Poiesis 249

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Regina Mota

Divulgação

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Feira do Livro acontece em Cabo Frio

Observatório Social do Brasil chega a Araruama

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Ano XXIV- nº 249 - Saquarema, Araruama e Região dos Lagos - março de 2017

Espiritualidade Livro esclarece ensinamentos e práticas do Budismo Tibetano A obra de B. Allan Wallace alcança com clareza os fundamentos de uma das mais influentes religiões do mundo, aproximando-a da vida cotidiana. Página 2.

Projeto de artesanato leva alegria e esperança para pacientes com câncer Camilo Mota

Literatura e Arte A relação de Herman Hesse com as artes plásticas Nobel de Literatura em 1946, o escritor alemão cultivava um outro talento: o desenho e a pintura. Confira no artigo do professor Rodrigo Conçole Lage. Página 2.

Saúde Leitos da rede estadual ganham transparência A Alerj promulgou a lei de autoria da deputada estadual Marcia Jeovani que estabelece as regras para a transparência da oferta de vagas em leitos hospitalares no Estado do Rio. Página 3.

Literatura Academia Araruamense de Letras realizará saraus em 2017 Acontece no dia 11 de março o primeiro sarau da AARALETRAS em 2017, na Casa de Cultura José Geraldo Caú. A entidade já definiu as datas para os próximos eventos. Página 4.

Comemoração Araruama e Saquarema celebram o Dia Internacional da Mulher As prefeituras das duas cidades promoveram um dia de ação social para homenagear as mulheres no dia 8 de março. Página 3.

O projeto “Anjos do Bem”, criado por Mariah Rodak, a iniciativa e já produziu mais de cem bonecas de pano expandiu sua influência para a Região dos Lagos. A ar- para doação a pessoas que estão em tratamento contra tesã Zulane Marques, de Araruama, se sensibilizou com o câncer. Página 6. Divulgação

OVNIS em Araruama O conferencista Marco Antônio Petit fará conferência sobre discos voadores no próximo dia 25 no Sindicato dos Servidores Públicos de Araruama. Página 4

FECULT busca diálogo sobre cultura em Saquarema Página 4

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nº 249- março de 2017

O Budismo na vida cotidiana Camilo Mota

Hermann Hesse e a pintura Divulgação

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esde o advento da Racionalidade no Ocidente, com suas raízes mais marcantes no Iluminismo do século XVIII, a Religião perdeu parte de seu encanto, ou de seu posto como forma de conhecimento paradigmático. No entanto, cabe ao homem, em sua busca evolutiva, conciliar as várias formas de conhecimento, de aprendizado, para alcançar paz e prosperidade, ou, pelo menos, viver bem com as limitações próprias de quem está sujeito às vicissitudes do tempo. Enquanto a Razão lhe propicia um melhor dominio da realidade material, tendo a Ciência como forte paradigma, a Espiritualidade lhe fornece meios para novas compreensões da realidade e até mesmo de sua mente e suas aspirações transcendentes. A maior aproximação entre Ocidente e Oriente tem contribuído para reduzir a distância entre Razão e Espiritualidade. O caminho aberto pela Física Quântica, no campo científico, também relativizou conceitos e ampliou as abordagens, influenciando outras áreas do conhecimento humano como a Psicologia, a História, entre outras. Porém, para fins desta resenha, cabe ressaltar a importância da divulgação de doutrinas e pensamentos oriundos de outra forma de pensar e sua contribuição para o homem ocidental. O pesquisador B. Alan Wallace, que é formado em Física e durante anos foi monge, é um bom exemplo de como é possível conciliar as fronteiras e trazer para a realidade ocidental aspectos de uma das mais tradicionais religiões universais, o Budismo (WALLACE, B. Alan. Budismo Tibetano: abordagem prática de seus fundamentos para a vida moderna.

Rodrigo Conçole Lage

Petrópolis: Vozes, 2016). O livro não pretende ser um manual doutrinário nem se apresenta como um compêndio de auto ajuda. Mesmo tratando de temas bastante específicos (como o “conceito” de Dharma, por exemplo), consegue prender a atenção do leitor e levá-lo à reflexão de maneira que o ensinamento não fique apenas como uma especulação, mas que possa ser compreendido dentro de um contexto prático. “Budismo Tibetano” percorre com fluidez temas como a morte, o sofrimento, meditação, prática espiritual, atenção plena, estabilização da mente, entre outros. Em cada capítulo, o autor aprofunda um assunto e o traz de maneira clara para o leitor se familiarizar não só com o Budismo mas principalmente consigo mesmo, pois que o livro fala de temas profundamente

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humanos e sempre presentes na vida cotidiana. Wallace questiona a certa altura: “Como posso fazer com que esta vida humana e as minhas relações com os outros sejam as mais significativas possíveis”? A resposta está em se libertar das ilusões, romper as distorções mentais e enfrentar nossos próprios inimigos: a ignorância, o ódio e o apego. O livro é um convite a nos abrirmos à escuta de nós mesmos e, ao mesmo tempo, nos abrirmos para um conhecimento de uma fonte que fomenta novos paradigmas para a cultura ocidental. Principalmente, é um livro que convida a viver o presente e meditar sobre o sentido da vida. Camilo Mota é psicanalista, escritor, vice-presidente da Academia Araruamense de Letras (www.camilomota.com. br).

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o falarmos de um escritor normalmente imaginamos uma pessoa cuja vida gira em torno da escrita, como se essa fosse sua única atividade. Contudo, a vida de um escritor não é diferente da de qualquer outra pessoa. Portanto, nela iremos encontrar os mais diferentes interesses e atividades muitas vezes desconhecido do grande público. Nesse sentido, a vida do escritor alemão Hermann Hesse, prêmio Nobel de Literatura de 1946, é um exemplo desse fato. Ele foi um dos grandes escritores do século XX. Sua obra, entre outros gêneros, abrange romances (com destaque para O lobo da estepe, O Jogo das Contas de Vidro, Demian e Sidarta), contos, poesia, ensaios e biografias. Apesar de estar um pouco esquecido atualmente foi muito traduzido, em traduções de qualidade variada. O que permite ao leitor brasileiro ter contato com seus livros mais importantes. Infelizmente, a maior parte das traduções diz respeito aos livros de ficção e isso nos dá uma visão limitada de sua obra. Mas, o que é preciso destacar é que, além de ter se dedicado também ao desenho, a pintura foi uma das atividades mais importantes de sua vida. Mesmo tendo sido algo que entrou nela tardiamente, só aos 40 anos de idade, ela foi tão importante que chegou a produzir 3000 aquarelas. Ele começou a praticá-la como uma prática terapêutica, devido ao estado caótico em que se encontrava devido à doença da esposa. Mas, com o passar do tempo, acabou se apaixonando pela atividade. Diante disso, não é de surpreender, então, que algumas delas tenham servido de ilustração para algumas de suas obras. Ele passou, por exemplo, a vender seus primeiros ciclos de poemas acompanhados de ilustrações em 1916. Ilustrou, em 1919, o conto de fadas “Der schwere Weg” e

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Reprodução/Internet

O escritor alemão Herman Hesse recebeu o Nobel de Literatura em 1946

o livro “Gedichte des Malers”. Em 1920, irá realizar uma exposição com suas aquarelas no Kunsthalle Basel e algumas delas serão reproduzidas no periódico Wieland. Em 1921 teremos o portfólio “Elf Aquarelle aus dem Tessin”. Uma segunda exposição será realizada em 1922, no Winterthur, mas desta vez junto com os trabalhos de Emil Nolde. Outros trabalhos ilustrados por, com reproduções de aquarelas, ele são o conto de fadas “Piktors Verwandlung”, o “Die Lugenesiche Landschaft” e o “Die letzte Reise”. Cartões-postais com reproduções de suas aquarelas vão surgir posteriormente. E, em 1955, teremos a publicação do “Aquarelle aus dem Tessin”. Além disso, ao longo dos anos, ocorrerão outras exposições. E uma das de maior destaque foi a que ocorreu em comemoração aos oitenta anos de vida de Hesse, em 1957, no Schiller-Nationalmuseum, em Marbach. Após a morte do escritor teremos várias, nos mais diferentes países.

Diante do que foi dito, não é uma surpresa o fato de ela tenha vindo a influenciar sua produção literária. Segundo alguns críticos, por exemplo, iremos encontrar em suas obras a presença do trabalho com as cores, tal como iremos encontrar em suas pinturas. E assim como ele, outros escritores também se dedicaram a ela com afinco. Só entre os ganhadores do Nobel temos, além do próprio Hesse, Bob Dylan, Rabindranath Tagore, Günter Grass e Gao Xingjian como exemplos de autores que se destacaram como pintores. Tal fato nos mostra como a obra dos escritores vai muito além de seus livros e contém muitos recantos a serem explorados. A riqueza do universo da arte é um manancial a ser explorado para o enriquecimento de nossas próprias vidas. Rodrigo Conçole Lage é Professor de História de Itaperuna-RJ, com artigos e resenhas publicados no Brasil e no exterior

Ó

descendente do pó! Não te contentes com o ócio de um dia passageiro, privando-te do repouso eterno. Não troques o jardim de infindável deleite pelo monte de pó que é o mundo mortal. De tua prisão, ascende aos gloriosos prados do além e, de tua gaiola mortal, alça teu voo até o paraíso do Infinito. (Bahá’u’lláh)

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EXPEDIENTE O Jornal Poiésis - Literatura, Pensamento & Arte é uma publicação da Mota e Marin Editora e Comunicação Ltda. Editor: Camilo Mota. Diretora Comercial: Regina Mota. Conselho Editorial: Camilo Mota, Regina Mota, Fernando Py, Sylvio Adalberto, Gerson Valle, Marcelo J. Fernandes, Marco Aureh, Francisco Pontes de Miranda Ferreira, Charles O. Soares. Jornalista Responsável: Francisco Pontes de Miranda Ferreira, Reg. Prof. 18.152 MTb.

Rua das Bougainvilleas, 4 - Rio do Limão - Araruama-RJ CEP 28970-000 ( (22) 98818-6164 ( (22) 99982-4039 ( (22) 99770-7322 E-mail: jornalpoiesis@gmail.com Site: www.jornalpoiesis.com.br. Facebook: www.facebook.com/ jornalpoiesis Distribuição dirigida em: Saquarema, Araruama, São Pedro da Aldeia, Iguaba Grande, Cabo Frio, Arraial do Cabo e Petrópolis. Fotolito e Impressão: Tribuna de Petrópolis.

Colaborações devem ser enviadas preferencialmente digitalizadas, espaço simples, fonte Times New Roman ou Arial, corpo 12, com dados sobre vida e obra do autor. Os originais serão avaliados pelo conselho editorial e não serão devolvidos. Colaborações enviadas por e-mail devem ser anexadas como arquivo .doc ou .docx. Os textos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Jornal Poiésis.


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nº 249- março de 2017

Lei da transparência dos leitos hospitalares é promulgada pela Alerj

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oi promulgada em fevereiro pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) a Lei nº 7.521/2017, de autoria da deputada estadual Marcia Jeovani (DEM-RJ), que obriga a Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro – SES, a disponibilizar diariamente em seu site as informações de quantos leitos estão ocupados e livres nas unidades hospitalares credenciadas no Sistema Único de Saúde – SUS no Estado do Rio de Janeiro. Desde o início da discussão e aprovação do projeto de lei até a derrubada do veto do governador, esse tema foi muito debatido pela maioria dos parlamentares da Casa,

por entenderem que hoje o Estado tem como um de seus principais problemas na saúde a questão das vagas no Sistema Único de Saúde (SUS). A Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro emitiu inclusive uma “Nota Técnica” sobre a importância do projeto, assinada pelas defensoras Thaisa Guerreiro de Souza e Samantha de Oliveira. O parecer assegura que o projeto “atende aos auspícios da Carta Maior, e merece ser aprovado, sem mais tardar, diante da grave crise que assola a saúde pública deste Estado”. A questão da transferência dos pacientes implica diretamente na espera da Central de Leitos por longas e penosas horas ou até

André Barbosa

A deputada Marcia Jeovani é a autora da lei que garante maior transparência na Central de Regulação de Leitos na rede estadual

dias, e mediante a confirmação da patologia com o diagnóstico comprovado, ocorre o sério risco de complicações e consequentemente a evolução

Notícias do Legislativo REAJUSTE SALARIAL A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) concluiu a votação do projeto de lei 2.344/17, que reajusta em 8% o piso regional. A norma, com efeito retroativo a 1º de janeiro, altera o salário de mais de 170 categorias de trabalhadores da iniciativa privada. Com isso, as seis faixas salariais terão valores entre R$ 1.136,53 e R$ 2.899,79. O texto segue agora para sanção do governador Luiz Fernando Pezão. CPI SOBRE REPASSES A Alerj poderá ter uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar irregularidades nos repasses do Governo do Estado a abrigos conveniados destinados a crianças e idosos. Presidente da Comissão de Assuntos da Criança, Adolescente e Idoso da Casa, o deputado Márcio Pacheco (PSC), afirmou que vai recolher assinaturas para que a

CPI seja instalada, já que mais de 20 reuniões já foram realizadas sem encontrar uma solução para o problema. CEDAE Prioridade no pagamento dos salários dos servidores ativos, inativos e pensionistas do estado e manutenção da tarifa social. Essas foram as modificações aprovadas pela Alerj, na terça-feira (21/02), ao projeto de lei 2.345/17, que autoriza o uso das ações da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) para viabilizar um empréstimo de R$ 3,5 bilhões da União e o Plano de Recuperação Fiscal do Estado como um todo. A medida é o ponto central do Plano de Recuperação Fiscal do Estado, acordo firmado entre o Governo do Rio e a União, que prevê a suspensão do pagamento da dívida do Executivo fluminense com o Governo Federal. As medidas vão representar, segundo o Governo do Estado, alívio de R$ 62 bilhões para o

Rio em três anos e permitir que o Rio saia da crise. LEIS PROMULGADAS A Alerj também promulgou em fevereiro as seguintes leis: 7523/17, que obriga prestadoras de internet móvel e banda larga a informarem aos usuários o seu consumo; 7525/17, que obriga os bancos a aceitarem o pagamento de contas de água, luz, telefone e outras taxas, independentemente do cidadão ser ou não correntista da instituição; 7519/17, que obriga o Detran-RJ a disponibilizar na internet informações, como número de identificação e validade da aferição, sobre o bafômetro utilizados nas operações da Lei Seca; 7446/16, que incluiu no calendário oficial do Rio a semana estadual de promoção e valorização à cultura do skate e determina que o poder público realize eventos e atividades em parceria com movimentos representativos.

do quadro clínico, podendo levar a óbito. Com a Lei em vigor será possível a maior transparência sobre o número de leitos disponíveis na rede pública de

saúde, podendo ser modelo para os procedimentos da Central de Vagas em todo o Brasil, tendo em vista a grande preocupação do Ministério da Saúde nos avanços do atendimento humanizado dos pacientes. As informações do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro (Sinmed-RJ) dão conta de que por dia a emergência de uma unidade hospitalar da rede estadual recebe aproximadamente 120 pedidos de transferência para leitos de tratamento intensivo. São 1,1 mil leitos de Unidade de Terapia Intensiva só no Estado do Rio de Janeiro e os dados revelam ainda 18,8 mil internações só em 2014. “Agradeço imensamente

aos meus pares por entenderem a importância dessa Lei para a população. Infelizmente, quando o paciente necessita de urgência no atendimento de saúde, ou o cidadão precisa socorrer alguém da família, percebe que não há transparência nas informações dos leitos ocupados e disponíveis na rede, e isso interfere diretamente na transferência do paciente para as unidades hospitalares do Estado, levando inclusive a óbito. Não podemos aceitar esse discurso de que no país a saúde está doente, devemos sim entender a nossa realidade e buscar a melhor forma para resolvê-la”, assegurou a deputada estadual Marcia Jeovani.

Dia da Mulher é celebrado com ações sociais

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nquanto multidões no mundo inteiro foram às ruas no dia 8 de março para reivindicar direitos de igualdade e o fim da violência de gêneros, na Região dos Lagos a data foi motivo somente de comemorações para lembrar o Dia Internacional da Mulher. Em Saquarema a Secretaria da Mulher montou várias tendas no calçadão de Bacaxá, onde foram oferecidos serviços como corte de cabelo, aferição de pressão, além de distribuição de brindes e a degustação de um bolo gigante, oferecido a todos que estiveram presentes. O evento contou ainda com show da cantora Érica Arcoverde e de apresentações de dança, além de participação do Movimento Articulado de Mulheres e Amigas de Saquarema (MAMAS). Já em Araruama a Prefeitura realizou o evento na Praça Antônio Raposo com a mostra dos trabalhos de mulheres artesãs, agriculto-

Regina Mota

Em Saquarema, as mulheres tiveram momentos de beleza e descontração

O Curso Destake foi um dos parceiros no evento em Araruama.

ras, advogadas (OAB), bem como alguns serviços como corte de cabelo, manicure, massagens e aferição de

pressão. O Conselho da Mulher também se fez presente com algumas delegadas.

Escola Tia Josi agora tem tempo integral

As leis da Alerj servem para quem tem sede de justiça. Ou só sede, mesmo. Chegou o aplicativo Carteirada do Bem.

Buscando aprimorar cada vez mais seus trabalhos, para melhor atender os “baixinhos”, a Escola Tia Josi, instalada no Porto da Roça, em Saquarema, conta agora com o horário integral, além do parcial já oferecido há três anos, o que deverá ser uma ótima opção às mães que precisam ter seus filhos bem atendidos em companhia de profissionais gabaritados. Essa é uma das novidades para 2017. A escola, voltada para crianças de dois a seis anos de idade, tem turmas nos períodos matutinos e vespertinos, formadas por: creche três e quatro, pré um e dois da educação infantil. Para os próximos meses

Regina Mota

a Escola Tia Josi está preparando novas salas de aula, com estruturas desenhadas para um maior conforto às crianças, contendo banheiros infantis para meninos e meninas, separadamente. “A nossa meta é atender cada vez melhor as nossas crianças, com isso estamos sempre pensando em investir na segurança dos mes-

mos. Temos áreas cobertas e bem monitoradas”, disse Josi Medeiros, diretora da escola. A Escola Tia Josi está localizada na Rua Beatriz Campos, 14, atrás do Bassamar, no Porto da Roça. Telefones para contato: (22) 2651.9665 ou (22) 99224.9641 (whatsApp). Facebook: Escola Tia Josi.

Lei Estadual 2424/95: “Bares e restaurantes estão obrigados a oferecer água filtrada de graça quando solicitada pelo cliente.”

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nº 249- março de 2017

Discos voadores são tema de conferência em Araruama

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que existe por trás das abduções? A Região dos Lagos já teve registro de avistamentos de Objetos Voadores não Identificados (OVNIS)? Esta e outras questões fazem parte da conferência “Discos Voadores: a realidade revelada e a preparação para o contato final”, que será realizada pelo coeditor da Revista UFO Marco Antônio Petit, no dia 25 de março, no auditório do Sindicato dos Servidores Municipais de Araruama. Marco Antônio Petit é autor de nove livros que abordam diferentes aspectos da Ufologia. Teve várias experiências com os OVNIs, incluindo sinais de uma interação com os responsáveis pelos fenômenos na Serra da Beleza - RJ, que possibilitaram a obtenção de

fotografias documentando a presença dos UFOs na região. Os ingressos antecipados para a conferência custam R$ 20 e podem ser adquiridos no Centro Comercial Pinho, no Ateliê Angélica Bugarim, na Vila Capri, às terças e quartas a partir das 16 horas. No dia do evento, a entrada será de R$ 30.

A Casa de Cultura Gabriel Joaquim dos Santos, em São Pedro da Aldeia, recebe a partir deste mês a IV Mostra de Artesanato 400 anos “Entre fios, linhas, lãs, tecidos, tintas e pincéis.... A arte se faz”. Fios, linhas, lãs, tecidos, azulejos, tintas, pinceis e escamas de peixes são alguns dos materiais utilizados para confeccionar produtos como bordados, mosaico, arte em feltro, esculturas, pintura em tecido, cerâmica, decoupage, assemblagem, patchwork, bolsas, bijuterias, toalhas, painéis, vasos, telas e objetos diversos que fazem parte da exposição. A mostra fica em cartaz até 23 de abril. A Casa da Cultura Gabriel Joaquim dos Santos está localizada na Rua Avenida Francisco Coelho Pereira, nº 255, Centro de São Pedro da Aldeia.

SERVIÇO Conferência de Marco Antônio Petit sobre Discos Voadores Dia: 25 de março de 2017, sábado Horário: 16h às 20 horas Local: Sindicato dos Servidores Públicos de Araruama (Rua Ivone de Oliveira Souto, 569, próximo ao Mercado Municipal). Ingressos: R$ 20 (antecipado) e R$ 30 (no dia)

Fecult Saquá busca apoio do poder público

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Fórum das Entidades Culturais do Município de Saquarema – Fecult Saquá realizou no mês de fevereiro uma reunião aberta à população na sede do Movimento Articulado de Mulheres e Amigas de Saquarema - MAMAS, cujo objetivo foi discutir os próximos passos a serem tomados pela entidade, entre eles a busca do

apoio do poder público. O Fecult foi criado com o objetivo de unir todas as artes com o objetivo de valorizar a cultura local através de movimentos que envolvam cada área. De acordo com a idealizadora do projeto, Telma Cavalcante, outra meta é criar câmaras setoriais, não deixando ninguém de fora. “Pretendemos unir artes visuais, incluindo artesanato

Artesanato 400 anos

e fotografia; artes cênicas, como dança, circo e teatro; áudio visual, como vídeos, TVs e rádios; cultura popular e patrimônio cultural e material, entidades que deverão ser escolhidas através do fórum a ser realizado. Serão cerca de dezessete câmaras setoriais”, disse. Na reunião de 13/02, estiveram presentes a subsecretária de Cultura de

Feira literária é realizada em Cabo Frio

Saquarema, Raquel Santos Amorim, a presidente do MAMAS, Terezinha Ruade, a empresária Rita Daumas, da Daumas Academia, Telma Cavalcante, do Círculo Artístico Cultural e representantes da Casa do Nós. Na ocasião foi mostrado o relatório do Fecult, quando foi pedida uma reunião com a nova gestão da Prefeitura de Saquarema.

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Observatório Social será criado em Araruama

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ual o papel da sociedade civil na gestão dos recursos públicos das Prefeituras? Esta é uma das questões levantadas pelo Observatório Social do Brasil, movimento criado no Paraná em 2005 e que vem se espalhando pelo país. Um grupo de empresários e membros da sociedade, sem vínculos partidários, está se reunindo há um ano em Araruama para implantar o sistema no município. Atuando de forma jurídica, o Observatório faz o

Regina Mota

monitoramento das compras públicas em nível municipal, acompanhando desde a publicação do edital de licitação até a entrega do produto ou serviço. O movimento atua ainda

na educação fiscal da população, mostrando a importância do cidadão acompanhar a aplicação dos recursos públicos gerados pelos seus impostos. Outros temas importantes desenvolvidos

pelo Observatório são a inserção das micro e pequenas empresas nos processos licitatórios, e a produção de indicadores sobre a gestão pública, fazendo relatórios quadrimestrais acerca da execução orçamentária das prefeituras. Atualmente a rede do Observatório Social do Brasil está presente em mais de 100 cidades, em 19 estados do país. Mais informações sobre o movimento podem ser obtidas no site: http://osbrasil. org.br.

Gerson Valle é eleito presidente da Academia Petropolitana de Letras

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embro do conselho editorial do Jornal Poiésis, o escritor e poeta Gerson Valle foi eleito por unanimidade presidente da Academia Petropolitana de Letras (APL). A Assembleia Geral aconteceu no dia 11 de fevereiro. A entidade literária é uma das mais tradicionais do país, iniciando suas atividades no ano de 1922 como Associação de Ciências e Letras. Em 1928, tendo Nair de Teffé como presidente, transformou-se em Academia Petropolitana de Letras. Gerson Valle assume a presidência em 2017 para um mandato de 2 anos, com possibilidade de reeleição. O escritor formou-se pela Faculdade de Direito Cândido Mendes, Rio de Janeiro, em 1969. Fez pós-graduações na França, Holanda e Portugal. Foi vice-diretor da Faculdade de Direito Estácio de Sá e diretor de ensino da Sociedade de Ensino Superior e Assistência Técnica – SESAT, ambas no Rio de Janeiro. Lecionou Direito Internacional Público, Noções de Direito, Política Internacional e Cultura Brasileira, em faculdades

A feira funcionará até o final de março na Praça Porto Rocha, no Centro

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Praça Porto Rocha, no Centro de Cabo Frio, está repleta de literatura. A feira de livros abre as celebrações da 27ª Semana Teixeira e Sousa, que homenageia o escritor cabo-friense, autor do primeiro romance brasileiro, “O Filho do Pescador”, lançado em 1843. A feira acontece duran-

te todo esse mês de março e conta com nove estandes espalhados pela praça, com venda de livros a preços populares. O evento também irá promover lançamento de livros, shows de artistas locais, apresentações de teatro e outras manifestações culturais. A programação dos eventos será divulgada ao longo do mês. [Fonte: PMCF]

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AARALETRAS divulga calendário de saraus

do estado do Rio de Janeiro. Assessor Jurídico da Fundação Nacional de Arte-FUNARTE (Ministério da Cultura) durante 16 anos. Transferiu sua moradia da cidade do Rio de Janeiro para Petrópolis em 1985, tendo aí participado de diversas ongs de cunho ambiental e cultural. Recebeu o TÍTULO HONORÍFICO DE CIDADÃO PETROPOLITANO em 2003. No ano de 2004 manteve o programa semanal “Petrópolis Cultural”, da TV Cidade Imperial, em Petrópolis. Aposentou-se pelo IPHAN, tendo sido sua última lotação no Museu Imperial. É

membro da Academia Brasileira de Poesia Raul de Leoni, cadeira nº 31 e da Academia Petropolitana de Letras, cadeira nº 29. Publicou: 5 livros de Poesia, 5 livros de ficção, tradução de Gustavo Adolfo Bécquer, um livro sobre arte e política, 3 livros sobre Direito e mais de 500 arigos em periódicos do Brasil, da França, Itália e Áustria (sobre Música, Literatura, entre inúmeras resenhas, Política, Cinema, crônicas, contos, poemas). Recebeu alguns prêmios literários, como os primeiros lugares (em poesia) da Accademia Internazionale “Il Convívio”, da

Itália, e da Associação Nacional dos Escritores – ANE (em livro de contos), com sede em Brasília; Prêmio Maestro Guerra Peixe 2009, na categoria Literatura/Poesia, da Fundação de Cultura e Turismo da Prefeitura de Petrópolis. Seus poemas foram musicados por vários compositores (Ricardo Tacuchian, Ernani Aguiar, Guilherme Bauer, etc), sendo levados em concertos e gravados. É autor do libreto da ópera “Olga”, com música de Jorge Antunes, encenada no Teatro Municipal de São Paulo de 2005 e em 2013 do Teatro Nacional de Brasília.

A Academia Araruamense de Letras (AARALETRAS) já retomou as atividades para o ano de 2017. Os saraus serão realizados no segundo sábado de cada mês, sempre às 16 horas. Confira o calendário divulgado pela instituição e se programa para também participar. A entrada é franca. 11 de março - Casa de Cultura José Geraldo Caú 08 de abril - Casa de Cultura José Geraldo Caú 13 de maio - UCAM (local a confirmar) 10 de junho - Casa de Cultura José Geraldo Caú

08 de julho - Casa de Cultura José Geraldo Caú 12 de agosto - São Vicente (local a confirmar) 09 de setembro - Casa de Cultura 14 de outubro - Casa de Cultura 11 de novembro - Praia Seca (local a confirmar) Atualmente a AARALETRAS é presidida pelo médico e poeta Dr. Cid Magioli e conta com 10 membros efetivos. Ainda este ano deverão ser eleitos novos acadêmicos para compor o quadro de titulares.

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nº 249- março de 2017

QUEM MATOU ROLAND BARTHES? Gerson Valle

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iver a contemporaneidade literária, mesmo reconhecendo que esta não esteja à altura de grandes nomes do passado, é sempre alentador por dar a sensação da pujança da Arte das Letras. No comum do romance de hoje em dia, entretanto, há uma repetitiva onda de narrativas policialescas, onde o leitor é envolvido com o desvendamento de mistérios, crimes, importando menos as inverossimilhanças e concentrações descritivas mais refinadas e/ou reflexivas, como foram sempre representativas na melhor Literatura. Outra diferente alternativa da contemporaneidade é o experimentalismo, desprezando mesmo o significado humanístico que a Literatura representa. Um escritor que somasse as inventividades primárias e bastante “déjà-vu” à audácia da pós-modernidade de mistura de gêneros, onde a ficção se misturasse ao ensaio científico, artístico ou literário, e o Realismo abusasse até das referências históricas em meio a delírios imaginativos, como acontecia nos romances de Umberto Eco, a sensação de ainda se viver uma época de significado literário algo renovadora e bem desenvolvida podia afastar o desprezo pela vulgaridade contemporânea. Poder-se-ía mesmo pensar que está na ficção a verdadeira aproximação de um entendimento intelectual do Universo, científica e humanisticamente. Algumas vezes, achei tão interessante a Literatura de Eco que escrevi-lhe algumas resenhas. E ficava ansioso que fosse publicado um novo livro seu. Infelizmente, Umberto Eco morreu no ano passado, deixando vaga a cadeira de professor de Semiologia (que ajudou a fundar) na Universidade de Bologna, e ficando-me a certeza que não lerei mais nenhum

de seus livros inteligentes, semi-ensaísticos, semifictícios. O escritor Laurent Binet foi laureado com o Prêmio Goncourt para romance de estreia em 2010, o que o torna um escritor proeminente no cenário francês. Em “Quem matou Roland Barthes?” (no original “La Septième Fonction du Langage”, tradução para o português de Rosa Freire d’Aguiar, Companhia das Letras, 2016) este escritor retoma o caminho de Umberto Eco ao tratar de pessoas conhecidas como se fossem personagens de ficção, compondo uma narrativa encima de discussões filosóficas e científicas, e ainda envereda por hipóteses tanto teóricas quanto ficcionais, como se estivéssemos de fato ante uma nova escola literária que fora fundada por Eco. O fato parte da morte do semiólogo francês, professor da Sorbonne, Roland Barthes, atropelado por uma caminhoneta em 1980, quando saía de um almoço com o político, que chegou a ser presidente da França por 16 anos, François Miterrand. Logo surge, no romance, na mistura de filosofia, linguística, política, a hipótese dele ter sido assassinado. Mas, qual o interesse em se matar um estudioso voltado para um intelectualismo em nada popular como Barthes? E aí a imaginação encontra-se em cheio com planos da ficção científica. O que é científico é que o russo Roman Jakobson classificou 6 funções da linguagem: referencial, emotiva, conativa, fática, metalinguística e poética. O que é ficção é que Roland Barthes teria o segredo de uma sétima função da linguagem, que daria a seu conhecedor o poder de convencer qualquer pessoa do que bem entendesse, fazendo com que o texto se tornasse numa verdadeira fórmula mágica, um “abre-te Sésamo”

que obrigaria o interlocutor a seguir sua vontade. Diante de uma arma tão poderosa cria-se a suspeita de todos os filósofos e linguistas daquela época, pois só estes poderiam suspeitar de tal abrangência de uma simples função da linguagem, lembrando-se que na própria teoria semiológica de Barthes “tudo é texto”. Assim, por dedução levada ao cúmulo do absurdo, o “texto” se responsabilizaria na vida não só pela realidade sensível, como pela abstração mágica e imponderável... A polícia mesma, envolvida por um comissário que desconhece semiologia, mas que leva sempre, a seu lado, um estudioso da matéria, na eterna dupla similar a Sherlock Holmes e doutor Watson (e aí na mistura ao gosto do leitor “multimídia” de policial e/ ou “quadrinhos” e informações/ formações ecléticas) deduz que Roland Barthes ao ser morto levava consigo, em seu bolso, o texto revelador da poderosa função da linguagem. Em consequência, tornam-se personagens do romance, por serem os primeiros suspeitos da morte de Barthes para lhe roubar tal “segredo”, entre outros, Derrida, Foucault, Lacan, Althuser, Deleuze, Eco, e tantos outros eminentes intelec-

tuais da época. O romance também repete outra das formas audaciosas de Umberto Eco de misturar a realidade histórica oficialmente reconhecida por documentos e pesquisas com “invenções” até de superstições, tradições ou “sociedades secretas” com “iniciações”, ocultismos, etc., formando um agregado de hipóteses na interpretação da História da Humanidade, e, por consequência, na demonstração das verdades que tentamos alcançar pela reflexão trazida na narrativa. A sociedade criada no romance em causa reúne-se às escondidas, somente seus participantes conhecendo local e hora, e tem por fim debates de um intelectualismo extremo, onde dois contendores, como se fossem lutadores numa arena, se interrogam sobre qualquer assunto. A forma como as questões são construídas e o nível dado pelas respostas fazem com que um júri decida quem ganha a prova. O perdedor, cruelmente, é obrigado a colocar a mão aberta para lhe ser decepado um dedo!!! Curiosamente, o cineasta italiano Michelangelo Antonioni, descrito como pretensioso, achando que nunca poderia desconhecer o que lhe fosse perguntado, perde um dedo nesta prova. Tal julgamento de um autor de filmes tão significativos de nosso tempo (tal como “O grito”, “A noite”, “O eclipse”, e tantas outras obras-primas), pode ter, para muitos, uma conotação meio anedótica, se bem que pareça-me, por uma grosseria atroz e sua repetição por outras figuras representativas da modernidade, acabar por mostrar que o autor do romance demonstra um profundo desprezo pelos melhores artistas e pensadores da sociedade. Ou

Genésio Ferreira Garganta sempre apertada às vezes com mão de ferro: um sino dobrando ao longe e maçãs inalcançadas. Paredes longas ao sol muito brancas, sem janelas pessoal que malha em vão suarentos atrás delas. Tudo aperta, estrangulando as lembranças espremidas de choros não desatados. Lábios grossos, esquecidos tentando dar um recado de passeios junto ao mar. Cores vivas, muita festa nas curvas de um tempo antigo; papagaios empinados de garotos que sumiram noutra esquina, noutras luas aos ventos distanciados. Alvas ruas de algum tempo com meninas tão formosas acenando, muito longe... na saudade esmaecida. Nervos tensos, todos juntos pra frente, chutando bola... campeões da juventude empenhados no esporte de viver a própria vida tropeçando no caminho e chegar numa estopada. E as garotas tão bonitas? Mãos do tempo, que maldade! Onde estão aquelas várzeas dos nossos sonhos perdidos? Genésio Ferreira é poeta, reside em Petrópolis, autor do livro “Direção dos Ventos” (Editora Bem Cultural), de onde extraímos o poema acima.

alienada, entregue ao verme da mentalidade capitalista do mercado. Enfim, não há a “escola” literária formada pela perspectiva renovadora e inteligente de Umberto Eco. Para segui-lo talvez se necessitasse ter sua imensa cultura, formação com especialidade, logo no início dos estudos mais aprofundados, no conhecimento amplo de um período da História - a Idade Média com a Igreja Católica, seus teólogos e as línguas derivadas do latim. Como foi longe o rebuscar do conhecimento de Umberto Eco, resultando um humanismo, que poderia até criar ficções em que criticava o comportamento humano, mas nunca a ponto de derrubar toda uma intelectualidade representativa da sociedade moderna. Isto faz quem é descrente de tudo, por, naturalmente, desconfiar de si mesmo! Uma literatura para o lixo!!! Uma pena! Aliás, diga-se de passagem, o argumento de base que seria o assassinato de Roland Barthes para se encontrar a sétima função da linguagem, que ele teria escondido, e que daria o poder do convencimento a quem a soubesse usar, é de uma tolice tão absoluta que eu fico me perguntando como se pode, fora a vontade de desancar a pretensão dos maus literatos que me moveu, alguém aturar sua leitura até o fim? Espero não me obrigar mais a este tipo de sacrifício! E que meus leitores me ajudem na divulgação do significado da Literatura como humanismo em prol do conhecimento e da reflexão e não de baboseiras a desperdiçar nosso precioso tempo. Obrigado. Gerson Valle é presidente da Academia Petropolitana de Letras

MULTICULTURALISMO

POESIA A CHEGADA

que se afine com qualquer “mass media”, não só policialesca e/ou de quadrinhos, como nos grosseiros programas de televisão e da narrativa exclusiva de violência e sexo gratuitos do cinema de hoje em dia. Só para o público acostumar-se à continuidade pérfida, pedindo-a sempre mais presente, desumanizando, boçalizando, e todos se tornando de um excessivo materialismo, a ponto de não saberem mais o que seja sutileza, delicadeza, sentimentos... e assim o autor tenha seu público certo para suas aberrações simplistas, idiotas, sem compromissos... A sociedade secreta chama-se “Club Logos”, e seus membros seguem uma hierarquia, cujo mais alto posto é do “Grande Protágoras”. As referidas contendas têm em vista o aumento do posto de cada membro, ou a sua diminuição e perda física. O escritor Phillipe Sollers desafia o Grande Protágoras. Portanto, sua perda não é a decepação de um dedo. É a estupidez impensável entre pessoas civilizadas da decepação do órgão sexual pela audácia de ter querido rivalizar com o manda chuvas da instituição!!! Nem mesmo o nazismo sonharia com uma penalidade tão bárbara! E quem é o Grande Protágoras, responsável pelo sacrifício do escritor francês de tão bem sucedidas obras? Nada mais nada menos que Umberto Eco!!! À esta altura, o leitor que sabe que Eco foi um humanista antes de tudo, perde qualquer credibilidade pela narrativa, que pode, inconsequentemente, inventar qualquer história e tomar qualquer posição. A quem isto serve? A quem isto diverte? A que fim se destina tal literatura? Acho que ao chamado “entretenimento” da “mass media”, alienante e

Pedro Lyra

Os povos (e suas culturas) são muito diversificados e é preciso conviver com as diferenças.

Ele aporta sorridente, com promessas de bem-aventurança, e lhe propõe uma aliança para a universalização da empreitada. É da cultura dele. – Você adere?

Ele vem de uma tribo poligâmica onde todos são de todos e não existe amor. Traz os seus valores e você o acolhe em­casa. Alta madrugada, ele chama a sua mulher. É da cultura dele. – Você concorda?

Outro vem de uma tribo doutrinária onde os insignes prescrevem o padrão de comportamento. Convida-o a uma escola, onde se debatem todas as correntes, para a execução dos réprobos, em nome da sua ideologia. É da cultura dele. – Você endossa?

Outro vem de uma tribo antropofágica onde se deglute o capturado para a celebração. Chega com alguns recursos e abre um restaurante. No cardápio, seios de virgem fritos ao molho imperial. É da cultura dele. – Você é servido?

Outro vem de uma tribo eclesiástica onde não se admite uma outra crença. Ele confina o apóstata numa jaula de ferro e banha o seu corpo com as chamas da sua ardente fé. É da cultura dele. – Você assiste?

Outro vem de uma tribo milenária onde se sangra criança em oferenda aos deuses. Ele pega a sua filha, a sua, na saída da creche, e a arrasta para o sagrado terreiro dos sacrifícios. É da cultura dele. – Você acompanha?

Uma vem de uma outra tribo misógina e descobre no seu mundo um mundo fora do mapa. Escola... Festa... Madrugada em luau... Tudo muito estranho. É bela, mas segue pela praia envolta em manto de cinza. É da cultura dela. – Não gostaria de dar um mergulho?

Outro vem de uma tribo patriarcal onde se mutila a menina à sombra das tentações. Ele convoca a sua irmã, na caída da noite, para o solene ritual da consagração. É da cultura dele. – Você aprova?

O último vem de uma tribo monológica onde os arautos controlam e impõem as opiniões. Vem fugido. Abriu lá um blog, para o livre debate das ideias, é foi condenado de público a dezenas de chibatadas. – Julgo que a esse você apoia. E devolveria as chibatadas pr´os arautos.

Outro vem de uma tribo misógina onde as mulheres apenas cumprem o dever de existir, sem rosto, sem sexo. Vê sua namorada de bikini e quer contemplá-la de público com dezenas de pedradas. É da cultura dele. – Você atira a segunda?

Sim – é preciso conviver com as diferenças. Mais – é preciso avaliar as diferenças, as químicas reações na arena desse complexo caleidoscópio. Que cada um se esparrame como puder – em sua casa. E respeite a casa dos outros. Não pretenda extrair seus alicerces, deslocar suas paredes, derrubar sua cumeeira.

Outro vem de uma tribo autoconcêntrica onde o programa limita a renda a uma ração diária. Descreve os seus métodos e lhe sugere uma campanha, (A nossa tribo pode ser o mundo. garantindo que todos serão assim igualmente felizes. Mas o mundo não é a nossa tribo.) É da cultura dele. – Você adota? Poema do livro inédito De Situações - Mini-Anti-Parábolas da Civilização e da Ética. Outro vem de uma tribo monolítica, onde o governo administra os desejos das pessoas.


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nº 249- março de 2017

Artesã produz bonecas para pacientes com câncer Fotos: Camilo Mota

Regina Mota

A MARÇO, MÊS DA MULHER! Deixo aqui meu abraço a todas as mulheres guerreiras, batalhadoras e que não fogem à luta. São vocês que fazem nosso mundo melhor! Uma homenagem do Vereador Amigo Walmir (Araruama)

artesã Zulane Marques (59), de Araruama, motivada pelo projeto “Anjos do Bem”, de Mariah Rodak, confecciona bonecas em forma de anjos para entregar a pacientes diagnosticados com câncer, como uma forma de acalentá-los e incentivá-los a lutar pela vida. A ideia surgiu quando Zulane, assistindo televisão, viu a matéria mostrada pela Rede Globo que contava a história dos anjos feitos por Mariah, e sentiu-se sensibilizada com o objetivo do mesmo, que seria uma forma de ajudar pessoas que estivessem precisando de afeto. “Entrei em contato com a criadora do projeto, que autorizou de imediato a minha participação. Não tenho casos de câncer em minha família, mas como eu já fazia trabalhos filantrópicos no Rio de Janeiro, onde eu morava, e visitava orfanatos e asilos, quis me dedicar às

Curta uma vida alegre e saudável!!! Wanny Louzada A partir dos 2 anos e meio, até onde sua mente comandar seu corpo. Homens e mulheres, sintam-se vivos! Baby Class * Pré-Ballet * Ballet Clássico Jazz Dance * Dança Moderna * Sapateado Capoeira * Alongamento Av. Vilamar, 276 B - Itaúna - Saquarema - (22)2655-3654 www.grupodaumas.wix.com/daed

Dentista - CRO 37604

pessoas que sofrem com essa doença terrível que assola a vida de muitas pessoas e suas respectivas famílias”, disse ela. Para se ter uma ideia, somente nos primeiros meses deste ano ela já confeccionou cerca de cem bonecas, feitas com muito carinho e que vêm acompanhadas de uma mensagem: “Juntos com a luz estamos, tão leves, tão claros, te entregamos nossa graça e carinho, a cada lugar e a qualquer cantinho, a quem precise de um abraço,

de um aperto que nem um laço dos braços deste anjinho! Todos nós carregamos o que de mais precioso tem. Com esperança, o amor levamos. E junto a paz e a alegria do bem. Entro agora em sua casa para te fazer companhia e trago comigo em cada asa muita luz e energia. Eu sou o Anjo do Bem”. “Entregar esses anjos de pano para as pessoas é uma forma de contribuir para o crescimento de sua alegria, esperança e força de viver”, concluiu.

"Que Deus te seja todo-suficiente. Comunga tu intimamente com Seu Espírito e sê dos agradecidos." Bahá'u'lláh

( (22) 2665-2566 / 98801-8109 / 98836-2400 Rua Rudy Alberto, Qd.38 Lot. 01 - Loja 01 (ao lado da Edumar auto peças)-Vila Capri - Araruama

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