cruzeiro

19 nós às 4.000 rpm

Velocidade mínima a planar

7 nós às 3.200 rpm

3.500 rpm

13,7 nós

4.000 rpm

18,5 nós

4.500 rpm

23 nós

5.000 rpm

26 nós

5.500 rpm

28 nós

6.000 rpm

31,3 nós

Importador e Concessionário Touron Portugal – Telf.: 21 460 76 90 geral@touronsa.pt www.touron-nautica.com/pt Courela Yachts – Passeio Neptuno 3.04.01 J loja 24 - Marina Parque das Nações Tel. 211 991 793 info@wwm.pt www.wwm.pt


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Electrónica

Notícias Nautel

Conheça as Novas“HELIX” da Humminbird!

A Humminbird iniciou a apresentação da sua nova família de produtos para a navegação e pesca nas pequenas embarcações – as HELIX.

N

o seu constante esforço de continuar a oferecer mais valor ao melhor preço, a HUMMINBIRD

® tem o orgulho de anunciar o lançamento desta nova família, onde os equipamentos são de formato compacto e apresentam um conjunto de caraterísticas

“best-in-class”, como o ecrã a cores largo, e poderosos recursos funcionais. Para quem procura uma imagem de ecrã que captura a

HELIX 5 SONAR GPS 32

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máxima amplitude da paisagem subaquática, na sua estrutura sedimentar e peixes, o ecrã horizontal é a resposta. Daí, a opção da Humminbird por um ecrã de 5”, TFT de 256 cores, 800 x 480 pixels de resolução que relembra a relação de aspeto de 16:9 do formato atual dos TV’s de Alta Definição. “Ao longo dos anos, os pescadores disseram-nos como estimam nossas séries 800 e 900 por causa da orientação do ecrã. Especialmente para as nossas patenteadas tecnologias como a do sonar de varrimento (SideImaging), a orientação da visualização maximiza o número de pixels horizontais para o detalhe ser ideal e facilitar a visualização,” diz a Humminbird. Para os que agora chegam à eletrónica nos barco, chegar nunca foi tão bom… Os pescadores com orçamentos limitados têm agora acesso a recursos de localização de peixe incríveis com um investimento mínimo. Para quem já usa HUMMINBIRD é fácil migrar pois os trans-


Electrónica

HELIX 5 DI GPS dutores são os mesmos que nas séries 300, 500, 600, 700. As HELIX oferecem a mais alta resolução de qualquer sonda, na sua categoria de preço. “Estas não são unidades incrivelmente caras, são unidades incríveis ao melhor preço,” diz o gestor de produto da Humminbird. Conheça agora a família... A família HELIX compreende cinco modelos para atender às necessidades individuais dos pescadores e navegantes. Todas as unidades apresentam controle do Menu, tradicional da HUMMINBIRD, pelo teclado, ecrã TFT de 256 cores de 5 polegadas, 800 H x 480V, e permitem a orientação da montagem, ou embutir com kit opcional. Os modelos internacionais suportam 200/50 kHz. Os transdutores de 50 kHz opcionais estão disponíveis, para mais desempenho em profundidade.

HELIX 5 SONAR GPS GPS/Chartplotter/Sonda a cores 2D Antena GPS interna. Sonda de 500w de potência (RMS), deteta fundo até máximo de 450m. Duplo feixe de 83/200KHz com abertura de 20º e 60º. Inclui transdutor de painel de popa XNT-9-20-T,com sensor de temperatura. Funções GPS: 2500 waypoints, 50 rotas, 50 rastos com 20.000 pontos cada. GPS diferencial por satélite EGNOS/ WAAS. Usa Cartografia GOLD Navionics. Pode usar o AUTOCHART Humminbird. HELIX 5 DI GPS GPS/Chartplotter/Sonar Vertical/Sonda 2D Antena GPS interna. “DOWN IMAGING” – Sonar vertical, para além da sonda a côres convencional. 500w de potência (RMS), deteta fundo em 2D até máximo de 450m e 100m em DI. Feixe múltiplo 455/800/200/455KHz com 28, 16 , 45 e 75 graus de

HELIX 5 DI abertura . Inclui transdutor painel de popa XNT-9-DI-T,com sensor de temperatura. Funções GPS: 2500 waypoints, 50 rotas, 50 rastos com 20.000 pontos cada. GPS diferencial por satélite EGNOS/WAAS. Usa Cartografia GOLD Navionics. Pode usar o AUTOCHART Humminbird HELIX 5 DI Sonar Vertical/Sonda 2D “DOWN IMAGING” – Sonar vertical, para além da sonda a côres convencional. 500w de potência (RMS), deteta fundo em 2D até máximo de 450m e 100m em DI . Feixe múltiplo 455/800/200/455KHz, com 28, 16, 45 e 75 graus de abertura. Inclui transdutor painel de popa XNT-9-DI-T,com sensor de temperatura. HELIX 5 SI GPS GPS/Chartplotter/Sonar lateral/Sonar Vertical/Sonda 2D O topo de gama da série…. Antena GPS interna. “SIDE IMA-

GING“- Sonar de varrimento lateral DOWN IMAGING” – Sonar vertical, para além da sonda a côres convencional. 500w de potência (RMS), deteta fundo em 2D até máximo de 450m e 100m em DI/SI. Feixe múltiplo 83/455/800/200/455KHz,com 20, 60 e 2x 85 graus de abertura . Inclui transdutor painel de popa XNT-9-SI-180-T,com sensor de temperatura. Funções GPS: 2500 waypoints, 50 rotas, 50 rastos com 20.000 pontos cada. GPS diferencial por satélite EGNOS/WAAS. Usa Cartografia GOLD Navionics. Pode usar o AUTOCHART Humminbird HELIX 5 SONAR Sonda a cores 2D Sonda de 500w de potência (RMS), deteta fundo até máximo de 450m. Duplo feixe de 83/200KHz com abertura de 20º e 60º. Inclui transdutor de painel de popa XNT-9-20-T,com sensor de temperatura.

HELIX5-SI-GPS

Helix 5 Sonar 2014 Dezembro 336

33


Náutica

Novidades Touron

Nova Gama Elegance da Black Fin A marca de embarcações semi-rígidas Black Fin foi lançada, em 2007, na Feira Náutica de Génova. Os modelos Classic e Elegance nasceram da colaboração entre a Brunswick Marine (Mercury) e o conhecido estaleiro italiano Nuova Jolly. A gama Classic deixou de se fabricar há cerca de dois anos, afirmando-se, agora, a Black Fin, dentro do extenso portfólio de produtos Mercury, como a marca de embarcações semi-rígidas Premium.

Elegance 10

C

om a nova gama Elegance da Black Fin, a Mercury lança 4 novos modelos no mercado com comprimentos entre os 6,96 e os 10 m, cada um deles com a sua própria identidade: Elegance 7, Elegance 8, Elegance 9 e Elegace 10. O design dos novos modelos Elegance é uma lufada de ar fresco no segmento de sem-rígidos, aportando modernidade, estilo desportivo e classe, sem comprometer a comodidade, a segurança e o desempenho. Desenhados com a última tecnologia CAD/CAM, qualquer detalhe foi pensado para satisfazer todas as necessidades e expectativas dos nossos clientes. Neste contexto, a Black Fin oferece a possibilidade de personalizar a cor dos flutuadores e da alcatifa da embarcação. A nova gama incorporou todas as últimas tecnologias da Mercury, como o sistema de mudanças e aceleração DTS, o novo comando duplo ERC, a instru34

mentação SmartCraft, os monitores Vessel View 4 e 7, o sistema de pilotagem por Joystick, alarme do movimento de hélice, etc. Os cascos Black Fin são fabricados com os materiais de construção mais modernos e utilizam gel coat IN, conhecido pela sua incrível resistência à luz, aos problemas de osmose, para além da sua excelente estética. Na sua produção são utilizadas capas de material reforçado que confere uma grande

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resistência contra a fatiga e elevado grau de rigidez. A garantia do casco é de 2 anos. Os flutuadores são de Neoprene Hypalon 1670 D-Tex de elevada qualidade, tendo uma garantia de 5 anos.

Elegance 10

O Black Fin Elegance 10 é o maior modelo da gama, com linhas bem definidas e estilo único, com amplo espaço no convés, proporcionando

grande comodidade a bordo. Conta com um grande solário na proa (2.60 m x 1,70 m), um assento com encosto, na consola, para duas pessoas, onde se pode instalar uma geleira de 87 L que se pode transformar em dinette para 6 pessoas ou num segundo solário. A sua grande consola central permite o acesso a uma agradável cabina, com WC marítimo, que pode ser utilizada como vestuário ou, espaço de arrumação. É um semi-rígido de eleição para passeio, permitindo que 2 ou 4 pessoas possam passar a noite a bordo, tanto no interior da cabina, como no amplo habitáculo de proa (graças aos kits de almofadas disponíveis). Com muito espaço, permite circulação por todo o convés, disponibilizando, também, numerosos locais de arrumação. Molinete eléctrico, sistema de água doce e um kit de mesa fazem parte do equipamento de série. O Elegance 10 pode ser motorizado com dois motores Mercury Verado 250 CV ou 300 CV que vêm equipados com as últimas tecnologias da Mercury: monitor Vessel View, sistema de mudanças e aceleração DTS e novo comando ERC. O sistema de controlo por Joystick está disponível como opcional.

Elegance 9

O Black Fin Elegance 9 foi pensado para que família e amigos possam desfrutar de dias inesquecíveis a bordo. Este modelo tem dois amplos solários e uma espçosa e cómoda dinette, muito espaço de arrumação e amplo convés para circulação. O nível de conforto do Elegance 9 é garantido com um equipamento de série que inclui, entre outros: molinete eléctrico, sistema de água


Náutica

doce e assento com encosto, bem como as últimas tecnologias Mercury (sistema de mudanças e aceleração DTS, novo comando ETC, simples ou duplo, monitor Vessel View 4). A motorização recomendada para o Elegance 9 é Mercury Verado 200 CV ou 250 CV (em instalação simples ou dupla). O sistema de controlo por Joystick está disponível como opcional.

Elegance 8

O Black Fin Elegance 8 tem tudo para agradar, seja em termos de design ou espaço a bordo, seja em termos de comodidade, desempenho ou baixo consumo de combustível. Todos os detalhes roçam a perfeição. Vem equipado de série com um grande solário extensível, grande mesa de apoio, módulo de fibra para a roldana de proa, consola central com assento frontal, assento com encosto para duas pessoas, encostos de popa convertíveis em solário e muitos espaços de arrumação. A motorização ideal para o Elegance 8 é o motor Mercury Verado de 300 CV ou instação dupla de Mercury F150 EFI.

Elegance 9

Elegance 7

O Black Fin Elegance 7 vem equipado de série com um grande solário, módulo em fibra para roldana de proa, consola central com assento frontal ergonómico, um assento

com encosto para duas pessoas, encosto de popa convertível em solário, plataforma de banho em fibra, com escada de banho, e muito espaço de arrumação. A sua polivalência é garantia de

diversão na água. É potente, fácil de manobrar e extremamente cómodo. Os motores Mercury F150EFI ou Verado 200 CV são a motorização adequada para o Elegance 7.

Elegance 8

Elegance 7

Especificações Elegance 7

Elegance 8

Elegance 9

Elegance 10

Comprimento

6,96 m

7,77 m

8,84 m

9,94 m

Boca

2,77 m

3,04 m

3,10 m

3,56 m

Dimensões interiores

6,40 X 1,75 m

7,20 X 1,95 m

ND

ND

Diâmetro do flutuador

60-55 cm

62 cm

60 cm

65 cm

Peso

900 Kg

1250 Kg

1600 g

2500 Kg

Potência máxima

200 HP

300 HP

500 HP

700 HP

Coluna

XL

XXL instalação simples XL instalação dupla

XXL instalação simples XL instalação dupla

XL instalação dupla

Câmaras de ar

5

6

6

6

Lotação

16

16

14

20

Depósito combustível

190 L

275 L

430 L

560L

Material flutuador

CR/CSM Orca 1670 Dtex

CR/CSM Orca 1670 Dtex

CR/CSM Orca 1670 Dtex

CR/CSM Orca 1670 Dtex

Categoria CE

B

B

B

B

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Náutica

Novidades Touron

Motor Interior Cummins QSB6.7 Motoriza a Galardoada Princess 43 A Cummins acaba de anunciar que já se encontra disponível o motor marítimo QSB6.7 com certificação EPA (Agência Americana de Protecção Ambiental) e Tier 3.

E

ste motor foi apresentado como opção de motorização da galardoada embarcação Princess 43. Esta

embarcação, que utiliza um gerador Cummins Onan para o fornecimento de energia eléctrica, vem equipada com uma instalação dupla de motores

QSB 6.7 como sistema de propulsão. “Para a Cummins é um enorme orgulho fornecer a motorização a uma marca de tanto prestígio como a Princess” - afirmou Michel Kozulic, Director de Vendas da Cummins para a Náutica de Recreio e Profissional na Europa, Médio Oriente e África. “O inovador 43 Fly da Princess Yachts com os nossos motores Cummins QSB 6.7 formam um excelente conjunto, silencioso e potente” - acrescentou. Foi mínima a adaptação necessária para integrar o sistema de propulsão da Cummins no Princess 43. Os motores oferecem uma performance real de 30 nós, com carga máxima, alcançando rapidamente a velocidade de cruzeiro de 2026 nós, não comprometendo rendimento e eficiência. Com a potência disponível num amplo leque de rpm, a aceleração da embarcação é tal que chega

aos 30 nós em menos de 20 segundos. “Estamos muito contentes por acrescentar este potente e eficiente sistema de propulsão Cummins ao Princess 43, e estamos certos que, de agora em diante, iremos ter um bom programa de apoio ao cliente por parte da Cummins” confirma Chris Gates, Director da Princess Yacths International. A Cummins fabrica cerca de 500.000 motores da serie B6.7L anualmente para todo tipo de aplicações. A versão marítima oferece potências até 550 HP e 1,695 nm de binário, cumprindo a EPA Tier 3, a regulamentação sobre emissões marítimas mais restrita do mundo. O motor QSB6.7 oferece mais binário, melhor desempenho, maior aceleração e menor ruído e vibrações quando comparado com o Cummins QSB5.9, tudo isto sem aumentar o consumo.

Novo Sistema Glass Dash da Mercury A

Mercury Marine reforçou a relação com a Navico, sobretudo com as marcas Lowrance e Simrad, visando proporcionar uma maior integração nos seus produtos, oferecendo aos clientes a opção de gerir o controlo da embarcação e de toda a informação sobre a navegação, num conceito “tudo em um”. O Glass Dash é um sistema, da Mercury e da Simrad, que oferece uma solução integrada no posto de comando, permitindo o controlo total e acesso a toda a informação da embarcação. Este sistema exibe essa informação (navegação, radar, sonar, dados do motor e diagnóstico, sistemas de controlo, mudanças digitais, etc.) em monitores múltiplos ou individuais. Na maioria dos casos, os clientes pretendem ter toda a informação no único interface, o que, até aqui, estava apenas disponível no mercado automóvel. O sistema Glass Dash da Mercury foi pensado para ser intuitivo, permitindo ao utilizador operar todos os sistemas sem ter que consultar um manual cada vez que tiver que fazer uma modificação. As funções de monotorização e controlo do sistema Vessel View estão disponíveis se ligado com um monitor Navico compatível. As funções da Navico (navegação, sonar, radar, etc.) podem ser visualizadas e manipuladas no monitor Vessel View 7 (o modelo Vessel View 4 não tem esta opção). Vantagens do Glass Dash Fácil instalação Menus fácies de seleccionar, permitindo total acesso e controlo da informação sobre a embarcação Ligação remota (funciona com os sistemas certificados NMEA 2000) Resistente à água

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Vantagens do Glass Dash em comparação com outros sistemas Grande variedade de monitores (até 24”) Pode ser adquirido como acessório (não é obrigatória a sua compra em conjunto com o motor) Compatível com uma grande variedade de motores Mercury (foras de borda a partir de 80 CV e interiores) Actualizacões de software disponíveis para Vessel View 4/7 e Simrad EVO2’s O que é necessário para beneficiar destas funcionalidades integradas? Sistema Mercury VesselView4 o VesselView 7 Navico: Simrad NSS Evo2, NSO evo2 ou Simard. Adicionar outros módulos (radar, sonar ou entretenimento). Para assistência técnica deverá ser contactado o serviço local Simrad/Navico


Náutica

Novo Mercury Mercruiser 4.5L de 250 HP Recebe Prémio IBEX para Inovação O novo motor Mercury MerCruiser 4.5L de 250CV, desenvolvido e produzido pela Mercury Marine, exclusivamente para utilização marítima, foi reconhecido como o produto mais inovador, no seu segmento, no Salão Internacional de fabricantes de embarcações, que se realizou recentemente em Tampa, Florida (EUA).

E

ste novo motor, com características inovadoras e tecnologia de ponta, é fabricado na sede da Mercury Marine em Fond du Lac, Wisconsin (EUA). “Estamos orgulhosos por apresentar a tecnologia da próxima geração com este novo e inovador motor” declarou o Presidente da Mercury Marine John Pfeifer. “ O nosso novo motor de 4.5L é uma maravilhosa fonte de potência que oferece características, vantagens e tecnologia que farão com que a náutica seja ainda mais divertida e sem preocupações. Este motor foi pensado, desde o início, para aplicação exclusivamente marítima, oferecendo o desempenho, la durabilidade e a fácil manutenção próprios da marca Mercury”. O novo MerCruiser 4.5L estabelece novos padrões de aceleração e rendimento geral, graças a um design inovador que inclui colector de admissão com grande área de recolha e grande cilindrada, o que gera uma incrível relação peso-potência. Este V-6 pesa 59 Kg menos que o anterior 5.0L V-8, oferecendo a mesma performance. O novo motor dispõe também do sistema ASC (Controlo Adaptável de Velocidade) que mantém automaticamente as rpm fixadas, independentemente das mudanças na carga ou nas condições como em curvas muito fechadas, deportos náuticos ou velocidades mais bajas a planar. O resultado é um incremento na resposta de aceleração e uma sensação mais desportiva para o nauta, que já não tem que estar preocupado em fazer ajustes contínuos na aceleração. “Desenvolvemos um motor exclusivamente marítimo com melhorias muito inteligentes que aportam valor acrescido a todos os nossos clientes – estaleiros, concessionários e nautas em geral” sublinhou John Lasschuit, Director de Produto Mercury e Transmissões MerCruiser. O aumento da potência e do binário do motor, combinados com o tamanho, abrem um novo leque de possibilidades em todos os segmentos da náutica.

Brady Kay, editor da revista Pontoon & Deck Boat e membro do júri de inovação, resumiu, na perfeição, a natureza do novo Mercury MerCruiser, desenvolvido exclusivamente para utilização marítima, com a seguinte frase: “os motores de automóveis são para a estrada”. O novo 4.5L é o “número um na água”, com a máxima eficiência no consumo e um funcionamento excepcionalmente silencioso. O novo design do corpo de aceleração de orientação traseira, a placa de aceleração anti-ruído, a carcaça e os suportes do motor, o volante leve, o módulo de fornecimento de combustível e o cárter de óleo estrutural trabalham em conjunto para oferecer um ralenti suave, bem como uma redução drástica no ruído e nas vibrações, tudo conjugado para uma extraordinária experiência de navegação. MerCruiser 4.5L é uma plataforma rica em tecnologia O MerCruiser 4.5L é uma plataforma rica em tecnologia que possibilita o primeiro motor interior com

coluna V-6 do mundo compatível com a tecnologia SmartCraft DTS de aceleração e mudanças digitais, conferindo resposta imediata da aceleração e mudanças muito suaves em toda a gama de rpm. Uma opção disponível para o 4.5L V-6 é o sistema de pilotagem por joystick que oferece toda a comodidade na hora de manobrar e atracar uma embarcação. A Mercury Marine incluiu o melhor sistema de protecção contra a corrosão no novo 4.5L V-6, utilizando componentes duráveis de ferro fundido em todas as partes onde o motor possa estar exposto ao contacto com água salgada, em conjunto com componentes de alumínio e compósitos resistentes à corrosão no resto do motor. Os sensores são todos digitais (substituindo os ana-

lógicos). Durante o desenvolvimento do MerCruiser 4.5L V-6, a Mercury colocou especial ênfase na redução da manutenção do motor, eliminando a tradicional revisão das 20 horas. Este motor dispõe dum centro de manutenção alojado na parte superior com os pontos de interesse (onde se incluem os filtros de óleo) identificados e de fácil acesso. Para além disso, o trem de válvulas não necessita manutenção. O 4.5L V-6 possui também um sistema de drenagem que simplifica a sua operação e facilita a extensão da temperatura de utilização. Disponível para instalações simples ou duplas e compatível com a gama de transmissões Alpha e Bravo, o MerCruiser 4.5L é a escolha mais flexível para estaleiros, concessionários e nautas na altura de selecionar um sistema de propulsão para a embarcação. O reduzido tamanho do motor deixa também espaço para os estaleiros instalarem opções extra.

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Náutica

Novidades Touron

Novos 690 e 730 Arvor Apresentam Imagem Renovada e Características Melhoradas

690 Arvor A Quicksilver anuncia a incorporação de dois novos, modelos 690 e 730, na sua gama Arvor. Com uma nova distribuição do convés e o tradicional e reconhecido casco Arvor, com melhorias nas zonas da cabina e do deck que aportam mais espaço para vários pescadores.

A

passagem assimétrica permite fácil acesso a partir da proa, onde se encontra um assento. Ambos os modelos são impulsionados por motores interiores Mercury Diesel, la motorização ideal para a pesca, pois permitem navegar a baixas velocidades de corrico.

Os modelos 690 e 730 Arvor vêm

com equipamento completo, onde se inclui:

- Convés com muito espaço de arrumação para um total de 6 canas, arcas com fecho no piso do convés, arcas para pesca, viveiro e um segundo posto de comando opcional. - Motor interior Mercur Diesel ideal para navegar a velocidades de corrico, mas capazes de alcançar uma velocidade máxi-

690 Arvor 38

2014 Dezembro 336

ma de 25 nó. O 690 Arvor vem de série com um motor Mercury Diesel 115 CV e o 730 Arvor com um Mercury Diesel150 CV. - Acesso seguro à embarcação pela popa, passagem assimétrica à proa, zona configurada para pesca que inclui um assento. - Cabina com visibilidade de 360º, para-brisas de vidro com limpa para-brisas, janela de correr, escotilha no teto que

permite boa ventilação e porta deslizante ampla para facilidade de acesso. - Cama dupla com almofadas e espaço de arrumação debaixo da mesma. O equipamento opcional para qualquer um dos modelos inclui a instalação dum segundo posto de comando, Pack Electrónica, WC marítimo, toldo, cor do casco, sistema de aquecimento diesel e assento amovível a es-

690 Arvor


Náutica

730 Arvor tibordo. De acordo com Dave Kippola, Director de Produto e Desenvolvimento da Quicksilver, “esta nova geração Arvor oferece o melhor de dois mundos: conjuga a eficácia comprovada do casco Arvor com uma configuração moderna do deck, similar à gama Pilothouse, resultando num conjunto que oferece maior comodidade para os amantes da pesca”. O 690 e o 730 Arvor serão apresentados nas Feiras Internacionais de Paris, Dusseldorf, Gotemburgo e Oslo.

690 Arvor Equipamento

Standard

Escada de banho; Plataforma de banho; Roldana de proa; Poço da âncora; Molinete eléctrico de proa; Limpa para-brisas; Luzes de navegação; Fornos de gás portáteis; Arrumação para canas no convés; Canheiros; Mesa de corte; Viveiro; Convés auto-esvaziante; SmartCraft Velocímetro/Tacómetro; Indicador combustível; Direcção hidráulica; Tomada 12v; 2 camas; Assento co-piloto; Almofadas cabina; Janela lateral; Escotilha de tecto; Arcas para pesca; Luzes de cabina; Isqueiro; Extintor; Válvula de Trolling; Bomba eléctrica de esgoto Equipamento Opcional e Packs: Rádio; GPS/sonda 7”; Cor do casco; Segundo posto de comando

730 Arvor Equipamento Standard

730 Arvor

Hélice de proa; Flaps electrónicos; Escada de banho; Plataforma de banho; Roldana de proa; Poço da âncora; Molinete eléctrico de proa; Limpa para-brisas estibordo; Limpa para-brisas bombordo; Luzes de navegação; Arcas pesca; Arrumação para canas; Canheiros; Mesa de corte; Viveiro; Convés autoesvaziante; SmartCraft Velocímetro/Tacómetro; Indicador

combustível; Direcção hidráulica; Tomada 12v Equipamento Opcional e Packs: GPS 9” na cabina; GPS 7” no convés; Rádio; Cor do

casco; Segundo posto de comando; Molinete eléctrico de popa; Toldo; Assento amovível estibordo; WC marítimo; Aquecimento diesel.

730 Arvor

Características Técnicas 690 Arvor

730 Arvor

Comprimento total

6,88 m

7,30 m

Comprimento casco

6,33 m

6,70 m

Boca

2,54 m

2,78 m

Altura sem toldo

2,90 m

3,03 m

Peso

1.600 Kg

2.100 Kg

Cacidade combustível

90 litros

135 litros

Lotação

6

8

Carga máxima

560 Kg

745 Kg

Potencia Máxima

115 HP

!50 HP

Categoria CE

C

C

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Electrónica

Notícias Nautiradar

Mastervolt Fornecedor Oficial da Volvo Ocean Race

O desempenho dos sistemas da Mastervolt, representada pela Nautiradar em Portugal, a bordo dos sete veleiros da Volvo Ocean Race supera todas as expetativas.

E

melhores expectativas. A experiência da Mastervolt na criação de sistemas elétricos transformam-na no parceiro ideal. Apesar de cada um destes veleiros serem dos mais avançados tecnologicamente, extremamente leves e verdadeiras máquinas de navegação, dependem da energia elétrica para as ações mais importantes, seja água

Fotografia: Ramos

m Setembro último demos conta da escolha da Mastervolt, para equipar os 7 veleiros da frota VOR 2014-15 e como a elevada exigência desta missão cria desafios como nunca. Os sete sistemas iguais e instalados têm tido desempenhos ao longo da prova que superaram as

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2014 Dezembro 336

para beber, sejam as comunicações e até para mudar a posição da quilha deslizante. Em suma, sem eletricidade não há regata. Os técnicos da Mastervolt desenvolveram um sistema próprio vocacionado para as exigências específicas desta prova, que permite por breves períodos de carga minimizar a quantidade de combustível necessário para gerar energia. Porque a Mastervolt sempre desenvolveu os seus próprios componentes de forma a otimizar a compatibilidade dos equipamento bem como o controlo remoto, pode fazer com que não exista desperdício. Provavelmente o mais impressionante é que a Mastervolt desenvolveu um sistema que sai 100% diretamente da sua parteleira de produtos. Com um único ciclo de carga a cada 24 horas, o motor Volvo D2/75cv faz girar um par de alternadores Mastervolt. Esta energia é canalizada para duas baterias de Iões de Lítio da segunda geração. A tecnologia inteligente de balanceamento eletrónico dos elementos da bateria, aproveita todos

os amperes movendo a carga das células cheias para aquelas que ainda necessitam de energia, em vez de a rejeitar na forma de calor. Com as baterias operacionais em menos de uma hora, mesmo após descargas de até 86%, o veleiro tem acesso ininterrupto a todo o sistema elétrico, dos instrumentos de navegação B&G às bombas de lastro, tudo isto em mares do mais violento que se possa imaginar. E como a gestão da energia é tão vital para o sucesso desta grande aventura, todo o sistema pode ser monitorizado e controlado a bordo utilizando o interface sem fios CZone da Mastervolt. A tecnologia Digital Switching anulou a necessidade da passar cabos elétricos pesados e de grandes comprimentos, ao agrupar comutadores próximos dos circuitos que são controlados e alimentados por uma fonte de energia comum. O cabo de dados também se liga aos módulos de comutação, criando o “sistema nervoso central” de sensores de toda a embarcação, ao qual se liga o interface sem fios, mostrando


uma torrente de dados num écran ou num iPad. Tudo isto permite um controlo absoluto sobre consumos e a identificação das tendências e picos. Bert Jansen do departamento comercial responsável pelos mercados Europeu, do Médio Oriente e Africano, afirma mais uma vez: “Sempre estivemos convencidos que os nossos sistemas eram os melhores para esta tarefa. No entanto o sucesso das instalações nos barcos da VOR superou as nossas expectativas. Estamos muito contentes por verificar como as baterias de iões de lítio se aguentaram com um regime de carga descarga tão exigente, sobretudo aquando da energia necessária para as quilhas deslizantes. Estamos igualmente satisfeitos com o desempenho do Digital Switching da CZone e sistema de monitorização por todos os barcos. O CZone torna tudo mais funcional e fácil de operar para o utilizador”. Também Nick Bice chefe do estaleiro comentou:”O interface sem fios torna tudo muito mais fácil e as equipas facilmente controlam toda a energia a bordo. Embora o sistema esteja vo-

Fotografia: Roman

Electrónica

cacionado para priorizar a energia aos sistemas mais críticos, até agora as baterias responderam a tudo o que foi necessário, e apesar do curto espaço de tempo que têm para recarre-

gar. É sem dúvida um sistema robusto e altamente eficiente e está a funcionar muito bem para todas as equipas constituindo um meio de monitorização mais preciso de cada sistema em to-

dos os veleiros.” http://www.powerbymastervolt.com/ Para mais informações contacte a Nautiradar www.nautiradar.pt

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Notícias do Mar

Conhecer e Viajar Pelo Tejo

Crónica Carlos Salgado

O Tejo e a sua Fertilidade

Quero referir-me ao grande estuário, à região adjacente e à Reserva Natural do Estuário do Tejo, e devo esclarecer que considero que o grande estuário estende-se até onde chegam as águas da maré que sobe da foz até Santarém.

Q

uando D. Afonso Henriques tomou Santarém aos Mouros repartiu as terras alagadas pelas enchentes e cheias do Tejo, as lezírias, para serem distribuídas pelos pobres para que delas tirassem o seu sustento. Mas a partir do século XII, boa parte dessas terras acabou por ser cedida à Ordem do Templo e a ordens menores. Graças ao grande interesse que D. Dinis dedicou à agricultura, decretou o retorno dessas terras e dos mouchões para a coroa, por troca ou imposição. O seu filho D. João IV criou a Casa do Infantado, e as melhores terras foram 42

transferidas para os infantes, seus filhos. As lezírias mantiveramse na posse da coroa até que em 1813, a coroa mostrou interesse em vender as terras das lezírias do Tejo e Sado, sob a condição que os interessados lhes fizessem as necessárias obras de protecção e defesa contra às inundações e abrissem os valados convenientes, bem assim como a preparação apropriada dos campos de modo a viabilizarem uma produção agrícola melhor. Em 1834 é decretada a venda dessas terras e do património acumulado sob o regime feudal. Em 1835 instituiu-se uma Compa-

2014 Dezembro 336

nhia gerida por uma administração constituída pelos: Conde do Farrobo, Visconde das Picoas, José Bento Araújo, José Xavier Mouzinho da Silveira e José Pereira Palha. Na sequência disto foi formada em 1836 a Companhia das Lezírias do Tejo e Sado, com uma dimensão de mais de 40.000 hectares que se estendiam desde a Golegã até à Comporta de Alcácer do Sal, que graças a iniciativas pioneiras no domínio da exploração e gestão agrícola e florestal, potenciou o melhor aproveitamento dos recursos naturais ao seu dispor, e introduziu novas culturas e desenvolveu novas tecnologias de cultivo,

que contribuíram para um desenvolvimento agrícola que guindou toda esta região ao maior celeiro do país. As lezírias são porções de sedimentos fluviais que emergem pouco acima do nível médio das águas do mar e cuja fertilidade as elege como as preferidas tanto pelos homens como pelas aves migratórias. Passados 170 anos da sua fundação, a actividade da Companhia das Lezírias do Tejo e Sado passou a desenvolver a sua actividade em apenas 20.000 hectares, metade da dimensão territorial, que ficou concentrada na Lezíria Grande de Vila Franca de Xira e na Charneca do Infantado.


Notícias do Mar

Os objectivos da Companhia das Lezírias foram preservar o património e maximizar os resultados

Não obstante ter passado a ter uma dimensão territorial reduzida a metade, com as necessárias adaptações à mudança dos tempos, os objectivos da CL foram os de preservar o património e maximizar os resultados da exploração da terra e da floresta, garantindo condições de desenvolvimento sustentável e enfrentando os desafios que o futuro coloca, e que poderiam significar novas oportunidades de afirmação da referida Companhia. Tendo nascido como uma sociedade por

acções detida por investidores privados, sofreu várias vicissitudes, tendo sido nacionalizada em 1975 e posteriormente transformada em sociedade anónima totalmente detida pelo Estado. É grande a diversidade de actividades agro-florestais que se aliam a uma enorme riqueza de animais, plantas e habitats e a uma paisagem que combina o montado e o pinhal aos pauis que rasgam a charneca e às zonas húmidas do Estuário do Tejo. A CL procurou manter a interligação entre o espaço rural e o espaço urbano mas, enquanto que nos territórios rurais de grande dimensão os latifúndios, que são espaços de desertificação humana que permite produzir muito com poucos

numa agricultura tecnologicamente avançada, neste caso, perante a realidade de gerir um território localizado a 30 Km da capital, numa área de nidificação de aves migratórias, paraíso ecológico rodeado por núcleos urbanos em rápida expansão e corredores aéreos, ferroviários e rodoviários, optou por fazer os adequados ajustamentos em função das condições contextuais e continuar com a implementação da estratégia acordada com a tutela e o accionista para alargar o negócio para além das chamadas actividades tradicionais, integrando actividades valorizadoras do património da empresa que acrescentem valor aos bens produzidos tais como: o investimento na área de Turismo de Natureza; o alargamento

da área de produção directa de arroz na Lezíria Sul; a reafirmação no mercado da carne produzida com marca CL; a certificação da produção florestal sustentável como vantagem competitiva, nomeadamente na colocação da cortiça no mercado, sendo pioneira na certificação da gestão cinegética; a reorganização da política produtiva e comercial da oferta de vinhos da CL, tirando partido da nova região demarcada Tejo; a reorganização das actividades da coudelaria, com o objectivo de promover o ferro CL, e ao nível da diversificação de actividades, está a reanalisar o investimento num parque de aproveitamento de biomassa associado a uma central de produção de energia eléctrica para fornecimento à rede,

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Notícias do Mar

e no que respeita ao AgroTurismo e Turismo de Natureza e do Conhecimento, lançou o EVOA – Espaço de Visitação e Observação de Aves, Enoturismo e Turismo Equestre. A Companhia das Lezírias é a maior exploração agro-pecuária e florestal existente em Portugal, compreendendo a Lezíria de Vila Franca de Xira, a Charneca do Infantado, o Catapereiro e os Pauis (Magos, Belmonte e Lavouras). O território da CL está compreendido entre os rios Tejo e Sorraia e é dividida pela Recta do Cabo em Lezíria Norte e Lezíria Sul. A Lezíria Norte é constituída por cerca de 1.300 hectares explorados por rendeiros. Quanto à Lezíria Sul, 44

que ocupa perto de 5.000 hectares dos quais cerca de 2600 ha estão arrendados e 2.200 ha são explorados directamente pela CL, sendo quase 1900 ha para pastagens e cerca de 320 ha de arroz que se cultiva também nos Pauis de Magos, Belmonte e Lavouras, mas só este último, com uma área de 240 ha, é explorado directamente pela CL. No que diz respeito à exploração directa, a Companhia faz ainda, em Catapereiro, uma média de 250 ha de milho (sob pivot), 140 ha de vinha e 70 de olival, e 3050 ha de prados permanentes. A Charneca do Infantado e os Pauis perfazem uma área de cerca de 11.500 hectares.

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Santuário da biosfera classificado como um dos dez mais importantes da Europa.

O Tejo, para além de ter dado origem aos solos férteis das lezírias, é uma atracção cada vez maior para as aves migratórias e por isso é de registar que uma parte considerável da RNET- Reserva Natural do Estuário do Tejo, é um santuário da biosfera que está classificado como um dos dez mais importantes da Europa. O habitat dessa avifauna situa-se, em grande parte, no território da Lezíria Sul, e no delta formado pelos mouchões da

Póvoa, do Lombo do Tejo e de Alhandra, com aves das mais variadas espécies com destaque para patos, flamingos, gansos, garças, maçaricos e outras espécies que se alimentam nos sapais envolventes, sapais esses que são também o berçário de bivalves e variadas espécies de peixes que vão povoar a zona costeira adjacente. Não posso deixar de realçar as potencialidades do Tejo, da Reserva Natural do seu grande estuário, e das suas férteis lezírias, por resistirem à grande pressão das indústrias, algumas pesadas, das redes viárias de circulação intensa, nomeadamente a ponte Vasco da Gama, da base aérea do Montijo e das urbanizações


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desmedidas que o circundam, que já se vão infiltrando para o interior, estando situados às portas da capital Lisboa. Quanto a mim, trata-se de um caso provavelmente único, da força da Natureza.

“Mais uma Nota”

“Mais Uma Nota” vai passar a ser um espaço da nossa crónica dedicado à divulgação de acontecimentos ou iniciativas de relevante interesse para o Tejo, da parte de organizações ou instituições públicas e privadas. Na presente crónica quero divulgar alguns dos objectivos da Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo – CIMLT. A CIMLT que envolve 11 municípios, tais como Al-

meirim, Alpiarça, Azambuja, Benavente, Cartaxo, Chamusca, Coruche, Golegã, Salvaterra de Magos, Santarém e Rio Maior, elaborou no início do ano de 2008 um Programa Territorial de Desenvolvimento da Lezíria do Tejo, que serviu de base à contratualização, e que apresentava não só o quadro estratégico para a Região como a identificação de alguns projectos que cada um dos Municípios associados pretendia realizar. Esse Programa foi discutido com a CCDR Alentejo e mereceu também o parecer favorável da CCDR Lisboa, permitindo a contratualização entre a CIMLT e o Estado Português. Os seus objectivos são, entre outros:

- Dotar a Lezíria do Tejo de um conjunto de infraestruturas indispensáveis à reestruturação e modernização do tecido produtivo regional, e ao acolhimento mais competitivo das actividades económicas e serviços. -Colocar a Lezíria no panorama nacional como das NUT III mais avançados na modernização tecnológica do 1º ciclo do ensino básico. - Converter para FER a fonte energética dos principais equipamentos públicos com elevados consumos energéticos. - Promover acções de valorização de zonas fluviais e albufeiras, recuperação do património associado, incluindo sinalização e infra-estruturas

de apoio. - Fomentar o Turismo da Natureza e a educação ambiental, dando a conhecer ao público e aos agentes de turismo as áreas classificadas, identificando as suas potencialidades e especificidades. - Promover e melhorar a visibilidade e notoriedade da Lezíria, reforçando a sua competitividade dentro do quadro regional, nacional e internacional. - Criar condições para uma administração pública local mais eficiente e eficaz, quer através da melhoria da qualificação do atendimento, quer na reengenharia e desmaterialização de processos relevantes para os cidadãos.

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O Tejo a Pé

A pé pelo Tejo

Texto Carlos A Cupeto Fotografia Fernando Feiteiro

Valada, o encanto de sempre

Apesar do dia cinzento anunciar chuva, cerca de 30 andantes, com muitos estreantes no grupo, não se assustaram e fizeram-se ao Tejo.

O

privilégio deste domingo de novembro foi andar junto ao Tejo. Desde Porto de Muge

até à aldeia avieira da Palhota. Embora o percurso seja linear e plano, a diversidade é grande; de um lado a

Carlos Salgado e Tejo, um só 46

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beleza do Tejo, do outro o imenso verde dos campos agrícolas, a maioria dos quais agora em pousio. A enriquecer tudo isto a presença de Carlos Salgado, o Tejo em pessoa. Até Valada, altura das despedidas deste bom amigo, nosso e, sobretudo do Tejo, ouviram-se algumas histórias.

Histórias e Tejo é coisa fácil para quem a vida se confunde com o Tejo. Passada Valada, com a fotografia de grupo, e antes de chegar à Palhota, a chuva brindou-nos. Nada que incomodasse qualquer dos presentes. Apesar do dia em cores tristes, a Palhota surpreen-

O casario avieiro


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Na Palhota Sr. Manuel Pescador

de pela sua cor e alegria. Aqui tudo é Tejo. Imaginamos a vida quando os dias são maiores e têm sol. Até porque já estavam feitos 7 quilómetros dos 14 previstos, e o estômago não engana: era hora de piquenique. Também aqui o Tejo respondeu afirmativamen-

te e a “família” ficou toda à mesa a coberto da chuva que por estas alturas continuava a cair. Como sempre, o convívio foi muito agradável, algumas das ementas de traço alentejano a isso ajudaram. Retemperadas as forças, com a chuva a ser amiga e

a parar, havia que voltar ao ponto de partida. É raro fazermos percursos lineares que obrigam ao ir e vir mas desta vez assim foi. Íamos agora contra a corrente do Tejo e apesar de as pedras serem as mesmas vimos outras coisas, falamos com outros, temos outras histó-

rias. O caminho é assim, sempre novo. Em pouco tempo estávamos outra vez em Porto de Muge, alguns com as pernas pesadas mas com alma descansada. Mesmo antes do adeus a habitual cerveja limpounos as gargantas do pó.

A beleza do porto da Palhota 2014 Dezembro 336

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Notícias do Mar

Conselhos Motolusa

Procedimentos de Hibernação de um Motor Interior A Motolusa nunca esquece os seus clientes e todos os anos recomenda uma série de procedimentos para a hibernação dos motores.

P

ara quem não se quiser dar ao trabalho, a Motolusa cuida do barco, mas deixamos aqui os procedimentos adequados 1. Sistema de combustível

Drene a água do filtro de combustível / separador da água e do reservatório de combustível. Ateste completamente o reservatório de combustível 2. Sistema de lubrificação Com o motor ainda à temperatura normal de funcionamento: (Se não, ponha-o a funcionar até aquecer, e desligue-o.) Substitua o filtro de óleo 48

e mude o óleo do motor; use óleo com propriedades protetoras. Consulte o manual do motor. Rode o motor com uma mistura de combustível protetora. Ligue o tubo de alimentação de combustível a um recipiente com uma mistura de uma (1) parte de óleo de motor* e nove (9) partes de combustível

limpo**. Use esta mistura para rodar o motor sem carga durante aproximadamente 10 minutos. Pare o motor Recolha um pouco de combustível do tubo de retorno, enquanto o motor estiver a trabalhar. Cuidado! Nunca ponha o motor a trabalhar em carga com esta mistura de combustível e óleo. * Óleo do motor com propriedades protetoras. Por exemplo, Shell Super Diesel T 10W40 ** De preferência combustível livre de água. 3. Sistema

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de refrigeração Feche a válvula do macho de fundo antes de remover a tampa do filtro de água. Se necessário, limpe o filtro de água salgada. Despeje 1 litro de anticongelante no filtro de água e ponha o motor a funcionar até que o anti-

congelante desapareça no sistema de arrefecimento. Atenção aos derrames de anticongelante no interior (o anticongelante é venenoso). Verifique a vedação entre a tampa e o corpo do filtro após a limpeza e remontagem. Uma tampa mal montada e/ou com um O-ring defeituoso resultará em ar aspirado pela bomba de água salgada e consequentemente no sobreaquecimento do motor. 4. Sistema de refrigeração direto (circuito de água fechado) De modo a evitar a corro-

são durante a hibernação, o sistema de arrefeci-

mento deve ser atestado com uma mistura de anticongelante/água (ou líquido refrigerante). Para especificações consulte o manual do motor. N.B. Só é necessário substituir o anticongelante se o existente no sistema de refrigeração não garantir proteção suficiente durante o inverno. Para substituição do anticongelante consulte o manual do motor. 5. Sistema elétrico

Desligue os cabos da(s) bateria(s). Carregue as baterias durante o inverno, regularmente, se necessário!


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Pesca Desportiva

Pesca Fundeada

Guia de Iscadas Para Barco Fundeado

O mestre Fernando Hilário abre o seu “livro de receitas” e dá-nos 6 sugestões para, neste inverno, apanhar uns peixes de qualidade e para isso nada melhor do que se fugir à rotina do “pica-pica” e apostar numa iscada que consiga tentar os pargos, douradas, safios e outros tantos exemplares que pedem “algo mais” no que diz respeito às iscadas. É caso para dizer “aproveite que o mestre abriu o livro”...

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Pesca Desportiva

Texto: Fernando Hilário Fotografia Carlos Abreu/Mundo da Pesca

Caranguejo inteiro Chega o inverno, mais particularmente o mês de novembro e dezembro: as douradas estão lá fora! O isco (quase) obrigatório? O caranguejo. É altura de pescar com este isco mas, se as douradas estiverem “malucas” a comer ou se a ideia for apanhar um peixe mais “desmarcado”, é altura de lançar à água um caranguejo inteiro e olhe que não é preciso escolher os mais pequenos, às vezes quanto maior melhor. Se for um caranguejo fêmea (como na imagem – ver abdómen – tanto melhor. A única coisa que precisamos é de uma montagem com dois anzóis no mesmo estralho, um fixo – na ponta – e outro a correr. A única coisa a fazer é arrancar as bocas (tenazes) ao caranguejo. De seguida enfia-se o anzol fixo pelo buraco de uma das bocas que sairá junto à pata de trás. Com o anzol de correr repete-se a operação mas do lado oposto, ficando no final da iscada os anzóis paralelos. Não precisa atar com linha de silicone.

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Pesca Desportiva

Caranguejo aos pedaços Ainda na toada do caranguejo mas em situações em que as douradas estão muito mais manhosas a comer ou se trata de exemplares mais modestos. Esta é também uma boa iscada para pescar à chumbadinha, visando não só as douradas mas também os sargos-

Choco inteiro

Se arranjar choco fresco não desperdice a oportunidade de levar um par para a sua próxima saída de pesca! Mesmo morto pode ser uma iscada daquelas para peixes XL, como os pargos ou os safios. Para realizar esta iscada há que prevenir uma linha mais grossa, do tipo 0,45mm, pelo me-

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legítimos e os parguetes. O caranguejo tem de ser primeiramente preparando, arrancando as bocas, patas, carapaça e bico do abdómen. Depois, e em função do seu tamanho, será cortado em duas partes (se for pequeno) e quatro partes (se for grande), obtendo-se os beliscos que se utilizarão para colocar no anzol. A forma


Pesca Desportiva

de o fazer é simples: tem de se assegurar sempre que o anzol atravessa por dentro de um dos buracos das patas. O primeiro pedaço até pode passar para a linha acima do anzol e, no último pedaço, convém assegurar que o bico do anzol fica exposto. Pode usar tantos pedaços quanto necessário, dependendo obviamente do tamanho do anzol. Não precisa atar com linha de silicone.

nos, com dois anzóis generosos e fortes empatados em tandem, seja com os 2 anzóis fixos, ou com um fixo e outro a correr. Na imagem pode ver-se o caso de um fixo e outro a correr. Uma vez que o choco não está vivo não há necessidade de iscar como se estivesse vivo, de maneira a assegurar que aguente mais tempo na água, oxigenando convenientemente. Por isso, coloca-se o primeiro anzol, o fixo, na cabeça do choco, e segundo na extrema oposta, ou seja, na cauda. 2014 Dezembro 336

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Pesca Desportiva

Pata de polvo A ideia aqui é mesmo abusar e tentar um peixe verdadeiramente grande,

seja pargo ou safio. Relembro que nos tempos em que andava ao mar com o meu pai e meu avô

não havia safio nenhum que se apanhasse que não tivesse patas de polvo no buxo. Desgraçados

dos polvos que ficavam nos covos que apareciam também sem patinhas! A ideia é usar uma das patas do polvo para fazer algo que fique a acenar ao peixe na água, algo que seja duro suficiente para a morraça não lhe pegar mas que também tenha um odor irresistível; se arranjar polvo fresco tanto melhor. Para preparar a pata corta-se ao tamanho desejado e limpa-se de todos os tentáculos e pele, até ficar com uma enorme e comprida tira branca. Para iscar exige-se um anzol robusto e de haste mais comprida, para coser o máximo de vezes possível, deixando uma ponta solta enorme. Não precisa de ser cosida com linha.

Tira de choco

o choco, por dentro e tirando a pele, até ficarmos com um “manto branco”. É a partir desse manto que vamos cortar as tiras com que vamos iscar, tendo sempre em conta que cada tira deve ser

ligeiramente batida com martelo antes de ser iscada. A forma de iscar é a coser e não há que fazê-lo em demasia, importante sim, é que se deixe uma badana que na água desempenha um papel atrativo muito grande,

ao parecer uma bandeira que está sempre a acenar, como que dizendo ao peixe: “estou aqui”! Ao contrário do que se pode pensar não é preciso coser com linha de silicone para ter maior liberdade na água.

Caso o peixe não tenha aderido ao choco inteiro há ainda a possibilidade de tentar a sorte desta feita recorrendo à tira de choco. Isso implica limpar

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Pesca Desportiva

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Pesca Desportiva

Filete de cavala com polvinho

Uma iscada muito “pargueira”, usada por mestres das antigas! A ideia é usar um filete de cavala fresca, tal como se usa normalmente, mas dar-lhe algo que a torna mais atrativa para o peixe maior e que afasta por assim dizer a raia mais miúda, impedindo-a de destruir a iscada. Para isso é necessário um estralho com um anzol robusto e de haste mais longa na extremidade do estralho e um anzol a correr com um polvinho, como se pode ver na imagem, o qual

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se adquire com facilidade nas lojas de pesca. O procedimento para realizar a iscada é simples e requer uma faca que corte bem para filetar a cavala; o filete começa a fazer-se na rabada e termina antes da barbatana lateral. De seguida corta-se a badana da barriga para eliminar as espinhas. Isca-se o filete a coser, começando pela parte do rabo – mais fina -, dando pelo menos 5 voltas e deixando uma ponta solta para tornar a iscada mais atrativa. No fim, corre-se o anzol com o polvinho para baixo, a cerca de 40 centímetros da iscada.


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Surf

Circuito Nacional de Surf Esperanças 2014

Campeões Consagrados no Estoril Surf Festival

Os campeões de 2014 foram encontrados na finalíssima do Circuito Nacional de Surf Esperanças, que teve lugar no fim-de-semana de 15 e 16 de Novembro durante o Estoril Surf Festival, organizado pela Federação Portuguesa de Surf e o Surfing Clube de Portugal.

A

6ª e última etapa do Circuito Nacional de Surf Esperanças coroou os novos Campeões Nacionais nas cinco categorias de Sub 12, 14, 16, 18 e Sub 18 Feminino. Apenas os 16 melhores classificados do ranking tiveram acesso a esta prova, sendo que Guilherme Fonseca era já o único virtual campeão nacional, na categoria de Sub 18, enquanto todos os outros títulos foram decididos nas águas da praia de Carcavelos, onde acabou por se realizar a prova. Perante as desafiantes previsões meteorológicas, a organização estudou todas as hipóteses possíveis de

forma a conseguir um Surf de grande qualidade nesta finalíssima do Circuito Nacional de Surf Esperanças, marcando o Check-in para as 8h 30, em Carcavelos, na Casa da Praia. O Circuito Nacional de Surf Esperanças decorreu entre o dia 22 de Fevereiro e o dia 16 de Novembro de, disputando-se nas praias da Costa da Caparica, Nazaré, Porto, Peniche, Praia do Amado e a última etapa na Praia de Carcavelos. Na etapa final saíram vencedores: Afonso Antunes (Sub-12), Dylan Groen (Sub14), Luís Perloiro (Sub-16), Guilherme Fonseca (Sub18) e Teresa Bonvalot (Sub18 Feminino).

Depois dos resultados da última etapa, das cinco categorias em prova, destacaram-se como Campeões Nacionais do Campeonato de Surf Esperanças este ano:

Afonso Antunes (Sub-12) Guilherme Ribeiro (Sub-14) Jácome Correia (Sub-16) Guilherme Fonseca (Sub18) Teresa Bonvalot (Sub-18 Feminino)

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Surf

Texto Nuno Mayer Jardim Fotografia Vanda Abreu

WaveShow CampoFrio 2014

Guincho Pôe à Prova Habilidade nas Ondas Pequenas

Daniel Salvaterra, o atleta do Martinhal foi o vencedor da prova

A primeira etapa do WaveShow CampoFrio, que decorreu no ultimo fim-de-semana de Agosto no Guincho, foi um teste à habilidade dos windsurfistas em ondas pequenas, com vento de 15 a 20 nós.

E

nquanto os veraneantes disfrutavam os snacks CampoFrio, num fim-desemana cheio de sol, assistiam às manobras típicas das ondas

pequenas, como Table Tops, acompanhados de um exigente surf pelos competidores federados. Com organização do Clube de Vela de Portugal, o painel de

júris foi liderado por Heitor, um veterano no assunto, suportado pelo BeachMarshall José Gonçalves. Foi possível realizar com sucesso a “Single Elimination” no sábado, não possibilitando as

Rui Borges Sousa, o TOP3 do Slalom Nacional, ficou em 2º lugar 62

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condições no domingo realizar as eliminatórias de repescagem. O grande vencedor da prova foi Daniel Salvaterra, com saltos defensivos e um surf consistente, que superou Rui Borges de Sousa, do Clube de Vela de Portugal e Top3 do Campeonato Nacional de Slalom. Dois praticantes habituais do Guincho completaram a final de perdedores, obtendo Augusto Teixeira o terceiro lugar e Nuno Raphael Rocha, o quarto lugar. Uma menção de honra para o Júnior, Diogo Martins, um jovem de apenas 14 anos, que ataca as ondas com muita confiança e vai, seguramente, dar cartas em breve. Tendo sido um contraste de condições, face a “StormChase” do ano anterior, a edição no Guincho do WaveShow CampoFrio foi um sucesso havendo, nesta altura, boas perspectivas para a edição de Moledo, onde está confirmada forte participação de atletas de Espanha. Daniel Salvaterra, windsurfista do Martinhal, disse no final: “As condições não eram as habituais do Guincho mas, tratando-


Surf

se de uma competição, temos que trabalhar com aquilo que a natureza oferece tendo sido as condições deste ano opostas às do passado, com vento fraco e ondas pequenas” e sobre os competidores “ao chegar às meias-finais, foi notória uma diferença no nível, pois estava repleto de velejadores locais, com muita experiência nas típicas ondas do guincho. Esperava encontrar na final o Augusto ou o Gato (Rui Borges de Sousa), ambos muitos bons, mas estava confiante na minha prestação e preparado para ambos” e a falar do evento “gostei muito do evento porque vi novos elementos no mundo da competição, inclusive um Júnior cheio de vontade e muito motivado. Por motivos bem pessoais, o Guincho é uma praia muito especial, tendo sido um sonho vencer neste spot mítico. A organização esteve muito bem, demonstrando profissionalismo e sempre interessada na opinião dos velejadores, o que contribuiu para uma óptima prova, sendo inflexível com as licenças desportivas da Federação Portuguesa de Vela, que vem demonstrar haver regras a cumprir” a terminar acrescentou “teve um sabor especial voltar a Sagres com este resultado e ser acarinhado pelas pessoas, bem como demonstrar resultados aos meus patrocinadores, que tornaram possível a vinda, nomeadamente a Câmara da Vila do Bispo e a loja SURF PLANET.” Resultados: 1º Daniel Salvaterra 2º Rui Borges de Sousa 4º Augusto Teixeira 4º
Nuno Rocha

Diogo Martins, o Campeão Junior mostrou muita garra

Augusto Teixeira, o local do Guincho, terminou em 4º

A perícia nas ondas pequenas torna as ondas concorridas

No Guincho, dois concorrentes à espera para entrarem 2014 Dezembro 336

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Surf

Notícias do Surf Clube de Viana

Comité do European Network of Outdoor Sports elogia SCV

Meeting do ENOS no CAR Surf de Viana do Castelo O trabalho do Surf Clube de Viana foi elogiado a nível europeu pelo comité do European Network of Outdoor Sports, durante a reunião que decorreu nos passados dias 3 e 4 de Novembro no CAR Surf

O

comité de gestão do European Network of Outdoor Sports (ENOS), que tem entre os seus membros o presidente do SCV, reuniu no CAR Surf de Viana do Castelo, para ultimar o Nature & Sports Euro’Meet 2015. Tendo em conta o êxito deste encontro organizado pelo SCV e as condições verificadas in loco, o presidente do ENOS considera que

a cidade vianense, caso pretenda avançar com uma candidatura, poderá ser, a curto prazo, uma potencial anfitriã de um Euro’Meet de desportos ao ar livre. O ENOS, com sede em Bruxelas, é uma rede que pretende, ao nível europeu, dar visibilidade aos desportos ao ar livre, a fim de garantir o seu desenvolvimento e o reconhecimento do seu impacto e dos seus benefícios em termos de saú-

de, sociais e mesmo ambientais. Da sua missão também faz parte coordenar os diferentes atores nacionais ligados ao desporto de natureza. Neste âmbito foi elaborado o projeto “OSFAE1: Desportos ao ar livre para todos os europeus”. Este encontro, além de Portugal através do Surf Clube de Viana, contou com participantes de cinco países em representação de nove instituições: Alemanha (Universi-

Os elementos do ENOS 64

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dade Técnica de Munique – TUM), França (Pólo Nacional de Recursos de Desportos da Natureza; Centro de Recursos, Competências e Performance Desportiva – CREPS; União de Centros Desportivos ao Ar Livre – UCPA; Federação Francesa de Equitação; Rede Europeia de Desenvolvimento Rural – RED), Reino Unido (Organismo Público para o desenvolvimento do Desporto na Irlanda do Norte), Lituânia (Universidade de Kaunas) e Bulgária (Academia Nacional de Desporto Vassil Levski). O seu principal objetivo foi ultimar o programa do próximo Nature & Sports Euro’Meet 2015, que será realizado pelo Governo da Irlanda do Norte, de 30 de setembro a 2 de outubro de 2015, em Newcastle. François Beauchard, Presidente do ENOS, diz-se impressionado com o trabalho do SCV, com as qualidades do CAR Surf, com o projeto vianense da náutica escolar e com as potencialidades da cidade de Viana do Castelo para o desporto ao ar livre, o que poderá fazer desta uma séria concorrente à realização de um Euro’Meet. “O CAR Surf está posicionado num local magnífico, tem uma ar-


Surf

quitetura original, oferece potencialidades imensas, está próximo de uma praia propícia ao surf e a equipa que nele trabalha é competente e disponível. O SCV é um clube excecional!”. “A política náutica escolar implementada em Viana é uma aposta inteligente, pois não aposta apenas na náutica mas na náutica voltada para os jovens. “Por experiência própria, a dificuldade desta política está relacionada com o tempo necessário à obtenção de resultados, pois é preciso muito tempo para mudar mentalidades, uma vez que a perda da cultura marítima tem sido mais acelerada que a reconquista dos jovens para esta mesma cultura.” O concurso para o Nature & Sports Euromeet 2017 será lançado em breve e a escolha da cidade organizadora deverá ser feita em maio de 2015. Entre as várias cidades que apresentam grandes potencialidades de candidatura está Marselha (Capital Europeia do Desporto em 2017) e Colónia (com o desporto universitário). Agora, também consideramos o potencial de uma candidatura de Viana. Isto porque esta reunião do comité do ENOS, que aconteceu aqui, permitiu avaliar a capacidade da cidade para sedear um evento como este. A priori, não estávamos convencidos. Mas, após esta visita, muito bem organizada por João Zamith, membro do ENOS, o parecer do comité é favorável. A cidade de Viana não dispõe dos mesmos equipamentos que algumas grandes cidades europeias, mas tem outros fortes atrativos para os desportos ao ar livre, como a interação entre a cidade e o campo - o urbano e o rural, que representa a base das atividades desportivas na natureza. Também representa bem a interação mar/montanha e indústria/turismo. Dispõe ainda de uma magnífica costa aberta para o Atlântico e tem vindo a implementar medidas fortes de desportos de natureza, com uma política de estímulo centrada nos jovens, por isso a sua candidatura, caso seja colocada, será considerada.” Durante os dois dias do evento, houve ainda oportunidade para realizar experiências de surf e visitas

Workshop Slackline aos Centros de Remo e de Vela. Slackline para surfistas no CAR Surf O Surf Clube de Viana organizou um workshop de Slackline para surfistas, nos passados dias 1 e 2 de

novembro, no CAR Surf. Esta formação teve por principais objetivos desenvolver técnicas de equilíbrio, concentração e estabilização corporal, bem como técnicas para a prevenção de lesões provocadas pela prática da modalidade. O primeiro dia foi destinado a treinadores de

surf e o segundo a surfistas. A formação esteve a cargo de Andreas Thomann, Professor da Technische Universität München (TUM) e registou a adesão de 35 participantes, entre professores, treinadores, atletas e alunos da escola do SCV.

Director: Antero dos Santos – mar.antero@gmail.com Director Comercial: João Carlos Reis - noticiasdomar@media4u.pt Colaboração: Carlos Salgado, Gustavo Bahia, Hugo Silva, José Tourais, José de Sousa, João Zamith, Mundo da Pesca, Federação Portuguesa de Actividades Subaquáticas, Federação Portuguesa de Jet Ski, Federação Portuguesa de Motonáutica, Federação Portuguesa de Pesca Desportiva do Alto Mar, Federação Portuguesa Surf, Federação Portuguesa de Vela, Associação Nacional de Surfistas, Big Game Club de Portugal, Club Naval da Horta, Jet Ski Clube de Portugal, Surf Clube de Viana, Acossiação Portuguesa de WindSurfing Administração, Redação: Tlm: 91 964 28 00 - noticias.mar@gmail.com

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Notícias do Mar

Últimas Mini Kitesurf Odyssey 2014

Francisco Lufinha Faz História

F

rancisco Lufinha chegou ao Funchal, no passado dia 8 de Novembro, após percorrer 160 milhas náuticas e de estar 12 horas e 15 minutos em alto mar, numa travessia oceânica das Ilhas Selvagens até á Madeira. Depois da partida nas Sel-

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vagens, a chegada ao Cais da Cidade, no Funchal, foi feita em ambiente de festa com centenas de apoiantes do superatleta, após ter percorrido as profundas águas do Oceano Atlântico para ligar os dois pontos do arquipélago da Madeira. Depois de ter batido o recorde do mundo em 2013 em distância

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percorrida de kitesurf do Porto até Lagos, numa distância de 564 Km e agora a travessia das Selvagens até à Madeira, Lufinha tem o sonho de percorrer todo o território marítimo português em kitesurf. Agora, mesmo calculando dificuldades à passagem pelas Ilhas Desertas, o tempo de cerca

de 12 horas para a odisseia foi cumprido. Na página de Facebook – https://www.facebook.com/franciscolufinha -poderão ver todos os conteúdos que o Francisco e a sua equipa de mar foram enviando ao longo da Odisseia. Mais um marco histórico para a MINI Kitesurf Odyssey.


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