Notícias do Mar n.º 323

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Fotografia: Tiago Segurado


Vela

Campeonato de Portugal Absoluto de Match racing

Tiago Morais Campeão de Portugal

Tiago Morais, Diogo Barros, Diogo Couto e Frederico Campos, do Clube Naval de Leça, sagraram-se campeões de Portugal de match racing, em prova que terminou no passado dia 3 de Novembro em Viana do Castelo.

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a final, Tiago Morais bateu por 2-1 a tripulação de Afonso Leite, também do Clube Naval de

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Leça. Final emocionante no Campeonato de Portugal Absoluto de Match Racing, que decorreu durante o fim-de-semana, em

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Viana do Castelo. A competição começou com os últimos flights do Round Robin (fase de qualificação). Pedro Rodrigues (Caetano Palma,


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Classificação Final 1º Tiago Morais, Diogo Barros, Diogo Couto e Frederico Campos - Clube Naval de Leça 2º Afonso Leite, Miguel Gomes, Gustavo Seguro e Nuno Bajanca - Clube Naval de Leça 3º João Pestana, Diogo Costa, Tomás Marques e Manuel Cunha -Clube de Vela Atlântico 4º Pedro Rodrigues, Caetano Palma, João Palma e José Lo-

Fotografia: Ires Photo

José Lopes e João Palma), do Clube Náutico de Tavira, apurou-se juntamente com Tiago Morais, João Pestana (Diogo Costa, Tomás Marques e Manuel Cunha), do Clube de Vela Atlântico e Afonso Leite (Miguel Gomes, Gustavo Seguro e Nuno Bajanca). Nas meias-finais, Afonso Leite bateu por 2-0 Pedro Rodrigues e Tiago Morais derrotou João Pestana, por igual resultado. Na final, Afonso Leite fez 1-0. Tiago Morais empatou e na “negra”, num match super disputado, Morais somou o triunfo que lhe permitiu conquistar o título. Na disputa pelos 3º e 4º lugares, João Pestana bateu Pedro Rodrigues por 2-1

Tripulação Campeã de Portugal - Tiago Morais à direita pes - Clube Náutico de Tavira 5ª Joana Cassiano, Matilde Pinheiro de Melo, Maria Pinheiro de Melo, Catarina Mestre e Mariana Almeida - Ginásio Clube Naval de Faro 6º João Assoreira, Joaquim Coutinho, João Cassiano e

Nuno Silva - Ginásio Clube Naval de Faro 7º Marco Gil Morais, Rui Forne-

los, Joaquim Fornelos e Pedro Ferreira - Clube de Vela de Viana do Castelo

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Semana del Atlántico Ciudad de Vigo XXXVIII trofeo Martin Barreiro

Fotografia Maria Muiña/Semana Del Atlántico Cuidad de Vigo

Vitória em Clássica Espanhola

Como é hábito no mês de Outubro, a frota nacional rumou a Vigo para participar na Semana del Atlantico Ciudad de Vigo - XXXVIII Trofeo Martin Barreiro. No 1º ciclo, estiveram presentes as classes 420, Snipe, Laser Standard e Vaurien e no 2º ciclo foi o Meeting Internacional de Optimist.

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Beatriz Cintra venceu em Optimist C 4

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m 420, realce para Gonçalo Pinho/Miguel Hipólito, do Sport Club do Porto e Manuel Cunha/José Cunha, do Yate Clube do Porto, que foram 2º e 3º, respectivamente. Diogo Costa/Pedro Costa e Francisco Maia/Rui Oliveira, ambos do Clube de Vela Atlântico, foram 6º e 10º. Henrique Costa e Silva/ António Vianez, do Clube de Vela Atlântico, foram 3º na classe Snipe, enquanto Serafim Gonçalves, do Clube Naval Povoense, terminou na 2ª posição em Laser Standard. Nos Vaurien, Alexandre Paulino/Luís Silva, do Alhandra Sporting Club e Joaquim Fornelos /Pedro Ferreira, Clube de Vela de Viana do Castelo foram os portugueses mais bem classificados, acabando em 7º e 8º.


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Classificações

Vaurien 7º Alexandre Paulino/Luís Silva – Alhandra Sporting Club 8º Joaquim Fornelos /Pedro Ferreira – Clube de Vela de Viana do Castelo

420 2º Gonçalo Pinho/Miguel Hipólito – Sport Club do Porto 3º Manuel Cunha/José Cunha - Yate Club do Porto Optimist A/B 6º Diogo Costa/Pedro Costa – Clube de Vela 6º Rodrigo Correia - Clube Naval de Portimão Atlântico 10º Lourenço Mateus - Clube Naval de Sesimbra 11º João Costa - Clube Naval de Ponta Delgada Snipe 3º Henrique Costa e Silva/António Vianez Optimist C - Clube de Vela Atlântico 1ª Beatriz Cintra - Clube Naval de Portimão 2º Gonçalo Bento Alves - Clube Vela Viana do Laser Standard Castelo 2º Serafim Gonçalves - Clube Naval Povoense 4º Francisco Ilhão - Clube Naval Povoense

Gonçalo Pinho e Miguel Hipólito na semana del Atlantico

Meeting Internacional de Optimist Em Optimist estiveram muitos jovens velejadores portugueses em competição. Beatriz Cintra, do Clube Naval de Portimão, ganhou em Optimist C. Gonçalo Bento Alves, do Clube de Vela Viana do Castelo foi 2º. Francisco Ilhão, do Clube Naval Povoense e Rodrigo Pinheiro, do Clube de Vela Atlântico, estiveram igualmente em plano de destaque terminando em 4º e 10º, respectivamente. Nos Optimist A/B, Rodrigo Correia, do Clube Naval de Portimão, foi o melhor português na sexta posição. Lourenço Mateus, do Clube Naval de Sesimbra foi 10º e João Costa, do Clube Naval de Ponta Delgada acabou em 11º, numa prova que contou com 203 participantes. A espanhola Aina Colom foi a vencedora. 2013 Novembro 323

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Vela

Quebramar Cascais Laser Europa Cup

Faltou Uma Vitória

Excelentes condições meteorológicas marcaram a Quebramar Cascais Laser Europa Cup, que decorreu em águas cascalenses, entre 18 e 20 de Outubro. Marcaram presença cerca de 80 velejadores, em representação de 8 países.

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disputa pelos lugares cimeiros foi muito renhida nas três classes em prova, Standard, Radial e 4.7, com os velejadores portugueses a alcançarem pódios em todas as categorias. Com ventos para todos os gostos e muito sol, esta foi a 3ª edição da prova em Cascais. Em Laser 4.7 a vitória foi para

a suíça Asya Luvisetto, seguida do compatriota Alexis Magevand e de Sebastião Rebolo. O britânico Jon Emmet triunfou em Radial. Santiago Sampaio e Pedro Costa foram 2º e 3º. A russa Ekaterina Morgun foi a primeira feminina. Em Standard, o lituano Martis Pajhrskas foi o mais forte. Tiago Morais foi segundo e Janulionis Karolis, da Lituânia, terceiro.

Classificações Laser Standard 1º Martis Pajhrska - Lituânia 2º Tiago Morais - Clube Naval de Leça 3º Karolis Janulionis - Lituânia 4º Rui Silveira - Clube Naval da Horta 5º Luís Manso - Clube de Vela Atlântico 6º Miguel Gomes - Clube Naval de Sesimbra Laser Radial 1º Jon Emmett - Grã-Bretanha 2º Santiago Sampaio - Clube Naval de Portimão 3º Pedro Costa - Clube de Vela de Lagos 4º Tomás Martins - Sport Algés e Dafundo 5º Martim Anderson - Associação Naval de Lisboa 6º João Rodrigues - Clube de Vela de Lagos

Largada Quebramar Laser Cup 6

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Laser 4.7 1ª Asya Luvisetto – Suíça 2º Alexis Mégevand – Suíça 3º Sebastião Rebolo - Sport Algés e Dafundo 4º Henrique Brites - Clube Naval de Cascais 6º Manuel Machado - Sport Algés e Dafundo


Vela

ISAF Sailing World Cup Qingdao

Gustavo Lima Termina em 5º

Gustavo Lima no ISAF Sailing World Cup Qingdao

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ustavo Lima foi o único português a marcar presença na ISAF Sailing World Cup Qingdao, realizada entre 13 e 19 de Outubro, na República Popu-

lar da China. O velejador nacional esteve em bom plano na prova chinesa, tendo regressado ao campo de regatas dos Jogos Olímpicos de Pequim 2008, onde terminou na 4ª posição.

Neste seu retorno, Lima andou sempre nos primeiros lugares na classe Laser Standard tendo inclusivamente vencido a sexta regata. No entanto, o 9º lugar alcançado na Medal Race impediu que acabasse entre os

três primeiros classificados. No final, o velejador do Clube Naval de Cascais foi 5º, a dois pontos do terceiro, o polaco Kacper Zieminski. A vitória foi para o croata Tonci Stipanovic, seguido do cipriota Pavlos Kontides.

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Vela

XXX Regata Belém / Alhandra / Belém

Regatas com Vento Fraco

Os veleiros junto à margem Norte Mais uma vez sob o signo da amizade, disputou-se nos dias 19 e 20 de Outubro a tradicional Regata Belém / Alhandra / Belém, organizada pela Secção Náutica do Alhandra Sporting Clube.

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ste ano o evento teve a participação de 23 embarcações tendo terminado a regata 22 veleiros por desistência da embarcação “Volare”, motivada por avaria. A largada de Belém foi às 12.30 h de Sábado, dia 19, com vento de feição do quadrante Sul. Todos os barcos com os balões

içados, mantiveram boa mareação, uns cambando mais do que outros, rio acima até Alhandra. O primeiro veleiro a cruzar a linha de chegada foi o “Petit Terre”, classe A/E, às 15.11 h, com o tempo de 2.29 h, para fazer as 18 milhas náuticas, o que significa uma navegação sem mácula. Da mesma classe, 3 minutos depois entraram o “Ventosga”, seguido pelo “Jataí”.

Da classe D o primeiro a chegar foi o “Ellebore” que entrou às 15.28 h. O “Barca Velha” da classe B foi o quarto barco a cortar a chegada e o primeiro da sua classe. Depois das contas feitas em relação ao rating de cada barco, a classificação da Regata Belém / Alhandra atribuiu os seguintes vencedores por classe:

Largada em Belém 8

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Classe A/E – “Petite Terre” Classe B – Falua Nice Classe D – Ellebore Hand. Ant. – Galileo Seguiu-se um bom jantar no Voltar ao Cais, que proporcinou um bom convívio e a vontade para voltar a Belém no Domingo, dia 20. Porém, à hora da largada em Alhandra, 08.05 h, não havia vento.


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O Juri, constituído por Joaquim Cabral, Valada de Sousa e Marco Santos decidiu encurtar o percurso da regata e para os 16 veleiros que se apresentaram à largada foi dado o tiro. O primeiro barco a terminar o pequeno percurso montado pelo Júri foi o “PetiteTerre” em 35 minutos. Seguiu-se o “Sevn Too” e o “Nova Lola”, 2 e 3 minutos a seguir. Depois das contas feitas e tomando em conta a classificação nas duas regatas, o vencedor absoluto foi o “Nau dos Corvos” Pena que o vento não tenha sido um pouco mais forte para mais uma regata, bandeira da Seção Náutica do A.S.C. Apenas temos a lamentar o assoreamento do nosso Tejo que por este andar não vai permitir o subir ou descer sem que para tal haja meia maré de enchente, isto para não falarmos das boias e balizas que para nada servem “desculpem, servem para pagarmos as taxas de farolagem” pois não estão corretamente colocadas.

Pasagem sob a ponte Vasco da Gama 2013 Novembro 323

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Economia do Mar

“Algarve Offshore Seashells”

Texto Antero dos Santos Fotografia Testa & Cunhas SA

Mexilhão “Made in Portugal” Para os Portugueses

Já começou a produzir, o maior projecto de aquacultura do mexilhão no Algarve e recebeu, no passado dia 21 de Outubro, a visita da Ministra do Mar, Assunção Cristas, acompanhada pelo Secretário de Estado do Mar, Manuel Pinto de Abreu, demonstrou um grande interesse por este empreendimento.

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mexilhão que foi produzido destinouse todo para exportação, mas a ideia é introduzi-lo igualmente no nosso mercado, promovendo até hábitos do seu consumo, pois até agora este bivalve está arredado da mesa dos portugueses. A França é o mercado que consome mais mexilhão, muito especialmente na zona mediterrânea, onde quase todos os restaurantes têm pratos confeccionados com mexilhão, muitos deles acompanhados com batatas fritas. O mexilhão

no sul de França é uma refeição. A “Algarve Offshore Seashells”, é a concessão atribuída pelo Governo em 2012, por 30 anos, à empresa da Gafanha da Nazaré, Testa e Cunhas, SA, para aquacultura de mexilhão, ostras e vieiras A Testa & Cunhas S.A. é uma antiga empresa de pesca, que teve o seu início em 1927, fundada por Inácio Marques da Cunha. Começou com a pesca do bacalhau e hoje possui uma moderna frota de nove navios para o arrasto. Para além da pesca, a empresa investiu agora na produção de me-

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Economia do Mar

Assunção Cristas, Ministra do Mar e Manuel Pinto de Abreu, Secretário de Estado, brindam com António Miguel Cunha administrador da Testa & Cunhas, SA

Ao fim de 6 meses o meilhão é levantado e já tem valor comercial 12

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xilhão para exportação e constituiu a “Algarve Offshore Seashells” que é uma concessão offshore de 395 hectares e situa-se a 1 milha náutica da costa do Algarve, ao largo da Ponta da Piedade, em Lagos, mais concretamente defronte da praia de Porto de Mós. A concessão está dimensionada para que possam ser instaladas 10 estruturas, cada uma com uma área útil de 16 hectares, com 400 X 400 metros que, quando se encontrar a laborar em pleno, terá uma capacidade produtiva de 9.000 toneladas. A solução encontrada para aproveitar as excelentes condições naturais da costa portuguesa foi a utilização de uma estrutura que não sofra os efeitos do mar aberto e por isso, instalaram-se long-lines semisubmersos que são constituídos por um cabo horizontal, que está preso ao fundo por um sistema composto por ferros e poitas, mantendo-se a flutuar através de bóias. Nesse cabo foram fixadas cordas verticais onde se faz o cultivo do mexilhão. Cada estrutura é composto por 18 cabos, de 48 mm de espessura, com o comprimento de 400 metros, cruzadas em forma de grelha e nos quais se penduraram as cordas onde se fixa a semente dos mexilhões ainda minúsculos que vão


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António Miguel Cunha explica a Assunção Cristas a operação de recolha do mexilhão crescer. Nesta primeira estrutura, foram colocadas 5.330 cordas de produção, com 12 metros de comprimentos cada, e com capacidade para produzir cerca de 1.200 toneladas. Foram também colocadas 1.113 cordas colectoras de semente. De referir que não foi necessário importar semente do mexilhão e está a ser aplicada semente de captação natural, parte captada em colectores estrategicamente colocados na estrutura produtiva e outra foi recolhida na costa, em pedras e nas praias. O início da produção foi Fevereiro de 2013 As cordas colectoras foram colocadas entre Abril e Maio de 2013 e as cordas de produção começaram a ser colocadas, de forma faseada, a partir de meados de Fevereiro de 2013. Para conhecermos melhor diversos aspectos do projecto, fizemos algumas perguntas a António Miguel Cunha, bisneto do fundador e administrador da Testa & Cunhas S.A., a primeira das quais foi: Porquê ao fim de 6 meses foram levantadas as cordas e tirados os mexilhões? “O tamanho comercial depende do mercado que exploramos. Há clientes que pretendem mexilhão de menor dimensão, que

A primeira estrutura montada 2013 Novembro 323

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conseguimos atingir com cerca de 5 a 6 meses de crescimento, e há outros que pretendem mexilhão de dimensões maiores, que só ao fim de 8 10 meses é que é possível atingir. Obviamente que como estamos a falar de seres vivos, cuja semente é recolhida em meio natural, os tamanhos da semente também irão condicionar o tempos que leva a atingir a dimensão comercial. O nosso objectivo, e o que estamos a fazer neste momento, é ter um leque de tamanhos bastante abrangente que nos permita responder às necessidades dos nossos clientes. Temos mexilhão de vários tamanhos, com cerca de 40 peças por quilo, com 50 a 60, com 60 a 80 e com 80 a 120 peças por quilo, que obviamente se traduz em tempos de crescimentos muito

variáveis. O nosso target é conseguir uma produtividade de 200 kg por corda de produção, independentemente do tamanho que produzirmos.” Todo o mexilhão foi para exportação ou ficou algum no nosso mercado? “Actualmente toda a nossa produção foi vendida para países estrangeiros, no entanto é nossa intenção promover o consumo de mexilhão em Portugal. Estou convencido que o reduzido consumo no nosso país se deve ao facto de até agora não haver produção e o retalho não poder contar com fornecimentos regulares. Com a nossa concessão a produzir em velocidade de cruzeiro, esperamos conseguir dentro de pouco tempo produzir cerca de 6.000 toneladas de mexilhão, criando um hábito de consumo de um proteína de eleva-

do valor nutritivo e com um sabor impar”. Qual o investimento efectuado na “Algarve Offshore Seashells”? “Actualmente, e para esta primeira fase que ainda não está completamente concluída, e onde se inclui a construção de uma embarcação de 22 metros e o Centro de Expedição em terra, o valor previsto é de cerca de 2.400.000 €”. Qual o valor estimado da produção anual? “Isso vai muito depender do mercado mas gostaríamos que pudéssemos estar a falar de pelo menos 850.000 a 1.000.000 € de facturação por estrutura produtiva”. Para amortizar o investimento, quantos anos vão ser necessários?

“Tudo o que for menos de 10 anos seria excelente. Quanto mais cedo melhor, significava que toda a produção estaria a ser vendida ao preço que entendemos justo para um produto desta qualidade.” Comparando o mexilhão produzido no Mediterrâneo, na Ria de Vigo e agora na “Algarve Offshore Seashells”, existe alguma diferença em tamanho e qualidade? “Em tamanho existirá porque o nosso mercado é um pouco diferente e mais abrangente. Em relação à qualidade, não tenho qualquer dúvida que é bastante superior ao produzido na Ria de Vigo porque o nosso encontrase em mar aberto, longe de fontes de contaminação, em águas denominadas da classe A (os produtos produzidos em águas

As Qualidades do Mexilhão O mexilhão é um molusco bivalve com duas espécies na costa atlântica da Europa, o Mytilus edulis no norte e o Mytilus galloprovincialis que existe na região mediterrânica e na costa atlântica portuguesa. O mexilhão é uma proteína animal altamente eficiente, que não requer de qualquer tipo de alimentação artificial, alimentando-se na água que o envolve, ao contrário da maioria da produção de peixe que necessita de vários quilos de farinha e óleos de peixe. Valor Nutritivo por 100 g Água, 82,5 g Proteína, 12,1 g Gordura total, 1,5 g Total de Hidratos de Carbono disponíveis, 2,0 g Amido, 2,0 g Vitamina A total (equivalente de retinol), 360 ug Vitaminas B12, 19 ug Sódio (Na), 290 mg Potássio (K), mg 280 mg Cálcio (Ca), 56 mg Fósforo (p), 240 mg Magnésio (Mg), 36 mg Ferro (Fe), 3,5 mg Zinco (ZN), 4,1 mg Uma das qualidades do mexilhão que fascina os cientistas é a incrível capacidade de fixação, que lhe permite resistir às ondas do mar, às fortes bicadas das aves marinha e dos ataques dos peixes. O mexilhão, quando escolhe um lugar para se estabelecer projecta o pé para fora da concha e pressiona-o contra a superfície onde se quer instalar. Então, glândulas especiais segregam um fluido de uma mistura de proteínas, como uma super cola, que endurece rapidamente, formando um filamento

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elástico de uns dois centímetros de comprimento. Esses filamentos estrategicamente posicionados formam um feixe, as barbas que fixam o mexilhão no novo lar. No caso da produção dos mexilhões em cordas, auxiliase a sua fixação colocando as sementes em sacos de rede muito fina de algodão, ou presos por linha também muito fina de algodão que ao fim de 20 dias acaba por se desfazer, mas, entretanto, os pequenos mexilhões já se agarraram uns aos outros e às cordas. Os mexilhões filtram a água para obter o alimento e o oxigênio e são excelentes purificadores de água. Cada indivíduo bombeia vários litros de água por dia, retirando dela também qualquer substância química tóxica.que exista, sendo por isso um indicador da contaminação da água. Esta é a principal vantagem da aquacultura do mexilhão em mar aberto, devido à pureza da água onde foi produzido, não necessita de depuração, e pode ser logo consumido Existem centenas ou mais, de maneiras de cozinhar os mexilhões. Algumas delas constituindo requintados pratos. O Notícias do Mar vai começar pelos mexilhões a publicão de receitas dos “Petiscos do Mar”. Se sabe de alguma, dê-nos a receita para a publicarmos no próximo número. Pode enviar para: mar.antero@gmail.com

Uma das proprieda


Economia do Mar

com estas características podem ser consumidos directamente sem passar por depuradora. Nas Rias Galegas isso não se passa.). Mais, a acrescer a este facto, podemos fazer um raciocínio simples: uma zona semi-fechada à entrada de água do mar como é uma ria, com uma quantidade grande de estruturas produtivas de mexilhão, terá uma quantidade de alimento disponível para o crescimento substancialmente menor do que o mar aberto onde na proximidade não existe mais nenhuma estrutura para compartilhar o alimento existente. A conclusão é muito fácil de tirar – a produção em mar aberto terá crescimentos mais rápidos e a qualidade do produto, que só se alimenta daquilo que o mar tem, é muito superior!”

A estrutura do mexilhão a funcionar

Existem centenas de receitas para a confecção de mexilhão

ades do mexilhão é a sua alta capacidade de fixação

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Náutica

Teste Wellcraft 232 Coastal com Yamaha F250

Texto e Fotografia Antero dos Santos

Pescador Completo Para Fins-de-Semana

Quando é necessário ficar fundeado toda a noite à pesca ou à espera da hora certa para começar, é bom estar numa embarcação confortável, segura e com condições para pernoitar. O Wellcraft 232 Coastal, equipado com o Yamaha F250, que testámos ao largo da Ilha de Faro é um desses barcos, especialmente equipado para a pesca e que permite passar nele os fins-de-semana.

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stivemos a fazer este teste a convite da Yamaha e da Santa Maria Náutica, de Faro, importador exclusivo da Wellcraft para Portugal e agente Yamaha. Fizemos o teste no mar, depois de passarmos a barrinha da Ilha de Faro. O mar estava sem vento, mas tinha vaga. Wellcraft Boats é um dos mais antigos estaleiros dos 18

USA, já com mais de 50 anos, especializado no projecto e na construção de barcos para a pesca desportiva. Desenvolvendo uma construção certificada pela NMMA dos USA, a Wellcraft oferece uma garantia de qualidade para o casco e os reforços estruturais por 10 anos, enquanto o decK está garantido por 5 anos. A Wellcraft produz actualmente uma gama dividida em

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quatro linhas, Scarab, Fisherman, Sportsman e Coastal, com todas as embarcações de motorização fora de borda. A linha Scarab compreende quatro modelos Open, com cascos de 9,19 metros e 10,76 metros de comprimento. Fisherman é outra linha de barcos Open Wellcraft, com quatro modelos desde os 5,48 metros até aos 7,41 metros de comprimento.

A linha Sportsman tem dois modelos de tipo bowrider, um com 5,48 metros e o outro com 6,40 metros de comprimento. Quanto à linha Coastal, especialmente concebida para dispor de cabina, dispõe de cinco modelos, 210, 232, 252, 290 e 340, com comprimentos que vão dos 6,40 metros aos 10,38 metros de comprimento. Uma característica muito importante da marca é o excep-


Náutica

O Wellcraft 232 Coastal fez boas performances com o Yamaha F250

Wellcraft 232 Coastal

de comprimento, em virtude do modo como foi projectado o espaço interior, com uma cabina à frente e o poço largo e desafogado parece um barco bem maior. Devido ao equipamento que incorpora, este barco, para além de pescador, é também uma embarcação com características familiares, para os passeios e os fins-de-semana. Porém, é o requinte de muitos pormenores que foram introduzidos, que demonstra que este barco foi desenvolvido

para satisfazer completamente as necessidades dos pescadores. O piloto e o co-piloto dispõem de bancos individuais, reguláveis e giratórios. Atrás de cada um deles, fica um porão com tampa para meter logo ali o peixe. Estes porões têm escoamento, permitindo a saída permanente da água e do sangue do peixe, para depois serem lavados mais facilmente com água doce. Nas paredes laterais do cockpit, existem compartimentos

cional equipamento standard, que todos os modelos trazem equipados de origem, como entre outros o hardtop e o viveiro de isco vivo. Para os que não fiquem satisfeitos, a Weellcraft Boats dispõe ainda de uma grande coleção de opcionais para cada barco. Wellcraft 232 Coastal Este modelo, com 6,80 metros

O posto de comando tem uma posição de condução cómoda 2013 Novembro 323

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O Yamaha F250 mostrou elevado poder de aceleração com gavetas, para se guardar amostras ou anzóis. Também para as bebidas, existem de cada lado encaixes para colocar os copos e as garrafas. Junto da popa encontra-se um confortável banco corrido que se baixa ou levanta, para permitir o poço ficar mais amplo e deixar mais espaço livre aos pescadores. O poço com uma altura interior de 71 cm é suficientemente

seguro. Por dentro e em cima junto à borda, é almofadado à volta, para oferecer conforto aos pescadores quando têm que apoar as pernas, para trabalhar um peixe no anzol ou para fazer os lançamentos. Em baixo, nas paredes do poço existem três transportadores de canas. Junto à popa fica de cada lado um porta-canas. Na borda está fixado um corrimão em aço inox, que dá mui-

O poço tem um banco à popa rebatível 20

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to bom apoio a quem estiver em pé a pescar. Na popa a bombordo fica um largo e fundo viveiro para isco vivo, com a tampa com amortecedor hidráulico e a superfície adequada para cortar os iscos. Do lado de estiordo é a passagem para o poço que uma porta de segurança e junto da qual fica o chuveiro de água doce. Por baixo fica um recipiente para lavar com água doce as

amostras e as zagaias. De realçar que os auto-escoantes no poço são largos e dispõem de ralos, para não deixarem passar e perderem-se anzóis e pequenas peças. A cabina é ampla e alta até à frente, com um pé direito de 1,55 metros, junto à entrada. Dentro da cabina existe um largo sofá em U com uma mesa ao meio, que permite estar-se confortavelmente sentado e é

A cabina tem uma mesa e assento em U convertível em cama


NĂĄutica

O Wwellcraft 232 Coastal ĂŠ um barco possante e pesado que tem um desempenho marinheiro no mar

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Náutica

O Wellcraft 232 Coastal curva com muita segurança convertível em cama de casal. A cabina tem também um lavatório, um armário e ainda um sanitário químico. Motor Yamaha F250 O Yamaha F250 é tecnicamente o mais avançado motor da classe, apresentando todas as tecnologias de ponta da Yamaha, tem 4.169 cm3 de cilindrada, V6 a 60º, dupla árvore de cames à cabeça (DOHC), 24 válvulas e a potência de 250HP.

Este é um fora de borda da nova geração dos motores Yamaha de grande potência que se apresentam com uma grande redução de peso, graças a ter sido desenvolvido com novos materiais baseados nas tecnologias espaciais, para serem mais leves e económicos, atingindo melhores performances. Através de processos inovadores, a Yamaha conseguiu reduzir o peso do motor, utilizan-

Compartimento no cockpit com gavetas para apetrechos 22

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do também dentro dos cilindros camisas mais finas e resistentes fundidas em plasma em vez das convencionais camisas em aço, ficando 60% mais resistentes do que o aço, oferecendo menor peso, menos fricção e melhor arrefecimento. Devido a isto, as paredes dos cilindros são texturizadas, permitem mais área para os pistons e estes movem-se mais livremente

produzindo menos atrito. O motor conjuga dois sistemas, o EFI, injecção electrónica de combustível, e o VTC, árvore de cames variável, que aumenta o binário a baixa e média rotação, facilitando o arranque rápido. Com a conjugação dos dois sistemas, o motor responde de imediato ao acelerador, obtendo grande economia de combustível e consegue um

O viveiro para isco vivo tem a tampa com amortecedor hidráulico


Náutica

No mar o barco tem um desempenho seguro e confortável desempenho mais ecológico, suave e a máxima eficiência de combustível. O motor tem o sistema de controlos electrónicos digitais “drive-by-wire” que permite electronicamente uma grande suavidade de acelerador, a selecção de engrenagens e também o ajuste variável de rpm e sincronização do motor. As funções deste sistema são lidas num display que mostra todos os manómetros digitais em rede. Também se podem ajustar as rpm em segmentos de 50 rpm, entre as 600 e as 1.000 rpm, para manter velocidades lentas e usar igualmente na pesca ao corrico. No desempenho, este motor

oferece ainda uma navegação silenciosa, calma e sem fumos, devido aos sistemas de redução de ruídos, de redução de vibrações no painel de popa e ainda ao sistema de queima de gases já queimados e retorno dos vapores do combustível. O motor incorpora também o sistema anti roubo YCOP, exclusivo Yamaha de segurança e imobilizador, com um comando de mão.

No teste de arranque e aceleração, salientou-se o poder de aceleração do Yamaha F250, mostrando a característica do elevado binário. Assim, em 2,12

segundos estávamos a planar e na aceleração até às 5.000 rpm, em 7,25 segundos atingimos os 30,2 nós. A navegar contra a vaga às

No teste o Wellcraft 232 Coastal mostrou boas performances e desempenho confortável Fora da barrinha da ilha de Faro havia vaga larga.

Armário e lavatóirio na cabina 2013 Novembro 323

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Náutica

O casco tem um V profundo com 20 graus de ângulo à popa 5.800 rpm fizemos 39,7 nós e depois, num plano de água liso, acelerámos até às 6.000 rpm e atingimos os 45,8 nós de velocidade máxima. Na velocidade mínima a planar, o 232 Coastal não fez menos que os 12 nós, às 2.800 rpm, mostrando bem que tem um casco em V. Numa velocidade de cruzeiro económica às 4.000, o barco navegou a 22 nós. A condução deste barco é muito agradável, por ser suave e muito precisa e por isso fácil de manobrar. Como o casco tem um V profundo com 20 graus de ângulo à

popa e o barco é possante e pesado, quando acelerávamos e o barco saltava na onda, quando caía penetrava sempre com suavidade na água. Ainda devido às características do casco, nas curvas o barco adornava um pouco e mostrou sempre muita segurança, bem agarrado na água. Mesmo em curvas apertadas para um lado e para o outro, o barco respondeu sempre seguro e rápido à direcção. O mar não apresentava aquela mareta que torna muitas vezes a navegação incómoda. Mas deu para ver que o 232 Coastal é um barco marinhei-

Na popa existe um recipiente para lavar com água doce as amostras 24

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ro, confortável a navegar e não salpicou nunca quem ia sentado atrás, deflectindo bem a água para fora que a proa ia cortando. Em conclusão, o Wellcraft 232 Coastal tem um bom casco, com um perfil deflector e garante um desempenho com uma navegação no mar muito seguro. Quanto ao equipamento, o barco foi montado para servir bem os exigentes pescadores dos USA, que gostam dos barcos bem equipados. Com este modelo 232 Coastal, tanto dois pescadores podem pernoitar com conforto, como servir excelentemente como embarcação familiar, para passar um fim-desemana. Quanto ao motor, o estaleiro indica que pode levar um 300 HP, mas com o Yamaha F250 está muito bem, o barco não necessita de mais potência.

Características Técnicas Comprimento

6,80 m

Boca

2,64 m

Peso

1.633 Kg

Ângulo à popa

20 graus

Depósito combustível

435 L

Depósito água doce

30,28 L

Potência máxima

300 HP

Motor

Yamaha F250

Preço barco/motor c/IVA

63.000 e

Performances Tempo a planar

2,12 segundos

Aceleração às 5.000

30,2 nós - 7,25 segundos

Velocidade máxima

45,8 nós - 6.000 rpm

Velocidade de cruzeiro

22 nós - 4.000 rpm

Mínimo a planar

12 nós - 2.800 rpm

3.000 rpm

13,4 nós

3.500 rpm

19 nós

4.000 rpm

22 nós

4.500 rpm

26,5 nós

5.000 rpm

30 nós

5.500 rpm

39,7 nós

6.000 rpm

45,8 nós

Importador/Distribuidor Santa Maria Náutica Lda. – Pavilhâo Branco Doca de Faro 8000-541 Faro Tel.: 289 804 805 – Telm: 919789884 WWW.santamarianautica.com Yamaha Motor Portugal Rua Alfredo da Silva, nº 10 2610-016 Alfragide Tel.: 21 47 22 100 Fax: 21 47 22 199 www.yamaha-motor.pt


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Electrónica

notícias Nautiradar

Nautiradar Apresenta o Novo Walkie Talkie da Motorola o TLKR T80 Extreme A Motorola é marca bastante reconhecida no fabrico destes equipamentos. O novo modelo com um desenho moderno e original é ideal para atividades de ar livre pois tem um alcance até 10 km*, mãos livres, função Vox com ou sem auriculares, activação por voz, etc.

lização e em terreno sem obstáculos. Note que o alcance pode variar com as condições de utilização e como ambiente físico. Vários fatores podem afetar o alcance, tais como o terreno, as condições meteorológicas, interferências eletromagnéticas, obstáculos de som, etc. O equipamento standard inclui: Uma mala de transporte entregue com os Motorola

P

ode beneficiar de conversações gratuitas, sem inscrições nem licenças. Muito fácil de usar e também aplicável em diferentes profissões (receções, grandes superfícies, hotéis, restaurantes, aeroportos, eventos desportivos, etc). Características: - Alcance até 10 km* - Mudança automática de canal - Autonomia em espera: 30 horas com pilhas AA e 14 horas com as baterias NiMh (incluídas) - Número ilimitado de utilizadores simultâneos - Função Vox mãos livres: activação por voz Para facilitar as suas comunicações, o Motorola TLKR T80 ativa-se automaticamente. Com um auricular /em opção pode comunicar mãos livres com 26

toda a segurança. - Bloqueio de teclado - Indicador de nível de bateria - Roger Beep - Entrada auricular 1 pin - Vigilância quarto - Poupança de bateria - 10 melodias de chamada - Display LCD retroiluminado - Temporizador - Função desconexão automática/em espera - Função Scanner - Canais, Subcanais, Códigos 8- 121 - Frequência PMR446 - Resistente a salpicos de água - Dimensões: 57 x 171 x 40 mm - Peso: 140 g (sem baterias). O walkie talkie Motorola TLKR T80 é compatível com todos os acessórios da gama TalkAbout da Motorola (Bolsas de proteção, kits). *O alcance até 10 Km é obtido em condições ótimas de uti-

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TLKR T80 Extreme, que permite transportar os walkies e os acessórios, a saber: 2 walkie talkies T80 Extreme; 2 correias; 2 auriculares; 1 carregador duplo; 2 clips de cintura PRVP € 129,00 (inclui Iva) Para mais informações contacte a Nautiradar: Email: geral@nautiradar.pt www.nautiradar.pt


Pesca Desportiva

Campeonato Naval de Sesimbra de Pesca em Barco Fundeado- Nazaré

Clube Naval de Sesimbra Campeão Nacional O Clube Naval de Sesimbra, sagrou-se Campeão Nacional de Clubes na modalidade de Pesca Embarcada, na final realizada em 27 de Outubro na Nazaré.

N

o total estivem em prova dezanove pescadores, em representação de quatro clubes, Clube Naval de Sesimbra, Grupo Desportivo Os Amarelos, Grupo Naval de Olhão e Botafogo Futebol Clube, contando para a classificação final de clubes a classificação dos quatro melhores de cada clube. Individualmente o melhor em prova foi Agostinho Fernandes, do CN de Sesimbra que capturou 66 peixes, seguido por João Pinto, do mesmo clube, com 53 peixes e Bruno Cabrita GD Os Amarelos, de Setúbal, com 36 peixes capturados. Em 4º lugar ficou Paulo Patacão, de Os Amarelos e em 5º lugar ficou Luís Horta Nova do Botafogo. O melhor representante de Olhão foi Rui Soares que pescou 48 peixes e ficou em 8º.

A equipa do Clube Naval de Sesimbra

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Náutica

Levant 880 Sea Pro Cabin Shaft line (CBSL)

Texto e Fotografia Antero dos Santos

Lançamento de Modelo Para a Pesca Profissional

A Levantnav lançou recentemente uma embarcação destinada à pesca profissional, o Levant 880 Sea Pro Cabin Shaft Line (CBSL), uma embarcação com um guardapatrão a vante, para segurança e protecção dos pescadores.

O Levant 880 Sea Pro CBSL foi equipado com um motor Nani Diesel. do barco antigo do cliente 28

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Náutica

Levant 880 Sea Pro

T

rata-se de um modelo de boca aberta, com um largo espaço de trabalho e uma cabina de pilotagem à frente, de modo a criar melhores condições para os pescadores, que desta forma protegem-se da intempérie e do frio. A criação de boas condições de trabalho e de segurança a bordo são essenciais para motivar uma população de jovens pescadores profissionais nesta actividade tão exigente. Este modelo está equipado com motorização interior diesel e linha de veios, mas pode ser comercializado com motorização fora-de-borda ou motorização interior com coluna. A embarcação pode ser personalizada para qualquer tipo de arte de pesca como, covos,

Levant 880 Sea Pro Cabin Shaft Line palangre, redes de emalhar, etc. O barco mostra uma linha moderna, tem a proa com uma forma que deflecte bem a água e o casco já deu provas, pois já foram construídas 12 unidades com diversos tipos de motorização e destinadas a várias actividades profissionais.

O casco descola muito bem da água não necessitando de grande potência do motor para arrancar e como tem um V evolutivo ao curvar não desliza e mantém-se muito seguro agarrado à água. A Construção Na construção o Levant 880

Sea Pro é produzido em fibra de vidro e com resinas da melhor qualidade, não possuindo quaisquer materiais orgânicos (madeira), evitando assim deterioração e complicadas manutenções ou reparações. O casco é laminado com mantas alternadas de fibra-devidro e resina isoftálica perfa-

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Náutica

Características Técnicas Comprimento fora-a-fora

8,020 m

Comprimento entre perpendiculares

6,345 m

Boca máxima

2,725 m

Capacidade de combustível

400 litros

Motorização

60 a 315 HP

Preços (Motorização não incluída) Levant 880 Sea Pro CBOB, preparado para motorização fora-de-borda

22.790 e + IVA

Levant 880 Sea Pro CBSD, preparado para motorização interior diesel com coluna

26.990 e + IVA

Levant 880 Sea Pro CBSL, preparado para motorização interior diesel com linha de veios

36.360 e + IVA

Levantnav Zona Industrial, lote 1 8900-264 Vila Real de Santo António Tel.: 281 54 22 01 Fax: 281 51 32 94 www.levant.pt

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zendo uma espessura de 25 mm na quilha, 15 mm no fundo e 9 mm no costado. A estrutura interna é laminada numa única peça, a qual é colada ao casco com uma cola estrutural flexível o que se tra-

duz numa enorme robustez, mas ao mesmo tempo, é criada uma barreira flexível que absorve a energia e as vibrações que as ondas transmitem ao casco. O Desempenho


Náutica

Um Levant 880 Sport Fishing SL destinado à actividade marítimo-turística, foi equipado com um motor Yamaha Diesel ME422DTIP2 com a potencia de 240 HP às 3.800 rpm. Carregado com 12 pessoas e com o depósito atestado, atingiu a velocidade de 17 nós. Outro Levant, o modelo 880 Sea Pro CBSL, para a pesca profissional nos Açores com um motor Yamaha Diesel ME270TI com a potência de 127 HP às 3.200 rpm, com 8 pessoas e o depósito completamente atestado, atingiu a velocidade de 17 nós. Outro modelo com o mesmo casco, o 880 Sea Pro equipado com dois motores fora de borda Yamaha F80, com 5 pessoas a bordo atingiu a velocidade máxima de 34,5 nós às 5.800 rpm.

Levant 880 Spor Fishing OB

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Electrónica

Notícias J. Garraio

Para que só Tenha de Pensar nos Peixes que vai Apanhar Cartas de Pesca A J. Garraio, Lda., empresa de equipamentos náuticos com mais de 150 anos de experiência, é distribuidora oficial das cartas náuticas, elaboradas pelo Instituto Hidrográfico Português, entre as quais destacamos as Cartas de Pesca, que se apresentam como uma ferramenta essencial para os pescadores que diariamente as procuram. Estas cartas, dirigidas à comunidade pis-

catória, são planeadas pelo Instituto Hidrográfico em colaboração com o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Pescas, e que corresponde às CNO da Série Costeira acrescida de informação de apoio à pesca: sedimentos superficiais, obstruções no fundo, etc. Inclui também uma quadrícula auxiliar que facilita a marcação célere da posição da embarcação sem recurso a compasso.

Coletes Insufláveis KRU De acordo com o novo decreto-lei nº101/2013 de 25 de Julho, é obrigatório exercer a pesca lúdica realizada a bordo de embarcações em águas oceânicas e interiores marítimas envergando auxiliares individuais de flutuação. Desta forma, para evitar uma coima mínima de 200€, a J. Garraio aconselha a compra dos coletes insufláveis da marca KRU, dos quais a J. Garraio é distribuidor oficial. Estes coletes, automáticos ou manuais, são aprovados pela norma ISO 12402-3, estão disponíveis com ou sem arnês, foram desenhados para ser leves e compactos e têm 5 anos de garantia. Sonda Lowrance Elite-4x E para que saiba sempre onde encontra os maiores cardumes, leve consigo a pequenagrande sonda da Lowrance, a Elite-4x. O ecrã é a cores, com 3,5 “(8,9 cm) e o maior brilho proporciona uma excelente visualização em qualquer condição de navegação, sendo legível mesmo sob luz solar direta. A sonda Elite-4x é um modelo autónomo que se encaixa confortavelmente em qualquer espaço e orçamento, de forma a que possa sempre encontrar peixes, estruturas e locais de mergulho esplêndidos. A sonda de 300W RMS atinge uma profundidade de 800 pés (243 m) com o seu transdutor de painel de popa 83/200 kHz, de dupla frequência que inclui um termômetro de água e aumento da cobertura da sonda até 120˚, operando a 83 kHz. Para mais informações dos produtos e serviços comercializados pela J. Garraio, Lda: Visite o site www.jgarraio.pt

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Notícias do Mar

Plataforma logística Lisboa-norte

Novo Impulso para a Plataforma Logística Lisboa-Norte Saba e Gazeley unem-se para revitalizar espaço com superfície total superior a 1 milhão de m2

A

Saba Parques Logísticos, filial do grupo Saba e empresa proprietária da plataforma logística Lisboa-Norte, e a Gazeley, um dos principais players mundiais na construção e comercialização de espaços logísticos, subscreveram um acordo de colaboração para revitalizar e desenvolver a Plataforma Logística Lisboa-Norte. O acordo vai permitir à Gazeley oferecer aos seus clientes localizações prime num dos centros logísticos mais importantes de Portugal. Situada em Vila Franca de Xira, a plataforma tem um hinterland de 3,2 milhões de habitantes num raio de 100 quilómetros, o que o converte no corredor com maior densidade de população e atividade económica do país. “Este acordo estratégico com a Saba vai permitir à Gazeley iniciar atividade no mercado logístico português, um dos mais vivos e dinâmicos da Europa. Estamos convictos que, fruto da relação assumida com a Saba, vamos conseguir criar sinergias muito importantes e, dessa forma, apresentar vantagens competitivas importantes para os futuros clientes”, explica José de la Calle, Senior Vicepresident e Diretor Geral da Gazeley Espanha e Portugal. Conexão Fluvial, Estação Ferroviária e Localizaçã privilegiada A plataforma logística Lisboa-Norte conta com acessos rodoviários diretos à autoestrada A1, que une Lisboa ao Porto, à A10, que liga

Plataforma Logística Lisboa-Norte Lisboa a Espanha, e, além disso, dispõe de uma estação ferroviária, no próprio parque, e a possibilidade de conexão fluvial. A esta localização privilegiada, com uma superfície de 400.000 metros quadrados disponíveis para desenvolvimentos logísticos e industriais, há que acrescentar o impulso que as administrações centrais e locais realizaram nas novas infraestruturas complementares à zona, o que confere vantagens competitivas únicas à plataforma Lisboa-

Norte. Por outro lado, o parque vai ser o único em Portugal preparado para dar resposta às necessidades de procura logística no segmento de “e-commerce”, uma das tendências em crescimento na área do consumo e na qual a Gazeley tem enorme experiência. “Esta parceria representa uma oportunidade única para revitalizar um eixo logístico chave em Portugal. As empresas que decidam estabelecer-se nesta área

beneficiam, não só de uma posição geográfica estratégica, com excelentes acessos, como de todo o know how e apoio do nosso partner Gazeley”, defende Josep Oriol, Diretor-Geral da Saba Parques Logísticos. O acordo estabelece que a Gazeley contribua com todo o know how nas áreas de tecnologia, engenharia e design de espaços logísticos, aplicando o seu modelo “gtrack”, bem como a certificação Leed na categoria Silver, por parte da US Green Building Council. A Gazeley assume, também, os próximos investimentos que um projeto desta envergadura implica. O espaço, que se encontra totalmente urbanizado, permite que os futuros clientes – sejam da área de retail, operadores logísticos ou multinacionais – iniciem as obras de imediato. As empresas que decidam estabelecer-se beneficiam de grandes extensões de terreno, que permitem a máxima concentração num mesmo espaço. Por outro lado, o sistema de construção da Gazeley permite optimizar os custos de operação e manutenção, assim como a redução das emissões de C02 e o consumo de energia e água.

Estação ferroviária já construída no parque 2013 Novembro 323

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Notícias do Mar

Texto e Fotografia de Arquivo Carlos Salgado

Conhecer e Viajar pelo tejo

O Contingente da Apanha da Ostra no Estuário do Tejo Atingiu 6.992 Ton. em1969/70 O meu entrevistado é o Dr. António Antunes Dias, biólogo, professor e reconhecido especialista em Zonas Húmidas que, durante a sua prestigiosa carreira, foi Chefe do Serviço Regional de Setúbal do Instituto Nacional de Investigação das Pescas, director da Reserva Natural do Estuário do Sado e também da Reserva Natural do Estuário do Tejo.

T

Dr. António Dias 34

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inha que iniciar a entrevista pela seguinte pergunta: C.S. Caro Dr. Antunes Dias, somos do tempo das Ostras Portuguesas do Tejo serem exportadas às toneladas, para França. Como se explica que elas tenham sido mortas (exterminadas) a partir de meados do século passado? A.D. Antes de responder concretamente à pergunta formulada, gostaria de deixar explícito que a conhecida ostra portuguesa Crassostrea angolata é originária do Estuário do Tejo, segundo Bouchon Brandely (1822), como refere o então Director do Instituto Nacional de Investigação das Pescas – Vilela (1975). Voltando à sua pergunta direi o seguinte: O tributil de estanho (Bu3 Sn+), vulgarmente conhecido por TBT e componente das tintas antifoulling utilizadas na pintura do casco das embarcações, é altamente tóxico para bivalves. Foi a causa do desaparecimento dos bancos de ostras porque, mesmo em baixas concentrações nos sedimentos ou na água provoca anomalias na calcificação interferindo com o chamado metabolismo do cálcio e a níveis pouco mais elevados, dá origem a perturbações na embriogénese e no crescimento larvar e juvenil. As concentrações de tributil de estanho (Bu3 Sn+) apresentaram um máximo de 1155±247 em sedimentos do Estaleiro da Lisnave. C. S. O senhor acompanhou de perto o período em que esta nossa ostra era uma riqueza para o país e como ela se desenvolvia e era tratada antes de ser exportada. O que pode contar-nos sobre esse período? A.D. Efectivamente a partir de Outubro de 1966, data em que iniciei a minha carreira profissional no então Instituto de Biologia


Notícias do Mar

Marítima, comecei também a contactar com a actividade e importância económica da exploração ostreícola. Começarei por dizer que as extensas ostreiras existentes no Estuário do Tejo, ocorriam predominantemente ao longo da margem sul, entre a Baía do Seixal e Alcochete, ainda que também existissem na margem norte entre Olivais e Vila Franca de Xira. Na década de 60, os pedidos de estabelecimentos ostreícolas (concessões e depósitos) atingem o número de 123 e abrangem uma área de 2.237 ha. Se àquela área acrescentarmos 400 ha (que era a área do chamado Banco de Reserva ou de sustentabilidade onde a apanha de ostras era interdita) atingimos o valor 2.637 ha, que traduz bem a vasta extensão da superfície ostreícola mais significativa do estuário. É em áreas concessionadas que os ostreicultores incrementam a produção ostreícola com a implementação, no terreno, de determinadas medidas incluídas no âmbito da chamada ostreicultura. Efectivamente convém lembrar que as ostras ocorrem naturalmente nas áreas entre-marés e que, em termos de reprodução, as suas larvas são flutuantes nas águas estuarinas durante 2 a 3 semanas, período de tempo a partir do qual descem ao substrato (vasas ou lodos). Se aquelas encontrarem algo rígido a que possam agarrar-se (cascas de ostras, conchas de outros bivalves, pedaços de pedra, etc) fixam-se e continuam o seu desenvolvimento, mas se tal não acontecer, perdem-se definitivamente na natureza. Assim sendo, é fundamental para o incremento da produção ostreícola a captação e consequente viabilização do maior número de larvas. Tal objectivo concretiza-se no terreno, através da instalação dos chamados colectores (rosários de cascas de ostras, berços de telhas, etc) que, atenuando a força das águas nas correntes de enchente e vazante das marés, favorecem uma maior fixação de larvas de ostra. Procede-se posteriormente, quando as pequenas ostras já atingem tamanho e resistência suficientes, à sua destroncagem ou descolagem (dos colectores, de cascas de ostras, etc) e à sua consequente estabulação no terreno para que o seu crescimento não

Ostreira natural do Estuário do Tejo seja constrangido e a forma da sua concha seja a mais adequada. Voltando um pouco atrás, convém ainda referir o seguinte: As ostras eram exportadas, na sua quase totalidade, para França e o contingente de apanha daqueles bivalves (6.882 ton.) atribuído pela Comissão de Vistoria de 1969/70, é bem elucidativo desta riqueza. A preços de venda da época, aquele quantitativo atingiria um valor aproximado 70.500 contos. C.S. Como vê a notícia recente da intenção de ser feito o repovoa-

mento desta ostra, a “ Crassostrea angulat “ no Tejo, e qual a zona do rio que é, no seu entender, a mais salubre e adequada para esse repovoamento? A.D. O projecto da Protagus a implementar no Estuário do Tejo, visando o regresso, povoamento e exploração da Crassostrea angolata, é uma iniciativa de louvar, para a qual esperamos e desejamos o melhor êxito. Penso que a zona da Moita é indicada para o efeito já que, para além dos esgotos urbanos estarem a ser tratados, o Rosário/Moita tem

fortes laços de ligação, no passado recente com a exploração ostreícola. Efectivamente o então Ministério da Marinha, autoridade tutelar das pescas à época, através da Portaria nº 13677, de 15 de Setembro de 1951, procedeu à criação do Posto de Depuração de Ostras do Tejo, que foi localizado no Rosário/ Moita do Ribatejo, onde se manteve em actividade até Fevereiro de 1956, embora a partir dos primeiros anos de 1970, apenas com ostras de outras proveniências que não do Tejo.

Colector de rosários de cascas de ostra 2013 Novembro 323

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Notícias do Mar

Texto e Fotografia de Arquivo Carlos Salgado

Conhecer e Viajar pelo Tejo

Vai Voltar a Ostra Portuguesa ao Tejo, Aleluia! Escolhi também o tema da ostra para esta minha crónica mensal por me ter chegado a notícia de que se está a perspectivar o regresso ao Tejo da Ostra Portuguesa ( Crassostrea angolata ), o que me faz recuar aos meus tempos de garoto, quando vi na minha terra, Alhandra, imensas ostras do Tejo trazidas pelos pescadores locais.

R

Ostra Portuguesa- Crassostrea angulata

ecordo-me perfeitamente de haver lá uma figura típica, de baixa estatura, o ti-Petinga, que percorria a vila, de tasca em tasca, fazendo ecoar um pregão estridente seguido do berro “ báu ”, à medida que empurrava o seu carro de mão carregado de ostras, que faziam as delícias dos fregueses. Por isso resolvi meter mãos à obra para recolher informação que me permitisse falar sobre a famosa ostra portuguesa, informação essa baseada apenas em notícias e curiosidades. Como diz o meu entrevistado Dr. Antunes Dias, “ o contingente da ostra portuguesa no estuário do Tejo atingiu em 1969/70, o contingente de 6.882 ton.”. Calcule-se a riqueza que isso representava para o nosso país, riqueza essa que foi destruída pelo envenenamento das águas do estuário, pela poluição industrial. Esse contingente era expor36

tado quase exclusivamente para França, e a nossa ostra por ser muito apreciada ganhou fama como “ Les Portuguaises ”. Dada a grande preferência dos franceses por essa ostra, começou a devastação das ostreiras do Tejo pelos negociantes franceses, avaliada em 12 milhões de ostras que os seus navios mercantes levaram para Arcachon e outros parques franceses. Esta ostra (Cassostrea angolata) também existe no Sado, onde continua a ser criada. Ao que parece, a ostra portuguesa é milenar. Escavações arqueológicas na ribeirinha do Gaio do Rosário, concelho da Moita, em 1994 e em 2008, mostraram a existência de ocupação humana no Neolítico, há aproximadamente 4.000 anos a.C. , por comunidades que se alimentavam de bivalves do estuário, onde se destaca a ostra. Por outro lado, pode até supor-se que a ostra do Sado e do Tejo possam ser contemporâneas, porque am-

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bas são Crassostrea angolata. Isto porque o estuário do Sado integrou o estuário do Tejo até há dois milhões de anos, como atestam os vestígios paleontológicos, porque os dois estuários não partilham apenas a geologia e a paleontologia. Pela sua proximidade, também possuem vestí-

gios arqueológicos de uma história comum devido, em parte, às vias fluviais que os unem, a Cala Real e os rios Judeu e Coina, ou uniam antes de, a partir de há cerca de trinta anos, se ter verificado o aterramento dos veios de água e dos pequenos leitos de cheia dessa zona, aquando da desenfreada construção, alguma clandestina, de imóveis e outras obras afins. Durante a ocupação romana da região da grande Lisboa, os legionários recebiam ostras como parte do seu salário. Os estuários dos rios Tejo e Sado foram os maiores bancos naturais desta espécie na Europa. Ambos os estuários produziam anualmente dezenas de toneladas de ostra portuguesa, destinadas maioritariamente à exportação, sobretudo para França. Só no Sado, esta actividade chegou a envolver mais de quatro mil pessoas, sendo então uma actividade relevante para a economia local. O elevado valor nutritivo deste bivalve e o seu baixo custo, devido à sua abundância, tornou-o num alimento comum nestas regiões, existindo muitos relatos sobre as ostras na gastronomia local de Setúbal e Lisboa, entre as quais textos do

Ostra Portuguesa- Crassostrea angulata


Notícias do Mar

poeta Bocage e duma “sopa à lisbonense”, feita com ostra. Perante o desaparecimento da ostra portuguesa nos estuários franceses, os produtores de lá passaram a importar a ostra do Japão, a Crassostrea gigas. A maior resistência desta espécie e o seu rápido crescimento fez com que os produtores se rendessem ao maior retorno financeiro. O desenvolvimento tecnológico alcançado entretanto permitiu a reprodução assistida de bivalves em cativeiro, o que teve como consequência uma produção massificada desta ostra japonesa, denominação essa que segundo fonte abalizada essa ostra não é originária exclusivamente do Japão, porque a sua origem é, genericamente, do Pacífico. A partir de 2008, um fenómeno de mortalidade crescente atingiu esta ostra japonesa em França, fenómeno que não está ainda devidamente explicado e compreendido, o que levou os produtores franceses a procurar outros locais para manterem a sua produção. A produção massificada de ostras em França, estará provavelmente na origem deste fenómeno, com características semelhantes ao que ocorreu nos anos setenta em Portugal. Portugal foi um desses locais de produção procurados pelos produtores franceses para a ostra “gigas”. A manter-se esta tendência, os estuários dos rios nacionais e a nossa costa correm sérios riscos de ter uma invasão dessa espécie. Num debate organizado pela Quercus, em defesa da ostra portuguesa foi manifestada a preocupação pela exploração difundida da ostra japonesa, que não é autóctone, que actualmente contabiliza 90% da produção de ostra no nosso país, tem sido alvo de controvérsia. A conquista do mercado por esta espécie deve-se ao facto dela ter maiores dimensões ( daí ser conhecida por ostra gigante ) e mais produtividade que a ostra portuguesa que é considerada por ter melhores características organoléticas, por muitos. Quanto à polémica Crassostrea angolata versus Crassostrea gigas, parece não existirem dúvidas, (face a estudos recentes de ADN) de que se trata de duas espécies geneticamente diferentes, ainda que com elevado grau de proximidade. Está efectivamente confirmada a diferença na morfologia da concha em adultos das

Ostra do Índico ou Ostra Japonesa- Crassostrea Gigas duas espécies, bem como uma taxa de crescimento (mais acentuada) na gigas. Um ostreicultor da zona do Faralhão/Setúbal, confirmou que já há, no Estuário do Sado, a espécie Crassostrea gigas em determinadas áreas e que em cerca de 6 meses, as pequenas ostras atingem o tamanho adulto. Convém contudo referir, não ser por acaso a ocorrência natural nos nossos estuários, da espécie Crassostrea angolata, mas antes significando que estes apresentam as condições de salinidade, alimentação, temperatura, etc., propícias e adequadas à sua reprodução, estabulação e crescimento. De lembrar ainda, que espécies introduzidas podem eventualmente ser portadoras de doenças a que são imunes, mas que podem afectar as espécies autóctones de determinados “habitats”. Face às premissas apresentadas, resulta a conclusão de que parece sensato delimitar as àreas da Crassostrea gigas para que não se ponha em causa a produção e exploração de Crassostrea angolata. Há quem diga que a proximidade da ostra japonesa da portuguesa, no mesmo campo de criação, permite a reprodução entre as duas espécies. Existe uma outra espécie de ostra nativa na Europa, a ostraplana ( Ostrea edulis ) mas a sua produção está actualmente muito limitada, devido à sobrexploração e a doenças sucessivas que foram dizimando esta espécie. Curiosamente, ao longo de todo o ano de 2011, os investigadores recolheram 756 ostras, e de forma inesperada, encontraram pérolas em dois exemplares de Crassostrea gigas, importada

da França para a criação comercial no Algarve. Num só indivíduo foram encontradas quatro pérolas (com um diâmetro inferior a 2 mm) e noutro foi observada uma pérola com cerca de 5 mm de diâmetro. Quando um parasita invade o corpo da ostra, ela liberta uma substância chamada madrepérola que se cristaliza sobre o invasor impedindo-o de se reproduzir. Depois de cerca de três anos essa cristalização resulta numa pérola cuja forma depende do formato do invasor e a cor varia de acordo com a saúde da ostra. A cultura de ostras processase de acordo com quatro métodos principais, em função do ambiente (amplitude das marés, profundidade da água etc,) e das tradições. Esses métodos podem ser os seguintes: A cultura em sobreelevação: as ostras são colocadas no mar dentro de bolsas fixadas em placas assentes na zona de maré, no solo / A cultura horizontal: as ostras são colocadas directamente no solo ( em rosários ) na zona de maré / A cultura em águas profundas ou a criação em receptáculos: as ostras são semeadas em parques que podem atingir os 10 m de profundidade / A cultura em estruturas flutuantes: as ostras são criadas em cordas, à semelhança do mexilhão, o que permite uma criação ao largo. O facto de estarem permanentemente submersas contribui para que cresçam de forma mais rápida. Este método é mais apropriado para culturas em zonas sem marés ou ao largo. As ostras são hermafroditas e mudam de sexo, amadurecendo

primeiro como machos e em seguida como fêmeas. Actualmente, os principais produtores de ostras em Portugal para além do Sado, são da ria de Aveiro, da ria de Alvor e da ria Formosa. Voltando ao princípio, a notícia de que o Tejo pode voltar a ter produção de ostras teve origem num protocolo celebrado entre o Governo, a Câmara Municipal da Moita e o empresário Samuel Pacheco, para o desenvolvimento de um projecto-piloto de investigação sobre a viabilidade de produção de ostras no Estuário do Tejo. De acordo com um comunicado da autarquia, o objectivo é perceber se a qualidade da água é adequada à produção de bivalves e verificar a taxa de sobrevivência, com vista a uma futura exploração comercial. O representante do governo, o secretário de Estado do Ambiente e Ordenamento do Território, Pedro Afonso Paulo, deu como certo que a produção de ostras vai mesmo avançar, graças à diminuição dos níveis de poluição das águas. Será criada uma zona de monitorização, a ser protocolada entre as várias instituições envolvidas, e que permita uma produção em que estejam asseguradas todas as condições, em termos de saúde pública. Não posso deixar de fazer um aviso sério ao(s) futuro(s) produtor(es) das famosas “ Les Portuguaises ”: se não montarem uma vigilância permanente ( dia e noite ) nos seus ostreiros, devido à rapina selvagem que hoje grassa na captura de bivalves no estuário, o investimento corre risco.

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Pesca Desportiva

Pesca Embarcada

Kayak ou Barco?

Texto e Fotografia: Rui Carvalho/Mundo da Pesca

As Grandes Questões da Pesca

Entre os que têm pouca experiência e muita experiência na arte de pescar, existe sempre uma pergunta em comum, “porque é que hoje o peixe não quer?” Existem situações que não conseguimos explicar, de todas as experiências que já passei ao longo de 30 anos a pescar e a ver pescar de terra, barco e kayak, temos dias simplesmente inexplicáveis, onde tudo o que sabemos é posto em causa.

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Pesca Desportiva

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Quando foi de Kayak Rui Carvalho capturou sempre mais

odos sabem que as corvinas este ano deram que falar e a experiência que

quero partilhar é precisamente sobre a pesca a este magnífico monstro. Numa determinada zona do

Numa zona do Tejo houve uma grande concentração de kayaks durante meses 2013 Novembro 323

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Pesca Desportiva

rio Tejo houve uma grande concentração de kayaks e barcos durante alguns meses, diria que foi um autêntico curso de pesca para todos. Vimos de tudo, vimos coisas negativas e positivas, vimos pessoas experientes e menos

experientes, mas podemos dizer que praticamente todos fizeram o gosto ao dedo. O que gostava de partilhar e esclarecer foi a diferença notória entre pescar de barco e kayak com a mesma técnica; todos pescamos à rola e com

vários tipos de vinis. Termo de comparação Durante a época troquei o kayak pelo barco algumas vezes e posso dizer que os dias que fui de barco foram bons,

Todos pescamos à rola e com vários tipos de vinis 40

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saíram muitas corvinas, mas, não para mim. Este fator fez-me pensar e observar com muita atenção tudo o que se passava à minha volta durante semanas a fio, tive semanas de ir todos os dias de kayak com muitos outros amigos e outros “montados” nos barcos. Quais foram as diferenças? Apenas uma: quem tinha kayak apanhava e a maioria dos barcos ficavam a zeros! Porquê? Com este fator ficou provado que esta diferença não tem nada a ver com o pescador. De todas as saídas que fiz de barco só apanhei uma corvina e vi os kayaks a ferrarem corvinas à volta do barco “a 10 metros”, umas a seguir às outras. Cruzando o meu ponto de vista com outros praticantes de kayak e de barco - tal como o conhecido e amigo Mário Barros que também esteve lá e também sofreu para conseguir poucos resultados -, chegámos a várias conclusões. Todos tínhamos sonda e percebemos que os cardumes faziam pequenas deslocações mas de forma muito rápida dentro da mesma área de caça/ passagem. Uma vez que éra-


Pesca Desportiva

Nas pausas para comer, nos Kayaks, as corvinas atacavam mais

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Pesca Desportiva

O Kay

As corvinas este ano deram que falar 42

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mos sempre uma quantidade de kayaks significativa e como estamos entre amigos temos tendência para pescar perto uns dos outros; este fator criava uma grande zona onde o peixe não estava sobre stress e onde os barcos não conseguiam passar, não tem sombras dos cascos, barulho do casco a bater na água e barulho do motor. O movimento dos barcos e kayaks era o mesmo, fazíamos a emposta até determinado local e voltávamos para o ponto de partida, era precisamente neste ponto que a esmagadora maioria dos barcos fazia “asneira”. Embora a emposta dos barcos seja feita com o motor desligado a “asneira” já estava feita,


Pesca Desportiva

Quem tinha kayak apanhava e a maioria dos barcos ficavam a zeros

yak não faz sombra nem barulho com o casco e o motor todos passavam em velocidade de “tirar o pai da forca” mesmo por cima do peixe anteriormente visto na sonda. O processo deve ser feito completamente por fora da zona da emposta, pois os oito metros de profundidade não ajudam muito se não for feito desta forma. Das vezes que fui de barco contornei sempre o peixe afim de não criar stress. Mesmo assim, os resultados foram sempre muito inferiores a qualquer saída de kayak, a sombra e o constante bater do casco na água reduzem muito as hipóteses. Soluções perante a técnica utilizada? 2013 Novembro 323

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Pesca Desportiva

Para pescar este monstro é melhor ir de kayak

Era complicado, uma vez que os vinis eram as amostras indicadas, meter as amostras afastadas do barco também não era solução, o vinil trabalha muito melhor na vertical e não prende, e só se matava peixe a lançar mais fora durante a primeira queda do vinil, pura sorte, pois não sabíamos se estávamos a lançar para uma zona “quente”. Foram vários os registos de kayak, onde as corvinas que atacaram e ficaram ferradas no vinil foi feita durante a pausa para a sandes, a nossa presença quase nula a corrente e os ligeiros movimentos do kayak foram suficientes para trabalhar o vinil e provocar o ataque em quanto segurávamos a sandes em quanto a cana descansava no suporte. Venha a próxima época e novas experiências.

A Opinião de Mário Barros

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ão há dúvida que os kayaks têm muito mais contactos com as corvinas que os barcos! As corvinas têm uma linha sensorial “muito apurada” o que as torna num dos peixes mais desconfiados da nossa costa. O que se passa na zona do Parque das Nações, na minha opinião, tem a ver com o facto de a profundidade ser baixa e quando as corvinas estão a caçar, ao aproximarse da superfície, têm maior contacto com toda a movimentação das embarcações. Como as zonas de caça não são fixas, é necessário ir procurando o cardume com a ajuda da sonda. Quando o cardume é detetado, o simples deslocamento da embarcação é suficiente para não

conseguir parar em cima dos peixes e, quando se dá a volta, o cardume já se deslocou para outro local. Aqui, no kayak, é muito mais fácil parar de imediato em cima do cardume. Há também o aspeto da aproximação aos peixes, o qual é, naturalmente, muito mais silencioso num kayak do que num barco. Um terceiro aspeto que me parece relevante é o facto de muitos pescadores, quando detetam o cardume, não desligarem a sonda. Regra geral, os barcos têm sondas mais potentes que os kayak e por consequência os transdutores mais potentes são muito prejudiciais, afastando as corvinas.

Mário Barros

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Pesca Submarina

Pesca Submarina Internacional em Peniche

Tripla Portuguesa e Matthias Sandeck Vencedores em Peniche A FPAS organizou, com a colaboração do Clube Naval de Peniche, o 1º Atlantic Spearfishing International Master e a primeira prova Open de Triplas - 1º Hunger Games 2013, de 20 a 22 de Setembro em Peniche.

M

atthias Sandeck, atleta de uma das equipas nacionais foi o vencedor individual deste primeiro Master Internacional, Pedro Santos, Miguel Santos e João Peixeiro foram a tripla vencedora do Hunger Games. O programa destas competições internacionais, teve inicio no dia 20, com a recepção e credenciação dos participantes, seguindo-se a reunião de atletas e comissários, e no final da sexta-feira foi oferecido um cocktail de boas vindas nas novas instalações do CNP. Neste fim-de-semana, organização e atletas foram brinda46

Atlantic Master Pódio Individual dos com óptimas condições de mar para a prática da modalidade, sol, boa visibilidade, vento fraco e temperatura da água a rondar os 17 ºC, o que se traduziu num excelente conjunto de capturas e satisfação dos participantes pela contribuição prestada ao Centro Solidariedade e Cultura de Peniche com cerca de 1.200 refeições. O 1º Atlantic Spearfishing International Master realizouse no Sábado. Foram utilizadas 17 embarcações semi-rigidas e participaram 15 atletas, dos quais três cipriotas, três franceses e nove portugueses em representação da Selecção Nacional, coordenada pelo Se-

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Pesca Submarina

leccionador António Silva e da qual faz parte o atleta algarvio Jody Lot - actual Campeão do Mundo. A concentração dos participantes e briefing tiveram lugar às 8 horas, no CNP, a zona de prova estendeu-se desde o Porto da Areia até à Papoa, e no final das 5 horas de prova os atletas apresentaram à pesagem uma boa variedade de espécies, o maior exemplar foi um Robalo com 4,700 kg capturado pelo Matthias Sandeck. A prova solidária Open de Triplas “1º Hunger Games”, teve lugar no Domingo, concentrando 33 atletas, distribuídos por 11 triplas, das quais uma francesa, uma cipriota e nove portuguesas, e foi disputada também com o apoio de embarcações semi-rigidas. A zona de prova foi mais a sul de Peniche, desde a Consolação até ao Porto das Barcas, a competição teve a duração de 5 horas e as triplas de atletas também levaram à pesagem uma grande diversidade de espécies. Tratando-se de uma prova solidária, a FPAS decidiu atribuir troféus aos três maiores exemplares. Foram também realizados sorteios de vários prémios pelos atletas e timoneiros que participaram nas duas competições, desde uma sonda portátil - oferta do CNP, três conjuntos de garrafas de vinho e uma garrafa de moscatel – oferta da Casa Ermelinda de Freitas, duas garrafas de licor de ginja e uma garrafa de Rodanov Black – oferta da Bebilusa e sete

Atlantic Master Pódio Países cartões Optimus com 40 euros de chamadas cada – oferta da Ideias Convergentes. De realçar que as capturas das duas provas foram doadas pela organização ao Centro Solidariedade e Cultura de Peniche, tendo possibilitado o fornecimento de cerca de 1.200 refeições a idosos, crianças e famílias carenciadas apoiadas pela instituição. No final, o Presidente da FPAS – Ricardo José, agradeceu a todos os que colaboraram na organização destas duas competições, em particular ao Clube Naval de Peniche,

Câmara Municipal de Peniche, IPTM, ISN, Capitania do Porto de Peniche, entre outras entidades e aproveitou para lançar o desafio de repetir anualmente a realização destas provas. Tendo em conta o sucesso obtido com estas primeiras edições do “Atlantic Master” e do “Hun-

ger Games”, esta poderá ser uma boa forma de promover o nosso país como referência internacional para a prática das actividades subaquáticas em geral e da pesca submarina em particular, contribuindo para o desenvolvimento do turismo e da economia local.

Classificações Individual 1º

Mattias Sandeck

POR C

Georgios Vasileiou

Chipre

Miguel Santos

POR C

André Domingues

POR B

Jody Lot

POR A

País 1º

Portugal C

Chipre

França

Triplas 1º

João Peixeiro/Miguel Santos/Pedro Santos

Humberto Silva/Paulo Machado/Vitor Moreira

Jody Lot/António Silva/Pedro Domingues

Helder Sillveira/Jorge Torres/Rui Torres

Stelios Yiangou/Marios Kyriakou/ Georgios Vasileiou

Espécies

Hunger Games Pódio Triplas

Robalo – Miguel Santos

2,980 Kg

Abrótea – Rui Torres

2,875 Kg

Bodião – Jeremy Darolles

1,815 Kg

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Notícias do Mar

Notícias Boat Center

Boat Center Amplia Oferta e Serviços em Setúbal

As novas instalalações do Boat Center

Desde o ano 2000 presente no mercado da náutica de recreio, o Boat Center inaugurou no dia 12 de Outubro novas instalações em Setúbal, com o dobro do espaço que tinha e ainda com acesso directo ao rio e o serviço de uma doca privativa, com saída para o estuário do Sado.

A

s instalações anteriores na entrada do Pinhal Novo em Palmela

foram durante muitos anos uma referência da empresa e dispunham de um bom espaço com 2.400 m2, incluindo uma nave

com 1.000 m2 de área coberta. Porém, Pedro Vale, o líder da actual equipa do Boat Center, sempre sonhou trazer a

Entrada da Boat Center 48

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empresa para perto da água e, ao fim de alguns anos a sonhar, conseguiu. Agora o Boat Center instalou-se no Trem Naval de Santa Catarina, numa zona excelente, vedada e com segurança, a poucos quilómetros do centro de Setúbal, junto à água e oferecendo aos seus clientes a possibilidade única de sairem de barco para os passeios com a família ou para a pesca com os amigos, no estuário do Sado, sem qualquer incómodo. Para guardar os barcos dos clientes o Boat Center tem um espaço descoberto com 2.600 m2 e uma nave coberta com 1.700 m2. Desde o início que o Boat Center comercializa a marca de barcos Chaparral, produtor independente dos E.U.A. e presente no mercado há mais de 47 anos. Foi a partir do ano passado que a Atlantis, uma marca do grupo Azimut Benetti, conceituada marca Italiana passou a ser


Notícias do Mar

Interior da nave

Interior da nave representada em Portugal pelo Boat Center, fazendo parte integrante da estratégia de crescimento sustentado, permitindo assim acompanhar a evolução dos clientes interessados em embarcações de maior porte. O Boat Center mantém o “Usados Boat Center”, embarcações usadas e revistas de

forma rigorosa, que são disponibilizadas para o mercado com 12 meses de garantia. Enquadrados neste negócio dos barcos usados, no dia da inauguração das novas instalações, numa parceria com a Leiloeira do Lena, foram a leilão 22 barcos a motor e 2 motas de água.

Trem Naval de Santa Catarina em Setúbal

Doca privativa 2013 Novembro 323

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Náutica

Quicksilver ACTIV 855 Cruiser

Um Barco Para Diversão e Recreio

Quicksilver apresenta o seu modelo topo de gama, o novo Quicksilver Activ 855 Cruiser, o barco mais refinado, baseado em padrões que caracterizam a segurança, conforto, estilo e versatilidade. Com um design que permite viagens costeiras ou offshore (CE projeto categoria de tipo B) e com capacidade para 10 pessoas, é o barco ideal para se aventurar a navegar no mar, rios ou lagos interiores.

C

om a possibilidade de instalar motorização fora de borda simples ou dupla ou motores interiores ZDrive, oferece uma variedade de opções de motor para atender as preferências de cada cliente. O Quicksilver Activ 855 Cruiser mostra a sua excelência por:

- Tem ótima circulação na coberta e amplo aproveitamento do espaço na cabine, graças à sua localização ligeiramente assimétrica.

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- Maximiza a utilização do espaço no poço conseguido através de um banco rebaixa e uma área de estar convertível que inclui um solário. - Uma ampla cabine com

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visibilidade de 360 ​​graus, uma grande porta de correr que liga a cabine com o poço e a porta lateral deslizante, para facilitar o acesso à coberta da proa. - Na cabina, a cozinha de primeira classe é conversível

em dinette em forma de U, tem área de estar e de comer com mesa ao meio, ou os bancos voltados para a frente e uma terceira cama. - Dispõe de uma cama em forma de ilha no camarote principal, tem janelas laterais,


Náutica

armários e cama sob o cockpit com uma janela lateral no casco. - Quarto de banho com duche, lavatório e sanitário marítimo. - Múltiplas opções de motor: motorização fora de borda simples ou dupla até 400 HP e motor interior ZDrive a gasolina ou diesel até 221 HP. Este modelo estará disponível numa Edição Smart, que

opcionais, permitem que o 855 Cruiser se adapte a qualquer necessidade individual O Activ 855 Cruiser foi apresentado pela primeira vez no Genoa Boat Show de Génova. Freda Generini, directora de marketing da Quicksilver disse : “Após o sucesso com o lançamento do Activ 705 Cruiser ,

vencedor do melhor barco a motor em 2013 , temos o prazer de apresentar o Activ 855 Cruiser. Esta embarcação é exemplar em virtude do seu belo design funcional e o aproveitamento dos espaços. O seu sistema de módulos configuráveis faz com que ​​os clientes se sintam em casa em qualquer momento”

Características Técnicas fornece o casco de cor, almofadas para o solário de proa, conforto extra no cockpit, graças à luz adicional no poço, tomada de terra, esquentador, frigorífico e microondas, assim como um assento / banco a bombordo, mesa do poço, solário, duche

no poço com água quente e fria e toldo para o sol. A Edição Smart inclui as opções que habitualmente selecionam os nossos clientes, com um preço competitivo e curtos prazos de entrega. Um total de seis “packs” de

Comprimento

8,91 m

Boca

2,98 m

Peso

2.113 Kg OB / 3.153 Kg IB

Capacidade de combustível

400 L

CE Design Categoria

B

Lotação

10 pessoas

Potência máxima

400 HP

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Surf

Notícias do Surf Clube de Viana

CAR Surf é Exemplo Para a Comissão Europeia

O SCV participou, entre 2 e 4 de outubro, no segundo Nature & Sports Euro’Meet 2013, da maior rede europeia de turismo e desporto de natureza outdoor, evento oficial da Comissão Europeia, organizado pela cidade Liptovský Mikuláš, na Eslováquia.

E

ste encontro foi uma excelente oportunidade para promover a afirmação desta rede europeia, bem como o CAR Surf de Viana. João Zamith, presidente do SCV, foi convidado a integrar este comité executivo europeu. Assim, após uma época de grandes êxitos organizativos, competitivos e formativos, este clube já tem em marcha novos projetos. O evento contou com a presença de dezenas de especialistas europeus e canadianos e de diversos

stakeholders, professores universitários, responsáveis pelos Parque Nacionais e de locais reconhecidos como Património da Humanidade, decisores públicos regionais e eurodeputados. Promover uma cultura comum de desportos da natureza à escala europeia; estruturar a Rede Europeia dos Desportos Outdoor (European Networking of Outdoor Sports - ENOS); promover a partilha de experiências; e contribuir para a inclusão dos desportos outdoor nas políticas públicas europeias no

domínio da saúde, do desenvolvimento territorial e do meio ambiente. Estas foram algumas das linhas estratégicas orientadoras tiradas deste evento, no qual também foi constituído um comité executivo. João Zamith e Tiago Prieto, do SCV, foram os únicos representantes portugueses no Nature & Sports Euro’Meet. Viram neste evento uma oportunidade única para apresentar o CAR Surf e a vocação oceânica de Viana do Castelo junto do responsável da Unidade de Desporto – DG Educação e Cultura – da Co-

missão Europeia, Roland Farkas, que considerou ser um projeto de máxima importância para o desporto e para a Europa. O próximo encontro da rede ENOS ficou agendado para 2015, em Newcastle, Irlanda do Norte. A participação dos representantes do SCV contou com o financiamento do programa europeu Competição ao mais alto nível em águas vianenses O SVC finalizou uma época des-

Formação SCV CAR Surf 58

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Surf

portiva memorável, tendo já contado com o contributo decisivo das valências do CAR Surf. Organizou, entre maio e agosto, um conjunto de campeonatos de alto nível, que contaram com a participação de 409 atletas de topo nacional, europeu e mundial e que se destacaram também pelo convívio, inovação logística e tecnológica, colocadas ao serviço dos participantes, da promoção da região e da modalidade. Organizou o XV Luso Galaico entre 18 e 19 de maio. Este campeonato ibérico, no qual o clube vianense teve oito atletas nas finais, foi o primeiro evento oficial do CAR Surf. Nos XIX Jogos Náuticos Atlânticos, que aconteceram entre 15 e 19 de julho, teve a seu cargo a organização das provas de Surf (surf, bodyboard, longboard e stand up paddle. A equipa do clube conquistou resultados excelentes. No bodyboard sub-18 feminino arrecadou três medalhas, ouro, prata e bronze, e posicionou-se em quarto da geral. O SCV recebeu um Louvor do Município de Viana do Castelo, deliberado por unanimidade, pela coorganização deste evento transnacional. Em conjunto com a comunidade surfista de Viana do Castelo, realizou o I Open Surfing Viana, entre 27 e 28 de julho. Também nesta prova os atletas do SCV registaram boas prestações. Integrado no Viana Surf Festival, organizou a 3ª Etapa do Circuito Nacional de Bodyboard Esperanças, nos dias 3 e 4 de agosto. A atleta da casa, Filipa Fernandes, com uma excelente prestação, foi a grande vencedora. Nos dias 6, 7 e 8 de agosto realizou a 4ª Etapa do Circuito Nacional de Surf Esperanças. Ainda se afirmou na vanguarda do surf europeu com a organização da etapa inaugural do European Tour of Surf, nos dias 9, 10 e 11 de

Formação SCV CAR Surf Erasmus agosto. Eric Rebiere, atleta da casa, foi o grande vencedor. Tendo Xavier Delanne, presidente da Federação Europeia de Surf, considerado o SCV um “anfitrião excecional deste novo circuito”. A divulgação das atividades do clube e das potencialidades da região para o surf também encontram eco crescente no seu website (www.surfingviana.com) e vídeos realizados dos eventos, que registaram, até agora, mais de 100.000 visualizações. Formação contínua e de qualidade com a Surfing Viana Surf School Desde que o SCV está sedeado no CAR Surf, desenvolveu formação pontual de surf e de bodyboard para 496 jovens e adultos, oriundos de escolas, grupos escolares, associações, empresas, programa Erasmus, atletas de outras modalidades e pessoas portadoras de deficiência. A Surfing School, escola do SCV, entre 15 de julho e 16 de setembro também realizou sessões diárias de surf para turistas nacionais e

Formação SCV CAR Surf

estrangeiros. Registou uma adesão de aproximadamente 480 pessoas, 60% estrangeiros (ingleses, holandeses, alemães e franceses) e 40% portugueses. Esta escola, fator forte de atração turística e de promoção do turismo náutico, conta com oito treinadores reconhecidos pela Federação Portuguesa de Surf. Este ano, funcionou em simultâneo na praia do Cabedelo (Darque) e na praia da Arda (Afife). A Surfing School já iniciou a sua programação de Outono/Inverno, com destaque para a formação de surf e bodyboard nas componentes teórica e prática para alunos de agrupamentos escolares de Viana do Castelo. Acolhe, semanalmente, no CAR Surf quatro grupos escolares totalizando cerca de 100 jovens. Esta formação arrancou neste ano letivo e resulta do projeto Náutica nas Escolas, da Câmara Municipal de Viana do Castelo, que inclui a realização de aulas de surf, canoagem, remo e vela, enquanto atividades letivas curriculares nas disciplinas de Educação Física. Estas aulas, que resultam da congregação das vontades dos agrupamen-

tos escolares, dos clubes náuticos do concelho e do município, estão a ser desenvolvidas nos centros náuticos de remo, canoagem e vela e no Centro de Alto Rendimento de Surf, equipamentos modernos com excelentes condições para o ensino e aprendizagem. É intenção do SCV que os formandos, além da prática desportiva, melhorem a sua sensibilidade e conhecimento pelo meio marinho, bem como potenciem a sua condição de futuros atletas e membros do clube. “É sem dúvida um projeto inovador em Portugal e que, certamente, dará frutos na relação dos jovens com o mar. Seria ótimo se fosse replicado por outros municípios”, diz João Zamith. Também merece destaque, o Programa Surf Regular, que abrange desde a iniciação à modalidade até ao alto rendimento e é direcionado para várias idades. Teve início a 2 de novembro e acontecerá vários dias da semana. Desde €30,00/mês, acede-se a quatro aulas, incluindo o material necessário e acompanhamento por treinadores reconhecidos pelo Instituto Português do Desporto e da Juventude.

Comité Executivo ENOS 2013 Novembro 323

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Surf

Circuito Nacional Surf Esperanças

Finalíssima em S. Pedro do Estoril Confirma Campeões

Camilla Kemp campeã nacional sub-18 Feminino A Finalíssima do Circuito Nacional Surf Esperanças, que terminou no dia 3 Novembro em S. Pedro do Estoril, sagrou os campeões nacionais da melhor maneira: todos os vencedores do dia foram também aqueles que levaram os troféus de melhor surfista da temporada de 2013 nos escalões de sub-12, sub-14, sub-16, sub-18 feminino e sub-18.

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sta finalíssima apresentava já dois campeões antecipados João Kopke e Camilla Kemp, em sub-18 e sub-18 feminino. Kopke venceu três etapas,

na Caparica, Peniche e Ericeira, e somou dois segundos lugares, em Aveiro e Viana do Castelo; Camilla Kemp totalizou quatro vitórias na Caparica, Aveiro, Viana e Ericeira o que, malgrado o quinto lugar em

Peniche, lhe deu o título de forma esmagadora. Quanto aos outros escalões, João Vidal venceu a final de sub12, conquistando o título do escalão pelo segundo ano consecutivo;

(Da esquerda para a direita) João Kopke, Camilla Kemp, Guilherme Fonseca, João Moreira e João Vidal 60

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João Moreira sagrou-se campeão de sub-14 ao vencer a sua final; Guilherme Fonseca revalidou o título dos sub-16 ao superar a concorrência em S. Pedro, e Camilla Kemp e João Kopke “explicaram” porque é que chegaram à finalíssima como campeões antecipados, triunfando em sub-18 feminino e sub-18. Para João Kopke, que fez a sua última prova de Esperanças, esta foi uma vitória emocional: “Vinha para esta finalíssima como campeão, mas queria despedir-me da melhor maneira. E sim, consegui. Se estou emocionado? Sinceramente, ainda não me bateu... Acho que, fundamentalmente, estou muito ansioso pelo futuro.” Camilla Kemp também não escondeu a sua alegria pela vitória, mas, sobretudo, por uma conquista que resolve uma “teima” de alguns anos: “Há 3 anos que perseguia este título. Fui vice-campeã duas vezes e já estava farta! (risos). Este ano foi muito bom para mim, fui vice-campeã nacional da Liga e cheguei a uma final do pro-junior europeu. Foi um ano em cheio. Agora vou apostar em viajar mais


Surf

Fotografia: Charliephotos

e fazer mais provas lá fora.” A necessidade de faz a transição para uma carreira internacional foi também expressa por Guilherme Fonseca. O surfista de Peniche de 16 anos que o ano passado venceu também o título de sub-18, foi superado no escalão superior por João Kopke, mas já olha para horizontes mais largos: “Este ano estive mais focado em fazer provas lá fora e até faltei a duas etapas do Esperanças, mas foi bom, mesmo assim, ter conseguido o título de sub-16. Mas vou continuar a investir em provas no estrangeiro e a fazer o Esperanças porque adoro competir!” João Moreira conseguiu vencer o título de sub-14 que lhe tinha fugido no ano anterior e estava manifestamente satisfeito: “É um título muito saboroso, ser, por assim dizer campeão do meu “bairro”. Para o ano vou continuar a fazer provas no estrangeiro e a tentar conseguir re-

Fotografia: João Rosado

Joao Kopke campeão sub-18 surfista profissional? Mas é claro que sim!” Refira-se que esta finalíssima insere-se no Estoril Surf Festival 2013, que conta com os apoios da Câmara Municipal de Cascais, FPS, Desporto Escolar, Junta de Freguesia do Estoril, Fundação O Século, Rollei Action Cam, Pizzaria/Bar Praia de S. Pedro, Boteco da Linha, Restaurante /Bar Casa da Praia, Pizzaria Gordos, Folha Skimboards, Sagres, Guincho Surf Shop, Sumol, Clínica Rident, Print to File e Culto da Imagem.

Fotografia: andrecarvalhophoto.com

Guilherme Fonseca bi-campeão de sub-16)

sultados e evoluir como surfista e vencer o sub-16. Este circuito foi muito importante para surfistas como o Vasco Ribeiro, o Frederico Morais e o Tiago Pires e, quem sabe, possa ter um futuro no surf como eles, mas sempre seguindo o meu caminho.” Finalmente, o mais novo dos campeões, João Vidal, congratulouse pela conquista: “Foi um ano muito difícil porque tinha adversários muito fortes, mas trabalhei muito para vencer e consegui. Se quero ser

João Moreira, campeão sub-14

João Vidal, bi-campeão Sub-12

Director: Antero dos Santos – mar.antero@gmail.com Director Comercial: João Carlos Reis - noticiasdomar@media4u.pt Colaboração: Carlos Salgado, Gustavo Bahia, Hugo Silva, José Tourais, José de Sousa, João Zamith, Mundo da Pesca, Federação Portuguesa de Actividades Subaquáticas, Federação Portuguesa de Jet Ski, Federação Portuguesa de Motonáutica, Federação Portuguesa de Pesca Desportiva do Alto Mar, Federação Portuguesa Surf, Federação Portuguesa de Vela, Associação Nacional de Surfistas, Big Game Club de Portugal, Club Naval da Horta, Jet Ski Clube de Portugal, Surf Clube de Viana, Acossiação Portuguesa de WindSurfing Administração, Redação: Tel: 21 445 28 99 Tlm: 91 964 28 00 - noticias.mar@gmail.com

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Notícias do Mar

Últimas 5ª Etapa do Circuito nacional de bodyboard Esperanças

Mauro Bandeiras dá Espectáculo na “Super” Festa do Título de David Vedor

M

auro Bandeiras venceu a competição de sub18 da 5ª etapa do Circuito Nacional de Bodyboard Esperanças que decorreu no fim-de-semana de 9 e 10 de Novembro, em Supertubos (Peniche). Com as ondas entre 1,5 a 2 metros “offshore”, estavam condições clássicas que também serviram de moldura perfeita para o título de sub-12 de David Vedor (CRC Quinta dos Lombos). Pedro Machado, outro campeão antecipado, venceu a sua classe de sub-14, Stephanos Kokorelis conquistou o primeiro lugar de sub-16 e Filipa Fernandes foi a melhor bodyboarder do

Mauro Bandeiras escalão sub-18 feminino. Mas, falando da classe rainha, os sub-18 masculinos, os seus protagonistas deram um espectáculo de bodyboard, aproveitando da melhor maneira as condições clássicas para fazer grandes tubos. E se não houve nenhuma nota 10, houve vários 9, com o algarvio Gonçalo Pinheiro (Associação de Bodyboard de Sagres) a somar mesmo o score total mais alto da etapa, nas meiasfinais, com um 18,90. A forma do atleta de Sagres não foi suficiente, todavia, para parar um Mauro Bandeiras inspirado. O bodyboarder de Carcavelos (Aquacarca) foi melhor que o algarvio, superando também os amigos de Carcavelos, Guilherme Guerra (CRCQL) e Miguel Graça (Aquacarca).

Pódio de sub-18 (esq. para a dir.) com Gonçalo Pinheiro, Mauro Bandeiras, Guilherme Guerra e Miguel Graça

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“Foi a minha primeira vitória da época porque, infelizmente, temos tido pouca sorte com as ondas, sempre pequenas e como não sou pequeno e leve, não tenho facilidade nessas condições”, congratulou-se Mauro Bandeiras, cujo melhor resultado até Peniche tinha sido um quarto posto, na Figueira da Foz. Revendo a final, o pupilo do técnico carcavelense Bernardo Abreu, descreve-a como uma sessão de surf com amigos: “Quando entrámos para a final estávamos eufóricos com as ondas que íamos surfar. Combinámos que iríamos surfar sem

‘ratices’ e que cada um iria fazer as suas ondas à vez e que ganhasse o melhor. Felizmente, tive a sore de apanhar boas ondas e pude fazer o meu surf. Hoje não foi bem uma final, foi ‘freesurf’ com amigos...” Quanto a David Vedor, o jovem “fabricado” pela lenda do bodyboard nacional Paulinho Costa e por Zsolt Lorincz, teve um desempenho bem acima do seu escalão etário, vencendo a final de sub-12 de forma tão clara que deixou Rodrigo Lopes (Aquacarca) e Diogo Sousa a precisar de combinação. Um total de 14,50 contra 4,85 e 3,85, respectivamente.

Presidente da Câmara de Peniche, António José Correia, entrega o troféu a David Vedor


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