Jornal Poiésis 281

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Feliz Natal! P r รณs p e r o A n o N ov o!

Feliz Natal e um Ano Novo cheio de prosperidade, com muito sucesso e alegria para todos!

GABRIELA VALLADARES Ana Gabriela Valladares - Corretora de Imรณveis - CRECI/RJ 055686-0


CRÔNICA Dinovaldo Gilioli Parece que foi ontem, 2019 está acabando. O que tem a ver o tempo com a vida? É uma indagação que inquieta. Geralmente relacionamos essa passagem com os cabelos brancos e marcas outras pelo corpo. Será que o tempo se resume nisto, em contar ou maquiar números? Falo aqui do espaço conquistado para a contemplação da vida humana, dos demais seres e da natureza. Falo do tempo utilizado para o lazer, para namorar, para caminhar feito andante em descobertas. Falo do tempo que não limita a vida ao trabalho. Do tempo que nos faz mais inteiros, mais íntegros com os da nossa espécie. Do tempo que nos possibilita encharcar sonhos e projetar dignidade. Parece ser este o grande desafio, não se importar tanto com a quantidade de tempo que já se passou e sim com a qualidade do tempo que já se viveu e poderá se viver. Simples, assim? Não, complexo!

MÚSICA Se analisarmos bem, descobriremos que não somos donos do tempo. Há, pelo modo de produção vigente, uma imposição explícita ou velada na maneira de determinar a nossa vida. O que fazer para mudar? Nada, as coisas estão dadas! Com essa lógica, repetida por diversos meios, querem nos incutir que não há saída do modelo em que estamos inseridos. Será? Neste natal e no ano que se desponta faça diferente: dê um abraço apertado no seu vizinho ao lado, dê um presente inteligente que vai deixar o ser mais aguçado, dê um sorriso feito esguicho deslumbrado, dê um aperto de mão que vai animar seu irmão. Neste natal e no outro ano seja honesto suficiente para aumentar sua porção de gente, seja capaz de ser solidário e aumente seu saldo hilário, seja tão criança quanto a esperança. Que venham o natal e o novo ano, por aí vamos fuçando! Dinovaldo Gilioli é escritor e poeta, reside em Florianópolis-SC

Consultório de Psicanálise e Terapias Naturais

Camilo Mota Psicanalista - Terapeuta Holístico,CRT 42617

O Jornal Poiésis - Literatura, Pensamento & Arte é uma publicação da Mota e Marin Editora e Comunicação Ltda, CNPJ 07.546.414/0001-60. Editor: Camilo Mota. Diretora Comercial: Regina Mota. Conselho Editorial: Camilo Mota, Regina Mota, Fernando Py, Sylvio Adalberto, Gerson Valle, Marcelo J. Fernandes, Marco Aureh, Francisco Pontes de Miranda Ferreira, Charles O. Soares. Jornalista Responsável: Francisco Pontes de Miranda Ferreira, Reg. Prof. 18.152 MTb. Av. John Kennedy, 121 sala 13 - Centro - Araruama-RJ CEP 28970-000 ( (22) 999824039 E-mail: jornalpoiesis@gmail.com Site: www.jornalpoiesis.com.br. Facebook: www.facebook.com/jornalpoiesis. Edição digital: www.issuu.com/jornalpoiesis Distribuição dirigida em: Saquarema, Araruama, São Pedro da Aldeia, Iguaba Grande, Cabo Frio, Arraial do Cabo e Petrópolis. Fotolito e Impressão: Tribuna de Petrópolis. Os textos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Jornal Poiésis.

João Cássio Desde pelo menos 2008, a legislação vem fechando o cerco contra propagandas de bebidas alcoólicas na tevê e no rádio e, de lá pra cá, será que alguém ainda não notou a escandalosa “coincidência” do aumento das menções ao consumo de cerveja e destilados dentro sobretudo do gênero musical “sertanejo universitário”? – Ah, mas o álcool sempre teve relação com o sertanejo, poderiam argumentar observadores superficiais, sem atentarem para o fato de que nunca antes a bebedeira foi tão celebrada e midiaticamente difundida em um contexto jovem e urbano de festa e sexo sem compromisso. Nos primeiros anos do milênio, o uso da Lei Rouanet – interessante ferramenta de incentivo cultural aprovada em 1991 – passou a destinar mais recursos não para artistas iniciantes mas para “estrelas” já “consagradas” do show business, dotadas de plena capacidade de caminharem com as próprias pernas – ou com as próprias Ferraris. O rock sumiu do mainstream, a música de protesto definhou, quase ninguém mais ousava criticar abertamente o governo. Mais uma dessascoincidênciasdavida... Não quero aqui criticar os artistas. Boas ou más, as escolhas estão aí para serem feitas e cada qual que assuma as responsabilidades pelas suas em meio ao desafio de trabalhar com Cultura em um país que ainda acredita que ganhar dinheiro vem antes de cultivar a inteligência. Meus pontos centrais são: como ficam os artistas que não nasceram em berço de ouro e não querem crescer na carreira através da celebração de vícios em troca de patrocínio e nem depender de financiamento estatal? Como ficam os artistas que querem trabalhar com liberdade e desejam promover o autoconhecimento, a espiritualidade eoprotestoemsuascanções?

Hoje existe uma alternativa. Trata-se do Crowdfunding (ou Financiamento Coletivo) que permite que qualquer pessoa apóie com qualquer valor o artista que ela acredita, uma troca justa onde ambos saem ganhando: o público, por receber uma arte sem amarras, o artista, que deixa de vender sua consciência para o sistema, e a sociedade, enriquecida pela livre expressão de umavocação. A produção do álbum Meu Caminho, que reunirá canções românticas, reflexivas e provocadoras, por exemplo, é minha primeira experiência nessa modalidade. Através desse tipo de campanha, qualquer pessoa pode contribuir com qualquer valor e receber uma recompensa condizente com a colaboração, dentro de uma plataforma segura e bem estruturada. Um alento para quem acredita na liberdade artística. (Quem quiser conhecer, o link está no final desta publicação.) A arte tem o poder de ampliar a consciência das pessoas e nenhuma grande transformação social pode ocorrer sem prévia preparação dos movimentos artísticos. Talvez seja por mais uma dessas coincidências e não pela deliberada intenção de restringir a consciência do público que os poderes constituídos e as mega fortunas estejam “comprando” e amarrando ideologicamente os artistas. O cabresto espiritual perfeito. E o povo, aceita inconsciente, ao pagar impostos sem questionar e ao consumir sem critérios. A “matrix” nunca esteve tão forte e organizada para oprimir consciências. Com a margem de liberdade que ainda é possível dentro da internet, será que não é a hora do próprio povo começar a escolher os trabalhos artísticos quequerapoiar? JoãoCássioécantorecompositor Linkdacampanha:https://bit.ly/3507mcT Youtube:WWW.youtube.com/JoaoCassio


Faltando menos de um ano para as eleições municipais grupos políticos já vêm articulando alianças e discutindo projetos e propostas que criem alternativas viáveis para um possível novo governo em Saquarema. Este é o caso do Voluntários da Pátria, partido oriundo do P7 e em fase de formalização em diversos municípios do país. O partido tem realizado reuniões no município em busca da construção de uma plataforma comum que viabilize candidaturas próprias para Câmara e Prefeitura, a partir da formação de possível coligação com legendas de oposição. Idealizado em São Paulo, por Rogério Lopes, o Voluntários defende sete princípios básicos, alicerçados numa atuação social,

cristã, progressista, democrática, ecológica, nacionalista e humanista. O diretório local está sendo presidido por Renata Alvarenga, com grupo de apoio

coordenado por Cosme de Souza. Quem quiser saber mais sobre as propostas do partido e frequentar as reuniões pode entrar em contato pelo celular (22)992360368.

A diretora do Posto Regional de Polícia Técnica e Científica (PRPTC) de Araruama, Kesley Couto, recebeu no dia 29/11 a visita da deputada estadual Franciane Motta (MDB) que fez uma inspeção no prédio do IML, paralisado há cerca de sete meses, deixando assim de atender a população de nove municípios. Durante sua permanência no Instituto Médico Legal, a deputada pôde constatar a precariedade com a qual o prédio se encontra, com teto precisando de reparos, infiltrações que tendem a piorar cada vez mais a estrutura do imóvel, que conta também com rachaduras na base. Para se ter uma ideia a última necropsia feita no IML de Araruama foi realizada no dia 18 de maio do corrente ano. Após o fechamento temporário desse setor os encaminhamentos são feitos para as cidades de São

Gonçalo e Campos. Franciane atendeu ao convite de Kesley Couto que, preocupada com a situação, decidiu chamar a deputada para ver de perto a precariedade do local e tentar buscar ajuda. No dia 4/12 a deputada Franciane Motta

publicou em sua página do Facebook uma nota sobre as Emendas por ela solicitadas para o próximo ano, dentre elas encontra-se a de número 2964, referente à reestruturação e manutenção do IML de Araruama, no valor de R$300 mil.

O Movimento de Mulheres de Saquarema – MAMAS participou da campanha mundial intitulada 16 Dias de Ativismo Pelo Fim da Violência Contra a Mulher. Palestras foram realizadas nos bairros e material impresso foi distribuído às participantes dos encontros. Os 16 Dias de Ativismo contra a Violência de Gênero é uma campanha internacional de combate à violência contra mulheres e meninas. A campanha acontece todos os anos, entre 25 de novembro, Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, e encerra em 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos. A campanha foi iniciada em 1991, por ativistas no Instituto de Liderança Global das Mulheres. O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, criou esse ano o projeto: “UNA-SE pelo fim da violência contra as mulheres até 2030” pede ações globais para aumentar a conscientização, estimular os esforços de defesa e compartilhar conhecimentos e inovações. O MAMAS tem em sua programação permanente o trabalho voltado ao esclarecimento dos direitos da mulher e busca através de palestras de orientação ajudar àquelas que precisam de apoio, tanto de cunho judicial, como psicológica, através de acolhimento e encaminhamento aos órgãos competentes.


HAMILTON RIBEIRO

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POESIA noel Marcelo J. Fernandes o natal é um embrulho que rasgo aos poucos desvelando o córner de uma mesa de botões nova. meu irmão deita cedo e deixa intactas as rabanadas untadas de ansiedade e canela. é preciso dormir para que o Velhinho chegue, descanse as renas e deixe, sob a árvore com mentiras de algodão, os brinquedos comprados de véspera, na Sears. o natal é a noite quente do último aniversário ali: a casa repleta de tios e avós mortos primos que cresceram pais que abriram dias que escaparam presentes que fugiram. remexo os enfeites novos e luzes que doem intermitentes reescrevo cartões sem som a destinatários ausentes; Insisto nas palavras que bóiam, rasas, no papel: reabra, releia a minha carta, Papai Noel. Marcelo J. Fernandes mora em Petrópolis, é poeta, doutor em Literatura.

CARTA AO PAI

PARAISÓPOLIS

Camilo Mota

Jairo Carioca

O poema é arte inacabada, À espera da palavra não dita : Uma carta que se pensou escrita Mas dissimulada num véu entre mim e o que sou. Aprendi contigo, no entanto, meu pai, A rezar em silêncio. E caminhar vazio de mim Por entre ruas e corredores noturnos Apenas para ver carros passarem Ou sentir a sombra de tempos idos. E então brota-me essa lágrima De horas antigas e tempos futuros Em que não mais haverá palavras Nem gestos nem fugas, E abriremos as janelas Para contemplar, calmos e absortos, O amadurecer das mangas E o renovado canto dos bem te vis. Camilo Mota é poeta, psicanalista, editor do Jornal Poiésis

LEGADO Charles O. Soares Se trago na pele a noite da história E arrasto nos pés a poeira esquecida, É que na memória as marcas que trago É o preço que pago, É a parte que fica. Se tenho na alma as dores de antes e a força que me trouxe Aqui pra este canto, É que as lembranças de um tempo distante Renascem quais flores Regadas no pranto. Charles O. Soares é professor de língua portuguesa na rede municipal de Macaé, formado em Jornalismo, é poeta e mora em Saquarema.

Jairo Carioca é Psicanalista.


Em Foco

Café com História

Lourdes Belchior

Novos acadêmicos - No dia 9 de dezembro tomaram posse na AARALETRAS Celio Pimentel, José de Castro, Jomar Dias, José Eduardo Gouvêa, Celia Regina Lacerda, Tatiana Machado, Luciane Raposo e Lourdes Belchior. A solenidade aconteceu no plenário da Câmara Municipal de Araruama. Parabéns aos novos companheiros de Academia! Aborto - A OAB Araruama promoveu um importante e rico debate, no dia 4 de dezembro, sobre a descriminalização do aborto. O evento contou com a participação dos advogados Ana Teresa Basílio, Gabriel Gouvêa Neno, Ilka Nolasco Azevedo e a psicóloga Yeda Portela. No mesmo dia, a presidente da 28ª Subseção, Rosana Jardim, fez o lançamento do projeto Porte de Livros, uma pequena biblioteca para consulta dos advogados.

Homenagem aos músicos - O vereador Amigo Walmir entregou moção de aplausos pelo Dia do Músico (22 de novembro) a vários artistas locais. Todos ficaram muito felizes com a homenagem.

“Uma dor pungente se apoderou do meu coração”. Com essas palavras Dom Pedro comunicava a morte do seu pai, Dom João, no jornal Diário Fluminense, em maio de 1826. Com muitas lágrimas os cariocas receberam a triste notícia e, por meio delas, demonstraram o apreço que sentiam por esse governante em especial. Afinal, havia sido Dom João que transformara o Rio de Janeiro em sede do Império Português, fato que envaidecia os moradores da cidade. Nesse contexto, a tristeza sentida era ampliada pela tradição que sinalizava que o luto pelo soberano era sinal de respeito. Além disso, o falecimento de um rei era um momento privilegiado para a exaltação poder régio. Contudo, os homens daquela época não imaginavam que o rei que partira não morrera de causas naturais. Ele fora envenenado. O assassinato ocorreu pela ingestão de arsênico. Elemento químico altamente tóxico. A descoberta coube a dois arqueólogos e um médico legista. Seus estudos não deixaram dúvidas. O monarca fora eliminado. Segundo o resultado a quantidade de arsênico encontrado no material analisado seria suficiente para matar duas pessoas. Quem matou o Rei? Difícil saber. Afinal Portugal passava por uma grave crise política e, não raramente a própria família conspirava contra ele. Sua esposa Carlota Joaquina, por exemplo, envolveu-se em um complô com o objetivo de tirá-lo do poder e governar em seu lugar como Regente. Seu filho Dom Miguel, nunca escondera sua ambição pelo trono, chegando a ser exilado por conjuro contra o pai. Lourdes Belchior é mestre em História Cultural, membro da Academia Araruamense de Letras.



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